SUBJETIVIDADE, ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO … · inconsciente, autoria de pensamento. Para...

SUBJETIVIDADE, ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA:

PRODUÇÕES EM PSICOPEDAGOGIA.

AUTORAS

Beatriz Judith Lima Scoz/UNIFIEO/SP

e-mail: [email protected]

Marisa Irene Siqueira Castanho/UNIFIEO/SP


COAUTORAS

Elisa Maria Pitombo/Inst. Sedes Sapientiae/SP.


Maristela Corralero Rosa Ito/UNIFIEO/SP


Maria Aparecida Marta Santos/UNIBAN/SP


Orlando Coelho Barbosa/UNIFIEO/SP


Cláudia Regina Stravato Facco/UNIFIEO/SP


Agencia financiadora: CNPQ

Introdução

A Educação Básica tem sido foco de estudos e pesquisas, nos últimos anos, na

área da Psicopedagogia. A definição dessa área de conhecimento está nos processos de

ensinar e aprender e seus problemas. Os programas acadêmicos de Psicopedagogia no

Brasil têm com regularidade se debruçado em investigações científicas sobre a

dimensão complexa e integradora desses processos, considerando a condição subjetiva

do sujeito que aprende (Scoz, 2004).

Para compreender esse objeto, ensino e aprendizagem e seus problemas, os

programas de Psicopedagogia recorrem a várias áreas do conhecimento, a fim de

integrar os múltiplos aspectos que intervêm no processo de aprendizagem. Para tanto se

concretiza na Psicopedagogia a visão de complexidade defendida por Edgar Morin

(apud Scoz, 2004), ou seja, trata-se de considerar as articulações do que é tecido em

conjunto.

Por outro lado, as concepções de subjetividade para tentar compreender o sujeito

em seus processos de aprender e de ensinar, na maioria das vezes, parece não se

apresentar de forma suficientemente clara nos estudos da área da Psicopedagogia. Em

consonância com as ideias acima citadas, a concepção de subjetividade nos processos de

aprender e ensinar adotados por psicopedagogos deveria ser compreendida em uma

perspectiva abrangente que considere os vários aspectos intervenientes. Desta

forma, trata-se de compreender a subjetividade em constituição permanente, que se

expressa a partir das interseções entre o indivíduo e o social, a emoção e a cognição na

aprendizagem.

A questão da subjetividade vem sendo estudada com muita ênfase nas últimas

décadas, quando se percebeu as diversas situações humanas vividas pela sociedade

contemporânea. Estudos e pesquisas recentes (Scoz, 2004; Gomes, 2005; Cardinalli,

2006; Tacca, 2006) embasadas em diferentes teorias, discutem a importância da

subjetividade implicadas na relação do ensinar e do aprender. Nessa ótica, o sujeito que

aprende e ensina é considerado em sua dimensão ativa, porém que cria e que dá

significado, enfim que produz sentido subjetivo no momento de aprender e de ensinar.

Pesquisas e estudos que enfocam a subjetividade no ensinar e aprender são

bastante recentes e incorporam diversas teorias, dentre elas, a teoria da subjetividade de

González Rey (1995, 1996, 1997, 2000, 2003). As categorias teóricas desenvolvidas

por esse autor são a de um sujeito concreto, consciente e que assume configurações

subjetivas em decorrência das relações sociais estabelecidas nos diversos espaços da sua

vida.

No processo de ensino e aprendizagem, a subjetividade está presente, pois se

configura nesses processos, um momento constitutivo essencial, definido pelo sentido

que têm para o sujeito, dentro da condição singular em que se encontra, ou seja,

os processos de ensino e aprendizagem inserem-se em suas trajetórias de vida.

Uma pesquisa mais ampla foi desenvolvida por grupos de pesquisadores, de

professores convidados e de estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade

de Brasília (UnB), do Centro Universitário Fieo (UNIFIEO) e contou com a

colaboração de uma pesquisadora do Instituto Sedes Sapientiae. O interesse era analisar

as produções acadêmicas nas áreas da Psicologia, Educação e Psicopedagogia, estudos e

pesquisas enfocando o tema Subjetividade/Ensino e Aprendizagem e compreender quais

as contribuições que trazem para a Educação Básica. As seguintes questões nortearam o

estudo: Como essas pesquisas estão sendo desenvolvidas? Que questões enfocam?

Quais as suas bases teóricas? Que contribuições trazem? Como elas podem ser

exploradas na perspectiva de compreender seu impacto na compreensão dos processos

de ensinar e aprender?

As produções acadêmicas selecionadas para a pesquisa privilegiaram a

Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na Escola Básica, considerando-se os altos

índices de fracasso escolar que leva a marca da repetência, da evasão e da exclusão de

muitos alunos (Campos, 2005). A gravidade desse quadro incitou à busca de caminhos

que pudessem contribuir para a compreensão de um quadro educacional complexo. Da

mesma forma, que promovesse a superação dos inúmeros entraves que se colocam

frente à continuidade dos processos de ensino e aprendizagem na Educação Básica.

