Sublime Imprensa Maçônica - Nº 3999 - Ano I - Nº 0001 - Outubro de 2010

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Meus Caros Irmãos,Recebam os meus mais

Sinceros Votos de Luz, Amor ePaz!!!

Sinto-me honrado por ter si-do escolhido para prefaciar o Pri-meiro número do Jornal SIM -Sublime Imprensa Maçônica.

Não tenho dúvidas, que esse veí-culo passará a pertencer a His-tória dessa Instituição, a Maço-naria. Tenho certeza que otrabalho realizado será compostode muita seriedade, responsa-

bilidade, serenidade, “verdade”,ética, imparcialidade, confiabili-dade e objetividade nas investi-gações, das principais ações denossa Ordem e outras funções decomunicação informativa e edu-cativa. Alguém precisava regis-trar essa história...

E foi exatamente assim quea história passou a ser registrada.

Em 1447, na Alemanha, Gu-tenberg aperfeiçoou uma prensagráfica inspirado nas prensasutilizadas para espremer uvas nafabricação do vinho e deu inícioà era do jornal. Mas bem antesdisso, ele já fazia parte da his-tória. Julio César já colocava edivulgava seus principais even-tos, da corte romana, em grandesplacas (acta diurna ), escritas eexpostas nos locais públicos, nela

o povo era informado das prin-cipais notícias.

Foi através de um panfletoque mostrou os abusos sofridospor alemães na Transilvânia, nasmãos do Conde Vlad Drakul,

imortalizado o Conde Drácula.Em 1501, o Papa Alexandre

VI, decretou que todos os pan-fletos (jornais), tinham que pas-sar pela autoridade da igreja an-tes de sua publicação. O descum-primento custaria uma excomu-nhão ou a própria vida. Espera-mos que não criem papas na Ma-çonaria e que tenhamos o total

apoio, para realizarmos esse tra-balho. Voltemos...Em 1556, em Veneza, na Itá-

lia, os leitores pagavam os jornaiscom uma pequena moeda cha-mada de “gazetta”, daí o nome degazeta para centenas de jornais.

Mas a partir do evento Gu-tenberg, a arte propagou-serapidamente por toda Europa.

Não poderíamos deixar de re-gistrar nesse nosso Jornal o

nosso repúdio a matéria de umarevista sensacionalista, ondeapenas, um dos lados foi ouvido,o dos calhordas... Mas a fé é aúltima que morre, e estamos bus-cando através da justiça amparo

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para podermos reverter essasituação e colocar a nossa versãodos fatos, além do direito deresposta, pedimos reparação dedanos e danos morais... Vamosver aonde chegamos.

Percebemos com toda essatriste e mal contada história, queo povo maçônico carece e muitode informação. Que existem bons

 jornais, mas apenas fora de nossoEstado. Por isso é imprescindívelque você amigo leitor nos ajude,traga para esse veículo a suahistória, os fatos importantes desua região, as comemorações, asrealizações, o trabalho filantrópi-co, social, enfim traga-nos infor-mação...

Por outro, lado também usa-remos desse veículo para colocaralguns trabalhos traduzidos daQuatuor Coronati Lodge, 2076(United Grand Lodge of England),fundada em 1884. Assim comotambém diversos trabalhos queo leitor poderá enviar-nos.

Os trabalhos poderão ser dosgraus Simbólicos, filosóficos e dasOrdens de Aperfeiçoamento Ma-

çônico, a exemplo da Ordem da

Marca, Nautas da Arca Real, ArcoReal, Cavaleiros Templários, Ca-valeiros de Malta, Cavaleiro Ben-feitor da Cidade Santa etc.

Lembrando aos irmãos jor-nalistas que a sua Filiação emnossa Loja não é onerosa.

Vamos fazer com que a Éticaseja, de fato, o ponto mais im-portante na Política, dentro e forade nossa Ordem... É nossa res-

ponsabilidade fiscalizar a atuaçãodos nossos representantes sejano poder Legislativo, Judiciárioou Executivo, exigir que infor-mem os resultados das suasações e impedir que prejudiquema sociedade com associaçõesmal-intencionadas.

A Filosofia Maçônica nosensina que devemos começarqualquer mudança, primeiro pornós mesmos, e isso afetará o meioem que vivemos.

Nesses novos tempos, a Ma-çonaria entra numa nova fase,mas sem uma transição que adesfigure não lhe retire os“Mistérios”, suas Tradições, nãolhe devasse seus “segredos”, masque proclame o que é, o querepresenta e o que pretende, afim de que a humanidade, alémda ciência, da filosofia, da po-lítica, das religiões, da Histó-ria que valorizam a vida humana

e a dignificam, tenha mais umdefensor atuante, declarado, nãosó para criticar as ações injustase indicar as soluções adequadas,mas também para promover einstituir democraticamente assuas propostas de uma realidadee não de uma utopia, como sãoencaradas hoje as suas máximasde: Liberdade, Igualdade e Fra-ternidade.

Ao invés de levarmos nossas

“qualidades” para o mundoprofano estamos fazendo exata-mente o contrário...

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Fontes de pesquisa:

ANJ – Associação Nacional dos Jornais

IVC – Instituto Verificador deCirculação

ANJ – Associação Nacional dos Jornais

AJhttp://cpezza.com/wordpress/

2010/01/23/jornalismo-um-resumo-historico/ORB – Associação

dos Jornais de Bairro – SP

Autoridades desafiam e atro-pelam impunemente as nossasleis, a verdade e a própria Jus-tiça... Estamos cansados detanta arbitrariedade, de cen-suras, Calúnias, Injúrias e Difa-mações...

E que é pior e que as mes-mas autoridades extrapolamtudo, a fim de servir seus obje-tivos particulares...

Outra coisa, a Sublime Im-

prensa Maçônica - SIM, será aprimeira Loja que também seráregistrada na Associação Bra-sileira de Imprensa. Dentrodesse campo da comunicaçãofaremos um jornalismo informa-tivo e outro opinativo, lógico quetambém faremos um jornalismo

investigativo. Para isso estamosconvidando os maiores nomes dacomunicação para fazerem parte

de nossa Loja. Dê uma olhadanos nomes dos primeiroscandidatos e também dos Irmãosque já estão se manifestando emse filiar...

 Aristóteles, como você devesaber, como comunicador/es-critor, consagrou parte da Poé-

tica à Comédia. E descontraçãoe alto astral fazem bem ao am-biente em que estamos...

”Qualquer um pode zangar-se,isso é fácil. Mas zangar-se com a 

 pessoa certa, na medida certa, na 

hora certa, pelo motivo certo e da 

maneira certa não é fácil”.

Ser leal aos próprios senti-mentos é ser fiel à própria cons-ciência...

 Toda ajuda é Bem-Vinda...Até porque, precisamos ficar bematentos.

Boa Sorte e Sucesso,

TFA,Wagner Veneziani Costa

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Antes de tudo, creio ser im-portante esclarecer e informar os

leitores a respeito de exposiçãodos segredos maçônicos atravésda história, que são encontradosem Bibliotecas e Arquivos Nacio-nais por toda a Europa.

