Semmais 15 Novembro 2014

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Sábado | 15 novembro 2014 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 834 • 7.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa Captura de pássaros com redes e visgo continua a ser um problema na região Pub. Vitória de Setúbal comemora 104.º aniversário DESPORTO O clube mais repre- sentativo da região comemora mais um ano de vida. Os sadinos têm perdido o fulgor de tempos passados, mas a glória e o entusiasmo fazem do Vitória enorme. PÁG. 12 Fotos: DR Somos os campeões da net Alegro de Setúbal abriu portas com invasão de curiosos NEGÓCIOS Abriu ao público o novo mega centro comercial da cidade do Sado. Os primeiros dias foram de corrida louca para os setubalenses. A cidade ganhou uma nova zona urbana. PÁG. 15 'Laboratório' da PORVID em Pegões e o reino das castas ABERTURA Na herdade da PORVID, em Pegões, preserva-se e potencia-se castas vinícolas que são únicas em todo o mundo e fazem parte do nosso património ancestral. PÁG. 2 Socialista criticam despedimentos na Segurança Social POLITICA O Governo prepara um despedimento em massa nos serviços da segurança social, que no caso de Setúbal, pode afetar cerca de uma centena de funcionário. O PS quer justificações. PÁG. 9 Atual 5 Saiba tudo sobre as contas dos municípios do distrito Dossier Semmais/IPS Rankings e Mapas de Execução Orçamental/ Receitas Próprias e Despesas/ Passivos, Dívidas e outros Rácios PÁGS. 18 /23 RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE, 138 960 331 167

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Edição de 15 de Novembro do Semmais

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Sábado | 15 novembro 2014 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 834 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

Captura de pássaros com redes e visgo continua a ser um problema na região

Pub.

Vitória de Setúbal comemora 104.º aniversárioDESPORTO O clube mais repre-sentativo da região comemora mais um ano de vida. Os sadinos têm perdido o fulgor de tempos passados, mas a glória e o entusiasmo fazem do Vitória enorme.

PÁG. 12

Fotos: DR

Somos os campeões da net

Alegro de Setúbal abriu portas com invasão de curiososNEGÓCIOS Abriu ao público o novo mega centro comercial da cidade do Sado. Os primeiros dias foram de corrida louca para os setubalenses. A cidade ganhou uma nova zona urbana.

PÁG. 15

'Laboratório' da PORVID em Pegões e o reino das castas ABERTURA Na herdade da PORVID, em Pegões, preserva-se e potencia-se castas vinícolas que são únicas em todo o mundo e fazem parte do nosso património ancestral.

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Socialista criticam despedimentos na Segurança Social POLITICA O Governo prepara um despedimento em massa nos serviços da segurança social, que no caso de Setúbal, pode afetar cerca de uma centena de funcionário. O PS quer justificações.

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Atual 5Saiba tudo sobre as contas dos municípios do distrito

Dossier Semmais/IPS

�Rankings e Mapas de Execução Orçamental/ Receitas Próprias e Despesas/ Passivos, Dívidas e outros Rácios

PÁGS. 18 /23

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

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ABERTURA

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Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Meca de Pegões é gigante no estudo multivarietal do vinho português

Não deixa de ser um trabalho discreto mas é cada vez mais uma alavanca para

melhorar e potenciar os néctares que nos chegam à mesa. Na Herdade de Pegões, gerida pela Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira (PORVID), faz-se uma verdadeira seleção da matéria--prima que é a diversidade das castas e, dentro destas, chegar-se «ao ‘elefante’ que passa desperce-bido», melhorando a qualidade da uva, em acidez ou açúcar, peças essenciais da palete vinícola.

É um trabalho científico, ba-lizado pelo palavrão “genética quantitativa”. «O que fazemos aqui tem um grande impacto di-

reto na economia do setor viti-vinícola, ao obtermos partes de casta que dá mais rendimento para as culturas da vinha dos em-presários», explica ao Semmais o professor Antero Martins, o ros-to e a alma da projeto.

E as contas são fáceis de fa-zer, estimando-se, acentua o es-pecialista, que dos 30 mil hec-tares de vinha nova a nível na-cional, plantada com matérias selecionados em Pegões, a rentabi-lidade tenha crescido entre 10 a 40 por cen-to, dependendo da qualidade que o processo atinge. «Há menor quantidade, até porque em Por-

tugal produz-se pouco, mas há melhor qualidade. E o valor a que chegamos é o de que o va-lor da uva produzida a partir da nossa seleção valerá dez milhões de euros», atira Antero Martins, acrescentando que «quando to-das as vinhas do país recorre-rem a este método podemos atin-gir um valor de 100 mi-lhões de euros em ren-tabilidade».

Reflexos que são também responsáveis de parte do sucesso dos vinhos produzidos na península de Se-túbal, que detém, atualmente cer-ca de 8 mil hectares de vinha. «Se-lecionamos com base em infor-mação que é recolhida e, logo que determinada casta começa a re-velar interesse dos empresários, avançamos com o processo. Par-te dos vitivinicultores da região

têm beneficiado com este modelo», diz o res-ponsável no terreno da PORVID.

Mas o essencial é que o país pode ser considerado uma meca no que se refere à di-versidade da videira. O elevado

número de castas autóctones, cerca de 250 e a elevada quali-dade de muitas delas é «muito superior» a todos os países da Europa central e ocidental, ou mesmo de qualquer outra parte do mundo. «A nova variabilida-de é notória e tem que ser enten-dida como um trunfo, para além

da questão histórica, uma vez que podemos encontrar vestígios consideráveis de espé-cies de videiras com

mais de dez mil anos (ver segun-do texto), o que prova a nossa ancestralidade, do tempo antes da existência da agricultura tal como a conhecemos», explica o professor.

E o atual avanço tecnológi-co ao dispor dos especialistas portugueses é igualmente uma chave-mestra. «Com os meios que temos podemos estudar todo o património genético e o po-tencial do mesmo em favor da economia», avança, entusias-mado, Antero Martins. E acres-centa: «Temos aqui material de videira que não existe em mais lugar nenhum do mundo.

PORVID alavanca atividade vinícola do país apostando em estudos do material genético

Uma equipa de apenas dois cientistas, liderada por Antero Martins, preserva e potencia, numa herdade às portas de pegões, a riqueza ancestral da vinha lusa. É um património genético multivarietal muito acima da maior parte dos países produtores de vinho em todo o mundo. Este trabalho de formiguinha já rende 10 milhões de euros no setor e pode vir a valer dez vezes mais.

O país vinícola tem 30 mil hectares de vinha nova

Dedicação no laboratório de experiências

Na Herdade de Pegões, lide-rada por Antero Martins, es-tão acondicionadas, em va-sos, milhares de castas à pro-cura dos genótipos, de castas bases, calculadas em 250 exis-tentes no país. São as meni-nas dos olhos do professor, que conta apenas com uma ‘ajudante-de-campo’, forma-da em matemática.

Em vez de fazer de conta que não existe tal variabilida-de, como exprime bem as de-zenas de castas tão bem estu-dadas nos últimos anos, An-tero Martins provoca a gené-tica, ao ponto molecular, a des-ta retira o seu melhor. É um trabalho de artista, apoiado por laboratórios sofisticados que as universidades com que a PORVID trabalha potenciam.

Bacia do Sado tem videiras silvestres que explicam a raizdo vinho portuguêsA VIDEIRA silvestre que foi descoberta ao longo de toda a bacia do Sado, onde já foram identificados cerca de 150 sí-tios, tem uma origem ances-tral e diz bem da importância dos lusitanos na atividade agrí-cola e vinícola.

«Já identificámos mais do dobro da que se conhece em Es-panha, a maior parte entre a Barrosinha e Santa Margarida da Serra. É uma grande rique-za, mesmo em relação aos paí-ses do oriente, que dá para per-ceber que o vinho português

vem dos confins da história», explica Antero Martins.

Para proteger esta espécie «em vias de extinção» tem sido desenvolvido, desde o ano 2000, uma atividade intensa, mas fal-tam os meios. «Já subtemos três projetos em conjunto com es-panhóis de Sevilha, os primei-ros a descobrir esta espécie, e neste momento estamos a cal-correar estes caminhos em bus-ca de outras zonas», acrescen-ta o professor.

Mas há problemas que ameaçam acabar com o que res-

ta. O primeiro sítio a ser ‘de-senterrado’ da história foi as-saltado por uma operação de limpeza das margens do Sado, perto da Aldeia de São Romão, que exterminou a rara videira. Antero Martins lamenta que este acontecimento e obras pú-blicas, como novas estradas e barragens «continuem a amea-çar o que deveria ser preserva-do e conservado». E adianta: «Nestas videiras olhamos para o passado, porque está aqui a raiz de toda a atividade viníco-la», afirma.

Muitas das castas portuguesas são única no mundo

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Sábado • 15 novembro • www.semmaisjornal.com ESPAÇO PÚBLICO 3

Numa semana marcada pelo simbólico e importante 25.º aniversário da queda do muro

de Berlim, onde o mundo perdeu o muro que o dividia (ao mundo) em dois e em que se assinala também simbolicamente o primeiro dia do pós-comunismo, não quero terminar a semana, sem, também eu, me juntar a essa homenagem.

Pode dizer-se que a Guerra fria acabou naquele dia, no fundo estou a falar do período que mediou en-tre o fim da segunda guerra mun-dial e o capitalismo da era global que se vive hoje em dia.

Foi um período de uma “paz po-dre” em que o medo do ataque ini-migo neutralizava a tentação de ata-carmos esse mesmo inimigo e era nesse equilíbrio instável e desequi-librado que nações como a Albânia,

a Checoslováquia, a antiga Jugos-lávia ou a RDA, sem falar na URSS, Polónia, etc, padeciam de graves pro-blemas estruturais, de uma pobre-za extrema e muitas lacunas do pon-to de vista dos chamados direitos e garantias individuais e dos direitos ao associativismo (tirando aquele que era controlado pelo estado, é claro).

E assim, em pleno Sec. XXI e já a meio da segunda década desse sé-culo, um dos Partidos Comunistas

resistentes ao tempo e mais activos na Europa ocidental faz um edito-rial que deixou o País atónito no seu jornal oficial - O Avante, como to-dos sabemos.

Digo que deixou o País atónito porque a mim, que sou autarca pre-cisamente no local onde esse parti-do tem o seu reduto sagrado - pre-cisamente no Seixal - posso adian-tar-vos que já estou habituado à lin-guagem, ao dogmatismo militante, à defesa intransigente e cega dos an-cestrais valores comunistas e, pior, à inadaptação ao mundo de hoje, sempre com um toque nostálgico que até chega a ser enternecedor.

Aliás, costumo dizer, a brincar claro, que noutra vida de certeza que devo ter pecado muito, porque é pre-ciso azar para ter que me debater (sozinho, acrescento) quinzenalmen-

te, senão semanalmente com um dos últimos resquícios do “velho comu-nismo” e a que acrescem um verea-dor do Bloco de Esquerda e três do Partido Socialista. Sei que agora, de-pois deste editorial que muita tinta tem feito correr, todos me compreen-derão melhor.

Não vejam nas minhas palavras um menor respeito pelo ideal co-munista, ou qualquer crítica que não seja a meramente ideológica, mas sim uma lembrança para o mun-do que alguns comuns mortais, en-tre os quais este humilde escriba que vos dirige estas palavrinhas, ainda vivem a combater um comu-nismo que morreu no mundo há 25 anos e que, para azar meu, ainda resiste “firme e hirto” qual Gália no tempo do Asterix, precisamente onde estou eleito.

Eu, que até faço gala de remar contra a corrente, não precisava era de remar contra uma corrente tão forte e determinada, que nem o tem-po, nem as evidências a desgastam ou mudam. Sim, porque do meu pon-to de vista a questão ideológica que deve ser discutida não são os valo-res comunistas, com os quais até posso concordar teoricamente em alguns aspectos, mas precisamen-te a inadequação desses valores ao nosso mundo, aos dias de hoje, à vida no dia-a-dia e, sobretudo às práti-cas daqueles que as defendem.

Enfim, acredito que no Seixal, um dia, não muito longínquo tam-bém o muro vai ser derrubado e entraremos numa outra era que leve finalmente ao desenvolvimen-to sustentado, que creio, hoje não existe.

Paulo Edson CunhaVereador PSD/Seixal

CRÓNICA UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

A crise devia ser presa e entregue ao povo…

Vamos por partes. A atual crise não foi criada pela gente que trabalha e que vive honrada-

mente do seu trabalho. E estamos a falar da esmagadora maioria.

Mas foi a crise que criou as con-dições para que as empresas come-çassem a despedir em barda, mes-mo aquelas que mantiveram lucros e até os aumentaram. E que deixas-sem, ao sabor do ajustamento, de fazer manutenção de maquinaria, de processos de regulação ambien-tal e outros tantos, deixando bicha-rocos como as legionárias saltarem para a cadeia humana.

E foi a crise que arrastou ainda mais para a penumbra e miséria to-tal cerca de 200.000 famílias que vi-viam do rendimento mínimo garan-tido. Para não falar do empobreci-mento geral do país. E foi a mesma crise que fez abandonar do país mais de 300.000 jovens portugueses, a maior parte sem regresso e com al-tas qualificações pagas por todos nós.

E foi ainda a crise que nos fez alienar setores chaves como a EDP, correios e outros, num processo que não vai ficar por aqui e que, pelos vistos, nada trouxe de novo ao país e aos portugueses, a não ser aumen-to de preços e piores serviços.

Essa crise que abriu portas aos ‘vistos gold’, carregados de corrup-ção de dimensão inexpugnável, com detenções ao mais alto nível.

Podíamos continuar a dar exem-plos. Mas alguns dos senhores que a incentivaram e cavalgaram com tan-ta poeira nos nossos olhos já nem se-quer cá vivem. Regressaram às insti-tuições bancárias de origem, ocupam altos cargos da política europeia ou continuam em escritórios de advoga-dos ou de fundos especulativos a fa-zer os seus jogos e a ditar as suas leis.

Vergonha!

EDITORIALRaul Tavares

A política não são números. Tal como as pessoas. Os números devem estar ao serviço das polí-

ticas para servir as pessoas. Mas hoje, tudo se passa na logica e na frieza dos números. É a narrativa dos números.

Em regra, os números não deve-riam enganar. A linguagem dos núme-ros desde que usada com as regras e procedimentos adequados, legais, com rigor e transparência, permitem-nos proceder a várias análises, retirar con-clusões, fundamentar opções.

O rigor, a transparência e a verda-de são os melhores remédios para a saúde financeira do Estado, das Au-tarquias, das Empresas, das Institui-ções, das Famílias.

Durante o ano 2013 muito se falou e escreveu sobre a gestão financeira da Câmara Municipal do Montijo a que presidiamos. Permito-me escrever hoje sobre o tema porque continua a ser re-corrente, a causar incómodos a mui-ta gente, neste ano de 2014. Obviamen-te, que deixo aqui a minha declaração de interesse no tema, recusando ser juiz em causa própria. O povo do Mon-tijo fez e fará o seu julgamento sobre as nossas presidências e as quatro maio-

rias absolutas que nos confiou, que com humildade democrática e senti-do de responsabilidade desempenha-mos. Acresce que, decorre desde maio de 2014 uma auditoria da Inspeção Ge-ral de Finanças à Camara Municipal, que a oposição em 2013 tanto reivin-dicou, que aguardo com tranquilida-de, assumindo no momento próprio, os seus resultados, os bons e os me-nos bons, casos estes existam. Espero que não.Cá estamos. Mas vamos aos números. Como todos sabem até 18 de outubro de 2013, fui responsável, pelo pelouro das Finanças da Câmara Mu-nicipal do Montijo, entre outros. Re-servei sempre para mim desde o pri-meiro dia da tomada de posse e ate ao fim do mandato a responsabilidade di-reta pela gestão financeira.

No momento em que se discute o Orçamento de Estado e o Orçamento da Câmara Municipal do Montijo, cons-tatamos que os resultados e as conse-quências de um e de outro são bem di-ferentes, para as empresas e para as fa-mílias. O Orçamento de Estado apre-sentado pelo governo do PSD/CDS man-tem o agravamento da situação para a generalidade das empresas e das famí-lias, retira rendimento as famílias, agra-va a divida e o défice, a divida não é sus-tentável. O orçamento da Câmara Mu-nicipal do Montijo apresentado pelo PS, é amigo das empresas e das famílias. Isenta as empresas em sede de derra-ma com volume de negócios até 150 mil euros. Devolve 1% de IRS as famí-lias, na continuação do que já aconte-ceu no ano de 2013. A divida da CM é sustentável como decorre no “prazo medio de pagamentos de 42 dias, no3ªtrimestre de 2014”.

