SÍNTESE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES …...3.2.1.14....

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA SÍNTESE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES CITOTÓXICAS E ANTI-MICROBIANA DE NOVAS MOLÉCULAS TIAZOLIDINA-2,4-DIONAS SANDRA CRISTINA DE ALCÂNTARA RECIFE – 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA

SÍNTESE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES CITOTÓXICAS E ANTI-MICROBIANA DE NOVAS

MOLÉCULAS TIAZOLIDINA-2,4-DIONAS

SANDRA CRISTINA DE ALCÂNTARA

RECIFE – 2011

ii

Sandra Cristina de Alcântara

SÍNTESE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES CITITÓXICAS E ANTI-MICROBIANA DE NOVAS

MOLÉCULAS TIAZOLIDINA-2,4-DIONAS

Qualificação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Inovação Terapêutica do

Centro de Ciências biológicas da

Universidade Federal de Pernambuco, para

obtenção do título de Mestre em Inovação

Terapêutica.

ORIENTADORA: Profª. Dra. Maria do Carmo Alves de Lima

CO-ORIENTADOR: Profº Dr Cleiton Diniz Barros

Alcântara, Sandra Cristina de Síntese e avaliação das atividades citotóxicas e anti-microbiana de novas moléculas de Tiazolidina-2,4-dionas/ Sandra Cristina de Alcântara. – Recife: O Autor, 2011. 73 folhas : il., fig., tab.

Orientadora: Maria do Carmo Alves de Lima Co-orientador: Cleiton Diniz Barros

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Inovação Terapêutica, 2010. Inclui bibliografia e apêndice

1. Tiazolidina 2. Compostos organicos 3. Fármacos I. Título.

547.594 CDD (22.ed.) UFPE/CCB-2011-194

iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO TERAPÊUTICA-PPGIT

Reitor Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins

Vice-Reitor Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

Pró-Reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

Diretor do Centro de Ciências Biológicas Profa. Ângela Maria Isidro Farias

Vice-Diretor do Centro de Ciências Biológicas Profa. Silvia Regina Arruda de Moraes

Chefe do Departamento de Antibióticos Profa. Janete Magali de Araújo

Sub-Chefe do Departamento de Antibióticos Prof. Eulália Camelo Pessoa de Azevedo Ximenes

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica

Profa. Dra. Suely Lins Galdino

Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica Profa. Dra. Ana Cristina de Almeida Fernandes

v

“Lembremo-nos de que o homem interior se renova

sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor

aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o

caráter. O Espírito encarnado sofre constantes

transformações por fora, a fim de acrisolar-se e

engrandecer-se por dentro”

Francisco Cândido Xavier

vi

DEDICATÓRIA

A Deus, por me iluminar em todas as horas da minha vida

e por proporcionar forças para superar as dificuldade da

minha caminhada na terra.

Aos meus pais, Mario Ciriaco de Alcântara e Elza Maria

de Lima Alcântara (in memory), por terem me

proporcionado a vida e principalmente pelos valores

repassados para minha formação como pessoa.

Aos meus filhos, Victor de Alcântara Carvalho e Vinícius

de Alcântara Carvalho e ao meu esposo, Edvan José de

Carvalho, ao meu irmão Sérgio Ricardo e meus

sobrinhos, Lays Cristina e Leonardo Henrique pela

compreensão, ajuda e incentivo a cada novo desafio.

vii

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Maria do Carmo Alves de Lima, do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos do Departamento de Antibióticos–LPSF\UFPE, pela orientação, profissionalismo, incentivo, compreensão e amizade em todos os momentos;

Ao Doutor Cleiton Diniz Barros pela ajuda e amizade construída ao longo desse trabalho por sua contribuição e incentivo como co-orientador deste trabalho; e a Felipe Alcântara pela colaboração e carinho no desenvolvimento desse trabalho;

Ao Professor Doutor Ivan da Rocha Pitta, do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos do Departamento de Antibióticos–LPSF\UFPE, por seu exemplo de dedicação e profissionalismo e seu empenho de vida acadêmica e sua grande contribuição no desenvolvimento científico nacional;

À Professora Doutora Suely Lins Galdino, do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos do Departamento de Antibióticos–LPSF\UFPE e Coordenadora da Pós-Graduação em Inovação Terapêutica–PPGIT\UFPE, pelo exemplo de patriotismo e regionalidade e sua incansável luta e dedicação pelo desenvolvimento científico;

Ao Professor Doutor Thiago Mendonça de Aquino por sua contribuição e incentivo no desenvolvimento deste trabalho.

Á Professora Doutora Teresinha Gonçalves da Silva, por sua contribuição com a realização dos testes para avaliação da biológica dos produtos sintetizados;

A Jamerson de Oliveira e Talitha Santos, pela contribuição essencial para realização deste trabalho e a amizade.

Á Sandra Paula Sarinho, Natália Colaço, Beatriz Souza, Sybelle Lacerda, Michelle France, Andreza Andrade, Thiago Bento, pela força, incentivo, colaboração e pelos momentos compartilhados ao longo deste trabalho;

A todos os colegas do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos–LPSF\UFPE, pelo incentivo e colaboração no desenvolvimento deste trabalho;

Á minha família pelo amor, apoio e compreensão essenciais em todas as etapas deste trabalho.

viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS x

LISTA DE ESQUEMAS xi

LISTA DE TABELA xiii

LISTA DE ABREVIATURAS xiv

RESUMO xv

ABSTRACT xvi

1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA 18

1.1. Tiazolidina 18

1.1.1. Síntese do núcleo tiazolidínico 18

1.1.2. Reatividade do núcleo tiazolidínico 29 1.1.3. Atividades biológicas atribuidas a tiazolidina 34

2. OBJETIVOS 42

2.1. Geral 42

2.2. Específicos 42

3. ESTUDO QUÍMICO 44

3.1. Metodologias de síntese 46

3.1.1. Síntese da tiazolidina-2,4-diona 46

3.1.2. Síntese da 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona 47

3.1.3. Síntese dos ésteres de Cope (LPSF/IP) 47

3.1.4. Síntese da 5-benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA) 47

3.2. Resultados e discussão 47

3.2.1. Resultados espectroscópicos 48 3.2.1.1. 3-benzil-5-(4-metil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-10)

48

3.2.1.2. 3-benzil-5-(4-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-11)

48

3.2.1.3. 3-benzil-5-(4-fluor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-12)

49

3.2.1.4. 3-benzil-5-(4-metoxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-13)

49

3.2.1.5. 3-benzil-5-(4-morfolinil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-14)

49

3.2.1.6. 3-benzil-5-(4-(piridin-1-il)-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-15)

50

3.2.1.7. 3-benzil-5-(4-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-16)

51

ix

3.2.1.8. 3-benzil-5-(3,5-dibenziloxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-17)

51

3.2.1.9. 3-benzil-5-(4-(pirrolidin-1-il)-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-18)

52

3.2.1.10. 3-benzil-5-(4-dimetilamino-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-19)

52

3.2.1.11. 3-benzil-5-(4-fenil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-20)

53

3.2.1.12. 3-benzil-5-(4-trifluormetil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-22)

53

3.2.1.13. 3-benzil-5-(2-clroro-6-fluor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-23)

53

3.2.1.14. 3-benzil-5-(2-clroro-5-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-24)

54

4. ESTUDO BIOLOGICO 57

4. Citotoxicidade in vitro 57

4.1. Material e Métodos 57

4.1.2. Células 57 4.1.3. Amostras 58

4.2. Resultados e Discussão 58

4.2.1. Avaliação da atividade antimicrobiana 59

4.2.1.1. Método de Difusão em Disco 59

5. CONCLUSÃO 63

6. PERSPECTIVAS 65

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 67

x

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estrutura da tiazolidina 16 Figura 2. Ciclização seletiva via ligação de hidrogênio intramolecular 23 Figura 3. Principais reações do anel 4-tiazolidinona 28 Figura 4. Derivados da 2-tioxo-4-tiazolidinona com maior atividade inibitória

de ALR2

34 Figura 5. Estrutura da (Z)-2-[5-(4-metoxibenzilideno)-2,4-dioxotiazolidin-3-il]-

N-fenilacetamida

34 Figura 6. Estrutura do ácido 3-(2-amino-acetil)-(2RS,4R)-2-(2-hidroxi-3-

metoxifenil)-tiazolidina-4-carboxílico

35 Figura 7. Estrutura da (Z,Z)-5-[3-cloro-4-((2R)-2,3-dihidroxi-propoxi)-

benzilideno]-2-propilimino-3-o-tolil-tiazolidin-4-ona

35 Figura 8. Estrutura da 2-{2-[3-(benzotiazol-2-ilamino)-4-oxo-2-tioxotiazolidin-5-

ilidenometil]-4-clorofenoxi}-N-(4-methoxifenil)-acetamida

36 Figura 9. Estrutura da 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsulfonil-benzilideno)-tia

zolidina-2,4-diona

37 Figura 10. Estrutura da (±)-2-adamantan-1-il-3-(4,6-dimetil-piridin-2-il)-tia

zolidin-4-ona

37 Figura 11. Estrutura dos ácidos (a) (R,Z)-2-[3-({4-[(2,4-dioxotiazolidin-5-

ilidene)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico e (b) (R,Z)-2-[3-({4-

[(2-tioxo-4-oxotiazolidin-5-ilidene)metil]fenilamino}metil)benzamido]-

pentanodióico

38 Figura 12. Estrutura do isômero S do ácido (Z)-2-[3-({4-[(2-tioxo-4-oxo

tiazolidin-5-ilidene)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico

38 Figura 13. Estrutura dos compostos N-[{4-oxo-2-(X-nitrofenil)-1,3-tiazolidina}-

acetamidil]-5-nitroindazol (a) X = 2; (b) X = 3

39 Figura 14. Estrutura do ácido 4-{[(Z)-2,4-dioxo-5-{4-[(E)-3-oxo-3-fenilprop-1-

en-1-il]benzilideno}tiazolidin-3-il]metil}benzoico

39 Figura 15. Cultura de S. aureus. Média do halo da oxacilina 19mm. A-

Amostra, B- Controle positivo, C- Controle negativo

59

xi

LISTA DE ESQUEMAS Esquema 1. Síntese da tiazolidina-2,4-diona 17 Esquema 2. Análise retrossintética de 4-tiazolidinona 18 Esquema 3. Síntese de 2-adamantil-tiazolidin-4-onas substituídas. (a) DMSO,

(COCl)2, CH2Cl2, -65 °C, seguido de Et3N, rt.; (b) R-NH2, HSCH2COOH,

benzeno ou tolueno, refluxo

19 Esquema 4. Formação de 1,3-tiazolidin-4-onas 2,3-substituídas. (i) tolueno,

110°C, 16 h, Dean-Stark

19 Esquema 5. Síntese de derivados de 4-tiazolidinona e 4-metatiazolidinona 20 Esquema 6. Esquema geral de obtenção de tiazolidin-4-onas di-substituídas 21 Esquema 7. Mecanismo para reação de tioamidas com DMAD 21 Esquema 8. Reação de obtenção de 2-imino-tiazolidin-4-onas assimétricas 22 Esquema 9. Síntese de 2-imino-tiazolidin-4-onas di-substituídas. (i) Et3N,