 Se desejarmos ter acessoaos segredos da Maçonaria Ame-ricana, é só digitarmos “Duncan’s 

masonic ritual and monitor” noGoogle. Depois da leitura, digam-me se há segredos na maçonariaque ainda podemos manter em

sigilo.Na Europa? Em dezembro de1737, o Chefe Supremo da Polí-cia Francesa, Sr. Hérault, circu-

lou cópia da cerimônia de Inicia-ção completa, com sinais toquese palavras por toda Paris. Em 21e 28 de janeiro de 1738, o jornalholandês Gazeta da Holanda pu-blicou em suas páginas a ceri-mônia completa da Iniciação. Em21 de janeiro, esta mesma repor-tagem foi publicada no GazetteD’Utrech, em um caderno suple-mento. Cópia manuscrita dessasreportagens, em francês, encon-tra-se na Biblioteca de Epernay,França. O documento foi reim-presso pelo Gentleman’s Maga-

zine e Saint James Evening Post,em 1738 em Londres.Como podem ver, a exposi-

ção dos segredos maçônicos ocor-rem há mais de 260 anos. Vocêsnunca viram um programano Discovery Channel ou TheHistory Channel sobre os Segre-dos da Maçonaria? Muitos delesmostram sinais, toques e pala-vras, tudo filmado e exposto aosolhos de curiosos. Não gosto de

saber disso. Eu cumpro o que ju-rei não revelar. Mas contra fatosnão há argumentos.

Bem, vamos ao assunto prin-

cipal, que certamente visa escla-recer de vez que o Soberano nãoexpôs os nossos Rituais na Bi-blioteca Nacional, nem recebedinheiro pelo registro dosRituais do GOB.

Vejo, em vários Grupos, Ir-mãos condenando a atitude doSoberano no episódio do Registrodos Rituais, baseados em umanotícia mentirosa e manipulada,principalmente no que se referea ele receber os valores de direi-tos autorais dos Rituais. É pú-blico que essa é uma notícia com-

pletamente sem fundamento,mentirosa e descabida. É fato quenão ocorreu como foi divulgadoaos quatro ventos. Peço quetenham paciência para ler tudo.

Os acusadores aproveitam-sedo desconhecimento e da igno-rância da maioria dos Irmãossobre o assunto para induzi-losa julgar e condenar o Soberanode forma injusta, vil e tenden-ciosa. Vou resumir aqui o que já

escrevi em outras oportunidadessobre o episódio, que julgo derelevante importância para en-tendermos o caso e percebermos

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que essa acusação é impro-cedente, mentirosa, tendencio-sa e mal intencionada.

Inicialmente, é necessário sa-bermos a diferença entre Registrodo Direito Autoral, recebimentodos valores referentes ao Registrodos Direitos Autorais e ter cópia

do Ritual na Biblioteca Nacional.O Registro do Direito Auto-

ral só pode ser pedido por pessoafísica. Pessoa jurídica não éautor de nada, pessoa jurídicanão escreve livros, nem Rituais,portanto não pode pedir Registrode Direito Autoral. Quem escreveé pessoa física. Portanto, é quempode solicitar Registro e DireitoAutoral.

O GOB é pessoa jurídica e,como tal, não pode ser autor, co-autor, tradutor ou organizador denenhum livro, de nenhuma obraliterária, consequentemente, denenhum Ritual.

Nosso Soberano, Marcos José da Silva, como Grão-MestreGeral do GOB regularmenteeleito, é o único Irmão legalmenteconstituído como representantedo GOB, tanto civil como cri-

minalmente. Portanto, só ele équem pode ser o responsável le-gal para solicitar o registro dosdireitos autorais dos nossos Ri-tuais.

Acredito, pelo que percebiconversando com vários Irmãos,ser importante explicar por quehouve essa preocupação do So-berano com relação aos registrosdos nossos Rituais, uma atitudeque nunca havia sido pensada

anteriormente.Há algum tempo, descobri-ram que algumas dessas “potên-cias” não reconhecidas, irregula-res e espúrias, que conhecemose sabemos existir aos montes em

nosso território, estavam utilizan-do nossos Rituais, os Rituais doGOB, para uso em suas Lojas (sótrocavam a capa).

Quando o Soberano soubedisso, imediatamente foi a uma de-legacia prestar queixa, por meio deum BO. Qual não foi a sua

surpresa quando o delegado pe-diu a ele que mostrasse o do-cumento confirmando que os Ri-tuais pertenciam ao GOB? Nessemomento, com a negativa da pos-se desse documento pelo Sobe-rano, o delegado disse para elemais ou menos o seguinte: “En-tendo que seu pedido é justo, masse não tiver registro, eu nada possofazer, inclusive, aconselho osenhor a providenciar o registrodesses seus Rituais, pois, se algummalandro ou aproveitador o fizer,vocês passarão de vítima a réu,mesmo que de fato esses Rituaissejam de vocês. Porque o que valeem um inquérito ou queixa crime éo documento de registro.”

Diante dessa situação, nossoSoberano, preocupado comNOSSOS interesses, começou oprocedimento administrativo le-

gal para regularizar nossos Ri-tuais, por meio do Registro deseus Direitos Autorais.

Percebam a injustiça. Ele es-tava sofrendo um processo deimpeachment por preocupar-seem preservar e assegurar nossosdireitos, por meio da proteção doPatrimônio do GOB, que é detodos nós.

 É importante informar que,neste nosso caso específico, o

Registro de Direito Autoral se dáem três modalidades principais:autor da obra, tradutor da obrae organizador da obra.

 Quando o Soberano foi inda-gado em qual dessas modalida-

des se enquadrava,mostrando a lisura noproceder e seu caráterilibado, pensou: “Autornão sou, pois isso foiescrito há muito

tempo. Tradutor, nãosou pelo mesmo motivoanterior. Organizador,pode ser.”

 Porque organizador ele po-deria ser? Porque a ele coube,como Sapientíssimo na Gestãoanterior, a pedido do então So-berano Laelso Rodrigues, revertodos os Rituais do GOB. Por-tanto, esse é o motivo pelo qualele está relacionado como Orga-nizador dos Rituais no processode Registro de Direitos Autorais.Simples, não?

 É importante salientar quea cessão dos direitos autorais jáhavia sido assinada e registradamuito antes do pedido de Re-gistro de Direito Autoral. Repito:quase um ano antes de pedir o

registro dos direitos autoraisdos Rituais, o Soberano já haviaassinado a cessão dos direitosautorais dos Rituais para oGrande Oriente do Brasil. Pois,neste caso, uma Pessoa Jurídicapode ser o beneficiário do DireitoAutoral da Obra. Não existem Li-vros que tem seus direitos au-torais destinados a instituiçõesfilantrópicas? Neste caso, o GOBnão só é quem se beneficia em

receber esses valores, como tam-bém é beneficiário de tudo quese relacionar com nossos Rituais.

 Não há nada de ilícito, nãohá nada de criminoso e não hou-ve, em nenhum momento noprocesso de registro, a intençãodo Soberano de receber o quenão lhe pertencia. Não precisamacreditar em mim. Verifiquem

 junto à Secretaria Geral de Admi-nistração e Patrimônio, ou junto

à Secretaria Geral de Finanças,quem é o beneficiário dos DireitosAutorais dos Rituais e verão queessa acusação feita contra ele é

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injusta, improcedente e imoral.Peço que todos os Maçons do

Grande Oriente do Brasil procu-rem conhecer os fatos antes detomarem partido em notíciasinverídicas, difamatórias e calu-niadoras contra o Soberano Mar-cos José da Silva ou qualquer ou-

tro Irmão. Durante o processo de Re-

gistro, tinha-se conhecimento danecessidade de não deixar osRituais expostos aos olhos pro-fanos na Biblioteca Nacional. Existeum documento, de um diretor daBiblioteca Nacional, informando etranquilizando o Soberano de queos Rituais não ficariam expostosaos profanos. Eu vi esse docu-mento. Ninguém me contou.

