sempre dispostos a ajudar Bravaabril 2016 | r$ 8,90 · PDF filedo litoral de Itajaí se...
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Bravaedição nº 59 | Março — abril 2016 | r$ 8,90
Como um trecho quase
esquecido do litoral de Itajaí
se tornou a praia do momento em Santa Catarina
a praia da hora
anjos da guarda de quem tem um barcoCinco homens do mar que estão
sempre dispostos a ajudar
os barcos que vão estar lá
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Náutica Sul 7
Focker Magic Daynovidade na festaA nova Focker 265 FX também participou do passeio e pÔde ser testada pelas famílias que aceitaram o convite para navegarem juntas
O estaleiro catarinense Fibrafort e revenda Mega Jet convidaram seus clientes para um passeio náutico de Floripa a Bombinhas. E o programa foi um sucesso
Na chegada, na praia de Zimbros, houve almoço e test drive da nova Focker 265 FX
Quem quis, pôde testar a nova lancha da marca lá mesmo
45 barcos participaram do evento, que fez os donos de barcos saírem da rotina dos passeios de sempre
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8 Náutica Sul Náutica Sul 9
A loja Sanáutica, de Joinville, levou 70 jets para passear nas águas da mais linda baía de Santa Catarina
Alguns donos de jets vieram de Curitiba só para fazer o passeio na Babitonga
Além da parada no novo Jet Píer, o passeio visitou São Francisco do Sul, a ilha da Paz e o tranquilo rio Cubatão
No total, mais de 100 pessoas participaram do passeio
O ponto alto do passeio foi a parada para almoço no mais novo bar da baía, o transado Jet Píer, na areia da praia de Itapoá
PaSSeio De JetS Na BaÍa Da BaBitoNga
novo P0nto O novo bar Jet Píer, bem de frente para a baía, foi feito para os donos de lanchas e jets e recebeu os participantes do passeio com uma gigantesca paella
filas de jets A Baía da Babitonga é perfeita para os jets. Mas nem todos que têm um sabem disso. Daí o passeio promovido pela Sanáutica
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yacht WeekA Marina Itajaí e o Café de La Musique sediaram um elegante evento para donos de barcos, que deve se repetir mais vezes
O coquetel de partida foi na marina. E a festa da chegada no Café de La Musique
Os convidados saíram dos barcos e foram para a festa em carros cedidos pela Audi
A ideia é que o Yacht Week aconteça mais vezes, usando sempre a Marina Itajaí como base para os barcos
barcos e carrosOs barcos fizeram um passeio até uma das praias e a festa começou ainda dentro deles. Na volta, os convidados foram de carro para a continuação do evento
Aconteceu...
Tijucas, no litoral de Santa Catarina, teve
um dia inteiro de atividades náuticas, para
estimular a cidade a usar o rio que ela tem
Para comemorar mais um aniversário, o
fabricante das lanchas Sessa promoveu
uma venda especial em Florianópolis
FeStiVal Náutico rio tiJucaS
9 aNoS Da iNtech BoatiNg
festa no rio O Festival de Tijucas mostrou o potencial náutico do rio que banha a cidade e do próprio município
Presente de aniversárioNa venda especial do seu nono aniversário, a Intech ofereceu condições especiais de venda para os barcos da marca, como a nova Sessa C42 (ao lado)
Tijucas está em vias de criar um polo náutico na cidade
O evento foi promovido pela Associação Náutica Acatmar, em parceria com o Sebrae
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O plantão de vendas, no Iate Clube Veleiros da Ilha, aconteceu em parceria com a SC Yachts
A Intech Boating produz no Brasil as lanchas da marca italiana Sessa Marine
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Aconteceu...
10 Náutica Sul
12 Náutica Sul
14 veleiros navegaram de Paraty a Florianópolis,
para conhecer as belezas dos mares do sul
O ponto alto do cruzeiro foi a travessia do canal do Varadouro, entre Cananéia e Paranaguá
O roteiro teve paradas em Antonina, São Francisco do Sul e na nova Marina Itajaí
O Cruzeiro Costa Sul acontece a cada dois anos
5º cruZeiro coSta Sul
45º VeleJaÇo NoturNoO clube Veleiros do Sul, de Porto Alegre,
promoveu mais uma tradicional regata noturna
A regata começa no final da tarde e avança noite adentro, sempre às quartas-feiras
Não há prêmios nem troféus. Mesmo assim, todos querem ganhar
Desta vez, a beleza do pôr do sol fez jus a fama do Guaíba
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festa em cada Porto Por onde passam, os barcos do Costa Sul são recebidos com festa. Em Cananéia, teve até canoa cheia de ostras para os velejadores (ao lado)
dia de madrugada O vencedor do 45º Velejaço foi um barco cujo nome tem tudo a ver com as regatas noturnas: o Madrugada. 22 barcos participaram
Aconteceu...
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PRAIA BRAVA DE ITAJAí
moda é um fenômeno que
atinge também as praias. Em SantaCatarina, a primeira a
vibrar nos holofotes foi a Joaquina, em Floripa, idola-
trada pelos surfistas, que, nos anos 80, atraía muita gente jovem e bonita. Depois, Canasvieiras e
Balneário Camboriú entraram em cena, com a invasão argentina. Em se-
guida, foi a vez da praia do Rosa, entre Garopaba e Imbituba, virar a queridinha.
Até que os milionários e os beach clubs transformaram Jurerê Internacional na fai-xa de areia mais cobiçada do estado, o que,
de certa forma, permanece até hoje. Mesmo assim, a praia do momento no sempre dinâmico
litoral catarinense, agora, é outra. Esta aqui, a...
