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Paulo, o Império e o Judaísmo

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Paulo, o Império e o Judaísmo

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Paulo e o Império: Lendo as Cartas de Paulo em seu Contexto

Paulo e o Judaísmo: Considerações e Críticas à Nova Perspectiva Sobre Paulo

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PAULO E O IMPÉRIO:

LENDO AS CARTAS DE

PAULO EM SEU

CONTEXTO

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CONFERÊNCIA I - PAULO E O IMPÉRIO: LENDO

AS CARTAS DE PAULO EM SEU CONTEXTO

O Evangelho da Salvação Imperial

•O Império Romano e as cidades de Roma, Corinto e a Galácia

Patronato, Sacerdotados e Poder

•O Patronato

•O Sacerdotado

•O Poder

Evangelho contraimperial de Paulo

•Carta aos Gálatas

•Carta aos Coríntios

•Carta aos Romanos

A construção de uma sociedade alternativa

•Romanos 12

•1 Co 11-12

•Efésios

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GALÁCIA

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LIMITES GEOGRÁFICOS DA GALÁCIA

Leste: Capadócia

Norte: Ponto e Bitínia e Montes da Paflagônia

Oeste: Ásia Menor

Sul: Lícia e Panfília (eventualmente unida à Cilícia)

e Montes Tauro

Cidade Principal: Ancira (hoje Ancara, capital da

Turquia)

Rios: Hális, Sangário

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GALÁCIA

Referências

•Stephen Mitchell, 1993. Anatolia: Land, Men, and Gods in Asia Minor vol. 1: "The Celts and the Impact of Roman Rule." (Oxford: Clarendon Press) 1993.

•Coşkun, A., "Das Ende der "romfreundlichen Herrschaft" in Galatien und das Beispiel einer "sanften Provinzialisierung" in Zentralanatolien," in Coşkun, A. (hg), Freundschaft und Gefolgschaft in den auswärtigen Beziehungen der Römer (2. Jahrhundert v. Chr. - 1. Jahrhundert n. Chr.), (Frankfurt M. u. a., 2008) (Inklusion, Exklusion, 9), 133-164.

Nome

•O nome Galácia deriva de Gália; os gauleses (celtas) invadiram não só a Europa central e ocidental, no quarto e terceiro séculos a.C, como também moveram-se na direção da Ásia Menor.

Ocupação do território

•Os celtas foram expulsos das ricas cidades da costa ocidental, por Atalo I, de Pérgamo (séc. III), indo para os elevados platôs do interior e dominaram as tribos mais numerosas da Frígia e da Capadócia.

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GALÁCIA

Cidades

•Suas principais cidades eram Távio, Pessino e Ancira (Ancara).

Domínio Romano - Etnarquia

•Durante as guerras civis romanas do primeiro século a.C, o príncipe gálata Amintas adquiriu um grande domínio que, por favor de Augusto, teve a permissão de reter.

•O "reino da Galácia" compreendia, além da Galácia propriamente dita, partes da Frígia, Licaônia, Isauria, Pisídia, Panfília e Cilícia ocidental.

•Em 25 a.C, o reino de Amintas passou para as mãos dos romanos.

Domínio Romano

•A administração de alguns dos territórios que Amintas havia adquirido estava sujeito a flutuação (em meados dos anos 40, a Cilícia ocidental, com parte da Licaônia, pertenciam ao reino de Antíoco de Comagene).

•Mas no todo a área do domínio de Amintas compreendia a província romana da Galácia.

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CORINTO

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CORINTO

Primórdios

• Sua maior fama ocorrera sob Periandro (c. 625-583 a.C), mas depois de sobreviver a muitas guerras, acabou finalmente como vítima dos romanos.

Destruição pelos romanos

• Por causa do importante papel desempenhado por Corinto na guerra aos romanos, como cidade participante da Liga da Acaia, o cônsul Múmio incendiou e arrasou a cidade, matou seus homens e vendeu suas mulheres e crianças como escravos (146 a.C).

Anexação à Macedônia

• A Acaia tornou-se parte da província da Macedônia; a própria Corinto, embora não fosse abandonada de todo, tornou-se insignificante pelos cem anos seguintes.

