Sistemas Locais de Produção Um Estudo Organizacional Da Indústria Da Construção Civil

download Sistemas Locais de Produção Um Estudo Organizacional Da Indústria Da Construção Civil

of 7

description

Sistemas Locais de Produção Um Estudo Organizacional Da Indústria Da Construção Civil

Transcript of Sistemas Locais de Produção Um Estudo Organizacional Da Indústria Da Construção Civil

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    Sistemas locais de produo: um estudo organizacional da indstria da construo civil de Vitria da Conquista/BA. Autoria: Marcus Fagundes1, tila Cheles Keler2 e Franciele dos Santos3

    1UESB/FAINOR, E-mail: [email protected] 2 FAINOR, E-mail: [email protected] 3FAINOR, E-mail: [email protected] Introduo

    O segmento da construo civil, responsvel por envolver atividades industriais de transformao com aplicao inconstante de recursos e habilidades, destaca-se por oferecer produtos de posio fixa e com um ciclo de vida longo. tambm responsvel por elaborar solues de urbanismo e edificaes que se tornam indispensveis a evoluo e ao desenvolvimento da sociedade, configurando-se como a indstria da qualidade de vida. Os seus efeitos afetam os padres sociais de vida, a qualidade e a produtividade da sociedade.

    A indstria da construo civil engloba o segmento fornecedor de matrias primas, equipamentos para a construo e os setores de servios correlatos, destacando-se no processo de desenvolvimento dos pases. O Brasil, especificamente, vivenciou um processo de transformao significativa no final do ltimo sculo, proporcionado, em grande parte, pelo desenvolvimento do setor da construo civil, que contribuiu sobremaneira para situar o pas em posio de destaque no cenrio econmico mundial. Especialmente na regio Nordeste do pas, a Bahia tem demonstrado grande envolvimento com o setor de construo civil, uma vez que, este responsvel pela gerao de riquezas diversas, sejam benefcios provenientes das relaes de troca econmica inerentes a este sistema produtivo ou pela promoo de emprego e renda para populao, contribuindo significativamente para a composio econmica deste Estado. Adentrando-se nas especificidades da construo civil na Bahia, observa-se que no municpio de Vitria da Conquista, localizado na regio Sudoeste daquele Estado, este segmento produtivo apresenta significativa importncia para a economia local. A cidade de Vitria da Conquista possui uma populao de 310.129 habitantes, o que a torna o terceiro maior municpio da Bahia e umas das mais expressivas localidades econmicas do interior da regio Nordeste do pas (IBGE, 2011). No contexto atual, este municpio vem apresentando um acentuado crescimento, resultado de uma economia dinamizada, centrada no comrcio e em servios, com destaque para a educao, a sade e a construo civil. De acordo com dados da Feira da Construo Civil de Vitria da Conquista, evento anual que congrega e dissemina aes, informaes e resultados do setor, cerca de vinte e cinco mil unidades habitacionais foram construdas na cidade somente entre os anos de 2009 e 2011, o que evidencia que o municpio tratado acompanha a tendncia de crescimento no setor de construo civil frente ao positivo panorama baiano e brasileiro (FECCON BAHIA, 2011).

    Deste modo, em razo da relevncia da indstria da construo civil para o desenvolvimento local, deslocou-se as discusses sobre este tema para o mbito emprico, tomando-se como objeto de estudo neste artigo o seguinte problema: qual o perfil organizacional e estratgico

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    do setor de construo civil da cidade de Vitria da Conquista/Bahia? Portanto, o objetivo geral da investigao pautou-se em analisar as caractersticas organizacionais e estratgicas das empresas que compem o segmento da Construo Civil de Vitria da Conquista/Bahia. Especificamente, o estudo buscou: a. descrever as principais caractersticas socioeconmicas do segmento da construo civil de Vitria da Conquista/Bahia; b. identificar o perfil organizacional das empresas do setor de construo civil tratado; e c. analisar o comportamento estratgico das empresas enfocadas sob a tica da metodologia de planejamento formal proposta por Ansoff (2008).

