Situações didáticas e rede social educacional no ensino de matemática
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7/29/2019 Situaes didticas e rede social educacional no ensino de matemtica
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SITUAES DIDTICAS E REDE SOCIAL EDUCACIONALNO ENSINO DE MATEMTICA
Alex Sandro Gomes, UFPE, [email protected]
Valdneide Pereira Santos de Almeida, UFPE, [email protected]
Carla Abigail Arajo, UFPE e SENAI-PE, [email protected]
Jos de Arimathia Santana, EREM Clvis Bevilaqua, [email protected]
Luma da Rocha Seixas, UFPE, [email protected]
RESUMO
Neste captulo relatamos a experincia da adoo de uma plataforma deaprendizagem social nos anos do ensino mdio de uma escola pblica. Oobjetivo do trabalho foi descrever a prtica didtica e as possibilidade devariaes na composio de situaes didticas que variem o tempo e o espaonormal da aula presencial. Como procedimento foram formados professores parao uso de da plataforma Redu no ensino do conceito de funo afim. Foi adotadoparadigma qualitativo de pesquisa com tcnicas que se complementavam paracapturar os episdios didticos envolvendo o ensino deste conceito. Osresultados apontam para uma viabilidade tcnica da adoo dessa plataforma edescrevemos alguns episdios de aprendizado colaborativo desse conceito.
Palavras-chave: aprendizado flexvel, rede social educativa, aprendizado
colaborativo, didtica da Matemtica, ensino mdio.
ABSTRACT
In this chapter we report an experience of adopting a social learning platform inthe middle school years in a public school. The aim of this study was to describethe teaching practice and the possibility of variations of didactical situations thatvary time and space from normal classroom ones. Teachers were trained to usethe Redu platform in order to teach the concept of affine function. A qualitativeresearch paradigm was adopted. We used complementary techniques to capturethe episodes involving teaching this concept. The results point to a technical
feasibility of adopting this platform, and describe some episodes of collaborativelearning of the concept.
Keywords: flexible learning, educational social network, collaborative learning,didactics of mathematics, high school.
1 INTRODUAO
Desde o incio do Sculo XX, o discurso industrial acerca de novas
tecnologias de comunicao preconizava vantagens que o uso dessas poderiam
promover ao aprendizado. As tecnologias digitais so hoje onipresentes no interior
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da maior parte das escolas pblicas e privadas no Brasil. Da mesma maneira, as
novas geraes experimentam facilidades e desenvolvem habilidades relacionadas
ao uso de novas tecnologias. Apesar da crena excessiva e da grande oferta de
artefatos tecnolgicos, o impacto das mesmas para promover mudanas nas
prticas de ensino so questionveis. Seguindo dados oficiais recentes, entendemos
que o impacto significativo no desempenho dos alunos consequncia da variedade
de situaes criadas em torno do ensino de contedos especficos.
Em processos de ensino-aprendizagem da Matemtica observa-se
dificuldades quando o objeto de estudo aborda tpicos complexos como o caso de
funo (CONFREY, 1992; CASTRO-FILHO,2001; DUBINSKY & HAREL, 1992;
GAUDNCIO, 2000; FOSSA, 2000; BARRETO E CASTRO-FILHO; 2008). Os
obstculos encontrados neste processo so visveis em todos os nveis de ensino:
Fundamental, Mdio e Superior. Concomitantemente, amplamente aceito que o
uso de recursos tecnolgicos auxiliam positivamente tanto na construo do
conhecimento como na apreenso do contedo, em todas as reas e nveis de
ensino.
Neste captulo relatamos a experincia da adoo de uma plataforma de
aprendizagem social nos anos do ensino mdio de uma escola pblica. Na seo 2
apresentaremos uma fundamentao sobre a aprendizagem do conceito de funo.
Na seo 3 descreveremos nosso mtodo. Na seo 4 apresentaremos os
resultados e na seo 5 estes sero discutidos. Na seo 6, relatamos as
contribuies deste estudo.
