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( .- 2 2 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE . AUTOMAÇÃO INTELIGENTE . ." CEFIT-PR, 13 a 15 de Setembro de 1995 / Curitiba Paraná Comparação de Algoritmos de Suavização Espacial EDUARDO ROBERTO ARECO ARNALDO DE ALBUQUERQUE ARAÚJO MÁRIO FERNANDO MONTENEGRO CAMPOS DCC-Departamento de Ciência da Computação UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais Caixa Postal 702 30161-970 Belo Horizonte, MG, Brasil Abstract. This work presents the results of the evaluation of some spatial-domain noise- smoothing techniques, focusing the edge-preserving ans smoothing charactheristics of the algo- rithms , when used iteratively. Some comments in evaluation noise-smoothing techniques are also included. The algorithms implementation has been executed within the Khoros environment. 1 Introdução o principal objetivo das técnicas de realce é pro- cessar uma imagem para que o resultado seja mais apropriado que a imagem original, para uma aplica- ção específica. Isto significa que determinada técni- ca pode ser altamente indicada para um tipo de aplicação e possuir um desempenho insatisfátorio com outra classe de aplicação. As técnicas de realce de imagens têm o propó- sito de obter algum tipo de melhora na imagem e para isso se valem do conhecimento de algumas características do sistema visual humano, visto que as imagens realçadas para melhorar a interpretação humana geralmente também melhoram o desempe- nho de aplicações automatizadas de níveis mais al- tos da área de procesamento digital de imagens. As principais tarefas classificadas como realce de imagens são as operações relativas à mudança da escala de cinza, as quais afetam o contraste e o brilho da imagem, e as operações sobre pontos da imagem, como suavização e realce de bordas [1]. Quando uma imagem é processada apenas para in- terpretação visual, o observador é quem deve jul- gar se os métodos empregados foram ou não satis- fatórios, sendo este processo muito subjetivo e di- ficultando o estabelecimento de um procedimento padrão para a comparação do desempenho dos al- goritmos. no caso de imagens processadas para servirem de entrada a sistemas de visão computa- cional ou reconhecimento automático, o processo de avaliação é mais simples, baseando-se no resultado destes sistemas. As técnicas de suavização têm o objetivo de tornar as regiões de uma imagem mais homogêneas, ou seja, fazer com que os pixels representantes de alguma característica de determinado objeto ve- nham a ter intensidades semelhantes. Geralmente os procedimentos de suavização procuram identifi- car pontos que não possuam nenhuma relação com a sua vizinhança, classificando os mesmos como pontos ruidosos e eliminando-os através de algum operador de vizinhança, como média ou mediana. Seus objetivos principais são a remoção de ruído e a uniformização dos níveis de cinza dos pixels nas regiões presentes na imagem. Com o maior desenvolvimento da área de pro- cessamento digital de imagens, o número de ar- tigos descrevendo técnicas de suavização espacial também tem crescido muito, o que leva o usuário . destes algoritmos a encontrar um problema na mo- delagem de sua aplicação: a escolha do algoritmo mais indicado para o seu caso. Somente uma análise criteriosa dos algoritmos disponíveis combinada com um bom procedimento de testes feitos com imagens representativas da classe a ser utilizada é que pode- riam auxiliar o pesquisador na escolha de determi- nado filtro. Mas isto nem sempre é possível; devido ao grande número de algoritmos disponíveis e a di- ficuldade de se conseguir definir exatamente quais as características das imagens que serão utilizadas. Este trabalho se propõe a auxiliar na escolha de um filtro de suavização espacial, sendo que para isso serão apresentados alguns dados comparativos referentes aos filtros estudados. Todos os testes e as implementações dos algoritmos foram feitos no ambiente Khoros. Pretende-se colocar os algo- ritmos implementados à disposição da comunidade acadêmica, através de uma toolbox para o sistema Khoros. 2 O Ambiente Khoros Khoros [2] é um ambiente para pesquisa desenvol- vido na Universidade do Novo México. O sistema Khoros integra múltiplos modos de interface com o usuário, geradores de código, visualização de da- dos, computação distribuída e processamento de

