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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE LETRAS SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO CORAÇÃO EUCARÍSTICO 1. PERFIL DO CURSO Muitas são as mudanças sociopolíticas experimentadas pela sociedade “mundializada” e pela sociedade brasileira em particular, tendo em vista, de um lado, a velocidade e o avanço da tecnologia da ciência e, de outro, a desigualdade com que tais conquistas passam a ser alcançadas pelos diversos segmentos sociais. Isso aponta para um acúmulo enorme de documentos e sugestões em relação às mudanças a serem implementadas nos cursos de formação universitária, as chamadas Diretrizes Curriculares. Mais que instrumentos norteadores dos currículos brasileiros, engessados pelos “currículos mínimos” do antigo Conselho Federal de Educação – CFE –, antes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN –, tais documentos são, na verdade, sintomas da necessidade de um outro tipo de formação universitária para fazer face às demandas sociais, não só em função da formação profissional como também em função do contexto em que se vai pôr em ato essa profissão. Assim sendo, uma primeira justificativa, ainda que remota, considerando-se, objetivamente, a realidade de um curso de Letras, já se desenha. Trata-se de pensar um Projeto que, para além de preparar profissionalmente um indivíduo para um mercado de trabalho, em constante mutação, possa zelar por uma formação generalista e de fundamentação humanista, considerando-se que tal formação sustentará sempre o que for passageiro e instável, diante do que recém-descoberto. A partir, pois, desse pressuposto básico – o generalista-humanista sustentando o específico e pragmático –, outro viés justifica o Projeto do Curso de Letras que ora se apresenta, ainda que de forma sinóptica. Deve-se destacar, ainda, que o projeto pedagógico do o Curso de Letras PUC Minas (campus Coração Eucarístico) se ampara na experiência de implantação do curso Letras na Unidade São Gabriel, a qual, alicerçada na implantação dos cursos de Letras de Betim e do Coração Eucarístico, procurou criar espaços e tempos que permitissem a professores e alunos tanto desenvolver atividades interdisciplinares quanto possibilitar, por meio de tais atividades, a flexibilidade de percurso almejada pelos sujeitos envolvidos no processo de formação proposto. Além disso, a organização curricular do curso de São Gabriel foi calcada na proposição de eixos interdisciplinares a cada período, concretizando-se em atividades desenvolvidas no âmbito das disciplinas e de atividades investigativas. Em relação à flexibilização curricular, a introdução dos “Seminários”, como “disciplinas” com ementa, fez que se concretizasse melhor, em tempo e espaço definidos no Projeto, a transdisciplinaridade, marca inequívoca da flexibilidade acadêmica. Os quatro módulos estruturadores dos referidos projetos pedagógicos tiveram aí sua gênese. Através deles já se pode perceber a estrutura básica sobre a qual se ergue o atual projeto pedagógico, estrutura ainda sustentadora desta nova proposta, que continua a privilegiar: 1. a questão dos efeitos de sentido, desdobrados em duas vertentes (leitura e produção de textos), em função de cortes epistemológicos para o detalhamento de conteúdos, atitudes e habilidades mais específicas;

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

CURSO DE LETRAS SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO

CORAÇÃO EUCARÍSTICO 1. PERFIL DO CURSO

Muitas são as mudanças sociopolíticas experimentadas pela sociedade “mundializada” e pela sociedade brasileira em particular, tendo em vista, de um lado, a velocidade e o avanço da tecnologia da ciência e, de outro, a desigualdade com que tais conquistas passam a ser alcançadas pelos diversos segmentos sociais. Isso aponta para um acúmulo enorme de documentos e sugestões em relação às mudanças a serem implementadas nos cursos de formação universitária, as chamadas Diretrizes Curriculares. Mais que instrumentos norteadores dos currículos brasileiros, engessados pelos “currículos mínimos” do antigo Conselho Federal de Educação – CFE –, antes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN –, tais documentos são, na verdade, sintomas da necessidade de um outro tipo de formação universitária para fazer face às demandas sociais, não só em função da formação profissional como também em função do contexto em que se vai pôr em ato essa profissão. Assim sendo, uma primeira justificativa, ainda que remota, considerando-se, objetivamente, a realidade de um curso de Letras, já se desenha. Trata-se de pensar um Projeto que, para além de preparar profissionalmente um indivíduo para um mercado de trabalho, em constante mutação, possa zelar por uma formação generalista e de fundamentação humanista, considerando-se que tal formação sustentará sempre o que for passageiro e instável, diante do que recém-descoberto. A partir, pois, desse pressuposto básico – o generalista-humanista sustentando o específico e pragmático –, outro viés justifica o Projeto do Curso de Letras que ora se apresenta, ainda que de forma sinóptica. Deve-se destacar, ainda, que o projeto pedagógico do o Curso de Letras PUC Minas (campus Coração Eucarístico) se ampara na experiência de implantação do curso Letras na Unidade São Gabriel, a qual, alicerçada na implantação dos cursos de Letras de Betim e do Coração Eucarístico, procurou criar espaços e tempos que permitissem a professores e alunos tanto desenvolver atividades interdisciplinares quanto possibilitar, por meio de tais atividades, a flexibilidade de percurso almejada pelos sujeitos envolvidos no processo de formação proposto. Além disso, a organização curricular do curso de São Gabriel foi calcada na proposição de eixos interdisciplinares a cada período, concretizando-se em atividades desenvolvidas no âmbito das disciplinas e de atividades investigativas. Em relação à flexibilização curricular, a introdução dos “Seminários”, como “disciplinas” com ementa, fez que se concretizasse melhor, em tempo e espaço definidos no Projeto, a transdisciplinaridade, marca inequívoca da flexibilidade acadêmica.

Os quatro módulos estruturadores dos referidos projetos pedagógicos tiveram aí sua gênese. Através deles já se pode perceber a estrutura básica sobre a qual se ergue o atual projeto pedagógico, estrutura ainda sustentadora desta nova proposta, que continua a privilegiar:

1. a questão dos efeitos de sentido, desdobrados em duas vertentes (leitura e produção de textos), em função de cortes epistemológicos para o detalhamento de conteúdos, atitudes e habilidades mais específicas;

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2. a questão das metalinguagens, tendo em vista o (re)conhecimento do conhecimento a que se propõe, sobretudo, o sujeito-professor diante das informações que lhe são necessárias e da formação que lhe é exigida;

3. a questão do aprender e ensinar, considerando a instrumentalização de práticas pedagógicas, visando, principalmente, ao desenvolvimento de habilidades e atitudes frente ao ensino-aprendizagem. Esse traçado, ainda que bastante elementar das áreas de competência do projeto

pedagógico, já é suficiente para se dar a perceber uma preocupação inicial com a questão da produção de efeitos de sentido, considerando-se dois motivos principais.

Se a atenção inaugural do Curso reside aí é que se tem um perfil do alunado bastante carente em termos de sua formação pregressa como leitor e produtor de texto. Seria de se estranhar essa afirmativa, em se tratando de alunos que optaram por um curso de licenciatura em língua e literatura e que, portanto, se profissionalizariam lecionando para o ensino fundamental e médio. No entanto, a teoria na prática é outra: a realidade de um curso de Letras, como a dos demais cursos de licenciatura, tendo em vista a desvalorização social do magistério, acaba produzindo uma demanda muito baixa diante da oferta de vagas nos concursos vestibulares, não se procedendo nem a uma seleção em vista de aptidões necessárias ao prosseguimento dos estudos nem sequer a um nivelamento, considerando-se, minimamente, as condições de se constituírem turmas de formação de professores. Isso é mais gritante, é óbvio, nas instituições particulares, cuja sobrevivência está diretamente relacionada à receita, constituída, basicamente, da mensalidade do alunado.

Essa é, pois, a primeira justificativa para a ênfase inicial à questão da produção e recepção de textos. A segunda transforma o que seria, então, essa ênfase inaugural, em marca contínua de todo o Curso, tendo em vista o encaminhamento do ensino do português nos níveis fundamental e médio, ou seja, a sublinhada importância à questão da leitura e da produção de textos.

