Simone Zanotello de Oliveira LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA PARA ESTUDANTES DO DIREITO Simone Zanotello de Oliveira PREFÁCIO DO Dr. Márcio Franklin Nogueira APRESENTAÇÃO DA Dra. Lúcia Helena de Andrade Gomes 2 a edição Língua Portuguesa para estudantes do Direito 2ed.indd 3 Língua Portuguesa para estudantes do Direito 2ed.indd 3 25/08/2021 10:19 25/08/2021 10:19

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LÍNGUA PORTUGUESAPARA ESTUDANTES DO DIREITO

Simone Zanotello de Oliveira

PREFÁCIO DO

Dr. Márcio Franklin Nogueira

APRESENTAÇÃO DA

Dra. Lúcia Helena de Andrade Gomes

2aedição

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O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita que é. Se insisto em repetir para mim mesmo que não posso fazer uma determinada coisa, é possível que acabe me tor-nando realmente incapaz de fazê-la. Ao contrário, se tenho a convicção de que posso fazê-la, certamente adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo que não a tenha no começo.

(Mahatma Gandhi)

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DEDICATÓRIA

Esta obra é dedicada ao meu marido, amigo e companheiro de todas as horas, Marco, que há muitos anos está ao meu lado, ajudando-me a superar desafios e a acreditar que sou capaz de alcançar meus objetivos.

É dedicada à minha mãe, que me dá forças para prosseguir; à memória do meu pai, que sempre torceu pelo meu sucesso, sendo certo que onde quer que ele se encontre agora, estará feliz por eu ter concluído este trabalho; e também a toda minha família, constantemente presente em minhas realizações.

É dedicada ao meu amigo Márcio Martelli, que primei-ramente acreditou no conteúdo desta obra.

É dedicada, também, à minha eterna professora, colega de trabalho e, principalmente, amiga, Dra. Lúcia Helena de Andrade Gomes, que está constantemente ao meu lado, torcendo por mim, e auxiliando-me no meu crescimento profissional e pessoal.

É dedicada, ainda, ao Dr. Márcio Franklin Nogueira, pelas oportunidades que me proporcionou, e por acreditar no meu trabalho como docente.

E, por fim, é dedicada aos meus alunos e ex-alunos, pelas contribuições dadas em sala de aula, que foram funda-mentais para a confecção deste trabalho.

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IX

PREFÁCIO

Antes mesmo de conhecê-la pessoalmente, já tomei conhecimento da elevada capacidade profissional de Simone, assessorando a Comissão de Licitações da Prefeitura de Jundiaí-SP.

Simone já despontava, então, como uma exímia operadora do Direito Administrativo.

Desde logo aprendi a admirá-la, em especial pela sua linguagem escorreita e técnica.

Foi quando surgiu vaga na disciplina de Língua Portuguesa no Curso de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta, o qual coordenava na época. Não hesitei em convidá-la a assumir as aulas. Posteriormente, atribui a ela também aulas de Direito Administrativo e o sucesso foi o mesmo. Hoje, Doutora em Direito, ministra palestras no Brasil todo.

E seu desempenho acabou por superar as minhas expectativas, tamanha a dedicação e competência na condução da disciplina de Língua Portuguesa, de fundamental importância para o nivelamento dos alunos que ingressam no curso.

Como é de todos sabido, o nível de nosso Ensino Médio, de modo geral, é sofrível, o que reflete nos ingressantes, a exigir essa disciplina logo no primeiro ano do curso.

É preciso ensiná-los a ler e a entender o que leem. Essa é nossa triste realidade. Esse o primeiro passo. Mas não é só. É indispensável, ainda, que se assegure aos alunos conhecimentos de gramática, e de elaboração de textos, com vocabulário específico da área. A interpretação de textos jurídicos também assume relevo.

Pois bem. Simone se dedicou a fundo nessa tarefa, e da experiência adquirida surgiu esta importante obra que ora tenho a honra de prefaciar.

Esta magnífica obra, como já disse, resulta da experiência de muitos anos no magistério da disciplina Língua Portuguesa, no curso de Direito.

Com linguagem simples, escorreita, e muito clara, Simone cuida dos fundamentos da linguagem escrita e falada, abordando as formas

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de comunicação, as diversas funções da linguagem e o uso correto do vocabulário, com especial destaque para a linguagem jurídica.

Aspecto de grande importância da obra, e que me chamou muito a atenção, foram os exercícios apresentados após cada tópico. Não havia visto ainda essa prática em obras congêneres, sendo de se ressaltar que isso se reveste de muita importância não só para o correto entendimento do tema examinado, como também, e especialmente, para a fixação de conceitos.

Outra preocupação da autora é destacar a importância da coesão textual, básica para uma comunicação correta. Ou seja, mostrando a importância fundamental da existência de conexão entre as palavras, frases, orações e períodos que formam o texto comum um todo. Uma redação perfeita exige que os vários enunciados estejam devidamente articulados entre si.

