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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 7
2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR ........................................................ 9
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO: ......................................................................... 9
2.1.1. Breve histórico do Colégio: ............................................................................ 9
2.1.2. Horários de Funcionamento e Modalidades de Ensino: ............................ 10
2.1.2.1. Ensino Fundamental:.................................................................................... 10
2.1.2.2. Ensino Médio: ............................................................................................... 11
3. OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 12
4. MARCO SITUACIONAL ...................................................................................... 13
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ...................................................................... 13
4.1.1 Número de alunos matriculados por série no ano de 2011: ....................... 13
4.1.2 Recursos Financeiros: .................................................................................. 13
4.1.3 Condições Físicas: ......................................................................................... 14
4.1.4. Recursos Pedagógicos: ................................................................................ 15
4.1.5. Recursos Materiais e Didático-tecnológicos: ............................................. 16
4.1.6. Recursos Humanos:...................................................................................... 18
4.1.6.1 Equipe de Gestão Educacional .................................................................... 18
4.1.6.2. Corpo Docente ............................................................................................. 18
4.1.6.3. Agentes Educacionais I e II .......................................................................... 19
4.2. SOCIEDADE ...................................................................................................... 20
4.3. ESCOLA ............................................................................................................. 22
4.3.1 Processo de avaliação ................................................................................... 24
4.3.2 Resultados educacionais .............................................................................. 27
4.4. ALUNOS ............................................................................................................. 41
4.5. COMUNIDADE ESCOLAR: ................................................................................ 49
5. MARCO CONCEITUAL ....................................................................................... 52
3
5.1 AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS E A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA
PÚBLICA ................................................................................................................... 66
5.1.1 Conselho Escolar .......................................................................................... 66
5.1.2 APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários ................................ 66
5.1.3 Grêmio Estudantil.......................................................................................... 67
5.1.4 Conselho de Classe ...................................................................................... 68
5.2. AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 69
6. MARCO OPERACIONAL .................................................................................... 73
6.1. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM CORPO DOCENTE E
DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA: .................................................................. 76
6.2. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM OS ALUNOS: ..................... 77
6.3. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM A COMUNIDADE: .............. 83
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 85
8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR ....................................................... 87
8.1 IDENTIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................... 87
8.2. IDENTIDADE DO ENSINO MÉDIO .................................................................... 88
8.3. ARTE .................................................................................................................. 90
8.3.1 Apresentação da Disciplina .......................................................................... 90
8.3.2. Objetivos Gerais ........................................................................................... 91
8.3.3. Conteúdos ..................................................................................................... 92
8.3.4. Metodologia ................................................................................................ 116
8.3.5. Avaliação ..................................................................................................... 118
8.3.6. Referências ................................................................................................. 122
8.4. BIOLOGIA ....................................................................................................... 123
8.4.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 123
8.4.2. Objetivos ..................................................................................................... 127
8.4.3. Conteúdos ................................................................................................... 129
8.4.4. Metodologia ................................................................................................ 137
8.4.5. Avaliação ..................................................................................................... 143
8.4.6. Referência ................................................................................................... 145
8.5. CIÊNCIAS ....................................................................................................... 146
8.5.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 146
4
8.5.2. Objetivos ..................................................................................................... 149
8.5.3. Conteúdos ................................................................................................... 150
8.5.4. Metodologia ................................................................................................ 154
8.5.5. Avaliação ..................................................................................................... 156
8.5.6. Referências ................................................................................................. 158
8.6. EDUCAÇÃO FÍSICA........................................................................................ 160
8.6.1. Apresentação geral da disciplina ............................................................. 160
8.6.2. Objetivos gerais ......................................................................................... 160
8.6.3. Conteúdos ................................................................................................... 161
8.6.4. Metodologia ................................................................................................ 169
8.6.5. Avaliação ..................................................................................................... 170
8.6.6. Referências ................................................................................................. 171
8.7. ENSINO RELIGIOSO ...................................................................................... 172
8.7.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 172
8.7.2. Objetivos ..................................................................................................... 174
8.7.3. Conteúdos ................................................................................................... 175
8.7.4. Metodologia ................................................................................................ 179
8.7.5. Avaliação ..................................................................................................... 179
8.7.6. Referências ................................................................................................. 180
8.8. FILOSOFIA ...................................................................................................... 181
8.8.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 181
8.8.2. Objetivos Gerais ......................................................................................... 182
8.8.3. Conteúdos ................................................................................................... 183
8.8.4. Metodologia ................................................................................................ 187
8.8.5 Avaliação ...................................................................................................... 188
8.8.6. Referências: ................................................................................................ 191
8.9. FÍSICA ............................................................................................................. 193
8.9.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 193
8.9.2. Conteúdos ................................................................................................... 194
8.9.3. Metodologia ................................................................................................ 197
8.9.4. Avaliação ..................................................................................................... 198
8.9.5. Referências ................................................................................................. 198
8.10. GEOGRAFIA ................................................................................................. 199
8.10.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 199
5
8.10.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 203
8.10.3. Conteúdos ................................................................................................. 203
8.10.4. Metodologia .............................................................................................. 213
8.10.5. Avaliação ................................................................................................... 215
8.10.6. Referências ............................................................................................... 220
8.11. HISTÓRIA ..................................................................................................... 222
8.11.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 222
8.11.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 227
8.11.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 228
8.11.4. Conteúdos ................................................................................................. 229
8.11.5. Metodologia .............................................................................................. 245
8.11.6. Avaliação ................................................................................................... 248
8.11.7. Referências ............................................................................................... 262
8.12. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS ........................................... 263
8.12.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 263
8.12.2. Objetivos gerais ....................................................................................... 265
8.12.3. Conteúdos ................................................................................................. 266
8.12.4. Metodologia .............................................................................................. 276
8.12.5. Avaliação ................................................................................................... 278
8.12.6. Referências bibliográficas ....................................................................... 280
8.13. LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................... 282
8.13.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 282
8.13.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 284
8.13.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 285
8.13.4. Conteúdos ................................................................................................. 288
8.13.5. Metodologia .............................................................................................. 298
8.13.6. Avaliação ................................................................................................... 302
8.13.7. Referências ............................................................................................... 303
8.14. MATEMÁTICA ............................................................................................... 304
8.14.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 304
8.14.2. Objetivos ................................................................................................... 307
8.14.3. Conteúdos ................................................................................................. 309
8.14.4. Metodologia .............................................................................................. 318
8.14.5. Avaliação ................................................................................................... 321
6
8.14.6. Referências ............................................................................................... 325
8.15. QUÍMICA ....................................................................................................... 326
8.15.1. Apresentação geral da disciplina............................................................ 326
8.15.2. Objetivos gerais ....................................................................................... 329
8.15.3. Conteúdos ................................................................................................. 330
8.15.4. Metodologia .............................................................................................. 333
8.15.5. Avaliação ................................................................................................... 335
8.15.6. Referências ............................................................................................... 338
8.16. SOCIOLOGIA ................................................................................................ 341
8.16.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 341
8.16.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 343
8.16.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 344
8.16.4. Conteúdos ................................................................................................. 345
8.16.5. Metodologia .............................................................................................. 353
8.16.6. Avaliação ................................................................................................... 355
8.16.7. Referências ............................................................................................... 355
9. MATRIZ CURRICULAR....................................................................................... 356
10. CALENDÁRIO ESCOLAR ................................................................................ 357
7
1. APRESENTAÇÃO
A construção da cidadania ativa implica no domínio dos novos códigos e
linguagens, na incorporação das sofisticadas ferramentas da ciência e da tecnologia,
no entendimento dos conceitos sociológicos e na apropriação da cultura. Só desta
maneira é possível garantir o desenvolvimento da autonomia intelectual e o
fortalecimento do pensamento crítico.
As novas relações entre conhecimento e trabalho exigem capacidade de
iniciativa e inovação. A educação escolar tem como função garantir condições para
que o aluno se aproprie de instrumentos que o capacitem para um processo de
formação e aprendizagem permanentes. Além disso, torna-se necessário levar em
conta uma dinâmica de ensino que favoreça não só o desenvolvimento das
potencialidades do trabalho individual, mas também do trabalho coletivo.
Efetivamente, os avanços da ciência e da tecnologia estão alterando não só
os processos de aprendizagem e do conhecimento, mas também o comportamento
das pessoas. Cabe, então, colocar as novas tecnologias a serviço do currículo,
incorporá-las ao dia-a-dia da sala de aula, revelando sua importância na vida
moderna. Na verdade, está lançado um desafio ao arrojo e à criatividade dos
educadores: conciliar, dinamicamente, humanismo e tecnologia.
É nesta linha de ação que se elabora a Proposta Pedagógica do Colégio
Estadual João Ferreira Küster - Ensino Fundamental e Médio: enfatizando a
importância da intervenção do educando em todo o processo de aprendizagem,
fazendo as conexões entre os conhecimentos que possibilitarão ao estudante utilizar
o que aprende para se comunicar melhor com o seu grupo social, consultar livros e
pesquisar, analisar criticamente os conhecimentos e informações que recebe na
escola e através dos meios de comunicação, enfim, tomar decisões no momento em
que precisa.
Considerando as características e necessidades específicas de seu alunado,
a Proposta Pedagógica elaborada pelo colégio junto a direção, equipe pedagógica,
professores, funcionários, pais e alunos, tem em vista uma educação crítica,
orientada para a discussão e prática da responsabilidade social e política, garantindo
8
a preparação básica para o trabalho e cidadania, aprimorando o educando como
pessoa humana e dotando-o de instrumentos que permitam que continue
aprendendo ao longo de toda a vida.
9
2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO:
2.1.1. Breve histórico do Colégio:
No dia 5 de maio de 1981, sob a Resolução nº 3239/ 81 de 30/ 12/ 81
começou a funcionar na Rua Waldemar Leo Braga a Escola Municipal José
Alexandre Sávio - Ensino de 1º Grau no Bairro Jardim Social, ficando assegurada a
matrícula para 189 alunos da Casa Escolar Tiradentes, situada até então na Rua
Ademar de Barros desde 1973, tendo na época como diretora a senhora Eliane
Krüger.
Em 1984 começou a funcionar o Pré - Escolar no período da tarde e o
estabelecimento passou a denominar-se Escola Municipal José Alexandre Sávio -
Ensino Pré - Escolar e de 1º Grau.
Em 1992 ocorreu a implantação da 5ª série e gradativamente as demais
turmas até a 8ª série do Ensino Fundamental.
Através da Resolução nº 258/ 98 de 05/ 03/ 98 o Projeto de Estadualização
criou a Escola Estadual João Ferreira Küster - Ensino Fundamental, que passou a
responder pelo ensino de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.
Em 1999 a Escola Estadual João Ferreira Küster passou a ofertar o Ensino
Médio no período noturno, implantando o primeiro ano desta modalidade, onde foi
ampliando progressivamente seu atendimento, de acordo com as necessidades da
clientela escolar. A escola passou a denominar-se Colégio Estadual João Ferreira
Küster - Ensino Fundamental e Médio, conforme resolução 1534/2000 de
05/05/2000.
O Colégio tem como Patrono o Sr. João Ferreira Kuster, que nasceu no dia 25
de janeiro de 1908, em Campo Largo. Filho primogênito de uma família de 11
irmãos, nasceu da união de Methridates da Rocha Küster e de Zulmira Ferreira
Küster, o qual fez o curso primário no Grupo Escolar Macedo Soares na cidade de
10
Campo Largo, e em seguida, aprimorou seus estudos sob a orientação do Padre
Ladislau Kulka. Mais tarde prestou serviço militar no 15º Batalhão de Caçadores, em
Curitiba. Nomeado no governo de Afonso Camargo, prestou serviços na Coletoria
Estadual de Campo Largo e, mais tarde na Coletoria da cidade de Paranaguá,
sendo exonerado dessas funções, no período revolucionário de 1930. Foi
posteriormente nomeado para trabalhar na Prefeitura de Campo Largo, como
professor de música, tendo reorganizado a Banda de Música de Campo Largo.
Posteriormente, com base em seu desempenho nas funções municipais, foi
nomeado Secretário da Prefeitura, cargo que exerceu por muitos anos e no qual foi
aposentado. Passando depois a prestar serviços na Secretaria da Câmara
Municipal, onde terminou suas atividades funcionais. João Ferreira Küster faleceu no
dia 17 de fevereiro de 1978. Assim, como uma homenagem, o Colégio leva o nome
de Colégio Estadual “João Ferreira Küster”, por causa da pessoa ilustre que foi, e
que por onde passou deixou inúmeras amizades.
O Colégio Estadual João Ferreira Küster atende alunos do Ensino
Fundamental (5ª a 8ª série) e do Ensino Médio; totalizando no ano de 2008, 328
alunos matriculados regularmente nesta Instituição.
O Colégio localiza-se na rua Waldemar Leo Braga, nº 340, no Bairro Jardim
Social, no Município de Campo Largo com o CEP 83.606-010 e telefone para
contato, 3392-4887. O mesmo pertence ao Núcleo da Área Metropolitana Sul –
NRE.
2.1.2. Horários de Funcionamento e Modalidades de Ensino:
2.1.2.1. Ensino Fundamental:
Turno Horário
Manhã das 7h e 30 min às 11h e 50 min
Tarde das 13h às 17h e 20 min
11
2.1.2.2. Ensino Médio:
Turno Horário
Noite das 18h e 40min às 22h e 50 min
12
3. OBJETIVOS GERAIS
Proporcionar ao aluno a apreensão dos conhecimentos historicamente
acumulados os quais lhe darão os fundamentos necessários para uma atuação
crítica e participativa na sociedade no âmbito cultural, social e político,
preparando-o assim para o exercício da cidadania e consequentemente a
inclusão no mundo do trabalho.
Estabelecer, por meio de ações conjuntas entre escola, família e comunidade
discussões em busca de soluções para problemas comuns, através do
planejamento participativo no estabelecimento de metas com vistas a melhoria
da qualidade de ensino.
Contribuir com a educação inclusiva respeitando, reconhecendo, aceitando e
valorizando as diversidades étnicas, religiosas, econômicas, sociais, culturais,
físicas e intelectuais dos alunos, buscando assim, uma educação de qualidade
para todos, em seus diferentes níveis de ensino, primando pela permanência do
aluno na escola.
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4. MARCO SITUACIONAL
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
4.1.1 Número de alunos matriculados por série no ano de 2011:
Ensino Fundamental
Ano Nº de Turmas Turnos Total de Alunos
6º 01 Manhã 33
6º 01 Tarde 35
7º 01 Manhã 32
7º 01 Tarde 28
8º 01 Manhã 26
8º 01 Tarde 24
9º 01 Manhã 30
9º 01 Tarde 28
Ensino Médio
Série Nº de Turmas Turnos Total de Alunos
1ª 01 Noite 26
2ª 01 Noite 24
3ª 01 Noite 28
4.1.2 Recursos Financeiros:
Por ser uma escola estadual, é mantida pelo Governo Estadual, recebendo
verbas como o Fundo Rotativo/FUNDEPAR, o PDDE/FNDE e Projeto Escola
Cidadã/FUNDEPAR, implantado a partir do mês de agosto do ano de 2005, que
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destina recursos à compra de complementos para a merenda dos alunos. Além
desses, a comunidade se mobiliza através da APMF para arrecadar recursos por
meio de promoções.
4.1.3 Condições Físicas:
O Colégio faz uso de prédio municipal, dividindo o espaço físico com a Escola
José Alexandre Sávio, que atende o alunado de Educação Infantil e 1º ao 5º ano do
Ensino Fundamental, a qual funciona nos períodos da manhã e da tarde. Por esse
motivo o espaço físico a ser utilizado pela escola fica bastante reduzido.
Fazem parte da estrutura física da escola:
04 salas de aula;
01 sala adaptada para biblioteca;
01 sala para os professores;
01 laboratório de informática para alunos e professores;
01 sala para a secretaria;
01 sala para a direção;
01 sala para a equipe pedagógica;
01 almoxarifado;
03 banheiros, sendo 01 para uso dos professores;
01 laboratório de ciências;
01 cozinha compartilhada com a escola municipal;
01 depósito de alimentos compartilhado com a escola municipal;
01 depósito para material de limpeza;
01 refeitório compartilhado com a escola municipal;
01 quadra coberta compartilhada com a escola municipal;
01 quadra de esportes compartilhada com a escola municipal.
O espaço físico destinado à escola, não está condizente com a demanda de
alunos da comunidade, visto que a escola não tem condições de ofertar Ensino
Médio diurno devido à falta de infra-estrutura, uma vez que não possuímos salas de
aula para receber esses alunos.
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Os ambientes destinados ao laboratório e a uma sala de aula, na verdade
fazem parte de um espaço improvisado, feitas com divisórias de madeira, sendo
bastante falho na questão “acústica” do espaço. As salas destinadas à direção,
equipe pedagógica e ao almoxarifado também são organizadas por divisórias.
4.1.4. Recursos Pedagógicos:
Como material pedagógico a escola conta com um acervo razoável de livros,
mas que muitas vezes não atende as necessidades dos alunos, pois faltam livros de
pesquisa e enciclopédias atualizadas. Fazem parte do acervo da biblioteca os
seguintes livros e demais recursos pedagógicos:
191 livros de Português
152 livros de Matemática
181livros de História
155 livros de Geografia
17 livros de Artes
36 livros de Química
43 livros de Física
82 livros de Biologia
120 Livros de pesquisas (diversos)
1800 livros de Literatura
294 livros do Projeto Venha Ler – alunos
54 livros do Projeto Venha Ler – professores
206 na Biblioteca do Professor
260 livros paradidáticos
26 enciclopédias
61 dicionários de Português, Português/Inglês
13 Atlas Geográfico
47 Mapas Geografia / História
39 Mapas Biologia / Ciências
04 Globos Terrestres
Coleção de DVD - TV Escola volume I, II. III e IV e V
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Coleção de DVD – Vocação UFPR TV
20 Atlas Geográfico Escolar Multimídia
02 (caixas) Geologia na Escola – Caminho das rochas
165 Fantoches
20 Sólidos Geométricos de acrílico (diversas formas)
02 (caixas) Conjunto Sólidos Geométricos de madeira
40 Flautas Doce Soprano – plástico
01 Relógio Didático
02 (jogos) Tangram em madeira
08 Jogos de Alfabeto Silábico
06 Jogos Dominó Associação de Idéias
06 Jogos Vamos Formar Palavras
06 Jogos Seqüência Lógica
10 Jogos de Memória Antônimos
01 (caixa) Conjunto Barras de Medidas
01 Blocos Lógicos
02 Conjuntos Números e Sinais
02 Dominó Subtração
02 Dominó Multiplicação
02 Escala Cusinare
02 Conjunto Dourado
02 Conjunto Regras Numéricas
Além de contar com os livros didáticos para as turmas de Ensino
Fundamental nas disciplinas de: História, Geografia, Português, Matemática e
Ciências. As turmas do Ensino Médio fazem uso dos livros das disciplinas de
Português, Matemática, Química, Biologia e História, bem como dos livros
elaborados pela SEED nas disciplinas de química, matemática, geografia, educação
física, português, língua estrangeira, história, biologia, sociologia, física, arte e
filosofia.
4.1.5. Recursos Materiais e Didático-tecnológicos:
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A escola dispõe dos equipamentos que seguem na lista abaixo, sendo alguns
deles comprados com dinheiro arrecadado pela escola junto a APMF através de
promoções feitas na escola, ou adquiridos com a verba do governo destino à compra
de materiais permanentes. Todos os equipamentos estão em condições de uso, em
bom estado de conservação.
03 DVD‟s
01 Aparelhos de televisão 20”
01 Aparelho de televisão 29”
04 Aparelhos de televisão 29” (pendrive)
01 Retroprojetor
04 Impressoras
01 Máquina copiadora
01 Mimeógrafos
01 Aparelho de fax
07 Ventiladores
01 Aparelho de som
02 Rádios
01 Caixa acústica
03 Microfones
01 Bebedouro
18 Microcomputadores Proinfo
24 Microcomputadores Paraná Digital
01 Notebook
02 Câmeras/filmadora digital
01 WebCam
01 Balança de Plataforma
01 Balança Digital – Laboratórios de Ciências
01 Estadiometro Portátil
02 Microscópios
01 Planetário
01 Esqueleto
01 Dorso
01 Agitador – laboratório de ciências
18
01 Luneta
01 Manta aquecedora – laboratório de ciências
10 Lupas – laboratório de ciências
Lâminas microscópicas – laboratório de ciências
4.1.6. Recursos Humanos:
Atualmente, a Escola conta com 48 funcionários, faz-se necessário ressaltar
que alguns professores atuam tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino
Médio, sendo dispostos nas seguintes funções:
01 Direção
01 Direção Auxiliar
03 Equipe Pedagógica
01 Secretária
03 Agente Educacional II
Professores Regentes de Ensino Fundamental – 6º ao 9º ano
Professores Regentes de Ensino Médio
Agente Educacional I
4.1.6.1 Equipe de Gestão Educacional
Nome Função C.H. Semanal Formação
Daiane Kassiele Segatto Direção Auxiliar 20 Superior Completo
Deili de Fátima do Nascimento Pedagoga 20 Superior Completo
Gertrudes Maria Carlotto Kulka Secretária 20 Pós – Graduação
Joelma Pedagoga 20
Márcia Regina Durau Diretora 40 Pós – Graduação
Mônica Ferreira de Souza Pedagoga 20 Pós – Graduação
4.1.6.2. Corpo Docente
19
Nome Disciplina de
Atuação
Modalidade Formação
Adriana de Fátima Durau Português EF / EM Letras
Adriana Paula Magaton Matemática EM Matemática
Angelana Roth da Silva Leite Matemática EF Matemática
Emerson José Martins Física EM Matemática
Evandro Cezar Dallassenta Filosofia EM Filosofia
Everton Costa Educação Física EM Ed. Física
Elisama da Silva Bueno Ciências EF Biologia
Gerson Carlos Marchiori ARTES / Música EF Música
Gisele Guedes de Lima Crestani História História
Gertrudes Maria Carlotto Kulka Geografia EF / EM Geografia
Joseane do Rocio Seguro Matemática EF / EM Matemática
Jaqueline Berton Ciências EF
Laercio Marcos Torezin História / Filosofia EF/EM História
Lais Franca Campos SAA – Lín. Protuguesa EF
Layon Phelipe Becker Biologia EM Ciências Biológicas –
em curso
Luciane Ap. Durau Carloto Inglês EF Letras
Marilei Favretto Schroeder História / Sociologia EM História
Marli Aparecida Kinapik Matemática EF / EM Matemática
Margareth Ap. Batista Proença História EF História
Marcus Vinicius Segedi da Silva Ciências / SAA -
Matemática
EF Matemática – em
curso
Newson Leal Fernandes Química EM Biologia
Ponciano Munhoz Vidal Ed. Física EF Ed. Física
Pedro Mosko Física EM
Roseli Aparecida Fedechem Língua Portuguesa EF Letras
Tânia Portela Costa Biologia EM Biologia
Vera Lucia Czuy Ciências EF Ciências Biológicas
Vilma Aparecida Barszcz Geografia EF Geografia
Wederle Sturm Ed. Física EF / EM Ed. Física
William Vida Petrosky Sociologia EM História – em curso
4.1.6.3. Agentes Educacionais I e II
Nome Função C.H.
Semanal
Formação
20
Daniele do Carmo R. de Lima Agente Educacional II 40 Superior – Em curso
Dirce Fracaro Agente Educacional II 40 Superior – Completo
Eugênia de Fátima Santos Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
Gisele Nascimento Agente Educacional II 20 Superior – Completo
Irene Estevão Soares Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
Lúcia Eduardo Félix Cabral Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
Maria de Lourdes Matias Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
Marinice Brolese Schervinski Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
Viviane Wernek Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo
4.2. SOCIEDADE
Sabe-se que historicamente nossa sociedade é organizada em classes. Elas
sempre existiram fazendo a separação entre as pessoas que detinham o poder - a
burguesia, e os que cumpriam ordens – o proletariado, o que só vem a evidenciar as
diferenças sócio-econômicas existentes desde os tempos remotos. As classes mais
abastadas não são capazes de diminuir o seu padrão de vida, criando um „‟buraco‟‟
muito grande entre a elite e a classe menos privilegiada, fazendo com que a
organização da nossa sociedade continue seguindo àquela máxima: “os ricos
continuam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”.
Dessa forma, nossa sociedade capitalista e consumista, não é justa, pois é
organizada de uma maneira que nem todos são contemplados. Aos poucos, vamos
incorporando a forma capitalista de ser, onde cada um deve se preocupar apenas
consigo mesmo, já que seu semelhante é um provável concorrente, por isso não é
mais amigo e sim adversário. Com isso passou-se a valorizar o TER em detrimento
do SER.
Diante dessa visão de sociedade, os alunos deveriam estar seguindo um
caminho transformador, para que no futuro, não só a escola, como também a
sociedade fosse mais justa. Nossos adolescentes e jovens estão confusos, pois
aprendem na escola que devem agir conforme “a moral, a ética”, devem seguir os
“bons costumes”, mas no dia a dia vivenciam as contradições como corrupção
21
administrativa em seu país, miséria e injustiça social. Essa lógica injusta precisa com
urgência ser superada, precisamos valorizar o ser humano e não o dinheiro.
Vivemos num país privilegiado, cheio de riquezas naturais, conhecido por sua
beleza e pela alegria de seu povo, porém toda essa beleza e alegria se contrapõe a
pobreza, a miséria, a fome, ao analfabetismo, a violência, ao descaso dos
governantes, a corrupção, ao desemprego, os baixos salários. Brasil, um país onde
as desigualdades sociais são enormes, onde a pobreza e a miséria convivem lado a
lado com o luxo e a riqueza.
Essa realidade também pode ser vista no bairro em que o colégio está
localizado, pois em um pequeno espaço encontramos pessoas com bom poder
aquisitivo, enquanto alguns não conseguem manter sequer a sobrevivência, vivendo
dos recursos providos pelo governo. Pode-se dizer que algumas famílias buscam
através da educação e do trabalho melhorar suas condições de vida, enquanto
outros se acomodam ou recorrem aos meios ilícitos para suprir suas necessidades
básicas e/ou de consumo, aumentando ainda mais o índice de violência do bairro.
Essas características estão cada vez mais presentes nos jovens da comunidade,
onde roubar é questão de status, de poder, fator que está diretamente ligado a
impunidade.
No bairro, além da escola, não encontramos espaços destinados ao lazer e a
cultura, o que contribui para o envolvimento com as drogas e a violência, visto que
crianças, adolescentes e jovens ficam muito tempo ociosos.
Outra característica social que pode ser citada, é a desestrutura familiar, onde
crianças e adolescente ficam abandonados sem o acompanhamento dos pais, o que
reflete na falta de valores, de limites, e até mesmo falta de perspectiva de futuro.
Nos encontramos numa época de desconfiança, de pouca esperança, pois
ano após ano a população sofre com o descaso, com a falta de respeito por parte
das pessoas que decidem o rumo dos nossos municípios, estados ou do nosso país.
Hoje é tempo de pensar, de refletir como foi nosso passado, como é nosso presente,
e como será e o que será do nosso futuro.
Participamos de uma triste realidade, onde dia após dia ligamos a televisão, o
rádio, abrimos os jornais ou acessamos a internet, e nos deparamos com tragédias
como as guerras, a fome, a violência, a pobreza, as mortes, a corrupção, não
encontramos nenhum indício, nenhuma perspectiva de um futuro melhor.
22
Contudo, o que dizer de um povo que passa por tantas dificuldades e ainda
sim vive, ainda sim sorri? Pode-se dizer que esse é um povo que ainda sonha.
Sonha com um futuro melhor, com uma sociedade mais justa, com uma vida mais
digna.
4.3. ESCOLA
Historicamente podemos dizer que a educação era um direito de poucos, logo
poucos tinham acesso a ela. Esses poucos a quem nos referimos, era um grupo
formado por alunos de classe alta, das famílias nobres, crianças pertencentes a
elite. Sendo a escola projetada para atender essa minoria dentro de suas
peculiaridades e interesses.
Hoje, a grande maioria da população tem acesso a escola. A educação
tornou-se um direito de qualquer cidadão, pois perante a lei todos são iguais e
possuem os mesmos direitos. Porém, não se repensou/reformulou a estrutura
escolar, os objetivos da educação, não nos projetamos para atender aos interesses
e peculiaridades dessa nova clientela. Agora existe escola para todos, ou quase
todos, mas ainda não existe escola diferente para cidadãos diferentes.
No Brasil, ainda vemos milhares de crianças e jovens em idade escolar longe
das salas de aula, uma realidade bem distante do que é proposto em lei, onde
educação é direito de TODOS, mas nem sempre é usufruída por todos, ou seja, a
escola não é para todos e sim para poucos, uma vez que continuamos seguindo um
sistema classificatório e excludente. Muitos alunos deixam os bancos escolares para
tentar ajudar financeiramente suas famílias através do trabalho, em alguns casos
trabalho ilegal, uma vez que entende-se que todo aluno que está em idade escolar,
deixa de freqüentar a escola para exercer qualquer outro tipo de atividade estará
agindo na ilegalidade, pois é dever do estado, da sociedade, e da família ofertar
ensino e zelar pela permanência do aluno na escola.
Quando falamos em papel da escola, percebemos que ela passou a ser vista
ao longo do tempo, como um local de “refúgio” para muitos alunos, ou então, um
local que os pais tem para deixar seus filhos para que não fiquem sozinhos em casa,
visto que para o sustento da família, é necessário que todos trabalhem. Contudo a
necessidade de aprender, de pensar, de se transformar em cidadãos críticos
23
acabam ficando em segundo plano. Assim, algumas vezes o papel da escola na
sociedade vai muito além de apenas trabalhar o conhecimento científico como era
até então, hoje, em muitas comunidades a escola é uma extensão do lar, ou seja,
muitas crianças precisam da escola até para suprir necessidades básicas que faltam
no lar, como saúde, alimentação e vestuário. Muitas crianças com problemas
visuais, auditivos ou que sofrem maus tratos, são identificados pelo professor e
atendidos pela escola. Assim, ela passa a exercer um papel assistencialista.
Entendemos que a escola hoje deve trabalhar os conhecimentos
historicamente construídos, com vistas a formação de cidadãos críticos que possam
buscar formas de mudar senão a sociedade, pelo menos a sua realidade através da
cidadania, da luta por seus direitos e pelo cumprimento de seus deveres.
Com o passar dos anos e com os avanços tecnológicos, a educação escolar
veio perdendo espaço para outras formas de educar, de aprender. A grande
dificuldade da escola é a concorrência com a mídia, pois a mídia incute em nossos
alunos valores “invertidos”, devido a grande apelo do mundo comercial. A escola
ainda tenta, de forma tradicional, repassar saberes e valores humanos para
amenizar o paradoxo escola-sociedade, mas muitas vezes não obtém sucesso.
Precisamos de uma escola que seja capaz de transformar essa relação de
dominação que nossa sociedade apresenta, e que faça a verdadeira inclusão social
de nossos alunos.
Existem diversos tipos de escolas, mas não “funcionam” devidamente por
falta de apoio do governo em questões como: a falta de profissionais capacitados
em suas áreas de atuação, uma vez que hoje, ainda em que menor número,
professores formados em uma determinada disciplina lecionam em outras totalmente
opostas a sua formação devido a falta de profissionais capacitados.
No que se refere à estrutura física, existem várias formas e tipos de escola
diferentes, para classes diferentes, onde escolas centrais, que abrangem em sua
grande maioria alunos com melhores condições financeiras, possuem ótima infra-
estrutura, o que possibilita melhores condições de trabalho, enquanto as escolas da
periferia sofrem com o abandono, bem como os alunos que estão inseridos nela. As
escolas de periferia muitas vezes são esquecidas pelos governantes e mal vistas
pela própria comunidade na qual está inserida. Podemos dizer que em nosso estado
foram dados alguns passos importantes rumo a transformação desta triste realidade,
mas ainda é pouco perto do muito a ser feito.
24
Contudo, a escola busca atender às questões emergentes de nossa
sociedade, visto que todas recaem no espaço escolar, e interferem de forma direta
no processo de ensino aprendizagem, consequentemente no desenvolvimento e
desempenho dos alunos.
4.3.1 Processo de avaliação
O sistema de registro de avaliação adotado pelo Colégio é Trimestral, sendo
os resultados da avaliação expressos através de notas computados trimestralmente,
em várias aferições na seqüência e ordenação dos conteúdos, trabalhos individuais
e em equipe, por meio de testes, debates, entrevistas, atividades escritas ou orais e
demais modalidades que se mostrem aconselháveis e de aplicação possível. Como
forma de garantia, de que o aluno está sendo avaliado continuamente, independente
da disciplina e do número de aulas,
Conforme previsto em lei, é garantida ao aluno a recuperação paralela
quando o mesmo não tenha atingido 60% do valor da avaliação. O aluno terá direito
a realizar 2ª chamada da atividade avaliativa mediante apresentação de atestado
médico ou declaração de trabalho ou justificativa dos pais.
O cálculo da Média Anual para efeito de promoção será feito na forma de
média aritmética simples, ou seja, soma-se as notas do 1º trimestre, do 2º trimestre
e do 3º trimestre e divide por três, como está representado na formula:
Média Anual = 1º trimestre + 2º trimestre + 3º trimestre
3
Para a promoção, os alunos deverão atingir a média 6.0 (seis) em todas as
disciplinas e freqüência superior a 75% do total da carga horária do ano letivo, visto
que é essa a exigência do sistema educacional vigente.
A classificação é o procedimento que o Estabelecimento de Ensino adota
para posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e
desenvolvimento adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:
por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou
fase anterior, no próprio Colégio;
25
por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país
ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem;
independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série, compatível ao seu grau de desenvolvimento e
experiência, adquiridos por meios formais ou informais.
A reclassificação é o processo pelo qual o Estabelecimento de Ensino avalia o
grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,
levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de
estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do
que registre o seu Histórico Escolar. Cabe aos professores, ao verificarem as
possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e
com freqüência na série, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma
possa iniciar o processo de reclassificação. O aluno reclassificado deve ser
acompanhado pela equipe pedagógica, durante dois anos, quanto aos seus
resultados de aprendizagem.
Os registro das avaliações são feitos nos Livros Registros, sendo repassados
aos alunos e responsáveis por meio dos boletins entregues em reuniões individuais
ou coletivas. Os resultados finais são transcritos em Relatórios Finais,
encaminhados para a SEED, e no Histórico Escolar.
Para que todo esse processo de avaliação se consolide, cabe ao professor,
junto a equipe pedagógica, fazer uma auto-crítica, abrindo mão do uso autoritário da
avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; revendo a metodologia de trabalho
em sala de aula; alterando a postura diante dos resultados da avaliação; criando
uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. Para
isso, seguem alguns pontos importantes, segundo Vasconcellos (2006) a serem
observados, pela comunidade escolar mediante ao processo avaliativo, sendo eles:
Não prender-se só as provas - diversificar as formas de avaliação:
atividades por escrito, dramatização, trabalho de pesquisa, avaliação oral,
experimentação, desenho, maquete, etc. (levar em consideração os
estágios de desenvolvimento dos educandos);
Diversificar os tipos de questões: testes objetivos, V ou F, palavras
cruzadas, completar, pedir desenhos, enumerar de acordo com ordem de
ocorrência, copiar parte do texto de acordo com critério, associar, formar
frases com palavras dadas, etc. Destacamos, no entanto, a necessidade
26
de espaço para a avaliação dissertativa, por dar a oportunidade de
expressão mais sintética do conhecimento (síntese construída pelo aluno).
Dar peso maior para questões dissertativas, por exigirem maior empenho
e domínio do conhecimento;
Contextualizar as questões: questões a partir de texto, perguntas
relacionadas à aplicação prática, problemas com significado,
acompanhados por desenhos, gráficos, esquemas, etc.;
Colocar questões a mais, dando opção de escolha para os alunos (este
recurso é simples e dá oportunidade de maior individualização das
avaliações);
Dimensionar adequadamente o tempo de resolução da avaliação, de
forma a evitar a ansiedade. Não ficar fazendo pressão durante a aplicação
(“faltam 30”‟; “faltam 25”‟ , etc.);
Ao invés de “prova”‟ (ninguém tem que provar nada para ninguém), usar o
termo “atividade”; substituir a “folha de prova” por “folha de atividades”,
que também pode ser usada para trabalhos, pesquisas e etc.(lembrar, no
entanto, que não se trata apenas de mudar o termo...);
Deixar muito claro para os alunos e os pais quais os critérios de
avaliação que estão sendo adotados pelo professor. O educando deve
saber o que vai ser exigido dele. E sistematicamente o fator sorte, pois
este leva à irresponsabilidade, à convicção mística;
Realizar avaliação em dupla e/ou em grupo (sem dispensar a individual);
Fazer avaliação com consulta;
Elaborar avaliações interdisciplinares (questões comuns servindo para
duas ou mais disciplinas)
Alunos elaborarem sugestões de questões (ou propostas de trabalhos)
para a avaliação;
Não incentivar a competição entre os alunos, ou, melhor dizendo,
combater sua ocorrência, pela não valorização da nota, de uma vez que,
normalmente, a competição já esta presente no contexto social. Não
comparar alunos entre si; cada um deve ser comparado a si mesmo;
comparações criam competição, ódio, inveja, desanimo.
A avaliação não deve ser elaborada por terceiros, mas sim pelo próprio
professor.
27
Não fazer a avaliação de cunho decorativo, deve ser reflexiva, relacional e
compreensiva.
4.3.2 Resultados educacionais
A realidade apresentada reflete-se diretamente nos índices de aprovação,
aprovação por conselho de classe, reprovação e evasão escolar, como mostram os
dados dos dois últimos anos letivos, 2009 e 2010.
0
20
40
60
80
100
Aprovação Reprovação Evasão
5ª Série / 6º Ano
2009
2010
0
20
40
60
80
100
Aprovação Reprovação Evasão
6ª Série / 7º Ano
2009
2010
28
0
20
40
60
80
100
Aprovação Reprovação Evasão
7ª Série / 8º Ano
2009
2010
0
20
40
60
80
100
Aprovação Reprovação Evasão
8ª Série / 9º Ano
2009
2010
0
10
20
30
40
50
60
70
Aprovação Reprovação Evasão
1ª Série
2009
2010
29
0
20
40
60
80
100
Aprovação Reprovação Evasão
2ª Série
2009
2010
0
20
40
60
80
Aprovação Reprovação Evasão
3ª Série
2009
2010
Analisando os dados acima expostos, é possível observar um pequeno
avanço no índice de aprovação, mas apenas na 5ª série do Ensino Fundamental,
nas demais séries da mesma modalidade houve decréscimo. Assim, entende-se que
no ano de 2010 houve maior número de alunos reprovados praticamente em todas
as séries, tanto do Ensino fundamental, quanto do Ensino Médio, tendo
aproximadamente um aumento de 50 % no geral do Ensino Fundamental e Médio
em relação ao ano de 2009.
Percebeu-se que, as disciplinas com maiores índices de reprovação no
Ensino Fundamental, no ano de 2009, foram em primeiro lugar a de Inglês, seguida
de Ciências, História e Matemática com o mesmo percentual, Arte, Português,
Geografia e Educação Física na ordem decrescente de apresentação. No ano de
2010, a ordem foi modificada e ficou sendo as disciplinas de Geografia e
Matemática, com maior índice de alunos reprovados, em segundo lugar ficou a
disciplina de Português seguida das demais que foram: Arte, Ciências , Inglês e
30
História. A única disciplina em que não houve nenhuma reprovação nesse ano, foi a
de Educação Física.
0
0,5
1
1,5
2
L.
Port.
Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.
Fís.
L. Ing. Art.
Reprovação por Disciplina Ensino Médio - 2009
1º ano
2º ano
3º ano
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
L. Port. Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed. Fís. Esp Art.
Reprovação por Disciplina Ensino Médio - 2010
1º ano
2º ano
3º ano
Na análise em relação ao Ensino Médio, temos os seguintes dados sobre a
reprovação dos alunos em cada disciplina: No total foram 10 alunos reprovados,
para melhor compreensão da análise, deve ser considerado que um mesmo aluno
pode ter sido contado mais de uma vez no caso de ter sido reprovado em mais de
uma disciplina: Física e Matemática foram as disciplinas com maior índice, ou seja,
60% dos alunos que reprovaram, foram reprovados nessas disciplinas, na sequência
aparecem as disciplinas de Português e Arte, e depois as demais disciplinas. Nas
disciplinas de Educação Fisica e Filosofia não houve reprovação.
Mesmo com os dados disponibilizados, não há como mensurar
exclusivamente a que motivos específicos se devem os altos índices de reprovação
em todas as séries no último ano, tanto no Ensino Fundamental, quanto no Ensino
31
Médio, pois na análise feita por membros da equipe pedagógica, professores,
direção e funcionários, são diversos os fatores que têm contribuído, dentre eles,
destaca-se:
Desestrutura familiar;
Falta de acompanhamento da vida escolar dos filhos pelos pais e ou
responsáveis;
Situação financeira e escolaridade dos pais;
Desinteresse por parte dos alunos na questão da aprendizagem;
Indisciplina dos alunos;
Dificuldade na aprendizagem em casos específicos;
Falta de assiduidade e pontualidade por parte de alguns alunos;
Processo do Georeferenciamento;
Grande quantidade de alunos nas salas de aulas;
Descomprometimento de alguns profissionais da escola;
Iniciação precoce da vida sexual;
Prática pedagógica de alguns professores autoritária e excludente;
Equívocos na interpretação do sistema de avaliação da escola;
Equívocos na interpretação sobre recuperação paralela;
Quanto ao Ensino Médio, a falta de assiduidade e pontualidade por parte dos
alunos foram fatores preponderantes para o aumento do número de alunos
reprovados.
Explica-se que o processo de georeferenciamento contribui para a evasão
escolar no colégio Estadual João Ferreira Küster, e tem reforçado a falta de
comprometimento por parte de algumas famílias quanto à valorização da escola,
prova disso é dada quando um aluno é matriculado a contra gosto dos pais, quando
os mesmos não conseguiram vaga na escola pretendida e, pela distância da
moradia à escola, esse mesmo aluno não frequenta a escola. No Ensino Médio, o
georeferenciamento tem afetado a qualidade de ensino e o baixo rendimento dos
alunos, por falta de vagas no diurno muitos alunos de 14 anos são matriculados para
o ensino noturno, os quais ainda são muito imaturos, o que gera muita indisciplina.
Os alunos trabalhadores que frequentam o Ensino Médio Noturno mostram-se
desmotivados e na maioria das vezes não conseguem conciliar a escola e o
trabalho, deixando de ser um aluno pesquisador e responsável quanto às atividades
32
escolares, logo, os professores acabam por minimizar os conteúdos das disciplinas,
uma vez que o tempo escolar é insuficiente para os aprofundamentos necessários.
Há também a questão da falta de comprometimento por parte de alguns professores
quanto aos alunos do Ensino Médio, pois ao cometerem faltas injustificáveis,
deixam-nos ociosos na própria escola perdendo o direito da oferta de um ensino de
qualidade.
Desde o ano de 2002, a escola solicitou à mantenedora a construção de mais
salas de aulas para que seja implantado o Ensino Médio diurno, a fim de propiciar
uma continuidade na proposta de ensino da escola no Ensino Fundamental para o
Ensino Médio, e também considerando a falta de vagas no município como um todo,
para o Ensino Médio diurno, o que acarreta em vários transtornos no início de cada
ano letivo, dado ao descontentamento dos pais pela falta de vagas no turno matutino
e vespertino.
Outro fator de peso que repercute no mau desempenho escolar dos alunos, é
o grande número de alunos por ano, principalmente nas turmas de 6º ano do Ensino
Fundamental e do 1ª ano do Ensino Médio (apenas no 1º trimestre), que dificultam a
prática pedagógica do professor em sala de aula, não podendo dar muitas vezes um
atendimento individualizado para os alunos que necessitam de uma atenção
especial.
A falta de uma melhor compreensão por parte da comunidade escolar com
relação ao sistema de avaliação, também tem trazido prejuízos para o desempenho
dos estudantes e a vulgarização desse momento na escola por parte dos alunos,
inclusive o equivocado entendimento que alguns têm quanto à recuperação paralela.
Deve ser observada também a questão das metodologias adotadas por
alguns professores e necessidade de que sejam revistas, pois muitos repetem um
modelo tradicional com postura de autoritarismo, e uma prática de avaliação
excludente.
Ao desenvolver o trabalho de orientação e acompanhamento do desempenho
escolar dos alunos junto as suas famílias, observa-se a necessidade de promover
ações que trabalhem de forma mais direta questões referentes aos limites e valores
necessários para a formação da criança e do adolescente, tentando assim,
incentivar o aluno a querer aprender e consequentemente diminuindo o índice de
reprovação, recaindo novamente na necessidade do resgate e valorização da escola
por parte da família e também o resgate da função social da escola.
33
0
5
10
15
20
25
Art. Ciên. E. Fís. Geo. Hist. L.
Port.
Mat. L. Ing. Total
Aprovados por Conselho de Classe Ensino Fundamental -
2009
6º ano
7º ano
8º ano
9º ano
0
2
4
6
8
10
12
14
Art. Ciên. E. Fís. Geo. Hist. L.
Port.
Mat. L. Ing. Total
Aprovados por Conselho de Classe Ensino Fundamental -
2010
6º ano
7º ano
8º ano
9º ano
Na questão de aprovados por Conselho de Classe observou-se que em 2009,
foram 55 alunos do Ensino Fundamental, considerando que um mesmo aluno pode
ter sido aprovado por conselho em mais de uma disciplina, uma vez que, não houve
critérios pré estabelecidos sendo todos os alunos com médias finais abaixo da
média mínima para aprovação, submetidos à análise do Conselho de Classe, logo,
verificou-se que a disciplina que mais aprovou por Conselho foi a de Matemática,
com um percentual aproximadamente de 10% do total de alunos matriculados
nessa modalidade de ensino, seguida das disciplinas de Português, História,
Geografia, Ciências, Inglês, Arte e Educação Física. Já no ano de 2010, com 39
alunos aprovados por conselho, verificou-se a seguinte situação: A disciplina de
Matemática continua com índice maior, agora com um percentual de
34
aproximadamente 9% do total de alunos matriculados no Ensino Fundamental,
seguida das disciplinas de Português, Geografia, Arte, Ciencias e Educação Física e
por último, com menor índice a de Inglês.
Fazendo um comparativo entre os dois anos, no quesito do número de alunos
aprovados por Conselho de Classe, no Ensino Fundamental, percebeu-se que
diminuiu consideravelmente o índice, talvez isso se deve ao fato do trabalho
constante de conscientização realizado pela direção e equipe pedagógica junto aos
professores, para que utilizem o momento do Conselho de Classe para discussões e
socializações das dificuldades apresentadas no processo de ensino aprendizagem,
estabelecendo ações conjuntas para superação dessas dificuldades.
0
2
4
6
8
10
L.
Port.
Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.
Fís.
L.
Ing.
Art. Total
Aprovados por Conselho de Classe Ensino Médio - 2009
1º ano
2º ano
3º ano
0
2
4
6
8
10
L.
Port.
Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.
Fís.
Esp. Art. Total
Aprovados por Conselho de Classe Ensino Médio - 2010
1º ano
2º ano
3º ano
Em relação ao Ensino Médio, verificou-se que a aprovação por Conselho de
Classe paralelamente nos anos de 2009 e 2010, aumentou o índice, de 17 alunos
35
em 2009, passou a ser 27 em 2010, sendo mantido praticamente o mesmo número
de alunos matriculados. As disciplinas com maiores índices em 2009 foram na
ordem: Física, Filosofia, Português, Matemática, História, Biologia, Geografia,
Química e Inglês e Arte. Nas disciplinas de Educação Física e Sociologia não houve
nenhum aluno aprovado por Conselho de Classe. Já em 2010, observou a seguinte
sequência de índices por disciplina em ordem decrescente: Física, Matemática,
Química e Biologia, Espanhol e Português, Geografia e História, Educação Física e
Filosofia.
0
5
10
15
20
En. Fund.
Manhã
En. Fund.
Tarde
En. Médio
Noite
Evasão Escolar 2009 / 2010
2009
2010
Observamos através dos dados estatísticos sobre o rendimento dos alunos,
que na questão da evasão escolar houve menor índice em relação ao ano de 2009
para 2010, no entanto, mantendo números preocupantes, como por exemplo, 17,1 %
dos alunos do Ensino Médio se evadiram.
Dos alunos matriculados no ano de 2010 nos períodos manhã e tarde do
ensino fundamental anos finais, que cerca de 8% evadiram-se da escola. Já no
ensino médio que corresponde ao período noturno, dos alunos matriculados, 17%
evadiram-se, entende-se que as causas que levaram a esses índices de evasão são
várias, como já mencionados anteriormente para justificar a reprovação, mas
diferentes para cada período. No Ensino Fundamental acredita-se que entre os
motivos que levam à evasão escolar, destacam-se algumas questões familiares
como: falta de acompanhamento dos pais nas atividades escolares dos filhos, falta
de motivação e incentivo dos responsáveis, necessidade de cuidar de irmãos
menores, alunos fora de idade para a série, e até a necessidade de trabalho. No
ensino médio destaca-se o fato de alguns, ou até mesmo a maioria dos alunos
estarem inseridos no mundo do trabalho, e devido a isto chegam atrasados ou
36
cansados para as aulas, provocando certa desmotivação, consequentemente o
baixo rendimento e a possível perspectiva de reprovação, faz com que os mesmos
desistam ainda no primeiro semestre do ano letivo.
A falta de acompanhamento dos pais e a perda de controle inerente à própria
faixa etária do aluno, permite um descompromisso por parte dos mesmos, agravado
pelo interesse ao namoro, que os motiva a não comparecerem às aulas.
Outra problemática que interfere no rendimento escolar, colaborando com a
evasão, é o envolvimento dos alunos em atividades que não são pertinentes à sua
idade, mesmo que seja por questões de necessidade familiar.
Outro item de grande relevância que interfere na vida escolar dos alunos, e
que contribui para a evasão escolar, diz respeito à afloração precoce da sexualidade
associada ao namoro entre colegas da escola, que muitas vezes faltam aulas para
namorar.
Quanto ao processo ensino aprendizagem dos alunos várias questões
podem ser levantadas para justificar o mau desempenho escolar, ora por parte da
prática pedagógica dos professores, ora por parte dos próprios alunos. Constata-se
que os alunos são diferentes, tanto em suas capacidades, quanto em suas
motivações, interesses, ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem, situações
ambientais e familiares, e entendendo que todas as dificuldades de aprendizagem
são em si mesmas contextuais e relativas, necessitando-se portanto diversificar as
situações de aprendizagem e adaptá-las às especificidades dos alunos.
Observa-se uma maior dificuldade no desenvolvimento dos alunos nas
primeiras séries do Ensino Fundamental, tanto nas competências de leitura,
quanto no raciocínio matemático; isso tudo reflete no 6º ano; talvez pela divisão
de disciplina/professor e muitos conteúdos a serem trabalhados; também pela falta
de acompanhamento e assistência dos pais.
É nítida também a falta de acesso à cultura dos nossos alunos que moram
num bairro de periferia da cidade, desprovidos de ofertas de cultura e lazer, tais
como: cinema, teatro, musicais, entre outras atividades que seriam enriquecedoras
para a sua formação, infelizmente, há muitos alunos que ficam ociosos no
contraturno escolar, e que acabam iniciando a vida sexual muito precocemente e
ainda alguns, utilizando drogas e se envolvendo com o tráfico, tirando com isso, a
perspectiva de futuro, o que os torna imediatistas quanto às ofertas da sociedade
consumista.
37
Segundo o descrito no site do Mec sobre a Prova Brasil, no endereço:
http://portal.mec.gov.br:
A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos. Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e na terceira série do ensino médio, os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar associados ao desempenho.
Logo, analisando os resultados da escola, os anos de 2005/2007 foram
identificadas quais foram as dificuldades dos alunos na apropriação do
conhecimento de Língua Portuguesa e Matemática, considerando os níveis e a
escala para cada disciplina, como o descrito a seguir, observando que para a
análise, recorre-se às Diretrizes Curriculares do Estado – DCEs, bem como, faz-se
um paralelo dos descritores da Prova Brasil com os conteúdos estruturantes das
disciplinas.
38
39
Na prova Brasil, a proposta de avaliação em Língua Portuguesa, contém
apenas habilidades de leitura, representadas por 21 descritores para o 9º. Eles estão
agrupados em cinco blocos: procedimentos de leitura; implicação do suporte, do
gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto; relação entre textos; coerência
e coesão no processamento do texto; relações entre recursos expressivos e efeitos
de sentido e variação linguística.
Na análise dos resultados da escola, nessa disciplina, levantou-se os
seguintes dados: no ano de 2005 a escola obteve a média de 252,32,
posicionando-se entre as escalas de 250 e 275, nessa ocasião os alunos
demonstraram ter a capacidade razoável de localizar informações, tanto explícitas
com implícitas em textos; identificar determinadas marcas linguísticas; estabelecer
relações entre partes de um texto; diferenciar a parte principal das secundárias em
texto informativo; interpretar textos com linguagem verbal e não-verbal. No entanto,
apresentaram dificuldades no reconhecimento de alguns recursos gráficos usados
em textos, entre eles, o uso de aspas; na identificação de argumentos que
justifiquem teses nos textos dissertativos, bem como na interpretação de tabelas que
exigiam certas comparações; também no uso de alguns conectivos e seus valores
40
semânticos; além da falta de habilidade na identificação das marcas de
coloquialidade em textos literários que usam a variação linguística como recurso
estilístico, por exemplo, não reconhecem em que sentidos foram usadas
determinadas gírias em textos formais.
Já no ano de 2007, infelizmente a escola alcançou a média 238,00, ficando
posicionada nas escalas <225 a <250, apresentando um declínio no desempenho,
tendo os alunos apresentando dificuldade nas atividades de inferir informações
implícitas de algumas tipologias textuais; no reconhecimento de diferentes opiniões
sobre um mesmo fato, em um mesmo texto; no reconhecimento do efeito de sentido
da utilização de um campo semântico composto por adjetivos em gradação, com
função argumentativa; acentuando-se ainda mais com a dificuldade de interpretar
gráficos, reconhecer o valor semântico de alguns conectivos, quando se trata
principalmente de textos jornalísticos ou argumentativos.
A Prova Brasil na avaliação de Matemática, foca competências relacionadas
ao Tratamento da Informação, grandezas, medidas, espaço, forma, números e
operações, sendo avaliadas as habilidades de resolver problemas nesses quatro
temas. Para o 9º ano, são 37 descritores. Portanto, observou-se nos resultados da
escola, que entre os anos de 2005 a 2007 houve uma queda no rendimento dos
alunos, apesar de que no aspecto geral não houve alternância na escala gráfica, a
qual foi mantida entre 250 e 275, estando a média da escola 264,72 em 2005 e
252,45 em 2007. Verificou-se que na questão dos conteúdos, muitos deles não
foram trabalhados no decorrer do processo de aprendizagem ao longo da vida
escolar dos alunos, a exemplo, os conteúdos de geometria e os de Tratamento da
informação, que infelizmente, são deixados para serem trabalhados no último
período escolar e pela falta de tempo, o trabalho acaba sendo bem superficial e/ou
são trabalhados sem fazer uma contextualização, dificultando a assimilação por
parte dos alunos. Logo, essa situação dificultou um melhor desempenho dos alunos
na prova, pois percebeu-se que não conseguiram resolver questões relacionadas à
interpretação de gráficos, tabelas, nem tampouco resolver as questões associadas a
alguns conteúdos de geometria. Ressalta-se que, falta uma prática pedagógica para
o ensino da Matemática, que consiga associar o tempo disponível para o trabalho
dos conteúdos, numa perspectiva espiral e utilizando-se das várias tendências
Matemáticas contempladas nas diretrizes curriculares. Os conteúdos que os alunos
41
tiveram uma maior defasagem foram relacionados à grandezas e medidas,
geometria e tratamento da informação.
Observou-se que, de modo geral, os alunos com dificuldades de
aprendizagem incluem problemas mais localizados nos campos da conduta e da
aprendizagem, a exemplo, cita-se: hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de
coordenação; baixo nível de concentração, dispersão; específico em Matemática,
observa-se problemas em seriações, inversão de números, reiterados erros de
cálculo, reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e
fundo; Em Português, há problemas na codificação/ decodificação simbólica,
irregularidades na lectoescrita, disgrafias; desajustes emocionais leves, baixa
autoestima; dificuldades de fixação; inversão de letras; inibição participativa, pouca
habilidade social, agressividade.
4.4. ALUNOS
Nossa “clientela” não apresenta um padrão definido, único. Temos vários
tipos de alunos alguns com bom padrão de vida, outros com dificuldades financeiras,
outros com relacionamentos familiares complicados, pais separados, ausentes,
famílias envolvidas com drogas, bebidas, entre tantos outros problemas que
encontramos no dia-a-dia de nossa sociedade.
Como não existem pessoas iguais, também não podemos generalizar todas
as famílias, cada família possui uma cultura própria, onde são passados hábitos,
costumes e valores. Muitos alunos fazem parte de famílias estruturadas, que
“sustentam” os filhos tanto na questão financeira quanto nos valores, através de
conselhos e exemplos. Existem outras, que apenas dão o apoio financeiro e não
participam da vida do filho. Temos ainda casos de alunos totalmente desprovidos de
condições financeiras, bem como de valores morais e éticos.
Geralmente as escolas da “periferia” atendem uma comunidade carente, onde
a maioria vive em um meio pouco promissor, com pouca perspectiva de um futuro
melhor. Os alunos que possuem uma condição melhor de vida, procuram as escolas
mais centrais em busca de educação de qualidade, uma vez que confundem
educação de qualidade com estrutura física de qualidade. Esses alunos geralmente
42
têm mais chances de dar continuidade aos estudos, pois têm outra perspectiva de
futuro.
Poucos alunos da rede pública de ensino possuem plenas condições de
crescimento e aprendizagem, que tenham uma boa alimentação, auxílio médico,
acesso a diversos tipos de músicas - além daqueles ofertados pela mídia, acesso ao
cinema e ao teatro, ou a outros momentos de lazer.
Muitas vezes por falta de oportunidade acabam se marginalizando, andando
nas ruas procurando o que fazer, e em muitos casos encontram a má companhia
que os leva a lugares que não são ideais. Nossos alunos são, muitas vezes,
crianças e adolescentes imaturos, deixam-se levar por influências externas, uma vez
que os valores familiares, como o respeito, o companheirismo, entre outros, não
estão enraizados em suas personalidades, acabam “caindo” na marginalidade ou
tornando-se dependentes químicos.
