Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos · Este sistema é constituído por uma rede...

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99 INAG/DSRH Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos O QUE É? O Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos - SVARH, permite conhecer em tempo-útil o estado hidrológico dos rios e albufeiras do país (níveis de água, caudais e volumes armazenados) e informação meteorológica relevante, possibilitando ainda a antevisão da sua possível evolução. Este sistema é constituído por uma rede de estações automáticas com teletransmissão, pertencentes às redes meteorológica, hidrométrica e de qualidade da água, e por uma estrutura informática para armazenamento e disseminação da informação. As estações que constituem o SVARH estão situadas em pontos críticos na vigilância de cheias, secas e acidentes de poluição. O SVARH tem como principais utilizadores entidades que necessitam de informação hidrológica actualizada para o acompanhamento de situações de risco: • INAG • DRAOTs • Serviço Nacional de Protecção Civil • Serviço Nacional de Bombeiros • CPPE ( Grupo EDP) • outros. O O SVARH está funcionalmente dividido em três módulos: AQUISIÇÃO ARMAZENAMENTO e SIMULAÇÃO DISPONIBILIZAÇÃO SITUAÇÃO ACTUAL PREVISÃO

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Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

O QUE É?

O Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos - SVARH, permite conhecer em tempo-útil

o estado hidrológico dos rios e albufeiras do país (níveis de água, caudais e volumes

armazenados) e informação meteorológica relevante, possibilitando ainda a antevisão da sua

possível evolução. Este sistema é constituído por uma rede de estações automáticas com

teletransmissão, pertencentes às redes meteorológica, hidrométrica e de qualidade da água, e por

uma estrutura informática para armazenamento e disseminação da informação. As estações que

constituem o SVARH estão situadas em pontos críticos na vigilância de cheias, secas e acidentes

de poluição.

O SVARH tem como principais utilizadores entidades que necessitam de informação hidrológica

actualizada para o acompanhamento de situações de risco:

• INAG

• DRAOTs

• Serviço Nacional de Protecção Civil

• Serviço Nacional de Bombeiros

• CPPE ( Grupo EDP)

• outros.

O O SVARH está funcionalmente dividido em três módulos:

AQUISIÇÃOARMAZENAMENTO

eSIMULAÇÃO

DISPONIBILIZAÇÃO

SITUAÇÃO ACTUAL

PREVISÃO

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Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

III - Disponibilização de dados A informação armazenada no servidor do INAG é

acedida através da aplicação RIOS, que de uma

forma intuitiva apresenta a informação actual e as

previsões obtidas dos modelos de simulação.

II - Armazenamento e processamento dos dados

Sistema informático que interroga as estações a intervalos

regulares e coloca os dados numa base de dados central,

dotada de ferramentas de gestão e análise dos dados. A base

de dados é utilizada pelos modelos de previsão.

I - Aquisição de dadosÉ feita principalmente por estações automáticas com

telemetria. Cada estação é composta por um sistema de

armazenamento de dados - registador de dados, sensores,

sistema de alimentação e de teletransmissão. Funcionam

de forma autónoma, necessitando apenas de manutenção

mensal ou trimestral para limpeza e calibração (se

necessário).

ESTAÇÕES

SERVIDOR

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Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

I - Aquisição de DadosNo início do ano hidrológico de 1995/96 foram automatizadas três estações hidrométricas na bacia do Rio

Tejo: Tramagal, Almourol e Ómnias. Foram instalados equipamentos que mediam e registavam o nível de

água no rio. Os dados eram transmitidos por linha telefónica e modem. Desde então têm sido instaladas

diversas estações hidrométricas, meteorológicas e de qualidade da água nas principais bacias hidrográficas

do país, em pontos críticos para desencadeamento de alarmes e de acções de controlo subsequentes.

Componentes de uma estação

SensoresSistema de alimentação e teletransmissão

Registador de dados

O registador de dados é o cerne de uma estação

automática. pois é responsável pela leitura dos

sensores e armazenamento dos dados. Antes da

restruturação das redes de monitorização houve

oportunidade de testar diversos modelos de

registadores, onde foram identificadas como

características essenciais: a capacidade da

memória, a forma de backup da memória, o

consumo, a gestão de alarmes, a parametrização e a

teletransmissão.

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Pontos Críticos detectados na implementação do SVARH

A ocorrência de trovoadas pode provocar avarias nos sensores, registador de dados e

modem. Sobretensões e correntes de pico podem entrar pelos cabos da linha telefónica,

dos sensores ou da alimentação. Deste modo, é fundamental que a estação possua as

protecções adequadas.