2 APRENDIZAGEM DE MATEMTICA EM REDE SOCIAL
O processo ensino-aprendizagem vem sendo estudado e aprimorado por
vrios anos, especialmente no ensino da Matemtica (REGO, 2000). Neste contexto,
existem tpicos abordados por esta cincia que apresentam uma maior dificuldade
na construo do conhecimento por parte dos alunos, por serem abstratos, como o
caso do conceito de funo (MEIRA, 1993; BARRETO, 2009). Diante desta
dificuldade, o uso de softwares educacionais enquanto alternativas tecnolgicas
para a melhoria do processo ensino-aprendizagem tem demandado, para os
cientistas, a construo de modelos psicolgicos que tentem explicar o
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desenvolvimento, nos aprendentes, de adaptaes progressivas de esquemas
mentais frente aos novos desafios, notadamente, quando se trata de problemas
matemticos (GOMES, 2008). Logo, estudos empricos vm sendo executados na
direo de ambientes virtuais para o ensino da Matemtica como o caso do
trabalho de Lakazidou e Retalis (2010).
Portanto, notrio que pesquisas mostram que a resoluo de problemas
envolvendo o conceito de funo mediado por recursos tecnolgicos, alm de
identificar os teoremas em ao, favorecem compreenso destes conceitos pelos
alunos (BARRETO, 2009 ; DAHER, 2009). Assim, para darmos continuidade aos
estudos referentes compreenso do conceito de funo com a aplicao de
recursos tecnolgicos, o problema de pesquisa deste trabalho encontrar melhorias
em recursos tecnolgicos dentro de redes sociais educacionais utilizados no
processo de construo do conhecimento em Matemtica, especificamente quando
se trata do conceito de funo. Face ao problema exposto, o objetivo geral deste
trabalho analisar as dinmicas internas dos esquemas mentais utilizados pelos
alunos para resolverem problemas matemticos, contendo o conceito de funes,
por meio de aplicativos interativos.
3 MTODO
O trabalho objetiva investigar a efetividade do uso de plataforma social de
aprendizagem a prtica didtica e as possibilidade de variaes na composio de
situaes didticas que variem o tempo e o espao normal da aula presencial.
Espera-se com o trabalho:
(i) Identificar as estratgias utilizadas por discentes e docentes para resoluo
de problemas de funo, para que estes possam ser implementados nos aplicativos
de softwares educacionais;
(ii) Descrever as dificuldades e facilidades associadas ao aprendizado de
funo afim em rede social educacional, melhorando o modelo de interao
oferecido pelas ferramentas;
(iii) Propor aprimoramentos na utilizao de recursos tecnolgicos no ensino
de Matemtica.
3.1 CONTEXTO E PARTICIPANTES
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Tendo em vista a necessidade de realizao de uma pesquisa de campo com
objetivo de identificar de que forma ocorre a interao entre os alunos e professores
do Ensino Mdio, utilizando uma Rede Social Educacional, os pesquisadores foram
a campo em uma escola pblica de Ensino Mdio localizada na cidade de Recife,
Pernambuco Brasil.
A escola foi escolhida devido a disponibilidade da direo da escola em nos
auxiliar na pesquisa. Inicialmente, os pesquisadores buscaram estabelecer contato
com a direo da escola. Atravs de algumas reunies no qual foram explanados os
motivos da realizao da pesquisa, o gestou escolar mostrou-se disponvel. A
pesquisa, de natureza qualitativa, est sendo realizada com aproximadamente 60
alunos que esto cursando o 1 ano do Ensino Mdio de ambos os sexos, com faixa
etria entre 13 e 14 anos de idade.
3.2 PROCEDIMENTOS
luz do mtodo de anlise de contedo, foram utilizados os registros das
interaes dos alunos a partir das mensagens postadas nos fruns da plataforma,
verificando sua ligao com a base terica e conceitual do estudo em tela. A
execuo da pesquisa ser composta pelos seguintes passos: (i) Escolha dasEscolas, (ii) Autorizao do estudo na Escola, (iii) Treinamento, (iv) Execuo do
Estudo, (v) Extrao das Mensagens, (vi) Anlise de Dados.
Inicialmente, os pesquisadores estabeleceram contato com a direo da
escola para analisar a possibilidade da realizao da pesquisa de campo na mesma.
