Sistema de Propulsão Elétrica Veicular com Microcontrolador · ELECTRIC VEHICLE PROPULSION SYSTEM...

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SISTEMA DE PROPULSÃO ELÉTRICA VEICULAR COM

MICROCONTROLADOR

Lucas Wanderley Torres Ramos

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Rio de Janeiro

Janeiro de 2014

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SISTEMA DE PROPULSÃO ELÉTRICA VEICULAR COM

MICROCONTROLADOR

Lucas Wanderley Torres Ramos

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinado por:

Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr.-Ing.

Prof. Walter Issamu Suemitsu, Dr.-Ing.

Rafael de Oliveira Rodrigues, Eng.

RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL

JANEIRO DE 2014

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Wanderley Torres Ramos, Lucas

Sistema de Propulsão Elétrica Veicular com

Microcontrolador/Lucas Wanderley Torres Ramos.

Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.

XX, 53 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Projeto de Graduação UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Elétrica, 2014.

Referências Bibliográcas: p. 37 38.

1. Microcontrolador. 2. BLDC. 3. PWM. I.

Guilherme Barbosa Rolim, Luís. II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Elétrica. III. Título.

iii

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A Quem tudo se deve, a sem

Quem nada subsiste, a Jesus

Cristo

iv

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, criador e mantenedor da minha existência.

Segundamente a meus pais pelo amor incondicional e sem os quais não teria

realizado esta conquista.

Terceiramente a meus demais familiares pelo apoio e incentivo.

Em seguida ao corpo docente da UFRJ, principalmente os professores do Depar-

tamento de Engenharia Elétrica, pela dedicação ao ensino.

Aos colegas do Laboratório de Fontes Alternativas de Energia pelo auxílio e boa

vontade.

E pelo companheirismo aos que integram o discente e estiveram comigo nesta

jornada.

v

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

Sistema de Propulsão Elétrica Veicular com Microcontrolador

Lucas Wanderley Torres Ramos

Janeiro/2014

Orientador: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Curso: Engenharia Elétrica

Este trabalho se resume ao controle de um motor síncrono de imãs permanen-

tes (MSIP), do tipo brushless DC (BLDC), com uma unidade microcontroladora

(MCU), um inversor de fonte de tensão (VSI) e dois tipos de sensores de efeito

Hall, um para detecção da posição rotórica e outro para medição de corrente. A

partir da informação da posição, o software embarcado no MCU mede a veloci-

dade e impõe movimento ao MSIP através da comutação sequencial das fases do

inversor. E também regula a velocidade e, com os respectivos dados de medição, a

corrente. A regulação é feita por meio de comutações das fases para amplitude zero

alterando-se o valor médio das tensões e consequentemente das correntes que estão

correlacionadas ao torque e a velocidade.

Palavras-chave: BLDC, Hall, MCU, Microcontrolador, MSIP, VSI.

vi

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment

of the requirements for the degree of Engineer.

ELECTRIC VEHICLE PROPULSION SYSTEM WITH MICROCONTROLLER

Lucas Wanderley Torres Ramos

January/2014

Advisor: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Course: Electrical Engineering

This work summarizes the control of a permanent magnet synchronous motor

(PMSM), of brushless DC (BLDC) type, with a microcontroller unit (MCU), a

voltage source inverter (VSI) and two types of Hall eect sensors, one for detection

of the rotor position and the other for current measurement. From the position

information, the software embedded in the MCU measures the speed and imposes

the PMSM movement through sequential commutation of the inverter phases. It

also regulates the speed and, with the respective data measurement, current. The

regulation is made through commutation of the phases to zero amplitude changing

the average value of the voltages and consequently the currents that are correlated

to the torque and speed.

Keywords: BLDC, Hall, MCU, Microcontroller, PMSM, VSI.

vii

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Sumário

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xiii

Lista de Símbolos xiv

Lista de Abreviaturas xix

1 Introdução 1

1.1 Contexto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3.1 Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3.2 Especíco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4 Organização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Fundamentos Teóricos e Práticos 4

2.1 Aparato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.1.1 Motor Síncrono de Imãs Permanentes . . . . . . . . . . . . . . 4

2.1.2 Sensor Hall . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.1.3 Inversor de Tensão Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.1.4 Microcontrolador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Princípios de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2.1 Acionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2.2 Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.2.3 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.3 Teoria de Sistemas de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.3.1 Identicação dos Parâmetros do Modelo . . . . . . . . . . . . 9

2.3.2 Implementação Digital de Controlador PI . . . . . . . . . . . . 11

2.3.3 Controladores em Cascata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

viii

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3 Materiais e Métodos 14

3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.1.1 Plettenberg Predator 30/8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.1.2 Honeywell SS411A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.3 LEM HAS 50-S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.4 Instrutherm DC Power Supply FA-3005 . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.5 Mean Well T-60C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.1.6 Placa VSI da Recriar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.1.7 Placa de controle da Recriar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.1.8 NXP LPC1769 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.1.9 Keil Ulink2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.1.10 Keil µVision 4.02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1.11 FTDI VCP driver 2.08.30 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1.12 HyperTerminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1.13 Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1.14 Acer Aspire One 722 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.1.15 Rigol DS1064B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.2 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.2.1 Acionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.2.2 Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.2.3 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4 Resultados 20

4.1 Acionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.2 Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.3 Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4.3.1 Identicação dos parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4.3.2 Controle de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

4.3.3 Controle de velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5 Discussão 32

5.1 Baixa indutância dos enrolamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5.2 Desempenho na partida e em regime . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

5.3 Limitação do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

6 Conclusão 36

Referências Bibliográcas 37

A Fotograa da bancada experimental 39

ix

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B Programa embarcado 40

B.1 BLDC.c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

B.2 PID.c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

B.3 MAIN.c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

B.4 Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

C Formulação matemática 43

C.1 Identicação dos Parâmetros do Motor por Espaço de Estados . . . . 43

C.1.1 Modelo em espaço de estados para um motor CC controlado

pela armadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

C.1.2 Região Linear de Operação do Motor CC . . . . . . . . . . . . 44

C.1.3 Determinação dos ganhos Kg e Ka . . . . . . . . . . . . . . . 45

C.1.4 Equações dinâmicas de um modelo discreto equivalente a um

modelo a tempo-contínuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

C.1.5 Estimação dos parâmetros Ra, La, J e f . . . . . . . . . . . . 47

C.2 Controle por Realimentação de Estados e de Saída . . . . . . . . . . . 49

C.3 Implementação Digital de Controladores PI . . . . . . . . . . . . . . . 50

C.3.1 Equações a diferenças lineares para as parcelas proporcional,

integral e derivativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

C.3.2 Equação a diferenças lineares para o controlador PI . . . . . . 50

C.4 Projeto de um controlador PI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

C.5 Métodos de aproximação de um SLIT por um sistema de 1a ordem . . 52

C.5.1 Determinação de τ pelo método da área . . . . . . . . . . . . 52

C.5.2 Determinação de τ pelo método do logaritmo neperiano . . . . 53

x

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Lista de Figuras

2.1 Circuito de um inversor de tensão trifásico. . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Passos 0 e 1 da sequência de acionamento no sentido anti-horário . . 7

2.3 Diagrama de blocos da MSIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.4 Diagrama de blocos de um motor CC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.5 Diagrama de blocos do controle de corrente de um motor CC. . . . . 12

2.6 Diagrama de blocos de um motor CC com malha de controle de corrente. 13

2.7 Diagrama de blocos de um motor CC com malhas de controle de

velocidade e corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3.1 Plettenberg Predator 30/8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.2 Diagrama da bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4.1 Respostas da velocidade e da corrente ao degrau do ciclo de trabalho 21

4.2 Respostas a comandos sucessivos de aumento e diminuição de velocidade 22

4.3 Respostas ao comandos de mudança de sentido . . . . . . . . . . . . . 23

4.4 Escolha da região de operação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.5 Determinção do ganho do sensor de efeito Hall de corrente . . . . . . 25

4.6 Determinção dos parâmetros por PRBS . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.7 Diagrama do Simulink para validação do modelo . . . . . . . . . . . . 27

4.8 Comparação entre ia experimental e simulado . . . . . . . . . . . . . 28

4.9 Comparação entre velocidade experimental e simulada . . . . . . . . . 29

4.10 Diagrama do Simulink para regulação de corrente . . . . . . . . . . . 29

4.11 Diagrama do Simulink do motor com regulador de corrente . . . . . . 29

4.12 Resposta simulada com regulador de corrente . . . . . . . . . . . . . 30

4.13 Diagrama do Simulink do motor com regulador de corrente e de ve-

locidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

4.14 Resposta simulada com regulador de corrente e de velocidade . . . . . 31

4.15 Resposta com regulador de corrente e de velocidade . . . . . . . . . . 31

5.1 Forma da corrente de fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5.2 Resposta com regulação de corrente e de velocidade sem sobrepasso . 33

5.3 Sinal dos sensores Hall de posição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

xi

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5.4 Tensões de fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

5.5 Resposta do modelo para um motor CC real . . . . . . . . . . . . . . 35

A.1 Foto da bancada experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

B.1 Fluxograma do programa embarcado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

C.1 Circuito equivalente do motor CC controlado pela armadura.[1] . . . 43

C.2 Diagrama em bloco do motor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

C.3 Método da área. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

xii

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Lista de Tabelas

2.1 Sequência de rotação do motor no sentido anti-horário . . . . . . . . 7

3.1 Dados do Plettenberg Predator 30/8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.2 Exemplo de uso do Plettenberg Predator 30/8 . . . . . . . . . . . . . 15

3.3 Dados do LEM HAS 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.4 Dados da T-60C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

B.1 Descrição das funções em BLDC.c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

B.2 Descrição das funções em MAIN.c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

xiii

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Lista de Símbolos

A Matriz de estado a tempo-contínuo, p. 47

A0 Área entre o valor de regime e a resposta ao degrau para t ≥ 0,

p. 52

Ae Fator de estado do sistema elétrico a tempo-contínuo, p. 48

Am Fator de estado do sistema mecânico a tempo-contínuo, p. 48

Be Fator de entrada do sistema elétrico a tempo-contínuo, p. 48

Bm Fator de entrada do sistema mecânico a tempo-contínuo, p. 48

D Amplitude do degrau de entrada, p. 45

E(s) Transformada de Laplace da tensão de armadura da máquina

CC, p. 12

Er(s) Transformada de Laplace do erro da variável de controle, p. 12

Es Fasor da tensão de armadura da MSIP, p. 8

Fi Simétrico do polo do controlador, p. 51

Fi1 Simétrico do polo do controlador de corrente, p. 26

Fi2 Simétrico do polo do controlador de velocidade, p. 27

G(s) Função de transferência, p. 10

Ge(s) Função de transferência do sistema elétrico, p. 48

Gm(s) Função de transferência do sistema mecânico, p. 48

H Matriz das potências das abscissas para mínimos quadrados,

p. 45

Ia(s) Transformada de Laplace da corrente de armadura da máquina

CC, p. 9

xiv

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Is Corrente de armadura da MSIP, p. 8

ISQ(s) Transformada de Laplace da corrente de armadura de quadra-

tura da MSIP, p. 8

Iref (s) Transformada de Laplace para a referência da corrente de ar-

madura, p. 12

Isd Corrente de armadura de eixo direto da MSIP, p. 8

Isq Corrente de armadura de quadratura da MSIP, p. 8

J Momento de inércia, p. 8

Ka Constante de torque, p. 8

Kg Constante de força contra-eletromotriz, p. 9

Kp Ganho do controlador, p. 11

Kp1 Ganho do controlador de corrente, p. 26

Kp2 Ganho do controlador de velocidade, p. 27

La Indutância de armadura da máquina CC, p. 9

Ls Indutância estatórica da MSIP, p. 8

Me Matriz formada pelos vetores discretos da corrente de arma-

dura e da entrada do sistema elétrico para tk, p. 10

Mm Matriz formada pelos vetores discretos da velocidade e da en-

trada do sistema mecânico para tk, p. 10

PO Sobrepasso, p. 51

Ra Resistência de armadura da máquina CC, p. 9

Rs Resistência estatórica da MSIP, p. 8

Td(s) Transformada de Laplace do torque de carga, p. 8

Ti Inverso do simétrico do polo do controlador, p. 11

Ton Valor da quantidade de ciclos em que o PWM permanesce

ativo, p. 20

U(s) Transfomada de Laplace da entrada, p. 10

xv

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Va(s) Transformada de Laplace da tensão de terminal na máquina

CC, p. 9

Vs Fasor da tensão no terminal da MSIP, p. 8

W (s) Transformada de Laplace da velocidade, p. 8

Wref (s) Transformada de Laplace para a referência da velocidade, p.