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~~' . AUTOMAÇÃO INTELIGENTE . . " CEFIT-PR, 13 a 15 de Setembro de 1995 / Curitiba Paraná

Comparação de Algoritmos de Suavização Espacial

EDUARDO ROBERTO ARECO

ARNALDO DE ALBUQUERQUE ARAÚJO

MÁRIO FERNANDO MONTENEGRO CAMPOS

DCC-Departamento de Ciência da Computação UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais

Caixa Postal 702 30161-970 Belo Horizonte, MG, Brasil {areco,arnaldo,mario}~dcc.ufmg.br

Abstract. This work presents the results of the evaluation of some spatial-domain noise­smoothing techniques, focusing the edge-preserving ans smoothing charactheristics of the algo­rithms, when used iteratively. Some comments in evaluation noise-smoothing techniques are also included. The algorithms implementation has been executed within the Khoros environment.

1 Introdução

o principal objetivo das técnicas de realce é pro­cessar uma imagem para que o resultado seja mais apropriado que a imagem original, para uma aplica­ção específica. Isto significa que determinada técni­ca pode ser altamente indicada para um tipo de aplicação e possuir um desempenho insatisfátorio com outra classe de aplicação.

As técnicas de realce de imagens têm o propó­sito de obter algum tipo de melhora na imagem e para isso se valem do conhecimento de algumas características do sistema visual humano, visto que as imagens realçadas para melhorar a interpretação humana geralmente também melhoram o desempe­nho de aplicações automatizadas de níveis mais al­tos da área de procesamento digital de imagens. As principais tarefas classificadas como realce de imagens são as operações relativas à mudança da escala de cinza, as quais afetam o contraste e o brilho da imagem, e as operações sobre pontos da imagem, como suavização e realce de bordas [1]. Quando uma imagem é processada apenas para in­terpretação visual, o observador é quem deve jul­gar se os métodos empregados foram ou não satis­fatórios, sendo este processo muito subjetivo e di­ficultando o estabelecimento de um procedimento padrão para a comparação do desempenho dos al­goritmos. Já no caso de imagens processadas para servirem de entrada a sistemas de visão computa­cional ou reconhecimento automático, o processo de avaliação é mais simples, baseando-se no resultado destes sistemas.

As técnicas de suavização têm o objetivo de tornar as regiões de uma imagem mais homogêneas, ou seja, fazer com que os pixels representantes de alguma característica de determinado objeto ve­nham a ter intensidades semelhantes. Geralmente os procedimentos de suavização procuram identifi-

car pontos que não possuam nenhuma relação com a sua vizinhança, classificando os mesmos como pontos ruidosos e eliminando-os através de algum operador de vizinhança, como média ou mediana. Seus objetivos principais são a remoção de ruído e a uniformização dos níveis de cinza dos pixels nas regiões presentes na imagem.

Com o maior desenvolvimento da área de pro­cessamento digital de imagens, o número de ar­tigos descrevendo técnicas de suavização espacial também tem crescido muito, o que leva o usuário . destes algoritmos a encontrar um problema na mo­delagem de sua aplicação: a escolha do algoritmo mais indicado para o seu caso. Somente uma análise criteriosa dos algoritmos disponíveis combinada com um bom procedimento de testes feitos com imagens representativas da classe a ser utilizada é que pode­riam auxiliar o pesquisador na escolha de determi­nado filtro. Mas isto nem sempre é possível; devido ao grande número de algoritmos disponíveis e a di­ficuldade de se conseguir definir exatamente quais as características das imagens que serão utilizadas.

Este trabalho se propõe a auxiliar na escolha de um filtro de suavização espacial, sendo que para isso serão apresentados alguns dados comparativos referentes aos filtros estudados. Todos os testes e as implementações dos algoritmos foram feitos no ambiente Khoros. Pretende-se colocar os algo­ritmos implementados à disposição da comunidade acadêmica, através de uma toolbox para o sistema Khoros.