CHCl3, rt, 4h (ii) ClCH2COCl, Et3N, CHCl3, rt, 12 h

22 Esquema 10. Rearranjo de 3-fenil-2-propilimino-4-tiazolidinona em 2-fenilimino-

3-propil-4-tiazolidinona

23 Esquema 11. Ciclização regioseletiva de 2-etilimino-3-piridin-2-ilmetil-tiazolidin-

4-ona

24 Esquema 12. Síntese de novas 2-imino-1,3-tiazolidin-4-onas sob aplicação de

ultrassom

25 Esquema 13. Síntese de 2-imino-tiazolidin-4-onas 5-substituídas a partir de

triclorometilcarbinol e tiouréia

25 Esquema 14. Síntese de 2(6-metil-benzotiazol-2-il-imino)-tiazolidin-4-onas.

Reagentes e condições: (d) EtOH, refluxo 2h; (e) dioxano, temperatura

ambiente 2h; (f) acetona, refluxo 5h

25 Esquema 15. Síntese de 5-arilideno-2-imino-tiazolidin-4-ona 26 Esquema 16. Ciclização de tiazolidina-2,4-dionas a partir de N-acil-caboximidas 26 Esquema 17. Alquilação de tiouréias cíclicas seguida de conversão em sais de

tiazolidina-2,4-diona

27 Esquema 18. Síntese de 5-etil-tiazolidina-2,4-dionas 28 Esquema 19. Mecanismo da síntese de rodanina a partir de isotiocianato e

ácido mercaptoacético

28

xii

Esquema 20. Síntese de 3-(benzotiazol-2-il-amino)-2-tioxo-tiazolidin-4-ona.

Reagentes e condições: (a) EtOH, refluxo 5h

28

Esquema 21. Dois dos sistemas mais comuns para condensação de

Knoevenagel de tiazolidinonas

30 Esquema 22. Síntese de sulfato de lobeglitazona 30 Esquema 23. Condensação de benzaldeídos com 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou

tiazolidina-2,4-diona. Reagentes e condições: (a) acetato de piperidina,

tolueno, refluxo

31 Esquema 24. Síntese de 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou tiazolidina-2,4-dionas 5-

substituídas. (a) piperidina, AcOH, EtOH, microondas, 150°C, 20 min

31 Esquema 25. Condensação de tiazolidina-2,4-diona a (2-ciano-3-fenil)-

acrilatos de etila

32 Esquema 26. Síntese de 4-tioxo-tiazolidin-2-ona a partir da tiazolidina-2,4-

diona 32

Esquema 27. Reação de N-alquilação de tiazolidina-2,4-diona 33 Esquema 28. Reação de Mannich com 2-imino-tiazolidin-4-onas 33 Esquema 29. Reação de acoplamento com sais de diazônio 33 Esquema 30. S-oxidação seletiva de tiazolidinas 2,3-dissubstituídas. (i)

NaIO4, EtOH, H2O, ou MCPBA, CH2Cl2

34 Esquema 31. Rota sintética para obtenção dos novos derivados ATZDs 45 Esquema 32. Mecanismo reacional da condensação de Knoevenagel para

obtenção dos ésteres cianocinâmicos

46 Esquema 33. Mecanismo reacional de formação dos derivados 5-benzilideno-

3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA)

47

xiii

LISTA DE TABELA Tabela 1. Inibição da proliferação (%) realizado em duplicata pelo método do MTT 59

xiv

LISTA DE ABREVIATURAS ATZDs Arilideno-tiazolidinadionas AA Ácido araquidônico ARI Inibidores de aldose redutase AINEs Antiinflamatórios não-esteroidais n-Bu2BOTf n-dibutilboro triflúor Dd Duplo dubleto DMSO Dimetilsulfóxido DMF Dimetilformamida DCC Diciclohexilcarbodiimida EC50 Concentração efetiva Cinqüenta por Cento DMAD Acetileno-carboxilato de dimetila DMSO-d6 Dimetilsulfóxido duterado IC50 Concentração Inibitória Cinqüenta por Cento IV Infravermelho J Constante de acoplamento KHz KSCN

Kilohertz Tiocianato de potássio

NA Neuraminidase NNRTI Inibidores Não Nucleósidos da Transcriptase Reversa NAIs Inibidores de neuraminidase MIC Concentração mínima inibitória PPARs Receptores ativados por proliferadores de peroxissomas p-CH3O-C6H4-PS2 Ilídeos de ditiofosfina RMN1H Ressonância magnética nuclear RT Transcriptase reversa R.f. Razão de frente TZDs Tiazolidinadionas THF Tetrahidrofurano

xv

RESUMO

Tiazolidinonas são derivados tiazolidínicos contendo um grupo carbonila nas

posições 2, 4 e/ou 5 que pertencem a um importante grupo de compostos

heterocíclicos. Sua utilização em síntese orgânica é de grande importância, tendo

em vista as diversas atividades biológicas relacionadas a seus análogos estruturais,

tais como anticancerígena, antiinflamatória, anticonvulsivante, hipoglicemiante,

antiviral e antibacteriana. Devido ao aumento do numero de infecções hospitalares e

da resistência dos patógenos frente ao arsenal terapêutico, surge a necessidade de

avançar nas pesquisas por novos compostos antimicrobianos. A produção de novos

fármacos com amplo espectro de ação antimicrobiana é um forte aliado no combate

a resistência adquirida por esses microrganismos. Neste contexto, encontram-se os

compostos tiazolidínicos, cuja literatura descreve excelentes resultados como

antibacterianos. Com esse propósito, e dando continuidade aos trabalhos realizados

no Laboratório de Síntese e Planejamento de Fármacos (LPSF/GPIT/UFPE), foram

sintetizados novos compostos arilideno-tiazolidina-2,4-dionas (ATZDs) da série 5-

benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA). A síntese foi realizada

partindo-se da tiazolidina-2,4-diona. Os derivados ATZDs sintetizados foram obtidos

por reações de N-alquilação em posição 3 da tiazolidina-2,4-diona, e por reações de

adição de Michael, em posição 5. As estruturas químicas dos compostos ATZDs

sintetizados foram devidamente comprovadas por espectroscopia de ressonância

magnética nuclear de hidrogênio, infravermelho e espectrometria de massas. Foi

Verificado a citoxicidade in vitro pelo método MTT em três linhagens de células

tumorais, HT-29 (carcinoma de cólon – humano), HEp-2 (carcinoma de laringe –

humano) e NCI H-292 (câncer de pulmão – humano), onde as amostras testadas

apresentaram baixa citotoxicidade na concentração de 25 µg/mL. Também foi

avaliada a atividade antimicrobiana in vitro pela técnica de difusão em disco, as

cepas selecionadas para o teste foram Staphylococcus aureus, Escherichia coli,

Pseudomonas aeruginosa. Os resultados demonstraram que as substâncias não

apresentaram atividade antibacteriana para nenhuma das cepas testadas. Palavras Chaves: Tiazolidina-2,4-diona, Antibacteriano, Antitumoral.

xvi

ABSTRACT Thiazolidinediones are a class of thiazolidine derivatives that have a carbonyl group

in the positions 2,4 and/or 5, and are an important group of heterocyclic compounds.

Their use in organic synthesis is very important, considering the several biological

activities related with their structural analogues, as anticancer, anti-inflammatory,

anticonvulsivant, hypoglycemic, antiviral and antibacterial. Due to the increased

number of hospital infections and to resistance of pathogens to therapeutic arsenal

existing, there is a demand of advance in research for new bioactive compounds.

The production of new drugs with broad spectrum antimicrobial is a strong ally in the

combat of mortality in groups of different ages around the world. In this context, there

are thiazolidine compounds, whose literature describes excellent results with

antibacterial. For this purpose, and continuing previous works made at Laboratório

de Síntese e Planejamento de Fármacos (LPSF/GPIT/UFPE), new compounds

arylinede-thiazolidines-2,4-diones (ATZDs) of the series 5-benzilydene-3-benzyl-

thiazolidine-2,4-diones (LPSF/RA) were synthesized. The synthesis was performed

starting from thiazolidine-2,4-diones. Derivatives ATZDs were obtained by reactions

of N-alkylation in position 3 of the thiazolidine-2,4-dione, and by Michael addition in

position 5. The chemical structures of the compounds synthesized were

characterized by nuclear magnetic resonance spectroscopy of hydrogen, infrared

and mass spectrometry. The cytotoxicity was verified in vitro by MTT method in. It

was verified the in vitro cytotocyty MTT method in three tumor cell lines, such as HT-

29 (colon carcinoma –human) , HEP-2 (laryngeal carcinoma- human) and NCI –

H292( lung cancer human), the samples tested showed low cytotoxicity.

Concentration of 25mg \mL .We also analyded the in vitro antimicrobial activity by

disc diffusion technique, the strains selected for the test. Were staphylococcus

aureus ,Escherichia coli, pseudomonas aeroginosa. The resuts showed the

substances did not show antibacterial activity for any the strains tested. Keywords: Thiazolidine-2,4-dione, Antibacterial, Antitumor

Introdução e Revisão da Literatura

18

1. Introdução e Revisão da Literatura

1.1. Tiazolidina

Tiazolidinonas são derivados dos heterocíclicos pentagonais,

contendo um grupo carbonila nas posições 2, 4 e/ou 5 que pertencem a um

importante grupo de compostos. Sua utilização em síntese orgânica é de

grande importância, tendo em vista as diversas atividades biológicas

relacionadas a seus análogos estruturais, tais como anticancerígena,

antiinflamatória, anticonvulsivante, hipoglicemiante e antiviral, dentre outras

(Figura 1) (BARROS, 2008; KAVITHA, NAMBIAR et al., 2009; ZHU, PAN et al.,

2009).

S

N

H

21

34

5

Figura 1. Estrutura da tiazolidina

1.1.1. Síntese do núcleo tiazolidínico

A síntese de núcleos tiazolidínicos remonta ao início do século 19,

quando Heintz (1805, apud BROWN, 1961) reportou a primeira tiazolidin-4-ona,

obtida a partir da reação de cloroacetato de etila com tiocianato de potássio

tratada com ácido clorídrico diluído (Esquema 1).

ClO

O

KSCN+ N S

O

O

S

N

OH

HCl

Esquema 1. Síntese da tiazolidina-4-ona

19

Devido à busca por um método geral, simples, eficiente e de baixo

custo para a obtenção destes compostos, vários trabalhos têm sido

desenvolvidos. De acordo com Liesen e colaboradores (2008), a partir da

análise retrossintética, podem ser empregadas duas estratégias para a

obtenção de derivados da tiazolidin-4-ona (Esquema 2): formação das ligações

C5-S e C4-N, a partir de reações envolvendo compostos α-aceto-halogenados

e tioamidas (Esquema 2, 1); e formação das ligações C2-S e C4-N envolvendo

reações entre iminas substituídas e ácido α-mercaptoacético (Esquema 2, 2a)

ou através de reações de condensação com três componentes, do tipo “one-

pot”, entre aminas, aldeídos e ácido α-mercaptoacético (Esquema 2, 2b).