Devido à diversidade das fontes e à natureza do material, a pesquisa foi realizada

em trabalhos acadêmicos que contemplassem o tema da Subjetividade nos processos de

Ensino e Aprendizagem na Educação Básica no período de 2003 a 2007, monografias,

periódicos, anais de congressos e produções acadêmicas de programas de pós-graduação

nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Este recorte contempla a região Sudeste do Brasil; elegeram-se as monografias

produzidas em um curso de Especialização lato sensu em Psicopedagogia, dois

periódicos e os anais de dois congressos da área, no período delimitado.

O objetivo é analisar e interpretar a produção empírica e teórica da

Psicopedagogia que enfoca o processo ensino e aprendizagem na perspectiva da

subjetividade. A busca das produções se deu pela identificação, nos títulos, resumos e

palavras-chave dos trabalhos, ou nos textos na íntegra, dos seguintes descritores:

subjetividade, sentido subjetivo, sentido, significado, sujeito que aprende, ensino e

aprendizagem. Os resultados foram organizados em tabelas e quadros. A seguir são

apresentados resultados dos dados coletados e analisados a partir do recorte feito.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O QUE DIZEM AS MONOGRAFIAS

O Quadro 1 apresenta a distribuição geral das monografias produzidas no

programa e no período pesquisados. Apreende-se que houve um decréscimo no total da

produção discente em 2007 (42 trabalhos), ao se considerar o número de

monografias produzidas em 2003 (57 trabalhos). Entretanto, ao atentar para as

produções dos anos de 2005 e 2006 (14 e 28 trabalhos respectivamente), nota-se que em

2007 houve um aumento da produção.

Quadro 1 - Distribuição geral das monografias Curso de Pós-Graduação lato-sensu

Região Sudeste 2003-2007

ANOS

MONOGRAFIAS

2003 57

2004 50

2005 14

2006 28

2007 42

TOTAL 191

O Quadro 2 apresenta a distribuição das monografias no tema

Subjetividade/Ensino e Aprendizagem na Educação Básica.

Quadro 2 – Distribuição das monografias no tema Subjetividade / Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, em relação ao total das produções acadêmicas

Pós-Graduação lato-sensu - Psicopedagogia Região Sudeste 2003 – 2007

ANOS

TOTAL DE MONOGRAFIAS

MONOGRAFIAS SOBRE SUBJETIVIDADE/ ENSINO-

APRENDIZAGEM

N° N° %

2003 57 30 52,6

2004 50 32 64,0

2005 14 08 57,1

2006 28 09 32,1

2007 42 27 64,3

TOTAL 191 106 55,5

Foram produzidas 106 monografias no tema Subjetividade, Ensino e

Aprendizagem, representando 55,5% do total das produções (191 trabalhos). Em 2003,

há 30 monografias (55,5%); em 2004, são 32 monografias (64 %); em 2005 em

08 monografias (57,1%); em 2006, 9 monografias (32,1%) e finalmente em 2007

encontram-se 27 monografias (64,3%).

A palavra subjetividade aparece de forma explícita em oito trabalhos. Nos

demais, essa palavra aparece de forma implícita através de outras palavras consideradas

correlatas: significado, ressignificação, simbólico, singularidade, afetividade,

sentimentos, emoções, personalidade, motivação, conflitos internos, desejo,

inconsciente, autoria de pensamento.

Para ampliar a compreensão do tema da pesquisa foram analisados os

subtemas e referenciais teóricos priorizados nas monografias do programa pesquisado.

Subtemas

O Quadro 3 apresenta a distribuição da produção discente sobre o tema,

Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, segundo subtemas

abordados no curso de pós-graduação lato-sensu em Psicopedagogia – Região Sudeste.

São eles: Educação Escolar; Família e Aprendizagem; Lúdico, Arte e Contos de Fadas;

Autoria de Pensamento e Aprendizagem; Alunos Portadores de Deficiências e

Aprendizagem; Outros (aqueles que não se enquadram em nenhum dos anteriores).

Quadro 3 – Distribuição das monografias no tema Subjetividade / Ensino e

Aprendizagem na Educação Básica, segundo subtemas abordados Pós-Graduação lato-sensu - Psicodedagogia

Região Sudeste 2003 – 2007

ANOS

SUBTEMAS 2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL

N° 10 11 2 1 8 32 EDUCAÇÃO ESCOLAR

% 33,3 34,4 25,0 11,1 29,6 30,2 N° 3 11 - 4 6 24

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM

ESCOLAR % 10,0 34,4 - 44,4 22,2 22,6

N° 7 3 2 1 6 19 LÚDICO, ARTE E

CONTOS DE FADAS NA APRENDIZAGEM % 23,3 9,4 25,0 11,1 22,2 17,7

N° 3 3 - - - 6 AUTORIA DE

PENSAMENTO E APRENDIZAGEM

% 10,0 9,4 - - - 5,7

N° 1 - - - 3 4 ALUNOS PORTAD. DE

DEFIC. E APRENDIZAGEM

% 3,3 - - - 11,1 3,8

N° 6 4 4 3 4 21 OUTROS

% 20,0 12,5 50,0 33,3 14,8 19,8

TOTAL

N°

30

32

8

9

27

106

Os dados dessa tabela mostram que os 106 trabalhos sobre o tema

Subjetividade/Ensino e Aprendizagem na Educação Básica distribuem-se da seguinte

maneira: 32 (30,2%) Educação Escolar; 24 (22,6%) Família e Aprendizagem Escolar;

19 (17,9%) Lúdico, Arte e Contos de Fadas na Aprendizagem; 6 ( 5,7% ) Autoria de

Pensamento e Aprendizagem; 4 ( 3,8%) Alunos Portadores de Deficiências e

Aprendizagem; 21 ( 19,8%), Outros.