Há sobejas razões para isso; mas vale a pena lembrar que reflexão e crítica encontram, no trabalho com o sentido, campo propício a seu desenvolvimento, contribuindo para a formação do sujeito-cidadão; que atividades de leitura bem dirigidas instrumentalizam o sujeito na aquisição de outros conhecimentos e habilidades de outros campos do saber, propiciando, inclusive, um desejável trânsito entre conteúdos.

Lembramos que críticas às instituições educacionais e aos processos de construção de conhecimentos são antigas e feitas por diferentes instâncias sociais. No caso do Curso de Letras, as primeiras tentativas de minimizar os efeitos da fragmentação concretizaram-se, como se disse na realização de projetos interdisciplinares em cada um dos períodos do Curso. Essa iniciativa buscou possibilitar tanto a percepção pelo aluno da necessária vinculação entre campos de conhecimento e atuação quanto à execução pelos professores de programas de ensino que pudessem permitir o trabalho conjunto e, portanto, viabilizar ricos intercâmbios, condição extremamente favorável para o processo de formação continuada que toda ação profissional demanda.

Das freqüentes reflexões sobre as experiências vividas pelo Curso nos últimos anos, sobretudo através das práticas de avaliação colegiada pelos professores de cada período, advém a constatação de que, a despeito das alterações propostas até o momento nas diferentes unidades, alguns desafios precisam ainda ser enfrentados, a fim de que se criem condições mais favoráveis para a execução das ações inicialmente projetadas.

São eles, principalmente, a necessidade de: (i) ampliação de espaços e tempos curriculares para que os alunos se dediquem a

atividades como a pesquisa de campo ou bibliográfica, encontros de orientação com os professores, grupos de estudo, etc.;

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(ii) previsão de horas para o corpo docente se dedicar a ações de preparação, orientação e avaliação coletiva de atividades que transcendam o domínio da disciplina, quando concebida de forma tradicional;

(iii) redimensionamento dos momentos de “arejamento” do currículo, espaços de renovação e transformação dos conhecimentos construídos ao longo de cada etapa de formação.

O esforço de superação desse e de outros problemas redunda em uma proposta curricular

que abriga diferentes atividades acadêmico-científicas e culturais. Aliás, conforme se prevê nas Normas Acadêmicas da Universidade, um currículo pode ser organizado em torno de diferentes atividades acadêmico-científicas, para além das tradicionais disciplinas, que, embora obviamente tenham sua importância aqui respeitada, podem ser acrescidas de espaços e tempos que permitam a dinamicidade das ações de formação realizadas por professores e alunos bem como ofereçam flexibilidade para que os formandos escolham as especificidades de seus percursos de formação.

Os professores do Curso de Letras, empenhados na reforma curricular que resultou neste projeto, realizaram análise de questionários aplicados aos candidatos que, nos últimos anos, prestaram vestibular para esse curso e verificaram que nem todos buscam formação profissional para o magistério da Educação Básica. Uma parcela bem representativa tem em mente outros alvos: ampliação de horizontes culturais; ascensão funcional; melhoria do desempenho lingüístico, em funções, às vezes, administrativas, como as de secretário, revisor, arquivista, recepcionista, etc.

Dada essa realidade, prevê-se, na proposta pedagógica do Curso, a formação de licenciado e de bacharel, priorizando-se, sempre, a formação de profissional consciente de sua responsabilidade, relativamente à sociedade e à interação com o outro.

Para a organização da oferta desses dois percursos, opera-se com o princípio de que a distinção entre licenciado e bacharel não está calcada, necessariamente, na relevância dos conhecimentos relativos à formação de cada habilitação, mas, sobretudo, nas competências relativas à atuação profissional. Assim, foi possível projetar uma formação com pontos de integração real entre bacharelado e licenciatura.

O formando, na modalidade de bacharelado, poderá atuar como: gestor de produção textual em ambientes públicos e privados; tradutor; revisor; editor; secretário executivo; assessor cultural; resenhista de obras de ficção ou comentarista de assuntos lingüísticos e/ou literários. Na modalidade de licenciatura, o formando estará habilitado a exercer, fundamentalmente, a função de professor de Língua Portuguesa e suas literaturas e/ou Língua Inglesa para o Ensino Básico. 2. PERFIL DO EGRESSO

A definição das competências relativas a cada uma dessas modalidades ofertadas – bacharelado e licenciatura em Português e em Português/Inglês – alicerça-se na concepção de que o desenvolvimento de competências não se efetiva apenas pelo domínio de conhecimentos de natureza teórica nem estritamente por aqueles de natureza empírica, mas, sobretudo, é resultado de ações fomentadas nas e pelas interações pedagógicas, nos e pelos trabalhos de pesquisa e investigação, que devem ser fundamentalmente organizados na articulação reflexiva e sistemática da teoria e da prática.

Sob essa perspectiva, assumimos que o formando em Letras, em qualquer das modalidades cursadas, deve possuir capacidade de:

• refletir crítica e continuamente sobre suas ações, seja no espaço da academia, seja no mundo do trabalho, pautado em princípios da ação ética, política e cidadã; • se comprometer com o uso de suas capacidades intelectuais para o progresso e a justiça social;

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• conduzir, de forma autônoma e contínua, o seu processo de formação, para além da formação inicial; • ler e compreender os mais diversos textos, de diferentes práticas discursivas; • ler e produzir textos acadêmicos de caráter acadêmico-científico que circulam na sociedade nos diversos ambientes multimidiáticos, principalmente, no domínio acadêmico; • dominar repertório de termos especializados através dos quais se pode abordar e discutir os fundamentos de sua formação e ação profissional; • elaborar e implementar miniprojetos de investigação científica na área de sua formação e ação profissional; • compreender e analisar o fenômeno da obra literária em função de suas múltiplas determinações; • dominar a língua portuguesa, em termos de sua estrutura e funcionamento em diferentes práticas discursivas; • desempenhar papel multiplicador, fomentando o desenvolvimento de habilidades lingüísticas, culturais e estéticas; • aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola (durante processo formativo), no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida; • usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais; • compreender a linguagem, sob suas diversas manifestações, como saber cultural e estético produtor de significação/sentido e integrador da organização do mundo e da própria identidade; • analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção; • usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação; • usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade; • entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação, na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento dos conhecimentos científicos, das linguagens que lhes dão suporte, das demais tecnologias, possibilitando-lhe conhecimento dos processos de produção e possibilidade de intervenção na resolução de problemas relativos a sua área de atuação; • reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação, de amplo uso social, seja na vida pessoal, seja na profissional; • usar e relacionar informações sobre os sistemas de comunicação e informação, a fim de posicionar-se criticamente sobre os usos sociais que se fazem destes; • reconhecer as manifestações artísticas e corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social, formas de expressão cultural e social; • relacionar/articular informações veiculadas no cotidiano aos conhecimentos relativos a manifestações culturais individuais e/ou coletivas, percebendo elementos estéticos, históricos e sociais; • reconhecer valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional; • analisar a função e os efeitos que os textos promovem, em situações específicas de interlocução;

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• reconhecer a importância do patrimônio lingüístico para a preservação da memória e da identidade nacional; • reconhecer que uma intervenção social consistente exige uma análise crítica das diferentes posições expressas pelos diversos agentes sociais sobre um mesmo fato; • reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias de comunicação e informação; • associar as tecnologias de comunicação e de informação aos conhecimentos científicos, aos processos de produção e aos problemas sociais; • conhecer criticamente o poder das tecnologias de comunicação como formas de aproximação entre pessoas/povos, organização e diferenciação social.