    Estrutura Organizacional e Gesto Estratgica

    Essencial para qualquer organizao, a estrutura organizacional se tornou uma ferramenta bsica para o desenvolvimento e implantao de planos organizacionais. Robbins (2005) acredita que uma estrutura organizacional define como as tarefas so formalmente distribudas, agrupadas e coordenadas. Oliveira (2000), afirma que a estrutura organizacional o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicaes e decises das unidades organizacionais de uma empresa. Acrescenta recomendando que a estrutura organizacional de uma empresa deve estar alinhada a estratgia da organizao, de modo que a entidade alcance seus resultados de maneira otimizada e competitiva. Dependendo do contexto no qual empregada, a estratgia pode ter o significado de polticas, objetivos, tticas, metas, programas, entre outros (MINTZBERG e QUINN, 1991). De modo geral, o alinhamento da estrutura organizacional de uma empresa frente as suas escolhas estratgicas perpassa pela definio e implementao de elementos necessrios ao desempenho satisfatrio da gesto do negcio, conforme se discute a seguir.

    Elementos da Estrutura Organizacional

    Para Oliveira (2010), a estrutura organizacional de uma empresa ou entidade pode ser formal ou informal. Formal, quando o objeto de estudo das organizaes aquele planejado e formalmente representado, em alguns aspectos, pelo organograma; e informal, quando surge da interao social das pessoas, o que significa que se desenvolvem espontaneamente quando as pessoas se renem e que normalmente no so representadas no organograma. Para o estabelecimento de uma estrutura organizacional, considera-se como mais adequada a anlise de seus componentes, condicionantes, nveis de influncia e nveis de abrangncia (OLIVEIRA, 2010).

    A anlise e implementao de uma estrutura organizacional eficiente e eficaz perpassa pela orientao estratgica dada aos elementos supracitados que a compem. Para tanto, faz se necessria a discusso e compreenso do conceito de estratgia organizacional e como este instrumento poder munir a organizao de competncias e habilidades competitivas que a diferenciem no mercado.

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    Estratgia e Gesto Estratgica Dependendo do contexto no qual empregada, a estratgia pode ter o significado de polticas, objetivos, tticas, metas, programas, entre outros, numa tentativa de exprimir os conceitos necessrios para defini-la (MINTZBERG e QUINN, 1991). Para Meirelles e Gonalves (2001, pg. 22), estratgia a rea da gesto e, ou engenharia organizacional que se ocupa da adequao da organizao ao seu ambiente. Estes autores partilham da viso mais operacional do conceito de estratgia, definindo-a como a deciso sobre quais recursos devem ser adquiridos e usados para que se possam tirar proveito das oportunidades e minimizar fatores que ameaam a consecuo dos resultados desejados. Pesquisas recentes demonstram que micro, pequenas e mdias empresas possuem especificidades na formulao e prtica da gesto estratgica. Ansoff (2008) define que as propostas de gesto estratgica difundidas usualmente na literatura especializada da rea, bem como nas prticas gerenciais das organizaes no expressam a realidade de planejamento e formulao de estratgias encontradas em pequenas e mdias empresas, uma vez que na pequena empresa as relaes so mais pessoais, no havendo necessidade de formalizao de planos e esquemas, encontrados normalmente nas grandes corporaes. Contudo, este autor recomenda que sejam feitas adaptaes das metodologias formais existentes de planejamento estratgico, de modo que se priorizem os seguintes itens: a) anlise do ambiente da empresa (interno e externo); b) estabelecimento da diretriz organizacional; c) formulao da estratgia; d) implementao da estratgia e; e) controle estratgico. Para Oliveira (2010), a anlise ambiental corresponde primeira fase do processo de planejamento estratgico e procura identificar qual a real situao da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos. J as diretrizes organizacionais so definidas pela viso, misso e objetivos. Aps a anlise do ambiente interno e externo e da formulao de diretrizes organizacionais, a empresa poder formular suas estratgias. Estas estratgias podero ser em nvel organizacional (concentrao, estabilidade, crescimento, reduo de despesas e combinadas), formuladas para alcanar os objetivos globais da empresa; em nvel de negcios utilizadas para tomadas de decises em nvel ou unidade de negcios e; estratgias funcionais (pesquisa e desenvolvimento, operaes, financeira, marketing e recursos humanos) relacionadas ao alcance de objetivos funcionais da organizao (CERTO E PETER, 2003). Formuladas e implementadas as estratgias da empresa passa-se ento para o controle estratgico das operaes e decises gerenciais institucionais da organizao.

