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Fevereiro/2010 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 56 Empresas deste segmento se preparam para atender uma “nova onda” de elevação de demanda RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS FREE LANCE PARA O JORNALCAMA O fim da crise e a retomada do crescimento do setor sucroenergético criam perspectivas positivas para o segmento de fabricação de acionamentos, que fornece diferentes tipos de equipamentos (eletromecânicos; eletro- hidráulicos e turbinas a vapor), para aplicações em diversas etapas do processo de produção industrial, incluindo a de movimentação de material. Para cada caso, existe a necessidade – segundo especialistas – de se avaliar qual é o equipamento que possui uma melhor relação custo- benefício. Nos sistemas de moagem, há ainda espaço até mesmo para a turbina a vapor dependendo do balanço térmico da unidade. O redutor planetário tem sido, no entanto, a “bola da vez” no acionamento de moendas e de outros equipamentos. De maneira geral, as empresas deste segmento se preparam para atender uma “nova onda” de elevação de demanda no setor sucroenergético. Apostando nisso, a SEW-Eurodrive, por exemplo, está em fase final de implantação de sua nova unidade em Indaiatuba, SP, que será a maior e mais moderna fábrica de redutores de grande porte do continente americano, segundo Marco Antonio Maria, gerente de redutores industriais da empresa. Ele informa que a SEW possui ao menos doze novos desenvolvimentos na área de acionamentos que têm o objetivo de atender à demanda do mercado sucroenergético. Atualmente, os grandes destaques dos acionamentos dessa empresa são os redutores planetários da série XP, que em conjunto com as séries de motorredutores e as séries de grande porte X; MC; M e ML atendem a todas as aplicações do setor, de acordo com Marco Antonio. O gerente de redutores industriais afirma que os equipamentos da SEW-Eurodrive aplicam-se a todos os processos que necessitem de movimento ou torque dentro de uma planta industrial, desde o recebimento da cana (guinchos de descarga, mesas alimentadoras) e seu processamento (moendas, difusores, transportadores) até os processos que envolvem a obtenção e o manuseio (acionamentos de cristalizadores, válvulas, peneiras, etc.) dos produtos finais. De acordo com ele, o desempenho dos sistemas SEW é, no mínimo, 50 % mais elevado quando comparado ao dos sistemas tradicionais com acionamento a vapor, além de apresentar um excelente aproveitamento de energia. “Analisando simplesmente o redutor, comprova-se um rendimento mecânico próximo dos 100%, algo impossível de ser obtido por meio de um sistema tradicional”, constata. Ele destaca que os redutores da empresa são robustos e compactos, com alta capacidade de absorção de choques. Setor volta a movimentar mercado de acionamentos Marco Antonio Maria e redutor planetário: bola da vez no acionamento de moendas

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Fevereiro/2010TECNOLOGIA INDUSTRIAL56

Empresas deste segmento sepreparam para atender uma “novaonda” de elevação de demanda

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS

FREE LANCE PARA O JORNALCAMA

O fim da crise e a retomada do crescimento do setorsucroenergético criam perspectivas positivas para osegmento de fabricação de acionamentos, que fornecediferentes tipos de equipamentos (eletromecânicos; eletro-hidráulicos e turbinas a vapor), para aplicações em diversasetapas do processo de produção industrial, incluindo a demovimentação de material. Para cada caso, existe anecessidade – segundo especialistas – de se avaliar qual é oequipamento que possui uma melhor relação custo-benefício. Nos sistemas de moagem, há ainda espaço atémesmo para a turbina a vapor dependendo do balançotérmico da unidade. O redutor planetário tem sido, noentanto, a “bola da vez” no acionamento de moendas e deoutros equipamentos.