POR JORGE DE SOUZA
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CADA VEZ MAIS NA MODAVoo de parapente sobre a praia Brava: uma década atrás, não havia praticamente nada nesta área de Itajaí
da bem organizada Associação de Voo Li-vre do Morro do Careca, cuja sede fica no topo do próprio morro. “Aqui, além da paisagem, os ventos são sempre favorá-veis”, garante Jackson Bona, um dos pilo-tos. Mesmo quem não tiver coragem para ficar balançando no ar sobre a praia, ain-da assim pode aproveitar a vista da Brava
lá do alto do morro, que — uau! — é de babar.Outra razão pela qual todos os olhos de quem
sabe das coisas passaram a focar esta praia foi a irresistí-vel combinação de praia bonita com gente idem, uma parceria na qual Santa Catarina sempre foi imbatível. Hoje, nos fins de semana ensolarados, as areias da Bra-va reúnem a maior concentração de beldades e espor-tistas de praia (corredores, ciclistas, surfistas, jogado-res de frescobol, etc.) da região, o que não é pouco, já que Balneário Camboriú fica ali ao lado. Sobretudo no canto sul, em frente ao Brava Sushi, que há muito dei-xou de ser um simples — mas excelente — restauran-te japonês, para virar referência da parte mais agitada da praia. Ali, uma formidável coleção de corpos esculpidos nas melhores academias de Santa Catarina se aglome-ram em torno da música que jorra na própria areia, feito uma gostosa balada à beira d’água. É onde a Brava bom-ba ainda mais. Mas não é só ali que o bicho pega.
m dos motivos que catapulta-ram a praia Bra-va de Itajaí (em-bora ela fique bem na divisa com Balneário Camboriú) ao topo do ranking das praias mais, mais de San-ta no momento
foi a sua beleza. A Brava é realmente bonita, com uma larga faixa de areia e
um mar sempre limpo, porque, ao con-trário das principais praias da região, não
existe nenhum grande rio por perto para turvar suas águas. Além disso, ela fica entre
dois grandes morros que lhes servem de mi-rantes naturais.
Um deles, o morro do Careca, ofere-ce uma vista aérea tão estupenda (tanto da
Brava, de um lado, quanto da orla de Balne-ário, do outro) que virou uma das mais famo-
sas rampas de parapente, aquela emocionante mistura de paraquedas com asa delta, do país. E
qualquer um pode experimentar a deliciosa sen-sação de voar, ao sabor dos ventos, sobre a empol-
gante paisagem da praia Brava: basta pagar cerca de R$ 250 por um voo duplo, de cerca de 20 mi-
nutos, acompanhado de um instrutor credenciado
16 Náutica Sul
Balneário Camboriú fica ao lado. Mas o pique da praia Brava é outro
CrESCIMENtOE NAtUrEZAA praia Brava fica bem na divisa de Itajaí com Balneário Camboriu e está crescendo barbaramente. Mas quer evitar de cometer os erros da vizinha
A CArA DA BrAVAGuarda-sóis
padronizados
e muita
atividade
saudável:
a Brava é a
praia da hora
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Praia Brava
Praia Brava
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o longo da orla, alguns ba-res funcionam como clu-bes de praia, ou “beach clubs”, como preferem ser chamados, com espregui-çadeiras na areia e DJ’s ao vivo debaixo de ten-das, para quem quiser sair da praia e dançar ou apenas relaxar em sofazões quase ao ar li-
vre. É o mesmo estilo de Jurerê Interna-cional, só que aperfeiçoado, porque, quan-
do o assunto é balada, a Brava sempre deu aula. Mesmo na época em que não havia nada
na praia — só um quiosque frequentado por sur-fistas no canto norte, que foi ficando famoso pelos
luaus que organizava: o Galera’s. No rastro do Galera’s, logo veio a Warung, até hoje
a mais famosa balada de música eletrônica do estado (e uma das mais faladas do mundo), que entope de gente
quando anuncia mais uma festa. Estrategica-mente fincada na beira da praia, na Warung, quando o dia amanhece, os primeiros raios de sol incidem diretamente sobre o DJ que se apresenta lá no fundo, feito um holofote da natureza. A galera vai, então, à loucura e a música avança também manhã adentro. Mas não incomoda o restante da praia, porque a Brava praticamente se divide em duas partes: a praia do sul, onde o pessoal se concentra, e o canto norte, cujo aces-so só pode ser feito por trás, porque uma lagoa divide uma parte e outra da praia. No canto norte, a despei-to das baladas, tudo ainda está mais ou menos como an-tigamente. Ou seja, não mais que meia dúzia de anos atrás, porque nada impressiona mais na Brava do que o seu crescimento espantosamente acelerado.
Galera’s O mais antigo bar da praia virou, também, local de eventos
BelvedereBalada que sucedeu a Kiwi, que, por sua vez, veio no rastro da Warung
WarungBalada de praia mais famosa de Santa Catarina e considerada uma das melhores do mundo da música eletrônica
BaobáConsiderado o melhor restaurante de frutos do mar da região atualmente, tem mesas bem frequentadas
Brava Home resortO mais extraordinário empreendimento residencial, tem até praia artificial, com areia de verdade
Felissimo HotelA mais elegante e exclusiva pousada e bistrô da praia, embora não fique na beira da areia
HakaO mais novo beach bar do pedaço, oferece balada com DJ ao vivo depois da praia
Brava BeachMaior empreendimento da praia em quantidade de apartamentos, ainda
ganhará quatro novas fases
Sesto SensoLounge estilo italiano, para
gente de bom gosto
Águas da BravaBar de praia, em local bastante agradável
Fresh MarketMisto de beach club e mall ao ar livre temporário, funcionou durante o último verão e deve voltar
Morro do CarecaDe onde partem os parapentes, oferece uma das melhores vistas do litoral catarinense
Brava SushiRestaurante japonês com lounge e o pedaço mais agitado da areia da praia, onde fica o seu beach club
MirageEm fase final de construção, é o prédio mais falado da praia no momento, porque fica praticamente dentro dela
Infinity BlueMaior resort da região, fica isolado, cercado de mata e com uma praia praticamente exclusiva, a do Buraco, entre a Brava e Balneário
Algumas das principais atrações da praia
Apesar do crescimento acelerado, o canto norte ainda é bem sossegado
DOS DOIS lADOSO Morro do Careca oferece vista tanto da Brava quanto de Balneário
DUAS prAIASUma lagoa divide a Brava em duas partes. No canto norte ainda reina a tranquilidade
Onde a Brava bomba
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desenvolvimento fulminante é o princi-pal motivo pelo qual a praia Brava está tão em evidência nos últimos tempos. Ou uma mera consequência disso... Em me-nos de uma década, ela saiu da condição de praia praticamente deserta, com aces-so difícil por uma única rua de terra (reza a lenda que as esposas de Itajaí sabiam quando seus maridos haviam levado “na-moradas” para a praia apenas olhando para a lama no carro, no dia seguinte — daí o canto sul da Brava ter sido apelida-
do de praia dos Amores), para se tornar o polo de empreen-dimentos imobiliários que mais cresce na região. E como ele cresce rápido! Neste momento, perto de uma dúzia de novos prédios e condomínios estão sendo finalizados e outros tantos projetos avançam a passos largos. Todos, contudo, de alto pa-drão, o que tem ajudado a Brava a crescer com qualidade e certa homogeneidade, porque, hoje, nada ali é barato.