O exame dos trabalhos por subtemas, quando considerados em conjunto,

revelam que Educação Escolar: 32 trabalhos (30,2%) aparece com maior incidência e

que Alunos Portadores de Deficiências: 4 trabalhos ( 3,8%) apresenta a menor

incidência.Entretanto, em relação aos outros subtemas abordados, nota-se que há pouca

diferença: Família e Aprendizagem Escolar, Lúdico, Arte e Contos de Fadas na

Aprendizagem e Outros: 24 ( 22,65), 19 ( 17,9%) e 21 ( 19,8%) trabalhos

respectivamente. O tema Autoria de Pensamento apresenta pouca incidência: 4 ( 5,7%)

Referenciais Teóricos

O Quadro 4 apresenta a distribuição da produção discente sobre o tema

Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, segundo referenciais

teóricos priorizados: Psicanálise; Psicanálise e Psicogenética; Psicanálise Social;

Psicanálise, Psicogenética e Social e Outros (pensamento complexo de Edgar Morin,

teoria multidimensional de Wallon, teoria da Educação de Paulo Freire, inteligências

múltiplas de Howard Gardner, Psicologia Analítica Junguiana). Essas teorias não foram

consideradas porque aparecem poucas vezes.

Quadro 4 – Distribuição das monografias sobre o tema Subjetividade / Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, segundo referenciais teóricos priorizados

Pós-Graduação lato-sensu em Psicodedagogia


ANOS REFERENCIAIS

TEÓRICOS 2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL

N° 9 10 3 4 6 32 PSICANÁLISE

% 30,0 31,3 37,5 44,4 22,2 30,2 N° 8 12 1 2 5 28

PSICANÁLISE/ PSICOGENÉTICA % 26,7 37,5 12,5 22,2 18,5 26,4

N° 5 3 - 1 2 11 PSICANÁLISE/ SOCIAL

% 16,7 9,4 - 11,1 7,4 10,4 N° 8 3 2 1 3 17

PSICANÁLISE/ PSICOGENÉTICA/

SOCIAL % 26,7 9,4 25,0 11,1 11,1 16,0

N° - 4 2 1 11 18 OUTROS

% - 12,5 25,0 11,1 40,7 17,0

TOTAL

N°

30

32

8

9

27

106

Os dados do Quadro 4 mostram que, os 106 trabalhos no tema

Subjetividade/Ensino e Aprendizagem na Educação distribuem-se da seguinte maneira:

32 (30,2%) Psicanálise, configurando a abordagem mais expressiva, junto com 28

(26,4%) Psicanálise e Psicogenética; 11 (10,4%) Psicanálise e Social; 17 (16,0%)

Psicanálise, Psicogenética e Psicologia Social e 18 ( 17%), Outros.

A analise do conjunto dos subtemas abordados e dos referenciais teóricos

priorizados nas monografias revela que o subtema Educação Escolar: 32 (30,2%) e o

referencial teórico Psicanálise: 32 (32,2%) são os mais enfatizados e apresentam os

mesmos números de trabalhos.

Comparando-se os subtemas Educação Escolar 32 (30,2%) e o subtema Alunos

Portadores de Deficiência e Aprendizagem 4 (3,8%) verifica-se que o primeiro

apresenta maior número de trabalhos. Tal fato pode ser indicador de que os

psicopedagogos interessam-se mais pelo processo de aprendizagem escolar do que por

possíveis deficiências dos alunos na aprendizagem.

O referencial teórico da Psicanálise aparece muitas vezes combinado com a

Psicogenética: 28 trabalhos (26,4%). A combinação desses referenciais teóricos

expressa que há uma forte relação entre a dimensão cognitiva e a dimensão afetiva nas

produções acadêmicas na área da Psicopedagogia.

Em contrapartida, apreende-se da leitura das monografias, pouca ênfase dada às

questões sociais. O referencial teórico Psicanálise/ Social foi o que apresentou menor

incidência de trabalhos: 11 (10.4%). Entretanto, quando as questões sociais se

relacionam à Psicogenética, há um certo crescimento, com 17 trabalhos (16%).

O QUE DIZEM OS PERIÓDICOS

Foram selecionados para análise dois periódicos da área da Psicopedagogia,

ambos indexados tanto na Educação como na Psicologia: Revista Construção

Psicopedagógica e Revista Psicopedagogia.

O Quadro 5 apresenta a distribuição geral da produção pesquisada nos dois

periódicos – Revista Construção Psicopedagógica e Revista Psicopedagogia – Região

Sudeste.