A gestão financeira da Câmara Municipal cujo pelouro está entregue ao Vice-Presidente Francisco Santos, está de parabéns. Merece a nossa con-fiança. De facto, se tivermos em con-ta que a 31 de dezembro de 2012, o pra-zo medio de pagamento era de 155 dias,

passou para 124 dias a 21 de março de 2013, para 87 em 30 de junho de 2013, para 58 em 30 de setembro de 2013, para 65 em 31 de dezembro de 2013. Foi uma excelente recuperação. A que realizamos sob a nossa presidência ate 30 de setembro de 2013, para 58 dias e agora um ano depois sob a pre-sidência do engenheiro Nuno Can-ta, com o pelouro entregue por sua delegação ao vice presidente Fran-cisco Santos reduziu de 58 dias para 42 dias no prazo de um ano. É muito positivo.

Estes são os dados que contam porque são conhecidos oficialmen-te, através do site da DGAL , pela in-formação prestada da Câmara Mu-nicipal. Aos que nos acusavam que a Câmara Municipal estava falida, aqui estão os números, a sua evolu-ção. É uma parte do nosso patrimó-nio politico e pessoal. Para quem se rege apenas por números outros nú-meros se seguirão. Nestas circuns-tâncias não existe nenhuma razão para à semelhança do que aconte-ceu no ano passado a oposição não viabilizar o orçamento da Câmara Municipal do Montijo.

Rigor e transparencia da gestão financeira

Maria Amélia AntunesMembro da Concelhia do PS do Montijo

A mudança é das coisas mais certas com que nos deparamos. Mesmo que seja a mudança

que nada muda. A não ser o aces-sório. Para, aliás, esconder melhor a mesma lenga-lenga de sempre.

Falemos assim de 4 coisas que não mudam. Certas como o destino. E ao não mudar são uma espécie de fado. Triste como o estilo musical. Resignado como a lírica dominante.

A primeira é a responsabilidade pessoal. Nada de errado do que acon-tece é connosco. É sempre com os outros. Mesmo que os outros sejam uma entidade mitológica que faz todo o mal e nunca aparece. Uma espécie de homem invisível mas com mais superpoderes.

A segunda é o complexo de juiz. Já

que a justiça funciona menos bem ou não funciona de todo, eis que em cada um de nós reside, afinal, um juiz. Um juiz que tudo julga e sobre tudo opina.

Sem tempo para estudar ou refle-tir, porque a “novela” de todo o san-to dia tanto nos ocupa, instantanea-mente emitimos opinião. Com o fun-damento de quem tudo sabe com o esforço mínimo despendido, rapida-

mente chegamos ao veredicto. Foi, as-sim, feita justiça. E tudo continua, ape-sar de tudo, como dantes. Porque será?

A terceira das coisas imutáveis é a tendência irreprimível para a pom-pa e a circunstância. Na realidade o objetivo (aparente) dos poderes pú-blicos é inaugurar. Dos poderes pri-vados é estar presente. E de quem, injustiça das injustiças, não foi con-vidado é espreitar para ver quem foi convidado. Se a coisa, obra ou cir-cunstância, funciona é o que menos importa. Se dura interessa pouco.

A inauguração e respetivo cor-tejo de vaidades é o fim, o princípio, o meio e a razão de ser de tantas fan-tasias deste país. Um país ameaçado pela ruina do que, apenas ontem, era a maior das prioridades.

A quarta, menos obvia mas mais persistente, é a enorme dificuldade que temos em elogiar. Até porque elo-giar é sempre melhor do que invejar. E elogiar é, afinal, tão simples. Quem consegue, quem chega lá, quem tem êxito, prova que é possível. Prova que apesar de todas as condicionantes (custos de contexto) existe a possi-bilidade de cumprir, de fazer relevan-te. Sabemos bem que muitas vezes parece que vivemos num país que tudo faz para que não seja possível concretizar. Tudo leva demasiado tempo. Tudo é complexo. Falta sem-pre uma qualquer autorização. Mas mesmo neste contexto há quem con-siga. Olhemos então para os bons exemplos. Aprender com eles. Só. E já é tanto.

Mais do mesmo. Um fado em forma de destino

Jorge Humberto SilvaTurismo Semmais

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ATUAL

4 Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Distrito lidera famílias com internet em casa

O distrito de Setúbal está entre as regiões do país onde mais famílias se ligam à internet em casa, com um

acesso superior em 9% à média nacional, numa altura em que 72% dos agregados resi-dentes na península já têm acesso à rede nas próprias residências. A revelação é feita nos resultados do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação realizado este ano pelo Instituto Nacional de Estatís-tica (INE), que coloca o distrito ao lado de Lisboa, indicando ainda que entre as famílias com menores até 15 anos a implantação atinge mesmo os 85%.

De acordo com os dados agora apura-dos, 72% da população da região liga-se ao «mundo virtual» através de banda larga na sua residência. 61% de pessoas com idades entre os 16 e os 74 anos utilizam computa-dor, 60% usam a internet e 17% fazem com-pras on-line.

Outra curiosidade detetada no levan-tamento feito pelo INE indica que o grupo etário com proporções mais elevadas de utilizadores de internet situa-se entre os 16 e os 24 anos, enquanto o recurso às novas tecnologias vai diminuindo à medida que a idade aumenta.

É ainda entre os mais jovens que está a esmagadora maioria dos utilizadores de in-ternet com acesso em mobilidade - fora de casa e do local de trabalho em equipamen-tos portáteis – sendo que 57% da popula-ção costuma optar por equipamentos por-táteis (telemóvel, smartphone, computa-dor portátil ou outro equipamento portá-til). Este tipo de acesso aumentou 19% no último ano, apresentando-se em 2014 com proporção semelhante à média da União Europeia (UE) no ano 2013.

«Pese embora o crescimento observa-do nos últimos anos, estes resultados não são suficientes para reduzir o distanciamen-to face à média dos 18 países da EU», avan-

ça o INE, assinalando que a faixa etária dos 25 aos 34 anos é a que regista mais utilizadores do co-mércio eletrónico.

Ainda entre as pessoas que uti-lizaram internet nos três primeiros meses do ano, 26% utilizou espaço de armazena-mento nesta rede para guardar ou partilhar ficheiros (computação em nuvem). Apenas 7% dos utilizadores dos serviços de com-putação em nuvem indicaram ter pago pela utilização do serviço. As principais moti-vações para a utilização de serviços de com-putação em nuvem prendem-se com a pos-

sibilidade de poder usar os ficheiros em di-ferentes equipamentos e locais (91%), mas também com o facto de poder partilhar fi-cheiros com facilidade (89%).

Os utilizadores de internet que não usaram espaço de internet para guardar ou partilhar fichei-ros, indicam não ter ne-cessidade ou usar

outras formas para guardar (31%) ou para partilhar ficheiros (31%); 23% não utilizam por terem preocupações com segurança ou privacidade, e 22% não têm conhecimento

da existência de serviços na internet que disponibilizam espaço de ar-

mazenamento.

Rácios da região são 9% superiores às médias nacionais

A região lidera, a par da de Lisboa, o ranking das famílias que mais usam internet em casa, com uma média superior a 9% da média nacional. Esta média sobe ainda mais em agregados familiares com menores até aos quinze anos.

Jovens batem recordes e aproximam média europeia

Roberto Dores

O município do Montijo subiu quase 70 lugares no Índice de Transparência Mu-nicipal 2014, promovido pela Transpa-rência e Integridade, Associação Cívica,

que tem como missão combater a cor-rupção. Este ano, o município ocupa o 27.º lugar no ranking nacional face ao 95.º lugar em 2013.

O porto de Setúbal limpou/inspecionou este mês um coletor unitário, na zona entre o Cais 3 e a Doca de Recreio das Fontainhas, para avaliar o estado do índice de eventual de-

gradação da infraestrutura. A intervenção contou com o apoio de veículo robotizado, com equipamento vídeo para captação e gra-vação de imagens em circuito fechado.

Montijo é o 27.º município mais transparente Porto sadino utiliza robot para limpar coletor

Docentes da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal distinguidos no “World Congress of Engineering“

NO ÂMBITO do “World Congress of Engineering“, o trabalho “Op-timization Criteria Ability to De-pict Pareto Frontiers”, realiza-do por Nuno Costa e por João Lourenço, da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Insti-tuto Politécnico de Setúbal, foi distinguido com um “Certifica-do de Mérito” e recebeu o con-vite para constituir um dos ca-pítulos do livro a ser editado e comercializado pela prestigia-da editora Springer. Este livro conterá apenas as versões me-lhoradas dos trabalhos subme-tidos ao congresso, que tiveram as melhores avaliações atribuí-das pelos revisores.

O trabalho realiza uma aná-

lise ao desempenho de métodos de otimização simultânea de múl-tiplos objetivos, que podem ser utilizados nas mais diversas áreas da engenharia, seja na melhoria dos processos de produção e/ou dos produtos, o que permite aos profissionais «escolher aque-le que é mais eficaz, simples de implementar e que per-mite gerar um conjun-to mais alargado de so-luções de compromis-so para este tipo de pro-blemas», refere Nuno Costa.

Na área da engenharia tem sido frequentemente utilizado um método que embora tenha uma boa performance, tem ine-

rente algumas limitações que di-ficultam a obtenção de uma gama alargada de soluções em proble-mas com dois ou mais objetivos em conflito. Esta foi uma das principais razões que motivou os docentes para «procurar um novo método e analisar detalha-damente a performance dos mé-

todos que têm sido fre-quentemente utiliza-dos na resolução de problemas em contex-to académico e indus-trial», frisa João Lou-

renço.Com este trabalho os auto-

res dão continuidade às ativida-des que têm vindo a desenvol-ver e a publicar em revistas in-

ternacionais de relevante méri-to académico e demonstram que existe uma alternativa eficaz ao denominado método “Desirabi-lity” ou método de “Derringer”, que está disponível nos mais co-nhecidos programas de análise de dados.

Para Nuno Costa e para João Lourenço, a atribuição desta dis-tinção é mais um elemento de motivação para dar continuida-de ao seu trabalho de investiga-ção na área do Planeamento de Experiências – Metodologia da Superfície de Respostas.Para além de mais um orgulho para a Escola Superior de Tecnolo-gia do Instituto Politécnico de Setúbal

Novo método utilizado em contexto industrial

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O tempo passa e a gente passa pelo tempo. Os sorrisos mudam, as

lágrimas também. Certas foto-grafias passam da moldura para a gaveta, o livro à cabeceira da cama já tem outro sentido, as memórias são outras... Os passos do tempo levam o que era nosso e trazem o que será – esses passos desorientados, esses passos irónicos e frus-trantes que não nos deixam rumar o nosso caminho e que exigem a nossa confiança. São pegadas traiçoeiras, as do tempo – tanto se desenham em linha reta, como de repente serpen-teiam livres por entre medos e desassossegos e desilusões. Mas têm um rumo, um destino, e hão de atracar nalgum sítio, com um qualquer desígnio. Às vezes param com um propó-sito despropositado.

Mas as paredes não mudam, e continuam a ouvir os nossos pensamentos, continuam a ver, como se tudo fosse ficção, deli-ciando-se com os dramas que se lhes alheiam, assistindo atenta-mente. A secretária continua fir-me, a suportar o papel e a cane-ta que agarramos, aguentando as emoções rabiscadas na folha e os números esboçados corretamen-te, matematicamente coerentes. As escolas permanecem no mes-mo sítio, ignorando o que nos en-sinam, à medida que, lentamen-te, as abandonamos.

Na realidade, só as pessoas mudam. Se não mudassem, se-riam paredes, secretárias, esco-las, objetos. As pessoas mudam e desmoronam-se e voltam a cons-truir-se e nesse momento tam-bém já nós nos reescrevemos e, de repente, somos amigos des-conhecidos e as amizades deixam de fazer sentido porque somos erradamente parecidos em mo-mentos que parecem certos. As boas amizades são difíceis e al-tamente improváveis porque con-ciliar as nossas mudanças com as dos outros, harmonizando o que pode, até, não ser harmoni-zável, é um risco. Mas ainda mais arriscado é reprimir esses meta-morfismos da mente, fingindo ser quem se foi.

Sim, as pessoas vão, mas tam-bém há pessoas que vêm.

Margarida NietoEstudante

Metamorfose

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

Regressou a captura de pássaros com redes e visgo ao distrito

Até parecia que a captura de pequenos pássaros, com recurso a armadi-

lhas, destinados a petiscos em bares e restaurantes da região era uma modalidade que pratica-mente tinha passado à história. Pelo menos, teria uma expressão reduzida. Errado. Segundo o alerta lançado pela Sociedade Portu-guesa para o Estudo das Aves (SPEA), uma recente recolha de dados acaba de demonstrar que esta atividade ilegal continua a ser um problema, agora agravado pela crise. Afinal, há muitas mais

pessoas no terreno à “caça”, o que já está a ter impactos na biodiver-sidade. A SPEA e as autoridades querem combater esta prática.

As redes e o visgo (uma espé-cie de cola artesanal, que faz com que as aves fiquem presas pelas penas) voltaram a «atacar» nos campos da região, sobretudo nos últimos dois anos, num fenóme-no atribuído por Domin-gos Leitão, coordenador do Programa Terrestre e dirigente da SPEA, ao aumento do desempre-go no país: «é um efeito da crise. Quem não tem trabalho procura aqui rendimento», admite.

A toutinegra-de-barrete, o

pisco-de-peito-ruivo, o pintas-silgo e o tentilhão são das aves mais afetadas. A maioria desti-na-se à venda para restaurantes e cafés, já mortos e depenados, para serem transformados em petiscos. Os outros são captura-dos vivos e comercializados como «pássaros de gaiola», segundo de-nuncia a SPEA, que juntamente

com a Rocha, LPN e Quercus acaba de lan-çar a campanha «Diga NÃO aos passarinhos na gaiola e no prato»

com o objetivo de colocar na or-dem do dia o tema da captura e venda ilegal de aves.

Segundo Domingos Leitão,

o estudo que foi realizado pela SPEA com o apoio da BirdLife International e de várias enti-dades nacionais, deixa perce-ber que «embora a captura de aves silvestres, não cinegéticas, para cativeiro ou consumo, seja uma prática ilegal, ela continua a ser feita recorrendo a arma-dilhas». A lei pressupõe a apli-cação de coimas para os casos de captura, abate ou cativeiro ilegal de aves, «mas os casos em que a lei é aplicada são ainda uma minoria face à realidade nacional e também pouco é fei-to no que diz respeito à sensi-bilização da população», lamen-ta o mesmo dirigente.

Autoridades afirmam que a crise económica aumenta atividade ilícita

Tentilhão é uma das espécies mais afetadas neste negócio ilegal

DR

Estudo confirmou receiosAinda assim, Domingos Leitão admite que o estudo agora rea-lizado só veio comprovar o que já se temia. «A captura ilegal em Portugal está ainda enraizada e é encarada em muitas re-

giões como algo normal e aceitável. Muitos desconhecem que é uma prática ilegal e outros acham que não serão apa-nhados», diz, acrescentando a legislação é confusa, pelo que com esta campanha pretende «tirar dúvidas às pes-soas, sensibilizar para o que é ou não permitido e o que po-

dem fazer sempre que se deparam com situações destas».A mesma fonte alerta que não ser proibida a venda de ar-

madilhas e redes para captura (mesmo que no anúncio seja explicado o fim da mesma), embora seja proibido usá-las para

capturar aves selvagens. «Trata-se de uma incoerência na lei, que devia motivar uma intervenção urgente do Ministério do Am-biente», remata Domingos Leitão.

Roberto Dores

Maioria destina-se à venda para restaurantes e cafés

“Comeres de Outono” no MontijoMAIS de trinta restaurantes do con-celho do Montijo associam-se à quin-zena gastronómica “Comeres de Ou-tono” que apresentam pratos ela-borados com produtos da região, entre 15 e 30 deste mês.

O objetivo da iniciativa, é dar a conhecer a gastronomia local, que ganhou notoriedade especial com o peixe grelhado, os legumes e a carne de porco.

Durante o evento, os restauran-tes aderentes são desafiados a criar um prato inovador com os produ-tos mais emblemáticos da região e que passará a fazer parte do novo receituário montijense.

A receita vencedora será eleita por um júri constituído por repre-sentantes da Câmara, da Confraria da Carne de Porco, entre outros ele-mentos.