A valorização da praia tem sido astronômica. Um terreno que cinco anos atrás era oferecido por R$ 50 mil, hoje está sendo ven-
dido por R$ 2 milhões. Ou mais. E praticamente não existe apar-tamento novo que custe menos do que isso. Uma cobertura no pri-meiro grande empreendimento imobiliário da praia, o Brava Beach, que está na segunda das suas seis fases previstas, custa cerca de R$ 5 milhões. Ou o dobro dis-so no extraordinário Brava Home Resort, que, como o próprio nome diz, é um resort em forma de condomínio, com até praia artificial com areia de verdade, para quem não quiser caminhar até a original.
O PRIMEIRO NATIVO30 anos atrás, Zizo fincou o primeiro bar na Brava. E nunca mais saiu da praia
orria 1986 e o então jovem surfista Maurício
Oliveira, que ninguém nunca chamou pelo
nome, só pelo apelido Zizo, não saía do can-
to norte da então pra lá de deserta praia Brava,
por conta de suas ondas. Até que veio a ideia de
montar uma barraca na areia e vender cerveja
para os outros surfistas, já que na Brava não ha-
via nem água para beber. As latinhas iam no ban-
co de trás (arrancado, para virar porta-malas) do
fusca de Zizo até a praia, sacudindo horrores na
estradinha esburacada de terra. Nascia assim o
Galera’s (o nome do negócio não poderia ser mais
adequado para atender uma clientela formada só
por amigos...), que existe até hoje (agora na forma
de um transado bar e casa de eventos), e que, du-
rante muito tempo, foi sinônimo da própria praia
Brava. Os famosos luaus do Galera’s chegaram a
reunir mais de 3 000 jovens, nos anos 90, e sig-
nificaram a descoberta do canto norte da Brava
como um ponto perfeito para baladas, numa épo-
ca em que nem havia esta palavra. Depois, no ras-
tro do Galera’s, vieram as baladas Kiwi e Warung,
esta, hoje, mais ou menos o que era o Galera’s na-
quela época. “O meu negócio sempre foi curtir a
vida e nunca pensei em ficar milionário”, diz Zizo,
que tratou de construir sua casa atrás do bar e vi-
rou o primeiro morador da Brava, onde vive até
hoje, agora com mulher e filho. “Mas se tivesse
imaginado que isso aqui ia bombar desse jeito, te-
ria comprado mais alguns terrenos”.
A Brava é onde, hoje, todo mundo gostaria de estar. Por isso mesmo, a praia é muito bem frequentada
prAIA CHEIANos fins de semana de sol, as areias da praia Brava se enchem de guarda-sóis. Mas, para manter um crescimento ordenado até a cor deles é padronizada
Só O COMEçOO Brava Beach ainda terá quatro outras fases, o que mostra o potencial da praia
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Praia Brava
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tendência é que os preços conti-nuem subindo, porque cada vez mais gente quer estar na praia sobre a qual ninguém para de falar. “A Brava ainda não che-gou à metade de onde pode chegar”, garante Fabricio Prazeres, dono do também mais co-mentado restaurante de frutos do mar da região no momento, o festejado Ba-obá, onde alguns pratos do cardápio levam o nome de condomínios da
praia: Brava Beach, Brava Home, Amores da Brava, Bravís-sima, etc. Aliás, tudo na Brava leva o nome da praia, como
se isso fosse um atestado de qualidade. De certa forma, é mesmo. No mínimo, uma prova de bom gosto. Pega bem es-
tar na Brava. Ela é a praia da hora, embora, tecnicamente se-jam duas. Como assim?
A confusão é culpa da curiosa geografia no canto direito da praia, onde um riachinho, hoje mal percebido, já que foi pratica-
mente engolido pelas ruas, marca a divisa entre Itajaí e Balneário Camboriú. No passado, por conta daquelas aventuras extraconju-
gais de maridos infiéis e de casais em busca de um local ermo e sos-segado para namorar, aquele canto da praia passou a ser chamado de
praia dos Amores. E o nome ficou, como uma maneira de diferenciar a parte que pertence a cada município, embora, na prática, não exis-
ta faixa de areia alguma no lado de Balneário. Ou seja, tecnicamente, a praia dos Amores não tem praia.
ELE DEU UM JEITOQuando acabaram os terrenos, Adriano fez a sua casinha e a estacionou na rua
té alguns anos atrás, o marceneiro, pintor, ele-tricista, jardineiro, guardador de carros e o que mais aparecer pela frente, Adriano Abreu,
o “Adriano Faz”, como ele próprio se apresenta (por-que faz qualquer coisa que renda algum dinheiro), morava de favor nos terrenos vazios da praia dos Amores e ia mudando de endereço sempre que a área era vendida. Até que chegou uma hora que não havia mais terrenos livres para ele montar o seu barraco, porque todos estavam virando empreendi-mentos imobiliários. A saída foi morar na rua, mas ele fazia questão que fosse debaixo de um telhado. Mas, como fazer isso sem ser expulso pela prefeitu-ra? Esperto e habilidoso, ele, então, teve a ideia de construir uma casinha sobre rodas e “estacioná-la” numa rua perto da praia. Como não era propriamen-te uma casa, mas sim uma espécie de motorhome, ainda que caseiro, construído por ele mesmo, a fis-calização nada pôde fazer. E lá se vão dois anos que o folclórico Adriano vive em um local pra lá de privi-legiado, no canto sul da praia Brava, na companhia de Bob e Diamante, seus dois vira-latas. A luz vem de um “vizinho”, que permitiu que ele esticasse um fio até a sua “casa-reboque” (que jamais saiu de lá, por sinal). E a água ele busca nos canteiros de obras dos diversos prédios que estão sendo erguidos na região. Um deles, por sinal, o mais caro do pedaço: o Mirage, onde um apartamento não sai por menos de R$ 2 milhões. Pois Adriano mora ao lado dele, na mesma rua. Literalmente, na rua. Mas dentro de sua casinha. Ele achou uma saída para a especulação imobiliária da praia.
