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  • 7/25/2019 Sono Transtornos

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    ResumoResumoResumoResumoResumoO achado de padres alterados de sono notvel na maioria dos transtornos psiquitricos. Neste artigo so abordados os

    transtornos psiquitricos que mais freqentemente apresentam alteraes de sono na prtica clnica e a descrio dos achadospolissonogrficos. As queixas mais freqentes dos pacientes so relacionadas dificuldade para iniciar e manter o sono (insniainicial e de manuteno, respectivamente) e sono no reparador, observadas na maioria dos transtornos. A insnia terminal oudespertar precoce mais relacionada a quadros depressivos. A hipersonia pode aparecer em alguns quadros de depresso como

    sazonal, atpica ou em transtornos bipolares. Em relao aos achados polissonogrficos, temos, em geral, reduo significativa daeficincia e do tempo total do sono custa da reduo do sono de ondas lentas. A reduo da latncia para o sono demovimentos oculares rpidos (REM) descrita principalmente para os quadros depressivos, mas pode aparecer em outras

    patologias.

    Descritores:Descritores:Descritores:Descritores:Descritores: Distrbios do sono; Sono REM/fisiologia; Transtornos depressivos; Transtorno da falta de ateno com hiperatividade;Polissonografia; Distrbio do incio e da manuteno do sono

    Abst ractAbst ractAbst ractAbst ractAbst ract

    Altered sleep patterns are prominent in the majority of psychiatric disorders. This article examines the psychiatric disorders thatare most often associated to sleep dysfunction as it is related in clinical practice and describes the polysomnographic findings.Patient's main complaints are related to difficulty in initiating and maintaining sleep (initial or middle insomnia, respectively) and

    poor quality of sleep. Early awakening or terminal insomnia is most described in the depressive conditions. Hypersomnia may bethe main symptom in some depressive disorders, as seasonal depression, depression with atypical features or depressive episodesin bipolar disorder. Polysomnographic evaluation shows, in general, a significative reduction in the efficiency and total time of

    sleep, in detriment to the amount of slow wave sleep. The reduction of rapid eye movement (REM) sleep latency is mainlydescribed for the depression, but has also been reported in other psychiatric disorders.

    Keywords:Keywords:Keywords:Keywords:Keywords: Sleep disorders; Sleep, REM/physiology; Depressive disorders; Attention deficit disorders with hyperactivity;Polysomnography; Sleep initiation and maintenance disorders

    1 Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)2 Faculdade de Medicina da Universidade de Medicina de Taubat (UNITAU)

    Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(Supl I):27-32

    Correspondncia

    Lgia Mendona Lucchesi

    R. Napoleo de Barros, 925 - Vila Clementino

    04024-002 So Paulo, SP BrasilTel.: (11) 5539-0155 Fax: (11) 5575-1677

    SI 2

    O sono em transtornos psiquitricos

    Sleep in psychiatric disorders

    Ligia Mendona Lucchesi,1Marcia Pradella-Hallinan,1

    Mauricio Lucchesi,2Walter Andr dos Santos Moraes1

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    In t roduoInt roduoInt roduoInt roduoInt roduoAlteraes do sono so notveis na maioria dos transtornos

    psiquitricos. 1Em um levantamento realizado em diversas ci-dades americanas, 40% dos entrevistados que relataram in-snia e 46,5% dos que relataram hipersonia preenchiam oscritrios para doena mental segundo o DSMIII-R.2

    Na classificao internacional de distrbios do sono (ICSD),3

    a terceira diviso se refere a transtornos do sono associados adistrbios clnicos e psiquitricos. Os associados a transtor-nos mentais se subdividem em: psicoses, distrbios do hu-mor, distrbios ansiosos, transtornos do pnico e alcoolismo.Nota-se uma divergncia em relao classificao de trans-tornos mentais,4na qual os transtornos do pnico fazem partedos distrbios ansiosos. A justificativa para esta separao noISCD que alguns transtornos do pnico podem ter somentemanifestaes episdicas durante o sono.3,5Os quadros psi-quitricos, por sua vez, tm mudanas nos padres do sonocomo critrios diagnsticos,4 tais como: depresso maior, estresseps-traumtico e transtorno de ansiedade generalizada.