Quadro 5 – Distribuição geral das produções pesquisadas nos periódicos Revista Construção Psicopedagógica e Revista Psicopedagogia

Região Sudeste 2003-2007

REVISTA CONSTRUÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

REVISTA PSICOPEDAGOGIA

ANOS N° DE REVISTAS

TOTAL DE ARTIGOS

N° DE REVISTAS

TOTAL DE ARTIGOS

TOTAL DE

REVISTAS NOS DOIS

PERIÓDICOS

TOTAL DE

ARTIGOS NOS DOIS

PERIÓDICOS

2003 1 06 3 32 4 38 2004 1 10 3 23 4 33 2005 1 09 3 23 4 32 2006 1 06 3 27 4 33 2007 1 07 3 24 4 31

TOTAL 5 38 15 129 20 167

Foram examinados 38 artigos nos cinco números da Revista Construção

Psicopedagógica e 129 artigos nos 15 números da Revista Psicopedagogia, do período

pesquisado, totalizando 20 números de revistas e 167 artigos. Deve-se ressaltar que esse

número de artigos é inferior ao total das produções dos periódicos, uma vez que não

foram considerados os depoimentos, as entrevistas e as resenhas, mas somente os

artigos propriamente ditos.

O Quadro 6 apresenta a distribuição dos artigos sobre o tema Subjetividade/

Ensino e Aprendizagem em relação à Educação Básica, nos artigos examinados.

Quadro 6 – Distribuição dos artigos no tema Subjetividade / Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, nos periódicos pesquisados


REVISTA CONSTRUÇÃO

PSICOPEDAGÓGICA

REVISTA PSICOPEDAGOGIA

TOTAL NOS DOIS

PERIÓDICOS

Artigos sobre

Subjetividade/

Ensino-Aprendizagem

Relação com Ed. Básica

Artigos sobre

Subjetividade/

Ensino-Aprendizagem


Total

de Artigos

Relação

com Ed.

Básica

ANOS Total

de Artigos

N° % N° %

Total

de Artigos

N° % N° % N° N°

%

2003 06 03 50,0 03 50,0 32 15 46,9 10 31,3 38 13 34,2 2004 10 04 40,0 02 20,0 23 06 26,1 06 26,1 33 08 24,2 2005 09 03 33,3 01 11,1 23 08 34,8 05 21,7 32 06 18,8 2006 06 02 33,3 01 16,7 27 06 22,2 06 22,2 33 07 21,2 2007 07 06 85,7 04 57,1 24 11 45,8 09 37,5 31 13 41,9

TOTAL

38 18 47,4 11 28,9 129 46 35,7 36 27,9 167 47 28,1

Em relação à Revista Construção Psicopedagógica, a média dos artigos que

associam a temática da subjetividade aos processos de ensino e aprendizagem

aproxima-se da metade, 18 (47,4%) dos artigos examinados, chamando a atenção o

valor percentual bastante significativo (85,7%) no ano de 2007 e de 50% em 2003. No

entanto, ao examinarmos os artigos que tratam da temática da Subjetividade/Ensino-

aprendizagem na Educação Básica, a média de artigos cai para 28,9%, embora tenha

atingido o percentual de 50% em 2003 e de 57,1% em 2007.

Quanto à Revista Psicopedagogia, a média dos artigos sobre o tema

Subjetividade/Ensino e Aprendizagem é de 35,7%, mantendo-se em patamares

superiores nos anos de 2003 e 2007, com percentuais de 46,9% e 45,8%,

respectivamente. A relação dessa temática com a Educação Básica é evidenciada em

27,9% do total de artigos examinados, com percentual superior a esse nos anos de 2003

(31,3%) e de 2007 (37,5%).

Na última fase da análise, procedeu-se a uma leitura dos artigos na íntegra, em

busca da identificação de subtemas e dos referenciais teóricos de base. Os subtemas são

apresentados nos Quadros 7 e 8, respectivamente, para os periódicos Revista

Construção Psicopedagógica e Revista Psicopedagogia. Os referenciais teóricos e

autores de base são apresentados nos Quadros 9 e 10.

Quadro 7 – Distribuição dos artigos no tema Subjetividade/Ensino-Aprendizagem na Educação Básica, segundo subtemas abordados - Revista Construção

Psicopedagógica Região Sudeste – 2003 – 2007

ANOS

SUBTEMAS 2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL

FORMAÇÃO DO

PROFESSOR

1

-

1

-

-

2

INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA

SALA DE AULA

1

1

-

-

1

3

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO NA

ESCOLA

1

-

-

-

2

3

FAMÍLIA E

APRENDIZAGEM

1

-

-

-

-

1

INCLUSÃO ESCOLAR

-

-

1

-

-

1

APRENDIZAGEM ESCOLAR/

CONTEMPORANEIDADE

1

1

-

1

-

3

OUTROS

-

-

-

-

2

2

Obs. Cada artigo abordava mais de um subtema, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de artigos examinados.

Nos artigos da Revista Construção Psicopedagógica destacam-se os seguintes

subtemas: Interação professor-aluno na sala de aula (3 textos); Intervenção

psicopedagogia na escola (3), subtema relacionado ao trabalho junto à família ou junto

ao professor; Aprendizagem escolar e visão da contemporaneidade (3), textos teóricos

com foco nas mudanças paradigmáticas; Formação do professor (2); Inclusão escolar

(1); Outros refere-se a um trabalho sobre educação indígena e outro sobre a formação

do leitor na educação infantil.

