SOUTH PARK, ÉTICA E EDUCAÇÃO: ANALISE APLICAÇÃO E...

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ISSN 2176-1396 SOUTH PARK, ÉTICA E EDUCAÇÃO: ANALISE APLICAÇÃO E COMPARAÇÃO DE UM EPISÓDIO DO DESENHO EM ESCOLAS DE NÍVEL MÉDIO REGULAR E NÍVEL MÉDIO TÉCNICO Victória Gabriela Martins 1 - IFPR Grupo de Trabalho: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: Não contou com financiamento RESUMO South Park é um desenho estadunidense de gênero sitcom, que explora o cotidiano dos moradores de uma pequena cidade do interior, com foco em 4 crianças com sérias dúvidas sobre a sociedade. O desenho foi criado por Trey Parker e Matt Stone, para uma matéria da faculdade, utilizaram a técnica de stop motion. Para a realização da pesquisa, foi aplicado um questionário em alunos de ensino médio técnico e ensino médio regular. Primeiro foi realizado a pesquisa, de forma anônima nos alunos, o do Lado A, que continha perguntas sobre conceitos socioeconômicos e conhecimentos prévios sobre South Park e outros desenhos animados. O Lado B foi aplicado após uma intervenção sobre ética e cotidiano em desenhos animados. Foi escolhido o episódio Question For Ratigs, por conter uma história que ironiza programas jornalísticos que faltam com a ética para com o espectador, que muitas vezes não questiona o conteúdo assistido. A pesquisa foi aplicada em duas etapas, para que os estudantes pudessem fazer essa relação, após a mediação. Essa aula de caráter experimental e interdisciplinar, busca como objetivo demonstrar que South Park e outros desenhos animados são fontes de conhecimento escolar. Os dados gerados serviram para comparar as duas escolas, criando o conteúdo desse trabalho. Os resultados apontam diferenças entre elas, principalmente em relação a ética. Estes dados gerados mostram que a utilização deste tipo de didática pode contribuir para o aprendizado do aluno. Deste modo, pode-se entender a importância de mais pesquisas relacionadas, a fim de buscar maior aprofundamento na área. Palavras-chave: South Park. Ética. Educação. Introdução South Park é um desenho animado estadunidense criado em 1997 2 por Trey Parker e Matt Stone. É uma animação cheia de metáforas e críticas sociais disfarçadas de humor 1 Estudante de Especialização em Educação Profissional do Instituto Federal Do Paraná (IFPR). Formada em Licenciatura em História na Universidade Tuiuti Do Paraná (UTP). Pesquisadora de desenho animado, educação e linguagem ([email protected])

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ISSN 2176-1396

SOUTH PARK, ÉTICA E EDUCAÇÃO: ANALISE APLICAÇÃO E

COMPARAÇÃO DE UM EPISÓDIO DO DESENHO EM ESCOLAS DE

NÍVEL MÉDIO REGULAR E NÍVEL MÉDIO TÉCNICO

Victória Gabriela Martins 1 - IFPR

Grupo de Trabalho: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas

Agência Financiadora: Não contou com financiamento

RESUMO

South Park é um desenho estadunidense de gênero sitcom, que explora o cotidiano dos

moradores de uma pequena cidade do interior, com foco em 4 crianças com sérias dúvidas

sobre a sociedade. O desenho foi criado por Trey Parker e Matt Stone, para uma matéria da

faculdade, utilizaram a técnica de stop motion. Para a realização da pesquisa, foi aplicado um

questionário em alunos de ensino médio técnico e ensino médio regular. Primeiro foi

realizado a pesquisa, de forma anônima nos alunos, o do Lado A, que continha perguntas

sobre conceitos socioeconômicos e conhecimentos prévios sobre South Park e outros

desenhos animados. O Lado B foi aplicado após uma intervenção sobre ética e cotidiano em

desenhos animados. Foi escolhido o episódio Question For Ratigs, por conter uma história

que ironiza programas jornalísticos que faltam com a ética para com o espectador, que muitas

vezes não questiona o conteúdo assistido. A pesquisa foi aplicada em duas etapas, para que os

estudantes pudessem fazer essa relação, após a mediação. Essa aula de caráter experimental e

interdisciplinar, busca como objetivo demonstrar que South Park e outros desenhos animados

são fontes de conhecimento escolar. Os dados gerados serviram para comparar as duas

escolas, criando o conteúdo desse trabalho. Os resultados apontam diferenças entre elas,

principalmente em relação a ética. Estes dados gerados mostram que a utilização deste tipo de

didática pode contribuir para o aprendizado do aluno. Deste modo, pode-se entender a

importância de mais pesquisas relacionadas, a fim de buscar maior aprofundamento na área.