X

O

OR2 +

R1HN

S

RS

N

O

R1

R

1

R1N HSOH

O

NHR1 RCHO HSOH

O

+

+ +

2a

2b

1

2α-aceto-halogenados tioamidas

aminas aldeidosác. α-mercaptoacético

iminasác. α-mercaptoacético

Esquema 2. Análise retrossintética de 4-tiazolidinona

A principal rota sintética de 1,3-tiazolidin-4-onas envolve três

componentes (um aldeído, uma amina e ácido mercaptoacético), reagindo em

processos de uma ou duas etapas, enquadrando-se no tipo descrito no

Esquema 2 (2a e 2b). As reações procedem através da formação inicial de uma

imina, que sofre ataque do nucleófilo contendo enxofre, seguido de ciclização

intramolecular através de eliminação de água. Esta última etapa aparenta ser

crucial para obter rendimentos elevados, de modo que diferentes métodos de

remoção de água são normalmente utilizados, como: destilação azeotrópica;

“peneira molecular”; ou agente desidratante (NEUENFELDT et al., 2010;

CUNICO et al., 2007; SRIVASTAVA et al., 2002).

Balzarini e colaboradores (2007) descreveram a síntese de 2-

adamantil-tiazolidin-4-onas substituídas na posição 3. A oxidação do

adamantanometanol na presença de cloreto oxálico, DMSO e trietilamina levou

20

à formação do adamantano-1-carbaldeído com 90% de rendimento, que, em

seguida, reagiu com uma amina e ácido mercaptoacético em tolueno ou

benzeno por 3-30h utilizando um aparelho Dean-Stark para remover água

(Esquema 3). Essa metodologia envolve a formação de iminas do adamantano-

1-carbaldeído e a amina utilizada, seguida pela condensação das bases de

Schiff resultantes com o ácido mercaptoacético. As tiazolidinas foram obtidas

com rendimento de 6-88%.

CH2OH CHO

a

90%

b

6-88%

S

N

R

O

Esquema 3. Síntese de 2-adamantil-tiazolidin-4-onas substituídas. (a) DMSO,

(COCl)2, CH2Cl2, -65 °C, seguido de Et3N, rt.; (b) R-NH2, HSCH2COOH, benzeno ou tolueno, refluxo

Cunico e colaboradores (2007) estudaram uma reação do tipo one-

pot para formação de 1,3-tiazolidin-4-onas 2,3-substituídas a partir de (L)-

valina, benzaldeídos substituídos e ácido mercaptoacético na proporção 1:1:3.

Os reagentes foram dissolvidos em tolueno e mantidos a 130°C, utilizando-se

um aparelho Dean-Stark. O grupo observou que nas condições escolhidas

ocorre a formação de regioisômeros, havendo produção seletiva do isômero 2-

isopropil-3-benzil-1,3-tiazolidin-4-ona quando o benzaldeído continha o grupo

fortemente elétron-atrator NO2 e pouca ou nenhuma seletividade na para flúor

ou metoxi como radical do aldeído (Esquema 4).

H

O

R+ HO

O

NH2i

RN S

O

N

SO

+

HSCH2COOH

R

Esquema 4. Formação de 1,3-tiazolidin-4-onas 2,3-substituídas. (i) tolueno, 110°C, 16 h, Dean-Stark

Srivastava e colaboradores (2002) já haviam reportado a ciclização

de tiazolidin-4-onas através de uma reação de três componentes do tipo one-

21

pot. Neste caso, foi utilizada uma proporção de 1:2:3 de amina, aldeído e ácido

mercaptoacético, respectivamente, em THF, utilizando N,N-

diciclohexilcarbodiimida (DCC) como agente desidratante, obtendo-se altos

rendimentos das tiazolidin-4-onas independentemente dos substituintes na

amina ou no aldeído (Esquema 5).

R NH2 +

R1

O

H

Oou + OH

O

HSDCC/THF

SN

R1

R

O

SNR

O

Esquema 5. Síntese de derivados de 4-tiazolidinona e 4-metatiazolidinona

Bolognese e colaboradores (2004) compararam os resultados da

síntese de tiazolidin-4-onas substituídas através da reação entre benzilideno-

anilinas e ácido mercaptoacético efetuada utilizando microondas e

aquecimento convencional (Esquema 6). Enquanto as reações realizadas sob

irradiação de microondas apresentaram bons rendimentos (65-90%) e curto

período de reação (10 minutos), as mesmas reações sob aquecimento

convencional à temperatura de refluxo resultaram em baixos rendimentos (25-

69%) e longo período reacional (2 horas). O acompanhamento de algumas das

reações via RMN1H mostrou que as tiazolidin-4-onas são formadas diretamente

dos produtos de partida sob irradiação de microondas. Já sob aquecimento

convencional, dois intermediários foram detectados, um gem-diol e um ácido

sulfanil acético. Neste último caso, a natureza do solvente utilizado determina o

mecanismo de formação do composto final: em benzeno, primeiro forma-se o

intermediário gem-diol, já em DMF detecta-se primeiramente a presença do

ácido sulfanil acético.

22

N

R

R1

benzeno

DMF

N S

HOHO

R1

R

N S

R1

R

O

N

S

OH

O

R1

R

HSCH2COOH

H

Esquema 6. Esquema geral de obtenção de tiazolidin-4-onas di-substituídas

Rudnichenko e colaboradores (2003) estudaram a reação de

cicloadição de derivados de ácidos polifluor-alquil-tiocarboxílicos com acetileno-

carboxilato de dimetila (DMAD) para formação de anéis contendo enxofre. As

5-metoxi-carbonil-metileno-tiazolidin-4-onas 2,2-dissubstituídas foram obtidas a

partir da reação de tioamidas com DMAD na ausência de solvente e à

temperatura ambiente, com rendimentos de 95 e 96%. Os autores propõem

como mecanismo a sequência mostrada no (Esquema 7).

R

S

NH2

E ES

N

R

O

E

+CH3OH

+ P2O5-CH3OH

S

N

R

O

E

MeO

H

R= CF3, H(CF2)4 E= CO2Me Esquema 7. Mecanismo para reação de tioamidas com DMAD

A síntese de 2-imino-tiazolidin-4-onas pode ser realizada de diversas

formas, sendo uma das mais comuns aquela que envolve a ciclização de

tiouréias com α-halo ésteres ou ácidos, na presença de base inorgânica em

solvente apolar ou ácido acético (MAMAGHANI et al., 2010; LAURENT et al.,

2003). Nos casos em que a tiouréia é assimétrica, sabe-se que essa rota

sintética normalmente resulta em dois isômeros A e B, como exemplificado no

23

Esquema 8, e diversos fatores influenciam na regioseletividade da ciclização

(BOLLI et al, 2010).

R1NH

NH

R2

S

X

O

R3 N

S

O

R1NR2

N

S

O

NR2R1

+

A B Esquema 8. Reação de obtenção de 2-imino-tiazolidin-4-onas assimétricas

Ottanà e colaboradores (2005) mostram que, quando os

substituintes são um grupo alquila e um arila, a utilização de um solvente pouco

polar (clorofórmio) leva a uma mistura dos isômeros 3-fenil-2-propilimino-4-

tiazolidinona e 2-fenilimino-3-propil-4-tiazolidinona na proporção de 1:2

(Esquema 9), enquanto em um solvente prótico (metanol) o isômero A foi o

único produto, após 24h de reação. Os autores sugerem que no solvente

prótico ocorre uma conversão de 3-fenil-2-propilimino-4-tiazolidinona em 2-

fenilimino-3-propil-4-tiazolidinona, resultando no isômero arilimino, mais estável

(Esquema 10).

C6H5 NCS + C3H7NH2

i

C6H5HN NHC3H7

S

ii

N

S

O

C3H7N C6H5

N

S

O

C6H5N C3H7

+

Esquema 9. Síntese de 2-imino-tiazolidin-4-onas dissubstituídas. (i) Et3N, CHCl3, rt, 4h

(ii) ClCH2COCl, Et3N, CHCl3, rt, 12 h

24

Esquema 10. Rearranjo de 3-fenil-2-propilimino-4-tiazolidinona em 2-fenilimino-3-

propil-4-tiazolidinona

O efeito dos substituintes da tiouréia no regiocontrole da ciclização

foi avaliado por diversos autores. Foi relatado que, o substituinte mais elétron-

atrator irá se posicionar preferencialmente no nitrogênio da imina (BOLLI et al,

2010; MAMAGHANI et al, 2011; LAURENT et al., 2003). Esta seletividade pode

ser explicada, segundo Mamaghani e colaboradores (2011), pela maior acidez

do próton associado ao NH ligado ao grupo mais atrator, facilitando a

enolização da tiouréia neste lado da molécula, e não no outro. Contudo, Ottanà

e colaboradores (2005) apontam que, usando clorofórmio como solvente, a

deslocalização do par livre de um nitrogênio no sentido da formação do

intermediário tioenólico seria favorecida pela presença de um grupo liberador

de elétrons adjacente a ele, favorecendo a obtenção de isômeros com grupo

liberador no nitrogênio da imina.

Laurent e colaboradores (2004) demonstram ainda a possibilidade

de atingir uma ciclização regioseletiva de 2-alquilimino-3-heteroarilmetil-

tiazolidin-4-onas através da utilização de substituintes R2 heteroarilmetílicos

(Esquema 11). Segundo eles, em um intermediário reacional, ocorre a

formação de uma ligação de hidrogênio entre o heterociclo protonado e a

carbonila do éster utilizado, predispondo assim o nitrogênio mais próximo da

tioureia a ciclização (Figura 2). Os autores também expõem que os isômeros B

são predominantes independentemente de o solvente ser prótico ou não, além

de a utilização dos substituintes heteroarilmetílicos estar associada au aumento

da velocidade de reação.

25

N

N

S

N

H H

Br

O

OEt

EtOH, 80º C

N

NS

O

N

Esquema 11. Ciclização regioseletiva de 2-etilimino-3-piridin-2-ilmetil-tiazolidin-4-ona

N

N

NR

S

OEtOH

H

Figura 2. Ciclização seletiva via ligação de hidrogênio intramolecular

Mamaghani e colaboradores (2011) acrescentam que a obtenção de

2-imino-tiazolidin-4-onas ocorre em períodos mais curtos e maiores

rendimentos quando a fase de ciclização é realizada com aplicação de ultra-

som (45 kHz, 25ºC) (Esquema 12). Isso se deve ao efeito da cavitação,

processo físico que forma, aumenta e implode cavidades de gás ou vapor em

um líquido irradiado. O colapso das bolhas de cavitação resultam na formação

de emulsões finamente divididas, facilitando a reação.