Esta obra integra, sem dúvida, um importante instrumental para superar as barreiras do desnivelamento que constitui característica atual do ensino superior, por força do descaso com que o Ensino Médio tem sido tratado pelos governantes.

Temos certeza, pela excelência da obra, que se tornará sucesso edi-torial, auxiliando, e muito, os ingressantes no curso de Direito a superar as barreiras impostas por um Ensino Médio muito deficiente.

Parabéns, Simone.

Dr. Márcio Franklin NogueiraDesembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (aposentado)

Ex-Coordenador do Curso de Direito do UniAnchieta

Mestre em Direito Penal pela UFPR

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APRESENTAÇÃO

Os cursos de ensino jurídico têm enfrentado em nosso país um grande desafio: suprir lacunas na formação dos acadêmicos, em especial, no tocante à língua portuguesa. A comunicação escrita e oral encontra-se em profunda crise! Nesta seara complexa, vem ao público o livro Língua Portuguesa para estudantes do Direito elaborado pela Profa. Simone Zanotello de Oliveira. A ideia não poderia ter sido mais feliz: propiciar aos acadêmicos de Direito uma obra profícua para subsidiar o aprimoramento da língua portuguesa. A obra, redigida em linguagem clara e concisa, aborda os aspectos da comunicação oral e escrita, os principais elementos da Gramática, pontua as regras da Nova Ortografia e apresenta modelos de produções textuais.

O livro é um instrumento de pesquisa e aprendizagem. A leitura abre um leque promissor ao universitário para vencer obstáculos e desafios na redação de textos formais, jurídicos e acadêmicos. A autora aborda temas essenciais para a formação dos futuros operadores do Direito, e o faz de forma didática e compreensível a todos. Escreve de forma sedutora, pois, dificilmente o estudante universitário abandonará a leitura e os exercícios propostos. Há inúmeros exercícios “não tropece no português”, os quais, certamente, despertam a atenção dos leitores e propiciam reflexão pon-tual da nossa língua. A teoria articulada à prática produz aprendizagem autônoma e eficiente.

Os livros são os filhos dos autores, portanto, a obra não poderia ser diferente: reflete a competência e maestria da Profa. Simone em sala de aula. Ouso afirmar, que a obra deve ser parte da biblioteca de todos os alunos dos cursos de Direito; trata-se de material imprescindível, considerando--se que propiciará ao aluno a base teórica para fomentar a habilidade de pesquisar, refletir e argumentar de forma lógica em produção oral ou escrita. A partir desta leitura, os alunos com temor em redigir sentir-se-ão embasados para transpor a barreira da comunicação. Boa leitura a todos!

Profa. Dra. Lucia Helena de Andrade Gomes

Presidente da Comissão OAB Vai à Escola – 33ª Subseção-Jundiaí-SP

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SUMÁRIO

Dedicatória .........................................................................................................................VII Prefácio ................................................................................................................................ IX

Dr. Márcio Franklin Nogueira

Apresentação ......................................................................................................................XIDra. Lucia Helena de Andrade Gomes

PARTE I – COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA..................................................................... 11. ASPECTOS DA COMUNICAÇÃO ............................................................................................1

1.1 CONCEITO E OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO ...................................................................11.2 FORMAS DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................. 21.3 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO .......................................................................................... 2

EXERCÍCIO I ................................................................................................................................................... 3

2. FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................. 5EXERCÍCIO II .................................................................................................................................................. 8

3. USO DO VOCABULÁRIO ...................................................................................................... 93.1 DIFERENÇA ENTRE LÉXICO E VOCABULÁRIO .................................................................. 93.2 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO ................................................................................................... 9

EXERCÍCIO III .............................................................................................................................................. 10Apenas para lembrar ................................................................................................................................11

4. NÍVEIS DE LINGUAGEM ...................................................................................................... 13EXERCÍCIO IV ............................................................................................................................................... 15

5. NÍVEIS DE LINGUAGEM JURÍDICA .................................................................................... 16EXERCÍCIO V ............................................................................................................................................... 18

6. ASPECTOS DA ORALIDADE .............................................................................................. 196.1 DIFERENÇA ENTRE COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA ............................................... 196.2 TESTE DE ORALIDADE .............................................................................................................206.3 LIÇÕES DE ORATÓRIA ............................................................................................................. 246.4 PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE UM SEMINÁRIO ................................ 35

EXERCÍCIO VI ............................................................................................................................................... 36

7. COESÃO TEXTUAL .............................................................................................................38EXERCÍCIO VII..............................................................................................................................................50

8. COERÊNCIA TEXTUAL ........................................................................................................51EXERCÍCIO VIII ............................................................................................................................................54

9. PARÁGRAFO ......................................................................................................................... 559.1 PARTES DE UM PARÁGRAFO.................................................................................................56

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9.2 CONSTRUÇÃO DE FRASES ..................................................................................................... 619.3 GERUNDISMO .............................................................................................................................639.4 PERÍODOS ....................................................................................................................................66

EXERCÍCIO IX ............................................................................................................................................... 67

