Sindicato da Construção Civil

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OPERÁRIA CONSTRUÇÃO Nº 137 – 29 fevereiro 2012 Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial e do Mobiliário de Santos Com força política, sindicato abre as campanhas salariais 60 MIL REPRESENTADOS Prestigiada por autoridades municipais e estaduais, nova diretoria do sindicato anuncia lutas de data-base com experiência e sangue novo Macaé Marcos Braz de Oliveira, presidente do sindicato: “Nossa força está principalmente na categoria, mas também na importância e influência que temos nas cidades da região e do estado’ Veja os editais na página 2 e participe da sua assembléia por melhores salários e condições de trabalho A posse da nova diretoria do sindicato, em 11 de fevereiro, foi marcada pela força política dos trabalha- dores na construção civil. Cerca de 2 mil pessoas esti- veram na solenidade. A grande maioria presente foi de sindicali- zados e familiares. Mas lá também estiveram polí- ticos municipais, regionais e esta- duais, além de dezenas de sindi- calistas de outras categorias. Como o Sintracomos é o maior sindicato da Baixada e Litoral, re- presentando 60 mil trabalhado- res, não poderia ser diferente. Passada a festa, começa a luta. A diretoria passou o restante do mês preparando as grandes as- sembléias de campanha salarial. Estão convocados os traba- lhadores dos setores predial, in- dustrial e das empresas munici- pais como Prodesan, Codesavi e Cursan. Veja os editais de convocação na página 2 e participe da sua as- sembléia, fazendo jus à fama de combativo do nosso sindicato. Fotos: Vespasiano Rocha

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Diagramação: www.cassiobueno.com.br

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OPERÁRIACONSTRUÇÃO

Nº 137 – 29 fevereiro 2012

Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial e do Mobiliário de Santos

Com força política, sindicatoabre as campanhas salariais

6 0 M I L R E P R E S E N T A D O S

Prestigiada por autoridades

municipais e estaduais,

nova diretoria do sindicato

anuncia lutas de data-base com experiência e sangue novo

Macaé Marcos Braz de Oliveira, presidente do sindicato: “Nossa força está principalmente na categoria, mas também na importância e influência que temos nas cidades da região e do estado’

Veja os editais na página 2 e participe da sua assembléia por melhores salários e condições de trabalho

A posse da nova diretoria do sindicato, em 11 de fevereiro, foi marcada

pela força política dos trabalha-dores na construção civil.

Cerca de 2 mil pessoas esti-veram na solenidade. A grande maioria presente foi de sindicali-zados e familiares.

Mas lá também estiveram polí-ticos municipais, regionais e esta-duais, além de dezenas de sindi-calistas de outras categorias.

Como o Sintracomos é o maior sindicato da Baixada e Litoral, re-

presentando 60 mil trabalhado-res, não poderia ser diferente.

Passada a festa, começa a luta. A diretoria passou o restante do mês preparando as grandes as-sembléias de campanha salarial.

Estão convocados os traba-lhadores dos setores predial, in-dustrial e das empresas munici-pais como Prodesan, Codesavi e Cursan.

Veja os editais de convocação na página 2 e participe da sua as-sembléia, fazendo jus à fama de combativo do nosso sindicato.

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S I N D I C A L I Z A D O O U N Ã O

Os editais das assembléias dos setores predial e industrial, assinados em 29 de fevereiro, foram publicados no jornal ‘A Tribuna’ de 1º de março

Cohab5 março – 2ª-feira

9h30 ou 11h30Edital de convocação

Assembléia extraordinária

Pelo presente, convoco os emprega-dos da empresa Cohab (Companhia de Habitação da Baixada Santista), le-galmente representados por este sindi-cato, para participarem da assembléia extraordinária, que se realizará no dia 5 de março de 2012, segunda-feira, às 9h30, em primeira convocação, nas dependências da empresa, na Avenida Hugo Maia, 293 Jardim Rádio Clube, Santos, SP, a fim de deliberar sobre a seguinte:

