Sepse. Por que falar de sepse? Incidencia tem aumentado dramaticamente nas ultimas decadas… idade...
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Sepse
Por que falar de sepse?Incidencia tem aumentado dramaticamente nas ultimas decadas…• idade avancada da populacao
•Uso frequente de farmacos imunossupressores
•Crescente numero de infeccoes por bacterias MR, principalmente em ambiente hospitalar
Por que falar de sepse?EUA = 215 mil mortes por ano por sepse grave
Numero equiparado a mortes por IAM
40% das admissoes da UTI
Mortalidade 30-50%
Custo elevado – 19 mil reais por internacao por paciente
Sobreviventes de sepse grave/choque septico -> maior mortalidade a longo prazo e pior qualidade de vida
Sepse Severa: Comparação com Outras Maiores Doenças
†National Center for Health Statistics, 2001. §American Cancer Society, 2001. *American Heart Association. 2000. ‡Angus DC et al. Crit Care Med. 2001 (In Press).
0
50
100
150
200
250
300
AIDS* Colon MamaCancer§
ICC† Sepse Severa‡
Cas
os/1
00.0
00
Incidência de Sepse Severa Mortalidade da Sepse Severa
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Dea
ths/
Year
AIDS* Sepse Severe‡
IAM†Mama Cancer§
Sepse – Incidência por idade
Angus DC, et al. Crit Care Med 2001; 29:1303-10
Variação da taxa de mortalidade em
estudos com choque séptico ao decorrer
dos anos
Variação na mortalidade ao decorrer dos anos em 24 estudos (APACHE II)
HAS THE MORTALITY OF SEPTIC SHOCK CHANGED WITH TIME?Friedman G, Silva E, Vincent JL. Crit Care Med 1998;26:2078
Definicoes de sepse…
?SEPTICEMIA BACTEREMIA
INFECÇÃOSÍNDROME SÉPTICA
CHOQUE SÉPTICOCHOQUE TÓXICO
IMOS
DMOSTOXEMIA
Definições do Consenso ACCP/SCCM
● Infecção− Fenômeno microbiano
caracterizado pela resposta inflamatória reacional a presença de microorganismos
− Invasão de tecidos normalmente estéreis
● Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS)− Resposta sistêmica a uma
variedade de insultos clínicos graves
● Sepse− SIRS ( 2 critérios) secundária
a Infecção (suspeitada ou confirmada)
● Sepse Severa− Sepse associada a Disfunção
Orgânica
● Choque Séptico− Sepse severa com hipotensão
a despeito de adequada ressuscitação hídrica
● Disfunção de Múltiplos Órgãos e Sistemas (DMOS)− Função orgânica alterada em
um paciente agudamente enfermo
− Homeostase não pode ser mantida sem intervenção terapêutica
Bone RC et al. Chest. 1992;101:1644-55.
Disfunção Orgânica Aguda como Marcador de Sepse Severa
PAS 90 Ou PAM 70 mm Hg por pelo menos 1 hr, apesar de expansão volêmica adequada, ou da necessidade de suporte vasopressor.
Bilirrubina Enzimas Albumina PT
Diminuição do Nível de ConsciênciaConfusão
PaO2/FiO2 250 se disponível a medida, a PCP < 18. Se os pulmões forem o sítio da infecção, o paciente precisa apresentar então uma PaO2/FiO2 200.
contagem de plaquetas < 80,000 mm3 ou uma queda de 50% do maior valor atingido nos últimos 3 dias.
Neurológico
Respiratório
Hepático
Cardiovascular
Renal
Hematológico
DU médio 0,5 ml/kg/h por 1 hora, apesar de expansão volêmica adequada
FATOR ATIVADORMACRÓFAGO
COAGULAÇÃOCOMPLEMENTO
Neutrófilos
ACIDO ARAQUIDÔNICOTX PG
PLAQUETAS
LinfócitosT
LESÃO ENDOTELIALTNFIL-1IL-6PAF
SIRS/SEPSE
Homeostase
Fibrinólise
Fibrinólise
Coagulação
Coagulação
Inflamação
Inflamação
Homeostase é Perdida na Sepse
Carvalho AC, Freeman NJ. J Crit Illness. 1994;9:51-75; Kidokoro A et al. Shock. 1996;5:223-8; Vervloet MG et al. Semin Thromb Hemost. 1998;24:33-44.
Mediadores pró-Inflamatórios Lesão Endotelial Expressão do fator tecidual Produção da Trombina
Aumento do PAI-1 Aumento do TAFI Redução da Proteina C
Sepse Severa: Via Final Comum
O que é o surviving sepsis campaign?
Traduzindo…
-Campanha sobrevivendo a Sepse (CSS)
-Esforco mundial para reducao mortalidade da doença por meio da implementacao das melhores evidencias cientificas no processo assistencial
-Um dos objetivos – reducao risco relativo de obito de 25% nos pacientes com sepse grave
Sim…
…mas na prática, como funciona?