Qual não foi a surpresa doSoberano ao tomar conhecimentoque alguns Irmãos haviam con-seguido não só ter acesso aos Ri-tuais, como ainda os fotografa-ram? Ao saber disso, o Soberanoficou incrédulo, pois tinha um do-cumento de um diretor da Biblio-teca Nacional afirmando que issonão ocorreria.

Imediatamente após saber

disso, tomou as medidas neces-sárias para que fosse cumpridoo compromisso anteriormenteassumido, documentalmenteavalizado.

Depois de muitas e desgas-tantes conversas, ele conseguiuimpedir que olhos curiosos ti-vessem acesso aos nossos Rituaisna Biblioteca Nacional. Hoje, nin-guém mais consegue ter acessoa eles. Houve até Irmão que

tentou consegui-los de forma in-sistente, pessoalmente, por tele-fone e por e-mail. Temos comoprovar essa insistência. No en-tanto, não conseguiu obtê-los,mostrando, portanto, que nãohouve perjuro por parte do Sobe-rano, que ele não divulgou nossossegredos aos profanos como oacusaram na SAFL, mas sim, quehouve um problema interno decomunicação na Biblioteca Na-

cional.Agora, eu pergunto: e a re-

portagem da Revista Isto É? Quemdeu o material para ser publicado

na revista? Esse sim é um perjuro,visto que expôs, no meio profano,assuntos que só dizem respeito anós. Não é?

E a transcrição da parte denosso juramento que lá foi divul-gada? Ter o P. C., a L. A.e o C. E. nas areias do mar,

onde o F. e R. das ondas omantenha em P.E...(e nãoestá assim como eu escrevi,está literalmente escrito).Quem vai ser responsa-bilizado por isso? E aexposição difamatória ecaluniosa que o Soberanoe seus Secretários Geraissofreram? Quem será res-ponsabilizado e punido?Elas não devem ser tra-tadas no mínimo com omesmo rigor, interesse eseriedade com que foi tra-tado o caso do Sobe-rano?

Pois, então, quem é operjuro? O Soberano ouseu algoz? O perjuro é oSoberano ou quem envioumaterial para a revista IstoÉ, expondo ao mundo pro-

fano assuntos de nossoúnico e exclusivo interesse,além de parte de nosso ju-ramento?

Pedido de Impeach-ment contra o Soberano naAssembléia foi aberto coma acusação de revelar os nossossegredos aos profanos, sem queele soubesse. E agora? Quais asmedidas serão tomadas parapunir quem foi real, comprovada

e intencionalmente perjuro?Bem, meus Irmãos, descul-pem-me pelo texto extenso, maso assunto precisava e mereciaesses esclarecimentos. Antes deencerrar, pelo exposto acima,peço que os Deputados Federaisde todos os Estados, votem pelapunição exemplar de quem tor-nou público através da revista IstoÉ, um assunto estritamentemaçônico e votem, também, pela

punição exemplar daqueles quehábil e ardilosamente manipula-ram fatos para acusar irrespon-sável e injustamente nosso So-

berano Marcos José da Silva.Nós não temos por obrigação

a busca incessante da verdade?De combatermos as injustiças, ospreconceitos e os erros?

Eu, como Maçom regular eativo de quatro Lojas Simbólicasfiliadas ao GOSP e Federadas aoGOB, espero ver o mesmo em-penho e dedicação de todos os

nobres Deputados da SAFL noesclarecimento e punição exem-plar dos responsáveis pela nossaexposição em uma revistasemanal.

FraternalmenteGerson Magdaleno - M.I.ARLS Livres Pensadores

2304 - Benfeitora da OrdemARLS Madras 3359

ARLS Tempo de Estudos

3830ARLS Sublime Imprensa

Maçônica 3999

 

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Ícones são o que são; apenasimagens. As imagens podemretratar uma verdade ou apenasuma aparência de verdade.Explico: qual de nós não conheceo quadro de Pedro Américo queilustra o momento da Inde-pendência do Brasil com Pedro I

e sua comitiva, montado numgarboso corcel com a espada emriste? Bela imagem!

 Tão bela quanto falsa, pois amontaria para vencer a serra domar era um jumento. Ora, uma

pintura não ficaria assim tãoatrativa, se revelasse a verdadedaquele momento. O Imperadormontado num (nem tão garbosoassim) jumento resultaria umafigura ridícula.

Desta forma, a fantasia pro-posta pelo pintor Pedro Américo,

embora discordante com a ver-dade, tem um bom fundamento:a beleza da plasticidade que umcavalo tem e um jumento nãotêm.

Caríssimos Irmãos, uma

coisa é saber de uma históriaverdadeira, outra coisa éacreditar que esta história oseja. Ainda neste episódio dePedro I, há quem insista que aIndependência Brasi le iratenha sido planejada numaLoja Maçônica, desprezando o

que qualquer estudante deprimeiro grau conhece, afamosa frase de D. João VI aPedro I: “Ponha a coroa na tuacabeça, antes que algum aven-tureiro o faça”.

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A Independência Brasileirase deu sem revoluções, sem mor-tes - exceto se algum se assustoue morreu disso. Foi negociadaentre Pedro I (Pedro IV em Por-tugal) e seu pai, D. João VI. A ri-gor, o Brasil deixou de ser colôniana ocasião da vinda da família

Real para o Brasil, a sede do go-verno português estava estabele-cida no nosso continente em1808.

Nos demais países da Amé-rica espanhola, a independênciafoi conquistada na espada porlíderes locais e é por conta dissoque o continente se fragmentouem diversos países. Pedro I nãorepresentava uma liderança lo-cal. A figura do monarca mantevea unidade nacional.

O papel da Maçonaria na

Independência sempre foisupervalorizado. Pedro I sabiaexatamente o que estava fazendoquando concordou com o convitede Bonifácio para ingressar noGrande Oriente Brasílico - ante-cessor do Grande Oriente doBrasil –, ser iniciado no mesmodia da sua propositura, feitoMestre e Grão Mestre três diasdepois e, ao término de cento equarenta DIAS à frente do Grão-

Mestrado, mandar fechar eprender todos seus inimigospolíticos, bastando a suspeição

para ser classificado como tal.É importante dizer que Joa-

quim Gonçalves Ledo só esca-pou porque foi avisado destemovimento traiçoeiro enquantoestava no Palácio do Lavradio econseguiu fugir para o Paraguai.Literalmente sobreviveu ao

evento, pois seu desafeto JoséBonifácio de Andrada e Silvacertamente não o manteria vivo.

Inimigo morto não incomodaninguém.

 Tão certo como o ícone daindependência na pintura dePedro Américo precisa serpreservado, ou seja, não érazoável “corrigir” a história e

pintar D. Pedro montado num jumento para ilustrar o evento, ésaber que a Maçonaria não temnenhuma participação nesteepisódio histórico.