10. LEITURA ...............................................................................................................................6810.1 ELEMENTOS BÁSICOS .............................................................................................................6810.2 LEITURA EFICAZ ..........................................................................................................................7110.3 PRÁTICA DA REDAÇÃO PELA LEITURA ..............................................................................71

EXERCÍCIO X ............................................................................................................................................... 79

11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ..............................................................................................80EXERCÍCIO XI ............................................................................................................................................... 82

12. PRODUÇÃO TEXTUAL ........................................................................................................8612.1 ASPECTOS GERAIS ....................................................................................................................8612.2 TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL ........................................................................88

EXERCÍCIO XII .......................................................................................................................................... 102

13. DESCRIÇÃO ........................................................................................................................ 10313.1 TIPOS DE DESCRIÇÃO ...........................................................................................................10413.2 DESCRIÇÃO DE PESSOAS ....................................................................................................10513.3 DESCRIÇÃO DE AMBIENTES/LUGARES/OBJETOS .....................................................106

EXERCÍCIO XIII ..........................................................................................................................................108

14. NARRAÇÃO ........................................................................................................................10914.1 ELEMENTOS DA NARRATIVA ...............................................................................................109

EXERCÍCIO XIV ...........................................................................................................................................117

14.2 NARRATIVAS FORENSES ......................................................................................................120EXERCÍCIO XV............................................................................................................................................ 122

15. DISSERTAÇÃO .................................................................................................................. 12315.1 ETAPAS ......................................................................................................................................... 12415.2 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA ................................................................126

EXERCÍCIO XVI .......................................................................................................................................... 128

15.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA .....................................................128EXERCÍCIO XVII .........................................................................................................................................131

16. TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO NO DISCURSO JURÍDICO ............................................. 132EXERCÍCIO XVIII ........................................................................................................................................ 145

17. EXPRESSÕES EM LATIM ..................................................................................................148EXERCÍCIO XIX ...........................................................................................................................................157

PARTE II – PRINCIPAIS ELEMENTOS DA GRAMÁTICA .................................................1591. NOVA ORTOGRAFIA ......................................................................................................... 159

EXERCÍCIO I ..............................................................................................................................................166

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LÍNGUA PORTUGUESA para estudantes do Direito

2. PONTUAÇÃO ...................................................................................................................... 167EXERCÍCIO II ...............................................................................................................................................174

3. CRASE ..................................................................................................................................175EXERCÍCIO III ............................................................................................................................................ 178

4. HOMÔNIMOS, PARÔNIMOS, POLISSEMIA, SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS, HIPERÔNIMOS, HIPÔNIMOS .......................................................................................... 1794.1 HOMÔNIMOS ............................................................................................................................ 1794.2 PARÔNIMOS ..............................................................................................................................1824.3 POLISSEMIA ..............................................................................................................................1864.4 SINÔNIMOS ...............................................................................................................................1864.5 ANTÔNIMOS .............................................................................................................................. 1874.6 HIPERÔNIMOS/HIPÔNIMOS.............................................................................................. 187

EXERCÍCIO IV ............................................................................................................................................ 187

5. COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ..............................................................................1895.1 COORDENAÇÃO ......................................................................................................................1895.2 SUBORDINAÇÃO ...................................................................................................................... 192

EXERCÍCIO V .............................................................................................................................................. 196

6. COLOCAÇÃO PRONOMINAL ........................................................................................... 197EXERCÍCIO VI ............................................................................................................................................. 199

7. CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................................200EXERCÍCIO VII ...........................................................................................................................................202

8. CONCORDÂNCIA VERBAL ...............................................................................................203EXERCÍCIO VIII .........................................................................................................................................206

9. REGÊNCIA NOMINAL ....................................................................................................... 207EXERCÍCIO IX ............................................................................................................................................ 210

10. REGÊNCIA VERBAL ...........................................................................................................211EXERCÍCIO X .............................................................................................................................................. 216

11. USO DE PARTICÍPIOS REGULARES E IRREGULARES ...................................................217EXERCÍCIO XI .............................................................................................................................................220

12. EMPREGO DE PALAVRAS ................................................................................................. 221EXERCÍCIO XII .......................................................................................................................................... 223

13. PARALELISMO SINTÁTICO ............................................................................................... 225EXERCÍCIO XIII ......................................................................................................................................... 227

14. RECURSOS ESTILÍSTICOS – FIGURAS DE LINGUAGEM ..............................................22814.1 FIGURAS SEMÂNTICAS .........................................................................................................22814.2 FIGURAS FONÉTICAS ............................................................................................................ 230

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14.3 FIGURAS SINTÁTICAS ............................................................................................................ 231EXERCÍCIO XIV ......................................................................................................................................... 232

15. VÍCIOS DE LINGUAGEM .................................................................................................. 233EXERCÍCIO XV ........................................................................................................................................... 237

16. PRONÚNCIAS ....................................................................................................................238EXERCÍCIO XVI ..........................................................................................................................................240

17. VERBOS E EXPRESSÕES USUAIS DO DISCURSO JURÍDICO .......................................241EXERCÍCIO XVII ........................................................................................................................................248