Apenas 10 anos separam estas duas imagens e mostram o crescimento ultra-acelerado da praia Brava
O que mais impressiona na praia é o fulminante crescimento imobiliário
SEGUNDA prAIAO Brava Home Resort tem até praia artificial, entre um monte de coisas mais
SíMBOlO DA prAIANa Brava, tem sempre um parapente voando sobre a praia
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Praia Brava
BRAVA GENTE
Náutica Sul 23
Meio lá, meio cá
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praia Brava fica exatamente na divisa en-tre Balneário Camboriú e Itajaí, cidade a qual pertence. Apenas um riacho no can-to sul da praia (que, com o crescimento
da região, ninguém nem mais percebe), divide os dois municípios e, também, a própria praia, já que “do lado de lá do riacho”, na parte que per-tence a Balneário, ela muda o nome para praia dos Amores. Mas, na prática, esta praia nem exis-te, porque o tal riacho desagua rente ao morro do Careca, no final da própria praia Brava.
DO QUIOSQUE PARA A FAMAO Baobá, do quiosqueiro Fabricio, virou o restaurante mais comentado da região
ouco mais de década atrás, o itajaiense Fabri-
cio Prazeres tinha um pequeno quiosque com
telhado de palha na areia da praia Brava, que
lhe servia de bar e moradia, porque era ali que ele
dormia, depois de ter trabalhado em uma empre-
sa de pescados. A vida era difícil, os clientes não
passavam de meia dúzia de gatos-pingados e a
praia Brava ainda era um areião semideserto. Mes-
mo assim, ele acreditou que o conhecimento so-
bre frutos do mar adquirido nos tempos de empa-
cotador de peixes haveria de servir para alguma
coisa no seu negócio e saiu garimpando as melho-
res — mas só as melhores — garoupas que encon-
trava no mercado da cidade, para servi-las no seu
quiosque, onde sua mulher fazia o papel de cozi-
nheira. Foi o pulo do gato. E o boca a boca dos fre-
quentadores da praia cuidou do resto. Hoje, Fabri-
cio é dono do Baobá, o mais falado restaurante
de frutos do mar não só da praia Brava, como de
toda a região, incluindo Balneário Camboriú, onde
o que não faltam são boas mesas. A especialidade
da casa continuam sendo as garoupas — claro —,
agora promovidas a iguarias, graças aos dotes culi-
nários da mulher de Fabricio, que virou chef. “Cres-
cemos mais até que a própria praia Brava, que já é
um estouro”, orgulha-se Fabricio, que, no entanto,
até hoje mantém um humilde quiosque, na beira
da praia, agora operado por sua irmã. “Não esque-
ço minhas origens”, diz.
utra curiosidade da praia Bra-va é que, embora a faixa de areia seja dividida entre diver-sos quiosques e beach clubs, que armam cadeiras e guar-da-sóis para os seus clientes, to-dos os equipamentos de praia são (ou pelo menos deveriam ser...) bran-cos, para não poluir a paisagem. O detalhe faz parte de uma série de medidas que vi-sam um crescimento mais ou menos orde-nado, como forma de evitar os erros come-
tidos em outras praias do gênero no passado. Como as infames sombras que os arranha-céus de Balneário Camboriú provocam na areia da praia da cidade. Por causa disso, na Brava, a altura dos prédios em frente à praia é limitada, embora pelo menos um já
provoque o incomodo de tapar parcialmente o sol da tarde. Torce-se para que seja o único caso.
“Nosso objetivo é tornar a Brava a melhor praia do país”, diz o secretário de turismo de Itajaí, Agnaldo Santos. “Ela já está per-
to disso e ainda vai crescer bem mais nos próximos anos, porque sua fama está apenas começando.” Disso ninguém duvida. Basta
comparar o que há ali hoje e apenas uma década atrás. Nem parece a mesma praia. E, de certa forma, não é mesmo. É hora de ir para a
Brava, a praia da hora.
praia saudávelSeja na praia ou na orla, na Brava tem sempre alguém se exercitando
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Cinco homens do mar com quem vocêsempre pode contar, quando sair para navegar
“Qualquer problema, procura o fulano!”Quem nunca ouviu este conselho ao sair para nave-
gar, ainda mais quando o destino não é muito familiar? Ainda bem que isso acontece, porque nada tranquiliza
mais o dono de um barco do que saber que, em caso de ne-cessidade, pode contar com a ajuda de alguém, seja para so-corrê-lo, resgatá-lo, indicar quem conserta isso ou aquilo ou apenas orientar a navegação de quem chega de fora e não conhece a região.
Em qualquer ponto do litoral brasileiro tem sempre al-guém assim, disposto a ajudar os outros, mesmo que sejam completos estranhos. A própria solidariedade dos típicos ho-mens do mar estimula isso. Mas alguns vão bem além de ape-nas saudar os outros barcos que passam. São os amigos do mar, sempre dispostos a ajudar.
A região Sul não é exceção neste quesito, muito pelo contrário. Do litoral do Paraná às águas do Guaíba que ba-nham Porto Alegre, há uma verdadeira legião de boas al-mas sempre prontas a dar uma mão para quem está a bordo de um barco. E fazem isso sem nenhum interesse que não seja resolver o problema e, eventualmente, ganhar um novo amigo, o que fatalmente acontece.