Palavras-chave: South Park. Ética. Educação.

Introdução

South Park é um desenho animado estadunidense criado em 19972 por Trey Parker e

Matt Stone. É uma animação cheia de metáforas e críticas sociais disfarçadas de humor

1 Estudante de Especialização em Educação Profissional do Instituto Federal Do Paraná (IFPR). Formada em

Licenciatura em História na Universidade Tuiuti Do Paraná (UTP). Pesquisadora de desenho animado, educação

e linguagem ([email protected])

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politicamente incorreto. Essa linguagem pode ser observada durante a abertura, onde há a

afirmação do desenho ser de péssima qualidade, com linguagem vulgar e grosseira (figura 1).

As histórias giram em torno de 4 personagens principais (figura 2): Stan Marsh, a

criança normal, viciado em jogos eletrônicos; Kyle Broflovski, o judeu que preocupa-se com

as atitudes dos adultos; Eric Cartman o menino gordinho que odeia hippies; e Kenny

McCormick a criança mais pobre da escola, que estranhamente morre em quase todos os

episódios3 Os meninos têm entre 8 a 9 anos e vivem na cidade montanhosa e gelada de South

Park no Colorado, EUA. Estudam juntos e compartilham as mais variadas histórias em cada

um dos episódios.

Na pesquisa, o desenho South Park foi objetivo de analise para identificar, de modo

interdisciplinar, a possibilidade de alunos do 3º ano de ensino médio compreenderem

conteúdos éticos, presentes no programa. Foram selecionadas 2 escolas diferentes, uma de

ensino médio regular e outra com ensino técnico integrado ao ensino médio. Após conversa

2 A década de 1990 foi um momento de rever problemas que estavam sendo arrastados das Grandes Guerras.

Em 1991 houve a dissolução da URSS terminando de modo político com Guerra Fria e o Mundo Bipolar. Ainda

nesse ano, a Guerra do Golfo foi transmitida com um “jogo de vídeo game” nas televisões, a população nunca

havia antes acompanhado a transmissão ao vivo de conflitos como esse. Nos Estados Unidos, em 1997 o

presidente Bill Clinton havia acabado de ser reeleito, mais tarde recusou assinar o Protocolo de Quioto, a economia parecia mais importante que as questões ambientais. Na música bandas como Korn e Marilyn Manson

estavam no auge e carregavam fãs que não se ajustavam com as imposições da sociedade. O status quo não

estava bem, pois é neste contexto que South Park e outros desenhos de gênero sitcom surgem, Os Simpsons, por

exemplo, estavam completando 10 anos e a o canal de desenhos animados para crianças, Cartoon Network,

transmitia vários desenhos infantis desse gênero, como A Vaca e o Frango(1995), O Laboratório de Dexter

(1996), Eu sou o Máximo (1997), Jonny Bravo (1997) e As Meninas Super Poderosas (1998). Ver mais em:

ESSINGER, Silvio. Almanaque anos 90: lembranças e curiosidades de uma década plugada. Rio de Janeiro:

Agir, 2008. 3 Kenny chegou a ficar algumas temporadas morto, voltando na temporada seguinte. A sua morte e ressureição

são explicada no episódio13 Temporada 14.

FIGURA 1 – ABERTURA DE SOUTH PARK

FIGURA 2 – EM ORDEM: CARTMAN, STAN, KENNY E KYLE

Disponível em: http://i.ytimg.com/vi/hCYIUoTosTo/hq

default.jpg acesso 11 de jun 2015

Disponível em: http://podcastloschicos.com.br/wp-

content/uploads/2015/07/south_park_02.jp

eg acesso 11 de jun 2015

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com os diretores dos colégios, houve contato com os professores que concederam 2 aulas para

a pesquisa.