18. USO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS .........................................................................248EXERCÍCIO XVIII ........................................................................................................................................250

PARTE III – MODELOS DE ALGUMAS PRODUÇÕES TEXTUAIS ..................................2531. ATA ...................................................................................................................................... 2532. ATESTADO ..........................................................................................................................2553. CAPA DE TRABALHO ........................................................................................................2564. CONTRATO .........................................................................................................................2585. CONVÊNIO .........................................................................................................................2636. DECRETO ............................................................................................................................2667. EDITAL ................................................................................................................................2688. ESTATUTO ..........................................................................................................................2699. INSTRUÇÃO NORMATIVA .................................................................................................27110. OFÍCIO ................................................................................................................................ 27311. PARECER JURÍDICO .......................................................................................................... 27512. PETIÇÃO INICIAL...............................................................................................................28013. PORTARIA ..........................................................................................................................29014. PROCURAÇÃO ................................................................................................................... 292

14.1 SUBSTABELECIMENTO ..........................................................................................................295

15. REGULAMENTO .................................................................................................................29616. REQUERIMENTO ...............................................................................................................298 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................300

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS .......................................................................................307PARTE I – COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA ...........................................................................307PARTE II – PRINCIPAIS ELEMENTOS DA GRAMÁTICA .......................................................... 317

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PARTE I – COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA

1. ASPECTOS DA COMUNICAÇÃO

1.1 CONCEITO E OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO

Comunicação é um substantivo feminino, derivado do latim commu-nicatio, que pode apresentar os seguintes sentidos, segundo o dicionário Aurélio:

1. Ato ou efeito de comunicar(-se).

2. Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual.

3. A ação de utilizar os meios necessários para realizar tal comu-nicação.

4. A mensagem recebida por esses meios.

5. A capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, de con-versar, com vista ao bom entendimento entre pessoas.

6. Exposição oral ou escrita sobre determinado assunto.

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7. Participação ou aviso de fato ocorrido ou por ocorrer: comuni-cação de casamento, de falecimento.

8. Convivência, trato, convívio. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. Curitiba: Editora Positivo, 2005.)

Portanto, a comunicação tem como principal objetivo a troca de mensagens, apresentando-se como um processo bilateral, ou seja, que necessita de emissor e receptor. Além disso, para que uma comunicação seja eficiente, é preciso que haja o entendimento entre aqueles que estão envolvidos no processo. Se eu, como emissor, transmito uma mensagem e ela não é compreendida pelo meu interlocutor, essa comunicação foi ineficiente, não atingindo os objetivos pretendidos.

1.2 FORMAS DE COMUNICAÇÃOA comunicação pode ocorrer das seguintes formas:

• Comunicação verbal – baseada na utilização de palavras tanto escritas quanto faladas.

• Comunicação não verbal – baseada em sistemas de significação independentes da linguagem falada ou escrita, como a mímica, os gestos corporais, a música (som), a dança, as imagens, as figuras, os desenhos etc.

Neste contexto, gostaríamos de dar destaque para a simbologia (uso de símbolos para a representação de algo), que reflete a comunicação não verbal por meio de sinais (de trânsito, por exemplo), de marcas, de logotipos, de bandeiras, de cores, dentre outros.

• Comunicação mista – baseada na utilização simultânea da comunicação verbal e da comunicação não verbal.

1.3 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃOPara que o processo de comunicação possa se desenvolver de

maneira eficiente, necessitamos da presença dos seguintes elementos:

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• Emissor (ou destinador ou remetente ou falante) – é aquele que emite uma mensagem – pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas.

• Receptor (ou destinatário ou ouvinte) – é aquele para quem a mensagem é destinada, ou seja, é aquele que recebe a mensa-gem – pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas.

• Mensagem – é aquilo que se deseja transmitir, ou seja, é o objeto da comunicação.

• Referente (ou assunto) – é o conteúdo da mensagem, represen-tando o contexto em que ela se insere.

• Canal – é o meio utilizado pelo emissor para enviar a mensagem ao receptor (a folha de papel, o telefone, a internet etc.).

• Código – é o conjunto de sinais utilizados para a transmissão da mensagem. Ele pode ser verbal (quando utiliza palavras escritas ou faladas) ou não verbal (quando utiliza sons, imagens, gestos etc.)

É importante destacar que a comunicação somente será eficiente se o código utilizado pelo emissor for de conhecimento do receptor.

EXERCÍCIO I

Vamos para a prática? Vejamos o seguinte pedido de Habeas Corpus:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

COMARCA DE ESPERANÇA

Firmino Firme, brasileiro, solteiro, mecânico, portador do RG n.