Associação Académica do IPS entrega bens à CáritasA ASSOCIAÇÃO Académica do Ins-tituto Politécnico de Setúbal (AAIPS) entregou dia 10, à Cáritas de Setú-bal, os bens alimentares e outros pro-dutos recolhidos durante a semana de integração aos novos estudan-tes. O momento contou com a pre-sença de membros da AAIPS, dos presidentes da Cáritas de Setúbal, Eugénio Fonseca, e do IPS, Pedro Dominguinhos. Os bens foram en-tregues no Centro Social Nossa Se-nhora da Paz.

Bruno Fragueiro, representan-te da AAIPS, referiu que foi recolhi-da «uma boa quantidade» de pro-dutos, sendo que a atividade con-tribuiu também para «uma envol-vência da associação, do instituto e dos estudantes com a comunida-de», frisando ainda que «é impor-tante formar valores e os valores da solidariedade devem ser educados e ensinados aos novos estudantes».

Na opinião de Eugénio Fonse-

ca, este tipo de ações revela que «há jovens que têm sentido cívico, por isso ficamos muito satisfeitos quan-do os vemos entrar nestes dinamis-mos da solidariedade». Considera que esta atividade demonstra tam-bém que «os alunos e a comunida-de do IPS estão realmente motiva-dos para a dimensão cívica dos seus projetos de vida».

No IPS, além da missão de for-mar quadros altamente qualifica-dos «a educação, em termos de va-

lores, torna-se também uma meta relevante na nossa atuação do dia--a-dia e este é um exemplo organi-zado pelos estudantes», referiu Pe-dro Dominguinhos.

Para o presidente do IPS, estas iniciativas permitem aos estudan-tes alcançar «um crescimento em termos de valores e de integração na própria comunidade», revelan-do que «existem outras iniciativas pensadas, como a colaboração com o Banco Alimentar».

Eugénio Fonseca, estudantes e Pedro Dominguinhos

DR

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ATUAL

6 Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Pub.

Pavilhão do V. Setúbal já não vai ser vendido em hasta públicaA VENDA do pavilhão do V. Setúbal em leilão promovido pela Autorida-de Tributária, por dívida ao fisco na ordem dos 750 mil euros da SadiSe-túbal às finanças, foi cancelada. A informação foi prestada aos sócios pela atual direção, liderada por Fer-nando Oliveira, em comunicado pu-blicado no site do clube.

“Este desfecho, após várias di-ligências, sem grandes alaridos, permitirá que as modalidades des-portivas que utilizam aquele imó-vel continuem a desenvolver a sua atividade com a normalidade exi-gida, aliás, como sempre aconte-ceu até à presente data”, diz o co-municado.

A direção de Fernando Olivei-ra garante, igualmente, estar “to-talmente empenhada e a desenvol-ver esforços, com negociações já encetadas, para que seja possível no futuro recuperar o património do V. Setúbal, tendo a perfeita no-ção de que estes dossiers se reves-

tem de uma complexidade jurídi-ca assinalável e que o tratamento leviano com que alguns abordam esta matéria pode ‘deitar por ter-ra’ todos os esforços já envidados”.

O comunicado recorda que a “venda do pavilhão e do Lote 9 à Sadisetúbal, em que o mesmo se integra, ocorreu há cerca de 10 anos e foi consumada por anteriores

elencos diretivos, decisão a que a atual direção é/foi totalmente alheia”.

A direção esclarece ainda que o VFC “não é responsável pela dí-vida, para com a Autoridade Tri-butária, que esteve na origem da situação de venda do pavilhão An-toine Velge em leilão eletrónico”.

A direcção do V. Setúbal con-clui que foi “eleita e mandatada, de forma democrática, pelos seus só-cios para defender os superiores in-teresses do clube, tarefa que assu-me com total dedicação e empenho, podendo os associados confiar na forma como são conduzidos todos os assuntos relevantes para o futu-ro desta enorme Instituição”.

Recorde-se que um grupo de sócios, onde se incluía antigos dirigentes do clube, lançou uma petição pública para evitar a alien-ção do imóvel desportivo, ava-liado em um milhão e 73 mil eu-ros.

Em causa estava uma penhora das finanças de 750 euros em nome da SadiSetúbal

Pavilhão Antoine Velge é um dos ícones patrimoniais do clube sadino

DR

A LUXURY Real Estate vai comer-cializar a 3.ª Fase do Pestana Troia Eco-Resort & Residences, que con-ta com a construção de apenas 37 casas com diferentes tipologias e preços, todas com acesso pedonal à praia.

As casas têm preços que come-çam nos 250 mil euros. O empreen-dimento dispõe também de 41 lotes de moradias para construção “cha-ve na mão”. Localizado numa zona de Reserva Ecológica, este inovador Eco-resort foi projetado para uma construção em 5 fases e ao longo de 10 anos. Ao todo são 100 hectares de terreno e equipamentos de lazer e desporto.

Luxus comercializa 3.ª fase do Pestana Troia Eco-Resort & Residences

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8 Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

LOCAL

Grândola revive feira de Melides

Sesimbra lança livro de bióloga

MELIDES recebe, até domingo, a feira anual. As “Alcomonias” e os “Rebuçados de Pinhão”, dois do-ces típicos, o artesanato e o con-certo com Micaela, são as princi-pais atrações.

As “Alcomonias” são uma das especialidades mais procuradas no certame. O doce em forma de losango é confeccionado com fa-rinha torrada, açúcar/mel e pi-nhões. Melides é uma das duas freguesias do País onde ainda se produz este doce. Os visitantes podem encontrar artesanato do Alentejo e Algarve, frutos secos e saborear a gastronomia alente-jana acompanhada de vinho da região.

O LIVRO “Recursos Vivos da Cos-ta da Arrábida…”, da bióloga mari-nha Inês Sousa, vencedora do Pré-mio Científico Sesimbra 2012, é lan-çado este domingo, às 15h30, na For-taleza de Santiago. O prémio esti-mula o desenvolvimento de proje-tos científicos relevantes para a pre-servação, recuperação e divulgação do concelho.

DR

Fortaleza de Santiago

Promar apoia pescadores de Alcochete O PROGRAMA Operacional de Pesca, co-financiado pelo Fun-do Europeu das Pescas, aprovou, na totalidade, a candidatura apre-sentada pela Associação de Pes-cadores de Alcochete, no âmbi-to do eixo “Desenvolvimento Sus-tentável das Zonas de Pesca”.

Esta associação apresen-tou esta candidatura que, além de permitir a concretização de obras de requalificação da sede, vai também possibilitar a aqui-sição de uma embarcação, cujo principal objectivo é o trans-porte dos sócios da referida associação, da ponte-cais até às embarcações.

O AGRAVAMENTO dos proble-mas económico-sociais tem tido repercussões negativas nas ativi-dades económicas dos mercados municipais fixos, nas feiras e no comércio tradicional, verifican-do-se as crescentes dificuldades dos comerciantes em assumir os pagamentos das taxas de utiliza-ção, de ocupação dos espaços de venda e de ocupação do espaço público. Atenta a esta situação, o município aprovou, na última reu-nião, a proposta de alteração ao Regulamento de Taxas do Muni-cípio, a vigorar em Janeiro de 2015.

Esta alteração prevê a redução, em 50 por cento, do valor das taxas de ocupação de espaços públicos – esplanadas e toldos; a redução de 40 por cento, sobre o valor das ta-

xas de utilização das bancas dos mercados fixos; a redução de 30 por cento do valor das taxas de utiliza-ção das lojas existentes no interior dos mercados fixos ou com acesso

direto ao exterior; a redução de 20 por cento do valor das taxas de uti-lização dos lugares de venda nos mercados tradicionais, de venda ambulante e de agricultores.

CM

Mo

ita

Moita reduz taxas de ocupação dos espaços públicos dos comerciantes

Palmela abre sala para ensaiosA “SALA de Ensaio Cave”, no Cen-tro de Recursos para a Juventude de Pinhal Novo, abre este sábado, às 16 horas. O investimento da au-tarquia é de 20 mil euros. Está do-tada de bateria, mesa de mistura, aus-

cultadores e microfones para aco-lher projetos musicais de jovens mú-sicos e bandas.

O projeto contribui para a promoção e desenvolvimento de projetos musicais.

Cemitério já tem forno crematório

Setúbal já tem forno crematórioUM FORNO crematório já foi inau-gurado no cemitério novo. «A aber-tura deste complexo funerário re-presenta, para todos os setubalen-ses, um inegável progresso, evi-tando que tenham de se deslocar para fora do concelho em momen-tos particularmente difíceis e de grande dor», sublinhou a edil Ma-ria das Dores Meira, durante a ce-rimónia de inauguração.

Comerciantes queixaram-se ao município das dificuldades económicas

Município de Sines celebra 652 anos A CRIAÇÃO do município de Si-nes, por D. Pedro I, no dia 24 de novembro de 1362, é assinalada em novembro e dezembro com iniciativas promovidas pelas au-tarquias e pelas coletividades.Os atos protocolares das come-morações têm lugar no dia 24, Dia do Município, nos paços do con-celho. Às 10 horas realiza-se a ce-rimónia de hastear da bandeira, com a participação da fanfarra dos Bombeiros Voluntários e da filar-mónica da SMURSS e largada de pombos pela Sociedade Colum-bófila Vasco da Gama. A sessão solene da Assembleia Municipal Comemorativa do Dia do Muni-cípio está marcada para as 11 ho-ras, no salão nobre dos paços do concelho.

Barreiro celebra S. Martinho no mercado municipal

NO ÂMBITO da dinamização dos mercados municipais, o município do Barreiro promove, este sábado, a partir das 10h30, no mercado mu-nicipal 1.º de Maio, as comemora-ções do Dia de São Martinho. Além dos visitantes poderem ad-quirir os produtos frescos habi-tuais podem, ainda, usufruir do mercado como um espaço de con-vívio, encontro e de animação. Há música, canto coral, castanhas, água-pé, batata-doce e sopa ca-ramela para degustar.A partir das 10h30, e durante todo o dia, diversas iniciativas, promovidas pelo município, em colaboração com os concessionários, estão abertas à participação do público em geral.

Montijo celebrou Dia do Enoturismo MONTIJO festejou o Dia do Eno-turismo, no dia 8, no Museu de Atalaia. O jantar, com ementas à base de bacalhau e rosbife, con-fecionados por Arnaldo Gonçal-ves, foi acompanhado com vi-nhos de Pegões.

O edil Nuno Canta afirmou que o evento dinamizou um espaço onde foi feito um «grande investimen-to» e serviu para testou outras ini-ciativas «interessantes» para di-vulgar os valores da terra neste espaço.

“Operação Aconchego” apoia idosos em Alcácer do Sal A ANTIGA escola de Rio de Moi-nhos recebe este sábado, às 17h30, a 20.ª “Operação Aconchego”, da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias. Médicos e enfermeiros vão fazer rastreios de pressão arterial, glicémia, coleste-rol e diabetes, providenciando ain-da apoio psicológico e conselhos

sobre uma alimentação saudável.A ANAFS, criada em 1991, é uma

organização não-governamental para o desenvolvimento, compos-ta por voluntários tradicionalmen-te envolvidos em apoio a causas humanitárias.

O objetivo visa solucionar fra-gilidades e carências de idosos.

Santiago abre Museu da FarinhaO MUSEU da Farinha, em S. Do-mingos, é inaugurado este sába-do, pelas 15h30. A família Vilhena teve a ideia de reabrir a antiga moa-gem, convertida em museu, com o apoio do município e da União das Freguesias de S. Domingos e Vale de Água, para que a popula-ção possa ter acesso à história da vida passada da aldeia onde vi-

vem e, ao mesmo tempo, poder disponibilizar todas estas memó-rias aos visitantes para que co-nheçam a transformação que os cereais passavam até se transfor-marem em farinha. No mesmo edi-fício está instalado o projeto de turismo Casas da Moagem, um conceito diferente de promoção do turismo cultural.

“Escola em Mudança” no SeixalAS JORNADAS Escola em Mu-dança culminam este sábado, no Forum Cultural. Estão a ser debatidas, desde ontem, ques-tões como os métodos de ensi-no, novos projetos, o papel das famílias e do território, entre muitos outros.

Contam com a participação de representantes de escolas, ins-titutos e universidades locais e nacionais. A iniciativa é organi-zada pelo município e Centro de Formação de Associação de Es-colas do Concelho. O evento cul-mina às 18 horas.

Almada ganha menção honrosa em projeto mundial A APLICAÇÃO Almada Pedonal + Metro recebeu menção honrosa no Prémio de Mobilidade para Ci-dades Empreendedoras no Trans-porte Sustentável.O Mobiprize reconheceu o esfor-ço de promoção da mobilidade sustentável em Almada desenvol-

vido ao abrigo de campanhas com larga abrangência e participação e, em particular, a criação desta aplicação.É desenvolvida pela Agência Mu-nicipal de Energia, em parceria com o município, a MTS e a Edi-soft, e foi anunciada em Detroit.

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POLÍTICA

Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com 9

Deputados rosa’ pedem justificações ao Governo sobre redução em Setúbalde funcionários na Segurança Social

A Federação Distrital de Setúbal do PS e os deputados socia-listas eleitos pelo Círculo Elei-

toral de Setúbal manifestam pública solidariedade para com os trabalha-dores da Segurança Social, em parti-cular os 700 atingidos pelo anúncio do Governo de virem a ser colocados na inatividade, dos quais cerca de 100 são dos serviços distritais de Setúbal, alguns deles com 20 anos de serviço.

«É uma medida geradora de pro-funda instabilidade na vida destes funcionários públicos que se dedi-cam à causa pública, muitos já com uma longa carreira», sublinha a de-putada Eurídice Pereira, acrescen-tando que «tudo indica que estes tra-balhadores são colocados como in-disponíveis porque este Governo «tem vindo a desmantelar o Estado e a apos-tar no setor privado para gerir as ins-tituições, como é o caso do que já acon-teceu com a Galp, ANA e EGF».

O PS repudia esta medida e ma-

nifesta o seu firme propósito de de-sencadear iniciativas, nomeadamen-te uma «eventual audição ao minis-tro da tutela, para prestar esclareci-mentos aos deputados na Assembleia da República», com a finalidade de reverter esta situação que é social-mente «injusta, funcionalmente in-justificada e, por isso, prejudicial às necessidades das cidadãs e cidadãos e das famílias do nosso distrito. Esta situação é injustamente social e tem de ser reversível porque a Seguran-ça Social não tem excedentes».

«Não se conhecem as razões de substância que suportam tal medi-da, tanto mais que é do conhecimen-to geral da população as dificulda-des dos Serviços da Segurança So-cial em dar resposta às comunida-des da região, por falta de recursos humanos», conclui Eurídice Perei-ra, que antevê que o CATI de Setú-bal também possa, em breve, vir a ser gerido por privados.

O DEPUTADO do PSD, Bruno Vi-torino, manifestou o seu desagra-do pelas recentes declarações do presidente da Administração Re-gional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) sobre o aumen-to do vencimento dos médicos e dos medicamentos do Centro Hos-pitalar Barreiro/Montijo, no âm-bito do 5.º aniversário desta ins-tituição.

«Lamento que o presidente da ARS tenha aproveitado uma ini-ciativa pública que visava assina-lar o aniversário deste centro hos-pitalar para criticar determinadas situações, generalizando, dando a entender que os médicos ganham muito e mais que os seus colegas, e desvalorizando o que de bom foi feito nestes últimos anos», consi-dera.

Bruno Vitorino lembra que ape-sar de todas as dificuldades, os pro-fissionais do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo sempre cumpri-ram as suas obrigações com ele-vado grau de desempenho. «Cer-tas afirmações podem levar a que se crie situações desconfortáveis entre os médicos, ainda para mais proferidas pelo presidente da ARS. O que interessava era valorizar o trabalho de todos aqueles que con-tribuem para que este centro hos-pitalar continue a ser uma refe-rência na região», refere.

«Espera-se que o presidente da ARS seja um agente que resol-ve problemas e que motive os pro-fissionais, e não o contrário», acres-centa ainda Bruno Vitorino.

O deputado do PSD recorda que «aguardamos todos a conclu-são das obras exteriores do Cen-tro de Saúde de Santo António que, até há data, a ARS não conseguiu resolver. Sobre isto gostaríamos todos de ouvir o que presidente da ARS tem para nos dizer».

O PCP é contra a fusão da Carris, do Me-tro, da Trastejo e da Soflusa porque con-clui que estamos perante «grave decisão do governo para as populações». Nesse

sentido, a DORS do PCP apela aos utentes para «lutarem contra o processo de priva-tização do transporte público da Àrea Me-tropolitana de Lisboa.

Os autarcas do PSD Montijo rejeitaram a proposta da CDU para a criação da área de Reabilitação Urbana, por en-tenderem que os comunistas têm um

histórico de «degradação urbana com evidentes consequências na qualida-de de vida do Barreiro, Seixal, Moita, Setúbal e Palmela».