Quadro 8 – Distribuição dos artigos no tema Subjetividade/Ensino-Aprendizagem na Educação Básica, segundo subtemas abordados Revista Psicopedagogia

Região Sudeste – 2003 – 2007

ANOS SUBTEMAS

2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL

FORMAÇÃO DO

PROFESSOR

3

2

1

-

3

9

INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA

SALA DE AULA

2

3

2

2

1

10

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO NA

ESCOLA

4

2

-

1

-

7

FAMÍLIA E

APRENDIZAGEM

4

1

1

1

3

10

INCLUSÃO ESCOLAR

2

2

-

-

1

5

APRENDIZAGEM ESCOLAR/ CONTEXTOS/

ESTRATÉGIAS

5

3

3

5

2

18

OUTROS

2

1

3

2

2

10

Obs. Cada artigo abordava mais de um subtema, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de artigos examinados.

Na Revista Psicopedagogia o destaque é para o subtema Aprendizagem escolar,

contextos e estratégias (18 artigos), com foco em questões teóricas e/ou metodológicas

da aprendizagem escolar geral ou específica da leitura, da escrita, da matemática,

integrando aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores, sociais, culturais. O subtema

Interação professor-aluno na sala de aula presente (10 textos) reforça a figura do

professor como importante mediador nos processos de ensino e aprendizagem na escola.

A referência da importância da família nesse processo é destacada em 10 textos que se

organizaram na subtemática da Família e aprendizagem. O subtema da Formação do

professor se apresenta (9 textos); a Intervenção psicopedagógica na escola (7 textos) e

a Inclusão escolar de sujeitos com necessidades especiais é abordada em 5 textos.

Em Outros aparecem algumas subtemáticas específicas e interessantes como: a

importância jogo e a brincadeira na aprendizagem escolar; as contribuições teóricas para

a reflexão e a ação frente à indisciplina escolar; a formação do psicopedagogo por meio

das contribuições teóricas sobre aprendizagem e desenvolvimento humano; e a

integração entre os processos terapêuticos e de aprendizagem numa aproximação entre

clínica psicopedagógica e instituição escolar.

Quadro 9 – Distribuição dos artigos sobre o tema Subjetividade/Ensino-

Aprendizagem na Educação Básica, segundo Referenciais Teóricos priorizados Revista Construção Psicopedagógica

Região Sudeste – 2003 – 2007

ANOS REFERENCIAIS TEÓRICOS

2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL

HISTÓRICO CULTURAL/

SÓCIO - HISTÓRICO

1

-

-

-

-

1

PSICANÁLISE

1

-

1

1

1

4

PSICANÁLISE E

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA

1

1

1

1

-

4

VISÃO SISTÊMICA/ COMPLEXIDADE

1

2

-

-

-

3

PSICOLOGIA ANALÍTICA

-

-

-

-

2

2

OUTROS

2

3

1

1

2

9

Obs. Cada artigo podia abordar mais de um referencial teórico, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de artigos examinados.

Quanto aos referenciais teóricos, a ênfase recai na Psicanálise (4 textos), com

Freud, Winnicott, Lacan , Safra e Leny Mrech; a articulação entre Psicanálise e

Abordagem psicogenética de Piaget (4) com S. Paín e A. Fernández, na articulação do

organismo, do corpo, da inteligência e do desejo; a visão sistêmica e da complexidade

(3), com base em Edgar Morin, Kincheloe, Maturana aparece articulada ou não com

outros autores do Construcionismo Social (Schnitman, Berger e Luckmann) ou da

Ecologia do Desenvolvimento Humano (Bronfenbrenner). A Psicologia Analítica com

Jung e Byington (2); Vygotsky e seus seguidores como Luria, Leontiev, Wertsh, Veer e

Valsiner estão presentes em um texto. Outros referenciais/autores esparsos ou em

combinação: Psicogenética Multidimensional de Wallon; Literatura; estudos sobre

adolescência; formação de professores; educação indígena com o etno-

desenvolvimento; políticas públicas e outros.

Apreende-se desse levantamento, que a leitura da subjetividade é marcada pelos

referenciais psicanalíticos, em especial na articulação com a Epistemologia Genética,

uma visão psicopedagógica dos processos de aprendizagem e das dificuldades de

aprendizagem que se introduziu no Brasil a partir da década de 1980 por autores

argentinos. O pensamento de E. Morin, para quem a realidade é multidimensional e

complexa faz uma parceria com a visão sistêmica no entendimento das interligações

entre os aspectos individuais e sociais, cognitivos e afetivos, institucionais e culturais

nas quais circulam os agentes do processo ensino-aprendizagem. Essa nos pareceu a

combinação teórica priorizada pelos autores nos textos examinados na Revista

Construção Psicopedagógica no período analisado.

Quadro 10 – Distribuição dos artigos sobre o tema Subjetividade/Ensino-

Aprendizagem na Educação Básica, segundo Referenciais Teóricos priorizados Revista Psicopedagogia

Região Sudeste - 2003 – 2007

ANOS REFERENCIAIS TEÓRICOS

2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL


SÓCIO - HISTÓRICO

2

2

-

1

4

9

PSICANÁLISE

3

1

-

2

2

8

PSICANÁLISE E

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA

1

1

2

1

5

10


3

1

-

1

6

11


1

1

-

1

2

5

OUTROS

3

5

4

5

7

24

Obs. Cada artigo podia abordar mais de um referencial teórico, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de artigos examinados.