Pedro I sabia da manobra queBonifácio tramava. Explico: oApostolado era uma ordemsemelhante ao Grande Oriente.Nela havia infiltrados do GrandeOriente, como no Grande Orientetambém haviam infiltrados do

Apostolado. O Grão Mestrado doGrande Oriente foi cedido deLedo para Bonifácio, que por sua

vez o cedeu para Pedro I. Quefesta!

Como Pedro I percebeu quea manobra era meramente po-lítica, concordou com a históriae se submeteu à Iniciação noGrande Oriente - já pertencia aoApostolado antes disso - para

saber o nome de todos e por fimàs manifestações que o desa-gradavam.

Para surpresa de Bonifácio,também mandou fechar oApostolado. Quando Bonifácioestava indo, ele estava voltando,há muito tempo...

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Antes de respondermos a es-ta pergunta, se faz necessário,em primeiro lugar, definir o quesão Entidades Paramaçônicas.

Entendo que toda instituição,associação, entidade ou grupo depessoas que seja formado, incen-tivado, patrocinado ou apoiadopela Maçonaria e que se dediquea trabalhar dentro dos princípiosmorais, éticos e libertários daMaçonaria é Paramaçônica.

São inúmeras as entidadesparamaçônicas, tanto no Brasilquanto fora dele. Em sua maio-ria, não são vinculadas a nenhu-ma obediência maçônica, consti-tuindo-se em entidades autôno-

mas e independentes, mas queem seus regulamentos e estatu-

tos e exigem a vinculação ou pa-trocínio de uma Loja MaçônicaRegular ou de um Grupo de Ma-çons, não podendo elas trabalhare realizar suas atividades e pro-

 jetos sem a presença de um Mes-tre Maçom.

Estas entidades dedi-cam-se aos mais varia-dos objetivos, que vãodesde a inclusão so-cial de pessoas caren-

tes, passando porcreches, asilos, uni-dades de saúde, ensi-no extracurricular, en-sino oficial, ações cultu-rais, sociais e filantrópicase de formação de jovens.

Em algumas delas, há o im-pedimento de participação emrazão do sexo, existindo entida-des essencialmente masculinasou femininas, sem, por isso, se-

rem segregacionistas, pois suasatividades se assemelham.

Existem também aquelas emque seus participantes devemobrigatoriamente ter parentescomaçônico, o que atualmente já se

vem trabalhando para modificar.A grande maioria das Entida-

des Paramaçônicas que se dedi-cam a formação de jovens foramcriadas nos Estados Unidos e seexpandiram ao redor do mundo,sendo as mais conhecidas noBrasil a Ordem DeMolay, a Or-

dem Internacional das Fi-lhas de Jó e as Meninas

do Arco Íris.No Brasil, criada

pelo Grande Orien-te do Brasil, a Ação

Paramaçônica Ju-venil congrega emseus quadros mem-

bros do sexo mas-culino e feminino de

qualquer procedência, nãoexistindo a obrigatoriedade

do parentesco maçônico.Para as mulheres e filhas

maiores de maçons foram criadasa Ordem Internacional da Estrelado Oriente, cujos principais obje-tivos são desenvolver e dar supor-te às atividades filantrópicas dasLojas Maçônicas, bem como re-ceber as jovens oriundas dos Ca-pítulos de Filhas de Jó e Assem-bléias das Meninas do Arco Íris

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quando completam suamaioridade, e as FraternidadesFemininas, que se dedicam àsatividades de suporte e apoio aentidades assistenciais, de in-clusão social, culturais e filan-trópicas, sendo em sua grandemaioria mantenedoras destasentidades.

O Escotismo, maior organi-zação juvenil do mundo, é tam-bém considerado como uma enti-

dade paramaçônica, pois a gran-de maioria de seus Grupos égerida, apoiada e patrocinada porLojas Maçônicas.

Um grande equívoco que secomete é considerar os Lowtonscomo entidade paramaçônica. Naverdade, o Lowton é o filho do ma-çom que é adotado por uma LojaMaçônica. Esta, por sua vez, as-sume o compromisso de ampará-lo e prepará-lo para a vida adulta.

Portanto, a adoção de Lowton é uma instituição essencialmen- te maçônica  e, infelizmente, co-mo destaca José Castelani emseu artigo A importância da Ado- 

ção de Lowtons , “tem sido cri-minosamente abandonada pelasLojas e para piorar o quadro, aspoucas Lojas que, nos últimosanos, ainda têm promovido aadoção, têm, depois de uma be-líssima cerimônia, deixado os

lowtons  largados à própria sorte,marginalizados e relegados aolimbo das coisas inúteis. Esque-ceram-se, talvez, as Lojas — comraras exceções, que confirmam aregra — que dar assistência cul-

tural, moral e espiritual aolowton , é preparar o maçom

completo do futuro.”Para amenizar um

pouco este quadro, al-guns Orientes Esta-duais do GrandeOriente do Brasil

têm criado Lojas deLowtons que visamsuprir em parte aobrigação assumida

pelas Lojas Maçô-nicas ao adotar estes

Lowtons e, saliente-se,os trabalhos desen-

volvidos nestas Lojas sãomotivos de elogios.

Portanto, visto todos estesobjetivos tão nobres que movemas Entidades Paramaçônicas, se-ria desnecessário qualquer co-mentário sobre o porquê de apoiá-las, já que estes motivos se en-cerram por si só em seus obje-tivos. Contudo, a título de argu-mentação, sabemos e entende-mos que o trabalho maçônico, porexcelência, consiste no aprimo-ramento e crescimento moral domaçom como ser individual, bem

como a exata compreensão de seupapel no mundo.A dedicação ao estudo

das Artes e das Ciênciasnos transforma em ho-mens plenos em todas assuas dimensões, liber-tando-nos dos grilhõesprofanos e tornando-noscapazes de conceber o Di-vino, o Indizível, de so-nhar, de termos visão, de

termos a Força, a Sabedo-ria e o desprendimento denos entregarmos a proje-tos aparentemente impos-síveis, utópicos e belos, deconcebermos a fraterni-dade leal, fruto da partilhado Desígnio, nos fazendoreconhecer os méritos e asvirtudes dos nossos Ir-mãos, não potencializandoe exacerbando os seus

defeitos, usando o folecom cautela na forja, paraque a ferramenta que lá seaperfeiçoa não enfraqueçapor falta de atenção ouderreta por excesso dela.

Desbastando a pedra bruta coma lealdade que a crítica exige, coma fraternidade que o sacrifício cul-tiva, com a generosidade a quepartilhar o desígnio não é alheia,com o reconhecimento da força einteligência para o fazer cumprir.

Nossa consciência de que te-

mos que, por obrigação, promovera transformação de nosso mundo,e que esta transformação passanecessariamente por reconhecer-mos seus vícios e encontramos asferramentas para transformá-losem virtudes, é que nos faz reco-nhecer nas Entidades Paramaçô-nicas uma ferramenta em poten-cial para esta transformação. E elaestá em nossas mãos para que,

 junto dos maços, cinzéis, trolhas,réguas, esquadros e compassos,nos auxiliem na construção de ummundo melhor.

Mãos à obra! Nossas cunha-das, sobrinhas, sobrinhos e os jo-vens de nosso mundo estão ape-nas esperando nosso apoio e in-centivo para colocarem em práticatodo o cabedal de formação quelhes proporcionarmos para queeles sejam os grandes agentes de

modificação de nosso mundo.