Para que pudéssemos retratar a realidade da comunidade em que o Colégio
está inserido, com clareza e veracidade, foi desenvolvido junto aos alunos do Ensino
Fundamental e Médio uma pesquisa com questões relativas a dados gerais sobre a
realidade dos mesmos, além de outras questões que visam saber como agem e
pensam sobre os mais diversos aspectos, tais como: estudos, vida profissional,
lazer, família, sexo, religião e política.
A idade dos alunos atendidos pelo Colégio varia de 11 a 17 anos no Ensino
Fundamental e de 15 a 43 anos no Ensino Médio.
Os problemas encontrados quanto à idade – série, são devido ao grande
número de reprovações no Ensino Fundamental, ou quando o aluno resolve retomar
os estudos após um período de tempo considerável, esse fator é mais evidente no
Ensino Médio.
Encontramos na escola casos de alunos com dificuldades educativas
especiais, como: problemas de baixa visão, transtorno de conduta, e dificuldade de
aprendizagem.
43
No aspecto inerente a cor, constatou-se que:
A maior parte dos alunos matriculados mora no Jardim Social, bairro onde
localiza-se o Colégio. O estabelecimento também atende alunos provenientes de
bairros próximos como Jardim Helvídia, Bom Jesus, São Jerônimo (Saad), Rivabem,
Guabiroba, Francisco Gorski, Itaboa, entre outros. Parte dos alunos moram em
casas próprias, outros dividem espaço com demais membros da família, há aqueles
que moram em casas alugadas. O Colégio também “atende” a alunos de outras
localidades do município, devido a falta de vagas nas escolas mais próximas das
suas moradias, devido a distância e a falta de transporte escolar, muitos desses
alunos abandonam os estudos, elevando o índice de evasão e abandono escolar do
Colégio.
De forma geral, hoje em nossa sociedade, o papel de crianças e adolescentes
é de colaborar com a manutenção da família, algumas vezes trabalhando, com
atividades rurais, outras, cuidando da casa, de irmãos menores, enquanto os pais
precisam trabalhar, outros, passam o tempo todo nas ruas, em companhia de
desocupados. Quando chegam na escola, não tem o menor interesse em estudar,
pois estão cansados, ou então a escola não é tão atrativa quanto a rua.
Muitos de nossos alunos, mesmo os do Ensino Fundamental, já
desenvolveram ou desenvolvem algum tipo de atividade remunerada como entrega
de panfletos, cuidam de crianças - babá, ou empacotador em mercados da cidade,
garçom, entre outros. Os alunos do Ensino Médio em sua maior parte trabalham
como frentistas ou vendedores no comércio local. É válido mencionar que conciliar
as atividades escolares com a profissional não é fácil, mas extremamente
necessário, pois almejam uma função ou um emprego melhor do que o
desempenhado atualmente.
Devido às injustiças sociais e a falta de oportunidade muitos alunos estão
desestimulados. Aqueles que possuem idade para trabalhar não encontram
emprego e acabam tendo dificuldade de manter os estudos, e quando estão
44
empregados, muitas vezes não conseguem conciliar estudo e trabalho, levando-os
assim ao abandono escolar.
A maioria dos lares é formado, em média, por 4 a 5 membros como mostra o
gráfico abaixo.
Existem casos de alunos que são criados pelos avós ou tios, os que moram
apenas com o pai ou a mãe devido a separação do casal, ou falecimento de um
deles. Temos ainda, famílias formadas pela segunda união do casal, onde homem e
mulher, ou um dos dois já trazem consigo filhos de outros relacionamentos.
Devemos lembrar também, que existem casos de alunos (as) que ao longo do
ano letivo deixaram a escola para constituir outra família, em alguns casos mesmo a
aluna estando grávida, manteve-se na escola com o apoio dos pais.
A religião predominante é a católica, sendo a evangélica pouco mencionada.
Em pesquisa realizada observamos que 80% dos alunos têm religião, sendo que
70% são fiéis, muito embora 92% acreditem em Deus, porém percebeu-se que a
questão da fé é bem abstrata e pouco entendida por eles.
Em relação à escolaridade dos pais, pode-se dizer que alguns pais
concluíram a primeira etapa do Ensino Fundamental – 1ª a 4ª série, enquanto a
grande maioria não conseguiu vencer essa etapa, poucos são os pais que
terminaram o Ensino Fundamental e Médio, e o número se reduz mais ainda quando
trata-se do ensino superior, como segue no gráfico abaixo produzido com dados
fornecidos pelos pais no momento da matrícula para o ano letivo de 2010.
45
No dia-a-dia da escola observa-se que muitos pais usam como desculpa para
a falta de acompanhamento dos estudos dos filhos, sua pouca “instrução”,
justificando assim o abandono da vida escolar dos mesmos. Porém existem aqueles
que mesmo com “pouca instrução” incentivam seus filhos a estudar, ou ainda
aqueles que com muito esforço voltam para os bancos escolares em busca do
conhecimento.
No que se refere às atividades profissionais desenvolvidas pelos pais, os
homens, em sua maioria, trabalham como operários nas indústrias existentes no
município, principalmente em cerâmicas. Encontramos outras profissões como
pedreiros, caminhoneiros, agricultores, mecânicos, motoristas, entre outras. Deve-se
lembrar também que algumas famílias sofrem com o desemprego.
A maior parte das mulheres dedica-se exclusivamente às atividades
domésticas e a educação dos filhos. As que trabalham “fora”, desenvolvem as
seguintes profissões: empregada doméstica, diarista, cozinheira, ceramista. Cabe
lembrar que algumas mulheres de nossa comunidade são responsáveis pelo
sustento do lar, pesando sobre seus ombros a responsabilidade de prover
alimentação, saúde e educação aos filhos.
Em relação aos alunos, constatamos que a minoria exerce alguma atividade
remunerada como segue, mas muitos já vivem o desejo de se inserir nesse mundo.
Inclusive quando perguntados sobre a escolha da profissão, 53% alegaram já
escolheram a profissão que irão seguir.
46
A renda salarial média de grande parte das famílias, como segue no gráfico,
varia de 1 a 3 salários mínimos, com os quais se garante a manutenção da família
no que se refere a alimentação, vestuário, transporte e serviços básicos. Mas,
existem também aqueles que não possuem renda fixa, pois sobrevivem do trabalho
temporário, dos chamados “bicos”.
Durante a pesquisa várias questões foram levantadas para averiguar o nível
sócio-econômico da família, como “mostra” o gráfico a seguir.
Quanto às atividades de lazer preferidas por nossos alunos destacam-se a
prática de esportes, assistir televisão, realizar passeios, andar de bicicleta, ouvir
música e dançar. Os programas de televisão preferidos são novelas, filmes,
desenhos e programas de auditório. Ressalta-se que poucos fazem uso da TV como
meio de informação e acesso a fatos e notícias, mas sim como simples forma de
Ca s a Pr ó p r ia
Ou t r o Im ó ve l
Ca r r o
Ap a r e lh o d e So m
Má q u in a d e La va r
0 %
1 0 %
2 0 %
3 0 %
4 0 %
5 0 %
6 0 %
7 0 %
8 0 %
9 0 %
Sim
Nã o
Nã o Op in a r a m
47
lazer e descanso. Observa-se que uma pequena parte dos alunos gosta de ler,
considerando-se que esse interesse sofre um decréscimo considerável de acordo
com o aumento da escolaridade. Desses, cerca de 60% afirmaram gostar de ler
histórias em quadrinhos, seguido de livros, revistas e jornais, em menor proporção.
Na opção de programas com a família 76% dos alunos, em alguma ocasião
ou sempre, optam em sair com a família, comportamento que entendemos ser
primordial para o desenvolvimento do adolescente, e para o fortalecimento de sua
relação com a família.
Observou-se que entre 70% dos alunos pesquisados, os assuntos que estão
presentes nas conversas entre amigos são: o sexo, o namoro, as amenidades
(“fofoca”, “besteiras”, e TV). Já religião e política não aparecem como tema de
“discussão”.
Analisando os dados da pesquisa, constatou-se um dado alarmante, que
cerca de 23%, dos 191 alunos pesquisados, já fizeram ou fazem uso de algum tipo
de droga, sendo que destes, 53% tiveram contato com a droga com 14 anos ou
menos. As drogas mais consumidas, ou de mais fácil acesso são o álcool, os
solventes e o tabaco, sendo também citada a maconha, a cocaína, o crack e até a
heroína. Sabemos que nem todos os alunos usuários se pronunciaram, pois esse é
um tema pouco discutido na escola, temido na sociedade e repudiado pela família.
Outra característica dos alunos da sociedade moderna, é o “contato precoce”
com o sexo, na mesma pesquisa citada acima, cerca de 29% dos alunos já tiveram
iniciaram a vida sexual, sendo que a maioria com 15 anos ou menos de idade.
Destes, 54% relataram que a primeira relação não foi com um namorado (fixo), mas
Prática de esportes
Leitura
Assintir TV
Ouvir música
Cinema/Teatro
Bares/Restaurantes
Convívio com os amigos
Outra opção
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%
48
sim com um amigo ou outra pessoa. Isso mostra que para nosso alunos o sexo é
algo banal. Esses dados nos defrontam com outro problema encontrado nas salas
de aula, a gravidez na adolescência, condição essa que lava muitas alunas a deixar
a sua educação formal/científica, para educar, muitas vezes sem apoio, um novo
ser.
Quando questionados do por que estudam, percebemos que nossos alunos
reconhecem que a educação escolar é importante para suas vidas, como segue no
gráfico abaixo, mas poucos compreendem que ela auxilia no desenvolvimento
pessoal e na aquisição de conhecimentos básicos necessários à vida em sociedade.
A maioria vincula a formação escolar ao ingresso no mercado de trabalho e a um
futuro melhor ou mais promissor.
N
o decorrer da pesquisa percebemos que 57% dos alunos afirmaram que em geral
quando estão na escola prestam atenção nas explicações e participam das
atividades propostas pelos professores.
Segundo a pesquisa, o modelo de boa escola para nossos alunos, ainda é a
forma tradicional, onde o professor passa o conteúdo no quadro, cabendo a eles
copiar e depois memorizar para realizar as provas. Quando a aula foge dessa linha
não sabem lidar com a situação, pois sentem dificuldade no trabalho em grupo, não
sabem buscar o conhecimento (pesquisar) e geralmente não são questionadores.
Pode-se dizer que aos poucos essa realidade vem sendo transformada através de
um longo trabalho de conscientização.
Mesmo tendo essa visão de educação tradicional, cerca de 80% dos alunos
relatam que existe a necessidade de alteração do currículo escolar e da prática
pedagógica por parte de alguns professores. No que se refere à avaliação, 83%
deles afirmam ser avaliados de forma justa.
Há alunos que encontram na escola uma forma de extravasar seus anseios e
frustrações, deixando de lado o mais importante, a aprendizagem, o conhecimento.
49
O plano de futuro para a maior parte deles é o de concluir o ensino médio e tornar-
se operário de alguma empresa da região. Como reflexo dessa realidade, o número
de alunos que ingressam em um curso superior é baixo, porém essa realidade vem
mudando de forma gradativa e lenta.
4.5. COMUNIDADE ESCOLAR:
As dúvidas que pairam sobre “o que ensinar” cercam a humanidade desde os
tempos remotos. Essa realidade continua presente em nossa escola, uma vez que
fazemos uso de suportes didáticos que não atendem muitas vezes a real
necessidade de nossos alunos, cabendo ao professor propor critérios básicos e
necessários para que “o que ensinar” atenda aos anseios de “a quem ensinar', num
conjunto sincronizado e eficiente para a formação de cidadãos críticos e
participativos na sociedade. Porém ainda encontramos em nossa escola
profissionais que não tem essa mesma visão, professores que ainda fazem uso do
livro didático como principal fonte de conhecimento, como norteador do seu trabalho
pedagógico em sala de aula, esquecendo que esse deveria ser apenas um
complemento, um auxílio ao seu trabalho.
Os professores tem a função de não apenas ensinar mas de fazer o aluno
compreender. Cabe a ele respeitar a diversidade de cada aluno, e reconhecer a
dificuldade de cada um deles, e incentivá-los a persistir em sua busca ao
conhecimento,pois o processo educacional deve ser dinâmico, já que a escola
oferece aparatos tecnológicos, possibilitando aos alunos alcançarem os objetivos
propostos pelos professores.
Embora o sistema faça com que muitos professores não criem vínculo com a
escola, a maioria vem se esforçando para que a educação progrida cada vez mais.
Acreditando e defendendo a formação continuada como meio de
transformação, interação e envolvimento de todos no processo com subsídios
importantes para o dia a dia escolar.
Cabe ao professor, além de sua formação específica, ampliar seus
conhecimentos, mantendo-se atualizado para melhorar e aprimorar sua prática
pedagógica.
50
A escola a qual conhecemos, há várias pessoas envolvidas no processo
educacional, desde os agentes educacionais até o diretor, cada qual com a sua
responsabilidade e importância no processo de ensino aprendizagem de nossos
alunos. O que falta para a escola é uma interação maior entre as pessoas, pois o
trabalho em equipe fará com que as dificuldades sejam sanadas mais rapidamente.
Nesse âmbito, temos o nosso funcionário, desempenhando uma função importante,
como qualquer outro, é ele que prepara toda a estrutura para um melhor rendimento
de alunos e professores, procurando realizar suas atividades sempre visando o
melhor do aluno.
A escola funciona como um todo. Por isso a necessidade de conhecer e
valorizar a função desenvolvida por todos.
Atualmente a escola vem desenvolvendo momentos de interação com toda
equipe, proporcionando a troca de ideias, resolução de problemas e um
conhecimento geral do andamento da escola, visando avaliar o trabalho
desenvolvido e construindo projetos futuros, pois entende-se que é importante a
mobilização de todos os segmentos escolares no processo de construção de uma
escola que oferte educação de qualidade, que vai muito além da interferência direta
do professor, mas passa por todos os ambientes escolares, por todas as decisões e
encaminhamentos.
A exemplo, os funcionários neste estabelecimento de ensino, tem procurado
participar dos colegiados contribuindo para a efetivação da gestão escolar em uma
perspectiva democrática, como relatam a seguir:
“Todos nós, dos diversos setores da comunidade escolar participamos da gestão escolar de acordo com o segmento a que pertencemos: Agentes Educacionais I e II, Equipe Administrativa, instâncias colegiadas e outros. Cada um participa de acordo com as características próprias de sua função na educação, pois todos somos educadores. Quanto aos pais, a participação mais efetiva é daqueles que fazem parte das instâncias colegiadas como a APMF e o Conselho Escolar. Todos na escola temos que ter a preocupação de agir de acordo com os princípios nos quais acreditamos e sempre estarmos nos autoavaliando para constatar se realmente estamos agindo com a responsabilidade que a função exige e de acordo com a legislação vigente. Nós funcionários participamos mais efetivamente da gestão, pois estamos atuando diretamente na escola.”
51
Esses mesmos funcionários quando perguntados sobre à apropriação dos
saberes a respeito da Gestão Escolar, se favorece a participação com autonomia
nos processos de decisão na escola, se posicionaram da seguinte maneira:
“Sim. É de suma importância termos o conhecimento da Gestão democrática dentro do ambiente escolar onde todos devemos participar ativamente das decisões tomadas em prol da educação. Esta efetiva participação propicia ganhos na qualidade de ensino ofertado pela instituição. Expondo nosso ponto de vista nas tomadas de decisão, estamos contribuindo para efetivar a gestão democrática e efetuar a transformação social. Tendo conhecimento, adquirimos condições de elaborar conceitos capazes de transformar a realidade diária da comunidade escolar. Somos todos responsáveis pela busca de soluções dos problemas do cotidiano escolar, também sempre devemos estar atualizados para melhor desempenho das nossas atribuições.”
Por fim, no processo da efetivação da gestão democrática na escola,
percebe-se que ainda é preciso refletir sobre a participação da comunidade dentro
da escola, num processo em que tenha o poder de decidir e agir, sendo atores
escolares, sujeitos de sua história, rompendo com o modelo tradicional de educação,
através do cultivo da participação, do trabalho coletivo, da ação colegiada, da
realização pelo bem comum.
52
5. MARCO CONCEITUAL
A escola está inserida numa sociedade capitalista, sendo este sistema
excludente e que exige cada vez mais a escolarização das pessoas que já estão
trabalhando ou que ainda irão ingressar no mundo de trabalho. Devido esse sistema
a sociedade acaba se tornando cada vez mais individualizada, onde o que importa é
a posição que o indivíduo ocupa e os bens que possui, cabendo aos menos
favorecidos a impressão de que não são capazes e que sua situação é sua própria
culpa – ideologia neoliberal.
A sociedade gera indivíduos de primeira e segunda classe, onde há os que
ocupam uma posição melhor e que serão formados numa escola separada dos
demais, ou seja, serão os futuros chefes e a outra que irá preparar os subalternos.
Esta dualidade do sistema de ensino é aceita em nossa sociedade como normal e
cabe a escola pública resgatar os indivíduos menos favorecidos desse sistema e
buscar melhor prepará-los para a convivência nesta sociedade, como lhes é
garantido por lei:
A Constituição Federal do Brasil incorporou como princípio que toda e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF art.2005). Este princípio é retomado pelo art. 2º da LDB, após o reconhecimento da importância da vinculação entre mundo escolar e mundo do trabalho. Logo, pessoa, cidadania e trabalho são três conceitos que sistematizam os fins da educação e até mesmo da ordem social (CURY, 2002, p.28, grifo do autor).
Partindo da Carta Magma e do ECA (lei 8.069/90) onde coloca-se o direito à
educação como um dos requisitos básicos para a construção da solidariedade e da
cidadania, a garantia de acesso e permanência na escola são encarados como
direitos a serem tutelados pelo Estado. Como segue em alguns artigos do Estatuto
da Criança e do Adolescente:
Art. 53º. A criança e o adolescente têm direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, (...) Art. 4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
53
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Entende-se que para que tenhamos uma sociedade mais justa e não
excludente, a escola exerce papel fundamental, pois é na escola que nossos alunos
entram em contato com o saber que foi construído durante anos. É importante que o
aluno ao entrar em contato com esse saber, saiba que relação ele tem com o nosso
dia-a-dia, e que a aquisição do mesmo é importante, uma vez que o trabalho
educativo que visa produzir os elementos e recursos necessários a uma existência
produtiva numa dada sociedade humana, historicamente situada.
Para dar conta das demandas sociais, a escola não pode mais refletir e seguir
os moldes da educação bancária, mas sim apropriar-se da concepção pedagógica
da escola histórico crítica dos conteúdos, pois entende-se que a escola é um espaço
social onde os sujeitos se apropriam do saber universal, onde os conhecimentos
produzidos historicamente são socializados a todos, como instrumento de
compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a
transformação desta realidade.
A lógica do capitalismo já está imposta, cabe a escola pública dentro deste
sistema, buscar cada vez mais meios de transformação desse realizada,
promovendo um educação de qualidade. Os conhecimentos que devem ser
trabalhados terão como meta à formação omnilateral do homem, ou seja, em toda a
sua integralidade levando o aluno ao domínio do método científico, das formas de
comunicação, de relacionamento e organização coletiva, de maneira a utilizar
conhecimentos científicos e estabelecer relações sociais de modo articulado para
resolver problemas da prática social e produtiva.
O currículo da escola que se quer não precisa ser necessariamente novo,
mas que haja uma generalização de conhecimentos que até o presente momento
estão sob o controle de uma pequena parcela da população. Os conteúdos das
disciplinas deverão ser democratizados para toda a população, já que estes
conhecimento são necessários para que participem da sociedade que cada vez mais
reúne ciência e tecnologia. A escola assim deixaria de distribuir o conhecimento de
54
forma desigual e haveria dessa forma uma verdadeira democratização dos
conteúdos, que levaria a uma nova organização social.
A teoria histórico crítica dos conteúdos pressupõe um método dialético onde o
processo de ensino aprendizagem decorre das relações estabelecidas entre
conteúdo – método e concepção de mundo, que deve ter a prática social como
ponto de partida, pois entende-se que é por meio do conhecimento e do trabalho
que o homem se humaniza toma consciência da sua realidade, se instrumentaliza e
a transforma.
Refletindo sobre a função da escola, como espaço onde os alunos ampliam
seus saberes para exercer a cidadania, sendo respaldada na lei que garante o
acesso e a permanência do aluno em idade escolar e aqueles que não tiveram
acesso em idade própria, para garantir que esse processo ocorra, a escola deve
constantemente rever sua prática pedagógica, reformulando currículo e adaptando
às realidades e implementando promovendo ações de apoio a cultura afro-brasileira,
preservação ambiental, cuidados com o patrimônio, mostras culturais e científicas,
gincanas culturais, visitas a museus, reservas ecológicas, entre outros, garantindo
assim, o conhecimento científico, artístico e cultural.
As políticas educacionais devem garantir a diversidade cultural sem que haja
desigualdade, isso também se faz através da relação professor – aluno. Nesse
propósito, os professores devem estar constantemente atualizando-se e
freqüentando cursos, grupos de estudos e discussões para que possam garantir
qualidade no ensino, independente das condições sociais, econômicas e culturais
dos alunos. Pois de acordo com Freire (2000), a escola deve respeitar as diferenças
individuais que os alunos trazem, sejam elas de linguagem, sintaxe ou prosódia,
assim como deve respeitar a autonomia do aluno, e na prática procurar a coerência
do saber, pois é de bom senso que as condições sociais, culturais e econômicas de
seus alunos, famílias e vizinhos não impeçam a escola de realizar um bom trabalho
pedagógico, buscando para tanto, meios para os educandos terem uma
aprendizagem concreta.
A diversidade é caracterizada pelas diferenças ou características entre os
grupos sociais. Já a cultura se afirma pelos diferentes modos de vida, é a partir
dessa cultura que os seres constituem sua identidade.
Levando-se em consideração tais conceitos (diversidade e cultura) as práticas
pedagógicas desenvolvidas pela escola não podem ser a mesma para todos. Pois
55
algumas crianças, adolescentes, jovens e adultos conseguem aprender conforme
certos padrões didáticos homogêneos, mas outros necessitam de práticas
diferenciadas. Logo a escola é lugar de cultura, é onde diferentes talentos, formas
de vida e de cultura estão reunidos, sendo assim, precisa-se tomar cuidado com as
práticas pedagógicas aplicadas para que não haja desigualdade e que essas
diferenças tornem-se apenas formas de cultura e não discriminação.
Sabe-se que muitas vezes a discriminação está diretamente ligada à evasão
escolar, sendo necessário a realização de um trabalho de orientação educacional
coletivo, onde, professores e equipe pedagógica devem trabalhar constantemente
na busca de soluções para as questões emergentes a seu tempo.
Escola e professores devem estar preparados para formar um aluno crítico.
Mas como? Desenvolvendo nesse o interesse pelo saber, relacionando o saber ao
seu dia a dia, motivando-o, despertando nele a curiosidade, a vontade da aprender e
pesquisar, utilizando para alcançar esse objetivo diversas técnicas e recursos. Para
que a escola tenha sucesso, é necessário ter clara a concepção de alfabetiza e
letramento, uma vez que a essas concepções influenciarão todo o processo de
aprendizagem do aluno.
O sistema de escrita e as convenções para seu uso constituem uma tecnologia inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao longo de milênios: desde os desenhos e símbolos usados inicialmente até a extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou simbolizar aquilo de que se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos, criando-se assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso de estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis, da caneta. E convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema alfabético, resultando no sistema ortográfico; a convenção de que as palavras devem ser separadas, na escrita, por um pequeno espaço em branco; no mundo ocidental, a convenção de que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a direita. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.22)
Para que possamos entender o processo de entrada da criança no mundo da
escrita, em primeiro lugar, há a necessidade de reconhecimento da especificidade
da alfabetização, entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema
da escrita, alfabético e ortográfico.
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(...), um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição de uma tecnologia – a aprendizagem de um processo de representação: codificação de sons em letras ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a aprendizagem do uso adequado de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta, borracha, régua...; a aprendizagem da manipulação de suportes ou espaços de escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos, caderno, livro, jornal...; a aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a direção da escrita de cima para baixo, da esquerda para a direita. A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das técnicas para seu uso é que se chama ALFABETIZAÇÃO. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.22)
Em segundo lugar, e como decorrência, a importância de que a alfabetização
se desenvolva num contexto de letramento – entendido este, no que se refere à
etapa inicial da aprendizagem da escrita, como a participação em eventos variados
de leitura e de escrita, e o consequente desenvolvimento de habilidades de uso da
leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes
positivas em relação a essas práticas. Entende-se que:
(...) não basta apropriar-se da tecnologia – saber ler e escrever apenas como um processo de codificação e decodificação, como quando dizemos: esta criança já sabe ler, já sabe escrever; é necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para diferentes funções: para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catarse... A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita é que se chama LETRAMENTO. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p. 23)
Em terceiro lugar, o reconhecimento de que tanto a alfabetização, quanto o
letramento, têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas
demandando uma metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial da
língua escrita exige múltiplas metodologias, algumas caracterizadas por ensino
direto, explícito e sistemático – particularmente a alfabetização, em suas diferentes
facetas – outras, caracterizadas por ensino incidental, indireto e subordinado a
possibilidades e motivações das crianças. Para o ingresso da criança no mundo da
leitura e da escrita ela
(...) precisa apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e
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de escrita, pelo processo de letramento. Se lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p. 24)
Ser alfabetizado constitui, nas sociedades letradas, um direito que deve estar
ao alcance de todos os cidadãos. Cada vez que um aluno abandona a escola sem
ter se apropriado dos instrumentos básicos de leitura e escrita, fica claro que a
sociedade fracassa em seu empenho de dotar seus integrantes dos recursos
necessários para participar ativamente dela.
Assim, no que se refere a concepção de alfabetização e letramento, conclui-
se que:
(...) é fundamental que a criança, para sua plena inserção no mundo da escrita, aprenda, ao mesmo tempo e indissociavelmente, a tecnologia – o sistema de escrita – e os usos desta tecnologia – as práticas sociais de leitura e de escrita. Se não houver essa contemporaneidade e indissociabilidade entre alfabetização e letramento, ou a criança não verá sentido em aprender a tecnologia, pois esta não a levará além de relações entre sons e letras, famílias silábicas, frases descontextualizadas, como a tão citada “Eva viu a uva”, ou pseudotextos como os das cartilhas e mesmo dos pré-livros; ou a criança conviverá com textos e portadores de textos reais, com práticas reais de leitura e de escrita, mas não aprenderá a ler e escrever textos, não terá condições para participar competentemente de situações sociais que demandem leitura ou escrita. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.26)
Outro fator que norteará o processo de aprendizagem é o entendimento que
os professores tem de infância e adolescência, uma vez que cada fase ou etapa
vivida pelo aluno exige encaminhamento e intervenções diferenciadas, uma vez que
não se trata apenas de mudanças de “denominação” mas sim de transformações
bio-pisiquica-social.
Os dicionários da língua portuguesa registram a palavra infância como o
período de crescimento que vai do nascimento até o ingresso na puberdade, por
volta dos doze anos de idade. Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança,
aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 1989,
"criança são todas as pessoas menores de dezoito anos de idade". Já para o
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), criança é considerada a pessoa até os
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doze anos incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, idade da maioridade
civil, encontra-se a adolescência.
A concepção de Infância como uma faixa etária diferenciada, com interesses
próprios e necessitando de uma formação específica, só acontece em meio à Idade
Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a emergência
de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de
parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua privacidade
(impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos) e estimular o
afeto entre seus membros
Evolução histórica do sentimento de infância e sua repercussão no
atendimento às crianças pequenas. As transformações ocorridas no campo da
Educação Infantil estão estritamente ligadas à visão que se tem da criança. De um
quase anonimato, a criança passa a ser percebida de uma forma romântica e evolui
para um sujeito histórico-cultural, com status de cidadão. Diante desse panorama, a
educação teve que acompanhar as novas especificidades no tratamento destinado
às crianças, originando um novo perfil de educador, que tem que se apropriar dos
pressupostos pedagógicos necessários para o desenvolvimento de uma prática
docente de qualidade.
A palavra “adolescência” vem da palavra latina “adolesco”, que significa crescer. É uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade, os padrões estabelecidos são questionados, bem como criticadas todas as escolhas de vida feita pelos pais, buscando assim a liberdade e auto-afirmação. Fonte: Concepções de Adolescência em Jean Piaget - Desenvolvimento Humano - Psicologia Geral - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/concepcoes-de-adolescencia-em-jean-piaget#ixzz1gHkA7zyh
Para a maior parte dos estudiosos do desenvolvimento humano, ser
adolescente é viver um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais que,
juntas, ajudam a traçar o perfil desta população. Atualmente, fala-se da adolescência
como uma fase do desenvolvimento humano que faz uma ponte entre a infância e a
idade adulta. Nessa perspectiva de ligação, a adolescência é compreendida como
um período atravessado por crises, que encaminham o jovem na construção de sua
subjetividade. Porém, a adolescência não pode ser compreendida somente como
uma fase de transição, mas sim de transformação fisiológica e cognitiva.
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O desenvolvimento cognitivo é, (...), uma das características mais marcantes da adolescência. Tal desenvolvimento se mostra sobretudo através: do aumento das operações mentais; da melhora da qualidade no processamento de informações e da modificação dos processos que geram a consciência. Dessa maneira o adolescente adquire a base cognitiva para redefinir as formas com que lida com os desafios do meio-ambiente, que se torna cada vez mais complexo, e das mudanças psicofisiológicas. As principais características desse desenvolvimento são:
1. Pensar em possibilidades - ou seja, o pensamento não se limita mais à realidade, mas atinge também hipóteses irreais e permite ao indivíduo gerar novas possibilidades de ação;
2. Pensamento abstrato - a capacidade de abstrair se desenvolve, pemitindo ao indivíduo compreender não somente conceitos abstratos, mas também estruturas complexas, sobretudo sociais, políticas, científicas, econômicas e morais;
3. Metacognição - o próprio pensamento é alvo de reflexão, permitindo o direcionamento consciente da atenção, a reflexão e a avaliação de pensamentos passados, abrindo assim caminho para as capacidades de autoreflexão e introspecção;
4. Pensamento multidimensional - o indivíduo torna-se capaz de levar em conta cada vez mais aspectos dos fenômenos. Essa capacidade permite ao indivduo compreender a interdependência de fenômenos de diferentes áreas e argumentar a partir de diferentes pontos de vista;
5. Relativização do pensamento - o indivíduo se torna cada vez mais capaz de compreender outros pontos de vista e sistemas de valores. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia)
Assim, considerando que Adolescência é a fase do desenvolvimento humano
que marca a transição entre a infância e a idade adulta, caracteriza-se por
alterações em diferentes níveis – bio-psico-social- e representa para o jovem a
perda do comportamento e dos privilégios da infância e da obtenção de deveres e
direitos característicos do adulto, é natural que essas modificações causem um luto
natural por estas perdas e com isso esta fase vem muitas vezes acompanhada de
crises existenciais.
No que se refere a aprendizagem, deve-se ter em mente que:
O pensamento do adolescente se difere do pensamento da criança, ou seja, a criança consegue chegar a utilizar as operações concretas de classes, relações e números, mas não as utiliza num sistema fundido único e total que é caracterizado pela lógica do adolescente. O pensamento liberta-se da experiência direta e as estruturas cognitivas da criança adquirem maturidade. Isso significa que a qualidade potencial do seu pensamento ou raciocínio atinge o máximo quando as operações formais encontram-se plenamente desenvolvidas. (Fonte: Concepções de Adolescência em Jean Piaget - Desenvolvimento Humano - Psicologia Geral - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/concepcoes-de-adolescencia-em-jean-piaget#ixzz1gHluYuyH)
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Conforme o art 2º da LDB, “ educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Num currículo que contemple a
presente lei, não há espaço para repetição, memorização, aprendizagem de
conteúdos e de formas operacionais parciais, as quais devem ser substituídas pelo
raciocínio lógico, habilidades comunicativas, pela capacidade de discernir, de criar,
de construir soluções originais, de não se satisfazer, mas buscar educar-se
continuamente.
O que se almeja é a formação de um novo homem para agir numa nova
sociedade, esta sendo mais democrática demanda por um currículo que tenha um
caráter político, que fuja de uma grade que articula disciplinas e horas, mas que seja
o resultado de um projeto intencional de formação humana orientado para uma
utopia, ao redor do qual se articulam todos os esforços da comunidade escolar, e
para que isso ocorra é preciso consenso e a participação de todos na elaboração do
projeto político-pedagógico, fazendo o diagnóstico do “ambiente” em que a escola
está inserida, dos alunos que ali estudam, estabelecendo metas, estratégias de
ação.
Assim coloca-se o grande desafio, fazer com que toda a comunidade se
mobilize em busca de uma escola que ofereça melhor qualidade de ensino, tendo
como princípio norteador o seu Projeto Político Pedagógico, onde todos os
segmentos escolares tem entendam a importância a finalidade desse documento no
dia a dia da escola, como coloca Veiga e posteriormente Vasconcelos:
O que é um projeto político-pedagógico? É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Essa idéia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (VEIGA, 1995, p. 110) É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento técnico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. (VASCONCELOS, 2004, p.169)
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Partindo desse pressuposto, entende-se a importância da participação de
todos na elaboração do projeto político-pedagógico, pois visa à construção e o
desenvolvimento da escola, tendo a finalidade de fazer o diagnóstico dos principais
elementos que contribuem e/ou dificulta a sua construção.
Então, pode-se entender que realmente o projeto político-pedagógico norteia
todas as atividades da escola, porque define as metas e objetivos a serem
alcançados no trabalho administrativo e pedagógico da escola, inclusive delimita as
funções e responsabilidades de cada segmento escolar logo, também é uma forma
de se instituir a gestão democrática, uma vez que, descentraliza o poder dentro da
escola fazendo com que todos assumam as suas responsabilidades quanto à
construção de uma escola que realmente ofereça qualidade de ensino.
Claro que vale lembrar que a construção do projeto político-pedagógico na
escola só será importante na medida em que houver verdadeira aplicação no seu dia
a dia, considerando que não é um documento estanque que depois de pronto deva
ficar arquivado na biblioteca da escola, ou na gaveta da sala da equipe pedagógica
ou direção, deve sim, ser visto com dinamismo e de possível aplicação, logo, por
este motivo ele deve ser construído com planejamento, responsabilidade e
envolvimento de todos os integrantes da comunidade escolar.
Em relação às dificuldades dos alunos para o devido sucesso do processo
ensino e aprendizagem, fica o questionamento: Como nós professores e
professoras, podemos ensinar a todos os alunos? A resposta a essa pergunta não é
simples, pois é sabido que são muitos os fatores que influenciam a aprendizagem.
Contudo, o que temos de saber é que, a procura por capacitação, as pesquisas e os
constantes estudos sobre as diversas teorias educacionais relacionadas ao
desenvolvimento humano, é o caminho mais seguro. E, o uso de uma pedagogia
diferenciada, visando alcançar todos os educandos, cada um em sua fase de
desenvolvimento faz com que as intervenções surtam efeitos. Para tal, há que se
proporem atividades diferenciadas. Não podemos, como professores, viver a utopia
de que conseguiremos nivelar uma turma de estudantes ensinando todos do mesmo
jeito.
Quanto às ações que podem ser elencadas por parte de cada um dos
segmentos do coletivo escolar, para que haja sucesso da aprendizagem dos alunos,
62
considera-se que, devido às condições em relação ao desenvolvimento do estudante
faz-se necessário a implementação de programas que visem a colaboração e a
definição de metas educacionais, ou seja, a escola como um todo deve caminhar
tanto no âmbito pedagógico, quanto administrativo, para objetivos em comum tendo
ações que culminem para favorecer a aprendizagem bem sucedida dos alunos.
Sendo assim, é de suma importância considerar os aspectos culturais, sociais e
individuais (WEISZ & SANCHEZ, 2006). Assim, possibilita-se que o aluno seja um
cidadão crítico frente as situações cotidianas. É importante considerar que o mesmo
possui um conhecimento prévio, ressaltando de forma significativa as situações
vivenciadas que marcaram sua história de vida. Portanto, cabe ao professor, ser um
porta-voz, não apenas responsável por um conjunto de fatos, nomes e equações,
mas sim, um mediador na construção do processo de ensino e aprendizagem,
ressaltando valores e ideologias (DELIZOICOV, ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2009;
MOREIRA & SILVA, 2005). Para isso é necessário que o professor esteja em
constante processo de aprendizagem, enfrentando os novos desafios
contemporâneos, considerando o relato de Paulo Freire que “...não há ensino sem
pesquisa, nem pesquisa sem ensino”.
Contudo, para alcançarmos os objetivos almejados, requer que as escolas
repensem em seus programas e práticas, pois, não é uma tarefa simples e nem para
poucos, o desafio é proposto para todos os membros da comunidade escolar:
diretores, professores, funcionários, alunos e pais, sindicatos, governantes e outros
grupos sociais organizados. Trata-se de uma tarefa árdua, mas não impossível.
O maior desafio é a mudança do trabalho pedagógico e do currículo
enciclopedista, pois há anos que as disciplinas que compõe o currículo têm seus
interesses intelectuais que preocupavam os pensadores da Grécia clássica e sem
desmerecer estes conhecimentos resta, a saber, se os temas que constituem as
disciplinas atuais, dão conta das necessidades atuais da sociedade, pois os filósofos
constituíam uma elite, a qual estudavam temas que estavam distantes do trabalho,
da vida cotidiana e da aplicação prática. Hoje se educa para formar pessoas
capacitadas para o mundo do trabalho, com um perfil pré-determinado pela
sociedade capitalista, mas o compromisso da escola é democratizar o conhecimento
como estratégia de construção de uma sociedade na qual todos tenham direitos
iguais. Por isso, os professores em sua dimensão de intelectual coletivo, devem
avaliar os conteúdos que têm sido reproduzidos nas práticas escolares, estas com
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apoio na tradição, e buscar na sociedade novos conteúdos sobre os quais se
constroem os modos de produzir e de organizar a vida individual e coletiva, sem
deixar de tomá-los na sua perspectiva histórica e sua relação com a lógica concreta
que rege o movimento das relações sociais.
De acordo com Freire (2000), o professor deve saber que ensinar não é
transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para que o aluno adquira a própria
produção ou construção do mesmo, deve ter consciência que terá que formar seres
sujeitos da história e não meros “objetos sociais”; deverá capacitá-los de forma que
possam intervir no mundo, decidir, romper e escolher, além de serem capazes de
grandes ações; deve saber que ensinar exige a apreensão da realidade para que
sejamos capazes de não apenas, mas sobretudo, transformar a realidade e nela
intervir.
Para que esse objetivos se efetivem, com vistas a uma educação de
qualidade, a organização interna da escola deve dar atenção a toda dimensão
escolar, desde o financiamento, espaço físico, gestão, equipamentos, recursos
humanos, currículo, atendimento à clientela – pais, alunos, conforme a lei vigente
LDB 9394/96:
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nas seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber; III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; V. (...) VI. (...) VII. (...) VIII. gestão democrática, do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas
de ensino; IX. garantia de padrão de qualidade; X. valorização da experiência extra-escolar; XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Seguindo tais princípios, há também a busca da integralidade da escola para
a obtenção dos resultados esperados. Para isso seu ambiente interno deve
favorecer a prática democrática, onde todos tenham direitos iguais e sejam ouvidos
em suas reivindicações, assim não só essa instituição será verdadeiramente
democrática, como também a sociedade por influência desta.
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Com a prática da gestão democrática, a escola define o rumo de seus
encaminhamentos, promovendo a participação de todos, preservando e construindo
sua identidade e autonomia pedagógica, administrativa e financeira, ainda mais
quando se entende que toda instituição de ensino necessita de estratégias que a
organizem como um espaço escolar no que diz respeito à missão, objetivos,
metodologia, currículo e avaliação. Nesse aspecto, o projeto-político-pedagógico da
escola, torna-se estratégia indispensável e insubstituível para a gestão democrática
dela, direcionando, de maneira participativa e democrática, os caminhos que a
escola irá trilhar. No contexto escolar, “o projeto não se constitui na simples
produção de um documento, mas na consolidação de um processo de ação-
reflexão-ação, que exige o esforço conjunto e a vontade política do coletivo escolar”
(VEIGA, 2004, p.56.).
Entenda-se gestão democrática segundo a explicação de Paro (2004, p.16):
Aceitando-se que a gestão democrática deve implicar necessariamente a participação da comunidade, parece faltar ainda uma maior precisão do conceito de participação. A esse respeito, quando uso esse termo, estou preocupado, no limite, com a participação nas decisões. Isso não elimina, obviamente, a participação na execução; mas também não a tem como fim e sim como meio, quando necessário, para a participação propriamente dita, que é a partilha do poder, a participação nas tomadas de decisões.
Não se pode aceitar que cada membro da comunidade escolar, independente
de quem seja, continue cumprindo suas tarefas isoladamente, sem a preocupação
com a qualidade do trabalho oferecido para a sociedade. Os pais precisam deixar de
pensar que os professores são os únicos responsáveis pela aprendizagem dos seus
filhos. Os professores e funcionários precisam deixar de entender que o diretor é a
figura mais importante da escola e que detém algum poder sobre ela.
Quando o gestor descentraliza as ações no interior da escola, dividindo as
responsabilidades a cada segmento escolar, há um significativo ganho para a escola
como um todo, pois não será responsabilizado se alguma coisa não der certa, ou
seja, se o trabalho for bem sucedido o mérito é de todos e se o trabalho apresentar
falhas, a responsabilidade é de todos. É uma forma de gestão diferenciada que não
tira a autoridade do diretor da escola, mas sim, possibilita uma proposta de formação
do cidadão consciente, participativo.
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A verdadeira democracia deve também vir de fora para dentro da escola, pois
enquanto os alunos tiverem dificuldades em sua permanência e acesso ao sistema
escolar, não estará havendo uma sociedade democrática e esta dívida social exige
esforço dos gestores públicos nos níveis estadual e nacional, que devem ampliar as
vagas e elaborar políticas públicas para permanência desses alunos no sistema.
Cabendo a eles propor melhoria na qualidade do ensino, em equipamentos,
ampliação do espaço físico e na qualificação permanente dos professores e que
estes tenham boas condições de trabalho e remuneração, pois a educação não é
voluntariado, improvisação, mas exige relações de trabalho claramente
regulamentadas, sendo que os alunos têm o direito a serem educados por
professores adequadamente capacitados e com seus direitos respeitados, como
acontece em todos os campos profissionais.
É imprescindível numa gestão democrática a socialização do conhecimento
entre todos os envolvidos, buscando os reais fins da educação, bem como, avaliar
avanços e não contradições no desempenho dos papeis de cada integrante. Tais
ações propiciarão uma melhora na organização da infra-estrutura, da administração
e do processo pedagógico.
A formação permanente deve ter como objetivo a reflexão e a elaboração das
equipes sobre a sua prática, assim, faz-se necessário que a capacitação do
professor seja coerente com os princípios que se quer que ele internalize e aplique,
fazendo-os tomar consciência dos conceitos que estão em jogo e da forma como se
desenvolvem as situações de aprendizagem. A situação de capacitação deve ser um
exercício ou exemplo daquilo que se quer que ele desenvolva na sua prática
pedagógica.
Entendendo gestão democrática como participação nas tomadas de decisão,
devemos voltar nosso olhar para as instâncias colegiadas, pois é por meio delas que
a participação acontece, pois são formadas por representantes de todos os
seguimentos da comunidade escolar. Nesse meio é que devem ser promovidas a
tomadas de decisões, tomando como ponto de partida a função social da escola. De
acordo com Veiga (1998 p. 114), “ ... o funcionamento de uma organização escolar é
fruto de um compromisso entre estrutura formal e as interações que se produzem no
seu interior.”
Falar de Gestão Democrática na Escola é promover a participação de todos
nas decisões pertinentes à melhoria e o desenvolvimento do grupo escolar, partindo
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da idéia de que todo processo democrático é uma contribuição indispensável, como
garantia e uma prática concreta desta construção emancipadora da existência das
pessoas e da humanidade, incentivando para isso a participação das instâncias
colegiadas. Cabe dizer que as instâncias colegiadas como espaços de participação
citadas são: o Conselho Escolar, Conselho de classe, APMF – Associação de Pais,
Mestres e Funcionários e Grêmio Estudantil.
5.1 AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS E A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA
PÚBLICA
5.1.1 Conselho Escolar
O Conselho Escolar é um importante espaço no processo de democratização
da escola, na medida em que reúne: direção, representantes da equipe pedagógica,
do corpo docente, dos agentes educacionais I, dos agentes educacionais II, do
corpo discente e dos pais, para discutir e planejar as atividades da escola.
Assim o Conselho Escolar será um fórum permanente de debates de
articulação entre os vários setores da escola, tendo em vista o atendimento das
necessidades educacionais e os conhecimentos necessários à soluções de
questões pedagógicas administrativas e financeiras, que possam intervir no
funcionamento da mesma.
Assim, segundo Veiga (1994, p.116):
O Conselho Escolar deverá, portanto, favorecer a aproximação dos centros de
decisão dos atores. Isso facilita a comunicação, pois, rompendo com as relações burocráticas e formais, permite a comunicação vertical e também horizontal. Sob essa ótica, o Conselho possibilita a delegação de responsabilidades e o envolvimento de diversos participantes. É um gerador de descentralização. É o órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender uma nova visão de trabalho.
5.1.2 APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários
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A APMF é uma das instâncias colegiadas da escola que tem como objetivo o
aprimoramento da educação, a integração da família-escola-comunidade e a
efetivação da gestão democrática, sendo formada por representantes do corpo
docente, discente, funcionários e pais de alunos. Segundo Veiga (1994, p.118) “a
APM deverá exercer a função de sustentadora jurídica das verbas públicas
aplicadas pela escola, com participação dos pais no seu cotidiano em cumplicidade
com a administração (...)”.
Veiga (1994, 120) complementa ainda que:
A participação de pais, professores, alunos e funcionários por meio da APM dará autonomia à escola, favorecendo a participação de todos na tomada de decisões no que concerne às atividades curriculares e culturais, à elaboração do calendário escolar, horário de aulas etc; enfim, a definição da política global da escola, ou seja, a construção do seu projeto político-pedagógico.
5.1.3 Grêmio Estudantil
O grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na
escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras
possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar quanto na comunidade,
sendo também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência,
responsabilidade e de luta por direitos, sendo formado apenas por alunos, de forma
independente, desenvolvendo atividades curriculares e esportivas, produzindo jornal,
organizando debates sobre assuntos de interesse dos estudantes, quando não
fazem parte do Currículo Escolar, e também organizando reivindicações, tais como
compra de livros para a biblioteca, transporte gratuito para estudantes, entre outros.
O grêmio estudantil não terá caráter político-partidário, religioso, racial e
também não deverá ter fins lucrativos.
O trabalho do grêmio é definido pelo conjunto de estudantes. O que assegura
esta organização são as leis:
Lei Federal nº 7.398, de novembro de 1985;
Lei Estadual nº 11.057, de 17 de janeiro de 1995
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São alguns objetivos do grêmio estudantil:
Congregar e representar os estudantes da escola;
Defender seus direitos e interesses;
Cooperar para melhorar a escola e a qualidade do ensino;
Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com
outras instituições.
Contudo entende-se que, segundo Veiga (1994, p.122) “o grêmio estudantil
não é um instrumento de luta contra a direção da escola, mas uma organização
onde se cultiva o interesse dos estudantes, onde eles têm possibilidades de
democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade”.
5.1.4 Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um órgão colegiado criado para que haja a
integração dos profissionais que atuam na escola e que deve ser utilizado para uma
reflexão e avaliação do desempenho dos alunos e práticas pedagógicas. Devendo
ser entendido como um espaço democrático, pois agrega todos os professores
envolvidos com o trabalho pedagógico da escola, gerando uma rede de relações
entre conteúdos e metodologias.
Dalben (2004) discute a questão da fragmentação que ocorre nas escolas,
primeiramente aulas dispostas por disciplinas, disciplinas dispostas por números de
aulas, e essa por sua vez fragmentadas em tempos previamente estipulado, o que
dificulta a inter-relação dos profissionais envolvidos com o processo pedagógico,
sendo o conselho de classe um dos poucos momentos que permite uma troca de
experiências de forma integrada por parte dos professores das várias disciplinas.
O Conselho de Classe é formado preferencialmente por docentes e equipe
pedagógica, mas pode contar com pais e alunos, já que estes últimos são a figura
central das discussões e avaliações. Por se tratar de um “espaço interdisciplinar de
estudo e tomada de decisões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola”
é também um órgão deliberativo sobre objetivos de ensino, critérios de seleção de
conteúdos curriculares e formas de acompanhamento dos alunos.
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Entendendo que a tarefa central da escola é oportunizar situações didáticas
para que a aprendizagem ocorra, e que a aprendizagem é a atividade do aluno e
isso exige uma disposição em querer aprender, Veiga (1994, p.117) aponta que,
“avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento contínuo
dos professores que levará ao aluno a novas questões. É preciso deixar claro que o
Conselho de Classe é o ensino e suas relações com a avaliação da aprendizagem”.
Tem-se procurado redimensionar a prática do Conselho de Classe que é
parte do processo de avaliação da escola. Numa dimensão diagnóstica, a avaliação
deve apontar as causas que interferem positiva ou negativamente e reorientar as
ações do trabalho pedagógico.
Há uma constante discussão sobre os objetivos do Conselho de Classe que
deve ser uma reunião “de todos” os responsáveis pelos resultados com o propósito
de análise e levantamento de possíveis medidas a serem tomadas posteriormente,
pois é o momento e o espaço de uma avaliação diagnóstica da ação pedagógico-
educativa da escola, feito pelos professores e pelos alunos… (CRUZ, 1995, p.116).
O momento do Conselho de Classe, o levantamento de notas, dificuldades,
comportamentos, etc. deve estar sempre voltada para a ação pedagógica, e não
ficar simplesmente na narrativa e classificação do aluno. É necessário que os
objetivos de cada conselho estejam bem claros e definidos por todos, a fim de que
este instrumento de avaliação atinja seus propósitos e, os educadores sua missão.
Assim, de acordo com Veiga (1994, p.118) “(...) cabe ao Conselho de Classe
dar conta de importantes questões didático-pedagógicas, aproveitando seu potencial
de gerador de idéias e como um espaço educativo”.
5.2. AVALIAÇÃO
O maior objetivo do professor não deve ser o de saber o quanto o aluno sabe, mas sim o de garantir a aprendizagem de todos (VASCONCELLOS, 1995, p. 49).
Antes de qualquer “discussão” ou definição sobre a avaliação, devemos parar
e perguntar, avaliar para quê? Para atribuir nota, classificar, verificar o “nível de
aprendizagem”, para registro visando a promoção dos alunos, para analisar o
70
conhecimento do educando, para fazer reflexão da prática pedagógica, a fim de
selecionar os melhores, rotular, discriminar, marginalizar, punir / castigar,
desmerecer, constatar as falhas, ver quem assimilou os conteúdos, quem alcançou
os objetivos... Afinal avaliar para quê?
Existem diferentes concepções de avaliação, dependendo da ênfase que se
faz necessária. A avaliação informal é natural, espontânea, corriqueira e
assistemática. Essa avaliação é realizada por qualquer pessoa sobre qualquer
atividade humana. Não é apropriada para se avaliar instituições ou ações de grande
impacto social.
Segundo Vasconcellos (1995, p.46),
o conhecimento não tem sentido em si mesmo: deve ajudar a compreender o mundo e nele intervir. Assim sendo, compreendemos que a principal finalidade da avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a construção do conhecimento, a aprendizagem por parte dos alunos (grifo do autor).
Enquanto educadores, devemos saber distinguir avaliação de nota, como
apresenta Vasconcellos (1995, p.43):
a avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar obstáculos. A nota, seja na forma de número (ex.: 0-10), conceito (ex.: A, B, C, D) ou menção (ex.: Excelente, Bom, Satisfatório, Insatisfatório) é uma exigência formal do sistema educacional. Podemos imaginar um dia em que não haja mais nota na escola - ou qualquer tipo de reprovação -, mas certamente haverá necessidade de continuar existindo avaliação, para poder se acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em suas eventuais dificuldades (grifo do autor).
Seguindo o princípio de avaliação apresentado por Vasconcellos, o Colégio
faz uma avaliação diagnóstica, contínua, permanente em função dos adjetivos, e
tem por finalidade auxiliar a aprendizagem do educando, obedecendo à ordenação e
seqüência do ensino, bem como a orientação do currículo. Portanto esta deve refletir
a totalidade das produções do aluno, fugir do modo tradicional e possibilitar a
visualização tanto dos resultados mais gerais quanto das especificidades, estando
presente em todos os momentos do processo de ensino aprendizagem.
71
A avaliação educacional é feita através de situações de aprendizagem,
buscando a aquisição de novo conhecimento, atitudes ou habilidades. A avaliação
emancipatória tem como compromisso fazer com que as pessoas envolvidas em
uma ação, realizem e executem a sua própria história e escolham as suas ações de
maneira libertadora.
LUCKESI (2203, p.93-94) afirma que:
... em raras situações, encontram-se professores que fazem da aferição da aprendizagem um efetivo ato de avaliação. Para eles, a aferição da aprendizagem se manifesta como um processo de compreensão dos avanços, limites e dificuldades que os educandos estão encontrando para atingir os objetivos educacionais. A avaliação assim, torna-se um excelente mecanismo subsidiário da condução da ação.
O momento de avaliação do aproveitamento escolar não é o ponto definitivo
de chegada, mas um momento de parar para observar se a caminhada está
ocorrendo com a qualidade que deveria ter e a avaliação manifesta-se como um ato
dinâmico que qualifica e subsidia o reencaminhamento da ação, possibilitando
conseqüências no sentido da construção dos resultados que se deseja.
Há três momentos no processo avaliativo: descrição da realidade, crítica da
realidade e criação coletiva. A avaliação pode ser diagnóstica, quando se realiza
antes da tomada de decisão: processual, quando é desenvolvida durante a
implementação da ação que está sendo avaliada, global, quando se realiza no final
da prática, no sentido da formulação, assim como no dos resultados e
consequências da atividade avaliada.
Para que se utilize corretamente a avaliação no processo ensino-
aprendizagem no contexto escolar, importa estabelecer um padrão mínimo de
conhecimentos, habilidades e hábitos que o educando deverá adquirir e não uma
média mínima de notas, como normalmente acontece. É necessário definir que o
mínimo necessário não significa ater-se a ele. O mínimo necessário deverá ser
ensinado e aprendido por todos, mas deverá ir além dele.
Diante de todas as considerações proporcionadas acerca do papel e da
importância da avaliação, apontamos que deve ser vinculada à concepção de
mundo e de sociedade, sendo um processo de obtenção de informação que permite
a emissão de ponderações e colabora para a tomada de decisões.
72
Assim, uma avaliação é considerada eficiente quando é útil e oportuna, sendo
realizada em tempo hábil; é ética, sendo realizada com critérios justos e
apropriados; e é precisa, quando se emprega método adequado.
73
6. MARCO OPERACIONAL
Formar um cidadão crítico e reflexivo é o ideal de toda escola. Ideal esse que
muitas vezes não conseguimos atingir, algumas vezes por não estarmos
trabalhando de forma adequada, uma vez que continuamos seguindo a visão
tradicional de transmissão de conhecimentos e saberes fragmentados, que não
estabelecem vínculo com a realidade que vivemos. Esses saberes são importantes
para o desenvolvimento de um cidadão crítico, preparado para atuar no mundo de
trabalho, como propõe a lei vigente, mas cabe lembrar, que para esses saberes
sejam válidos, esses devem ser significativos para os alunos, os quais devem
compreender porque estudam fatos que ocorram no passado, devem entender que
esses são conteúdos válidos sim, pois mostram a transformação histórica de nossa
sociedade, mas para aprendê-los necessitamos compreender a importância que
possuem para o desenvolvimento social. Não queremos ensinar por ensinar, apenas
cumprir com o currículo proposto, ou apenas fingir que estamos ofertando um ensino
de qualidade.
Para ofertar um ensino de qualidade, não precisamos necessariamente
abandonar tudo o que conhecemos, o que temos feito em nossa prática, mas sim,
avaliar onde estamos cometendo falhas e propor mudanças, mudanças de postura,
mudanças na didática, mudanças na gestão e organização escolar.
Procura-se adotar uma prática democrática, onde todos têm participação nas
decisões da escola, envolvendo não só direção e equipe pedagógica, mas também
corpo docente, funcionários, alunos representados pelo grêmio estudantil, bem como
pais representados pela Associação de Pais Mestres e Funcionários – APMF, já que
todos fazem parte da escola, e tem um papel fundamental para a oferta de um
ensino de qualidade.
Uma das primeiras mudanças adotadas pela comunidade escolar, foi a
reorganização da Matriz Curricular do Ensino Fundamental e Médio para os anos
seguintes, onde sob orientação da SEED foram redistribuídos os números de horas-
aula por disciplina, como mostra a Matriz que segue em anexo, bem como a
organização do calendário escolar contemplando as datas previstas para reuniões
74
pedagógicas, como pode ser observado também anexo, bem como a elaboração da
nova proposta curricular tanto para o Ensino Fundamental quanto Médio, tendo
como base as Diretrizes Curriculares Estaduais.
Uma das linhas de ação a serem adotadas pela comunidade escolar, é a
organização das datas dos conselhos escolares, entrega de notas, e implantação de
projetos ao inicio de cada ano, para que todos possam organizar suas atividades de
forma a contemplar todas as atividades propostas pela escola.
A organização dos conteúdos e os planejamentos serão realizados por
disciplinas, de forma que todos os profissionais da área, estejam trabalhando de
forma sincronizada e contextualizada, possibilitando o trabalho com projetos a serem
propostos pela comunidade escolar, ou encaminhados pela SEED ao longo do ano.
No que se refere a organização da hora atividade, devido ao porte da escola e
a atuação de grande parte do corpo docente em outras instituições, é feita por
professor, ou seja, individualmente, não sendo possível o contato entre os
professores das mesmas áreas, essa mediação acontece em outros momentos
excepcionais, ou quando a SEED estipula datas para planejamento.
Entende-se que a hora-atividade é um momento muito importante, pois nesse
tempo o professor pode dedicar-se a preparação das atividades, conteúdos a serem
abordados/ trabalhados em sala de aula, inserindo então alguma tecnologia que
queira utilizar como aliada no processo; tais como: TV Pendrive, Laboratório de
Informática, TV Paulo Freire, músicas, vídeos, filmes e referencial bibliográfico. Esse
pode ser um espaço de pesquisa, aperfeiçoamento, reflexão, estudo, atendimento a
comunidade escolar.