O episódio analisado foi o 11ª da 8ª temporada, intitulado “Question for Ratings”4. Na

primeira aula os estudantes assistiram o episódio e preencheram, de forma anônima, o Lado A

do questionário. Após esse processo, ocorreram explicações sobre South Park e o uso de

desenhos animados em sala de aula. Então os educandos foram orientados a preencher o Lado

B da pesquisa, servindo para a análise e comparação essencial para o desenvolvimento desse

projeto.

Contextualizando South Park

O desenho não possui o público infantil como alvo, pois as considerações são

intelectuais e de críticas sociais a sociedade de classe média estadunidense. South Park possui

o gênero sitcom5, que brinca com os problemas e conceitos da cultura cotidiana. O programa

apresenta linguagem imprópria para a televisão, e entre os temas abordados estão o uso de

drogas, eutanásia, prostituição, pedofilia e outros assuntos delicados de abordar, pois são

questões que a maior parte da mídia preferem não discutir6.

South Park foi ao ar pela primeira vez em 1997, pelo canal Comedy Central, não foi

bem recebido pelo público e com críticas negativas da imprensa. Mas o desenho passou por

intervenções, mudando a forma de ser produzido7, mas a linguagem humorística do desenho

não mudou, ficando mais elaborada após a produção do longa metragem8. No ano de 2002

South Park chegou a faturar 500 milhões de dólares, e até o ano de 2010 havia sido indicado

ao Emmy 9 vezes. O fato de receber prêmios importantes para a televisão demonstrou que o

programa não é apenas um desenho de entretenimento, possuindo qualidade de produção e

conteúdo.

4 Tradução livre da autora: Busca pela classificação 5 O nome Sitcom é uma abreviatura do termo Situation Comedy, ou Comédia de Situação. Trata-se do ponto de

vista humorístico, daquela situação nas quais nos envolvemos diariamente que no momento nos parece trágicas,

mas vistas por alguém de fora, ou por nós mesmos após algum tempo do fato ocorrido, são engraçadas. FURQUIM, Fernanda. Sitcom: Definição e História. Porto Alegre: FCF Editora, 1999. p.8 6 Segundo o Ministério da Justiça brasileira South Park é: inadequado para menores de 16 anos, pois desvirtua

gravemente os valores éticos e possui temática adulta atenuada. Disponível em:

http://portal.mj.gov.br/ClassificacaoIndicativa/jsps/DadosObraForm.do?select_action=&tbobra_codigo=6997.

Acesso em 22 ago 2015 7 Apesar do desenho possuir uma linguagem ofensiva gerando pouca aceitação pela maior parte do público, a

maior mudança em South Park foi a produção, ou seja a técnica em que o desenho era gravado, passando de Stop

Motion (que consiste em cortes de papéis e fotografados muitas vezes para dar ilusão de ótica), para animação

gráfica computadorizada. 8 O filme chama-se South Park: Bigger, Longer & Uncut e foi para os cinemas em 1999.

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A Ética e o humor em South Park

O estudo da ética tornou-se importante para a compreensão da sociedade. Ética é a

normativa do cotidiano dos indivíduos em um determinado momento histórico, ela não

oficializa o comportamento, mas a organiza:

Tradicionalmente ela é entendida como um estudo o uma reflexão, cientifica ou filosofia, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações

humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos

costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou costumes, e

pode ser a própria realidade de um tipo de comportamento (VALLS, 1994. p.7).

Na visão de Valls (1994) a ética é compreendida como um conjunto de valores

culturalmente construídos, que podem ser entendidos como ideais positivos, assim, tudo que

está à margem do ético é considerado hediondo. Muitas vezes, o humor está neste contexto:

voltado ao marginal e íntimo dos indivíduos. Em South Park a linguagem é politicamente

incorreta, errada e debochada, não agradando a maioria popular dos espectadores. Mas essa é

a forma de mediação que os produtores encontraram para estarem em contato com o público,

fazendo-o criticar e discutir sobre os assuntos abordados:

Entretendo, se, ao longo do tempo, esse gênero da linguagem esteve ligado à

profanação, ao caos, a injuria, à virulência, “ao baixo”, subtraindo-se pelo viés critico impulsionando por tais características, atualmente, em nossa sociedade

humorística [...](GRUDA, 2011.p.4).