Na Revista Psicopedagogia, os textos se destacam pela interdisciplinaridade na

busca de sustentação teórica para a articulação Subjetividade/Ensino-Aprendizagem na

Educação Básica. O destaque é a leitura de novos paradigmas pela visão sistêmica e da

complexidade (11 artigos) com Morin, Capra, Maturana, articulados ou não com

referenciais da Cultura e Subjetividade (Foulkes, Zuma, Weil, Schnitmann); do

Construcionismo Social (H. Anderson, H.Goolishian, G. O. Brun); da Ecologia do

desenvolvimento (Bronfenbrenner).

Da mesma forma que no periódico anterior, a visão preconizada pelas autoras

argentinas Sara Paín e Alicia Fernández (10 textos) e a Psicanálise (8 textos), tendo

como autores de base, Freud, Winnicott, Ferenczi, Mahler, Lacan, Laplanche, Spitz,

Kupfer, Rojas. Em Outros ressalta-se a Abordagem psicogenética (Piaget, Inhelder,

Macedo).

A abordagem sócio-histórica ou histórico-cultural de Vygotsky (9 textos)

aparece integrada à abordagem histórico-cultural de Gonzalez Rey em dois desses

textos. A Psicologia Analítica (5 textos) com referência a Jung e Byington aparece

conjugada, principalmente, com a abordagem sistêmica e da complexidade.

Por último, chama atenção a diversidade de referenciais/autores destacados em

Outros: abordagem cognitiva (Bruner, Bronckart, Gagné); sócio-construtivismo

(Monereo, Pozo, Palácios, Marchesi); construção da leitura e da escrita (Kato, Cagliari,

Jolibert, Inostroza); metacognição (Nunes, Portilho, Buarque, Bryant); fundamentação

histórica e teórica da Psicopedagogia (Linhares, Scoz, Bossa, Rubinstein, Kiguel,

Noffs); importância do jogo e da brincadeira nos processos de aprendizagem

(Kishimoto, Wasjkop, Brougère, Edda Bomtempo). Outros textos integram a leitura dos

aspectos orgânicos, com o DSM IV, Fonseca, Romero e outros.

A amplitude de referenciais teóricos e autores citados nas produções da Revista

Psicopedagogia parece mais vasta, quando comparada às produções da Revista

Construção Psicopedagógica. Evidencia-se uma preocupação quanto às múltiplas

dimensões do processo de aprendizagem, tendo o entorno de uma realidade complexa

como pano de fundo para a reflexão sobre o sujeito que aprende e o desenvolvimento de

novas estratégias de ensino e aprendizagem.

O QUE DIZEM OS ANAIS DE CONGRESSOS

Foram selecionados para análise os anais de dois congressos: VI Congresso

Brasileiro de Psicopedagogia, II Congresso Latinoamericano de Psicopedagogia e X

Encontro Brasileiro de Psicopedagogia, ocorrido em São Paulo no ano de 2003 e o VII

Congresso Brasileiro de Psicopedagogia, III Congresso Latinoamericano de

Psicopedagogia e XI Encontro Brasileiro de Psicopedagogia, ocorrido em São Paulo no

ano de 2006.

Para o VI Congresso, foram organizados dois volumes distintos de anais, com os

seguintes títulos: “Psicopedagogia: um portal para a inserção social” e

“Psicopedagogia: contribuições para a educação pós-moderna”, publicados pela

Editora Vozes, em parceria com a ABPp, em 2003 e em 2004; respectivamente.

Para o VII Congresso, foi publicado um volume dos anais sob o título

“Aprendizagem: tramas do conhecimento, do saber e da subjetividade”, pela Editora

Vozes em parceria com a ABPp, em 2006.

O Quadro 11 apresenta a distribuição geral da produção pesquisada nos três

volumes referentes aos dois congressos, totalizando 67 trabalhos examinados.

Quadro 11 - Distribuição geral da produção pesquisada nos Anais de Congressos na área da Psicopedagogia Região Sudeste - 2003-2007

ANOS

VI CONGRESSO BRASILEIRO DE

PSICOPEDAGOGIA, II CONGRESSO LATINOAMERICANO DE

PSICOPEDAGOGIA E X ENCONTRO BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA

VII CONGRESSO BRASILEIRO DE

PSICOPEDAGOGIA, III CONGRESSO LATINOAMERICANO DE

PSICOPEDAGOGIA E XI ENCONTRO BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA

TOTAL

DE

TRABALHOS

2003 29 - 29

2004 21 - 21

2006 - 17 17

Total 50 17 67

A seleção das produções sobre Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na

Educação Básica, deu-se pela busca dos descritores presentes nos títulos e nos textos na

íntegra dos trabalhos publicados, uma vez que os autores não apresentaram resumos e

palavras-chave. Uma vez identificados os descritores ensino, aprendizagem,

subjetividade, sentido, significado, sentido subjetivo, ou correlatos, como dificuldades

de aprendizagem, sujeito aprendente, sentimentos, emoções, experiências significativas

etc.Numa segunda leitura buscavam-se as informações a respeito da relação desses

descritores com a Educação Básica.