22.222.222, residente e domiciliado na Rua dos Anzóis, 210, nesta cidade,

vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer que seja

expedida ordem de Habeas Corpus a favor de Firmino Firme Filho, pelas

seguintes razões:

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NÃO TROPECE NO PORTUGUÊSQual é a forma correta? a) Haverá bastantes docinhos na festa. b) Haverá bastante docinhos na festa. Se você optou pela alternativa “a”, parabéns. Embora pareça soar

estranho, a palavra “bastante”, com sentido de adjetivo, significando “vários”, deve ser utilizada devidamente flexionada – bastantes docinhos (vários docinhos). Já a palavra “bastante”, com sentido de advérbio (que acompanha o verbo), significando “muito”, é invariável e, portanto, não deve ser flexionada (Ela fala bastante. / Elas falam bastante.).

4. NÍVEIS DE LINGUAGEM

Nós não falamos sempre da mesma maneira. É nítida a diferença entre a fala de uma criança e a de um adulto, a de um advogado e a de um comerciante, a de um professor em sala de aula e a de um professor no aconchego do lar. A esse fato denominamos variação dos níveis de linguagem. Vejamos:

• culto ou formal – aquele que é portador de tradição cultural e de prestígio. Representa uma linguagem mais obediente às normas gramaticais e predominantemente escrita. Esse nível aparece em situações formais e apresenta vocabulário rico e variado. Importante: nível culto ou formal não significa “falar difícil”.

Temos conhecimento de que alguns casos de delin-quência juvenil no mundo decorrem de programas que enfatizam a guerra, o roubo e a violência.

• coloquial/familiar/informal – aquele que é usado em conver-sações diárias (situações de informalidade). Possui linguagem

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que pode apresentar alguns desvios em relação às normas gramaticais, bem como um vocabulário mais restrito. É oral em quase sua totalidade.

Cadê o livro que tava aqui? Me devolve logo!

• popular ou regionalizado – aquele que representa instrumento de comunicação de um povo, tanto na forma escrita quanto na falada. Apresenta-se em conformidade com as variedades regionais.

Ô guria! Vamos logo, tchê?

• vulgar ou inculto – aquele que é próprio das pessoas com alguma deficiência de instrução. Apresenta grandes desvios em relação às normas gramaticais.

Nóis ouvimo falá dos pobrema de estrupo.

• Grupal – aquele que pertence a grupos fechados. Temos como espécies:

a) técnico, que se refere às ciências e às profissões, também conhecido como “jargão da profissão”. Na área do Direito, temos o chamado “jargão jurídico”.

A declaração de insolvência pode ser requerida por qualquer credor e também pelo próprio devedor, tendo-se no segundo caso a autoinsolvência.

b) gíria, que representa grupos específicos, especialmente jovens e estudantes. As gírias possuem como característica a variação no tempo – as gírias do passado não são as do presente, e não serão as do futuro.

Tipo assim, o negócio agora é comunicação, porque o cara aprende descolando altos papos com galera.

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• Palavras ou expressões sinônimas – utilização de palavras com sentidos semelhantes, em ma relação de referência, evitando repetições.

Período sem coesão: O réu contratou um excelente advogado após a citação. O advogado contratado é especialista nessa área.

Período com coesão: O réu contratou um excelente advogado após a citação. O defensor contratado é especialista nessa área. (“Advogado” e “defensor” são palavras sinônimas.)

• Elementos de conexão – conjunções, pronomes relativos e pre-posições também fazem o papel de estabelecer conexões entre as palavras, frases, orações e períodos.

A audiência já havia começado, quando a testemunha sentiu-se mal. (uso da conjunção temporal “quando”.)

Esta é a vítima à qual me referi. (uso do pronome relativo “qual”.)Ela foi ao cinema com seus amigos. (uso da preposição “com”.)

Principais elementos de coesão no discurso jurídico

RealceInclusãoAdição

NegaçãoOposição

AfetoAfirmaçãoIgualdade

Exclusão

além disso embora felizmente sóainda não obstante isso infelizmente somentedemais inobstante isso ainda bem sequerademais de outra face obviamente excetotambém entretanto em verdade senãovale lembrar no entanto realmente apenaspois ao contrário disso em realidade excluindooutrossim qual nada de igual forma tão somenteagora por outro lado do mesmo modo quede modo geral por outro enfoque da mesma sortepor iguais razões diferente disso de igual formaem rápidas pinceladas de outro lado no mesmo sentidoinclusive de outra parte semelhantementeaté contudo bom é é certo diversamente disso interessante se faz

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EXEMPLO DE NARRATIVA EM 1ª PESSOA:

JAGUATIRICAS A BORDO

Fernando Sabino

De repente, em pleno voo a caminho de Lisboa, passa por mim um

comissário de bordo carregando no colo uma jaguatirica.

Os demais passageiros dormem na penumbra do avião, eu também

cochilava ainda há pouco. Estarei sonhando? Nada disso, já vem o homem

de volta com o bicho no colo.

– Que bicho é esse? – pergunto.

– Uma jaguatirica – responde ele simplesmente, erguendo o felino nos

braços para que eu veja de perto: – Filhote ainda. Parece um gato, não parece?

– Tira isso pra lá! – reajo, encolhendo-me na poltrona: – Parece uma

jaguatirica.

– Pois é uma jaguatirica.

– Você me disse.

