Simplicidade do Evangelho – parte 2 · Simplicidade do Evangelho – parte 2 3. Expulsos para o...

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JESUS – PURO E SIMPLES 3 4 Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo 2 Coríntios 11:3 Simplicidade do Evangelho – parte 2 3. E xpulsos para o deserto O evangelho prossegue contando a história de Jesus: "Logo após, o Espírito o impeliu para o deserto" (Marcos 1.12). A trindade -- essa incompreensível doutrina, em que o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo são três pessoas em uma só -- decidiu que Jesus deveria par a o deserto. Jesus foi forçado a ir para o deserto. Precisou ser impelido porque o deserto não é um bom lugar. Deserto é lugar de solidão. Deserto é lugar de privação (com muito calor de dia e muito frio de noite). Deserto é lugar de tentação. Deserto é lugar de luta. Lá a sua companhia eram as feras. Assim como os primeiros leitores do evangelho de Marcos eram lançados às f eras, Jesus também foi. Deserto é lugar de esvaziamento do eu. Deserto é lugar de dependência de D eus. Deserto é lugar de oração. O Filho de Deus, no entanto, está no deserto, mas não está só. Deus está com ele. Quando estamos nos deserto, não estamos sozinhos. Deus está conosco. Os anjos estavam com Jesus, protegendo-o das feras. Deus continua conosco e ele nos protege através de recursos diversos, por meio de suas ações diretas e por meio de pessoas que ele nos envia como anjos para as nossas vidas. O Filho de Deus está no deserto, mas não tem privação. Ele foi alimentado pelos anjos. Quando estamos no deserto, nada nos falta (Salmo 23.1). Deus está conosco. Quando estamos no deserto e oramos, sentimos Deus conosco. O Filho de Deus está no deserto. Está sendo tentado, mas tem as palavras para resistir. Quando estamos no deserto também somos tentados (não o seríamos, se Jesus o foi?). Deus nos coloca os meios de defesa e resistência. (Efésios 6.12-18) Estar no deserto é deixar os holofotes, vindos do dinheiro ou da fama, para viver na simplicidade (c om [como] os animais do campo). Estar no deserto é. deixar a superfície, em busca da profundidade. Jesus foi impelido para o deserto e nos impele também. 4. A ceitos no Reino A história encontra o seu centro no encontro entre o Filho de Deus e cada um de nós. "Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, proclamando as boas novas de Deus. `O tempo é chegado`, dizia ele. `O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!'” (Marcos 1.15) A notícia está dada. O tempo da espera pelo Messias acabou. O tempo do império da Lei terminou, para dar lugar ao reino da graça. O tempo em que o esforço humano faz tudo chegou ao fim; agora, Jesus leva sobre os seus ombros os nossos esforços, bem como nossos medos e nossas ansiedades. Quem tem ouvidos para ouvir ouça que ninguém precisa esperar p ara se encontrar com o Messias. Jesus diz: "O Reino está próximo". Jesus diz: "eu vim a vocês; agora venham a mim. Para quem vem a mim, o Reino de Deus chega". Ele mesmo o descreve, num recado ao primo João Batista, que estava confuso, por causa do esti lo totalmente radical de Jesus: "os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são preg adas aos pobres" (Mateus 11.5). Foi isto que Jesus fez ao longo de sua vida. O Reino de Deus é o poder de Deus em ação. Só Deus ainda, como Jesus fez, faz cegos enxergarem, paralíticos andarem, leprosos serem curados, surdos escu tarem, mortos voltarem a viver. Poderão alguns sugerir que o projeto dele, que era a instauração do Reino de Deus, morreu quando foi crucificado. Estes não entendem o que é o Reino de Deus, que é universal, não se circunscrevendo no tempo e na história. A cruz foi o ápice do projeto de Jesus. Ele veio para isto, disse ele mesmo (João 12.27). Na cruz, ele não perdeu; ele venceu. A cruz completa o evangelho, porque a melhor notícia que alguém pode receber é que os seus pecados forma perdoados na cruz. Na cruz, a mais extraordinária profecia sobre Jesus, que é Isaías 53.4-5, se cumpriu plenamente. Na cruz, os nossos pecados se transformados em pecados de Jesus, que não tinha nenhum. Nossas histórias se encontram . Eis a maravilha do Evangelho. Alguns poderão ver o mundo e não perceber o R eino de Deus estabelecido nele. O Reino foi inaugurado por Jesus e está se expandindo. Vai se completar quando Jesus voltar. Nós vivemos o intervalo da grande partida. O primeiro tempo foi jogado. Falta o segundo. Esperamos a luz voltar, para ter o início o segundo tempo. Já sabemos o resultado. Já sabemos que vencerá. Jesus vencerá. Ele já venceu a morte, quando foi ressuscitado. Nós venceremos também a morte, quando ele vier pela segunda vez, quando Reino de Deus se concretizar. Neste ínterim, os aceitos no Reino de Deus (e somos aceitos quando aceitamos o que Jesus fez por nós na

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Page 1: Simplicidade do Evangelho – parte 2 · Simplicidade do Evangelho – parte 2 3. Expulsos para o deserto O evangelho prossegue contando a história de Jesus: "Logo após, o Espírito