De maneira geral, as empresas deste segmento sepreparam para atender uma “nova onda” de elevação dedemanda no setor sucroenergético. Apostando nisso, aSEW-Eurodrive, por exemplo, está em fase final deimplantação de sua nova unidade em Indaiatuba, SP, queserá a maior e mais moderna fábrica de redutores de

grande porte do continente americano, segundo MarcoAntonio Maria, gerente de redutores industriais daempresa. Ele informa que a SEW possui ao menos dozenovos desenvolvimentos na área de acionamentos que têmo objetivo de atender à demanda do mercadosucroenergético.

Atualmente, os grandes destaques dos acionamentosdessa empresa são os redutores planetários da série XP,que em conjunto com as séries de motorredutores e asséries de grande porte X; MC; M e ML atendem a todas asaplicações do setor, de acordo com Marco Antonio. Ogerente de redutores industriais afirma que osequipamentos da SEW-Eurodrive aplicam-se a todos osprocessos que necessitem de movimento ou torque dentrode uma planta industrial, desde o recebimento da cana

(guinchos de descarga, mesas alimentadoras) e seuprocessamento (moendas, difusores, transportadores) até osprocessos que envolvem a obtenção e o manuseio(acionamentos de cristalizadores, válvulas, peneiras, etc.)dos produtos finais.

De acordo com ele, o desempenho dos sistemas SEWé, no mínimo, 50 % mais elevado quando comparado aodos sistemas tradicionais com acionamento a vapor, alémde apresentar um excelente aproveitamento de energia.“Analisando simplesmente o redutor, comprova-se umrendimento mecânico próximo dos 100%, algo impossívelde ser obtido por meio de um sistema tradicional”,constata. Ele destaca que os redutores da empresa sãorobustos e compactos, com alta capacidade de absorção dechoques.

Setor volta a movimentar

mercado de acionamentos

Marco Antonio Maria e redutor planetário: bola da vez no acionamento de moendas

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A flexibilidade no uso é uma das características dosredutores da TGM Transmissões que podem ser acionadostanto por meio de turbinas como por motores elétricos,apresentando diversas relações de transmissão e formasconstrutivas, conforme explicações do engenheiro de vendasda empresa Lucas Verri Canesin. Segundo ele, a TGMdisponibiliza uma grande variedade de modelos de redutorespara o setor sucroenergético. A escolha destes equipamentosocorre de acordo com os tamanhos das moendas e dopreparo de cana a serem acionados.

Alexandre Azzine – que é também engenheiro devendas da empresa – destaca que existem duas formasconstrutivas principais entre os modelos oferecidos pelaTGM. Uma delas é utilizada na fabricação dos redutoresparalelos que são aplicados para acionar o nivelador,picador, desfibrador, gerador e planetário (quando amoenda é acionada com turbina e planetário). A outra éempregada nos redutores planetários que são usados paraacionar ternos de moenda, mesas alimentadoras de cana,esteiras metálicas, tambores alimentadores e difusores. (RA)

Modelos de redutores atendem

diferentes necessidades

Equipamentos podem

ser montados de

diversas maneirasAs formas de utilização dos equipamentos da TGM

em moendas são inúmeras, podendo ser aplicados atécinco planetários em um único terno. Lucas Canesin eAlexandre Azzine – que são engenheiros mecânicos –esclarecem que a montagem de redutores planetáriosTGM em moendas possibilita uma grande flexibilidadede aplicações nesse tipo de acionamento, como:� acionamento central: planetário instalado no rolo

superior acionando todo o terno de moenda;� acionamento central : 2 planetários acionando o rolo

superior;� assist drive: planetário instalado no rolo de saída ou

entrada do terno de moenda com o objetivo dealiviar o acionamento existente;

� acionamento individual (1+2): planetário instaladoem cada rolo, ou seja, 1 rolo superior - 1 entrada e 1saída

� acionamento individual (1+2+1): 1 planetárioinstalado no rolo superior - 1 entrada - 1 saída epressão

� acionamento individual (2+2): 2 planetáriosinstalados no rolo superior - 1 entrada e 1 saída

� acionamento individual (2+2+1) : 2 planetáriosinstalados no rolo superior - 1 entrada, 1 saída e 1pressão