12

Y (s) Transfomada de Laplace da saida, p. 10

Γe Fator de entrada do sistema elétrico a tempo-discreto, p. 10

Γm Fator de entrada do sistema mecânico a tempo-discreto, p. 10

Φ Matriz de estado a tempo-discreto, p. 47

Φe Fator de estado do sistema elétrico a tempo-discreto, p. 10

Φm Fator de estado do sistema mecânico a tempo-discreto, p. 10

K Ganho de regime permanente, p. 10

Ke Ganho de regime permanente do sistema elétrico, p. 48

Km Ganho de regime permanente do sistema mecânico, p. 48

ωn Frequência natural não amortecida, p. 51

ω(t) Frequência angular mecânica, p. 9

ωe Frequência angular elétrica, p. 8

τ Constante de tempo, p. 10

τa Constante de tempo calculada pelo método da área, p. 27

τe Constante de tempo do sistema elétrico, p. 48

τm Constante de tempo do sistema mecânico, p. 48

τln Constante de tempo calculada pelo método do logarítmo, p.

27

γ Vetor de entrada a tempo-discreto, p. 47

ω Vetor dos valores discretos da velocidade para tk+1, p. 10

a Vetor de coecientes para mínimos quadrados, p. 45

xvi

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b Vetor de entrada a tempo-contínuo, p. 47

c Vetor de saída, p. 47

g Vetor de ordenadas para mínimos quadrados, p. 45

ia Vetor dos valores discretos da corrente de armadura para tk+1,

p. 10

xe Vetor formado pelos fatores de estado e da entrada do sistema

elétrico a tempo-discreto, p. 10

xm Vetor formado pelos fatores de estado e de entrada do sistema

mecânico a tempo-discreto, p. 10

x(t) Vetor de estados a tempo-contínuo, p. 47

x(tk) Vetor de estados a tempo-discreto, p. 47

ζ Coeciente de amortecimento, p. 51

d Fator de transmissão direta, p. 47

e(t) Tensão de armadura da máquina CC, p. 43

er(t) Erro da variável de controle, p. 11

f Coeciente de atrito viscoso, p. 8

h Intervalo de amostragem, p. 12

ia(t) Corrente de armadura da máquina CC, p. 9

j Unidade imaginária, p. 8

s Frequência complexa, p. 8

t Tempo-contínuo, p. 9

td(t) Torque de carga, p. 43

tk Tempo-discreto, p. 10

tm(t) Torque da máquina, p. 43

ts Tempo de acomodação, p. 51

u(t) Entrada a tempo-contínuo, p. 11

u(tk) Entrada a tempo-discreto, p. 12

xvii

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uI(t) Entrada proporcional a integral do erro a tempo-contínuo, p.

11

ue(t) Entrada do sistema elétrico a tempo-contínuo, p. 10

um(t) Entrada do sistema mecânico a tempo-contínuo, p. 10

up(t) Entrada proporcional ao erro a tempo-contínuo, p. 11

va(t) Tensão de terminal na máquina CC, p. 9

xe(t) Variável de estado do sistema elétrico a tempo-contínuo, p. 48

xe(tk) Variável de estado do sistema elétrico a tempo-discreto, p. 48

xm(t) Variável de estado do sistema mecânico a tempo-contínuo, p.

48

xm(tk) Variável de estado do sistema mecânico a tempo-discreto, p.

48

y(t) Saída a tempo-contínuo, p. 47

y(tk) Saída a tempo-discreto, p. 47

ye(t) Saída do sistema elétrico a tempo-contínuo, p. 48

ye(tk) Saída do sistema elétrico a tempo-discreto, p. 48

ym(t) Saída do sistema mecânico a tempo-contínuo, p. 48

ym(tk) Saída do sistema mecânico a tempo-discreto, p. 48

yss Valor de regime permanente da saída, p. 45

xviii

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Lista de Abreviaturas

A/D Analógico/Digital, p. 5

ADC Analog to Digital Converter, p. 16

ARM Advanced RISC Machine, p. 16

BLDC Brushless Direct Current, p. vi

CC Corrente Contínua, p. 3

CI Circuito Integrado, p. 6

COM Communication, p. 17

CPU Central Processing Unit, p. 5

CT Centro de Tecnologia, p. 2

DAC Digital to Analog Converter, p. 16

E/S Entrada e/ou Saída, p. 5

IDE Integrated Development Environment, p. 17

LAFAE Laboratório de Fontes Alternativas de Energia, p. 1

LIM Limit, p. 20

MAC Media Access Control , p. 16

MAT Match, p. 20

MCPWM Motor Control PWM, p. 16

MCU Microcontroller Unit, p. vi

MSIP Motor Síncrono de Imãs Permanentes, p. vi

N Norte magnético, p. 7

xix

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PID Proporcional Integral Deritvativo, p. 11

PMSM Permanent Magnet Synchronous Motor, p. vii

PRBS PseudoRandom Binary Signal, p. 10

PWM Pulse Width Modulation, p. 5

RAM Random Access Memory, p. 16

RISC Reduced Instruction Set Computing, p. 16

SLIT Sistema Linear Invariante no Tempo, p. 10

S Sul magnético, p. 7

TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol, p. 17

TC Timer/Counter, p. 20

UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter, p. 6

USB Universal Serial Bus, p. 16

VCP Virtual COM Port, p. 17

VSI Voltage Source Inverter, p. vi

rpm Rotações por minuto, p. 14

xx

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Capítulo 1

Introdução

1.1 Contexto

A tecnologia progride cada vez mais e mais rápido. E essa progressão não consiste

somente do aperfeiçoamento do usual mas também da busca de alternativas que

possam oferecer alguma vantagem.

É o caso da concepção dos veículos elétricos. Dada a nitude da matriz energética

fóssil é importante pensar em uma substituta. Diferentemente da energia fóssil a

elétrica é renovável à medida que obtida de uma fonte também renovável.

O fator limitante no momento é o armazenamento de energia. As baterias pos-

suem o problema da baixa densidade de energia. Ainda são necessárias toneladas de

baterias para se ter a mesma quantidade de energia aproveitável de um tanque de

automóvel cheio. As células combustíveis utilizam hidrogênio que tem menos ener-

gia do que a gasta para produzí-lo, que possui inúmeros problemas com relação a

segurança e que, por ser o menor elemento da natureza, vaza de qualquer contentor.

Porém, como dito, a tecnologia evolui rapidamente e a tendência é que estes

problemas sejam superados ou que seja encontrada uma outra alternativa para o

armazenamento de energia.

Para qualquer cenário é bom dominar as técnicas e os conhecimentos envolvidos

para poder vendê-los ao invés de comprá-los.

1.2 Motivação

Este projeto surge como resposta às demandas do Laboratório de Fontes Alter-

nativas de Energia (LAFAE) e da Decania do Centro de Tecnologia da UFRJ.

Por um lado, o LAFAE promove a pesquisa e o desenvolvimento de projetos

tecnológicos de sustentabilidade energética, constrói dispositivos para divulgação da

ciência no tema das fontes alternativas e busca cada vez mais autonomia tecnológica.

1

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Por outro, a Decania possui o Programa de Coleta Seletiva Solidária implantado

no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ que tem por objetivos a sistematização

e organização da coleta seletiva bem como o gerenciamento dos resíduos. É utili-

zado um carro movimentado manualmente por servidores para realizar a coleta do

Programa.

Unindo suas forças numa ação relevante e proveitosa que visa ao atendimento

das necessidades de ambos, a Decania e o LAFAE decidem adaptar um sistema de

propulsão elétrica para os carros de coleta.

A idéia é fazer uso de um carro cortador de grama originalmente a gasolina reti-

rando seu sistema de propulsão fóssil e colocando o elétrico. Este sistema idealizado

é basicamente composto de uma bateria, um inversor, um motor, um microcontro-

lador e sensores. O carro é o Weed Eater One da empresa estadunidense Weed

Eater.

1.3 Objetivos

O objetivo consiste, fundamentalmente, da elaboração de um sistema de operação

de uma máquina síncrona de imãs permanentes sendo, para tal, criado um sistema de

acionamento, comando e controle fazendo-se uso de sensores de posição e corrente,

ambos de efeito Hall, de um inversor trifásico de tensão e de um microcontrolador.

1.3.1 Geral

É importante ressaltar-se que o apresentado neste projeto não limita-se a apli-

cação de propulsão veicular. Sendo assim, pode-se estabelecer um objetivo mais

abrangente que é produzir um sistema que opere qualquer BLDC desde que não

existam requisitos rigorosos de acurácia principalmente de posição.

1.3.2 Especíco

O objetivo especíco é constituído da elaboração de um sistema que possa realizar

a propulsão elétrica veicular dos carros de coleta do CT.

1.4 Organização

Além deste primeiro capítulo, de introdução composto do contexto, motivação,

objetivos e organização, este documento possui mais cinco e três apêndices.

O segundo capítulo contém os fundamentos teóricos e práticos. Onde é apre-

sentado o aparato e seus princípios funcionais, mostrando-se que o BLDC acionado

2

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de determinada forma pode ser modelado e controlado como um motor CC e como

fazê-lo.

No terceiro há a descrição dos materiais e métodos experimentais para a operação

e obtenção de todos os parâmetros do modelo.

Os resultados do acionamento, comando e controle são devidamente apresentados

e comentados no capítulo 4.

Uma discussão a respeito do obtido é feita no 5.

E a conclusão do trabalho é feita no capítulo 6.