O discurso do politicamente incorreto descrito por Gruda (2011) caracteriza um

período complexo da história, pois parece que atualmente tudo é policiado, onde qualquer

discurso pode ser censurado. É um período complexo, onde as pessoas não sabem o que é

certo ou errado:

Atualmente [...] tudo está “vigiado” pelo politicamente correto, o qual julgamos ser um tipo de discurso muito fascista do que àqueles ligados a censura imposta por

ditadores, por exemplo. Pois, ao contrário do discurso dos regimes ditatoriais onde

se ordena de forma explicita como as coisas devem/podem ou não devem/podem

ser, o que possibilita identificar, driblar e combater as opressões sofridas, o

politicamente correto impõe ao permear sub-repticiamente todas as práticas sociais e

discursivas, o que acaba por inviabilizar e condenar previamente quaisquer

comportamentos ou falas que não estejam de acordo com os moldes que este

estabelece (GRUDA, 2011.p.4-5).

Para o autor (2011) o ético e o correto podem ser vistos como preconceituoso e

higienista, pois tira dos indivíduos o poder de fazer escolhas e racionalizar. Diferente da visão

de Gruda, que caracteriza o politicamente incorreto como uma forma de “prisão” aos

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indivíduos, em entrevista para o documentário O riso dos Outros, o professor Idelber Avelar

(2012) acredita na necessidade de discussão sobre o que é ético ou não no humor, declarou:

Vivemos ainda uma situação brutal de total desigualdade na qual as pequenas conquistas dos grupos excluídos não podem ser apresentadas como uma espécie de

nova ditadura ou nova ortodoxia [...] é um termo [o politicamente incorreto] que

designa uma relação fantasmática de uma camada social dominante com uma

suposta opressão vinda de baixo que na verdade nunca teve realidade nenhuma.

(Avelar, 2012, 32min. grifo nosso)

Os dois autores, compreendem o politicamente incorreto de formas diferentes, o que

sugere a dificuldade de produção em que South Park encontra, pois utiliza o humor para

criticar as falhas da sociedade de classe média estadunidense. Para combater as críticas

negativas, ao desenho animado à sociedade preocupada e vigente, Oliveira (2013) sugere:

Sejam melhores pais, sejam melhores cidadãos, sejam melhores pessoas. A única

maneira de derrotar programas como South Park, se esse é o objetivo, é tornando-se

pessoas que eles acreditam faltar no mundo. Num mundo cheio de modelos éticos

positivos, um programa como South Park se tornaria irrelevante. (OLIVEIRA,2013.

p,47)

Portanto, a linguagem, a temática e o desenvolvimento do desenho é voltado para a

parcela da sociedade que julga o conteúdo de desenho animado. A ética e o humor em South

Park são desenvolvidos para fazer o espectador racionalizar sobre os problemas sociais, não

para ignora-los como foi feito em boa parte da história do desenvolvimento da cultura social.

O episódio escolhido para análise

O desenho escolhido para o experimento em sala de aula foi o episódio 11ª da 8ª

temporada, intitulado Question for Ratings. Esse episódio exibido no dia 17 de novembro de

2004. Os personagens do episódio em ordem de apresentação são: Jimmy Valmer, Eric

Cartman, Stan Marsh, Butters Stotch, Token Black, Kyle Broflovski, Sr. Meryl e Craig

Tucker. Outros personagens aparecem no episódio, mas nenhum com interferência direta no

desenho.

A história do episódio analisado

O episódio inicia com os meninos em uma bancada jornalística (figura 3), para uma

matéria extracurricular, mas pela baixa audiência e pela concorrência com o Show de Craig, o

professor responsável pretende cancelar o programa.

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O programa do Craig chama-se Clouse-Ups De Animais Com Lentes De Ângulo

Aberto (figura 4), é uma filmagem de animais divertindo-se com uma música alegre no fundo.

Para não ser cancelado, os garotos mudam o programa para algo mais chamativo, que

chama-se Sexy Action News. A qualidade das notícias é questionável, pois os garotos fazem

de tudo para chamar a atenção e mentindo sobre os assuntos. Apesar de todas as mudanças, o

professor insiste em querer cancelar o jornal, pois o Craig havia renovado o seu show.