    Metodologia

    Para a anlise dos aspectos organizacionais e estratgicos do setor de construo civil de Vitria da Conquista, Bahia, foram utilizadas escolhas metodolgicas que tivessem o foco nos objetivos central e especficos da investigao. Deste modo, procedeu-se com uma pesquisa exploratrio descritiva, quanto aos fins, e de abordagem qualiquantitativa, quanto aos meios. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se o questionrio estruturado composto de perguntas objetivas e dissertativas. Este questionrio foi formulado a partir da proposio de 56 (cinquenta e seis) perguntas estruturadas, divididas em quatro partes: 1. aspectos demogrficos da construo civil (caractersticas socioeconmicas); 2. aspectos tcnicos da construo civil (materiais e processos de produo); 3. polticas pblicas de apoio a construo civil; e 4. aspectos de gesto e estratgia das empresas de construo civil de Vitria da Conquista. Em razo dos objetivos do presente artigo, procedeu-se com o recorte

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    proposital das informaes advindas das partes 1, 2 e 4 do instrumento supracitado. O referido questionrio foi aplicado junto a nove construtoras atuantes na cidade de Vitria da Conquista e regio. Estas empresas foram escolhidas por critrio no estatstico, mas por acessibilidade e tambm por representarem aspectos relevantes do segmento em que atuam. Responderam a este instrumento engenheiros, arquitetos, administradores, gerentes e responsveis tcnicos das empresas, durante o perodo de maio a dezembro do ano de 2013. As respostas apresentadas receberam tratamento qualiquantitativo com a agregao simples dos resultados, com o intuito de se constatar as caractersticas organizacionais e estratgicas das empresas estudadas. Para tanto, utilizou-se recursos estatsticos dos softwares MiniTab, verso 16, e Microsoft Excel, verso 2010, tanto para o estudo positivista (quantitativo), quanto para a anlise interpretativista (qualitativa) das informaes levantadas.

    Resultados Inicialmente, procedeu-se com a caracterizao do perfil socioeconmico das empresas pertencentes ao setor de construo civil de Vitria da Conquista BA. Constatou-se que o setor verificado possui caractersticas demogrficas e socioeconmicas heterogneas, uma vez que todas as empresas objeto de estudo apresentaram especificidades distintas. A discrepncia revela que existem empresas que atuam acerca quatro anos no mercado local, enquanto que outras esto a mais trs dcadas em atividade; uma das nove empresas apresenta apenas trs trabalhadores em seu quadro funcional, ao tempo em outra possui seiscentos colaboradores; uma construtora possui faturamento anual de R$ 800.000,00 e outra de R$ 50.000.000,00. Seis empresas caracterizam-se como sendo de pequeno/mdio porte, principalmente as de origem local. Estas, por sua vez, atendem prioritariamente as demandas de dficit habitual e estrutural do municpio e distritos. Em contrapartida, constatou-se que trs empresas de porte organizacional e econmico financeiro maiores so oriundas, principalmente, da capital do Estado, Salvador, e se direcionam especialmente ao atendimento de programas e projetos pblicos de dimenses mais significativas, com destaque para o Programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida e obras de licitaes municipais, estaduais ou federais. Vale destacar que as relaes negociais entre estas empresas (pequenas e grandes) ainda incipiente, aproximando-se da fase embrionria de um sistema produtivo local estruturado. Em relao ao perfil organizacional das empresas estudadas, observou-se que a diversidade encontrada em seus aspectos socioeconmicos tambm se evidenciou em relao as suas estruturas formais e informais de gesto. As empresas de menor porte, em geral, sinalizaram no possurem sistemas adequados referentes administrao dos componentes, condicionantes, nveis de influncia e nveis de abrangncia de suas estruturas organizacionais. A maior parte dos representantes destas empresas sinalizou que suas organizaes no estabelecem processos organizacionais sistemticos quanto definio e avaliao de responsabilidades; autoridades; sistemas de comunicao ou sistemas de deciso. Eventualmente, faziam a anlise emprica e informal de condicionantes organizacionais. Fato semelhante foi constatado em relao gesto de nveis de influncia e abrangncia, em razo do fato de que, muitas vezes, os nveis e funes de pessoas, processos e cargos no eram bem definidos. A preocupao central das empresas de menor porte acentuava-se, principalmente, na produo e entrega de um produto final de qualidade para o mercado. J o agrupamento de empresas de maior porte trs das nove pesquisadas, diferenciou-se quanto aos aspectos de estrutura organizacional, principalmente, por ter empresas que possuem mtodos de gesto mais sistemticos e profissionalizados. Os vrios elementos da estrutura organizacional

