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SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO LER E ESCREVER: PRIORIDADE NA ESCOLA 3ª PAUTA DE FORMAÇÃO DE PCs – DE NORTE 1 13/abril/2009 Formadora: Valquiria Pereira E-mail: [email protected] Objetivos do Encontro: Retomar os próprios saberes acerca da sondagem. Trazer questões para o grupo de PCs, a partir de situações enfrentadas na própria escola. Estabelecer relações entre a concepção do Programa Ler e Escrever e as propostas didáticas contidas no Programa. Conteúdos trabalhados: Sondagem. O papel do PC na formação dos professores, a partir de questões levantadas por eles. O uso dos materiais do Programa e sua relação com as hipóteses de escrita dos alunos. 1ª Atividade: Leitura realizada pela formadora “Será o Benedito!” – Mário de Andrade – Editora Cosac Naify. 2ª Atividade: Questões da simulação a. Um PC deverá fazer o registro da discussão. b. Apresentação das respostas dadas pelos grupos no encontro anterior (Anexo 1) e discussão coletiva.

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SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

LER E ESCREVER: PRIORIDADE NA ESCOLA3ª PAUTA DE FORMAÇÃO DE PCs – DE NORTE 1

13/abril/2009

Formadora: Valquiria PereiraE-mail: [email protected]

Objetivos do Encontro: Retomar os próprios saberes acerca da sondagem. Trazer questões para o grupo de PCs, a partir de situações

enfrentadas na própria escola. Estabelecer relações entre a concepção do Programa Ler e

Escrever e as propostas didáticas contidas no Programa. Conteúdos trabalhados: Sondagem. O papel do PC na formação dos professores, a partir de

questões levantadas por eles. O uso dos materiais do Programa e sua relação com as

hipóteses de escrita dos alunos.

1ª Atividade: Leitura realizada pela formadora“Será o Benedito!” – Mário de Andrade – Editora Cosac Naify.

2ª Atividade: Questões da simulaçãoa. Um PC deverá fazer o registro da discussão.b. Apresentação das respostas dadas pelos grupos no

encontro anterior (Anexo 1) e discussão coletiva.c. Releitura do texto sobre sondagem no Guia de

Orientações Didáticas – 1ª série – vol. 1 (p. 33 a 35).

3ª Atividade: Retomada do Trabalho Pessoal – Questões dos professores

a. Cada PC escolherá uma questão para ler para todos.b. Discussão das respostas dadas e ampliação – “Como eu

responderia?”

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4ª Atividade: Atividade com gibia. Vídeo de atividade com gibi.b. Responder em grupos:1. Para que serve o trabalho com gibi? Analisem as

possibilidades do gibi como espaço de leitura para iniciantes.

2. O que justifica, nesta atividade, duplas de alfabéticos e silábico-alfabéticos com pré-silábicos?

3. Quais procedimentos estão sendo ensinados?4. Como poderia ser uma variação da atividade vista?c. Socialização dos grupos.

5ª Atividade: Trabalho Pessoala. Elaborar um plano de formação para os HTPCs com seu

grupo e trazer por escrito.b. Planejar com os professores uma atividade de leitura,

observar a atividade em sala e trazer as observações para discutir no próximo encontro. De preferência, traga a atividade filmada.

ANEXO 1

Respostas às questões da simulaçãoEnsinar e avaliarPERGUNTAS QUE OS PROFESSORES FAZEM...

1. Como realizar sondagem individual com 38 alunos na classe?

R: Oferecer aos alunos atividades que realizem com autonomia, podendo organizá-los em duplas produtivas. Por exemplo: leitura de livros e gibis do acervo, revista Picolé, elaboração de listas...

R: Preparar uma atividade à parte para os alunos alfabéticos desenvolverem com autonomia e fazer a sondagem individual para os alunos com dificuldades, organizando o número de alunos que irá atender naquele dia, e nos outros subsequentes.

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2. O que fazer com uma criança que, na 1ª sondagem, recusa-se a escrever?

R: Num primeiro momento conversar com o aluno para que sinta mais seguro, tirando sua ansiedade e a partir daí deixá-lo observar outro aluno fazendo a sondagem. Se necessário, deixá-lo desenhar.

R: O professor deve organizar-se de modo que o período de sondagem contemple contratempos que possam surgir, como o fato de um ou mais alunos se recusarem a fazer a sondagem. Propomos que a criança seja comunicada sobre a finalidade e o procedimento da sondagem, procurando diminuir sua ansiedade, de forma que se disponha a participar; também é importante adiar esta avaliação, oferecendo tempo e oportunidade para que esta criança se aproprie da proposta e acompanhe a sondagem realizada com seus colegas.

3. Por que o ditado deve iniciar com palavras polissílabas, depois trissílabas, dissílabas e por último o monossílabo? Quando entra na 1ª série, a maioria das crianças nem sabe o que é sílaba, para que ditar palavras polissílabas? Não é muito difícil para quem está chegando à escola?

R: É necessário para garantir maior clareza nas hipóteses a serem diagnosticadas. O pré-silábico tem dificuldade em assimilar/ admitir palavras com poucas letras, portanto o ditado deve ser iniciado com palavras polissílabas para terminar com palavras monossílabas e, consequentemente, perceber que uma palavra é formada por pequenas partes.

