Sinopse - Publicar seu livro agora ficou fácil e ... · apesar de ter sido criado com todo o...

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1 MEU PAI POBRE E MEU POBRE PAI. Sinopse Hermes foi trocado na maternidade do hospital assim que sua mãe morreu, outra mulher que teve um filho e este morreu não soube que seu filho havia morrido. Seu marido Arthur e o médico resolveram que seria melhor para todos se a criança agora órfão de mãe fosse trocada pelo bebê morto. Ele seria criado por uma família rica seria poupado então de ser criado por um pai pobre José Pereira e tudo o que a pobreza pode acarretar. Esqueceram que a riqueza traz conforto, mas não é tudo o que uma criança, apesar de ter sido criado com todo o carinho da mãe e do avô. O pai que só pensava no dinheiro achando que com ele tudo poderia ser comprado ou conquistado, não pensou na tristeza em que estava submetendo ao verdadeiro pai da criança, este chorou anos a morte da esposa e filho. Mas um dia ele pode agradecer a Deus por ter posto em sua vida o filho que um dia foi induzido a acreditar que estava morto. Fotos internas arquivo pessoal. Capa: Foto arquivo pessoal. Modelo da capa. José Pereira do Nascimento.

Transcript of Sinopse - Publicar seu livro agora ficou fácil e ... · apesar de ter sido criado com todo o...

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MEU PAI POBRE E MEU POBRE PAI.

Sinopse

Hermes foi trocado na maternidade do hospital assim que sua mãe morreu,

outra mulher que teve um filho e este morreu não soube que seu filho havia

morrido.

Seu marido Arthur e o médico resolveram que seria melhor para todos se a

criança agora órfão de mãe fosse trocada pelo bebê morto.

Ele seria criado por uma família rica seria poupado então de ser criado por um

pai pobre José Pereira e tudo o que a pobreza pode acarretar.

Esqueceram que a riqueza traz conforto, mas não é tudo o que uma criança,

apesar de ter sido criado com todo o carinho da mãe e do avô.

O pai que só pensava no dinheiro achando que com ele tudo poderia ser

comprado ou conquistado, não pensou na tristeza em que estava submetendo

ao verdadeiro pai da criança, este chorou anos a morte da esposa e filho.

Mas um dia ele pode agradecer a Deus por ter posto em sua vida o filho que

um dia foi induzido a acreditar que estava morto.

Fotos internas arquivo pessoal.

Capa: Foto arquivo pessoal.

Modelo da capa. José Pereira do Nascimento.

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O autor.

Motorista carreteiro com pouco

estudo, mas sua paixão por livros o fez

começar a escrever depois de uma

sugestão de seu filho mais velho.

``Jessé Paulo Federzoni´´

Que lhe dissera pra escrever já que

gostava tanto de ler. Só então é que o

autor foi descobrir a falta que os

estudos lhe fizeram.

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O PAI DE CORAÇÃO

José Pereira do Nascimento. Meu

querido amigo e pai de coração. O

amigo que veio trazer mais felicidade a

minha vida. Fazendo-me ao menos

fantasiar que tenho um pai novamente.

Eu o homenageio dando seu nome a

personagem de meus livros.

Dedicatória.

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Aos meus quatro Filhos.

Jessé Paulo Federzoni. Meu filho mais velho.

Jonathas Lee Federzoni. Meu filho do meio.

Jair Lee Federzoni. Meu filho caçula.

Moisés Federzoni. Meu irmão caçula

As pessoas que fizeram ou fazem parte de minha vida.

Ao meu querido Pai. Jair Federzoni que cedo se foi.

Ao meu outro Pai ( Tio ) Alicio Federzoni que também se foi.

Ao meu outro pai (sogro ) José Paulo de Souza que também se foi.

Ao meu outro Pai ( Tio ) Hermelindo Federzoni que felizmente está

entre nós.

Ao meu outro Pai. (Querido amigo) José Pereira do Nascimento.

Ao doce mel de minha vida. Minha esposa. Ivanilde José Federzoni.

Apoio Cultural

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FedermaxReciclagem

www.federmax.com Este livro foi corrigido pelo autor, que por

motivos financeiros não contou com ajuda

profissional que se faz necessário, portanto

irão ser encontrados inúmeros erros

ortográficos e gramaticais, concordâncias,

acentos, pontos, etc, etc devido ao pouco

estudo do autor.