Tendo a gestão democrática como um princípio, sabe-se que é necessário
continuar lutando para a garantia da participação de todo o coletivo nas ações e
decisões da escola, pois acredita ser o principal meio de assegurar a gestão
democrática da escola, possibilitando um melhor conhecimento dos objetivos e
metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a
comunidade, e favorece uma aproximação maior entre professores, alunos e
pais. Ainda mais quando fica entendido que a participação das famílias na educação
formal dos estudantes pode ir muito além do acompanhamento de boletins e de
conversas com professores. É necessário a participação mais eficiente das
instâncias colegiadas no cotidiano da escola: Conselho Escolar, Conselho de
Classe, Grêmio Estudantil e APMF, como por exemplo, o Conselho Escolar é
75
formado por representantes de todos os grupos envolvidos com a educação:
funcionários e professores da escola, pais e outros membros da comunidade. Ao
trazer todos os interessados para discussão e tomada de decisões, se transforma a
escola em um ambiente mais democrático e transparente.
A direção e equipe pedagógica bem como os demais membros da
comunidade, muito tem pensado sobre as formas de garantir uma melhor
aproximação da comunidade e a escola. Por exemplo, as reuniões realizadas têm
mostrado as intenções educativas da escola e a evolução da aprendizagem,
propondo discussões e estratégias conjuntas para melhorá-la, sendo o foco dos
encontros, a aprendizagem. Têm se preocupado com a data e hora das reuniões
que permitam aos pais comparecer, informando com antecedência o dia do
encontro, assim como a pauta, o tempo de duração e os momentos previstos para
as falas de pais, direção, equipe pedagógica e professores. É bom ressaltar que se
tem procurado compartilhar com a comunidade o que os alunos fazem em sala de
aula, expondo as produções dos alunos em reuniões de pais e também os projetos,
nos diferentes espaços da escola e da comunidade durante o ano, de modo que
todos as turmas tenham a possibilidade de mostrar o que aprenderam e os
professores têm a oportunidade de mostrar a sua prática pedagógica através de
diversas atividades realizadas com os alunos. A agenda escolar tem sido um
instrumento que serve para informar sobre o funcionamento da escola, prestar
contas, convocar reuniões e compartilhar os projetos em andamento. A criação do
site da escola com espaço para várias notícias, registro dos eventos realizados,
pesquisas também visa a interação com a comunidade, mas precisa ser incentivado
com constante divulgação do endereço.
O Colégio Estadual João Ferreira Kuster funciona em dualidade administrativa
com a escola municipal José Alexandre Sávio e a maioria dos alunos que são
matriculados no 6º ano tem como estabelecimento de origem essa escola municipal
que funciona no mesmo prédio e havendo um bom entendimento entre as equipes
pedagógicas e direções municipais e estaduais com comprometimento educacional
de ambas as partes, lembrando que o aprendizado necessita de um suporte com
base satisfatória e que o educando chegue na fase final do ensino fundamental com
segurança, sem receio de aprender, poderá ser facilitado o trabalho de articulação,
como sugestão estão elencadas as seguintes situações:
76
A participação da equipe pedagógica e direção no último conselho de
classe dos alunos do 5º ano ou 4ª série;
A equipe pedagógica da escola municipal repassar para a escola estadual
relatórios descritivos individuais sobre os alunos, nos aspectos de
comportamento e frente à aprendizagem;
Disponibilizar dados sobre o acompanhamento da equipe pedagógica
junto aos alunos na questão de relacionamento interpessoal e disciplina;
Sendo assim, o professor da fase final do ensino fundamental deverá
iniciar seu trabalho de continuidade com um diagnóstico das falhas
encontradas no decorrer do processo.
6.1. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM CORPO DOCENTE E
DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA:
Entendendo a formação continuada como fator indispensável para a
organização do pensamento crítico, reformulação da prática docente, bem como
fundamentação para uma educação de qualidade, propõe-se as seguintes
intervenções junto ao corpo docente e demais funcionários da escola:
Capacitação de professores e funcionários ao início do ano letivo, bem
como ao início do segundo semestre, orientados pela SEED e repassados
pela equipe pedagógica;
Organização e planejamento dos conteúdos por disciplina ao início do ano
letivo;
Organização das atividades ou projetos a serem desenvolvidos pelas
disciplinas ao longo do ano;
Reuniões pedagógicas para estudar e discutir problemas vigentes, bem
como apresentar os avanços conseguidos ao longo do trabalho;
Conselhos de Classe para avaliar a prática pedagógica, bem como
desenvolvimento dos alunos, procurando, através de discussão entre o
grupo, caminhos para solucionar os problemas encontrados;
Conversa informal com os professores trazendo propostas de
atividades/projetos dentro dos conteúdos que estão sendo trabalhados,
77
bem como, sobre o andamento das atividades, rendimento dos alunos e
problemas de indisciplina;
Promover a participação dos professores e funcionários, em cursos de
formação continuada ofertados pela SEED, respeitando as condições e os
recursos da escola;
Trabalho de reconhecimento e valorização das atividades desenvolvidas
pelos demais funcionários da escola;
Incentivo à participação do corpo docente do Projeto Folhas promovido
pela SEED;
Participação na O.A.C. (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) sob
orientação da equipe do CRTE / NREamsul;
Utilização dos livros da Biblioteca do Professor e dos Temas Paranaenses,
em reuniões pedagógicas, grupos de estudos e hora atividade;
Participação nos encontros descentralizados / grupos de estudos
promovidos pela SEED;
Utilização do laboratório de informática para planejamento de aulas e
acesso ao Portal Dia-a-dia Educação.
6.2. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM OS ALUNOS:
Como ainda estamos longe de um trabalho interdisciplinar, algo que envolva
todas as disciplinas em todas as atividades da escola, do início ao fim do ano
pretende-se propor aqui atividades que visam o envolvimento de todas as disciplinas
ao menos em alguns momentos do ano letivo. Atividades que proporcionam
momentos de conhecimento aliados a diversão, que visam o aprendizado, a
interação e integração social.
Mediante às dificuldades dos alunos observadas através dos resultados da
Prova Brasil no 9º ano, as quais também são identificadas nos demais anos do
Ensino Fundamental, indiscriminadamente nas disciplinas, e também considerando
os relatos do trabalho pedagógico dos professores em sala de aula, principalmente
na verificação da aprendizagem dos alunos nos diversos instrumentos avaliativos
aplicados, conclui-se que é necessário intensificar a intervenção pedagógica
precisamente na questão da leitura e escrita dos alunos e também na parte de
78
raciocínio lógico e cálculo matemático, estimulando a concentração, a disciplina e a
capacidade deles em fazer análises, registrar dados e melhorar a interpretação.
Pensando nesse contexto, foi criado o Projeto de Leitura da escola, iniciado
no 2º semestre do ano de 2010, como uma proposta de trabalho interdisciplinar
objetivando junto à comunidade escolar o incentivo à prática de leitura e pesquisa. O
ideal será ampliar os objetivos do projeto que até o momento está restrito somente à
sala de aula e quanto à verificação de resultados através das apresentações dos
alunos, que até o momento está restrito apenas à disciplina de Língua Portuguesa.
Sugere-se, propiciar momentos na escola para maior abrangência do projeto, tais
como;• Contação de histórias por alunos de um ano para os demais; • Contação de
histórias por pessoas da comunidade local; • Pesquisa e leitura de histórias na
internet; • Exibição de DVD e vídeos de histórias e contos de diversos gêneros; •
Realização de rodas de leitura envolvendo conto e reconto (oral); • Contação de
histórias usando fantoches; • Dramatizações de histórias e contos trabalhados com
os alunos; • Criação de livretos com histórias produzidas pelos alunos; • Realização
do Dia Da leitura e contação de histórias, exposição dos trabalhos na escola com
divulgação dos livretos produzidos.
Para desenvolver nos alunos o raciocínio lógico matemático, organização
econcentração, o ideal é propor jogos competitivos e cooperativos específicos,
adaptados a cada disciplina, tais como: lótus, mapa conceitual, história em
quadrinhos, jogos teatrais, cruzadas, caça palavras, jogo da memória, bingo,
coreografias, xadrez, dominó com conteúdos das disciplinas, tangram, jogos online
utilizando o Laboratório do Paraná digital, software entre outros, além dos conteúdos
da disciplina de Matemática que colaboram para esse fim incentivando a prática do
cálculo mental e a resolução de situações problemas. Instaurar nas turmas de 6ª e
7ª séries uma aula semanal de xadrez, já que na matriz curricular estão
contempladas 03 horas aulas de Educação Física. Vale lembrar dos demais projetos
já desenvolvidos pela escola que tem propiciado um crescimento cultural e
pedagógico nos nossos alunos que são a Mostra cultural e a Mostra Científica
que além de garantir uma interação entre comunidade e a escola, possibilita a
apropriação de conteúdos formais das disciplinas.
Na questão da Mostra Cultural, nos dois últimos anos a temática foi livre para
os alunos que voluntariamente se reuniram em grupos e apresentaram danças,
músicas, canto e coral entre outras atividades. Quanto às danças foi observado que
79
se têm privilegiado a cultural dos Estados unidos, por exemplo, o hip hop e que deve
ser iniciado um trabalho de resgate da cultura brasileira, o folclore brasileiro, por
exemplo, que é rico e pouco conhecido pelos alunos; mas esse trabalho deve ter
um direcionamento cuidadoso para que não haja imposição por parte da escola aos
alunos, uma vez que se eles não sabem ou não gostam, acabam por não participar.
Quanto a Mostra Científica sugere-se o incentivo à formação de alunos
pesquisadores, incluindo trabalhos sobre a diversidade cultural e Cultura Afro
Brasileira e Africana e Indígena.
São exemplos de outras atividades desenvolvidas na escola:
Gincana Cultural – atividade que visa envolver todos os alunos, tendo
como objetivo cumprir tarefas que envolvem temas de todas as disciplinas,
como elaborar paródias, poesias, histórias, desenhos, confeccionar
maquetes e roupas com material reciclável, sendo todas direcionadas por
temas previamente estabelecidos, entre outros;
Mostra Cultural e Científica – visando apresentar para a comunidade e
demais instituições, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos em sala de
aula;
Jogos Escolares – visa a integração de todos os alunos do três turnos;
Projeto Falando sobre Sexo – atividades que contemplem todas as
turmas, cada uma dentro da sua realidade, fazendo uso de vários formas
de informação, como palestras, vídeos, teatros, músicas, com o objetivo
de apresentar aos alunos quais são as doenças sexualmente
transmissíveis, como podem ser pegas, como podem ser evitadas.
Passeios Ecológicos como visitas a parques, zoológicos, entre outros;
Visitas a museus e feiras;
Participação no FERA, CELEM, COM CIÊNCIA e Jogos Colegiais;
Sala de apoio 6º ano;
Outros projetos/atividades que podem ser propostas ao longo do ano por
professores ou pela SEED.
80
PROJETO DE LEITURA NA ESCOLA
Justificativa:
As atividades que estimulam o hábito da leitura, o conhecimento dos
diferentes tipos de fontes informacionais (livros, revistas, dicionários, entre outras) e
a utilização metódica para obtenção de material bibliográfico são fatores que
influenciam o aprendizado nos seus diversos momentos.
Dessa forma entende-se a literatura como base para o mundo
contemporâneo, pois proporciona enxergá-lo melhor, compreender a sociedade e a
sua participação nela, refletir sobre si mesmo e sobre e a vidama além de garantir
acessoa ao conhecimento sistematizado , possibilitando a formação de cidadão
critico, sujeito de sua história.
Portanto, analisando as dificuldades enfrentadas pelos professores de Língua
Portuguesa na realização específica de atividades pedagógicas no processo de
promoção da leitura, verificou-se a necessidade de criar um projeto que tomasse
viável o planejamento e execução de atividades de incentivo a leitura junto ao
alunos, de forma integrada ao processo de ensino- aprendizagem, envolvendo
todas as disciplinas escolares.
Objetivos
Geral: Desenvolver atividades de incentivo à leitura de forma a explorar o
acervo existente na biblioteca da escola relativo tanto ao Ensino Fundamental,
quanto Médio.
Específicos:
Apresentar a leitura como fone de prazer e informação, de reflexão e
crítica, em oposição aos hábitos tradicionais de avaliação e nota;
Desmitificar o livro, a literatura e a biblioteca como espaços privilegiados
de intelectuais;
Realizar a hora da leitura na sala de aula;
Conscientizar alunos e professores da importância de explorar o acervo da
biblioteca escolar;
Mobilizar os professores para o reconhecimento do potencial
transformador da leitura tanto na sua vida, quanto nos sues educandos.
81
Fundamentação teórica
O desenvolvimento das novas tecnologias, nas últimas décadas, vem
afetando todos os setores da atividade humana, proporcionando maior agilidade de
comunicação, reduzindo esforços nas rotinas diárias e ampliando as possibilidades
de acesso à informação em todo mundo. Para que a escola tenha o
desenvolvimento desejado é necessário a utilização de recursos que facilitem a
integração e dinamização do processo ensino/aprendizagem e entre os recursos
existentes, destaca-se a biblioteca escolar, instrumento indispensável como apoio
didático pedagógico e cultural, e também elemento de ligação entre professor e
aluno na elaboração das leituras e pesquisas.
Ribeiro (1994, p. 61) afirma que "a biblioteca possibilita acesso à literatura e
as informações para dar respostas e suscitar perguntas aos educandos,
configurando uma instituição cuja tarefa centra-se na formação não só do educando
como também de apoio informacional ao pessoal docente. Para atender essas
premissas a biblioteca precisa ser entendida como um „espaço democrático‟ onde
interajam alunos, professores e informação. Esse espaço democrático pode estar
circunscrito a duas funções: a função educativa e a formação cultural do indivíduo".
A biblioteca escolar é um instrumento de desenvolvimento do currículo e
permite o fomento da leitura e a formação de uma atividade científica; constitui um
elemento que forma o indivíduo para a aprendizagem permanente, estimula a
criatividade, a comunicação, facilita a recreação, apoia os docentes em sua
capacitação e lhes oferece a informação necessária para a tomada de decisões em
aula. Trabalha também com os pais de família e com outros agentes da
comunidade".
A biblioteca é um centro ativo da aprendizagem. Deve ser vista como um
núcleo ligado ao esforço pedagógico dos professores e não como um apêndice das
escolas. A biblioteca escolar deve trabalhar com os professores e alunos e não
apenas para eles. Mas na grande maioria das vezes, segundo Sanches Neto (1998)
a biblioteca é encarada como um anexo da escola, quando na verdade, ela deveria
ser a sua alma.
"O hábito da leitura constitui-se em preocupação dos professores. No entanto,
eles encontram dificuldades para implementação, porque não dispõem de recursos
bibliográficos. A própria formação de magistério é feita na maioria das vezes
82
desprovida da prestação de serviços bibliotecários adequados, característica das
escolas brasileiras". (Freitas et al., 1986, p. 37)
Para Calixto (1994, p. 59 ) o processo de ensino e aprendizagem envolve hoje
um conjunto de componentes e relações de que os pedagogos tem vindo a dar-se
conta nas últimas décadas. Elas poderiam sintetizar nos seguintes pontos:
A escola já não é hoje o principal centro de aprendizagem das crianças e
jovens. Os contatos na comunidade em que estão inseridos, a comunicação
social, os amigos e a família, são hoje elementos mais importantes que a
escola na formação do indivíduo, no desenvolvimento das suas capacidades
e atitudes;
O desenvolvimento da comunicação audiovisual e das novas tecnologias da
informação contribuíram decisivamente para a obsolescência de uma
pedagogia centrada no professor, que utiliza exclusiva ou principalmente
manuais escolares como fonte de conhecimento, ou mesmo que só usa estes
fins a palavra impressa. O espaço e o tempo pedagógico são também
profundamente alterados; a sala de aula passa a ser apenas um entre muitos
locais, na escola e fora dela, onde as experiências de aprendizagem têm
lugar, o tempo letivo é igualmente diluído por um sem número de
oportunidades em que o aluno, mais ou menos acompanhado, vive situações
estimulantes e enriquecedoras;
Há muito tempo já que a preocupação principal de todas as ciências parece
ser destruir postulados previamente tidos como certezas. A relativização do
conhecimento científico introduz a incerteza no campo da educação e
sublinha o valor da pesquisa individual e do desenvolvimento das
capacidades de manuseamento da informação. Aprender é cada vez menos
memorizar conhecimentos e cada vez mais preparar-se para saber encontrar,
avaliar e utilizar. A capacidade de atualização passa a ser uma ferramenta
essencial ao indivíduo se quer sobreviver numa sociedade de verdades
relativas e efêmeras.
Acreditando na importância da leitura, o estímulo através da concretização do
hábito de leitura na formação dos alunos espera-se contribuir na formação de alunos
com cidadania responsável.
83
Portanto competente à escola eu educador romperem com a leitura alienada e
consumista, reconsiderando ás praticas da leitura dependendo da realidade de sues
alunos, criando assim caminhos eficientes para trabalho com a leitura na escola,
buscando atender as exigências desse novo mundo e formar realmente leitores
críticos.
Bibliografia
ANDRADE, Araci Isaltina de. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca do Colégio Estadual Simão Hess. Florianópolis, 1997. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC)
BLATTMANN, Ursula. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca da Escola Desdobrada Jacinto Cardoso. Florianópolis, 1996. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC)
CALIXTO, José Antônio. Biblioteca pública versus biblioteca escolar: uma proposta de mudança. Cadernos BAD, Lisboa, n. 3, p.57-67, 1994.
FREITAS, Maria Terezinha N. et al. Educação pela leitura: uma experiência. Perspectiva, Florianópolis, v.3, n. 7, p. 26-40, jun./dez. 1986.
6.3. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM A COMUNIDADE:
Entendemos que o trabalho desenvolvido na escola, só será efetivado com
sucesso quando esse está em consonância com o que a família repassa para seus
filhos, ou seja, família e escola devem seguir a mesma linha de atuação, devem falar
a mesma linguagem, para que nossos alunos possam enraizar em suas
personalidades valores éticos pregados por ambas as instituições.
Em nossa comunidade vê-se a necessidade de um trabalho intensificado
junto às famílias, uma vez que, a maior parte delas apresenta uma estrutura bem
diferente da “família tradicional”. Nota-se que boa parte dos problemas encontrados
em nosso dia-a-dia, se dão devido a falta de informação dos pais. Muitos deles não
têm conhecimento de seus direitos e deveres, acham que estão a margem da
vontade de leis que muitas vezes não compreendem e, acreditam que estão contra e
84
não a favor deles, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,
pois a interpretam como uma lei que veio apenas proteger o menor, deixando os
pais com as mãos atadas no que se refere a educação dos filhos.
Para tentar sanar parte das dificuldades observadas em nossa comunidade
propõe-se as seguintes atividades ao longo do ano:
Participação da comunidade nas decisões da escola, bem como
manutenção/organização da mesma;
Palestras informativas com representantes do Conselho Tutelar, visando
trabalhar alguns pontos importantes do Estatuto da Criança e do
Adolescente;
Palestras informativas com os responsáveis no município pela Patrulha
Escolar;
Reuniões com pais, preferencialmente organizados por turmas, para que
direção, professores e equipe pedagógica possam passar informações
sobre os alunos, como problemas de indisciplina, rendimento escolar, e
demais informações sobre a escola;
Palestras que objetivem trabalhar a educação de filhos, mostrando que os
limites são necessários, que dizer não em algumas ocasiões é
fundamental, entre outras colocações;
Participação nas atividades desenvolvidas na escola como feira de
ciências, semana cultural, feira das profissões, entre outros;
Reuniões individuais, para resolver problemas de comportamento,
rendimento escolar ou faltas consecutivas do aluno.
85
7. REFERÊNCIAS
ABRANCHES, Mônica. Colegiado Escolar: Espaço de participação da comunidade. São Paulo: Cortez, 2003. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional. Brasília. 1996.
CAPELO, Maria Regina Clivati. Diversidade cultural e desigualdades sociais: primeiras aproximações. Universidade do Oeste Paulista. CURY, Carlos Roberto Jamil. O que você precisa saber sobre...: legislação educacional brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. Ensino Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática escolar. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. GALINA, Irene de Fátima. Gestão democrática e Instâncias colegiadas. In:CARVALHO, Elma Júlia (org). Caderno Temático - Gestão Escolar. Material pedagógico produzido no PDE. Maringá, 2007. LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo. Ática, 2000. GADOTTI, Moacir & ROMÃO, José E. Autonomia da Escola – Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1977. Gestão escolar / organização: Elma Julia Gonçalves de Carvalho ... [et al.]. - Maringá, PR: Secretaria de Estado da Educação do Paraná : Universidade Estadual de Maringá, 2008. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Editora do Brasil. LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola: teoria e Prática. Goiânia: Alternativa, 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 2005. PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2004. PICOLI, Elaine S. A. Projeto Político-Pedagógico: uma construção “coletiva”? IAnais do III Encontro de Pesquisa em Educação, I Jornada de Gestão Educacional e XV Semana de Pedagogia, 2008. Pedagogia UEM 35 anos: história e memória. Maringá, Universidade Estadual de Maringá, 2008.
86
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 23ª ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2002. VASCONCELOS, Celso do Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2004a. VEIGA, I.P. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995. VER A ESCRITA CORRETA DAS FONTES A SEGUIR: Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO- APRENDIZAGEM 2 EDIÇÃO – EDITORA ÁTICA
http://www.sitedeliteratura.com/Infantil/leitor.htm
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8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
8.1 IDENTIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Analisando o processo histórico da educação no Brasil, comprova-se que
essa era ofertada apenas as elites, aos filhos das pessoas nobres do país,
totalmente voltada aos seus interesses e culturas, ou seja, uma educação elitista.
Somente a partir de 1940, as classes populares passam a ter um ingresso
significativo aos bancos escolares, rompendo com a conjunção harmônica entre
qualidade e escola de elite. No entanto, a ampliação da oferta da educação
“obrigatória” limitou-se a construção de prédios escolares e do atendimento das
condições mínimas de infra-estrutura, mantendo-se a escassez de recursos
destinados a remuneração de professores, ou seja, investiu-se o suficiente para
viabilizar o acesso de uma parcela maior da população ao meio escolar. Porém
esses alunos que adentravam a escola, não tinham êxito, uma vez que o ensino
historicamente foi formulado para atender uma minoria privilegiada, não atendendo
aos interesses, experiências e necessidades provindas dos alunos das classes
populares que a escola passou a receber.
Apenas com a reforma da LDBEN/61 pela lei nº 5.692/71, é o tempo de
escolarização compulsaria foi ampliada para oito anos. Assim, desde o início dos
anos de 1970, a manifestação do acesso à escola pública de 1ª a 8ª série tornou-se
uma realidade.
Hoje, o Ensino Fundamental legalmente é tido como parte da educação
básica que tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores” (ART 21 LDBEN/96), sendo ofertada pelo estado
gratuitamente como direito do cidadão.
De acordo com o artigo 32 da LDBEN/1996, esta etapa da escolarização deve
garantir a formação básica do cidadão e o desenvolvimento integral do educando,
mediante:
88
I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, da escrita e do calculo;
II - Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca que se assenta a vida social.
Nessa perspectiva, a função da escola fundamental é o trabalho com o
conhecimento que propicie oportunidades de aprendizagem para que adquiram
“chaves conceituais de compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve ainda
permitir que tomem consciência das operações que mobilizam durante a
aprendizagem, contribuindo para que prossigam na relação de conhecimento, que é
desvendamento, compreensão e transformação do que se dá a conhecer”.
(SAMPAIO, 1998, p.147)
8.2. IDENTIDADE DO ENSINO MÉDIO
As escolas de Ensino Médio foram se desenvolvendo, ao longo dos anos, nos
espaços ociosos do ensino fundamental. Na rede pública, são poucos os
estabelecimentos que foram planejados para atender às características dos
adolescentes. Em decorrência, assim como não construíram a sua identidade em
termos de concepção, também não construíram sua identidade física enquanto
escolas que educam jovens. A Resolução nº. 03/1998/CNE reconhece essa
limitação e determina que os Sistemas de Ensino e as escolas busquem, através da
articulação com a comunidade, construir identidade própria de modo a atender, da
melhor forma possível, as condições e necessidades dos jovens e adultos, em
termos de espaço e tempo de aprendizagem (art. 7).
Na prática, isso significa planejar espaços, layout e equipamentos que,
levando em conta as especificidades dos jovens alunos, propiciem as necessárias
condições para que relações diversificadas e significativas com o conhecimento se
estabeleçam de forma prazerosa; Bibliotecas, videotecas. Laboratórios diversos,
89
inclusive de línguas e de informática, espaços para práticas esportivas, artísticas e
culturais devem estar disponíveis não só para a realização de atividades
programadas, mas também para que o jovem faça experimentos, pesquisas, busque
respostas para suas inquietações, crie grupos de dança, aprenda música, faça
práticas esportivas, exercite a organização estudantil, entre outros horários, sentindo
prazer em permanecer na escola.
Evidentemente, a crise de financiamento por que passam as escolas públicas
faz com que essa possibilidade se ponha distante; no entanto, essa dificuldade não
deve justificar a inexistência de esforço do Estado e das escolas no sentido de
utilizar os recursos disponíveis e promover as necessárias articulações para
compartilhar espaços e projetos comunitários.
Para atender aos princípios adotados, a oferta de Ensino Médio deverá
manter uma única estrutura que assegure a todo alunado os mesmos direitos
relativos à certificação e à qualidade, o que significa adotar uma única trajetória no
que diz respeito aos objetivos da educação básica, que será complementada por
ofertas diversificadas que atendam as diferentes necessidades, particularmente
aquelas derivadas das diferenças de classe. Dessa forma, não se admitirá uma
trajetória para jovens trabalhadores que se resuma à preparação para o trabalho,
diferente da propedêutica, exclusivamente voltada para o ensino superior; ao
contrário, toda a rede oferecerá educação básica, experiências de cidadania e parte
diversificada, de livre opção para os alunos segundo seus interesses e
necessidades, de modo a articular ciência, cultura, cidadania e trabalho.
90
8.3. ARTE
8.3.1 Apresentação da Disciplina
O que é arte? Criação humana com valores estéticos (beleza, Equilíbrio,
harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e
a sua cultura, ou seja a arte é criação e manifestação do poder criador do homem. O
homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as
ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados
por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte
como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas
crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para
explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.
Criar é transformar, e nesse processo o sujeito também cria. A arte, quando
cria uma nova realidade, reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas
criações artísticas, amplia e enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho.
Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de
cidadãos, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo
artístico e suas linguagens: artes visuais, teatro, dança e, música. No ensino da arte
há possibilidade de resgatar o processo de criação, permitindo que os alunos
reconheçam a importância de criar.
A arte compreendida como área do conhecimento apresenta relações com a
cultura por meio das manifestações expressas em bens materiais (físicos) e
imateriais (práticas culturais coletivas). Existem alguns campos conceituais que
contribuem para as reflexões a respeito do objeto de estudo da arte:
Conhecimento estético: está relacionado à apreensão do objeto artístico
em seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e
a percepção articulam-se numa organização que expressa esses
pensamentos e sentimentos, sob a forma de representações artísticas,
como por exemplo: palavras na poesia; sons melódicos na música;
expressões corporais na dança ou no teatro; cores, linhas e formas nas
artes visuais.
Conhecimento artístico: está relacionado com o fazer e com o processo
91
criativo. Considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do
objeto artístico até o contato com o público.
Conhecimento contextualizado: envolve o contexto histórico (político,
econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a
compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos.
Norteada pelo conjunto desses campos conceituais, a construção do
conhecimento em arte se efetiva na inter-relação de saberes que se concretiza na
experienciação estética por meio da percepção, da análise, da criação/produção e
da contextualização histórica. Assim, segundo a DCE de Arte 2008, com o estudo da
arte objetiva-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de
pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e
desenvolver o pensamento crítico.
Ao trabalhar a arte, o professor deverá ter em mente que
O ser humano produz, (...), maneiras de ver e sentir, diferentes em cada tempo histórico e em cada sociedade. Por isso, é fundamental considerar as influências sociais, políticas e econômicas sobre as relações entre os Homens e destes com os objetos, para compreender a relatividade do valor estético, as diversas funções que a Arte tem cumprido ao longo da história, bem como o modo de organização das sociedades (PARANÁ, 1992, p. 149 apud DCE DE ARTE, 2008 p. 55 e 56)
Por fim,
A disciplina de Arte, além de promover conhecimento sobre as diversas áreas de arte, deve possibilitar ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e unitário.15 O aluno pode, assim, dominar todo o processo produtivo do objeto: desde a criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental mais adequado aos objetivos que estabeleceu, a metodologia que adotará e, finalmente, a produção e a destinação que dará ao objeto criado. (DCE DE ARTE, 2008 p.62)
8.3.2. Objetivos Gerais
Experimentar, explorar, construir e compreender, através do estudo, analise e
produção, nas variadas possibilidades de cada linguagem artística: Artes visuais,
92
teatro, dança e música, o contexto histórico, as técnicas e a apropriação destas
linguagens como forma de expressão e comunicação humana.
Através da pesquisa, análise crítica de fatos históricos e das produções
artísticas, nas diversas linguagens da arte. Investigar e contextualizar com a
realidade dos educandos e da escola.
8.3.3. Conteúdos
6º ANO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Sons graves, médios e agudos
Som longo e curto
Fontes sonoras, origem do som
Forte e fraco
A orquestra, bandas populares
Composições
Ritmo
Melodia
Escalas: Diatônica,
Pentatônica e
Cromática
Improvisação
Estilos musicais, compassos simples,
pulsação
Relação das figuras da escrita musical
com o som
Quando sugiram, períodos e contexto
social
Espontaneidade
93
Movimentos e
Períodos
Greco-Romana
Oriental
Ocidental
Africana
Apreciação auditiva de músicas destes
períodos
Análise comparativa e cultural
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
A importância do ponto e sua utilização
nas artes gráficas
Construções arquitetônicas
contemporâneas
Orgânica, Inorgânica e gráfica
Orgânicas e inorgânicas
As pinturas modernas
Escultura clássia e moderna
Formação da cor, cores primárias e
secundárias
A importância da luz na visualização das
cores
Composições
Bidimensional
Figurativa
Geométrica
Equilíbrio e desequilíbrio
Desenvolvimento a partir de um tema
Formas geométricas (quadriláteros)
94
Simetria
Técnicas: pintura,
escultura e
arquitetura
Gêneros: cenas da
mitologia
Dentro das pinturas de diferentes períodos
Livre e dirigida a partir de um tema
Personagens da mitologia clássica
Movimentos e
Períodos
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Ocidental
Arte Pré-Histórica
O teatro, a arquitetura e a escultura
Povos, cultos, máscaras, dança e música
A história das artes visuais do ocidente,
origens até a atualidade
Ritos e mitos dos povos, materiais
utilizados, pinturas como parte dos rituais
míticos
ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
A importância do personagem em um
espetáculo
Exercícios direcionados, improvisações
Gestual comum em situações variadas
95
Espaço
Relação com a ação e o gestual
Composições
Enredo, roteiro
Espaço Cênico,
Adereços
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
direto e indireto,
máscaras,
improvisação
Gênero: Tragédia,
Comédia e Circo.
Sinopse
Palco
Figurinos e seus personagens
Máscaras do teatro grego
Jogos de improvisação
Teatro grego
Teatro grego
Diferença entre tragédia e comédia
Movimentos e
Períodos
Greco-Romana
Teatro Oriental
Teatro Medieval
Renascimento
Dramaturgos
Figurinos típicos
O teatro como doutrinamento
Companhias de teatro
ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Limites corporais, exploração do
movimento
Andamentos em diferentes espaços e
músicas
O movimento e o espaço
Kinesfera O outro, equilíbrio e desequilíbrio
96
Composições
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos
articulares
Fluxo (livre
interrompido)
Rápido e Lento
Formação
Níveis (alto, médio
e baixo)
Deslocamento
(direto e indireto)
Dimensões
(pequeno e grande)
Técnica:
Improvisação
Gênero: circular
Diferentes andamentos e diferente
músicas
A dança de grupo
O salto e o solo
Exploração do espaço de dança
Diferentes tipos de movimentos
Individual e coletiva
As danças circulares nas culturas
Movimentos e
Períodos
Pré-história
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
A dança como rito
As danças rituais, grega e romana
A dança pagã
O balé
97
7º ANO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Classificação das vozes no canto
A utilização dos instrumentos nas músicas
populares
Os diferentes instrumentos utilizados nas
músicas populares
A intensidade como forma intencional
dentro das músicas
Conjuntos populares: Choro, Bossa Nova,
Bandas de Rock
Composições
Ritmo
Melodia
Escala
Gêneros: folclórico,
indígena, popular e
étnico
Técnicas: vocal,
instrumental e mista
improvisação
Diferentes ritmos brasileiros
Deferentes músicas e cantores brasileiros
Maiores e menores
Canções folclóricas, cantigas de roda
O cânone vocal
Movimentos e
Períodos
Música popular e
étnica (ocidental e
oriental)
A história da MPB
A música dos povos
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Ponto A importância do ponto e sua utilização
98
Elementos Formais
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
nas artes gráficas, combinação das cores
através dos pontos
Tipos de linhas, utilização na atualidade,
Op Arte
Orgânica, inorgânica e gráfica e onde são
encontradas
A forma nas artes gráficas, propaganda
impressa
A utilização na pintura- Cubismo
Bidimensional e tridimensional
Teoria da cor e a sua utilização na pintura
moderna
Propriedades da luz
A luz como elemento primordial nas artes
visuais
Composições
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Gravura
Planos em uma pintura
Escultura clássica e moderna
Dentro das pinturas nos diferentes
períodos
Contexto social do surgimento da arte
abstrata
Artistas e técnica utilizada
Introdução à perspectiva cônica e paralela
A história da gravura e os diferentes tipos
de gravuras
99
Gênero: Paisagem,
retrato e natureza
morta
Desenho de observação
Movimentos e
Períodos
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renascimento
Barroco
Os diferentes povos indígenas brasileiros
e suas culturas
O artista popular e autodidata
Artistas de destaque e suas obras
Técnicas de pintura
Perspectiva com ponto de fuga
A arte em função da religião
O barroco mineiro
ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Criação de personagem
Exploração cênica do personagem
Planos na representação
O teatro itinerante
Composições
Representação,
leitura dramática ,
cenografia.
A construção de cenários
100
Técnicas: jogos
teatrais, mímica,
improvisação,
formas animadas
Gêneros: Rua e
arena,
caracterização
Teatro de sombras
Teatro de fantoches
O teatro cego
Movimentos e
Períodos
Comédia dell” arte
Teatro Popular
Brasileiro e
Paranaense
Teatro Africano
Histórico e técnicas
Locais de manifestação
Técnicas utilizadas
Principais autores, artistas e trabalhos
Manifestação da cultura
O culto e os rituais
ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Espontaneidade de movimentos
Diferentes andamentos
Delimitação do espaço da dança
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Passos
O giro (completo, duplo, meio giro)
Criação de coreografias
101
Composições
Peso (leve e
pesado)
Fluxo (livre,
interrompido e
conduzido)
Lento rápido e
moderado
Níveis (alto, médio
e baixo)
Formação
Direção
Gênero: folclórica,
popular e étnica
A dança de casais e individuais
Danças folclóricas
Movimentos e
Períodos
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Cantigas de roda
Danças típicas, populares de diferentes
regiões
Fandango
A importância da dança para a cultura
A dança como rito
8º ANO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Altura Tonalidades mais usadas nas músicas
102
Elementos Formais
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
POP'S
A intenção psicológica da duração das
músicas
Tipos de instrumentos utilizados na
música POP
Sintetizadores
Decibéis, som automotivo
Diferentes combinações tímbricas
utilizadas nas músicas
Composições
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a
função de ambos
Técnicas: vocal,
instrumental e mista
POP e Dance
Qualidade melódica nas músicas
populares
Tipos de instrumentos utilizados nas
músicas POP'S
Análise de músicas POP'S Nacionais e
internacionais
Composição de canções
Movimentos e
Períodos
Industria Cultural
Eletrônica
Minimista
Rap, Rock e Tecno
O rendimento financeiro dos artistas
Artistas que utilizam deste estilo
Studio fonográfico
Como se produz, princípios, apreciação
Clip's
ÁREA ARTES VISUAIS
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Conteúdos Específicos
Ponto
Pop Art
103
Elementos Formais
Linha
Textura
Forma
Volume
Superfície
Cor
Luz
A utilização das formas geométricas
Papel reciclado
Quadriláteros
Arquitetura moderna
A influência das cores no consumo
A importância da luz na visualização das
cores
Composições
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas: desenho,
fotografia,
audiovisual e mista
A repetição de temas em diferentes estilos
e épocas
Claro e escuro na pintura
Geometrização
Artistas modernos
Expressionismo
Montagem e colagem
Movimentos e
Períodos
Industria Cultural
Arte no Século XX
Pop Art
Os “Ismos” da arte moderna
104
Arte
Contemporânea
Arte Conceitural
ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Dramatização com diferentes enfoques
Leitura dramática
Planos de representação
Experimentação de diferentes espaços
Composições
Representação no
Cinema e Mídias
Texto Dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra
adaptação cênica
Cinema mudo
Teatro grego
Construção de personagem
Experimentação de diferentes músicas e
sons
Construção de texto para teatro, a partir de
uma sinopse
Jogos de improviso e interpretação
Movimentos e
Períodos
Industria Cultural
Realismo
O teatro amador e profissional
O teatro do cotidiano
105
Expressionismo
Cinema Novo
O teatro político e de protesto
Teatrokê
A interação da platéia
ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Movimentos espontâneos e dirigidos
Diferentes andamentos
Delimitação do espaço na dança
Composições
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e
desaceleração
Direções (frente,
atrás, direita e
esquerda)
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Giro completo, duplo e meio giro
Impulso para o salto
Andamento da música articulado com a
dança
Criação de coreografias apreciação de
coreografias já existentes
Diferentes estilos musicais
A dança no teatro e na ópera
106
Cultural e
espetáculo
Movimentos e
Períodos
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
Histórico e grupos
Os musicais da TV e do teatro
9º ANO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Sons graves, médios e agudos
Som longo e curto- A duração das
canções
Instrumentos utilizadas nas canções de
protesto
Som forte, fraco como função ideológica
Contrastes de densidades nas canções de
protesto
Ritmo
Melodia
Ritmos mais frequentes nas canções de
protesto
Qualidade e intensionalidade nas canções
107
Composições
Harmonia
Tonal, modal e a
função de ambos
Técnicas: vocal,
instrumental e mista
Gêneros: popular,
folclórico e étnico
da década de 1960
Instrumentos e combinações nas canções
de protesto
Apreciação e análise de canções
Apreciação e análise das canções da
década de 1960
Diferenciação e análise das canções
folclóricas e populares
Movimentos e
Períodos
Música Engajada
Música Popular
Brasileira
Música
Contemporânea
A música da década de 1960 e os festivais
O samba e a Bossa nova
Histórico e principais artistas
Novos cantores e compositores
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Linha
Forma
Textura
Volume
Perspectiva cônica, ponto de fuga
Decomposição da forma
Diferentes tipos de suportes para pintura
Perspectiva paralela
108
Superfície
Cor
Luz
Planos em uma paisagem
Mescla aditiva e subtrativa
A variação da cor em contato com os
diferentes tipos de luzes
Composições
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnicas: pintura e
grafite
Gêneros: paisagem
urbana, cenas do
cotidiano
Anamorfose e alteração de superfície
Arte fractal
A figura como fundo e o fundo como figura
no Dsign gráfico
O infinito dentro de um espaço finito
Aquarela e acrílica
Arte surrealista
Movimentos e
Períodos
Realismo
Vanguarda
Muralismo e Arte
Latino Americana
Hip Hop
Na antiguidade e moderna
Cubismo
Temas e origens
O grafite como forma de arte
ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS CONTEÚDOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
109
ESTRUTURANTES BÁSICOS
Elementos Formais
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
A construção de personagem
Personalidade do personagem
Exploração de diferentes espaços cênicos
Composições
Técnicas:
Monólogo, jogos
teatrais, direção,
ensaio, Teatro
Fórum
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Construção de minipeças
Companhias teatrais
A produção profissional e amadora
Movimentos e
Períodos
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Vanguardas
O teatro como transmissão de ideologia e
formação política
O teatro na conscientização popular
O teatro enquanto ferramenta de protesto
Reconhecimento e diferenciação dos tipos
de teatro
ÁREA DANÇA
110
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Espontâneo e dirigido
Diferentes andamentos
Delimitação do espaço na dança
Composições
Kinesfera
Ponto de Apoio
Peso
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e
longe)
Coreografias
Deslocamento
Gênero:
performance e
moderna
Impulso para o salto
Giro completo, duplo e meio giro
Diferentes estilos musicais
Criação de coreografias apreciação de
coreografias já existentes
Movimentos e
Períodos
Vanguardas
Dança Moderna
Dança
Contemporânea
Festivais de dança
Funcionamento
111
1ª SÉRIE
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Sons graves, médios e agudos
Som longo e curto- A duração das
canções
Instrumentos utilizadas nas canções
populares
Som forte, fraco
Contrastes de densidades nas
canções populares
Composições
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas: Modal, Tonal e
fusão de ambas
Gêneros: erudito,
clássico, popular, étnico,
folclórico, pop...
Técnicas: vocal,
instrumental, eletrônica,
informática e mista
Improvisação
Ritmos mais frequentes nas canções
populares
Intensionalidade vocal nas canções
folclóricas
Função social das canções folclóricas
brasileiras
Instrumentos e combinações nas
canções folclóricas brasileiras
Apreciação e análise comparativa de
canções folclóricas, MPB e clássicos
Movimentos e
Períodos
Música popular
Brasileira
Música Paranaense
Indústria cultural
Engajada
Vanguarda
A história da música popular brasileira
a partir da década de 1950
O samba e a Bossa nova
Histórico e principais artistas
112
Ocidental
Oriental
Africana
Latino-Americana
As canções de protesto da década de
1960
Novos cantores e compositores
brasileiros
A influência da música latino-
americana no Brasil
A influência da música africana na
música brasileira
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Perspectiva cônica, ponto de fuga
A perspectiva no Renascimento
O desenvolvimento da perspectiva no
decorrer da história da arte
Perspectiva paralela
Distorção da forma
Planos em uma paisagem
Mescla aditiva e subtrativa da cor
A utilização da cor na Pop Art
As formas geométricas nas
construções arquitetônicas
A utilização da linha na arquitetura
moderna
Composições
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Anamorfose e alteração de superfície
A figura e o fundo nas pinturas
113
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo visual
Simetria/Assimetria
Deformação
Estilização
Técnicas aplicadas:
pintura, desenho,
modelagem, instalação,
performance, fotografia,
gravura e escultura,
história em quadrinhos.
Gêneros: paisagem,
natureza-morta, cenas
do cotidiano, histórica,
religiosa, da mitologia.
A representação do infinito dentro de
um espaço finito
O belo e o feio nas artes visuais
Contrastes temáticos, cores, luz e
sombra e cores
Histórico, principais artistas e técnicas
da Arte barroca europeia e brasileira
Movimentos e
Períodos
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de Vanguarda
Industria Cultural
Arte Contemporânea /
Arte conceitural
Arte Latino-Americana
A antiguidade clássica: Esculturas,
arquitetura, ideal de beleza
Principais representações do espaço
nas artes chinesa e japonesa
As máscaras como ritual na arte
africana
Principais representantes da arte
paranaense
Artistas populares, artista de rua
As vanguardas da arte brasileira,
principais artistas a semana de 22
A massificação da arte, a arte como
produto
O grafite Mexicano
114
ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Personagem
Expressões corporais,
vocais, gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Construção de personagem
Personalidade do personagem
Exploração de diferentes espaços
cênicos
Jogos de improviso
Criação de cenários
Composições
Teatro direto e indireto,
mímica, ensaio, Teatro-
Fórum
Roteiro
Encenação e leitura
dramática
Gênero: Tragédia,
Comédia, Drama e
Épico
Dramaturgia
Representação nas
mídias
Direção
Produção
Construção de mini-peças
Companhias teatrais
A produção teatral profissional e
amadora
Jogos teatrais
Caracterização, sonoplastia, figurino e
iluminação
Encenação de peças teatrais prontas
de autores diversos
A mímica como forma de
representação cênica
Movimentos e
Períodos
Teatro Greco-Romano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Industria Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Espaço cênico, máscaras no teatro
grego personagens
O teatro como transmissão de
ideologia, religião e formação política
O teatro como ferramenta na
conscientização política popular
O teatro como instrumento de protesto
Reconhecimento e diferenciação dos
115
Teatro Essencial
Teatro do Oprimido
Teatro de Vanguarda
Teatro Renascentista
Teatro Latino-Americano
Teatro Realista
Teatro Simbolista
tipos de teatro
Atores da indústria cultural
O teatro como instrumento de resgate
da cidadania em comunidades
carentes
O teatro como entretenimento
A utilização do teatro em sociedades
dominantes, para conquista e
manutenção do poder
A representação teatral natural no
cotidiano
ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Espontâneo e dirigido
Diferentes andamentos
Delimitação do espaço na dança
Composições
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos articulares
Lento, Rápido e
Moderado
Aceleração e
desaceleração
Impulso para o salto
Giro completo, duplo e meio giro
Diferentes estilos musicais
Criação de coreografias apreciação
116
Níveis
Deslocamento
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
industria cultural, étnica,
folclórica, populares e
de salão.
de coreografias já existentes
A escolha da música para criação de
coreografias
A criação espontânea de danças nas
diferentes culturas
Movimentos e
Períodos
Pré-história
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip – Hop
Industria Cultural
Dança Moderna
Vanguardas
Dança Contemporânea
As danças como ritual
mágico/religioso
A dança como entretenimento
As danças juninas
Festivais de dança
Principais tipos de danças de rua
As danças nos rituais indígenas
Danças folclóricas e agremiações
(grupos folclóricos, CTG's, danças de
rua)
O gestual das danças
contemporâneas
8.3.4. Metodologia
Para que um bom trabalho seja desenvolvido junto aos alunos, de acordo com
a DCE de Arte (2008, p. 69), o professor deverá ao preparar as aulas
(...) considerar para quem elas serão ministradas, como, por que e o que será trabalhado, tomando-se a escola como espaço de conhecimento. Dessa forma, devem-se contemplar, na metodologia do ensino da arte, três momentos da organização pedagógica:
117
• Teorizar: fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a obra artística, bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos artísticos • Sentir e perceber: são as formas de apreciação, fruição, leitura e acesso à obra de arte • Trabalho artístico: é a prática criativa, o exercício com os elementos que compõe uma obra de arte.
Todas as atividades desenvolvidas na disciplina de Arte serão baseadas nas
técnicas de observação, reflexão, interpretação e pesquisa, procurando dar maior
ênfase no trabalho em equipe.
Os conteúdos propostos serão trabalhos através de: produção de desenhos,
trabalhos com argila, apresentação de teatros, preparação e elaboração de
coreografias, filmes (produção de desenhos e sínteses das histórias apresentadas),
pesquisa de alguns temas entre eles história do teatro, vida de alguns artistas
plásticos do Brasil e do mundo.
No desenvolvimento do trabalho com Artes, o professor deverá, por meio de
atividades práticas ou não, apresentar aos alunos as diversas manifestações
artísticas em cada momento histórico, dentro do teatro, da dança, das artes visuais e
da música, proporcionando aos alunos o contato/acesso a diversas obras ou
composições por eles não conhecidas, uma vez que isso não faz parte de seu dia a
dia. Dessa forma o aluno entenderá o processo histórico da “transformação”
artística, fazendo com que o trabalho em sala de aula não fique apenas na produção
sem significado, ou em uma história (teoria) sem sentido, dando aos alunos
condições de extrapolarem os estereótipos existentes em nossa sociedade.
Os conteúdos propostos serão trabalhos conforme orientações das DCE's:
Artes Visuais:
imagens bidimensionais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografia,
propaganda visual;
imagens virtuais: cinema, televisão, computação gráfica, vídeo-arte;
imagens tridimensionais: esculturas, instalações, produções
arquitetônicas.
Dança:
criação de formas de registro gráfico da formação inicial e dos passos
seqüenciais;
uso de diferentes adereços;
118
proposta de criações, improvisações e execuções coreográficas
individuais e coletivas;
identificação do gênero a que pertence a dança e em que época foi
concebida.
Música:
percepção musical;
organização dos sons no tempo e no espaço;
registro de sons;
produção musical;
interpretação dos sons memorizados, organizados e registrado;
reconhecimento e significação.
Teatro:
descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local, atores, período
histórico da representação;
análise da estrutura e organização da peça, tipo de cenário e sonoplastia,
expressões usadas com mais ênfase pelos personagens e outros
conteúdos trabalhados em aula;
análise da peça sob o ponto de vista do aluno, com sua percepção e
sensibilidade em relação à peça assistida.
Por fim, seguindo as orientação das DCE‟s de Arte (2008, p. 81)
de modo geral para todas as áreas da disciplina recomenda-se, no encaminhamento metodológico, o enfoque nos seguintes trabalhos com os alunos: • manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já executam, para que sistematizem com mais conhecimentos suas próprias produções; • produção e exposição de trabalhos artísticos, a considerar a formação do professor e os recursos existentes na escola.
8.3.5. Avaliação
119
A avaliação será diagnóstica e processual, no sentido de perceber ao longo
das atividades o crescimento artístico e o envolvimento do aluno, conforme exposto
na DCE de Arte
a concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nestas Diretrizes Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação da aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas), bem como a autoavaliação dos alunos. (2008, p.81)
Avaliar também consiste em construir uma síntese do que os alunos estão
aprendendo, sem nenhum julgamento, a qual pode ser: descritiva e por meio de
registro. A avaliação descritiva comunica o andamento do processo ensino-
aprendizagem, comparando-se o que o aluno sabia no início do processo e os
saberes que adquiriu durante este movimento. Já na avaliação por registro, tudo o
que é vivenciado e produzido pelo aluno é registrado de forma concreta e material,
por exemplo: fotos, portfólio, obras artísticas produzidas e gravações de vídeo e
áudio, entre outras. Logo, a avaliação consistirá na observação e registro do
desenvolvimento do aluno, tomando como pontos de partida, a participação, o
trabalho em grupo, a capacidade para resolver problemas, os registros
sistematizados dos conteúdos, ou seja suas produções, não levando em conta
somente os padrões estéticos, mas sim a superação das dificuldades e a apreensão
dos conteúdos trabalhados.
Toda avaliação das diferentes linguagens artísticas pode ser realizada por
duas formas: a informal e a formal. Na informal, o discente manifesta os conteúdos
escolares que foram aprendidos e o docente os que foram ensinados; e na formal, o
docente seleciona os conteúdos trabalhados e verifica se houve ou não
aprendizagem pelo discente, e para tal utiliza-se de diversos instrumentos de
avaliação, tais como: ficha de registro e de observação, dramatização, auto-
avaliação, relatos, vivências, sínteses, etc.
Assim, a avaliação em Arte superara o papel de mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos, busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o aluno. Sendo processual e sem estabelecer parâmetros comparativos entre os mesmos, estará discutindo dificuldades e progressos de cada um a partir da sua própria produção. Assim sendo,
120
considerará o desenvolvimento do pensamento estético, levando em conta a sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade. (DCE DE ARTE, 2008, p. 81)
Mas como sabemos se o aluno aprendeu? De que forma ele expressa esta
aprendizagem? Para responder tais questões, torna-se necessário que critérios de
avaliação sejam estabelecidos, para que haja clareza dos conteúdos que o aluno
apreendeu ou não, e daqueles que está a caminho de apreender ou não, desde que
o foco esteja no processo e não no resultado da práxis pedagógica artística. Assim,
o aluno expõe os diferentes níveis de apropriação e aprofundamento que efetivou ou
não, e que pode vir a realizar. Como critérios de avaliação, destacam-se:
ÁREA CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Música
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a
música e sua relação com o movimento artístico no qual se
originaram.
Desenvolvimento da formação dos sentidos rítmicos e de
intervalos melódicos e harmônicos.
Compreensão das diferentes formas musicais populares, suas
origens e práticas contemporâneas.
Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de
composição musical.
Compreensão das diferentes formas musicais no Cinema e nas
mídias, sua função social e ideológica de veiculação e
consumo.
Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de
composição musical nas mídias relacionadas à produção,
divulgação e consumo.
Compreensão da música como fator de transformação social.
Produção de trabalhos musicais, visando atuação em sua
realidade singular e social.
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam as
artes visuais e sua relação com o movimento artístico no qual
se originaram.
121
Artes Visuais
Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de
composição visual.
Compreensão das diferentes formas artísticas populares, suas
origens e práticas contemporâneas.
Compreensão das artes visuais em diversos no Cinema e nas
mídias, sua função social e ideológica de veiculação e
consumo.
Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de
composição das artes visuais nas mídias, relacionadas à
produção, divulgação e consumo.
Compreensão da dimensão das Artes Visuais enquanto fator
de transformação social.
Produção de trabalhos, visando atuação em sua realidade
singular e social.S ESTRUTURANTESAGEM
Teatro
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam o
teatro e sua relação com os movimentos artísticos nos quais se
originaram.
Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de
composição teatrais.
Compreensão das diferentes formas de representação
presentes no cotidiano, suas origens e práticas
contemporâneas.
Compreensão das diferentes formas de representação no
Cinema e nas mídias, sua função social e ideológica de
veiculação e consumo.
Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de
composição da representação nas mídias; relacionadas à
produção, divulgação e consumo.
Compreensão da dimensão ideológica presente no teatro e o
teatro enquanto fator de transformação social.
Criação de trabalhos teatrais, visando atuação em sua
realidade social.
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a
122
Dança
dança e sua relação com o movimento artístico no qual se
originaram.
Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de
composição da dança.
Compreensão das diferentes formas de dança popular, suas
origens e práticas contemporâneas.
Compreensão das diferentes formas de dança no Cinema,
Musicais e nas mídias, sua função social e ideológica de
veiculação e consumo.
Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de
composição da dança nas mídias relacionadas à produção,
divulgação e consumo.
Compreensão da dimensão da dança enquanto fator de
transformação social.
Produção de trabalhos com dança, visando atuação em sua
realidade social.
8.3.6. Referências
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretrizes Curriculares da Educação
Básica - Arte. Curitiba: SEED, 2008.
123
8.4. BIOLOGIA
8.4.1. Apresentação da disciplina
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA.
A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm sua origem
registrada desde a Antiguidade. As ideias deste período que contribuíram com o
desenvolvimento da Biologia, tiveram como principais pensadores e estudiosos, os
filósofos Platão (428/27 a.C. - 347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), que,
deixaram contribuições relevantes quanto à classificação dos seres vivos. As
interpretações filosóficas buscavam explicações para compreensão da natureza.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o ensino,
buscou-se na História da Ciência os contextos históricos nos quais pressões
religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram mudanças conceituais
no modo como o homem passou a compreender a natureza.
Nesse período longo e conturbado, surgiram novas contribuições para as
Ciências Biológicas(ciência de referência), porém muitos naturalistas se mantêm sob
a influência do paradigma aristotélico. Carl von Linné (1707-1778), fundador do
sistema moderno de classificação científica dos organismos, em sua obra “Systema
Naturae” (1735), propõe a organização dos seres vivos a partir de características
estruturais, anatômicas e comportamentais, “mantendo a visão de mundo estático
idêntico em sua essência à criação perfeita do Criador” (FUTUYAMA, 1993, p. 2),
classificando os seres vivos, mas mantendo o princípio da criação divina.
Com Linné, o sistema descritivo possibilitou a organização da Biologia
considerando a comparação das espécies coletadas em diferentes locais. Esta
tendência reflete a atitude contemplativa interessada em retratar a beleza da
natureza partindo da exploração empírica do mundo natural pautado por um método
baseado na observação e descrição da natureza, caracterizando o pensamento
biológico descritivo.
Neste contexto do pensamento descritivo, conceitua-se VIDA "como
expressão da NATUREZA idealizada pelo sujeito racional" (RUSS, 1994, p. 360-
363).
124
Em meio a tantas mudanças, contributos foram dados pelo médico Willian
Harvey (1578-1657) com a proposição de um novo modelo referente à circulação do
sangue. Este modelo, não o método, foi acolhido por Descartes (1596-1650) como
uma das bases mais consistentes do pensamento biológico mecanicista.
Sob a influência do pensamento positivista reafirma-se o pensamento
mecanicista. Para entender o funcionamento da VIDA a Biologia fracionou os
organismos vivos em partes cada vez mais especializadas e menores procurando
compreender as relações causa e efeito no funcionamento de cada uma de suas
partes. No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de
Mendel provocando uma revolução conceitual da biologia. Esta concepção contribui
para a construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos vinculando-
os ao material genético, marcando a influência do pensamento biológico
evolutivo.
Um novo modelo explicativo passa a ser visto a partir do pensamento
biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em
compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes
alterações biológicas.
Os momentos históricos apontados têm como finalidade representar como se
deu a construção do pensamento biológico, identificando os recortes históricos
importantes para fundamentar a proposição dos conteúdos estruturantes de
Biologia.
Entretanto, para a Ciência, e em especial para a BIOLOGIA, esta construção
ocorre a partir de movimentos não-lineares, com momentos de crise, de revoluções,
de mudanças de paradigmas, de questionamentos conflitantes, de busca constante
por explicações sobre o fenômeno VIDA.
Sendo assim, organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da
história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer compreensão dos
contextos em que a disciplina de Biologia é contemplada nos currículos escolares.
Na realidade escolar brasileira, os procedimentos próprios do Ensino de
Ciências ficaram reduzidos a transmissão de um único método científico, consistente
no conjunto de passos perfeitamente definidos e aplicados de modo mecanicista,
ensinando o aluno a pensar e agir como cientistas, numa visão positivista de
Ciência. Esta escola ainda estava voltada para atender os filhos da elite cultural
125
brasileira, iniciando o deslocamento do foco da formação humanista para a
científica.
ARROYO (1988, p. 5), afirma que:
"No final da década de sessenta e início da década de setenta, fez-se uma crítica rígida ao saber transmitido no sistema escolar brasileiro. Tratava-se com desprezo o chamado saber tradicional, visto como livresco, humanista, metafísico, apropriado a uma república de bacharéis diletantes e improdutivos. Propunha-se um saber moderno, técnico-científico, útil, prático, capaz de formar profissionais e trabalhadores eficientes para uma sociedade produtiva".
Sob o impacto da revolução científico-técnica, na década de 70, as questões
ambientais decorrentes da industrialização desencadearam uma nova concepção
sobre o Ensino de Ciências. Passou-se a discutir as implicações sociais do
desenvolvimento científico.