Terapia padrão da sepse severa:
• Controle do foco
infeccioso
• Antibióticos
• Suporte hemodinâmico
• Ventilação mecânica
• Diálise
• Sedação/analgesia
• Nutrição adequada
• Suporte hematológico
• Outras medidas de
suporte
Wheeler AP, Bernard GR. N Engl J Med. 1999;340:207-14.
Pacote de ressuscitação = 6 horas
•Diagnóstico – sirs + infecção + disfunção–Dosagem do lactato–Coleta de hemoculturas–Antibioticoterapia endovenosa + controle do
foco–Suporte hemodinâmico
Dosagem lactato
•Mensurar rapidamente lactato serico -> todo caso suspeito de sepse grave mesmo que não haja hipotensão -
–Identificar pacientes com hipoperfusão tecidual
–Niveis séricos = prognostico• Meta terapeutica = Redução niveis de lactato
nas primeiras 24-48• >4,0 = indica necessidade de medidas de
ressuscitacao
•Limitaçoes
•Hiperlactatemia não relacionada a hipoperfusao tecidual• Aumento do fluxo glicolitco• Alteracoes metabolismo intermediario• Inibicao do piruvato desidrogenase• Reducao clearance lactato• Degradacao proteica• Uso de farmacos adrenergicos• Producao aumentada pulmonar nos casos de SDRA
Coleta de Hemoculturas
• Colher amostras de sangue e outros materiais para exame microbiologico e culturas antes da administração de ATB
• 30-50% de positividade• Culturas servirão de guia para posterior
adequação (descalonamento) de ATB SN
Administracao precoce de antibióticos de Largo espectro
• ATB EV de largo espectro – pacientes já internados UTI – 1 h– pacientes provenientes Emergencia - 3 h
•Colher culturas antes de iniciar antibioticoterapia
•Utilizar protocolos e diretrizes para seleção
•Reavaliação freqüente – evitar uso prolongado e descalonar quando possível
•Controle do foco infeccioso
Inadequate Antimicrobial Treatment of Infections
A Risk Factor for Hospital Mortality Among Critically Ill Patients
Kollef MH, et al. CHEST 1999; 115:462–Kollef MH, et al. CHEST 1999; 115:462–474474
Ressuscitacao Inicial
• Principal intervenção terapeutica, além da antibioticoterapia na presença de hipotensão arterial e/ou elevação de lactato >4,0 =
• reposição VOLÊMICA AGRESSIVA E REPETITIVA
• Reposição volêmica inicial = 20ml/kg de cristalóide ou equivalente em colóide• Caso permaneçam em hipotensão ou lactato > 4
mMol/L reavaliar necessidade de mais liquidos
• Metas a serem ainda atingidas nas primeiras 6 horas:
– PVC entre 8 e 12 mmHg (12 a 15mmHg /VM)
–Saturação venosa>70% –Mais fluidos –Hemotransfusao – hct 30%–Dobutamina – até 20mcg/kg/min
• Debito urinario > 0,5mL/Kg/h • Normalizãção do lactato
• Vasopressores• Recomendado na presença de hipotensão
ameaçadora a vida e não responsiva a reposição volêmica
• Meta – atingir PAM≥ 65mmHg• Após correção de hipotensão, iniciar retirada de
vasopressores
Rivers E et al, New Engl J Med 345: 1368-77, 2001
.
Tratamento Padrão
“Early-goal directed therapy”
CVP 8-12 mmHgMAP 65 mmHgUO 0,5 ml/kg/h
46,5%* 30,5% *Mortalidade
Departamento de EmergênciaSIRS + PAS 90 mmHg ou lactato 4
mmol/l
6 hours
* P< 0,009
CVP 8-12 mmHgMAP 65 mmHgUO 0,5 ml/kg/h
SvO2 70%
Rivers E et al, New Engl J Med 345: 1368-77, 2001
Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77
Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77
Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77
46,5
30,5
49,2
33,3
56,9
44,3
0
10
20
30
40
50
60
Mortalidade hospitalar 28 dias mortalidade 60 dias mortalidade
STEGDT
p=0.009 p=0.
01
p=0.03
Early Goal-Directed Therapy in the Treatment of Severe Sepsis and Septic
Shock
Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77Rivers E et al. N Engl J Med 2001;345:1368-77
Pacote de Manuntenção
Pacote de sepse – 6 – 24horas•Corticosteróides em baixas doses
•Controle glicemico rigoroso
•Ventilacao Mecanica
•Proteina C ativada
Corticoides
• Uso de hidrocortisona IV (200-300mg/dia)• Sete dias• Quatro doses ou continua• Principalmente sinais de refratariedade• Recomendacao fraca• Nao realizar teste ACTH• Fundamento
– Insuficiencia adrenal relativa– Efeito no tonus vascular– Imunomodulacao
Effect of Treatment With Low Doses of Hidrocortisone and
Fludrocortisone on Mortality in Patients With Septic Shock.