As primeiras estações automáticas possuiam elevado consumo: o

modem estava sempre ligado, obrigando a utilizar uma bateria e um

painel solar de grande capacidade.

SobretensõesSobretensões

ConsumoConsumo

As componentes expostas — cabos, painel solar, sensores —

estão sujeitas a actos de vandalismo.

VandalismoVandalismo

Sensores Sensores

O sensor de nível era inicialmente contituido por partes móveis e

com limitações relativamente à gama de medida. Esta limitação

obrigava a desmultiplicações que adicionavam mais fragilidade ao

sensor, pois os anéis podiam quebrar ou bloquear as rodas do

sensor.

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Bateria:Bateria: o consumo

de todo o sistema é

baixo, permitindo a

utilização de bate-

rias de baixa capa-

cidade, logo, com

menor peso e

dimensão.

Registador de Dados:Registador de Dados: Baixo

consumo,memória não volátil

configuração versátil.

Modem GSM:Modem GSM: a

mudança das comuni-

cações fixas para as

móveis permitiu eli-

minar a entrada de

sobretensões e ruído no

sistema de

teletransmissão.

Entradas dos sensores, do painel solar Entradas dos sensores, do painel solar

e da antena GSMe da antena GSM: os cabos não estão

expostos, diminuindo o risco de

vandalismo. Não há excedentes de

cabo no interior do armário por forma a

não criar correntes induzidas.

Correcção das vulnerabilidades: desenho da estação actual

Ligações à terraLigações à terra: todas os cabos de

entrada são blindados e possuem

ligação à terra.

Interface multifunções:Interface multifunções: unidade responsável

pela gestão da carga da bateria, protecções

e descodificação dos sensores.

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Outras fontes de informação do SVARH

Além das estações automáticas, o SVARH recebe dados de

outras fontes:

dados de introdução manual. Este método é utilizado para

inserção de dados proveniente de estações não

automatizadas. Um exemplo típico são as albufeiras geridas

por associações de regantes, cujos dados chegam ao INAG

por Fax ou por telefone.

transferência directa. O INAG pode estabelecer

protocolos de transferência de dados com outras entidades, e

recebê-los por via informática. Os dados das albufeiras geridas

pela CPPE (Grupo EDP) são recebidos desta forma.

No início do SVARH, os dados das albufeiras da CPPE

eram pedidos por telefone por um operador de serviço, que

os introduzia à mão na base de dados. Em períodos de

cheia, isto era feito a cada hora.

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Rede proposta do SVARH

Integrada na Restruturação das Redes de

Monitorização de Recursos Hidricos, a rede do

SVARH foi conceptualizada de forma a

potenciar para a gestão de crise os objectivos

de vigilância e alerta. A implementação das

redes restruturadas teve início no sul do país,

prevendo-se a sua conclusão durante o ano de

2002.

O mapa mostra o total de estações com

teletransmissão previsto para todo o país.

A teletransmissão permite não só a obtenção de

dados continuamente, mas também detectar

avarias mais rapidamente. Qualquer estação da

rede restruturada pode receber o módulo de

teletransmissão (modem GSM) se isso se

revelar necessário.

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A transferência dos dados das estações para o INAG é feita automaticamente por computadores

equipados com modems GSM e software de comunicações adequado, chamados concentradores.

Estas aplicações permitem escolher o período de interrogação, e podem aumentar a frequência das

chamadas se um ou mais valores medidos atingirem valores de alarme.

Os dados são armazenados numa base de dados com uma interface de gestão muito versátil, que

permite ao operador do sistema visualizar o estado de todas as estações (normal/em alarme/avariada),

construir gráficos e tabelas com os dados, detectar possíveis erros nos dados, e muitas outras funções.

II - Armazenamento e processamento dos dados

Rede do INAG

Rede Telefónica Móvel

ESTAÇÕESConcentrador 1

Servidor SVARH

Concentrador n

Consola gestão

Sala de Comando

Concentrador 2

Terminal GSM

InternetRouter

Rios

Rios

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Os dados assim armazenados ficam de imediato disponíveis para serem acedidos pelos modelos de

simulação, e pelos utilizadores da aplicação "Rios" (ver próxima secção). Assim, o utilizador final

pode dispor dos dados com um tempo de atraso muito curto. Passados alguns dias, os dados são

analisados por algoritmos inteligentes de controlo de qualidade e, após uma filtragem manual, são

exportados para a base de dados do SNIRH, onde passam a estar disponíveis para o público em

geral através do sítio do snirh em snirh.inag.pt.

