SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS SÍNTESE POR REFORMA AUTOTÉRMICA DIRECIONADA AO PROCESSO GAS TO...

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  6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS TÍTULO DO TRABALH O: SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS SÍNTESE POR REFORMA AUTOTÉRMICA DIRECIONADA AO PROCESSO GAS TO LIQUID (GTL). AUTORES: R.L.T.C .LIRA; M.C.S.CAMELO; S. LUCENA; LIMA FILHO, N. M INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Departamento de Engenharia Química (DEQ) Laborátorio de Controle e Otimização de P rocessos. (Laco) Este Trabalho foi preparado para apresentação no 6° Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás- 6° PDPETRO, realizado pela a Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás-ABPG, no período de 09 a 13 de outubro de 2011, em Florianópolis-SC. Esse Trabalho foi selecionado pelo Comitê Científico do evento para apresentação, seguindo as informações contidas no documento submetido pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho, como apresentado, não foi revisado pela ABPG. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as

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SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS SÍNTESE POR REFORMA AUTOTÉRMICA DIRECIONADA AO PROCESSO GAS TO LIQUID (GTL).

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  • 6 CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E

    DESENVOLVIMENTO EM PETRLEO E GS

    TTULO DO TRABALHO:

    SIMULAO DA PRODUO DE GS SNTESE POR REFORMA AUTOTRMICA

    DIRECIONADA AO PROCESSO GAS TO LIQUID (GTL).

    AUTORES:

    R.L.T.C.LIRA; M.C.S.CAMELO; S. LUCENA; LIMA FILHO, N. M

    INSTITUIO:

    Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Departamento de Engenharia Qumica (DEQ)

    Labortorio de Controle e Otimizao de Processos. (Laco)

    Este Trabalho foi preparado para apresentao no 6 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petrleo e Gs- 6 PDPETRO, realizado pela a Associao Brasileira de P&D em Petrleo e Gs-ABPG, no perodo de 09 a 13 de outubro de 2011, em

    Florianpolis-SC. Esse Trabalho foi selecionado pelo Comit Cientfico do evento para apresentao, seguindo as informaes contidas no documento submetido pelo(s) autor(es). O contedo do Trabalho, como apresentado, no foi revisado pela ABPG. Os organizadores no iro traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, no necessariamente reflete as

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    opinies da Associao Brasileira de P&D em Petrleo e Gs. O(s) autor(es) tem conhecimento e aprovao de que este Trabalho seja publicado nos Anais do 6PDPETRO.

    TTULO DO TRABALHO

    SIMULAO DA PRODUO DE GS SNTESE POR REFORMA

    AUTOTRMICA DIRECIONADA AO PROCESSO GAS TO LIQUID (GTL)

    Abstract

    The aim of this study was to simulate the autothermal reforming (ATR) with emphasis on

    obtaining a synthesis gas of good quality targeted for the use of process Gas to Liquid (GTL) which is

    the raw material for production of hydrocarbons liquids..A developed simulation considered the mass

    balance for each component, and the set of its equations were resolved by ASPEN HYSYS

    simulator. The validation was developed using data available in literature. The simulation results

    showed a good agreement with the characteristics of the synthesis gas obtained. Through the Graphics

    obtained, and the ratio steam / methane and oxygen / methane obtain the sensitivity analysis for a

    better reason H2/CO and temperature control at the exit of the reactor ATR.

    Introduo

    Devido s mudanas climticas, restries ambientais quanto qualidade de combustveis e

    aumento da demanda por flexibilidade na cadeia de insumos energticos surgiram incentivos para a

    busca de alternativas energticas aos produtos petrolferos. A rota tecnolgica conhecida como Gas-to

    liquid (GTL) um caminho promissor para auxiliar na resoluo de tais problemas, pois converte gs

    combustvel para combustveis lquidos sintticos.

    O primeiro passo para a realizao da rota GTL a gerao do gs de sntese, uma mistura de

    hidrognio (H2) e monxido de carbono (CO). A razo H2/CO varia conforme o tipo de insumo, que

    pode ser qualquer material que contenha carbono e hidrognio, e tambm com o mtodo de produo

    da mistura.

    O gs de sntese a matria-prima para o processo Fischer Tropsch sendo esta etapa

    considerada uma das mais importantes da converso do gs natural em hidrocarbonetos lquidos. A

    etapa de gerao de gs de sntese tem uma importncia muito grande quando se pesa o investimento

    financeiro de uma planta GTL, isto porque cerca de 50-60% do custo de produo e 51 % do custo de

    instalao so gastos com esta fase do processo. (CALLARI, 2007).