Os meninos compreendem que para atrair o público deveriam ter um programa de

qualidade, por isso, eles se reúnem e tentam ter alguma ideia para melhorar o jornal. Para

terem pensamentos criativos, Kyle sugere que todos deveriam tomar remédio de tosse, pois

isso poderia os fazer terem ideias. Eles vão a farmácia escolher o remédio e o farmacêutico

os ajuda a escolher o melhor xarope. Na sala de gravação do jornal, todos tomam muito

xarope e estão com caneta e papel na mão para anotar as novas ideias. Stan é o primeiro a ter

alucinação causada pelo medicamento. Tudo se passa na visão desse personagem. Ao acordar

eles percebem que não tiveram nenhuma ideia e ainda assistem ao Show concorrente. Eles

percebem que só haviam gostado após usarem o xarope como entorpecente e que apenas por

isso a escola toda dava audiência do Show de Craig, pois estavam todos drogados.

Esse fato foi o grande furo e os meninos fazem um programa investigativo, mudando o

nome do jornal para Sexy Action School News e falam tudo sobre o uso excessivo do xarope.

No jornal eles exibem várias filmagens denunciando o uso e venda de remédios para crianças,

o que levou a prisão do farmacêutico. Os meninos são parabenizados por todos, inclusive pelo

seu professor Sr. Meryl, que os concede mais 27 programas para produzirem. O Show de

Craig é cancelado, pois perdeu a audiência. Para produzir os novos episódios, os meninos

FIGURA 3 – EM ORDEM; TOKEN,

ERIC, JIMM, STAN, BUTTERS E

KYLE

Disponível em: 8ªtem., ep.11. EUA,

(10min30seg) acesso em:

http://southpark-zone.blogspot.com.

Acesso em: 02 abr 2015.

FIGURA 4 - O SHOW DE CRAIG, COUSE-UP DE ANIMAIS COM

LENTES DE ÂNGULO ABERTO

Disponível em: 8ªtem, ep. 11. EUA,

(5min36seg) acesso em: http://southpark-

zone.blogspot.com. Acesso em: 02 abr

2015.

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voltam a se reunir, mas não tem nenhuma ideia nova e criativa para continuarem com o

programa. O episódio termina com eles desistindo do jornal.

South Park: análise por estudantes de ensino regular e técnico

O episódio Question for Ratings foi apresentado e analisado pela autora para duas

escolas, em turmas de 3º ano. O método de aula experimental e interdisciplinar9 foi o mesmo

para todas as turmas. Os alunos preencheram a um questionário (Anexo 1) de forma anônima

para o conteúdo dos dados. Nem todas os dados foram utilizados. Foram escolhidas duas

escolas: a primeira foi o Colégio Estadual João Paulo I, de nível médio regular, localizada no

bairro Boa Vista, na cidade de Curitiba, Paraná. Foram entrevistados 47 alunos, de duas

turmas de 3º ano. A aula e a pesquisa foram realizadas nos dias 14 e 15 de julho de 2015; A

segunda escola foi o Centro Estadual de Educação Profissional Dr. Brasílio Machado, de

nível técnico integrado, localizada no centro da cidade de Antonina, Paraná. Foram

entrevistados 19 alunos, de uma turma de 3º ano do curso técnico em Meio Ambiente. A aula

e a pesquisa foram realizadas no dia 21 de julho de 2015.

Aula e metodologia da pesquisa

Primeiramente os estudantes receberam algumas orientações, depois assistiram ao

episódio escolhido de South Park. Após, eles preencheram o Lado A da pesquisa, contendo

perguntas socioeconômicas e sobre o episódio assistido. Depois desse processo, houve uma

intervenção: foram feitos análise sobre alguns desenhos10

com temáticas diversas, que podem

ser utilizados em sala de aula como conteúdo; Ocorreram explicações sobre South Park e

conceitos de ética. Após esse método, os entrevistados responderem o Lado B da pesquisa,

que continha algumas questões iguais a primeira parte. Para facilitar a leitura das figuras com

gráficos e na analises ao longo do texto, os nomes das escolas foram abreviados11

.

9 Interdisciplinar, pois a aula possui o objetivo também de demonstrar que desenhos animados podem ser

utilizados em qualquer disciplina escolar, dependendo apenas da visão dos professores sobre esse objeto de

estudo. 10 Por conta do caráter interdisciplinar do trabalho, foram 6 desenhos apresentado, na seguinte ordem: Bob

Esponja, calça quadrada; Apenas um Show; As Meninas Super Poderosas; Samurai X; Shrek e Os Simpsons.