O Quadro 12 apresenta a distribuição dos trabalhos sobre o tema Subjetividade,

Ensino e Aprendizagem em relação à Educação Básica, nas produções dos anais dos

dois congressos.

Quadro 12 - Distribuição das produções nos Anais dos Congressos em Psicopedagogia sobre o tema Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na Educação

Básica Região Sudeste 2003 – 2007

VI CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, II CONGRESSO

LATINOAMERICANO DE PSICOPEDAGOGIA E X ENCONTRO BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA

VII CONGRESSO BRASILEIRO DE

PSICOPEDAGOGIA, III CONGRESSO LATINOAMERICANO DE

PSICOPEDAGOGIA E XI ENCONTRO BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA

TOTAL DE

TRABALHOS NOS DOIS

CONGRESSOS

Trabalhos sobre

Subjetividade/

Ensino-Aprendizagem


Trabalhos sobre

Subjetividade/

Ensino-Aprendizagem


Total

Relação

com Ed.

Básica

ANOS

Total

N° % N° %

Total

N° % N° % N° N°

%

2003 29 24 82,7 19 65,5 - - - - - 29 19 65,5 2004 21 17 80,9 14 66,6 - - - - - 21 14 66,7 2006 - - - - - 17 08 47,0 05 29,4 17 05 29,4

TOTAL 50 41 82,0 33 66,0 17 08 47,0 05 29,4 67 38 56,7

Em primeiro lugar, chama a atenção a quantidade de trabalhos publicados no VI

Congresso, o que demandou dos organizadores a elaboração de mais um volume

relativo ao mesmo congresso, totalizando 50 trabalhos publicados nos dois volumes.

Dentre esses trabalhos, constatam-se percentuais elevados de trabalhos sobre a temática

Subjetividade/Ensino e Aprendizagem nos dois volumes dos anais, tendo como média

82% dos trabalhos. Na articulação com a Educação Básica, o percentual é de 66%,

ainda bastante expressivo. Quanto ao VII Congresso o número de trabalhos publicados é

reduzido em comparação com o congresso anterior, caindo também o percentual para

47,0% de trabalhos sobre a temática Subjetividade/Ensino-Aprendizagem, e para

29,4%.dos que fazem a articulação com a Educação Básica,.

A leitura dos artigos na íntegra possibilitou identificar os subtemas abordados

(Quadro 13) e os referenciais teóricos de base (Quadro 14).

Quadro 13 – Distribuição dos trabalhos no tema

Subjetividade/Ensino/Aprendizagem na Educação Básica, segundo subtemas Anais do VI Congresso de Psicopedagogia e do VII Congresso de Psicopedagogia

Região Sudeste - 2003 – 2007 ANOS

SUBTEMAS 2003 2004 2006

TOTAL

FORMAÇÃO DO PROFESSOR

3

6

1

10

RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO

EU - OUTRO

4

2

-

6

PSICOPEDAGOGIA CLINICA E ESCOLA

4

2

2

8

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM

3

1

-

4

INCLUSÃO ESCOLAR

3

2

-

5

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA APREND./

DIFIC. APREND.

4

8

3

15

OUTROS

2

1

-

3

TOTAL 23 22 6 51 Obs. Cada artigo abordava mais de um sub-tema, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de textos examinados, bem como o total ultrapassa os 38 trabalhos analisados.

Dos 38 trabalhos sobre a temática Subjetividade/Ensino e Aprendizagem

publicados nos três volumes dos anais dos dois congressos de Psicopedagogia, destaca-

se a subtemática: Fundamentação teórica da aprendizagem e das dificuldades de

aprendizagem (15 artigos); Formação dos professores (10); Psicopedagogia clínica e

escola (8), com apresentação de casos ou a reflexão teórica a partir da clínica

psicopedagógica; Relação professor-aluno/ Eu-Outro (6), com foco na qualidade da

relação do professor com a criança ou da criança com os outros significativos no espaço

da aprendizagem; Inclusão escolar (5); Família e aprendizagem (4); Outros, (3), sendo

dois sobre a importância do jogo na aprendizagem e um trabalho sobre arte e educação.

Quadro 14 – Distribuição dos trabalhos no tema Subjetividade/Ensino/Aprendizagem na Educação Básica, segundo Referenciais

Teóricos priorizados Anais do VI Congresso de Psicopedagogia e VII Congresso de Psicopedagogia

Região Sudeste - 2003 – 2007

ANOS

REFERENCIAIS

TEÓRICOS 2003 2004 2006

TOTAL


SÓCIO-HISTORICO

1

2

4

7

PSICANÁLISE

8

4

-

12

PSICANÁLISE E EPISTEMOLOGIA

GENÉTICA

5

4

-

9


3

5

1

9


4

2

-

6

OUTROS

22

12

4

38

Obs. Alguns trabalhos abordavam mais de um referencial teórico, por esta razão não se apresenta nesta tabela o cálculo percentual em relação ao total de textos examinados.

Quanto aos referenciais teóricos, a ênfase recai na Psicanálise (12 trabalhos),

tendo por base Freud, Winnicott, Lacan, e outros; ou Psicanálise articulada com

Psicogenética de Piaget (9), na articulação entre desejo e inteligência; visão sistêmica e

da complexidade (9), com base em Edgar Morin, Maturana, Capra e outros; abordagem

sócio-histórica de Vygotsky (3) e histórico-cultural de González Rey (4); Psicologia

Analítica de Jung, Byington, Scoz, Furlanetto, Prandini, em 6 textos.