Ordem do dia1 - Discussão e aprovação do rol de rei-vindicações dos empregados da empre-sa, a serem apresentadas à diretoria da mesma, como proposta para renovação do último acordo coletivo de trabalho, salarial e social, bem como conceder poderes à diretoria do sindicato, para a celebração de acordos, instauração de dissídio coletivo ou decretação de gre-ve.2 - Autorização para desconto em folha de pagamento da contribuição confede-rativa associativa dos empregados. 3 - Decidir pela manutenção da assem-bléia em caráter permanente, até o fi nal do processo de negociação, mediante convocação quando se fi zer necessário.Se no horário acima mencionado não houver o quórum estatutário legal, a assembléia realizar-se-á duas horas após, ou seja, às 11h30, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.

Santos, 29 de fevereiro de 2012.Marcos Braz de Oliveira, Macaé

Presidente

Predial7 março – 4ª-feira

16 ou 18 horasEdital de convocação

Assembléia extraordinária

Pelo presente, convoco os trabalhado-res nas indústrias da construção civil de pequenas e grandes estruturas do plano da CNTI, em atividade na base territorial deste sindicato, a partici-parem da assembléia extraordinária que se realizará no dia 7 de março de 2012, quarta-feira, às 16 horas, em primeira convocação, em nossa sede social, na Rua Júlio Conceição, 102, Vila Mathias, Santos, SP, a fim de deli-berar sobre o seguinte:

Ordem do dia: 1 – Discussão e aprovação do rol de rei-vindicações dos trabalhadores, a serem apresentadas ao setor patronal, como proposta para renovação da última con-venção coletiva de trabalho, salarial e social, bem como conceder poderes à diretoria do sindicato para celebração de acordos, convenção, instauração de dis-sídio coletivo ou decretação de greve.2 – Autorização para que seja descon-tado mensalmente, em folha de paga-mento, taxa assistencial ou manutenção da atual contribuição confederativa.3 – Decidir pela manutenção da assem-bléia em caráter permanente, até o fi nal do processo de negociação, mediante convo-cação, quando se fi zer necessário.Se no horário acima mencionado não houver o quórum estatutário legal, a assembléia realizar-se-á duas horas após, ou seja, às 18 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.

Santos, 29 de fevereiro de 2012Marcos Braz de Oliveira, Macaé

Presidente

Cursan8 março – 5ª-feira

16h ou 18hEdital de convocação

Assembléia extraordinária

Pelo presente, convoco os empregados da empresa Cursan (Companhia Cuba-tense de Urbanização e Saneamento), legalmente representados por este sin-dicato, para participarem da assembléia extraordinária, que se realizará no dia 5 de março de 2012, quinta-feira, às 16 horas, em primeira convocação, nas de-pendências na subsede do Sintracomos, na Avenida Joaquim Miguel Couto, 337, Centro, Cubatão, a fi m de deliberar so-bre a seguinte:

Ordem do dia1 - Discussão e aprovação do rol de rei-vindicações dos empregados da empre-sa, a serem apresentadas à diretoria da mesma, como proposta para renovação do último acordo coletivo de trabalho, salarial e social, bem como conceder poderes à diretoria do sindicato, para a celebração de acordos, instauração de dissídio coletivo ou decretação de gre-ve.2 - Autorização para desconto em folha de pagamento da contribuição confede-rativa associativa dos empregados.3 - Decidir pela manutenção da assem-bléia em caráter permanente, até o fi nal do processo de negociação, mediante convocação quando se fi zer necessário.Se no horário acima mencionado não houver o quórum estatutário legal, a assembléia realizar-se-á duas horas após, ou seja, às 18 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.