Todos os desenhos citados podem ser trabalhados em sala de aula por vários eixos de pesquisa. Esse conceito foi

trabalhado com os alunos para que eles percebessem o quando desenhos animados possuem conteúdo e conceitos

críticos ao cotidiano. 11 Colégio Estadual João Paulo I como JP nos gráficos e CEJPI no texto; Centro Estadual De Educação

Profissional Dr. Brasilio Machado nos gráficos como BM e no texto CEEPBM

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Perfil socioeconômico

O perfil socioeconômico dos discentes de ambas as escolas é muito parecido, não

apresentando variações relevantes para a pesquisa. Todos os estudantes têm entre 16 e 19

anos (figura 5), essa pergunta foi feita para não ultrapassar a classificação indicada para

assistir ao desenho, que é de 16 anos. Em relação a reprovação escolar, a maioria dos

estudantes, em ambas as escolas, responderam nunca terem repetido de ano (figura 6).

Dos entrevistados, a maioria classificou-se de cor branca, apresentando uma

porcentagem média de pardos nas duas escolas. Pretos apareceram apenas no CEJPI, e

indígenas e amarelos apareceram apenas no CEEPBM (figura 7).

Figura 7: Figura como os alunos identificam-se enquanto a cor da pele e/ou etnia

Fonte: a autora

A renda mensal apresentou grande variação, boa parte dos alunos tem renda familiar

entre R$1.000,00 e R$2.000,00 reais nas duas escolas, mas há outras situações significativas

(figura 8).

FIGURA 6 – ALUNOS QUE JÁ

REPETIRAM O ANO ESCOLAR

FIGURA 5 – IDADE DOS ALUNOS

Fonte: a autora Fonte: a autora

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Figura 8 – renda mensal das famílias dos alunos

Fonte: a autora

Desenho animado no cotidiano do aluno

A maioria dos entrevistados responderam que assistem desenhos animados, 82,9% dos

alunos do CEJPI e 89,4% do CEEPBM (figura 9). Os programas são variados, podendo ser

voltado ao público infantil ou adulto12

. Portanto, desenho animado não é uma linguagem

incomum para os estudantes.

Figura 9 – alunos que assistem desenho animado

Fonte: a autora

A pesquisa demonstrou que a maioria dos entrevistados, em ambas as escolas,

entendem que desenhos podem ser utilizados em sala de aula como recurso para o

aprendizado (figura 10), por ser uma linguagem compreendida no cotidiano. Os dados

apontaram que poucos professores utilizaram esse recurso na vida escolar dos estudantes

(figura 11).

12 Os alunos tiveram espaço para explicar quais desenhos eles assistiam e que os faziam pensar sobre o

cotidiano, os desenhos animados apontados foram: Os Simpsons; Death Note; South Park; Kick Butovisk;

Capitão Planeta; Fudêncio e Seus Amigos; O Incrível Mundo De Gumball; American Dad; Family Guy;

Padrinhos Mágicos; Angel Beats; Peppa Pig, Fairy Tail e Bob Esponja, calça quadrada. Vale destacar que a

maioria dos programas apontados pelos estudantes são voltados para o público adulto.

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South Park no cotidiano do aluno

As questões colocadas sobre South Park foram para determinar se os alunos possuíam

conhecimentos prévios sobre o desenho. Uma pequena parcela dos entrevistados não conhecia

o programa (17% do CEJPI e 21% do CEEPBM) (figura 12), porém quando questionados

sobre já terem assistido ao desenho, 31,9% dos educandos do CEJPI e 42,1% do

CEEPBM, responderam nunca terem visto o programa (figura 13).

Figura 10 – alunos que acreditam em

desenhos animados como recurso para

aprendizado

Figura 11 – alunos sobre outros professores terem utilizado desenho

animado em sala de aula

Fonte: a autora Fonte: a autora

Figura 12 – Alunos que conheciam South

Park

Fonte: a autora Fonte: a autora

Figura 13– Alunos que haviam assistido

South Park anteriormente

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O episódio escolhido analisado pelos alunos

Os gráficos das figuras 14,15,16,17 e,18 apresentam dados referentes as questões

feitas antes e depois da mediação.