R1NH2

R2NCS

CH2Cl2R1

NH

NH

R2

SR3CHO, CHCl3, DBU

NaOH, H2O, DME

S

R1NO

R2NR3 S

R2NO

R1NR3

+

Ultrason, rt

Esquema 12. Síntese de novas 2-imino-1,3-tiazolidin-4-onas sob aplicação de

ultrassom

Sedlák e colaboradores (2003), por sua vez, estudaram a formação

de 2-imino-tiazolidin-4-onas através da transformação intramolecular de sais de

isotiourônio nas tiazolidinas correspondentes, reação classificada como

“transformação clássica de anel”. O mecanismo proposto pelos autores

(Esquema 13) indica que, primeiramente, um rápido pré-equilíbrio produz 1-

metil-S-[1-(4-metoxifenil)-pirrolidin-2-on-3-il)-isotiouréia, seguido de um ataque

intramolecular do grupo NH2 à carbonila do ciclo pirrolidínico. Este, por sua vez,

26

pode fazer uma rápida troca de próton entre nitrogênio e oxigênio ou uma

rápida decomposição espontânea no produto tiazolidina, e a reação total pode

ser catalisada por soluções tampão ácidas ou básicas.

R3

OH

CCl3

baseO

Cl

ClR3

R1NH

NH

R1

S

NHR1

NR1

SR3

H2C Cl

SNR1

NR1

OR3

Esquema 13. Síntese de 2-imino-tiazolidin-4-onas 5-substituídas a partir de

triclorometilcarbinol e tiouréia

Havrylyuk e colaboradores (2010) realizaram a síntese de 2-(6-metil-

benzotiazol-2-il-imino)-tiazolidin-4-onas por dois métodos distintos (Esquema

14). O primeiro consiste na reação de 2-carbetoximetiltio-2-tiazolin-4-ona e 6-

metil-2-amino-benzotiazol sub refluxo em etanol, com 74% de rendimento. O

segundo se baseia na reação de 6-metil-2-amino-benzotiazol com cloreto de

cloroacetila seguida pela ciclização de 2-cloro-N-(6-metil-benzotiazol-2-il)-

acetamida com tiocianato de amônio em acetona sob refluxo, obtendo 59% de

rendimento.

S

N

NH2

S

N

HN

Cl

O

ClCH2COCle

NH4SCN

f

dS

NS

OC2H5

O

O

S

N

O

S

N

NH

S

NH

O

N S

N

S

N

HN

SCN

O

Esquema 14. Síntese de 2(6-metil-benzotiazol-2-il-imino)-tiazolidin-4-onas. Reagentes e condições: (d) EtOH, refluxo 2h; (e) dioxano, temperatura ambiente 2h; (f) acetona,

refluxo 5h

Kasmi-Mir e colaboradores (2006) descrevem ainda a síntese one-

pot de 5-arilideno-2-imino-tiazolidin-4-onas partindo de tiouréia (assimétrica ou

não), ácido cloroacético e aldeído, na ausência de solvente e sob irradiação de

microondas (90-110°C) (Esquema 15). Os autores relatam tempos de reação

variando entre 10 e 20 minutos, obtendo rendimentos entre 61 e 89%.

27

R1HN NHPh

S

+ ClCH2COOH + R2CHOMW

-HCl, H2ON

S

N

O

Ph

R2

R1R1= Ph, 4-metilpiridin-2-ilR2= Aromáticos

Esquema 15. Síntese de 5-arilideno-2-imino-tiazolidin-4-ona

O preparo de tiazolidina-2,4-dionas normalmente é efetuado através

de uma sequência de três etapas, sendo elas α-halogenação, seguida de

substituição nucleofílica com tiouréia ou KSCN e, por fim, formação do anel por

hidrólise (FALCK et al., 2002).

Falck e colaboradores (2002) reportaram o desenvolvimento de um

método alternativo para síntese de tiazolidina-2,4-dionas 5-substituídas,

realizado em duas etapas (Esquema 16). Para a maior parte dos compostos

sintetizados, a primeira etapa consiste na formação de α-tiocianatos através da

reação de N-acil-carboximida com n-Bu2BOTf seguida do acréscimo de N-

tiocianato-succinimida. A segunda, por sua vez, corresponde à ciclização

hidrolítica da tiazolidina-2,4-diona, efetuada pela adição de NaOMe a uma

solução do α-tiocianato em MeOH/THF (4:1) anidro.

R1

R2

O

NO

O

R

N

O

O

SCN

R2

R1NCS

NO

R

O

O

SN

R1

R2

O

O

H

Esquema 16. Ciclização de tiazolidina-2,4-dionas a partir de N-acil-caboximidas

Kushakova e colaboradores (2006), enquanto trabalhavam na

alquilação de tiouréias cíclicas utilizando ácidos α-halocarboxílicos e seus

ésteres, observaram a formação de sais de tiazolidina-2,4-diona 3-substituída

(Esquema 17). Os autores mostram que a conversão de seus produtos

originais no sal de tiazolidina ocorre mais facilmente quando estes são

submetidos a refluxo por 1h em etanol contendo 5% de água. A transição

ocorreu apenas para os derivados cloretos de 8-metil-3-oxo-2,3,6,7-tetrahidro-

28

5H-[1,3]tiazolo[3,2-a]pirimidin-8-ium, não sendo observada para os brometos, o

que pode ser explicado pela maior tendência dos brometos em passar ao íon

imínio do que os cloretos correspondentes.

N NH

S

HalCHR1CO2RAcetona anidra, 20º C

N

NH

SOR

O

R1 -ROH

+ROH

N

N

S

O

R1

EtOH

N

S

O

O

NH2

Esquema 17. Alquilação de tiouréias cíclicas seguida de conversão em sais de

tiazolidina-2,4-diona

Momose e colaboradores (2002) descrevem ainda a síntese de 5-

etil-tiazolidina-2,4-diona em quatro etapas, partindo de benzaldeídos

substituídos (Esquema 18). A etapa em que ocorre a formação do anel

tiazolidínico (última) consiste na reação do α-cloro-éster com tiouréia seguido

de hidrólise ácida.

YXR1

CHOR2

Y

XR1

R2

CO2Et

O

2 3ácido pirúvicoágua, MeOH

, Pd-C, 1,4-dioxano, EtOH

4, EtOH

Y

XR1

R2

CO2Et

HO

2

YXR1

R2

CO2Et

Cl

Tiouréia, NaOAc

(aq)

YXR1

R2

S

NH

O

OX = O ou CO

Y = CH ou N

1 = (CH2)m-Azole ou CH(CH3 )2

Na CO

HCl-EtOH

H2

NaBH

SOCl

REtOH seguido de HCl

Esquema 18. Síntese de 5-etil-tiazolidina-2,4-dionas

A 2-tioxo-tiazolidin-4-ona, também conhecida como rodanina, tem,

por sua vez, como dois dos métodos mais comuns de preparo: a adição de

isotiocianato ao ácido mercaptoacético seguida de ciclização ácida; e a reação

de amônia ou aminas primárias com disulfeto de carbono e ácido cloroacético

29

na presença de base (LEE; SIM, 2000). No caso da síntese via isotiocianato, a

reação procede através de ataque nucleofílico do grupo mercapto do ácido

sulfanil-acético à tiocarbonila do isotiocianato, seguido de ciclização

intramolecular por eliminação de água do intermediário (Esquema 19) (EL-

GABY et al., 2009).

N C SR 2HC COOH

HS:

HN

S

S

R

O

OH-H 2

N

S

RS

OO

Esquema 19. Mecanismo da síntese de rodanina a partir de isotiocianato e ácido

mercaptoacético

Havrylyuk e colaboradores (2010) realizaram a síntese de 3-

(benzotiazol-2-il-amino)-2-tioxo-tiazolidin-4-ona. Para isso, partiram de

(benzotiazol-2-il)hidrazina e ácido tritiocarbonil-diglicólico em etanol sob refluxo,

obtendo 78% de rendimento. A análise espectroscópica do produto mostra que

este é obtido num equilíbrio tautomérico entre as formas hidrazina-hidrazona

(Esquema 20).

SN

HN

NH2

SCH2COOH

SCH2COOH

S

N

S

HNO

S

S

N

N

S

NO

S

S

HNa

Esquema 20. Síntese de 3-(benzotiazol-2-il-amino)-2-tioxo-tiazolidin-4-ona. Reagentes

e condições: (a) EtOH, refluxo 5h

30

1.1.2. Reatividade do núcleo tiazolidínico

Dentre as diversas reações que envolvem o anel 4-tiazolidinona

destacam-se os processos quimiosseletivos que ocorrem nas posições: 1

(enxofre) em reações de oxidação; 3 (nitrogênio) em reações de N-alquilação e

em reações de Mannich; 4 (carbonila) em reações de tionação via reagente de

Lawesson e 5 (carbono metilênico) em reações de condensação com aldeídos,

cetonas ou com sais de diazônio (Figura 3) (LIESEN et al., 2008).

Figura 3. Principais reações do anel 4-tiazolidinona

A condensação com aldeídos e cetonas na posição 5 de tiazolidin-4-

onas (bem como na posição 4 de tiazolidin-5-onas) é usualmente realizada

através de uma reação de Knoevenagel. Diversas combinações de sistemas

podem ser empregados para a execução desta reação, sendo dois dos mais

utilizados (Esquema 21): refluxo em etanol, utilizando piperidina como

catalisador (A), processo que costuma durar várias horas (MOMOSE et al.,

2001; KIM et al., 2004; OTTANÁ et al., 2005; ZHOU et al., 2006; BOLLI et al.,

2010; BHATTARI et al., 2010); e ácido acético glacial adicionado de acetato de

sódio, normalmente em temperatura de refluxo (B) (BOZDAG-DÜNDAR et al.,

2007; METWALLY et al., 2010; BOLLI et al., 2010; MACCARI et al., 2011;

HAVRYLYUK et al., 2010).

31

R2

O

R1

+S

NHO

H

H

S

NH

O

HH

piperidina

EtOH, refluxo

AcOH, refluxo

ou

S

NHO

R1

R2

S

NH

O

R1

R2

ou

A

NaOAc

B Esquema 21. Dois dos sistemas mais comuns para condensação de Knoevenagel de

tiazolidinonas

No entanto, variações desses sistemas podem resultar em

condições mais apropriadas para certas reações. Tendo este fato em vista, Lee

e colaboradores (2007) estudaram o efeito da base e do solvente escolhidos na

reação do 4-(2-{[6-(4-metoxifenoxi)-pirimidin-4-il]-metilamino}-etoxi)-

benzaldeído com tiazolidina-2,4-diona (Esquema 22), obtendo o melhor

resultado (90% de rendimento) ao utilizar piperidina e ácido acético dissolvidos

em tolueno, à temperatura de refluxo e em atmosfera inerte.