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Na Índia encontrei-me pela primeira vez sob ainfluência direta de uma civilização estrangeiraaltamente diferenciada. O que me preocupou acimade tudo foi o problema da natureza psicológica do

mal. Fiquei profundamente impressionado com aforma como esse problema se integra na vida doespírito indiano e, através desta constatação,adquiri uma nova concepção. Analogamente,conversando com os chineses cultos, sempre

fiquei impressionado em ver que era possívelintegrar aquilo que é considerado “mal”, sem por

isso “passar vergonha”. Entre nós, no Ocidente, nãoocorre o mesmo. Para um oriental, o problema moral

não parece ocupar o primeiro plano, tal como ocorreconosco. Para ele, pertinentemente,o bem e o mal são integrados na na-

tureza e, em suma, são apenas di-ferenças de grau de um único e mes-mo fenômeno.

Espantava-me o fato de que a es-piritualidade indiana contivesse tanto

o bem como o mal. O cristão aspira pelobem e sucumbe ao mal, o indiano, pelocontrário, sente-se fora do bem e do mal,ou procura obter esse estado pela medi-tação ou a ioga. Neste ponto, no entanto,é que surge minha objeção: numa tal

atitude, nem o bem, nem o mal têm con-tornos próprios e isso leva a uma certainércia. Ninguém acredita verdadei-ramente no mal, ninguém acreditaverdadeiramente no bem. Bem oumal significam, no máximo, o que éo meu  bem ou o meu  mal, isto é, oque me parece ser bem ou mal.

Poder-se-ia dizer, parado-xalmente, que a espiritualidadeindiana é desprovida tanto domal como do bem, ou, ainda,

que se acha de tal formaoprimida pelos contrários queprecisa a qualquer custo doNirdvandva, isto é, da libe-ração dos contrastes e dasdez mil coisas.

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maravilhas, de boca aberta - queeles não pareciam a caminho daespiritualização, mas que se com-praziam em fantasias sexuais. Aoque meu interlocutor respondeu:“Mas é justamente disso que setrata! Como poderiam eles seespiritualizar, se não realizassem

primeiro o seu carma? As ima-gens obscenas aí estão para lem-brar-lhes seu dharma (lei); de ou-tro modo, esses inconscientes po-deriam esquecê-lo!”

A colina de Sânchi represen-tava para mim algo de central. Lá,o budismo revelou-se a mimnuma nova realidade. Compreen-di a vida do Buda como a realida-de do si-mesmo que penetrarauma vida pessoal e a reivindicara.Para o Buda, o si-mesmo estáacima de todos os deuses. Ele re-presenta a essência da existênciahumana e do mundo em geral.Enquanto unus mundus , eleengloba tanto o aspecto do ser emsi, como aquele que é reconhe-cido e sem o qual não há mundo.O Buda certamente viu e com-preendeu a dignidade cosmo-gônica da consciência humana;

por isso via nitidamente que sealguém conseguisse extinguir aluz da consciência, o mundo seafundaria no nada. O mérito

A meta do indiano não é atin-

gir a perfeição moral, mas sim oestado de Nirdvandva. Quer li-vrar-se da natureza, e por conse-guinte atingir pela meditação oestado sem imagens, o estado dovazio. Eu, pelo contrário, tendoa manter-me na contemplação vi-va da natureza e das imagens psí-quicas, não quero desembaraçar-me nem dos homens nem de mimmesmo, nem da natureza, poistudo isso representa, a meus

olhos, uma indescritível mara-vilha. A natureza, a alma e vidame aparecem como uma expan-são do divino.

O que mais poderia desejar?Para mim, o sentido supremo doser consiste no fato de que isso 

é , e não o fato de que isso não éou não é mais.

Para mim não há liberação àtout prix   (a todo o custo). Nãopoderia desembaraçar-me de

algo que não possuo, que não fiz,nem vivi. Uma liberação real só épossível se fiz o que poderia fazer,se me entreguei totalmente aisso, ou se tomei totalmente partenisso. Se me furtar a essa parti-cipação, amputarei de algummodo a parte de minha alma quea isso corresponde. O homemque não atravessa o inferno desuas paixões também não assupera. Elas se mudam para a

casa vizinha e poderão atear ofogo que atingirá sua casa semque ele perceba. Se abandonar-mos, deixarmos de lado, e de

algum modo esquecermo-nosexcessivamente de algo, corre-remos o risco de vê-lo reaparecercom uma violência redobrada.

Em Konarak (Orissa), en-contrei um pandit que me guioue instruiu por ocasião de umavisita ao templo e ao grande“Templo-carro”. Da base ao cumeo pagode é coberto de esculturasobscenas e refinadas. Conversa-mos demoradamente sobre essefato insólito; meu guia explicou

que se tratava de um meio deatingir a espiritualização. Objetei- mostrando um grupo de campo-neses jovens que olhavam essas

Templo-Carroem Konarak(Orissa)

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imortal de Schopenhauer foi o deter compreendido ou redesco-berto esse fato.

Cristo também - como oBuda - é uma encarnação do si-mesmo, mas num sentido muitodiferente. Ambos dominaram omundo em si mesmos: o Buda,poder-se-ia dizer, mediante umacompreensão racional; o Cristo,tornando-se vítima segundo odestino; no cristianismo, o prin-cipal é sofrer, enquanto que nobudismo o mais importante écontemplar e fazer. Um e outrosão justos, mas no sentido hinduo homem mais completo é oBuda. Ele é uma personalidadehistórica e, portanto, mais com-

preensível para o homem. OCristo é, ao mesmo tempo, ho-mem histórico e Deus, e, por con-seguinte, mais dificilmente aces-sível. No fundo, ele sabia apenasque devia sacrificar-se, tal comolhe fora imposto do fundo de seuser. Seu sacrifício aconteceu paraele tal como um ato do destino.Buda agiu movido pelo conheci-mento, viveu sua vida e morreuem idade avançada. É provável

que a atividade de Cristo, en-quanto Cristo, se tenha desenro-lado em pouco tempo.

Mais tarde, produziu-se no

budismo a mesma transformaçãoque no cristianismo: Buda tor-nou-se então a imago da realiza-ção do si-mesmo, um modelo quese imita, pois, como disse ele,todo indivíduo que vence a cadeiados nidanas pode tornar-se umiluminado, um Buda. Acontece omesmo com o cristianismo. Cris-

to é um modelo que vive em cadacristão, expressão de sua perso-nalidade total. Mas a evoluçãohistórica conduziu à imitatio 

Christi , segundo a qual o indiví-duo não segue o caminho de seupróprio destino para a totalidade,mas, pelo contrário, tenta imitaro caminho que Cristo seguiu. Damesma forma, no oriente issoconduziu a uma fiel imitação doBuda. O fato de que o Buda setenha tornado um modelo a serimitado era, em si, uma debi-litação de sua idéia, exatamentecomo a imitatio Christi   é umaantecipação da detenção fatal daevolução da idéia cristã. Buda,pela virtude de sua compreensão,

elevava-se acima dos deuses dobramanismo; do mesmo modo,Cristo podia gritar aos judeus:“Vois sois deuses!” (João, 10:34);mas os homens foram incapazesde compreender o sentido dessaspalavras. Pelo contrário: o Oci-dente chamado “cristão” caminhaa passos de gigante para a possi-bilidade de destruir o mundo, emlugar de construir um mundonovo.

