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Entrevista com secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo,

Wanderley Meira

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Prefeitura de São Paulo vai usar dinheiro repatriado para a construção

de creches

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Sudeste: O desenvolvimento moldado pela floresta

por Dal Marcondes, da Envolverde

Foto: Alex Silveira/WWF Brasil

Antônio nobre é um dos mais respeitados nomes entre os especialistas em clima e

serviços ambientais no Brasil. Seus estudos mostram que a Amazônia não é apenas

uma mancha verde nos mapas da América do Sul, mas é responsável pela umidade que

coloca as regiões Sul e Sudeste do Brasil entre as mais férteis do mundo. Nobre

quantificou a água que a Amazônia bombeia para o Sul: são 20 bilhões de toneladas,

mais do que os 17 bilhões de toneladas que o Rio Amazonas despeja no Atlântico

diariamente. Por suas contas, esse rio voador é o maior do mundo, resvala nos Andes,

preenche de vida o Pantanal e irriga as terras férteis do Brasil e de países vizinhos.

Observador atento da realidade vê riscos no avanço desordenado sobre a floresta e

aponta como argumento o mapa-múndi, onde, na linha do Trópico de Capricórnio –

que atravessa São Paulo – existem desertos na África, na Oceania e na margem

Ocidental da América do Sul (o Atacama, no Chile, é uma das regiões- mais secas do

mundo). Só a Amazônia explica por que o Sudeste brasileiro não é, também, uma das

regiões mais áridas do planeta. Nesta entrevista Nobre fala sobre a importância de se

compreender a relação entre os serviços prestados pela natureza e a economia

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humana. Para ele não há como a humanidade sobreviver, caso seja rompido o

equilíbrio entre a o uso dos recursos naturais e a capacidade- de regeneração do

ambiente.

Dal Marcondes – O que significam de fato os serviços ambientais e qual a sua

relação com a capacidade de o Brasil ser esta economia complexa que é?

Antônio Nobre: A noção de serviços ambientais é bastante simples: sem eles não

existiria vida. Um paralelo que se pode fazer é das células do corpo humano. Sem a

especialização de cada uma das células não seria possível ao organismo funcionar. A

relação da Amazônia com o resto do Brasil e da América do Sul é igual. Cada bioma

presta serviços ambientais importantes para o equilíbrio do clima e do sistema hídrico

da região. A umidade que a Amazônia capta no oceano serve para manter a vida e as

atividades econômicas do Sul e Sudeste. Sem esse fluxo não haveria a riqueza gerada

pelo agronegócio e não seria possível ter as indústrias. A biosfera, que é a região que

alimenta e mantém a vida, é muito pequena e frágil em relação às outras forças que

agem sobre a dinâmica do planeta. É um engano acreditarmos que podemos substituir

os serviços ambientais que interagem na biosfera por processos tecnológicos. Não

daria certo.

DM: E como se dá a interação desses elementos que formam os serviços

ambientais?

AN: A vida tem um elemento interessante e único. Para fazer um chip de silício capaz

de funcionar em processos de comunicação é preciso muita energia. Quase 3 mil graus

para purificar e formar o chip, enquanto as células vivas fazem a mesma coisa a custo

quase zero de energia, processando energia solar ou de alimentos orgânicos. Com

outra vantagem fantástica: as células se reproduzem e nunca se ouviu falar de um

iPhone que teve um filhotinho. E as células têm um sistema adaptativo absolutamente

fantástico, capaz de mudar de acordo com as circunstâncias. A comunicação na

natureza significa basicamente coordenação entre os muitos atores e fatores

ambientais. A tecnologia humana normalmente não interage com o entorno, ao

contrário dos elementos vivos, que têm relação sistêmica com o ambiente.

DM: Como assim?

AN: Na Amazônia, por exemplo, uma onça que come uma paca está ajudando as

árvores. A paca pega o fruto ou a semente e não fica comendo debaixo da árvore

porque sabe que pode ter onça de tocaia. A onça sabe o que a paca come. Com isso, as

sementes das árvores são largadas longe da árvore-mãe, disseminando a espécie. Em

quase todas as sinergias dos organismos vivos existe uma relação de causa e efeito e

de colaboração. No caso da chuva na Amazônia, existe uma ligação entre as nuvens e a

floresta, uma troca de informações e de microelementos. Quando as cinzas das

queimadas poluem o ar da floresta, impede-se essa troca. Assim, cria-se um círculo

vicioso, onde queima porque não chove e não chove porque queima. Por isso, quando

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entramos em um ciclo de seca e queimada, como no inverno deste ano, demora para

romper essa relação e retomar a normalidade.

DM: Não dá para induzir os serviços ambientais da floresta?

AN: A Amazônia é uma gigantesca bomba d’água. A evaporação precisa do sol para

acontecer. Calculamos quanta energia seria necessária para evaporar toda aquela

água. De quantas Itaipus precisaríamos para evaporar um dia de água da Amazônia?

Precisaríamos de 50 mil Itaipus a plena carga. Ou seja, não há tecnologia humana

capaz de fazer isso. No entanto, essa é a mesma água que possibilita a produção nos

imensos campos de soja, onde não se contabiliza os custos desses serviços ambientais.

Uma vez, questionei o ex-governador Blairo Maggi, de Mato Grosso, e perguntei se ele

sabia que a floresta era responsável pelo principal insumo do agronegócio, a água. A

resposta me surpreendeu: “Os cientistas já provaram isso?” Essa é a atitude que

compromete o futuro em benefício de resultados imediatos. Os serviços ambientais

são de graça, não porque não têm valor, mas porque essa economia cartesiana que

ainda acredita em sistemas infinitos simplesmente ignora o que não é explícito.