Com isso, organizou-se uma reunio com objetivo de apresentar quais seriam as
atividades desenvolvidas e de que forma os pesquisadores poderiam contribuir coma escola. Nessa etapa, os pesquisadores foram informados sobre a disponibilidade
dos professores e a seguir, agendou-se uma apresentao que teve o objetivo de
sensibilizar os professores para o uso de tecnologia educacional.
A pesquisa utilizou a tcnica da observao no participante do
comportamento dos alunos no uso de trs applets1, disponveis numa plataforma
1 De acordo com o Journal of On Line Mathematics and its Applications (JOMA), applets soprogramas independentes e interativos que podem servir aprendizagem de conceitos matemticos.
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social educacional, a partir dos registros das suas interaes:
Mquina das Funes 2
Funo afim 3
Encontre a funo 4
Foram realizadas 3 (trs) atividades relacionadas ao estudo de funo afim
com os alunos do 1 ano do Ensino Mdio. Tais atividades compreenderam a
realizao de tarefas nos applets abaixo descritos. O objetivo era que ao realizar as
atividades, os alunos pudessem debater entre si e solucion-las.
4.4.1. Atividade 01
Objetivo: Identificar os valores das imagens da funo, ou seja, dado x pretendemos
obter o valor y = f(x) (Figura 1).
Figura 1 Applet Mquina de Funo.
Nessa atividade o appletsimula uma mquina de funo, na qual, ao inserir
um determinado valor, que representa o valor de x e pressionar o boto Ligar, a
mquina apresenta o valor de f(x). possvel ainda, clicar na opo mostrar grfico
e visualizar o grfico da funo. O professor solicitou aos alunos que considerassem
os valores de x=1, x=2 e x=3. Feito isso, deveriam descrever o processo executado
2
Disponvel em : http://aplicativos.redu.com.br/aplicativos/643.3 Disponvel em : http://aplicativos.redu.com.br/aplicativos/644.4 Disponvel em : http://aplicativos.redu.com.br/aplicativos/645.
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pela mquina.
4.4.2. Atividade 02
Objetivo: Identificar os valores que caracteriza o grfico da funo afim, a medida
que se muda os coeficientes angular m e linear b.
Figura 2. Applet Grfico da Funo.
Nessa atividade apresentado um appletque representa uma equao linear
no sistema de coordenadas cartesianas retangulares (Figura 2). Neste, a varivel m
representa o coeficiente angular e a varivel b representa o coeficiente linear, estes
so valores que pode ser alterados pelos alunos. O professor solicitou aos mesmos
que, escolhessem valores para os coeficientes angular e linear e encontrassem a
equao da reta.
4.4.3. Atividade 03
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Figura 3. Applet Encontre a Funo.
Objetivo: A partir do grfico identificar os valores do coeficiente angularm e linearb
e em seguida escrever a lei de formao da funo.
Nessa atividade o appletapresenta um grfico e o aluno deve encontrar qual
a funo que est representada (Figura 3). H 2 (dois) nveis de problema e uma
pontuao; alm disso, so 10 (dez) problemas que podem ser escolhidos
aleatoriamente pelos alunos. O professor, solicitou aos alunos que escolhessem 2
(dois) problemas e identificassem a funo que os representava.
3.3 OBSERVAO PARTICIPANTE E OBSERVAO ONLINE
Observamos professores que optaram por utilizar o Redu como ferramenta
para mediar suas aulas. Realizamos o acompanhamento dos mesmos em sala de
aula e no Redu. Nesse perodo, iniciou-se o processo de observao das interaes
dos alunos na plataforma.As formaes aconteciam individualmente, durante o intervalo de aulas dos
professore. Um dos pesquisadores presentes na escola o auxiliava na criao de um
perfil na rede social e apresentava as funcionalidades do ambiente. Devido a
qualidade da internet e para uma maior comodidade dos participantes na formao,
foram utilizados 2 notebooks, trazidos pelos pesquisadores, com modens prprios.