Penso comigo: nada mais parecido com uma jaguatirica do que uma

jaguatirica. A longa viagem dentro da noite, os passageiros dormindo, tudo

conspira para me deixar vagamente idiota, os pensamentos flutuando no ar.

– E posso saber o que está fazendo essa sua jaguatirica aqui no avião?

– pergunto, cauteloso.

– Não é minha não – explica ele: – É de um passageiro. Trouxe do

Pará, vai levar para morar com ele em Lisboa. A minha deixei no Rio, lá no

meu apartamento, um amigo dá comida pra ela enquanto viajo.

– A sua o quê?

– A minha jaguatirica.

– Ah! Quer dizer que você também tem uma.

– Tenho. Por quê? O senhor não gosta de jaguatiricas?

– Gosto, gosto... Eu não sabia é que estava na moda ter jaguatiricas.

Confesso que no momento não tenho nenhuma.

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– Quem é que não gosta? – torna ele, entusiasmado, procurando conter a fera, que se mexe ameaçadoramente nos seus braços. – Um amigo meu lá em Teresópolis tem um leãozinho, mas leão dá muito trabalho, o senhor não acha?

– Sem dúvida – concordo, sacudindo a cabeça: – Cortar as unhas, pentear a juba, essa coisa toda...

– Jaguatirica não: mandei fazer para a minha umas luvas, embaixo é peludinho, em cima é de náilon. Para não arranhar o sinteco, sabe? Eu mesmo dou banho nela, é divertido, acredite.

– Eu acredito – torno a concordar, sem grande entusiasmo.– Não tem perigo nenhum – insiste ele: – De morder, que eu digo. Só

morde quando está com raiva. Pode é arranhar sem querer. Mas não aparo as unhas dela, acho uma pena.

– Realmente, seria uma pena.Ele continua a dissertar animadamente sobre o assunto:– Esse cara, por exemplo, vai se dar mal com a jaguatirica dele. Porque,

como o senhor sabe, jaguatirica não pode viver só com o dono. Chega uma hora lá, tem de casar, não é isso mesmo?

– Isso mesmo: não vai ser fácil arranjar em Lisboa um jaguatirico.– É o que eu estou dizendo: como é que ele vai casar a bichinha? Já

tive uma que era solteira, foi ficando maluca, acabei tendo de matar a tiro, uma pena.

Como ele não diz mais nada, olhando embevecido a jaguatirica, me arrisco a perguntar:

– Isso aí não é uma espécie de onça não?– Não é não: é uma espécie de jaguatirica mesmo.E ele acrescenta, procurando me tranquilizar:– Pode ter a certeza de uma coisa: bicho nenhum come gente a não

ser que esteja com muita fome. Com fome até o homem é capaz de tudo, inclusive de comer gente. Ouça o que estou lhe dizendo.

Ouço o que ele está me dizendo, nos confraternizamos à base do nosso amor às jaguatiricas, e volto a cochilar.

(O gato sou eu. 13. ed. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 97-98).

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PARTE II – PRINCIPAIS ELEMENTOS DA

GRAMÁTICA

1. NOVA ORTOGRAFIA

Em 29 de setembro de 2008, foi expedido o Decreto Federal no 6.583, que promulgou o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que já tinha sido aprovado pelo Decreto Legislativo no 54/1995, visando à uni-ficação da ortografia entre os países que possuem a Língua Portuguesa como oficial. Isso porque o português era o único idioma do mundo a ter duas ortografias oficiais, ou seja, a portuguesa e a brasileira. Fizeram parte do Acordo os governos do Brasil, de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, sem nos esquecermos do Timor Leste, que também aderiu ao Acordo posteriormente.

É importante destacar que o Acordo tratou de alterações na orto-grafia, o que atinge somente a língua escrita. Portanto, a pronúncia das palavras permanece a mesma.

Não estamos aqui para discutir a eficácia ou não desse Acordo, em relação a maior integração entre os países falantes da Língua Portuguesa, ou até mesmo se ele se fazia tão necessário. O fato é que esse Acordo já entrou em vigor.

No Brasil, segundo estudiosos, as modificações atingem aproxima-damente 0,5% das palavras existentes em nosso vocábulo (pouco, não? Por isso, não há razão para pânico!). Essas alterações estão voltadas,

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basicamente, para critérios de acentuação e uso do hífen. Em Portugal, as modificações representam aproximadamente 1,5% do vocabulário.

Quem muito bem representou o Brasil nos estudos do Acordo foi o saudoso professor e filólogo Antônio Houaiss.

Então, vamos lá:A primeira modificação trazida diz respeito ao nosso alfabeto, que

de 23 passou para 26 letras, por meio da inclusão oficial do K, do W e do Y. Trata-se de um reconhecimento dessas letras, que há muito já faziam parte do cotidiano. São letras utilizadas em siglas, símbolos, unidades de medida, nomes próprios (de pessoas, países etc.), palavras estrangeiras etc. (www, K (potássio), km, Wellington, Kuwait, byte etc.)