Esta é uma obra de ficção. Qualquer

semelhança com, nomes, pessoas, datas, fatos

ou acontecimentos terá sido mera coincidência.

Outras obras do autor.

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Eu tenho Pai.

Eu tenho Filho.

Eu tenho Mãe.

Um Anjo.

Dois Anjos.

Remorso.

Todos eles a venda na PerSe editora tanto

na forma de e-book como impresso.

Também a venda na forma de E-book na

Amazon.com e Amazon.com.br

MEU PAI POBRE E MEU POBRE PAI.

Ele só sabia que o nome dele era José Pereira e não sabia mais nada. Sua vida tinha dado

uma reviravolta tão grande que ele sentou na calçada ao lado de seu carro.

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E por ter passado muito tempo sentado chegou uma viatura e antes de tudo, fez ele se

levantar e depois de revistar todo o carro e ele também começou a fazer as perguntas

de praxe.

O que você está fazendo aqui, sentado na calçada. Esta querendo ser assaltado? Onde

você mora?

Ele olhou para o policial e pediu. Me leve para casa. Sua mãe estava aflita procurando

por ele e já tinha ligado em vários hospitais e delegacia.

O policial veio guiando o carro do moço e ele ao lado de olhos fechado só pensando em

sua angustia.

O policial só resolveu ir guiando o carro do moço por gostar do modelo do carro. Que

alias jamais poderia comprar.

Quando o carro foi chegando ao portão da imensa casa, este se abriu e o carro entrou

seguido da viatura.

Sua mãe chegou à porta da casa e correu até o carro e encheu o moço de perguntas e

beijos. E só depois é que agradeceu aos policiais e os fez entrarem na casa.

O hall era enorme e o pé direito da casa tinha ao menos cinco metros de altura. E a

escada que levava ao andar superior fazia uma curva e o corredor levava aos quartos.

Eles tiraram o quepe e ela indicou a sala onde eles deveriam ir e assim que eles

sentaram, ela chamou o mordomo e pediu para trazer refrigerante aos policiais que

preferiram este á água oferecida.

O moço deitou em um sofá e ela sentou ao lado dele e se prontificou a responder as

perguntas dos policiais.

Dona, falou o policial mais velho, nós o encontramos sentado na calçada ao lado do

carro em uma zona bastante violenta e a única coisa que ele falou foi para trazermos ele

para casa.

Senhor, perguntou ela como o senhor se chama? Álvaro, respondeu ele. Senhor Álvaro

eu gostaria de agradecer sua atenção e ajuda ao meu filho. Ele soube hoje que o meu

marido não é o pai dele e dai sumiu.

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O Policial olhou para o moço e ficou com pena dele. Ele também tinha um filho da

mesma idade e apesar de não se dar muito bem com ele. E pensou ricos são todos

cheios de frescuras. Quem tem uma casa desta, um carro daquele não deveria ficar com

frescuras de crises.

Gostaria de o ver morando onde eu moro e tendo o carro que eu tenho, ganhando o

salário que eu ganho e todos os dias arriscando a vida em confronto com bandidos, ai

sim eles teriam motivos de ter chiliques.

Dona Bárbara, nós só fizemos nosso serviço e se a Senhora precisar de alguma coisa é só

ligar para a central que alguém virá para ajudar. Ela agradeceu e os acompanhou até a

porta e assim que eles montaram na viatura ela fechou a porta e foi novamente até a

sala onde estava o filho.

Filho, nós procuramos você por todos os lugares e ficamos apavorados com seu sumiço.

Você não gosta mais de sua mãe não? Mas o rapaz não respondia nada e nem olhos ele

abria.

Geraldo o mordomo entrou com uma bandeja e nela uma jarra com suco de limão e

dois copos. Depois de muita insistência ele sentou e por um momento ficou com pena

de sua mãe. Ela não merecia sofrer. Ele pegou o copo de suco e tomou, agradecendo ao

mordomo.

Levantou-se e subiu em direção ao seu quarto. Quando estava chegando ao topo da

escada ouviu a porta da entrada fechar. Era seu Pai, que antes mesmo de dar um passo

já perguntou com voz alterada e com raiva.

Onde você se meteu? Eu tive que suspender uma reunião e por quê? Sua esposa que

estava começando a subir as escadas se virou e foi ao encontro do marido tentando

impedir ele de brigar com o filho.

Querido está tudo bem, pode deixar que eu resolva. Não está tudo bem não disse

Arthur. Você vive passando a mão na cabeça dele. Por isto é que ele vive dando

trabalho.