2 O Ambiente Khoros

Khoros [2] é um ambiente para pesquisa desenvol­vido na Universidade do Novo México. O sistema Khoros integra múltiplos modos de interface com o usuário, geradores de código, visualização de da­dos, computação distribuída e processamento de

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informações. O resultado é um ambiente único com ferramentas para pesquisa e desenvolvimento de sistemas computacionais. O sistema foi desen­volvido para ambientes Unix que utilizam X Win­dow System, e portanto pode ser transportado para uma ampla faixa de estações de trabalho que utili­zam sistema operacional semelhante. É composto de diversos aplicativos, que podem ser classifica­dos como ferramentas para o auxílio no desenvol­vimento de sistemas e também aplicações para o usuário final. A utilização deste sistema para o desenvolvimento do trabalho se deve ao fato do mesmo ser de domínio público e de estar conse­guindo uma boa aceitação, tanto no meio univer­sitário quanto em outras instituições de pesquisa.

3 Descrição dos Filtros Implementados

Os filtros selecionados para este trabalho são aque­les citados pela literatura básica da área e também vários filtros mais recentes que têm aparecido nos periódicos relacionados com processamento de ima­gens.

A seguir, serão citados os parâmetros utiliza­dos, quando os mesmos existirem, e o nome dado para a implementação de cada filtro: filtro da média [3], vavg, janela 3x3; mediana [4], vmedian, janela 3x3; mediana adaptativo [5], vadapmed, limiares TI e T2 iguais a 16; filtro sigma [6], vsigma, janela 5x5, K = 2 e a = 20; sigma adaptativo [7], vadapsig, janela 5x5, K = 2, Q = 2.0; filtro Nopel [8], vno­pel; suavização por soma de diferenças absolutas [9], vsadvs; suavização por região mais homogênea [10], vmhns; média com os K vizinhos [11], vknn, janela 3x3, k = 7; suavização pelo inverso do gra­diente [12], vgradinv; suavização logarítmica [13] , suavlog, M = 16; suavização pelo modelo de face­tas [14], v/aceto

4 Metodologias de Comparaçao

. Como no caso unidimensional, a eficácia de um filtro pode ser avaliada por medidas de erro que baseiam-se em teorias de processamento digital de sinais. No caso bidimensional, além das técnicas derivadas do caso unidimensional, existe a vanta­gem adicional de poder-se verificar visualmente os resultados de aplicação de filtros. Ainda que sub­jetiva, esse tipo de avaliação tende a ser bastante precisa, e em muitos casos é a que deverá determi­nar a aceitação do filtro em questão.

Nesta seção, estão descritas as metodologias que foram utilizadas para avaliação, que enquadram­se em duas grandes classes: subjetiva e objetiva.

4.1 Avaliação Visual

Uma das maneiras mais comuns para análise de desempenho de um determinado filtro, consiste em

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gerar imagens de teste pela adição de ruídos de ca­racterística conhecida a uma imagem original. Essa imagem de teste é submetida à filtragem posterior, gerando uma imagem resultante que é analisada em termos da eficiência de suavização do filtro em questão. Essa análise é baseada, na maioria dos casos e por razões óbvias, em características subje­tivas observadas na imagem resultante.

Esse tipo de avaliação é útil apenas para ca­sos onde se possa cuidadosamente analisar a ima­gem, sendo os resultados dependentes de diversos fatores, principalmente variando com o observa­dor. Para o caso onde haja necessidade de um processamento mais rápido ou até mesmo automa­tizado (por exemplo, restauração de películas cine­matográficas), a avaliação subjetiva pode, quando muito, ser útil na determinação de parâmetros glo­bais.