Complementarmente ao trabalho existem os apêndices. O apêndice A expõe a

fotograa da bancada experimental. No apêndice B, são expostos dados do programa

embarcado. E, no C, a formulação da teoria de controle utilizada.

3

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Capítulo 2

Fundamentos Teóricos e Práticos

2.1 Aparato

Os fundamentos iniciam-se com os principais equipamentos trabalhados ao longo

do projeto. É apresentado o resumo conceitual de cada um.

2.1.1 Motor Síncrono de Imãs Permanentes

O MSIP tem o rotor constituído por imãs permanentes não possuindo enrola-

mentos de campo e escovas e tendo custo de manutenção menor do que o de um

motor com enrolamentos de campo e escovas. Os imãs devem ter alta densidade de

uxo remanente para que tenham alta densidade de uxo magnético e um valor de

intensidade de campo coercitivo elevado para que o imã dicilmente seja desmagne-

tizado.

Existem dois tipos de MSIP: o brushless DC (BLDC) e o brushless AC (BLAC).

O BLAC é contruído para trabalhar com correntes e tensões senoidais, já o BLDC

para correntes idealmente retangulares e tensões trapezoidais. A principal diferença

se dá na disposição dos enrolamentos do estator concentrados no BLDC, normal-

mente conectados em estrela, e distribuidos no BLAC. O resultado disso é que o

BLDC apresenta torque mais oscilatório e necessita de sistemas de controle menos

complexos do que o BLAC. [2]

2.1.2 Sensor Hall

Um sensor de efeito Hall é um transdutor que varia sua tensão de saída em

resposta a um campo magnético. Sensores de efeito Hall são usados para posiciona-

mento, medição de velocidade e aplicações envolvendo sensores de corrente.

Na sua forma mais simples, o sensor opera como um transdutor analógico, re-

tornando a tensão diretamente. Uma corrente elétrica através de um condutor pro-

4

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duzirá um campo magnético que varia com a corrente, e um sensor Hall pode ser

usado para medir a corrente sem interromper o circuito.

Frequentemente, um sensor Hall é combinado com um circuito que permite que

o dispositivo aja de forma digital (on/o), comumente utilizados em sensores que

determinam o sentido de um campo magnético.

2.1.3 Inversor de Tensão Trifásico

É um circuito concebido para, a partir de uma fonte de tensão contínua, ser

uma fonte de tensão alternada. Trata-se de um circuito chaveado com diodos em

anti-paralelo caso a carga seja indutiva conforme gura 2.1.

As chaves conduzem e bloqueiam modulando pela largura do pulso de ativação

o sinal gerado. O tipo de PWM varia de acordo com a necessidade podendo ser

seno-triângulo, vetorial, trapezoidal etc.

Neste trabalho o PWM utilizado é tal que produz comutação trapezoidal. Fun-

ciona com um par de chaves bloqueando e os outros dois pares com apenas uma

conduzindo sendo que para estes a chave superior de um apresenta o mesmo estado

da inferior do outro. Resultando em seis estágios de comutação.

0A

0B

1A

1B

2A

2B

Fase A Fase B Fase C

Figura 2.1: Circuito de um inversor de tensão trifásico.

2.1.4 Microcontrolador

Há um aumento no uso de microprocessador embarcado, o qual carrega um

programa armazenado composto de algoritmos dedicados à aplicação em questão.

Frequentemente, um único microprocessador acumula, além de funções de controle,

também as funções de diálogo com o operador e comunicações com outros dispositi-

vos. Integra na mesma pastilha de silício, além da unidade central de processamento

(CPU), também circuitos de memória e uma diversidade de circuitos auxiliares (peri-

féricos) dedicados a funções de entrada e saída (E/S) especícos, tais como conversão

analógico-digital (A/D) e saídas digitais moduladas por largura de pulso (PWM).

Tal tipo de processador é usualmente chamado de microcontrolador.

5

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A execução dos algorítimos de controle precisa ocorrer em intervalors de tempo

regulares. Em programas assim, a sincronização da execução dos algoritmos de

controle é frequentemente obtida através de mecanismos de interrupções produzidas

por circuitos temporizados internos ao microcontrolador.

Interrupção é um mecanismo de hardware disponível na maioria dos micropro-

cessadores, cuja nalidade é desencadear a execução de uma rotina de software em

resposta a um evento ocorrido nos circuitos internos ou externos à CPU. As in-

terrupções externas são usualmente disparadas por transições de nível lógico em

determinados pinos do circuito integrado (CI) que contém a CPU ou em determi-

nados bits e registradores associados a circuitos periféricos internos ao CI.

Existem atrasos inerentes ao próprio sistema de interrupções (também chamadas

de latências) e atrasos devidos à execução de determinadas operações que podem

prejudicar o desempenho do sofware.

Assim como em uma aplicação típica de controle de servoacionamento, neste

trabalho o microcontrolador é responsável pelas seguintes tarefas de tempo real:

• Comunicação serial assíncrona (UART);

• Modulação por largura de pulso (PWM);

• Aquisição de posição e velocidade para ns de controle, através de interfaces

digitiais para sensores (geradores de pulsos);

• Aquisição de sinais de corrente para ns de controle e proteção (conversão

A/D);

• Execução do algoritmo de controle de velocidade e corrente.

Algumas dessas tarefas são executadas por circuitos periféricos especícos in-

tegrados no próprio CI do microcontrolador, enquanto que outras são feitas por

sub-rotinas ativadas por interrupções, que são chamdas rotinas de serviço a inter-

rupção (RSI). [3]

2.2 Princípios de funcionamento

2.2.1 Acionamento

O BLDC é enrolado de modo que a corrente contínua nos enrolamentos do es-

tator cause uma revolução elétrica aplicada em seis passos. Cada fase do VSI está

injetando ou drenando corrente em dois passos consecutivos intercalados com um

passo desligado. Isso é chamado de comutação trapezoidal devido ao formato da

tensão resultante. [4]

6

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O que produz o chaveamento para o próximo passo é a borda de subida ou

descida de um sensor Hall que provoca uma interrupção externa de sensoreamento.

Os sensores Hall são dispostos a 120 elétricos um do outro fazendo com que a

passagem dos polos do rotor produza seis comutações por período, duas por sensor

e denindo assim seis intervalos de 60 elétricos cada.

O princípio do acionamento do conjunto é o MCU fazer a aquisição dos estados

dos sensores de efeito Hall, quando ocorrer uma borda, e comutar o chaveamento

das fases do VSI de modo que o rotor do BLDC se movimente no sentido do próximo

passo.

A tabela 2.1 apresenta a sequência completa e detalhada de acionamento do

motor em sentido anti-horário. A gura 2.2 exemplica o funcionamento bem como

explica a montagem da tabela para isso sendo exibidos os passos zero e um da

sequência.

Tabela 2.1: Sequência de rotação do motor no sentido anti-horárioPasso Intervalo Hall Alimentação Chaves#012345

Elétrico0 - 60

60 - 120

120 - 180

180 - 240

240 - 300

300 - 360

Hab Hbc Hca

1 0 01 0 10 0 10 1 10 1 01 1 0

A B C− + OO + −+ O −+ − OO − +− O +

Ativas0B e 1A2B e 1A2B e 0A1B e 0A1B e 2A0B e 2A

N S

Hab Hbc Hca

SN

Hab Hbc Hca

(a) Passo 0

(b) Passo 1

A B C

A B C

Figura 2.2: Passos 0 e 1 da sequência de acionamento no sentido anti-horário

7

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2.2.2 Comando

O comando do motor consiste em alterar as condições do acionamento além

de ligá-lo ou desligá-lo. O acionamento descrito anteriormente produz uma velo-

cidade em um determinado sentido. Alterando-se o ciclo de trabalho do PWM e

por consequência a tensão média nos terminais do motor modica-se a velocidade.

Alterando-se a sequência de acionamento altera-se o sentido de rotação.

2.2.3 Controle

São feitos dois controles, de velocidade e de corrente, o primeiro para que o

motor produza uma velocidade constante independentemente de fatores externos

e o segundo para que a corrente não exceda o valor necessário para produzir a

velocidade requerida.

Para o controle de velocidade, utiliza-se o tempo transcorrido entre os passos

para medir-se a velocidade. Para o controle de corrente, faz-se uso do sinal do

sensor de corrente colocado no barramento CC.

A tensão e a corrente nos terminais do MSIP em regime permanente são dadas

pelas equações fasoriais 2.1:

Vs = Es + (Rs + jωeLs)Is (2.1a)

Is = Isd + jIsq (2.1b)

E o seu diagrama de blocos, onde ISQ representa a corrente de quadratura de

armadura,Ka a constantes de torque, Td a perturbação, J o momento de inércia e f o

atrito viscoso, pela gura 2.3 lembrando que o a produção de torque é realizada pela

interação entre o uxo magnético de campo e a componente da corrente estatórica

que produz uxo perpendicular ISQ:

Ka

Td(s)

−1Js

f

ISQ(s)

+

W (s)

Figura 2.3: Diagrama de blocos da MSIP.

8

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Percebe-se que para uma alimentação trapezoidal produzida pela comutação em

seis passos pode-se modelar e controlar a MSIP como um motor CC, bastando para

isso inspecionar e comparar as equações 2.1 e gura 2.3 com a gura 2.4 e sabendo

que o inversor faz o papel, de forma eletrônica, do comutador mecânico da máquina

CC.

2.3 Teoria de Sistemas de Controle

O modelo da máquina CC, adotado para representar o sistema, é representado

pelo diagrama de blocos da gura 2.4. Nesta gura, Va é a tensão do terminal, Ra a

resistência de armadura, La a indutância da armadura, Ia a corrente de armadura e

Kg representa a constante de força contra-eletromotriz, fora elementos já apresenta-

dos. Para elaboração do controle são necessárias certas formulações cujos resultados

são apresentados nesta seção. As formulações encontram-se no apêndice C.

+1

Las+RaKa

Td(s)

−1Js

f

Kg

Va(s) Ia(s)

+

W (s)

−−

Figura 2.4: Diagrama de blocos de um motor CC.

2.3.1 Identicação dos Parâmetros do Modelo

As equações 2.2 representam a dinâmica do motor CC.

Lad

dtia(t) +Raia(t) = va(t)−Kgω(t) (2.2a)

Jd

dtω(t) + fω(t) = Kaia(t) (2.2b)

A identicação dos parâmetros Ra, La, J , f . Kg e Ka pode ser feita utilizando

conceitos de Sistemas de Controle.

O motor CC pode ser modelado, com boa aproximação, como um sistema de

primeira ordem:

9

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G(s) =Y (s)

U(s)=

K

τs+ 1(2.3)

O ganho CC deve ser determinado de um ponto de operação inserido na região

linear de operação do motor CC. Dada a proposta de trabalho com um modelo de

sistema linear e invariante no tempo (SLIT), é preciso obter um ganho CC médio

(K) em torno da faixa de operação do motor CC. Para tal faz-se uso do método dos

mínimos quadrados:

K =(∆Va)

T (∆W )

(∆Va)T (∆Va)(2.4)

A utilização do ganho K é necessária para a determinação de uma estimativa

das constantes Kg e Ka, as quais fazem parte das constantes que são utilizadas na

obtenção do modelo.