É possível programar o sistema para enviar mensagens de alerta em SMS

ou e-mail para o operador ou para o gestor do sistema.

Os alertas não têm só relação com os os dados medidos mas também com os valores das

previsões.

Um mesmo valor de precipitação poderá ter implicações distintas no escoamento provocado

consoante o grau de humidade dos solos. Naqueles estados de humidade do solo mais próximos da

saturação a resposta em termos de cheia é rápida e mais intensa. Daí que os sistemas de alerta não

possam estar reduzidos a níveis estáticos de precipitação ou num rio.

Outro aspecto da previsão entra em conta com o tempo de deslocação de uma perturbação

(meteorológica ou hidráulica) até a um ponto crítico: no primeiro caso está-se no âmbito da previsão

meteorológica (o nowcasting), e na segunda está-se perante a propagação hidráulica de cheias.

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Cedilho

Fratel

A lmourol

Ómnias

Propagação dos caudais no Tejo na cheia de 6/11/97Q (m 3/s)

te m po (dia s)

Para os casos de previsão de cheias a

partir da precipitação e com

incorporação do conhecimento do

estado de humidade dos solos, o

SVARH possui o módulo de

Simulação Hidrológica.

Para os casos de previsão de cheias a

partir da propagação hidráulica de

uma onda de cheia (gerada pela

precipitação ou pela operação das

comportas de uma barragem), o

SVARH possui o módulo de

Simulação Hidráulica. tempo (horas)

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Q (m3/s) Moinho da Gamitinha (rio Sado)

31 Jan 98 1 Fev 98 2 Fev 98

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0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78

Neves Corvo Beja

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No Módulo de Simulação Hidrológica incluem-se ainda os modelos de balanço hídrico, que

servem também para a previsão de situações extremas, mas de outro tipo, relacionadas com a

escassez de água e secas. O seu fim é apoiar a Comissão de Gestão de Albufeiras no controlo

das campanhas de rega em albufeiras de fins múltiplos, onde se inclui o abastecimento, ou

quando haja perigo de stress para as comunidades ictiológicas.

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V (hm3) Campanha de rega

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Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos HídricosModelaçãoTodos os modelos do SVARH são apoiados em Sistemas

de Informação Geográfica, que fornecem informação

adicional de base (declives, tempos de concentração, etc.).

Figueira e Figueira e BarrosBarrosMo. NovoMo. NovoPaviaPavia

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III - Disponibilização da informação

A aplicação RIOS foi desenvolvida especificamente para disponibilizar a informação do SVARH. O

RIOS é utilizado pelos técnicos do Ministério do Ambiente d do Ordenamento do Território e pelos

organismos que necessitam de informação atempada para acompanhamento de situações graves,

como a Protecção Civil, e outras.

Através de uma ligação à internet, o RIOS acede à base de dados do SVARH e mostra a informação

de uma forma intuitiva e organizada por bacias hidrográficas ou distritos.

Cada estação é identificada por um

símbolo, e tem associada uma grelha

onde se mostram os últimos valores

medidos nessa estação, e a hora da

medição. O conteúdo da grelha é

actualizado sempre que houver dados

mais recentes na base de dados.

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A aplicação RIOS permite a visualização de alarmes.

É possível definir dois níveis de alarme para cada

estação:

- nível 1 - amarelo

- nível 2 - vermelho

A bacia que contem as estações em alarme, ficará da

côr do alarme mais grave. O mesmo se verifica nos

ditritos.

Perfis estilizados dos rios e das barragens

permitem avaliar de forma intuitiva a maior ou

menor gravidade da situação.

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Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos

Foram efectuados levantamentos topográficos dos principais diques do Vale do Tejo, com objectivo de aperfeiçoar o modelo digital do terreno.

Visualização de áreas inundadas em SIGOs valores dos níveis de água ao longo do rio permitem construir

num sistema de informação geográfica (SIG) uma simulação das

áreas inundadas, com base num modelo digital do terreno. As

imagens podem construir-se a partir de dados observados ou de

resultado dos modelos de previsão.

Simulação da propagação e atenuação

de uma onda de cheia e do respectivo

avanço da área inundada no vale do Tejo

com base na componente hidráulica do

modelo de previsão apoiada no software

SIG.

Eu sou uma onda de massae não de oscilação:não dá para mergulhar por baixo.

À entrada da planície a onda de cheia é mais pontiaguda. Com o espraiamento a onda fica achatada.