    Para converter gs natural para a mistura gs de sntese, existem quatro principais processos

    bem estabelecidos comercialmente:

    Reforma a vapor do metano (SMR)

    Oxidao Parcial (POX)

    Reforma Autotrmica (ATR)

    Reforma combinada em duas etapas

    Entretanto segundo o trabalho de Souza (2004), a soluo para o dilema da razo ideal H2/CO para

    o processo FT usar juntas as tecnologias de SMR e POX. O SMR gera um gs de sntese com razo

    superior a adequada enquanto que no POX esta mesma razo inferior. Esta juno chama-se reforma

    autotrmica (ATR) que combina SMR e POX em um mesmo reator. chamado autotrmico por que

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    o calor gerado pela reao de combusto (oxidao parcial) utilizado pela reao de reforma a vapor

    em contraste com os reatores convencionais que utilizam combusto externa de combustveis para

    gerar calor (Souza ,2008).

    Ao contrrio de oxidao parcial, a reforma autotrmica usa um catalisador para a reformar o gs

    natural para gs de sntese na presena de vapor e oxignio. Devido faixa de temperatura de

    funcionamento ser mais branda (temperaura de saida ) e a utilizao de vapor (razo

    vapor/carbono (V/C), normalmente, mais do que 1,3), o gs de sntese livre de fuligem e apresenta

    teores menores de contamninantes como amnia e HCN em relao ao que produzido na POX. No

    entanto, para uma uma razo de V/C de 1,3 o gs de sintese ter uma relao de H2 / CO de cerca de

    2,5, que maior do que a relao necessria para a execuo da reao de Fischer-Tropsch.

    (VOSLOO, 2001) A relao H2/CO pode ser controlada por uma combinao de dois fatores: a menor

    razo de V/C e a reciclagem do CO2 para o reformador. Embora razes de V/C abaixo de 1,3 no so

    comercialmente usadas, Haldor Topsoe e a Sasol implementaram com sucesso testes em escala

    comercial com razo baixas de V/C na fbrica da Sasol no Sul da Africa.

    Metodologia

    No desenvolvimento do processo ATR, foi utilizado o software de simulao ASPEN HYSYS

    para clculos de reaes de processamento de combustvel. O modelo termodinmico escolhido foi o

    modelo Redlich-Kwong-Soave (SRK).

    Como as solues so baseadas em condies de equilbrio, o reator de reformador depender

    dos seguintes parmetros:

    Composio qumica do combustvel.

    Temperaturas das correntes de alimentao

    Relao das razes O / C e S/C;

    Perda/ Ganho de calor no reator;

    Presso interna do reator.

    Como o objetivo gerar gs de sntese com o uso do gs natural inicalmente foi utilizado

    como correntes de entrada, gs natural, oxigenio e vapor , utilizando como referncia dados de BAO;

    EL-HALWAGI; NIMIR (2010). Os dados referente as condies operacionais e a composio do gas

    natural est demonstrada na tabela 1 e 2 respectivamente.

    Tabela 1. Condies operacionais do Gs Natural Tabela 2. Composio do Gs Natural

    Composio do Gs Natural (% molar) Valor

    Metano 95,39

    Etano 3,91

    Propano 0,03

    CO2 0,59

    N2 0,08

    Condies Operacionais Valor

    Temperatura (C) 26

    Presso (bar) 26

    Fluxo mssico (kg/h) 900000

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    Para as correntes de vapor e oxignio, foram consideradas mesma presso de operao ao

    utilizada para o gs natural. Em seguida, as correntes so misturadas com o gs natural, ajustando suas

    vazes com nfase a estabelecer uma corrente de alimentao (Feed) para o reator de reforma

    autotrmica com uma razo molar de vapor/metano de 1,3 e uma razo molar oxignio /metano de

    0,6. Aps a mistura das correntes, a corrente de sada aquecida a uma temperatura de 700C e

    inserida no reator de reforma. O reator utilizado no simulador foi um reator de Gibbs adiabtico com

    uma queda de presso de 800 KPa. Este reator capaz de resolver as reaes da reforma autotrmica

    pois os clculos de equilbrio termodinmico do sistema tem como base a minimizao da

    energia livre de Gibbs. Ao trmino da reao os produtos obtidos so resfriados a 40 C tornando

    pronto o gs de sntese.

    Resultados e Discusso

    A reforma autotrmica funciona a uma faixa de temperatura de funcionamento ser mais branda

    ( 1000C) e a utilizao de vapor gerar um gs de sntese livre de fuligem e com teores menores de

    contamninantes como amnia e HCN. O Fluxograma representado pela figura 1.