Refundação por Júlio César

• Em 44 a.C. ela foi fundada de novo como colônia por Júlio César, que lhe deu o nome de "Colônia Laus Julia Corinthiensis — Corinto, o Louvor de Júlio―. Em 27 a.C, Augusto separou a Acaia da Macedônia e fez de Corinto a cidade capital. A nova província foi colocada sob o governo do senado. Sendo província senatorial, era governada por um procônsul.

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GALÁCIA

Nova Anexação à Macedônia

•Em 44 d.C. houve o início de novo período de união e separação entre a Macedônia e a Acaia.

A reputação de Corinto

•A prosperidade voltou e, com ela, a reputação de perversidade, embora se deva questionar se de fato Corinto era pior do que qualquer outra cidade portuária do leste do Mediterrâneo.

A propaganda ateniense

•Há uma suspeita de que a má propaganda ateniense tinha algo que ver com a fama de Corinto quanto à licenciosidade: com frequência os frutos do comércio sofrem a inveja dos que se dedicam à cultura intelectual.

A tradição latina

•No entanto, não se pode negar que Corinto era uma cidade em que "ninguém senão os mais fortes conseguem sobreviver" (Horácio, Epístolas 1.17.36).

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ROMA

Plínio, o velho, dissera de Roma que ela excedera em tamanho todas as cidades do mundo (História Natural 3.66s.), e teriam experimentado, nas palavras de Horácio, "a fumaça e a riqueza e o barulho de Roma", a capital e eixo do império (Odes 3.29.12).

―Sou um cidadão romano‖ – Cícero, discurso contra Verres (Cic. In Ver . 5 .2.147)

A associação entre ser cidadão e ser romano é uma das mais fortes relações de identidade que se pode notar no mundo romano. NICOLET, C. O cidadão e o político. In: GIARDINA, A. O homem romano.

Lisboa: Presença, 1992. p. 22. ―Humildes ou poderosos, governados por assembleias ou por magistrados eleitos anualmente e por um senado, ou por um príncipe vitalício (ao lado do qual, aliás, continuam a existir as antigas instituições), nenhuma hesitação é possível: cada romano é um cidadão, e todo aquele que possua ou adquira o ―direito de cidadania‖, a ―cidadania‖ romana, é automaticamente romano‖.

A civi l ização romana, senhora do Mediterrâneo, tratava os demais povos por meio de relações cl ientelares. Seu expansionismo fundamentava-se pela sua auto-imagem de civi l ização superior.

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O PATRONATO

Dionísio de Halicarnasso, em sua História Antiga de

Roma (Antiquitates Romanae), 2.9

―Rômulo, depois que distinguiu os poderosos dos humildes, deu leis de acordo com aquilo, e dispôs o que cada grupo devia fazer. Os patrícios deviam realizar as funções religiosas, desempenhar os cargos, administrar justiça e dirigir com ele os assuntos públicos, dedicando-se ao que concernia à cidade. Os plebeus estavam excluídos de todo o anterior por serem desprovidos de experiência nestas ocupações e por não ter tempo para elas por causa de sua escassez de meios: deviam cultivar a terra, criar gado e dedicar-se a ofícios lucrativos (...) Aos patrícios entregou os plebeus como ‗depósito‘, ordenando que cada plebeu escolhesse aquele que quisesse como patrono (...) Rômulo prestigiou a relação com um nome adequado, chamando patronato a esta proteção dos pobres e humildes; deu a uns e outros funções úteis, fazendo desta mútua dependência algo benéfico e social.‖

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troca recíproca de bens e serviços

relação pessoal

a relação patrono-cliente é sempre

assimétrica Teor ia

SALLER,

Richard.

―Patronage and

f r iendhip in

ear ly Imper ial

Rome: drawing

the

d is t inct ion . ‖ In :

WALLACE-

HADRILL ,

Andrew (ed . ) .

Patronage in

anc ient soc iety.