O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a
promulgação da segunda LDB, Lei 5692/71, que fixava Diretrizes e Bases do Ensino
de 1 º e 2 º graus. Essa lei trazia alterações no sentido de conter os aspectos liberais
constantes na lei anterior, estabelecendo um ensino tecnicista para atender ao
regime vigente voltado para a ideologia do Nacionalismo Desenvolvimentista
(AGOSTINI, 2000).
O Ensino de Ciências é reorganizado. “A escola secundária deve servir agora
não mais à formação do futuro cientista ou profissional liberal, mas principalmente
ao trabalhador, peça essencial para responder às demandas do desenvolvimento”
(KRASILCHIK, 1987. p.18).
Em meio à crise dos anos 80 começaram a surgir várias críticas às
concepções que prevaleciam nos projetos inovadores para o Ensino de Ciências. O
ponto central desta revisão é a respeito da ideia de Ciência positivista e da utilização
da metodologia científica pelo aluno. Os projetos caracterizavam-se por uma
concepção empírico-indutivista para a Biologia, e visavam desenvolver essa
concepção no ensino.
Os conteúdos de Biologia eram aprendidos com base na observação, a partir
da qual, os mesmos poderiam ser explicados por raciocínios lógicos comprovados
pela experimentação. A experimentação garantia também a descoberta de novos
126
fatos, de forma que o ciclo se fechava: voltava-se à observação, depois ao
raciocínio, depois à experimentação.
Surge no Brasil um novo campo de pesquisa sobre a aprendizagem dos
conceitos científicos, envolvendo a psicogênese dos conceitos e suas implicações
na aprendizagem das ciências. Decorrente dele, nos anos 80 surge no Brasil um
novo, utilizando a análise do processo de produção do conhecimento na ciência
como fonte de inspiração para a proposição de modelos de aprendizagem.
Em virtude das críticas ao contexto educacional, ao findar os anos 80 e iniciar
os anos 90, no Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação propõe o
Programa de Reestruturação do Ensino de 2.º Grau. A proposta, apresentada para o
ensino teve como referencial teórico à pedagogia histórico-crítica. Este novo
programa analisava as relações entre escola-trabalho-cidadania.
Para o ensino da Biologia, a proposta estabelece seis temas que envolviam
as diferentes ciências de referência desta disciplina e algumas noções do
desenvolvimento científico e tecnológico. Este documento tinha por finalidade a
busca de uma alternativa metodológica para o ensino de Biologia, oportunizando aos
professores e alunos a uma visão totalizante da Biologia.
Tal proposta, apesar da tentativa de superação do ensino tradicional e
tecnicista com a pedagogia histórico-crítica, apresentava os conteúdos ainda
divididos por blocos tradicionais do livro didático, reunidos em temas geradores. A
visão de totalidade caracterizava o "conteudismo" dos conhecimentos da biologia.
Em 1998 foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB 03/98), para normatização da LDB
9394/96. O ensino passou a ser organizado por áreas de conhecimento, ficando a
Biologia disposta na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
Os conhecimentos da Biologia expressos no PCN apontaram como objeto de
estudo da disciplina o fenômeno vida em toda sua "diversidade de manifestações",
porém os conceitos básicos da Biologia são apresentados de forma reducionista,
com ênfase nos resultados da Ciência e omissão do seu processo de produção, sem
a abordagem histórica, permitindo uma pedagogia de projetos para assuntos que
não contemplam o conjunto de conhecimentos historicamente construídos para a
Biologia (MOREIRA, 1991; BIZZO, 2000; NARDI, 2002).
Partindo-se da dimensão histórica da disciplina de Biologia, nas Diretrizes
Curriculares foram identificados os marcos conceituais da construção do
127
pensamento biológico. Estes marcos foram utilizados como critérios para escolha
dos Conteúdos Estruturantes e dos Encaminhamentos Metodológicos. Cabe
ressaltar que a importância desta compreensão histórica e filosófica da Ciência está
em conformidade com o atual contexto sócio-econômico e político, estabelecido a
partir da compreensão da concepção de Ciência enquanto construção humana.
8.4.2. Objetivos
Em um momento de transição paradigmática como o atual, a disciplina de
Biologia questiona exatamente aquilo que a fundamenta: a vida. Diante dos
conceitos que tentam definir este fenômeno,as teorias biológicas rendem-se diante
da sua complexidade, ainda não totalmente desvendada e mudam seu foco, que
antes era a própria vida para agora ser o estudo das mais variadas formas de vida.
Desde as mais elementares até o intrincado agrupamentamento espécies num
ecossistema.
Os processos mantenedores da vida são resultado de um entrelaçamento de
relações químicas e estruturais em constante fluidez,um equilíbrio dinâmico cujo
único objetivo é preservar e perpetuar as espécies paradigma isso, há uma
sucessão de acontecimentos que ocorrem concomitantemente e que já foram muito
estudados, porém de forma isolada, especializada.
Diante da complexidade do mundo, repleto de contradições em sociedades
múltiplas e heterogêneas, a Biologia revela mais uma incerteza: o próprio modelo
vital, inconstante e imprevisível
Sendo os elementos vitais os únicos capazes de utilizar a complexidade da
vida para mantê-la, por que não aprender com a natureza a fim de que se atingir a
tão desejada sustentabilidade? Afinal, a sustentação da vida é o objetivo de todo
ser, inclusive da própria humanidade e nada adiantaria a aprendizagem se não
houvesse a vida para manter.
Para justificar e compreender o conjunto dos procedimentos envolvidos no
fenômeno vida, que necessita de uma abordagem capaz de reunir o máximo
possível de elementos, contextos, interações para criar uma trama. Esta abordagem
visa atingir a reflexão e compreensão do processo biológico como um todo,
interdependente, onde a soma das partes é maior que do o todo.
128
O ensino da biologia mais flexível com a possibilidade de análise e
experimentação permanentes, perpassando por diferentes momentos da construção
do conhecimento biológico.
Os alunos serão levados a produzir este conhecimento utilizando diferentes
fontes de pesquisa, da experimentação, da observação da natureza, desde suas
formas mais simples até as mais complexas, de análises, de forma que estes
busquem respostas, para os desafios formulados a recriação de conceitos e o
questionamento dos já construídos. E para que este saber tenha um significado
pragmático, é preciso efetivar a teoria em ações relevantes para a manutenção e
qualidade da vida, e levar esse conhecimento para subsidiar as práticas sociais com
as soluções locais.
É desta forma que os conteúdos são trabalhados, com a compreensão dos
elementos e processos biológicos, desenvolvidos com os conceitos de ciências
naturais condensadas para explicar o fenômeno vida e seus processos evolutivos,
bem como as possibilidades de transformação de forma sustentável.
Cabe ao professor induzir a criação de tecnologias inspiradas nos agentes
orgânicos como modelos de sustentabilidade. O professor não é um agente
determinante do processo de comunicação e sim um facilitador e instigador deste
processo de conhecimento. Assim será possível subverter a lógica da exclusão
através do conhecimento aplicado na manutenção da vida com toda a sua
exuberância. O trabalho do professor será o de iluminar o caminho a ser percorrido
através de questionamentos desafiantes, que instiguem a curiosidade e a vontade
de conhecer para criar.
Com esse processo surgem as hipóteses e as possibilidades de respostas a
desafios lançados que permitem o repensar e propiciam uma melhor qualidade de
vida aos alunos e à comunidade.
O respeito às diversidades cultural, social e biológica dão significado à
transgressão da lógica curricular: transformar a sociedade do consumo desenfreado
em uma sociedade pautada pela ética do cuidado com o outro. O conhecimento
contextual e global sugerido por esta abordagem, leva a soluções sistêmicas para os
problemas gerados pela própria espécie humana, única capaz de transformar o
ambiente. Somente esta espécie pode reverter esta situação criada por ela mesma
e esta reversão só poderá ser proporcionada pelo conhecimento aplicado, dando
real significado ao aprendizado. Caso o conhecimento construído em sala de aula,
129
revele a compreensão desse contexto atual e permita as mudanças de atitude
necessárias, o objetivo educacional estará cumprido: a preservação da vida.
8.4.3. Conteúdos
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
Seres Vivos
Mecanismos
Biológicos
Biodiversidade
Manipulação
Genética
Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
Sistemas biológicos:
anatomia,
morfologia e
fisiologia.
Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
Mecanismos
celulares biofísicos
e bioquímicos.
Teorias evolutivas.
Transmissão das
características
hereditárias.
Características dos seres vivos
Composição química e organização da
matéria viva
Metabolismo, homeostase, movimento,
reação, crescimento, reprodução,
adaptação
Níveis de organização em biologia
Breve histórico da Biologia
o As origens da Biologia
o Biologia e as grandes questões atuais
A investigação científica
o Método hipotético-dedutivo em
ciência, teste de hipóteses através da
experimentação
As principais subdivisões da Biologia
A origem da vida
o Biogênese versus abiogênese: os
experimentos de Redi; Pasteur e a
derrubada da abiogênese
o A origem dos primeiros seres vivos
Citologia: a descoberta da célula
o Histórico e os primeiros citologistas
130
Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos
interdependência
com o ambiente.
Organismos
geneticamente
modificados.
o Noções de microscopia: microscópio
óptico e eletrônico
o Células eucariontes e procariontes
Química da célula
o Água: importância e propriedades
o Sais minerais: importância, tipos e
propriedades
o Carboidratos: tipos e funções
o Lipídios: tipos e funções, lipídios e
membrana celular
o Proteínas: tipos, funções,
aminoácidos, função enzimática,
enzimas (atuação, fatores que afetam
a atividade das enzimas). Proteínas
simples e conjugadas
o Ácidos nucléicos: tipos de ácidos
nucléicos, DNA e RNA
o Vitaminas: importancia e fontes
naturais
Envoltórios e membranas celulares
o Glicocálix
o Parede celular
o Membrana plasmática
o Organização molecular da membrana
plasmática: O MODELO MOSAICO-
FLUIDO
o Permeabilidade da membrana
plasmática: difusão, osmose, difusão
facilitada e transporte ativo
o Fagocitose e pinocitose
131
O citoplasma
o Citosol
o Retículo endoplasmático rugoso e liso
o Aparelho de Golgi
o Lisossomos
o Peroxissomos
o Mitocôndrias
o Plastos
o Citoesqueleto
o Centríolos, cílios e flagelos
O núcleo
o Componentes do núcleo: membrana
nuclear, cromatina, nucléolos;
o A estrutura do cromossomo
o Cromossomos homólogos
o Cromossomos gigantes
Divisão celular
o Mitose: ciclo, fases
o Meiose: processo geral, primeira
divisão, segunda divisão; formação de
gametas
Metabolismo energético
o Fotossíntese
o Quimiossíntese
o Fermentação;
o Respiração: aeróbica e metabolismo
anaeróbico
Diversidade celular nos animais:
histologia (estudo dos tecidos)
132
o Como se formam os tecidos
o Tipos fundamentais de tecidos:
epitelial, conjuntivo, muscular,
nervoso.
Reprodução
o Sexuada e assexuada
o Fecundação
o Embriologia
Ecologia
o A dinâmica dos ecossistemas
o Populações e comunidades
o Comunidades em desenvolvimento
o A biosfera e os biociclos
o Os seres vivos e suas relações
o Os ciclos biogeoquímicos
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
Seres Vivos
Mecanismos
Biológicos
Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
Sistemas biológicos:
anatomia,
morfologia e
fisiologia.
A classificação biológica
o Importância da classificação
o Categorias taxonômicas
o Nomenclatura binomial
o Os reinos dos seres vivos
o Classificação e parentesco evolutivo:
filogenia e evolução
Os vírus
o Características gerais
o Estrutura e diversidade
133
Biodiversidade
Manipulação
Genética
Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
Mecanismos
celulares biofísicos
e bioquímicos.
Teorias evolutivas.
Transmissão das
características
hereditárias.
Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos
interdependência
com o ambiente.
Organismos
geneticamente
modificados.
o Reprodução
o Doenças provocadas por vírus
Reino Monera
o Diversidade e classificação:
arqueobactérias e eubactérias
o Estrutura celular
o Diversidade nutricional das
eubactérias: respiração e fermentação
o Reprodução
o Importância ecológica e econômica
o Doenças provocadas por bactérias
(antibióticos)
Reino Protista
o Características gerais e classificação
o ALGAS: características, classificação,
reprodução, importância ecológica e
econômica
o PROTOZOÁRIOS: características
gerais e diversidade
o Classificação: principais FILOS e suas
características
o Reprodução
o Doenças causadas por protozoários
Reino Fungi
o Características gerais e diversidade
o Estrutura e organização
o Classificação: principais classes
o Reprodução: assexuada e sexuada
o Importância ecológica e econômica
o Fungos e substâncias de uso
134
farmacêutico
Reino Plantae
o Origem e evolução das plantas
o Classificação:
A – criptógamas
B – fanerógamas
A) CRIPTÓGAMAS
o Avasculares:
Briófitas: características gerais,
diversidade, reprodução.
o Vasculares:
Pteridófilas: características
gerais, diversidade, reprodução
B) FANERÓGAMAS
o Características gerais
o Origem e evolução, adaptações
o Gimnospermas: características gerais
e reprodução
o Angiospermas: características gerais,
estudo da raiz, caule, folha, flor, fruto
e semente: classificação:
monocotiledôneas e dicotiledôneas;
anatomia e fisiologia
Reino Animal
o Origem e evolução
o Características gerais
o Classificação: vertebrados e
invertebrados
o INVERTEBRADOS: características
135
gerais, anatomia e fisiologia,
reprodução de cada um dos filos
o Filo dos poríferos
o Filo dos cnidários
o Filo dos platelmintos
o Filo dos nematelmintos
o Filo dos moluscos
o Filo dos anelídeos
o Filo dos artrópodos
o Classes: insetos, aracnídeos,
crustáceos, dipeópodos e quilópodos.
o Filo dos equinodermos
o VERTEBRADOS: características
gerais, anatomia e fisiologia,
reprodução para cada uma das
classes do filo dos cordados.
o Filo dos cordados
o Classes: agnatos, condrictes,
osteíctes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
Seres Vivos
Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
Sistemas biológicos:
anatomia,
Genética
o Origem da ciência genética
o Reprodução e hereditariedade
o Base celular da hereditariedade
o A primeira Lei de Mendel –
Monoibridismo
o A expansão do Mendelismo: os
136
Mecanismos
Biológicos
Biodiversidade
Manipulação
Genética
morfologia e
fisiologia.
Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
Mecanismos
celulares biofísicos
e bioquímicos.
Teorias evolutivas.
Transmissão das
características
hereditárias.
Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos
interdependência
com o ambiente.
Organismos
geneticamente
modificados.
conceitos de fenótipo e genótipo
o A segunda Lei de Mendel –
Diibridismo
o Noções de probabilidade aplicada à
genética
o O retrocruzamento e os
heredogramas
o A disjunção cromossômicas e o
linkage
o Os alelos múltiplos
o Os grupos sanguíneos humanos
o Interação gênica
o Comportamentos gênicos especiais
o Vinculação ao sexo
o Determinismo do sexo
o Genética de populações
Evolução
o A origem da vida
o Teorias da evolução
o Irradiação adaptativa e convergência
o As provas da evolução
o As divisões do tempo geológico
Fisiologia Humana
o Sistemas: digestório, circulatório,
respiratório, excretor, endócrino,
nervoso, locomotor, sensorial e
imunológico.
137
8.4.4. Metodologia
A metodologia de ensino da Biologia, envolve o conjunto de processos
organizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo, de organismo no
meio, na relação ser humano e natureza e nas relações sociais, políticas,
econômicas e culturais.
Nesse contexto, as aulas experimentais podem significar uma crítica ao
ensino com ênfase exclusiva na divulgação dos resultados do processo de produção
do conhecimento científico, e apontar soluções que permitam a construção racional
do conhecimento científico em sala de aula, sem dissociar as implicações deste
conhecimento para o ser humano.
Cabe ressaltar que a aula assim concebida deve introduzir momentos de
reflexão teórica com base na exposição dialogada, bem como a experimentação
como possibilidade de superar o modelo tradicional das aulas práticas dissociadas
das teóricas. As aulas práticas passam a fazer parte de um processo de ensino
pensado e estruturado pelo professor, repensando-se inclusive, o local onde possam
acontecer, não ficando restritas ao espaço de laboratório.
As aulas, desta forma, não são apenas experimentais ou apenas teóricas,
mas pensadas de modo a assegurar a relação interativa entre o professor e o aluno,
ambos tendo espaço para expor suas explicações, refletir a respeito das implicações
de seus pressupostos e revê-los à luz das evidências científicas.
Assim, a experimentação deve ter como finalidade o uso de um método que
privilegie a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição de
memorização direta, comportamentalista. Parte-se do pressuposto que a adoção de
uma prática pedagógica fundamentada nas teorias críticas deve assegurar ao
professor e ao aluno a participação ativa no processo pedagógico.
Desse modo, os conhecimentos biológicos, se compreendidos como produtos
históricos indispensáveis à compreensão da prática social, podem contribuir para
revelar a realidade concreta de forma crítica e explicitar as possibilidades de atuação
dos sujeitos no processo de transformação desta realidade (LIBÂNEO,1983).
Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da VIDA e sua
complexidade de relações significa pensar em uma Ciência em transformação, cujo
138
caráter provisório garante a reavaliação dos seus resultados e possibilita o repensar
e a mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento
histórico, social, político, econômico e cultural.
A proposta curricular para o ensino de Biologia firma-se na construção a partir
da práxis do professor. Objetiva-se, portanto, trazer os conteúdos de volta para os
currículos escolares, mas numa perspectiva diferenciada onde se retome a história
da produção do conhecimento científico e da disciplina escolar e seus determinantes
políticos, sociais e ideológicos.
A incursão pela Filosofia e História da Ciência permitiu identificar quatro
paradigmas metodológicos do conhecimento biológico: descritivo, mecanicista,
evolutivo e o da manipulação genética.
Cada paradigma representa um marco conceitual da construção do
pensamento biológico identificado historicamente. De cada marco define-se um
Conteúdo Estruturante e destacam-se metodologias de pesquisa utilizadas, à época,
para a compreensão do fenômeno VIDA, cuja preocupação está em estabelecer
critérios para seleção de conhecimentos desta disciplina à serem abordados no
decorrer do Ensino Médio.
O desenvolvimento dos Conteúdos Estruturantes deve ocorrer de forma
integrada.
Pretende-se compreender o processo de construção do pensamento biológico
presente na História da Ciência e reconhecer a Ciência como uma construção
humana, enquanto luta de ideias, solução de problemas e proposição de novos
modelos interpretativos, não atendendo somente para seus resultados.
Com a introdução de elementos da história torna-se possível compreender
que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos
social, econômico, político e cultural, verificando-se que a formulação, a validade ou
não das diferentes teorias científicas está associada ao momento histórico em que
foram propostas e aos interesses dominantes do período.
Ao considerar o embate entre as diferentes concepções teóricas propostas
para compreender um fato científico ao longo da história, torna-se evidente a
dificuldade de consolidação de novas concepções em virtude das teorias anteriores,
pois estas podem agir como obstáculos epistemológicos.
Torna-se importante, então, considerar a necessidade de se conhecer e
respeitar a diversidade social, cultural e as ideias primeiras do aluno, como
139
elementos que também podem constituir obstáculos à aprendizagem dos conceitos
científicos que levam a compreensão do conceito VIDA.
Como recurso para diagnosticar as ideias primeiras do aluno é recomendável
favorecer o debate em sala de aula. Este oportuniza a reflexão e contribui para a
formação de um sujeito investigativo, interessado, que busca conhecer e
compreender a realidade. Dizer que o aluno deve superar suas concepções
anteriores implica em promover ações pedagógicas que permitam tal superação.
O ensino dos conteúdos específicos de Biologia apontam para as seguintes
estratégias metodológicas de ensino: prática social, problematização,
instrumentalização, catarse e o retorno à prática social (GASPARIN, 2002; SAVIANI,
1997).
PRÁTICA SOCIAL: caracteriza-se por ser o ponto de partida onde o objetivo é perceber denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo à ser trabalhado. PROBLEMATIZAÇÃO: é o momento para detectar e apontar as questões que precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência, estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução destas questões, e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. INSTRUMENTALIZAÇÃO: consiste em apresentar os conteúdos sistematizados para que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de construção pessoal e profissional. Neste contexto, que os alunos apropriem-se das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem. CATARSE: é a fase de aproximação entre o que o aluno adquiriu de conhecimento e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais, transformados em elementos ativos de transformação social, e assim sendo, o aluno passa ao entendimento e elaboração de novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização. RETORNO À PRATICA SOCIAL: caracteriza-se pelo retorno à prática social, com o saber concreto e pensado par atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade mais igualitária. A situação de compreensão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo, passa de um estágio de menor compreensão do conhecimento científico à uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada numa visão sintética. Neste contexto, o processo educacional põe-se a serviço da referida transformação das relações de produção.
Assim, ao utilizar-se desta estratégia metodológica e retomando as
metodologias que favoreceram a determinação dos marcos conceituais
apresentados nestas Diretrizes Curriculares para o ensino de Biologia, propõe-se a
utilização das estratégias acima apresentadas e considerar os princípios
metodológicos utilizados naqueles momentos históricos, porém, adequados ao
ensino neste momento histórico.
Para cada Conteúdos Estruturantes, propõe-se:
140
a. Organização dos Seres Vivos:
A metodologia descritiva, utilizada no momento histórico em que esse
Conteúdo Estruturante foi sistematizado no pensamento biológico, propõe a
observação e descrição dos seres vivos. Nesta diretriz, busca-se partir desta
metodologia ampliando a discussão para a comparação das características
estruturais anatômicas e comportamentais dos seres, realizando discussões entre os
critérios usados desde Linné até a atualidade com a introdução da análise
genômica, propiciando a compreensão sobre como o pensamento humano, partindo
da compreensão de mundo imutável, chegou ao modelo de mundo em constante
mudança.
b. Mecanismos Biológicos:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma mecanicista para
explicar os mecanismos biológicos. Por isso, baseava-se na análise dos
conhecimentos biológicos sob uma perspectiva fragmentada, conhecendo-se as
partes, utilizando as ideias do método científico propondo hipóteses que permitam
analisar como os sistemas biológicos funcionam. Nesta diretriz, considera-se que
este conhecimento, isoladamente, é insuficiente para permitir ao aluno compreender
as relações que se estabelecem entre os diversos mecanismos para manutenção da
vida. É importante que o professor considere o aprofundamento, a especialização, o
conhecimento objetivo como ponto de partida para que se possa compreender os
sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos constituintes e da
interação deste sistema com os demais componentes do seu meio;
c. Biodiversidade:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma evolutivo. Sendo a
concepção de Ciência entendida como construção humana, a metodologia do ensino
neste Conteúdo Estruturante pretende caracterizar a diversidade da VIDA como um
conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um
indivíduo, ou, ainda, de organismos no seu meio. Nesta diretriz, pretende-se que as
reflexões propostas, neste Conteúdo Estruturante, partam das contribuições de
Lamarck e Darwin para superar as ideias fixistas, já superadas há muito pela ciência
e supostamente pela sociedade. Pretende-se a superação das concepções
141
alternativas do aluno com a aproximação das concepções científicas, procurando
compreender os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como forma de
explicar a diversidade dos seres vivos.
d. Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma da manipulação
genética. Ao propor o paradigma da manipulação genética não significa que esteja
sendo proposto a manipulação do material genético nos laboratórios escolares. O
que se pretende, nesta diretriz, é garantir a reflexão sobre as implicações dos
avanços biológicos para o desenvolvimento da sociedade. Uma possibilidade
metodológica a ser utilizada é a problematização. Esta proposta metodológica parte
do princípio da provocação e mobilização do aluno na busca por conhecimentos
necessários para resolução de problemas. Estes problemas relacionam os
conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para que ele busque compreender e
atuar na sociedade de forma crítica.
Compreendendo-se a proposta dos Conteúdos Estruturantes, atenção
especial deve ser dada ao modo como os recursos pedagógicos serão utilizados e
aos critérios político-pedagógicos da seleção que podem contribuir para uma leitura
crítica que permitirá realizar os recortes necessários dos conteúdos específicos
identificados como significativos para o Ensino Médio.
Recursos a serem utilizados:
Aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação, as analogias, entre
tantos outros, serão utilizados no sentido de possibilitarem a participação
dos alunos, favorecendo a expressão de seus pensamentos, suas
percepções, significações, interpretações, uma vez que aprender envolve
a produção/criação de novos significados, tendo em vista que esse
processo acarreta o encontro e o confronto das diferentes idéias que
circulam em sala de aula.- Imagens como vídeo, transparências, fotos e as
atividades experimentais, são recursos utilizados para uma
problematização em torno da questão demonstração-interpretação.
Analisar quais os objetivos, expectativas a serem atingidas, além da
concepção de ciência que se agrega a estas atividades, pode contribuir
para a compreensão do papel do aluno frente a tais atividades.
142
Aula experimental, seja ela de manipulação de material ou demonstrativa
representa um importante recurso de ensino.
Aulas demonstrativas como um importante recurso, é preciso permitir a
participação do aluno e não apenas tê-lo como observador passivo.
Algumas vezes a atividade prática demonstrativa, implica na ideia da
existência de verdades definidas e formuladas em leis já comprovadas,
isto é, de uma ciência de realidade imutável.
Atividade prática, como resolução de problemas ou de hipóteses, ter uma
concepção de Ciência diferente, como interpretação da realidade, sendo
as teorias e hipóteses, consideradas explicações provisórias. Nesse caso,
estabelece-se um maior contato do aluno com o experimento, o que
possibilita o diálogo com a atitude científica.
Estudo do meio como parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques,
rios, zoológicos, hortas, mercados, lixões, fábricas etc. Estas atividades,
além de integrar conhecimentos veicula uma concepção sobre a relação
homem-ambiente e possibilita novas elaborações por meio da pesquisa.
Aulas práticas envolvendo citologia e fisiologia humana e utilização de
materiais disponíveis em laboratório: microscópio óptico, lâminas,
corantes, painéis ilustrativos de fisiologia humana (sistemas do corpo).
O livro didático e atlas são recursos eficientes e devem ser utilizados no
dia a dia para pesquisas, análises, comparações, e organização de dados
para apresentação de trabalhos em equipe e individual.
Os alunos serão orientados à confecção de modelos didáticos
tridimensionais de fisiologia humana e vegetal (em equipes).
Elaboração e produção de cruzadinhas e caça-palavras sobre diversos
assuntos como forma de fixação do conteúdo.
Produção de cartazes informativos e folders sobre doenças, educação
ambiental, gravidez, métodos contaceptivos, entre outros(escolha de
alguns para impressão e distribuição na escola e na comunidade).
Debates envolvendo biotecnologia e bioética, bem como resolução de
atividades sobre genética, identificação de pessoas pelo DNA, montagem
do cariítipo humano normal e portador de síndromes.
Utilização de massa de modelar para representação das etapas da divisão
celular (mitose e meiose).
143
Produção de mapas conceituais no quadro de giz.
Utilização do laboratório de informática para pesquisas de diversos
assuntos.
A TV multimídia tornou-se recurso eficaz no processo de ensino-
aprendizagem para ilustração e complementação de idéias sobre
conteúdos abordados.
Escrita de textos dissertativos e artigos sobre temas contemporâneos,
relacionando teorias e práticas biológicas, a partir das leituras, análises e
discussões realizadas, construindo argumentos e posicionamento próprio.
Biblioteca do colégio: diferentes referências para pesquisas, comparações,
análises e conclusões sobre diversos temas.
Elaboração e ensaio de peças teatrais envolvendo educação ambiental
(contemplação da lei 9.795/99).
As leis 10.639/03 História e Cultura Afro-Brasileira e indígena serão
contemplados dentro dos conteúdos de Genética e Evolução.
8.4.5. Avaliação
A avaliação será realizada através de situações que possibilitem condições
para reflexão e questionamentos acerca do aprendizado dos alunos.
Conceber e utilizar a avaliação em Biologia, como instrumento de
aprendizagem que permita fornecer um feedback adequado para
promover o avanço dos alunos;
Ampliar o conceito e a prática da avaliação ao conjunto de saberes,
destrezas e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de
conceitos biológicos, superando sua habitual limitação à rememoração
receptiva de conteúdos conceituais;
Introduzir formas de avaliação da prática docente como instrumento de
melhoria do ensino.
É preciso compreender a avaliação como prática emancipadora. Deste modo,
a avaliação na disciplina de Biologia, passa a ser entendida como instrumento cuja
finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática
pedagógica para nela intervir e reformular os processos de aprendizagem.
144
Pressupõe-se uma tomada de decisão, onde o aluno toma conhecimento dos
resultados de sua aprendizagem e organiza-se para as mudanças necessárias.
Enfim, a avaliação como instrumento reflexivo prevê um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas pelo professor ao longo do ano letivo.
Professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de
superar os obstáculos.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Organização dos
seres vivos
Identificar e comparar as características dos diferentes seres
vivos;
Estabeleça relações entre as características específicas dos
micro-organismos, dos organismos vegetais e animais, e dos
vírus.
Reconheça e compreenda a classificação filogenetica.
Compreender a anatomia, morfologia e fisiologia dos diversos
seres vivos;
Mecanismos
biológicos
Identificar a estrutura e o funcionamento das organelas
citoplasmáticas;
Reconhecer e identificar as organelas citoplasmaticas;
Reconhecer a importância e identificar os mecanismos
biológicos e biofisicos que ocorrem no interior da célula;
Reconhecer o mecanismo e funcionamento da célula;
Diferenciar as estruturas celulares e suas funções;
Biodiversidade
Compreender a importância e valorizar a diversidade biológica
para a manutenção do equilíbrio do ecossistema;
Reconhecer as relações interdependentes entre os seres vivos
e o meio em que vivem;
Compreender a diversidade biológica e a manutenção do
equilíbrio ecológico;
Identificar fatores bioticos a abioticos;
145
Manipulação
Genética
Reconhecer e analisar a importância da estrutura genética
para manutenção da diversidade dos seres vivos;
Compreender a transmissão das características hereditárias;
Identificar técnicas de manipulação do material genético e os
resultados decorrentes de suas aplicações;
Relacionar os conhecimentos biotecnológicos às alterações
produzidas pelo homem na diversidade biológica;
Analisar e discutir aspectos da Pesquisa cientifica e bioetica,
que envolve manipulação genética;
8.4.6. Referência
BURNS, G. W. Genética: uma introdução à hereditariedade. 5ª ed. Rio de Janeiro: 1984. FERRI, Mário Guimarães et alli. Botânica: Fisiologia: curso experimental. São Paulo: Martins Fontes, 1984. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretriz Curricular de Biologia para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
JOLY, A. B. Introdução à taxionomia vegetal. São Paulo: Nacional, 1979. LOPES, A. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas/SP: Autores Associados, 1997.
146
8.5. CIÊNCIAS
8.5.1. Apresentação da disciplina
Considerando a evolução do pensamento humano, tem-se a partir dele a
origem da Ciência. No âmbito, em que o homem e os demais seres vivos precisam
de condições ambientais básicas para sua existência.
Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem começou a buscar maneiras
de satisfazer suas necessidades cotidianas, caçando e criando objetivos próprios
para isso. Logo, em seguida utilizou-se da descoberta do fogo e passou a cozinhar
os alimentos, usando técnicas de conservação de alimentos e até mesmo maneiras
de transformar uma substancia em outra, processo hoje chamado de experiência
química.
Assim do homem que caçava, se inicia um período em que ele começa a tirar
proveito da natureza para sua subsistência, aperfeiçoando suas técnicas
aprendendo a armazenar alimentos, desenvolvendo poções de cálculos criando até
mesmo calendários a partir de movimentos celestes.
Enfim o homem começa a formular teorias, desenvolvendo crenças e valores,
partindo de uma ciência racional, a filosofia. Desta forma a ciência passa a ser
determinada pela maneira com que o homem expressa seu conhecimento.
Com o passar do tempo começaram a surgir denominações para algumas
ciências as quais começam a explicar o novo mundo através de novas teorias que
foram sendo descobertas e estudadas com especificidade como: a química que
acabou com a mineração e a metalúrgica e com a produção de pólvora; a física que
trouxe um grande avanço aos estudos referentes ao magnetismo, a mecânica e a
óptica;a matemática que colaborou com as soluções para os problemas dos
navegadores e das construções das grandes catedrais; a biologia, que por meio da
botânica e da zoologia destacou-se com ilustrações detalhadas para o estudo das
plantas e animais.
Logo após, filósofos e cientistas como Leonardo da Vinci, Nicolau Copérnico,
Galileu Galilei, Francis Bacon e Isac Newton se destacaram com inovações
científicas, derrubando muitas crenças e tradições da época.
147
Com a revolução industrial, iniciou-se um processo de extração da madeira e
do carvão mineral como forma de produção de energia, com isso intensificaram-se
os desmatamentos e também com o aperfeiçoamento da extração do carvão mineral
evidenciaram -se os processos de impacto ambiental, onde o homem percebe que
pode interferir na natureza buscando melhores condições de vida.
Nos anos seguintes o cientista Charles Darwin muda a visão do homem em
relação ao passado quando lança o livro “A origem das espécies” contribuindo para
as ciências biológicas, psicológicas, sociológicas e outros ramos do pensamento;
assim como quando Mendel descobriu os princípios da genética.
No século seguinte, a ciência entra em momentos negativos ao influenciar
Guerras e misérias de muitos, mas mesmo perante estes fatos, fica cada vez mais
claro que a ciência é uma construção humana, intencional e diretamente aliada aos
avanços tecnológicos e com as relações sociais.
Assim a trajetória do currículo de ciências se destaca pelo ensino das
verdades básicas, a experiência pela experiência a solução de problemas pelo
método científico e unidade de trabalho com base na tecnologia educacional.
Através do decreto de 19.890/31, a disciplina de ciência foi inserida no
currículo a partir de reforma Francisco Campos. O método de ensino usado na
época destaca-se com a exposição, memorização e repetição, sendo propostos os
conteúdos de Água, Ar, Terra, considerando as perspectivas físicas, químicas,
cósmicas, biológicas e sociais.
A importância do ensino de ciências cresceu em todos os níveis e passou a
ser objeto de movimento em busca de reformas educacionais para os
desenvolvimentos econômicos, culturais e sociais da época.
A ciência teve um processo de formação de novos pesquisadores, para que o
Brasil pudesse participar em melhores condições do processo de industrialização,
esta época marcou-se por intensos políticos, onde a LDB ampliou o espaço da
disciplina de “Ciências Físicas e Naturais”, denominada “iniciação à ciência”,
estabelecendo a sua obrigatoriedade para todas as séries do ginasial. E com as três
formações ocorridas no país com o regime militar de 1964, o ensino de ciências
passou a ter um compromisso co a formação de mão-de-obra técnico para poder
assim atender a demanda do desenvolvimento econômico do país.
148
A partir de uma nova configuração, as disciplinas científicas foram atingidas
por uma restauração de um novo currículo, descaracterizando o que historicamente
marcava o ensino de ciências.
O final dos anos 70 marcou-se por uma crescente degradação ambiental,
através do grande desenvolvimento industrial, resultando numa nova ênfase nos
currículos escolares. Assim, neste momento emerge o movimento ciência.
Tecnologia e sociedade, que traz ao mundo uma grande competição tecnológica e o
Brasil se vê em meio a uma transição política onde a democratização influencia o
ensino de ciências se associando a questões sociais, alguns temas estiveram
presentes nos programas desenvolvimento para aprimorar o ensino de ciências e a
tecnologia ainda que muitas vezes, assumisse uma postura ingênua, sem
estabelecer relações com pratica social.
A partir dos anos 90, o currículo básico propôs ao ensino de ciências a
integração dos conteúdos em três eixos norteadores: Noções de Astronomia,
Transformação e Interação de Matéria e Energia e Saúde.
Mediante políticas publicas federais, o ensino de ciências teve seu objetivo de
estudo redirecionado e o esvaziamento de seus conteúdos clássicos, sendo que
amplos campos de estudo da disciplina de ciências, como saúde, sexualidade, meio
ambiente, dentre outros passaram a ser tratados por outras disciplinas, por meio de
projetos curriculares e extra-curriculares. Existiam ainda a ideia dos eixos
norteadores, ou eixos temáticos: Terra e Universo, Vida e Ambiente, Ser Humano e
Saúde, Tecnologia e Sociedade, todos trazendo ao ensino de ciências uma visão
mais articulada, mas limitando as possibilidades de trabalho do professor.
Em 2003, uma nova metodologia foi implantada no ensino de ciências, a qual
buscou solicitar ao professor uma maior reflexão perante a realidade da escola,
criando uma interação entre a escola e a comunidade, preparando melhor os
professores, e a partir daí aumentar a valorização do estudo da disciplina.
A disciplina de ciências constitui um conjunto de conhecimento necessário
para compreender e explicar os fenômenos da natureza resultantes das relações
entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,
campo, energia e vida, e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece
relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos
cenários estão os problemas reais, a prática social.
149
Uma forma de conhecimento produzido pelo homem no decorrer da sua
história é a ciência, que se caracteriza por ser a tentativa do homem em entender e
explicar racionalmente a natureza buscando formular leis que em última instância
permitam a atuação humana.
Em outros estágios a ciência acreditava que alcançaria um conhecimento
absoluto e inquestionável, hoje, a ciência é tratada como uma atividade humana
complexa, que não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos
a partir do caráter experimental, os quais estão em permanente transformação.
É na apropriação e discussão dos conteúdos que historicamente compõe o
currículo de ciências, articulando à realidade, possibilitando aos educadores
situarem-se na sociedade, compreendem o que ocorre ao seu redor e assumirem
uma postura crítica para intervirem no seu contexto social.
Pautando essa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de ciências
valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o questionamento
das certezas e incertezas e faz superar o tratamento curricular dos conteúdos por
eles mesmos de modo a dar prioridade à sua função social.
A disciplina de ciências caracteriza-se pela necessidade da compreensão do
mundo natural, mundo construído e do cotidiano historicamente e dialeticamente
pela humanidade levando em consideração os aspectos sociais, políticos,
econômicos, culturais e éticos. Com esse conhecimento o aluno poderá intervir na
sociedade avançando a ciência e a tecnologia e consequentemente melhorando o
ambiente e a qualidade de vida.
Esta disciplina tem como objetivo promover a socialização dos conhecimentos
científicos e tecnológicos em sua historicidade, intencionalidade, provisoriedade,
aplicabilidade e nas inter-relações que se estabelece na sociedade.
8.5.2. Objetivos
Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive, em
relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do
ambiente;
Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento
e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,
150
econômica, política e cultural;
Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia
e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e
compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,
sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas cientíifico-
tecnológicas;
Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a
partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática
conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado
escolar;
Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
8.5.3. Conteúdos
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Astronomia
Universo
Sistema Solar
Movimentos
Terrestres
Movimentos Celestes
Teorias da formação do Sistema Solar
Geocentrismo e heliocentrismo
Astros (estrelas, cometas, meteoros,
satélites naturais)
Os planetas do sistema solar
Os movimentos da Terra
As estações do ano
Matéria
Constituição da
Matéria
Terra primitiva
Camadas da Terra
Rochas e minerais
Solo (origem, formação, tipos, erosão
151
e técnicas)
Atmosfera primitiva
Camadas atmosféricas
Ar (composição, propriedades,
pressão atmosférica)
Sistemas Biológicos
Níveis de
organização
Características gerais dos seres vivos
Célula, unicelulares, pluricelulares,
eucariontes, procariontes, autótrofo e
heterótrofo.
Classificação dos seres vivos
Reino: Monera, Portista e Fungos
Invertebrados (Poríferos, cnidários,
platelmintos, nematelmintos,
moluscos, anelídeos, artrópodes e
equinodermos)
Energia
Formas de energia
Conversão de
energia
Transmissão de
energia
Energia eólica
Magnetismo
Corrente elétrica
Formas de geração de energia elétrica
Biodiversidade
Organização dos
seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres
vivos
Componentes bióticos e abióticos
Ecologia e ecossistema
Nicho, Habitat, comunidade,
população
Biodiversidade
Cadeia alimentar
Extinção de espécies
152
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Astronomia
Astros
Movimentos
Terrestres
Movimentos
Celestes
Sol – composição química e a
produção de sua energia
Eclipses do Sol e Lua
Constelações
Matéria
Constituição da
Matéria
Água
Água nos seres vivos
Composição da água
Mudanças dos estados físicos da
água
Ciclo da água
Densidade
Água como solvente
Saneamento básico
Sistemas Biológicos
Célula
Morfologia e
fisiologia doas seres
vivos
Célula (teoria, tipos, estrutura, e
parede celular)
Fotossíntese
Plantas
Animais vertebrados: peixes
mamíferos, anfíbios, aves e repteis
Energia
Formas de energia
Transmissão de
energia
Formas de energia
Conversão e conservação de energia
Noção de grandezas físicas
Sistema de unidades de medidas
Biodiversidade
Origem da vida
Organização dos
seres vivos
Sistemática
Teoria sobre a origem da vida
Biogênese e Abiogênese
Classificação dos seres vivos
153
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Astronomia Origem e evolução
do Universo
Teorias sobre a origem e evolução do
universo
Matéria
Constituição da
matéria
Modelos atômicos, íons, elementos
químicos.
Substancias e misturas.
Sistemas Biológicos
Célula
Morfologia e
fisiologia doas seres
vivos
Célula (Partes, organelas e função)
Tecidos
Sistema digestório
Sistema Respiratório
Sistema Cardiovascular
Sistema Excretor
Sistema Locomotor
Energia
Formas de energia
Movimento de repouso
Movimento uniforme variado
Força
Roldanas
Alavancas
Energia térmica: conceito de calor e
temperatura
Biodiversidade
Evolução dos seres
vivos
Componentes bióticos e abióticos
Interações nas comunidades
Teoria de Lamarck Darvin
Degradação ambiental
Esgotamento de recursos naturais
Poluição alterações na biosfera
9º ANO
154
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Astronomia Astros
Gravitação universal
Força gravitacional
Leis de Newton e Kepler
Matéria
Propriedades da
matéria
Propriedades gerais da matéria
Propriedades específicas da matéria
Classificação dos elementos químicos
Tabela periódica
Reações, ligações e funções
químicas
Sistemas
Biológicos
Morfologia e
fisiologia doas seres
vivos
Mecanismos de
herança genética
Sistema Sensorial
Sistema endócrino
Sistema reprodutor
Dna e Rna
O gene- herança genética
Mitose e meiose
Energia
Formas de energia
Conservação de
energia
Ondas
Eletricidade e magnetismo
Biodiversidade
Interações
ecológicas
Ciclo da água
Ciclo do carbono
Ciclo do nitrogênio
Ciclo do oxigênio
Relações harmônicas e desarmônicas
Poluição da água, ar e solo.
8.5.4. Metodologia
Para o ensino de Ciências propõem uma prática pedagógica que leva à
integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. O ensino
155
de Ciências deve possibilitar ao aluno a capacidade de: situar-se no mundo de forma
ativa e crítica; entender e avaliar questões sociais, econômicas e políticas.
É importante que o professor trabalhe os conteúdos específicos ao longo dos
quatro anos, respeitando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, a diversidade
cultural, a realidade local e os aspectos essenciais no ensino de Ciências: a História
da Ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais.
O ensino de Ciências não deve se limitar a uma única metodologia. Assim, o
ensino de Ciência fará uso de:
Atividades experimentais, onde o aluno compreende a inter-relação entre
os conhecimentos químicos, físicos e biológicos:
Aulas expositivas;
Filmes e documentários;
Atividades em grupo e individual;
Pesquisas e trabalhos;
Recortes de revistas e jornais;
Problematizações e contextualizações
Visitas: parques, museus e indústrias;
Jogos, dinâmicas, dramatizações e imagens;
Maquetes;
Murais, exposições e feiras;
Leitura e interpretações de textos;
Palestras, fóruns, seminários e debates com profissionais da área;
Interdisciplinaridade;
Uso de mapas conceituais, gráficos e tabelas;
Desenhos.
Para do desenvolvimento destas atividades o professor poderá recorrer a
variados recursos tecnológicos e didáticos: microscópicos, telescópio, computador
(internet), TV Multimídia, Portal Dia-a-Dia, TV Paulo Freire, DVDS, CDS, livro
didático, texto de jornal, revista, figuras, quadro de giz, torso, esqueleto, mapa,
globo.
Nesta proposta, inclui-se estudos relacionados à Educação Ambiental, Lei nº:
9.795/99, voltada para a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade do
planeta. A disciplina de Ciências desenvolverá seus conteúdos fazendo uma
reflexão com os temas étnicos-raciais, Lei 11.645/08”História e Cultura Afro-
156
Brasileira e Indígena”, Lei 10.639/03 “História e Cultura Afro-Brasileira”, através de
pesquisas, problematizações, estudos das teorias antropológicos, características
biológicas os diversos povos, contribuição dos povos africanos e de seus
descendentes para os avanços da Ciência e da Tecnologia, alimentos de origem
afro e indígena, flora medicinal (práticas curativas das tribos indígenas), recursos
naturais (caça e pesca).
Faz se também necessário incluir neste estudo a História do Paraná, que,
dentro do currículo de Ciências trata de espécies animais e vegetais característicos
da região, espécies ameaçadas e áreas de preservação e conservação. Tudo isso
para que o aluno adquira conhecimento, desenvolva habilidades, atitudes e
competências voltadas a preservação e conservação do meio ambiente.
8.5.5. Avaliação
A ação avaliativa é importante no processo ensino- aprendizagem, pois pode
propiciar um momento de interação e construção de conhecimentos significativos
para que o aluno se aproprie de conceitos científicos. Os critérios e instrumentos de
avaliação precisam ser planejado para superar o modelo de avaliação classificatória
e excludente.
No cotidiano escolar, a avaliação tem por finalidade de proporcionar subsídios
para tomada de decisões sobre o processo educativo. Formar sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social
e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de
uma, inserção cidadã e transformadora na sociedade.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem devendo valorizar os conhecimentos alternativos dos
alunos, constituídos no cotidiano, nas atividades experimentais ou a partir de
diferentes estratégias que envolvam recursos pedagógicos instrucionais diversos.
Estabelecendo critérios para que a formação do aluno seja precisa e se concretize
em diferentes atividades como:
atividades de leitura compreensiva de texto;
pesquisas bibliográficas;
palestras, apresentação oral;
atividades experimentais;
157
relatórios;
produção de painéis, histórias em quadrinhos, slogan, jogos educativos;
provas com questões discursivas e objetivos.
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Astronomia
Entender as ocorrências astronômicas como fenômenos da
natureza.
Conhecer as características básicas de diferenciação entre
estrelas, planetas, satélites, cometas, asteróides, meteoros e
meteoritos.
Conhecer a história da ciência, a respeito das teorias
geocêntricas e heliocêntricas.
Compreender os movimentos (noite e dia, eclipses e
estações do ano).
Refletir sobre os modelos científicos que abordam a origem e
a evolução do universo conhecendo os fundamentos da
classificação cosmológica.
Entender as leis de Kepler e Newton para as orbitas dos
planetas e a gravitação universal.
Interpretar os fenômenos terrestres relacionados a gravidade.
Biodiversidade
Distinguir ecossistema, comunidade, população;
Conhecer a respeito da extinção de espécies;
Entender a formação de fósseis;
Conhecer a classificação dos seres vivos, de categorias
taxonômicas e filogenia;
Entender as interações e sucessões ecológicas, cadeia
alimentar seres autótrofos e heterótrofos.
Conhecer a respeito das eras geológicas e das teorias sobre
a origem da vida;
Entender as teorias evolutivas;
Entender os ciclos biogeoquímicos.
158
Matéria
Entender a constituição e propriedades da matéria, suas
transformações com o fenômeno da natureza.
Compreender a constituição do planeta Terra, no que se
refere a atmosfera e crosta, solo, rochas, minerais, manto e
núcleo;
Entender a constituição do planeta Terra primitivo e os
componentes essenciais ao surgimento da vida;
Conceituar matéria e sua constituição, com base nos
modelos atômicos;
Definir átomo, íons, elementos químicos, substancias,
ligações e reações químicas;
Conhecer as leis da conservação da massa;
Compreender as propriedades da matéria.
Sistemas
Biológicos
Entender a constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos
como em toda integração.
Reconhecer as características gerais dos seres vivos.
Conhecer os níveis de organização celular;
Conhecer os fundamentos da estrutura química da célula e
as diferenças entre os tipos celulares;
Compreender o fenômeno da fotossíntese e os processos de
conversão de energia na célula;
Identificar a relação entre os órgãos e sistemas animais e
vegetais a partir do entendimento dos mecanismos celulares;
Conhecer a estrutura e funcionamento dos tecidos;
Compreender que a digestão, espiração, circulação,
excreção, nutrição, anatomia e fisiologia desses sistemas no
organismo;
Compreender os fundamentos teóricos que descrevem os
sistema nervoso, sensorial, reprodutor e endócrino;
Entender os mecanismos de herança genética.
8.5.6. Referências
159
BARROS, C. Ciências: os seres vivos. São Paulo: Editora Ática, 1999.
CRUZ, D. Química e Física. Ed. 26. São Paulo: Ática, 2001.
GEWANDSZNAJDER, F. Ciências: o planeta terra. 2 Ed. São Paulo: Ática, 2002.
GODWAK, D. Coleção Ciências, novo pensar. Edição 1. São Paulo: FTD, 2002.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ciências. Paraná: 2008.
SEED-PR: Cadernos Temáticos, HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA: educando para as relações étnicos-raciais/ Paraná. Curitiba, 2006.-110p.
SILVA, C. J. Ciências: entendendo a natureza. 16 Ed. São Paulo: Saraiva, 1999. VALLE, C. Coleção Ciências. Ed. 1. Curitiba: Editora Positivo, 2004.
REFERÊNCIAS ON LINE
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/-site acessado no dia 12 de fevereiro de 2010
http://www.ciencias.seed.pr.gov/
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=311
160
8.6. EDUCAÇÃO FÍSICA
8.6.1. Apresentação geral da disciplina
Nas aulas de Educação Física, a aprendizagem dos conteúdos não está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização do
desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a abordagem
técnica com referência em modelos muito avançados, e, principalmente, uma
concepção de ensino que deixa como única alternativa ao aluno adaptar-se ou não a
modelos predeterminados têm resultado, em muitos casos, na exclusão de alunos.
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos, trata-se
basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos conteúdos na
aplicação dentro de contextos significativos.
Julga-se adequado nas duas primeiras séries do ensino fundamental, uma
ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e brincadeiras, considerando os
perigos de uma especialização técnica precoce e seus efeitos deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos jogos e
brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios de
habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos para a
aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.
Além da metodologia crítico-emancipatória, a construtivista defende o método
de integração com o mundo externo e com o mundo interno do aluno, procurando o
resultado de provocar o gosto de aprender e a auto-suficiência na busca de
respostas. O aluno é tomado como um ser pensante, com desenvolvimento próprio,
o professor procura ser um orientador que facilita a aprendizagem criando situações
estimulantes e motivadoras de respostas e a escola é o espaço do saber e
integração do indivíduo à sociedade e à cultura.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os conteúdos
tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou ideais, mas sim
reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em cada momento.
8.6.2. Objetivos gerais
161
Despertar o interesse pela prática espontânea do voleibol.
Mostrar a relação entre o voleibol e outros esportes e com as outras
atividades do cotidiano.
Valorizar a contribuição individual dentro do coletivo.
Estabelecer as semelhanças e diferenças entre as modalidades coletivas.
Proporcionar aos alunos condições de participar nas diversas modalidades
esportivas de forma ativa, crítica e com conhecimento básico sobre o
assunto.
Desenvolver no educando a importância do trabalho em grupo.
Despertar o interesse para hábitos saudáveis.
Diferenciar jogo e esporte.
Levantar aspectos históricos de cada esporte.
Trabalhar o condicionamento físico básico dos alunos.
Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos
saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo
com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
Trabalhar as regras de cada esporte.
Proporcionar através da atividade física, recreativa e do desporto, o
desenvolvimento e o aperfeiçoamento das potencialidades físicas, de
autocontrole, de espírito de grupo e de respeito às individualidades.
Focar a qualidade de vida, a solidariedade e os conflitos por meio de
diálogo.
Divulgar brinquedos com materiais alternativos, atividades coletivas, jogos
de oposição, jogos adaptados ou criados, entre outros. Sejam de natureza
cooperativa ou competitiva, que oferecem a possibilidade de vivenciar o
lúdico
8.6.3. Conteúdos
Os conteúdos estruturantes devem ser abordados em complexidade
crescente, respeitando as múltiplas experiências dos alunos relativas ao
conhecimento.
Cada um dos conteúdos estruturantes abaixo será tratado de forma que
contemple os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,
162
históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade
representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as
diferenças, na formação social crítica e autônoma.
Esporte: Contemplar, além das técnicas, táticas e regras básicas das
modalidades esportivas, os aspectos sociais e históricos possibilitando ao
aluno um entendimento e uma análise crítica das mesmas e, como
ferramenta de aprendizado para o lazer e para o aprimoramento da saúde.
Jogos e brincadeiras:Conjunto de possibilidades que ampliam a percepção
e a interpretação da realidade, permitindo a flexibilização de regras e da
organização coletiva.
Criação de jogos e brincadeiras, de natureza cooperativa ou competitiva,
com a possibilidade de vivenciar o lúdico por meio da construção de
brinquedos com materiais alternativos.
Ginástica: Reconhecimento das possibilidades do corpo como diferentes
formas de representação desenvolvendo o senso crítico perante a mídia
no que se refere à apologia do culto ao corpo.
Lutas: Formas de conhecimento da cultura humana, produzida
historicamente e com simbologias próprias identificando valores culturais.
Dança: Manifestação da cultura corporal que trata o corpo e suas
diferentes práticas desenvolvendo a criatividade, a sensibilidade, a
expressão corporal, a cooperação, entre ouros aspectos.
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes Coletivos
Individuais
Futsal, Basquetebol, Handebol
e Voleibol.
Atletismo e Tênis de mesa
Jogos e
brincadeiras
Jogos e brincadeiras
populares
Brincadeiras e cantigas
Peteca, Corrida do saco,
Queimada.Xadrez, Damas e
Trilha
163
de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
Cadeira livre, queimada
cooperativa
Dança Danças folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
Quadrilha, Pau de fitas,
fandango
Funk, Break
Elementos do movimento,
expressão corporal
Ginástica Ginástica rítmica
Ginástica circense
Ginástica geral
Corda, arcos, bola
Malabares
Movimentos ginásticos
Lutas Lutas de aproximação
Capoeira
Judô, Luta olímpica, Karatê
Regional
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes Coletivos
Individuais
Futsal, Basquetebol, Handebol
e Voleibol.
Atletismo e Tênis de mesa
Jogos e
brincadeiras
Jogos e brincadeiras
populares
Brincadeiras e cantigas
de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
Peteca, Corrida do saco,
Queimada.
Xadrez, Damas e Trilha
Cadeira livre, queimada
cooperativa
Dança Danças folclóricas
Danças de rua
Quadrilha, Pau de fitas,
fandango
164
Danças criativas
Danças circulares
Funk, Break
Elementos do movimento,
expressão corporal
Folclóricas
Ginástica Ginástica rítmica
Ginástica circense
Ginástica geral
Corda, arcos, bola
Malabares
Movimentos ginásticos
Lutas Lutas de aproximação
Capoeira
Judô, Luta Olímpica, Karatê
Regional
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes Coletivos
Radicais
Futsal, Basquetebol, Handebol
e Voleibol.
Escalada, Rappel, Surf
Jogos e
brincadeiras
Jogos e brincadeiras
populares
Jogos de tabuleiro
Jogos dramáticos
Jogos cooperativos
Peteca, Corrida do saco,
Queimada.
Xadrez, Damas e Trilha
Mímica, Imitação
Cadeira livre, queimada
cooperativa
Dança Danças criativas
Danças circulares
Elementos do movimento
Folclóricas
Ginástica Ginástica rítmica
Ginástica circense
Ginástica geral
Corda, arcos, bola
Malabares
Movimentos ginásticos
165
Lutas Lutas com instrumento
mediador
Capoeira
Esgrima, Kendô
Regional
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes Coletivos
Radicais
Futsal, Basquetebol, Handebol
e Voleibol.
Escalada, Skate, Bung-jump
Jogos e
brincadeiras
Jogos e brincadeiras
populares
Jogos de tabuleiro
Jogos dramáticos
Jogos cooperativos
Peteca, Corrida do saco,
Queimada.
Xadrez, Damas e Trilha
Cadeira livre, queimada
cooperativa
Dança Danças criativas
Danças circulares
Elementos do movimento,
expressão corporal
Folclóricas
Ginástica Ginástica rítmica
Ginástica circense
Ginástica geral
Corda, arcos, bola
Malabares
Movimentos ginásticos
Lutas Lutas com instrumento
mediador
Capoeira
Esgrima, Kendô
Regional
166
1ª E 2ª SÉRIES
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes
Coletivos
Futebol
Voleibol
Basquetebol
Handebol
Futevôlei
Individuais Tênis de mesa
Atletismo
Xadrez
Radicais Skate
Rappel
Jogos e
brincadeiras
Jogos de tabuleiro Xadrez
Trilha
Dama
Jogos dramáticos Imitação
Mímica
Jogos cooperativos Dança das cadeiras
cooperativas
Tato contato
Dança
Folclóricas
Fandango
Quadrilha
Frevo
Salão Valsa
Tango
Vanerão
Forró
Rua Break
Hip hop
Popping
Criativas Atividades de expressão
167
corporal, elementos de
movimento (tempo,espaço)
Circulares Contemporâneas
Folclóricas
Ginástica Ginástica de academia
Alongamentos
Ginástica aeróbica
Ginástica localizada
Ginástica geral Movimentos gímnicos
(balancinha,rolamentos,
paradas)
Lutas Lutas de aproximação Judô
Luta olímpica
Sumô
Lutas que mantém a
distância
Karatê
Boxe
Taekwondo
Capoeira Regional
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Esportes
Coletivos
Futebol
Voleibol
Basquetebol
Handebol
Futevôlei
Individuais Tênis de mesa
Atletismo
Xadrez
Radicais Rafting
Bungee jumping
Rappel
168
Jogos e
brincadeiras
Jogos de tabuleiro Xadrez
Trilha
Dama
Jogos dramáticos Imitação
Mímica
Jogos cooperativos Dança das cadeiras
cooperativas
Tato contato
Dança
Folclóricas
Fandango
Quadrilha
Frevo
Salão Valsa
Tango
Bolero
Forró
Rua Break
Hip hop
Popping
Criativas Atividades de expressão
corporal, elementos de
movimento (tempo, espaço)
Circulares Contemporâneas
Folclóricas
Ginástica Ginástica de academia
Alongamentos
Ginástica aeróbica
Ginástica localizada
Ginástica geral Movimentos gímnicos
(balancinha,rolamentos,
paradas)
Lutas Lutas de aproximação Judô
Luta olímpica
Sumô
Lutas que mantém a Karatê
169
distância Boxe
Taekwondo
Capoeira Regional
Lutas com instrumento
mediador
Esgrima
Kendô
8.6.4. Metodologia
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento devem ser
articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade, vida familiar e social,
meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de igualdade de
direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física, dentro de suas
especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores, repensar e re-estruturar
rituais, regras, valores, tempos e espaços que compõem o trabalho pedagógico que
abrange a educação do corpo da escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta
profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem transformar-se
em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em si mesmas: “É o
movimento humano com determinado significado/sentido, que por sua vez, lhe é
conferido pelo contexto histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação
Física é o que se apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de
esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para
que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,
visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar que os alunos
portadores de necessidades especiais não podem ser privados das aulas de
Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre outros dois princípios,
vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:
Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos da Educação Física
170
devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades da cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de campo se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti afirma que o profissional de educação física deve considerar o outro(aluno, clientela, atleta) numa relação de totalidade, não como objeto, mas como sujeito humano, ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio, 2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções sócio-culturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relaciona intimamente com a compreensão que se tem
desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de movimento
na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo profissional, deve dar
subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte profissional e amador, sobre
a discriminação sexual e racial que neles existe. Essa discriminação pode ser
compreendida pela explicitação de atitudes cotidianas, muitas vezes inconscientes e
automáticas, pautadas em preconceitos. Contribui para essa compreensão, por
exemplo, o conhecimento do processo político e histórico de inclusão dos negros e
das mulheres nas práticas organizadas dos esportes em olimpíadas e campeonatos
mundiais. Pode, ainda, favorecer a formação de uma consciência individual e social
pautada no bem-estar, em poucas não-preconceituosas e não-discriminatórias e,
ainda, no cultivo dos valores coerentes com a ética democrática.