Outros referenciais/autores se integram nas produções examinadas, podendo-se

destacar: Abordagens psicogenéticas e cognitivistas (Piaget, Inhelder, Grecco, Flavell);

Abordagem multidimensional do desenvolvimento (Wallon, Mahoney, L. Almeida);

Educação inclusiva (Montoan, Sassaki, J. Silva), Formação de professores (Perrenoud,

Nóvoa, Zabala, Saviani, T. Rios, V. Placco); Psicanálise social (Enriquez, Pichón-

Rivière), Filosofia (Rousseau, Adorno, W. Benjamin, Foucault), Leitura e escrita (E.

Ferreiro, Teberoski, J. Zorzi, A. Capovilla) e outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados pesquisados de produções na área de Psicopedagogia sobre o

tema Subjetividade, Ensino e Aprendizagem na Educação Básica, é possível afirmar que

o tema aparece de forma recorrente, quer nas monografias, nos artigos de periódicos ou

nos trabalhos publicados em Anais. No entanto, a partir da análise, parece confirmar-se

a suposição de que as concepções de subjetividade para compreender o sujeito em

seus processos de aprender e de ensinar, ou não se apresenta de forma

suficientemente clara nos estudos da área da Psicopedagogia., ou se apresenta com uma

multiplicidade de descritores e referenciais teóricos nem sempre articulados para sua

sustentação.

Convém notar que a palavra subjetividade aparece de forma implícita nas

palavras: significado, ressignificação, simbólico, singularidade, afetividade,

sentimentos, emoções, personalidade, motivação, conflitos internos, desejo,

inconsciente, autoria de pensamento, etc. Desta feita, é contemplada na

concepção de subjetividade nos processos de aprender e ensinar adotados por

psicopedagogos ao ser entendida em perspectiva abrangente que considere os

vários aspectos, ou seja, de compreender a subjetividade em constituição

permanente, expressa a partir das interseções entre o indivíduo e o social, a emoção e

a aprendizagem.

A análise das monografias do curso de Psicopedagogia por subtema revela a

ênfase em Educação Escolar e no aluno. Esses dados conduzem a reflexão para a

importância das questões sobre a Educação Básica nos programas de

Psicopedagogia, mais do que deficiências dos alunos no processo de

aprendizagem.

A combinação dos referenciais teóricos, Psicanálise e Psicogenética, manifestam

uma intensa relação entre a dimensão cognitiva e afetiva nas produções acadêmicas na

área da Psicopedagogia, que sustentam a dimensão integradora de área de

conhecimento.

No conjunto da análise dos dois periódicos fica ainda mais evidente o esforço

pela busca de integração dos processos subjetivos e objetivos, individuais e sociais na

consideração do ensinar e do aprender. Há uma tentativa de apoio em abordagens

teóricas mais integradoras que poderiam apontar algumas alternativas de

aprofundamento para compreender o tema Subjetividade/Ensino e Aprendizagem na

Educação Básica. Entretanto, essas abordagens não aparecem vinculadas, de forma

explicitada, à questão da subjetividade, ou quando essa questão aparece, não é

suficientemente aprofundada.

O exame dos anais de congressos de Psicopedagogia mostra o interesse da área

em trazer contribuições para o processo ensino e aprendizagem. Essa preocupação

torna-se mais evidente pela elevada quantidade de trabalhos publicados, especialmente

no VI Congresso, com 66% deles versando sobre o tema Subjetividade/Ensino e

Aprendizagem na Educação Básica. Destaca-se a supremacia de busca por referencial

teórico na compreensão dos processos de aprendizagem e de dificuldades de

aprendizagem.

Quanto ao referencial teórico priorizado nos trabalhos analisados confirma-se a

integração entre a Psicanálise e a Abordagem Psicogenética de Piaget, que favorece

uma visão mais estruturada e menos processual dos fenômenos analisados.

Curiosamente, no VII Congresso o referencial teórico de destaque é a abordagem

histórico-cultural de González Rey, dando mostras de uma nova inserção teórica como

leitura dos processos subjetivos articulados com o ensino e a aprendizagem.

Nessa pesquisa esperamos ter contribuído para ampliar as reflexões das áreas

que se identificam com os processos de aprender e de ensinar, em especial, a

Psicopedagogia, com o tema Subjetividade/ Ensino e Aprendizagem e Educação Básica.

Os dados e análise apresentados podem contribuir para futuras investigações sobre o

objeto de estudo da Psicopedagogia e a especificidade da atuação dos psicopedagogos

frente aos vários entraves que se colocam frente à continuidade dos processos de ensino

e aprendizagem na Educação Básica.

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Brasília, DF.

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Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP.

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acerca da inclusão escolar. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Campinas:

Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

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SCOZ, B. J. L. (2004) Identidade e subjetividade de professoras/es: sentidos do

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TACCA, M.C.V.R.(2006) Relações Sociais na escola e desenvolvimento da

subjetividade, in: Maluf. M.I. et all, Aprendizagem: tramas do conhecimento, do saber e

da subjetividade, Petrópolis: Vozes.

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