Perfil do Licenciado

Além desses saberes, prevê-se especificamente para a formação do licenciado em Letras: • domínio de métodos e técnicas pedagógicas que permitam a transposição de conhecimento sobre língua, literatura e outras manifestações de linguagem para os diferentes níveis de ensino e os mais diversos contextos de aprendizagem; • capacidade para produzir e avaliar textos didáticos e verificar sua pertinência, tanto para o trabalho com o objeto de ensino específico de sua disciplina quanto para o trabalho a ser realizado de forma interdisciplinar; • domínio de conhecimentos para desenvolvimento de pesquisa pedagógica em sala de aula; • capacidade para trabalhar na elaboração, implementação e realização de atividades e projetos interdisciplinares; • capacidade para identificar problemas de relacionamento na interação entre professor e aluno, na interação entre alunos, nos procedimentos de ensino e no processo de aprendizagem, propondo soluções; • capacidade de analisar e avaliar propostas oficiais de políticas educacionais relativas ao ensino e aprendizagem da língua materna, ou de línguas estrangeiras.

Perfil do Bacharel

Prevê-se que o bacharel em Letras deve possuir: • capacidade de lidar, de forma crítica e criativa, com as múltiplas linguagens e processos

semióticos engendrados pelas esferas de atividades sociais de nossa cultura; • capacidade de refletir, crítica e sistematicamente, sobre as práticas discursivas vigentes

em nossa cultura, atentando-se para o fato de que as suas formas de emergência e atuação refletem os modos como a sociedade constrói as suas atividades de interlocução, de interação, e socialização;

• capacidade de desempenhar diferentes funções na sociedade, entre elas atividades ligadas à pesquisa, à editoração, à produção de textos, ao trabalho de resenhista literário, de revisor de textos, de roteirista, de secretário executivo, de assessor cultural e demais profissões que exigem conhecimento de línguas e habilidade de produção e análise de textos;

• capacidade de atuar como gestor de trabalho de produção e leitura de textos engendrado nas esferas de atividades comunicativas da empresa, exercendo, nesse contexto, funções gerenciais que demandam capacidade de planejar, organizar, implantar e gerir programas relativos ao uso (produção, circulação e recepção) da informação.

3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UM PERFIL DE FORMAÇÃO

Diante da vivência de experiências pedagógicas marcadas pela interdisciplinaridade; da necessidade crescente de abordagens transdisciplinares do conhecimento; da ampliação da

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convocatória de cidadãos de diferentes vivências socioculturais como protagonistas no meio universitário e da urgência de reflexão ética sobre os modos e destinos do conhecimento, o Curso de Letras PUC Minas (campus Coração Eucarístico) organiza sua prática pedagógica em duas diferentes e convergentes dimensões: uma Dimensão Conceitual e uma Dimensão Operacional da construção do conhecimento.

Na dimensão Conceitual do Currículo proposto identificam-se: • Áreas de Competência • Ciclos de Formação Na dimensão Operacional, são descritas as Atividades Curriculares, constituídas de: • Núcleos de Interseção • Disciplinas • Práticas • Processos Avaliativos

3.1 Dimensão conceitual 3.1.1 Áreas de Competência

Como antes assinalado, o Curso de Letras organiza sua prática pedagógica em quatro áreas de competência. Essa forma de organização constitui-se uma proposta prática à necessidade de implementação de um estreito diálogo entre os diversos saberes no campo do conhecimento e, ainda, à necessidade de diálogo entre o conhecimento científico e a sociedade.

Áreas de competência proposta para no novo projeto do Curso de Letras são: • Produção e Recepção de Textos • Leitura do Texto Literário • Metalinguagens: teorias lingüísticas e literárias • Ensino de Língua e de Literatura

3.1.2 Ciclos de Formação

São propostos três ciclos de formação: • Ciclo de Formação Crítica: constituído das atividades curriculares previstas para os 1º, 2º e 3º períodos, enfatiza o processo de inserção do formando nas práticas acadêmicas de leitura e produção de textos, assim como a reflexão sobre os saberes construídos historicamente e sua área de atuação. • Ciclo de Formação Acadêmica: operacionalizado pelas atividades curriculares dos 4º e 5º períodos, é voltado à formação crítico-profissional e particularmente à assunção, pelo formando, de uma postura reflexiva, que lhe permita agir, de forma autônoma, na identificação, investigação e proposição de respostas a questões com os quais passa a se defrontar na condição de futuro profissional da língua(gem), dos textos e do discurso na educação, como é o caso das licenciaturas, ou em outras instâncias sociais, no caso do bacharelado. • Ciclo de Formação Profissional: compõe-se das atividades definidas para os 5º e 6º períodos, no caso do bacharelado, e dos 5º, 6º, 7º e 8º períodos, dando prioridade à consolidação da formação profissional docente, no caso das licenciaturas, e ao especialista na elaboração, revisão e editoração de textos técnicos e oficiais, no caso do bacharel.

3.1.3 Atividades curriculares: Núcleos de Interseção, Disciplinas, Seminários e Práticas

Além de ter sua prática pedagógica alicerçada em quatro áreas de competência organicamente integradas em três diferentes Ciclos de Formação, o Curso de Letras busca

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garantir a vivência da transdisciplinaridade através da implementação do Núcleo(s) de Interseção em torno do qual todas as disciplinas e práticas do período devem, efetivamente, trabalhar. Sob essa lógica, o Núcleo de Interseção é o domínio de estudo horizontal, isto é, vivido no âmbito de cada período, a partir do qual se desenvolvem as atividades curriculares. Noutros termos, o Núcleo de Interseção atua como princípio organizador dos objetos a serem elencados em cada período, consideradas as diferentes atividades que neles se realizam.

Dessa forma, a formação que se pretende será operacionalizada através de um currículo que abrigará Núcleos de Interseção, Disciplinas e Seminários.

O Núcleo de Interseção, presente em cada um dos períodos do Curso, visa a promover pontos de interseção entre domínios científicos e entre abordagens dos objetos de estudo, através da aglutinação de um conjunto de atividades de diferentes naturezas.

Uma das características do Núcleo é a carga horária ampliada, dividida, de modo geral, entre as seguintes atividades:

• aula, envolvendo um ou mais professores, muitas vezes, simultaneamente, em sala, para abordagem dos pilares teórico-conceituais e metodológicos que orientam os campos de interseção propostos pelo Núcleo;

• acompanhamento das atividades de investigação definidas no âmbito da disciplina, envolvendo o(s) professor(es) responsável(is) pelo Núcleo e outros professores do período em que o Núcleo está inserido;

• dedicação dos alunos às atividades de investigação (pequenas pesquisas de campo ou bibliográficas);

• participação em minicursos, palestras, oficinas, debates, mesas-redondas, ou, ainda, práticas educativas (aulas-laboratório sobre o(s) conteúdo(s) a serem ministradas em instituições de ensino fundamental ou médio ou no próprio Curso de Letras, para períodos anteriores ao do discente, etc.). Frise-se que, nesse caso, as atividades previstas não recobrem aquelas desenvolvidas no âmbito das atividades de Seminário, previstas em cada período.

O resultado do investimento dos alunos nessas atividades será avaliado pelos professores

de cada Núcleo de Interseção, tendo em vista os objetivos estabelecidos para a sua execução. A distribuição de horas bem como as atividades a serem cumpridas pelo aluno serão definidas pelo conjunto de professores do período, em consonância com os objetivos propostos para a etapa de formação em andamento.

Do 1º ao 3º período – 1o ciclo de formação, o Núcleo de Interseção terá a maior parte de suas atividades desenvolvidas para o conjunto dos alunos da turma, sem distinção para a habilitação. Isso significa que não haverá divisão de grupos para as aulas ministradas pelos professores responsáveis pelo Núcleo. Já as atividades investigativas a serem desenvolvidas no âmbito dos Núcleos desses três períodos irão contemplar as especificidades de cada habilitação. Isso demandará que as horas de orientação de tais práticas sejam distribuídas entre professores das habilitações.