8.6.5. Avaliação
A proposta sugerida da Educação Física é democratizar, humanizar e
diversificar a pratica pedagógica da área, buscando sempre ampliar as dimensões
afetivas, cognitivas e sócio-culturais dos alunos, procurando sempre subsidiar as
discussões, os planejamentos e as avaliações da pratica de Educação física.
Em todas as atividades propostas tem por objetivo o desenvolvimento
intelectual, social e moral do aluno. A avaliação neste sentido visa diagnosticar como
a disciplina esta contribuindo para a efetiva apropriação destes saberes. A meta do
171
ensino de Educação Física é que o aluno possa desenvolver capacidades físicas e
intelectuais, tendo pensamento independente e criativo.
A avaliação será continua buscando o desenvolvimento individual e de
grupos, enfatizando a expressão física e esportiva, contribuindo para que o aluno
tenha apropriação do conhecimento e sua atuação perante a sociedade.
Serão observados ainda, os seguintes aspectos:
Conhecimento: da parte teórica e escrita, individualmente ou em grupos.
Como complemento, poderá ser verificado a realização das atividades
propostas nessas atividades e também à verificação da pesquisa sugerida
no decorrer dos bimestres.
Habilidade: serão realizados testes práticos sobre os fundamentos. O
professor terá de elaborar teses sobre fundamentos, táticas e técnicas dos
esportes. Durante os testes, devera ser observada principalmente a
naturalidade, coordenação motora, domínio corporal e do movimento,
execução do movimento grau de dificuldade individual e outros. Cabe ao
professor criar meios para que o aluno em defasagem possa progredir e
superar suas dificuldades.
Atitude: devera ser observado nas aulas. O professor terá como base os
seguintes aspectos: espírito de equipe, participação, espírito de luta,
espírito de liderança positiva, criatividade, raciocínio rápido, acato as
regras, respeito mutuo, com o professor e com os colegas, espírito
esportivo, socialização, dinamismo, capacidade de síntese e compreensão
e a organização em grupos.
8.6.6. Referências
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Educação Física. Paraná: 2008.
172
8.7. ENSINO RELIGIOSO
8.7.1. Apresentação da disciplina
No Brasil o pluralismo religioso, iniciado com a implantação da Republica,
possibilitou que diferentes correntes religiosas se efetivassem na sociedade
brasileira, crescendo de forma gradual. Neste contexto hoje temos em nossas
escolas uma diversidade religiosa que merece ser destacada. Por isso a
necessidade de se resgatar o conhecimento histórico atribuído a estas religiões,
socializando-as a todos para a valorização da diversidade religiosa, bem como de
sua própria cultura e liberdade de crença.
A disciplina de Ensino Religioso que vinha sendo ministrada no Brasil, em sua
apresentação inicial no âmbito escolar, trazia em sua proposta o ensino voltado para
o catolicismo, uma vez que era a religião oficial do período Imperial Brasileiro, que
vinha apoiada pela constituição de 1824 e que permaneceu até mesmo após a
Independência.
Com o advento da Republica, o Ensino mudou seu caráter religioso católico e
passou a ser laico, dissolvendo a estrutura catequética que era imposta, onde todas
as formas de credo passaram a ter liberdade no interior da sociedade.
Com a constituição de 1934, durante o Estado Novo o Ensino Religioso
passou a ser implantado nas escolas publicas, porém com matrícula facultativa,
sempre de acordo com o credo religioso do educando. Igualmente se posicionou o
Ensino Religioso nas constituições de 1937, 1946 e 1967.
As discussões em torno dos posicionamentos sobre o Ensino Religioso
possibilitaram a abertura de reelaboração do currículo a partir da liberdade religiosa
presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948. No
entanto, mesmo perdendo a sua função catequética, as aulas de Ensino Religioso
continuavam sendo ministradas por pessoas leigas ou ligadas a correntes religiosas
o que resultava em influenciar o educando à religião destas correntes. Com isto,
conforme as “Disposições Gerais e Transitórias” da LDB 4.024/61, o caráter
facultativo do Ensino religioso era mantido e não deveria acarretar ônus ao poder
publico.
173
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996/1997,
pela Lei 9.475, sobretudo de acordo com o artigo 33 da LDBEN, a implementação do
Ensino Religioso foi regulamentado nas escolas públicas, constituindo-se em uma
proposta de modelo laico e pluralista de ensino.
No Paraná a Secretaria de Estado da Educação, posicionou-se de forma a
buscar o aperfeiçoamento dos professores para o Ensino Religioso a partir da
formação continuada, preparando e treinando os professores do Estado do Paraná
para que estes garantissem o modelo de educação ofertado.
Contudo no ano de 1996 surgiram os PCNs, onde o Ensino Religioso não foi
incluído e a partir de discussões, o Conselho Estadual de Educação do Paraná a
Deliberação 03/02 regulamenta o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Sistema
Estadual do Ensino do Paraná.
A SEED através desta deliberação organizou a instrução conjunta n° 001/02
do DEF/SEED, estabelecendo normas para o Ensino Religioso na rede publica de
ensino do Estado do Paraná. Contudo o Estado retomou o encargo sobre a oferta da
disciplina no Paraná a partir da gestão de 2006, sobretudo no que se refere a
organização do currículo da disciplina e a formação do corpo docente, avaliação,
metodologia e formação de docentes. Este processo foi avançando nos anos de
2004-2008, através do DEB, onde houve grande discussão de professores para a
elaboração das Diretrizes Curriculares desta disciplina.
Enfim a partir de 2005, houve o repensar do Ensino Religioso enfatizado na
Deliberação n°01/06 que instituiu novas normas para a disciplina, passando a
considerar a diversidade religiosa em sua totalidade, reconhecendo a expressão das
diferentes organizações religiosas e suas manifestações culturais e a necessidade
de estudos sobre as diferentes leituras do Sagrado na sociedade.Tendo em vista
que o conhecimento religioso insere-se como patrimônio da humanidade, e em
conformidade com a legislação brasileira que trata do assunto, o Ensino Religioso,
em seu currículo, pressupõe promover aos educandos a oportunidade, no processo
de escolarização fundamental, de tornarem-se capazes de entender os movimentos
religiosos específicos de cada cultura, possuir o substrato religioso, de modo a
colaborar com a formação da pessoa, pois como menciona Gaarder “... o estudo das
religiões pode ser importante no desenvolvimento pessoal do individuo”, uma vez
que poderá entrar em contato com culturas religiosas que não a sua, desenvolvendo
a tolerância e o respeito, proporcionando o desaparecimento das diferenças.
174
A sociedade civil, hoje, reconhece como direito os desígnios desse
conhecimento no espaço escolar, bem como a valorização da diversidade em todas
as suas formas, pois a sociedade brasileira é composta por grupos de diferentes
culturas.
O Ensino Religioso, nesta perspectiva contribui também para superar a
desigualdade étnico-religiosa e garante o direito constitucional de liberdade de
crença e expressão.
Cabe destacar que essa disciplina tem por base a diversidade expressa nas
organizações religiosas, o que possibilita a reflexão sobre a realidade contida na
pluralidade desse assunto, numa perspectiva de compreensão sobre a sua
religiosidade e a do outro, na diversidade universal do conhecimento humano e de
suas diferentes formas de ver o sagrado. As Diretrizes Curriculares expressam esta
reflexão, pois a sociedade está constituída mais do que nunca em um modelo
pluralista religioso e cultural.
Com isso, a disciplina pretende contribuir para o conhecimento e respeito às
diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural dos povos, bem
como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno
religioso.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar a
necessária superação das tradicionais aulas de religião, e a inserção de conteúdos
que tratam da diversidade de manifestações religiosas e culturais, dos seus ritos,
das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações culturais, sociais,
políticas e econômicas de que são impregnadas.
8.7.2. Objetivos
Contextualizar o conhecimento, sendo capaz de conviver com as
diferenças culturais e religiosas, respeitando os valores humanos,
incentivando para que possuam o fundamento religioso, de modo a
colaborar com a formação pessoal e do grupo.
Identificar os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos como
festas e datas comemorativas.
Compreender os eixos organizadores do conteúdo de Ensino Religioso.
175
Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõem o
fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no
contexto dos educandos.
Compreender o sagrado como o núcleo da experiência religiosa do
cotidiano que o contextualiza no universo cultural.
Identificar os textos sagrados das diferentes Tradições Religiosas,
entendendo que são referenciais de fé e orientação para a vida.
Conhecer a importância da espiritualidade das diferentes religiões na vida
das pessoas, dos rituais e símbolos, mostrando que estes últimos são
formas de linguagens que por vezes definem os traços religiosos.
Conhecer as diferentes idéias do transcendente construídas ao longo do
tempo, desenvolvendo uma atitude de respeito às diferentes concepções
sobre o Transcendente.
Reconhecer os limites éticos propostos pelas diferentes Tradições
Religiosas.
Promover um espaço de reflexão na sala de aula sobre valores humanos e
leis de qualidade de vida.
Analisar as tradições religiosas e as estruturas que permeiam as
hierarquias no Oriente e Ocidente
Identificar os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos como
festas e datas comemorativas.
Analisar o histórico religioso no Brasil, visando a compreensão da
diversidade religiosa e cultural.
Promover a discussão sobre a importância dos conceitos de vida e morte
presente nas tradições religiosas.
8.7.3. Conteúdos
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Ensino religioso na Orientações legais
176
escola pública
Objetivos
Principais diferenças entre as
aulas de Religião e o Ensino
Religioso como disciplina escolar.
Respeito à
diversidade religiosa
Declaração Universal dos Direitos
Humanos e Constituição
Brasileira.
Direito a professar fé e liberdade
de opinião e expressão.
Direitos Humanos e sua
vinculação com o sagrado.
Organizações
religiosas
No Oriente e no Ocidente
Principais características de
organização.
Estrutura e dinâmica social dos
sistemas religiosos, incluindo as
religiões afro-brasileiras e
indígenas
Diferentes formas de
compreensão e de relações com
o sagrado.
Fundadores e/ou Líderes
Religiosos.
Estruturas hierárquicas
Paisagem
Religiosa
Lugares Sagrados Caracterização dos lugares e
templos sagrados: lugares de
peregrinação, de culto, de
rever6encia, principais práticas
de expressão do sagrado nestes
locais.
Lugares na natureza: rios, lagos,
montanhas, grutas, cachoeiras
etc.
177
Lugares construídos: Templos,
cidades sagradas, etc.
Textos Sagrados
Textos Sagrados
orais ou escritos
Ensinamentos sagrados
transmitidos de forma oral e
escrita pelas diferentes tradições
religiosas.
Literatura oral e escrita – cantos,
narrativas, poemas, orações, etc.
Universo
Simbólico
Religioso
Símbolos Religiosos O universo simbólico: mitos, ritos
cotidiano
Símbolos religiosos como
linguagem que expressam
sentidos
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Paisagem
Religiosa
Universo
Simbólico
Religioso
Temporalidade
Sagrada
Temporalidade da criação das
diversas tradições religiosas
Calendários e tempos sagrados
Nascimento de lideres religiosos,
Festas
Datas de Rituais
Ritos
Práticas celebrativas das
tradições religiosas, formadas por
um conjunto de rituais
Ritos de passagem
Mortuários
Propiciatórios
Outros – danças, via sacra,
festejo indígena de colheita, etc.
178
Textos Sagrados
Festas religiosas
Eventos organizados pelos
diferentes grupos religiosos, com
diversos objetivos:
confraternização, rememoração
dos símbolos, períodos ou datas
importantes.
Peregrinações, festas familiares,
festas nos templos, datas
comemorativas.
Vida e morte
Respostas elaboradas para a vida
além da morte nas diversas
tradições religiosas e sua relação
com o sagrado.
O sentido da vida nas diferentes
tradições religiosas.
Reencarnação.
Ressurreição.
Além morte.
Ancestralidade.
Outras interpretações.
Diversidade religiosa
A paisagem religiosa.
Influência das crenças religiosas
na vida prática das pessoas.
Princípios éticos das diversas
tradições religiosas.
As diferentes espiritualidades das
diferentes tradições religiosas do
mundo.
Religiões Afro-brasileiras e
Indígenas.
179
8.7.4. Metodologia
O trabalho com a disciplina de Ensino Religioso se dará de forma dinâmica
através de uma metodologia flexível e adequada a cada conteúdo ou tema a ser
desenvolvidos, de modo a favorecer a interação, o diálogo, a participação ativa e o
compromisso com a vida.
A partir da liberdade que o educador tem para desenvolver o trabalho
pedagógico de acordo com o seu próprio método, podem-se trabalhar discussões,
debates, pesquisas, apresentações orais e escritas, filmes, montagem de peças
teatrais, jogos, jograis com apresentações (datas comemorativas), entre outras
atividades pedagógicas desenvolvidas que respeitem às diversas manifestações
religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, de forma
dialogada onde o professor exercerá o papel de mediador entre os saberes que o
aluno já possui e os conteúdos trabalhados em sala de aula, bem como os que
contemplam a Lei Nº 11.645/08 referente a História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena, mobilizando o aluno para a construção do próprio conhecimento.
8.7.5. Avaliação
O Ensino Religioso não se constitui como objeto quantitativo pois não terá
registro de notas ou conceitos na documentação escolar que impliquem aprovação
ou reprovação. Porém a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes
do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso.
A avaliação considerará a participação e o envolvimento do aluno nas
atividades propostas, bem como análise de seu comportamento ao tratar com seu
colega, agindo de forma respeitosa, aceitando as diferenças e empregando
conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.
Na disciplina do Ensino Religioso espera-se que o aluno:
Estabeleça discussões sobre o Sagrado numa perspectiva laica;
Desenvolva uma cultura de respeito à diversidade religiosa e cultural;
Reconheça que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de
identidade de cada grupo social.
Amplie seu conhecimento sobre o Sagrado, sua complexidade,
pluralidade, amplitude e profundidade.
180
Apresente mudanças de atitudes comprovando que realmente se
apropriou dos conhecimentos novos.
8.7.6. Referências
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. Paraná: 2008.
181
8.8. FILOSOFIA
8.8.1. Apresentação da disciplina
Para os que acham “o que vamos fazer com a filosofia”, deveriam se
perguntar “O que a filosofia pode fazer por nos”. O ensino da filosofia possibilita o
desenvolvimento do exercício do pensar, e buscar o entendimento das coisas, no
meio em que vivemos; um pensar crítico e reflexivo.
A Filosofia que hoje está no Currículo do Ensino Médio, passa a fazer parte
do princípio da construção do individuo, bem com o de valorizar o conhecimento
cientifico, filosófico, e artísticos com e em suas dimensões, para que possam ser
integrante aos questionamentos da sociedade. Na formação de apreensão de
conteúdos e quando necessário ou possível, que sejam feitos de uma forma ética;
também, capaz de oferecer ao educando a possibilidade de compreender a
complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e
especializações. Numa sociedade cada vez mais globalizada, Até em suas crises
econômicas, mas que também se manifesta todo fragmentado, o educando não
pode prescindir de um saber que opere por questionamentos e conceitos na
categoria do qual, busque articular o pensamento e a experiência humana.
Sabe-se bem que as ciências se transformam quando assumem uma postura
crítica em relação aos seus próprios paradigmas. Nesse momento, as ciências não
só abandonam pontos de vista e superam conhecimentos consagrados, mas
também, num certo sentido, transitam para outro campo, dessa formar e recuperar
uma dimensão filosófica, condição dessa transformação. Se a história das ciências
pode ser interpretada como processo de desenvolvimento e acúmulo de avanços de
conhecimento sobre o mundo e o homem, a Filosofia aparece como condição dessa
história, isto é, da necessidade das crises, da experiência das crises, da superação
das crises, da superação das crises. Pensando agora no conjunto das disciplinas
presentes no currículo do ensino médio, reconhece-se esse papel fundamental que
a Filosofia desempenha como elemento crítico dos pressupostos e procedimentos
das ciências. É importante notar que não se refere a uma criticidade abstrata, tão ao
gosto do discurso pedagógico – “formar o aluno crítico, etc”-, mas a uma criticidade
que põe em discussão e estrutura, os critérios, a linguagem e os compromissos que
182
formam um ponto de vista científico. Eliminar a Filosofia desse contexto significa
apostar uma pretensa intuição natural ao processo de conhecimento ou, o que é
pior, à simulação de uma competência filosófica.
A Filosofia tendo sua origem no mundo Grego, trazendo consigo o problema
do embate entre o pensamento de Platão(Sócrates) e as teorias dos
sofistas,verificados numa busca constante da superação do mito, para dar luz
somente a verdade, deixando de lado o conhecimento relativo ou falso; mas essa
busca pela verdade é uma caminho sempre continuo,sempre encontrado novas
roupagens de mitos; e de novos desafios para a busca da verdade .
Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema
filosófico. É a Filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá
sentido à, Filosofia definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação
educativa.
O pensar filosoficamente exige uma construção através do dialogo, da
reflexão, do desenvolvimento do senso critico, nas suas mais varias das formas. Por
isso cabe ao professor não ser apenas um ministrador de história da filosofia, mas
também um desenvolvedor do Senso Crítico e filosófico.
8.8.2. Objetivos Gerais
Levar o aluno a:
Apropriar-se de conhecimentos e modos discursivos,reflexivo, específicos
da Filosofia;
Entender a reflexão crítica como processo sistemático e interpretativo do
pensamento;
Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico,levados ao
senso crítico, bem como métodos e técnicas de leitura e análise de textos;
Produzir textos analíticos e reflexivos;
Adquirir Aprofundar e reutilizar conhecimentos, conceitos e procedimentos;
Articular as teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas
científico-tecnológicos, ético-políticos, e vivenciais;
Entender a reflexão crítica como processo sistemático e interpretativo do
pensamento;
183
Desenvolver discussão oral de modo sistemático;
Articular as teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas
científico-tecnológicos, ético-políticos, sócio-culturais e vivenciais;
Problematizar situações discursivas;
Argumentar filosoficamente;
Formular raciocínio lógico, coerente e crítico;
Tentar Desmistificar a realidade;
Perceber o que está por trás das ideologias e posicionar-se;
Fazer um elo entre a teoria e a prática, o abstrato e o empírico;
Desenvolver sua estrutura cognitiva exercitando a criticidade para
empregá-la coletivamente de forma consciente e criativa;
Reconhecer-se sujeito ético;
Compreender as diversas culturas e sua linguagem, valorizando-as, sem
apontar uma hierarquia de valores, considerando-as dentro do próprio
contexto;
Desenvolver a relação crítica pela busca do conhecimento, levando em
consideração outros campos de conhecimentos, como a ciência, a religião,
etc.
8.8.3. Conteúdos
1º SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Mito e filosofia
Mito e Filosofia
Atualidade do Mito
Saber místico;
O que é mito;
Saber filosófico;
O nascimento da filosofia;
Os Pré – Socrático;
Mito os Ilíadas;
Mito da Caverna;
Do senso comum ao crítico
filosófico;
184
Concepção e Mitos
Contemporâneos.
Saber filosófico
O que é filosofia
Origem e linha do tempo
Conceituação Importância,
Aplicabilidade
Primeiros Filósofos
(Sócrates 470-399 a.C.) –
maiêutica; (Platão 427-347
a.C.) – Mito ou Alegoria da
Caverna; Aristóteles (384-
322 a.C.)
Lógica, senso comum e
Conhecimento filosófico.
Teoria do
Conhecimento
Possibilidade do
Conhecimento
O problema da verdade
A questão do método
Conhecimento e Lógica
Conceituação, característica
Empirismo - John Locke
David Hume
Racionalismo - Immanuel
Kant
Método Cartesiano - René
Descartes
Ceticismo
Dogmatismo e Niilismo
Conceito de concepção na
História Filosófica
Diferenças de concepção
filosófica
Lógica dialética (Platão)
Lógica Matemática (Aristóteles)
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Ética e Moral Conceitos e Diferenças;
185
Ética
Pluralidade Ética
Ética e Violência
Razão, desejo e vontade
Liberdade: autonomia do
sujeito e a necessidade
das normas
Aristóteles, Santo Agostinho,
Kant, Sartre
Baruch Espinosa (1632-1677)
Friedrich Nietzsche (1844-
1900)
Jean Paul Sartre (1905-1980)
Política
Relação entre
comunidade e poder
Liberdade e igualdade
política
Política e Ideologia
Esfera Publica e Privada
Cidadania Formal e
Participativa
Invenção da Política/
Introdução a Política
Política grega e Política
normativa
Platão e a Republica
O Pensamento político de
Aristóteles e as formas de
governo
Idade Média (A vinculação
de política à Religião)
Estado e Igreja (A cidade de
Deus-Santo Agostinho)
Democracia (Jean-Jacques
Rousseau 1712-1778)
Poder Nicolau Maquiavel
(1469-1527)
Absolutismo – Thomas
Hobbes
(1588-1679)
A utopia de Thomas Morus
3ª SÉRIE
Conteúdos
Estruturantes
CONTEÚDOS BÁSICOS Conteúdos Específicos
186
Filosofia Política
Política
Relações entre
comunidade e poder
Liberdade e igualdade
política
Política e ideologia
Esfera Publica e Privada
Cidadania Formal e
Participativa
Democracia – Jean Jacques
Rousseau (1712 - 1778)
Poder – Nicolau Maquiavel
(1469 - 1527)
Liberalismo – John Locke
(1632 - 1704)
Absolutismo – Thomas
Hobbes (1588 - 1679)
Filosofia da ciência
Ciência
Concepção de Ciência
A questão do Método
Cientifico
Contribuição e Limite da
Ciência
Ciência e Ideologia
Concepção de ciência
Do Senso comum e ciência
Pensar a ciência e o seu
progresso;
Ciência X Cientifico
Dogmatismo científico e
fundamentos Ideológicos da
ciência.
Bioética, Clonagem
A tecnologia a serviço de
objetivos humanos e os
riscos da tecnologia
René Descartes (1596-1650)
Karl Popper (1902-1994)
Tomas Kuhn (1922-...)
Estética
Estética
Natureza da Arte
Filosofia e Arte
Categoria Estética
Feio, belo, sublime,
trágico, cômico,
Grotesco, gostoso, etc.
Estética e Sociedade
Concepção de Estética
(Pensar a Beleza)
Estética e desenvolvimento
da sensibilidade e da
imaginação,
Belo - Immanuel Kant (1724 -
1804)
A arte como forma de
conhecer o mundo;
187
O universo da arte
A arte e a Filosofia
Arte - Walter Benjamin (1892
-1940) Alexandre Baugarten
(1714-1762) Obra Estética
(1750)
Arte erudita, massa, popular.
8.8.4. Metodologia
Situar a Filosofia enquanto disciplina escolar no horizonte dos problemas
contemporâneos científicos, tecnológicos, ético-políticos, artísticos ou decorrentes
das transformações das linguagens e das modalidades e sistemas de comunicação,
implicam uma tomada de posição para que sua contribuição seja significativa,
enquanto aos conteúdos e processos cognitivos.
Especificamente o trabalho de Filosofia no ensino resulta da conjugação de
um repertório de conhecimentos que funcionam como um sistema de referências
para discussões, julgamentos, justificações e valorações, e de procedimentos
básicos de análises, leitura e produção de textos. Tomando posse desse repertório
de conhecimentos e constituindo uma retórica, isto é, desenvolvendo um sistema
discursivo, o aluno pode passar da variedade dos fatos, acontecimentos, opiniões e
idéias para o estado reflexivo do pensamento, para a atitude de discernimento que
produz configurações de pensamento. Qualquer que seja o assunto tratado, não se
pode esquecer que a leitura filosófica retém o essencial da atividade filosófica. Uma
leitura não é filosófica apenas porque os textos são filosóficos, podem-se ler textos
filosóficos sem filosofar e ler filosoficamente textos jornalísticos, artísticos, políticos,
etc. Esta leitura não se caracteriza pela simples aplicação de metodologias de leitura
e análise de texto, mas pela atenção aos pressupostos subentendidos do texto, pela
reconstrução de um imaginário oculto que ultrapasse a literalidade.
É através das competências e habilidades que os alunos capacitam-se para
tratar os conteúdos programáticos justificando tomadas de decisões e posições,
produzindo interpretações, transferindo conhecimentos de uma dimensão a outra da
188
realidade, estabelecendo articulações entre as questões tratadas nas diferentes
áreas do saber e da experiência. Munidos de sistemas de referências e exercitando
os requisitos discursivos, podem aceder ao domínio das representações, isto é, à
elaboração teórica. Possa, assim, deslocar-se da apreensão imediatista da realidade
para uma disposição esclarecida, efeito da criticidade.
Podem ser utilizadas como encaminhamento metodológico as seguintes
atividades:
Leituras;
Elaboração de textos;
Cartazes;
Transparências;
Debates;
Histórias em quadrinhos;
Recortes de propaganda;
Charges;
Vídeos/outros recursos fornecidos pela mídia;
Seminários;
Músicas/paródias.
8.8.5 Avaliação
A avaliação para o ensino de Filosofia, não deve se restringir ao mero
cumprimento da exigência legais, para mensuração de notas.A avaliação de estar
inserida no contexto da própria aula de Filosofia e suas especificidades. Pois a
disciplina de Filosofia tem em seus conteúdos elementos mediadores fundamentais
para que possam desenvolver o caráter especifico do ensino através de avaliações
que sejam de caráter problematizador, investiagador e que criem conceitos levando
o educando para uma avaliação sua e não somente do professor.Para tanto, não
hesita em formulá-la oralmente e por escrito, e, retoma-se o enunciado para dissecá-
lo friamente sem idéias pessoais, comparando as duas opiniões do filosofar e da
filosofia.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não
possui uma finalidade em sim mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo
189
redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista,
garantir a qualidade do processo educacional, que professores estudantes e a
própria instituição de ensino, estão construindo coletivamente. No ensino de
Filosofia, a avaliação não se trata meramente de perceber o quanto o aluno
assimilou o conteúdo presente na história da filosofia, os problemas dos filósofos,
nem tão pouco, sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. Portanto, o
pensamento crítico não surge apenas das discussões sobre questões atinentes aos
problemas culturais, históricos e vivenciais, pela simples confrontação de posições
divergentes, nem da reprodução das soluções apresentadas pelo professor. O
professor pode considerar também para avaliação os trabalhos em grupos
realizados em sala de aula e como atividade extraclasse, nas quais os alunos
deverão demonstrar intensa atividade de pesquisa e capacidade de expor, por
escrito e de forma clara, as suas idéias.
Os debates orais sobre temas pertinentes aos conteúdos programáticos,
desenvolvidos de forma sistemática, nos quais se procura levar em conta a
participação do aluno, poderá ser outro ponto para avaliação. Enfim, o professor
organizará os instrumentos de avaliação dos conteúdos de Filosofia, procurando
constatar se o aluno reelaborou os conhecimentos adquiridos, avaliando a
capacidade do aluno em reformular questões de maneira organizada e estruturada,
procedendo de forma sistemática, com conteúdos determinados, buscando as raízes
e examinando as diversas dimensões do problema num todo articulado.
Através de exercícios do “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de
pesquisas, nas discussões, nas leituras de textos e comentários escritos, o professor
poderá ir avaliando o grau de inteligibilidade alcançada pelos educandos, no sentido
de diagnosticar as dificuldades e intervir no processo para que possa atingir uma
maior qualidade de reflexão.
Neste sentido é possível entender a avaliação como um processo que se dá
no interior da própria aula de Filosofia e não um momento em separado destinado a
avaliar.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Na complexidade do mundo contemporâneo, suas
particularidades e especializações espera-se que o
190
Mito e filosofia
educando possa compreender, pensar e problematizar
os conteúdos básicos do conteúdo estruturante,
elaborando respostas aos problemas suscitados e
investigados. Desenvolvendo atividades filosóficas com
os conteúdos básicos o qual poderá formular suas
respostas quando tomada posições de forma escrita,
oral,argumentativa.
Teoria do
Conhecimento
Análise e interpretação da origem e linha do tempo
através do estudo e análise dos primeiros filósofos.
Conhecimento da maiêutica através de suas
experiências.
Interpretação e análise através dos mitos. Produção de
cartaz e interpretação do mito.
Através de textos e do conhecimento adquirido formula-
se questões argumentativas que possam levar o
educando a uma concepção filosófica.
Ética
Através do conhecimento e moral o educando deverá
desenvolver atividades através dos problemas de seu
cotidiano relacionados a ética, moral, violência e a
liberdade do indivíduo perante a sociedade a qual está
inserido. Aplicando debates e análises.
Filosofia Política
Tendo o conhecimento histórico da política, o educando
será avaliado através do conhecimento adquirido.
Através de uma análise iniciando com Aristóteles até a
utopia de Thomaz Morus, o educando deverá formular
suas respostas quando tomar posições o qual terá
condições de ser construtor de idéias, tendo como base
a liberdade e igualdade política, utilizando-se de
ideologias da estrutura pública e privada na qual
inserido.
191
Filosofia da ciência
Através de uma análise iniciando com Aristóteles até a
utopia de Thomaz Morus, o educando deverá formular
suas respostas quando tomar posições o qual terá
condições de ser construtor de idéias, tendo como base
a liberdade e igualdade política, utilizando-se de
ideologias da estrutura pública e privada na qual
inserido.
Estética
Segundo a concepção de estética e beleza, através do
pensar beleza e usando da sensibilidade e imaginação
o educando deve desenvolver e definir beleza.Através
de análise crítica do material inserido em sala de aula
dos conteúdos estruturantes e básicos. Utilizando de
forma criativa e construtiva.
8.8.6. Referências:
Arroyo, Miguel G. (2002): Ofício de mestre: imagens e auto-imagens, 6.ª ed., Rio de Janeiro, Editora Vozes. CHAUÍ, M. O retorno teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004. GALLO, S. ; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. LANGON M. Filosofia do ensino de Filosofia. In: Gallo, S.; CORNELLI, G.; DANELLON, M. (org.) Filosofia do ensino de Filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. ROHAUT-AROBDEL MADELEINE Exercícios filosóficos.Tradução Paulo Neves, Edit.Martins Fontes,São Paulo: 2007. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. Tradução de Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2005. Rosa, Sanny S. da (2000): Construtivismo e mudança, São Paulo, Cortez Editora. RUSSEL, B. Os problemas da Filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra: Almedina, 2001.
192
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Filosofia do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2009. Severino, Antônio Joaquim (2001): «Identidade e tarefas da filosofia da educação», in Educação, sujeito e história, São Paulo, Olho D’água.
193
8.9. FÍSICA
8.9.1. Apresentação da disciplina
O ensino da física requer uma identificação com as teorias cognitivas de
aprendizagem, como forma de discutir os mecanismos que favorecem a
compreensão dos conceitos e fenômenos físicos, e tem como objeto de estudo o
Universo em toda sua complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos
estudantes o estudo da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como
realidade material sensível.
O aluno deverá compreender e fazer uso da ciência como elemento de
interpretação e intervenção, e a tecnologia como conhecimento sistemático de
sentido prático, fazendo com que perceba a importância da física na sua vida. É
essencial despertar o interesse do educando.
Precisamos ficar atentos às mudanças ao nosso redor e mostrar ao aluno
que o estudo da física e importante no Ensino Médio. Nesse mundo globalizado é
necessário que o aluno saiba conhecer fontes e formas de obter informações
relevantes, sabendo interpretar notícias científicas, e ter conhecimento da teoria e
saber aplicá-la para explicar os fenômenos no dia-a-dia. Isso torna mais agradável
seu estudo, sem fugir do rigor cientifico, relacionando com outras ciências (biologia,
química, historia, geografia, outras).
A aprendizagem da física torna-se indispensável, pois a cada dia que passa, a
ciência avança de forma acelerada. Percebe então a importância dessa disciplina
nas escolas, atentando para o contínuo avanço tecnológico do mundo em que
vivemos, sendo importante na formação de cidadãos, em sua vida profissional e
social.
Segundo Sacristán fala de impressões que,
tal como imagens, trazem à mente o conceito de currículo”. Em algumas dessas impressões, a idéia de que o currículo é construído para ter efeitos sobre as pessoas fica reduzida ao seu caráter estrutural prescritivo. Nelas, parece não haver destaque para a discussão sobre como se dá, historicamente, a seleção do conhecimento, sobre a maneira como esse conhecimento se organiza e se relaciona na estrutura curricular e, conseqüência disso, o modo como as pessoas poderão compreender o mundo e atuar nele.
194
[...] o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e desenvolvida; o currículo como programa de atividades planejadas, devidamente sequencializadas, ordenadas metodologicamente tal como se mostram num manual ou num guia do professor; o currículo, também foi entendido, às vezes, como resultados pretendidos de aprendizagem; o currículo como concretização do plano reprodutor para a escola de determinada sociedade, contendo conhecimentos, valores e atitudes; o currículo como experiência recriada nos alunos por meio da qual podem desenvolver-se; o currículo como tarefa e habilidade a serem dominadas como é o caso da formação profissional; o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em relação à reconstrução social da mesma. (SACRISTAN, 2000, p. 14)
A contextualização significa aproveitar o máximo as relações entre os
conteúdos abordados e o contexto pessoal ou social do aluno, de modo que aquilo
que esta aprendendo tenha significado efetivo para ele. Assim, o aluno desenvolve a
a capacidade de relacionar o aprendido com o observado e a teoria envolvida com
as suas conseqüências e aplicações praticas.
A interdisciplinaridade propõe que os conteúdos e as situações de
aprendizagem sejam trabalhados de modo a destacar as múltiplas interações com
as varias disciplinas do currículo, superando, na medida do possível, a separação
entre elas. Algumas disciplinas como a física e a matemática, por exemplo, têm
muitas afinidades e pontos comuns, portanto os professores dessas disciplinas
podem aplicar, estudos de investigação, visando o desenvolvimento do aluno ( ou
mais) disciplinas, as ciências naturais física, química e Biologia – trocam
informações entre si usando a linguagem matemática
8.9.2. Conteúdos
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Movimento
Momentum e inércia
Conservação de
quantidade de
movimento
(momentum)
Variação da quantidade
A física (histórico , científico,
tecnológico, econômico e
social). Os fenômenos físicos.
As divisões da física. As
grandezas físicas.
Cinemática escalar e vetorial.
195
de
movimento = Impulso
2ª Lei de Newton
3ª Lei de Newton e
condições de equilíbrio
Energia e o Princípio
da Conservação da
energia
Gravitação
Movimentos verticais.
Movimentos compostos.
Leis de Newton.
Força de atrito e componentes
da força resultante..
Potência de uma força
Impulso e quantidade de
movimento.
Colisões
Iniciação á hidrostática.
Teorema de Stevin
(implicações).
Teorema de Pascal.
Teorema de Arquimedes.
Conceito de calor e temperatura
Termometria
Dilatação nos sólidos e líquido
Principio das trocas de calor
Fases da matéria
Mudança de fase
Transmissão de calor
Condução térmica
Convecção térmica
Radiação térmica
Leis da Termodinâmica
Energia Interna
Trabalho de um gás
Ondas
Propagação de energia através
de ondas
Classificação das ondas
Estudo matemático de ondas
Termodinâmica
Leis da
Termodinâmica:
Lei zero da
Termodinâmica
1ª Lei da
Termodinâmica
2ª Lei da
Termodinâmica
Eletromagnetismo
Carga, corrente
elétrica,
campo e ondas
eletromagnéticas
Força eletromagnética
Equações de Maxwell:
Lei de Gauss para
eletrostática/Lei de
196
Coulomb, Lei de
Ampère, Lei de Gauss
magnética, Lei de
Faraday
A natureza da luz e
suas propriedades
Elementos da onda
Fenômenos ondulatórios
Reflexão, propriedades
Refração, propriedades
Interferência, propriedades
Difração
Ressonância
Polarização
Óptica
A luz
Classificação dos meios
Propagação retilínea da luz
Reflexão e refração da luz
Espelhos planos
Leis da reflexão
Equações dos espelhos
esféricos
Formação de imagens
Lentes
A carga elétrica
Um pouco da historia da
eletricidade
Força eletrostática
Lei de Coulomb
Representação gráfica da lei de
Coulomb
Potencial elétrico
Energia potencial
Corrente elétrica
Condutores e isolantes
Resistores e Lei de Ohm
Resistor e resistência
197
Receptores elétricos
Potencia e energia elétrica
Potencia dissipada no resistor
O campo magnético
A energia no Brasil
Medindo a energia utilizada
Economia de energia ( Petróleo
e seus derivados, eletricidade)
Fontes Alternativas de energia
A energia solar
Força magnética
Fontes de campo magnético
Indução eletromagnética
Lei de Faraday
Lei de Lenz
Supercondutores e magnetismo
Física Moderna
A teoria da Relatividade
Mecânica Quântica
Partículas elementares
8.9.3. Metodologia
Os conteúdos previstos para o desenvolvimento da disciplina serão
apresentados em forma de aulas expositivas, usando diferentes linguagens: verbal,
física, gráfica e corporal e trabalhos em grupos e individuais, em classe e extra-
classe, para estimular o estudante ao conhecimento na sala de aula e tendo a visão
dos fenômenos físicos fora Do âmbito escolar.
A introdução de alguns conteúdos da Física Moderna serão trabalhados com
mídias ( vídeos). Utilizar softwares educativos para o aprimoramento de conceitos
físicos e simulações de alguma situações.
Fazer uso do laboratório para aulas praticas visando o conhecimento obtido
198
em sala de aula e TV pendrive.
8.9.4. Avaliação
A avaliação é um instrumento fundamental no processo ensino aprendizagem
que oferece informações ao professor e a equipe pedagógica analisarem os
resultados de seu trabalho e para o estudante analisar seu desempenho, visando o
seu crescimento.
É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se
estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais
especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,
documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.
Durante o decorrer dos trimestres serão avaliados, dependendo do conteúdo,
alguns aspectos como:
Avaliação escrita individual sem consulta
Trabalho escrito com resolução em casa
Pesquisa
Lista avaliativa
Avaliação com consulta no caderno
Recuperação de estudos quando se fizer necessário, com retomada dos
conteúdos defasados.
8.9.5. Referências
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Física. Paraná: 2008.
199
8.10. GEOGRAFIA
8.10.1. Apresentação da Disciplina
Não basta explicar o mundo, é preciso compreendê-lo e participar do
processo evolutivo no qual estamos inseridos. Assim a Geografia assume um papel
político significativo na formação do cidadão.
A busca da vivência do educando com os lugares, de modo que possam
construir concepções novas e mais complexas a seu respeito, faz parte da
abordagem geográfica atual, visando, desse modo, ao desenvolvimento da
capacidade de refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a
relação homem / natureza.
A Geografia, portanto, permite aos alunos compreender o significado da vida
em sociedade: cada cidadão ao conhecer as características sociais, culturais do
lugar onde vive, bem como as de outros lugares, pode comparar, explicar,
compreender e espacializar as múltiplas relações que diferentes sociedades, em
épocas variadas, estabeleceram e estabelecem com a natureza na construção do
espaço geográfico.
Os gregos foram a primeira cultura conhecida a explorar ativamente a
Geografia como ciência e filosofia, sends os maiores contribuintes Tales de Mileto,
Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu. A cartografia feita
pelos romanos, à medida que exploravam novas terras, incluía novas técnicas.
Durante a Idade Média, Árabes como Edrisi, Ibn Battuta e Ibn Khaldun
aprofundaram e mantiveram os antigos conhecimentos gregos. As viagens de Marco
Polo espalharam pela Europa o interesse pela Geografia. Durante a Renascença e
ao longo dos séculos XVI e XVII, as grandes viagens de exploração reavivaram o
desejo de bases teóricas mais sólidas e de informação mais detalhada. A
Geographia Generalis de Bernardo Varenius e o mapa-mundo de Gerard Mercator
são exemplos importantes.
Durante o século XVIII, a Geografia foi sendo discretamente reconhecida
como disciplina e tornou-se parte dos currículos universitários. Ao longo dos últimos
dois séculos a quantidade de conhecimento e o número de instrumentos aumentou
enormemente. Há fortes laços entre a Geografia, a Geologia e a Botânica.
200
No Ocidente, durante os séculos XIX e século XX, a disciplina geográfica
passou por quatro fases importantes: determinismo geográfico, geografia regional,
revolução quantitativa e geografia radical.
O determinismo geográfico defendia que as características dos povos se
devem à influência do meio natural. Deterministas proeminentes foram Carl Ritter,
Ellen Churchill Semple e Ellsworth Huntington. Hipóteses populares como "o calor
torna os habitantes dos trópicos preguiçosos" e "mudanças freqüentes na pressão
barométrica tornam os habitantes das latitudes médias mais inteligentes" eram
assim defendidas e fundamentadas. Os geógrafos deterministas tentaram estudar
cientificamente a importância de tais influências. Nos anos 1930, esta escola de
pensamento foi largamente repudiada por lhe faltarem bases sustentáveis e por ser
propensa (frequentemente intolerante) a generalizações.
O determinismo geográfico constitui um embaraço para muitos geógrafos
contemporâneos e leva ao ceticismo sobre aqueles que defendem a influência do
meio na cultura (como as teorias de Jared Diamond). Porém o determinismo foi uma
teoria reducionista do pensamento do alemão Friedrich Ratzel, que dizia que o meio
influencia, mas não que determinava o homem. E muito provavelmente esta teoria
tenha sido criada por políticos e militares de uma classe hegemônica-dominante-
européia para justificar a exploração em suas colônias. Tanto que para os geógrafos
mais esclarecidos, o possibilismo de Vidal de La Blache (teoria que vem a dizer que
o homem tem a possibilidade de intervir no meio), seria na verdade um
complementação, uma continuação da teoria de Ratzel e não uma oposição, como a
maioria enxerga e ensina, de forma simplista.
A Geografia Regional representou a reafirmação de que os aspectos próprios
da Geografia eram o espaço e os lugares. Os geógrafos regionais dedicaram-se à
recolha de informação descritiva sobre lugares, bem como aos métodos mais
adequados para dividir a Terra em regiões. As bases filosóficas foram desenvolvidas
por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne. Vale à pena lembrar que enquanto
Vidal vê a região como uma determinada paisagem, onde os gêneros de vida
determinam a condição e a homogeneidade de uma região, Hartshorne não utilizava
o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais
os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim as
descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. E este ficou conhecido como
método regional.
201
A revolução quantitativa foi a tentativa de a Geografia se redefinir como
ciência, no renascer do interesse pela ciência que se seguiu ao lançamento do
Sputnik. Os revolucionários quantitativos, frequentemente referidos como "cadetes
espaciais", declaravam que o propósito da Geografia era o de testar as leis gerais do
arranjo espacial dos fenômenos. Adotaram a filosofia do positivismo das ciências
naturais e viraram-se para a Matemática - especialmente a estatística - como um
modo de provar hipóteses. A revolução quantitativa fez o trabalho de campo para o
desenvolvimento dos sistemas de informação geográfica.
Neste caso, é bom lembrar que a geografia em seu início com Humboldt,
Ratzel, Ritter, La Blache, Hartshorne e outros já se utilizava de métodos positivistas,
e a mudança de paradigma que ocorreu com a matematização do espaço foi a da
inclusão da informática para a quantificação dos dados, pelo método neopositivista,
por volta dos anos 1950 no Brasil.
Apesar de as perspectivas positivista e pós-positivista permanecerem
importantes em Geografia, a Geografia Radical surgiu como uma crítica ao
positivismo. O primeiro sinal do surgimento da Geografia Radical foi a Geografia
Humanista. A partir do Existencialismo e da Fenomenologia, os geógrafos
humanistas (como Yi-Fu Tuan) debruçaram-se sobre o sentimento de, e da relação
com, lugares. Mais influente foi a Geografia Marxista, que aplicou as teorias sociais
de Karl Marx e dos seus seguidores aos fenómenos geográficos. David Harvey e
Richard Peet são bem conhecidos geógrafos marxistas.
Quanto ao conhecimento geográfico no Brasil, não se pode deixar de
observar a grande importância e influência do Geógrafo mais reconhecido do país
seguido de Aziz Ab´Saber e seu pioneirismo, não por profissão, mas por méritos,
Milton Santos. Com várias publicações, Milton Santos, tornou-se o pai da Geografia
Crítica que faz análises e fenomenológicas dos fatos e incidências de casos. Isso é
importante, visto que a Geografia é uma ciência global e abrangente, e somente o
olhar geográfico aguçado consegue identificar determinados processos, sejam
naturais ou sócio-espaciais. Vale ressaltar também os importantes estudos do
professor Jurandyr Ross, que se dedicou a mapear, de forma bastante detalhada, o
relevo brasileiro além das inúmeras publicações do professor doutor José William
Vesentini que se tornaram referência no estudo da Geografia no Brasil. Não
podendo esquecer de geógrafos como Manuel Correa de Andrade, Roberto Lobato
Côrrea, Ruy Moreira, Armando Correa da Silva, Antonio Cristofoletti, Ariovalvdo
202
Umbelino de Oliveira, entre outros de outras épocas que não foram tão reconhecidos
como os Uspianos...
Assim, podemos concluir que, desde os tempos mais remotos, na Pré
História, o homem necessitava de conhecimentos geográficos em termos de
localização para garantir sua sobrevivência. Com a evolução das sociedades e o
avanço do capitalismo a partir da Idade Moderna, a Geografia passa a ter um papel
ainda mais importante no sentido de denunciar as explorações irracionais dos
recursos naturais no espaço geográfico e também apontar as possíveis soluções
para os problemas. Existe hoje, a necessidade de mudanças nos paradigmas
conceituais e teóricos, estabelecendo críticas contundentes a maneira como a
produção do espaço geográfico é tratado pelas vertentes tradicionais e críticas.
O estudo da Geografia deve contribuir para que o aluno desenvolva uma
leitura crítica do mundo atual. A proposta é que o aluno seja preparado para a leitura
da dinâmica do espaço geográfico, considerando as relações de classe e a atuação
do homem na transformação do espaço, e as diferentes escalas geográficas.
“ Cabe à Geografia preparar os alunos para uma leitura crítica da produção
social do espaço, negando a “naturalidade” dos fenômenos que imprimem
passividade aos indivíduos” (CASSETI, 2002).
O Objeto de estudo da Geografia é o ESPAÇO GEOGRÁFICO. O espaço
geográfico construído e transformado pelos seres humanos. Ele contém elementos
“naturais” (rios, planaltos, planícies etc) e artificiais (casas, avenidas, pontes, etc). Ao
pensarmos no espaço geográfico estamos pensando nos elementos e aspectos que
existem nas paisagens, mas também nas diversas ações que as pessoas realizam
sobre a natureza. Essas ações correspondem aos vários tipos de atividades
humanas: trabalho, estudo, lazer. Envolvem, portanto, relações econômicas, sociais
e políticas. Trata-se de algo bastante dinâmico, que está em constante mudança
com o passar do tempo e que se diferencia nas diversas sociedades, pois o Espaço
geográfico é reflexo da sociedade que o constrói.
De acordo com as DCEs página 260, 2008 imput (SILVA, 1995) o Espaço
geográfico é entendido como interdependente do sujeito que o constrói. Trata-se de
uma abordagem que não nega o sujeito do conhecimento nem supervaloriza o
objeto, mas antes, estabelece uma relação entre eles, entendendo-os como dois
polos no processo do conhecimento. Assim o sujeito torna-se presente no discurso
geográfico.
203
8.10.2. Objetivos Gerais
Analisar criticamente as transformações do espaço geográfico
compreendendo as dimensões econômica, política, cultural, demográfica e
socioambiental.
Analisar as transformações do espaço geográfico e suas implicações para
a vida humana, compreendendo as relações entre os diferentes espaços e
as populações que neles atuam.
Analisar as transformações do espaço geográfico brasileiro e suas
implicações para a vida humana, compreendendo as relações de
produção.
Analisar a reorganização do espaço geográfico no contexto da
mundialização do capital, percebendo a redefinição do papel do Estado e
as implicações desses processos na vida das pessoas.
8.10.3. Conteúdos
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
econômica do
espaço geográfico
Formação e transformação das
paisagens naturais e culturais.
Dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
A formação, localização,
exploração e utilização dos
recursos naturais.
A distribuição espacial das
atividades produtivas e a
Os setores da economia;
Sistemas de circulação de
mercadorias, pessoas,
capitais e informações;
Sistema de produção
industrial;
Agroindústria;
O espaço geográfico;
Sociedade e natureza
Cartografia
204
(reorganziação do espaço
geográfico.)
As relações campo e cidade na
sociedade capitalista.
Dimensão política
do espaço
geográfico
As diversas regionalizações do
espaço geográfico
Lugar, paisagem e espaço
geográfico;
Trabalho, técnica e
transformação do espaço.
Dimensão cultural
A transformação demográfica,
a distribuição espacial e os
indicadores estatísticos da
população.
A mobilidade populacional e as
manifestações sociespaciais
da diversidade cultural.
Fatores e tipo de migração e
imigração e suas influências
no espaço geográfico.
História da Cultura Afro-
brasileira - Lei 10.639/03
Dimensão
socioambiental do
espaço geográfico.
Dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
A natureza, seus recursos e
problemas ambientais:
Produtos e matérias primas;
Recursos materiais
renováveis e não renováveis;
Desenvolvimento sustentável
As eras geológicas;
Os movimentos da Terra no
Universo e suas influências
(Rotação e Translação)
As rochas e minerais;
Classificação, fenômenos
atmosféricos e mudanças
climáticas;
Rios e bacias hidrográficas;
Sistemas de energia;
Circulação e poluição
205
atmosférica;
Desmatamento;
Chuva ácida;
Buraco na Camada de
Ozônio;
Efeito Estufa (Aquecimento
Global);
Ocupação de áreas
irregulares;
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
econômica do
espaço geográfico.
A formação, mobilidade das
fronteiras e a reconfiguração
do território brasileiro.
O espaço rural e a
modernização da agricultura.
A formação, o crescimento das
cidades a dinâmica dos
espaços urbanos e a
urbanização.
A distribuição espacial das
atividades produtivas, a
(re)organização do espaço
geográfico.
A circulação de mão-de-obra,
das mercadorias e das
informações.
Economia e desigualdade
social;
O desenvolvimento
econômico e industrial no
Centro-Sul;
Uma grande e diversificada
agropecuária no Centro-Sul;
Nordeste, uma região em
transformação;
Ocupação recente da
Amazônia.
Dimensão política
As diversas formas de
regionalizações do espaço
Estado, nação e território;
Biopirataria;
206
do espaço
geográfico
brasileiro. Movimentos sociais;
O território brasileiro;
As regiões brasileiras;
História do Paraná - Lei:
13.381/01
Dimensão cultural e
demográfica do
espaço geográfico.
As manifestações
sócioespaciais e os
indicadores estatísticos da
população.
Movimentos migratórios e suas
motivações.
O êxodo-rural;
Urbanização e favelização;
População Brasileira;
Meio ambiente e
desenvolvimento;
Movimentos sociais.
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico.
A dimânica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
O Meio ambiente rural e
urbano;
Desigualdade social e
problemas ambientais;
A intensa transformação das
paisagens e a degradação
ambiental no Centro-Sul;
Amazônia o domínio da
floresta;Amazônia o domínio
da floresta;O fenômeno da
seca no Sertão;
A exploração sustentável da
floresta Amazônica;
As grandes paisagens
naturais do Brasil.
Educação Ambiental - Lei
9.795/99
8º ANO
CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
207
ESTRUTURANTES
Dimensão
econômica do
espaço geográfico.
O comércio e suas implicações
socioespaciais.
A circulação da mão-de-obra,
do capital, das mercadorias e
das informações.
A distribuição espacial das
atividades produtivas, a
(re)organização do espaço
geográfico.
As relações entre o campo e a
cidade na sociedade
capitalista.
Globalização;
Dependência tecnológica;
O Trabalho e a
Transformação da natureza e
do espaço geográfico;
Acordos e blocos
econômicos.
Dimensão política
do espaço
geográfico
As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
A formação, mobilidade das
fronteiras e a reconfiguração
dos territórios do continente
americano.
A nova ordem mundial, os
territórios supranacionais e o
papel do Estado.
O Espaço rural e a
modernização da agricultura.
A regionalização do espaço
geográfico mundial;
Organismos internacionais;
Narcotráfico;
Formação dos Estados
Nacionais;
Desigualdades dos países
Norte X Sul.
Dimensão cultural e
demográfica do
espaço geográfico
A transformação demográfica,
a distribuição espacial e os
indicadores estatísticos da
população.
Os movimentos migratórios e
suas motivações.
As manifestações
socioespaciais da diversidade
Consumo e consumismo;
Condições de vida no mundo
subdesenvolvido;
O drama da fome no mundo
subdesenvolvido;
A qualidade de vida no
mundo desenvolvido;
Movimentos sociais;
208
cultural. Fatores de imigração e
migração e suas influências
no espaço geográfico.
História e Cultura afro-
brasileira e Indígena - Lei;
11.645/08
História da Cultura Afro-
brasileira - Lei: 10.639/03
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico.
Formação, Localização,
exploração e utilização dos
recursos naturais.
Origem e distribuição dos
continentes e oceanos na
superfície da Terra;
Os movimentos da crosta
terrestre e as áreas de
instabilidade tectônica;
A dinâmica natural na
formação das paisagens;
As grandes paisagens
naturais da Terra;
A transformação das
paisagens naturais;
Consumo e questão
ambiental.
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
A revolução tecno-científico-
informacional e os novos
arranjos no espaço da
produção.
O comércio mundial e as
A revolução tecnológica e a
formação do espaço global;
A dinâmica do espaço Global
(expansão das
multinacionais, fluxos e
209
econômica do
espaço geográfico.
implicações socioespaciais.
A distribuição espacial das
atividades produtivas, a
(re)organização do espaço
geográfico.
O espaço em rede: produção,
transporte e comunicação na
atual configuração territorial.
redes);
Acordos e blocos
econômicos.
Dimensão política
do espaço
geográfico
As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
A nova ordem mundial, os
territórios supranacionais e o
papel do Estado.
A formação, mobilidade das
fronteiras e a reconfiguração
dos territórios.
Blocos econômicos;
Globalização:
desenvolvimento e
subdesenvolvimento;
Guerra Fria;
Conflitos Mundiais;
Políticas Ambientais;
Órgãos Internacionais;
Neoliberalismo;
Terrorismo;
Território e fronteiras no
mundo atual.
Dimensão cultural e
demográfica do
espaço geográfico.
As manifestações
socioespaciais da diversidade
cultural.
Fluxos populacionais: o caso
das migrações internacionais;
Históricos das imigrações;
Estrutura Etária;
Formações e conflitos étnicos
religiosos e raciais;
Movimentos sociais;
Meios de comunicação;
Estudo de gênero: masculino
e feminino, entre outros;
Globalização: desigualdade e
exclusão social;
210
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
Meio ambiente e problemática
ecológica;
Movimentos ambientalistas;
Desenvolvimento Sustentável
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
econômica do
espaço geográfico
Formação e transformação das
paisagens.
Dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção
A distribuição espacial das
atividades produtivas, a
transformação da paisagem, a
(re)organização do espaço
geográfico.
O Espaço Geográfico.
Cartografia (localização e
orientação);
Dimensão política
do espaço
geográfico
Nova ordem mundial, os
territórios supranacionais e o
papel do Estado.
Formação, mobilidade das
fronteiras e a reconfiguração
dos territórios
As diversas regionalizações do
espaço geográfico.
As implicações socioespaciais
do processo de mundialização.
Noções de fronteira e
territorialidade
Conceito de Geografia:
objetos e objetivos;
Dimensão cultural e
demográfica do
A formação e transformação
das paisagens.
Ação antrópica nas
paisagens terrestres.
211
espaço geográfico.
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico
A formação, localização e
exploração dos recursos
naturais.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
A revolução técnico-científica-
informacional e os novos
arranjos no espaço da
produção;
Origem do universo e
formação da Terra;
Geologia: estrutura, origem e
processos de formação da
litosfera;
Relevo: estrutura e processos
de formação;
Hidrosfera: conceitos básicos;
Águas continentais e águas
oceânicas;
Uso e disponibilidade da
água;
Atmosfera;
Clima: fatores de formação,
tipologia climática;
Vegetação;
Os grandes domínios
morfoclimáticos;
Os biomas brasileiros;
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
econômica do
espaço geográfico.
A formação, localização e
exploração dos recursos
naturais.
O espaço rural e a
modernização da agricultura.
As relações entre o campo e a
cidade na sociedade
Atividades econômicas;
Extrativismo: conceito e tipos;
Pecuária: conceitos e tipos;
Agricultura: conceitos e
sistemas agrícolas;
Indústria: conceitos e tipos
Fatores de instalação das
212
capitalista.