PCP diz não à fusão de empresas de transportes Autarcas do PSD Montijo acusam CDU

Pub.

Bruno Vitorino critica presidente da ARS

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10 Sábado • 15 novembro • www.semmaisjornal.com

CULTURA

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

Sombra, sombrinha, sombreiro, rede de ensom-bramento; sol-e-sombra

nas touradas. Sombra, assombro, ensombrar, assombrar, assom-bração. Sombra, sombrio, sombreado – a sensação de volume ou dimensão; a densi-dade do profundo; a profun-didade do que é denso – e nas pálpebras pomos «sombra» de cores variadas porque os olhos são a luz da alma e demasiada luz pode ofuscar.

Sombra, penumbra, negru-me, lusco-fusco, trevas, breu.

«Nem por sombras», «sem sombra de dúvida» - a dúvida interpõe-se entre a luz da cla-rividência e o negrume da ig-norância - a dúvida é uma asa, um corpo, um sopro.

«Ser uma sombra do que já se foi»; «estar à sombra»; «ter um lugar à sombra»; «viver à sombra de alguém»; «ser a som-bra de alguém» – paralelismos e declinações. Algumas pes-soas estão sempre na sombra e de lá não saem por indecisão, imposição ou inabilidade.

Câmara escura, película, revelações. Jogo ou teatro de sombras, recorte, forma, es-boço. A sombra é subtil ou so-nora; sonolenta ou sagaz; si-nuosa ou serpentilínea. A som-bra é segredo, mistério, medo. Sombra: o fresco, o resguar-do, oásis ou prisão. A sombra usa-nos, suga-nos, esgota-nos. A sombra repete-nos, ecoa--nos; a sombra esconde-se na sombra, no recanto, no rega-ço, na dobra, na folga. Toda a sombra é fria. E estéril?

Para Demócrito, «a pala-vra é a sombra da acção»; fa-zer e dizer opõem-se.

A sombra projecta-nos e projecta em nós jogos-de-luz--e-sombra; positivo e negati-vo; dicotomia, maniqueísmo. A sombra é o nosso duplo, a nossa duplicidade, o negro e o recôndito. «The dark side of the moon» - o lado que não vemos ou tememos ver. «Dr Jekyll e Mr. Hyde» - o médi-co-sol e o monstro-sombra; «O Retrato de Dorian Gray»: o retrato como sombra do mo-delo-luz. A rejeição, a ideia de reprovação: aquilo que afas-tamos, regressa em força. A sombra, de acordo com Jung, é o que encobrimos; aquilo que nos incomoda e, por isso, re-jeitamos. Em termos de psi-cologia analítica, para chegar-mos à individuação precisa-mos de aceitar e integrar es-ses espaços escuros e escon-sos; transmutar, fazer a pas-

sagem-integração do que re-pelimos – «A Sombra e o Mal», de Marie-Louise von Franz. Entes maléficos não têm som-bra porque são já a sombra de algo ou de alguém. A sombra supera-nos, surpreende-nos, engole-nos – um túnel-goela funda e escura – o engolimen-to com direito a um renascer.

A sombra e a suspeita; o medo ancestral das sombras – o que vemos nelas é o nos-so próprio medo reflectido. Projecções.

A sombra é sagrada, pro-fana, profanadora de tempos inteiros e de espaços intensos – a sombra agita-se com o ven-to, com o tempo, com o mo-vimento dos corpos, em unís-sono. Efeito de espelho, refle-xo. «Todos os amantes quan-do se amam voltam-se para a sua sombra e, ao enlaçá-la, es-magam-na», escreveu Pascal Quignard.

A sombra de cada um vive da luz de todos; a luz de cada um vive da sombra de todos – movimentos possíveis e previ-síveis. Privilégios. A sombra mi-na-nos ou ilumina-nos, de acor-do com a nossa luz interior. «Mas a sombra, o que é a sombra? É o que me socorre», assumiu Ma-ria Gabriela Llansol.

Na «Odisseia», foram as sombras dos seus corpos que traíram Ulisses e seus compa-nheiros perante o Ciclope. Em termos tradicionais, não se deve pisar a sombra de alguém nem deixar que a sombra de alguém nos toque ou tape. Pe-ter Pan e a sua sombra. Lucky Luke, o cowboy que dispara «mais rápido que a própria sombra».

«O Ladrão de Sombras», de Marc Levy; «A Sombra do Ven-to», de Carlos Ruiz Zafón; «O Homem sem Sombra», de An-tónio Torrado; «Histórias para ler à Sombra», colectânea.

Os mortos não têm som-bra. Hades é o Reino dos Sem--Sombra, como se a sombra fosse de algum modo um abri-go. Shakespeare, em «Macbe-th», define a vida como: «ape-nas uma sombra que passa (…) uma história contada por um louco, cheia de ruído e furor e que nada significa.» Para Pla-tão, as sombras são a vida-tal--como-a-conhecemos mas não serão vida e morte a luz e a sombra de uma mesma lua? «Contudo se não te orienta / O lema: «Transforma-te mor-rendo!» / Não passarás de som-bra cinzenta / Na terra onde te vais mantendo» - assim fa-lou Goethe.

Sombra

Beatriz Lima, uma das mais jovens escritoras portu-guesas, hoje com 17 anos

e dois livros publicados, parti-cipou em Outubro no Seminário “Social Entrepeneurs for Mediter-ranean Communities”, que teve lugar em Palermo, Itália, e cujo objetivo foi encorajar o empreen-dedorismo social nos jovens. No seguimento deste evento, Beatriz Lima foi convidada para fazer um estágio de voluntariado de um ano no Líbano, numa ONG que apoia refugiados sírios.

A jovem escritora do Montijo, que se inscreveu para aquele se-minário e que acabou por ser se-lecionada, confessa que «foi uma experiência inesquecível. Trago comigo novos conhecimentos, no-vas culturas e novas pessoas». So-bre o estágio que irá cumprir no Líbano, considera que «é uma opor-tunidade única e um desafio en-tusiasmante». «Gosto de ajudar os outros. Neste momento faço vo-luntariado, uma vez por semana, no Montijo, distribuindo refeições a famílias carenciadas».

O seminário foi promovido no âmbito do programa “Juventude em Ação”, da Comunidade Euro-peia e incluiu 26 jovens oriundos de Itália, Letónia, Malta, Polónia,

Eslovénia, Espanha, Reino Unido, Algéria, Egito, Líbano, Palestina, Tunísia e Israel.

Além da presença neste even-to, a autora de “Anjo de Cristal” e “Dependo de ti”, fez ainda parte de um intercâmbio de jovens desen-volvido pela União Europeia, su-bordinado ao tema “Think Demo-cracy”, que aconteceu no final do ano passado em Podzamcze, na Polónia.

Já a trabalhar no seu terceiro livro, Beatriz Lima afirma que a sua atividade como escritora tem sido «uma viagem incrível, reple-ta de momentos inesquecíveis». «Tive oportunidade de concreti-zar os meus sonhos, conheci pes-

soas novas e novos lugares, apren-di imenso e criei histórias fantás-ticas. Acima de tudo, cresci. Guar-darei esta viagem e as pessoas que fizeram parte dela para sempre no meu coração». Além disso, está a preparar aulas para uma ofici-na de escrita criativa, que irá ini-ciar como professora em Março de 2015.

A mais jovem aposta da Al-phabetum Edições Literárias as-sume-se assim como uma ado-lescente de personalidade forte que, além de ter a escrita como uma grande paixão, prossegue os estudos, gosta de viajar e é inte-ressada em questões sociais a ní-vel internacional.

Beatriz Lima convidada para fazer estágio de voluntariado no Líbano

Autora de duas obras aventura-se em projetos internacionais

O ciclo de Recitais de Outono na Igreja de Santiago, no castelo de Palmela, continua este domingo, às 18 horas, com a Orquestra Nova de Guitarras. Criado em março de 2006 e sediado em Pinhal Novo, este

projeto surgiu como um grupo composto apenas por instrumentos da família da guitarra, com o objetivo de promover a cultura musical através do estudo da música e da realização de concertos.

Orquestra Nova de Guitarras atua na Igreja de Santiago

António Luís

José Cid dá concerto em Setúbal em dezembroJOSÉ Cid atua no Fórum Munici-pal Luísa Todi, em Setúbal, a 21 de dezembro, data agendada na se-quência do cancelamento, por ra-zões de saúde do artista, do con-certo programado para 7 de no-vembro.

No espetáculo “José Cid – Voz e Piano”, com início às 21h30, o cantor e compositor interpreta te-

mas que ficaram famosos ao lon-go da carreira, como “A Rosa que te dei”, “Na Cabana junto à Praia”, “20 Anos”, “Ontem, Hoje e Ama-nhã”, “Cai a Neve em Nova Iorque” e “A minha Música”.

José Cid percorre também can-ções mais recentes do reportório, como “Louco Amor” e “Mais um Dia”, num concerto que conta com

a participação especial do fadista João Ferreira Rosa.

O concerto, que estava ini-cialmente agendado para 7 de novembro, foi adiado devido a doença do cantor, diagnostica-do com faringite aguda. Os bi-lhetes adquiridos para esta data são válidos para o espetáculo de dezembro.

Os espetadores que não este-jam interessados em assistir ao concerto a 21 de dezembro podem solicitar a devolução do valor do bilhete, presencialmente, na bilhe-teira do Fórum Municipal Luísa Todi.

Os restantes bilhetes para o es-petáculo de José Cid, com o valor de 15 euros, encontram-se à ven-da no Fórum Luísa Todi e em www.bilheteiraonline.pt.

A jovem escritora Beatriz Lima gosta de ajudar os mais desfavorecidos

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Cartaz...

Ofertas Semmais - Inscreva-se já!

Convites para Mostra de Teatro de AlmadaTemos convites para oferecer aos nossos leitores para assistirem aos espetáculos da 18.ª Mostra de Teatro de Almada, que se realiza de 7 a 23 de Novembro, em vários palcos do concelho de Almada. Para se habilitarem aos convites basta ligar 918 047 918 ou enviar um email para: [email protected].

Os “Um Zero Azul, banda pop-rock do Pinhal Novo, dão a conhecer o álbum “Uza”, um disco produzido por João Martins, que conta com a colaboração de Tim, vocalista dos Xutos & Pontapés, no tema “Quem não quer ver?”. Já ganhou o Prémio de Melhor Banda do Concelho de Palmela.Auditório do Pinhal Novo, 21 horas.

Rita Guerra canta no BarreiroO ESPETÁCULO de Rita Guerra, in-titulado “Uma noite no Barreiro”, está agendado para o dia 12 de dezem-bro, pelas 21h30, no auditório mu-nicipal Augusto Cabrita. Neste con-certo acústico, Rita Guerra (Voz e Piano) estará acompanhada pelos músicos Gonçalo Santuns (Percus-são) e Pedro Pinto (Contrabaixo).

Uma das cantoras portuguesas mais populares volta a surpreen-der com este novo espetáculo. Ten-

do por base o sucesso do seu últi-mo disco “Volta”, irá revisitar al-guns dos grandes temas da sua car-reira, num renovado e inédito es-petáculo intimista.

Além dos maiores êxitos de 30 anos de carreira da cantora e ago-ra compositora, o público terá a oportunidade de ouvir as histórias e as canções que sempre a acom-panharam na sua carreira feita de tantos êxitos.

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“Casa dos Ventos” encerra Festa da Marioneta A PROGRAMAÇÃO “Festa da Ma-rioneta 2014” encerra, no conce-lho de Palmela, este sábado, com o espetáculo “Casa dos Ventos”. A companhia Teatro e Marione-tas de Mandrágora apresenta esta produção para maiores de quatro

anos no Cineteatro S. João, em Pal-mela, às 16 horas.

Duas personagens – Alba e Ma-ria – atravessam uma grande ci-dade com um moinho de vento às costas, em busca de uma colina que as acolha. Mas a cidade «res-

pira, oprime e fascina». Uma me-táfora para a forma como tenta-mos manter a nossa forma de es-tar, «espaço de afetos e emoções num mundo em transformação». As entradas têm o valor simbóli-co de um euro.

Teatro e dança para a famíliaA Artemrede – Teatro Asso-ciados apresenta o espetáculo de teatro e dança “Sopa de Jerimu”, pela Circulando. Tra-ta-se de um espetáculo para toda a família, com a duração de 50 minutos e a lotação máxima de 70 espetadores. O preço dos bilhetes é de 1,84 euros, para menores de 12 anos, e 3,05 euros, para maiores de 12 anos.Fórum Cultural da B. da Banheira, Moita, 16 horas.

Luís Sequeira dá concerto solidárioLuís Sequeira sobe ao palco montijense vindo diretamente do horário nobre da RTP para dar um concerto solidário de tributo ao Montijo, cujas receitas revertem a favor

de uma instituição de solidariedade social do concelho. A abertura está a cargo dos We Can Dance Crew. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 21h30.

Gala de ópera Árias, duetos e tercetos dos compositores Vin-cenzo Bellini, Giuseppe Verdi e Gaetano Doni-zetti são interpretados na “Gala de Ópera – Bel Canto Italiano”. Bárbara Barradas (soprano), Carlos Cardoso (tenor), e André Marques (baixo), são as vozes em palco. Forum Luísa Todi, Setubal, 21h30.

Joana presta tributo ao mestre Rocha

A fadista ribatejana Joana Amen-doeira vai a Santiago do Cacém dar

um concerto onde relembrará temas do seu mais recente álbum “Amor

Mais Perfeito” (2012), um tributo especial ao seu grande mestre, José Fontes Rocha, um dos maiores gui-

tarristas/compositores de fado. Auditório Padre António Macedo,

V. N. S. André, 22 horas.

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inta

CD s de música portuguesaDisco do Ano 2014/15, “Sou um homem feliz” (Leandro) e “Dream” (FRAN) são os CD´s que temos para oferecer aos leitores que nos ligarem para o 918 047 918 ou enviarem um email para: [email protected]. Não enviamos os discos por correio. Têm de ser levantados nas nossas instalações, em Setúbal.

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Um Zero Azul dá concerto

no Pinhal Novo

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DESPORTO 104.º ANIVERSÁRIO VITÓRIA DE SETÚBAL

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Clube sadino assinala mais um aniversário na busca de melhores dias

104 Anos de uma história “enorme” de um clube que orgulha a região

O Vitória assinala na próxima quinta-feira, dia 20, o 104.º aniver-

sário com um jantar come-morativo e a inauguração de uma exposição com fotos de Américo Ribeiro.

104 anos de história com muitos altos e baixos, mas com conquistas que orgulham os adeptos e os setubalenses, apesar de o clube nunca se ter assumido como o grande em-

blema da região pese embo-ra o palmarés bem diferente e mais rico que de todos os outros clubes do distrito.

As conquistas aquém e além-fronteiras começaram logo no princípio da história. Em meia dúzia de anos, a equi-pa de futebol do Vitória ven-ce o Campeonato Regional de 2.ªs categorias em 1916/17 e, sete anos depois, sagra-se Campeã de Lisboa batendo equipas como o Benfica, o Sporting ou o Belenenses.

A sala de troféus repleta de conquistas em várias mo-dalidades, com especial des-taque para o futebol, é o es-pelho de um clube eclético que orgulha a massa associa-tiva conhecida como uma das mais aguerridas e exigentes do futebol nacional.

A conquista de três Taças

de Portugal (em 64/65, 66/67 e 2004/2005) onde foi fina-lista por oito vezes e a con-quista da primeira Taça da Liga são os pontos altos de uma história que é contada também pelas presenças nas competições europeias, no-meadamente na Taça das Ta-ças, na Taça das Cidades com Feira e na Taça Uefa, onde che-gou aos quartos-de-final.

Nos últimos anos os re-sultados estão longe dos con-seguidos nos tempos áureos, numa altura em que no Bon-fim alinhavam alguns dos me-lhores jogadores nacionais. Matine, Tomé, Carlos Cardo-so, José Maria, Conceição e Vítor Batista ao lado de “JJ” continuam a ser motivo de orgulho ponto de referência para os mais novos, sejam adeptos ou atletas. Clube emblemático da região comemora mais um aniversário

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Conquistas para além do futebolDESDE a sua génese que o Vi-tória se apresentou como um clube eclético. A roda de bici-cleta, no símbolo do clube, de-monstra que o Vitória não era só o futebol. As secções de tiro, natação, ciclismo e corridas, no início do historial sadino criaram as bases para que as modalidades ditas amadoras sejam, ainda hoje, fonte de ocu-pação para centenas de jovens.

