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UM VIÉS FENOMENOLÓGICO NA RESSIGNIFICAÇÃO DO LUTO Thayane Leonardi Zomkowski PIBIC 2012/2013 Joanneliese de Lucas Freitas Esta pesquisa apresenta como tema o fenômeno luto, enfaticamente seu processo de ressignificação. À vista disso, este estudo tem por objetivo identificar - a partir de uma análise fenomenológica do relato de sujeitos enlutados - que práticas, crenças ou atitudes colaboram no enfrentamento do sofrimento experienciado no luto, bem como na reconstrução de sentido da vida do enlutado. Esse trabalho foi desenvolvido a partir de uma metodologia qualitativa e sob um viés fenomenológico. A coleta de dados deu-se a partir de entrevistas abertas e individuais partindo da pergunta disparadora “você pode relatar sua experiência ao passar pelo processo de luto?”. Participaram do estudo treze senhoras frequentadoras do grupo “Amigos Solidários na Dor do Luto”. A análise de dados foi feita de acordo com o método proposto por GIORGI (2010) A partir da análise dos dados coletados, pudemos aferir que a vivência de acolhimento, o contato com o outro que comunga da mesma experiência e a possibilidade de manutenção ou estabelecimento de vínculos afetivos com outros enlutados, familiares e até mesmo profissionais de saúde concorre para que o enlutado suporte a dor e sinta-se motivado a reconstruir um sentido para sua vida. Também apresentam caráter suportivo os elementos como fé, passagem do tempo, falar amiúde sobre o ocorrido e sentir-se verdadeiramente escutado pelo ouvinte e engajar-se em projetos que estejam de alguma forma relacionados ao morto. Ademais, o tratamento com psicoativos também é utilizado por alguns enlutados, enfaticamente nos primeiros momentos de luto, enquanto medida suportiva de efeito imediato para que retomem suas atividades cotidianas e estabilizem seu equilíbrio sono/vigília. É conveniente ressaltar que a eficácia de todos esses elementos está diretamente relacionada à pró- atividade do enlutado em procurar por maneiras de reconstruir o sentido de sua existência e de seguir adiante na vida. Apesar de apontarem para um sentido comum ao estado da arte no que tange ao enlutamento, os dados apontados, embora significativos, não são conclusivos e demandam a continuidade do estudo para verificação de sua validade, bem como da possibilidade de que novas subunidades de significado se desvelem. Freud, S. (1972b). Luto e melancolia. In Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1917). Parkes, C. M. (2010). Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus,2010.

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UM VIÉS FENOMENOLÓGICO NA RESSIGNIFICAÇÃO DO LUTOThayane Leonardi ZomkowskiPIBIC 2012/2013Joanneliese de Lucas Freitas

Esta pesquisa apresenta como tema o fenômeno luto, enfaticamente seu processo de ressignificação. À vista disso, este estudo tem por objetivo identificar - a partir de uma análise fenomenológica do relato de sujeitos enlutados - que práticas, crenças ou atitudes colaboram no enfrentamento do sofrimento experienciado no luto, bem como na reconstrução de sentido da vida do enlutado.

Esse trabalho foi desenvolvido a partir de uma metodologia qualitativa e sob um viés fenomenológico. A coleta de dados deu-se a partir de entrevistas abertas e individuais partindo da pergunta disparadora “você pode relatar sua experiência ao passar pelo processo de luto?”. Participaram do estudo treze senhoras frequentadoras do grupo “Amigos Solidários na Dor do Luto”. A análise de dados foi feita de acordo com o método proposto por GIORGI (2010)

A partir da análise dos dados coletados, pudemos aferir que a vivência de acolhimento, o contato com o outro que comunga da mesma experiência e a possibilidade de manutenção ou estabelecimento de vínculos afetivos com outros enlutados, familiares e até mesmo profissionais de saúde concorre para que o enlutado suporte a dor e sinta-se motivado a reconstruir um sentido para sua vida. Também apresentam caráter suportivo os elementos como fé, passagem do tempo, falar amiúde sobre o ocorrido e sentir-se verdadeiramente escutado pelo ouvinte e engajar-se em projetos que estejam de alguma forma relacionados ao morto. Ademais, o tratamento com psicoativos também é utilizado por alguns enlutados, enfaticamente nos primeiros momentos de luto, enquanto medida suportiva de efeito imediato para que retomem suas atividades cotidianas e estabilizem seu equilíbrio sono/vigília. É conveniente ressaltar que a eficácia de todos esses elementos está diretamente relacionada à pró-atividade do enlutado em procurar por maneiras de reconstruir o sentido de sua existência e de seguir adiante na vida.

Apesar de apontarem para um sentido comum ao estado da arte no que tange ao enlutamento, os dados apontados, embora significativos, não são conclusivos e demandam a continuidade do estudo para verificação de sua validade, bem como da possibilidade de que novas subunidades de significado se desvelem.

Freud, S. (1972b). Luto e melancolia. In Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1917). Parkes, C. M. (2010). Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus,2010.