N

N NO

O

OCH3

CHO

SNH

O

O N

N NO

O

OCH3

NHS

O

O Esquema 22. Síntese de sulfato de lobeglitazona

Chen e colaboradores (2004), por sua vez, empregaram acetato de

piperidina em tolueno sob refluxo na condensação de benzaldeídos 2,5-

dissubstituídos com 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou tiazolidina-2,4-diona (Esquema

23).

32

O O

H

S

NH

O

X O

R R

S

NH

X

OH

a

X= S, O

Esquema 23. Condensação de benzaldeídos com 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou

tiazolidina-2,4-diona. Reagentes e condições: (a) acetato de piperidina, tolueno, refluxo

Zidar e colaboradores (2010) reportaram ainda a utilização de

irradiação por microondas para reduzir o tempo de reação entre aldeídos

aromáticos e 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou tiazolidina-2,4-diona. O sistema por

eles escolhido era composto por uma mistura de etanol e ácido acético como

solventes e piperidina como catalisador, aquecidos a 150°C, e resultou em

duração de 20 minutos (Esquema 24).

O

H

RS

NH

O

X

+a

S

NH

O

XX= S, O

R

R= NO2

Esquema 24. Síntese de 2-tioxo-tiazolidin-4-ona ou tiazolidina-2,4-dionas 5-substituídas. (a) piperidina, AcOH, EtOH, microondas, 150°C, 20 min

A adição de Michael é também o método utilizado por este grupo de

pesquisa para condensar núcleos tiazolidínicos N-substituídos ou não a (2-

ciano-3-fenil)-acrilatos de etila (MOURÃO et al., 2005; LEITE et al., 2007;

BARROS et al., 2010). A reação é realizada em etanol, sob refluxo e na

presença de piperidina como catalisador (Esquema 25).

33

Esquema 25. Condensação de tiazolidina-2,4-diona a (2-ciano-3-fenil)-acrilatos de

etila

A tionação de tiazolidinonas pode ser atingida utilizando o reagente

de Lawesson (1,3-ditio-2,4-difosfatano-2,4-dissulfeto-2,4-bis(4-metóxifenil)),

como descrito por Gouveia e colaboradores (2009) para a síntese de 4-tioxo-

tiazolidin-2-ona a partir da tiazolidina-2,4-diona, que foi realizada em dioxano

anidro sob refluxo (Esquema 26).

NH

S

O

O

Reagente deLawesson (1 eq) NH

S

S

O

Dioxano anidrorefluxo

Esquema 26. Síntese de 4-tioxo-tiazolidin-2-ona a partir da tiazolidina-2,4-diona

De acordo com Liesen e colaboradores (2008), a velocidade da

tionação é dependente da densidade eletrônica existente na carbonila e

limitada pela temperatura. Em compostos contendo duas ou mais carbonilas,

sofrerá primeiramente tionação aquela que for mais rica em elétrons. A

conversão do grupo carbonila em tiocarbonila é atribuída a ilídeos de

ditiofosfina (p-CH3O-C6H4-PS2), formados a partir da quebra do anel de quatro

membros, contendo átomos de fósforo e enxofre alternados, existente no

reagente de Lawesson.

Substituições na posição 3 (nitrogênio) podem ser realizadas através

de reações de N-alquilação, que normalmente envolvem a reação do núcleo

tiazolidínico com uma base forte (NaOH ou KOH) e um haleto de alquila ou

benzila, em meio etanólico (Esquema 27) (MOURÃO et al., 2005; LEITE et al.,

2007; BOZDAG-DÜNDAR et al., 2007; BARROS et al., 2010).

34

S

NHO

O

haleto de alquila/benzila

base forte / EtOHS

NO

O

R

Esquema 27. Reação de N-alquilação de tiazolidina-2,4-diona

Um outro método para realizar substituições na posição três consiste

na reação de Mannich. Reações do tipo Mannich ocorrem geralmente entre 2-

imino-4-tiazolidinonas e aminas primárias ou secundárias, em presença de

formaldeído (HCHO) ou paraformaldeído [(HCHO)n], em metanol, levando à

formação de 2-imino-3-(aminometil substituído)-4-tiazolidinona (Esquema 28)

(SINGH et al, 1981).

NH

S

O

N

R

+ R1NH2HCHO/MeOH N

S

O

N

R

CH2NHR1

R= H ou ArilR1= Alquil ou Aril

Esquema 28. Reação de Mannich com 2-imino-tiazolidin-4-onas

A reação com sais de diazônio também pode ser empregada na

inclusão de substituintes na posição 3 da tiazolidina. Vaughan e colaboradores

(1988) testaram diversas metodologias para a síntese de 3-arilazo-1,3-

tiazolidinas, obtendo como método melhor sucedido a utilização de sal de

diazônio na forma de fluoroborato, que reagiu com 1,3-tiazolidina em solução

aquosa de acetona (Esquema 29).

S

HNArN2

R N N N

S

R= CN, NO2, Cl

Esquema 29. Reação de acoplamento com sais de diazônio

35

A oxidação do enxofre endocíclico da tiazolidina é ainda uma

modificação possível do anel. Gandolfi e colaboradores (1995) descreveram a

S-oxidação seletiva do anel heterocíclico utilizando periodato de sódio em

etanol ou ácido 3-cloroperoxibenzóico em diclorometano (Esquema 30), com

intuito de introduzir um novo centro de assimetria nas moléculas.

ON

S

O

S

O ON

S

O

S

O

O

i

Esquema 30. S-oxidação seletiva de tiazolidinas 2,3-dissubstituídas. (i) NaIO4, EtOH, H2O, ou MCPBA, CH2Cl2

1.1.3. Atividades biológicas referidas a tiazolidina

A aldose redutase (ALR2) é considerada um alvo molecuar atrativo

para o desenvolvimento de fármacos capazes de prevenir o surgimento e

progressão de patologias secundarias associadas à diabetes mellitus. Nesse

sentido, Maccari e colaboradores (2011) avaliaram derivados da 2-tioxo-4-

tiazolidinona como inibidores de aldose redutase (ARI) e a maioria exibiu boa

ou excelente eficácia in vitro. Dentre os compostos testados, a maior parte dos

análogos N-substituídos possui efeito inibitório em doses micromolares, tendo

dois deles, 5-(4-fenoxifenil)-2-tioxo-tiazolidin-4-ona (Figura 4a) e 5-[3-

(benziloxi)fenil]-2-tioxo-tiazolidin-4-ona (Figura 4b), apresentado maior potência

que o sorbinil, utilizado como referência. A inserção de uma cadeia acética na

posição 3 do anel tiazolidínico levou a análogos com afinidade submicromolar à

ALR2 e valores de IC50 similares aos do epalrestat, único ARI atualmente

utilizado no mercado.

36

S

NHO

S

OS

NHO

S

O

(a) (b) Figura 4. Derivados da 2-tioxo-4-tiazolidinona com maior atividade inibitória de ALR2

Também na busca de antidiabéticos, Kumar e colaboradores (2011)

desenvolveram e sintetizaram 24 compostos numa nova série de glitazonas,

dos quais 19 foram avaliados quanto à atividade na absorção in vitro de glicose

utilizando hemi-diafragma isolado de rato. Dentre esses compostos, 7 exibiram

atividade significativa, tendo o composto (Z)-2-[5-(4-metoxibenzilideno)-2,4-

dioxotiazolidin-3-il]-N-fenilacetamida (Figura 5) se apresentado como o mais

potente. Entretanto, nenhuma das moléculas sintetizadas foi mais ativa que a

rosiglitazona, utilizada como padrão de comparação.

N

SO

H3CO

O NHO

H

Figura 5. Estrutura da (Z)-2-[5-(4-metoxibenzilideno)-2,4-dioxotiazolidin-3-il]-N-

fenilacetamida

A neuraminidase (NA) do vírus influenza é considerada a promotora

da entrada e distribuição do vírus no hospedeiro. Inibidores de neuraminidase

(NAIs) desenvolvidos racionalmente para bloquear o ciclo de vida viral são

comprovadamente eficazes no tratamento da gripe. Tendo isso em vista, Liu e

colaboradores (2011) sintetizaram uma série de ácidos tiazolidina-4-

carboxílicos e avaliaram quanto à sua habilidade em inibir a NA do vírus

influenza A. O composto mais ativo da série foi o ácido 3-(2-amino-acetil)-

(2RS,4R)-2-(2-hidroxi-3-metoxifenil)-tiazolidina-4-carboxílico (Figura 6), (IC50 =

0,14 µM), que é cerca de sete vezes menos potente que o oseltamivir, utilizado

como referência.

37

N

SOH

H3CO

O

COOH

NH2

Figura 6. Estrutura do ácido 3-(2-amino-acetil)-(2RS,4R)-2-(2-hidroxi-3-metoxifenil)-

tiazolidina-4-carboxílico

Agonistas do receptor S1P1, um lisofosfolipídeo distribuído por todo o

corpo, bloqueiam a saída de linfócitos-T do timo e órgãos linfóides e compõem

uma promessa para o tratamento oral de doenças autoimunes. Bolli e

colaboradores (2010) reportaram a descoberta e detalhada relação estrutura-

atividade de uma nova classe de agonistas do receptor S1P1 baseada na 2-

imino-tiazolidin-4-ona. O composto (Z,Z)-5-[3-cloro-4-((2R)-2,3-dihidroxi-

propoxi)-benzilideno]-2-propilimino-3-o-tolil-tiazolidin-4-ona (Figura 7) emergiu

da série como um potente, seletivo e oralmente ativo agonista do receptor S1P1

selecionado para desenvolvimento clínico. Em ratos, a máxima redução de

circulação de linfócitos foi atingida com uma dose de 3 mg/kg. Investigações

farmacocinéticas em cães beagle sugerem que o composto se adequa bem a

uma dose diária em humanos.

S

N O

N

CH3

H3C

ClO

OHHO

Figura 7. Estrutura da (Z,Z)-5-[3-cloro-4-((2R)-2,3-dihidroxi-propoxi)-benzilideno]-2-propilimino-3-o-tolil-tiazolidin-4-ona

Havrylyuk e colaboradores (2010), por sua vez, realizaram uma

triagem da atividade antitumoral com várias 4-tiazolidinonas contendo ligante

benzotiazol. A atividade anti-câncer dos compostos sintetizados foi testada e

38

dois deles revelaram atividade frente a linhagens de células de leucemia,

melanoma, câncer de pulmão, cólon, sistema nervoso central (CNS), ovários,

rins, próstata e mama. Dentre os compostos testados, a 2-{2-[3-(benzotiazol-2-

ilamino)-4-oxo-2-tioxotiazolidin-5-ilidenometil]-4-clorofenoxi}-N-(4-methoxifenil)-

acetamida (Figura 8) mostrou-se o candidato mais ativo, com valores médios

de logGI50 e logTGI de -5,38 e -4,45, respectivamente.