Carl Gustav Jung;Memórias, sonhos e reflexões

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Meus Irmãos, Minhas Cor-diais Saudações...

 Tenho acompanhado algu-mas tendências. Alguns dizemque a política é o caminho...

Eu particularmente pensobem diferente. Acredito que o

caminho é o da Educação e tam-bém o da tradição  (em nossaOrdem).

Nas palavras de Rousseau,um clássico educador político: “Apátria não subsiste semliberdade, nem a liberdade sema virtude, nem a virtude sem oscidadãos. (...) Ora, formarcidadãos não é questão de dias,e para tê-los adultos é precisoeducá-los desde crianças.” (Sur

L´économie politique)

Desta forma, outra questãonos é colocada: como planejar ofuturo e nossas vidas, semdispormos do conhecimento einformações certos, de idéiasformadas, que nos possibilitemcompreender o presente?

Diante deste desafio, cresceo papel da sociedade e a impor-tância da função social exercidapela educação.

Pascal, já no século XVII,dizia: “Não se pode conhecer aspartes sem conhecer o todo,nem conhecer o todo semconhecer as partes”.

Além disso, a “educação paraa cidadania”, presente comoobjetivo precípuo em todos os

programas oficiais das secreta-rias de educação estaduais emunicipais, independe docompromisso explícito dosdiversos governantes com aprática democrática. Masnão existe, ainda, a educa-ção para a democracia,entendida a partir da óbviauniversalização do acessode todos à escola, tantopara a formação de gover-

nados quanto de governan-tes. Ao contrário. Aqui,ainda persiste, como noexemplo criticado por Alain

no sistema francês, “um ensinomonárquico, ou seja, aquele quetem por objetivo separar os queserão sábios e governarão, da-queles que permanecerão igno-rantes e obedecerão”.

Aliás, o grande educador

brasileiro Anísio Teixeira tambémdeve ser evocado em sua críticaà “escola paternalista, destinadaa educar os governados, os queiriam obedecer e fazer, em opo-sição aos que iriam mandar epensar, falhando logo, deste mo-do, ao conceito democrático quea deveria orientar, de escola deformação do povo, isto é, do so-berano, numa democracia”.

Além do exemplo brasileiro,

é crucial a advertência de Norber-to Bobbio, para quem a apatiapolítica dos cidadãos compro-mete o futuro da democracia, in-clusive no chamado primeiromundo. Dentre as “promessasnão cumpridas” para a consoli-dação do ideal democrático, eleaponta o relativo fracasso daeducação para a cidadania comotransformação do súdito emcidadão.

Bobbio recorre, ainda, às te-ses de Stuart Mill para reforçar anecessidade de uma educaçãoque forme cidadãos ativos,

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participantes, capazes de julgare escolher - indispensáveis numademocracia, mas não necessaria-mente preferidos por governantesque confiam na tranqüilidade doscidadãos passivos, sinônimo desúditos dóceis ou indiferentes.

Democracia é o regime polí-

tico fundado na soberania popu-lar e no respeito integral aos di-reitos humanos. Esta breve de-finição tem a vantagem de agre-gar democracia política e demo-cracia social. Em outros termos,reúne os pilares da “democraciados antigos” - tão bem explicitadapor Benjamin Constant e HannahArendt, como a liberdade para aparticipação na vida pública - aosvalores do liberalismo e da demo-cracia moderna, quais sejam: asliberdades civis, a igualdade e asolidariedade, a alternância e atransparência nos poder (contraos arcana imperi de que falaBobbio), o respeito à diversidadee a tolerância.

Educação é aqui entendida,basicamente, como a formaçãodo ser humano para desenvolversuas potencialidades de conhe-

cimento, julgamento e escolhapara viver conscientemente emsociedade, o que inclui tambéma noção de que o processo

educacional, em si, con-tribui tanto para conservarquanto para mudar valores,crenças, mentalidades, cos-tumes e práticas.

Ao criticar a demo-cracia existente - “umrascunho do que poderia

ser” - John Dewey afirmavaque uma sociedade demo-crática não requeria apenaso governo da maioria, masa possibilidade de desen-volver, em todos os seusmembros, a capacidade depensar, participar na elabo-ração e aplicação das polí-ticas públicas e julgar osresultados. O filósofo ame-ricano estava falando, sem dú-vida, em educação para a de-mocracia.

Na seqüência do prodigiosopensamento da antigüidade clás-sica, seguindo a orientação aris-totélica, cabe destacar a origina-lidade da tese de Montesquieu

sobre as “leis da educação”,aquelas que recebemos emprimeiro lugar e são decisivas sobtodos os aspectos.

Montesquieu estabelece umarelação indispensável entre o tipode regime político e o sistemaeducacional. É impossível, diz

ele, uma república sem educaçãorepublicana, uma educaçãoigualitária num regime que nãoseja igualitário.

No Brasil, com a tradicionaloposição entre o “país legal” e o“país real”, a aproximação entrea realidade política e o regimedemocrático consagrado naConstituição vai depender,essencialmente, do esforçoeducacional.

A formação intelectual e ainformação, da antigüidadeclássica aos nossos dias, tratamdo desenvolvimento da capa-cidade de conhecer para melhorescolher. Para formar o cidadãoé preciso começar por informá-lo e introduzi-lo às diferentesáreas do conhecimento, inclusiveatravés da literatura e das artesem geral. A falta ou insuficiênciade informações reforça as desi-

gualdades, fomenta injustiças epode levar a uma verdadeirasegregação. No Brasil, aquelesque não têm acesso ao ensino, àinformação e às diversas ex-pressões da cultura lato sensu ,são, justamente, os mais margi-nalizados e “excluídos”.

A educação moral, vinculadaa uma didática de valores quenão se aprendem intelectual-mente apenas, mas, sobretudo,

pela consciência ética formadatanto de sentimentos quanto derazão, é a conquista de coraçõese mentes.

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A educação do comporta-mento, desde a escola primária,segue no sentido de enraizar há-bitos de tolerância diante do dife-rente ou divergente, assim comoo aprendizado da cooperaçãoativa e da subordinação do inter-esse pessoal ou de grupo ao in-

teresse geral, ao bem comum.Sem participação dos interes-

sados no estabelecimento demetas e em sua execução, como

 já afirmava Dewey, não existepossibilidade alguma de bemcomum. É preciso tempo parasacudir a apatia e a inércia, paradespertar os interesses positivose a energia ativa (Dewey). É evi-dente, portanto, que essa é umatarefa para a educação e para ademocracia.

A educação, segundo Aristó-teles, deveria inculcar o amor àsleis - elaboradas com a par-ticipação dos cidadãos -, masperderia sua função pedagógicase não se enraizasse na virtude enos costumes: “a lei torna-sesimples convenção, uma espéciede fiança, que garante as relaçõesconvencionais de justiça entre os

homens, mas é impotente paratornar os cidadãos justos e bons”.Origina-se, então, a ligação es-treita entre costumes democrá-ticos e regime democrático, assimcomo a importância da educaçãopública para a salvaguarda daética e do respeito às instituições.