Kg = Ka =1

K(2.5)

Tomando, agora, as seguintes relações:

ue(t) = va(t)−Kgω(t) (2.6a)

um(t) = Kaia(t) (2.6b)

Pode-se aplicar um sinal de pulsos do tipo PRBS (PseudoRandom Binary Signal)

e fazer a aquisição de va(tk), ia(tk) e ω(tk) nos instantes de amostragem tk, k =

0, 1, . . . , n (n 2), resultando em:

ia(t1)

ia(t2)

ia(t3)...

ia(tn)

=

ia(t0) ue(t0)

ia(t1) ue(t1)

ia(t2) ue(t2)...

...

ia(tn−1) ue(tn−1)

[

Φe

Γe

]⇔ ia = Mexe (2.7a)

ω(t1)

ω(t2)

ω(t3)...

ω(tn)

=

ω(t0) um(t0)

ω(t1) um(t1)

ω(t2) um(t2)...

...

ω(tn−1) um(tn−1)

[

Φm

Γm

]⇔ ω = Mmxm (2.7b)

As equações (2.7a) e (2.7b) podem ser resolvidas por mínimos quadrados, forne-

10

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cendo:

xe = (M teMe)

−1M teia (2.8a)

xm = (M tmMm)−1M t

mω (2.8b)

Por m, os parâmetros Ra, La, f e J serão fornecidos por:

Ra =1− Φe

Γe(2.9a)

La =− Rah

ln(Φe)(2.9b)

f =1− Φm

Γm(2.9c)

J =− fh

ln(Φm)(2.9d)

2.3.2 Implementação Digital de Controlador PI

Um controlador proporcional-integral-derivativo é um mecanismo de controle re-

alimentado largamente utilizado. Um controlador PID calcula o valor de erro como

a diferença entre a variável de processo medida e o valor desejado. O controlador

tenta minimizar o erro ajustando a entrada do processo como parcelas proporcional,

integral e derivativa do erro.

Pelo ajuste dos três parâmetros no algoritmo do controlador PID, o mesmo pode

prover uma ação de controle projetada para requisitos especícos de um processo.

Algumas aplicações podem requerer o uso de somente uma ou duas ações para prover

o controle apropriado do sistema. Isto é conseguido pelo ajuste de certos parâmetros

a zero. Um controlador PID pode ser chamado de PI, PD, P ou I na ausência das

respectivas ações de controle.

Para a aplicação em questão não é necessária a parcela derivativa. Como o sinal

de saída dos controladores PI é proporcional aos sinais de entrada, de erro e da

integral do erro, o mesmo é denido pela equação (2.10).

u(t) = up(t) + uI(t) (2.10)

onde:

up(t) = Kper(t) (2.11a)

uI(t) =Kp

Ti

∫ t

0

er(λ) dλ (2.11b)

11

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Portanto, a partir das equações (2.11a) e (2.11b), a transformada de Laplace do

sinal de controle será dada pela equação (2.12).

U(s) = Kp

(1 +

1

Tis

)Er(s) (2.12)

Porém para a aplicação digital do controlador é necesseário uma formulação a

tempo-discreto. E para tal a equação a diferenças lineares equivalente é dada por:

u(tk) = u(tk−1) +Kp

2Ti[(2Ti + h)er(tk) + (h− 2Ti)er(tk−1)] (2.13)

2.3.3 Controladores em Cascata

O controle em cascata é feito projetando-se os controladores a partir da malha

mais interna até a mais externa levando-se em consideração as modicações da planta

a cada acréscimo de malha de controle para o projeto do controlador seguinte.

É imprescindível que, na execução do controle, cada malha de controle seja mais

rápida que sua predecessora, em outras palavras, que a malha interna seja mais

rápida que a externa. Se isso não ocorrer o desempenho transitório será comprome-

tido.

Para um motor CC representado pela gura 2.4 primeiramente projeta-se o con-

trolador de corrente conforme a gura 2.5 considerando-se a tensão de armadura

como uma perturbação.

+PIIa

E(s)

−1

Las+Ra

Iref (s)

+

Ia(s)

Figura 2.5: Diagrama de blocos do controle de corrente de um motor CC.

Uma vez com o regulador de corrente projetado deve-se acrescentá-lo ao modelo

ou implementá-lo, gura 2.6, e realizar um novo controle, desta vez de velocidade.

Para tal pode-se aproximar a nova planta por um sistema de 1a ordem e realizar a

nova regulação.

O método de aproximação por um sistema de 1a ordem bem como o plano de

regulação estão no apêndice C.

O diagrama nal com as duas malhas de controle é visto na gura 2.7.

12

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+PIIa

1Las+Ra

Ka

Td(s)

−1Js

f

Kg

Iref (s)

+ Ia(s) +

W (s)

−−

Figura 2.6: Diagrama de blocos de um motor CC com malha de controle de corrente.

+PIW PIIa

1Las+Ra

Ka

Td(s)

−1Js

f

Kg

Wref (s)

+ + Ia(s) +

W (s)

−−

Figura 2.7: Diagrama de blocos de um motor CC com malhas de controle de velo-cidade e corrente.

13

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Capítulo 3

Materiais e Métodos

3.1 Materiais

São apresentados, nesta seção, todos os materiais utilizados no projeto desde o

aparato principal até os intrumentos de teste passando pelos softwares e equipamen-

tos de desenvolvimento.

3.1.1 Plettenberg Predator 30/8

Motor de rotor externo fabricado pela empresa alemã Plettenberg Motoren para

aplicação em aeromodelismo. Empresa esta que fabrica motores também para ns

industriais. A gura 3.1 retirada de MOTOREN [5] ilustra a máquina. Os dados

do motor estão na tabela 3.1 [5].

Figura 3.1: Plettenberg Predator 30/8

Há uma exemplicação de uso na tabela 3.2 [5].

14

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Tabela 3.1: Dados do Plettenberg Predator 30/8Peso 1550 g

Potência 11 kWDiâmetro do eixo 10 mmEnrolamentos 8/fase

Polos 20Células 10 - 14 LiPo

Rotação a vazio 160 rpm/V

Tabela 3.2: Exemplo de uso do Plettenberg Predator 30/8

Hélice Tensão Corrente rpmEc. máx.incl. ESC

30x10 Menz S 48,1 211,8 6035 88,3

3.1.2 Honeywell SS411A

Sensor Hall de posição utilizado para detectar o sentido do campo magnético

que passa pelo mesmo. Assumindo os valores lógicos um ou zero de acordo com o

sentido. [6]

3.1.3 LEM HAS 50-S

Sensor Hall utilizado para medir a corrente no barramento CC cujos dados elé-

tricos podem ser vistos na tabela 3.3 [7].

Tabela 3.3: Dados do LEM HAS 50Corrente nominal 50 A

Alcance ± 150 AAlimentação ± 15 V

Tensão de saída ± 4 V ± 40 mVPrecisão 1 %

3.1.4 Instrutherm DC Power Supply FA-3005

Fonte de tensão contínua com ajustes grosso e no para alimentar o motor através

do VSI.

3.1.5 Mean Well T-60C

Fonte CC para alimentar os sensores de posição e os circuitos das placas de

controle e VSI.

15

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Tabela 3.4: Dados da T-60CInput 100-240 V AC

Output + 5 V 5A+ 15 V 2A− 15 V 0.5A

3.1.6 Placa VSI da Recriar1

Inversor fonte de tensão composto por seis chaves MOSFET's com diodos em

anti-paralelo, um banco de capacitores e circuito de proteção.

3.1.7 Placa de controle da Recriar

Placa que comporta o LPC1769 e seus dispositivos auxiliares como módulo de

comunicação serial assíncrona USB (FTDI FT232BL), pinos e conectores.

3.1.8 NXP LPC1769

O LPC1769 é um microcontrolador da linha ARM Cortex-M3 da NXP Semi-

conductors N. V., uma antiga divisão da Phillips R©. Utiliza a arquitetura Harvard

possuindo barramentos distintos para instruções e dados. Além disso possui um

terceiro barramento especíco para os periféricos. Quanto as instruções é do tipo

RISC, ou seja, possui conjunto reduzido de instruções que normalmente levam a

mesma quantidade de ciclos, aproximadamente um.

O dispositivo alcança 120MHz de clock, possui 512 kB de memória ash, 64kB de

memória RAM, Ethernet MAC, interface USB, 4 UARTs, 8 canais ADC de 12 bits,

DAC de 10 bits, MCPWM (Motor Control PWM), seis saídas PWM de uso geral,

70 portas de entrada/saída de uso geral dentre outros. O MCPWM, em especíco, é

um PWM especial para motores contendo entradas de realimentação para sensores

de posição ou encoders e modos otimizados de operação para acionamentos senoidais

e para trapezoidais. [8]

A conguração é feita por meio da mudança dos valores de determinados bits

em registradores especícos. [9]

3.1.9 Keil Ulink2

Este equipamento serve para programar a memória ash dos microcontroladores

ARM assim como para testar em tempo real o programa embarcado. Faz a conexão

entre a porta USB do PC e o sistema alvo possibilitanto as operações.

1A Recriar Tecnologias é uma empresa parceira do LAFAE sediada na Incubadora de Empresas

da COPPE que oferece soluções baseadas em microcontroladores e DSP's para o setor elétrico.

16

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3.1.10 Keil µVision 4.02

É o ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) utilizado para criar programas

e, juntamente com o Ulink2, baixá-los e testá-los no sistema embarcado.

3.1.11 FTDI VCP driver 2.08.30

Trata-se do driver para emular uma porta serial padrão (Virtual COM Port) para

uma conexão USB com a placa de controle que possui um chip FTDI FT232BL que

faz o interfaceamento USB para comunicação UART.

3.1.12 HyperTerminal

Programa que emula um terminal capaz de se comunicar com sistemas através

de redes TCP/IP, modems dial-up e portas seriais COM. Permite a captura da

comunicação para um arquivo o que possibilita o posterior processamento dos dados

transmitidos ou recebidos.

3.1.13 Matlab

É uma linguagem de alto nível e um ambiente interativo para cálculo numérico

computacional com o qual pode-se analizar dados, desenvolver algoritimos e criar

modelos e aplicações. Possui o Simulink que é uma ferramenta de simulação baseada

em diagrama de blocos com a qual pode-se, por exemplo, modelar um motor CC.

3.1.14 Acer Aspire One 722

Computador utilizado no projeto. Possui instalado o Keil µVision 4.02, o driver

de comunicação serial com a Placa de Controle da Recriar e o HyperTerminal.

3.1.15 Rigol DS1064B

Osciloscópio digital com 4 canais, 60 MHz e 2 GSa/s. Utilizado para vericação

de sinais no circuito como um todo.