Quando perguntados se o desenho causou algum incômodo, a minoria respondeu que

sim (10% antes, 8,5% depois do CEJPI e 5,2% antes e depois do CEEPBM) (figura 14),

devido a palavras de baixo calão. Essa pergunta foi selecionada para identificar se o desenho

seria apropriado para apresentar em sala de aula.

Figura 14 – Alunos que sentiram-se incomodados com o desenho apresentado

Questionados se o desenho apresentado possuía algum conteúdo ético (figura 15), os

dados são diferentes entre as escolas. No CEJPI, 80,8% dos estudantes responderam que o

desenho tem conteúdo ético, após a interferência esse número aumentou para 95,7%.

Enquanto no CEEPBM a porcentagem foi mais baixa, no primeiro momento, 78,9% dos

alunos responderam sim, após intervenção o número diminuiu para 73,6%.

Figura 15– Alunos sobre o conteúdo de ética no desenho assistido

Fonte: a autora

Fonte: a autora

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Quando perguntados sobre a relação de South Park e os conceitos críticos (figura 16),

no CEJPI a maioria dos estudantes responderam que sim, ocorrendo um pequeno aumento

após mediação (95,7% antes e 97,8% depois), no CEEPBM 100% dos alunos responderam

sim antes e depois da interferência.

Figura 16 – Alunos sobre o conteúdo critico em desenhos animados

Fonte: a autora

Questionados se algum desenho os havia feito pensar sobre o cotidiano (figura 17), no

CEJPI, antes da intervenção, 53,1% dos entrevistados, ou seja, um pouco mais da metade,

responderam que já haviam pensando sobre o cotidiano após assistirem algum desenho

animado, após a interferência esse número aumentou de modo considerável para 80,8%.

Enquanto no CEEPBM, antes atingiu 52,6% dos estudantes que nunca haviam feito essa

análise, e após mediação esse número diminui para 26,3%.

Figura 17 – Alunos sobre desenhos animados e o cotidiano

Fonte: a autora

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A última questão que os entrevistados responderam perguntava sobre o conteúdo do

desenho assistido, podendo escolher uma ou mais opções de resposta. O questionário

apresentava 15 opções, classificadas de A a O13

, com embasamento no episódio assistido,

além de questões não apresentadas no episódio (figura 18).

A opção mais assinalada em ambas as escolas foi a letra C, antes da interferência.

Porém, após as considerações, houve uma diminuição desse índice, passando de 96,6% para

89,3% no CEJPI e 78,9% para 68,4% no CEEPBM.

As opções que tiveram maior destaque devido ao aumento da sua porcentagem nas

duas escolas foram a letra I e G. Na primeira (letra I), o CEJPI passou de 51% para 76,5%,

enquanto o CEEPBM passou de 31,5% para 42,1%, após a mediação. Na letra G ocorreu um

aumento maior que 100%, em ambas as escolas, passando de 21,2% para 44,6% na CEJPI e

15,7% para 52,6% na CEEPBM, após a mediação. Porém algumas questões mostram padrões

diferentes entre as escolas, como é o caso da letra D o CEJPI passou de 72,3% para 85,1%,

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A) Machismo; B) Xenofobia; C) Luta pela audiência; D) Ética jornalística; E) Exclusão social; F) Política na

televisão; G) Crítica ao cotidiano; H) O uso de drogas legalizadas; I) Ética e moral dos personagens; J)

Desentendimento entre professor e aluno; K) Relações inter-raciais L) O fácil acesso de drogas em farmácias;

M) Inclusão de minorias; N Exclusão de minorias; O) Outros. (o quê).

Figura 18 – Opinião dos alunos sobre o conteúdo apresentado no episódio de south park

Fonte: a autora

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enquanto o CEEPBM passou de 57,8% para 52,6%, após a intervenção. A letra L também

apresentou o mesmo padrão.

Considerações finais

Esse artigo surgiu da necessidade em trazer para o meio acadêmico novos conceitos:

da forma de desenvolver conteúdos, de utilizar novos recursos midiáticos em sala de aula e

criar conhecimento utilizando o cotidiano.

