Silmei Defesa

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Silmei de Sant’Ana Petiz Doutorando (Unisinos) – Bolsista Capes Profa. Orientadora: Dra. Ana Silva Volpi Scott 2009 CAMINHOS CRUZADOS: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS ESCRAVAS NA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO (1750-1835)

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Silmei de Sant’Ana PetizDoutorando (Unisinos) – Bolsista Capes

Profa. Orientadora: Dra. Ana Silva Volpi Scott2009

CAMINHOS CRUZADOS: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS ESCRAVAS NA FRONTEIRA

OESTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO (1750-1835)

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DEFINIÇÃO DO ESPAÇO/TEMPORAL

Planta da Fortaleza Jesus Maria José de Rio Pardo.

Fonte: Arquivo Histórico do Itamarati, Rio de Janeiro.

CAMINHOS CRUZADOS: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS ESCRAVAS NA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO (1750-1835)

O período escolhido, 1750-1835 refere-se ao momento em que o trabalho escravo despontava como elemento necessário na formação da capitania e de pleno funcionamento do Tráfico Atlântico. A Fronteira Oeste é compreendida, inicialmente, pela Vila de Rio Pardo que, como núcleo militar português mais avançado, transformava-se no ponto de partida para a ocupação e desenvolvimento de novos núcleos populacionais mais a Oeste e ao Sul, tais como: Cachoeira, Encruzilhada e Caçapava.

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OBJETIVO GERAL

CAMINHOS CRUZADOS: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS ESCRAVAS NA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO (1750-1835)

Compreender os padrões da família escrava, existentes na fronteira Oeste do Rio Grande entre 1750 e 1835, relacionando-os a estrutura de posse, características demográficas e as estratégias de manutenção dos plantéis, buscando averiguar possíveis particularidades que possam ter existido em relação as demais áreas do Brasil Colonial e Imperial.

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METODOLOGIAConfecção de um programa que possibilitou o armazenamento dos dados, destinado a abrigar todas as informações quantitativas e qualitativas elaboradas a partir dos documentos analisados.

Levantamento das fontes em fichas visando o levantamento completo dos dados fornecidos pelos documentos analisados.

Fichamento da produção bibliográfica existente, tanto sobre a temática da família escrava, como sobre a questão da demografia em geral, visando dar consistência teórica às análises das fontes primárias.

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PRIMEIRA PARTE:

CAMINHOS CRUZADOS: SENHORES E ESCRAVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE,

1750-1835

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Rio Pardo

CAPÍTULO 1: FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE: conceituação e sua construção histórica

1.1 Rio Pardo: de Fortaleza a Vila, uma fronteira em construção, 1750-1809

1.2 Vila de Rio Pardo: expansionismo econômico e populacional, 1810-1835

CAPÍTULO 2: PROPRIETÁRIOS: estrutura da posse de escravos e atividade econômica atribuída

2.1 Atividades econômicas entre os proprietários escravistas da Fronteira Oeste

2.2 Estrutura de posse dos escravos entre os senhores da Fronteira Oeste do Rio Grande

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PRIMEIRA PARTE:

CAMINHOS CRUZADOS: SENHORES E ESCRAVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE,

1750-1835

CAPÍTULO 3: Características demográficas dos cativos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.1 Existentes, mas invisíveis

3.2 Origens dos escravos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.3 A repartição do sexo na população escrava

3.4 Idade dos escravos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.5 Origens dos escravos e variáveis demográficas

3.6 As mães e os pais dos que aqui nascem

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PRIMEIRA PARTE:

CAMINHOS CRUZADOS: SENHORES E ESCRAVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE,

1750-1835

CAPÍTULO 3: Características demográficas dos cativos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.9 Variáveis demográficas dos escravos e estrutura de posse

3.9.1 Atividades econômicas dos proprietários e características dos escravos

3.10 Ocupações dos escravos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.7 Os que aqui chegam: Africanos da Fronteira Oeste do Rio Grande

3.8 Sob o estigma da cor

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SEGUNDA PARTE: VIVÊNCIAS ESCRAVAS: PARENTESCO E

ESTRATÉGIAS SOCIAIS ENTRE CATIVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE

CAPÍTULO 4: Definindo as famílias escravas e o cuidado com as fontes

4.1 Definindo famílias escravas e os cuidados com as fontes

4.2 Das frestas deste estudo: as fontes eclesiásticas e os estudos das famílias

4.3 Famílias escravas e historiografia

CAPITULO 5: Graus de legitimidade das famílias escravas da Fronteira Oeste do Rio Grande

5.1 Famílias escravas da Fronteira Oeste do Rio Grande

5.2 Graus de legitimidade das famílias escravas da Fronteira Oeste do Rio Grande 5.3 Casamentos de escravos da Fronteira Oeste do Rio Grande, 1755 a 1835

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SEGUNDA PARTE: VIVÊNCIAS ESCRAVAS: PARENTESCO E

ESTRATÉGIAS SOCIAIS ENTRE CATIVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE

CAPITULO 5: Graus de legitimidade das famílias escravas da Fronteira Oeste do Rio Grande

5.3.1 O casamento entre cativos e o seu papel normatizador 5.3.2 Origem dos cônjuges

5.4 Tempo de casar

5.4.1 Os dias de casar

5.4.2 As horas de casar

5.5 Testemunhas dos casamentos de escravos

CAPÍTULO 6: Parentesco espiritual e alianças entre escravos

6.1 Nome dos batizados

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TERCEIRA PARTE: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS SOCIAIS ENTRE