R: Para o aluno em início de alfabetização é impossível escrever com poucas letras. Ao ditarmos uma palavra polissílaba, possibilitamos que a criança pense em quantas letras deve colocar, a partir da sonoridade da palavra. Isso ao invés de dificultar, facilitará o trabalho da criança, já que satisfaz sua exigência quantitativa.

4. Devo corrigir o ditado da sondagem?

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R: Jamais! A sondagem serve para verificar o que a criança já sabe sobre a escrita e, portanto, não há justificativa para ser corrigida.

R: Não, a sondagem deve ser apenas para análise, acompanhamento das hipóteses e como ponto de partida para ações pedagógicas pontuais.

5. Para quê solicitar a leitura da palavra ditada se os alunos ingressantes não sabem ler? Não é uma tarefa muito difícil solicitar que alguém faça exatamente aquilo que ainda não sabe fazer?

R: Para conhecer o que o aluno sabe sobre o ajuste da fala com o que ele escreve. Não é uma tarefa difícil, porque quando ele se dispõe a escrever, ele presume que está escrevendo aquilo que lhe foi solicitado.

R: Para que o professor, na medida em que a criança lê a palavra que acabou de registrar, a partir dos apontamentos da criança (seguida da marcação da leitura do aluno, feita pelo professor), ele possa identificar em qual hipótese de escrita a criança se encontra no momento. Ex: APONTADOR

Pré-silábico: BAOITV (leitura corrida)

Silábico sem valor sonoro: TAIB (leitura silábica)

Silábico com valor sonoro: AOTO (leitura e escrita –s. com v.s.)

Silábico-alfabético: APOTDO

Alfabético: APOTADOR

6. Minha coordenadora disse para eu não usar figuras ou carimbos na situação de sondagem. Não entendi porque não posso usar esse tipo de material...

R: O uso de figuras dificulta a leitura da criança, pois a mesma associará a leitura à figura e não à sua própria escrita, impossibilitando a professora de fazer a análise da hipótese de escrita. Para uma análise de escrita é essencial que o aluno reflita sobre vários aspectos: ouvir com atenção

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e decidir como representar a palavra ditada pelo professor e ler de acordo com o pensamento/ hipótese.

R: Para que essa ação não interfira na construção do pensamento, pois através do conflito é que a criança faz uso de suas habilidades para leitura e escrita.

7. A coordenadora de minha escola orientou que ditássemos palavras desconhecidas para as crianças no momento da sondagem. Não entendi muito essa orientação, por isso optei por ditar as palavras: babá, bacia, bebê, bico e boi. São palavras que as crianças já conhecem e assim têm mais chance de acertar. Estou correta?

R: A questão de ditar palavras desconhecidas é importante no sentido de que estaremos dando oportunidade para o aluno mostrar o que sabe sobre a escrita. Neste sentido, palavras que eles já sabem a grafia não apresentarão efetivamente o que ele pensa, mas o que decorou. É importante que o aluno analise, reflita e use suas estratégias tanto de leitura quanto na escrita.

R: Não! O objetivo é avaliar o processo de construção do sistema alfabético, fazendo-as refletir sobre as palavras. Utilizar palavras conhecidas e do mesmo campo silábico é incorreto, pois ela pode ter memorizado, além de não possibilitar nenhum obstáculo. É aconselhável fazer palavras do mesmo campo semântico, sem repetição de vogais na mesma sílaba contígua, para que a criança não entre em conflito e assim recusando a realizar a atividade, devendo iniciar com uma palavra polissílaba a monossílaba.

8. Durante a sondagem devo ou não fazer intervenções junto aos alunos?

R: Na sondagem não deve fazer intervenção na escrita e em seguida deve solicitar a leitura do que foi escrito (apontando com o dedo). Obs.: em outras atividades de escrita o professor deve sim interferir para possibilitar conflitos e superação, pois é uma situação de aprendizagem. Já na sondagem o objetivo é verificar.

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R: Não, o momento da sondagem é um momento de verificação/ observação. O aluno está mostrando o que sabe e o que pensa sobre a construção da escrita, sua concepção. É importante deixá-lo livre para expor suas ideias e fazer o registro de sua observação para organizar estratégias de intervenção ao longo do processo. A sondagem é um instrumento de avaliação da aprendizagem.

9. Por que ditar uma frase no ditado diagnóstico? Percebo que meus alunos têm um desempenho inferior na frase comparado à lista de palavras. Por que isso acontece?

R: a) Tem vários objetivos, tais como: se há segmentação na frase; se o aluno é fiel à palavra repetida da lista; se o aluno sabe a função social da escrita dentro do contexto.

b) Sim, porque não têm o domínio da função social da escrita, mesmo sabendo que das palavras compõem frases e das frases, um texto.

R: A frase deve contemplar uma palavra da lista para diagnosticar que o aluno realmente tenha a escrita estável, mesmo no contexto de uma frase. Porque não é leitor e escritor competente.

10. Devo realizar as sondagens com todos os alunos, sempre?

R: Não, só com os alunos não-alfabéticos.

R: Não, as sondagens nos dão indicativos para os alunos não-alfabéticos e com os alfabéticos há sondagens mais pontuais, com objetivos e diagnósticos diferentes.