3.2 Métodos

Três sensores de posição são dispostos a 120 elétricos um do outro em uma coroa

xada ao redor do rotor devido a diculdade e o risco de avaria de se desmontar o

motor. O BLDC é ligado a placa VSI que é conectada, sob medição de um sensor de

corrente ligado a placa de controle, a uma fonte CC para ser acionado. Os sensores

17

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de posição e o painel de comando são conectados a placa de controle. As placas e os

sensores de posição são alimentadas por uma fonte CC. O computador é ligado ao

adaptador que por sua vez é conectado à placa de controle, a mesma, por meio de

um cabo USB, ao computador. Esta última conexão é necessária para a aquisição

dos dados de medição e operação realizados pelo microcontrolador, já que não é

possível fazê-lo pelo adaptador de programação e teste. O diagrama das ligações

encontra-se na gura 3.2 e a fotograa do sistema utilizado no apêndice A.

PC Ulink2 Painel

Pl. deControle

FonteCC depotência

Sensor decorrente

Pl. VSICC 5V ±15V

MotorSensoresde posição

USB

Cabo

Flat

UART/USB

Sinal Lógico

Potência

Pot.

Pot.

PWM

Alimentação

Al.

Al.

←Sinal Analógico

Al. →

Sinal Lógico

Figura 3.2: Diagrama da bancada experimental.

Para o acionamento do motor não são estritamente necessários a comunicação

serial USB com o PC e o sensor de corrente. A comunicação faz-se para o projeto

do controle e a medição de corrente para sua execução.

3.2.1 Acionamento

O acionamento produz inicialmente uma interrupção no microcontrolador que faz

leitura dos sensores de posição realizando em seguida a energização das bobinas que

18

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leva ao passo seguinte. Ao que o rotor gira, muda o estado dos sensores provocando

uma interrupção que causa a comutação para o próximo passo e assim por diante.

3.2.2 Comando

Uma interface de comando é produzida de forma a ter duas chaves digitais

(on/o), uma para partir e desligar o motor e outra para selecionar o sentido de

rotação, e dois botões impulsionais, um para incrementar a velocidade e outro para

decrementá-la. Essa interface, quando manuseada, provoca uma interrupção externa

de entrada no MCU fazendo com que o mesmo interprete e aplique o comando.

No controle em malha aberta o comando modica diretamente o cilco de trabalho.

Já no controle realimentado, o comando altera a referência da variável de controle.

3.2.3 Controle

Primeiramente deve-se medir a velocidade e aferir a corrente. A corrente é ad-

quirida por um canal de conversão análogico-digital que recebe o sinal do sensor de

corrente. A velocidade é medida contando-se o tempo entre duas passagens consecu-

tivas pelo mesmo passo, ou seja, o período elétrico, vide tabela 2.1, e dividindo-se o

seu inverso, a frequência elétrica, por dez, número de pares de polos, para a frequên-

cia mecânica.

ω = ωe2

polos=ωe10

(3.1)

Para a identicação dos parâmetros do modelo, a comunicação serial USB com

o PC é necessária. Realiza-se o acionamento através de um PRBS produzido por

uma variação do ciclo de trabalho alternando-se randomicamente entre dois valores

e, simultaneamente, capturam-se os dados dos sinais de corrente e de velocidade

pela comunicação serial. Em seguida, processam-se os dados para se encontrar os

parâmetros.

Uma vez com os parâmetros do modelo descobertos pode-se projetar os contro-

ladores e implementá-los através da adição da programação referente na memória

do microcontrolador.

No apêndice B encontram-se tabelas das funções programadas bem como um

uxograma do programa embarcado.

19

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Capítulo 4

Resultados

4.1 Acionamento

A tensão de entrada média é dada pelo ciclo de trabalho do MCPWM que, no

caso, funciona com um temporizador interno TC (Timer/Counter) contando, em

função dos ciclos de clock do processador, de zero até um valor MAT (Match),

onde muda o estado do respectivo canal de saída de passivo para ativo, e continua

contando até LIM (Limit), onde é zerado e o canal volta para passivo.

Assim, pode-se denir:

Ton = LIM −MAT (4.1)

Então para:

LIM = 900 ciclos

MAT = 500 ciclos

Tem-se:

Ton = LIM −MAT = 400 ciclos

Para uma alimentação de cerca 30 V a resposta do motor para o acionamento

com Ton = 400 e LIM = 900, ou seja, 44,4 % de ciclo de trabalho é dada pela gura

4.1. Observa-se o quão é semelhante a resposta de um motor CC.

4.2 Comando

A gura 4.1 pode ser interpretada também como a resposta em malha aberta

ao comando de ligar o motor. Na gura 4.2 observam-se também as respostas aos

comandos de aumento e diminuição de velocidade. E, nesta mesma gura, também

vê-se o motor sendo levado a parar.

20

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 90

1000

2000

3000

4000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 1 2 3 4 5 6 7 8 90

1

2

3

4

5

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 4.1: Respostas da velocidade e da corrente ao degrau do ciclo de trabalho

Há ainda o comando de mudança do sentido de rotação, cuja reação é vista na

gura 4.3.

4.3 Controle

O controle deve ser feito tendo em vista a utilização veicular desta aplicação.

Sendo assim, não pode produzir solavancos, não há a necessidade de ser muito rápido

e uma sobrepassagem mínima das variáveis de controle pode ser tolerada. Então,

denem-se como especicações de projeto 10 % de sobrepasso e 12 s de acomodação

para corrente e velocidade.

4.3.1 Identicação dos parâmetros

Região de Operação do Motor

Deve-se levantar a curva de operação do motor e nela eliminar a zona morta,

idealmente escolhendo como região de operação desde onde o motor começa a girar

até onde deixa de fazê-lo linearmente. O comportamento do motor em regime per-

manente está representado na gura 4.4. O motor não parte para Ton < 250, ciclos

21

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0 5 10 15 20 250

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

Figura 4.2: Respostas a comandos sucessivos de aumento e diminuição de velocidade

de trabalho inferiores a 27.8 %, entretanto uma vez tendo partido é possível reduzir e

operar até, aproximadamente, Ton = 100, 11.1 % de ciclo de trabalho. Estes valores

estão diferentemente marcados no gráco.

Quando o motor começa a girar, já não apresenta comportamento muito linear.

Como opção de projeto, é assumido que para intervalos pequenos pode-se considerar

seu comportamento linear e, sendo projetado para tal um controle sucientemente

robusto, pode-se extrapolar a região previamente escolhida.

Para o projeto é escolhida a região indicada, na mesma gura 4.4, 350 ≤ Ton ≤550, entre 38.9 % e 61.1 % de ciclo de trabalho, com velocidade mediana comparada

ao nominal da máquina.

Determinação dos ganhos Kg e Ka

Para se determinar os ganhos basta calcular-se o ganho CC para a região e

invertê-lo como visto na subseção C.1.3. Após realizar-se a regressão linear, para

y = ax+ b, por mínimos quadrados obtém-se a = 4.2906 e b = 1198.8. Sendo assim,

para a região de operação:

K = 12.133

22

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0 1 2 3 4 50

500

1000

1500

2000

2500

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

Figura 4.3: Respostas ao comandos de mudança de sentido

E por conseguinte:

Kg = Ka =1

K= 0.0824

Determinação do ganho do Sensor de Efeito Hall

O sensor fornece a medição da corrente em forma de tensão e o microprocessador,

por sua vez, compara esse valor com duas referências, também de tensão, e atribui

um valor de 12 bits de acordo com a proximidade entre a medição e as referências.

Dessa forma, assim como no item anterior, realiza-se a regressão linear vista na

gura 4.5, onde são plotados os valores de 12 bits em função da corrente real dada

pela própria fonte de tensão CC de potência, FA-3005. Por mínimos quadrados,

obtém-se a = −16.6945 e b1 = 1975.8. Ou seja, subtrai-se 1975.8 e divide-se por

-16.6945 para chegar-se ao valor real de corrente.

1O valor do coeciente angular b não é xo. O sensor Hall apresenta um oset variável, o que

quer dizer que deve-se recalcular esse valor em cada processamento de dados diferentes, não para

o controlador implementado para o qual é inóxio.

23

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0 100 200 300 400 500 600 700 800 9000

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Ton

[ciclos de clock]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

Figura 4.4: Escolha da região de operação

Estimação dos parâmetros Ra, La, J e f

De acordo com o visto na subseção C.1.5 aplica-se um PRBS e recolhe-se as

respostas em velocidade e corrente. Tal operação é ilustrada na gura 4.6. As

respostas devem estar arranjadas da forma das equações C.30 para serem processa-

das conforme equações C.31 e, por m, com as equações C.32 são determinados os

parâmetros.

Os valores encontrados para resistência de armadura, a indutância da armadura,

o momento de inércia e o atrito viscoso são respectivamente:

Ra = 2.3061 Ω

La = 0.124 H

J = 2.3318× 10−4 kg.m2

f = 2.7× 10−3 kg.m2/s

24

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0 1 2 3 4 51890

1900

1910

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

Corrente [A]

Val

or d

e 12

bits

da

med

ição

da

corr

ente

Figura 4.5: Determinção do ganho do sensor de efeito Hall de corrente

Validação do modelo

O modelo deve ser validado e para isso é feita a simulação da gura 4.7 com a

qual pode-se obter as respostas da corrente e velocidade para o mesmo sinal utilizado

para identicação dos parâmetros na gura 4.6. A resposta simulada da corrente e

sua comparação com a experimental estão na gura 4.8. Para velocidade, o mesmo

é feito na gura 4.9.

As correntes apresentam resultados similares, o que é satisfatório. Porém as

tensões não são tão próximas revelando uma limitação quanto a conabilidade do

modelo que não necessariamente compromete sua ecácia. Como pode ser visto

mais adiante, consegue-se controlar o motor com esse modelo.

4.3.2 Controle de corrente

De posse dos valores dos parâmetros realiza-se, primeiramente, o controlador de

corrente. A gura 4.10 é do diagrama de blocos utilizado para o projeto.

Projeta-se um controlador assim como descrito na seção C.4, em seguida faz-se

um ajuste realocando os polos pelo lugar das raízes e pode-se chegar aos valores:

25

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0 2 4 6 8 10 12 14 16350400450500550

Tempo [s]

Ton

[cic

los]

0 2 4 6 8 10 12 14 160

2000

4000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 2 4 6 8 10 12 14 16012345

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 4.6: Determinção dos parâmetros por PRBS

Kp1 = 8

Fi1 = 10

Então o diagrama pode ser acrescido do regulador de corrente, gura 4.11. Para

a nova planta, o tempo de acomodação é de 7.4 s e não há sobrepassagem como

pode ser visto em sua resposta ao degrau na gura 4.12.

4.3.3 Controle de velocidade

Para se realizar o controle de velocidade é necessário tomar como planta já o

sistema com regulação da corrente, o qual pode ser aproximado por um sistema de

primeira ordem. Para tal, é necessária a resposta a um degrau arbitrário. A resposta

ao degrau com amplitude 3 A utilizando-se a simulação da gura 4.11 é dada na

gura 4.12.