� acionamento de mesa alimentadora de cana: 2planetários acionando a mesa

� acionamento de esteira de cana: 1 planetário� tambor alimentador: 1 planetário

Escolha é feita de acordo com o tipo de aplicação e dimensão das moendas e do preparo de cana a serem acionados

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As empresas fabricantes de redutoresplanetários enumeram diversas vantagensdesses equipamentos em relação àsturbinas a vapor no acionamento demoendas. O engenheiro Lucas Canesin,da TGM, flexibiliza a operação demoendas, melhorando a extração, comaumento de moagem ou alívio doacionamento existente. De acordo comele, os redutores - acionados com motoreselétricos - permitem uma sobra de vapor,antes consumida pelas turbinas, o quecria condições favoráveis para a cogeraçãode energia.

O uso de redutores proporciona umadiminuição significativa nos custos demanutenção no sistema de transmissão,segundo Alexandre Azzine, também daTGM. Esses equipamentos possibilitamum aumento da vida útil das camisas das

moendas. Ele observa que ocorre umaredução do custo com base civil, uma vezque em determinadas aplicações oplanetário não necessita de base por ficarpendurado na ponta do eixo da moenda.

Entre os sistemas de acionamentoselétricos existentes, os planetários são osque proporcionam os melhores índices derendimento e os menores custos demanutenção, segundo Lucas Canesin. Em

comparação à aplicação com redutores deeixos paralelos, os principais fatores queproporcionam rendimentos melhores sãoo seu sistema compacto de construção,associado à forma de montagem nasmoendas, que possibilita a retirada dosrodetes e acoplamentos redutor / moenda.Essa medida diminui os custos demanutenção do conjunto.

Na opinião dos engenheiros da TGM,quando há a comparação com sistemashidráulicos de acionamento, o rendimentodos redutores planetários se tornasuperior devido às perdas do sistemahidráulico. De acordo com eles, noaspecto manutenção, os resultadostambém são favoráveis para osplanetários, pois devem ser consideradosos altos custos praticados na manutençãodos motores hidráulicos. (RA)

Balanço térmico abre caminho paraturbina a vapor

As turbinas a vapor contam ainda comseu espaço nos sistemas de moagem deusinas e destilarias e tendem a ampliar asua participação em outros setores daplanta industrial, principalmente nasaplicações voltadas para a geração ecogeração de energia. “As usinas novas têmoptado por motores elétricos nos sistemasde acionamentos de moendas. Mas, para asplantas industriais mais antigas, mesmo nasampliações, as turbinas podem ser aalternativa mais interessante dependendodo balanço térmico da unidade”, afirmaReginaldo Coletti, que atua noDepartamento Comercial da Turbimaq, dePiracicaba, SP.

A empresa fabrica turbinas de simplesestágio e multiestágio – que apresentammaior eficiência e menor consumo de vapor-, com aplicações em bombas, moendas,preparo de cana e na área de geração deenergia. Segundo Coletti, a Turbimaq temhoje uma forte atuação no fornecimento deturbinas voltadas para a geração de energiadas usinas – que utilizam turbinas decontrapressão e de condensação. Ele dizque a empresa planeja desenvolver turbinasde multiestágio, de grande porte, paraatender as demandas das unidadessucroenergéticas na área de cogeração deenergia. (RA)

O redutor planetário é o maiseficiente, apresentando melhorrendimento quando comparado aosistema convencional com volandeira,opina Gilmar Galon, gerente industrial daUsina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP, egerente de projetos da Cerradão, deFrutal, MG (pertencente aos grupos

Pitangueiras e Queiroz de Queiroz). Eledestaca que o planetário é mais compactoe, portanto, ocupa menos espaço naplanta industrial. Na avaliação dele, nossetores onde existe necessidade de maiorredução, esse tipo de redutor é maisadequado. “Usamos o planetário há 4safras na Pitangueiras e não estamos

tendo problemas”, ressalta. No sistemade moagem de cana, ele consideraimportante a utilização de equipamentocom um fator de serviço 2 (no mínimo).Na Pitangueiras, o fator é 2,3 e naCerradão, 2,15. “Com fator de serviçoabaixo de 2, poderão ocorrer problemas”,alerta. (RA)