Venha até o escritório. E sem nem mesmo olhar para cima ele se dirigiu até o escritório

carregando sua inseparável pasta marrom.

O moço não estava com animo de ouvir nada, mas se não fosse até a sala dai sim é que

ele iria ouvir uma enxurrada de impropérios, então achou melhor ouvir seu pai.

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O moço sentou na poltrona e nem se deu o trabalho de erguer a cabeça. Seu pai lhe

perguntou. Quantos anos você tem? O moço ergueu a cabeça e não respondeu. Eu

perguntei quantos anos você tem.

Dezenove, respondeu o moço. Mas está agindo como se tivesse doze, Eu tive que

encerrar uma reunião importante na firma para sair a sua procura. Tive que adiar a

viagem que faria amanhã porque vou ter que fazer uma nova reunião.

Você tem idéia do transtorno que tem causado ultimamente? E pior, do prejuízo que

isto resulta.

O moço não estava a fim de discutir. Alias ele dificilmente discutia. Pai porque o Senhor

mentiu para mim. Porque eu não fiquei sabendo quando era criança que eu era

adotado.

Depois de suspirar profundamente ele respondeu ao filho. Em primeiro lugar você não

foi adotado. Você é nosso filho esqueça este assunto. Isto tudo é calunia daquela

desqualificada que está tentando arrancar dinheiro, de mim e do médico que fez o parto

de sua mãe.

Mas o pai do moço inesperadamente começou a tratar o filho excessivamente bem e

isto só veio a fazer ele a ter certeza que o pai estava mentindo.

Ele achando que o moço estava convencido se levantou passou o braço pelo ombro do

moço e convidou ele para irem ao clube jogar uma partida de tênis.

Vou aproveitar que estou de folga, que tal jogarmos uma partida de tênis no clube. Se

você ganhar desta vez eu troco seu carro.

Por um momento o filho esqueceu seu drama e só pensou no carro que estava

querendo. Mas pai eu não quero me desfazer do meu carro.

Bem filho se você me vencer hoje eu compro outro e você fica com os dois. Verdade?

Perguntou o moço e esquecendo completamente do que lhe angustiava.

A partida foi muito disputada, mas um observador de fora teria percebido que o moço

estava ganhando por muito pouco, mas que seu adversário estava lhe facilitando um

pouco.

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O moço por varias vezes achou que seu pai estava deliberadamente errando. Mas

naquele momento ele não queria pensar em nada a não ser na partida. O carro que ele

queria estava em jogo.

Depois de três sets a dois o moço venceu com pequena margem. Ele correu pela quadra

e pulou a rede e abraçou o pai, que fazia de conta que estava meio aborrecido. Pai não

fique triste um dia eu deixo o Senhor vencer.

Beijou ele ali mesmo na quadra e por um breve momento seu pai teve um

arrependimento de estar enganando o filho.

Depois de tomarem banho no vestiário do clube eles foram direto Até a concessionária.

Na vitrine dela estava exposto ali o objeto de desejo do moço. Um Charger RT amarelo.

Até o pai do moço que sempre teve carros importado e de preferência discretos, gostou

do modelo.

Se bem que não se podia dizer que um Rolls Royce era de se passar despercebido. O

gerente da loja veio ele mesmo receber o cliente na porta da concessionária. Ele tinha

visto o Rolls estacionar e não poderia deixar na mão de algum vendedor esta tarefa.

Como se não tivesse visto o carro que o cliente chegara ele se mostrou cordial, alegre,

mas sem exagero.

Boa tarde cumprimentou o gerente e foi respondido pelos dois. Posso ajudar? Sim

respondeu o pai do moço. Eu gostaria de ver aquele carro ali, e mostrou o Charger RT

amarelo. Claro respondeu o gerente e se adiantou e assim que chegou ao carro abriu as

portas e fez sinal para ele entrar.

O pai do moço falou para o filho, entre. O moço sentou no banco e segurou no volante,

segurou no cambio e passou a mão pelos instrumentos que tinha no painel. O cheiro de

carro novo e ainda mais de um carro daqueles, lhe fez fechar os olhos e pode então

deixar outros sentidos agirem.

O banco de couro macio e como se fosse uma concha o aconchegou e ao moço como se

perguntasse. Gostou de meu abraço?