SENHORES E ESCRAVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE

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CAPÍTULO 7: As propriedades escravas e os graus de estabilidade das famílias escravas

7.1 Escravos de Antônio de Souza Nunes

7.2 Tamanho dos plantéis e legitimidade da família escrava

CAPÍTULO 8: Trajetórias de famílias escravas no interior de propriedades da Fronteira Oeste do Rio Grande – estudos de casos

8.1 Família Simões Pires e suas relações na Fronteira Oeste do Rio Grande

8.2 As famílias escravas dos Simões Pires

8.2.1 Família de Cândida e Mateus

8.2.2 Família de Antônio Guiné e Josefa Guiné

8.2.3 Família de José preto e Francisca preta

8.2.4 Família de José crioulo e Gertrudes preta da Costa

8.2.5 Outras famílias escravas de Mateus Simões Pires

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TERCEIRA PARTE: FAMÍLIAS E ESTRATÉGIAS SOCIAIS ENTRE

SENHORES E ESCRAVOS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE

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8.3 Momentos decisivos: a partilha dos bens e os destinos das famílias escravas

8.4 Os casais de escravos nas partilhas: Os limites da estabilidade e da propriedade

8.4.1 A segunda geração dos Simões Pires: Antônio Simões Pires

8.4.2 Escravos de Antônio Simões Pires

8.4.3 Maria Esméria: Terceira Geração dos Simões Pires

CAPÍTULO 9: Alforrias e laços de família

9.1 A família como espaço para a Liberdade

9.2 Intrincadas Relações: os meus e os seus

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CONSIDERAÇÕES FINAIS As fontes que os descrevem para a Fronteira de Oeste do Rio Grande,

desenham um quadro de intenso crescimento populacional durante o período analisado, sendo que a representação dos cativos chegou a ser superior ao observado para outras áreas da capitania/província.

Nas estâncias (propriedades maiores) também havia a necessidade de cativos que fossem especializados em ofícios artesanais, tais como carpinteiros, ferreiros, sapateiros, pedreiros, etc. Esse era um setor da economia que empregava menos braços ao trabalho, o que nem por isso diminui sua importância, comparativamente aos campeiros e roceiros.

Nos núcleos urbanos das vilas de Rio Pardo e Cachoeira, que surgiram e cresceram ao longo do período aqui analisado, também viviam e atuavam trabalhadores cativos que possuíam ofícios especializados. Os frutos desse trabalho eram motivos tanto de conflito quanto de negociação, e por certo, o acesso à vida familiar também se inseria, nesse jogo de interesses.

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Entre as estratégias de reposição dos plantéis, aparentemente, convivia-se, ao mesmo tempo, com a alternativa da reprodução endógena, além, é claro, do próprio comércio de escravos africanos ou não, vindos de outras regiões brasileiras.

A análise dos registros permitiu concluir que, ao contrário do que até então se pensava sobre os enlaces matrimoniais dos cativos, existiu por parte desses indivíduos uma prática de casamentos sancionados perante a Igreja Católica, mesmo que o número das uniões ilegítimas tenha sido maior.

As informações e possíveis explicações obtidas com a nossa pesquisa apontam no sentido de que a família foi sendo uma conquista progressiva do escravo. Se foi verdade que houve uma época em que o senhor dispunha como queria de seus escravos, também é possível que o parentesco possa ter contribuído, de forma decisiva, para forjar laços de afetividade entre escravos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O exame das fontes mostrou a importância da multiplicidade das organizações familiares entre os escravos, uma vez que incluíam não só casais legitimamente formados, mas, com certeza, aqueles que jamais sacramentaram suas uniões, mesmo que elas fossem estáveis. Os documentos apontam indícios suficientes para determinar sua existência. A sua importância na região foi demonstrada através da análise da estabilidade dessas famílias pelo cruzamento dos dados e da trajetória de suas vidas.

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ARQUIVOS E DOCUMENTOS ARQUIVO DA CÚRIA METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS.Livros de Batismo, Casamentos e Óbitos das Freguesias de Rio Pardo e

Encruzilhada. ARQUIVO DA DIOCESE DE CACHOEIRA DO SUL/RS.Livros de Batismo, Casamentos e Óbitos das Freguesias de Cachoeira do Sul e

Caçapava. ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL/RS.Inventários post-mortem das Vilas de Rio Pardo, Cachoeira, Caçapava e

Encruzilhada.Cartas de Liberdade das Vilas de Rio Pardo, Caçapava, Encruzilhada e Cachoeira. ARQUIVO HISTÓRICO DO RIO GRANDE DO SUL/RS.Correspondências das Câmaras Municipais. ARQUIVO DA CURIA METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO/RJ.Livros de Visitas Pastorais. ARQUIVO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE RIO PARDO/RS.Livros de Atas da Câmara Municipal;Livro de Posturas Municipais;Inventários post-mortem. ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO – LISBOADocumentos avulsos ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO – LISBOAMinistério do Reino BIBLIOTECA NACIONAL – LISBOA

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Ao bus carem o conhec imento das caracterís ticas demográficas das , populações do pas s ado bras ile iro os es tudos empreendidos extrapolaram largamente o e lemento demográfico scricto sensu, tendo encontrado na

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