Mais compacto, ocupa menos

espaço na planta industrial

Gilmar Galon: redutor planetário é o mais eficiente

Apesar de ser mais usadoem outros setores,

equipamento ainda torna-seopção interessante,

em alguns casos, nossistemas de moagem

Outra vantagem destesredutores – acionados por

motores elétricos – édisponibilizar maior

quantidade de vapor

Planetários melhoram extração e diminuem custos de manutenção

Vários modelos de planetáriosRotor de turbina TMC 5000

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Os fornecedores de equipamentospara os sistemas de acionamentos dasplantas industriais de usinas e destilariasoferecem diversas alternativas. A Cestarifabrica redutores de velocidade dequalidade para aplicações de 50 a500000 Nm, atingindo todos os mercadosindustriais do Brasil, conformeinformações do engenheiro Guido PereiraRamalho, coordenador de engenharia deaplicação da empresa.

Para o setor sucroenergético, aempresa disponibiliza redutores develocidade de eixos paralelos (linhaHelimax) e de sua linha demotorredutores (Coaxial/Vertimax/Conimax/Magmax), com o objetivo deatender às mais diversas aplicações. A

Cestari também produz, para projetosespeciais, redutores planetários.

Guido Ramalho diz que o principalfornecimento para os sistemas demoagem são os redutores das esteirasentre moendas. “Nesses equipamentos amontagem costumeira é do tipo shaftmount, onde um redutor de eixo vazado émontado diretamente no eixo doequipamento e fixado por meio de umbraço de torção”, esclarece. A empresafornece equipamentos que podem serutilizados desde a fase inicial do processo(guincho hilo e mesa alimentadora) aténas esteiras de transporte de açúcar jáembalado. Para a movimentação dematerial, geralmente são usadosredutores de eixos paralelos. (RA)

“Os modelos de redutores develocidade Cestari utilizados no setor têmrendimento que pode chegar a 98%.Possuem características como tampas deinspeção e carcaças bipartidas quefacilitam tanto manutenções preventivascomo corretivas, permitindo que váriosserviços possam ser realizados emcampo”, afirma o coordenador deengenharia de aplicação da empresa.Com fundição própria, setores de

tratamento térmico, de engenharia eplanta com dezenas de maquinários deúltima geração voltados à produção deredutores de velocidade, a Cestari produz– segundo ele - com recursos próprios,redutores totalmente customizados paradiversos tipos de aplicação.

A empresa oferece também serviçosde reforma e manutenção de redutores depequeno e grande porte de qualquermarca. (RA)

Empresa realiza serviços de reforma e manutenção

Montagem nas esteiras entremoendas é do tipo shaft mount

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Além dos acionamentoseletromecânicos que desempenham umpapel importante na otimizaçãooperacional e elevação da eficiênciaenergética em usinas e destilarias, ossistemas de acionamentos eletro-hidráulicos também se tornaram umaopção competitiva para as modernasplantas industriais sucroenergéticas. “Osnossos acionamentos são uma soluçãoextremamente confiável que permitecontrole muito flexível sobre a velocidadedesejada com respostas rápidas edisponibilidade total de torque em todafaixa de rotação, sem a necessidade deinversores de frequência”, afirma PauloGrassmann, gerente de desenvolvimento deNegócios & Aplicações, da suecaHägglunds Drives - adquirida pelo grupoBosch-Rexroth em 2008.