4.2 Métodos Estatísticos

Como no caso unidimensional, métodos estatítiscos podem ser utilizados na avaliação de resultados de filtros. Comumente utilizam-se métricas como o desvio padrão sobre uma área homogênea, para avaliar a eficiência de suavização. Medidas de erro, como a relação sinal/ruído (SNR) e o erro médio quadrático (EMQ) são úteis para verificar alterações em bordas presentes na imagem.

Estas medidas de erro são calculadas em relação à imagem original. Por outro lado, o desvio padrão, assim como outras medidas de homogeneidade, po­dem ser calculados apenas nas imagens filtradas, pois não necessitam de comparação com a imagem original. Entretanto, para que essas métricas pos­sam ser aplicadas, torna-se necessária a existência de áreas na imagem original com altos índices de homogeneidade, para que seja possível medir ape­nas o poder de eliminação de elementos ruidosos, sem interferência de bordas ou texturas.

As metodologias descritas acima têm bom fun­cionamento em imagens com poucos objetos. Como exemplo, uma imagem de teste composta apenas de um círculo claro sobre fundo escuro atende a este requisito, pois podem ser escolhidas áreas bem definidas para o teste de eficiência de suavização, bastando para isso que essas áreas não estejam pró­ximas às bordas do círculo.

A avaliação visual dos resultados permite cons­tatar facilmente quando o erro tornou-se grande de­vido à distorção de bordas ou pela existência con­siderável de ruídos devido à baixa capacidade de filtragem.

4.3 Metodologia Utilizada

Para imagens mais complexas, que contém muitos objetos (como é o caso de imagens de cenas na-

')

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turais), um outro método foi empregado. Neste método, procura-se desenvolver uma classificação dos pontos das imagens baseado em sua atividade espacial, ou seja, pela presença ou não de bordas ou texturas mais acentuadas. A princípio, podem ser definidas várias classes de equivalência, mas a res­trição a apenas duas mostrou-se eficaz [15] . Para obter esta classificação, foi utilizado um procedi­mento baseado nas máscaras direcionais de Prewitt [16], onde a soma da saída das máscaras foi compa­rada a um limiar preestabelecido, determinando-se, assim, a classificação de um ponto em alta ou baixa atividade espacial.

Posteriormente à aplicação das máscaras dire­cionais, é aplicado um filtro para nublar a imagem que é seguido de uma nova aplicação de limiar, ge­rando, desta vez, máscaras binarizadas correspon­dentes às regiões de alta e baixa atividade espacial. Este último filtro é aplicado por ser interessante ter-se não somente os pontos em que a atividade espacial é mais alta, mas também uma faixa na vizi­nhança dessa área, podendo-se assim observar mais facilmente os fenômenos de degradação de bordas. A Figura l(c) apresenta a máscara utilizada para definir as regiões de alta atividade espacial para a imagens de teste apresentada neste trabalho. A máscara para as regiões de baixa atividade espacial foi obtida com a inversão dessa última.

4.4 Procedimentos de teste

o procedimento básico para a realização dos testes foi a filtragem das imagens com ruído e posterior cálculo do erro médio quadrático (EMQ), que pode ser definido como sendo a média do quadrado das diferenças entre as duas imagens, para cada ponto da imagem. Para duas imagens f e f' de dimensões M x N o erro médio quadrático pode ser definido como:

1 M-l N-l

EMQ = MN L L (f(i,j) - f'(i,j))2. i=O j=O

Quando esse cálculo é realizado sobre toda a imagem, indistintamente, denomina-se, aqui, de erro médio quadrático geral. . Além deste cálculo fo­ram efetuadas medidas do erro médio quadrático em regiões de alta e de baixa atividade espacial, aqui denominados de E1fQ High e EMQ Low, res­pectivamente. Neste caso, estende-se a definição acima adicionando-se uma terceira imagem binária que funciona como máscara de ativação da função de cáculo de erro. Assim, um ponto da imagem será incluído no cálculo do erro se o valor das coor­denadas na terceira imagem for diferente de zero.