S

N

S

HN

ON

SO

HN

O

H3CO

Cl Figura 8. Estrutura da 2-{2-[3-(benzotiazol-2-ilamino)-4-oxo-2-tioxotiazolidin-5-

ilidenometil]-4-clorofenoxi}-N-(4-methoxifenil)-acetamida

Receptores ativadores de proliferação de peroxissomos (PPARs)

são membros da superfamília de receptores hormonais nucleares que são

fatores de transcrição ativados por ligantes. Diversos estudos mostram que a

ativação de uma de suas isoformas, o PPAR-γ, regula respostas inflamatórias,

proliferação e diferenciação celular, bem como apoptose. Com isso em vista,

Barros e colaboradores (2010) realizaram a síntese, avaliação da atividade

anti-inflamatória in vivo e estudos de docking de oito novas 5-arilideno-3-benzil-

tiazolidina-2,4-dionas com grupos haleto em seu anel benzílicos. Quatro

dessas moléculas mostraram considerável eficácia biológica, tendo uma delas

em particular, a 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsulfonil-benzilideno)-tiazolidina-

2,4-diona (Figura 9) demonstrado uma atividade anti-inflamatória de 73,3%, ou

seja,similar a da rosiglitazona (72%), utilizada como fármaco de referência.

39

S

NO

O

Br

S OO

H3C

H

Figura 9. Estrutura da 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsulfonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-

diona

Balzarini e colaboradores (2007) sintetizaram e testaram a atividade

anti-HIV-1 de uma série de novas tiazolidin-4-onas contendo um substituinte

lipofílico adamantil na posição 2 e diversos substituintes no átomo de nitrogênio

do anel tiazolidínico, dentre as quais a (±)-2-adamantan-1-il-3-(4,6-dimetil-

piridin-2-il)-tiazolidin-4-ona (Figura 10) demonstrou um potencial antiviral

marcante (EC50 = 0,35 µM). O substituinte adamantano teve uma importante

atuação na eventual atividade antiviral do composto, que se comportou como

um típico inibidor de transcriptase reversa (RT) não nucleosídico (NNRTI). Os

autores descobriram ainda que o isômero dextrógiro foi, predominantemente, o

responsável pela atividade anti-HIV-1 (EC50 = 0,178 µM).

N

S

N

H3C CH3

O

Figura 10. Estrutura da (±)-2-adamantan-1-il-3-(4,6-dimetil-piridin-2-il)-tiazolidin-4-ona

Quanto à atividade antimicrobiana, Zidar e colaboradores (2010)

desenvolveram, sintetizaram e avaliaram derivados da 5-benzilideno-rodanina

e da 5-benzilideno-tiazolidina-2,4-diona como inibidores da enzima bacteriana

MurD. Dentre estes, dois demonstraram maior potencial inibitório, sendo eles

os ácidos (R,Z)-2-[3-({4-[(2,4-dioxotiazolidin-5-ilideno)metil]fenilamino}metil)

benzamido]-pentanodióico (Figura 11a) e (R,Z)-2-[3-({4-[(2-tioxo-4-oxotia

40

zolidin-5-ilideno)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico (Figura 11b),

com valores de IC50 de 85 e 45 µM, respectivamente.

SNH

X

O

HNO

NHHOOC

COOH(a) X=O(b) X=S

Figura 11. Estrutura dos ácidos (a) (R,Z)-2-[3-({4-[(2,4-dioxotiazolidin-5-ilideno)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico e (b) (R,Z)-2-[3-({4-[(2-tioxo-4-

oxotiazolidin-5-ilidene)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico

Em um trabalho posterior, o mesmo grupo (TOMASIC et al, 2011)

observou que o isômero S do ácido (Z)-2-[3-({4-[(2-tioxo-4-oxotiazolidin-5-

ilidene)metil]fenilamino}metil)benzamido]-pentanodióico inibiu a enzima MurD

ligase de Escherichia coli de forma mais eficiente (IC50 = 10 µM) que seu

isômero R (IC50 = 45 µM).

Updahyay e colaboradores (2010) sintetizaram derivados

tiazolidínicos contendo o grupo indazol e testaram sua atividade anti-

microbiana contra várias linhagens de bactérias e fungos. Os compostos N-[{4-

oxo-2-(2-nitrofenil)-1,3-tiazolidina}-acetamidil]-5-nitroindazol (Figura 13a) e N-

[{4-oxo-2-(3-nitrofenil)-1,3-tiazolidina}-acetamidil]-5-nitroindazol (Figura 13b) as

maiores atividades antibacteriana (MIC 11 e 10 µg/mL) contra Escherichia coli

e antifúngica (MIC 9 e 8 µg/mL) contra Fusarium oxysporum.

N

S

O

NH

O

N

N

O2N

O2N

N

S

O

NH

O

N

N

O2N

NO2

(b)(a) Figura 13. Estrutura dos compostos N-[{4-oxo-2-(X-nitrofenil)-1,3-tiazolidina}-

acetamidil]-5-nitroindazol (a) X = 2; (b) X = 3

41

Liu e colaboradores (2011) sintetizaram, caracterizaram e avaliaram

quanto à atividade anti-bacteriana uma série de derivados da chalcona

contendo grupamentos 2,4-tiazolidinadiona e ácido benzóico. Dentre os

compostos testados, cinco deles se mostraram tão ou mais potentes que os

fármacos de referência (oxaciclina e norfloxacina) contra seis bactérias Gram-

positivas, incluindo isolados clínicos resistentes a várias drogas. O ácido 4-

{[(Z)-2,4-dioxo-5-{4-[(E)-3-oxo-3-fenilprop-1-en-1-il]benzilideno}tiazolidin-3-

il]metil}bemzoico (Figura 14) possui uma maior capacidade inibitória e os

resultados sugeriram que o grupo carboxila aparenta ser necessário para a

atividade.

SN

O

OO

COOH

Figura 14. Estrutura do ácido 4-{[(Z)-2,4-dioxo-5-{4-[(E)-3-oxo-3-fenilprop-1-en-1-

il]benzilideno}tiazolidin-3-il]metil}benzoico

18

Objetivos

43

2. Objetivos 2.1 Geral

Contribuir na pesquisa de novos agentes terapêuticos através do

planejamento racional utilizando como protótipo a tiazolidina-2,4-diona,

objetivando a síntese de potenciais agentes terapêuticos antimicrobianos e

antitumorais.

2.2 Específicos Obter novos derivados arilideno-tiazolidinônicos (ATZDs) da série 5-

benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona, por meio de reações de N-alquilação

e adição de Michael, utilizando haletos de benzila e ésteres cianocinâmicos

substituídos;

Comprovar estruturalmente as novas ATZDs sintetizadas pelos métodos

espectroscópicos de infravermelho, ressonância magnética nuclear de

hidrogênio e espectrometria de massas;

Avaliar a ação antimicrobiana das novas ATZDs frente às bactérias

Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922,

Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853;

Avaliar citotoxidade das novas ATZDs nas células tumorais de

carcinoma de cólon - humano (HT29), carcinoma de laringe - humano (HEp-2)

e câncer de pulmão– humano (NCI H-292).

43

Estudo químico

45

3. Estudo químico

Para obtenção dos novos derivados ATZDs das séries 5-benzilideno-3-

(benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA) foi utilizada a seguinte rota sintética

(Esquema 31).

N

S

O

O

H

+N

S

O

OX

N

S

O

O

R= 2-Cl-5-NO2 2-Cl-6-F 4-CF3 4-OCF3 4-C6H5 4-NC2H6 4-Pirrolidin-1-il 3,5-Benziloxi 4-NO2 4-Piperin-1-il 4-Morfolinil 4-OCH3 4-F 4-Cl 4-CH3

R

X= Cl, Br

Esquema 31. Rota sintética para obtenção dos novos derivados ATZDs

A síntese, da tiazolidina-2,4-diona, que foi realizada através da reação

do ácido monocloroacético com a tiouréia, em meio aquoso. Nesta reação

ocorre um processo de ciclização que forma a tiazolidina-2,4-diona

(LIBERMAN, 1948 apud LIMA, 1998).

Em uma segunda etapa, temos a síntese dos derivados 3-benzil-

tiazolidina-2,4-dionas, através de reações de N-alquilação da TZD com haletos

de alquila substituídos, na presença de uma base e em meio etanólico, que

levou inicialmente a formação de um sal e posterior adição do haleto de alquila.

Tal metodologia é consolidada na literatura por diversos autores, tendo como

diferença o sal básico utilizado (DAVIS e DAINS, 1935; LO, SHROPSHIRE,

CROXALL, 1953).

Em paralelo foi realizado a síntese dos ésteres cianocinâmicos, que se

processou a partir da reação de condensação de Knoevenagel com aldeídos

aromáticos substituídos e cianoacetato de etila, em tolueno e na presença de

46

piperidina. Estes intermediários foram utilizados para obtenção dos

substituintes benzilidênicos, na posição cinco da TZD (Esquema 32).

EtOCNH

O

H

H N

NH

H

H

+

OEtC

O

H

OEtC

O

H

N

EtOC

O

H

N

N

EtOC

O

H

N

-H

O

R

OEtC

ON H

O- NH

H

R

OEtC

ON H

OH

R

OEtC

ON

H

R

- H2O

Esquema 32. Mecanismo reacional da condensação de Knoevenagel para obtenção dos ésteres cianocinâmicos

A formação da dupla exocíclica na posição cinco da TZD ocorreu devido

a retirada de um hidrogênio pela ação da piperidina, que conduz a formação de

um carbânion, que leva a um ataque ao carbono β do éster cianocinâmico,

conduzindo aos novos derivados ATZDs das séries 5-benzilideno-3-benzil-

tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA) (Esquema 33) (PITTA et al., 2003; SANTOS et

al., 2005; MOURÃO et al., 2005).

47

N

NO

O

H

H

H

HN

H

N+

H

H

N

NO

O

H

H

H

-N

N-O

O

H

H

H

N

N

O

O

H

H

H

-

OEt

C O

N

HR

OEt

C

O-

N

H

R

N

NO

O

H

H

H

-NCCH2COOEt

H

RN

N

O

OH

H

Esquema 33. Mecanismo reacional de formação dos derivados 5-benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA)

3.1. Metodologias de síntese 3.1.1. Síntese da tiazolidina-2,4-diona

Em um balão de fundo redondo adicionou-se tiouréia (5 g – 0,0658 mols)

e ácido monocloroacético (6,35 g – 0,0673 mols) previamente dissolvido em

água. Aqueceu-se a mistura a uma temperatura de 96°C por 18 horas. Em

seguida, deixou-se o produto obtido em repouso por 24 horas na geladeira.

Formaram-se cristais brancos correspondentes a tiazolidina-2,4-diona, cuja

purificação foi realizada através de cristalizações sucessivas em água

destilada.

A tiazolidina-2,4-diona, de fórmula molecular C3H3NO2S (MM = 117),

após purificação, apresenta-se na forma de cristais brancos. Este composto foi

obtido com rendimento de 84 %, apresentando uma faixa de fusão 121-122 ºC

[ponto de fusão na literatura 122 ºC (KOCHKANYAN; ISRAELYAN;

ZARITOUSKII, 1978) e Rf = 0,51, em sistema de eluição CHCl3/CH3OH 96:4.