Fazendo-se uso das modelagens expostas na seção C.5 obtêm-se as constantes:

K = 17.8113

26

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Transfer Fcn2

1

J.s+f

Transfer Fcn

1

La.s+RaScope

Gain1

Kg

Gain

Ka

FromWorkspace

[tvrvt(:,1) tvrvt(:,2)]

Figura 4.7: Diagrama do Simulink para validação do modelo

τa = 0.1502

τln = 0.1653

Com as quais se projeta novamente um controlador para um sistema de primeira

ordem assim como no caso da corrente só que agora para velocidade, sendo obtidos:

Kp2 = 0.004

Fi2 = 0.5

O diagrama completo do sistema com regulador de corrente e regulador de ve-

locidade é mostrada na gura 4.13. Neste diagrama são acrescidos elementos para

simular um comando de aumento e um acréscimo de carga. É aplicado um degrau

inicial de 2750 rpm, em seguida, aos 10 s, mais um de 750 rpm, perfazendo a faixa

para qual o controlador foi projetado, e, por último, aos 20 s, é aplicada uma carga

de aproximadamente 0.01 N.m estando o gráco da resposta na gura 4.14. Para

esta planta nal, o tempo de acomodação é de 10.5 s para a velocidade e 6.6 s para

a corrente, para os três momentos, não havendo sobrepassagem.

Para nalizar, deve-se avaliar as respostas controladas reais da velocidade e da

corrente. Aproveita-se o ensejo para testar a robustez do controle conforme a sub-

seção 4.3.1, onde é sugerido que sendo o controle sucientemente robusto pode-se

extrapolar a faixa de operação estipulada. Para tal, é aplicada, aos 2.5 s, uma refe-

rência de velocidade de 1000 rpm que, após um comando de aumento, aos 13 s, passa

a ser de 1750 rpm e, aos 23 s, é feita a rejeição a uma perturbação manual durante

cerca de 6 s, tudo na gura 4.15. Os tempos de acomodação para os três momentos:

partida, comando de aumento e rejeição tem-se o mesmo valor para aplicação e

alívio são respectivamente 8 s, 1 s e 1.5 s. Para corrente, respectivamente 5 s, 0.4

s e 1 s. As pequenas sobrepassagens no segundo momento são de aproximadamente

5 % para velocidade e para corrente.

As respostas das guras 4.14 e 4.15 são consideravelmente distintas. Isso se deve

a limitação do modelo vericada com a validação do mesmo na seção 4.3.1.

27

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0 2 4 6 8 10−1

0

1

2

3

tempo[s]

i a exp

erim

enta

l [A

]

0 2 4 6 8 10−1

0

1

2

tempo[s]

i a do

mod

elo

[A]

Figura 4.8: Comparação entre ia experimental e simulado

Em todas as realizações o tempo de acomodação foi inferior aos 12 s e o so-

brepasso inferior aos 10 % atendendo às especicações, exceto a partida real. O

controlador integra o erro até vencer a zona morta e faz isso dependentemente da

posição em que se encontra o rotor no momento da partida.

Tanto a limitação do modelo quanto a questão da partida são melhores discutidas

no capítulo seguinte.

28

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0 2 4 6 8 10−500

0

500

1000

tempo[s]

Vel

ocid

ade

expe

rimen

tal [

rpm

]

0 2 4 6 8 10−200

0

200

400

600

tempo[s]

Vel

ocid

ade

do m

odel

o [r

pm]

Figura 4.9: Comparação entre velocidade experimental e simulada

Transfer Fcn1

Kp1.s+Fi1*Kp1

s

Transfer Fcn

1

La.s+RaStep

Scope

Figura 4.10: Diagrama do Simulink para regulação de corrente

Transfer Fcn2

1

J.s+f

Transfer Fcn1

Kp1.s+Kp1*Fi1

s

Transfer Fcn

1

La.s+RaStep Scope

Gain1

Kg

Gain

Ka

Figura 4.11: Diagrama do Simulink do motor com regulador de corrente

29

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0 2 4 6 8 10 12 140

200

400

600

800

1000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 2 4 6 8 10 12 140

1

2

3

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 4.12: Resposta simulada com regulador de corrente

Transfer Fcn3

Kp2.s+Kp2*Fi2

s

Transfer Fcn2

1

J.s+f

Transfer Fcn1

Kp1.s+Kp1*Fi1

s

Transfer Fcn

1

La.s+Ra

Step2 Step1

Step Scope

Gain1

Kg

Gain

Ka

Figura 4.13: Diagrama do Simulink do motor com regulador de corrente e de velo-cidade

30

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0 5 10 15 20 25 300

1000

2000

3000

4000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 5 10 15 20 25 300

5

10

15

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 4.14: Resposta simulada com regulador de corrente e de velocidade

0 5 10 15 20 25 30 350

500

1000

1500

2000

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 5 10 15 20 25 30 35−1

0

1

2

3

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 4.15: Resposta com regulador de corrente e de velocidade

31

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Capítulo 5

Discussão

5.1 Baixa indutância dos enrolamentos

A forma da corrente de fase do motor é exibida na gura 5.1. Percebe-se a des-

continuidade na condução. Isso se deve à baixa indutância dos enrolamentos proje-

tados para responder rapidamente a tensões trapezoidais. O aumento da frequência

de chaveamento do PWM para tentar contonar esse problema é inecaz porque com-

promete o desempenho do processamento. Uma alternativa seria diminuir tanto a

tensão de entrada, oriunda da fonte CC, quanto a frequência de chaveamento.

−8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8 10

x 10−4

−40

−30

−20

−10

0

10

20

30

40

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 5.1: Forma da corrente de fase

32

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Além da relação da condução descontínua com a baixa indutância, merece men-

ção o intenso ruído audível que aumenta com a velocidade de rotação do motor. O

ruído muito provavelmente é intensicado pela condução descontínua.

5.2 Desempenho na partida e em regime

As guras 4.4 e 4.15 levantam uma questão com relação à partida do motor uma

vez que é necessário atingir uma corrente mínima de partida para se dar início ao

movimento.

Por inspeção manual percebe-se que em determinadas posições o motor apresenta

uma resistência inicial ao movimento maior que em outras, o que pode não ser a

única explicação para a diculdade na partida. Uma partida sem o sobrepasso da

gura 4.15 é exemplicada na 5.2. Esta resposta tem 10.6 s de tempo de acomodação

para velocidade e 7 s para corrente.

0 2 4 6 8 100

200

400

600

800

1000

1200

Tempo [s]

Vel

ocid

ade

[rpm

]

0 2 4 6 8 10−0.5

0

0.5

1

1.5

Tempo [s]

Cor

rent

e [A

]

Figura 5.2: Resposta com regulação de corrente e de velocidade sem sobrepasso

Os sinais dos sensores Hall, que começam e terminam no passo 1, são expostos

na gura 5.3 e das tensões, no passo 4, na 5.4. É visível que os sensores, que

foram dispostos numa coroa ao redor do rotor que é externo ao estator, não caram

33

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exatamente espaçados de 120 elétricos. Os tempos gastos em cada passo na gura

5.3 são diferentes e as formas de onda da gura 5.4 são incongruentes. Isto auxilia

a explicar a partida e também o ruído já que a defasagem dos sensores provoca

uma incongruência nas formas de onda das tensões que por sua vez resultam num

acionamento irregular.

−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

0

2

4

6

Tempo [s]

Ten

são

Hab

[V]

−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

0

2

4

6

Tempo [s]

Ten

são

Hbc

[V]

−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

0

2

4

6

Tempo [s]

Ten

são

Hca

[V]

Figura 5.3: Sinal dos sensores Hall de posição

5.3 Limitação do modelo

Como foi vericado na seção 4.3.1, o modelo utilizado não reproduz elmente o

motor. Ao comparar-se a gura 4.1, de resposta do motor, com a gura 5.5, que re-

presenta a resposta de um motor CC real a uma degrau de 15 V, percebe-se que, por

mais parecidas que sejam, estão bem longe de serem idênticas, mais precisamente,

com relação a corrente. É possível também que um acionamento irregular provo-

cado pelo mal posicionamento dos sensores interra no comportamento da máquina

comprometendo sua modelagem.

O modelo foi utilizado com êxito, mas isso não quer dizer que isso sempre vá

acontecer.

34

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−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

−20

0

20

Tempo [s]

Ten

são

A [V

]

−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

−20

0

20

Tempo [s]

Ten

são

B [V

]

−1 −0.5 0 0.5 1

x 10−3

−20

0

20

Tempo [s]

Ten

são

C [V

]

Figura 5.4: Tensões de fase

0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

50

100

150

tempo[s]

Vel

ocid

ade

[rad

/s]

0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

1

2

3

4

tempo[s]

i a do

mod

elo

[A]

Figura 5.5: Resposta do modelo para um motor CC real

35

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Capítulo 6

Conclusão

Este trabalho demonstra o quão útil pode ser um microcontrolador no âmbito da

operação das máquinas elétricas sendo capaz de operar por completo uma máquina,

apresentando grande versatilidade e funcionando da maneira que o usuário o pro-

grame. Se devidamente programado, o microcontrolador pode realizar a operação

inclusive de forma não assistida.

Contudo, conclui-se que o sitema projetado é funcional podendo ser implantado

no veículo Weed Eater One para dar continuidade à proposição. Vale ressaltar que

a aplicação como propulsão não se limita apenas a veículos terrestres podendo ser

utilizado em veículos aquáticos e aéreos. Pode-se ainda adaptar e modicar o sistema

para outros ns como, por exemplo, ventilação fazendo do motor um exaustor ou

ventilador.

A estrutura desse sistema pode ser aproveitada para realizar outras técnicas de

acionamento como PWM seno triângulo sem ou com injeção de terceiro harmônico

ou PWM vetorial.

É possível também tirar proveito deste projeto para outras formas de controle

como os controles vetoriais por orientação de campo.

Neste trabalho utiliza-se um modelo de espaço de estados a tempo-discreto equi-

valente a um modelo a tempo-contínuo para se obter os parâmetros da planta, porém

o controle é feito a tempo-contínuo. Uma opção de trabalho futuro seria realizar o

controle por realimentação de estados e saída e fazer uma comparação com contorole

PI aqui utilizado. Vide seção C.2.

Para os trabalhos futuros, cam a bancada experimental e o código desenvolvido

para a mesma ambos sob posse do LAFAE. Dessa forma, quem for elaborar um

trabalho decorrente ou semelhante tem um ponto de partida ou referência.

36

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Referências Bibliográcas

[1] BASILIO, J. C. Laboratório de Sistemas de Controle I. 3 ed. Rio de Janeiro,

2004. texto-base do curso de Laboratório de Sistemas de Controle I.

[2] MONTEIRO, T. M. Máquina Síncrona com Tensão Não-Senoidal para Apli-

cações em Fontes Alternativas. Dissertação de M.Sc., COPPE/UFRJ,

Rio de Janeiro, out. 2012. Disponível em: <http://www.pee.ufrj.br/

teses/textocompleto/2012100401.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2014.

[3] STEPHAN, R. M. Acionamento, Comando e Controle de Máquinas Elétricas.

Rio de Janeiro, Editora Ciência Moderna, 2013. texto-base do curso de

Acionamentos e Controles Elétricos.

[4] BLDC motor control with LPC1700. Application note AN10898, NXP Semi-

conductors N. V., mar. 2013. Disponível em: <http://www.nxp.com/

documents/application_note/AN10898.zip>. Acesso em: 6 jan. 2014.