Aristóteles admite, dentro dacategoria dos cidadãos ativos, apossibilidade de o governadotornar-se governante, “pois os

mais nobres valores morais sãoos mesmos, para todos osindivíduos e para a coletividade.Cabe à Educação inculcá-los”.Ora, se isso é razoável e dese-

 jável, a educação para a demo-cracia é necessária também paraformar governantes, a partir dosseguintes pontos:

a) respeito às leis, acima davontade dos homens, e entendi-das como “educadoras”, no sen-tido já visto na antigüidade clás-sica. Rousseau ensinava que “to-

do verdadeiro republicano bebiano leite de sua mãe o amor dapátria, isto é, das leis e da liber-dade”;

b)  respeito ao bem público,acima do interesse privado epatriarcal. Em nosso país, trata-se de romper a tradição domésti-ca, tendente ao despotismo, quemoldou nossos costumes (vale apena lembrar que despotes , em

grego, é pai de família, e que afamília antiga, como bem obser-vou Benjamim Constant, repre-sentava a negação de direitos eliberdades individuais);

c) sentido de responsabili-dade no exercício do poder, in-clusive no poder implícito na açãodos educadores, sejam elesprofessores, orientadores oudemais profissionais do ensino.

Em política, a responsabilidadetem dois significados, melhorcompreensíveis na língua inglesa:

accountabillity  e responsibility . Oprimeiro termo significa o deverde prestar contas, englobandotodos os mandatários, isto é, osque exercem o poder em nomede outrem; o segundo significa asujeição de todos, governantes ougovernados, ao rigor das sançõeslegalmente previstas. Em ambosos casos, a responsabilidade é daessência do regime democrático.

E por valores democráticos,estreitamente ligados aosrepublicanos, entendem-se:

a) a virtude do amor à igual-dade, de que falava Montesquieu,e o conseqüente repúdio aqualquer forma de privilégio;

b) o respeito integral aos di-reitos humanos, cuja essênciaconsiste na vocação de todos - in-dependentemente de diferençasde raça e etnia, sexo, instrução,credo religioso, julgamentomoral, opção política ou posiçãosocial - a viver com dignidade, oque traz implícito o valor dasolidariedade;

c) o acatamento da vontadeda maioria legitimamente forma-da, porém com constante res-peito pelos direitos das minorias,o que pressupõe a aceitação dadiversidade e a prática da tole-rância.

A virtude da tolerância,aliada à arte da argumentação,não significa levar ao extremo otemor do etnocentrismo e blo-

quear todo julgamento ético emnome do relativismo cultural.

Bibliografia:Maria Victoria Benevides-

http://www.hottopos.com/notand2/

educacao_para_a_democracia.htm

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Chamamos de Tetragrama- 

ton um conjunto de quatro letrashebraicas que formam “O NOME”de D’us, impronunciável no

 Judaísmo. São elas as letras:

A escrita é feita da direitapara a esquerda, desta formaapresenta-se o tetragrama comosegue:

Costuma ser transliteradopara as iniciais das letras Yod,Heh, Vav, Heh formando o tetra-grama YHVH, agora lido normal-mente da esquerda para a direita.

O alfabeto hebraico é forma-do de 22 letras e são todas conso-antes. São desconhecidas quaisseriam as vogais originais do Te-tragramaton, sua pronúncia cor-reta é praticamente um mito.

Alguns crêem que esta pronúnciaperdida era algo reservado ao Su-mo Sacerdote e a grande maioriacrê que simplesmente “O Nome”não pode ser pronunciado, sim-plesmente porquê D’us não pos-sui um nome vulgar como todas

as coisas e pessoas.No Êxodo (3:14) YHVH fala

com Moisés e lhe diz: “Ehiéh 

ashér ehiéh”  ou seja “EU sou oque sou” ou “EU sou Aquele queé”... assim dirás aos filhos de Is-rael: “EU SOU” me enviou atévós. Devido a estas palavras paramuitos o significado de YHVH(YAVÉ) passou a ser “EU SOU oque sou” ou “EU SOU aquele queÉ”. Em função desta afirmação

muitos crêem ser esta a traduçãodo que viria a representar YHVH.

Deste mesmo nome impro-nunciável surgem as variaçõesIEVE, YEVE, YAVÉ, JAVÉ e

 JEOVÁ nas tradições cristãs e eso-

téricas. Também são utilizadasabreviações como Yah ou Jah, daqual surgirá a expressão “Hale-luYah” (Aleluia) com seu signifi-cado “Louvai a Yah”. No entantoé claro que Yah ou Jah são em sioutros nomes.

Na edição latina Vulgata daTanakh , Jerônimo abre o prece-dente de mudar a pronuncia doYod Ù para “J” e usando as vogaisde Adonai para produzir avariação “Jeová”. Jeová é o modocomo a maioria dos não-judeuscontemporâneos pronunciam oNome . Esse nome é porvezes pronunciado “Yahveh”.(FELDMAN, 2006. p.164)

É possível que “O Nome”

tenha uma origem muito maisantiga, anterior a Abraão, con-siderando que o Deus de Moisésé o Deus de Abraão e que estevem da cidade de UR de culturasumeriana, na qual cada grupo

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ou cidade possuía o seu Deuslocal. Abre-se um precedente deque o mesmo Deus Único deAbraão e Moisés já foi um dostantos deuses tribais elevado aostatus de Deus Único. O que nãoé aceito nem de longe no ju-daísmo, no entanto ninguém

pode afirmar que este conceito detetragramaton não existia.

Cada uma das quatro letrasisoladas forma, valor e pronún-cia, no entanto existe a forma,valor e pronuncia do conjunto ede suas combinações.

Palavras que apresentam ummesmo valor numérico, são con-sideradas de mesma potência.

Há ainda outras formas de fa-zer a soma e encontrar potênciasrelacionadas ao tetragramaton,como esta:

Se somarmos temos:

10 + 5 + 6 + 5 = 26

(yod)

= 10

(heh)

= 5

(heh)

= 5

(vav)

= 6

De forma isolada cada uma

das letras também traz seu pró-prio significado, a primeira letrade cada nome tem uma carac-terística especial para definir o

Aqui chegamos ao número oupotência 72 de grande significa-ção para a Cabalá, pois reflete os72 nomes de D’us ou 72 potên-cias.

(yod) = 10

nome em si. Vamos encontrar naletra Yod toda uma interpretação,pois esta letra sozinha é um dosnomes de D’us, que representa a“Unidade”.

Seu valornumérico é10 simboli-

zando o co-meço (1), ofim (10), aunidade (1), aplenitude (1) e ovazio (0). O valornumérico é 1 no qual esta letra ounome aponta para a unidade.

Sua forma gráfica também éde grande significado pois lembraem muito o “ponto” no qual todasas formas tem origem, é do pontoque o Grande Arquiteto do Uni-verso delineia retas e curvas noprocesso de criação. É o ponto nocentro do círculo um dos maisuniversalmente aceitos símbolosde D’us e também do Sol na as-trologia.

“O Nome”, Tetragramaton,também repre-senta a criação

do homem em“imagem e se-melhança aD’us”, no qualas letras sãoagrupadas deforma a formar um “corpo” comas letras, como vemos ao lado.