A partir do 4º período e até o 7º – 2o e 3o ciclos de formação, conforme a modalidade em curso (bacharelado ou licenciatura) – são previstos Núcleos de Interseção organizados de forma híbrida, ou seja, com alguns momentos envolvendo, conjuntamente, os alunos das diferentes habilitações e com outros momentos em que o grupo será dividido em função da habilitação.

Cabe destacar que tal divisão não se restringirá às horas destinadas ao acompanhamento das práticas investigativas, mas abarcará, também, parte da carga horária das aulas voltadas à formação teórico-conceitual e metodológica do Núcleo. Os Núcleos de Interseção Pedagógica, previstos para a licenciatura, envolverão professores de Didática, de Políticas Educacionais e de Supervisão de Estágio. Pretende-se, assim, contar com um Núcleo de Interseção absolutamente voltado para o pensar e o fazer pedagógicos. Parte das horas do núcleo será dedicada a estudos, reflexões e debates sobre as políticas educacionais – envolvendo tanto a Didática de Disciplinas

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quanto as Políticas de Educação e os documentos que parametrizam o ensino. Também a atividade de supervisão de estágio será abrigada pelo Núcleo, com divisão de grupos.

Ressalte-se, também, que os Núcleos de Interseção Pedagógica encontram-se em etapa que pretende criar condições para que os alunos efetivamente se integrem, de forma sistemática e reflexiva, às práticas escolares. Por essa razão, pretende-se, com esses Núcleos, promover a integração entre ação de estágio, sua supervisão, as disciplinas específicas do Curso e aquelas que se dedicam a pensar as práticas didáticas e as políticas educacionais.

No 8º período, prevêem-se Núcleos inteiramente voltados à licenciatura em Português/Inglês.

As disciplinas são atividades curriculares que se centram na construção de habilidades específicas – por exemplo, de leitura e/ou produção de textos – ou em saberes que sustentam a formação humanista e profissional do aluno – por exemplo, os saberes da filosofia e da cultura religiosa ou, então, da psicologia do desenvolvimento.

Os Seminários são, por sua vez, atividades curriculares pelas quais os professores e alunos do Curso:

(i) atendem a demandas específicas emergentes do processo de formação, tais demandas, deve-se ressaltar, podem estar ligadas a questões relativas à produção do conhecimento científico, literário ou escolar, ou, então, diretamente ligadas a questões mais específicas da atuação profissional dos alunos;

(ii) estabelecem contatos com profissionais de outras áreas ou de outras instituições, em eventos de natureza acadêmica e científica – agrupados em uma semana ou planejados de forma mais esparsa ao longo do semestre;

Por essas razões, os Seminários são tanto uma forma de flexibilização curricular, por possibilitar interfaces entre as disciplinas específicas dos estudos da linguagem e de outros domínios acadêmico-científicos – antropologia, sociologia, educação, história, etc. – quanto um procedimento que permite atender demandas específicas do período ou da etapa de formação dos alunos. Podem-se prever, por exemplo, Seminários centrados em temáticas que venham a emergir no processo de formação, incidindo, de forma mais pontual, em reflexão sobre educação inclusiva, novas tecnologias em sala de aula, análise do discurso de práticas profissionais, dentre inúmeras outras.

Buscando-se articular, de fato, o ensino à pesquisa e à extensão, neste projeto, prevê-se a realização, em todos os períodos, de práticas, tomadas, ora na sua dimensão investigativa, ora em sua relação com a extensão, ora em sua dimensão propriamente.

As práticas investigativas a serem desenvolvidas ao longo de cada período do Curso bem como o percurso das disciplinas e outras atividades nele previstas serão definidas a partir dos eixos temáticos, assim organizados: 1o período – Linguagem e sujeito 2o período – Linguagem e sociedade 3o período – Linguagem e metalinguagens 4o período – Linguagem e variabilidade 5o período – Linguagem e normas 6o período – Linguagem e sentido 7o período – Linguagem e discurso 8o período – Identidades – Alteridade e cultura

Descrição das atividades curriculares

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Letras – Coração Eucarístico Matriz Curricular do Bacharelado

P DISCIPLINAS CH Total

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM I 120 INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS I 90 PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS I 60 FILOSOFIA I 60 SEMINÁRIO I 60

OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS I 90

SUBTOTAL 480 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM II 120 INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS II 60 PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS II 60 SEMINÁRIO II 60 OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS II 90

CULTURA RELIGIOSA I 60

SUBTOTAL 450 ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS 120 FILOSOFIA II 60 PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS III 90 SEMINÁRIO III 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS: COGNIÇÃO, CULTURA E LETRAMENTO 60

SUBTOTAL 390 ESTUDOS LINGÜÍSTICOS IV: FONÉTICA, FONOLOGIA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

120

ESTUDOS LITERÁRIOS I: TEXTOS FUNDADORES DA LITERATURA OCIDENTAL 120 SEMINÁRIO IV 60 LITERATURA E SOCIEDADE 30 CULTURA RELIGIOSA II 30

REVISÃO E EDITORAÇÃO DE TEXTOS EM AMBIENTES DE TECNOLOGIA DIGITAL

90

SUBTOTAL 450

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS V: MORFOSSINTAXE E PROCESSAMENTO DO TEXTO 120

ESTUDOS LITERÁRIOS II: TEXTOS FUNDADORES DAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

90

SEMINÁRIO V 60

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ÂMBITO EMPRESARIAL E MIDIÁTICO 90 SUBTOTAL 360

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VI: MORFOLOGIA, LÉXICO E SEMÂNTICA 120 ESTUDOS LITERÁRIOS III: LITERATURA BRASILEIRA A 90 SEMINÁRIO VI 60

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: O CAMPO DO BACHARELADO 60

ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO (*) 60

SUBTOTAL 390

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(*) Horas a serem computadas conforme definido no projeto pedagógico. Não representam disciplina da grade.

2.520

Letras – Coração Eucarístico Matriz Curricular da Licenciatura em Português

P DISCIPLINAS CH Total

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM I 120

INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS I 90

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS I 60

FILOSOFIA I 60

SEMINÁRIO I 60

OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS I 90

SUBTOTAL 480

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM II 120

INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS II 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS II 60

SEMINÁRIO II 60

OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS II 90

CULTURA RELIGIOSA I 60

INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS BÁSICOS DA LIBRAS 60

SUBTOTAL 510

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS 120

FILOSOFIA II 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS III 90

SEMINÁRIO III 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS: COGNIÇÃO, CULTURA E LETRAMENTO 60

SUBTOTAL 390

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS IV: FONÉTICA, FONOLOGIA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

120

ESTUDOS LITERÁRIOS I: TEXTOS FUNDADORES DA LITERATURA OCIDENTAL 120

SEMINÁRIO IV 60

LITERATURA E SOCIEDADE 30

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CULTURA RELIGIOSA II 30

SUBTOTAL 360

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS V: MORFOSSINTAXE E PROCESSAMENTO DO TEXTO 120

ESTUDOS LITERÁRIOS II: TEXTOS FUNDADORES DAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

90

SEMINÁRIO V 60

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO 60

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA I: ESTÁGIO SUPERVISIONADO E TÓPICOS SOBRE A EDUCAÇÃO

150

SUBTOTAL 480

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VI: MORFOLOGIA, LÉXICO E SEMÂNTICA 120

ESTUDOS LITERÁRIOS III: LITERATURA BRASILEIRA A 90

SEMINÁRIO VI 60

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA II: ESTÁGIO SUPERVISIONADO E TÓPICOS SOBRE A EDUCAÇÃO

150

SUBTOTAL 420

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VII: PRAGMÁTICA E ANÁLISE DO DISCURSO 90

ESTUDOS LITERÁRIOS IV: LITERATURA BRASILEIRA B 90

MÓDULO HISTÓRICO: GRAMÁTICA HISTÓRICA E SEUS FUNDAMENTOS LATINOS E FILOLOGIA ROMÂNICA

120

SEMINÁRIO VII 30

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA III: ESTÁGIO SUPERVISIONADO 160

ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO (*) 90

SUBTOTAL 580

(*) Horas a serem computadas conforme definido no projeto pedagógico. Não representam disciplina da grade.