O volante lhe dizia para sua mão esquerda me segure enquanto a mão direita sentia o

freio de mão lhe dizer me solte. Seus pés estavam tocando o acelerador e a embreagem

e estes também diziam estamos prontos.

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Gostou? Perguntou o pai ao filho. O moço foi então retirado de seus devaneios. Olhou

para o pai que estava rindo junto com o gerente. Nossa filho você ficou hipnotizado pelo

carro.

O moço meio sem graça sorriu e saiu de dentro do carro e falou para o pai sente. Não

filho, é você que tem que gostar. Bem eu já gostei faz tempo.

E a cor? Perguntou o pai. Esta mesma, respondeu o moço. Mas temos também outras

cores se quiserem e indicou outros um pouco mais para o fundo. Um vermelho e um cor

de abóbora.

Eu quero este e enquanto ele deitava o banco dianteiro e entrava no banco de traz seu

Pai lhe disse vamos. Ele sentou bem no meio do carro e estendeu os dois braços no

encosto do banco e ficou ali vendo o carro de outro ponto de vista.

Desceu dele e acompanhou seu pai e o gerente até seu escritório. Normalmente os

vendedores levavam os clientes até sua escrivaninha. Mas o gerente não poderia

dispensar um tratamento qualquer para alguém que chegava num Rolls e não tinha nem

perguntado o preço do carro.

Uma secretária entrou e perguntou se gostariam de beber algo. O pai do moço pediu um

café. O moço não quis nada e o gerente quis café também.

É este mesmo o carro? Perguntou Arthur ao filho. É este mesmo. Respondeu o moço.

Quanto custa? Cento e seis mil cruzeiros. E não estamos cobrando o frete e começou a

falar sobre a garantia e a durabilidade do carro etc, etc, etc.

O pai do moço disse não tem nenhum desconto? Bem respondeu o gerente e abrindo

uma pasta fingiu procurar algo e depois de abrir uma gaveta tirou de lá outra pasta e

depois de fingir consultar também.

Disse podemos fazer por cento e quatro mil e damos com a licença e emplacado. O

moço não estava prestando atenção na conversa e sim olhando os pôsteres de vários

carros ali na parede do escritório.

Filho! O moço então se virou para o pai e se desculpou dizendo. Oi, desculpe eu não ouvi

o que o Senhor disse. Posso comprar? Claro respondeu o moço. Assim que o filho

respondeu Arthur ergueu a maleta e de lá retirou um talão de cheque e deu para o

gerente preencher e assim que ele terminou assinou e destacou e perguntou quando

podemos levar o carro?

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Eu vou mandar fazer a revisão de praxe e até o final da tarde de amanhã estará á

disposição ou se preferir nós levamos ele onde o Senhor quiser. Não disse o moço eu

virei buscar. O pai do moço riu do ciúme do moço, em relação ao carro.

Está bem respondeu Arthur. E saíram em direção ao estacionamento. Mas assim que

entrou no carro o moço começou a ter uma espécie de abstinência e não sabia o que

era. Um sentimento de angustia lhe começou a tomar.

E só depois de terem andado vários quarteirões é que seu pai percebeu. Que foi filho.

Não está contente?

Estou sim pai. Mas ainda não consigo esquecer aquele assunto. Filho me deixe contar

uma historia para você. Sua mãe quase morreu quando você nasceu e ela nunca mais vai

ser mãe novamente.

E se você continuar a tocar neste assunto ela vai acabar acreditando também e se ela

achar que você não é filho dela ela pode ter aquelas crises que você conhece e pode

acabar morrendo. É isto que você quer?

Não pai, nem brincando fale isto. Mas eu não entendo como isto tudo começou. Filho a

mulher que inventou tudo isto, foi amante do médico e depois de ele a dispensar ela

contou a esposa do médico do caso que eles mantinham.

Mas a esposa dele não acreditou então ela inventou todo isto. Sem nem mesmo pensar

nas conseqüências de algo assim.

Mas mesmo dizendo isto olhando nos olhos do filho, algo o incomodava. Parecia-lhe que

seu pai estava mentindo.

Eles então foram até o escritório da empresa e assim a tarde se foi e eles estavam

novamente juntos jantando.

Mas o moço não sentia o sabor do que estava comendo. O jantar era muito formal assim

como tudo naquela casa. Os pratos eram colocados e retirados. Só se ouvia o barulho

dos talheres e os silenciosos passos dos criados ali em volta da mesa.