Alm disso, utilizou-se o software Camtasia5 para a captura da tela das aes do
professor. Ressaltamos que alguns professores no autorizaram que as suas aes
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fossem gravadas, estes apenas realizaram o treinamento. Durante a formao foi
possvel observar que alguns professores possuam muita facilidade no manuseio do
computador e outros no se sentiam muito a vontade ao utiliz-lo. Ao final da
formao, chegamos a um nmero de 8 professores que se cadastraram no
ambiente e desejaram criar uma disciplina para interagir com seus alunos.
Nesse perodo, foi realizado um acompanhamento nas teras e quintas-feiras
de 9h s 15h. Tal horrio foi escolhido, tendo em vista a disponibilidade dos
professores que aceitaram utilizar o Redu em suas turmas.
A partir dessa data, realizado visita escola com objetivo de identificar
quaisquer dificuldades pelos professores. Aps esse perodo, mais um professor
aceitou utilizar a plataforma em suas turmas. No momento da escrita deste captulo,
6 professores haviam criado espaos e esto utilizando a plataforma com seus
alunos.
3.4 QUESTIONRIO
O objetivo foi identificar inicialmente qual a experincia dos professores com o
uso de tecnologia educacional, quais as prticas utilizadas por eles na sala de aula e
de que forma a tecnologia estava includa. Para isso, foi aplicado um questionriocom questes discursivas, tais entrevistas foram gravadas. Depois dessa etapa,
buscou-se realizar uma formao com o professores, apresentando a plataforma
Redu e tirando suas dvidas sobre questes tcnicas.
3.5 ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADA
Este instrumento teve o objetivo de identificar o perfil acadmico e
experincias com tecnologia educacional dos professores da escola em estudo. Asentrevistas aconteciam no perodo em que os professores estavam com horrios
vagos, todas elas foram gravadas para serem posteriormente analisadas. Foram
questionadas, a sua formao, tempo de trabalho, qual foi seu primeiro contato com
tecnologia educacional e em quais situaes ele utiliza a tecnologia educacional na
sala de aula, atentando para experincias negativas e positivas. Alm disso,
buscamos identificar como ele v a relao professor x aluno mediada por
tecnologias educacionais bem como tomar conhecimento das principais dificuldades5 Camtasia: Disponvel em: http://www.techsmith.com/camtasia.html
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enfrentadas por eles ao utilizar tecnologias educacionais. Foram coletadas 18
entrevistas.
4. RESULTADOS
A seguir descrevemos resumidamente o relato de experincia. Adotaremos
uma apresentao das etapas que foram seguidas e os resultados preliminares.
4.1 ACOLHIDA INICIAL
Logo aps a palestra aos docentes, observou-se que os mesmos ficaram
muito entusiasmados durante a apresentao da plataforma, onde buscou-se
promover uma reflexo sobre o uso de tecnologias educacionais na prtica docente.
A palestra teve a durao de 1 h e foi ministrada pelo coordenador da pesquisa.
Estavam presentes 26 professores e o gestor da escola. Apenas 2 professores
estavam ausentes. Ao final da palestra foram levantadas algumas questes pelos
presentes. Uma professora apontou que a principal dificuldade enfrentada na sala de
aula com relao ao interesse do aluno em estudar. E que mesmo tendo o Redu
uma boa proposta, seria necessrio que os prprios alunos se empenhassem no
ambiente. Outro professor citou a questo da linguagem utilizada nas redes sociais,que muitas vezes no segue a norma culta. Houve relatos que apontaram para a
falta de uma internet de qualidade e de computadores que pudessem atender a
todos os alunos de uma turma. Mesmo com o levantamento de tais questes, muitos
professores se mostraram interessados em utilizar o ambiente com suas turmas.
Concluiu-se a palestra, informando aos presentes que na semana seguinte iria ser
dado incio a um perodo de formao.
4.2 ADESO DOS PROFESSORES
Um dos professores de Matemtica inicialmente comeou a cadastrar os
alunos do 2 ano. Ele pediu aos alunos que se cadastrassem no ambiente e, para
estimul-los, combinou que seria atribudo 1 ponto para aquela(e) que se
cadastrasse no ambiente e realizasse as atividades solicitadas. Contudo, poucos
alunos realizaram cadastro.