Nas páginas seguintes, você encontrará cinco ho-mens assim, cada um de uma região entre as mais fre-quentadas pelos donos de barcos do Sul do país (ano-te os contatos para qualquer eventualidade futura).Todos são, acima de tudo, muito prestativos. Autênticos...
da guardaANJOSde quem tem um barco
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Anjos do MAr
26 Náutica Sul
pescador Ciro Pereira, que jun-to com a mulher, Iná, toca um rústico (mas altamente indicado) restaurante na beira da praia da ilha das Peças, já perdeu a conta de quantos resgates fez dentro e
fora da nem sempre tranquila baía de Pa-ranaguá. “Nem sei, porque toda hora al-guém me chama pelo rádio para ajudar e é claro que eu vou”, diz, com a típica sim-plicidade dos legítimos caiçaras.
Um dos casos mais recentes aconteceu neste verão. Três amigos saíram para pescar fora da baía com um barco inflável, mas, na volta, já fim de tarde, uma das bananas do casco rasgou, esvaziou e o bote come-çou a encher de água. Por sorte, havia um rádio a bordo e um dos ocupantes do bar-co conhecia a (boa) fama de Ciro, que já respondeu ao chamado com algumas ins-truções. “Eu falei pra eles ficarem calmos, vestirem os coletes salva-vidas e acenderem a luz do barco, porque já estava anoitecen-do e, no escuro, não dá pra achar nada no mar. Daí, saí correndo de casa com um dos meus filhos, peguei uma voadeira empres-tada e fui lá pra fora da baía, procurar o bar-co. Não foi fácil, porque ventava um boca-do, mas achei o barco. Quando cheguei, eles já estavam com água pelos joelhos, mas, mesmo assim, consegui trazer até o barco de volta”, recorda.
Em outra ocasião, Ciro não pensou duas vezes na hora de se jogar na água
O bom samaritano de ParanaguáO caiçara Ciro Pereira já ganhou até medalha da Marinha pelos muitos salvamentos que fez
É só chamar
Ciro Pereira
VHF canal 68 (chamar Iná 2)
ou tel. (041) 3482-5005
“Não ganho nada fazendo isso, mas sei que Deus vai me dar em dobro”
para ajudar a embarcar o dono de uma lancha que estava pegando fogo, bem ao lado dele — e com sério risco de explo-dir. “O homem tinha queimado as pernas e não conseguia subir no meu barquinho. Então, me atirei na água, afundei e, lá de baixo, pedi forças para Deus e empurrei ele pra dentro. Deu certo, mas o barco ar-deu inteiro”.
Por essas e outras, dois anos atrás, Ciro foi homenageado com a medalha Amigo da Marinha, dada pela Capitania dos Portos de Paranaguá, que hoje ele usa, orgulhoso, sempre que vai lá. Também é lembrado pelo Corpo de Bombeiros da ci-dade, quando é preciso algum resgate no mar. “Os barquinhos dos Bombeiros nem sempre estão prontos para partir e eles não conhecem a região tão bem quanto eu, que nasci e sempre vivi aqui”, expli-ca Ciro, de 56 anos, dois filhos e quatro netos, que ainda pesca regularmente, para abastecer o cardápio do restaurante manti-do pela família, na ilha das Peças.
E é ali, ao lado das mesas, na varanda da casa, que fica permanentemente liga-do o rádio VHF, à espera tanto de alguma encomenda de prato por parte dos barcos que vêm de Pontal do Sul para almoçar na ilha, quanto de um pedido de ajuda. “Não ganho nada fazendo isso, a não ser novos amigos, mas sei que Deus vai me dar em dobro, em tempo de vida”, acredita o bom samaritano dos barcos de Paranaguá.
premiadoCiro e a medalha que recebeu da Marinha: ajudar é com ele mesmoA
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Anjos do MAr
28 Náutica Sul
conteceu em 2009. A lancha, com uma família inteira a bordo, encalhou em um dos bancos de areia do Guaíba e o comandan-te pediu ao clube do qual é só-
cio, o Veleiros da Ilha, que mandasse aju-da, o que foi feito de imediato. Quando o resgate chegou, ele entrou na água para ajudar a empurrar o barco e facilitar o de-sencalhe. O casco soltou fácil, mas o pilo-to do barco de apoio, que não sabia que o comandante havia desembarcado, seguiu em frente, puxando a lancha para longe e abandonando acidentalmente o coman-dante na água. Em seguida, escureceu e ninguém enxergou mais nada.
Foi quando o clube foi novamen-te acionado, desta vez com um pedido bem mais dramático: ajudar a encontrar o comandante desaparecido no meio do rio. E o clube, como de hábito nes-tes casos, acionou o mais experiente ma-rinheiro que conhecia: o gaúcho Paulo Morel, que não é funcionário do Ve-leiros do Sul, mas há décadas cuida de um punhado de barcos de associados. E Paulo, como sempre, respondeu de ime-diato, pulando da cama às onze da noite e correndo para o meio do rio.
Lá, duas horas depois, quando todos os barcos envolvidos na busca já estavam
O velho marinheiro do GuaíbaQuando algum barco precisa de ajuda, lá vai o gaúcho Paulo Morel fazer mais uma boa ação no rio
Todos já estavam desistindo de procurar o comandante desaparecido. Menos ele
desistindo e programando retornar só no dia seguinte, “para procurar o corpo”, ele se recusou a aceitar o que parecia inevitá-vel e continuou vasculhando a área — até encontrar o pobre homem só com o na-riz fora d’água, tentando se manter em pé no banco de areia, após mais de seis horas dentro do rio. “Enquanto não aparecer o corpo, sempre há a possibilidade de a pes-soa estar viva”, diz Paulo, que sempre se-guiu isso à risca nos muitos resgates que já fez, tanto nas águas do Guaíba quan-to na vizinha Lagoa dos Patos. “Na oca-sião, disseram que eu era um herói, mas, para mim, herói foi aquele homem, que aguentou tanto tempo na água”, descon-versa o velho marinheiro, de 64 anos, que hoje conta com a ajuda do filho para so-correr os donos de barcos em apuros, com a sua lanchinha Diamar 17. “O que mais tem aqui no Guaíba é encalhe de veleiro e, quando isso acontece, a única maneira de soltar o barco é arrastá-lo de lado, para que ele aderne e diminua o calado, sol-tando assim a quilha”, ensina. “Se puxar pela proa ou pela popa, como a maioria faz, vira um arado e a quilha enterra ainda mais”, explica.