A circulação de mão-de-obra,
do capital, das mercadorias e
das informações.
indústrias;
Indústria no Brasil;
Fontes de energia.
Dimensão política
do espaço
geográfico
Os movimentos sociais,
urbanos e rurais, e a
apropriação do espaço.
Reforma Agrária;
Dimensão cultural e
demográfica do
espaço geográfico
A evolução demográfica, a
distribuição espacial da
população e os indicadores
estatísticos.
Os movimentos migratórios e
suas motivações.
A mobilidade populacional e as
manifestações socioespaciais
da diversidade cultural.
Teorias demográficas;
Características da população:
geral e do Brasil;
Pirâmide etária;
Características das pirâmides
etárias nos países ricos e
pobres;
Migrações e movimentos
populacionais;
Migrações no Brasil;
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico.
Formação e transformação das
paisagens.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
Erosão e conservação do
solo;
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Dimensão
econômica do
O espaço em rede: produção,
transporte e comunicação na
atual configuração territorial.
Comércio;
Meios de transporte;
Cidade;
213
espaço geográfico. O comércio e as implicações
socioespaciais.
Dimensão política
do espaço
geográfico
As implicações socioespaciais
do processo de mundialização.
Formação, mobilidade das
fronteiras e a reconfiguração
dos territórios.
Globalização;
Conseqüências da
Globalização;
O Brasil no contexto da
globalização.
Dimensão cultural e
demográfica do
espaço geográfico.
A formação e o crescimento
das cidades, a dinâmica dos
espaços urbanos e a
urbanização recente.
Evolução urbana;
Dimensão sócio
ambiental do
espaço geográfico.
A dinâmica da natureza e sua
alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e
produção.
A formação, localização e
exploração dos recursos
naturais.
Problemas urbanos;
Poluição: conceitos e tipos;
Problemas ambientais
globais;
El Niño e La Niña
Efeito estufa;
Destruição da Camada de
ozônio;
Chuva ácida;
Inversão térmica;
Os acordos internacionais
para a preservação do meio
ambiente.
8.10.4. Metodologia
Os conteúdos específicos serão trabalhados de uma forma crítica e dinâmica,
interligando a teoria e prática a realidade, mantendo uma coerência dos
fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta essencial,
214
possibilitando assim transitar em diferentes escalas espaciais, ou seja, do local para
o global e vice-versa.
De acordo com as DCEs (página 83, 2008), a metodologia do ensino da
Geografia, deve permitir que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da
Geografia e compreendam o processo de produção e transformação do espaço
geográfico. Para isso, os conteúdos da Geografia devem ser trabalhados de forma
crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos alunos, em
coerência com os fundamentos teóricos propostos pelas DCEs.
Não há separação do ponto de vista metodológico entre os conteúdos, pois
existe uma relação entre os mesmos já que as transformações no espaço são
concebidas pela ação do homem em um determinado momento histórico. Dessa
maneira torna-se fundamental a utilização de materiais didáticos sem adotar uma
linearidade de conteúdos ou alimentando a dicotomia sociedade-natureza.
Dentro da prática pedagógica apresentada, visualizar o educando como
agente participativo, com diferentes potencialidades a serem desenvolvidas. A
Geografia é uma ciência ligada à vida, ao nosso espaço de vivência. Nesse contexto
o educando participa desenvolvendo a construção de seus conhecimento, realizando
pesquisas, contextualizando a realidade, produzindo textos, debates, participando de
seminários, entrevistas, aula de campo, desenvolvendo projetos e desenvolvendo
técnicas de efetivação da aprendizagem como: painéis, mapas, maquetes, jogos,
dramatizações, correspondências, análise de materiais periódicos, análise de
gráficos, tabelas e imagens.
Os conteúdos devem ser abordados de forma contextualizada aliando
exemplos práticos do cotidiano com o conhecimento vivenciado pelo aluno.
No ensino de Geografia, o professor deve utilizar todos as ferramentas
necessárias, como: computador, internet, vídeo, jornal, revistas, etc. É importante
também diversificar as atividades e proporcionar o diálogo entre os alunos e o
professor.
Outra metodologia valiosa para o estudo do espaço geográfico, são as aulas
de campo. A realização de saídas de campo permite que o aluno estabeleça um
vínculo entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e o conhecimento dos
processos geográficos visualizados na prática. Para que uma visita ou estudo de
campo seja proveitoso, o professor deve organizar a observação sistemática do
lugar visitado com os alunos, realizando a descrição, seleção e ordenação das
215
informações ora obtidas e o registro final destas impressões sob forma de croquis,
maquetes, desenhos, figuras, debates, pôster, gráficos, etc.
Pode-se também fazer uso de imagens não animadas (pôster, slides, cartões
postais, fotografias) e de filmes como importantes ferramentas metodológicas, desde
que o professor leve em consideração o tipo de clientela atingida, o conteúdo a ser
trabalhado e também a abordagem do tema.
Por fim, o uso da cartografia nas aulas de Geografia também deve ser
encarado como um importante recurso metodológico no sentido de possibilitar a
espacialização do conteúdo trabalhado em sala de aula, possibilitando ao aluno uma
melhor visualização dos aspectos inerentes a produção do espaço geográfico.
8.10.5. Avaliação
De acordo com as DCEs (página 86, 2008), a avaliação em Geografia deve
ser mais do que a definição de uma nota ou de um conceito. Desse modo, as
atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo devem possibilitar ao aluno a
apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico frente aos diferentes contextos
sociais.
A avaliação deve ser compreendida como elemento integrador entre a
aprendizagem e o ensino, o que envolve múltiplos aspectos:
O ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno
aprenda da melhor forma;
A obtenção de informação sobre os temas de conhecimentos;
A reflexão contínua do educador sobre sua prática educativa.
A conscientização dos avanços dificuldades e possibilidades.
A avaliação, portanto, ocorrerá durante todo o processo ensino-
aprendizagem, desde o planejamento das atividades por parte do educador até a
etapa final de retorno dado pelo educando. Buscando obter o máximo de
informações em relação aos processos de aprendizagem, é necessário considerar a
importância de uma diversidade de instrumentos e situações para possibilitar tanto a
avaliação das diferentes capacidades e os variados conteúdos curriculares em
questão, como o contraste de dados obtidos e a observação da transferência da
aprendizagem, em contextos múltiplos.
216
Sendo assim, faz-se necessário a utilização de diferentes práticas
pedagógicas, tais como: leitura, interpretações de mapas, gráficos, tabelas, fotos,
imagens, produção de textos geográficos, aula de campo, apresentações de
seminários e construções de maquetes.
Os principais critérios de avaliação em Geografia: a formação dos conceitos
geográficos básicos e entendimento das relações socioespaciais nas diversas
escalas geográficas.
Ao longo do ano, dentro de cada conteúdo estruturante, serão avaliados os
seguintes critérios:
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Dimensão econômica
do espaço geográfico
Reconheça o processo de formação e transformação das
paisagens geográficas.
Entenda que o espaço geográfico é composto pela
materialidade (natural e técnica) e pelas ações sociais,
econômicas, culturais e políticas.
Identifique as formas de apropriação da natureza, a partir
do trabalho e suas consequências econômicas,
socioambientais e políticas.
Entenda o processo de transformação de recursos
naturais em fontes de energia.
Identifique relações existentes entre o espaço urbano e
rural: questões econômicas, ambientais, políticas,
culturais, movimentos demográficos, atividades
produtivas.
Entenda o processo de formação das fronteiras agrícolas
e a apropriação do território.
Entenda o espaço brasileiro dentro de um contexto
mundial, compreendendo suas relações econômicas,
culturais e políticas com outros países.
Verifique o aproveitamento econômico das bacias
hidrográficas e do relevo.
217
Estabeleça relações entre a estrutura fundiária e os
movimentos sociais no campo.
Entenda o processo de transformação das paisagens
brasileiras, levando em consideração as formas de
ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, a
dinâmica populacional e a diversidade cultural.
Estabeleça relação entre o uso de tecnologias nas
diferentes atividades econômicas e as consequêntes
mudanças nas relações sócio-espaciais e ambientais.
Reconheça a configuração do espaço de circulação de
mão-de-obra, mercadorias e sua relação com os espaços
produtivos brasileiros.
Reconheça a constituição de blocos econômicos,
considerando a influencia política e econômica na
regionalização do continente americano.
Identifique as diferentes paisagens e compreenda sua
exploração econômica no continente Americano.
Reconheça a importância da rede de transporte,
comunicação e circulação das mercadorias, pessoas e
informações na economia regional.
Compreenda as inovações tecnológicas, sua relação com
as atividades produtivas industriais e agrícolas e suas
consequências ambientais e sócias.
Entenda o processo de industrialização e a produção
agropecuária em relação com a apropriação dos recursos
naturais.
Reconheça a constituição de blocos econômicos,
considerando a influencia política e econômica na
regionalização mundial.
Compreenda a atual configuração do espaço geográfico
mundial em suas implicações sociais, econômicas e
políticas.
Compreenda que os espaços estão inseridos numa
218
ordem econômica e política global, mas também
apresentam particularidades.
Entenda a importância econômica, política e cultural do
comércio mundial.
Identifique as organizações socioespaciais na atuação
das organizações econômicas internacionais.
Relacione o desenvolvimento das inovações
tecnológicas nas atividades produtivas.
Dimensão política do
espaço geográfico
Forme e signifique os conceitos de paisagem, lugar,
região, território natureza e sociedade.
Reconheça as diferentes formas de regionalização do
espaço geográfico.
Aproprie-se dos conceitos de paisagem, lugar, região,
território natureza e sociedade.
Identifique o processo de formação do território brasileiro
e as diferentes formas de regionalização do espaço
geográfico.
Identifique a configuração socioespacial da América por
meio de leitura dos mapas, gráficos, tabelas e imagens.
Diferencie as formas de regionalização da América nos
diversos critérios adotados.
Compreenda a formação dos territórios e a
reconfiguração das fronteiras do continente americano.
Identifique a configuração mundial por meio de leitura dos
mapas, gráficos, tabelas e imagens.
Compreenda a atual configuração do espaço geográfico
mundial em suas implicações sociais, econômicas e
políticas.
Compreenda que os espaços estão inseridos numa
ordem econômica e política global, mas também
apresentam particularidades.
Entenda a importância econômica, política e cultural do
219
comércio mundial.
Identifique os conflitos étnicos e separatistas e suas
consequências no espaço geográfico.
Reconheça a reconfiguração de fronteiras e a formação
de novos territórios nacionais.
Dimensão cultural e
demográfica do espaço
geográfico
Entenda a transformação e a distribuição espacial da
população, como resultados de fatores históricos,
naturais e econômicos.
Entenda o significado dos indicadores demográficos
refletindo a organização espacial.
Identifique as manifestações espaciais dos diferentes
grupos culturais.
Identifique a diversidade regional e cultural construída por
diferentes povos.
Compreenda o processo de crescimento da população e
sua mobilidade pelo território.
Relacione as migrações e a ocupação do território
brasileiro.
Compreenda como a industrialização influenciou o
processo de urbanização brasileira.
Compreenda os fatores que influenciaram na mobilidade
da população e sua distribuição espacial.
Reconheça as configurações espaciais dos diferentes
grupos étnicos americanos em suas manifestações
culturais e em seus conflitos étnicos
Relacione as diferentes formas de apropriação espacial
com a diversidade cultural.
Compreenda como ocorreram os problemas sociais e as
mudanças demográficas geradas no processo de
industrialização.
Identifique a estrutura da população mundial e relacione
com as políticas demográficas adotadas nos diferentes
220
espaços.
Reconheça as motivações dos fluxos migratórios
mundiais.
Dimensão
socioambiental do
espaço geográfico
Localize-se e oriente-se no espaço geográfico através da
leitura cartográfica,
Entenda o processo de transformação dos recursos
naturais em fontes de energia.
Identifique áreas de proteção ambiental e sua importância
para a preservação dos recursos naturais.
Entenda como a industrialização acelerou a exploração
dos elementos da natureza e trouxe consequências
ambientais.
Estabeleça relações entre o uso de tecnologias nas
diferentes atividades econômicas e as consequêntes
mudanças nas relações sócio-espaciais e ambientais.
Compreender a formação, localização e a importância
estratégica dos recursos naturais para a sociedade
contemporânea.
Relacione as questões ambientais com a utilização dos
recursos naturais no mundo e no continente americano.
Entenda as consequências ambientais geradas pelas
atividades produtivas.
Analise as transformações na dinâmica da natureza
decorrentes do emprego de tecnologias de exploração e
produção.
8.10.6. Referências
ANDRADE, Manoel Correia de. Uma geografia para o século XXI. Papirus. Campinas: 1994.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretriz Curricular de Geografia. Curitiba: SEED, 2008.
MOREIRA, Rui. O que é geografia? Brasiliense. São Paulo: 1985.
221
RUA, João e outros. Para ensinar a geografia: Contribuição para o trabalho de 1º e 2º graus. Acess. Rio de Janeiro: 1993.
222
8.11. HISTÓRIA
8.11.1. Apresentação da Disciplina
A História tem como estudos os processos históricos relativos às ações e às
relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos
deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as relações
humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como estruturas sócio
históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de raciocinar, de
representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e
politicamente.
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos
de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas
sócio históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços
para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar também como objeto de
estudos, as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as
condições geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os
quais também se conformam a partir das ações humanas.
Neste contexto, a História deverá proporcionar ao educando a formação
necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades para a qualificação do
trabalho e do exercício pleno da cidadania, de forma crítica, responsável, consciente
e autônoma, onde ele seja capaz de interagir construtivamente na sociedade em que
vive, praticando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade humana, responsabilidade,
cooperação, justiça, diálogo, respeito mútuo, aplicando o conhecimento científico à
realidade em que vive, levando-a a autorrealização, fazendo uso do senso crítico,
sendo capaz de raciocinar, discernir e refletir sobre as situações decorrentes do dia-
a-dia, visando seu próprio desenvolvimento e a transformação do meio social em
que atua.
Assim, os conteúdos de História devem partir de uma visão tridimensional da
História – a História vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e
presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento
histórico acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos sistematizados
cientificamente pela sociedade. Estudar História significa buscar entendê-la como
223
processo e identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida,
abrindo espaço para que haja maior participação do mesmo na construção de seu
conhecimento.
Para que isso aconteça é necessário oferecer condições de ações compostas
entre a escola, a família e a comunidade efetivando a interação para execução de
projetos educativos, contando com o envolvimento de toda a comunidade escolar,
desenvolvendo a consciência crítica e observando os princípios que norteiam o meio
o qual o aluno vive e convive para que este torne-se agente transformador da
sociedade.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as
ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos
estruturantes propostos neste Plano Curricular: a dimensão política, a dimensão
econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos conteúdos, nessa
perspectiva, possibilita que o professor explore os novos métodos de produção do
conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de recortes temporais, do
conceito de documento, de sujeitos e de suas experiências, de problematização em
relação ao passado. Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o
permitam pensar historicamente, superando também a idéia de História como algo
dado, como verdade absoluta.
E ainda, o ensino de História deve dar conta de superar os desafios de
desenvolver o senso crítico, rompendo com a valorização do ensino enciclopédico.
Socializando a produção da ciência histórica, passando da reprodução do
conhecimento à compreensão das formas de como este se produz, formando o
homem político, capaz de compreender a estrutura do mundo da produção onde ele
se insere e nele interfere, considerando o aluno e o professor como sujeitos de seu
próprio conhecimento, numa constante elaboração e reelaboração, que se dá a
partir de necessidades e problemas cotidianos.
Percebe-se, assim, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não
somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a
construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção
conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Este é um
caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno e no professor ao
pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e
224
cidadãos construtores de um espaço público realmente democrático produzido por
uma ação social.
Para isto acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de
caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos
sócio históricos, as práticas dos alunos e dos professores inseridos no cotidiano do
universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das informações
advindas do mundo extra escolar através de uma conceitualização teórica rigorosa,
considerando, assim, a forma com que estes sujeitos sócio históricos entendam e
constroem a narrativa histórica (interpretações e explicações). Este rigor se refere a
um critério de verdade estruturado na historicidade do conhecimento científico, que
para Christopher Lloyd possui um duplo argumento:
Primeiro, a sociedade não é o único sistema histórico. O universo inteiro, incluindo os planetas, a geologia da Terra, a biosfera e evolução das formas de vida são históricos no sentido de apresentar processos específicos de mudanças. Em segundo lugar, a ciência não se caracteriza necessariamente pelo objetivo de descobrir leis. A forma da racionalidade, a estrutura do raciocínio, a reflexibilidade e a autocrítica, bem como a objetividade empírica, são características (...) essenciais. (LLOYD, 1995, p. 43).
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos
de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas
sócio históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços
para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar também como objeto de
estudos, as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as
condições geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os
quais também se conformam a partir das ações humanas.
As estruturas sócio históricas podem ser descobertas, interpretadas e
analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos tais
como as fontes históricas. Este confronto, dentro dos critérios realistas apontados
por Lloyd, pode modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em
relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas ao abordar o objeto de
estudo. Nessa concepção as teorias e as metodologias não são somente formas
discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio histórica do objeto de
estudo (no caso, a ação humana na formação das estruturas sócio históricas que a
limitam e a modelam) enquanto elemento relativamente autônomo em relação à
225
realidade complexa e total. É neste espaço, portanto, que ocorre a tematização dos
conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto empírico e o aspecto
teórico conceitual do conhecimento histórico.
Por fim,
... ensinar e aprender história requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão: o papel formativo de história. Devemos pensar sobre a possibilidade educativa da história, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política e cultural. A relação ensino-aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (FONSECA, 2003, p. 37-38).
A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas para
descobertas de relações humanas, e causalidades internas que buscam
compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.
A finalidade da História é expressa no processo de produção do
conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada
para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da
compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não
significa relativismo teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou
interpretações para um determinado fato, algumas delas são mais válidas
historiograficamente do que outras. Esta validade é constituída pelo estado atual da
ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método. O conhecimento histórico
possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação, construído a partir
das experiências dos sujeitos.
A Nova História Cultural se utiliza das categorias de representação e
apropriação para a produção do conhecimento histórico. Representação,
considerada a pedra angular da Nova História Cultural, conceito superior ao de
mentalidade, é entendida como as diferentes formas através das quais as
comunidades, partindo de suas diferenças sociais e culturais, percebem e
compreendem sua sociedade e sua própria história.
A apropriação, por sua vez, “tem por objectivo [sic.] uma história social das
interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são
226
sociais, institucionais e culturais) e inscritas nas práticas específicas que as
produzem” (CHARTIER, 1987, p. 26.).
Ao optar pelas contribuições das correntes historiográficas identificadas como
Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa como referenciais teóricos das
diretrizes curriculares de História, objetiva-se propiciar aos alunos, ao longo da
Educação Básica, a formação da consciência histórica genética. Nesta corrente
historiográfica a cultura é entendida de forma integrada aos modos de produção e
não como mero reflexo da infraestrutura econômica de uma sociedade. Nessa
perspectiva, existiria uma relação dialética entre a cultura e as estruturas sociais.
O ensino de História tem que estar em sintonia com as atuais correntes
historiográficas para que o aluno perceba a flexibilidade das ciências humanas, em
constante construção, por não serem exatas estão sujeitas a superação, a novas
formulações, tornando ainda mais complexas realidades sociais múltiplas,
conflituosas, descontinuas. Há um permanente debate e não existem possibilidades
que apontem para um consenso.
Temas sociais que no passado eram ignorados pela historiografia, hoje
ganham relevância. A história do cotidiano valoriza e possibilita novas percepções
na vida das classes trabalhadoras, mulheres, crianças, grupos étnicos, neste
aspecto as fontes de pesquisa tornam-se mais abrangentes, considerando textos,
imagens, cartas pessoais, relatos orais, objetos ... possibilitando aos professores
direcionamento de pesquisas envolvendo e valorizando os alunos como sujeitos de
um contexto amplo. Isso reforça e fortalece a posição de que as formas de estudar o
passado são plurais e estão relacionadas com o presente. Esta perspectiva dá a
História importância social de contribuir para a construção da identidade do aluno,
desenvolvendo um sentimento de pertencimento a nação de um mundo “civilizado”.
Nesta perspectiva é valorizado o conceito de experiência, ideia que se
contrapõe ao pensamento dicotômico base/estrutura. Os historiadores dessa
corrente teórica consideram a subjetividade, as relações entre as classes e a cultura.
Defendem, ainda, que a consciência de classe se constrói nas experiências
cotidianas comuns, a partir das quais são tratados os comportamentos, valores,
condutas, costumes e culturas.
Outro conceito fundamental é o de poder, onde a Nova Esquerda Inglesa
busca superar a visão mecânica e reducionista de uma corrente tradicional marxista
que prescrevia uma História linear em direção a uma revolução, e ainda uma
227
História tradicional calcada em fatos históricos determinados e aliados a figuras de
heróis. Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa procuraram analisar a concepção
de poder de forma a apresentar outros atores sociais e outros espaços de poder, o
que ficou conhecida como a "história vista de baixo".
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa elegeram a classe trabalhadora
como personagem central de seus estudos. O conceito de classe social e de luta de
classes fundamentais para o pensamento marxista, são ampliados por essa
historiografia, à medida em que seus estudos não reduzem a explicação histórica ao
aspecto econômico. Nessa perspectiva, percebem a classe trabalhadora a partir do
conceito de experiência, envolvendo dialeticamente o econômico, o cultural e o
social. Ao que se refere a conceitos fundamentais do marxismo como o de luta de
classes, esta corrente historiográfica amplia o seu significado, passando a
considerar não só a luta entre classes, mas a luta dentro de uma mesma classe.
Portanto, a aprendizagem caminhará de mãos dadas com o interesse em
relação a cada fato exposto, uma vez que o aluno deverá se colocar como agente
construtor da História.
8.11.2. Objetivos Gerais
Busca-se no ensino da História a compreensão do processo histórico relativo às
permanências e às transformações temporais dos modelos culturais e a
compreensão da vida social em toda sua complexidade, para que o aluno tenha a
formação da consciência histórica, ajudando-o a ser um cidadão participativo nas
questões sociais e políticas do seu meio.
Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e mulheres e
sua relação dialética com a produção material, valoriza a possibilidade de luta e
transformação social. Justifica-se assim a concepção de História que se pretende, a
qual não se vincula às teorias deterministas da estrutura, nem às teorias
voluntaristas da consciência que reduzem a produção historiográfica à categoria de
ficção.
Desta forma propõe-se a estabelecer articulações entre abordagens teórico-
metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição entre elas, por
entender que esse é um caminho possível para o ensino de História, uma vez que
228
possibilita aos alunos compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos
dão às mesmas.
8.11.3. Objetivos Específicos
Estudar os processos históricos relativos as ações e as relações
humanas praticadas no tempo, nem como os sentidos que os sujeitos
deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações;
Entender as ações dos sujeitos históricos como estruturas sócio
históricas, ou seja, formas de agir, e pensar, de racionar, de representar,
de imaginar, de instituir. Portanto, de se relacionar social, cultural e
politicamente;
Considerar como objetos de estudo as relações dos seres humanos com
os fenômenos naturais – condições geográficas, físicas e biológicas – de
uma determinada época e local.
Configurar uma consciência histórica exemplar, onde o estudante poderá
expressar suas experiências do passado e seus valores;
Compreender a vida social a partir de uma consciência histórica
genética, que enfatiza as permanências e as transformações temporais
dos modelos culturais;
Permitir que o aluno elabore conceitos, que permitam pensar
historicamente, superando também a idéia de História como algo dado,
como verdade absoluta;
Identificar a importância da dimensão local na construção do
conhecimento do passado;
Situar acontecimentos históricos e verificar a relação entre os fatos de
dimensão local na construção do conhecimento do passado;
Reconhecer que o conhecimento histórico é parte de um conhecimento
interdisciplinar;
Compreender que as histórias individuais são partes integrantes de
histórias coletivas;
Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos
tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas,
229
políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles,
continuidades e descontinuidades, conflitos e contradições.
Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos
históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do
homem como agente ativo do processo.
Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
Construir a identidade social e individual, visando um maior
conhecimento da realidade dos povos bem como seus costumes
podendo assim compreender como a nossa sociedade chegou onde nos
encontramos.
Conhecer o processo histórico com o objetivo de conhecer nosso
passado para poder encaminhar nossa sociedade para um promissor
futuro.
8.11.4. Conteúdos
Os conteúdos estruturantes foram definidos como saberes (conhecimentos de
grande amplitude, conceitos ou práticas) que identificam e organizam os campos de
estudos de uma disciplina escolar, constituem-se historicamente e são legitimados
socialmente por isso não são sempre os mesmos.
Como princípio básico para o ensino fundamental é o reconhecimento das
características de seus alunos considerando as diferentes experiências com o
conhecimento sistematizado.
Com os conteúdos estruturantes o enfoque passa a ser a compreensão do
objeto e a organização nos campos de estudo da disciplina de História, a fim de
atender a Proposta Curricular aqui apresentada: Trabalho, Poder e Cultura.
No trabalho, o estudo refere-se aos primeiros passos da organização dos
povos, e a experiência humana no tempo, suas diferentes trajetórias e
desenvolvimentos e primeiros contatos com o trabalho e também relações com o
comércio. Na Idade Média, os senhores feudais fazem com que o trabalhador ou
servo seja obrigado a apenas obedecer e não questionar. O século XIV surge com
muitas descobertas como a chegada do europeu na América, ligados também a
230
cultura, vigorando agora uma concepção de História Critica, onde o cidadão passa a
fazer parte da História como agente transformador.
O poder está sempre permeando as ações do homem no tempo, desde o
momento que surgem as classes, surgem os poderosos e os explorados. O Estado
surge para gerenciar os interesses das Nações, e acaba fazendo um papel não de
gerenciador, mas de opressor nas Nações, e ditador de regras que interessam
apenas ao Estado e não ao cidadão. Essa necessidade de poder cada vez maior,
faz com que a humanidade fique a beira da ruína. O ser humano passa agir em
função de conseguir o poder, sem preocupar-se com os meios, contando que
cheguem ao seu objetivo: Poder.
A Cultura será essencial para que o estudo dos conteúdos estruturantes
sejam bem feitos, pois ela explicará em vários lugares e em tempos diferentes, essa
necessidade do ser humano querer cada vez mais poder. Ao se propor a cultura
com dimensão para estudo da História entende-se essa dimensão em que aquela
que o indivíduo se permite conhecer os conjuntos de significados que os homens
conferiam a sua realidade para explicar o mundo, bem como as culturas locais e a
cultura comum e as culturais que foram desenvolvidas na formação das diferentes
sociedades ao longo do tempo.
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
A experiência
humana no
tempo.
Os sujeitos e
suas relações
com o outro no
tempo.
As culturas locais
e acultura
Produção do conhecimento Histórico
O historiador e a produção do
conhecimento histórico;
Tempo e temporalidade;
Fontes, documentos;
Patrimônio material e imaterial;
Pesquisa.
Articulação da História com outras áreas
do conhecimento
231
comum. Arqueologia, antropologia, paleontologia,
geografia, geologia, sociologia, etnologia,
entre outras.
Humanidade e História:
De onde viemos, quem somos, como
sabemos?
Arqueologia no Brasil:
Lagoa Santa: Luzia (MG);
Serra do Capivari (PI);
Sambaquis (PR);
Humanidade e História:
Teorias do surgimento do homem na
América;
Evolução do ser humano: Períodos
Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.
Desconstrução do conceito de pré-
história;
Povo ágrafos, memória e história oral.
Povos indígenas no Brasil, no Paraná e
em Campo Largo
Ameríndios do território brasileira
Kaigang, Guarani, Xetá e Xokleng.
As primeiras civilizações na América:
Olmecas, Mochicas, Tiwanacus, Maias,
Astecas e Incas;
Ameríndios da América do Norte
As primeiras civilizações na África,
Europa e Ásia:
Mesopotâmia, Egito, Nubia e Mali;
Fenícios, Hebreus, gregos e romanos.
Europa Medieval:
Surgimento do feudalismo na Europa e
suas características;
232
A Igreja Medieval.
A chegada dos Europeus na América
(des) encontros de culturas;
Resistência e dominação;
Escravização;
Catequização.
Península Ibérica nos séculos XIV e XV:
cultura, sociedade e política
Reconquista do território;
Religiões: judaísmo, cristianismo e
islamismo;
Comércio (África, Ásia, América e
Europa).
Formação da sociedade brasileira e
americana:
América portuguesa;
América espanhola;
América franco-inglesa;
Organização político administrativa
(capitanias hereditárias, sesmarias);
Manifestações culturais (sagrado e
profano);
Organização social (família patriarcal e
escravismo);
Escravização de Indígenas e africanos;
Economia (pau-brasil, cana-de-açúcar e
minérios);
Os reinos e sociedades africanas e os
contatos com a Europa:
Songai, Benin, Ifé, Congo, Monomotapa
(Zimbabwe) e outros;
Comércio
Organização político-administrativa;
233
Manifestações culturais;
Organização social;
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
As relações de
propriedade.
A constituição
histórica do
mundo do campo
e do mundo da
cidade.
As relações entre
o campo e a
cidade.
Conflitos e
resistências e
produção cultural
campo/ cidade.
Expansão, consolidação e colonização do
território:
Missões
Bandeiras
Invasões estrangeiras
Conteúdos Complementares:
Consolidação dos estados nacionais
europeus e a Reforma Pombalina
Consolidação dos Estados Nacionais
Europeus
Reforma Protestante e a Contrarreforma.
Renascimento Cultural e Humanismo.
O Iluminismo
Colonização do território “paranaense” –
História do Paraná:
Economia (ciclos: ouro, madeira);
Organização social;
Manifestações culturais;
Organização político-administrativa.
Movimentos de contestação:
Quilombos (Campo Largo,PR e BR);
Irmandades: manifestações religiosas-
sincretismo;
Revoltas Nativistas: Guerra dos
234
Mascates, Revolta de Filipe dos Santos,
Revolta da Cachaça;
Movimentos de Libertação Colonial:
Inconfidência Mineira e a Conjuração
Baiana.
Conteúdos Complementares:
Independência das Treze Colônias
Inglesas da América do Norte.
Conhecer os fatores que levaram as
Treze Colônias a romperem com a
Metrópole.
Conhecer como se deu a independência
das Treze Colônias.
Caracterizar a Constituição norte-
americana.
Revolução Inglesa;
Revolução Francesa;
Comuna de Paris
Invasão Napoleônica na Península
Ibérica.
Chegada da família real ao Brasil:
De Colônia a Reino Unido;
Missões artístico-científicas;
Biblioteca Nacional;
Banco do Brasil;
Urbanização da capital;
Imprensa Régia.
O Processo de Independência do Brasil:
Governo de D. Pedro I;
Constituição outorgada de 1824;
Unidade territorial;
Manutenção da estrutura social;
Confederação do Equador;
235
Província Cisplatina;
Haitinismo;
Revoltas regenciais: Malês, Sabinada,
Balaiada, Cabanagem, Farroupilha.
Conteúdos Complementares:
O processo de independência das
Américas: Haiti
Lutas pela independência na América
Espanhola: México, América Central,
América do Sul: Paraguai, Uruguai,
Argentina
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
História das
relações da
humanidade com
o trabalho.
O trabalho e a
vida em
sociedade.
O trabalho e as
contradições da
modernidade.
O trabalhadores
e as conquistas
de direito.
A Construção da Nação (Segundo
Reinado):
Papel político de D. Pedro II.
O café e a extinção do tráfico negreiro;
abolição.
Lei dos Sexagenários, Ventre Livre e Lei
Áurea.
Lei de Terras, Lei Eusébio de Queirós –
1850;
Início da imigração europeia;
A queda do Império;
Movimento e Proclamação da República;
Questão Militar, Questão Religiosa e a
Questão Abolicionista.
Revolução Industrial e relações de
trabalho (séc. XIX e XX):
236
Doutrinas Socialistas: Utópico, Cristão,
Científico ou Marxista e o Anarquismo.
Cartismo e Ludismo.
Taylorismo, fordismo e toyotismo.
Emancipação Política do Paraná – 1853:
Economia: ouro, tropeirismo, erva mate,
madeira e café;
Organização social e as manifestações
culturais;
Organização político-administrativa;
Vinda dos escravos africanos;
Diversas manifestações culturais negras e
indígenas;
O Imperialismo Europeu do século XIX:
Colonialismo e neocolonialismo.
O Imperialismo na África e na Ásia.
A Independência dos Estados Unidos:
Os Estados Unidos no século XIX.
A Guerra de Secessão.
A expansão territorial.
Os Estados Unidos no final do século XIX
e sua política imperialista.
Os Primeiros anos da República:
República da Espada.
República Velha.
Oligarquia e coronelismo.
Movimentos messiânicos: Revolta de
Canudos e a Revolta do Contestado.
Propriedade privada e a grilagem de
terras na região do Contestado.
Revolta de Vacina e urbanização do Rio
de Janeiro;
Revolta da Chibata.
237
A Revolução Mexicana.
Conteúdos Complementares:
Primeira Guerra Mundial.
Revolução Russa.
Caracterizar a Rússia antes da Revolução
de 1917.
Conhecer a luta do povo por uma
Constituição e a reação do governo que
resultou no Domingo Sangrento.
Identificar o governo liberal burguês
Conhecer a política de Lênin e Stálin.
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
A constituição
das instituições
sociais.
A formação do
Estado.
Sujeitos, Guerras
e Revoluções.
A Semana de 22 e o repensar da
nacionalidade
política,
administrativa e as manifestações
culturais;
Coluna Prestes.
Conteúdos Complementares:
Crise de 29.
A Revolução de 30 e o período Vargas
(1930-45):
Democracia populista no Brasil.
Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek,
Jânio Quadros e João Goulart.
Leis trabalhistas;
Voto feminino;
A propaganda populista;
238
Ascensão dos Regimes Totalitários na
Europa.
O Fascismo na Itália.
O Nazismo na Alemanha.
Movimentos populares na América Latina.
Cárdenas – México;
Perón – Argentina
Segunda Guerra Mundial:
Participação do Brasil na II Guerra
Mundial.
Conteúdos Complementares:
A Descolonização da África e da Ásia.
Guerra Fria.
Os Estados Unidos – a grande potência
mundial.
A expansão da União Soviética.
O bloqueio de Berlim.
Os principais conflitos da Guerra Fria.
Construção do Paraná Moderno:
Governos de: Manoel Ribas, Moysés
Lupion, Bento Munhoz da Rocha, Ney
Braga.
Frentes de colonização do Estado,
criação da estrutura administrativa da
COPEL, Codepar, Banestado, Sanepar...
Movimentos culturais.
O Regime Militar no Brasil e no Paraná:
Golpe de 64.
Repressão e censura, uso ideológico dos
meios de comunicação; futebol, cinema,
teatro.
Itaipu, Sete Quedas e a questão da terra.
Movimentos de Contestação no Brasil:
239
A resistência armada;
Tropicalismo;
Jovem Guarda;
Sindicalismo;
O movimento estudantil.
Conteúdos Complementares:
Movimentos de contestação no mundo:
o Maio de 68 – França;
o Movimento negro;
o Movimento hippie;
o Movimento homossexual;
o Movimento feminista;
o Movimento punk;
o Movimento ambiental.
Paraná no contexto atual – década de 90
e início do século XXI;
Redemocratização:
Constituição de 1988;
Movimentos populares rurais e urbanos;
MST, MNLM (Movimento Nacional de
Luta pela Moradia), CUT(Central Única
dos Trabalhadores), Marcha Zumbi dos
Palmares, etc..
Mercosul e ALCA.
Conteúdos Complementares:
Fim da bipolarização mundial.
Desintegração do bloco socialista;
Neoliberalismo;
Globalização;
11 de setembro – EUA.
África e América Latina no contexto atual.
240
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
Trabalho
Escravo, Servil,
Assalariado e o
Trabalho Livre.
Urbanização e
industrialização
O Estado e as
relações de
poder
Os sujeitos, as
revoltas e as
guerras
Movimentos
sociais, políticos
e
culturais e as
guerras e
revoluções
Cultura e
religiosidade
Abordagem central
A História entre a ciência e a filosofia
Conteúdos vinculados
O que é história?
Construção da ciência da história
Existe o tempo?
Para que serve a história
Abordagem central
O surgimento do ser humano e da
civilização
Conteúdos vinculados
África berço da humanidade
Migrações euro-asiáticas e para a América
o povoamento do mundo
Revolução agrícola e o nascimento das
civilizações
(Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais)
Organização social no mundo antigo:
O Estado teocrático
Sociedades matriarcais
Sociedades patriarcais
O trabalho: escravo e livre
Religiosidade/mitologia
(Mesopotâmia, Egito/Núbia, hebreus,
fenícios, persas, chineses, olmecas)
Abordagem central
Pindorama uma terra repleta de palmeiras
O mundo antigo
Conteúdos vinculados
241
Mitos de origem dos principais grupos de
indígenas
o processo de transformação da natureza
(tecnologias)
os costumes
a importância da mandioca
a educação das crianças (Arawakes,
Karibes, Tupis e Jês)
Abordagem central
Grécia e Roma – modelos do mundo
ocidental?
Conteúdos vinculados
A filosofia grega (importância do Egito
nessa construção)
Educação, a família e a mulher
mundo escravo
Propriedade da terra – divina ou privada?
a expansão romana e o encontro com
outras culturas
A cristianização
Abordagem central
O império da Igreja cristã na Europa
Conteúdos vinculados
Feudalismo e poder da Igreja na Idade
Média
Ruralização da economia
Cruzadas: encontro Oriente e Ocidente
Império Bizantino
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
242
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
Trabalho
Escravo, Servil,
Assalariado e o
Trabalho Livre.
Urbanização e
industrialização
O Estado e as
relações de
poder
Os sujeitos, as
revoltas e as
guerras
Movimentos
sociais, políticos
e
culturais e as
guerras e
revoluções
Cultura e
religiosidade
Abordagem central
Grandes civilizações americanas
Conteúdos vinculados
Maias
Astecas
Incas
Tupi-guarani
Abordagem central
África
Conteúdos vinculados
Sociedades subsaarianas:
Tribos
Cidades-estados
Reinos e impérios
Reino de Axum (Etiópia)
Grande Zimbabwe
Abordagem central
Terras ou dinheiro? O mundo ocidental
entre a nobreza e a burguesia.
Conteúdos vinculados
A riqueza do Oriente: novas tecnologias
(imprensa) novas culturas
O poder absolutista, o mercantilismo e o
Sistema Colonial
A burguesia e sua nova visão de mundo
(Renascimento, Reforma Religiosa,
Colonização da América e da África e da
Ásia)
Abordagem central
Encontro de culturas:
os ameríndios e os espanhóis
os ameríndios e os portugueses
os negros africanos e os portugueses
243
Conteúdos vinculados
Os negros africanos e os portugueses
O Sistema Colonial Espanhol
Resistência e extermínio dos ameríndios
Paraná espanhol (Revolta de Guairacá, os
jesuítas e a escravização indígena)
A colônia como produtora de riqueza p/a
metrópole: organização do Sistema
Colonial
A escravidão africana
Resistência à escravidão
Sociedade patriarcal para a elite. E o
resto?
Abordagem central
Brasil: liberdade ou dependência?
Conteúdos vinculados
Processo de independência do Brasil
A luta entre o liberalismo e o
conservadorismo
Revoltas de elite e populares
Houve de fato abolição da escravidão?
Abordagem central
Capital e Trabalho
Conteúdos vinculados
Revolução industrial
Mudança na forma de trabalho
Exploração: mais-valia
Expansão imperialista e colonialista
A partilha da África
Contestação ao capitalismo
3ª SÉRIE
244
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Relações de
trabalho
Relações de
poder
Relações culturais
Trabalho
Escravo, Servil,
Assalariado e o
Trabalho Livre.
Urbanização e
industrialização
O Estado e as
relações de
poder
Os sujeitos, as
revoltas e as
guerras
Movimentos
sociais, políticos
e
culturais e as
guerras e
revoluções
Cultura e
religiosidade
Abordagem central
Fim do Brasil Império e a República
Conteúdos vinculados
A queda do Império
Proclamação da República
A República da Espada
Revolução Federalista
Cerco da Lapa no Paraná
O poder das oligarquias e o coronelismo
Contestado
Propriedade privada e a grilagem de terras
na região do Contestado.
Abordagem central
Mundo em guerra
Conteúdos vinculados
Primeira Guerra Mundial
A Política das alianças
O desenrolar da guerra
1917 o ano das mudanças
Os Tratados de Paz
Revolução Russa
Crise de 1929
Segunda Guerra Mundial
Crise do Liberalismo
Tensão Internacional
Nazismo
Fascismo
1ª e 2ª fases da guerra
O pós-guerra: os Tratados de Paz, a ONU
e as divergências entre os vencedores
Oposição capitalismo x comunismo:
245
Guerra Fria
Descolonização da África e Ásia
República Popular da China
Revolução em Cuba
Brasil contemporâneo:
Era Vargas e a política nacionalista
Período democrático no Brasil
Ditadura Militar
Abertura política
Os governos neoliberais e o impacto social
América Latina no século XX
Ditaduras militares e resistência
Democratização e dependência
Alternativas sustentáveis
A hegemonia do EUA
As políticas estadunidenses para o mundo
Neocolonialismo
Fundamentalismo religioso e o confronto
com o Oriente Médio
8.11.5. Metodologia
A proposta curricular do Ensino de História propõe-se a estabelecer articulações
entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e
até a oposição entre elas, uma vez que possibilita aos alunos compreender as
experiências e os sentidos que os sujeitos dão às mesmas. Por exemplo, a macro-
história e a micro-história são abordagens que podem ser combinadas: uma história
das experiências ligadas ao sofrimento e à miséria, sempre injustos, de uma
localidade, de uma família, de um indivíduo mostra pontos de vista e ações de um
determinado passado que permitem uma reavaliação dialética das explicações
macro-históricas, as quais analisam e propõem ações que visam à superação das
condições de vida dos sujeitos do presente, apontando para expectativas futuras.
246
Entende-se que a consciência histórica é uma condição da existência do
pensamento humano, pois sob esta perspectiva os sujeitos se constituem a partir de
suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a
consciência histórica é inerente à condição humana em toda a sua diversidade.
Por meio do encaminhamento metodológico se busca a formação de uma
consciência histórica, tendo como conteúdos estruturantes as dimensões política,
econômica-social e cultural, bem como a ênfase na História do Brasil como
conteúdos específicos.
No processo da aprendizagem o aluno deverá ter estímulo para discernir
limites e possibilidades de atuação na permanência ou transformação, comparando
presente e passado e percebendo-se como agente transformador da sociedade.
Dentro da disciplina de História, o professor deve desenvolver no aluno a
capacidade de observar, de extrair informações e interpretar algumas características
da realidade em seu entorno, de estabelecer relações e confrontações entre
informações atuais e históricas de forma crítica e reflexiva, de datar e localizar as
suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e, em certa medida,
poder relativizar questões específicas de sua época, confrontando opiniões e
possibilitando-o a ter acesso as novas informações. Nesse contexto, se faz
necessário o uso da tecnologia na escola a ser incorporada à prática pedagógica
favorecendo a aprendizagem do aluno. A tecnologia da informação servirá como
ferramenta de ligação entre professores e alunos, possibitando-os a trocar
experiências e conhecimentos, num movimento de refletir e refazer, favorecendo o
desenvolvimento pessoal, profissional e grupal, bem como a compreensão da
realidade.
Para isso faz-se necessário o uso das seguintes ferramentas tecnológicas:
Laboratório de informática, TV pen-drive, rádio, aparelho de DVD, MP3, cartão
memória e outros.
O ensino de História na Educação Básica, pode se beneficiar da corrente
historiográfica, na medida em que esta valoriza a diversificação dos documentos
(imagens, canções, objetos arqueológicos, entre outros), na construção do
conhecimento histórico, permitindo também relações interdisciplinares com outras
áreas do conhecimento.
Da mesma forma, a abordagem local, assim como os conceitos de
representação, prática cultural, apropriação, por um lado, e circularidade cultural e
247
polifonia, por outro lado, possibilitam aos alunos e aos professores, tratarem esses
documentos através de problematizações mais complexas em relação à história
tradicional, desenvolvendo uma consciência histórica que leve em conta a
diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do
conhecimento histórico.
Através de atividades variadas (individuais ou em grupos) os alunos
realizarão análise e sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revista,
documentários. As estratégias devem-se voltar para estimular o trabalho docente
transformando-se mais atraente, dinâmico suscitando a criatividade, o confronto de
idéias e o espírito crítico do aluno.
Haverá muito incentivo à pesquisa como forma de despertar no aluno o gosto
pela leitura e por novas descobertas, o interesse em adquirir novos conhecimentos
além dos adquiridos em sala de aula. Estudo do meio (visitas a museus, fábricas,
cidades históricas, reservas biológicas, bibliotecas), procurando comparar o
conhecimento teórico com os dados obtidos em campo.
Os educandos farão leituras críticas dos conteúdos vinculados pelo texto
básico, trabalho de reflexão e produção de comentários, a partir de imagens (mapas,
fotos, desenhos, obras de arte), produção de textos conceituais, poéticos e
narrativos, a respeito e temas históricos, confecção de jornais e histórias em
quadrinhos para estimular a criatividade do aluno além de utilizar debates em duplas
e em equipes para maior engrandecimento do assunto.
Através do uso contínuo de diversas fontes históricas o educando poderá
compreender melhor a sociedade contemporânea e nela situar-se, de modo a
perceber-se como agente transformador da sociedade, atuante, participativo e
consciente.
No Ensino Fundamental deve-se fazer o encaminhando metodológico
partindo-se da “problematização dos conhecimentos” utilizando-se da produção
historiográfica e as várias linguagens de história como caricaturas, imprensa e
outros, para que ao chegar no Ensino Médio o aluno tenha condições de discutir a
produção do conhecimento histórico de forma crítica .
Os conteúdos de História devem partir de uma visão tridimensional da História
– a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e presente.
A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento histórico
acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos sistematizados
248
cientificamente pela sociedade. Estudar História significa buscar entendê-la como
processo e identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as
ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos
estruturantes propostos nesta Proposta Pedagógica Curricular : a dimensão política,
a dimensão econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos conteúdos,
nessa perspectiva possibilita que o professor explore os novos métodos de produção
do conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de recortes temporais, do
conceito de documento, de sujeitos e de suas experiências, de problematização em
relação ao passado. Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o
permitam pensar historicamente, superando também a idéia de história como algo
dado, como verdade absoluta.
Em relação ao Ensino Fundamental, o encaminhamento metodológico deve
ainda ter coerência de desenvolver os conteúdos de forma crítica e reflexiva,
levando o aluno a perceber-se como peça importante no processo histórico
reconhecendo-se como agente transformador da história. Para isso, o aluno fará as
atividades individuais, em duplas ou em grupos o que possibilitará analises e
sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revistas, documentários, etc. O método
de trabalho focará o incentivo a pesquisa como forma de despertar no aluno o gosto
pela leitura, por novas descobertas e o interesse em adquirir novos conhecimentos
conseguidos em fontes como imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos,
fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas, são documentos que
podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do
conhecimento histórico.
Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de aula proporciona
a produção de conhecimento histórico quando usado como fonte na qual buscam-se
respostas para as problematizações anteriormente formuladas. Assim os
documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o questionamento
dos conceitos já construídos.
8.11.6. Avaliação
249
A avaliação na disciplina de História objetiva favorecer a busca da coerência entre a
concepção de História defendida e as práticas avaliativas que integram o processo
de ensino de aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar colocada a
serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das
ações pedagógicas, e não como um elemento externo a este processo.
Através da avaliação, o professor identifica as apreensões de conteúdo,
conceitos e atitudes, como conquistas dos alunos, comparando o antes, o durante, e
o depois. Assim, este caráter diagnóstico possibilita ao professor se auto-avaliar
como docente, refletindo sobre as intervenções metodológicas e buscando outras
possibilidades para atuação no processo de aprendizagem dos alunos.
Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica sejam mais
bem implementadas na continuidade do processo de ensino e aprendizagem, faz-se
necessário que sejam realizadas a partir do diálogo entre alunos e professores,
envolvendo questões relativas aos critérios adotados, a função da avaliação a partir
da tomada de decisões a partir do que foi constatado de forma individual ou coletiva.
Assim, a aprendizagem e a avaliação poderão ser compreendidas como um
fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo, processual, e diversificado,
permitindo uma análise crítica das práticas que podem ser constantemente
retomadas pelo professor e pelos alunos.
Retomar a avaliação com os alunos, permite ainda situá-los como parte de
um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vista
aprendizagem de todos.
O processo avaliativo ocorrerá de diversas formas tais como: prova descritiva
e objetiva; seminários; produção de história em quadrinhos; análise de filmes;
análise de artigos de jornais, revistas e documentários; interpretação de músicas,
paródias e charges; leitura de imagens iconográficas; elaboração de trabalhos
individual ou em grupos, oral ou escrito; confecção de cartazes e folders.
Como os alunos possuem ritmos e outras características diferenciadas,
também temos que diversificar esses instrumentos de avaliação, pois existem alunos
que são portadores de necessidades especiais e merecem uma avaliação
diferenciada.
Para o desenvolvimento do pensamento crítico, a avaliação deverá propor
situações que permitam aos alunos estabelecerem relações entre sociedades
estudadas, detectando as semelhanças e diferenças, exercitando assim a reflexão
250
acerca das mudanças e permanências que se estabelecem entre temporalidade
distintas.
A seguir alguns critérios a serem observados pelo professor que permitam
analisar se os conteúdos e conceitos históricos estão sendo apropriados aos alunos:
compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base em um
método de problematização de diferentes fontes documentais, a partir das
quais o pesquisador produz a narrativa histórica;
explicitam o respeito da diversidade étnico-racial, religiosa, social e
econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que os
constituíram;
compreender a História como prática social, da qual participam como
sujeitos históricos de seu tempo;
reconhecem que o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o
estudo das diferentes dimensões e contextos históricos propostos para
este nível de ensino.
Critérios de avaliação:
6º Ano
Perceber que a História é a ciência que estuda as ações humanas no
tempo;
Perceber que os calendários e os relógios são invenções humanas feitas
para medir o tempo;
Conhecer as ciências auxiliadoras para a construção do conhecimento
histórico;
Conhecer a origem dos primeiros povoadores da América, o caminho
usado por eles e quando começaram a chegar no continente
americano;
Conceituar sambaqui e caracterizar a vida dos seus habitantes;
Analisar as comunidades existentes primitivas na América pré-
colombiana e no Brasil.
Comparar os períodos da Pré-história: Paleolítico e Neolítico e o
surgimento das civilizações.
Perceber a composição étnica do Brasil atual.
Analisar a importância da agricultura no processo de sedentarização do
251
homem.
Relacionar a importância dos grandes rios para o surgimento da
civilização.
Descrever as principais características socioeconômicas das
civilizações.
Compreender a importância da civilização fenícia na história da escrita.
Analisar as características econômicas, sociais e políticas de Atenas e
Esparta.
Analisar o legado cultural dos gregos e romanos à civilização ocidental.
Compreender a importância do escravismo para a consolidação da
economia romana.
Enfatizar não só o poder, vida material, mas também a forma de pensar
da época.
Entender o surgimento e a expansão do cristianismo.
Destacar o pensamento medieval e o feudalismo, enfatizando relações
de trabalho, o papel da Igreja, o imaginário feudal.
Destacar aspectos e contribuições do período cultural da Idade Média.
Compreender o porquê a Igreja se tornou à instituição mais poderosa da
Europa Medieval.
Compreender o relativo desinteresse de Portugal pelo Brasil nos
primeiros anos de nossa história;
Analisar e compreender o comportamento social econômico na época do
Brasil colonial e sua influência cultural no Brasil atual;
Reconhecer as práticas e lógicas do sistema colônia, entendendo a sua
economia, diversidade e realidade da sociedade brasileira;
Saber porque deu o início à colonização do Brasil;
Caracterizar o modo de vida indígena;
Caracterizar a escravidão do africano no Brasil e avaliar a importância
do tráfico negreiro para a adoção dessa forma de trabalho;
Assinalar que no Brasil colonial, os jesuítas atuaram como defensores
da escravidão do negro e como desestruturadores da sociedade
indígena.
Perceber a composição étnica do Brasil atual.
252
Descrever a forma como se deu a exploração do pau-brasil e a
importância para o comércio na Europa.
Compreender a adoção do sistema de capitanias hereditárias no Brasil.
Enumerar as razões da escolha do açúcar para iniciar a colonização do
Brasil.
Explicar a participação holandesa na empresa açucareira montada no
Brasil.
Compreender as consequências da União Ibérica para o Brasil.
Reconhecer a importância da terra para os povos indígenas e o papel
deste na exploração do pau-brasil.
Reconhecer os fatores que levaram Portugal a decidir pela economia
canavieira para iniciar o processo de colonização do Brasil.
Ressaltar a participação dos escravos negros na economia açucareira
do Brasil.
Localizar a região onde foram explorados o ouro e as pedras preciosas
no Brasil do século XVIII.
Analisar as transformações no Brasil provocadas pela mineração.
Perceber que a população brasileira, embora predominantemente
mestiça, já estava subordinada à cultura do homem branco desde o
período colonial.
Estimular a reflexão sobre a organização social, administrativa,
econômica das sociedades africanas.
Compreender que a cultura colonial brasileira compõe-se da fusão das
culturas indígena, africana europeia.
Conhecer as principais manifestações culturais e artísticas das
sociedades africanas.
Evidenciar os fatores que levaram à expansão territorial brasileira.
Caracterizar o movimento das bandeiras.
Reconhecer as bandeiras como expedições para o apresamento dos
indígenas.
Mostrar como as bandeiras passaram a se dedicar à procura do ouro.
Conceituar nação.
Identificar os principais meios que os reis usaram para o fortalecimento
253
7º Ano
do poder.
Caracterizar o Estado Absolutista.
Conhecer as correntes de pensadores para explicar a origem do Estado
Absolutista.
Relacionar a crise da Igreja com a Reforma Religiosa.
Conhecer as principais ideias de Lutero, Calvino.
Identificar como se processou o movimento reformista na Inglaterra.
Conhecer como se processou a Reforma da Igreja Católica.
Reconhecer as principais características do pensamento humanista e
renascentista.
Comparar a Idade Média com o Renascimento e perceber as mudanças
e as permanências de um período para o outro.
Contextualizar o pensamento Iluminista como expressão das mudanças
ocorridas nos países europeus ao longo do século XVI e XVIII.
Compreender as ideias dos pensadores iluministas para o progresso da
época, bem como as ideias defendidas pelos Fisiocratas e pelo
Liberalismo Econômico.
Compreender as razões das revoltas crescente dos luso-brasileiros
contra o domínio português.
Caracterizar as principais rebeliões coloniais, distinguindo os
movimentos nativistas dos movimentos de libertação colonial.
Mostrar como os escravos negros resistiam à escravidão.
Entender a importância dos quilombos para o negro africano.
Compreender o alcance das lutas revolucionarias inglesas no século
XVII.
Destacar as principais consequências politicas, sociais e econômicas da
chamada Revolução Gloriosa.
Caracterizar a sociedade francesa.
Conhecer os fatores que favoreceram a eclosão da Revolução
Francesa.
Conhecer e caracterizar as fases da Revolução Francesa.
Entender a importância da Revolução Francesa para a sociedade
brasileira.
254
Reconhecer na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão os
princípios liberais que hoje predominam no mundo ocidental.
Explicar o poder de Napoleão Bonaparte ao poder na França.
Perceber a relação entre a vinda da família real e a independência do
Brasil.
Conhecer e caracterizar os fatos que levaram à independência.
Esclarecer por que a corte portuguesa teve de se refugiar no Brasil.
Reconhecer o significado da elevação do Brasil a Reino Unido.
Conhecer como foi vencida a resistência portuguesa no Brasil.
Saber como se deu o processo de reconhecimento da Independência.
Identificar a importância da Assembleia Constituinte.
Identificar as principais características da Constituição de 1824.
Conhecer os motivos que levaram a Confederação do Equador.
Identificar e caracterizar as principais revoltas sociais.
Conhecer os significados das revoltas sociais.
Identificar os fatores que favoreceram a independência dos países da
América espanhola.
Caracterizar a sociedade espanhola.
Reconhecer o papel dos criollos no movimento da independência.
Identificar as transformações ocorridas após a independência nos países
da América espanhola.
8º Ano
Reconhecer a importância da extinção do tráfico de escravos.
Entender como foi a campanha abolicionista.
Conhecer como se processou a emancipação dos escravos.
Identificar o processo de imigração para o Brasil.
Conhecer como se processou a antecipação da maioridade de D. Pedro
de Alcântara.
Compreender o processo de declínio do regime imperial.
Relacionar abolição da escravatura e Proclamação da República..
Analisar criticamente a Proclamação da República.
Caracterizar as etapas da Revolução Industrial.
Destacar a importância da Revolução Industrial para a humanidade.
Conhecer os fatores que favoreceram a Revolução Industrial.
255
Analisar as transformações tecnológicas.
Entender o porque dos movimentos operários.
Analisar as doutrinas que surgiram durante a Revolução Industrial
decorrentes dos problemas sociais.
Entender como se deu a emancipação política do Paraná.
Estimular a reflexão sobre a organização social, administrativa,
econômica do território paranaense.
Conhecer as principais manifestações culturais e artísticas da sociedade
paranaense.
Ressaltar a participação do negro africano na sociedade paranaense.
Conhecer os motivos que levaram ao colonialismo do século XIX.
Caracterizar neocolonialismo.
Identificar dos domínios europeus na África e na Ásia.
Conhecer os efeitos do imperialismo.
Justificar os motivos da expansão colonialista.
Caracterizar a Segunda Guerra de Independência.
Conhecer as razões que levaram ao estabelecimento da Doutrina
Monroe.
Conhecer os motivos que geraram a Guerra de Secessão.
Analisar o processo de expansão territorial americano.
Reconhecer os efeitos da expansão para os povos indígenas.
Caracterizar a política imperialista dos Estados Unidos.
Analisar as bases econômicas, políticas e sociais da chamada República
Velha.
Analisar a queda da Monarquia.
Analisar a consolidação do regime republicano.
Caracterizar a sociedade brasileira.
Analisar a Guerra do Contestado e a Revolução Federalista e suas
consequências para o Paraná.
Ressaltar a Lei nº 9.795/99, sobre o Meio Ambiente.
Problematizar as mudanças ambientais ocorridas na região do
Contestado como também o crescimento populacional desta região.
Conhecer e caracterizar as rebeliões de caráter messiânico.
256
Conhecer os motivos que levaram à Revolta da Vacina e a Revolta da
Chibata.