Annane D. et al, JAMA 2002;288:862-871
Controle glicemico
• Insulinoterapia venosa para controle glicemico em pacientes com hiperglicemia após ressuscitacao inicial
• Niveis glicemicos<150mg/dl• Manter suporte calorico adequado• Controle glicemico 1 a cada 4 horas• Atencao na interpretacao de resultados de
glicemia capilar
• Redução na mortalidade em 12 meses em 3,4% (p< Redução na mortalidade em 12 meses em 3,4% (p< 0,04).0,04).
• Redução na mortalidade hospitalar em 34%.Redução na mortalidade hospitalar em 34%.
• Redução de bacteremias em 46%.Redução de bacteremias em 46%.
• Redução na necessidade de diálise ou CRRT em 41%.Redução na necessidade de diálise ou CRRT em 41%.
• Redução na necessidade de transfusões em 50%Redução na necessidade de transfusões em 50%
ResultadosResultados
Van Den Berghe, NEJM, 19, 345Van Den Berghe, NEJM, 19, 345;; 1359-67 2001 1359-67 2001
Intensive Insulin Therapy in Critical Ill Patients Intensive Insulin Therapy in Critical Ill Patients
Ventilação Mecanica
Estratégia protetora
•Utilizar volume corrente baixo (6ml/Kg) e pressão de platô limitada (<30cmH2O)
•Hipercapnia permissiva é segura e aceitável
•Utilizar protocolo de desmame para descontinuação da VM
•Interrupção diária da sedação
Dotrecogina Alfa Ativada
Proteína C ativada (APC)
Proteína C (PC):
•Glicoproteína endógena dependente de vitamina K circula no plasma na forma inativa.
•É ativada pelo complexo trombina/trombomodulina, sendo facilitada pela ligação da PC ao seu receptor endotelial.
•Seus níveis estão reduzidos em pacientes sépticos e estão relacionados com pior prognóstico.
Uma vez ativada apresenta propriedades anticoagulante, antiinflamatória e pró-fibrinolítica.
Homeostase
Fibrinólise
Fibrinólise
Coagulação
Coagulação
Inflamação
Inflamação
Homeostase é Perdida na Sepse
Carvalho AC, Freeman NJ. J Crit Illness. 1994;9:51-75; Kidokoro A et al. Shock. 1996;5:223-8; Vervloet MG et al. Semin Thromb Hemost. 1998;24:33-44.
Mediadores pró-Inflamatórios Lesão Endotelial Expressão do fator tecidual Produção da Trombina
Aumento do PAI-1 Aumento do TAFI Redução da Proteina C
Homeostase
FibrinóliseFibrinólise CoagulaçãoCoagulação Inflamação Inflamação
Proteina C Ativada Proteina C Ativada
Proteina C Ativada Endógena Modula a Coagulação, Fibrinólise, e Inflamação na Sepse
Limita produção de TNFα e IL-1Interface entre a interação LPS-
D14Inibe inflamação mediada pela
Selectina-E
Inibe a produção de TrombinaInibe a inflamação mediada por
trombinaInibe a ativação do PAI-1 e TAFI
PROWESS: redução da mortalidadePROWESS: redução da mortalidade
0 7 14 21 28
70
80
90
100
Dias
Perc
entu
al d
e So
brev
iven
tes
p=0.006 (stratified log-rank test)0
Placebo(N=840)
Drotrecogin Alfa (activated) (N=850)
RRR19.4%
6.1%
GR Bernard, NEJM, 10, 344GR Bernard, NEJM, 10, 344;; 699-709 2001 699-709 2001
Proteína C Ativada
• Recomendação para pacientes com sepse grave com alto risco de morte - > 2DO, APACHE > 25
• Recomendação apenas para pacientes que receberem terapia intensiva otimizada com todo o protocolo de atendimento ao paciente séptico – inclui precocidade e controle do foco
•Não está recomendada para pacientes com baixo risco de morte.
Outras recomendações...
•Hemoderivados : uso racional – restritivo
•Profilaxia TVP : recomendado
•Profilaxia de ulcera de stress – recomendado
•Sedação e analgesia : interrrupção diária – evitar bloqueadores neuromusculares
•Terapia de substituição renal – quando necessária – não retardar
•Bicarbonato de sódio : não recomendado
Conclusão
•Implantação de protocolos de atendimento – SSC
•Política institucional ou política de governo – gestão dos processos.
•Educação para todos : comunidade x profissionais
•Acompanhamento de resultados
dúvidas…
Obrigado!