RMN1H (δ, ppm) - DMSO – d6: 4,11 ppm (CH2, s, 2H); 12,00 ppm (NH, s, 1H)

IV (cm-1) – KBr: 3115 (NH); 1670 e 1735 (C=O ).

48

3.1.2. Síntese da 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona

Em um balão de fundo redondo foram adicionados 1,136 g – 0,0097

mols da tiazolidina-2,4-diona. Na mesma razão molar foram adicionados o

haleto de benzila e o hidróxido de sódio, em presença de metanol. A mistura

reacional foi aquecida a 65 oC, por 8 horas, levando à formação da 3-benzil-

tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-1). Este intermediário foi purificado através de

cromatografia em coluna sob pressão.

3.1.3. Síntese dos ésteres de Cope (LPSF/IP)

Em um balão de fundo redondo foram adicionados o aldeído aromático

substituído e cianoacetato de etila em quantidades equimolares, na presença

de piperidina como catalisador e benzeno como solvente. A mistura reacional

foi aquecida a uma temperatura de 110 ºC, durante 4 horas. O produto foi

mantido na geladeira por 12 horas. Os 2-ciano-3-fenil-acrilatos de etilas

(LPSF/IP) foram purificados através de cristalizações sucessivas em etanol

absoluto (WANG et al., 2001; KIM et al., 1997; COUTO, 2006).

3.1.4. Síntese da 5-benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA)

Quantidades equimolares da 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-1)

e dos derivados 2-ciano-3-fenil-acrilatos de etila (LPSF/IP) substituídos

dissolvidos em etanol, na presença de 350 μL piperidina como catalisador,

foram aquecidas sob refluxo durante 24 horas. Após resfriamento, ocorreu a

cristalização dos novos derivados ATZDs da série 5-benzilideno-3-benzil-

tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA), que foram purificados através de lavagens

sucessivas com água destilada e álcool etílico absoluto.

49

3.2. Resultados e discussão 3.2.1. Resultados espectroscópicos 3.2.1.1. 3-benzil-5-(4-metil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-10)

S

N

O

O

H3C

C18H15NO3S. Rdt = 73,08%. P. F. 124-125ºC. Rf = 0.53 (n-hexano:acetato de

etila, 9:1). IR (KBr, cm-1) 1382, 1420, 1597, 1670, 1734, 3024. RMN 1H 300

MHz (δ ppm, DMSOd6) 2.36 (s, 3H, CH3), 4.83 (s, 2H, CH2), 7.37-7.29 (m, 7H,

aromáticos ), 7.53 (d, 2H, pos. 2,6 benzilideno, J=7.8 Hz), 7.99 (s, 1H, etileno).

MS, ESI+ 310 [M+H]+, 332 [M+Na]+ (100%).

3.2.1.2. 3-benzil-5-(4-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-11)

S

N

O

O

Cl

C17H12ClNO2S. Rdt = 86,08%. P. F. 154ºC. Rf = 0.5 (n-hexano:acetato de etila

9:1 IR (KBr, cm-1) 1380, 1490, 1676, 1732. RMN 1H 300 MHz (δ ppm,

DMSOd6) 4.84 (s, 2H, CH2), 7.30-7.35 (m, 3H, benzil), 7.33 (d, 2H, pos. 3,5

benzilideno, J=6.6 Hz), 7.64 (d, 2H, pos. 2,6 benzilideno, J=6.6 Hz), 7.6-7.68

(m, 2H,benzil), 7.97 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 330 [M+H]+, 352 [M+Na]+ (100%).

50

3.2.1.3. 3-benzil-5-(4-fluor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-12)

S

N

O

O

F

C17H12FNO2S. Rdt = 71,74%. P. F. 126-127ºC. Rf 0.46 (n-hexano/acetato de

etila; 9:1). IR (KBr, cm-1) 1148, 1387, 1508, 1596, 1670, 1743. RMN 1H 300

MHz (δ ppm, DMSOd6) 4.84 (s, 2H, CH2), 7.29-7.42 (m, 7H, aromáticos), 7.68-

7.73 (m, 2H, aromáticos), 7.98(s, 1H, etileno).

3.2.1.4. 3-benzil-5-(4-metoxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-

13)

S

N

O

O

H3CO

C18H15NO3S. Rdt = 76,24%. P. F. 124-126ºC. Rf = 0.56 (n-hexano/acetato de

etila, 8:2). IR (KBr, cm-1) 1259, 1378, 1588, 1675, 1736. RMN 1H 300 MHz (δ

ppm, DMSOd6) 3.82 (s, 3H, OCH3), 4.83 (s, 2H, CH2), 7.11 (d, 2H, pos. 3,5

benzilideno, J=8.7 Hz), 7.29-7.35 (m, 5H, aromáticos), 7.60 (d, 2H, pos. 2,6

benzilideno, J=8.7 Hz), 7.93 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 348 [M+Na]+, 364 [M+K]+

(100%).

51

3.2.1.5. 3-benzil-5-(4-morfolinil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-14)

S

N

O

O

N

O

C21H20N2O3S. Rdt = 78,64%. P. F. 206-207ºC. Rf = 0.45 (n-hexano:acetato de

etila, 7:3). IR (KBr, cm-1) 1374, 1588, 1678, 1729, 3446. RMN 1H 300 MHz (δ

ppm, DMSOd6) 3.27-3.31 (m, 4H, morfolinil), 3.71-3.74 (m, 4H, morfolinil), 4.82

(s, 2H, CH2), 7.07 (d, 2H, pos. 2,6 benzilideno, J=9 Hz), 7.28-7.35 (m, 5H,

aromaticos), 7.5 (d, 2H, pos. 3,5 benzilideno, J= 9Hz), 7.86 (s, 1H, etileno). MS,

ESI+ 381 [M+H]+, 403 [M+Na]+ (100%).

3.2.1.6. 3-benzil-5-(4-(piridin-1-il)-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-15)

S

N

O

O

N

C22H22N2O2S. Rdt = 43,27%. P. F. 141-148ºC. Rf = 0.6 (n-hexano:acetato de

etila, 8:2). IR (KBr, cm-1) 1250, 1337, 1390, 1518, 1592, 1669, 1725, 2925.

RMN1H 300 MHz (δ ppm, DMSOd6) 1.58 (s, 5H, Piridinico), 4.81 (s, 2H, CH2),

7.33 (d, 2H, aromáticos), 7.38-735 (m, 5H, aromáticos), 7.45 (d, 2H,

aromáticos), 7.82 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 379 [M+H]+ (100%), 401 [M+Na]+.

52

3.2.1.7. 3-benzil-5-(4-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-16)

S

N

O

O

O2N

C17H12N2O4S. Rdt = 72%. P. F. 171-173ºC. Rf = 0.68 (n-hexano:acetato de

etila, 8:2). R (KBr, cm-1) 1341, 1378, 1514, 1605, 1695, 1740, 3114. RMN 1H

300 MHz (δ ppm, DMSOd6) 4.85 (s, 2H, CH2), 7.30-7.38 (m, 5H, aromáticos),

7.89 (d, 2H, pos. 3,5 benzilideno, J=8.7 Hz), 8.08 (s, 1H, etileno), 8.35 (d, 2H,

pos. 2,6 benzilideno, J=8.7 Hz). MS, ESI+ 340 [M.]+, 364 [M+1+Na]+ (100%).

3.2.1.8. 3-benzil-5-(3,5-dibenziloxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-17)

S

N

O

O

O

O

C31H25NO4S. Rdt = 58,72%. P. F. 120-123ºC. Rf = 0.52 (n-hexano:acetato de

etila; 8:2). IR (KBr, cm-1) 1136, 1281, 1377, 1514, 1682, 1735. RMN 1H 300

MHz (δ ppm, DMSOd6) 5.20(s, 2H, OCH2), 5.23(s, 2H, OCH2), 4.81 (s, 2H,

CH2), 7.21-7.47 (m, 18H, aromáticos), 7.86 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 530

[M+Na]+ (100%).

53

3.2.1.9. 3-benzil-5-(4-(pirrolidin-1-il)-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-18)

S

N

O

ON

C21H20N2O2S. Rdt = 76%. P. F. 169-170ºC. Rf = 0.8 (n-hexano:acetato de etila,

7:3). IR (KBr, cm-1) 1326, 1373, 1583, 1674, 1728. RMN1H MHz (δ ppm,

DMSOd6) 1.23-1.29 (m, 4H, pirrolidinicos), 1.97 (m, 4H, pirrolidinicos), 4.81 (s,

2H, CH2), 6.66-6.70 (m, 2H, aromáticos), 7.28-7.36 (m, 5H, aromáticos), 7.44-

7.46 (d, 2H, aromáticos), 7.82 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 365 [M+H]+, 387

[M+Na]+ (100%).

3.2.1.10. 3-benzil-5-(4-dimetilamino-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-19)

S

N

O

ON

CH3

H3C

C19H18N2O2S. Rdt = 69%. P. F. 120-123ºC. Rf = 0.52 (n-hexano:acetato de

etila, 8:2). IR (KBr, cm-1) 1196, 1332, 1373, 1584, 1674, 1722. RMN1H 400 MHz

(δ ppm, DMSOd6) 3.02 (s, 6H, -CH3), 4.82 (s, 2H, CH2), 6.80-6.84 (m, 2H,

aromáticos), 7.27-7.37 (m, 5H, aromáticos), 7.44-7.47 (d, 2H, aromáticos, J=8.8

Hz), 7.83 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 339 [M+H]+, 361 [M+Na]+ (100%).

54

3.2.1.11. 3-benzil-5-(4-fenil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA-20)

S

N

O

O

C23H17NO2S. Rdt = 83%. P. F. 156-157ºC. Rf = 0.48 (n-hexano:acetato de etila,

9:1). IR (KBr, cm-1) 1328, 1376, 1598, 1680, 1733. RMN 1H 400 MHz (δ ppm,

DMSOd6) 4.85 (s, 2H, CH2), 7.30-7.52 (m, 9H, aromáticos), 7.71-7.77 (m, 3H,

aromáticos), 7.86 (d, 2H, aromáticos, J=8.4 Hz), 8.02(s, 1H, etileno). MS, ESI+

394 [M+Na]+ (100%).

3.2.1.12. 3-benzil-5-(4-trifluormetil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-22)

S

N

O

O

F

FF

C18H12F3NO3S. Rdt = 64%. P. F. 129-130ºC. Rf = 0.42 (n-hexano:acetato de

etila, 9:1). IR (KBr, cm-1) 1170, 1346, 1385, 1683, 1750. RMN 1H 400 MHz (δ

ppm, DMSOd6) 4.84 (s, 2H, CH2), 7.38-7.38 (m, 5H, aromáticos), 7.53 (d, 2H,

aromáticos, J=8 Hz), 7.77 (d, 2H, aromáticos, J=8.8 Hz), 8.00 (s, 1H, etileno).