Para além do futebol, ou-tras modalidades ajudaram a rechear a sala de troféus do clube. Atualmente as secções de ginástica, ténis de mesa, an-debol, atletismo, aikido e judo movimentam centenas de atle-tas que a nível nacional e in-ternacional se assumem não só como esperanças, mas como verdadeiras promessas do desporto.

Precisamente na semana que antecede o 104º aniver-sário do clube, alguns jovens atletas dão provas além fron-teiras de que as modalidades amadoras “respiram saúde”. Em Daytona Beach, entre quin-ta e domingo, Catarina Lopes, Inês Moreira, Maria Correia e Rui Domingos competem no Campeonato do Mundo por idades nas especialidades de tumbling e trampolim. Os ex-celentes resultados a nível na-cional, com a conquista de vá-rios títulos permitiram aos jo-vens ginastas do Bonfim con-quistar o passaporte para esta importante competição.

No atletismo, após alguns anos de interregno da secção da modalidade, o Vitória vol-tou em força. Em pouco mais de três anos, um grupo de jo-vens atletas orientado por Fer-nando Ferreira colocou o em-blema sadino de regresso às grandes competições regio-nais e nacionais. No Verão, em Angola, como corolário do tra-balho levado a cabo Rita Ri-beiro conquistou duas meda-lhas de ouro nos Campeona-tos da CPLP. O ponto alto da época para o conjunto de atle-tas que conquistaram vários títulos nacionais.

Também no judo os resul-tados aparecem com frequên-cia. Os bons resultados obti-dos pelo judoca João Marti-nho são o exemplo disso mes-mo. O atleta qualificou-se para os campeonatos da Europa e do Mundo esta época. Tam-bém Patrícia Matias é um dos motivos de orgulho do clube com uma medalha de prata conquistada nos jogos da CPLP, em Angola.

Depois do aniversário há TaçaSÃO OS TROFÉUS mais apreciados na sala de tro-féus Josué Monteiro: as Ta-ças de Portugal conquista-das nas épocas de 64/65, 66/67 e 2004/2005. Uma competição onde o clube foi finalista quase uma dezena de vezes e onde mantém sempre viva a ambição de ir mais além.

Na presente época o per-curso ainda vai curto, apenas um confronto frente ao Arou-ca, em casa, com um triunfo pela margem mínima.

A Taça é sempre uma competição onde o Vitória

ambiciona chegar o mais longe possível, e se possível vencer.

O próximo adversário milita num escalão inferior, mas é um histórico e a tare-fa pode não ser facilitada. O Oriental de Lisboa eliminou na última ronda o Olhanen-se, por quatro bolas a duas, e conta no plantel com o ter-ceiro melhor marcador da competição até à data.

Em tempo de aniversá-rio os sócios e simpatizan-tes do clube esperam de pre-sente a passagem aos oita-vos de final.

“Para além da Glória – entre o Troféu e a Imagem”

A EXPOSIÇÃO “Para além da Glória – entre o Troféu e a Ima-gem” recupera, em dia de ani-versário, as memórias dos es-pólios de Américo Ribeiro e do Vitória Futebol Clube.

São mais de duas dezenas de imagens do Arquivo Foto-gráfico Municipal Américo Ri-beiro que contam a história do clube e das suas conquis-tas entre os anos 40 e 70 da história do clube, mostrando também alguns dos momen-tos de desilusão que marca-

ram a memória do clube.Vai ser possível recordar,

através da objetiva de Amé-rico Ribeiro, momentos como a manifestação popular na Praça de Bocage quando o Vi-tória desceu de divisão, em 1951, a abertura do pote mea-lheiro pró-estádio do Bonfim, de 1953, e a inauguração do recinto desportivo, em 1962.

A exposição “Para além da Glória – entre o Troféu e a Ima-gem” está patente até 14 de ja-neiro na Casa Bocage.

É a história de glória de um dos grandes do futebol nacional. Um clube que é também o mais importante a sul do Tejo.

Marta David

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NEGÓCIOS

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A José Maria da Fonseca associou-se à Santini para lançar um sorbet de Alambre Moscatel de Setúbal. O mestre Eduardo Santini, herdeiro do segredo

da receita Santini transmitida de geração em geração, transforma agora o Alambre Moscatel de Setúbal da JM F num sabor único de gelado.

Três vinhos Quinta do Piloto foram a esco-lha no almoço oferecido à Rainha Letizia de Espanha pela 1.ª Dama de Portugal, Maria Cavaco Silva, para encerrar o II Encontro

Ibero-Americano de Doenças Raras na Moi-ta. Piloto Collection Roxo, Piloto Reserva Tin-to e o Moscatel de Setúbal Colecção da Fa-mília foram os vinhos selecionados

Gelado de moscatel de Setúbal da JMF Vinhos Quinta do Piloto no almoço de Letizia

Lusitana Seguros ganha força em parceria com a SETSEGUROS

OS RESPONSÁVEIS da Lusitana Seguros estão muito otimistas com a nova loja de Setúbal, inaugura-da esta quinta-feira, numa «par-ceria de qualidade», com a SET-SEGUROS, empresa com larga tra-dição no mercado e liderada por mediadores muito experientes.

O presidente da comissão exe-cutiva da seguradora, Fernando Nogueira, disse ao Semmais tra-tar-se de uma união que veio na surge na hora certa e que aposta na criação de «uma rede altamen-te especializada, com profissio-nais experientes e reconhecidos no mercado». Premissas que se-rão garantia da prestação de um

serviço que é «cada vez mais exi-gente e que obriga a uma perma-nente atualização, conhecimento dos produtos e proximidade», acrescenta o responsável.

Fernando Nogueira, que es-pera ter implantado no terreno até ao final do ano cerca de cem lojas em todo o país, afirma que nestas parcerias a Lusitana pre-tende garantir agentes que «res-peitem os princípios e os valores do Grupo Montepio (proprietá-rio da companhia de seguros), cuja associação mutualista é a maior do país e uma das maiores da Eu-ropa». Este crescimento passa também pela região onde, para

além da loja de Setúbal sob e ges-tão da SETGUROS, foi também inaugurada uma nova agência em Alcácer do Sal.

«Queremos estar à altura das exigências atuais do mercado e de cada um dos nossos clientes, seja empresa ou particular. O essen-cial é prestarmos um serviço de qualidade e sabermos responder de forma ágil e rápida, na gestão

de cada produto ou sinistro, pe-rante os nossos clientes», refor-çou o líder da Lusitana Seguros.

Balcão de referência no negó-cio de particulares e da cidade

Confiança é também a palavra de ordem junto dos mediadores responsáveis pela nova loja, situa-da na Avenida Bento Gonçalves, em Setúbal, na vizinhança da Loja do Cidadão. «Esta abertura é o re-

sultado de uma relação de con-fiança da nossa empresa com a Lu-sitana Seguros, que explorava este espaço diretamente, e estamos em-penhados em fazer deste balcão uma referência no negócio de par-ticulares e da cidade de Setúbal», afirmou ao Semmais Vítor Silva, um dos sócios-gerentes da SET-SEGUROS.

No mercado dos seguros des-de 1998, a empresa é gerida por pro-fissionais com 20 e 30 anos de ex-periência acumulada, o que ofere-ce, segundo Vítor Silva, «uma ga-rantia de qualidade e de proximi-dade com cada um dos clientes».

Os responsáveis da SETSEGU-ROS apostam para esta estratégia «num serviço muito personaliza-do, notoriedade da marca e mui-to respeito pelo cliente», estando sempre disponíveis para acorrer às cada vez maiores exigências do mercado.

A marca conta com uma nova loja em Setúbal e aposta na experiência da SETSEGUROS, no mercado desde 1997. Os novos mediadores querem que a agência seja uma referência na cidade sadina.

Nova associação empresarial nasce em Setúbal para a inovaçãoA Associação Portuguesa

para a Inovação e Desen-volvimento (IDSET) acaba

de nascer em Setúbal. A IDSET, uma associação empresarial, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, pretende prestar apoio a empresas e empresários de todos os sectores de atividade, promovendo a colaboração, a concertação e a parceria entre

os diversos agentes, de modo a tornar as regiões mais competi-tivas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeco-nómico do país.

Sedeada em Setúbal, a ID-SET nasceu da vontade de apoiar empresários da região e do país a ultrapassar os va-riados desafios que se colocam diariamente, desenvolvendo

projetos dinamizadores, cria-tivos e inovadores.

A IDSET é constituída por uma equipa multidisciplinar, motivada, inovadora e orien-tada para resultados e objeti-vos, empenhada em prestar serviços de reconhecido valor para os seus associados e em-presas, contribuindo para o crescimento da região e do país.

Conta nos seus órgãos so-ciais com Ângelo Batista, Ma-nuela Cunha, Raquel Doura-dinho, Tiago Oliveira, Ana Ro-cha, Filomena Cunha, Ana Mi-neiro, Veronique Gaspar e Cár-men Caetano.

Conta ainda e também com a participação de empresários, de entidades regionais e na-cionais.

Repsol vai formar 50 novos técnicos para unidades industriaisA REPSOL e o IEFP - Centro de Emprego e Formação Profissional do Alentejo Litoral deram início, no dia 7, em Sines, a um novo cur-so de formação profissional de Téc-nicos de Operação para Unidades Industriais.

Este curso, que vai já na 4.ª edi-ção, conta com a participação de 50 alunos que procuram adquirir com-petências para trabalhar e desen-volver a sua carreira profissional como operadores. Desde o início desta parceria, a Repsol já formou 150 operadores que hoje se encon-tram a trabalhar em unidades in-dustriais do país e no estrangeiro.

Além das aulas teóricas, os alu-nos terão a oportunidade de assis-tir a aulas práticas nas várias áreas do Complexo Petroquímico.

O curso tem a duração de 1 240 horas e espelha a aposta da Rep-sol na formação das pessoas e o seu compromisso social para com as comunidades, contribuindo para o desenvolvimento económico e para o progresso social das áreas onde atua.

Esta iniciativa é particularmen-te relevante devido à elevada taxa de desemprego que se regista nesta zona alentejana.

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INAUGURAÇÃO ALEGRO

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110 milhões e 20 meses depois Alegro abre as portasaos setubalensesVINTE meses após o início do pro-jeto o Centro Comercial Alegro, em Setúbal, abriu as portas tor-nando-se o primeiro grande cen-tro comercial da capital de distri-to e o único a ser inaugurado no espaço de dois anos e meio a ní-vel nacional.

Dotado de uma forte compo-nente digital e inovadora e apos-tando fortemente nas áreas do la-zer e entretenimento, o novo es-paço comercial representou um investimento de cento e dez mi-lhões de euros por parte do gru-po Immochan.

«Dentro do orçamento e den-tro do prazo» foi assim que Mário Costa, diretor-geral da Immochan Portugal, qualificou o progresso da obra.

O Alegro de Setúbal aposta for-te nas novas tecnologias e, simul-

taneamente, investe em ambien-tes temáticos inspirados na Serra da Arrábida e no rio Sado, fazen-do a relação entre a tradição e a modernidade. Os espaços amplos e com bastante luz natural convi-dam a uma visita por parte dos se-tubalenses e não só, sendo que um dos objetivos será o de conquis-tar o público que, até agora, pro-curava outros centros comerciais a norte de Setúbal. O novo espa-ço comercial passa a ser o único, desta dimensão, entre Lisboa e o Algarve e Mário Costa acredita que «terá a capacidade de conquistar e atrair investimento e desenvol-vimento para a cidade».

Na cerimónia de inauguração, em que marcou presença o minis-tro da economia, António Pires de Lima, foram valorizados os aspe-tos da requalificação urbanística

e ambiental proporcionados pela nova unidade comercial, que se traduziram em novas acessibili-dades rodoviárias e espaços de la-zer e recreio.

Com mais de uma centena de lojas, o Alegro Setúbal apresenta um conceito inovador na área da restauração, onde se contam quin-ze restaurantes, quer no mobiliá-rio quer nos diferentes ambientes temáticos apresentados. Desde as mesas que permitem “navegar” e que são verdadeiros tablets gigan-tes até ao espaço considerado ba-by-friendly vocacionado para fa-mílias com crianças pequenas, todo o design e produção é nacional, numa clara aposta nos recursos internos que permitiram a uma dezena de indústrias nacionais de-senvolver um conjunto de produ-tos exclusivos.

Primeiros dias foram de autêntica romaria

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Triunfo sobre o ceticismo«A mais importante conquista al-cançada por este novo espaço co-mercial setubalense é a vitória sobre o ceticismo». Foi desta for-ma que a presidente da câmara de Setúbal, Maria das Dores Mei-ra, qualificou a abertura do Ale-gro referindo que esta é também uma forma de «devolver aos se-

tubalenses a vontade de acredi-tar que é possível fazer mais e me-lhor pela cidade». Uma cidade que fica a ganhar com o investimen-to realizado, conforme referiu Pi-res de Lima, ao dizer que «o Ale-gro Setúbal traz melhorias assi-naláveis para Setúbal e para os setubalenses».

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INAUGURAÇÃO ALEGRO

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MultiOpticas com nova loja no AlegroA MULTIOPTICAS, líder em ser-viços óticos, abriu na quarta-fei-ra a sua terceira loja em Setúbal, desta vez no tão aguardado Cen-tro Comercial Alegro, que veio criar 7 novos postos de trabalho. No novo espaço é disponibilizada à população uma vasta gama de pro-dutos exclusivos e inovadores, bem como exames visuais gratuitos com os melhores profissionais de optometria.

Os proprietários Brígida Al-meida e Carlos Pita, profissionais com mais de 30 anos de experiên-cia no setor da ótica, detentores de outras duas lojas MultiOptio-cas na cidade, continuam a apos-tar na região de Setúbal.

O empresário Carlos Pita, que revelou que agora, com o apoio dos filhos, passa a gerir 5 lojas no dis-trito - três em Setúbal, uma em Si-nes e outra em Grândola -, subli-nhando que os filhos Sónia e João, e os funcionários são formados em

várias áreas da ótica. No total, o ca-sal Carlos Pita e Brígida Almeida já deram emprego a 32 pessoas. «Servir bem, com preços para to-

das as bolsas e simpatia» parece ser o segredo do sucesso do negó-cio de Carlos Pita, que trabalha no ramo da ótica há 56 anos.

Brígida Almeida mostrou-se «muito feliz» com a abertura da nova loja, onde estão disponíveis diver-sas promoções e descontos, com especial destaque para a campanha dos óculos graduados: “Compre 3 pague 1”. «É um espaço que vai fa-zer sucesso», afirmou, convicta. «Tra-balho, simpatia e um atendimento personalizado» são as palavras de ordem de toda a equipa da loja, com experiência e especializada.

Já Susana Cruz, res-ponsável pela rede de franchising da MultiOpticas, que deposita «excelentes» expetativas para o novo espaço. «Há muito tem-po que Setúbal merecia um espa-ço comercial desta natureza. Con-seguimos uma loja com as dimen-sões certas para servir bem a po-pulação. Temos uma oferta muito alargada de produtos e acredita-mos que os clientes vão achar in-teressantes as nossas ofertas e cam-

panhas», sublinhou, acrescentan-do que a loja do shopping Alegro «irá atrair outro tipo de clientes mas vamos manter a mesma clientela que temos na baixa de Setúbal e no Monte Belo, porque esses espaços irão continuar abertos».

Na cerimónia de inauguração não poderiam faltar os carismáti-cos manos Guedes, que tiraram mui-

tas fotos com os clientes. O modelo Pedro Gue-

des mostrou-se «muito satisfeito» com o novo es-paço da MultiOpticas no

Alegro de Setúbal. «Está fantástico. O novo conceito das lojas MultiOp-ticas, um pouco mais intimista e com grande proximidade ao cliente, é di-ferente das outras marcas e mais inovador», sublinha, acrescentan-do que já trabalha com a MultiOp-ticas há 9 anos, uma parceria que rotula de «muito familiar e fantás-tica». E conclui: «Tenho sido muito bem tratado na MultiOpticas».

Empresa, liderada pela família Pita, animada com a nova unidade e optimista com esta aventura na grande superfície

O conhecido setubalense Carlos Pita não escondeu emoção em dia especial

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«Setúbal já merecia um espaço desta natureza»

Cabovisão abre espaço no Jumbo de Setúbal A CABOVISÃO, o segundo maior operador de rede por cabo em Por-tugal, com sede principal no con-celho de Palmela, inaugurou na passada quarta-feira, a sua nova loja no renovado Jumbo de Setú-bal. O investimento, superior a 50 mil euros, veio criar 8 novos pos-tos de trabalho.