Observamos que a principal dificuldade foi o fato de a maioria dos alunos no
terem acesso internet em casa. O professor chamou nossa ateno tambm para
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que, como a escola no perodo integral, muitos alunos, ao chegarem em casa, no
desejassem buscar realizar atividades da escola. Alm disso, a prpria escola no
oferecia um acesso adequado internet que pudesse satisfazer as necessidades
dos alunos.
Com isso, o professor solicitou nossa ajuda para que fssemos nas salas de
aulas cadastrar os alunos. Utilizamos 2 notebooks e 2 modens. Enquanto
cadastrvamos os alunos o professor realizava a moderao dos mesmos nas
turmas, utilizando seu smartphone. Utilizando essa estratgia, foi possvel cadastrar
todos os alunos do 2 ano nas suas respectivas turmas.
Em seguida, outro professor de Matemtica, mas das turmas do 1 ano,
aceitou utilizar a Rede social como apoio s suas aulas.
4.3 VARIAES DE TEMPO E ESPAO
A partir do cadastro dos alunos do 2o ano, iniciou-se o processo de cadastro
dos alunos do 1 ano. Para isso, o professor criava uma disciplina no ambiente e
ento disponibilizava o endereo da turma na Rede social, para que os alunos
acessassem e ele pudesse realizar a moderao dos mesmos. Para estimular a
participao dos alunos, alguns professores atribuam pontos, outros estimulavamcolocando revises para a prova e acompanhavam a interao dos alunos no
ambiente.
Os professores buscaram criar exerccios prticos. Exemplificando, um dos
professores de Matemtica utilizou questes da OBMEP (Olimpada Brasileira de
Matemtica) para avaliar o conhecimento dos alunos. O professor do 1 ano optou
por utilizarapplets. Os applets utilizados na disciplina so applets java interativos e
que podem ser executados dentro de uma pgina HTML. Assim, utilizando-se dequalquer navegador com seus alunos para que estes pudessem compreender o
conceito de Funo do 1 grau. Os alunos tentavam resolver os problemas
apresentados na plataforma e compartilhavam com os demais suas dvidas e
sugestes na resoluo das questes.
Em todas as atividades observou-se um alto ndice de trocas entre os alunos
e professor pelo mural do Redu. Neste trabalho, so apresentados as interaes
resultantes da realizao da atividade 01, descrita acima. A partir da realizao dasatividades pelos alunos, estas foram classificadas em 3 (trs) tipos de interao. Na
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primeira, os alunos questionavam os professores sobre a realizao das atividades.
Na segunda, os alunos realizavam as atividades e na terceira os alunos que j
haviam realizado as atividades, faziam comentrios para tentar auxiliar os demais
que estavam com dvidas.
Os resultados obtidos so apresentados resumidamente a seguir, partindo
dessas perspectivas. Para preservar a identidade dos alunos, estes so identificados
com a notao AFX, representando um aluno fictcio.
4.4 QUESTIONAMENTOS SOBRE A REALIZAO DAS ATIVIDADES
Observou-se que a plataforma facilita essa comunicao entre aluno e
professor. No entanto, identificamos um grande apelo, nas postagens dos alunos,
para que o professor respondesse s suas dvidas. Nota-se com isso, que
imprescindvel a presena do professor no ambiente. Essa viso dos alunos fica
explcita nas seguintes respostas6:
professor eu +ou- que entendi mas preciso de mais uma explicaocomplementar! AF1Eu Ainda Entendi. =/ AF2
Tendo em vista que ao visualizar que o aluno postou alguma dvida, oprofessor, imediatamente, envia um retorno ao aluno, podemos iniciar a reflexo
dessa prtica. Fazendo um paralelo com a sala de aula presencial, o aluno apenas
tendo a sala de aula fsica como espao para comunicao com o professor, muitas
vezes fica vrios dias com uma dvida, at o dia em que encontre com o professor.
Com a mediao das aulas presenciais pela plataforma online, esse contato pode
acontecer diariamente e favorecer a comunicao entre aluno e professor.