A segunda modificação refere-se à exclusão do trema (¨) das palavras brasileiras. Portanto, lingüiça, seqüestro, tranqüilo, pingüim, cinqüenta, dentre outras, passaram a ser grafadas linguiça, sequestro, tranquilo, pinguim, cinquenta. No entanto, é importante lembrar que o som con-tinua o mesmo, com a pronúncia do “ü”; portanto, não se deve ler como se escreve. Por outro lado, se a palavra for estrangeira e na sua escrita houver o trema, o que normalmente ocorre com nomes próprios e seus derivados, esse permanece. Exemplos comuns, dados pelos estudiosos, são Bündchen, Müller e mülleriano.

A retirada do trema também possui influência em algumas palavras que apresentavam o acento agudo sobre o “u” tônico das construções “gue”, “gui”, “que”, “qui”. Como exemplo, antes tínhamos as seguintes conjugações: tu argúis, ele argúi, eles argúem, que eu averigúe, que tu averigúes, que ele averigúe, que eles averigúem, que ele apazigúe. A partir de agora, a escrita é: tu arguis, ele argui, eles arguem, que eu averigue, que tu ave-rigues, que ele averigue, que eles averiguem, que ele apazigue.

Além disso, palavras terminadas com o hiato (conjunto de duas vogais, pronunciadas separadamente) oo não são mais acentuadas. Por-tanto, devemos escrever voo, zoo, abençoo, enjoo etc.

O mesmo acontece com a terminação êem, que indica a forma verbal da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “crer”, “ler”

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j) As cláusulas que se apresentam de forma restritiva deverão ser revistas.

k) As cláusulas, que se apresentam de forma restritiva, deverão ser revistas.

NÃO TROPECE NO PORTUGUÊSQual destas alternativas você escolhe? a) Afim de que não haja atraso, esteja em minha casa às 18 horas. b) A fim de que não haja atraso, esteja em minha casa às 18 horas. Se optou pela alternativa “b”, parabéns. “A fim de que” (escrito

de forma separada) é uma conjunção subordinativa adverbial final, que significa “com a finalidade de”, conforme já estudamos. Já a palavra “afim” (escrita de forma conjunta) significa “afinidade, semelhança” (Eles possuem parentes afins. / Disciplina afim.)

6. COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Refere-se à colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) em relação ao verbo. Vejamos:

Ênclise: pronome oblíquo átono depois do verbo; trata-se da posição normal. Utilizado com:

• Infinitivo impessoal – É bom comportar-se bem. • Imperativo afirmativo – Pegue-os agora.• Gerúndio – Foi afastando-se de todos.

Obs.: se o gerúndio vier precedido da preposição “em”, empre-gamos o pronome antes do verbo – Em se tratando de chorar, ela é campeã.

• Verbo que inicia a frase – Levantou-se com muita cautela.

IMPORTANTE: Nunca se deve iniciar uma frase com pronome oblíquo átono.

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PARTE III – MODELOS DE ALGUMAS PRODUÇÕES

TEXTUAIS

1. ATA

Documento que apresenta, resumidamente, todas as ocorrências e todos os assuntos tratados numa reunião, assembleia ou convenção. A ata não admite rasuras, entrelinhas ou parágrafos. Isso significa que, depois de lavrada, uma ata não permite qualquer modificação.

Normas a serem cumpridas

• As atas poderão ser lavradas em livros próprios, com as páginas rubricadas, ou em folhas soltas, as quais deverão ser arquivadas em pastas físicas ou digitais.

• Uma ata poderá ser manuscrita ou digitada. • O texto das atas deverá ser escrito seguidamente, a fim de se

evitar qualquer introdução de novos elementos. • Nas atas, não se devem usar abreviaturas e os números neces-

sitam ser grafados por extenso.• As atas deverão ser redigidas por um secretário efetivo da empresa

ou órgão/entidade ou, na falta desse, por um secretário ad hoc (designado para a ocasião).

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• Se no momento da redação manuscrita da ata for constatado algum erro, usa-se a expressão “digo”, entre vírgulas, e corrige-se o erro. No entanto, se o erro só foi constatado após o término da redação, usa-se a expressão “em tempo” para a correção. Ex.: “foi tratados, digo, foram tratados” ou “Em tempo: onde se lê ‘foi tratados’, leia-se ‘foram tratados’.”

• As ocorrências deverão ser registradas na ata de forma clara e precisa, evitado linguagem rebuscada e ambígua, e utilizando o pretérito perfeito do indicativo.

• Quando as atas forem produzidas rotineiramente, com uma estrutura padronizada, poderão ser transformadas em formulá-rios a serem preenchidos, a fim de facilitar o trabalho, inclusive com o uso da tecnologia da informação.

Elementos constitutivos

TÍTULO: discriminação do nome do documento – ATA, seguida de outras referências julgadas oportunas.

DATA: colocação por extenso da data e hora da reunião.

LOCAL: repartição/prédio e endereço de onde a reunião é realizada.

PRESENTES: relação das pessoas presentes, com a respectiva iden-tificação e cargo.