    Neste artigo so abordados os transtornos psiquitricos quemais freqentemente apresentam alteraes de sono na prti-

    ca clnica e os principais achados polissonogrficos descritos.Alguns estudos realizados sobre a fisiopatologia destas altera-es em determinados transtornos e modificaes no sonocausadas por tratamentos medicamentosos mais utilizadossero tambm referidos. Padres de sono e alteraes relaci-onadas a transtornos especficos da infncia e adolescnciasero apresentados separadamente.

    TTTTTranstornos do humorranstornos do humorranstornos do humorranstornos do humorranstornos do humor1. Depresso1. Depresso1. Depresso1. Depresso1. DepressoCerca de 80% dos pacientes com depresso se queixam de

    mudanas nos padres do sono. Destes, a maioria apresentainsnia terminal, despertando horas antes do necessrio (des-pertar precoce).6Nos casos de sintomas ansiosos associados,a insnia inicial tambm freqente, apresentando o pacien-te dificuldade para iniciar o sono.6 Em estudos epidemiolgicoslongitudinais, a insnia um importante preditor do aumentodo risco de depresso no seguimento de um a trs anos.7

    Alm disso, a persistncia de insnia associada ao apareci-mento de um novo episdio depressivo.8

    Queixas especficas podem incluir despertares noturnos fre-qentes, sono no restaurador, reduo do sono total e so-nhos perturbadores.9 Embora queixas de hipersonolncia diur-na sejam raras na depresso maior, alguns pacientes cominsnia relatam aumento da fadiga e tentam compensar comcochilos diurnos.10

    Uma pequena porcentagem de pacientes com depresso

    maior tem queixas de sonolncia excessiva, sendo a maioriadestes adultos jovens.10A maioria dos pacientes com doen-a bipolar tambm relata insnia quando em depresso, masuma significativa porcentagem de pacientes relata sintomasde hipersonia, com alargamento do perodo noturno, dificul-dade de despertar e sonolncia excessiva diurna.9 Os paci-entes com doena afetiva sazonal e com depresso atpicatambm relatam hipersonia.4,9

    1) Achados polissonogrficosAs alteraes polissonogrficas na depresso podem ser di-

    vididas em trs categorias principais referentes continuida-de do sono, ao sono de ondas lentas e ao sono REM. Naprimeira, pode-se observar aumento da latncia do sono, au-mento de despertares durante o sono e despertar precoce,que resulta em fragmentao do sono e reduo da eficincia

    deste.11Estudos comparando grupos de depressivos e contro-les pareados por idade confirmaram estes resultados.1,9

    O dficit no sono de ondas lentas fato encontrado emnumerosos relatos, mas nem todos os estudos mostraram estareduo.1,9A reduo do sono de ondas lentas parece ser maissignificativa no primeiro perodo NREM, o que altera sua distri-buio no decorrer da noite.12Tambm se observa reduo napotncia de delta em estudos de eletrencefalografia quantitativadurante o sono.12

    O primeiro achado relativo ao sono REM foi a reduo de sualatncia (perodo de tempo entre o incio do sono e o incio doREM).1,9-10Com o passar dos anos, este provou ser o fator maisfreqentemente descrito em pacientes com depresso maior,embora ainda no se saiba se a latncia do REM um indica-dor especfico para depresso corrente ou passada, podendoestar ligado hiperatividade colinrgica.9 Outros achados di-zem respeito ao aumento do primeiro perodo de sono REM,aumento da densidade REM (aumento na taxa de movimentosrpidos de olhos) e aumento da porcentagem de REM.1,9-11