Caracterizar o contexto revolucionário latino-americano, a partir das
primeiras décadas do século XX.
Identificar os motivos que levaram à Primeira Guerra Mundial.
Reconhecer a política expansionista da Alemanha como um importante
fator para a guerra.
Caracterizar os anos da guerra.
Identificar os efeitos da guerra.
Entender os interesses expostos no Tratado de Versalhes e suas
principais consequências.
9º Ano
Identificar São Paulo como o principal centro industrial do Brasil.
Caracterizar o movimento que gerou a Semana da Arte Moderna e o seu
significado.
Caracterizar o poder político e econômico dos coronéis.
Entender a política de valorização do café.
Conhecer o significado da cafeicultura para a economia da República
Oligárquica.
Conhecer os motivos que abalaram o poder da República Oligárquica.
Conhecer os motivos que levaram ao nascimento do Tenentismo.
Caracterizar o Tenentismo.
Saber o que foi a Coluna Prestes.
Conhecer os fatores que levaram à Revolução de 1930, que derrubou a
República Oligárquica.
Identificar a situação dos Estados Unidos após a Primeira Guerra
Mundial.
Analisar a crise de 1929.
Identificar os fatores que levaram à Queda da Bolsa de Valores de Nova
Iorque.
Reconhecer os efeitos da crise no mundo.
Entender e explicar como a crise de 29 influiu na economia brasileira e
as consequências para o Brasil.
Caracterizar a política norte-americana para a recuperação econômica.
257
Conceituar populismo.
Analisar a Revolução Constitucionalista de 1932.
Identificar fatores que possibilitaram a instalação do Estado Novo.
Identificar as características econômicas, sociais e políticas do Estado
Novo.
Analisar o processo eleitoral e suas consequências após a queda de
Vargas.
Compreender a difícil trajetória da democracia de 1945 a1964.
Compreender o processo de consolidação do Fascismo na Itália e do
Nazismo na Alemanha.
Analisar o surgimento e a difusão de doutrinas totalitários no contexto da
crise econômica e social europeia.
Estimular atitudes contrárias ao Fascismo, ao preconceito e a qualquer
forma de discriminação.
Destacar a forma de governo no período, as oposições e fatos que
deram origem aos movimentos populares na América Latina.
Comparar o peronismo argentino com o populismo de Vargas.
Analisar as principais causas que levaram à Segunda Guerra Mundial.
Identificar os blocos de países do Eixo e Aliados que participaram da
guerra.
Caracterizar as fases da Segunda Guerra Mundial.
Perceber as transformações do mundo pós-guerra.
Identificar os fatores que levaram o Brasil a participar na Segunda
Guerra Mundial.
Compreender as linhas básicas do processo de descolonização da
África e da Ásia.
Conhecer o processo de descolonização dos países asiáticos e
africanos.
Analisar o contexto histórico do Oriente Médio.
Definir Guerra Fria.
Caracterizar a Guerra Fria em seus diversos aspectos (política,
produção cultural, ciências, esportes e vida cotidiana)
Identificar os principais conflitos que ocorreram durante a Guerra Fria.
258
Caracterizar os governos de Manoel Ribas até Ney Braga, nos seus
aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais.
Analisar o Golpe Militar de 64.
Caracterizar os Governos Militares de 1964 a 1985.
Analisar as principais mudanças politicas provocadas pela instalação da
Ditadura Militar.
Analisar as linhas básicas do modelo de desenvolvimento adotado
durante a Ditadura Militar.
Entender as circunstâncias que levaram ao golpe militar e a manutenção
da ditadura por mais de 20 anos.
Analisar a situação econômica e política do período.
Entender que motivos deram origem aos movimentos e em que
influenciaram a sociedade como um todo.
Analisar a abertura política.
Analisar a transição para a Democracia.
Discutir o conceito de Cidadania.
Estimular o debate, a argumentação, a troca de ideias e o respeito pelas
diferentes opiniões.
Relatar e debater sobre o Impeachment de Collor.
Caracterizar as linhas de atuação do governo Itamar Franco, Fernando
Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.
Caracterizar os fatores que contribuíram para a crise do sistema
socialista.
Conhecer as transformações sociais geradas com a crise do socialismo
e fim da URSS.
Relacionar as grandes mudanças tecnológicas de impacto, que
consolidou a globalização da economia.
Caracterizar diversos blocos econômicos do mundo atual.
Reconhecer a influência do imperialismo dos EUA nos países em
desenvolvimento.
Analisar as consequências da globalização na sociedade atual.
Conceituar desenvolvimento sustentável, destacando medidas que
podem ser tomadas para promover um novo modelo de
259
desenvolvimento.
Identificar e refletir sobre algumas mudanças culturais, educacionais e
econômicas, ocorridas nos 500 últimos anos de nossa história.
Refletir as semelhanças e diferenças, mudanças e permanências,
relações entre o passado e o presente.
1ª Série
Compreender e respeitar as particularidades de cada povo da
antiguidade.
Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos
históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do
homem como agente ativo do processo.
Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
Construir a identidade social e individual.
Entender o tempo histórico como duração.
Compreender o papel do indivíduo como sujeito e produto histórico.
Compreender a identidade das gerações passadas.
Entender o tempo histórico como construção cultural.
Localizar os momentos históricos em seu processo de sucessão e em
sua simultaneidade.
Analisar a diferença entre se atrasado ou culturalmente diferente.
Evidenciar os servos e senhores feudais como peças chaves do
feudalismo.
Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
Reconhecer a valorização da terra, da agricultura.
Reconhecer as fontes documentais da natureza de diversas.
Saber que a América nem sempre foi como conhecemos, conhecer os
povos pré- colombianos.
Analisar a forma do Estado Nacional.
Compreender o que é um Rei Absolutista;
Reconhecer que a expansão Comercial e marítima teve apoio dos reis e
260
2ª Série
burgueses;
Identificar as inovações e conseqüências na navegação.
Estabelecer relações entre permanências e transformações no processo
histórico;
Reconhecer fontes documentais de natureza diversas;
Analisar o Renascimento como resgatou a arte greco-romana.
Reconhecer como era a Igreja, porque houve críticas;
Identificar o protestantismo como movimento que deu origem a outras
religiões
Compreender as mudanças da igreja Católica e a mudança do
pensamento religioso no mundo.
Reconhecer o Iluminismo como movimento que impulsionou o
conhecimento.
Analisar as características e pensamentos iluministas.
Evidenciar os motivos que levaram a Revolução Inglesa e Francesa;
Compreender o real significado da classe burguesa na Revolução
Francesa;
Reconhecer as conseqüências das Revoluções.
Analisar motivos que os colonos queriam ser independentes;
Evidenciar como e porque aconteceu a Independência dos EUA.
Reconhecer como era o cotidiano nas 13 colônias;
Compreender o que levou a Crise do Sistema Colonial, as
independências em geral, motivos e conseqüências.
Evidenciar como e porque ocorreu a Guerra da Secessão
Compreender as conseqüências que levaram à Conquista do Oeste.
Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
Compreender o que aconteceu e como ocorreram esses acontecimentos
durante o 1º Reinado.
Analisar o desenvolvimento no Período Regencial.
Evidenciar o desenvolvimento e acontecimentos do 2º Reinado.
Analisar a Revolução Agrícola e Industrial, as quais possibilitaram
mudanças nas relações dos homens, da terra, das plantas e animais.
261
Analisar e comparar o operário e sua situação da época e a atual.
3ª Série
Analisar e entender os motivos da partilha da África e da Ásia, bem
como a suas conseqüências.
Compreender o imperialismo como motivo principal dessa dominação.
Verificar como estava o povo desses locais específicos, a política, a
economia, etc.
Interpretar os motivos da unificação e como ela realmente aconteceu.
Diferenciar a Itália em todos os aspectos da Alemanha (sociedade,
economia, etc).
Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
Reconhecer os motivos que levaram a essa guerra, bem como suas
conseqüências.
Analisar os dados, mapas, voltados a esse momento.
Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
Entender onde e porque aconteceu essa revolução, bem como
reconhecer o cotidiano desse povo, suas dificuldades e sua luta.
Reconhecer as conseqüências das Revoluções.
Compreender o que levou a Crise de 1929, seus motivos e
conseqüências.
Analisar as suas conseqüências nos outros países, inclusive no Brasil.
Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
Evidenciar o que foram: Nazismo, Fascismo, Totalitarismo.
Compreender os motivos e as conseqüências catastróficas da guerra,
bem como o cotidiano antes e depois da guerra, dos países que
participaram dela.
Entender que foi uma guerra sem armas, porém estratégica e que trouxe
conseqüências catastróficas da guerra, bem como o cotidiano antes e
depois da guerra, dos países que participaram dela e que sofrem até
hoje.
Compreender a descolonização como fato interligado ao fim do bloco
262
socialista evidenciando os motivos reais do mesmo.
Valorizar as características das sociedades capitalistas, entendendo que
o mundo hoje gira em torno delas, mesmo não sendo um modelo de
igualdade social, nem se preocupando com o povo. Reconhecer as
Ordens Mundiais atuais, bem como o papel dos países, inclusive o
Brasil.
Considerar o desempenho do aluno para se posicionar diante de
questionamentos que fazem parte dos conteúdos estudados e de sua
realidade.
Analisar seus motivos, características, bem como o povo que vivia nas
épocas (Império, República e Atualidade), suas diferenças,
semelhanças. A economia, a política, enfim todos os dados possíveis.
Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
8.11.7. Referências
CABRINI, Conceição; CASTELLI, Roberto; MONTELLATO, Andréa. História Temática. Scipione, 2005
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretriz Curricular de Educação História para o Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2008
CAMPOS, Flavio de; AGUILAR, Lídia; CLARO, Regina; MIRANDA, Renan Garcia. O jogo da História. São Paulo: Moderna, 2002.
FERREIRA, José Roberto Martins. História. São Paulo: FTD, 1997.
MARINO, Denise Mattos; STAMPACCHIO, Léo. Link do Tempo. São Paulo: Moderna, 2002.
ORDONES, Marlene. Caderno do Futuro: História. São Paulo: IBEP, 2003
PANAZZO, Silvia; VAZ, Maria Lúzia. Navegando pela História. São Paulo: Quinteto Editorial, 2001.
RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. São Paulo: FDT, 2002.
263
8.12. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS
8.12.1. Apresentação da disciplina
O objetivo maior da aprendizagem de Língua Inglesa de acordo com as
Diretrizes Curriculares é superar uma visão de ensino de língua estrangeira apenas
como meio para se atingir fins comunicativos, assim como dar espaço às
experiências de identificação social e cultural. Ao ensinar língua estrangeira deve ser
levado em conta o aluno e seu objetivo em aprender, sua classe social e suas
relações sociais, enfim a comunidade onde vive.
A Língua Estrangeira Moderna, como outras disciplinas, deve ter como ponto
principal do trabalho docente a formação do individuo como cidadão consciente,
crítico e participativo – inserido na sociedade local e no panorama internacional.
A dependência econômica e cultural do Brasil em relação aos Estados Unidos
emergiu durante a 2ª Guerra Mundial. Com isso , intensificou-se a necessidade de
aprender inglês.
Atualmente o Inglês é relevante, na formação do aluno para o
desenvolvimento de habilidades comunicativas,que deve levar o educando a
comparar a língua materna com a língua estrangeira estudada.
No mundo globalizado em que vivemos; estudar Inglês torna-se cada vez
mais importante, pois quem estuda poderá ter uma vida repleta de oportunidades,
das quais incluem-se : A possibilidade de acesso a revistas e livros provenientes da
literatura inglesa;interpretação de filmes que se utilizam da língua inglesa, sem
legendas; fazer a utilização de jogos online ; cantar músicas em inglês;
aprimoramento do currículo; contato com pessoas de todo o mundo através de redes
sociais; negociação com empresários internacionais.; portanto, o estudo da língua
inglesa torna-se imprescindível.
Assim, ao ensinar língua inglesa é necessária uma compreensão teórica do
que é linguagem, refinando a percepção de sua própria cultura por meio do
conhecimento da cultura de outros povos.
As práticas pedagógicas decorrem de concepções teórico-metodológicas e,
portanto, não são naturais, nem desvinculadas do contexto sócio-histórico, mas
264
carregadas de ideologias que explicitam as relações de poder (Foulcault), e que
correspondem a interesses distintos e precisam ser problematizadas.
“A expansão do inglês no mundo, não é mera expansão da língua, mas
também, uma expansão de um conjunto de discursos, que fazem circular ideias de
desenvolvimento, democracia, capitalismo, neoliberalismo, modernização (...)”, como
afirma Pennycook.
Os temas centrais nesta proposta são a cidadania e a consciência crítica de
como a linguagem é usada no mundo social, e os aspectos sócio-políticos da
aprendizagem da língua inglesa dentro do trabalho com a leitura, produção oral e
escrita. Uma das finalidades da Língua Estrangeira Moderna é que esta seja
instrumento de acesso à informação a outras culturas, associá-las aos
conhecimentos científicos, às linguagens que darão suporte para a resolução de
problemas que se propõe adicionar.
A aprendizagem de Língua Estrangeira no Ensino Fundamental e Médio não
é apenas um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas
linguísticas em um código diferente; mas sim, uma experiência de vida, pois amplia
as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da
Língua Estrangeira é importante, desse modo para o desenvolvimento integral do
individuo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida.
Assim, contribui-se para a construção, e para o cultivo pelo aluno, de uma
competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na compreensão
de outras culturas.
A disciplina de Língua Inglesa priorizará os temas das relações étnico-raciais
e histórias e cultura Afro-brasileira e indígena; Textos relacionados a preservação e
conservação do Meio Ambiente, em sala de aula, com o objetivo de mostrar a
influência dos negros e indígenas na cultura dos norte-americanos e,
consequentemente, em nossa formação cultural brasileira, em conformidade com a
Lei nº. 11.645 que prevê a abordagem destes conteúdos no currículo escolar.
O acesso a essa língua representa para o aluno a possibilidade de se
transformar em cidadão ligado à comunidade global, ao mesmo tempo que se pode
compreender, com mais clareza, seu vínculo como cidadão em seu espaço social
mais imediato.
265
Para garantir o ensino de uma Língua estrangeira moderna no Estado do
Paraná foi criado um Centro de Línguas Estrangeiras que ofereciam aos alunos
aulas no contra-turno.
Após uma década de vigência no Brasil, embora a abordagem comunicativa
tenha se apresentado como reação à visão estruturalista da língua concentrando-se
nos aspectos semânticos e não no código linguístico, esta passou a ser criticada por
intelectuais adeptos da pedagogia crítica.
A pedagogia crítica é o referencial teórico que valoriza a escola como espaço
social democrático, responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento
como instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da
realidade.
De acordo com as Diretrizes, o ensino de Língua Estrangeira Moderna será
norteada para um propósito maior de educação, considerando as contribuições de
Giroux (2004) “ao rastrear as relações entre língua, texto e sociedade, as novas
tecnologias e as estruturas de poder que lhes subjazem”. Para este educador, é
fundamental que os professores reconheçam a importância da relação entre língua e
pedagogia crítica no atual contexto global educativo, pedagógico e discursivo, na
medida em que as questões de uso da língua, do diálogo, da comunicação, da
cultura, do poder, e as questões da política e da pedagogia não se separam.
Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço
para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de
modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de
significados em relação ao mundo em que vive. Espera - se que o aluno
compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e ,
portanto, passíveis de transformação na prática social.
8.12.2. Objetivos gerais
Oportunizar a participação do educando a construção de significados
ligados à situação de uso da língua;
Propiciar a construção de identidades dos alunos como cidadãos
participativos e transformadores;
Possibilitar a aprendizagem da língua como meio de conhecer culturas
diversas, bem como as diversas maneiras de se viver a experiência
266
humana;
Inserir a linguagem oral e escrita levando em consideração sua natureza
sócio - internacional;
Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o
acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do
mundo;
Construir consciência linguística e consciência crítica dos usos que se
fazem da língua estrangeira que está aprendendo;
Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer utilizando-a
como meio de acesso ao mundo de trabalho e dos estudos avançados;
Valorizar o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade
brasileira e no panorama internacional.
Cultivar a linguagem para um melhor relacionamento com os
semelhantes, como expressão do mundo interior e exterior do educando.
8.12.3. Conteúdos
Para o ensino de Língua Estrangeira, enfoca - se o discurso como prática
social para que o aluno aprenda a ler e compreender textos, e a produzir textos orais
e escritos para defender seu ponto de vista, e colocar - se diante de diferentes
situações sociais.
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais no texto;
267
Elementos semânticos;
Ortografia
Discurso como
prática social
Oralidade
Elementos extra-linguísticos : entonação,
pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Discurso como
prática social
Escrita
Identificar o tema do texto;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade (Informações necessárias
para a coerência do texto).
Emprego do sentido denotativo e
conotativo no texto;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais no texto;
Elementos semânticos;
Ortografia.
Greetings;
Introductions;
Personal Pronouns;
The English Alphabet;
Verb to Be;
268
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Article;
Demonstrative Pronouns;
Numbers (1 to 100);
Possessive Pronouns (my, your…);
Vocabulary (family, countries and
nationalities, colors, candies, school
objects, jobs, animals and means of
transportation);
Questions (what, who, when, ...)
Prepositions
Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto
Vocabulário;
Coesão e coerência.
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais no texto;
Elementos semânticos;
Ortografia
Discurso como
prática social
Oralidade
Elementos extra-linguísticos: entonação,
pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
269
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Discurso como
prática social
Escrita
Identificar o tema do texto;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade (Informações necessárias
para a coerência do texto).
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Personal information;
Months of the year;
Days of the week;
Ordinal numbers;
Dates;
Application forms;
Verb can;
School subjects;
Time;
Interrogative pronouns;
Verb have;
Genitive case;
Possessive pronouns;
Simple Present X Present Continuous;
Vocabulary about sports, clothes, shoes,
accessories, house and furniture;
Imperative;
Prepositions (in, on, at);
Plural of nouns;
Verbs;
270
Vocabulário;
Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto;
Substantivos contáveis e incontáveis;
Concordância nominal e verbal;
Coesão e coerência.
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais no texto;
Elementos semânticos;
Ortografia
Discurso como
prática social
Oralidade
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Identificar o tema do texto;
Finalidade do texto;
271
Discurso como
prática social
Escrita
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade (Informações necessárias
para a coerência do texto).
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Imperative form;
Verb there to be: Present Tense
(affirmative, negative and Interrogative
Form);
Vocabulary about services;
Simple present (affirmative, negative and
interrogative form);
Vocabulary about physical description;
Simple past (affirmative, negative and
interrogative form);
Regular and irregular verbs);
Vocabulary about healthy problems and
parts of the body;
Future tense : future with will and be going
to;
Plans for the future: agenda;
Prepositions: in, on, at;
Adverbs (frequency);
Adjectives;
Coesão e coerência;
Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto;
Vocabulário;
Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, verbos preposições,
conjunções, falsos cognatos e outras
categorias como elementos do texto.
272
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Léxico;
Coesão e coerência;
Funções das classes gramaticais no texto;
Elementos semânticos;
Ortografia
Discurso como
prática social
Oralidade
Elementos extra-linguísticos: entonação,
pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Discurso como
prática social
Escrita
Identificar o tema do texto;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade (Informações necessárias
para a coerência do texto).
Modal verbs: can, could, would, may;
Vocabulary about fruit, vegetables, drink
and food. (At the restaurant);
273
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Review: simple past (affirmative, negative
and interrogative);
Review: regular and irregular verbs;
Interrogative pronouns: who, what, how;
Comparative form: superiority, inferiority,
equality;
The superlative;
Vocabulary about adjectives;
Adverbs: place, time, manner and
frequency;
Relative pronouns;
Prepositions;
Coesão e coerência;
Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto;
Vocabulário;
Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, verbos, preposições, advérbios,
palavras interrogativas, substantivos
contáveis e incontáveis, falsos cognatos,
e outras categorias como elementos do
texto.
2º Ano
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Tema do texto;
Finalidade do texto;
Partículas conectivas do texto;
Discurso direto e indireto;
Emprego do sentido conotativo e
274
denotativo no texto Marcas linguísticas:
coesão, coerência, função das classes
gramáticas no texto
Discurso como
prática social
Oralidade
Conteúdo temático
Finalidade ;Informatividade
Papel do locutor e interlocutor Elementos
extra-linguísticos: entonação, expressão
facial, corporal e gestual, pausas
Turno da fala
Adequação da fala no contexto
Diferenças e semelhanças entre discurso
oral ou escrito.
Discurso como
prática social
Escrita
Tema do texto.
Interlocutor
Finalidade do texto.
Informatividade
Partículas conectivas do texto
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido conotativo e
denotativo no texto
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Dates
Months of the year
Seasons of the year
Simple Present
Imperative form
Articles
Personal Pronouns
Demonstratiuve pronouns
Possessive adjectives
Possessive pronouns
There to be
Interrogative pronouns
Prepositions
275
Coesão e coerência textuais
3º Ano
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Leitura
Tema do texto;
Finalidade do texto;
Partículas conectivas do texto;
Discurso direto e indireto;
Emprego do sentido conotativo e
denotativo no texto Marcas linguísticas:
coesão, coerência, função das classes
gramáticas no texto
Discurso como
prática social
Oralidade
Tema do texto.
Interlocutor
Finalidade do texto.
Informatividade
Partículas conectivas do texto
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido conotativo e
denotativo no texto
Discurso como
prática social
Escrita
Tema do texto.
Interlocutor
Finalidade do texto.
Informatividade
Partículas conectivas do texto
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido conotativo e
denotativo no texto
Revisão do Simple Present
Verb there to be
Interrogative pronouns
276
Discurso como
prática social
Análise
Linguística
Prepositions
Grau dos adjetivos9 Comparativo e
superlativo)
Pronomes reflexivos
Pronomes relativos
Voz passiva
Infinitivo
Gerúndio.
8.12.4. Metodologia
Partindo do pressuposto que a aprendizagem acontece nas interações
sociais, o trabalho será voltado para a participação dinâmica do aluno em atividades
diversificadas que envolverão as habilidades linguísticas (ler, falar, ouvir, escrever).
Entende-se por “participação dinâmica do aluno” a contribuição na construção
do conhecimento, na prática da linguagem, a pesquisa voltada a outras culturas e no
posicionamento crítico.
O professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno para que este
sinta-se incluído no processo ensino-aprendizagem. Além disso, valorizando o que o
educando já sabe, abre-se espaço para uma leitura de mundo mais ampla, e para
uma adequação da metodologia do professor à realidade da classe.
Será enfatizado o trabalho com diferentes textos, observando as
características dos mesmos e a construção do vocabulário no contexto do mesmo,
tais como: narração, argumentação, descrição, entre outros.
Na oralidade será explorada a leitura, ritmo e entonação, percebendo o valor
expressivo do texto, fazendo ainda discussão dos assuntos lidos, acontecimentos,
situações polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros, envolvendo a língua
inglesa. Será também organizado apresentações de textos produzidos pelos alunos,
propondo reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais.
O processo de ensino e aprendizagem contempla atividades diversificadas ao
educando mediadas pelo professor, a fim de propiciar ao aluno a aquisição
progressiva da Língua Inglesa falada e escrita, permitindo assim a compreensão de
textos e a expressão do pensamento. Podem ser trabalhadas atividades como:
277
Filmes (ouvir e interpretar);
Produções orais e escritas, com leituras sobre o tema a escrever, com
apresentações;
Confecções de cartazes, slogans;
Entrevistas;
Diálogos;
Traduções e interpretações de tipologias textuais diversificadas: trava-
línguas, anedotas, provérbios, charadas, rimas, palavras cruzadas,
adivinhas, caça - palavras;
Interpretação e leitura de diversos tipos de textos como histórias em
quadrinhos, anúncios, propagandas, rótulos, notícias, classificados,
receitas, poemas, bulas, instrucional, narrativo, informativo; levando o
aluno a analisar, interpretar e compreender o texto;
Leitura de diversos textos para observação da intertextualidade
Dramatizações, músicas;
Análise de recursos próprios da oralidade;
Uso de revistas, livros, fitas de vídeo, CDs, DVDs.
Pesquisa de palavras desconhecidas;
Observação da participação do aluno em classe;
Reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em
determinados textos;
Avaliação escrita e oral.
A partir da realização das atividades propostas o professor proporcionará a
oportunidade do educando ir ao encontro de outra língua e culturas, e como
consequência adquirir consciência do lugar que ocupa no mundo, extrapolando
assim o domínio linguístico que o aluno possa vir a ter.
Quando a atividade for de produzir textos, o professor auxiliará no momento
da produção, mas havendo necessidade, será feita com o aluno, a revisão e
reestruturação do texto.
O trabalho com textos será encarado como um trabalho prioritário, efetivo, de
leitura e compreensão de textos autênticos, onde de acordo com a necessidade
serão explorados aspectos gramaticais relevantes naquele momento, como: tempos
278
verbais, pronomes, artigos, preposições, diferenciação de linguagem formal e
informal, clareza nas ideias no caso de produção, de forma contextualizada.
Os Gêneros textuais são fenômenos históricos ligados à vida cultural e social
dos indivíduos então será possível explorar uma diversidade deles, tais como:
charges, notícias, quadrinhas, reportagens, bilhetes, carta pessoal, jornalística,
receita culinária, cardápio de restaurante, bulas de remédios, anedotas, tirinhas,
poemas, pesquisas, convites, carta pessoal, anúncio, músicas, filmes, resumo,
horóscopo, debates, entre outros.
Para trabalhar com a cultura afro-brasileira será feito também pesquisas da
literatura Norte Americana, de escritores americanos negros para compará-las com a
literatura brasileira.
8.12.5. Avaliação
O processo de ensino-aprendizagem tem como base o eixo
ação/reflexão/ação. Sendo assim, é concebido como um processo de construção e
reconstrução, no qual professor e aluno são participantes ativos.
O ato avaliativo não é um momento isolado, mas faz parte do conjunto de
atividades docentes, que devem ser coerentes entre si.
A avaliação da aprendizagem será diagnóstica, contínua e cumulativa, onde
serão analisadas as progressões do aluno, com intenção de levantar as dificuldades
e avanços dos mesmos superando a concepção de mero instrumento de
classificação pela obtenção da nota.
Os momentos avaliativos se constituem pelas diversas propostas de trabalhos
encaminhados aos alunos através de trabalhos individuais ou em grupos, atividades
escritas e orais como: diálogos, leituras diversificadas, painéis, jogos, produção
textual, interpretação de textos, maquetes, teatro, pesquisas, entre outras.
O aluno é construtor do conhecimento e está envolvido no processo de
avaliação, desse modo precisa ter seu esforço reconhecido pelo retorno de suas
produções, com o fornecimento do seu desempenho e entendimento do “erro” como
parte integrante da aprendizagem.
De acordo com LUCKESI: “a avaliação de aprendizagem necessita, para
cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da
aprendizagem bem sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de
279
que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide
sobre o destino do educando, e assuma o papel de auxiliar no crescimento”. A
avaliação é diagnóstica, sendo rigorosa a observância dos critérios pré-
estabelecidos por nós mesmos. Sendo dinâmica, cabe a nós registrar as
observações, em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora de sala de aula
deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos da história dos
alunos, da comunidade e da cultura local.
A avaliação, assim como a recuperação paralela antes de serem realizadas
terão o conteúdo retomado por parte do professor, para que efetivamente tenha a
função de diagnosticar e estimular o avanço do processo, e seus resultados devem
servir para sua orientação, cumprindo sua função educacional.
Podem ser citados como instrumentos de avaliação:
Realização de leitura individual;
Identificação das ideias principais do texto;
Dedução dos sentidos das palavras
Pesquisa de palavras;
Montagem de cartazes;
Apresentação oral;
Avaliações escritas e orais;
Atividades e trabalhos de pesquisa;
Leitura, escrita e compreensão de estruturas básicas e pequenos textos,
visando à interação oral com informações recebidas e a contribuição no
desenvolvimento do idioma na vida do aluno;
A disciplina tem como critérios de avaliação na análise lingüística o
reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em
determinados contextos, reconhecendo também as demais classes gramaticais
trabalhadas de forma contextualizada.
No que se refere a leitura, os alunos deverão ter uma leitura compreensiva do
texto; localizar informações explícitas, identificar a ideia principal do texto, identificar
o tema; deduzir os sentidos das palavras e /ou expressões a partir do contexto.
Como critério avaliativo na oralidade, o aluno deverá apresentar suas ideias
com clareza; organizar a sequência de sua fala; participar ativamente dos diálogos,
280
relatos, discussões, quando necessário em língua materna. Na escrita espera - se
que o aluno expresse suas ideias com clareza; elabore textos atendendo às
situações de produção; use recursos textuais como: coesão e coerência.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Leitura
Realização de leitura compreensiva do texto;
Análise das intenções do autor.
Compreensão das diferenças do uso de palavras
no sentido conotativo e denotativo.
Localização de informações explícitas e implícitas
no texto.
Escrita
Expressão de ideias com clareza;
Elaboração de textos atendendo às situações de
produção propostas.
Uso de recursos textuais como coesão, coerência.
Emprego de palavras com sentido conotativo e
denotativo.
Oralidade
Apresentação de ideias com clareza;
Compreensão de argumentos no discurso do outro..
Exposição objetiva de argumentos
Organização da sequência da fala
Análise de recursos da oralidade em cenas de
desenhos, programas, infantis, filmes,etc.
8.12.6. Referências bibliográficas
HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 24 ed. Porto Alegre: Mediação, 1998. ROCHA, Analuzia Machado. Take Your Time, 3ª ed. Reformulado. Ed. Moderna, 2004. AZEVEDO,D.G.;GOMES,A.A.Blow up. São Paulo:FTD,1999.
281
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2008.
282
8.13. LÍNGUA PORTUGUESA
8.13.1. Apresentação da Disciplina
O ensino da Língua Portuguesa deve girar em torno de uma unidade teórico-
metodológica que fundamenta e orienta a aprendizagem, criando-se condições para
que o aluno desenvolva e aperfeiçoe, de uma forma progressiva, contínua e
integrada, o uso da língua.
A disciplina de Língua Portuguesa requer posicionamentos e práticas de
ensino diferenciados, pautados em uma proposta que dê ênfase à língua viva,
dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e produtiva.
Há tempos atrás, aproximadamente até a década de 70, o ensino de Língua
Portuguesa fundamentava- se em exercícios estruturais, técnicas de redação e
treinamento de habilidades de leitura. Hoje, o ensino/aprendizagem de Língua
Portuguesa visa aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos,
para que eles possam compreender os discursos que os cercam e terem condições
de interagir com esses discursos. A repetição e a padronização já não têm mais
espaço na sala de aula.
Em relação à variação linguística, a única aceita como correta no espaço
escolar, até a década de 70, era a norma culta. Assim, a escola empenhava-se em
“corrigir” a fala do aluno. Ao desconsiderar a linguagem própria de cada indivíduo,
oriunda do grupo social que ele pertencia, a escola desvalorizava, inclusive, os
aspectos culturais inerentes a cada uma dessas variações.
O fato de a escola ensinar a língua padrão é justificável, pois os alunos
precisam ter domínio sobre ela. Porém, é necessário combater o preconceito no que
se refere a considerar uma variação “certa” e outra “errada”; uma “melhor” e outra
“pior”. O que precisa ficar claro é que a linguagem deve ser adequada ao seu
objetivo, tendo em vista o contexto e os interlocutores a que se destina. Isso implica
no uso efetivo da linguagem, que permite a igualdade de participação social.
Aprender a ler e escrever, isto é, tornar-se alfabetizado significa adquirir uma
tecnologia, a decodificar a língua escrita (ler), não basta, porém, adquirir esta
tecnologia, é preciso apropriar-se da escrita, isto é, fazer uso das práticas sociais de
283
leitura e escrita, articulando-as ou dissociando-as das práticas de interação oral,
conforme as situações.
A apropriação da linguagem depende da interação com o outro e com a
própria linguagem, por isso a necessidade de trabalhar uma diversidade de textos
tanto para as atividades de leitura, quanto para as propostas de atividades orais e
escritas, objetivando criar condições para que os alunos interajam com os diferentes
discursos e aprimorem sua competência linguística de tal modo que consigam
adequar seus atos verbais às mais diferentes situações sócio-ideológicas.
As atividades propostas devem girar em torno do eixo uso-reflexão-uso da
linguagem para permitir ao aluno o aprimoramento da competência linguística e,
consequentemente, desenvolver-se cognitiva, social, cultural e politicamente.
Assim, o ensino da Língua Portuguesa deve propiciar a possibilidade de um
fazer reflexivo, em que não apenas se opera concretamente com a linguagem, mas
também se busca construir um saber sobre a língua e a linguagem e sobre os
modos como as opiniões, valores e saberes são veiculados nos discursos orais e
escritos, impondo as necessidades de percepção da diversidade do fenômeno
linguístico e dos valores constituídos em torno de formas de expressão, permitindo,
dessa forma, que o sujeito supere sua condição imediata.
Com base na Lei n.° 10.639/2003, o trabalho de Língua Portuguesa refletirá
sobre a influência e a importância da história e cultura Afro-Brasileira e das
Africanidades na formação da cultura brasileira.
O ensino de Língua Portuguesa contemplará as três práticas discursivas:
oralidade, leitura e escrita, sendo que a análise linguística perpassará as três
práticas. O objeto de estudo da disciplina é a língua em situação real de uso,
portanto, trabalhar-se-á numa perspectiva sócio-interacionista elencando textos com
função social, possibilitando a comunicação e a participação cidadã do educando.
“O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior
propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o
caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de
comunicação possibilitará ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido de
poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está
inserido”.(DCEs, p.53).
284
8.13.2. Objetivos Gerais
A linguagem nos acompanha onde quer que estejamos e serve para articular
não apenas as relações que estabelecemos com o mundo, mas também a visão que
construímos sobre ele. É ela que nos possibilita pensar nos objetos e a operar com
eles na sua ausência.
Sendo assim, é um conjunto de signos que são a representação do real. Toda
variedade de língua possui uma organização sintática, ou seja, uma gramática que
permite o entendimento entre as pessoas, em momentos de interlocução. Dessa
forma, a análise linguística está presente entre os objetivos da língua portuguesa,
pois diferencia o trabalho da escola do contato informal do aluno com a linguagem
em seu dia-a-dia.
Aprimorar, pelo contato com textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e sensibilidade estética dos alunos;
Resgatar, por meio dos elementos fornecidos pelo texto, valores humanos
e aplicá-los no dia-a-dia;
Contribuir para o desenvolvimento das habilidades de saber ouvir, falar, ler
e escrever, codificando e decodificando mensagens;
Valorizar a cultura afro-descendente;
Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la
a cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que
estão subentendidas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante
dos mesmos;
Desenvolver as habilidades de uso da língua em situações discursivas
realizadas por meio de práticas textuais, considerando-se os interlocutores,
os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o
contexto de produção/leitura.
Criar situações em que os alunos tenham oportunidades de refletir sobre os
textos que leem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo, de forma
contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto, assim
como os elementos gramaticais empregados na organização do discurso
ou texto;
285
Dar ao aluno condições de ampliar o domínio da língua e da linguagem,
reconhecendo-o como um ser construído e em construção, auxiliando-o no
processo de aquisição e desenvolvimento do falar, escutar, ler e escrever.
Permitir ao aluno, pela mediação do professor, apropriar-se de informação
e desenvolver uma consciência crítica sobre os papéis que desempenha,
sobre suas relações sociais e sobre o seu lugar na sociedade.
Utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e
produção de textos escritos de modo a atender as múltiplas demandas
sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e
considerar as diferentes condições de produção de discurso;
Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade,
operando sobre as representações construídas em várias áreas do
conhecimento;
Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio,
desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos;
Conhecer e valorizar as diferentes variedades do português, procurando
combater o preconceito linguístico;
Reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social como instrumento
adequado e eficiente na comunicação cotidiana, na elaboração artística e
mesmo nas interações com pessoas de outros grupos sociais que se
expressem por meio de outras atividades;
Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise
linguística para expandir sua capacidade de monitoração das
possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise
crítica, proporcionando ao aluno condições para apropriar-se, também, da
norma padrão.
8.13.3. Objetivos Específicos
Da prática da oralidade:
Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la
a cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que
286
estão subentendidas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante
dos mesmos;
Respeitar os conhecimentos linguísticos dos alunos, bem como promover
situações em que os mesmos utilizem as variações de linguagem em suas
relações sociais;
Oportunizar aos alunos para que se tornem falantes ativos e competentes,
compreendendo os diferentes discursos e os organizando de forma clara,
coesa e coerente;
Permitir ao aluno o conhecimento e a utilização da variedade linguística
padrão e fazê-lo entender a necessidade desse uso em determinados
contextos sociais.
Ler textos que priorizem a cultura afro-descendente, fazendo comparações
entre os mesmos;
Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais;
Adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto,
intenções);
Aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente,
praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir;
Permitir ao aluno conhecer e também usar a variedade linguística padrão e
entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais.
Da prática da leitura:
Ler e compreender diferentes gêneros textuais;
Explorar estratégias de leitura diversificadas;
Construir a leitura como situação efetiva de interlocução;
Relacionar o texto com outros já lidos considerando o conhecimento
prévio;
Possibilitar a leitura crítica dos textos que circulam socialmente, a ponto de
perceber neles ideologias defendidas;
Apresentar nas atividades de interpretação de texto, questões que levem o
educando a construir um sentido para o que lê, que o faça retomar os
textos, quantas vezes sejam necessárias, para uma leitura de fato
compreensiva.
287
Da prática da escrita:
O que determina um texto é a sua intenção: quem escreve, o que escreve,
para quem, para que, por que, quando, onde e como se escreve. Sem esses
parâmetros é impossível ao texto ter um objetivo, ser real. Deve-se ter claro no ato
da escrita a noção de interlocutor, de quem irá ler o que vai ser escrito, mesmo que
ele não seja conhecido. Esse interlocutor virtual vai condicionar parte da nossa
linguagem, o que nos levará a optar pelo assunto e a maneira como iremos fazer a
exposição. A sua ausência acarreta muitos problemas, pois não teremos senão a
linguagem verbal para adaptar nossa mensagem. Além disso, cada gênero textual
tem suas normas: a composição, a estrutura e o estilo do texto varia conforme se
produza um poema, um bilhete, etc. Nosso aluno precisa ter esse esclarecimento
em sala de aula.
É necessário, ainda, despertar no aluno a vontade de produzir um texto,
assumindo a autoria do que produz.
Isto só irá ocorrer se o professor mediar esse trabalho: da motivação para a
produção, da reflexão durante o processo e a revisão, reestruturação e reescrita do
texto em conjunto com o aluno. Realizado todo o processo deve-se garantir a
socialização da produção textual, de diversas formas, a fim de que seja recuperado
o caráter interlocutivo da linguagem, tão importante na construção textual.
Na prática de produção de textos, destacam-se os gêneros: entrevistas,
debates, depoimentos, exposições, na forma oral. Na modalidade escrita: relatos
(histórias de vida), bilhetes, cartas, cartazes, avisos, poemas, contos e crônicas,
notícias, idolatrias, cartas do leitor entrevistas, relatórios, resumos de artigos,
verbetes de enciclopédias.
Oferecer condições ao aluno de compreender o funcionamento de um
texto escrito, que se faz a partir de elementos como organização, unidade
temática, coerência, coesão, etc;
Compreender que a escrita apresenta elementos significativos próprios,
ausentes na fala, tais como: o tamanho e tipos de letras, cores e formatos;
Oportunizar ao aluno a socialização da experiência da produção textual
através das estratégias: afixar textos em murais, montar livrinhos com
produções dos alunos, publicar produções no jornal da escola;
288
Desenvolver a noção de adequação na produção de textos reconhecendo
a presença do interlocutor e as circunstâncias de produção, usando os
conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise linguística para
expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da
linguagem.
Da análise linguística:
A análise linguística deverá contemplar o que as relações dialógicas, entre
autor e leitor, os sentidos atribuídos aos diversos textos, o posicionamento do aluno
leitor diante desses textos, o reconhecimento da função dos diferentes elementos
linguísticos usados no texto, o domínio da estrutura textual, tanto no seu aspecto
temático como na articulação entre as partes que constituem o texto, a clareza, a
coerência, a consistência argumentativa.
Desse modo é imprescindível que o aluno amplie sua capacidade discursiva
em atividades de uso da língua, de maneira a compreender outras exigências de
adequação da linguagem.
Possibilitar a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais e textual-
discursivos que perpassam os usos linguísticos;
Possibilitar aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto, através de
atividades de revisão, reeestruturação ou refacção e de análise coletiva de
um texto selecionado;
Aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às
ferramentas de expressão e compreensão dos processos discursivos,
proporcionando aos alunos condições para adequar a linguagem aos
diferentes contextos sociais.
8.13.4. Conteúdos
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
289
Discurso como
prática social
Oralidade
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático
o elementos composicionais
o marcas linguísticas
Variedades linguísticas
Intencionalidade do texto
Papel do locutor e do interlocutor:
participação e cooperação
Particularidades de pronúncia de algumas
palavras
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos...
Discurso como
prática social
Leitura
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade;
Argumentos do texto;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
pontuação, recursos gráficos.
Discurso como
prática social
Escrita
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático
o elementos composicionais
o marcas lingüísticas
Argumentação
Paragrafação
Clareza de ideias
Refacção textual
Coesão e coerência do texto lido ou
produzido pelo aluno
Expressividade dos substantivos e sua
290
Discurso como
prática social
Aanálise
linguística
função referencial no texto
Função do adjetivo, advérbio, pronome,
artigo e de outras categorias como
elementos do texto
A pontuação e seus efeitos de sentido no
texto
Recursos gráficos: aspas, travessão,
negrito, hífen, itálico
Acentuação gráfica
Processo de formação de palavras
Gírias
Algumas figuras de pensamento
Alguns procedimentos de concordância
verbal e nominal
Particularidades de grafia de algumas
palavras
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Oralidade
Tema do texto;
Finalidade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos...;
Adequação do discurso ao gênero;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição.
Tema do texto;
291
Discurso como
prática social
Leitura
Finalidade do texto;
Argumentos do texto;
Contexto de produção;
Intertextualidade;
Informações explícitas e implícitas;
Elementos composicionais do gênero;
Ambiguidade;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
pontuação.
Discurso como
prática social
Escrita
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático
o elementos composicionais
o marcas linguísticas
Linguagem formal/informal
Argumentação
Coerência e coesão textual
Organização de ideias/ parágrafos
Finalidade do texto
Refacção textual
Discurso como
prática social
Análise
linguística
Discurso direto e indireto na manifestação das
vozes
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo
e de outras categorias como elementos do
texto
A pontuação e seus efeitos de sentido no
texto
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
Acentuação gráfica
Valor sintático e estilístico dos modos e
tempos verbais
A representação do sujeito no texto
Neologismo
292
Figuras de pensamento (ironia, hipérbole,
antítese, etc)
Semântica
Alguns procedimentos de concordância verbal
e nominal
Particularidades de grafia de algumas
palavras
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Oralidade
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático
o elementos composicionais
o marcas linguísticas
Coerência global do discurso oral
Finalidades do texto oral
Variedades linguísticas
Papel do locutor e do interlocutor:
o participação e cooperação
o turnos da fala
Particularidades dos textos orais
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos...
Finalidade do texto oral.
Discurso como
prática social
Leitura
Interpretação textual, observando:
o conteúdo temático
o interlocutores
o intencionalidade do texto;
o argumentos do texto;
Relação de causa e consequência entre as
293
partes e elementos do texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência,
pontuação;
Semântica: operadores argumentativos;
ambiguidade; sentido figurado; expressões
que denotam ironia e humor no texto.
Linguagem verbal, não-verbal, midiático, etc.
Discurso como
prática social
Escrita
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático;
o elementos composicionais;
o marcas linguísticas
Argumentação
Coerência e coesão textual
Paráfrases de textos
Refacção textual.
Produção de textos de diversos gêneros.
Discurso como
prática social
Análise
linguística
Semelhanças e diferenças entre discurso
escrito e oral
Conotação e denotação
A função das conjunções na conexão de
sentido do texto
Progressão referencia (locuções adjetivas,
pronomes, substantivos...)
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo
e de outras categorias como elementos do
texto
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
Recursos gráficos:aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
Acentuação gráfica
Figuras de linguagem
Alguns procedimentos de concordância verbal
e nominal
294
A elipse na sequência do texto
Estrangeirismos
As irregularidades e regularidades da
conjugação verbal
A função do advérbio:modificador e
circunstanciador
Complementação do verbo e de outras
palavras
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Oralidade
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático
o elementos composicionais
o marcas linguísticas;
Variedades linguísticas
Argumentação;
Intencionalidade do texto oral.
Papel do locutor e do interlocutor:
o turnos da fala
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos...
Discurso como
prática social
Leitura
Interpretação textual, observando:
o conteúdo temático
o interlocutores
o fonte
o intencionalidade
o intertextualidade
o ideologia
o informatividade
295
o marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários
Informações implícitas em textos
As vozes sociais presentes no texto
Estética do texto literário
Discurso como
prática social
Escrita
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático;
o elementos composicionais;
o marcas linguísticas
Argumentação
Resumo de textos
Paragrafação
Intertextualidade
Refacção textual.
Produção de textos de diversos gêneros.
Discurso como
prática social
Análise
linguística
Conotação e denotação
Coesão e coerência textual
Vícios de linguagem
Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
Expressões modalizadoras (que revelam a
posição do falante em relação ao que diz,
como: felizmente..)
Expressividade dos substantivos e sua função
referencia no texto
Função do advérbio, adjetivo, pronome, artigo
e de outras categorias como elementos do
texto
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito...
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
Acentuação gráfica
Estrangeirismos, neologismos, gírias
296
Procedimentos de concordância verbal e
nominal
Valor sintático e estilístico dos modos e
tempos verbais
A função das conjunções e preposições na
conexão das partes do texto
Coordenação e subordinação nas orações do
texto.
1ª, 2ª E 3ª SÉRIES
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Discurso como
prática social
Oralidade
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático;
o elementos composicionais;
o marcas linguísticas
Variedades linguísticas
Papel do locutor e do interlocutor:
o participação e cooperação
o turnos da fala
Particularidades da pronúncia de algumas
palavras
Procedimentos e marcas linguísticas típicas
da conversação (entonação, repetições,
pausas...)
Finalidade do texto oral
Materialização fônica dos textos poéticos.
Interpretação textual, observando:
o conteúdo temático
o interlocutores
o fonte
297
Discurso como
prática social
Leitura
o intencionalidade
o intertextualidade
o ideologia
o informatividade
o marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários
Inferências
As particularidades (lexicais, sintáticas e
composicionais) do texto em registro formal e
informal
As vozes sociais presentes no texto
Relações dialógicas entre textos
Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.
Estética do texto literário
Contexto de produção da obra literária
Diálogo da literatura com outras áreas
Discurso como
prática social
Escrita
Adequação ao gênero:
o conteúdo temático;
o elementos composicionais;
o marcas linguísticas
Argumentação
Coerência e coesão textual
Finalidade do texto
Paragrafação
Paráfrase de textos
Resumos
Diálogos textuais
Refacção textual
Conotação e denotação
Vícios de linguagem
Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
298
Discurso como
prática social
Análise
linguística
Expressões modalizadoras (que revelam a
posição do falante em relação ao que diz,
como: felizmente..)
Expressividade dos substantivos e sua função
referencial no texto
Função do advérbio, adjetivo, pronome, artigo
e de outras categorias como elementos do
texto
A função das conjunções e preposições na
conexão das partes do texto
Coordenação e subordinação nas orações do
texto.
Figuras de pensamento e linguagem
Semântica
Discurso direto, indireto e indireto livre na
manifestação das vozes que falam no texto
Progressão referencia no texto
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito...
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
Acentuação gráfica
Estrangeirismos, neologismos, gírias
Procedimentos de concordância verbal e
nominal
Particularidade de grafia de algumas palavras
Gírias, neologismos, estrangeirismos
8.13.5. Metodologia
O cerne do ensino em Língua Portuguesa se constitui no trabalho com o
texto. Este deverá ser entendido como um material verbal, produto de uma
determinada visão de mundo, de uma intenção e de um momento de produção. O
299
núcleo do trabalho do professor será criar situações de contato com visões do real,
via texto, para que o aluno desenvolva um controle sobre os processos interacionais.
É importante, nesse sentido, trazer para a sala de aula todo o tipo de texto
literário, informativo, dissertativo, publicitário, colocando estas linguagens em
confronto, não apenas as suas formas particulares, mas o conteúdo veiculado por
elas.
A ação pedagógica se pauta numa postura interlocutiva, vivenciada oralmente
e por escrito, por meio de atividades planejadas para que o aluno expresse suas
ideias, experiências, conhecimento, sentimentos, etc., na fala e na escrita, tanto
quanto reflita sobre o uso da linguagem em diferentes contextos e situações.
O trabalho de Língua Portuguesa, nesse contexto, se realiza a partir da
prática de oralidade, leitura, escrita, apresentados a seguir.
Para o desenvolvimento de tais práticas serão utilizados diversos recursos,
tanto didáticos, como tecnológicos, entre eles: o laboratório de informática para
pesquisas, leituras. O livro didático, jornais, revistas informativas, gibis, entre outros.
Oralidade:
Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em
consideração a:aceitabilidade, informatividade, situacionalidade finalidade
do texto;
Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos
alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência entre
as partes e elementos do texto;
Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da
oralidade em seu uso formal e informal;
Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos
recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas e outros;
Selecionar discursos de outros para análise dos recursos para análise dos
recursos da oralidade, como cenas de desenhos, programas infanto-
juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.
Escrita:
300
Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do
interlocutor, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia;
Proporcionar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer
a referência textual;
Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
Acompanhar a produção de texto;
Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade
temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao
contexto;
Estimular o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e
denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humos; figuras
de linguagem no texto;
Incentivar a utilização de recursos de causa e consequência entre as
partes e elementos do texto;
Conduzir a utilização adequada das partículas conectivas;
Encaminhar a reeescrita textual: revisão dos argumentos/ das ideias, dos
elementos que compõem o gênero;
Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais,
estruturais e normativos.
Leitura:
Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;
Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
Encaminhar discussões e reflexões sobre: tema; finalidade, intenções,
intertextualidade, aceitabilidade, informalidade, situacionalidade,
temporalidade, vozes sociais e ideologias;
Proporcionar análises para estabelecer a referência textual;
Contextualizar a produção: suporte/ fonte, interlocutores, finalidade,
época;
Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como
gráficos, fotos, imagens, mapas e outros;
Relacionar o tema com o contexto atual;
301
Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;
Instigar o entendimento/ reflexão das palavras em sentido figurado;
Estimular leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, que é próprio
de cada gênero;
Incentivar a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e
consequência entre as partes e elementos do texto;
Conduzir leituras para a compreensão das partículas conectivas.
Análise Linguística: (perpassando as práticas da oralidade, leitura e escrita):
Desenvolvimento de atividades que levem o aluno a refletir sobre seu próprio
texto, fazer revisão, reestruturação ou refacção e análise coletiva de um texto
selecionado. Todas as atividades de gramática focalizam o texto como parte da
atividade discursiva, possibilitando ao aluno usar os conhecimentos adquiridos por
meio da prática de análise linguística para expandir sua capacidade de monitoração
das possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.
Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:
o de gêneros selecionados para leitura ou adição;
o de textos produzidos pelos alunos;
o das dificuldades apresentadas pela turma.
Literatura:
O trabalho com a literatura em sala de aula permite que o aluno perceba seu
papel na interação com o texto, uma vez que este carrega em si ideologias.
Esta abordagem pode contemplar diferentes gêneros textuais, assim como
diferentes meios de comunicação como a televisão, cinema, teatro.
Além dos literários, pode-se contemplar também os textos de imprensa:
noticias; editoriais, artigos, reportagens, entrevistas, textos lúdicos (trava-língua,
quadrinhas, adivinhas, parlendas e piadas). Verbetes enciclopédicos, relatórios,
artigos e textos didáticos precisam também ser trabalhados.
O trabalho referente as leis: Lei 11.645 “História e cultura afro-brasileira
e indígena”, Lei 13.381/01 “História do Paraná” e lei 9.795/99 “Meio Ambiente”,
será realizado através de atividades de pesquisa, apresentações orais (teatro,
302
jograis, coreografias e produções escritas. Avaliando-se o desempenho dos
alunos nas atividades desenvolvidas.
8.13.6. Avaliação
Avaliar é mais do que dar nota, é perceber dificuldades e apontar caminhos
para o sucesso da aprendizagem, levando em consideração as diferentes
inteligências dos educandos. Portanto, a avaliação será processual (cada atividade é
momento de avaliação), diagnóstica (para detectar problemas e mudar a rota,
possibilitando a intervenção pedagógica a todo momento), formativa e somativa.
Na oralidade avalia-se a adequação dos diferentes discursos nas mais
diversas situações de uso de acordo com os interlocutores, por meio de
apresentações orais de textos, poemas, notícias, mensagens, dramatizações,
apresentações públicas, seminários, debates, entrevistas, relatos de histórias.
Nessas atividades será verificada a participação do aluno nos diálogos, relatos, etc;
observando-se a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua fala,
e como apresenta os argumentos para defender seus pontos de vista. Em certas
situações o próprio aluno será colocado como avaliador de textos orais com os quais
convive: programas de televisão, discursos políticos, etc.
Na leitura serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para
a compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre
textos. Através de questões abertas, serão desenvolvidas atividades de discussão,
debates e reflexões, analisando a capacidade do aluno de se colocar diante do
texto, bem como avaliar a fluência, clareza, pontuação e a compreensão do texto
lido e a relação deste com o mundo e suas experiências, independente do gênero.
A análise linguística é a reflexão do uso da língua, aspectos gramaticais e
interpretação, percebendo o que há no texto e nas entrelinhas do texto. Os
elementos linguísticos serão avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada,
deixando de ser feito um trabalho com a gramática a partir de exercícios tradicionais,
mas sim, levar o aluno a compreender o que seja um bom texto, sua organização, os
elementos de conexão e adequação dos discurso considerando o destinatário.
Na escrita, o texto será visto como uma fase do processo de produção,
nunca como produção final. Verificar-se-á a coesão e coerência textual, a
303
adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o
contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a organização dos
parágrafos. Em certos momentos, o aluno se posicionará como avaliador dos textos
que o rodeiam e de seu próprio texto. No momento da reescrita certos aspectos
serão observados: se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre as
partes do texto, se há necessidade de cortes, substituições, etc.
Será realizada através dos instrumentos: produção escrita de diferentes
gêneros textuais, análise de vocabulário, substituição de termos, reescrita de textos,
etc.
Não esquecendo que a avaliação também é momento de aprendizagem,
portanto, deve ser tempo de reflexão e de redirecionamento do fazer pedagógico.
Recuperação:
Será retomado o conteúdo de forma metodológica diferenciada, visando
assegurar a possibilidade de aprendizagem.
8.13.7. Referências
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED,1990.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008 GERALDI, J.W. Concepções de linguagem e ensino de Português: In: O texto na sala de aula. 5 ed. Cascavel: Assoeste, 1990. POSSENTI, S Por que (não) ensinar gramática. 4 ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996.
304
8.14. MATEMÁTICA
8.14.1. Apresentação da disciplina
Indivíduos e povos têm, ao longo de suas existências e ao longo da história,
criado e desenvolvido instrumentos de reflexão, de observação, instrumentos
teóricos e, associados a esses, técnicas, habilidades e teorias, (Techbné, ticas) para
explicar, entender, conhecer, aprender (matema), para saber e fazer como resposta
a necessidade de sobrevivência, em ambientes naturais, sociais e culturais (etnos).
Os povos das antigas civilizações, os babilônios, por volta de 2000 a.C.,
foram os primeiros a apresentarem registros na humanidade sobre configurações
físicas e geométricas, comparação de formas, tamanhos e quantidades.
Como campo do conhecimento, somente mais tarde é que gregos, nos
séculos VI e V a.C., estabeleceram regras, princípios lógicos e exatidão de
resultados. Com os pitagóricos ocorreram as primeiras discussões sobre a
importância e o papel da Matemática no ensino e na formação das pessoas.
Com os platônicos, buscava-se, pela Matemática, um instrumento que,para
eles, instigaria o pensamento do homem. Essa concepção arquitetou as
interpretações e o pensamento matemático de tal forma que influencia no ensino de
Matemática até os dias de hoje.
Existe, portanto, um corpo de conhecimentos comuns a inúmeras civilizações,
composto por processos de organização, classificação, contagem e medições,
mescladas com manifestações que podem ser identificadas com arte, religião,
música, técnicas e ciências, reconhecido academicamente como Matemática.
O conhecimento matemático é um bem cultural produzido na relação do
homem com a Natureza e com outros homens. Assim, são os homens que, ao se
relacionarem com o meio e com os outros homens, procurando respostas às suas
necessidades, produzem o conhecimento.
Esse conhecimento deve ser meio para produzir, expressar e comunicar suas
idéias atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; questionar a
realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o
pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimento e verificando sua adequação.
305
Ao analisar os conteúdos e objetivos propostos para o ensino da matemática,
entende-se que para serem alcançados é necessário compreender a verdadeira
função social da escola, o que se confirma na DCE (p. 11, 2008) “a aprendizagem
da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir
sentido e construir significado às idéias matemáticas de modo a tornar-se capaz de
estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar.” Partindo dessa concepção,
após sua apropriação, os conhecimentos matemáticos servirão como instrumentos
que auxiliam a compreender, descrever e modificar a realidade. Assim, a Matemática
tem um valor formativo que ajuda a estruturar o pensamento dedutivo, porém
também desempenha um papel instrumental, pois é uma ferramenta que serve para
a vida cotidiana e para suas tarefas especificas em quase todas as atividades
humanas.
Quando se fala sobre o que é ensinar Matemática, surge uma preocupação, a
qual aflora, atualmente, de forma desafiadora para o professor, exigindo que o
mesmo faça uma interpretação da educação mediante uma postura filosófica,
relacionando sua maneira de ver o conhecimento matemático e do aluno, uma vez
que este é um processo cumulativo, intencional, racional e histórico. O acesso a este
conhecimento pode contribuir para as transformações sociais, não apenas por meio
da socialização (em si mesma) do conhecimento matemático, mas, também, por
meio de uma dimensão política, contida na própria relação entre o conteúdo
matemático e a forma de seu ensino-aprendizagem.