3.220

Letras – Coração Eucarístico Matriz Curricular da Licenciatura em Português/Ingl ês

P DISCIPLINAS CH Total

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM I 120

INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS I 90

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS I 60

FILOSOFIA I 60

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SEMINÁRIO I 60

OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS I 90

SUBTOTAL 480

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM II 120

INTRODUÇÃO À LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS II 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS II 60

SEMINÁRIO II 60

OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS II 90

CULTURA RELIGIOSA I 60

INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS BÁSICOS DA LIBRAS 60

SUBTOTAL 510

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS 120

FILOSOFIA II 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS EM INGLÊS III – Ênfase em Língua Estrangeira 120

SEMINÁRIO III 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS: COGNIÇÃO, CULTURA E LETRAMENTO 60

PRÁTICAS DISCURSIVAS: COGNIÇÃO, CULTURA E LETRAMENTO – Ênfase em Língua Estrangeira.

30

SUBTOTAL 450

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS IV: FONÉTICA, FONOLOGIA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

120

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS IV: FONÉTICA, FONOLOGIA E AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM– Ênfase em Língua Estrangeira

30

ESTUDOS LITERÁRIOS I: TEXTOS FUNDADORES DA LITERATURA OCIDENTAL 120

ESTUDOS LITERÁRIOS I: TEXTOS FUNDADORES DA LITERATURA OCIDENTAL – Ênfase em Língua Estrangeira

30

SEMINÁRIO IV 60

LITERATURA E SOCIEDADE 30

CULTURA RELIGIOSA II 30

SUBTOTAL 420

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS V: MORFOSSINTAXE E PROCESSAMENTO DO TEXTO 120

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS V: MORFOSSINTAXE E PROCESSAMENTO DO TEXTO – Ênfase em Língua Estrangeira

30

5º ESTUDOS LITERÁRIOS II: TEXTOS FUNDADORES DAS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

90

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SEMINÁRIO V 60

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO 60

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA I: ESTÁGIO SUPERVISIONADO E TÓPICOS SOBRE A EDUCAÇÃO

150

SUBTOTAL 510

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VI: MORFOLOGIA, LÉXICO E SEMÂNTICA 120

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VI: MORFOLOGIA, LÉXICO E SEMÂNTICA – Ênfase em Língua Estrangeira

30

ESTUDOS LITERÁRIOS III: LITERATURA BRASILEIRA A 90

ESTUDOS LITERÁRIOS III: LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA A 30

SEMINÁRIO VI 60

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA II: ESTÁGIO SUPERVISIONADO E TÓPICOS SOBRE A EDUCAÇÃO

150

SUBTOTAL 480

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VII: PRAGMÁTICA E ANÁLISE DO DISCURSO 90

ESTUDOS LITERÁRIOS IV: LITERATURA BRASILEIRA B 90

ESTUDOS LITERÁRIOS IV: LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA B 30

MÓDULO HISTÓRICO: GRAMÁTICA HISTÓRICA E SEUS FUNDAMENTOS LATINOS E FILOLOGIA ROMÂNICA

120

SEMINÁRIO VII 30

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA III: ESTÁGIO SUPERVISIONADO 160

SUBTOTAL 520

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS VIII: PRÁTICAS ORAIS E ESCRITAS EM LÍNGUA INGLESA 120

ESTUDOS LITERÁRIOS V: LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA C 90

NÚCLEO DE INTERSEÇÃO PEDAGÓGICA IV: ESTÁGIO SUPERVISIONADO 210

SEMINÁRIO VIII 30

ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO (*) 120

SUBTOTAL 570

(*) Horas a serem computadas conforme definido no projeto pedagógico. Não representam disciplina da grade.

3.940

4. FORMA DE ACESSO AO CURSO (TEXTO DA PROGRAD) 5. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

Um dos princípios essenciais assumidos no projeto pedagógico do Curso de Letras é o de que o processo de formação que se estabelece na universidade deve propiciar a construção, pelo graduando, de uma postura profissional responsável em relação às instituições nas quais passará

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a atuar, a fim de que ele venha a contribuir, efetivamente, para que tais instituições interajam de forma dinâmica no contexto social mais amplo. Assim, é de particular relevância que o graduando possa vivenciar, ao longo de sua formação, experiências de avaliação que iluminem não apenas as atividades cotidianas em sala de aula como também as que se realizam em outros espaços nos quais se desenvolve sua formação. Nessa medida, a avaliação deve ser vivenciada, em sua formação, por meio de procedimentos de curto, médio e longo alcance.

Essa postura implica, obviamente, que a avaliação contemple tanto a dimensão do ensino como a da aprendizagem, possibilitando, aos sujeitos envolvidos no processo – professor e aluno –, a reflexão sistemática acerca das atividades realizadas, que os conduza a rever e transformar, caso necessário, suas ações. O que se defende aqui, portanto, é que as ações de avaliação do Curso são etapa essencial do processo de formação e devem, portanto, envolver instâncias que possibilitem a professores formadores e a professores em formação refletir sobre o processo de ensino/aprendizagem em suas diferentes dimensões.

Em decorrência da perspectiva defendida, propõe-se que a avaliação seja organizada por instâncias, procedimentos e instrumentos pelos quais se obtenham informações que contribuam para a reflexão sobre a prática educativa levada a efeito no Curso, a fim de que se possa, continuamente, rever tais práticas, (re)estabelecer metas e empreender ações que garantam que se alcancem os objetivos de formação do Curso de Letras.

Em síntese, o projeto pedagógico do Curso assume uma concepção de avaliação que a concebe como atividade política, formativa, pedagógica e integradora de diferentes instâncias, pela qual se podem compreender os efeitos das práticas cotidianas de ensino/aprendizagem e, a partir disso, transformá-la, em prol de aperfeiçoamento. Nessa medida, as instâncias e práticas avaliativas propostas neste projeto estão longe daquelas que se pautam em ações puramente técnicas e quantitativas. Descrição das instâncias avaliadoras do Curso

Entende-se que são instâncias avaliadoras aquelas nas quais são avaliadas as ações pedagógicas planejadas e executadas no Curso. Tais instâncias devem, em consonância com os princípios adotados nas demais dimensões do projeto de formação que aqui se propõe, organizar-se envolvendo situações nas quais dialoguem diferentes atores: professores e alunos, professores e professores, professores e colegiado, alunos e colegiado. Tal dinâmica é descrita a seguir:

I) A avaliação diagnóstica Nos últimos anos, a Comissão Permanente do Vestibular tem enviado aos cursos os

resultados obtidos, nas provas, pelos alunos aprovados no Concurso e efetivamente matriculados no 1o período; também o questionário social aplicado aos candidatos no momento de sua inscrição tem sido fornecido pelo setor de Vestibular. Através da análise dos resultados das provas e das respostas ao questionário, os Colegiados das três unidades podem realizar um primeiro estudo relativamente ao perfil dos alunos que ingressam em seus cursos.

Simultaneamente, nas disciplinas dos primeiros períodos, tomando por base os diagnósticos levados a efeito em suas disciplinas e/ou textos e exercícios produzidos pelos alunos, os professores, sejam os dos primeiros períodos, sejam os dos períodos terminais, têm fornecido às Coordenações informações relativas às dificuldades – de escrita, de leitura, de conteúdos específicos – enfrentadas pelos alunos ao longo de sua formação. Tais informações têm direcionado a oferta de atividades complementares às aulas (oficinas de leitura e escrita, de literatura, de gramática, etc.).

II) Reuniões periódicas de acompanhamento da formação

Ao final do semestre letivo, com objetivo de refletir sobre o processo de aprendizagem do aluno – construção de saberes, habilidades; relações interpessoais, engajamento nas atividades

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acadêmicas –, bem como projetar ações para redimensionar práticas e/ou projetos cujos resultados não foram os esperados, os professores se reúnem, na forma de um conselho de classe.