[5] MOTOREN, P. Predator 30/8. 2013. Disponível em: <http://www.

plettenberg-motoren.net/index.php/en/plettenberg-motors/

plettenberg-brushless-motors/predator/predator-30>. Acesso

em: 7 fev. 2014.

[6] SS400 Series: Temperature Compensated Digital Hall-Eect Sensor ICs. Pro-

duct data sheet 009050-3-EN, Honeywell International, Inc, abr. 2012.

Disponível em: <http://sensing.honeywell.com/index.php?ci_id=

143161>. Acesso em: 10 jan. 2014.

[7] Current Transducer HAS 50 .. 600-S. Product data sheet, LEM Holding SA,

out. 2012. Disponível em: <http://www.lem.com/docs/products/has%

2050%20600-s%20e.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2014.

[8] 32-bit ARM Cortex-M3 microcontroller; up to 512 kB ash and 64 kB

SRAM with Ethernet, USB 2.0 Host/Device/OTG, CAN. Product data

sheet LPC1769/68/67/66/65/64/63, NXP Semiconductors N. V., ago.

2012. Disponível em: <http://www.nxp.com/documents/data_sheet/

LPC1769_68_67_66_65_64_63.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2014.

37

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[9] LPC176x/5x User manual. User manual UM10360, NXP Semiconductors N.

V., dez. 2013. Disponível em: <http://www.nxp.com/documents/user_

manual/UM10360.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2014.

[10] BASILIO, J. C., MOREIRA, M. V. Laboratório de Sistemas de Controle II.

Rio de Janeiro, 2008. texto-base do curso de Laboratório de Sistemas de

Controle II.

38

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Apêndice A

Fotograa da bancada experimental

Figura A.1: Foto da bancada experimental

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Apêndice B

Programa embarcado

B.1 BLDC.c

Tabela B.1: Descrição das funções em BLDC.cFunção Descrição

void BLDC_init (void) Inicialização:- MCPWM- Interrupções MCPWM e EINT3- ADC

void BLDC_Enable (void) Habilita o funcionamento do motorvoid BLDC_setDuty (unsignedint duty)

Atribui um novo cilco de trabalho parao MCPWM

void BLDC_calcRPM (PIDstr*ptr)

Calcula a velocidade

void BLDC_commutate(unsigned char step)

Comuta o chaveamento para o próximopasso

void MCPWM_IRQHandler(void)

Interrupção externa provocada pelasbordas dos sinais dos sensores queinterpreta esses sinais e chama aBLDC_commutate e a BLDC_cal-cRPM

void EINT3_IRQHandler(void)

Interrupção externa provocada pelasbordas dos sinais do painel comandopara ligar ou desligar o motor, aumen-tar ou diminuir velocidade e mudar sen-tido de rotação

B.2 PID.c

Consiste apenas da função PID_calc_cntr que faz o papel de um controlador

PI onde é calculado o ciclo de trabalho a ser imposto, através chamando a função

40

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BLDC_setDuty, no acionamento do motor dependenetemente da velocidade, da

corrente e de suas referências. Nesta função é feita a aquisição do canal AD do

sensor de corrente para o controle e aproveita-se disso para realizar uma proteção

de sobrecorrente nesta função.

B.3 MAIN.c

Tabela B.2: Descrição das funções em MAIN.cFunção Descrição

void Systick_Handler (void) Interrupção de tempo, usada para contagemde 1 ms para todo o sistema

int sendchar (int c) Função de redirecionamento para o uso doprintf, que será coletar e enviar pelo UART

void Call_1ms (void) Função executada a cada 1 ms, contém a cha-mada da função PID_calc_cntr para con-trole do motor

void Call_1s (void) Função executada a cada 1 s, contém um có-digo que zera a velocidade se o motor estiverparado

void initApplication (void) Inicialização:- Interrupção temporal Systick- módulo UART- BLDC_init

void main (void) Função de entrada do programa principal:- Inicializa o sistema- A aplicação, initApplication- Habilita, BLDC_Enable- Roda o laço innito que contém as

funções Call_X

B.4 Fluxograma

Na gura B.1 encontra-se o uxograma simplicado do código embarcado no

microcontrolador.

41

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Início

Inicializaçãodo sistema

init_Ap-plication

Inicializaçãodo Systick

Inicializaçãodo UART

BLDC_init Inicializaçãodo MCPWM

InterrupçõesMCPWM,EINT3

Inicializaçãodo ADC

BLDC_Enable

Call_1ms

Call_1s

Systick_-Handler conta

o tempo

MCPWM_-Handler

BLDC_-calcRPM

BLDC_-commutate

EINT3_Handlerliga/desligao motor, au-menta/diminui

a veloci-dade, sentidohorário/anti-

horário

Figura B.1: Fluxograma do programa embarcado.

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Apêndice C

Formulação matemática

As formulações a seguir expostas são originárias de BASILIO [1] e, principal-

mente, BASILIO e MOREIRA [10].

C.1 Identicação dos Parâmetros do Motor por Es-

paço de Estados

C.1.1 Modelo em espaço de estados para um motor CC con-

trolado pela armadura

O circuito equivalente do motor CC controlado pela armadura pode ser repre-

sentado pela gura C.1. É, com muito boa aproximação, desconsiderado o atrito

seco ou de Coulomb.

Figura C.1: Circuito equivalente do motor CC controlado pela armadura.[1]

Das Leis de Kirchho e de Newton, obtêm-se:

va(t) = Raia(t) + Lad

dtia(t) + e(t) (C.1a)

tm(t)− td(t)− fω(t) = Jd

dtω(t) (C.1b)

43

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sendo que tm(t) e td(t) são os torques produzidos pelo motor e o torque externo

de perturbação, respectivamente. Sabe-se que a tensão de armadura é diretamente

proporcional à velocidade angular do motor, enquanto o torque produzido pelo motor

é diretamente proporcional à corrente armadura. Daí, pode-se dizer que:

e(t) = Kgω(t) (C.2a)

tm(t) = Kaia(t) (C.2b)

Substituindo as equações (C.2a) e (C.2b) em (C.1a) e (C.1b), respectivamente, e

denindo como entrada a tensão externa a ser aplicada ao circuito de armadura do

motor, va(t), e como variáveis de estado, a corrente de armadura, ia(t), e a velocidade

angular do eixo do motor, ω(t), obtém-se o seguinte modelo em espaço de estados

para o motor: [ddtia(t)

ddtω(t)

]=

[−RaLa−Kg

LaKaJ

− fJ

][ia(t)

ω(t)

]+

[1La

0

]va(t) (C.3)

C.1.2 Região Linear de Operação do Motor CC

Considera-se os dois atritos atuantes no motor CC. O atrito viscoso ocorre de-

vido ao uxo laminar do lubricante dos mancais, enquanto o atrito seco é devido

ao próprio movimento de rotação da máquina. Graças ao primeiro, ao aplicarmos

uma tensão va na armadura do motor CC, o seu rotor não gira de imediato sendo

necessário aumentar a tensão aplicada até o rotor começar a girar. Porém, nos va-

lores de tensão imediatamente superiores àqueles onde o rotor começa a apresentar

velocidade angular, o motor possui comportamento não-linear, por causa da inuên-

cia do atrito seco. Dessa forma, a faixa de valores de va onde o rotor não gira devido

ao atrito viscoso ou apresenta comportamento não-linear graças ao atriso seco é

chamada de zona morta, pois não se enquadra na faixa operacional do motor cc.

Como a equação (C.3) parte do pressuposto de que o motor possui comporta-

mento linear, é necessário determinar a região linear de operação da máquina.

Para a determinação da zona morta, pode-se aplicar tensões CC de diferentes

amplitudes (Vai , i = 1, 2, . . .) ao circuito de armadura e registrar os corresponden-

tes valores de regime permanente das velocidades (Wi, i = 1, 2, . . . ). Os pontos

(Vai ,Wi), i = 1, 2, . . . , n podem ser aproximados gracamente por um polinômio de

grau q, q << n, pelo método dos mínimos quadrados, o qual fornecerá o seguinte

polinômio:

W = a0Vqa + a1V

q−1a + · · ·+ aq−1Va + aq. (C.4)

Os coecientes ai, i = 0, 1, . . . , q do polinômio W = p(Va) podem ser obtidos a

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partir dos pontos (Vai ,Wi), i = 1, 2, . . . , n pelo seguinte sistema de equações:W1

W2

...

Wn

=

V qa1

V q−1a1

. . . Va1 1

V qa2

V q−1a2

. . . Va2 1...

......

...

V qan V q−1

an . . . Van 1

a0

a1

...

aq

, (C.5)

a qual pode ser expressa da seguinte forma:

g = Ha (C.6)

onde:

H =

V qa1

V q−1a1

. . . Va1

V qa2

V q−1a2

. . . Va2...

......

...

V qan V q−1

an . . . Van

(C.7)

e

g =[W1 W2 · · · Wn

]t. (C.8)

Como n >> q, o sistema da equação (C.6) não tem solução, tornando-se necessário

utilizar o ajuste por mínimos quadrados, o que nos fornece a solução do problema

pela equação abaixo:

a =[a0 a1 · · · aq

]t= (H tH)−1H tg (C.9)

C.1.3 Determinação dos ganhos Kg e Ka

A função de transferência da planta pode ser dada por:

G(s) =Y (s)

U(s)=

K

τs+ 1(C.10)

onde K é o ganho DC e τ a constante de tempo. A transformada de Laplace Y (s)

da resposta do sistema em questão ao degrau é dada por:

Y (s) =DK

s(τs+ 1)(C.11)

Aplicando o Teorema do Valor Final (TVF):

limt→∞

y(t) = yss = lims→0

sY (s) = lims→0

DK

(τs+ 1)= DK (C.12)

45

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O ganho DC pode ser determinado pela seguinte equação:

K =yssD

(C.13)

Conforme gura C.2, para a determinação de K, aplica-se tensões nos terminais

da armadura e mede-se as as velocidades angulares do eixo do motor CC.

Motorva ω

Figura C.2: Diagrama em bloco do motor.

Sabe-se que uma relação linear é dada por uma equação do tipo y(x) = ax, onde

a é o coeciente angular da reta. Assim, pode-se obter:

∆ω(t) = K∆va(t) (C.14)

onde ∆ω(t) = ω(t) −W0, ∆va(t) = va(t) − Va0 , e (W0, Va0) é o ponto de operação

escolhido na região linear.

