SONHO CONCRETIZADO Laboratório de Leite vem para somar · 2014-11-06 · SONHO CONCRETIZADO...

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SONHO CONCRETIZADO Segundo o coordenador do projeto, Sandro Giacomelli, a região pode se orgulhar, pois “tem o que há de mais moderno no mundo em equipamentos para laboratório de controle de qualidade” | [email protected] RURAL Gracieli Verde JORNAL O ALTO URUGUAI 27 DE SETEMBRO DE 2014 Preços agrícolas Praça: Frederico Westphalen – cotações de quarta-feira, 24 (Fonte: Cotrifred) U m momento especial e um sonho sendo concretiza- do. Assim o professor da URI-FW Sandro Giacomelli, que é o gestor do Programa Pólos Tecnológicos do Médio Alto Uru- guai, definiu a inauguração do Laboratório de Leite e do Labo- ratório de Alimento, na manhã da quarta-feira, 24, em Frederi- co Westphalen. Giacomelli salientou que a busca pela instalação do labo- ratório iniciou ainda em 2006, quando foi feito o primeiro orça- mento. Depois de algum tempo parado, o projeto foi retomado em 2009. “Esse assunto também entrou na pauta do Colegiado do Território da Cidadania do Mé- dio Alto Uruguai, que é vincu- lado ao Ministério do Desenvol- vimento Agrário. Ainda contou com o apoio do Ministério da Agricultura, na época comanda- do por Jorge Alberto Mendes Ri- beiro Filho, que nos atendeu, graças ao intermédio da empre- sária Simônia Gonçalves de Oli- veira”, lembrou o professor. Assim como esses colabo- radores, Giacomelli citou di- versas pessoas que foram im- portantes para que o projeto se concretizasse. – Hoje podemos nos orgu- lhar e dizer que temos na região o que há de mais moderno no mundo em equipamentos para laboratório de controle de quali- dade, desde a matéria-prima até o produto acabado –, defendeu. Também destacaram a im- portância do laboratório o pre- feito de FW, Roberto Felin Jú- nior, o presidente da Câmara de Vereadores, Ricardo Denti Júnior, dentre outras lideran- ças que se pronunciaram du- rante o ato solene. No total, o investimento so- mou mais de R$ 4 milhões. Con- tribuíram para esse valor o Mi- nistério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricul- tura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológi- co do RS, mais contrapartida da URI e da Prefeitura de FW. Laboratório de Leite vem para somar Giacomelli observa que, tendo em vista que a região possui uma estrutura fundi- ária composta predominan- temente por mini e pequenas propriedades rurais, onde se destaca a cadeia produti- va do leite, o laboratório terá uma grande missão. A ex- pectativa aumenta levando em conta que, dentro de 10 anos, a projeção é que a pro- dução de leite cresça até 77% no Sul brasileiro – com des- taque para regiões como o Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina, Norte e Noro- este do Rio Grande do Sul. O professor coordenador citou, ainda, que o laboratório foi criado justamente para atender a demanda regional. “Todo o público da região poderá solicitar aná- lises de seus produtos, mediante cadas- tro. Teremos técnicos que irão orientar quanto ao procedimento de coleta. No caso de análise do leite, serão fornecidos frascos especiais, por exemplo. Os profis- sionais da Emater também poderão auxi- liar nesse sentido”, ressaltou. Segundo Giacomelli, agora, o próximo passo será a busca pelo credenciamento do laboratório perante os órgãos competentes. “Se não tivermos esse aval, ficaremos limi- tados no uso da estrutura”, disse, em tom de convite aos colegas presentes, para que se busque apoio conjunto para isso. Ato foi prestigiado por diversas lideranças, que citaram a necessidade de, agora em diante, buscar o credenciamento do laboratório junto a órgãos competentes Cadeia do leite se destaca Acesso ao produtor Equipamentos importados fazem parte da estrutura do Laborató- rio de Leite. Investimento total na unidade é de mais de R$ 4 milhões