Mas, muitas vezes, só ensinar não bas-ta. E lá vai Paulo para o meio do rio, resga-tar mais um barco em apuros.
É só chamar
Paulo Morel
Clube Veleiros do Sul
Tel. (051) 3265-1717
24 horasPaulo Morel está sempre no Veleiros do Sul, mas ajuda todo mundo A
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/BRASILSPOT
Anjos do MAr
30 Náutica Sul
ara o marinheiro Rubens Fernan-des, que ninguém na Tedesco Marina, onde ele sempre fica, co-nhece pelo nome, só pelo apeli-do Binho, ajudar qualquer pessoa
que esteja em dificuldades no mar é mais do que uma obrigação — é uma satisfa-ção. “Fico feliz quando sinto que o que eu aprendi no mar foi útil para outras pessoas também”, diz, com simplicidade, o jovem marinheiro, de 29 anos, que desde os 12 tra-balha com barcos. E ele fica emocionado quando, depois, recebe um agradecimen-to, um abraço ou bem mais que isso, como aconteceu — de novo — no mês passado, em reconhecimento pelo difícil resgate que fez, junto com o gerente de operações da Tedesco, Ewerton da Luz.
Um grupo de amigos voltava de um domingo a bordo de uma lancha no Cai-xa d’Aço, quando o marinheiro se atrapa-lhou na escuridão da noite e bateu em um amontoado de pedras nas proximida-des da praia de Laranjeiras, já bem perto de Balneário. Com o impacto, a lancha subiu nas pedras e ficou travada — além de seriamente danificada. Nenhum outro barco conseguia chegar perto sem correr o risco de também bater nas pedras. Foi quando Binho entrou em ação, depois de saber do acidente, pelo rádio.
É só chamar
Binho
Tel. (047) 8816-2356
O guardião de Balneário CamboriúNa hora de ajudar, o marinheiro Rubens Fernandes, o Binho, não pensa duas vezes e sai correndo para o mar
Nenhum
barco
conseguia
chegar perto
da lancha
acidentada.
Ele, então,
pegou um jet
e entrou no
labirinto
de pedras
Com um jet ski, ele seguiu para o lo-cal e entrou no labirinto de pedras, dura-mente açoitado pelas ondas e sem enxer-gar nada, porque era noite, com o objetivo de levar um cabo até a lancha acidentada, para que ela pudesse ser puxada por ou-tro barco a distância. Capotou duas vezes durante as tentativas, mas conseguiu en-tregar um cabo na lancha avariada. Que, como era de se esperar, ao ser puxada, co-meçou a afundar. A ordem, então, foi que todos se atirassem ao mar, com os coletes salva-vidas que ele também entregou de jet. E todos foram resgatados.
No dia seguinte, eternamente agrade-cida, uma das vítimas deu um emocionado depoimento aos jornais, chamando Binho de herói, entre outras coisas mais. “Vol-tei para casa só de madrugada, mas com a alma lavada”, recorda Binho, que, dias an-tes, já havia participado de um duplo resga-te, ao mesmo tempo. “O tempo fechou de repente e, enquanto eu estava indo ajudar uma lancha, que não achava o caminho de volta, por causa da falta de visibilidade, ou-tra me chamou, com pane no motor. En-tão, tracei uma rota no meu GPS e o jo-guei para a lancha que estava perdida e fui ajudar a outra. Chegamos os três juntos na marina”, recorda, feliz, o jovem anjo da guarda de Balneário Camboriú.
sempre na escutaBinho passa a maior parte do tempo na Tedesco Marina, de onde sai para socorrer quem precisa
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Anjos do MAr
32 Náutica Sul
Anjos do MAr
Equinautic é uma das mais antigas lojas de equipamen-tos náuticos do Rio Grande do Sul. Por isso, o seu dono, Már-cio Lima, sempre costuma ser
lembrado quando surge algum proble-ma nos barcos dos clubes e marinas de Porto Alegre. Ou mesmo longe dali... Como aconteceu recentemente, com um veleiro que voltava de uma viagem a Floripa e perdeu o leme durante um ven-daval na costa gaúcha. “Meu telefone to-cou de madrugada e eu logo deduzi que não era coisa boa”, lembra Márcio. “De-pois de ouvir o relato do comandante, que estava sem leme no meio de um vendaval, eu disse para ele que estava indo encon-trá-lo. Só que eu estava em Porto Alegre e ele a umas cinco milhas fora da costa!”, recorda.
Márcio, então, pegou o carro, des-ceu até Tramandaí, no litoral, conseguiu uma lancha emprestada e foi atrás do bar-co avariado, guiando-se apenas pelo GPS para localizá-lo no mar. “Deu certo, mas não foi nada fácil achar o danado”.
Mas a história não parou por aí. Uma vez junto ao barco, Márcio ajudou a tri-pulação a retirar o leme quebrado do cas-co e o trouxe para o litoral, para ser sol-
É só chamar
Márcio da Equinautic
Tel. (051) 3268-6675
O plantonista de Porto AlegreQuando o telefone tocou de madrugada, Márcio Lima já sabia que não era coisa boa. Pulou da cama e foi para o barco
à disposiÇÃoMárcio Lima e a filha: a família já está acostumada com as saídas dele para dar uma mão aos outros donos de barcos
Ele desceu de carro até o litoral, conseguiu um barco emprestado e foi ajudar o veleiro avariado, no meio do mar
dado. Enquanto isso, a tripulação ficou tentando permanecer onde estava, mes-mo sem o leme, até que ele retornasse. Em terra firme, Márcio procurou um soldador conhecido (todos do meio náu-tico no litoral gaúcho o conhecem), fez o reparo e, imediatamente, voltou para o mar, para reinstalar o leme no barco, que só assim pôde seguir viagem. E tudo isso em questão de horas. Depois, Márcio vol-tou para Porto Alegre, para atender nor-malmente os clientes de sua loja. “Sem-pre tive barco e sei bem o que é precisar de ajuda e não encontrar ninguém. Por isso, sempre ajudo”. diz ele.