Santos, 29 de fevereiro de 2012.Marcos Braz de Oliveira, Macaé

Presidente

Industrial9 março – 6ª-feira – 16h30 ou

18h30Edital de convocação

Assembléia extraordinária

Pelo presente, convoco os trabalha-dores nas empresas pertencentes ao grupo 3 do plano da CNTI, em ativi-dades na base territorial deste sin-dicato, a participarem da assembléia extraordinária, que se realizará no dia 9 de março de 2012, sexta-feira às 16h30, em primeira convocação, em nossa subsede, na Avenida Jo-aquim Miguel Couto, 337, Centro, Cubatão, SP, a fim de deliberar so-bre o seguinte

Ordem do dia1 – Discussão e aprovação do rol de rei-vindicações dos trabalhadores, a serem apresentadas ao setor patronal, como proposta para renovação do último acor-do coletivo de trabalho, salarial e social, bem como conceder poderes à diretoria do sindicato, para celebração de acor-dos, instauração de dissídio coletivo ou decretação de greve.2 – Autorização para que seja desconta-do mensalmente, em folha de pagamen-to, taxa assistencial ou manutenção da atual contribuição confederativa.3 – Decidir pela manutenção da assem-bléia em caráter permanente, até o fi nal do processo de negociação, mediante convocação quando se fi zer necessário.Se no horário acima mencionado não houver o quórum estatutário legal, a assembléia realizar-se-á duas horas após, ou seja, às 18h30, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.

Santos, 29 de fevereiro de 2012Marcos Braz de Oliveira, Macaé

Presidente

Prodesan16 março – 6ª-feira

16h30 ou 18h30Edital de convocação

Assembléia extraordinária

Pelo presente, convoco os emprega-dos da empresa Prodesan (Progresso e Desenvolvimento de Santos SA), le-galmente representados por este sindi-cato, para participarem da assembléia extraordinária, que se realizará no dia 16 de março de 2012, sexta-feira, às 16h30, em primeira convocação, nas dependências na sede social do Sin-tracomos, na Rua Júlio Conceição, 102, Vila Mathias, Santos, a fim de deliberar sobre a seguinte:

Ordem do dia1 - Discussão e aprovação do rol de rei-vindicações dos empregados da empre-sa, a serem apresentadas à diretoria da mesma, como proposta para renovação do último acordo coletivo de trabalho, salarial e social, bem como conceder poderes à diretoria do sindicato, para a celebração de acordos, instauração de dissídio coletivo ou decretação de gre-ve.2 - Autorização para desconto em folha de pagamento da contribuição confede-rativa associativa dos empregados.3 - Decidir pela manutenção da assem-bléia em caráter permanente, até o fi nal do processo de negociação, mediante convocação quando se fi zer necessário.Se no horário acima mencionado não houver o quórum estatutário legal, a assembléia realizar-se-á duas horas após, ou seja, às 18 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.

Santos, 29 de fevereiro de 2012.Marcos Braz de Oliveira, Macaé

Presidente

Confira os editais abaixo eparticipe da sua assembléia

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Construção Operária. Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial e do Mobiliário de Santos, Cubatão,

Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga. Rua: Júlio Conceição, 102, Vila Mathias, Santos (SP), CEP 11015.906.

25 mil exemplaresPresidente: Macaé Marcos Braz de Oliveira. Secretário-geral e diretor de imprensa: Almir Marinho Costa.

Redação e edição: Paulo Passos. Diagramação: www.cassiobueno.com.br. Impressão: Diário do Litoral (13) 3226-2051.

Sede : (13) 3878-5050Subsedes:

Cubatão ......... (13) 3361-3557

Guarujá .......... (13) 3341-3027

São Vicente .. (13) 3466-8151

P. Grande ...... (13) 3471-8556

Bertioga .......... (13) 3317-2919www.sintracomos.org.brOPERÁRIA

CONSTRUÇÃOE x p e d i e n t e

P O S S E

Veja, nestas duas páginas, destaques dos oradores na posse da diretoria do sindicato

Macaé anuncia muitasbatalhas no mandato

A posse da nova diretoria do sindicato, em 11 de fevereiro, foi marcada por importantes discursos. O principal deles, obviamente, foi do presidente Macaé Marcos Braz de Oliveira, que prometeu “bater lata”, se for preciso.

Macaé Braz de Oliveira, presidente do Sintracomos

‘Hoje é festa, mas, segunda-feira será trabalho. Assim mandam as lutas sindicais. Muito lutaremos por melhores dias e para não perder as conquistas sociais.