A adoção desse procedimento recobre, basicamente, duas instâncias de avaliação: uma refere-se à instância da disciplina escolar; outra, à do trabalho coletivo (interdisciplinar), elaborado pelos professores que lecionam no período em questão.

Em outros termos, o conselho de classe, à luz de um conjunto de critérios previamente estabelecidos pelos professores, abarca como objeto de avaliação duas instâncias avaliadoras, uma que se volta para refletir sobre o desempenho do aluno relativamente aos saberes e habilidades construídos por ele no interior da disciplina escolar, conforme a sua especificidade; outra se volta para refletir sobre o desempenho do aluno de forma mais ampla e global, projetada, no âmbito do período escolar, pelo trabalho interdisciplinar e, por fim, pelo ciclo de formação.

III) Avaliação de projetos e práticas pedagógicas Uma das instâncias de planejamento das ações pedagógicas é constituída por professores

e coordenadores de projetos de ensino, pesquisa e extensão. Nessa instância, são objeto de avaliação os projetos acadêmico-científico-culturais e as práticas pedagógicas planejadas por tais segmentos. Em termos operacionais, as ações de planejamento e de avaliação são elaboradas em reuniões pedagógicas, planejadas em função das demandas específicas de cada projeto. O acompanhamento do trabalho deve se dar ao longo do processo, por meio de uma interlocução sistemática entre professores e seus pares e entre o colegiado e professores, para que o acompanhamento e a intervenção se efetivem. IV) Avaliação no âmbito do colegiado do Curso

Nessa instância, a avaliação incide sobre um contexto mais amplo, que recobre as demais instâncias de planejamento e avaliação previstas pelo Projeto político-pedagógico do Curso, incidindo sobre o currículo, sobre a implantação e as alterações que se fizerem necessárias no desenvolvimento do projeto do Curso. Noutros termos, trata-se de avaliar a promoção de condições para que se efetive a série de ações pedagógicas empreendidas nas demais instâncias do Curso, o que está sob a responsabilidade do Colegiado.

V) Reuniões com os representantes de turma

As reuniões com representantes de turma, realizadas mensalmente, são também uma instância em que se realiza a avaliação do processo de formação, em que questões acadêmicas e pedagógicas, levantadas e discutidas previamente pela turma, são debatidas por Coordenador e representantes.

VI) Avaliação Institucional (Propav) Finalmente, deve-se ressaltar que o Sistema de Avaliação Interna da Universidade

oferece, também, informações importantes em relação às representações dos diferentes segmentos do Curso acerca do processo de formação que nele se desenrola.

6. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

Conforme assinalado anteriormente, é de particular relevância que o graduando possa vivenciar, ao longo de sua formação, experiências de avaliação que iluminem não apenas as atividades cotidianas em sala de aula como também as que se realizam em outros espaços nos quais se desenvolve sua formação. Nessa medida, a avaliação deve ser vivenciada, em sua formação, por meio de procedimentos de curto, médio e longo alcance.

Assim, a avaliação no Curso contempla tanto a dimensão do ensino como a da aprendizagem, possibilitando, aos sujeitos envolvidos no processo – professor e aluno –, a

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reflexão sistemática acerca das atividades realizadas, que os conduza a rever e transformar, caso necessário, suas ações.

I) A avaliação no âmbito das disciplinas escolares

No conjunto das instâncias avaliadoras construídas pelo Projeto Pedagógico do Curso, estabelece-se que cada disciplina escolar caracteriza-se como uma instância de avaliação. Esclarece-se que, embora seja desejável uma abordagem interdisciplinar ao longo da formação do aluno, a disciplina escolar, a fim de contemplar a especificidade de seu objeto de trabalho/ensino, organiza as suas ações de planejamento, execução e avaliação guardando sua autonomia.

Nesse contexto, os professores lançam mão de uma série de instrumentos e procedimentos avaliativos, a saber: provas escritas, seminários, relatórios de pesquisa, produção de artigos, resenhas, etc., os quais são elaborados à luz de critérios que recobrem as habilidades e saberes – teóricos, conceituais, metodológicos – a serem construídos pelos alunos no curso das práticas da disciplina. As diretrizes gerais do sistema de avaliação do Curso encontram-se descritas na Resolução 01/2005, elaborada pelo Colegiado de Coordenação Didática e aprovada em assembléia dos professores, realizada no dia 30/03/2005. II) A avaliação no âmbito do período

Essa instância, em que os professores devem se voltar para elaborar, empreender e avaliar o programa de ensino do período em que atuam, envolve atividades (inter)disciplinares, práticas investigativas e/ou avaliações de caráter inter ou multidisciplinar.

Pautados em critérios previamente discutidos com seus pares e alunos, os professores procedem à prática avaliativa fundada numa dinâmica processual – uma avaliação contínua – para a qual se prevê um conjunto de procedimentos e instrumentos, conforme a natureza do objeto avaliado, descritos nos planos de ensino das disciplinas e no plano de estudo do período escolar.

No caso de atividades interdisciplinares e práticas de investigação, são concebidos como objeto de avaliação o projeto e/ou plano de estudo do(s) aluno(s); a ação da pesquisa – coleta e análise de dados – ; o diário de campo/pesquisa; fichamentos e resenhas; relatórios parcial e final; artigo científico, apresentação em seminário interno à classe ou para banca examinadora.

Em suma, ressalte-se que, nessa instância da ação pedagógica, os professores orientadores devem focalizar, numa abordagem processual, as atividades de planejamento e execução do trabalho pelo(s) aluno(s), nas quais podem se incluir as atividades de intervenção, as refacções de proposição de projetos/ planos de estudo, relatórios, artigos, etc. Considerando-se a dinâmica do semestre letivo, os professores conferirão ao desempenho do aluno (e/ou do grupo de alunos) conceitos e/ou valores quantitativos, conforme os critérios pensados pelo conjunto de professores do período.

7. ATIVIDADES DE CONCLUSÃO DE CURSO Práticas investigativas e interdisciplinares na formação

A proposta pedagógica prevê também a incorporação de Práticas Investigativas (ou práticas de pesquisa) ao longo de toda a formação projetada, seja no âmbito da disciplina, seja através de trabalhos interdisciplinares definidos em cada um dos períodos do Curso, em consonância com o eixo temático.

Por meio dessa iniciativa, espera-se aperfeiçoar uma prática que favorece o questionamento sistemático e crítico dos alunos do Curso com relação ao objeto de estudo, às teorias a partir das quais estes se constituem e aos aspectos da ação profissional futura;

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procuram-se construir, neste projeto, melhores condições para a organização do trabalho docente implicado no desenvolvimento dos referidos projetos.

O trabalho interdisciplinar se caracteriza como um dos pontos de confluência das atividades desenvolvidas no Curso e representa expediente eficaz na busca de objetivos educacionais, tais como: • a construção/reconstrução do conhecimento da língua e da literatura dentro do contexto

sócio-histórico-cultural; • o estabelecimento de relações entre os trabalhos desenvolvidos nas diferentes disciplinas,

bem como entre esses trabalhos e outras áreas do conhecimento; • a articulação do conhecimento da língua e da literatura com o conhecimento humano de

forma mais ampla, de modo a recompor uma unidade entre as múltiplas representações da realidade;

• o incentivo à pesquisa por meio da leitura, da análise, da comparação e da crítica de textos e procedimentos lingüísticos, literários, pedagógicos e de outras áreas do saber.

Nesse sentido, o trabalho interdisciplinar mostra-se como oportunidade para:

• construir/reconstruir o conhecimento da língua e da literatura dentro do contexto sócio-histórico-cultural, dando significado aos conteúdos estudados, o que permite perceber que o conhecimento da língua e da literatura, como qualquer outro, é vivo e dinâmico;

• concretizar o caráter inter e multidisciplinar do conhecimento da língua e da literatura na articulação com vários outros saberes;

• desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe e de trocar experiências; • exercitar a habilidade de apresentar trabalhos em congressos, em seminários e em outros

eventos acadêmicos.