Essas respostas demonstram o quo importante a ao de interao doprofessor com o aluno. E como significativa, para o aluno, a assistncia na
realizao das atividades, como se pode notar a partir da resposta a seguir:
Muito fcil fazer as funes do primeiro grau e do segundo , a doprimeiro grau sempre vai formar uma reta, e a do segundo umaparbola , sempre a funo do segundo grau vem ao quadrado , mascom a explicao do professor tudo fica mas fcil :)AF3
Alm da interao do aluno com o professor, observamos que eles estavam
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frequentemente interagindo entre si. Esse tipo de interao essencial para que os
participantes aprendam colaborativamente (VYGOTSKY, 2007) e, assim, no s
exponham seu ponto de vista, mas tambm desenvolvam um olhar mediante a
perspectiva do outro. Isso pode ser evidenciado nas postagens a seguir:
se vc [sic] trocar o x por qualquer valor ele vai multiplicar por 2 esomar a um..ex: y=2x+12.2+1=5muito fcil. :)AF4
e assim, se tu colocar qualquer valor no lugar do x elee [sic]
multiplica por 2 e soma com 1.AF
Os alunos buscavam no apenas colocar as respostas, mas explicar de maneira
mais detalhada como resolveram, conforme relatos a seguir:
aula finalizada eu achei o valor de y, multiplicando por dois esomando por um, foi assim que eu achei o valor!!! \./AF6
Muito fcil fazer as funes do primeiro grau e do segundo , a doprimeiro grau sempre vai formar uma reta, e a do segundo umaparbola , sempre a funo do segundo grau vem ao quadrado , mas
com a explicao do professor tudo fica mas fcil :)AF7Entendi que o valor de x que eu descubro, multiplica pelo 2 e depoissoma com o 1.AF8o processo realizado pela funo que, pra termos o valor de ytemos que multiplica o valor de x por 2 e em seguida soma por um.
AF9
Sobre os questionamentos levantados pelos alunos, observou-se que h uma
dificuldade em entender o que estes deveriam realizar. Sobre essa questo, o
professor estava sempre disponvel e no deixava as dvidas dos alunos ficarem
muito tempo sem resposta no ambiente. Observou-se ainda que, os prprios alunos,
ao perceberem a dvida de um colega tentavam ajud-lo postando alguma
recomendao ou como resolver.
Foi possvel observar que ao proporcionar aos alunos um ambiente mais
interativo, por meio da utilizao da rede social Redu, as atividades foram
desenvolvidas de forma mais espontnea, sem apresentar muitas dvidas ou receio
em resolv-las. Favorecendo, dessa forma, a troca de experincias e permitindo
uma maior interao entre os alunos.
6 Os protocolos a seguir so reproduzidos a partir da troca de mensagem pelo Redu.
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Podemos verificar com isso que o processo de aprendizagem, numa
modalidade mista, para beneficiar-se de uma plataforma como o Redu, deveria
iniciar na sala de aula, e se estender para outros espaos. Para isso, deve-se contar
com uma tecnologia que facilite esse processo de conexo. No caso dessa pesquisa
foi muito relevante a utilizao de uma rede social que permitisse ao professor
colocar aos alunos suas atividades e interagir com os mesmos, tanto na sala de
aula, quanto quando estes estivessem em outros ambientes.
4.5 ESFORO DO PROFESSOR
Os professores que aceitaram utilizar o Redu em suas aulas demonstraram
interesse durante todo o processo. Os mesmos incentivavam os alunos a utilizar aplataforma, e no deixavam suas dvidas por serem respondidas no ambiente.
Observou-se ainda que os professores que estavam utilizando eram muito ativos,
sempre questionando os pesquisadores sobre questes tcnicas e de que forma
poderiam organizar seus materiais no ambiente.
Percebeu-se que as interaes que ocorreram na rede social educacional
reproduziam o padro encontrado na sala de aula convencional, no qual o professor
perguntava, o aluno respondia, e caso fosse necessrio, o professor fazia algumainterveno. Notou-se, com isso, que ainda h uma certa dificuldade em romper com
o paradigma da sala de aula presencial.
Alm disso, o professor procurava colocar-se no papel de mediador de
contedos e atividades, ao invs de continuar apenas com a funo de emissor do
conhecimento. Este buscava estimular a postura crtica, cooperativa e a autonomia
nos alunos.