As interpretações, interpo-lações, e significados de YHVHnos levam a caminhos nemimaginados, as quatro letras

também representam os quatroelementos (terra, ar, água efogo) dos quais tudo é formado,uma linguagem simbólica. Asletras colocadas em posiçõesvariadas geram uma seqüênciade 12 nomes:

YHVH = Áries = Rubem = VidaYHHV = Touro = Shimon = PropriedadeYVHH = Gêmeos = Levi = Atração

HVHY = Câncer = Judá = AncestraisHVYH = Leão = Isachar = DescendentesHHVY = Virgem = Zebulun = Saude

VHYH = Libra = Benjamim = CoitoVHHY = Escorpião = Dan = MorteVYHH = Sargitário = Naftali = Viagem

HYHV = Capricórnio = Gad = GovernoHYVH = Aquário = Asher = AmigosHHYV = Peixes = José = Inimigos

Interpretar IHVH é a buscapelo inacessível, exprimir oinexprimível, falar do inefável,tocar o inefável, o “Totalmente

Outro”, além de toda e qualquerrealidade humana. No entantoenquanto representação gráficanos dá acesso a um sem numerode explicações esotéricas que vãodo senso comum à Cabala He-braica, passando pelas várias tra-dições que deram a si mesmas aliberdade de interpretar “O No-me”, enquanto Símbolo.

Enquanto “Absoluto Místico”,Ele, é o “Eu SOU”, simplesmente“Aquele que É” por si só, “Aqueleque É o que É”, “EU SOU o queSOU”, que existe por si só e quenão se explica por elementos ex-ternos. O que revela um princípiofilosófico, encerrando em si umaconstrução teológica do Sagrado,por não ter causa origem ouprincípio nada pode ser usado paraexplicá-lo, pois todos os recursossão externos e posteriores a Ele.

Não é possível nomeá-lo uma vezque nomes se referem a “coisas”.A construção deste raciocínio

encontra-se em Êxodo 3:13 em

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7/23/2019 Sublime Imprensa Maçônica - Nº 3999 - Ano I - Nº 0001 - Outubro de 2010

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Informativo da A.’.R.’.L.’.S.’. Sublime Imprensa Maçônica - Nº 3999 - Ano I - Nº 0001 - Outubro de 2010

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que, de frente a “Sarça Ardente”,Moisés pergunta:

Quando eu for aos filhos de Is-rael e disser: “O Deus de Vossospais me enviou até vós”; e meperguntarem : “Qual é o seu no-me?”, que direi?

Disse Deus a Moisés:“EU SOU AQUELE QUE SOU”- Ehyeh Asher Ehyeh.

Disse mais:“Assim dirás aos filhos de Is-

rael: EU SOU me enviou até vós”Disse Deus ainda a Moisés:“IHVH, o Deus de vossos pais,

o Deus de Abraão, o Deus deIsaac e o Deus de Jacó me en-viou até vós. É o meu nome parasempre, e é assim que me invo-

carão de geração em geração.”Esta forma de compreender

a existência do “Nome impronun-ciável” também é encontrada emoutras tradições, no Islã porexemplo são identificados 99 no-mes para Deus no Corão e acre-dita-se que existe um centésimonome, oculto e misterioso, querevela em si todo o poder de levara morte e trazer a vida. Este no-

me é tão misterioso quanto “O Te-tragramaton”, em seu conceito fi-losófico, no entanto desconhe-cemos inclusive sua grafia, a qualacredita-se se revela a poucos,escolhidos.

No Taoísmo em seu texto sa-grado, Tao Te Ching , logo no pri-meiro verso ao abordar o TAO dáuma definição que vem ao en-contro de IHVH,conforme vemos

abaixo:O TAO que se expressa,Não é o verdadeiro TAO 

Esta tradição Taoista é místi-ca por excelência e sabemos quea raiz do místico é exatamenteentrar em contato com oinexplicável, é calar-se diante domistério. A presença do mistério

maior se faz apenas no sentir, pa-lavras não podem expressar estesentir, são pobres demais, nãopodem capturar o transcendente.

No Hinduismo encontramoso Mantra Raiz OM (AUM) que é“O Nome” daquele que possui“Mil Nomes” (conceito de infinito).Chama-se Mantra Raiz, pois é elequem abre os mistérios paratodos os outros nomes e mantrasabertos ou que podem ser

pronunciados por leigos em can-tos e devoções. Nos quais surgeuma infinidade de mantras queconsistem da verbalização doMantra Raiz OM + um dos nomessagrados, que encerra em si qua-lidades, atributos e atribuiçõesdas deidades, como:

OM Shiva,OM Ganesha,OM Vishnu,

OM Lakshimi,OM Parvati,OM Sarasvati...

Da mesma forma IHVH tam-bém é Mantra Raiz e aparece emalguns nomes como:YH YHVH (Yah O Senhor)YHVH dos Exércitos (Senhordos Exércitos)YHVH Adonai (Senhor IHVH)

Algumas passagens da TORÁ

em que aparece IHVH tambémsão expressões de mantras vol-tados a determinadas realizaçõese afirmações da presença de

IHVH, como a primeira parte doprimeiro dos dez mandamentos,enquanto mantra:

“Anokhi Yod Heh Vav HehElohekha”

EU SOU YHVH, seu DEUSUma versão curta do mesmo

pode ser:  “Ani Yod Heh Vav Heh”EU SOU YHVHEspero com este trabalho ter

colaborado para a compreensãode um dos mistérios mais inte-ressantes e intrigantes da CabalaHebraica, presente na Maço-naria. Afinal, o Tetragramatonrefere-se ao lado oculto e des-conhecido do G.’.A.’.D.’.U.’., ouseja, sua grandeza sem limites e“incapturável” por nossas pala-vras e pensamentos.

No entanto, se Ele é ilimitadoe transcendente, é também, aomesmo tempo, nossa origem, raize essência, desta forma somos,também, todos nós, transcen-dentes e ilimitados. EstudarYHVH é uma oportunidade de es-tudar a nós mesmos e colocar emprática a máxima de que “somosimagem e semelhança do Cria-

dor”, somos também o EU SOU.Somos Deuses limitados ao mun-do das formas, somos essênciaencapsulada na forma da cons-ciência limitada à realidade ouilusão que encerra em si o mundomaterial, tangível, palpável, visí-vel e perceptível pelos nossos 5sentidos ( visão, audição, tato, ol-fato e paladar ). Buscar o trans-cendente, YHVH é buscar o queestá além dos sentidos, buscar o

que está em nós além de nossosnomes e formas.Não somos afinal Paulo, Ger-

son, César, Alexandre, Wagner, Jung, Moisés, Jacó, Abraão, Jesus. .. somos muito mais ,somos YHVH, somos EU SOU.

BIBLIOGRAFIA:BERG, Yehuda. Os 72 Nomes de Deus:Tecnologia para a Alma.Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2004.

CAMINO, Rizardo da.Simbolismo do Segundo Grau. SãoPaulo: Ed. Madras, 2009. 3ª ed.

FELDMAN, Daniel Hale. Qabalah: O Legado Místico dos Filhos

de Abraão. São Paulo: Ed. Madras, 2006.

KAPLAN, Arieh.Sêfer Ietsirá: O Livro da Criação. São Paulo:Ed. Sêfer, 2002. 1ª ed.

LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual de Alta Magia. São Paulo: Ed.Madras, 1998. 3ª ed.