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    componentes, condicionantes e nveis eram tratados de modo formal, tanto no planejamento quanto na execuo e controle das atividades operacionalizadas pelas empresas. Duas das trs empresas grandes evidenciaram, inclusive, a contratao de assessorias e consultorias externas dedicadas a melhoria de performance organizacional. Com referncia a anlise do comportamento estratgico das empresas enfocadas, sob a tica da metodologia de planejamento formal proposta por Ansoff (2008), questionou-se, primeiramente, se as organizaes possuam diretrizes organizacionais definidas viso, misso e objetivos. As respostas apuradas apontaram que em 89,9% das empresas existiam viso e misso definidas. Fato semelhante foi observado em relao ocorrncia de objetivos organizacionais nas construtoras abordadas, pois a maioria (72%) informou ter objetivos previamente definidos. Contudo, nem todos os funcionrios destas empresas os conheciam, o que pode influenciar negativamente o bom funcionamento dos processos e resultados organizacionais, conforme afirma Arajo (2007) - se no se sabe para onde quer ir, qualquer caminho lhe servir. Posteriormente, estudou-se a anlise ambiental realizada pela gesto estratgica das empresas do setor de construo civil. As mudanas no ambiente de negcio, nos dias atuais, tm se tornado cada vez mais frequentes, forando as organizaes a um crescente processo de adaptao e evoluo. No segmento estudado as mudanas constatadas na anlise ambiental das empresas seja de modo emprico ou formal/sistemtico se agruparam em trs tipos: ambientais gerais, ambientais operacionais e ambientais internas. Em relao as mudanas ambientais gerais se destacaram as variveis tecnologia e economia; j nas mudanas ambientais operacionais observou-se a nfase dada ao quesito mo de obra e em relao as mudanas ambientais internas houve destaque para os aspectos organizacionais e aspectos de produo (estes resultados podem ser visualizados, graficamente, na verso completa deste estudo). A possibilidade de crescimento a mdio e longo prazos foi manisfestada por todas as empresas enfocadas. Todas as organizaes informaram que procuram identificar e gerenciar da melhor maneira os seus pontos fracos e fortes, bem como as ameaas e oportunidades do mercado em que atuam. Neste sentido, todas as organizaes sinalizaram que j usufruram ou usufruem de assistncias tcnicas e/ou gerenciais disponibilizadas por rgos e instituies ligados ao setor. Este fenmeno corrobora a ideia de que as empresas visualizam possibilidades de crescimento por acreditarem no futuro de seus negcios estabelecendo, assim, parcerias institucionais para o fortalecimento de suas aes. Concluses Constatou-se que o segmento da construo civil de Vitria da Conquista representa importncia singular para o processo de desenvolvimento local mediante a gerao de produtos que melhoram a qualidade de vida da populao, alm da gerao de emprego, renda e outras benesses significativas. Apesar de apresentarem caractersticas socioeconmicas heterogneas, o setor em estudo pode ser compreendido pela concentrao de dois grupos de empresas: as de menor porte, que totalizaram seis entidades, so originrias da prpria cidade e circunvizinhana direcionadas ao feitio de obras privadas e pblicas de escopo e dimenses reduzidas; e o grupo das empresas maiores composto por trs organizaes, com nvel de faturamento e empregabilidade relevantes, focadas na elaborao de projetos e na operacionalizao de grandes obras pblicas e privadas (condomnios, pontes, estradas, barragens, etc.).