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SONHO CONCRETIZADO

Segundo o coordenador do projeto, Sandro Giacomelli, a região pode se orgulhar, pois “tem o que há de mais moderno no mundo em equipamentos para laboratório de controle de qualidade”

| [email protected] Gracieli VerdeJORNAL O ALTO URUGUAI,– 27 DE SETEMBRO DE 2014

Preços agrícolas

Praça: Frederico Westphalen – cotações de quarta-feira, 24 (Fonte: Cotrifred)

Um momento especial e um sonho sendo concretiza-do. Assim o professor da

URI-FW Sandro Giacomelli, que é o gestor do Programa Pólos Tecnológicos do Médio Alto Uru-guai, definiu a inauguração do Laboratório de Leite e do Labo-ratório de Alimento, na manhã da quarta-feira, 24, em Frederi-co Westphalen.

Giacomelli salientou que a busca pela instalação do labo-ratório iniciou ainda em 2006, quando foi feito o primeiro orça-mento. Depois de algum tempo parado, o projeto foi retomado em 2009. “Esse assunto também entrou na pauta do Colegiado do Território da Cidadania do Mé-dio Alto Uruguai, que é vincu-lado ao Ministério do Desenvol-vimento Agrário. Ainda contou com o apoio do Ministério da Agricultura, na época comanda-do por Jorge Alberto Mendes Ri-beiro Filho, que nos atendeu, graças ao intermédio da empre-sária Simônia Gonçalves de Oli-veira”, lembrou o professor.

Assim como esses colabo-radores, Giacomelli citou di-versas pessoas que foram im-portantes para que o projeto se concretizasse.

– Hoje podemos nos orgu-lhar e dizer que temos na região o que há de mais moderno no mundo em equipamentos para laboratório de controle de quali-dade, desde a matéria-prima até o produto acabado –, defendeu.

Também destacaram a im-portância do laboratório o pre-feito de FW, Roberto Felin Jú-nior, o presidente da Câmara de Vereadores, Ricardo Denti Júnior, dentre outras lideran-ças que se pronunciaram du-rante o ato solene.

No total, o investimento so-mou mais de R$ 4 milhões. Con-tribuíram para esse valor o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológi-co do RS, mais contrapartida da URI e da Prefeitura de FW.

Laboratório de Leite vem para somar

Giacomelli observa que, tendo em vista que a região possui uma estrutura fundi-ária composta predominan-temente por mini e pequenas propriedades rurais, onde se destaca a cadeia produti-va do leite, o laboratório terá uma grande missão. A ex-pectativa aumenta levando em conta que, dentro de 10 anos, a projeção é que a pro-dução de leite cresça até 77% no Sul brasileiro – com des-taque para regiões como o Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina, Norte e Noro-este do Rio Grande do Sul.

O professor coordenador citou, ainda, que o laboratório foi criado justamente para atender a demanda regional. “Todo o público da região poderá solicitar aná-lises de seus produtos, mediante cadas-tro. Teremos técnicos que irão orientar quanto ao procedimento de coleta. No caso de análise do leite, serão fornecidos frascos especiais, por exemplo. Os profis-sionais da Emater também poderão auxi-liar nesse sentido”, ressaltou.

Segundo Giacomelli, agora, o próximo passo será a busca pelo credenciamento do laboratório perante os órgãos competentes. “Se não tivermos esse aval, ficaremos limi-tados no uso da estrutura”, disse, em tom de convite aos colegas presentes, para que se busque apoio conjunto para isso.

Ato foi prestigiado por diversas lideranças, que citaram a necessidade de, agora em diante, buscar o credenciamento dolaboratório junto a órgãos competentes

Cadeia do leite se destaca

Acesso ao produtor

Equipamentos importados fazem parte da estrutura

do Laborató-rio de Leite.

Investimento total na

unidade é de mais de R$

4 milhões

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Confi ra mais

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AGENDA DE

eventos• Dia 1º de outubro, dia de campo do programa Juntos para Competir, na linha Lajeado Poncio, em Seberi, na propriedade de Mauro Chemin.