A escola deve ser vista como um meio cientifico ideal para a produção de pesquisa

acadêmica diversificando, pois está junto a adolescentes que estão aprendendo a serem

cidadãos críticos e pensantes. Quando planejado esse trabalho, a principal ideia era aplicar a

aula experimental apenas em alunos de nível médio técnico, para perceber suas visões críticas

sobre ética e cotidiano. Porém o método foi ampliado para uma análise individual e

comparativa entre escolas de ensino médio técnico e de nível médio regular.

Como a observação dos gráficos das figuras, pode-se criar um padrão único de aluno

para ambas as escolas. Esse perfil consiste em um aluno que assiste desenho animado e

acredita que essa mídia deve ser utilizada para o aprendizado, porém não teve este contato em

outras aulas. Os alunos conheciam e haviam assistido South Park anteriormente, não sentindo-

se incomodados com seu conteúdo, além de considera-lo ético e crítico.

Esse perfil apresenta regularidade, variando ao serem questionados sobre o desenho e

cotidiano, além disso, as escolas não são unanimes quando perguntados sobre o conteúdo

apresentado no episódio. É exatamente essa diferença nas respostas que tem grande relevância

a para esta pesquisa. No CEEPBM diminuiu a porcentagem dos alunos que assinalaram ética

como um conceito presente no episódio analisado (figura 15), o que pode sugerir alguns

fatores: a) os entrevistados não sabem ou não compreenderam os conceitos voltados a ética;

b) houve uma falha de comunicação entre a pesquisadora e os estudantes; c) os alunos não

prestaram atenção no desenho reproduzido; d) o não entendimento entre a relação de ética e

criticidade cotidiana; e) o não entendimento de linguagem metafórica. Outro fator

considerável, pode ser visto na figura 18 que pontua o assunto abordado no desenho. Dentro

das várias opções possíveis podem ser agrupar 3 conceitos para análise:

O primeiro conceito, com as opções: C, H, L e J, não eram temas de crítica social ou

de análises sobre ética, e sim assuntos primários, colocados em programas sitcoms para

“camuflar” o conteúdo real transmitido. Essas eram opções de senso comum e não precisam

de muita análise; Já as opções: A, B, E, M e N, possuem crítica social e comportamento ético,

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e servem para esconder o real assunto do episódio, ao apresentarem conceitos mais

racionalizados; Por fim, o terceiro conceito aborda as questões: D, F, G e I aponta o

verdadeiro conteúdo do desenho, pois ao assinalarem essas alternativa, demonstram que os

espectadores, compararam a história do desenho com o seus cotidianos. Essas alternativas,

tiveram um aumento após a intervenção, sugerindo que uma maior parcela criou conceitos

novos produzido em sala de aula.

A opção I- Ética e moral dos personagens, foi o ponto em que os estudantes mais

concordaram sobre ética nas duas escolas. Depois da intervenção, ambas as turmas

compreenderam relevância da questão, pois os personagens do desenho, mesmo sendo

crianças, compreendem o que ético e moral e não fizeram questão de utilizar esses conceitos

para produzir o jornal.

A alternativa G – Critica ao cotidiano, também apresenta dados significativos, pois

jornais, de modo geral, são produtos midiáticos que podem manipular informações de acordo

com a ideologia dos seus produtores. Os meninos em South Park compreenderam esse

conceito assim que começaram a produzir o jornal, fato observado ao longo do episódio, ao

mudarem a abertura 3 vezes, para aumentarem a audiência. Os entrevistados não haviam

percebido essa informação logo após assistirem ao desenho, mas depois da intervenção, com

as informações necessárias os estudantes mudam sua opinião a respeito. O que pode sugerir

um aprendizado de conteúdo, relacionado com seus cotidianos.

Desenhos animados são arte e não devem ser vistos apenas como puro entretenimento,

precisando ser analisado. South Park não foge à regra, pois não está na televisão apenas para

divertir, ele surge, com um dos ideais o chocar, barbarizar e provocar o espectador. O desenho

existe para denunciar os defeitos da sociedade, sendo mais que uma representação, pedindo ao

espectador: pense, questione e não siga os padrões. O tema e a pesquisa necessitam de

continuidade, pois o conteúdo é vasto e trabalhar com desenhos animados em sala de aula é

importante para a formação de alunos.

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<http://i.ytimg.com/vi/hCYIUoTosTo/hqdefault.jpg> acesso em:11 jun 2015

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