Quando o sistema não funciona mais, o custo para fazer com tecnologia é

extremamente caro.

DM: Mas há cientistas que pensam diferente…

AN: Sim, têm cientistas que trabalham para a Exxon. Também há políticos como o

senhor Aldo Rebelo que querem retirar a floresta. E a esses tem sido dedicado um

espaço maior do que merecem. Os custos disso ficam depois para a sociedade. Esses

argumentos foram utilizados pela indústria do tabaco, quando se perguntava se fumar

faz mal ou não para a saúde. Como se enfrenta o poder econômico de uma Exxon? No

Brasil, a Petrobras vai gastar 300 bilhões de dólares para tirar do fundo do mar uma

energia do século XIX. Com esse dinheiro poderíamos ter uma energia limpa de alta

qualidade, e não estou falando de álcool combustível, que também não resolve.

Poderíamos desenvolver uma nova sociedade, com base em energia solar. Têm

cientistas que agem por má-fé, mas também tem má ciência.

DM: Há duas correntes científicas sobre os serviços ambientais da Amazônia. Uma

delas diz que a umidade vem do Atlântico, atravessa a floresta e irriga o Sul-Sudeste

por meio dos ventos alísios. É parte da dinâmica de ventos do planeta. Outra, que o

senhor defende, é que a floresta tem um papel vital como bomba hidrológica e que

sem ela quase todo o Sul-Sudeste se transformaria em deserto.

AN: A meteorologia não considera o fato de que a condensação de água na floresta

gera sucção. É uma ciência muito contaminada pela parte empírica observacional. É

por isso que os modelos estão falhando, porque não são modelos baseados na física; a

maior parte é estatística. A Amazônia é um paradoxo: como o vento pode soprar

continuamente de uma superfície quente para outra mais fria? Isso viola a

termodinâmica. Estudos físicos feitos por cientistas russos mostram que há dados que

os meteorologistas não dimensionaram e não estão sendo capazes de aceitar a

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novidade. Eu professo um compromisso com a verdade, e não com versões que

interessam a este ou àquele. A pesquisa física mostra que a evaporação na floresta cria

energia latente e não calor latente. Os meteorologistas dizem que é calor latente, e

isso é um dogma. Se fosse calor, o processo de condensação nas nuvens liberaria calor,

o que não é verdade, libera pressão. Isso mostra o papel de bomba hidrodinâmica da

Amazônia, e que pode ser interrompida se as forças em ação se desequilibrarem. Os

climatologistas têm uma medição estatística do clima, sem comprovação física.

DM: O que teria de mudar para se construir uma economia mais amigável com o

meio ambiente?

AN: A principal coisa a mudar deveriam ser as próprias pessoas. É muito mais barato

preservar as condições ambientais de forma a evitar tragédias do que remediar e ter

de reconstruir infraestruturas e patrimônios. No entanto, as pessoas não pensam em

garantir o bem-estar da sociedade como um todo, mas, sim, em garantir apenas seus

bens particulares. Um exemplo disso é o seguro que cada um faz de seu carro.

Costumo ouvir que essa é uma forma de preservar algo que lhes pertence, enquanto

gastar com a preservação dos serviços ambientais é pagar pela garantia de bens

comuns, que não têm dono, portanto, não sendo de ninguém. Enquanto acreditarmos

que bens comuns não são de ninguém e que serviços ambientais não valem nada e,

consequentemente, não têm preço, não vamos mudar a forma como a economia age.

Os serviços ambientais não têm preço, porém, a falta deles é profundamente

catastrófica para qualquer modelo de economia que se tenha. (#Envolverde)

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Filme conta a história do Rio Pinheiros em 13 minutos

Curta mostra uma “linha do tempo” dos problemas históricos do Rio Pinheiros.

Na Semana da Água, a ONG Águas Claras do Rio Pinheiro lança o filme “Rio Pinheiros -

Sua História e Perspectivas”, que traz uma síntese explicativa da origem dos problemas

no rio, além de comentar, também, sobre as perspectivas futuras, discutir as melhores

políticas públicas, assim como o papel do poder público e a sociedade na recuperação

do Pinheiros.

O filme, com aproximadamente 13 minutos, aborda as questões urbanísticas, hídricas,

de drenagem e de ocupação do solo que determinam a configuração e má qualidade

das águas deste rio.

De acordo com Stela Goldenstein, diretora-executiva da Águas Claras de Pinheiros, o

filme tem como objetivo discutir, de uma maneira menos simplista, os problemas do

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Rio Pinheiros. “Queremos mostrar que o que acontece no Rio Pinheiros não dá para

ser resolvido de uma maneira milagrosa, menos ainda se ficarmos apenas apontando o

dedo para tentar achar culpados. Aquele é um espaço que já foi muito importante para

o lazer e ambiente da cidade, portanto é dever de toda a sociedade, assim como do

poder público, se unir para recuperarmos esse rio tão precioso”, avalia.

O filme traz a história da retificação e da mudança de curso do Rio Pinheiros, que foi

feita para atender a demanda crescente de energia nos primórdios da industrialização

da região metropolitana. O Pinheiros foi transformado em um canal, desde sua foz no

Rio Tietê até a Estação Elevatória de Traição, aonde essas águas são elevadas em cerca

de 5 metros e conduzidas até a Represa Billings. As águas da represa são disputadas

para abastecimento público e para a geração de energia, o que se faz conduzindo-as às

turbinas por meio de tubulações que descem a Serra do Mar, até a Usina Hidrelétrica

de Cubatão.

Confira o vídeo, aqui.