Leite: R$ 0,68 a R$ 0,95

dependendo da quantidade e da qualidade

Milho: R$ 21,00

(saca 60 kg)

Trigo: R$ 25,00

(saca 60 kg)

Soja: R$ 51,50

(saca 60 kg)

Feijão preto: sem cotação

Suíno: R$ 3,30 (Aurora) e R$ 3,20 (JBS)

Renovando a autoestima do produtor gaúcho

Representou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento, o superintendente Francis-co Signor. Ele reforçou que o apoio do ministério para com o projeto do Laboratório de Leite visa, justamen-te, auxiliar na fiscalização do produ-to. Além disso, o intuito é incenti-var os produtores a comercializarem leite de qualidade. “São mais de 200 milhões de consumidores no Brasil e todos são fiscais, por isso é preciso manter a qualidade”, reiterou.

Em relação às recentes fraudes que foram descobertas envolvendo a cadeia produtiva do leite gaúcho, Signor foi seguro em dizer que não é justo generalizar. “Não podemos en-volver [com as fraudes] todos os pro-dutores com os que não têm respon-sabilidade e fraudam o leite”, disse.

Por isso, Signor avalia o labora-tório importante não somente para a região, mas para todo o país, con-siderando quem consome leite. “Eu queria que mais pessoas do mundo pudessem consumir o leite gaúcho, porque temos qualidade e nosso desejo é que esse patamar melhore ainda mais”, citou, reforçando que quem frauda são grupos isolados dentro da cadeia produtiva.

Uma nova perspectiva para a região

O secretário de Ciência, Inova-ção e Desenvolvimento Tecnológico do RS, Cleber Cristiano Pronadov, anali-sou o projeto implantado em FW como ator principal num processo de mudan-ça da realidade regional. “É uma forma de promover a geração de renda e de transformar a matriz produtiva. Princi-palmente, é uma forma de levar o co-nhecimento produzido na universida-de para as pessoas”, opinou. “Dará uma perspectiva para a região”, concluiu.

“A pesquisa tem que ter sentido para as pessoas”

Para o reitor da URI, Luiz Mario Spinelli, o papel da universidade co-munitária é justamente este, de estar presente na vida das pessoas. “É isso que dá vida a ela. A pesquisa tem que ter sentido para as pessoas”, desta-cou, pontuando que isso traduz o ob-jetivo do Laboratório do Leite. Para ele, o estabelecimento é fundamental para uma das cadeias produtivas que mais gera renda na região.

Fotos: Gracieli Verde

Reitor Luiz Mario Spinelli

Secretário Cleber Cristiano Pronadov

Superintendente do Mapa, Francisco Signor

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42 JORNAL O ALTO URUGUAI | 27 DE SETEMBRO DE 2014

ORDENHA

SALA DE

@oaltouruguai@@reportagem2

ggg.com.br

Perguntas sobre a produção de leite? Envie suas dúvidas

para o e-mail

SAAAAALAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDE

Carlos Eduardo Blanco Linares, farmacêutico bioquímico analista clínico, doutor em Bioquímica e professor da URI/FW

Cola

boro

u

Divulgação

Nas últimas décadas, observa-se um grande aumento da demanda por

produtos lácteos com elevada qualidade. Essa demanda impõe que a indústria bus-que cada vez mais matéria-prima quali-ficada. Com a finalidade de determinar a qualidade do leite cru que chega para industrialização, as empresas utilizam a CCS como uma análise de grande relevân-cia. A presença de células somáticas no leite é um sinal de inflamação da glându-la mamária da vaca, cuja causa primária está associada, na maior parte dos casos, a infecções causadas por bactérias, que por sua vez podem causar doenças gra-ves aos consumidores desse alimento. No Rio Grande do Sul há quatro laboratórios com tecnologia para a realização desse tipo de análise. O mais recentemente im-plementado é o da URI-campus de Frede-rico Westphalen, que atenderá a região do Médio Alto Uruguai.

Contagem de células somáticas (CCS), para quê?

RURALAGENDA DE

eventos• Dia 16 de outubro, 2º Seminário Regional de Alimentação Saudável, em Pinhal, com o tema “Agricultura familiar e organização da produção”.