O moço forçou-se a comer, sua mãe não perdia nenhum movimento. Seu Pai

compenetrado em seus pensamentos só mastigava e engolia. Tomava um gole de vinho

e secava os lábios com os guardanapos de linho.

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Assim que terminaram a sobremesa, Sua mãe pediu licença se levantou o que foi

acompanhado dos dois. Era para que o café fosse servido na sala.

Assim que se sentaram, ela perguntou ao moço. O que você fez á tarde? Eu ganhei do

Papai no tênis e também ganhei um carro. Como se ela não soubesse ela admirou e

disse. É querido nosso filho está cada dia mais parecendo com você.

Mas me diga que carro você ganhou? Bem só de falar no carro os olhos do moço

brilharam e ele despejou para a mãe que não entendia nada, as qualidades e a beleza do

carro. Um Charger RT amarelo.

O pai do moço já menos inquieto foi dando corda para o moço e perguntava sobre

potencia velocidade, estabilidade. E o moço respondia com entusiasmo, e por um

momento esqueceu aquilo que o afligia e acabou lhe valendo o carro dos sonhos.

Mas e o outro carro? Perguntou a mãe ao moço. Eu vou deixar ele para sair de vez em

quando. Porque você não comprou um de outra cor. Você já tem um amarelo. Mãe é

outra marca de carro. E eu gosto do amarelo.

E dizendo isto ele foi até a garagem e lá estava seu Maverick amarelo. Também era um

carro V8 ele o havia ganhado quando completou dezoito anos e estava pouco rodado. O

moço ia à faculdade com um carro da empresa. Ele tinha medo dos colegas invejosos lhe

riscarem o carro.

Coisa que já havia acontecido com alguns carros de seus colegas. Uns poucos colegas

sabia que ele tinha um Maverick V8. E todos eles o invejavam.

Ele pegou um espanador no balcão que ficava no fundo da garagem e passou em cima

do capô do carro tirando o pouquinho de poeira que tinha em cima.

Seu Pai chegou assim que ele abriu a porta do carro. Você vai querer vender ele? Não

respondeu o moço. Porque? é que teremos que aumentar a garagem. Vai chegar o meu

também.

Verdade? Perguntou o moço. Sim eu comprei outro carro para nós. Qual perguntou o

moço. Um Bentley. Mas pai porque o senhor não comprou um Porscher. Filho eu não

gosto deste tipo de carro. Mas você vai gostar do Bentley e assim eles passaram uns

quarenta minutos falando sobre carros.

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A esposa de Arthur chegou na porta da garagem e ficou observando os dois amores de

sua vida. Seu marido que ela desde sempre amou e seu filho que apesar da duvida do

moço ela tinha certeza que ele era filho dela.

Ela nunca se enganaria. E este assunto que estava virando caso de policia de que a

criança tinha sido trocado no hospital era tudo intriga de uma amante mal amada e

muito ressentida.

Ela ainda se lembrava do dia que pegou seu filho pela primeira vez. Ela tinha voltado da

anestesia e seu filho estava chorando de fome. Ele não tinha mamado ainda, ela estava

sobre efeitos de sedativos e só depois que acordou é que a enfermeira o colocou no colo

dela.

Ela então pode carregar seu desejado filho e assim que deu o peito para ele mamar ele

chupava com força e depois de algumas chupadas começava a chorar muito alto outra

vez e ela ajeitava e ele começava outra vez a sugar o leite da mãe.

E só depois de umas três tentativas é que ele começou a sentir o leite é que se acalmou

e mamou por uns quinze minutos e dormiu profundamente. Para acordar depois de uma

hora e começar tudo outra vez.

Depois de segurar a criança de bruços é que notou uma manchinha em sua costa e só

viu porque o roupinha tinha sido puxada para baixo e ficou exposto o pescoço e uma

parte da costa.

Ela passou o dedo pela manchinha que se parecia um quase um pino de boliche. Ela

sorriu e assim que o neném arrotou. A enfermeira pegou a criança e levou para o

berçário e só então seu marido entrou no quarto.

Ele ficou olhando para a esposa que estava exausta e bastante pálida. Ela perguntou se

estava tudo bem? Ele respondeu que sim e falava para ela descansar e que no outro dia

iriam para casa.

Querido você parece preocupado. Não querida respondeu Arthur, eu só estou um pouco

cansado. Eu quase não dormi a noite. Mas agora está tudo bem.