Além disso, não mediremos esforços para trazer as famílias dos operários em construção para o sindicato, com ativida-

des sociais e esportivas de interesse geral.Também investiremos muito mais nos

cursos profissionalizantes, que temos no sindicato há dez anos. Nossos alunos não deixam os diplomas na gaveta, mas são ab-sorvidos pelo mercado de trabalho.

Obviamente, continuaremos batendo lata, com grandes assembléias, no sindica-to e defronte às empresas, com caminhão de som e greves, se preciso for.’

João Paulo Tavares Papa,prefeito de Santos

‘Todas as obras de nosso país, sejam prédios, indústrias, escolas, portos, aero-portos, estradas, ferrovias etc, devemos aos trabalhadores da construção civil.

Sempre foram operários sofridos que, agora, nesta fase de crescimento do Brasil, precisam ser considerados, reconhecidos profissionalmente e compensados como merecem.

Precisam de melhores salários, condi-

ções de trabalho dignas, segurança e res-peito, tanto das empresas, quanto da po-pulação. E o sindicato é importante nesse processo.

Há quatro anos, estive na posse do Ge-raldino. Hoje, destaco a responsabilidade de Macaé na condução da entidade nos próximo quadriênio.

A prefeitura propõe que o sindicato aproveite ao máximo os diversos convê-nios com universidades, municípios, esta-do e federação, sempre em benefícios dos trabalhadores’

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Geraldino Cruz Nascimento, tesoureiro do Sintracomos

‘Antes de tudo, agradeço a Deus por estar aqui, representando os trabalhadores da construção civil, que são o motivo do meu viver, na maioria nordestinos pobres e sofridos.

Após presidir o sindicato por quatro anos, agora assumo a tesouraria, pois o po-

der é uma pérola que deve passar de mão em mão, conforme manda a democracia.

O prefeito (João Paulo Tavares) Papa, o governador (Geraldo) Alckmin (PSDB) e o governo federal estão de parabéns pelo apoio ao setor da construção civil.

Temos, por exemplo, grandes investi-mentos em estaleiros, no porto de Santos, que geram 3 mil postos de trabalho direto. Antes, estaleiros eram apenas no Rio de Janeiro.’

Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São Paulo, o maior da América Latina, um dos maiores do mundo, e vice-presidente nacional da Força Sindical

‘É grande o desafio aos sindicatos de trabalhadores na construção civil. Somos a sexta economia do mundo, mas estamos em 84º lugar na distribuição de renda.

Somos um país rico, com um povo po-bre. Como podemos melhorar os ganhos dos trabalhadores? Como impedir que nossas empresas quebrem?

A resposta é: lutando. Em abril, teremos um grande ato público, em São Paulo, convocado pelas centrais, especialmente pela Força Sindical, em defesa na nossa indústria.

Colocaremos milhares de pessoas, nas ruas, para chamar atenção do governo fe-deral. Trabalhadores, empresários e gover-nos devem dar as mãos neste momento.’

Paulo Alexandre Barbosa, secretário estadual de desenvolvimento econômico

‘Este é um dos sindicatos mais impor-tantes do Estado de São Paulo e pode

contar com apoio do governador Geraldo Alckmin para cursos profissionalizantes.

A primeira de muitas parcerias será assinada hoje, após a posse, para suprir a falta de oportunidades no aprendizado profissional. Estou aqui representando o governador.’

David Zaia, então secretário estadual de relações do trabalho

‘Pelo crescimento significativo da cons-trução civil, os sindicatos do setor exercem hoje papel importante na economia das cidades, estados e do país.

A diretoria do Sintracomos mostra, com este evento, sua capacidade de mobiliza-

ção dos trabalhadores. Com certeza, o sindicato evoluirá e ampliará sua represen-tação.

A qualificação profissional é uma das grandes tarefas do sindicato e tenho cer-teza que esta diretoria cuidará bem do as-sunto. Os trabalhadores estão muito bem representados.’