O trabalho interdisciplinar constitui uma proposta diferenciada em termos estruturais, uma vez que é um trabalho intimamente ligado à finalidade do Curso: a formação de profissionais que organizem e dirijam, de maneira competente, oportunidades de aprendizagem por meio do trabalho com o conhecimento.

Consiste na abordagem de temas que venham nortear as atividades desenvolvidas nos períodos, considerando-se um assunto sob diferentes prismas, de acordo com o projeto proposto pelo grupo de alunos, sob a orientação de um professor e feito nos moldes de um projeto científico. Estima-se que a discussão acerca de métodos para a efetivação desses projetos será propiciada pelos núcleos de interseção, que, ao longo dos períodos do Curso, servirão de eixos articuladores de todo processo educacional. 8. ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO

Tal como se defende nas Diretrizes da Graduação da PUC Minas, intenta-se consolidar, no Curso, a pesquisa como atitude cotidiana, sendo, de um lado, instrumentação teórico-metodológica privilegiada para construir conhecimento e, de outro, um dos principais esteios para a construção da autonomia do aprendiz.

O projeto prevê também, em sua proposta curricular, o cumprimento pelo aluno de Atividades Complementares de Graduação (ACG), validadas no histórico do aluno conforme tabela a seguir.

Trata-se de um elenco de atividades que vão desde disciplinas ofertadas por outros cursos, passando por estágios curriculares não obrigatórios até participação em projetos de pesquisa. Certamente, essa iniciativa é mais um passo na direção da articulação anunciada, além de oferecer subsídios para a flexibilização da formação. Os alunos do bacharelado deverão integralizar, no mínimo, 60 h, os alunos da licenciatura simples deverão integralizar, no mínimo, 90 h e os alunos da licenciatura dupla deverão integralizar, no mínimo, 120 h.

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Atividades CH/ mínima

CH/ máxima

Documentos para avaliação

Monitoria. 30h 60h Declaração Participação em projetos de pesquisa (30 horas por projeto concluído).

30h 60h Declaração

Atividades Internas do Curso: Projeto Fim de Tarde, Enfoque Letras, Tutoria, etc. (15 horas por evento).

15h 45h Certificado

Participação em Congressos, Simpósios ou eventos similares (15 horas por evento comprovado), sem apresentação de trabalho.

15h 60h Certificado

Participação em Congressos, Simpósios ou eventos similares, com apresentação de trabalho (30 horas por apresentação comprovada).

30h 60h Certificado

Trabalho publicado (40 horas por trabalho). 40 h 80 h Cópia da publicação

Estágios Curriculares não obrigatórios (30 horas para cada 60 horas de atividade).

30 h 60 h Declaração

Disciplina optativa (conversão em tempo real). 30 h 60 h Certificado Atividades de ensino, pesquisa e extensão (acompanhamento escolar, atividades voltadas à educação inclusiva, etc.)

15 h 45 h Certificado

Atividades Internas da PUC – práticas profissionais do bacharelado (execução, serviços de editoração e revisão, etc.).

15 h 45 h Certificado

Curso em língua estrangeira (inglês) no exterior (conversão em tempo real)

30h 60 Certificado

Estágios diversos no exterior (por estágio) 30h 60h Certificado

As ACG deverão ser comprovadas por meio de documentação entregue ao professor coordenador de Pesquisa, Ensino e Extensão do Curso, conforme cronograma a ser definido e divulgado aos alunos semestralmente. Somente serão integralizadas ao histórico escolar as atividades que forem desenvolvidas pelo aluno após o seu ingresso no Curso, inclusive nos casos de transferência. Não serão computadas as ACG desenvolvidas em período de trancamento de matrícula. 9. O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

A organização da matriz curricular e as orientações das diferentes atividades implicadas na formação do alunado visam à integração teoria/prática, que só pode ser alcançada pela articulação entre os diversos expedientes envolvidos na formação, os quais devem convergir para a prática profissional. Vislumbramos, dessas determinações, o afastamento da idéia de que os estágios devam constituir-se um treinamento praticado apenas ao fim do curso e/ou isolado das demais disciplinas de conteúdo específico.

O estágio do licenciado As Resoluções CNE/CP 1 e 2, ambas de fevereiro de 2002, vêm destacar não só a

importância do desenvolvimento de competências, incluindo, nesta perspectiva, a coerência entre a formação oferecida aos alunos de cursos de licenciatura e a prática esperada por parte do futuro professor de educação básica, mas também vêm determinar a ampliação da carga horária dos estágios nesses cursos. Acrescenta-se a isso, a necessidade de haver uma maior interação entre as escolas de educação básica e as universidades, a partir de reais iniciativas que visem a

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desenvolver projetos de formação que promovam tanto os futuros professores, quanto os alunos das escolas estagiadas. Tais proposições embasaram este documento.

Com a Resolução CNE/CP N° 2, de 19 de fevereiro de 2002, Art. 1º, “A carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, será efetivada mediante a integralização de, no mínimo, 2800 (duas mil e oitocentos) horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta, nos termos dos seus projetos pedagógicos, as seguintes dimensões dos componentes comuns: I – 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso; II – 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso; III – 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos curriculares de natureza científico-cultural; IV – 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais”. Além disso, os estágios docentes devem estar em consonância com o que determina a Resolução CNE/CP N°1, de 18 de fevereiro de 2002, que institui as Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da Educação Básica. Em seu Art. 3°, “A formação de professores que atuarão nas diferentes etapas da educação básica observará princípios norteadores desse preparo para o exercício profissional específico, que considerem: “I – a competência como concepção nuclear da orientação do curso. II – a coerência entre a formação oferecida e a prática esperada do futuro professor, tendo em vista: a) simetria invertida, onde o preparo do professor, por ocorrer em lugar similar àquele em que vai atuar, demanda consistência entre o que faz na formação e o que dele se espera; b) a aprendizagem como processo de construção de conhecimentos, habilidades e valores em interação com a realidade e com os demais indivíduos, no qual são colocados em uso capacidades pessoais; c) os conteúdos como meio e suporte para constituição das competências; d) a avaliação como parte integrante do processo de formação, que possibilita o diagnóstico de lacunas e a aferição dos resultados alcançados, consideradas as competências a serem constituídas e a identificação das mudanças de percurso eventualmente necessárias. III – a pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar requer, tanto dispor de conhecimentos e mobilizá-los para a ação, como compreender o processo de construção de conhecimento”. Alia-se a essas determinações outra, formalizada na Resolução CNE/CP N°2, em seu Art. 7°: “(…) IV – as instituições de formação trabalharão em interação sistemática com as escolas de educação básica, desenvolvendo projetos de formação compartilhados; (…) VII – serão adotadas iniciativas que garantam parcerias para promoção de atividades culturais destinadas aos formadores e futuros professores.”

A concepção de estágio curricular das licenciaturas português, português/inglês do curso de Letras PUC Minas é a de que o estágio deve ser o momento para que o futuro professor tenha experiências docentes, no cotidiano escolar, participando ativamente em ambientes próprios da profissão, sob a responsabilidade de profissionais já habilitados.

Os objetivos principais apontados no projeto do Curso devem ser os de permitir aos alunos a oportunidade de observar e refletir acerca de sua prática e de intervir de forma ética e responsável em instituições de educação. O futuro professor, portanto, em situação de estágio, deve sistematizar os saberes adquiridos em diversas áreas do conhecimento e deve ser capaz de refletir sobre as situações de aprendizagem vivenciadas nas escolas estagiadas, a fim de construir e fortalecer sua identidade profissional.