    Em estudo que procurou correlacionar queixas subjetivasde sono e dados polissonogrficos em pacientes com depres-

    so, estes no foram capazes de estimar acuradamente onmero de despertares durante a noite.13A avaliao subjeti-va da qualidade do sono pareceu estar associada continui-dade do mesmo e da quantidade do sono de ondas lentas.13

    2. Mania2. Mania2. Mania2. Mania2. ManiaDurante episdios manacos, os pacientes relatam quantida-

    des reduzidas de tempo total de sono, com uma sensao sub-jetiva de reduo da necessidade de sono. Em vrios casos, amudana para a fase de mania precedida por perodos defalta de sono. Tambm foi sugerido que a passagem da eutimiaou depresso para a fase manaca ocorre durante sono.10

    1) Achados polissonogrficosA principal caracterstica parece ser a reduo do tempo total

    de sono; o paciente manaco parece ter uma inabilidade paraadormecer.1,9-10 Quando adormece, ele desperta duas ou trshoras depois, totalmente revigorado. Como para a depresso, adurao dos estgios 3 e 4 pode estar encurtada, mas os acha-dos relativos ao sono REM foram menos consistentes.1,9-10

    TTTTTranstornos ansiososranstornos ansiososranstornos ansiososranstornos ansiososranstornos ansiosos1. T1. T1. T1. T1. Transtorno ans ioso general i zado (Transtorno ans ioso general i zado (Transtorno ans ioso general i zado (Transtorno ans ioso general i zado (Transtorno ans ioso general i zado (TAG)AG)AG)AG)AG)Os pacientes com TAG tm, freqentemente, queixas de que

    no conseguem relaxar ou parar de se preocupar com seusproblemas quando esto no leito.5 O distrbio de sono maisfreqentemente associado a quadros de ansiedade generaliza-da a insnia de manuteno do sono14e tambm a dificulda-

    de de iniciar o sono (insnia inicial).5,10,15

    Alm disso, queixasde sono no reparador e interrompido so relatadas.5,10,14

    1) Achados polissonogrficosPacientes com ansiedade generalizada tm aumento da

    latncia do sono (sendo que esta latncia freqentementeultrapassa uma hora15), aumento dos estgios mais superfi-ciais do sono, menor porcentagem de sono REM e, comexceo de casos isolados, latncia para o sono REM au-mentada ou normal.1,5,10

    2. T2. T2. T2. T2. Transtorno do pnicoranstorno do pnicoranstorno do pnicoranstorno do pnicoranstorno do pnicoAs queixas mais comuns de pacientes com transtorno do

    pnico, em relao ao sono, incluem insnia inicial ou demanuteno (aproximadamente 70% dos pacientes) e sono

    no restaurador, fragmentado.5,10,16Os ataques de pnico po-

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    dem ocorrer durante o sono. Nos pacientes que tm ataquesnoturnos de pnico, os nveis de ansiedade e a durao dosataques parecem ser maiores; h maior presena de sintomassomticos e maior ocorrncia de comorbidades com outrasdoenas psiquitricas, principalmente depresso.17 Sintomassimilares queles associados com ataques de pnico duranteo sono podem ser encontrados em pacientes com arritmias,refluxo gastroesofgico, apnia do sono, terror noturno e dis-trbios comportamentais do sono REM.10 necessrio levaristo em conta na avaliao diagnstica diferencial.

    Talvez a mais importante complicao de ataques de pniconoturnos seja a privao crnica do sono.5,16 De fato, estespacientes desenvolvem ansiedade antecipatria e comporta-mentos de esquiva, como vistos para ataques diurnos. No casoespecfico de ataques de pnico no sono, muitos pacientesdesenvolvem medo de dormir e relutam em adormecer.5,16

    1) Achados polissonogrficosQuando comparados com indivduos controles, pacientes

    com distrbio do pnico tm latncia do sono discretamenteelevada e reduo da eficincia do sono.5,16H um aumentono tempo de movimentao durante o sono, mas no h uma

    relao temporal entre esta movimentao e os ataques no-turnos de pnico.18Os ataques de pnico durante o sono ge-ralmente acontecem no final do estgio 2 ou incio do est-gio 3 do sono NREM.5,10,16