Você viu nosso filho? Perguntou ela ao marido. Sim respondeu ele, ele se parece com

você querida. Ele é lindo.

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Dizendo isto beijou a testa dela e a enfermeira disse que ele precisava sair para a esposa

descansar. Ele então saiu do quarto e foi até o berçário e a enfermeira toda solicita

ergueu seu filho e ele ficou olhando aquele rostinho enrrugadinho e inocente dormindo.

Mas se alguém prestasse atenção ao seu rosto diria que ele estava olhando sem ver.

Mas não tinha ninguém prestando atenção.

Ao sair na recepção do hospital ele viu o médico tentando conformar o homem que

estava desesperado procurando entender porque seu filho havia morrido.

Mas Doutor ontem a noite ele estava bem, eu carreguei ele e não vi nada errado. Mas o

doutor lhe falava em termos técnicos do que o filho dele havia morrido. Mas isto não

convencia o homem.

Ele sentou no banco e com as duas mãos no rosto e chorava desesperado. Arthur sentiu

náuseas e saiu apressado. Não queria ouvir mais nada. E esta cena ficou gravada em sua

mente e ele nunca mais pode dormir completamente sossegado.

E mesmo quando estava na calçada do hospital ele ainda ouvia o choro desesperado de

um pai que tinha perdido o filho e ele também sabia que o mesmo homem também

tinha perdido a esposa no parto.

Pela primeira vez ele bebeu muito mais do que jamais bebeu. E só acordou com uma

tremenda dor de cabeça porque seu mordomo insistiu. Assim que abriu os olhos viu que

estava dormindo no sofá do escritório.

Assim que sentou o mordomo lhe deu um copo com um líquido verde. Sem nem mesmo

perguntar ele bebeu tudo de um só gole. E só então sentiu o gosto extremamente

amargo.

O que é isto? Perguntou ao mordomo. É para o fígado vai ajudar a passar o mal estar

logo. Eu sempre tomo, justificou o mordomo. Você? Perguntou Arthur ao mordomo. E

desde quando você fica de ressaca.

O mordomo sorriu e respondeu. Nunca. E assim que o patrão bebeu um pouco da água

que estava em outro copo ele falou. Seu banho já está pronto e a roupa esta em cima da

cama.

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Antes de sair do escritório ele parabenizou o patrão pelo filho. Arthur agradeceu e disse

eu deveria estar no hospital ao invés de encher a cara. Não Senhor, todos devem

festejar o nascimento de um filho, seja do jeito que mais lhe aprouver.

Um filho. Pensou Arthur e se apressou em tomar banho e ir direto ao hospital. Sua

esposa estava com aparência bem melhor que a noite anterior. A enfermeira entrou

com a criança no colo e colocou-a no colo da mãe para dar de mamar.

Ela ajeitou a criança e ele começou a mamar, mas como o leite não saiu nas primeiras

chupadas ele começou a chorar muito alto. Mas a mãe ajeitou novamente e assim que

ele sentiu o leite parou e chupava com força.

Querido olhe que lindo e sem nem mesmo olhar para o rosto do marido ela passava a

mão pela cabeça do filho. É respondeu o marido ele é lindo. Mas tinha algo de estranho

em sua voz, mas a esposa não percebeu.

Mas assim que saiu do hospital o médico lhe chamou e ele voltou até o escritório e

depois de mais de meia hora de conversa ele foi direto até a empresa e assim que a

secretária lhe trouxe a agenda ele disse. Desmarque tudo e não me passe nenhuma

ligação.

Enfiou-se no escritório e ela começou a ligar para desmarcar os compromissos. E ficou

pensando no pai dele que estava para desembarcar no aeroporto. Um motorista foi

enviado e trouxe o pai dele até o escritório.

ANDRÉ

Seu Pai que ainda não sabia que tinha ganhado um neto. Ele achava que a criança iria

nascer dali a alguns dias.

Assim que seu pai chegou na empresa a secretária o levou até o escritório do filho e sem

nem mesmo bater abriu a porta e fez sinal para ele entrar.

Arthur estava olhando pela vidraça as arvores que ficavam nos fundos da empresa. Alias

arvores que foram mandadas plantar pelo pai dele e assim no meio da cidade tinha se

uma impressão de estarem no meio do mato.

André pai de Arthur ficou olhando o rosto do filho que se virou e podia se perceber que

algo não estava bem. E seu primeiro pensamento foi sobre o neto ou neta.