DECLARAÇÃO: identificação dos responsáveis para presidir e secre-tariar os trabalhos.

TEOR: assuntos tratados na reunião.

FECHO: conclusão necessária para o encerramento da reunião.

ASSINATURAS: a ata deverá ser encerrada com a assinatura obrigatória do Presidente e do Secretário, e facultativa dos demais presentes, dependo das normas da empresa ou do órgão/entidade realizador da reunião.

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Modelo

Ata da ......ª Sessão Extraordinária de .........

Às ....... horas do dia .......... do mês de ................. de .........................., nesta cidade de ...................., reuniu-se o Conselho Estadual de .................. do Estado de .................. com sede na Rua ....................................., para realizar a ................................................. Sessão Extraordinária do cor-rente ano, sob a Presidência do Conselheiro ........................ e presenças dos Conselheiros ..........................., .............................., ................................., ................... e ............................... Abertos os trabalhos, foi dado conhecimento do seguinte: 1) Ofício ............ da ......................... Assunto: encaminhada estatística de ........................ 2) Ofício ............. de ............... Assunto: atas das reuniões realizadas no primeiro semestre. 3) Deliberação ............., que dispõe sobre ..................... 4) Apresentação do parecer do Conselheiro ...................., em resposta ao Ofício ........... da ................... . O parecer foi aprovado por unanimidade. Decisão: recomendação para que o órgão ................ providencie novas estatísticas no segundo semestre para posterior confronto de informações. Nada mais havendo a constar, foram dados por encerrados os trabalhos desta reunião, lavrando-se do ocorrido esta ata, que vai assinada pelo Senhor Presidente, por mim, Secretária, e pelos demais membros do Conselho.

(ASSINATURAS)

2. ATESTADO

Documento por meio do qual uma pessoa comprova fato ou situação que é de seu pleno conhecimento. Geralmente, uma pessoa é condicionada a emitir atestados em virtude do cargo que ocupa. Os atestados impõem uma grande responsabilidade àqueles que os emitem.

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12. PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial é o instrumento pelo qual o interessado invoca a atividade jurisdicional, fazendo surgir o processo. Trata-se do primeiro ato para a formação do processo judicial. Nela, o interessado formula sua pretensão, levando ao juiz as informações necessárias para análise do direito, que gerará uma decisão que substituirá a vontade das partes.

Como sinônimos de petição inicial temos: peça vestibular, peça autoral, peça prefacial, peça preambular, peça exordial, peça introdutória, petitório inaugural, peça de ingresso, dentre outras. 

Os requisitos para a petição inicial estão previstos nos arts. 319 a 321 do Código de Processo Civil:

Art. 319. A petição inicial indicará:I – o juízo a que é dirigida;II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV – o pedido com as suas especificações;V – o valor da causa;VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

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§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendi-mento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apre-senta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Elementos constitutivos

ENDEREÇAMENTO: Indica o juiz ou tribunal ao qual é dirigida a peti-ção. Vejamos alguns endereçamentos:

1a INSTÂNCIA

Ao JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL (CRIMINAL, DA FAZENDA ETC.) DA COMARCA DE ________, ESTADO DE _________.

Ao JUÍZO DA ___ VARA FEDERAL DA CIRCUNSCRIÇÃO DA CIDADE DE ______ – ESTADO DE __________.

Ao JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ___________ – ESTADO DE _____________.

2a INSTÂNCIA

AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

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REFERÊNCIAS

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ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Redação forense. São Paulo: Rideel, 2009. (Série prática jurídica)

ALMEIDA, Nílson Teixeira de. Gramática da língua portuguesa para con-cursos, vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

BARROS, Enéas Martins de. Cartas comerciais e redação oficial: técnicas e modelos. São Paulo: Atlas, 1983.

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Linguagem jurídica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

BRAIT, Beth. A personagem. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987. (Série Princípios, 3)

BRANDÃO, Helena H. Nagamine. Introdução à análise do discurso. 5. ed. Campinas Editora da UNICAMP, 1996. (Série Pesquisas)

CÂMARA, JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

CAMPESTRINI, Hildebrando; FLORENCE, Ruy Celso Barbosa. Como redigir petição inicial. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2009.

CARONE, Flávia de Barros. Subordinação e coordenação: confrontos e con-trastes. 3. ed. São Paulo: Ática, 1993. (Série Princípios, 138)

CAVERSAN, Luiz. Manifesto Antigerundista. Folha Online, São Paulo, 16 mar. 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult528u32.shtml. Acesso em: 24 jul. 2021.

CHACON, Luiz Fernando Rabelo; SODERO, Luiza Helena Lellis A. de Sá. Prática forense para estagiários. São Paulo: Saraiva, 2012.

CHAMADOIRA, João Batista Neto; RAMADAN, Maria Ivoneti Busnardo. Língua portuguesa: pensando e escrevendo. São Paulo: Atlas, 1994.

CIPRO NETEO, Pasquale. Professor Pasquale explica a reforma ortográfica. Barueri: EP&A; Gold Editora, 2009.

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