    3. Est resse ps- t raumt ico3. Es t resse ps- t raumt ico3. Es t resse ps- t raumt ico3. Es t resse ps- t raumt ico3. Es t resse ps- t raumt icoAs principais queixas de sono em pacientes com estresse

    ps-traumtico so insnia, despertares ansiosos ou pesade-los, sendo comum encontrar um estado de hiperatividadeautonmica, com hipervigilncia e insnia.5,10,16Pesadelos fre-qentes ocorrem em 59 a 68% dos pacientes e so ummarcador desta doena, envolvendo tanto experincias revividascomo cenrios imaginrios de contedo assustador ou deameaa vida.5,10,16 Os despertares ansiosos, por sua vez,parecem estar mais relacionados ao sono REM.5,16

    1) Achados polissonogrficosEstresse ps-traumtico tem sido associado com aumento

    da latncia do sono, reduo de sua eficincia, aumento dotempo em viglia aps o incio do sono, reduo do tempototal de sono, reduo do estgio 2 e aumento do estgio 1 dosono NREM (sono mais superficial).5,10,16H controvrsias entreos autores sobre os efeitos no sono REM. Alguns relatamparmetros de REM normais, enquanto outros relatam latnciareduzida para o sono REM e aumento na densidade REM.1,10,16

    Esquizof ren iaEsquizof ren iaEsquizof ren iaEsquizof ren iaEsquizof ren iaEmbora os distrbios do sono em esquizofrenia sejam sufi-

    cientemente severos para garantir ateno clnica, eles rara-mente so a queixa predominante.19 Em estado de agitaopsictica h perodos prolongados de total falta de sono; quandoa agitao melhora, uma insnia expressiva tem lugar. 20 Hrelatos de quase total reverso do ciclo viglia-sono, com opaciente dormindo durante o dia e ficando acordado durantea noite.20A insnia severa tambm descrita em exacerba-es do quadro esquizofrnico e pode preceder o aparecimen-to de outros sintomas por ocasio de recadas.19,20Os pacien-tes esquizofrnicos podem vivenciar alucinaes hipnaggicasaterrorizantes e pesadelos.20 Podem ter vrios distrbios pri-mrios de sono associados, como higiene de sono inadequa-da e aumento de movimentos peridicos de membros inferio-res.20A comorbidade com a apnia do sono, quando existe,

    pode agravar os sintomas esquizofrnicos.10

    Existem vrios estudos relacionando esquizofrenia e os acha-dos polissonogrficos, como veremos a seguir. Com refernciaao sono de ondas lentas, parece haver uma relao inversaentre a quantidade deste e a manuteno do sono e o tamanhodos ventrculos cerebrais; sugere-se que a reduo deste tipode sono e o aumento dos sintomas negativos da esquizofreniapodem estar relacionados a um metabolismo cerebral reduzidoe envelhecimento acelerado ou atrofia cerebral.21

    A primeira tentativa de estabelecer uma conexo entre anor-malidades do sono REM e esquizofrenia foi relatada porDement, em 1955.22Neste estudo, feito antes do advento dosneurolpticos, o autor encontrou reduo da latncia para osono REM, mas no observou diferena na densidade desteem esquizofrnicos.22Seguiram-se a este diversos estudos comachados distintos nos parmetros do REM.1,10,20Esta variaopode ser explicada por diferentes fases da doena, pelo graudo desequilbrio de neurotransmissores e pelo uso de medica-o de curto e longo prazo.10Apesar destes conflitos, a seme-lhana entre a atividade alucinatria que ocorre normalmen-te no sono REM e as alucinaes encontradas na esquizofreniacontinua a intrigar pesquisadores e vrias teorias foram aven-

    tadas para tentar explic-la.10,20

    1) Achados polissonogrficosForam observados distrbios da continuidade do sono, re-

    duo no sono de ondas lentas, reduo na latncia do REM,aumento da porcentagem REM e reduo da quantidade dosono NREM em minutos.1,10,19-20Os antipsicticos atpicosolanzapina, risperidona e clozapina aumentam significativa-mente o tempo total do sono e o estgio 2. Alm do mais,olanzapina e risperidona aumentam o sono de ondas len-tas.19 Os antipsicticos tpicos haloperidol, thioxitene eflupentixol reduzem significativamente o estgio 2 e aumen-tam a eficincia do sono.19