E não são só os clientes da Equinau-tic que sabem que sempre podem contar com a ajuda de Márcio, seja para socor-rer um barco avariado ou apenas ensinar como instalar um novo equipamento a bordo, área na qual, por sinal, ele é um craque . Mesmo quem não mantém con-tato frequente com ele ou com a sua loja, se sente à vontade para procurá-lo quando surge uma dúvida ou precisa de uma opi-nião sincera sobre este ou aquele equipa-mento náutico. “Tenho muitos amigos no meio náutico e, felizmente, sempre ganho novos, a cada dono de barco que me pro-cura”, diz Márcio.
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m Floripa, não há dono de jet ski que não conheça este sujeito boa praça, Marcelo Brandão, que, no entanto, ninguém conhe-ce pelo nome — só pelo apeli-
do, Tchello. E por um bom motivo: todos sabem que podem contar com ele para ajudar no que for preciso em suas motos aquáticas — de indicar consertos a socor-rê-los, quando algo dá errado.
“Mexo com jets há 25 anos e é natu-ral que todos aqui me conheçam”, diz Tchello, hoje também dono da principal marina de jet da ilha, a Pronáutica. “Quan-do qualquer coisa acontece, é para mim
O jet brother de Floripa
É só chamar
Tchello (Floripa)
Tel. (048) 3232-9173
“De jet, eu chego mais rápido”
que eles ligam. Às vezes, até o grupo de salvamentos do Cor-po de Bombeiros faz isso, por-que eles sabem que os jets são mais ágeis do que qualquer barco de resgate”.
Além disso, Tchello destaca outra virtu-de das motos aquáticas: elas nunca afundam. “Um jet pode encher de água e ficar quase submerso, mas não afunda. E isso dá segu-rança também para quem faz um resgate”. E ele completa: “Sob o ponto de vista da segu-rança, prefiro dez vezes estar num jet do que em uma lancha pequena. Por isso, quando me chamam, eu vou, porque sei que, de jet, chego antes e com menos riscos”.
Em caso de problemas nas águas de Florianópolis, é só chamar o Tchello
Anjos do MAr
jet ajudaAté os Bombeiros o chamam
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GTI SE 130
RXP-X 300 SPARK 2UP
36 Náutica Sul Náutica Sul 37
SÓ BARCÃO!Alguns barcos que estarão no próximo salão náutico do Rio de Janeiro, para você pensar seriamente em dar um pulo lá
Às vésperas das
Olimpíadas, o Rio de
Janeiro está ainda mais
especial. Quem for ao
salão verá isso de perto
3 novidades que já valem a viagem
1
3
2
Evolução do modelo 800, tem flybridge com
o dobro do tamanho e teto solar. Um barco
que vai fazer todo mundo babar.
Schaefer 830
Dufour 460 Grand LargeLançado no ano passado, na França, a pri-
meira unidade já chegou ao Brasil e estará
exposta no Rio, para os amantes dos veleiros.
Beneteau GT 42Vem da França e é uma lancha de dois
(ou até três...) camarotes, com qualidade
bem acima da média.
Cimitarra 760 FlyA primeira unidade com fly-
bridge do maior iate já produ-
zido pelo estaleiro gaúcho Ci-
mitarra fará sua estreia no Rio
e promete fazer muito suces-
so, porque estará disponível
para testes na água.
Schaefer 560Prepare-se para se surpreender com
este barco, que, por dentro, parece bem
maior do que é e oferece mordomias
que só os iates costumam ter. Como,
por exemplo, sala aberta na proa.
Azimut 56
Visto assim, por fora, o mais novo modelo brasileiro da tradi-
cional marca italiana parece ser apenas mais uma Azimut. Mas
quem o visitar por dentro verá e sentirá as diferenças.
Triton 500 FlyPela primeira vez, o mais re-
cente barco da marca parana-
ense Triton, esta lancha de 50
pés com flybridge e dois ou
três camarotes, dependendo
da vontade do dono, estará na
água, à disposição dos interes-
sados em conhecê-la e testá-
la. Outro atrativo é o seu preço,
de bom custo-benefício.
A nova Marina
da Glória será
uma atração
à parte no
salão carioca
Prestige 77 BRIate francês com representação oficial no Brasil e, por isso mesmo, com alguns
melhoramentos que nem fazem parte dos modelos originais europeus. Como
cozinha na plataforma de popa e ar-refrigerado mais forte.
38 Náutica Sul Náutica Sul 39
Princess 68Lancha inglesa que será
apresentada pela primeira
vez no Brasil, com quatro ca-
marotes e nada menos que
quatro ambientes interliga-
dos no convés.
Real 525Maior barco da tradicional
marca carioca Real, tem pro-
jeto do design internacio-
nal Tony Castro e se destaca
pela ampla área envidraçada.
Mesmo quem está dentro vê
o que se passa lá fora.
Sessa Fly 42Esta lancha feita em
Santa Catarina não é
propriamente uma no-
vidade, mas ainda atrai
muitos olhares e inte-
ressados, especialmen-
te por conta do bom
custo-benefício que
oferece.
V 350 HTLancha de porte mé-
dio e linhas bem mo-
dernas, derivada do
modelo de 33 pés
do estaleiro mineiro
Ventura, que, agora,
passará a ter 35 pés
de comprimento.
Coral 30C
Bayliner 350
É a maior lancha de 30 pés
do mercado, porque tem,
além da proa sextavada,
nada menos que três metros
de boca, o que lhe dá um es-
paço interno excepcional.
O maior modelo da linha Bayliner, fabricado no Brasil com projeto americano,
não chega a ser uma novidade, mas ainda é pouco conhecido pelos brasileiros.
FS 265 Premium
Sedna 315
Ainda em projeto, esta lancha catarinense será apresentada
só no Rio, mas já se sabe que terá proa sextavada (portanto,
mais espaçosa) e ampla plataforma de popa (o que também
significa mais espaço a bordo).