Na cerimónia marcaram pre-sença João Zúquete da Silva, di-retor-geral da Cabovisão, e Pedro Maciel, o diretor de Marketing e Vendas da Cabovisão. A animar a festa estiveram os atores da te-lenovela da SIC “Mar Salgado”, com grande parte das filma-gens a decorrer em Se-túbal, Maria João Abreu e João Ricardo, que po-saram para a fotografia junto aos clientes.

Serviço de Triagem, centro de experimentação - para um melhor contato do cliente com a ‘revolu-cionária’ ONEBOX - e dois balcões de atendimento ao cliente, para apoio técnico, pagamento de fa-turas e adesão de novos clientes, são os pontos fortes da nova loja da Cabovisão do Jumbo de Setú-bal.

João Zúquete Silva deposita boas expetativas na nova loja da empresa, dado que «faz todo o sen-tido centralizar os serviços num grande espaço comercial, com grande movimentação de pessoas,

como é o Jumbo de Setúbal, que com a abertura do Alegro foi todo remodelado».

Na sua opinião, a população só tem a ganhar com a adesão à Cabovisão. «Desenvolvemos uma grande política de proximidade e, do ponto de vista competitivo, dis-pomos de preços que são mais in-teressantes do que a concorrên-cia, e com a mesma qualidade».

Já Pedro Maciel revelou que a Cabovisão tem uma forte implan-tação na zona de Setúbal e que tudo fará para proporcionar um servi-ço de qualidade ao cliente. «Já tí-

nhamos uma loja em Aranguês, que depois será encerrada. Nesta loja do Jumbo, com mais conforto, passa a haver um contato com o clien-

te com uma maior permanência, com um horário mais alargado e aos fins-de-semanas».

Com lojas em Almada, Moi-ta, Barreiro, Seixal e Sines, a Ca-bovisão tem vindo a apostar na melhoria dos seus serviços, ten-do investido, nos últimos sete anos, cerca de 170 milhões de eu-ros em tecnologia. Tem atual-mente 905 mil casas cabladas em mais de 60 municípios. «Na zona de Setúbal a Cabovisão detém uma taxa de penetração de cer-ca de 27 por cento, cerca de 120 mil portas e 32 mil clientes. São

números bastante interessantes», conclui Pedro Maciel.

Em termos de promoções, Pe-dro Maciel destacou uma cam-panha para novos e atuais clien-tes. «Caso os novos clientes ad-quiram os nossos pacotes Triple Play, terão direito a três mensa-lidades grátis ou a uma Tablet. Os atuais clientes terão direito à ofer-ta de conteúdos durante alguns meses», revelou.

A segunda maior operadora de rede por cabo em Portugal investiu 50 mil euros e criou oito postos de trabalho

Atores da novela “Mar Salgada”, gravado em Setúbal, marcaram presença

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«Preços mais interessantes que a concorrência»

Operadora na vanguarda das novidades O lançamento da primeira ofer-ta Triple Play sem fidelização no mercado nacional, em Mar-ço de 2014, materializa o novo posicionamento da empresa e vem dar continuidade a uma estratégia de inovação que, des-de há muito, tem vindo a ca-raterizar a atividade da Cabo-visão. Recorde-se que a em-presa foi o primeiro operador de cabo em Portugal com ofer-tas Triple Play, tendo sido igual-mente pioneira a disponibili-zar velocidades de banda lar-ga de 2, 4, 16 e 30 megas.

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Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com 17

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DOSSIER AUTARQUIAS

18 Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Municípios do Distrito de SetúbalInformação contabilística e a análise orçamental, económica e financeira

A estrutura do sistema portu-guês de Contabilidade Pública assenta, atualmente, na arti-culação de três sistemas

contabilísticos, a contabilidade orça-mental, patrimonial e analítica, com base num plano de contas geral, o Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) e, em quatro planos setoriais, onde destacamos o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL).

Dando cumprimento ao previs-to no POCP e planos setoriais, a ar-ticulação dos três sistemas contabi-lísticos é a base do sistema de infor-mação público devendo permitir, para além do controlo do cumpri-mento da legalidade, a análise e ava-liação das decisões tomadas e apoiar as decisões futuras. Assim, a imple-mentação dos planos e sistemas con-tabilísticos revela-se de extrema im-portância para o cumprimento dos objectivos da Contabilidade Públi-ca.

De aplicação obrigatória a todas as autarquias locais e entidades equi-paradas, o Plano Oficial de Contabi-lidade das Autarquias Locais, apro-vado pelo Decreto-Lei nº 54 – A/99, de 22 de Fevereiro, deve permitir, en-tre outros, a obtenção de indicado-res de natureza orçamental, patri-monial e de custos.

Um dos estudos de referência so-bre o desempenho das Autarquias Locais, efetuado a nível nacional e a partir de indicadores calculados com base na informação contabilística, é o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses (AFMP). Este anuário apresenta uma análise detalhada do desempenho orçamental e patrimo-

nial dos municípios, sintetizando a avaliação do seu desempenho atra-vés de uma análise de diversos indi-cadores tendo por base a prestação de contas anual de cada município português. A última versão disponí-vel e editada em 2014 diz respeito ao AFMP referente ao exercício econó-mico de 2013.

A análise às contas dos municí-pios feita no AFMP é apresentada numa perspetiva nacional, identifi-cando, através de rankings, os maio-res/melhores e menores/piores mu-nicípios para os mais diversos indi-cadores. Contudo, a informação apre-sentada não permite uma análise glo-bal e detalhada de todos os municí-pios a nível nacional, pelo que, ape-nas conseguimos identificar o valor por indicador de um município es-pecífico, quando este se insere nos mais ou menos em cada indicador.

Este estudo sobre os municípios do distrito de Setúbal, apresenta-se como uma extensão de trabalhos an-teriores dos autores, procurando-se uma análise orçamental, económi-ca e patrimonial mais detalhada do distrito em análise e que garante uma melhor análise comparativa entre os seus municípios. Por outro lado, esta análise é efetuada para dois anos (2012 e 2013) permitindo uma análise evo-lutiva do desempenho destas enti-dades. Importa referir que nos anos em análise, os municípios foram con-dicionados pela publicação e apli-cação da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso em 2012, a qual introduz regras mais apertadas na capacidade dos municípios em assumir compromissos e consequen-temente em realizar as respetivas

despesas. Assim, nesta análise aos municí-

pios do distrito de Setúbal iremos apresentar o seu posicionamento num conjunto de indicadores, a par-tir da análise dos documentos da sua prestação de contas. A seleção e cál-culo dos indicadores tiveram igual-mente por base a metodologia se-guida pelo AFMP, todavia este estu-do não pretende evidenciar um ranking dos municípios, mas a apre-sentação ordenada por grandeza de valores, tendo por referência o ano de 2013. Tal como no AFMP, não apre-sentamos indicadores resultantes da contabilidade de custos, em virtude da falta ou fraca implementação des-te sistema contabilístico. Outro as-peto a salientar é que, no presente estudo apenas serão analisados mu-nicípios, uma vez que, apenas estas entidades apresentam contas de acor-do com o POCAL. No âmbito dos mu-nicípios, excluímos as empresas mu-nicipais por estarem sujeitas ao Sis-tema de Normalização Contabilísti-ca e os serviços municipalizados ou outras instituições, por questões de exequibilidade.

Para o cálculo e análise dos in-dicadores, relativamente ao distri-to de Setúbal, foi necessário a reco-lha dos principais documentos de prestação de contas dos municípios, nomeadamente, o Balanço, a De-monstração dos Resultados e os Ma-pas de Execução Orçamental de Re-ceita e Despesa individuais. Os ma-pas recolhidos dizem respeito aos anos de 2012 e 2013 e foram obtidos nos respetivos sí-tios institucionais na In-ternet, onde os muni-

cípios devem publicitar os seus do-cumentos de prestação de contas de acordo com o n.º 2 do artigo 79.º da Lei das Finanças Locais. A metodo-logia deste trabalho assenta numa análise de conteúdo procedendo-se à recolha e tratamento da informa-ção mediante quadros e estatística descritiva. Dessa análise, obteve-se em cada indicador o valor individual de cada município.

De seguida, apresenta-se uma bre-ve caracterização dos municípios do distrito de Setúbal. Posteriormente, efetua-se a análise dos indicadores por município pela apresentação dos indicadores orçamentais, os quais tiveram por base os mapas de exe-cução orçamental da receita e da des-pesa. De seguida, são apresentados os indicadores patrimoniais (econó-mico-financeiros) tendo por base a análise do Balanço e Demonstração dos Resultados. Sendo que em cada tabela será apresentado a negrito a coluna pela qual são ordenados os municípios e tendo por base os da-dos de 2013. Contudo, para melhor evidenciar a evolução dos municí-pios em cada indicador, é apresen-tado igualmente o ano de 2012, o que permite obter a variação nos anos em análise.

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Tabela 1 – Comparação, por dimensão, dos municípios a nível nacional e do distrito de Setúbal

Municípios por dimensão a nível nacional

Municípios por dimensão no distrito de Setúbal

Pequenos 179 58,1% 4 30,8%

Médios 106 34,4% 6 46,1%

Grandes 23 7,5% 3 23,1%

Total 308 100,0% 13 100,0%

Tabela 2 – Comparação da área por número de habitantes dos Municípios do Distrito de Setúbal

Município Áreas (Km2) Nº de Habitantes (2011) Área (m2) por habitante

Almada 70 174.030 0,40

Seixal 96 158.269 0,61

Setúbal 172 121.185 1,42

Total Grande Dimensão 338 453.484 0,75

Barreiro 32 78.764 0,41

Moita 55 66.029 0,83

Palmela 463 62.831 7,37

Montijo 348 51.222 6,79

Sesimbra 195 49.500 3,94

Santiago do Cacém 1.060 29.749 35,63

Total Média Dimensão 2.153 338.095 6,37

Alcochete 129 17.569 7,34

Grândola 807 14.826 54,43

Sines 203 14.238 14,26

Alcácer do Sal 1.465 13.046 112,29

Total Pequena Dimensão 1139 46.633 24,42

Total Distrito Setúbal 5.095 851.258 5,99

Breve Caracterização dos Municípios do Distrito de SetúbalCOM uma área de 5095 km2 e cerca de 851.285 habitantes (Censos 2011), o distrito de Se-túbal caracteriza-se por ter 13 municípios. Efetuando o enquadramento desses muni-cípios nas três dimensões apresentadas no AFMP (Pequenos: população menor ou igual a 20.000 habitantes); Médios: população maior que 20.000 habitantes e menor ou igual a 100.000 habitantes; e Grandes: po-pulação superior a 100.000 habitantes), ve-rificamos que o peso percentual dos muni-cípios a nível nacional é maior nos de pe-quena dimensão, enquanto que no distrito de Setúbal, são os de média dimensão que

existem em maior número (Tabela 1).Continuando a apresentar uma breve

análise ao distrito de Setúbal, pode consta-tar-se que a nível populacional quando com-paramos a área com o número de habitan-tes, o distrito tem uma grande disparidade, mesmo quando essa análise se efetua em cada dimensão. Na Tabela 2 apresentamos, por município, a relação entre a área e o nº de habitantes, sendo visível que essa rela-ção oscila entre cerca de 0,4 m2 em Alma-da e Barreiro e os 112,9 m2 em Alcácer do Sal. A nível do distrito verifica-se que essa relação se situa nos 5,99 m2 por habitante.

OS MAPAS de controlo orçamental da re-ceita e despesa apresentam uma síntese da realização do orçamento previsto. A recolha de informação através desses ma-pas permitiu a elaboração de uma análi-se da performance orçamental e que de seguida se apresenta para os anos de 2012 e 2013.

Na tabela 3, pode-se observar o total de receita cobrada por cada município, o grau de execução da receita face ao valor previsto, bem como a evolução da recei-ta de 2012 para 2013. A tabela está orde-nada pelo valor de receita cobrada em 2013. Como expectável no topo da lista evidenciam-se os municípios com maior número de habitantes, nomeadamente Seixal com 80.835.116€ de receita, Alma-da com 79.960.956€ e Setúbal com 63.932.384€. Por outro lado, com menor volume de receitas encontram-se os mu-nicípios com menor número de habitan-tes ou de zonas de maior interioridade. De 2012 para 2013 a posição dos municí-pios permaneceu particamente inaltera-da, apenas com o município do Barreiro a subir uma posição, fruto de um aumen-to na receita em cerca de 38,7%. Ao con-trário da situação registada no biénio 2010-2011, a tendência de 2012 para 2013 con-sistiu num aumento geral do volume das receitas. Para além do município do Bar-reiro destaque para o município de Se-simbra com um aumento de 25,8% e para Palmela com 9,7%. No sentido contrário, Santiago do Cacém e Setúbal foram os mu-nicípios com maior queda percentual, res-petivamente em 4,1% e 3,6%. Embora não expresso na tabela, o total de receitas dos municípios do distrito de Setúbal ascen-de em 2012 a 506,1 milhões de euros (6,6% do total nacional) e em 2013 a 540,3 mi-lhões de euros (6,9% do total nacional). A evolução média no distrito foi de 6,7%, o que representa um aumento superior à média nacional que se situou nos 1,2%.

No que toca ao grau de execução das

receitas previstas, em 2013, Almada, Pal-mela e Moita foram os municípios que me-lhor cumpriram com os objetivos previ-sionais, apresentando uma execução aci-ma dos 90%. No sentido inverso, Setúbal apresentou um nível de receita cobrada de apenas 48,4% das receitas previstas, apesar de o valor total de receita não es-tar muito distante da média dos últimos anos. O grau de execução médio do dis-trito foi de 68,7% e de 78,5%, em 2012 e 2013 respetivamente, situando-se em am-bos os anos acima da média nacional (59,1% e 64,6%).

A tabela 4 evidencia as receitas pró-prias por município, estando ordenada pela coluna de receita própria cobrada em 2013. As receitas próprias representam as receitas que são atribuíveis ao município (impostos diretos, impostos indiretos, ta-xas, venda de bens e serviços, entre ou-tras), retirando-se as receitas provenien-tes de transferência do Estado (correntes e de capital), bem como, as decorrentes de passivos financeiros (financiamentos contraídos a instituições financeiras). Uma breve análise aos dados da tabela 4 per-mite evidenciar que os municípios apre-sentam uma posição semelhante à veri-ficada no total de receitas, sendo Palme-la o município com uma maior variação em 2013, passando de 6º no total de re-ceitas para o 4º lugar no nível de receitas próprias. A evolução média no nível de receitas próprias foi de 5,9%, ligeiramen-te abaixo do crescimento das receitas to-tais. Os municípios de Alcácer do Sal (29,7%), Palmela (15,7%) e Moita (15,0%) foram aqueles que registaram um maior aumento percentual, enquanto Sines des-tacou-se com a maior quebra nas recei-tas próprias (-9,6%). Os graus de execu-ção da receita própria são, no geral, se-melhantes aos verificados na tabela an-terior. Contudo, deve-se destacar o mu-nicípio do Seixal que apresenta, em 2013, um grau de execução da receita própria

Análise à Execução OrçamentalTabela 3 – Receita Cobrada e Grau de Execução 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) %

Seixal 79.383.867 68,0% 80.835.116 59,2% 1.451.249 1,8%

Almada 78.593.908 93,1% 79.960.956 97,2% 1.367.048 1,7%

Setúbal 66.324.518 50,2% 63.932.384 48,4% -2.392.134 -3,6%

Sesimbra 42.888.827 61,7% 53.958.942 77,8% 11.070.115 25,8%

Barreiro 37.419.839 62,4% 51.895.109 84,0% 14.475.270 38,7%

Palmela 40.979.810 76,0% 44.972.226 95,5% 3.992.416 9,7%

Moita 30.510.226 87,6% 31.449.466 93,7% 939.240 3,1%

Sines 28.238.646 50,0% 30.399.615 66,4% 2.160.969 7,7%

Montijo 27.508.167 75,9% 27.243.437 88,8% -264.730 -1,0%

Santiago do Cacém

25.088.700 67,4% 24.066.861 73,7% -1.021.839 -4,1%

Grândola 19.502.013 69,9% 20.988.916 85,6% 1.486.903 7,6%

Alcácer do Sal 17.161.415 69,9% 18.474.317 83,1% 1.312.902 7,7%

Alcochete 12.508.283 61,5% 12.088.230 66,7% -420.053 -3,4%

Média Distrital 38.931.401 68,7% 41.558.890 78,5% 2.627.489 6,7%

Tabela 4 – Receita Própria Cobrada e Grau de Execução 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) %

Seixal 62.941.271 67,7% 65.701.530 82,8% 2.760.259 4,4%

Almada 54.014.479 100,2% 55.866.340 98,6% 1.851.861 3,4%

Setúbal 44.003.263 40,9% 44.878.764 41,7% 875.501 2,0%

Palmela 27.205.445 65,2% 31.472.246 96,9% 4.266.801 15,7%

Sesimbra 28.288.511 67,5% 30.893.894 72,7% 2.605.383 9,2%

Barreiro 26.314.379 55,6% 28.090.821 81,1% 1.776.442 6,8%

Moita 17.253.302 85,5% 19.847.545 94,7% 2.594.243 15,0%

Montijo 16.587.982 81,5% 16.526.053 88,9% -61.929 -0,4%

Sines 13.746.681 40,6% 12.423.880 54,1% -1.322.801 -9,6%

Grândola 10.530.098 76,7% 11.543.347 87,9% 1.013.249 9,6%

Santiago do Cacém

10.648.152 57,0% 10.825.945 63,1% 177.793 1,7%

Alcácer do Sal 6.415.023 59,3% 8.321.509 83,9% 1.906.486 29,7%

Alcochete 7.485.517 52,9% 8.144.399 61,5% 658.882 8,8%

Média Distrital 25.033.393 65,4% 26.502.790 77,5% 1.469.398 5,9%

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de 82,8% face a um grau de execução to-tal de 59,2%. Esta situação evidencia o bom nível de independência financeira (peso das receitas próprias) do município, o que se comprova na figura 1. De referir ainda o baixo grau de concretização das recei-tas próprias nos municípios de Setúbal (41,7%) e de Sines (54,1%).