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Macaé presidentepela segunda vez

Filho de trecheiro, Macaé correu por

quatro estados

E X P E R I Ê N C I A N A L U T A

N O V O P R E S I D E N T E

Funcionário do Odebrecht, Macaé é o primeiro representante da montagem industrial a

ocupar a presidência do sindicato

Sangue de sindicalista corre nas veias desdeque quando percebeu as dificuldades do pai

Macaé Marcos Braz de Oliveira foi eleito presidente em 28 de outubro. E assume o cargo pela segunda vez. Aos 54 de idade, ele ficará quatro anos na presidência, cargo

que exerceu entre 1998 e 2000, após falecimento do então presidente José Luiz de Melo.

F ilho de trecheiro, trecheiro é. O pai de Macaé, seu José Braz de Andrade (foto), pernambucano, traba-lhou na construção da Cosipa, em Cubatão. E morou no Marapé, em Santos.

Seu José lembra que andava de bonde, na cidade, e que a construção da usina era com o pé na lama. Nessa época, sua família, com Macaé bem menino, estava no Rio de Janeiro.

O pai era trecheiro e andou por esse Brasil afora, anos a fio, de obra em obra, garantindo, à distância, o sustento da mulher e filhos.

pela segunda vezpela segunda vez

Macaé Marcos Braz de Oliveira foi eleito presidente em 28 de outubro. E assume o cargo pela segunda vez. Aos 54 de idade, ele ficará quatro anos na presidência, cargo

que exerceu entre 1998 e 2000, após falecimento do então presidente José Luiz de Melo.

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Montador de estrutura na empresa House foi seu primeiro emprego como adulto. Depois de dois anos, mirou-se no pai e resolveu ‘correr trecho’.

Primeiro, trabalhou por um período embarcado, na cidade de Macaé, de onde ganhou o apelido que carrega até hoje, em plataforma de petróleo da Pe-trobras.

Depois disso, pela empresa House, foi trabalhar no Recife, onde ficou dois anos e conheceu a cidade em que nasceu. Isso foi no final da década de 1970.

Pela mesma empresa, Macaé foi de Pernambuco para Curitiba (PR), na mon-

tagem e ajustagem de tubulação indus-trial de usina da Petrobras.

Depois, na cidade portuária de Para-naguá (PR), então pela empresa Tenen-ge, foi trabalhar na construção de duas jaquetas de plataforma, em Namorado II e PCH1, da Petrobras.

Do Paraná, foi para Limeira, interior paulista, pela empresa Caldeiraria Gama, (SP), na montagem de uma fábrica da companhia de açúcar União.

Pela mesma Tenenge, voou para Bra-sília, na cidade satélite de Sobradinho, para construção de unidade na fábrica de cimento Sobradinho, da Votorantim.

Recifense

Mecânico ajustador

O presidente nasceu na capital Recife (PE), em 8 de fevereiro de 1958, mas foi para a cidade fluminense de Nilópolis (RJ), aos seis meses de idade.

Aos 12 anos, começou a trabalhar na feira livre, com frutas e verduras. Aos 14, virou ajudante de serralheiro. E, aos 16, conse-guiu registro em carteira, como montador de serralheria.

Foi para o serviço militar obrigatório do Exército aos 18 anos, de onde saiu para trabalhar naquela que seria sua profissão defi-nitiva: montador industrial.

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Já quando trabalhava na feira, Macaé percebeu que as relações en-tre patrão e empregado são compli-cadas e obedecem à lógica dos inte-resses divergentes.

Ele via as dificuldades de seu pai com as ‘gatas’ da época, quando os direitos trabalhistas eram rasgados mais que hoje, e confirmou isso a partir do momento que começou a correr trechos. O sindicalismo, embo-ra ele não tivesse noção muito clara disso, pois o país vivia sob uma grave ditadura, já corria em seu sangue, contra as injustiças sociais.

Assim que veio para Cubatão, co-meçou a participar das comissões de base nas campanhas salariais, o que resultou em convite para integrar a diretoria do sindicato, em 1984.

Ele achou que ainda não era o momento e continuou firme na base. Até que, em 1989, ele aceitou o se-gundo convite e veio para a suplên-cia da diretoria.

Três anos depois, em 1992, foi eleito o primeiro diretor de patrimô-

nio, cargo até então inédito no sindi-cato. Em 1996, passou a vice-presidente.