Mais novo barco de pesca oceânica de um estaleiro espe-
cializado neste tipo de lancha, usa dois motores de popa,
tem costado bem alto e muito espaço livre a bordo. Os pes-
cadores vão gostar desta novidade.
3 novos veleiros
Beneteau Oceanis 62Os velejadores vão vibrar com o tamanho e
modernidade deste barco, de linhas pra lá de
elegantes e até quatro camarotes.
Jeanneau 54
Felci 315
Apesar de um pouco menor, este veleiro
igualmente francês também pode ter qua-
tro camarotes, mais um para o marinheiro.
Um novo veleiro, para quem gosta de (tam-
bém) correr regatas. É nacional, mas com
projeto italiano. E o projetista estará no Rio.
Programe-seQuando? De 8 a 17 de abrilOnde? Marina da Glória, Rio de JaneiroComo? Ingressos a R$ 60 na bilheteria (idosos R$ 30) ou no www.rioboatshow.com.br
No salão do Rio, além de ver e conhecer os barcos, é possível testá-los na água
O salão durará 10 dias e incluirá dois finais de semana. Ou seja, será mais fácil visitá-lo
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3
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3 perguntasExpediente 3 perguntasExpediente
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NáuTICA SuL TAmbém ESTá NO... No Facebookfacebook.com/revista.nautica
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COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Alexandre Sakihama (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
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NÁUTICA SUL é uma publicação da G.R. um Editora ltda. – ISSn 1413-1412. março de 2016. Jornalista responsável: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados.
FOTO DE CAPA: Jorge de Souza
CTP, Impressão e Acabamento – Prol Editora Gráfica
bAIXE TAmbém AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA
Edição 57marinas dEsanta CatarinaE + São Paulo Boat Show, Barco na laje
Edição 56o mElhor dEsanta CatarinaE + 10 anos da revista Náutica Sul
Edição 55iBiraquEraE + Nova fábrica da Cimitarra, História do navegador Victor Otaño
Edição 58as BElEzas da Baía dE BaBitongaE + Seminovos que são bons negócios
gRáTIS!
Respostasdas CRuzadas
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1 Violenta vibração ou movimento de camadas da superfície terrestre; pode gerar ruínas, mortes e até tsunamis • 2 aquele que põe um caiaque em
movimento • 3 um dos grandes rios brasileiros; banha o Mato Grosso do sul, cortando o pantanal • 6 Grande cidade espanhola, com importante porto
no Mediterrâneo • 7 a de Júlio Verne durou 80 dias • 8 Grupos de estrelas como andrômeda e Cassiopeia • 11 Centro da gravidade de um corpo
flutuante • 13 ato de dar a pressão de ar adequada a um pneu ou câmara de ar • 15 o estado brasileiro banhado pelos rios Madeira, Mamoré e Guaporé,
dentre outros • 16 arquipélago do litoral da Bahia, importante área de proteção ambiental • 17 Árvore do litoral do RN até o RJ, hoje bastante rara; foi
maciçamente explorada na época do descobrimento • 18 (Ingl.) Vela balão • 20 Monumento arqueológico composto de acúmulo de conchas, esqueletos,
utensílios gerais e cascos de ostras, junto ao litoral brasileiro, acumulados por tribos, no período pré-histórico • 21 Vara de madeira que é colocada
transversalmente em certa vela, para mantê-la aberta • 22 Grande região norte do Brasil, conhecida como “pulmão do mundo”
horizontais
VErtiCais
4 a mais meridional região de portugal, com lindas praias • 5 Lancha a motor usada pelos oficiais em navio de guerra • 8 Região
entre duas depressões barométricas adjacentes ou dois anticiclones • 9 produto obtido mediante compressão em redutor de espessura, usado em pisos e
revestimentos • 10 Cabina a bordo de um navio, destinada a acomodar passageiros • 12 peixe dos rios brasileiros, também chamado saicanga • 14 Restinga do
estado do Rio de Janeiro entre a baía de sepetiba e o oceano atlântico • 19 Região do oceano antártico, entre o sul da américa do sul e a antártida; é conhecida
por seu clima rigoroso • 23 a refinaria do cloreto de sódio • 24 antiga embarcação à vela e remo, esguia e veloz, usada no oriente pelos portugueses • 25 país
sul-americano que não é banhado pelo mar, onde se localiza o lago titicaca • 26 Movimento que empurra para a frente • 27 Famoso filme estrelado por George
Clooney; retrata as dificuldades de um barco de pesca em meio a uma tempestade • 28 substância apta a diminuir o atrito entre superfícies sólidas
Nome desta linda restinga carioca
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cruzadas náuticas
Você entende de mar?
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náutica Sul 41náutica Sul 41
Programa legal
No passeio Macuco Safári, nas cataratas de Foz do Iguaçu, a sensação é de que o barco inundará, se parar debaixo de uma das quedas d’água. E ele para!
O barulho é ensur-decedor. Como um trovão que nunca aca-ba. Os sustos, inevitá-veis. A cada segundo,
você jura que —dessa vez — o barco irá virar. Os solavan-cos fingem querer arremessar todo mundo na água, onde a correnteza corre furiosa. E o barco investe justamente con-tra ela, como uma espécie de rafting ao contrário. O obje-tivo são as bases da maior ca-tarata do mundo em volume d’água, onde a torrente líqui-da cai com a força de pedras e parece querer inundar o inflá-vel, se ele passar próximo de-las. E ele passa. E para. Bem debaixo de uma das cachoei-ras. E com você dentro, para permitir sentir a força da água despencando bem na sua ca-beça. Depois, ainda fica sa-racoteando entre as quedas d’água. Mas, relaxe. Nada de ruim acontece, além de um empolgante banho. Você vol-ta encharcado, mas eufórico com o passeio náutico mais radical do Brasil: o Macuco Safári, nas cataratas de Foz de Iguaçu. Também não exis-te melhor ângulo para ver — e, principalmente, sentir! — a grandiosidade das cataratas de Iguaçu.
O quê?
Onde?
quandO?
Passeio de barco
Cataratas de Foz do Iguaçu
Todos os dias, das 9 às 17 h
BANHO DE ADRENALINA
42 Náutica sul