55

3.2.1.13. 3-benzil-5-(2-clroro-6-fluor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-23)

S

N

O

O

Cl

F

C17H11ClFNO2S. Rdt = 21,36%. P. F. 90-91ºC. Rf = 0,56 (n-hexano:acetato de

etila, 9:1). IR (KBr, cm-1) 1085, 1247, 1344, 1689, 1739. RMN 1H 400 MHz (δ

ppm, DMSOd6) 4.82 (s, 2H, CH2), 7.29-7.43 (m, 6H, aromáticos), 7.49-7.60 (m,

2H, aromáticos), 7.86 (s, 1H, etileno). MS, ESI+ 348 [M+H]+, 370 [M+Na]+

(100%).

3.2.1.14. 3-benzil-5-(2-clroro-5-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona

(LPSF/RA-24)

S

N

O

O

Cl

NO2 C17H11ClN2O4S. Rdt = 21,67%. P. F. 114-115ºC. Rf = 0.42 (n-hexano:acetato

de etila, 8:2). IR (KBr, cm-1) 1347, 1374, 1526, 1603, 1694, 1748. RMN 1H 400

MHz (δ ppm, DMSOd6) 4.86 (s, 2H, CH2), 7.29-7.39 (m, 5H, aromáticos), 7.95

(d, 1H, aromático, J= 8.8 Hz), 8.00 (s, 1H, etileno), 8.29-8.35 (m, 2H,

aromáticos). MS, ESI+ 374 [M]+, 397 [M+Na]+ (100%).

Devido à presença da dupla exocíclica nos derivados ATZDs duas

conformações Z e/ou E podem ser formadas. Contudo, em trabalhos anteriores

e com o auxílio da cristalografia de raio-X e RMN 13C foi possível mostrar a

prevalência da configuração Z nos derivados 5-benzilideno-tiazolidina-2,4-diona

(GUARDA et al., 2003; ALBUQUERQUE et al., 1999).

56

A análise dos resultados obtidos na síntese dos novos derivados ATZDs

da série 5-benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/RA), nos permite

afirmar que a metodologia utilizada apresenta-se como uma boa rota sintética,

com rendimento global variando entre 21% e 86%.

Estudo Biológico

58

4. Estudo Biológico 4. Citotoxicidade in vitro

4.1. Material e Métodos

A avaliação da atividade citotóxica in vitro foi realizada no intuito de

verificar a citotoxicidade de substâncias puras em 3 linhagens de células

tumorais. Essa análise faz parte de um screening inicial para determinação do

potencial antitumoral destas amostras.

A análise de citotoxicidade pelo método do MTT, primeiramente descrita

por Mosman em 1983, vem sendo utilizada no programa de screening do

National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI), que testa mais de 10.000

amostras a cada ano (SKEHAN et al., 1990). É um método rápido, sensível e

barato que tem a capacidade de analisar a viabilidade e o estado metabólico da

célula. É uma análise colorimétrica baseada na conversão do sal 3-(4,5-dimetil-

2-tiazol)-2,5-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT) em azul de formazan, a

partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas células

metabolicamente ativas. O estudo citotóxico pelo método do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade, mas não o mecanismo de ação (BERRIDGE

et al., 1996).

4.1.2. Células

As linhagens tumorais utilizadas, HT29 (carcinoma de cólon - humano),

HEp- 2 (carcinoma de laringe - humano) e NCI H-292 (câncer de pulmão–

humano) foram obtidas do Banco de células do Rio de Janeiro, tendo sido

cultivadas em meio DMEN, suplementados com 10 % de soro fetal bovino e 1

% de antibióticos, mantidas em estufa a 37 °C e atmosfera contendo 5% de

CO2.

59

4.1.3. Amostras

As amostras foram diluídas em DMSO puro estéril e em seguida

diluídas ate concentração de 25 µg/mL para substâncias puras. As células

foram plaqueadas na concentração de 1 x 105 células/mL. As substâncias

previamente dissolvidas em DMSO foram diluídas em série no meio DMEN

para obtenção das concentrações finais (25μg/mL) e adicionadas em placa de

96 poços (100μL/ poço). As placas foram incubadas por 72 horas em estufa a

5% de CO2 a 37°C. Em seguida, foram adicionados 25 µL da solução de MTT

(sal de tetrazolium), e as placas foram incubadas por 3h. A absorbância foi lida

após dissolução do precipitado com DMSO puro em espectrofotômetro de

placa a 595nm.

4.2. Resultados e Discussão

Os resultados de citotoxicidade dos derivados LPSF-RAs estão

apresentados na tabela 1. Tabela 1. Inibição da proliferação (%) realizado em quadruplicata pelo método do MTT

Amostras Linhagens Celulares

HT29 NCI H292 HEP

LPSF/RA10 12,3 ± 3,5 31,2 ± 5,0 17,5 ± 0,1 LPSF/RA11 14,3 ± 3,3 32,1 ± 2,5 11,0 ± 0,3 LPSF/RA12 57,9 ± 5,8 0,0 16,3 ± 1,7 LPSF/RA13 0,0 24,3 ± 1,2 13,0 ± 8,4 LPSF/RA14 7,2 13,1 ± 0,7 14,7 ± 5,6 LPSF/RA15 0,0 0,0 0,0 LPSF/RA16 0,0 22,8 ± 4,5 10,0 ± 3,9 LPSF/RA17 0,0 37,4 ± 6,4 22,8 ± 8,1 LPSF/RA18 0,0 16,3 ± 4,1 28,3 ± 5,1 LPSF/RA19 0,0 0,0 0,0 LPSF/RA20 34,2 20,4 ± 1,8 19,1 ± 3,4 LPSF/RA22 19,1 ± 3,4 24,2 ± 1,9 4,5 ± 0,2 LPSF/RA23 9,3 ± 14,0 46,0 ± 8,6 49,1 ± 9,3 LPSF/RA24 27,3 ± 4,1 69,7 ± 6,5 63,8 ± 4,9

- Os resultados representam a média ± desvio padrão

60

As amostras apresentaram baixa citotoxicidade frente às células

testadas na concentração de 25µg/mL. Estes resultados demonstram que esta

serie química possui baixa ou nenhuma atividade frente às linhagens celulares

tumorais humanas com exceção dos derivados LPSF/RA-12 (Linhagem HT29)

e LPSF/RA-24 (Linhagem NCI H-292 e HEP-2) que apresentaram moderada

ação citotóxica.

4.2.1. Avaliação da atividade antimicrobiana

4.2.1.1. Método de Difusão em Disco

Para avaliação in vitro da atividade antimicrobiana das amostras foi

inicialmente aplicada a técnica de difusão em disco, de acordo com BAUER et

al (1966). As cepas selecionadas para o teste foram Staphylococcus aureus

ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922, Pseudomonas aeruginosa ATCC

27853. Os experimentos foram executados no Laboratório de Microbiologia do

Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFRN, supervisionado pela

Profª Drª Vânia Sousa Andrade. Todos os ensaios foram realizados em

triplicata.

As culturas bacterianas diluídas em solução salina (escala 0,5 de Mc

Farland) foram semeadas na superfície de ágar Mueller-Hinton em placas de

Petri estéreis descartáveis. Discos de papel de filtro (6mm) esterilizados,

impregnados com 20 µL de cada uma das amostras nas concentrações de 1

mg/mL foram fixados sobre a superfície do ágar inoculado. As placas foram

incubadas em estufa bacteriológica por 24 horas, a 36ºC. Foram usados um

controle negativo (diluente das amostras) e um controle positivo (antibiótico

padrão, oxacilina) conforme discriminado na Figura 15.

61

Figura 15. Cultura de S. aureus. Média do halo da oxacilina 19mm. A- Amostra, B- Controle positivo, C- Controle negativo

Após 24 horas de cultivo não se observou a formação de halo de

inibição de crescimento com os derivados testados, demonstrando que as

substâncias não apresentaram atividade antibacteriana para nenhuma das

cepas testadas. Embora o teste de Disco Difusão seja um método qualitativo e

na prática seja utilizada para realizar uma triagem, a sensibilidade da técnica

foi confirmada pela observação de halo de inibição para o controle positivo e

ausência de halo para o controle negativo.

Os resultados sugerem que novos testes devem ser realizados

utilizando-se, como exemplo, concentrações mais elevadas dos compostos.

Entretanto, concentrações mais elevadas podem implicar em efeitos

citotóxicos, inviabilizando futuramente o uso dessas moléculas como

antibacterianos.

Por outro lado, investigações estruturais a cerca dessas moléculas

podem ser promissores para aumentar as chances dessas substâncias se

tornarem antimicrobianos.

C

A

B

Conclusão

63

5. Conclusão

Considerando a vasta gama de efeitos colaterais e o possível

desenvolvimento de resistência aos fármacos anticâncer e antimicrobianos

disponíveis atualmente na clínica, nós realizamos a síntese, purificação,

determinação das características físico-químicas, comprovação estrutural e

avaliação da atividade anticâncer in vitro de novos derivados ATZDs.

Sintetizou-se 14 novos derivados arilideno-tiazolidinicos da série 5-

benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona.

As moléculas sintetizadas tiveram suas estruturas comprovadas através

da Espectrofotometria de Absorção no Infravermelho, Ressonância Magnética

Nuclear de Hidrogênio e da Espectrometria de Massas.

Os testes preliminares realizados, tendo em vista a avaliação da

atividade citotóxica em células tumorais, não demostraram atividades

promissoras frente as linhagens de células tumorais, tendo como únicas

exceções os derivados LPSF/RA-12 e LPSF/RA-24 que apresentaram uma

porcentagem de inibição moderada da Linhagem celular HT29 o derivado

LPSF/RA-12 e as Linhagens celulares NCI H-292 e HEp-2 o derivado

LPSF/RA-24.

Os resultados obtidos, deram indícios que, os compostos desta série

não apresentam bons espectros de ação antibacteriana e citotóxica tumoral in

vitro. Mas, podem ser utilizados para testar outras propriedades biológicas. E

também encontrar algum microrganismo em especial que seja sensível a algum

membro desta serie, mostrando que estas moléculas possuem atividade

seletiva, como é observado na literatura.

Perspectivas

65

6. Perspectivas

Faz-se necessário uma complementação e aprofundamento dos estudos

em relação à atividade biológica com indicação de outro alvo biológico,. Pois,

está nova série de derivados da tiazolidina-2,4-diona não apresentaram

atividade antineoplásica e antibacteriana, tais resultados não são

desanimadores visto que elas apresentam uma baixa toxicidade, isto

proporciona um excelente índice de segurança a estes derivados e que os

mesmos deveram ser testados em diferentes alvos biológicos visto que o

núcleo tiazolidínico apresenta diversas atividades relatadas na literatura como

antiinflamatória, hipoglicemiante entre outras.

Referências Bibliográficas

67

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