    Alcool ismoAlcool ismoAlcool ismoAlcool ismoAlcool ismo

    O lcool , provavelmente, a substncia indutora do sonomais usada pela populao geral.23 Quando administrado avoluntrios normais antes da hora de dormir, de forma aguda,tem a tendncia de encurtar a latncia para o sono, aumen-tar o sono NREM e reduzir o sono REM nas primeiras horasaps administrao.23 No entanto, o lcool rapidamentemetabolizado. Quatro a cinco horas aps a ingesto, as con-centraes no sangue baixam substancialmente e o indivduopode apresentar sono interrompido por irritao gstrica,cefalia, pesadelos, taquicardia e suores abundantes. Podehaver tambm rebote do sono REM.23

    Pacientes alcoolistas geralmente relatam insnia, hipersonia,distrbios do ritmo circadiano e parassonias. Os sintomas da

    abstinncia do lcool podem ser confundidos com os de ata-que de pnico e o diagnstico diferencial deve ser realizado.24

    O lcool aumenta a probabilidade de roncar, a resistnciarespiratria e a ocorrncia de eventos apneicos mesmo emindivduos sem histria de apnia do sono ou ronco.23

    1) Achados polissonogrficosLatncia do sono aumentada, eficincia do sono reduzida,

    diminuio do tempo total de sono, do sono de ondas lentas edo sono REM.23O lcool inibe o sono REM de uma maneiradose-dependente, ainda que na presena de um dbito desono REM fisiolgico, como a privao de sono. 25

    Demnc iasDemnc iasDemnc iasDemnc iasDemnc iasAs demncias no so homogneas no que se refere ao

    sono. No entanto, na demncia com corpos de Lewy e na

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    demncia frontotemporal tambm existe dficit na transmis-so colinrgica, com conseqente reduo percentual do sonoREM, tal como na doena de Alzheimer.26 A demncia comcorpos de Lewy tem a particularidade de apresentar maiorfreqncia de distrbio comportamental do sono REM. Istoocorre porque a perda de neurnios colinrgicos no ncleoreticular magnocelular da ponte mais precoce nesta de-mncia, causando prejuzo da conexo excitatria desse n-cleo com o locus ceruleus, responsvel pela atonia do REM.26

    Na demncia vascular, as alteraes do sono so bastanteheterogneas, dependendo da distribuio das leses corticaise subcorticais, mas se observa uma reduo importante daporcentagem de sono de ondas lentas.27 Faltam, no entanto,estudos mais completos sobre o sono em demncias que noa de Alzheimer.

    1. Doena de Alzheimer1. Doena de Alzheimer1. Doena de Alzheimer1. Doena de Alzheimer1. Doena de AlzheimerA doena de Alzheimer a mais estudada de todas as de-

    mncias. Muitas das alteraes do sono presentes no enve-lhecimento normal tambm ocorrem no paciente com estadoena, porm de forma mais intensa. Assim, ocorre reduo

    do tempo total e da eficincia do sono,28

    adiantamento de fasecom tendncia a deitar-se mais cedo e a despertar precoce-mente,29 diminuio da ampli tude de diversos cicloscircadianos, tais como o de secreo hormonal, de atividadee de temperatura,30-31reduo do sono de ondas lentas (est-gios 3, 4) e do sono REM, com aumento do estgio 1.28,32

    Alm disso, os pacientes com doena de Alzheimer apresen-tam episdios de agitao noturna, alucinaes hipnaggicase deambulao sem finalidade.33