    Figura 1. Fluxograma da Reforma Autotrmica

    A temperatura na corrente Reformer resultante do reator ATR foi 1098 C, valor este que est

    acordo com a literatura como em VOSLO (2001). Aps o resfriamento da corrente foi obtido as

    seguintes condies operacionais e a composio do gs de sntese representado pela corrente

    Synthesis Gas no simulador com seus resultados apresentados nas tabelas 3 e 4:

    Tabela 3. Condies operacionais do gs de sntese

    Condies Operacionais Valor

    Temperatura (C) 40

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    Presso (bar) 18

    Fluxo mssico (kg/h) 3081000

    Tabela 4. Composio do gs de sntese obtido

    Composio do Gs de Sntese (% molar) Valor

    Metano 0,0791

    CO2 4,9456

    O2 0

    H2O 26,7062

    N2 0,0198

    CO 18,7933

    H2 49,456

    Nestas condies foi obtido uma corrente de gs de sntese com uma razo H2/CO de 2,56.

    Para avaliar o quanto poderia ser ajustado esta razo foi observado o efeito das razes molares de

    vapor/ metano (S/C) e oxignio/metano (O/C) nas correntes de entrada e por conseqncia analisar o

    quanto a temperatura de sada do reator ATR variava, os resultados so demonstrados graficamente

    nas figuras 2,3,4 e 5.

    Figura 2. Influncia dar razo O/C na razo H2/CO

    05

    10152025303540

    0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6

    H2/

    CO

    O/C

    Influncia da Razo O/C na razo H2/CO

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    Figura 3. Influncia dar razo S/C na razo H2/CO

    Com relao aos resultados obtidos referentes s figuras 2 e 3, observa-se que aumentando a

    razo de O/C na entrada do reator ATR ocorre uma diminuio da razo H2/CO j para o aumento da

    razo S/C aumenta a razo H2/CO. Estas observaes so teis para identificar qual melhor forma de

    distribuir a alimentao no reator ATR, para obter um gs de sntese de melhor qualidade e melhor

    direcionados a sua converso para produo de hidrocarbonetos desejados.

    Figura 4. Influncia dar razo O/C na TATR

    Figura 5. Influencia dar razo S/C na TATR

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

    H2/

    CO

    S/C

    Influncia da Razo S/C na razo H2/CO

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

    Tem

    pera

    tura

    da

    Corren

    te d

    e

    Refo

    rm

    a (

    K)

    Razo S/C

    Temperatura da Corrente de Reforma x Razo S/C

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

    Tem

    peratu

    ra d

    a C

    orren

    te d

    e

    Refo

    rm

    a (

    k)

    Razo O/C

    Temperatura da Corrente de Reforma x Razo O/C

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    Com relao s figuras 4 e 5 observado que as razoes O/C e S/C diminuem e aumenta

    respectivamente a temperatura de reao do reator ATR (TATR), uma caracterstica que ao ser bem

    avaliada possvel determinar um bom controle operacional da temperatura, no permitindo uma

    degradao dos componentes do gs de sntese e nem avarias no reator, caso apresentem temperatura

    excessivas, pois o reator ATR opera a uma faixa de 1000C. Com a analise de sensibilidade feita na

    reforma autotrmica, os valores das razes molares O/C e S/C, foram ajustadas para 0,6 e 0,4

    respectivamente para obter uma concentrao H2/CO ao redor de 2, pois de acordo com VOSLO

    (2001) uma razo mais adequada para a para a sntese de Fischer Tropsch na tecnologia Gas to

    Liquid.

    Concluses

    Condies especiais de operao para a produo eficiente de gs d sntese com maior

    quantidade de CO depende das combinaes das razoes, S / C e O/C. A unidade ATR para a gerao

    do gs de sntese permitiu observar que estas variveis de reao so importantes Pois direcionam um

    melhor controle de operao de temperatura do reator adiabtico ATR, como pode gerar um gs de

    maior qualidade para seu uso no processo Gas to Liquid..

    Agradecimentos

    Gostaria de agradecer ao Laboratrio de Controle e Otimizao de Processos (LACO) da

    Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ao Programa de Recursos Humanos da ANP ( PRH-

    28).

    Referncias Bibliogrficas

    1. Troy A. Semelsberger, Lee F. Brown, Rodney L. Borup, Michael A.; Equilibrium products

    from autothermal processes for generating hydrogen-rich fuel-cell feeds. International

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    Combustveis Sintticos: Anlise dos Mecanismo de Seleo e Induo. Revista Brasileira

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    7. Callari, Roberto. Produo De leo Diesel Limpo A Partir Do Gs Natural: Estudo

    de Viabilidade Tcnico-Econmica para a Instalao De Uma Planta GTL (Gas-To-Liquids)

    No Brasil Dissretao De Ps Graduao, Universidade De So Paulo, 2007.

    8. Souza, B.F, (2004), Scale-Up Das Unidades de Gerao de Gs de Sntese Para Tecnologias

    Gas To Liquids GTL, Dissertao (Projeto Final De Graduao Em Engenharia Qumica)

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    9. Vosloo, Anton C. Fischer Tropsch: A Futuristic View. Fuel Processing Technology, V.71

    P. 149-155, 2001.