Através da figura 1 pode-se observar o nível de independência financeira dos municípios do distrito de Setúbal no bié-nio 2012-2013. Tal como referido anterior-mente, o município do Seixal apresenta nos dois anos em análise o maior peso de receitas próprias face ao total de receita cobrada, sendo que em 2013 esse nível si-tua-se nos 81,3%. Com maior nível de in-dependência financeira seguem-se os mu-nicípios de Setúbal, Palmela e Almada, sendo elucidativo de que os municípios mais urbanos evidenciam uma maior ca-pacidade de captar receita. Em 2013, com um peso de receitas próprias inferior a 50% temos os municípios de Sines (40,9%), Santiago do Cacém (45,0%) e Alcácer do Sal (45,0%), sendo que a média distrital se situou nos 60,0%. Em termos de evo-lução, os municípios do Barreiro e de Se-simbra tiveram as maiores quebras, o que permite também evidenciar que o seu au-mento no total de receitas deveu-se a re-ceitas provenientes de transferências do Estado ou de passivos financeiros.

A tabela 5 evidencia o total de despe-sa executada, ou seja, a despesa paga no exercício, bem como o seu grau de exe-cução face às previsões. O nível de des-pesa paga está inevitavelmente associa-do à capacidade do município na obten-ção de receitas. Neste sentido, pode-se ve-rificar e tendo o valor de despesa paga em 2013 como referência, que a ordenação dos municípios é praticamente idêntica à da receita cobrada. Exceção para os mu-nicípios da Moita e Sines que trocam de posições no valor de despesa face à sua posição na tabela da receita cobrada. Des-ta forma, no topo da listagem de despesa encontra-se o município do Seixal com perto de 80 milhões de euros, sendo que o município de Alcochete encerra o índi-ce com cerca de 12,4 milhões de euros.

Em 2013, os municípios do distrito de Setúbal apresentam uma média de des-pesa paga de 40.194.476€, valor esse, in-ferior à média de receita (41.588.890€). No total a despesa paga pelos municípios do distrito ascendeu em 2012 a 499,9 mi-lhões de euros (6,6% do total nacional) e em 2013 a 522,5 milhões (6,8% do total na-

cional). Em termos evolutivos, a despesa paga cresceu em média 4,5%, represen-tado um aumento percentual inferior ao aumento da receita (6,7%). A nível nacio-nal a despesa paga cresceu em 1,5% para um crescimento de receita cobrada de 1,2%. Através de uma análise individual aos mu-nicípios pode-se observar que tal como na receita, os municípios do Barreiro e Sesimbra apresentam o maior crescimen-to relativo na despesa paga. Importa sa-lientar, o município de Palmela que apre-sentou um crescimento na receita de 9,7% e uma diminuição da despesa em 1,4%. A maior descida percentual no valor de des-pesa paga ocorreu no município de Setú-bal com uma quebra de 7,6%.

Por fim, no que toca ao grau de execu-ção, os municípios de Almada e Moita apre-sentam um nível de cumprimento do or-çamento de despesa acima de 90%, en-quanto o município de Setúbal apenas con-cretizou 47,0% da despesa prevista (em sin-tonia com o nível de cobrança de receita de 48,4%). Comparando os graus médios de execução da despesa no biénio 2012-2013, os municípios do distrito de Setúbal apresentaram em 2012 um grau de execu-ção de 67,4% e de 75,6% em 2013, repre-sentando níveis de execução superiores às médias nacionais de 63,3% (2012) e 68,6% (2013) registadas nos mesmos períodos.

A tabela 6 detalha a despesa paga se-parando-a em despesa corrente (ex.: des-pesa com pessoal, despesa com bens e ser-viços) e despesa de capital (ex.: aquisição de bens duradouros, despesas com finan-ciamentos de médio longo prazo). Na ta-bela os municípios encontram-se orde-nados pelo total de despesa corrente em 2013. De acordo com os mapas anterio-res podemos verificar que o município do Seixal apresenta em 2013 o maior valor de despesa corrente (61.799.583€) segui-do de Almada (56.153.681€). Em 2012, as posições de ambos os municípios era in-versa, assim como a posição de ambos no total de despesas de capital em 2013. Esta situação é justificada essencialmente por um aumento significativo (38,5%) da des-pesa corrente no município do Seixal em detrimento de uma diminuição acentua-da na despesa de capital (-47,4%). Os mu-nicípios de Sesimbra e do Barreiro regis-taram igualmente aumentos significati-vos na despesa corrente, 30,1% e 27,3%, respetivamente. O município do Barrei-ro registou ainda o maior aumento na des-pesa de capital, a qual quase duplicou. Por outro lado, a despesa corrente apenas de-

Tabela 5 – Despesa Paga e Grau de Execução 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) Grau de Execução

Valor (€) %

Seixal 79.191.317 67,9% 79.998.309 58,5% 806.992 1,0%

Almada 78.070.954 92,5% 75.228.442 91,5% -2.842.512 -3,6%

Setúbal 67.301.022 50,9% 62.182.369 47,0% -5.118.653 -7,6%

Sesimbra 42.812.024 61,6% 53.945.074 77,8% 11.133.050 26,0%

Barreiro 36.427.715 60,7% 50.825.446 82,3% 14.397.731 39,5%

Palmela 41.121.663 76,3% 40.560.086 86,1% -561.577 -1,4%

Sines 27.011.097 47,8% 30.698.258 67,1% 3.687.161 13,7%

Moita 29.643.947 85,1% 30.575.719 91,1% 931.772 3,1%

Montijo 26.256.341 72,5% 25.074.212 81,7% -1.182.129 -4,5%

Santiago do Cacém

25.016.304 67,2% 23.928.993 73,2% -1.087.311 -4,3%

Grândola 18.012.563 64,6% 20.105.624 82,0% 2.093.061 11,6%

Alcácer do Sal

16.491.872 67,2% 17.027.682 76,6% 535.810 3,2%

Alcochete 12.501.390 61,5% 12.377.978 68,3% -123.412 -1,0%

Média Distrital

38.450.631 67,4% 40.194.476 75,6% 1.743.845 4,5%

Tabela 6 – Despesa Corrente e de Capital 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Corrente (€) Capital (€) Corrente (€) Capital (€) Corrente Capital

Seixal 44.605.117 34.586.200 61.799.583 18.198.726 38,5% -47,4%

Almada 52.971.765 25.099.189 56.153.681 19.074.761 6,0% -24,0%

Setúbal 44.744.276 22.556.746 44.536.642 17.645.727 -0,5% -21,8%

Sesimbra 28.092.275 14.719.749 36.555.002 17.390.072 30,1% 18,1%

Barreiro 28.587.580 7.840.135 36.398.320 14.427.126 27,3% 84,0%

Palmela 31.905.500 9.216.163 34.660.860 5.899.226 8,6% -36,0%

Moita 22.939.285 6.704.662 24.566.373 6.009.346 7,1% -10,4%

Montijo 21.532.842 4.723.499 21.822.113 3.252.099 1,3% -31,2%

Santiago do Cacém

19.657.752 5.358.552 18.931.320 4.997.673 -3,7% -6,7%

Sines 15.250.594 11.760.503 17.128.958 13.569.300 12,3% 15,4%

Grândola 14.115.779 3.896.784 14.999.504 5.106.120 6,3% 31,0%

Alcácer do Sal 13.174.955 3.316.917 13.726.909 3.300.773 4,2% -0,5%

Alcochete 9.634.108 2.867.282 10.135.884 2.242.094 5,2% -21,8%

Média Distrital 26.708.602 11.742.029 30.108.858 10.085.619 12,7% -14,1%

cresceu nos municípios de Santiago do Cacém (-3,7%) e de Setúbal (-0,5%), en-quanto a maioria dos municípios dimi-nuíram a sua despesa de capital. Para além do município do Seixal, os muni-cípios de Palmela (-31,2%), Almada (-24,0%), Setúbal (-21,8%) e Alcochete (-21,8%) registaram uma diminuição acen-tuada nas despesas de capital. Em ter-mos gerais pode-se observar que as des-pesas de investimento e financiamento (capital) decresceram (-14,1%), sendo o orçamento de despesa fundamentalmen-

te aplicado em despesa corrente (+12,7%). Esta tendência de variação da despesa está de acordo com a média nacional, onde a despesa corrente apresenta um crescimento de 7,2% e a despesa de ca-pital uma diminuição de 8,4%.

A tabela 7 contempla dois indicado-res de extrema importância na análise da performance orçamental. O primeiro in-dicador representa o grau de execução da receita liquidada face às despesas com-prometidas, sendo que receita liquidada é toda aquela que foi emitida (reconheci-

Figura 1

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DOSSIER AUTARQUIAS

Sábado • 15 novembro 2014 • www.semmaisjornal.com 21

Tabela 7 – Grau de Cobertura da Despesa pela Receita 2012-2013

MunicípiosIndicadores

Grau de execução da receita liquidada re-lativamente às despesas comprometidas

Grau de execução da receita cobrada relativamente à despesa paga

2012 2013 2012 2013

Montijo 94,1% 107,0% 104,8% 108,7%

Palmela 83,1% 102,7% 99,7% 110,9%

Moita 99,9% 99,3% 102,9% 102,9%

Almada 94,3% 99,3% 100,7% 106,3%

Alcácer do Sal 83,1% 92,9% 104,1% 108,5%

Alcochete 94,5% 92,3% 100,1% 97,7%

Grândola 85,3% 90,2% 108,3% 104,4%

Barreiro 73,1% 89,0% 102,7% 102,1%

Sines 80,3% 87,7% 104,5% 99,0%

Sesimbra 68,5% 86,1% 100,2% 100,0%

Seixal 65,0% 84,0% 100,2% 101,0%

Santiago do Cacém

76,7% 81,8% 100,3% 100,6%

Setúbal 62,6% 57,3% 98,5% 102,8%

Média Distrital 81,6% 89,9% 102,1% 103,4%

do o direito a receber) e a despesa compro-metida (apenas assente no ano corrente), é a despesa que terá de ser paga pelo muni-cípio no ano em análise ou nos anos seguin-tes. Assim, é um rácio de grande importân-cia porque permite aferir da capacidade que o município terá em pagar os seus compro-missos com a receita liquidada. Historica-mente estes rácios têm mostrado uma re-lação deficitária. No biénio anterior de 2010-2011 a média distrital situava-se nos 77,2% em 2010 e 79,2% em 2011. No biénio em aná-lise, a média de cobertura da despesa com-prometida pelas receitas liquidadas, subiu em 2012 para 81,6% e em 2013 para 89,9%. Para esta situação não é a alheia a aplica-ção da Lei dos Compromissos em 2012 que veio condicionar a assunção de compro-missos à perspetiva de obtenção de recei-tas no curto prazo. Neste sentido, os muni-cípios que aplicaram a legislação de forma mais rigorosa, promoveram uma aproxi-

mação entre os compromissos que assu-miram e a receita que liquidaram, aproxi-mando este rácio dos 100%. Numa análise individual ao rácio por município, verifica-mos que em 2013 os municípios do Monti-jo e Palmela apresentam um rácio superior a 100%, logo as suas receitas liquidadas ex-cederam os compromissos assumidos re-lativos ao ano corrente. Dos restantes mu-nicípios, dez apresentam um rácio acima dos 80%, sendo que o município de Setú-bal apresenta o menor grau de cobertura com apenas 57,3%. Quanto ao segundo in-dicador, representando o grau de cobertu-ra da receita cobrada relativamente à des-pesa paga é expectável que o rácio ronde os 100%. Esta situação decorre de os paga-mentos de despesas estarem dependentes do recebimento das receitas liquidadas, o que pode ser comprovado pela tabela 7 e onde o grau de cobertura médio em 2013 atinge os 103,4%.

AO NÍVEL do ativo total que, representa o volume de investimento na atividade dos municípios, verificamos que Alma-da, Setúbal e Seixal são os municípios que exigem mais fontes de financiamento, con-forme expectável, dadas as suas dimen-sões. Para além disso, observa-se que foi nos municípios de Sines (14,2%) e de Al-cochete (12,1%), onde o volume de inves-timento aumentou mais em termos per-centuais de 2012 para 2013. Salienta-se ainda que no município do Seixal, no mes-mo período, se verificou um desinvesti-mento na ordem dos 9,8%. A média de crescimento do ativo dos municípios do distrito de Setúbal durante os anos ana-lisados foi de 1,4%.

Relativamente à análise comparativa do peso percentual dos Bens do Domínio Público (BDP) no Ativo de todos os mu-nicípios do distrito de Setúbal, verifica--se que em termos de média, o seu peso, em 2013, é cerca de 18%, todavia, não há um comportamento homogéneo ao nível de cada município, sendo visível, por va-lores extremos, que em 2013, os BDP em Palmela representam 41,4% do Ativo, en-quanto que no Barreiro, o seu valor é de 6,2%. Contudo, salienta-se relativamen-te a este município que apresenta o valor mais baixo dos BDP no distrito de Setú-bal nos dois anos em análise, que a sua evolução de 2012 para 2013, se situa nos 109,6% e atinge atualmente o montante de 5.458.481€, sendo a média do distrito no mesmo período de 26.285.030€. (ta-bela 9).

No que diz respeito à estrutura das fontes de financiamento (tabela 10) po-demos observar que de 2012 para 2013 verificou-se um aumento no endivida-mento geral dos municípios do distrito de 0,7%, evolução esta abaixo do aumen-to médio do valor do ativo (1,4%). A maio-ria dos municípios do distrito (8) tem o passivo inferior à média distrital. Já numa análise evolutiva de 2012 para 2013, ve-rificamos que o montante do passivo cres-ceu em 5 municípios, sendo o crescimen-to mais significativo no município de Si-nes (25.5%).

Analisando o comportamento dos fun-dos próprios, verificamos que em 2013, a média do distrito se situa nos 94.176.272€, o que representa face ao ano anterior, um crescimento de 1,8% e corresponde a um financiamento médio do distrito, via fun-dos próprios, de 65,1%. Detalhando a aná-lise por município, embora se verifique que 8 municípios apresentam fundos pró-prios abaixo da média distrital, em ape-nas 4 o financiamento do ativo por fun-dos próprios, é inferior a 50%. Em termos evolutivos, de 2012 para 2013, os fundos próprios apenas desceram em 2 municí-pios, Seixal (-13,9%) e Palmela (-1.4%). A evolução mais significativa ao nível dos fundos próprios nos dois anos analisa-dos verificou-se em Alcochete, onde o au-mento verificado atinge 20,8%.

Nas figuras 2 e 3, apresenta-se uma análise relativa do passivo, tendo em con-ta o seu peso no total de ativo e o seu va-lor por habitante. Na análise gráfica os municípios do distrito de Setúbal encon-tram-se ordenados tendo por base o ano de 2013. Através da figura 2 podemos ve-rificar que o peso do passivo, regra geral, manteve-se no mesmo nível de 2012 para 2013, sendo que a média distrital desceu ligeiramente de 35,1% para 34,9%. Os mu-nicípios do Seixal e Alcochete continuam a apresentar em 2013 a maior percenta-gem de passivo, respetivamente 61,7% e 55,8%. Por outro lado, o município da Moi-ta continua a apresentar o menor índice, com apenas 16%. Em termos evolutivos, destaque positivo para os municípios de Alcochete e Barreiro que apresentaram uma maior diminuição no peso do passi-vo. Ao invés, o município de Sines foi aque-le que registou um maior aumento, pas-sando de 47,2% em 2012 para 51,9% em 2013.

