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PNEUMOPERITONEU ESPONTÂNEO CRÓNICO
Serviço de Gastrenterologia - Centro Hospitalar de Leiria
14 novembro 2014
XXIX REUNIÃO ANUAL NGHD
Barbeiro S., Martins C., Gonçalves C., Canhoto M., Eliseu L., Arroja B., Silva F. Cotrim I. e Vasconcelos H.
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CASO CLÍNICO
Dados de identificação: Homem, 72 anos
História da doença atual:Episódios recorrentes (2 anos de evolução, resolução espontânea)
- dor abdominal difusa tipo cólica- enfartamento- distensão abdominal- dejeções líquidas alternadas com obstipação - vómitos alimentares
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Antecedentes pessoais:Esclerodermia (Dx aos 50 anos)
Medicação habitual: não
Exame objetivo:Bom estado geral.
Apirético, hemodinamicamente estável
AC e AP sem alterações.
Abdómen – muito distendido, difusamente timpanizado, mole e depressível, sem dor nem sinais de irritação peritoneal, sem massas palpáveis, com RHA +.
CASO CLÍNICO
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EXAMES COMPLEMENTARES
Análise
Valor do
doente
Valor de referência Análise Valor do doente
Valor de referência
Leucócitos
6.2 4-10 103/µL Na+ 143 137-145 mmol/L
Hb 14.3 13-17.5g/dL K+ 4.3 3.5-5.0 mmol/L
VGM 87 80-100 fL Bilirrubina T
6.4 5-21 μmol/L
HGM 29 > 27 pg TGO 19 21-72 U/L
Plaquetas 180 150-500 103/µL TGP 18 U/L
INR 1.07 0.5-3 ratio TSH 0.78 0.34-5.6 µUl/mL
Ureia 7.2 3.2-7.1 mmol/L T4 livre 1.1 0.8-1.9 ng/dL
Creatinina 1.3 0.8-1.5 mg/d ANA ++++ (granular grosseiro, > 240 U/mL anti-centrómero)
PCR 2.0 < 5.0
VS 8 <10mm
Exames laboratoriais:
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RX abdominal em pé:
EXAMES COMPLEMENTARES
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RX tórax:
EXAMES COMPLEMENTARES
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TC abdominal e pélvica com contraste:
EXAMES COMPLEMENTARES
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MEDIDAS TERAPÊUTICAS
Confirmou o pneumoperitoneu.
Distensão e hipotonia das ansas do delgado mas sem extravasamento ou local de perfuração gastrointestinal.
Ausência de derrame peritoneal.
LAPAROTOMIA URGENTE
O pós-operatório decorreu sem complicações.
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Endoscopia digestiva alta:
EXAMES COMPLEMENTARES
3 meses pós-operatório
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Colonoscopia com ileoscopia:
EXAMES COMPLEMENTARES
3 meses pós-operatório
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TAC abdominal e pélvica com contraste:
EXAMES COMPLEMENTARES
6 meses pós-operatório
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EnteroRM:
EXAMES COMPLEMENTARES
12 meses pós-operatório
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MEDIDAS TERAPÊUTICAS
Butilescopolamina 20mg sos
Domperidona 10mg sos
Simeticone sos
TERAPÊUTICA MÉDICA
Melhoria sintomática.
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NOTAS FINAIS
Possíveis mecanismos: atrofia e substituição da muscular própria intestinal por colagénio fragilidade da parede, hipomotilidade, pseudo-obstrução e distensão intestinais aumento da pressão intraluminal Pneumatosis intestinalis e/ou passagem de gás através da parede intestinal para a cavidade peritoneal.
O envolvimento gastrointestinal na esclerodermia ocorre frequentemente. O pneumoperitoneu espontâneo crónico é muito raro.
Vischio J. J Clin Gastroenterol. 2008;42:5-12Mann C. Emergency Medicine Australasia (2010) 22, 568–570Forbes A. Rheumatology 2008;48:iii36–iii39
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NOTAS FINAIS
É importante reconhecer o pneumoperitoneu espontâneo crónico como possível complicação benigna da esclerodermia, evitando submeter o doente a um procedimento cirúrgico desnecessário.
O tratamento é conservador (sintomático).
Vischio J. J Clin Gastroenterol. 2008;42:5-12Mann C. Emergency Medicine Australasia (2010) 22, 568–570Forbes A. Rheumatology 2008;48:iii36–iii39