As práticas de observação devem levar o aluno-professor a entrar em contato com a diversidade de instituições escolares e com a realidade da sala de aula. Os futuros professores devem ter a oportunidade e subsídios teóricos, conceituais e metodológicos necessários a que se proceda à observação de toda a dimensão cultural, social, política e econômica que envolve a comunidade escolar. Para que a prática de observação não se resuma à percepção de saber o que se ensinar e ao saber como se ensina, o futuro professor deve ser constantemente levado à prática de reflexão sobre o processo ensino/aprendizagem. Assim, pretende-se formar um professor que

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esteja apto a relacionar-se com o objeto de estudo e de ensino de forma competente. Além disso, o futuro professor deve atuar na escola estagiada de forma contínua e deve ser e estar preparado para desenvolver ações de intervenção pedagógica, tendo sempre a pesquisa como foco de todo o processo de ensino-aprendizagem. Além disso, ressalta-se que todo o processo de estágio deve constituir uma prática como um componente curricular e como um dos principais eixos articuladores entre as dimensões teóricas e práticas de todo o curso. Alia-se a isto a necessidade de que a atividade de estágio deva também ter um caráter de extensão, visando à integração entre o curso de Letras PUC Minas, escolas de educação básica e comunidade escolar, promovendo uma parceria que englobe ações relativas aos projetos pedagógicos de Letras e da escola/campo de estágio.

A formação do futuro professor, portanto, deve ser vivenciada durante o período em que estiver na universidade, levando-se em conta que todas as disciplinas devem ter como eixo os estágios curriculares. A formação do aluno de Letras PUC Minas deve ainda contemplar ações que preparem o futuro professor para lidar com as novas exigências feitas pela sociedade na qual está inserido.

A proposta pedagógica para as disciplinas de estágio curricular do curso de Letras PUC Minas visa não somente à formação e à informação de saberes de caráter pedagógico e metodológico, mas também, e principalmente, à formação de seus alunos como sujeitos autônomos da prática docente. A proposta ainda deve ser a de formar professores capazes de compreender e analisar criticamente o conhecimento conceitual adquirido ao longo do curso e ainda de elaborar práticas investigativas e de produzir projetos pedagógicos originais, a fim de atender a demandas específicas, cuja realização deve ser permeada por uma postura ética necessária ao exercício profissional do professor.

As orientações aqui feitas para a formação do futuro professor assentam-se na organização de disciplinas de estágio curricular que visem ao preparo do aluno para que ele se habilite e se responsabilize pela aprendizagem de seus futuros alunos, desenvolvendo e elaborando projetos específicos de atuação, respeitando as diversidades sociais, econômicas, étnicas e culturais. Além disso, é também orientação em nossa proposta para os estágios curriculares, em consonância com as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Letras, que o futuro professor seja capaz de inserir a pesquisa no cotidiano de seu trabalho docente e que esta seja foco no processo de ensino e aprendizagem. Espera-se, finalmente, que o futuro professor seja capaz de trabalhar em equipe, de forma colaborativa, e que faça uso, em seu processo pedagógico, de novas tecnologias, além de buscar, sempre que necessário, novas metodologias.

Os campos para estágio docente supervisionado devem ser as escolas da Educação Básica, isto é, instituições escolares municipais e estaduais, além das escolas da rede privada, que se dediquem às modalidades de Ensino Fundamental e/ou Médio. Outros espaços educativos que venham a atender aos objetivos do Estágio Docente aqui proposto poderão, com o aval do Colegiado do curso de Letras PUC Minas, ser utilizados como campos de estágios complementares.

O estágio do bacharel

No âmbito do bacharelado, as ações de estágio se concentrarão no sexto período, etapa em que se efetiva o processo de conclusão do curso, sob a responsabilidade da disciplina “Estágio Supervisionado: o campo do bacharelado”. A carga horária da referida disciplina compreende 60 horas, sendo que 15 horas serão dedicadas à atividade de supervisão/orientação, pelo professor de estágio, das ações de elaboração, execução e avaliação do projeto a ser desenvolvido no campo de atuação do bacharel em Letras. As outras 45 horas se voltarão para a atividade em campo, espaço em que o aluno vivenciará, sob a orientação do professor da disciplina e de um tutor do campo de estágio, situações sistemáticas do mundo do trabalho, conforme a natureza e os propósitos do projeto em relação às demandas do contexto em investigação. Reitera-se que, sobre os agentes envolvidos no processo de formação profissional

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do bacharel, prevê-se, como se disse, além da intervenção sistemática do professor de estágio, a figura de um tutor no campo de trabalho, que poderá acompanhar e avaliar ação estagiária do aluno in loco.

Ressalte-se que o campo de estágio do bacharel é, em larga medida, bastante amplo, vez que ele se caracteriza e se define pelas atividades sociais de um tecnólogo do texto, isto é, de um profissional cujo instrumento de trabalho é o texto verbal, seja em situação de produção, de leitura e/ou de veiculação e difusão de informação.

Sobre esse aspecto, considerando-se as ilimitadas produções simbólicas que ambientam o cotidiano de nossa sociedade, tecnologicamente complexa, deve-se salientar que o bacharel em Letras, em seu ambiente de trabalho, poderá lidar, de forma sistemática, com diferentes práticas linguageiras organizadas por diferentes sistemas semióticos e formas de produção, circulação/difusão e recepção, engendradas no bojo das atividades das esferas sociais.

Nesse cenário, as ações de estágio do bacharel devem refletir as realidades do mercado de trabalho de nosso tempo, as quais podem se configurar, como já exposto anteriormente: (a) como gestor do trabalho de produção e leitura de textos, no campo empresarial; (b) como resenhista literário, a sua atuação poderá incidir no espaço de jornais, sites e periódicos especializados e, por fim; (c) como consultor e elaborador de projetos para fins diferentes (captação de recursos materiais e humanos, proposição de novas frentes de trabalho).

É preciso destacar, ainda, que o estagiário do bacharelado em Letras conta, ao longo de seu processo de formação técnico-acadêmica, com atividades curriculares – disciplinas, práticas investigativas, seminários – que vão lhe possibilitando experienciar situações de engajamento com o mundo de suas atividades profissionais. Para ilustrar, apontam-se as disciplinas “Revisão e editoração de textos em ambientes de tecnologia digital”, no 4º período, e “Leitura e produção de textos no âmbito empresarial e midiático”, no 5º período, as quais possuem, em termos metodológicos, um caráter de prática/de laboratório in loco, concorrendo, assim, para que o aluno, sob um acompanhamento sistemático, mergulhe em projetos que o capacitem tanto a operar com a língua/linguagem em seu pleno funcionamento como construir e precisar os objetos de estudo/trabalho ali em pauta. Além disso, pretende-se criar situações significativas de estudo que permitam que o aluno, no preparo para a sua inserção profissional, perceba a complexidade das práticas linguageiras e das ações praticadas por aqueles que as integram como a ética que funda as ações dos atores ali envolvidos.

À luz dessa lógica, convém salientar que a concepção de estágio que sustenta as ações do bacharelado em Letras é caracteristicamente a mesma que está na base do estágio das licenciaturas – o de língua materna (Português) e o de língua estrangeira (Inglês). Ou seja, entende-se o estágio como um espaço de fundamental importância, em que se conjugam as relações entre teoria e prática, em que são criadas oportunidades de construção de saberes técnicos, organicamente construídos nos (e pelos) movimentos da prática e da teoria, consubstanciados pela ação, reflexão e ação.

Por fim, destaca-se que, nesse cenário, tomando-se o estágio como campo de conhecimento, portanto, como algo que não se restringe a uma mera atividade prática instrumental, o bacharel em Letras deverá propor um projeto de atuação no campo de trabalho o qual poderá assumir configurações específicas, conforme o tipo de atividade a ser empreendida. Para encerrar, o estágio do bacharel em Letras, tal como se prevê para as licenciaturas do Curso de Letras, deverá apresentar-se como um espaço de formação profissional em que se conjuga, a um só tempo, a atualização de saberes teóricos e conceituais acerca das práticas da língua/linguagem e a construção de uma visão acerca do fazer profissional fundada em uma ética e uma postura humanista.