    Algumas das disfunes presentes na doena de Alzheimerpodem ser atribudas crescente desorganizao nos cicloscircadianos, possivelmente associada atrofia do ncleosupraquiasmtico.34Essa desorganizao aumenta de acordocom a gravidade da doena.35 Tambm foi observado que afalta de um padro rtmico na secreo de melatonina altera osono desses pacientes e que a administrao de melatoninaexgena, ou o estmulo de sua produo por meio da fototerapiamatinal, ajudam a corrigi-lo parcialmente.36 Na doena deAlzheimer, as disfunes que afetam o sono REM so de es-pecial importncia devido sua fisiopatologia, uma vez queuma das estruturas mais afetadas no incio da doena deAlzheimer justamente um ncleo colinrgico envolvido naatividade cortical durante este estgio, o ncleo basal deMeynert.37Especula-se, por esse motivo, que a relao entresono REM e doena de Alzheimer funcional, uma vez queo sono REM est relacionado a processos de aprendizagem,intensamente prejudicados nesta doena.37 De fato, quando

    os pacientes recebem drogas que potencializam a conduocolinrgica, ocorre um aumento da percentagem de sono REMparalelamente melhora cognitiva.38

    1) Achados polissonogrficosComo j foi discutido, observa-se reduo acentuada da

    percentagem de sono REM, menor freqncia de movimen-tos oculares rpidos durante o sono REM (menor densidadede REM) e menor eficincia do sono devido ao aumento donmero de despertares aps o seu incio. 28 Na anliseespectral do EEG durante o sono REM observa-se diminui-o do ritmo de base.39Segundo alguns autores, a diminui-o do ritmo de base do sono REM na anlise espectral um marcador sensvel para diferenciar a doena de Alzheimerdo envelhecimento normal.40 Nota-se, tambm, a presena

    de ritmos delta e teta difusos, tanto no sono como na viglia,

    com alentecimento geral do eletroencefalograma nas deriva-es temporal e frontal.28,38

    A depresso do idoso pode simular a demncia de Alzheimer;porm, na depresso, o quadro polissonogrfico indicahiperatividade colinrgica, com aumento da percentagem ereduo da latncia do sono REM.41

    O sono na criana e no adolescente e suas alteraesO sono na criana e no adolescente e suas alteraesO sono na criana e no adolescente e suas alteraesO sono na criana e no adolescente e suas alteraesO sono na criana e no adolescente e suas alteraesnos transtornos psiquitricos mais freqentesnos transtornos psiquitricos mais freqentesnos transtornos psiquitricos mais freqentesnos transtornos psiquitricos mais freqentesnos transtornos psiquitricos mais freqentes

    O sono visto nos seus vrios aspectos sofre modificaes aolongo da vida do indivduo e estas so mais acentuadas nosprimeiros anos de vida. O beb, logo ao nascer, dorme cercade 16 at 20 horas por dia, enquanto a criana de dois anosdorme cerca de 12 horas.42Na pr-adolescncia, o perodode viglia mximo e a necessidade de soneca diurna muitorara. A falta de sonolncia diurna pode mascarar distrbiosprimrios do sono, como apnia do sono e narcolepsia. Existeum aumento da sonolncia diurna na puberdade, avaliadaatravs do Teste de Latncias Mltiplas para o Sono, possivel-mente associada a uma maior necessidade de sono. A altera-o no relgio biolgico (circadiano), com tendncia a um

    retardo de fase, tem sido questionada.43-46

    Os mais freqentes transtornos psiquitricos que podem afetaro sono em crianas e adolescentes so depresso, ansiedade esndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade. Os quadrosde ansiedade apresentam queixas de sono e achadospolissonogrficos semelhantes aos do adulto; no entanto, rele-vante a ocorrncia de mltiplos despertares durante a noite, quan-do o paciente refere sensao de medo e perigo iminentes.47