Os acionamentos da Hägglunds têmcomo base os motores hidráulicos depistões radiais tipo Curva de cames.“Temos 6 famílias de motores hidráulicoscom mais de 30 modelos básicospermitindo centenas de combinações decilindradas desde 1,25 até 251 cm3/rot.Dessa maneira, podemos atender cadacaso com uma solução personalizada”,observa Paulo Grassmann. Além dosmotores hidráulicos, a empresa fornece asunidades eletro-hidráulicas; a eletrônica decontrole; acessórios para fixação dosmotores; tubulações de interligação etc.Com montagem simples, esse equipamento

permite uma grande flexibilidade quantoao layout para instalações de moendas,mesas de cana, esteiras, gruas-hilo ecristalizadores.

Uma das características desseequipamento é acionar cada rolo damoenda individualmente, o queproporciona possibilidades “excepcionais”– destaca o gerente de desenvolvimento deNegócios & Aplicações – para otimizar aprodução. “Como a velocidade de cadarolo pode ser controlada de formaindependente, podemos fazer ajustes

instantâneos nas relações de velocidadesentre os rolos em função de variáveis comoo nível do chute; deslocamento do cabeçotehidráulico da moenda ou mesmo o torquemomentâneo em cada rolo. Isto permite osmelhores ganhos em termos de extração eredução da umidade no último terno com omenor consumo de energia”, afirma.

Outra forma de aplicação dosequipamentos da Hägglunds nos sistemasde moagem das unidades sucroenergéticasé utilizar o acionamento apenas no eixosuperior, o que normalmente ocorre emmoendas menores. “Neste caso, a reaçãorápida às variáveis operacionais, como onível do chute, possibilitam correções quemelhoram a performance. Outro pontoimportante é que o motor pode ‘flutuar’junto com o eixo, diminuindo desgastes noscomponentes da moenda e permitindouma acomodação melhor do rolo sobre ocolchão de cana”, diz

Paulo Grassmann afirma que osmotores da Hägglunds podem ser usadosna forma de Assist Drives. “Esta é umamaneira muito econômica, simples erápida de aumentar a potência em umamoenda, com um acionamento separadoem um ou em ambos os eixos inferiores emantendo o acionamento tradicional noeixo superior. As vantagens da variação develocidade entre rolos do acionamentoindividual se tornam presentes, porémcom um investimento muito menor”,explica. (RA)

Sistema eletro-hidráulico aciona cada rolo individualmente

Paulo Grassmann: controle flexível

sobre a velocidade desejada

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“Os acionamentos eletro-hidráulicosoferecem maior confiabilidade, maisrecursos para maximizar a extração, maiorflexibilidade e custo operacional bem maisbaixo”, ressalta Paulo Grassmann.Segundo o gerente de desenvolvimento deNegócios & Aplicações da Hägglunds, avantagem mais evidente é o espaçonecessário para instalação do acionamento.Como exemplo, ele cita a Usina SantaIsabel, de Novo Horizonte, SP, queinstalou um terno de moenda 84” comacionamentos Hägglunds no mesmobarracão que anteriormente abrigava umterno de moenda 66”.

De acordo com Grassmann, umadiferença significativa dos acionamentoshidráulicos em relação aos eletromecânicosé o princípio da variação da velocidade.“No hidráulico, o motor elétrico que acionaa bomba sempre opera em velocidadesíncrona (60Hz) portanto em sua condiçãoideal”, compara. Ele explica que outradiferença fundamental é que o momentode inércia do motor hidráulico é muito

menor que o conjunto motor elétrico-redutor. “Isto significa a possibilidade devariações de velocidade instantâneas sem

esforços estruturais sobre a moenda e comum consumo de energia muito menor”,ressalta.

O gerente de desenvolvimento deNegócios e Aplicação também consideraimportante o fato do equipamentohidráulico ser um acionamento de 4quadrantes. “Além de poder girar parafrente e também para trás, o que pode sermuito útil no caso de um embuchamentoda moenda, o motor hidráulico podeoperar de forma ativa ou reativa. Quandoem determinado momento um rolo tiver atendência de girar mais rápido que outro, omotor hidráulico pode absorver energiasem que isto cause distúrbios elétricos equeima de fusíveis”, relata.