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Assim que a secretária fechou a porta ele se levantou e abraçou o pai sem dizer nada.

Arthur, o que aconteceu? Pai eu acho que fiz algo muito errado e não tem mais jeito de

consertar. E fez sinal ao pai para sentar no sofá que ficava em um dos cantos do

escritório ao lado da porta do banheiro.

E por mais de uma hora eles ficaram ali sem serem incomodados. A única interrupção foi

da secretária que bateu na porta e abriu, trazendo uma bandeja com água e café.

Assim que ela saiu André falou ao filho. Não tem mais nada a fazer, e apesar de errado

você agiu certo. Mas assim que eles terminaram de conversar eles foram até o hospital.

André ficou encantado com o neto e fez a enfermeira o deixar carregar um pouquinho.

Beijou a criança e não queria devolver para a enfermeira. Pode deixar que eu fique

carregando, mas ela sorriu e disse ele tem que mamar.

Depois de visitar a nora eles retornaram para a empresa. Se o avô estava exultante com

o neto, o pai não parecia tão contente assim.

Filho, você não parece contente com seu filho. Pai eu ainda não me acostumei. Mas é

melhor se acostumar logo, como você acha que ficaria sua esposa de ver você assim.

O Senhor está certo respondeu Arthur, eu vou mudar. E dizendo isto começou a mostrar

ao pai os novos empreendimentos que eles estavam erguendo. E durante mais de duas

horas ele trocaram idéias e só pararam quando a secretária os lembrou que estava na

hora do almoço.

Filho vamos comemorar o nascimento de meu neto e saíram para almoçar no clube. E

para acompanhar o almoço eles abriram um vinho extremamente caro. E rapidamente

secaram a garrafa.

Como nenhum deles fumavam só para acompanhar os outro sócios do clube eles

acenderam um charuto. Claro que era um Monte cristo.

André pai de Arthur estava chegando da Espanha e não tinha ido para casa ainda, apesar

de ser a sua casa o lugar que ele menos ficava. Era viúvo e passava a maioria de suas

noites em hotéis.

Pai eu não entendo o senhor, tem casa e prefere hotéis. Filho eu gosto da comodidade

dos hotéis. Posso posar em um lugar diferente por noite. Mas na verdade ele gostava de

levar uma companhia que normalmente ficava em outro quarto.

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E só depois de acomodado é que se ouvia um leve bater na porta e ele abria e assim

podia se entregar ao doce sabor do amor.

Pai o Senhor é viúvo e pode levar para sua casa a mesma companhia que o Senhor leva

para os hotéis.

Filho eu não levo ninguém para dormir comigo e já mudou de assunto. Seu filho riu

baixinho e disse. Pai eu não estou me intrometendo em sua vida. Mas o Senhor não tem

que dar satisfação a ninguém.

E não estou dando. Mas hoje vou posar em sua casa. Quero estar lá para receber meu

neto. E assim eles ficaram até o começo da tarde. Assim que a secretária ligou eles

foram os dois até o hospital.

Arthur chegou com um imenso buque e entregou a esposa que estava sentada em uma

poltrona no quarto do hospital, já pronta para ir embora. Deu um beijo nela e perguntou

se estava pronta.

Estou e se levantou segurando o buque cheirando as flores e segurou na mão do esposo

e saíram do quarto. A enfermeira foi acompanhando eles até a recepção do hospital

com o neném no colo.

André sogro de Bárbara estava na recepção e ela sorriu para ele. Que a abraçou e deu

lhe um beijo na testa. Agradeceu pelo neto e entregou a ela uma caixinha embrulhada

em papel azul e com uma fita dourada.

Ela agradeceu e antes de abrir o presente ela se virou e quis pegar o neném. Mas André

disse você está com as mãos ocupadas. Deixe que eu leve meu neto. Ela riu e disse. O

presente foi só para deixar eu com as mãos ocupadas.

André sorriu e disse, eu tinha que achar uma desculpa para levar meu neto no colo. Ele

pegou a criança que estava com um lindo chalé azul. Mas nem parecia um homem

carregando uma criança.

Beijou a testa do neném e disse ao filho, vamos. Bárbara falou espere eu abrir meu

presente. E com cuidado desamarrou a fita e retirou o papel e assim que abriu a caixa.

Deu um suspiro ao ver o colar de esmeralda que acabara de ganhar.

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Meu Deus. Que coisa mais linda. Olhou para o sogro e agradeceu. Ele riu e disse eu sabia

que iria gostar. Mas eu é que tenho que agradecer. O neto que você me deu é ainda

mais lindo que este colar.