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    Esta dicotomia tambm est presente na anlise das estruturas organizacionais das construtoras enfocadas. Em que pese a expressiva qualidade dos produtos e servios gerados pelas empresas de menor porte, observou-se que estas se delineiam como possuidoras de estruturas organizativas menos profissionalizadas e sistematizadas, fator tpico as micro e pequenas empresas. Em contrapartida, as organizaes do setor com maior porte econmico financeiro praticam uma gesto organizacional mais formalizada, principalmente, em referncia aos componentes e condicionantes do desenho institucional responsabilidades, autoridades, anlise da concorrncia e mercado, tecnologia, etc. Fatores mais homogneos foram constatados no estudo do comportamento estratgico das empresas de construo civil. Praticamente todas as entidades sinalizaram serem possuidoras de aes e tticas que se aproximam do modelo formal de gesto estratgica proposto por Ansoff (2008). Contudo, um nico quesito mostrou-se expressivo como diferenciador das estratgias adotadas pelas empresas de menor porte em relao as de maior potencial econmico: a postura de anlise ambiental. Ou seja, foi possvel aferir que as organizaes menores em muito se assemelham ideia de estratgia artesanal de Minztberg (apud MINTZBERG e QUIN, 2001) como forma reativa s oscilaes do ambiente. Os empresrios/empreendedores so, na maioria das vezes, os principais responsveis pelo comportamento estratgico da pequena empresa e tambm pelo processamento das informaes oriundas do ambiente. J as trs empresas maiores tomando-se como referncia o faturamento ou o nmero de empregados - por sua vez, j se despertaram para a necessidade de formular estratgias empresariais sistematicamente, embora a viso estratgica, em muitas delas, no seja claramente anunciada aos colaboradores e parceiros. Os resultados deste estudo mostram que, a exemplo do que prope a literatura da rea, empresas com maiores aportes estruturais e financeiros so possuidoras de estratgias mais competitivas, ao passo que empresas de micro e pequeno porte so suscetveis a uma gesto e engenharia de produo essencialmente empricas conduzidas, muitas vezes, pelas atitudes de seus empresrios empreendedores de cuja intuio, frequentemente, depende o xito ou fracasso do negcio.

    Como limitaes deste estudo evidencia-se a amostragem reduzida do universo pesquisado de empresas do segmento de construo civil enfocado, ao tempo em que se sugere, em futuros estudos, pesquisas com maior rigor descritivo de modo que se possa estabelecer relaes causais ou explicativas para o problema estudado.

    Referncias Bibliogrficas ANSOFF, H. I. A nova estratgia empresarial. So Paulo: Atlas, 2008.

    ARAUJO, Luis Csar G. Organizao, Sistemas e Mtodos e as Tecnologias de Gesto Organizacional. So Paulo: Ed. Atlas, 3ed., 2007.

    CERTO, S. C. e PETER, J. P. Administrao Estratgica: planejamento e implantao da estratgia. 4. ed. So Paulo: Makron Books, 2003.

    MEIRELLES, A. M. O planejamento estratgico no Banco Central do Brasil e a viabilidade estratgica em uma unidade descentralizada da autarquia: um estudo de caso. Dissertao (Mestrado em Administrao) CEPEAD/FACE/UFMG, Belo Horizonte: UFMG, 1995. 229 p.

  • XVII Semana do Administrador do Sudoeste da Bahia ISSN: 2358-6397 O Administrador da Contemporaneidade: desafios e perspectivas

    Anais SEMAD - v.2, n. 2 Vitria da Conquista/Ba - 22 a 24 de Outubro de 2014

    MINTZBERG, H.; QUINN, J. B. O processo de estratgia: concepes, contextos e casos. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

    OLIVEIRA, Djalma de Pinho R. de. Planejamento estratgico: conceitos, metodologias e prticas. 9. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

    OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouas de. Sistemas, Organizaes e Mtodos: uma abordagem gerencial. So Paulo: Ed. Atlas, 11 ed., 2000.

    PORTER, M. E. Estratgia competitiva: tcnicas para anlise de industrias e da concorrncia. 18. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

    ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. So Paulo: Pearson, 2005.