    1. Depresso in fant i l1. Depresso in fant i l1. Depresso in fant i l1. Depresso in fant i l1. Depresso in fant i lOs sintomas so semelhantes aos observados na populao

    adulta, com algumas peculiaridades como medos exageradose recusa de ir escola.48Quando as queixas de sono existem,observa-se que a insnia representa 75% e a sonolncia ex-

    cessiva 25% destas.45 Em relao insnia, os pacientes quei-xam-se principalmente de dificuldade para iniciar o sono e deque tm a sensao de um sono leve e no reparador, comconseqente dificuldade para acordar cedo para irem esco-la e cansao diurno.45

    1) Achados polissonogrficosTm-se mostrado inconsistentes e pouco especficos: - na

    infncia (estgios 1 e 2 da classificao de Tanner), obser-vou-se um aumento da latncia para o sono e diminuio dalatncia para o primeiro episdio de sono REM; - nos adoles-centes (estgios 3, 4 e 5 de Tanner), alm destes achados,um aumento na densidade dos movimentos oculares rpidos.47

    2. Sndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade2. Sndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade2. Sndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade2. Sndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade2. Sndrome do dficit de ateno e/ou hiperatividade(TDAH)(TDAH)(TDAH)(TDAH)(TDAH)As queixas de sono so: dificuldade para acordar pela ma-

    nh (talvez estejam dormindo pouco), sono fragmentado eno restaurador e aumento de movimento durante o sono.Observou-se que crianas portadoras da sndrome da apniado sono obstrutiva, com movimentos peridicos de membrosou narcolepsia, tm mais sintomas associados ao TDAH. 49

    1) Achados polissonogrficosAumento da atividade corporal durante o sono, aumento da

    freqncia de movimentos peridicos de membros e reduodo sono REM tm sido observados.49

    O tratamento deste distrbio associado orientao rigoro-sa para um ritmo adequado de sono tem se mostrado eficaz.

    Os pacientes, quando no medicados, podem ter aumento da

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    sonolncia diurna (observado no Teste de Latncias Mltiplasdo Sono). Outrossim, a reavaliao do tratamento com dro-gas estimulantes - melhor horrio, reduo das doses totais,etc - quando realizada, propicia um sono de melhor qualida-de e conseqente melhora no comportamento diurno.49

    Consideraes f inaisConsideraes f inaisConsideraes f inaisConsideraes f inaisConsideraes f inaisAs queixas de sono mais freqentemente observadas na mai-

    oria dos transtornos psiquitricos dizem respeito dificuldadepara iniciar e manter o sono (insnia inicial e de manuten-o, respectivamente), sono no reparador e interrompido. Ainsnia terminal ou despertar precoce mais relacionada aquadros depressivos.

    Na descrio dos achados polissonogrficos em pacientespsiquitricos temos principalmente: reduo significativa daeficincia do sono e do tempo total do sono, s custas dareduo do sono NREM. A porcentagem do sono REM estaumentada nos transtornos afetivos. A reduo da latnciapara o sono REM descrita principalmente para a depresso,mas pode aparecer em outras patologias. Embora nenhumachado especfico seja patognomnico, padres de distrbios

    de sono so observados em determinados transtornos psiqui-tricos. Ainda que um diagnstico psiquitrico especfico nopossa ser feito baseado em dados polissonogrficos, o estudodo sono pode ajudar a responder questes especficas como,por exemplo, diferenciar depresso de demncias em idosos.

    Pode haver ainda uma associao elevada entre transtornospsiquitricos e distrbios primrios do sono. Assim, pacientescom apnia do sono e narcolepsia parecem ter nveis eleva-dos de ansiedade, depresso e alcoolismo. Mais relevante arelao estreita entre higiene do sono inadequada e os maisdiversos quadros psiquitricos. Esta relao deve ser levadaem conta pelo psiquiatra em sua prtica clnica, poisensinamentos sobre higiene do sono podem reduzir a quanti-dade de medicao ministrada, melhorando a sintomatologia

    e a qualidade de vida dos pacientes.

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