Em 1998, com o falecimen-to do presidente José Luiz de Melo, assumiu a presidência, até 2000. No mandato seguin-te, foi eleito tesoureiro, função que exerce ha 12 anos.

Macaé sempre teve gran-de atuação na base e, por isso, como se diz, tinha ‘garrafa para trocar’ e chegar à direto-ria executiva rapidamente.

Embora não tenha se filia-do, teve bons aprendizados com a Convergência Socialista e o PCB (partidão). Foi filiado ao PCdoB, junto com Zé Luiz, Índio, Luiz Carlos, Chileno e outros, por cerca de dez anos.

Hoje, Macaé está no PDT, partido que admira desde quando Leonel Brizola era governador do Rio de Janei-ro e o encantava com seus discursos.

Sindicato no sangue

Vinda paraa Baixada

No começo dos anos de 1980, final-mente, veio para a Cosipa, pela empreiteira FEM, para ficar apenas três meses. Mas quis o destino que por aqui ficasse até hoje.

Veio pela empreiteira FEM, que atendia por apelidos nada elogiosos, como ‘fodidos esperando melhora’ e ‘fundação estadual do menor’, como mecânico ajustador.

Terminado o serviço, a Cosipa gostou e fez contrato para a FEM continuar. Eram 12 trabalhadores, mas apenas Macaé e

mais dois aceitaram ficar. Os demais conti-nuaram no trecho.

Da FEM, ele foi para a Enesa e, depois, a Tenenge. Sempre na Cosipa e sempre ajus-tador. Nesse período, fez curso técnico de tubulação industrial e caldeiraria, no Sesi Cubatão, com o professor Marcelo.

Como a Tenenge encerrou as ativida-des no Brasil e pertencia ao grupo Ode-brecht, Macaé foi registrado nessa grande construtora, em 1996, onde está até hoje.

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Um momento especial, e tenso, ocor-reu com Macaé quando ele assumiu a pre-sidência do sindicato. Corria o ano de 1999 e a Cosipa entrou em crise. Era sua primeira campanha salarial como presidente.

A siderúrgica e as empreiteiras o chama-ram para dizer que não podiam dar nada

de reajuste salarial. O que podiam fazer era garantir os postos de trabalho.

“Foi difícil subir no carro de som e pas-sar a mensagem aos operários”, lembra ele. A maioria atendeu, mas alguns ficaram rai-vosos, dizendo que o sindicato vendera a categoria.

A situação também atingiu os cosipa-nos. Nas empreiteiras, trabalhavam 14 mil operários. Se radicalizasse, o sindicato colo-caria milhares de companheiros na rua da amargura.

O pessoal aceitou a argumentação de Macaé, de que a data-base seguinte com-

pensaria a perda, e todos seguiram, a pé, até a ‘ilha dos amores’, como forma de pro-testo, mas com aceitação.

Hoje ele recorda que valeu a pena es-perar. No ano seguinte, a categoria conse-guiu reajuste de 16%, o dobro dos 8% da-dos aos cosipanos. “Aí, a massa aplaudiu”.

Belém do Pará, 1989. Lá estava Ma-caé, representando Santos, num con-gresso nacional de trabalhadores na construção civil, montagem e manuten-ção industrial.

Ele defendeu o pagamento de um adi-cional, além do salário, para o trabalhador comprar alimentos. A delegação paulista, majoritária, não aprovou a proposta.

Ele não desistiu e propôs, então, que as empresas fornecessem uma cesta bási-

ca, com produtos de primeira necessida-de. Também não obteve sucesso.

Mas a idéia da cesta ficou registra-da na ata do encontro do Belém. E, em 1992, depois de muitos debates e lutas sindicais, a indústria da construção civil paulista finalmente instituiu o benefício.

‘Macaé’ lembra que a cesta acabou se transformando em tíquete-alimentação, vale-supermercado e se alastrou por todo o país: “Mas tudo começou lá atrás”.

Cesta básicafoi idéia dele

1999: tensão na crise da Cosipa

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