No que diz respeito s atividades da disciplina observou-se que o professor,
ao proferir um retorno positivo aos alunos, utilizava a opo de comentar para que
todos os demais pudessem acompanhar. Porm, caso o retorno fosse negativo, este
enviava mensagens individuais aos alunos identificando a questo e onde o aluno
havia cometido algum equvoco.
4.6 ACEITAO DO PROFESSOR
Mesmo com a participao de alguns professores, levando-se em considerao a
maioria que esteve presente, desde o incio da formao, a porcentagem de
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participantes ainda foi muito pequena. Dentre as principais dificuldades relatadas
pelos professores est o fato do professor ter muitas atividades extraclasse, como:
preencher dirios de classe, corrigir provas e trabalhos; alm disso, h alguns
professores que possuem mais de uma disciplina e muitas turmas.
Dentre os que utilizaram o Redu como apoio as suas aulas foi possvel
observar que estes buscavam sempre explorar os aspectos positivos nas respostas
dos alunos, usando expresses como ISSO AI e MUITO BEM!, CONTINUE
ASSIM, os quais indicam reconhecimento e elogio as praticas dos alunos,
caractersticas demasiadamente importantes para o processo de ensino-
aprendizagem. Tais retornos foram importante pois exaltaram os alunos que haviam
feito tais atividades e estimularam os demais que ainda no haviam realizado.
Alm disso, nesses tipos de retorno, o professor buscava estabelecer um link
com as aulas ou os temas nelas trabalhados. O objetivo era levar o aluno solucionar
os problemas apresentados na plataforma online, a partir de discusses iniciadas na
sala de aula.
5.3 ACEITAO DOS ALUNOS
Apesar de algumas dificuldades tcnicas enfrentadas no incio do curso, taiscomo: a ausncia de uma internet que pudesse atender todos, e o fato do
laboratrio de informtica na escola no possuir computadores suficientes para
todos. Com o andamento das atividades, os alunos revelaram-se bastante satisfeitos
com seus desempenhos na plataforma.
Observou-se que os alunos, inicialmente, no se sentiam vontade para
acessar a plataforma. Mas com o passar dos dias, estes passaram a interagir com
os demais. O fato de ter uma atividade em que o professor sugeria que elesparticipassem e tentassem ajudar uns aos outros, fez com que estes acessassem
mais a plataforma e se comunicassem com os colegas. Observou-se, ao longo da
atividade, que os alunos no estavam postando suas atividades no ambiente apenas
para receberem uma nota, mas comearam a interagir e participar, discutir e
colaborar entre si (VYGOTSKY, 2007).
Quanto a utilizao dos applets, os resultados foram tambm bastante
positivos, o que demonstra aceitao pelos alunos no que tange a utilizao dessesaplicativos. Essa atividade foi avaliada pelos alunos como adequada e satisfatria
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para orientar as atividades propostas, agilizando o retorno e a correo das tarefas.
6. CONSIDERAES FINAIS
Este trabalho pretendeu apontar indcios de benefcios ou de desvantagens do uso
de uma plataforma social de aprendizagem no ensino mdio para colaborao em
torno de conceitos matemticos.
Os resultados preliminares evidenciam que a efetividade do uso de tais
ambientes exigem, do ponto de vista da didtica do conceito, um cuidado em
detalhar o planejamento; e, no acompanhamento misto - presencial e distncia - a
ser realizado pelo professor, ao menos nos perodos iniciais. Alm disso, o fato de a
escola no possuir uma infraestrutura adequada por exemplo, Internet com uma
velocidade adequada compromete as atividades, que foram contornadas utilizando
modens prprios.
Do ponto de vista da prtica de sala de aula, os resultados deste estudo
apontam para uma viabilidade de expanso do conjunto de situaes didticas que
so empregadas hoje em sala de aula quando experimenta-se de comunicao
mediada por rede social educativa.
7. REFERNCIAS
Barreto, A. L. O. e Castro-filho, J. (2008). O estudo de funes mediado por umobjeto de aprendizagem. In II Simpsio Internacional de Pesquisa Em EducaoMatemtica, p 112. Recife PE.
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