JESUS – PURO E SIMPLES – 34“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia,assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e

se apartem da simplicidade que há em Cristo”2 Coríntios 11:3

Simplicidade do Evangelho – parte 23. Expulsos para o desertoO evangelho prossegue contando a história de Jesus:"Logo após, o Espírito o impeliu para o deserto" (Marcos 1.12). A trindade -- essa incompreensível doutrina,em que o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo são três pessoas em uma só -- decidiu que Jesusdeveria para o deserto. Jesus foi forçado a ir para o deserto. Precisou ser impelido porque o deserto não é umbom lugar. Deserto é lugar de solidão. Deserto é lugar de privação (com muito calor de dia e muito frio denoite). Deserto é lugar de tentação. Deserto é lugar de luta. Lá a sua companhia eram as feras. Assim como osprimeiros leitores do evangelho de Marcos eram lançados às feras, Jesus também foi.Deserto é lugar de esvaziamento do eu. Deserto é lugar de dependência de Deus. Deserto é lugar de oração.O Filho de Deus, no entanto, está no deserto, mas não está só. Deus está com ele. Quando estamos nosdeserto, não estamos sozinhos. Deus está conosco. Os anjos estavam com Jesus, protegendo-o das feras.Deus continua conosco e ele nos protege através de recursos diversos, por meio de suas ações diretas e pormeio de pessoas que ele nos envia como anjos para as nossas vidas.O Filho de Deus está no deserto, mas não tem privação. Ele foi alimentado pelos anjos. Quando estamos nodeserto, nada nos falta (Salmo 23.1). Deus está conosco. Quando estamos no deserto e oramos, sentimosDeus conosco.O Filho de Deus está no deserto. Está sendo tentado, mas tem as palavras para resistir. Quando estamos nodeserto também somos tentados (não o seríamos, se Jesus o foi?). Deus nos coloca os meios de defesa eresistência. (Efésios 6.12-18) Estar no deserto é deixar os holofotes, vindos do dinheiro ou da fama, para viverna simplicidade (com [como] os animais do campo). Estar no deserto é. deixar a superfície, em busca daprofundidade.Jesus foi impelido para o deserto e nos impele também. 4. Aceitos no ReinoA história encontra o seu centro no encontro entre o Filho de Deus e cada um de nós."Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, proclamando as boas novas de Deus. `O tempo échegado`, dizia ele. `O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!'” (Marcos 1.15)A notícia está dada. O tempo da espera pelo Messias acabou. O tempo do império da Lei terminou, para darlugar ao reino da graça. O tempo em que o esforço humano faz tudo chegou ao fim; agora, Jesus leva sobre osseus ombros os nossos esforços, bem como nossos medos e nossas ansiedades. Quem tem ouvidos paraouvir ouça que ninguém precisa esperar para se encontrar com o Messias. Jesus diz: "O Reino está próximo".Jesus diz: "eu vim a vocês; agora venham a mim. Para quem vem a mim, o Reino de Deus chega". Ele mesmoo descreve, num recado ao primo João Batista, que estava confuso, por causa do estilo totalmente radical deJesus: "os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos sãoressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres" (Mateus 11.5). Foi isto que Jesus fez ao longo desua vida. O Reino de Deus é o poder de Deus em ação. Só Deus ainda, como Jesus fez, faz cegosenxergarem, paralíticos andarem, leprosos serem curados, surdos escutarem, mortos voltarem a viver.Poderão alguns sugerir que o projeto dele, que era a instauração do Reino de Deus, morreu quando foicrucificado. Estes não entendem o que é o Reino de Deus, que é universal, não se circunscrevendo no tempo ena história. A cruz foi o ápice do projeto de Jesus. Ele veio para isto, disse ele mesmo (João 12.27). Na cruz,ele não perdeu; ele venceu. A cruz completa o evangelho, porque a melhor notícia que alguém pode receber éque os seus pecados forma perdoados na cruz. Na cruz, a mais extraordinária profecia sobre Jesus, que éIsaías 53.4-5, se cumpriu plenamente. Na cruz, os nossos pecados se transformados em pecados de Jesus, que não tinha nenhum. Nossas históriasse encontram. Eis a maravilha do Evangelho. Alguns poderão ver o mundo e não perceber o Reino de Deusestabelecido nele. O Reino foi inaugurado por Jesus e está se expandindo. Vai se completar quando Jesusvoltar. Nós vivemos o intervalo da grande partida. O primeiro tempo foi jogado. Falta o segundo. Esperamos aluz voltar, para ter o início o segundo tempo. Já sabemos o resultado. Já sabemos que vencerá. Jesus vencerá.Ele já venceu a morte, quando foi ressuscitado. Nós venceremos também a morte, quando ele vier pelasegunda vez, quando Reino de Deus se concretizar. Neste ínterim, os aceitos no Reino de Deus (e somos aceitos quando aceitamos o que Jesus fez por nós na

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Neste ínterim, os aceitos no Reino de Deus (e somos aceitos quando aceitamos o que Jesus fez por nós nacruz) devem viver vidas que evangelizem, vidas que contem as boas notícias que Jesus contou.Vidas que evangelizam são vidas íntegras. Vidas íntegras não são apenas vidas de culto, não são vidasapenas de palavras sábias, algumas frases feitas. São vidas que vivem como Jesus viveu.Evangelizar é viver o Evangelho que transforma vidas individualmente e, partir destas transformações,transforma comunidades, sejam vilas, bairros, cidade ou países.A evangelização não morre com o indivíduo. Ela vive com o indivíduo e a partir do indivíduo. Perguntas de Aplicação1. O que devocional de hoje nos ensina no que se refere a Deus (seu caráter/suas ações/ sua maneira derelacionar-se com o homem)?2. Que motivo de louvor encontramos na reflexão de hoje?3. O que devemos corrigir com base neste ensino?4. O texto nos leva a orar sobre as seguintes necessidades (minhas e de outros):5. Que ação devo/devemos tomar? Como e quando começar?6. Como o ensino de hoje se aplica a vida de um casal ou vida em família?7. Como que o ensino de hoje pode tornar a nossa vida mais simples?