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5 Descrição das Imagens Utilizadas

Neste trabalho, estão sendo mostrados resultados obtidos com um conjunto de imagens, gerado a par­tir da imagem Lena, apresentada na Figura l(a).

A imagem Lena foi escolhida para verificação do efeito de degradação dos objetos existentes, de­vido à aplicação iterativa dos algoritmos. Os testes comparativos foram realizados com os filtros cita­dos anteriormente e constaram da aplicação itera­tiva dos mesmos nas imagens de teste e da medição dos três erros já definidos. Foram realizadas cinco aplicações de cada filtro. Procurou-se utilizar os parâmetros indicados pelo autor de cada algoritmo quando estes dados eram disponíveis, mas mesmo assim uma mudança nos parâmetros em alguns ca­sos pode vir a melhorar o desempenho de alguns al­goritmos, o que não foi realizado, devido ao grande número de possibilidades envolvidas.

Para realização dos testes , foram utilizados o ruído gaussiano com p., = O e (5 = 20, gerando a imagem da Figura l(b).

5.1 Análise dos Resultados

Os testes efetuados para a imagem Lena incluem os erros médios quadráticos para regiões de alta e baixa atividade espacial. Analisando os resul­tados destes erros e comparando com o EMQ ge­ral, pode-se verificar que existem situações onde o EMQ geral foi diminuindo gradativamente a cada iteração, tendência seguida apenas pelo erro em regiões de baixa atividade espacial. Caso o EMQ em regiões de alta atividade espacial tenha um com­portamento contrário ao do EMQ geral, conclui-se que o filtro, apesar de conseguir uma boa redução do erro médio quadrático geral, não está conse­guindo preservar bordas e pequenos detalhes da imagem.

Nas tabelas 1,2 e 3, apresentam-se as medições do erro médio quadrático geral (EMQ), o erro médio quadrático em regiões de alta atividade (EMQ High) e o erro médio quadrático em regiões de baixa ativi­dade (EMQ Low), respectivamente, para a imagem Lena com ruído gaussiano, após as três primeiras aplicações de cada algoritmo. Os erros iniciais, ou seja, antes da aplicação dos filtros, eram 398,84 o total, 397,67 nas regiões de alta atitividade e 400.,01 nas de baixa. Na Figura 3 tem-se uma amostra das imagens obtidas após o processo de filtragem, para que possa ser feita uma avaliação visual do desem­penho dos filtros. O conjunto de imagens apre­sentados refere-se a segunda aplicação dos filtros já citados, utilizando a imagem de teste Lena com ruído gaussiano.

Um exemplo das informações que podem ser extraídas a partir dos três tipos de EMQ utiliza­dos pode ser observado com o Filtro de Suavização

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(a) (b)

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(c)

Figura 1: Imagem Lena - (a) original, (b) ruído gaussiano e (c) regiões de alta atividade espacial.

por Soma de Diferenças Absolutas (vsadvs). Pelo gráfico apresentado na Figura 2, que mostra os va­lores de EMQ para as aplicações do referido fil­tro sobre a imagem Lena, pode-se observar como o EMQ geral atinge seu mínimo após a segunda aplicação. Já o EMQ Low continua decrescendo até a quarta aplicação, o que não é válido para o EMQ High, que consegue o valor mínimo logo após a pri­meira aplicação. Deste exemplo, conclui-se que a aplicação deste filtro mais de uma vez já iniciaria um processo de degradação de bordas ou perda de pequenos objetos.