London:

Rout ledge,

1989. p .49 -62

PATRONATO

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os pobres bons

• ou pobres por circunstância, que não tinham dinheiro mas que não eram detentores das mazelas comuns aos outros pobres

pobres maus

• cuja condição refletia uma índole do espírito.

clientes

• tinham recursos para participar dos collegia, e que podiam votar, ou ofereciam algum benefício aos seus patronos.

• não fazia sentido ser bom com quem não tinha como retribuir.

Teor ia

WHITTAKER,

Char les . ―O

pobre‖ . In :

GIARDINA ,

Andrea (d i r ) . O

homem

romano .

L isboa:

Presença,

1992. p .223-

246

OS

CLIENTES

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Officium do Cliente

•Salutatio

•Saudar o patrono

•Commendatio

•Recomendar o patrono

•Suffragatio

•Votar no parono

Officium do

Patrono

•Representar o cliente

•Sportula

•originalmente uma cesta com uma refeição

•uma quantia em dinheiro

DEVERES

DE

PATRONOS

E CLIENTES

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O SACERDOTADO

• Deuses e homens estavam sempre interagindo na urbs, presentes nos rituais, nos templos, nos jogos, nos eventos públicos.

Religião Romana e Civilidade

• Os deuses são, antes de tudo, protetores que se devem agradar devidamente, numa relação de troca.

O Valor Social das Divindades

• A relação dos romanos com seus deuses assemelha-se à relação que os homens devem manter com os reis ou patronos, seguindo o modelo das relações políticas e sociais então vigentes (VEYNE, 1989, p. 204).

Religiosidade e Patronato

• A religião romana tinha uma face privada e uma outra pública.

Dimensões da Religião Romana

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Liberdade

Culto pelo pater

familiae

Oferendas e libações

Teor ia

MARCOS, M.

Ley y re l ig ión

en e l Imperio

Cr ist iano (s . IV

y V) . I lu –

Rev ista de

C iências de las

Re l ig iones ,

Madr id, Anejos

XI , p . 51 -68,

2004.

RELIGIÃO

PRIVADA

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Controle do Estado

Dever cívico

(pietas)

Direção do Culto Cívico: Elites

Teor ia

MARCOS, M.

Ley y re l ig ión

en e l Imperio

Cr ist iano (s . IV

y V) . I lu –

Rev ista de

C iências de las

Re l ig iones ,

Madr id, Anejos

XI , p . 51 -68,

2004.

RELIGIÃO

PÚBLICA

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Pax deorum

• a paz e a prosperidade de Roma dependiam da vigilância dos deuses

Negligentia deorum

• traria derrotas militares, epidemias ou catástrofes naturais

• Religio versus superstitio

Pax romana

• Ligada ao Imperador

• pater familiae

• pontifex maximus

• princeps

MARCOS, M.

Ley y re l ig ión

en e l Imper io

Cr ist iano (s . IV

y V) . I lu –

Revista de

C iências de las

Re l ig iones ,

Madr id, Anejos

XI , p . 51 -68,

2004.

OS

CLIENTES

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Religião Cívica

•Obrigações públicas

•Cultos e celebrações cívicas

Religião Cristã

•Obrigações privadas

•Cultos e celebrações cívicas alternativas

RELIGIÃO

CÍVICA E

CRISTÃ

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PRESSUPOSTOS

1. Não há na época de Paulo a ideia de ―direita‖ e

―esquerda‖.

2. A separação atual entre religião e política não fazia

sentido no Mundo Antigo.

3. Há ―alusões‖ e ―ecos‖ em Paulo do seu contexto de

enunciação

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PRESSUPOSTOS

1. O Império Romano estendeu ao mundo os antigos ideais da

República: liberdade e justiça

2. Augusto acabou com a guerra civil, estabeleceu a paz e foi

chamado de ―Salvador‖.

3. Liberdade, justiça e paz eram os temasda propaganda

imperial.

4. O nome dado aos valores positivos trazidos pelo imperador

era ―Evangelho‖.

5. A máquina de guerra romana punia brutalmente rebeliões.

6. O imperador romano era chamado de ―Filho de Deus‖ nas

províncias orientais.

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ROMANOS

Rm 12.1

•Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

Rm 12.2

•E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Rm 12.4

•Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função…

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CORÍNTIOS

11-12

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EFÉSIOS