Analisando o passivo por habitante na figura 3 verificamos que o município de Sines apresenta um rácio bastante eleva-do quando comparado com os restantes municípios. O município de Sines foi de resto o que mais cresceu, passando de 3.644€ por habitante (2012) para 4.574€ por habitante (2013). Nos restantes mu-

Análise Económico-Financeira (Patrimonial)Tabela 8 – Análise do Ativo Total 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Almada 376.428.344 375.701.226 -0,2%

Setúbal 337.414.133 347.239.291 2,9%

Seixal 183.126.779 165.102.651 -9,8%

Sesimbra 149.331.708 155.538.935 4,2%

Moita 152.093.862 152.024.498 0,0%

Palmela 144.991.925 143.222.212 -1,2%

Tabela 9 – Análise comparativa dos Bens de Domínio Público com o Ativo Total 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

BDP (€) % BDP s/Ativo Total

BDP (€) % BDP s/Ativo Total

BDP

Palmela 65.511.820 45,2% 59.283.640 41,4% -9,5%

Santiago do Cacém

22.603.613 33,9% 23.853.501 35,5% 5,5%

Sines 37.601.395 34,2% 41.512.590 33,1% 10,4%

Grândola 18.640.064 30,8% 18.631.698 30,5% 0,0%

Moita 48.263.588 31,7% 44.853.279 29,5% -7,1%

Alcácer do Sal 13.505.288 23,4% 14.456.596 25,0% 7,0%

Alcochete 7.359.075 20,7% 8.503.623 21,3% 15,6%

Sesimbra 23.150.655 15,5% 23.548.321 15,1% 1,7%

Almada 61.455.507 16,3% 44.959.288 12,0% -26,8%

Setúbal 42.685.922 12,7% 37.667.203 10,8% -11,8%

Montijo 8.145.558 8,7% 7.572.197 7,5% -7,0%

Seixal 11.657.341 6,4% 11.402.966 6,9% -2,2%

Barreiro 2.604.244 3,0% 5.458.481 6,2% 109,6%

Média Distrital 27.937.391 19,6% 26.285.030 18,2% -5,9%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

2012

2013

Figura 2

Peso do passivo 2012/2013

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DOSSIER AUTARQUIAS

Tabela 10 – Análise do Passivo Total e dos Fundos Próprios 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Passivo (€) Fundos Próprios (€)

Passivo (€) Fundos Próprios (€)

Passivo Fundos Próprios

Setúbal 126.937.623 210.476.510 130.666.068 216.573.223 2,9% 2,9%

Seixal 109.800.203 73.326.577 101.936.746 63.165.904 -7,2% -13,9%

Almada 81.693.508 294.734.836 80.256.997 295.444.229 -1,8% 0,2%

Sines 51.889.740 57.993.095 65.121.760 60.315.907 25,5% 4,0%

Sesimbra 50.860.695 98.471.013 53.846.555 101.692.380 5,9% 3,3%

Barreiro 48.237.349 37.654.604 45.838.885 42.678.055 -5,0% 13,3%

Palmela 37.563.585 107.428.340 37.304.608 105.917.604 -0,7% -1,4%

Santiago do Cacém

32.543.956 34.222.143 31.773.858 35.327.372 -2,4% 3,2%

Grândola 25.146.803 35.407.555 25.327.880 35.761.644 0,7% 1,0%

Montijo 25.788.785 68.130.741 24.813.665 76.175.045 -3,8% 11,8%

Moita 27.118.041 124.975.821 24.381.202 127.643.297 -10,1% 2,1%

Alcochete 20.984.276 14.603.579 22.256.188 17.634.667 6,1% 20,8%

Alcácer do Sal

12.583.153 45.190.897 11.867.067 45.962.202 -5,7% 1,7%

Média Distrital

50.088.441 92.508.901 50.414.884 94.176.272 0,7% 1,8%

nicípios a evolução no biénio 2012-2013 não se apresenta significativa. Destaque para o município da Moita que apresen-ta o menor índice em 2013, com apenas 369€ de passivo por habitante, o que vem reforçar a análise já efetuada ao nível do peso do passivo.

De acordo com a Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro, considera-se pagamentos em atraso, aqueles que excedam um Pra-zo Médio de Pagamento (PMP) a forne-cedores de 90 dias. Desta forma apresen-ta-se na tabela 11 os PMP dos municípios do distrito de Setúbal no final de 2012 e 2013, e cuja informação foi obtida no sí-tio da internet da Direção Geral das Au-tarquias Locais (DGAL).

Analisando a média distrital podemos observar que o PMP é muito superior aos 90 dias. Em 2012 o PMP era de 366 dias, tendo decrescido ligeiramente em 2013 para 340 dias. Comparando com o biénio anterior (2010-2011), em 2012 o PMP du-plicou de valor, sendo que em 2011 era de 183 dias. Por outro lado, se compararmos os dados de 2012-2013 com a média na-cional constatamos que a média do dis-trito de Setúbal está bastante acima. O PMP a nível nacional situava-se nos 122 dias em 2012 e nos 85 dias em 2013. As-sim, podemos constatar que apenas 5 dos municípios do distrito se encontram abai-xo dos 90 dias, mantendo-se o município de Almada com o menor PMP, nomeada-mente de 12 dias. Em sentido contrário, o município do Seixal continua a apresen-tar o maior PMP, o qual foi em 2013 de 559 dias. Destaque ainda para a substan-cial redução do PMP nos municípios do Barreiro (-315 dias) e de Sesimbra (-158 dias). Em termos de dias, as maiores su-bidas registaram-se nos municípios de Al-cochete e Setúbal, com um aumento de 96 e 94 dias, respectivamente.

Na tabela 12 é apresentada a análise do passivo financeiro (financiamento jun-to de instituições financeiras) para o bié-nio 2012-2013. Em termos médios, o pas-sivo financeiro desceu 7,0% no distrito. O município de Setúbal apresenta o maior valor de passivo financeiro em 2013 (44.039.116€), enquanto o município da Moita regista apenas 110.660€. Este mu-nicípio apresenta mesmo a maior queda percentual de passivo financeiro (-99,5%). As maiores subidas percentuais aconte-ceram nos municípios do Barreiro e Se-simbra, respetivamente de 49,4% e 42,4%. Estes municípios foram igualmente os que mais reduziram os seus PMP, o que per-mite evidenciar que o aumento do passi-vo financeiro foi em parte aplicado no pa-gamento de dívidas a fornecedores.

Ao nível dos resultados, tanto opera-cionais como líquidos, verifica-se que os municípios do Barreiro, Setúbal e Seixal, são os que apresentam os melhores va-lores no ano de 2013. Em simultâneo, ve-rifica-se que em 7 municípios, houve uma evolução positiva na atividade, refletida em melhores resultados. Assim, em 2013 constata-se que 8 municípios (62%) apre-sentaram resultados operacionais e líqui-dos positivos. Para além disso, observa--se que os municípios de Alcácer do Sal, Almada e Santiago do Cacém, embora te-nham resultados operacionais negativos, apresentam resultados líquidos positivos, o que significa que apenas 2 dos 13 mu-nicípios apresentam resultados globais da atividade negativos.

Se analisarmos também a evolução da média distrital dos resultados operacio-nais e líquidos de 2012 para 2013 verifi-camos que ao nível dos primeiros há uma evolução favorável de 8,2%, enquanto que os segundos apresentam uma descida que ronda os 3,4 %. No que diz respeito, ao re-sultado operacional por habitante, hou-ve uma evolução positiva em 7 municí-pios (Barreiro, Seixal, Alcochete, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Grândola e Pal-mela). De destacar também que, com ex-ceção de Sines, os restantes municípios que apresentavam valores negativos em 2012 tiveram uma evolução bastante fa-vorável, o que confirma uma melhor ges-tão económica dos recursos destas enti-dades. Relativamente à análise da evolu-ção dos custos totais, verifica-se que em 4 municípios existiu uma diminuição dos gastos necessários para o funcionamen-to da atividade. Para além disso, consta-tamos que em 6 dos municípios se veri-ficou um aumento residual desta rubrica económica que não ultrapassou os 5,5%. Apenas Sines, Montijo e Grândola apre-sentam um crescimento maior dos cus-tos totais da atividade, apresentando uma evolução de 42%, 11,4% e 11,3%, respeti-vamente.

Consequência da evolução verificada nos custos totais de cada município do distrito, nos dois anos analisados, cons-tata-se, ao nível da média do distrito, que embora haja globalmente um aumento no seu valor, ele representa apenas 2,4%.

Como se pode verificar pelo quadro anterior, a rubrica relativa aos custos com pessoal tem um grande peso na estrutu-ra de custos dos municípios do distrito de Setúbal. Em 2012, 8 deles, representam mais de 50% do total de custos da ativi-dade. Em 2013, são 7 os municípios em que os custos com pessoal, ultrapassam também os 50%.

Constata-se, nos dois anos em análi-se que, em termos de média, o seu peso ronda os 58%, todavia, não há um com-portamento homogéneo ao nível de cada município, sendo visível, por valores ex-tremos, em 2013, que em Alcochete re-presentam 83% dos custos totais, enquan-to, que em Almada, o seu valor é de 39,2%.

Para além disso, observa-se que de 2012 para 2013, apenas 1 município, o Sei-xal (-2,3%), diminuiu os custos com pes-soal. Dos municípios que aumentaram os seus custos com pessoal, destacam-se Montijo (17,5%), Setúbal (14,4%), Almada (14,1%) e Grândola (12,8%).

Tabela 11 – Análise dos Prazos Médios de Pagamentos 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Dias %

Seixal 575 559 -16 -2,8%

Setúbal 268 362 94 35,1%

Alcochete 257 353 96 37,4%

Barreiro 523 208 -315 -60,2%

Santiago do Cacém

132 193 61 46,2%

Palmela 140 171 31 22,1%

Sesimbra 304 146 -158 -52,0%

Grândola 75 124 49 65,3%

Moita 139 117 -22 -15,8%

Montijo 155 72 -83 -53,5%

Sines 121 68 -53 -43,8%

Alcácer do Sal 45 19 -26 -57,8%

Almada 11 12 1 9,1%

Média Distrital 366 340 -26 -7,1%

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

2012

2013

Figura 3 Passivo por Habitante 2012/2013

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Tabela 12 – Análise do Passivo Financeiro 2001-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Setúbal 48.507.760 44.039.116 -9,2%

Almada 39.858.899 38.126.302 -4,3%

Seixal 39.530.475 34.408.820 -13,0%

Barreiro 16.329.170 23.250.167 42,4%

Sesimbra 15.349.678 22.936.082 49,4%

Palmela 18.086.424 19.079.853 5,5%

Sines 12.643.617 14.201.209 12,3%

Santiago do Cacém 13.006.549 11.545.549 -11,2%

Montijo 11.941.560 11.123.569 -6,8%

Grândola 8.335.226 8.888.750 6,6%

Alcochete 6.045.082 5.402.543 -10,6%

Alcácer do Sal 617.305 471.804 -23,6%

Moita 21.047.300 110.660 -99,5%

Média Distrital 19.330.851 17.968.187 -7,0%

Tabela 13 - Análise dos Resultados Operacionais e Líquidos 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Resultado Operacio-nal

Resultado Líquido

Resultado Operacio-nal

Resultado Líquido

Resultado Operacio-nal

Resultado Líquido

Barreiro 5.351.891 4.677.290 5.588.919 6.312.596 4,4% 35,0%

Setúbal 7.359.268 6.394.055 6.110.898 5.140.793 -17,0% -19,6%

Seixal 11.954.280 7.001.019 14.710.617 4.645.270 23,1% -33,6%

Moita 3.188.415 2.809.291 3.172.349 2.587.240 -0,5% -7,9%

Alcochete -1.382.213 -804.946 1.786.704 2.235.158 229,3% 377,7%

Sesimbra -1.672.978 -740.381 982.491 1.929.796 158,7% 360,6%

Alcácer do Sal

-2.830.873 -1.759.448 -27.244 823.294 99,0% 146,8%

Montijo 3.090.125 2.798.125 1.302.254 763.281 -57,9% -72,7%

Almada 2.758.806 4.515.881 -1.290.233 564.913 -146,8% -87,5%

Santiago do Cacém

-963.202 -224.347 -187.632 342.777 80,5% 252,8%

Grândola -458.006 -139.672 106.012 240.551 123,1% 272,2%

Palmela -5.231.068 -5.132.779 -1.419.681 -2.141.760 72,9% 58,3%

Sines -275.488 829.110 -8.225.906 -10.110.002 -2885,9% -1319,4%

Média Distrital

1.606.998 1.555.631 1.739.351 1.025.685 8,2% -34,1%

Tabela 14 - Análise dos Custos Totais 2012-2013

Municípios 2012 2013 Evolução

Seixal 88.679.484 86.314.369 -2,7%

Almada 79.594.678 72.466.042 -9,0%

Setúbal 57.880.784 60.941.224 5,3%

Palmela 43.209.131 42.874.368 -0,8%

Sesimbra 36.348.534 38.349.934 5,5%

Barreiro 33.479.489 34.362.500 2,6%

Sines 21.085.899 29.940.153 42,0%

Moita 27.431.806 28.886.729 5,3%

Montijo 22.515.070 25.091.316 11,4%

Santiago do Cacém 22.475.471 22.554.692 0,4%

Grândola 17.337.145 19.290.231 11,3%

Alcácer do Sal 16.482.686 16.404.797 -0,5%

Alcochete 11.737.613 12.215.654 4,1%

Média Distrital 36.789.215 37.668.771 2,4%

A ANÁLISE efetuada assenta na recolha de informação orçamental e financeira que foi divulgada pelos municípios nos seus Rela-tórios e Contas anuais de 2012 e 2013. A hie-rarquia dos municípios, nas tabelas apre-sentadas, resulta no geral, de níveis diferen-tes de grandeza. Por exemplo, é expectável que os municípios de maior dimensão apre-sentem maior nível de receitas, despesas, ativos ou passivos. Contudo, algumas tabe-las e gráficos são ordenados por valores re-lativos, tendo em conta o peso de uma de-terminada rubrica ou o seu valor por habi-tante.

Para além disso, o presente estudo ser-ve como uma síntese dos principais dados

orçamentais e patrimoniais, não sendo âm-bito a análise individualizada de decisões municipais ou eventos particulares que pos-sam ter produzido efeito sobre a performan-ce de um município.

Assim, e de uma forma genérica, pode-mos resumir que no biénio de 2012-2013, os municípios do distrito de Setúbal regista-ram, em média, um ligeiro aumento das re-ceitas cobradas, o qual permitiu um aumen-to, embora menor, da despesa realizada (paga). Por outro lado, salienta-se o aumen-to no nível de concretização das previsões iniciais, sendo que a nível da receita cobra-da, o grau de execução subiu perto de dez pontos percentuais. Finalmente, destaca-

-se como positivo na performance orça-mental, o aumento do grau de cobertura das despesas comprometidas pelas receitas li-quidadas, o que aparenta ser uma conse-quência direta da aplicação das Lei dos com-promissos.

A nível patrimonial, o aumento do Ati-vo foi residual (1,4%), mas acima do aumen-to do passivo (0,7%). A parte da dívida dos municípios relativa a passivo financeiro, bem como os seus PMP, sofreram uma des-cida de cerca de 7,0%. Contudo, destaca-se pela negativa a manutenção no distrito de PMP bastante acima da média nacional. De facto, em comparação com o biénio ante-rior (2010-2011), o valor médio do PMP pra-

ticamente duplicou. Já a nível económico, o nível de resultados operacionais aumen-tou em 2013, embora não se tenha traduzi-do num aumento do nível de resultados lí-quidos, o que pode evidenciar o peso do cus-to da dívida nos municípios analisados, even-tualmente em virtude das taxas de juro atuais serem superiores. Por fim, de referir que os custos com pessoal, sofreram um aumen-to de 5,3% de 2012 para 2013.

-700

-600

-500

-400

-300

-200

-100

0

100

200

€ 2012

2013

-700

-600

-500

-400

-300

-200

-100

0

100

200

€ 2012

2013

Figura 4 Resultado Operacional por Habitante 2012/2013

Conclusão

Pub.

Este estudo foi realizado para o Sem-mais por uma equipa de docentes da Es-cola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Poliotécnico de Setúbal

Page 24: Semmais 15 Novembro 2014