A m de minimizar a inuência dos erros, de posse dos dados, formam-se dois

vetores (∆Va e ∆W ) e aplica-se o método dos mínimos quadrados para uma relação

de primeira ordem. Considerando somente os pontos obtidos em torno de um ponto

de operação dentro da região linear:

K =(∆Va)

T (∆W )

(∆Va)T (∆Va)(C.15)

Para determinarmos Kg, uma estimativa de ganho pode ser feita a partir do

modelo de primeira ordem do motor CC expresso na equação (C.10), onde

K =Ka

Raf +KaKg

(C.16)

Quando expressas no Sistema Internacional de Unidades, Ka = Kg. Considerando,

com boa aproximação, que Raf << KaKg, então a equação (C.17) pode ser descrita

como:

K =1

Kg

(C.17)

Logo:

Kg =1

K(C.18)

46

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C.1.4 Equações dinâmicas de um modelo discreto equivalente

a um modelo a tempo-contínuo

Seja o modelo em variáveis de estados de um SLIT representado pela seguinte

equação: x(t) = Ax(t) + bu(t)

y(t) = c x(t) + du(t)(C.19)

O modelo discreto equivalente do mesmo sistema em espaço de estados, ou seja,

em dois instantes consecutivos de amostragem tk e tk+1 espaçados no tempo por um

intervalo h, isto é, h = tk+1 − tk, chamado intervalo de amostragem, é dado por:x(tk+1) = Φx(tk) + γu(tk)

y(tk) = c x(tk) + du(tk)(C.20)

onde,

Φ = eAh (C.21)

γ =

∫ h

0

eAxdxb (C.22)

C.1.5 Estimação dos parâmetros Ra, La, J e f

Admitindo que se conhece Kg e Ka é necessário determinar Ra, La, J e f . As

equações (C.1a) e (C.1b) podem ser atualizadas como:

Lad

dtia(t) +Raia(t) = va(t)−Kgω(t) (C.23a)

Jd

dtω(t) + fω(t) = Kaia(t) (C.23b)

Assumindo a seguinte denição:

ue(t) = va(t)−Kgω(t) (C.24a)

um(t) = Kaia(t) (C.24b)

as equações (C.23a) e (C.23b) tornam-se, respectivamente:

ue(t) = Lad

dtia(t) +Raia(t) (C.25a)

um(t) = Jd

dtω(t) + fω(t) (C.25b)

As equações (C.25a) e (C.25b) são as equações diferenciais de dois sistemas lineares

de primeira ordem, sendo um sistema elétrico (E) e um sistema mecânico (M), os

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quais representados por espaços de estados podem ser vistos como:

(E)

xe(t) = Aexe(t) +Beue(t)

ye(t) = xe(t), (C.26a)

(M)

xm(t) = Amxm(t) +Bmum(t)

ym(t) = xm(t). (C.26b)

onde xe(t) = ia(t), Ae = −Ra/La, Be = 1/La, xm(t) = ω(t), Am = −f/J e

Bm = 1/J .

Os sistemas (E) e (M) possuem, respectivamente, as seguintes funções de trans-

ferências:

Ge(s) =Ke

τes+ 1(C.27a)

Gm(s) =Km

τms+ 1(C.27b)

onde Ke = 1/Ra, τe = La/Ra, Km = 1/f e τm = J/f . Os modelos discretos

podem ser obtidos das equações (C.10), (C.20), (C.21) e (C.22), os quais são:

(E)

xe(tk+1) = Φexe(tk) + Γeue(tk)

ye(tk) = xe(tk), (C.28a)

(M)

xm(tk+1) = Φmxm(tk) + Γmum(tk)

ym(tk) = xm(tk). (C.28b)

onde Φe = e−h/τe , Γe = Ke(1−Φe), Φm = e−h/τm e Γm = Km(1−Φm). Consequen-

temente, nos intantes de amostragem tk, k = 0, 1, . . ., os sistemas (E) e (M) podem

ser descritos pelas seguintes equações a diferenças lineares:

(E) ye(tk) = Φeye(tk−1) + Γeue(tk−1) (C.29a)

(M) ym(tk) = Φmym(tk−1) + Γmum(tk−1) (C.29b)

Das equações (C.29a) e (C.29b) é possível ver que conhecendo-se os parâmetros

Φe, Φm, Γe, e Γm, então as grandezas Ke, Km, τe e τm podem ser determinadas.

Daí bastará utilizar as relações Ra = 1/Ke, f = 1/Km, La = Raτe e J = fτm.

Como ye(tk) = ia(tk), ym(tk) = ω(tk), ue(tk) = va(tk) − Kgω(tk) e um(tk) =

Kaia(tk), é possível aplicar um sinal de pulsos do tipo PRBS (PseudoRandom Binary

Signal) e fazer a aquisição de va(tk), ia(tk) e ω(tk) nos instantes de amostragem

48

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tk, k = 0, 1, . . . , n (n 2), resultando em:

ia(t1)

ia(t2)

ia(t3)...

ia(tn)

=

ia(t0) ue(t0)

ia(t1) ue(t1)

ia(t2) ue(t2)...

...

ia(tn−1) ue(tn−1)

[

Φe

Γe

]⇔ ia = Mexe (C.30a)

ω(t1)

ω(t2)

ω(t3)...

ω(tn)

=

ω(t0) um(t0)

ω(t1) um(t1)

ω(t2) um(t2)...

...

ω(tn−1) um(tn−1)

[

Φm

Γm

]⇔ ω = Mmxm (C.30b)

As equações (C.30a) e (C.30b) podem ser solucionadas por mínimos quadrados,

gerando:

xe = (M teMe)

−1M teia (C.31a)

xm = (M tmMm)−1M t

mω (C.31b)

Finalmente, os parâmetros Ra, La, f e J serão fornecidos por:

Ra =1− Φe

Γe(C.32a)

La =− Rah

ln(Φe)(C.32b)

f =1− Φm

Γm(C.32c)

J =− fh

ln(Φm)(C.32d)

C.2 Controle por Realimentação de Estados e de

Saída

Seria igualmente válido realizar o projeto do controle com a teoria de espaço

de estados, não havendo um observador de estados o esforço computacional não au-

mentaria consideravelmente. Entretanto os parâmetros calculados na subseção C.1.5

foram utilizados diretamente nas equações dinâmicas que regem o funcionamento de

uma máquina CC e realizado controle através de controladores PID.

49

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A idéia era realizar as duas soluções, mas como foge o escopo do projeto tal

execução foi dada prioridade a outras partes do trabalho.

C.3 Implementação Digital de Controladores PI

C.3.1 Equações a diferenças lineares para as parcelas propor-

cional, integral e derivativa

Conhecido o modelo a tempo-contínuo, dado pela equação (2.12), resume-se a

dedução matemática do modelo discreto do controlador PI:

Modelo discreto da ação proporcional

A partir da equação (2.11a), alteramos o domínio contínuo para o domínio dis-

creto:

t −→ tk

onde tk é o tempo discreto. O efeito dessa mudança na equação (2.11a) é direto,

como mostra a equação (C.33).

up(tk) = Kper(tk) (C.33)

Modelo discreto da ação integral

Fazendo t→ tk na equação (2.11b), obtém-se:

uI(tk) =Kp

Ti

∫ tk

0

er(t) dt

=Kp

Ti

∫ tk−1

0

er(t) dt+Kp

Ti

∫ tk

tk−1

er(t) dt (C.34)

Aplicando a Regra do Trapézio na equação (C.34), chegamos o modelo da equação

(C.35), onde h é o intervalo de amostragem.

uI(tk) = uI(tk−1) +Kph

2Ti[er(tk−1) + er(tk)] (C.35)

C.3.2 Equação a diferenças lineares para o controlador PI

Assumindo uma condição inicial nula onde up(t0) = uI(t0) = 0 e posteriormente

somando-se as equações (C.33) e (C.35), o modelo discreto do controlador PID pode

ser dado pela (C.36).

u(tk) = up(tk) + uI(tk) (C.36)

50

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Note-se que a equação (C.36) também poderia ter sido obtida da aplicação da

Regra de Tustin na equação (2.12).

A equação (C.36) também pode ser escrita na forma da equação (C.37), a saber:

u(tk) = u(tk−1) +Kp

2Ti[(2Ti + h)er(tk) + (h− 2Ti)er(tk−1)] (C.37)

C.4 Projeto de um controlador PI

A função de transferência de um controlador PI é dada por:

C(s) = Kp

(1 +

1

Tis

)(C.38)

Dessa forma, a função de transferência do sistema em malha fechada é dado por:

H(s) =KKp(s+ Fi)/τ

s2 +(

1+KKpτ

)s+ KKpFi/τ

(C.39)

em que Fi = 1/Ti. A função de transferência padrão de um sistema de 2a ordem

sem zeros innitos é dada por:

H(s) =ω2n

s2 + 2ζωns+ ω2n

(C.40)

O tempo de acomodação é o tempo necessário para a curva de resposta alcançar e

permanecer dentro de uma faixa em torno do valor nal, faixa esta de magnitude

especicada por uma porcentagem absoluta do valor nal (normalmente 2%, 3% ou

5%). O tempo de acomodação está relacionado com a maior constante de tempo do

sistema de controle. A escolha de que porcentagem usar no critério de erro pode ser

determinado a partir dos objetivos do projeto de sistema em questão. Para 2 % o

tempo de acomodação é de aproximadamente:

ts =4

ζωn(C.41)

O percentual de ultrapassagem e denido como o overshoot do sinal, ou seja,

o máximo valor que um sinal subamortecido apresenta antes de atingir o regime

estacionário. É dado por:

PO = exp

(− ζπ√

1− ζ2

)× 100% (C.42)

Após a determinação do ζ e do PO encontram-se Kp e Fi através da comparação

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entre as equações C.39 e C.40. Esses valores não precisam ser encarados como

denitivos. Podem ser tomados como partida para a realização da alocação de polos

por lugar das raízes. E ainda pode-se fazer um ajuste empírico.

C.5 Métodos de aproximação de um SLIT por um

sistema de 1a ordem

Tratam-se de dois métodos para obtenção da constante de tempo τ de um sistema

para o qual queira se aproximar por um de 1a ordem conforme equação (C.10). A

determinação do ganho de regime permanente foi deduzida e é feita com a equação

(C.13). Ambas as equações se encontram na subseção C.1.3.

C.5.1 Determinação de τ pelo método da área

O valor de τ pode ser obtido encontrando-se a área hachurada A0 da curva da

resposta do motor em estado permanente, conforme mostra a gura C.3.

y(t)

t

yss

A0

Figura C.3: Método da área.

Observa-se imediatamente que A0 pode ser obtida integrando-se abaixo da curva

y(t) e subtraindo-se este valor da integral para o mesmo intervalo de yss. Essas

operações são conforme o seguinte:

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A0 =

∫ ∞0

KD −KD(

1− e−tτ

)dt (C.43)

A0 = KD

∫ ∞0

e−tτ dt (C.44)

A0 = −KDτ[e−

]∞0

(C.45)

A0 = KDτ (C.46)

τ =A0

yss(C.47)

A equação (C.47) nos permite encontrar o τ desejado.

C.5.2 Determinação de τ pelo método do logaritmo neperi-

ano

O valor de τ pode ainda ser calculado pelo método do logaritmo neperiano,

bastando que os instantes em que y(t) < yss = KA. Com algumas manipulações

pode-se chegar a1

τt = ln

(yss

yss − y(t)

)(C.48)

onde pode-se observar um sistema de 1o grau, que pode ser reescrita como:

at = g (C.49)

Aplica-se um degrau de amplitude A e observa-se a resposta y(t). Para cada instante

de tempo t é obtido um b, que pela técnica dos mínimos quadrados nos permite

encontrar a, como se segue:

a =tTg

||t2||2(C.50)

e τ então pode ser obtido por simples substituição:

τ =1

a(C.51)

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