Ele sorriu e disse O senhor tem razão. E saiu segurando a caixinha com o colar, enquanto

seu marido levava o buque e seu sogro carregava encantado o neto.

No caminho para casa André não cansava de elogiar o neto, ergueu ele para encostá-lo

em seu ombro e o menino vomitou no ombro do avô e o leite azedo sujou a camisa, a

blusa e o encosto do banco.

Bárbara pegou uma fralda e limpou a camisa do sogro e a blusa e dizia sorrindo ao filho.

Que feio vomitar no avô. Mas o avô não estava nem ai e sorriu também.

Pai, O senhor deu para mamãe algum presente quando eu nasci. André olhou para o

filho e parece que um véu de tristeza encobriu seu semblante.

Filho quando você nasceu eu estava morando de favor com um tio seu que não fazia

questão nenhuma de esconder o incomodo que eu e sua mãe lhe estavam lhe causando.

Nos fomos embora com a roupa do corpo e uma pequena mala com algumas roupinhas

suas. Seu avô não queria ver sua mãe nem pintada de ouro. Nós só ficamos na casa de

seu tio dois dias porque sua mãe estava para dar a luz a você.

Você nasceu á tarde e no outro dia também á tarde eu aluguei um quarto em uma

pensão e passamos a noite lá. De manhã nos deixamos á pequena mala vazia no quarto

e saímos para ir até a farmácia.

Mas na verdade estávamos fugindo porque não tinha dinheiro para pagar o quarto. O

único dinheiro que tínhamos eu comprei duas passagem de trem uns pacotes de

biscoito e uma garrafa de cerveja Malzebier.

Sua mãe tomou a garrafa toda e ficou coitada meio bêbada. Ela não estava acostumada

a tomar cerveja e como diziam que a cerveja Malzebier fazia aumentar o leite ela tomou

toda a garrafa e devolvemos no bar o casco.

O trem saiu ás oito e meia da manhã e eu ficava olhando pela janela com medo do dono

da pensão descobrir e vir até a estação me cobrar.

20

Nós viajamos o dia inteiro e a tarde sua mãe estava moída de canseira. O banco era de

madeira e nós só tínhamos poucos minutos em cada estação que o trem parava para se

levantar. E esticar um pouco as pernas.

Mas você se comportou muito bem, só mamava e dormia. Eu falava para sua mãe que a

cerveja que ela tinha bebido tinha deixado você bêbado também.

Pai porque o Senhor nunca contou isto para mim. Bem filho você nunca perguntou. E

sua mãe não gostava de lembrar-se deste período de nossa vida.

Quando chegamos em Itu nós desembarcamos e como era de madrugada nos dormimos

no banco no lado a estação. Eu sentado encostava a cabeça na parede atrás do banco e

sua mãe deitada com a cabeça em minhas pernas e abraçada a você.

Na manhã do dia seguinte a fome me fez pedir na padaria ao lado da estação alguns

pedaços de pão velho. O dono da padaria me olhou e viu sua mãe com você no colo e

perguntou se ela era minha esposa.

Eu olhei para trás e confirmei. Ele me indicou uma mesa eu puxei uma cadeira, sua mãe

sentou e ficamos esperando para ver o que o dono iria fazer.

Ele trouxe dois copos grandes de café com leite e vários pães com manteiga, cortados no

meio e aquecido na chapa. Assim que ele se virou nós começamos a comer muito

depressa. Ele notou nossa fome assim que passou para o outro lado do balcão.

Ele então pegou um prato e colocou dois grandes pedaços de bolo e me fez sinal para vir

ao balcão buscar. Filho eu não sabia onde por a cara, eu vivendo da caridade alheia. Mas

coisa que eu nunca fui foi ser orgulhoso.

Eu peguei o prato e agradeci e desta vez nós comemos mais devagar. Assim que nós

terminamos de comer eu fui agradecer ele perguntou de onde estávamos vindos e eu

respondi do Paraná.

Ele perguntou quantos dias tem a criança e se assustou quando eu disse que tinha três

dias. Madona mia. Más é muito novinho para viajar. Ele me disse espere um pouco aqui.

E entrou na casa que ficava na parte de traz da padaria voltando com uma senhora

gorda de um sorriso permanente no rosto. Ela cumprimentou sua mãe e nos fez entrar

na casa.