Encerra na próxima terça-feira, 30, o pra-zo para os produtores rurais recolherem o

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Esse trâmite pode ser encaminhado nos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, ou em escritórios de contabilidade. Os contribuin-tes que não respeitarem o prazo terão que pa-gar multa de 1% por mês de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo ser inferior a R$ 50 (tanto no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto como no de imóvel imune ou isento do ITR).

ITR

Últimos dias para recolher o imposto

Ainda no dia 18, em Novo Tiradentes, na comunidade Pilão de Pedra, foi realiza-

do um dia de campo, organizado pelo Mo-vimento de Pequenos Agricultores (MPA), com a participação de agricultores da re-gião. O objetivo era incentivar os trabalha-dores camponeses e orientá-los a respeito da utilização das práticas orgânicas e sus-tentáveis nas atividades no cotidiano.

O evento foi executado pelo grupo de técnicos do MPA, que apresentou questões importantes sobre agroecologia e ressal-tou a importância desse modelo de produ-ção que não agride o agricultor, fortifica a terra, tornando-a mais fértil e os alimentos nela plantadas mais saudáveis.

Os camponeses aproveitaram a oportunidade para trocar experiências. Eles também ganharam sementes crioulas e aprenderam como produzir biofertilizante orgânico em suas propriedades.

NOVO TIRADENTES

Técnicas orgânicas são difundidas em dia de campo

SEBERI

Pesquisa analisa sucessão familiar rural

A URI/FW sediou, nos dia 18 e 19, o Seminário de De-senvolvimento Rural e Agricultura Familiar, prota-gonizando apresentações de acadêmicos que cur-

saram uma especialização com este tema, desde 2012. Um dos assuntos que foram pautados, e que a seção Rural do jornal O Alto Uruguai ainda repercute nesta edição, foi a sucessão familiar rural.

Um dos acadêmicos que tratou do assunto foi o servi-dor da Emater/RS-Ascar de Seberi, Eliazer Koscluk, que analisou a influência da Casa Familiar Rural e da Pedago-gia da Alternância na sucessão rural.

Koscluk citou que, entre os fatores que desmotivam os jovens a ficar no campo estão a falta de diálogo na famí-lia, a hierarquia patriarcal e a resistência ao novo. Além disso, outro ponto considerado importante pelo pesqui-sador, e que, segundo ele, precisa ser levado em conta, é que os jovens decidem cada vez mais cedo se vão ou não permanecer no meio rural.

– Essa decisão ainda é tomada quando esses adoles-centes estão no ensino fundamental. Isso mostra que é preciso ter um novo olhar sobre esse aspecto, se quiser-mos que tenhamos uma agricultura forte e atrativa para essa parte da população rural –, comentou o pesquisador.

O acadêmico pesquisou aspectos relacionados à suces-são dentre 15 alunos que frequentaram a Casa Familiar Ru-ral de Frederico Westphalen, nos anos 2001 e 2002, com faixa etária de 15 e 16 anos. De acordo com a pesquisa, 10 dos alunos entrevistados optaram pelo estudo na Casa ten-do em vista que o estudo é direcionado para o meio rural. O interesse em continuar na propriedade também motiva es-ses jovens a buscar a formação. Apenas dois decidiram pelo estudo em função da Pedagogia da Alternância.

Estudo mostra que jovens decidem se permanecerão ou não no meio rural ainda quando frequentam o ensino fundamental

Apresentação levantou a discussão de como envolver ainda mais cedo os adolescentes em ações que os incentivem a permanecer no campo

Gracieli Verde

Não participação na gestão da propriedade atrapalha

Entretanto, um fator que atrapalha o jovem na hora de op-tar em seguir na propriedade é a não participação na gestão dos negócios. Dos entrevistados, apenas três jovens passaram a gerir o negócio, oito conquistaram a gestão compartilhada e dois puderam participar mais na administração.

– Constatamos que a maioria dos jovens permaneceu no meio rural após os estudos na Casa Familiar Rural. Entretanto, ainda temos que criar alternativas para envolver mais os ado-lescentes na Pedagogia da Alternância, bem como envolver os pais neste debate –, assinalou Koscluk.

• Dia 10 de outubro, 2ª Festa do Peixe Vale das Águas, na linha Santo Antônio, em Seberi. O início está previsto para as 20h30min.