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Gl.OO Tj;f{Jtn;!i 310.00 l!Mijüiw

360.00

340.00

320.00

1OO.00

210.00

260.00

240.00

220.00

200.00

180.00 -

160.00

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Figura 2: EMQ, EMQ Lowe EMQ High - Filtro vsadvs

Conforme os dados apresentados nas Tabelas 1-3, a maioria dos filtros já consegue os valores de EMQ mínimos na segunda aplicação. Mesmo quando isto não ocorre, observa-se que o EMQ High normalmente atinge seus valores mínimos na pri­meira ou segunda aplicação, fato este que justifica

a não execução de um maior número de iterações. A comparação visual das imagens, embora sub-

I jetiva, também pode auxiliar na definição do número de execuções dos filtros. Em alguns casos a uti­lização de um operador gradiente pode facilitar a visualização do ruído presente na imagem.

filtro itero 1 itero 2 itero 3 vsadvs 139,24 128,45 133,00 vmhns 161,97 168,95 183,89 vavg 114,35 114,57 133,28 vmedian 128,21 109,98 110,66 vadapmed 140,96 137,21 140,76 vnopel 283,12 206,13 168,06 vfacet 184,23 173,93 183,29 vsigma 128,21 95,11 96,34 vknn 123,16 102,14 102,08 vgradinv 227,62 181,28 160,89 vlogsmoo 166,76 165,06 177,96 vadapsig 189,48 141,14 130,36

Tabela 1: EM Q geral - Imagem Lena

6 Conclusões

Neste trabalho, foram apresentadas metodologias utilizadas na avaliação comparativa dos filtros im­plementados. Uma descrição detalhada dos proce­dimentos de teste também foi apresentada.

O cálculo do erro médio quadrático em regiões de alta e baixa atividade espacial foi utilizado com sucesso para estimar a eficiência dos filtros.

A análise mostrou características importantes de cada filtro, realçando as situações de melhor e pior desempenho, relativas às condições de teste.

O processo de seleção de algoritmos de sua­vização espacial não é uma tarefa muito simples. Este trabalho tentou mostrar algumas técnicas uti­lizadas para auxiliar neste processo, técnicas estas

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(a)

(d)

(g)

(j)

(b)

(e)

(h)

(k)

269

(c)

(f)

(i)

(1)

Figura 3: Imagem Lena - Resultado da aplicação 2 dos algoritmos (a) vsadvs, (b) vmhns, (c) vavg, (d) vmedian, (e) vadapmed , (f) vnopel , (g) vfacet, (h) vsigma , (i) vknn, (j) vgradinv, (k) vlogsmoo e (1) vadapsig.

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filtro itere 1 itere 2 itere 3 vsadvs 213,03 226,01 243,84 vrnhns 261 ,58 304 ,80 339,64 vavg 191,53 216,25 261,27 vrnedian 196,41 191,58 203 ,30 vadaprned 242,85 257,30 268,64 vnopel 300,50 241,77 218 ,85 vfacet 316,38 324,39 347,17 vsigma 182,76 170,33 181,28 vknn 159,25 158,78 171,78 vgradinv 240 ,86 202,37 186,67 vlogsrnoo 260,36 299,15 333,68 vadapsig 232,14 212,25 219,72

Tabela 2: EMQ High - Imagem Lena

filtro itere 1 itere 2 itere 3 vsadvs 84 ,63 56,24 50,96 vmhns 88,26 68 ,41 68,62 vavg 57,22 39,32 38,55 vrnedian 77,74 49,58 42 ,10 vadaprned 65,54 48,33 46,11 vnopel 270,33 179,76 130,46 vfacet 86,43 62,57 62,00 vsigrna 87,84 39,44 33,48 vknn 96,45 60,21 50,49 vgradinv 217,81 165,68 141,81 vlogsrnoo 97,49 65,82 62,71 vadapsig 157,91 88,52 64,22

Tabela 3: EMQ Low - Imagem Lena

que podem ser estendidas e aplicadas a novos con­juntos de imagens, para que assim se tenha uma base maior de informações para auxiliar na esco­lha do melhor algoritmo para cada aplicação. Com base nos testes efetuados foi constatado que alguns algoritmos não possuem desempenho razoável para o tipo de ruído utilizado e também que algoritmos com desempenho global equivalente podem conse­guir dados diferentes nas regiões de alta ou de baixa atividade espacial.

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