Em relação à manutenção, oacionamento eletro-hidráulico é umequipamento extremamente robusto, deoperação muito confiável e com baixocusto. “A manutenção basicamente selimita à troca de filtros e os cuidadosbásicos para manter o óleo limpo erefrigerado. Desta forma, todo o sistemaopera em condições ideais de lubrificação erefrigeração garantindo uma operaçãocontínua por muitos anos”, afirma. (RA)

Avaliação do investimento inicial deve levar em conta todos os acessórios“Ao se comparar o custo inicial de

um acionamento é importante incluirtodos os custos, não só do acionamentoem si, mas também de todos os acessóriosnecessários ao funcionamento domesmo”, afirma Cristian Drewes,

presidente da Hägglunds Drives doBrasil.

De acordo com ele, um sistema deacionamento hidráulico tem investimentoinicial muito parecido ao de acionamentoeletromecânico, levando-se em conta o

sistema completo, ou seja, redutor,acoplamento, motor elétrico e inversor defrequência. “Quanto mais elevado otorque, maior é a vantagem competitivade um sistema hidráulico”, diz.

Cristian Drewes informa que a partir

deste ano a Hägglunds passa a fornecer osistema com a unidade hidráulicafabricada localmente pela Bosch-Rexroth.“Desta forma, passamos a ser tambémextremamente competitivos nas aplicaçõesde pequeno porte”, afirma. (RA)

Robusto, equipamento apresenta baixo custo de manutenção

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Mais 15 usinas devem substituir

enxofre por ozônio em 2010 Um número cada vez maior de usinas no Brasil está

inovando o processo de industrialização do açúcar. Asusinas Monte Alegre (PB), Agrovale (BA) e Nova América(SP) foram as primeiras do Brasil a utilizar uma tecnologiainédita no mundo que substitui o enxofre por ozônio noprocesso de branqueamento do açúcar cristal. Com isso,reduziram seus custos e passaram a produzir um açúcarmais saudável utilizando um processo industrial menosnocivo ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores. Onovo sistema também garante o aumento na produtividadede etanol nas destilarias. Em 2010, mais 15 usinas de SãoPaulo e Rio de Janeiro também devem aderir à novatecnologia, informa o engenheiro Raimundo Silton.

A revolução no processo industrial das usinas estásendo possível graças a uma tecnologia pioneiradesenvolvida pela Gasil – Gases e Equipamentos, empresacom mais de 15 anos de atuação no mercado. Com o novosistema, as usinas registram uma redução de até 50% noscustos com os insumos utilizados no processo industrial debranqueamento do açúcar. Além disso, as agroindústriastambém eliminam outros gastos gerados pelo uso doenxofre, tais como os passivos trabalhistas ocasionadospela insalubridade e as perdas de açúcar em vazamentosocasionais devido à ação corrosiva do enxofre.

Não é só. a substituição do enxofre também torna oaçúcar mais saudável e permite a adição de nutrientes. Ausina Monte Alegre (PB), por exemplo, eliminou o enxofredo açúcar e, no ano passado, passou a adicionar vitaminaA. Isso possibilitou uma agregação de mais 25% no preçode comercialização do produto. O açúcar adicionado demicronutrientes foi lançado de forma experimental emfevereiro de 2009. Devido à boa aceitação, cerca de 30% da

produção da usina na safra que termina em fevereiro desteano é de açúcar vitaminado nas versões cristal e demerara.São, aproximadamente, 300 mil sacos de 50kgcomercializados no varejo em pacotes de 1kg com os selos:“Sem enxofre” e “Enriquecido com Vitamina A”.

Segundo Raimundo Silton, diretor da Gasil, a adiçãode vitamina A no açúcar só é possível se não houverpresença de enxofre. “Os resíduos dessa substânciaprovocam uma reação química que causa a eliminação davitamina”, afirma.

Equipamento da Gasil e Raimundo

Silton: adição de vitamina A

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