Segundo KOCH:
Ensinar Matemática é interferir de maneira que o aluno aprenda: não é deixá-lo construir sozinho, nem supor que tudo o que se explica será aprendido. Ensinar não é, pois, explicar e depois propor problemas, mas é fazer com que o aluno, ao tentar resolver um problema novo, ponha em ação o seu saber, tente novas soluções que ainda não conhece (mas que podem ser socializadas e discutidas no grupo) e produzir um conhecimento em direção ao novo. Esta incompletude de “falta de ensinar” dá sentido ao novo conhecimento que o professor pretende ensinar e possibilita o aprender. (1998, p. 85/86)
Mostrar a Matemática como elaboração humana para entender o mundo é a
meta do professor. É necessário favorecer a postura reflexiva e investigadora, e
colaborar para a construção da autonomia de pensamento e ação. O ensino da
Matemática não pode ser voltado para um futuro distante, pois, conhecer os
306
conteúdos da matemática é ampliar a possibilidade de participação social e
desenvolvimento mental e assim, capacitar o aluno a exercer desde já seu papel
como cidadão do mundo. Em acordo com a DCE (p.13, 2008 apud LORENZATO e
VILA, 1993, p. 41) “é imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento
matemático de forma que 'compreenda os conceitos e princípios matemáticos,
raciocine claramente e comunique idéias matemáticas, reconheça suas aplicações e
aborde problemas matemáticos com segurança'.” Logo é dever e responsabilidade
dos educadores direcionar o trabalho pedagógico de forma a permitir que esse saber
escolar tenha relação com o saber que o aluno já detém. O conhecimento
matemático, é expresso hoje por meio de uma linguagem altamente elaborada, cuja
aparência formalizada parece desprender-se totalmente do mundo em que vivemos.
É na interação destes saberes que o aluno poderá ter acesso ao conteúdo
construído historicamente, em sua forma mais elaborada, sem desvinculá-lo de sua
prática social.
Entendendo que escola é a instituição incumbida da transmissão do
conhecimento científico, e que a partir desse conhecimento deve contribuir para a
formação do cidadão e para o seu desenvolvimento como pessoa. É necessário
contribuir para a formação de indivíduos autônomos, com capacidade de adaptar-se
as mudanças constantes e de enfrentar permanentemente novos desafios.
A matemática é utilizada como base nos diversos ramos do conhecimento e
também na formação do individuo, é aplicada aos fenômenos do mundo real. Assim
a disciplina de matemática desenvolverá seus conteúdos fazendo a reflexão e
contextualização com os temas das relações étnico-raciais, história da cultura afro-
brasileira e africana, conforme lei nº 10639, de 09/01/2003 que inclui oficialmente no
currículo a obrigatoriedade do ensino desta temática na rede de ensino.
Matemáticos, antes pesquisadores, tornaram-se também professores e
passaram a se preocupar mais diretamente com as questões de ensino. Para sua
prática docente, alguns professores de Matemática começaram a buscar
fundamentação não somente nas teorias matemáticas,mas em estudos psicológicos,
filosóficos e sociológicos. A partir desses congressos, começou-se a pensar num
ensino de matemática que articulasse, numa única disciplina, a Aritmética, a
Álgebra, a Geometria, a Trigonometria, etc.
Assim, a concepção de ensino da matemática tem como pressuposto o
caráter social do conhecimento matemático, a relação entre o conhecimento
307
historicamente produzido e a lógica de sua elaboração, enquanto fatores
inteiramente ligados, portanto a Matemática caracteriza-se como forma de
compreender e atuar no mundo e o conhecimento gerado nessa área do saber como
fruto da construção humana na sua interação constante como o contexto natural,
social e cultural. Com a presente proposta professores e alunos devem desenvolver
uma concepção de matemática que permita a todos o acesso aos conhecimentos e
instrumentos matemáticos, necessários para participarem e interferirem na
sociedade em que vivem.
8.14.2. Objetivos
Adotar uma atitude positiva em relação à matemática, ou seja,
desenvolver sua capacidade de “fazer matemática” construindo conceitos
e procedimentos, formulando e resolvendo problemas para si mesmo e,
assim, aumentar sua auto-estima e perseverança na busca de soluções
para um problema;
Perceber que os conceitos e procedimentos matemáticos são úteis para
compreender o mundo e, compreendendo-o, poder atuar melhor nele;
Pensar logicamente, relacionando idéias, descobrindo regularidades e
padrões, estimulando sua curiosidade, seu espírito de investigação e sua
criatividade na resolução de problemas;
Observar sistematicamente a presença da matemática no dia-a-dia
(quantidades, números, formas geométricas, simétricas, grandezas e
medidas, tabelas e gráficos, “previsões”, etc.);
Formular e resolver situações-problema. Para isso, o aluno deverá ser
capaz de elaborar planos e estratégias para a solução do problema,
desenvolvendo varias formas de raciocínio (estimativa, analogia, indução,
busca de padrão ou regularidade, pequenas inferências lógicas, etc.),
executando esses planos e essas estratégias com procedimentos
adequados;
Integrar os vários eixos temáticos da matemática (números e operações,
geometria, grandezas e medidas, raciocínio combinatório, estatística e
probabilidade) entre si e com outras áreas do conhecimento;
Comunicar-se de modo matemático, argumentando, escrevendo e
308
representando de varias maneiras (com números, tabelas, gráficos,
diagramas, etc.) as idéias matemáticas;
Interagir com os colegas cooperativamente, em dupla ou em equipe,
auxiliando-os e aprendendo com eles, apresentado suas idéias e
respeitando as deles, formando, assim, um ambiente propicio à
aprendizagem.
Ler e interpretar textos de Matemática;
Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos,
expressões etc.);
Transcrever mensagens matemáticas da linguagem corrente para
linguagem simbólica (equações, gráficos, diagramas, fórmulas, tabelas
etc.) e vice-versa;
Exprimir-se com correção e clareza, tanto na língua materna, como na
linguagem matemática, usando a terminologia correta;
Produzir textos matemáticos adequados;
Utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de
produção e de comunicação;
Utilizar corretamente instrumentos de medição e de desenho;
Identificar o problema (compreender enunciados, formular questões etc.);
Procurar, selecionar e interpretar informações relativas ao problema;
Formular hipóteses e prever resultados;
Selecionar estratégias de resolução de problemas;
Interpretar e criticar resultados numa situação concreta;
Distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos;
Fazer e validar conjecturas, experimentando, recorrendo a modelos,
esboços, fatos conhecidos, relações e propriedades;
Discutir idéias e produzir argumentos convincentes;
Desenvolver a capacidade de utilizar a Matemática na interpretação e
intervenção real;
Aplicar conhecimentos e métodos matemáticos em situações reais, em
especial em outras áreas do conhecimento;
Relacionar etapas da história da Matemática com a evolução da
humanidade;
Utilizar adequadamente calculadoras e computador, reconhecendo suas
309
limitações e potencialidades.
8.14.3. Conteúdos
6º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e álgebra
Sistemas de Numeração
Sistemas de numeração: sistemas egípcio,
babilônico e romano; sistema indo-arábico.
Números Naturais
Números naturais:
Leitura e escrita
Sucessor e antecessor
Operações: adição, subtração,
multiplicação, divisão, potenciação e
radiciação
Expressões numéricas
Múltiplos e divisores Divisibilidade: múltiplos e divisores
Critérios de divisibilidade
Números primos
Decomposição em fatores primos
Mínimo múltiplo comum (m.m.c)
Máximo divisor comum (m.d.c)
Potenciação e radiciação Potência com números naturais
Raiz quadrada de um nº natural
Números Fracionários
Números racionais absolutos:
Representação, comparação, leitura,
escrita e equivalência
Operações: adição, subtração,
multiplicação, divisão, potenciação e
radiciação
Fração decimal e números decimais;
Números decimais Números decimais:
Representação e leitura de números
decimais
Operações: adição, subtração,
310
multiplicação, divisão, potenciação e
radiciação
Transformação de números fracionários
em números decimais
Valor numérico de expressões algébricas,
apresentando as noções de variável e
incógnita
Grandezas e medidas
Medidas de comprimento
Medidas de comprimento;
Unidade padrão(Múltiplos e submúltiplos)
Transformação de unidades
Cálculo de perímetro de figuras
geométricas planas;
Medidas de Massa
Medidas de massa;
Unidade padrão (múltiplos e submúltiplos)
Transformação de unidades
Medidas de área
Medidas de superfície, seus múltiplos e
submúltiplos;
Área de figuras geométricas planas;
Medidas de volume
Medidas de volume seus múltiplos e
submúltiplos;
Cálculo do volume de cubos e
paralelipípedos;
Medidas de tempo
Unidades de medidas de tempo;
Transformação de unidades;
Medidas de Ângulos
Ângulo reto, agudo e obtuso;
Sistema Monetário Moeda brasileira: O Real com seus
múltiplos e submúltiplos;
Geometrias
Geometria Plana
Ponto;
Reta e plano;
Semi-reta;
Segmento de reta;
Ângulos;
Polígonos: Triângulos e Quadriláteros;
Cìrculo e circunferência;
Cálculo de área e perímetro
Classificação de figuras bidimensionais
Geometria Espacial Cálculo de volume do cubo e
paralelepípedos
Classificação de figuras tridimensionais;
311
Planificação de sólidos geométricos
Tratamento da
informação
Dados, tabelas e gráficos;
Coleta, organização e descrição de dados;
Leitura, interpretação e descrição de
dados por meio de tabelas, listas,
diagramas, quadros e gráficos;
Porcentagem; Cálculo de porcentagens por meio de
resolução de situações-problemas,
relacionando com os números fracionários
e decimais;
7º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e álgebra
Números inteiros Números inteiros: conjunto e
subconjuntos;
Operações;
Expressões numéricas;
Números Racionais
Números racionais:
Operações;
Expressões numéricas;
Equação e inequação do
1º grau
Equações do 1° grau.
Noções de inequações do 1° grau.
Razão e Proporção
Noções de proporcionalidade: fração,
razão, proporção, semelhança e diferença;
Grandezas diretamente e inversamente
proporcionais;
Regra de três Regra de três simples e composta.
Grandezas e medidas
Medidas de temperatura Medidas de temperatura;
Ângulos Conceito de ângulo;
Medidas e classificação de ângulos;
Propriedades dos ângulos;
Geometrias
Geometria Plana;
Polégonos e classificação
Cálculo de área de figuras planas
312
Geometria Espacial;
Volume de cubos e paralelepípedos.
Representação cartesiana.
Geometria não-
Euclidianas.
Noções topológicas: conceitos de interior,
exterior, fronteira, vizinhança, conexidade,
curvas e conjuntos abertos e fechados;
Tratamento da
informação
Pesquisa Estatística;
Coleta, organização e descrição de dados;
Leitura, interpretação e descrição de
dados por meio de tabelas, listas,
diagramas, quadros e gráficos;
Gráficos de barras, colunas, linhas
poligonais, setores, curvas e histogramas;
Construção de gráficos
Média Aritmética;
Medias simples e ponderada;
Moda e Mediana;
Moda e mediana.
Juros simples; Calculo de juros simples;
8º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e álgebra
Números irracionais Números reais: naturais, inteiros,
racionais;
Números irracionais;
O número π (pi)
Sistemas de equações do 1º
grau
Sistemas de equações do 1° grau.
Operações;
Representação no gráfico cartesiano;
Potências
Propriedades das potências;
Monômios e Polinômios
Polinômios:
Operações;
Frações algébricas:
Simplificação;
Equações fracionárias.
313
Valor numérico de expressões
algébricas.
Produtos notáveis
Produtos notáveis: cálculo e
representação geométrica;
Fatoração.
Operações;
Grandezas e medidas
Medidas de comprimento
Comprimento da circunferência
Medidas de Área
Área de polígonos e círculo;
Medidas de Ângulos Ângulos:
Unidades: fracionamento e cálculo;
Complementares e suplementares;
Opostos pelo vértice;
Feixe de paralelas cortadas por
transversais;
Geometrias
Geometria Plana
Polígonos:
Nomenclatura;
Número de diagonais;
Soma das medidas dos ângulos;
Triângulos:
Condição de existência;
Classificação;
Soma das medidas dos ângulos;
Altura, mediana, mediatriz e bissetriz;
Noções sobre o teorema de Pitágoras;
Congruência;
Quadriláteros:
Nomenclatura;
Soma das medidas dos ângulos;
Circunferência e círculo:
Comprimento da circunferência;
Área do círculo;
Posições relativas (reta e
circunferência, duas circunferências);
Arco, ângulo central, ângulo inscrito
Geometria Espacial Estudo de pirâmides, prismas e
cilindros.
314
Geometria Analítica
Representação gráfica no plano
cartesiano e relação com a álgebra;
Geometrias não-euclidianas Fractais e suas propriedades
Tratamento da
informação
Gráfico e informação Coleta, organização e descrição de
dados;
Leitura, interpretação e descrição de
dados por meio de tabelas, listas,
diagramas, quadros e gráficos;
População e amostra Noções de probabilidade
9º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e álgebra
Números reais Números reais:
Naturais, inteiros, racionais, irracionais
e intervalos.
Potências:
Expoente natural;
Expoente inteiro negativo;
Notação científica;
Propriedades dos radicais
Radicais:
Expoente fracionário;
Simplificação;
Operações;
Equação do 2º grau
Equações biquadradas
Equações irracionais
Equações do 2° grau:
Incompletas;
Completas;
Fracionárias;
Biquadradas;
Irracionais;
Sistemas de equações do 2º grau.
Teorema de Pitágoras
Teorema de Pitágoras;
315
Regra de três composta Regra de três composta na resolução
de situações problemas;
Grandezas e medidas
Relações métricas no
triângulo retângulo
Trigonometria no triângulo
retângulo
Triângulo retângulo:
Teorema de Pitágoras;
Relações Métricas;
Trigonometria:
Razões trigonométricas no triângulo
retângulo;
Funções
Noção intuitiva de função
afim
Função:
Noções;
Lei da função;
Domínio;
Imagem;
Função polinomial do 1° grau.
Noção intuitiva de função
quadrática
Função polinomial do 2° grau.
Geometrias
Geometria Plana
Semelhança de Triângulos;
Soma de ângulos internos do um
triângulo e polígonos regulares;
Teorema de Talles;
Circunferência e círculo:
o Comprimento da
circunferência;
o Área do círculo;
o Relações métricas;
o Polígonos inscritos;
Áreas de figuras geométricas planas.
Geometria Espacial
Poliedros regulares e suas relações
métricas.
Volume de sólidos geométricos.
Medidas: comprimento, área, volume,
capacidade e massa.
Noções de desenho geométrico:
Geometria Analítica
Construções e representações no
espaço e no plano;
Construção de polígonos inscritos na
316
circunferência;
Definição e construção de baricentro,
ortocentro, incentro e circuncentro.
Geometrias não-euclidianas Fractais e suas propriedades;
Tratamento da
informação
Noções de análise
combinatória
Contagem com princípio multiplicativo
em situações problemas;
Noções de probabilidade
Espaço amostral
Experimentos aleatórios
Estatística
Construção de gráficos.
Média, moda e mediana.
Juros compostos Calculo de juros compostos: conceito
de taxa, capital e montante
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e Álgebra Teoria dos Conjuntos:
o Conjuntos Numéricos
(naturais, inteiros,
irracionais, e reais);
o Intervalos;
o Equações e
Inequações
Exponenciais,
Logarítmicas e
Modulares.
Em construção
Grandezas e Medidas Trigonometria no triângulo
retângulo.
Funções Função Afim;
Função Quadrática;
317
Função Polinomial;
Função Exponencial;
Função Logarítmica;
Função Trigonométrica;
Função Modular;
Progressão Aritmética;
Progressão Geométrica
Geometria Geometria plana.
Semelhanças de triângulos.
Tratamento da
informação
Matemática financeira.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e Álgebra Matrizes e
Determinantes;
Sistemas lineares.
Em construção
Grandezas e Medidas Medidas de área;
Medidas de Volume;
Funções Função Trigonométrica
na circunferência;
Geometria Geometria espacial.
Tratamento da
informação
Analise Combinatória;
Estudo das
Probabilidades;
Binômio de Newton.
3ª SÉRIE
318
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Números e Álgebra Números complexos;
Polinômios.
Em construção Grandezas e Medidas Medidas de área na reta
e na circunferência.
Funções Função polinomial.
Geometria Geometria analítica;
Tratamento da
informação
Estatística;
8.14.4. Metodologia
A escola é a instituição incumbida da transmissão do conhecimento científico,
e deve, portanto, contribuir para a formação do cidadão e para o seu
desenvolvimento como pessoa, em que as qualidades postuladas são a
solidariedade, a participação e o pensamento crítico.
É preciso formar indivíduos completos, dotados de conhecimentos mais
amplos e profundos, convencidos da necessidade de aperfeiçoar continuamente
seus conhecimentos. É necessário contribuir para a formação de indivíduos
autônomos, com capacidade de adaptar-se a mudanças constantes e de enfrentar
permanentemente novos desafios.
O mundo está em grande mudança, dado o grande e rápido desenvolvimento
da tecnologia. Máquinas de calcular, computadores, Internet, etc. são assuntos do
dia-a-dia. E todos eles têm ligações estreitas com a Matemática.
Portanto, deve-se levar em conta que se aprende Matemática fazendo
Matemática, e que essa aprendizagem está ligada a apreensão e atribuição de
significados. Os conteúdos não serão trabalhados de forma isolada, mas sim
articulando-se entre si. Serão abordados através de tendências metodológicas da
educação matemática, entre elas: resolução de problemas, modelagem matemática,
319
uso de mídias tecnológicas, etnomatemática, história da matemática e investigações
matemáticas. Para isso, alguns princípios devem orientar o trabalho:
A Matemática é importante na medida em que a sociedade necessita e
utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos
tecnológicos. Portanto, deve ser mostrada como um todo e não como uma
sucessão de temas isolados, destacando-se as conexões existentes entre
situações da vida real, ou em outras disciplinas e suas representações
matemáticas e entre duas representações matemáticas equivalentes.
O ensino-aprendizagem de Matemática tem como ponto de partida a
resolução de problemas. A capacidade de resolver problemas deve ser
considerada como um eixo organizador do ensino da Matemática, pois
possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e gerenciar as informações
que estão ao seu alcance.
É fundamental compreender que os problemas não são um conteúdo e
sim uma forma de trabalhar os conteúdos, servindo como orientação para
a aprendizagem, pois proporcionam o contexto em que se pode apreender
conceitos, procedimentos e atitudes matemáticas.
A história da Matemática deve ser utilizada como um instrumento de
resgate da identidade cultural, e pode esclarecer idéias matemáticas que
estão sendo construídas pelo aluno, pois conceitos abordados em
conexão com sua história constituem veículos de grande valor formativo.
Os recursos tecnológicos devem ser utilizados como meios facilitadores e
incentivadores do espírito de pesquisa. As calculadoras, computadores,
televisão e vídeos deverão ser utilizados, pois permitem atividade de
exploração, recuperação e desenvolvimento e sua utilização traz
significativas contribuições ao ensino da matemática.
Os jogos são formas interessantes de propor problemas e devem ser
utilizados sempre que possível, pois permitem que sejam apresentados
de forma atrativa e que favoreçam a criatividade na busca de soluções.
Propiciam a simulação de situações - problema que exigem soluções vivas
e imediatas e possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os
erros, sem deixar marcas negativas.
320
A promoção de atividades em grupo deve acontecer sempre que possível,
pois estimula a discussão e confrontação de idéias, levando o aluno a
respeitar o modo de pensar dos colegas, aprendendo com eles.
As atividades que estimulam a comunicação oral e escrita, a verbalização
de raciocínios, análises, processos e resultados devem ser valorizados,
pois levam o aluno a utilizar o vocabulário e as formas de representação
matemáticas adequadas. A linguagem do professor deve ser rigorosa, mas
adequada ao nível de desenvolvimento do aluno.
A seleção e organização de conteúdos devem levar em conta sua
relevância social e sua contribuição para o desenvolvimento intelectual do
aluno.
A Educação Matemática deve valorizar a história dos estudantes através
do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais.
O Ensino e Aprendizagem da Matemática devem valorizar também o aluno
no seu contexto social, levantando problemas que sugiram
questionamentos sobre situações da vida.
Através da etnomatemática pretende-se trabalhar questões de relevância
social que produzem o conhecimento matemático.
Com a modelagem matemática será possível a problematização de
situações do cotidiano, com a valorização do aluno no contexto social.
As mídias tecnológicas como softwares, televisão, calculadoras e
aplicativos da internet, favorecem as experimentações matemáticas e
potencializam as formas de resolução de problemas.
Na investigação matemática, o aluno é solicitado a propor questões e
formular conjecturas a respeito do que está sendo investigado.
Dentro do conteúdo estruturante tratamento da informação serão
trabalhados conteúdos que apresentam dados que contemplem a História
e Cultura Afro-Brasileira, História do Paraná e Educação Ambiental.
Não existe um caminho como único e melhor para o ensino da Matemática,
mas conhecer e utilizar diversas possibilidades de trabalho é fundamental para que
o professor construa sua prática.
321
8.14.5. Avaliação
A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre
como está se realizando o processo ensino - aprendizagem como um todo – tanto
para o professor e a equipe escolar conhecerem e analisarem os resultados de seu
trabalho como para o aluno verificar seu desempenho – e não simplesmente
focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de conteúdos para
classificá-lo em “aprovado” ou “ reprovado”.
O processo da avaliação visto como um diagnóstico contínuo e dinâmico
torna-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os
procedimentos e as estratégias de ensino, para que realmente o aluno aprenda.
Em geral, a avaliação é feita através do progresso do aluno no domínio de
conceitos ou de observações realizadas a todo momento em sala de aula, através
da sua participação.
É importante que a avaliação verifique a capacidade de interpretar, identificar
informações, estimar, investigar, justificar, argumentar e comprovar.
A aprendizagem da Matemática é um processo dinâmico e a avaliação deve
levar em conta os caminhos percorridos pelo aluno, as suas tentativas de solucionar
os problemas propostos e, a partir do diagnóstico de suas dificuldades, ampliar o
seu domínio sobre os conteúdos em estudo.
Dessa forma a avaliação em Matemática não deve priorizar a verificação da
memorização de regras e esquemas, mas sim a compreensão dos conceitos, o
desenvolvimento de atitudes e procedimentos, a criatividade nas soluções, que se
refletem no modo de enfrentar e resolver situações - problema.
O resultado não é o único elemento a ser observado numa avaliação, mas
sim o processo de construção do conhecimento. Assim, os erros não devem apenas
ser constatados. É necessário explorar e trabalhar as possibilidades decorrentes
desses erros, pois eles resultam de uma visão parcial que o aluno possui do
conteúdo.
Portanto a avaliação deve informar sobre:
O conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos.
A capacidade de resolver problemas do cotidiano.
As habilidades de análise, generalização e raciocínio.
A confiança em fazer matemática.
322
A perseverança e o cuidado na realização de tarefas e a cooperação nos
trabalhos em grupo.
Além das provas escritas e individuais, a avaliação deverá conter também:
pesquisas;
relatórios;
trabalhos em grupos e individuais;
atividades do livro;
observação do professor.
O aluno que não atingir 6,0 em cada avaliação ou grupo de avaliações
valendo 10,0, terá direito à reavaliação, realizada após a retomada dos conteúdos.
Assim, o objetivo da avaliação é diagnosticar como está se dando o processo
ensino-aprendizagem e coletar informações para corrigir possíveis distorções
observadas nele. Quando os resultados não forem satisfatórios, é preciso buscar as
causas. Pode ser que os objetivos foram superdimensionados ou que o problema
esteja no conteúdo, na metodologia de ensino, nos materiais, na própria forma de
avaliar ou em algum outro aspecto. O importante é determinar os fatores do
insucesso e reorientar as ações para sanar ou minimizar as causas e promover a
aprendizagem do aluno.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Números e Álgebra
Conhecer os diferentes sistemas de numeração;
Reconheça o conjunto dos números naturais, comparando e
reconhecendo seus elementos;
Efetue as operações fundamentais com números naturais;
Expresse situações problema que envolvam as operações, de maneira
oral ou escrita;
Estabeleça relação de igualdade e transformação: fração e número
decimal; fração e número misto;
Identifique o MMC e o MDC entre dois ou mais números naturais;
Identifique a potenciação como multiplicação de fatores iguais e a
radiciação com sua operação inversa;
Relacione potências e raízes quadradas com padrões numéricos e
geométricos;
Identifique os conjuntos numéricos , seus registros e operações;
323
Aplique os princípios aditivo e multiplicativo, como propriedade da
igualdade e desigualdade;
Reconheça razão como uma comparação entre grandezas e
proporção como igualdade entre duas razões;
Identifique grandezas diretamente e inversamente proporcionais;
Reconheça o conceito de incógnita;
Reconheça números naturais, inteiros, racionais e irracionais;
Aplique a notação científica;
Calcule a raiz quadrada exata e aproximada de números irracionais;
Identifique o número π (pi) como irracional;
Identifique e opere com monômios e polinômios;
Utilize os produtos notáveis;
Opere com expoentes fracionários;
Reconheça expoente fracionário como radical e aplique as
propriedades na sua simplificação;
Use a fatoração para extrair raízes;
Reconheça equações do 2º grau completas e incompletas;
Encontre as raízes de uma equação do 2º grau através de diferentes
processos;
Interprete problemas em linguagem gráfica e algébrica;
Resolva equações biquadradas;
Resolva situações-problema que envolvam regra de três composta;
Grandezas e Medidas
Reconheça o metro como unidade-padrão de medida de comprimento;
Identifique os diversos sistemas de medidas;
Opere com múltiplos e submúltiplos do quilograma;
Calcule perímetro e área de figuras planas;
Reconheça o metro cúbico como unidade-padrão de medida de
volume;
Transforme unidades de medidas de tempo;
Identifique ângulos retos, agudos e obtusos;
Relacione o sistema monetário brasileiro com outros sistemas
mundiais;
Calcule a área de uma superfície;
Reconheça e aplique os diversos tipos de medidas;
Identifique ângulos e faça uso do transferidor e esquadro para medi-
los;
Calcule o comprimento da circunferência;
Calcule a área do circulo;
Calcule a área de polígonos;
Reconheça ângulos formados por paralelas interceptadas por
324
transversal;
Aplique as relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo;
Utilize o teorema de Pitágoras em situações diversas
Funções
Expresse a dependência entre variáveis;
Identifique função afim e sua representação gráfica;
Reconheça gráficos que descrevam funções;
Identifique a função quadrática e sua representação gráfica;
Analise graficamente funções afins e quadráticas;
Geometria
Identifique ponto, reta, plano, semi-reta e segmento de reta;
Calcule o perímetro de figuras planas;
Encontre a área de figuras planas;
Reconheça círculo e circunferência e seus elementos;
Identifique os sólidos geométricos e sua planificação, assim como
seus elementos;
Encontre a área de figuras planas;
Classifique e construa sólidos geométricos a partir de figuras planas;
Reconheça noções topológicas através de conceitos como interior,
exterior, fronteira, vizinhança, conexidade, curvas e conjuntos abertos
e fechados;
Identifique triângulos semelhantes;
Calcule a soma dos ângulos internos de polígonos regulares;
Trace e reconheça retas paralelas;
Reconheça noções de paralelismo;
Calcule área e volume de poliedros;
Reconheça o sistema de coordenadas cartesianas;
Reconheça os fractais;
Reconheça polígonos semelhantes;
Utilize a semelhança de triângulos em situações-problema;
Aplique o teorema de Tales;
Calcule a superfície e o volume de Poliedros;
Analise e discuta a auto-similaridade e a complexidade infinita de um
fractal;
Tratamento da
informação
Identifique os diferentes tipos de gráficos;
Faça a leitura de dados, tabelas e gráficos;
Resolva situações-problemas que envolvam porcentagem;
Interprete informações de pesquisas estatísticas;
Calcule a média aritmética, moda e mediana;
Calcule juros simples em situações-problemas;
Represente em gráficos diferentes uma mesma informação;
Utilize o conceito de amostra para levantamento de dados;
325
Desenvolva o raciocínio combinatório e aplique o principio
multiplicativo;
Descreva o espaço amostral em um experimento aleatório;
Calcule as chances de ocorrência de um evento;
Calcule juros compostos.
8.14.6. Referências
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9394. Brasília: 1996. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9795. Brasília: 1999. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática: livro do professor. São Paulo: Ática, 2002. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acesso em: 30 de julho de 2008. GIOVANNI, José Ruy, CASTRUCCI, Benedito, GIOVANNI, José Ruy. A conquista da matemática: a + nova. São Paulo: FTD, 2002. GUELLI, Oscar. Matemática: uma aventura do pensamento: livro do professor. São Paulo: Ática, 2002. MORI, Iracema. Matemática: Idéias e desafios, 5ª série. 11 ed., São Paulo: Saraiva, 2002. PARANÁ. Governo do Estado. Lei nº 13.381. Curitiba: 2001. PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática. Curitiba. SEED, 2006.
326
8.15. QUÍMICA
8.15.1. Apresentação geral da disciplina
A sociedade vem sendo marcada por rápidas transformações econômicas e
sociais, o qual vem sendo impulsionado por novas tecnologias. Por tanto, a geração
de novos produtos e processos interpõe diretamente ao indivíduo desde suas
necessidades humanas, qualidade de vida, efeitos ambientais, quanto a questões
culturais e econômicas, ou seja, por aquilo que interfere seu cotidiano.
Contudo, a geração de novos produtos e processos, contempla às novidades
cientificas. Assim, é condescendente que o discente, perceba que a Ciência
Química surge intrinsecamente com o desenvolvimento do homem.
Assim, compondo este contexto está a necessidade de se introduzir, ainda no
Ensino Médio, conhecimentos que historicamente foram produzidos pela
humanidade desde os seus primórdios até os nossos dias. Entretanto, isto não se
justifica pelo fato de que não se pode participar de discussões sobre a relação
risco/beneficio da Ciência (Química) sem se levar em conta as transformações
ocorridas nos últimos anos, como os novos meios de produção industrial, a
urbanização acelerada, a poluição e o esgotamento de recursos naturais (WARTHA
& AlÁRIO, 2005).
Peruzzo & Canto, 2003, destacam que, por volta de 1500 a.C., os egípcios já
faziam a extração de corantes provenientes de alguns animais e vegetais, a
obtenção de vinagre a bebidas alcoólicas não destiladas, como o vinho e cerveja,
produção de objetos cerâmicos, vidro e alguns metais.
Demócrito (460 – 370 a.C.) admitiu que qualquer tipo de matéria seria
formado por pequenas partículas, as quais foram denominadas de átomos (do grego
a, que significa “não” e tomos¸que quer divisível) (BIANCHI et al. 2005). Contudo, os
gregos acabaram predominando as idéias do filósofo Aristóteles (384 – 322 a.C.),
onde segundo sua teoria, tudo é constituído pelos quatro elementos “terra, ar, fogo e
água”; assim este pensamento impulsionou a evolução da Ciência Ocidental
(PERUZZO & CANTO, 2003).
Apesar de haver conhecimento de manifestações químicas antes da Idade
Média, foram os alquimistas que contribuíram de forma acentuada para o
327
desenvolvimento do que constituiria a Ciência Química. Sardella, 2000, propõe que
os alquimistas (300 a 1400) na busca do sucesso da “pedra filosofal”, que teria o
poder de transformar qualquer metal em ouro e do “elixir da longa vida”, que daria a
imortalidade, introduziram e aperfeiçoaram técnicas de metalurgia, sintetizaram
varias substâncias, isolaram outras e registraram grande número de experimentos
em suas observações. Já os chineses alquimistas, descobriram a pólvora e foram os
inventores de fogos de artifícios (PERUZZO & CANTO, 2003).
No século XVI, o médico, filósofo e alquimista suíço Phillipus Aureolus
Theophrastus Bombastus von Hohenheim “Paracelsus”, propôs que a alquimia
deveria preocupar-se principalmente com o aspecto médico em suas investigações,
logo, surge a Iatroquímica ou Química Medicinal. Este foi o pioneiro na utilização de
produtos químicos para tratar doenças (SARDELLA, 2000).
Ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o estudo da química pneumática
(Boyle, Priestley, Cavendish) e com o rigor metodológico de Lavoisier, definiu-se um
novo saber, que passou a ser conhecido como química, o qual foi dividido em
diferentes ramificações procedimentais, dentre elas: alquimia, boticários,
iatroquímica e estudo dos gases (DCE - Química, 2009).
No século XVIII, Antoine Laurent Lavoisier percebeu a importância do
oxigênio para o processo da combustão, por meio de experiências bem elaboradas e
controladas. Este, contribuiu significativamente para estabelecer um novo método de
investigação que caracterizou o nascimento da Química como Ciência Experimental
(PEQUIS, 2008).
No século XIX, os trabalhos de Gay-Lussac, Dalton, Wöhler, Avogadro,
Kelulé, deram origem a Química Clássica. Com o grande avanço tecnológico do
século XX, presenciou-se uma evolução no conhecimento químico, onde se
consagrou o uso de modernas técnicas de investigação utilizando conhecimentos de
Química, Física, Matemática, Biologia, Computação e Eletrônica (PERUZZO &
CANTO, 2003).
Essa evolução do conhecimento do século XX se deu em especial nos
Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Esses países destacaram-se no desenvolvimento da Ciência, no intuito de
estabelecer e, posteriormente, manter influência científica que pudesse garantir
diferentes formas de poder e controle bélico mundial, essenciais nas tensões vividas
no século XX. Vários foram os investimentos desses países em áreas como:
328
obtenção de medicamentos, indústria bélica, estudos nucleares, estrutura atômica e
formação das moléculas, mecânica quântica, dentre outras que estreitaram as
relações entre a ciência e a indústria. Esse estreitamento gerado por interesses
econômicos e pelas instâncias do poder resultou, entre outros fatores, na eclosão
das duas guerras mundiais do século XX e no estabelecimento de discussões a
respeito da ética na ciência e de seus impactos na sociedade. Passou-se a
questionar a utilização do saber científico tanto para o progresso da humanidade
quanto para seu possível aniquilamento (DCE - Química, 2009).
Assim, a Química é uma ciência e como toda ciência, está em contínuo
processo de desenvolvimento e aprimoramento. Porém cabe ao docente em química
viabilizar meios ao discente, para que este cinja as transformações químicas que
transcendem no mundo físico e de forma abrangente, possa julgar as informações
advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola a fim de tomar decisões
enquanto cidadãos. Portanto, não basta formar pessoas que tenham conhecimento
em química. É preciso formar indivíduos críticos, capazes de produção do saber
autônomo, visando primordialmente o interesse social e as necessidades a fim.
De acordo com Pequis, 2008, muito dos objetos de estudo dos cientistas são
também estudados por pessoas que não tem conhecimento científico sobre o
assunto, como por exemplo, o oleiro que transforma a argila em tijolo, todavia, o que
diferencia o conhecimento científico do senso comum é a maneira como ele é obtido
e organizado. Ou seja, os cientistas estabelecem critérios e métodos de investigação
para obter, justificar e transmitir o conhecimento científico. No senso comum, não
existe uma organização do conhecimento.
Segundo Freire 2005; 2006 apud Wilmo et al. 2008
Todos possuem um conhecimento que deve ser respeitado, mas, ao mesmo tempo, este conhecimento está em constante superação, pronto para ser ultrapassado por um novo. Esse é o caráter histórico dos seres humanos e do conhecimento. Por isso que, numa pedagogia problematizadora, todos são seres inacabados, incompletos, imersos numa realidade histórica também inacabada. Resulta assim, a necessidade de um processo interrupto de educação que considere os seres humanos como seres de “estão sendo”. “Daí que seja a educação um quefazer permanente. Permanente na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade” (Freire, 2005, p.84), visto que o conhecimento é histórico e, portanto sempre será inacabado.
329
Para Wartha & Alário, 2005, o conhecimento científico deve ser caracterizado
como produto da vida social, marcado pela cultura da época, como parte intrigante,
influenciado e sendo influenciado pelos outros conjuntos do conhecimento.
O ensino das ciências deve organizar-se numa base humanista, fomentando
o desenvolvimento de valores sobre a própria Ciência e Tecnologia, deve debruçar-
se sobre temáticas reconhecidas como pertinentes pela sociedade iniciando-se em
problemas reais, e deve estimular os jovens a pensar sobre Ciência e Tecnologia do
ponto de vista filosófico, ético e cultural (MARTINS, 2003).
O aprendizado da Ciência Química deve viabilizar a concepção tanto dos
processos químicos em si, quanto à construção de um conhecimento científico em
estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais,
sociais, éticas, políticas e econômicas. Tal a importância da presença da Química no
Ensino Médio compreendido na perspectiva de uma Educação Básica (PCNEM,
2000).
8.15.2. Objetivos gerais
Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a construção
de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada, contribuindo para
que o indivíduo se veja como participante de um mundo em constante
transformação. Para isso, esses conhecimentos devem traduzir-se em competências
e habilidades cognitivas e afetivas (PCNEM, 2000).
Os principais objetivos da disciplina são:
Estabelecer a química como ciência, enumerando suas características.
Buscar um maior equilíbrio entre a teoria e a prática.
Superar seu conhecimento empírico construindo conhecimento científico
mais elaborado utilizando termos técnicos característicos da química.
Acompanhar e compreender os avanços científico-tecnológicos centrados
no conhecimento químico e com a sociedade.
Compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais, tecnológicos,
ambientais, políticos e éticos relacionados às aplicações da Química na
sociedade.
330
Reconhecer a Química como uma construção humana e compreender os
aspectos históricos de sua produção e suas relações com o contexto
cultural, socioeconômico e político.
Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja
capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.
Perfilhar os limites da ética e moral para os avanços da Ciência Química e
tecnologia.
Abalizar aspectos químicos que estejam envolvidos na interação do ser
humano com o ambiente.
Saber interpretar e utilizar as diferentes formas de representação (tabelas,
gráficos, símbolos, expressões, etc.), para a resolução de problemas
qualitativos a quantitativos em química, assim desenvolver conexões
hipotético-lógicas que permitem observações as transformações químicas
inseridas em seu contexto político e socioeconômico cultural.
Compreender os conceitos, leis e princípios da Química no sistema
produtivo, industrial e rural.
Conhecer as propriedades físicas e químicas principais dos elementos e
compostos, que possibilitem entender e prever o seu comportamento
físico-químico e os aspectos de reatividade a partir de dados
experimentais ou de outros dados (livro, computador, jornais, rótulos de
produtos, bulas, etc.).
Coligar informações da química, por fontes seguras como revistas, artigos,
livros, sites, entre outros. Logo, descrever as transformações químicas em
linguagens discursivas.
Ter atitude favorável à incorporação, na sua prática, dos resultados da
pesquisa educacional em ensino de Química, visando solucionar os
problemas relacionados ao seu cotidiano.
8.15.3. Conteúdos
Conteúdos estruturantes:
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
331
ensino. Para a Química no Ensino Médio, o objeto de estudo/ensino é Substâncias
e Materiais (DCE – Química, 2009).
A seleção dos conteúdos estruturantes foi fundamentada no estudo da
história da Química e da disciplina escolar e para que seja devidamente
compreendido exige que os professores retomem esses estudos, pois, essa
arquitetura curricular pode contribuir para a superação de abordagens e
metodologias do ensino tradicional da Química (DCE – Química, 2009).
São conteúdos estruturantes de química:
Matéria e sua natureza;
Biogeoquímica;
Química sintética.
A figura 1, com base de referencia nas DCE – Química (2009), propõe a
relação existente entre as possibilidades de abordagem (transformações,
propriedades e composição) do objeto de estudo da Química (substâncias e
materiais). Ainda ressalta os conteúdos estruturantes (Química Sintética, Matéria e
sua Natureza e Biogeoquímica) propostos por estas Diretrizes para direcionar a
atuação dos professores. Desse modo, a intenção é ampliar a possibilidade de
abordagem dos conceitos químicos e contrapor-se a uma abordagem que considera
a Química como um conjunto de inúmeras fórmulas e nomes complexos.
As propriedades condizem à dureza, temperatura de fusão, solubilidade,
densidade, etc, dos materiais. A composição refere-se ao campo das partículas e
suas interações. Por fim, as transformações tratam-se da formação de novos
materiais.
332
Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e devem estar articulados à
especificidade regional de cada escola. Para a disciplina de Química, são propostos
os seguintes conteúdos estruturantes:
MATÉRIA E SUA NATUREZA: É o conteúdo estruturante que trata a
essência da matéria, do comportamento atômico – molecular. Os aspectos
microscópicos da natureza da matéria (DCE – Química, 2009).
BIOGEOQUÍMICA: É a parte da Geoquímica que estuda a influência dos
seres vivos sobre a composição química da Terra e suas interações entre
hidrosfera, atmosfera e litosfera (DCE – Química, 2009).
QUÍMICA SINTÉTICA: Esse conteúdo tem sua origem na síntese de
novos materiais e produtos (farmacêutico, alimentação, fertilizantes,
agrotóxicos, industrial, etc.) (DCE – Química, 2009).
Conteúdos básicos:
Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada
série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados
imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas
da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de
escolarização em que se encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é
responsabilidade do professor (DCE – Química, 2009).
Desse modo, embasado nas DCE – Química (2009), os conteúdo
estruturantes e básicos ficam assim distribuídos nas séries iniciais e finais do Ensino
Médio:
1ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Matéria e sua natureza
Matéria e energia
Matéria: propriedades, sistemas e transformações
Estrutura atômica
Radioatividade
Fig 01: Representação do objeto de estudo da Química: propriedades, transformações e composição matéria e a proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná para ensino de Química.
333
Classificação periódica
Ligações químicas
Funções inorgânicas
2ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Matéria e sua natureza
Reações químicas
Estequiometria
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Biogeoquímica
Gases
Soluções
Termoquímica
Cinética química
Equilíbrio químico e iônico
3ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Biogeoquímica
Eletroquímica
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Química sintética
Introdução a química orgânica
Funções orgânicas
Funções orgânicas oxigenadas
Funções orgânicas nitrogenadas
Isomeria
8.15.4. Metodologia
Inicialmente, procurando o significado da palavra metodologia (método +
logia) no dicionário, consta-se que é o estudo dos métodos, que, por sua vez,
significa procedimentos organizados que conduzem a um certo resultado ou, ainda,
processos ou técnicas de ensino (OLIVEIRA, 2006).
334
Deval, apud Oliveira, 2006
Para o ensino de Ciências, acredita-se na utilização de métodos que facilitem a compreensão e a interpretação dos fenômenos pelos educandos, fazendo-os agir sobre os processos pelos quais passam durante a vida. É importante transmitir aos educandos... ”o valor da ciência para a compreensão do mundo e para o desenvolvimento da sociedade, suas relações com a técnica, sua dependência diante dos fatos sociais e sua influencia sobre estes” (DEVAL, 1998, p.191).
Os alunos, especialmente os mais jovens, estão acostumados a aprender, no
mundo, por meio dos sons, das imagens, das cores. O raciocínio dos alunos não é
linear. Envolve o lado afetivo, emocional e o lado cognitivo, racional, lógico e
analítico. Diante disto é imprescindível o uso de recursos didáticos variados, que
estimulem o lúdico, a criatividade e, com isso, haja uma verdadeira compreensão
dos conceitos científicos (OLIVEIRA, 2006).
A mente do sujeito é elástica, pois pode modificar-se constantemente na
interação social e cultural. Assim, o professor, em interação com os seus alunos e
com base nos conhecimentos já estabelecidos pelas diversas ciências, pode
efetivamente produzir, criar e recriar conhecimentos próprios da atividade discente e
docente. Isso possibilita que cada membro da sociedade participe com
responsabilidade na criação/recriação de seu meio modificando e retificando
decisões tomadas equivocadas (SMAGORINSKY, apud MALDANER, 1999).
É fundamental que a atuação do docente dedique-se a planejar e organizar a
atividade de aprendizagem do aluno mediante interações adequadas, de modo que
lhe possibilite a apropriação de conhecimentos científicos considerando tanto seu
produto (conceitos, modelos, teorias), quanto à dimensão processual de sua
produção (DELIZOICOV et al.2002).
Deste modo a metodologia de ensino deve ser constantemente analisada e
criticada pelo próprio docente e toda equipe pedagógica, a fim de infligir melhorias
na metodologia delineada ao plano de trabalho docente. Contudo o professor deve
garantir ao aluno:
Contextualização com base em experiências vividas pelos alunos, a fim de
promover a superação do senso comum e iniciar a construção do
conhecimento cientifico.
335
Elaborar atividades, para que os alunos desenvolvam, individualmente ou
em grupo, para que os mesmos possuam o desenvolvimento cognitivo.
Ministrar aulas dialógicas, instigando o diálogo sobre o tema de assunto,
além disto, fazer com que o discente sinta-se a vontade de converter o
conhecimento empírico para a construção do saber científico.
Utilizar recursos áudio visuais como filmes, documentários e
apresentações em slides com auxilio da TV pendrive, com o intuito de
facilitar a aprendizagem e motivar o educando.
Empregar o uso do laboratório de informática, como fonte de dados e
informações.
Proporcionar a leitura de textos para posterior discussão de idéias e
temas, além de abordar através deste, termos científicos, palavras novas
na linguagem portuguesa a fim de redigir textos coerentes e haver
interdisciplinaridade.
Realizar aulas experimentais, utilizando o laboratório de química, para
demonstração e realização dos mesmos, para facilitar a compreensão de
conceitos e processos químicos.
Realizar e utilizar jogos didáticos em Química com o intuito de o aluno
construir e ampliar conceitos com a tradução de informações.
Associar a rotulagem de alimentos de produtos e bulas de medicamentos
que o aluno já utilize ou reconheça em seu cotidiano. De tal modo, que
este, compreenda a importância das unidades de medida, quantifique os
cálculos estequimométricos e defina a nomenclatura dos compostos.
Quando necessário, fazer o uso de modelos (maquetes) para que o
discente compreenda os termos científicos da Química.
Fazer uso do quadro giz para que este também seja empregado como
meio de demonstração/explicações de conteúdos.
Associar a tabela atômica sempre que possível aos conteúdos
trabalhados, para que este além de ser compreendido, seja um recurso
visual ao aluno.
8.15.5. Avaliação
336
Uma vez selecionados os conteúdos essenciais que serão sistematizados,
cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar as condições
do aluno. Porém, os mesmos devem ser elaborados no plano de trabalho docente e
devem acompanhar a prática pedagógica desde os conceitos e conteúdos que serão
trabalhados até a forma (metodologia) e o momento em que forem valorados (peso)
pelo respectivo sistema de avaliação (BATISTA, 2008).
Critério de avaliação não é instrumento ou pesos. Os critérios subsidiarão a
valoração em forma de pesos a partir da intenção que se tinha em trabalhar algum
determinado conteúdo desta ou daquela forma, bem como, tratar-se da expectativa
de aprendizagem sobre o conteúdo trabalhado (PARANÁ – SEED, 2009).
Na avaliação da aprendizagem, os critérios são princípios que servirão de
base para o julgamento da qualidade dos desempenhos, abrangidos não apenas
como execução de uma tarefa, mas como mobilização de uma série de atributos que
para ela convergem (DEPRESBITERIS, 2007).
Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como
questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela
perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os
encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a
intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de
avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de
expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos
seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos (DCE – Química 2009).
Logo, os critérios devem condizer com os objetivos dos conteúdos descritos
no plano de trabalho docente e não aos instrumentos de trabalho. Deste modo será
oportunizado ao discente o progresso em relação ao desenvolvimento do
pensamento sobre determinado conteúdo, o que lhe favorece ampliar
conhecimentos na resolução de problemas do cotidiano.
Um dos métodos para distinguir a evolução do pensamento do discente, seria
aplicando os momentos pedagógicos propostos por Delizoicov et al. 2002, onde é
distinguido três deles com funções especificas e diferenciadas entre si:
Problematização inicial: Parte de situações reais conhecidas e preferencialmente,
vivenciadas pelos alunos. Os mesmos devem expor o que pensam sobre as
situações, sem limitações, para expor situações vivenciadas. Deste modo, fazer
com que o aluno sinta a necessidade da aquisição de outros conhecimentos que
337
ainda não detem, ou seja, configurar a discussão em um problema que precisa
ser enfrentado.
Organização do conhecimento: Os conhecimentos/conteúdos necessários para a
compreensão dos temas e da problematização inicial são sistematicamente
estudados neste momento, sob orientação do professor. De tal modo, devem ser
utilizadas diferentes atividades didáticas para compreensão do(s) conceito(s)
necessário(s) para entender e resolver a problemática apresentada.
Aplicação do conhecimento: Apresentar outra problemática no mesmo tema para
que o aluno resolva, agora em outro contexto diferente da comunidade, outro
bairro, outra cidade, estado ou país.
Os critérios para a avaliação em química serão descritos abaixo, porém, os
mesmos contemplam os momentos pedagógicos descritos por Delizoicov et al.
2002.
O aluno conseguiu superar o senso comum no conhecimento científico
mais elaborado utilizando termos técnicos característicos da química.
Possui capacidade de incorporar informações da química e logo descrever
as transformações químicas em linguagens discursivas.
Conseguiu interpretar e utilizar as diferentes formas de representação
(tabelas, gráficos, símbolos, expressões, etc.), na resolução de problemas
qualitativos a quantitativos em química.
Desenvolveu conexões hipotético-lógicas que permitem observações as
transformações químicas inseridas em seu contexto político e
socioeconômico cultural.
Amplia a capacidade de análise, generalizações e raciocínio para
compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais, tecnológicos,
ambientais, políticos e éticos relacionados às aplicações da Química na
sociedade.
Obteve conhecimento nas propriedades físicas e químicas principais dos
elementos e compostos, que possibilitem entender e prever o seu
comportamento físico-químico e os aspectos de reatividade a partir de
dados experimentais ou de outros dados.
338
Diferencia e aplica conceitos químicos como ciência, enumerando suas
características, buscando um maior equilíbrio entre a teoria e a prática e
sendo capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.
Demonstra capacidade de reconhecer, explicar e exemplificar conceitos e
fenômenos químicos para acompanhar e compreender os avanços
científico-tecnológicos centrados no conhecimento químico e com a
sociedade.
Realiza cálculos envolvendo as relações/proporções químicas e
compreende os conceitos, leis e princípios da Química no sistema
produtivo, industrial e rural.
Reconhece a Química como uma construção humana e compreende os
aspectos históricos de sua produção e suas relações com o contexto
cultural, socioeconômico e político, visando solucionar os problemas
relacionados ao seu cotidiano, uma vez que seja capaz de distinguir
aspectos químicos que estejam envolvidos na interação do ser humano
com o ambiente e sejam respeitados os limites da ética e moral para os
avanços da Ciência Química e tecnologia.
No atual sistema educacional é imprescindível a valoração das atividades
elaboradas, portanto, que as mesmas não sejam os únicos meios para a avaliação
do aluno. De acordo com a Instituição de Ensino Colégio Estadual Macedo Soares, a
mesma está inserida ao sistema trimestral. Assim sendo, a disciplina de Química
contempla (80h/aula/ano), em cada trimestre haverá um total de 10,0 pontos a
serem valorados a cada aluno.
8.15.6. Referências
BATISTA, A.M.P. Critérios de Avaliação com Enfoque no Ensino Médio. OAC.
PDE SEED, 2008.
BIANCHI, J.C.A., ALBRECHT, C.H., DALTAMIR,J.M. Universo da química. 1ª
edição, Editora FTD. São Paulo – 2005.
339
BRASIL.Lei nº. 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBN.
Brasília, 1996.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino
Médio. MEC, 2000.
DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J.A., PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências:
fundamentos e métodos. Editora Cortez, São Paulo, 2002.
DEPRESBITERIS, L. Instrumentos de avaliação: a necessidade de conjugar
técnica e procedimentos éticos. In_Revista Aprendizagem, Pinhais. Editora Melo,
ano 1, n°1, jul/ago 2007.
MALDANER, O.A. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do
professor de química. Revista Química Nova, Vol. 22, nº2, São Paulo Mar/Abr.
1999.
MARTINS, I.P. Formação inicial de professores de física e química sobre a
tecnologia e suas relações sócio-científicas. Revista Electrónica de Enseñanza
de las Ciencias, Vol. 2, Nº 3, 293-308 (2003)
OLIVEIRA, M. T. A metodologia do ensino de biologia vinculada à prática docente.
In: ROCHA. R.G., VIEIRA, E.R. Prática docente na prática: reflexões e
experiências sobre a formação de professores de biologia. Instituto de Cultura
Espírita do Paraná. Curitiba, 2006 – p.23 a 28.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica Química. SEED, 2009.
PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Departamento de Políticas Públicas
Educacionais. Coordenação de Gestão Escolar CGE/CADEP. O que são critérios
de avaliação? Curitiba, 2009. Disponível em
http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/criterios_avaliacao.pdf. Acesso em 28
- 07 – 2010.
340
PEQUIS – Projeto de Ensino de Química e Sociedade. Química e Sociedade. 1ª
edição, Editora Nova Geração. São Paulo -2008.
PERUZZO, F. M., CANTO, E.L. Química na abordagem do cotidiano. 3ª edição,
Vol. 1, Editora Moderna. São Paulo – 2003.
SARDELLA, Antônio. Química. 4ª edição, Editora Ática. São Paulo – SP, 2000
WARTHA, E.J., ALÁRIO, A.F. A Contextualização no Ensino de Química Através
do Livro Didático. Revista Química Nova na Escola, nº22, novembro 2005.
WILMO, E.F. Jr., FERREIRA, L.H., HERTWIG, D.R. Experimentação
Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em
Salas de Aula de Ciências. Revista Química Nova na Escola, nº30, novembro
2008.
341
8.16. SOCIOLOGIA
8.16.1. Apresentação da disciplina
A sociologia surgiu na Europa, como a ciência das questões sociais. Assumiu
as inquietações da Revolução Industrial do século XIX e desenvolveu-se como a
ciência no rastro do pensamento positivista de Auguste Comte, que foi o primeiro
que estabeleceu métodos científicos para a ciência.
O contexto de nascimento da Sociologia como uma disciplina cientifica é
marcado pelas conseqüências de três grandes revoluções: uma política, a
Revolução Francesa de 1789; uma social, a Revolução Industrial r uma revolução na
ciência, que se firma com o iluminismo, retirando desses eventos os valores e os
princípios para a formação de uma nova sociedade.
Nesse sentido, a disciplina de sociologia desenvolve a perspectiva positivista
e por isso passa a se caracterizar como um instrumento de intervenção do homem
na realidade. Para tanto com a contribuição de Karl Marx, a sociologia veio a
desenvolver um olhar mais critico procurando destacar as diferenças entre as
classes sociais e a exploração social de uma classe, a capitalista (burguesia) sobre
o revolucionário Antonio Gramsci trouxe para a sociologia, um fortalecimento do
pensamento crítico, através de análises centradas nas questões educacionais.
No Brasil, no mesmo estilo a disciplina da Sociologia no mundo, apresenta-se
no plano curricular como uma ciência de reflexão acadêmica, com base na pesquisa
científica, que busca a formação do individuo diante dos problemas sociais. A
reflexão sociológica for fundamental para o desenvolvimento da sociologia. De um
lado, destaca-se a corrente de Silvio Romero e de outro Gilberto Freire. A teoria do
primeiro mais Euclides da Cunha e Oliveira Vianna versava sobre os problemas da
nação brasileira no processo de modernização das primeiras décadas do século XX,
numa tentativa de definir a brasilidade.
A teoria de Gilberto Freire projetava-se na análise das origens européia e
africana do povo brasileiro, considerando o primeiro especialista brasileiro com a
formação cientifica. Gilberto Freire foi influenciado pela escola culturalista americana
que se opunha às teorias sociais relevantes do século XIX. Fernando de Azevedo
destaca-se como representante do pensamento escala novista que busca dar um
342
tratamento cientifico para o entendimento da educação através da ciência
sociológica, cabendo a esta a função de salvar não só a educação, mas a própria
sociedade.
Da corrente Marxista destacaram-se Caio Prado Junior, Sérgio Buarque de
Holanda, Florestan Fernandes e Otávio Anni cuja produção sociológica tentaram
explicar a organização da sociedade, as relações de produção na sociedade, o
nacionalismo econômico, o sindicalismo e a formação de uma classe trabalhadora
agrária e urbana.
No Paraná, desde 2004, diante de várias situações da realidade
contemporânea não há mais espaço para o trabalho da educação escolar sobreviver
sem a sociologia. Constata-se que a Sociologia é fundamental no processo
educacional, sobrepondo-se a apresentação simples, através da leitura e
explicações teóricas, e exigindo cada vez mais reflexões mais práticas sobre muitas
questões sociais discussões e debates que levem os educandos a um
posicionamento social. Diante desta realidade, é missão inadiável da escola e da
sociologia formar novos valores, uma nova ética, novas ações sociais que apontem
para a possibilidade de construção de novas relações sociais.
A Sociologia, no entanto, ainda não desenvolveu uma tradição pedagógica,
havendo insuficiências na elaboração de reflexões sobre como ensinar as teorias e
os conceitos sociológicos, bem como dificuldades na delimitação dos conteúdos
pertinentes ao Ensino Médio. Por ter se mantido como disciplina acadêmica nos
currículos de Ensino Superior, a tendência tem sido a reprodução desses métodos,
sem a adequação necessária à oferta da Sociologia para os estudantes do Ensino
Médio.
Há premência, em se dispor de traduções de textos de autoria dos clássicos
da Sociologia e de trabalhos mais recentes de pesquisadores nacionais – por já ter
avançado a produção sociológica nos programas de pós-graduação – bem como de
livros e outros recursos que veiculem uma metodologia pedagógica específica para
as Ciências Sociais. O uso de livros didáticos e materiais de apoio pedagógico,
especialmente elaborados para a disciplina no Ensino Médio, não devem dispensar
leituras complementares, críticas e ilustrativas.
343
8.16.2. Objetivos Gerais
A Sociologia deve ser entendida como uma ciência que se preocupa em
tentar entender os comportamentos humanos, os comportamentos dos povos, das
sociedades. Por meio de teorias, de diferentes olhares sob as situações e os
problemas sociais que o mundo apresenta.
Daí a importância do tratamento dos conteúdos Sociológicos, fundamenta-se
e sustenta-se em teorias originárias de diferentes tradições, casa uma com o
potencial explicativo correspondente. Essas linhas teóricas devem estacar seus
autores-pensadores, conteúdos, temáticas, metodologias, concepções de sociedade
e de educação.
EMILE DURKHEIM: Concebe a sociedade enquanto vinculo moral entre
os homens e a educação é forma de manutenção da estabilidade e da
ordem social. E educação para Durkheim é sinônimo de socialização
(socializar é ensinar e aprender o lugar de cada um entro da sociedade).
Para Durkheim a sociedade modela a ação individual e à educação cabe
enquadrar cada individuo às expectativas de classe, gênero, etnia, moral
que são esperadas ele.
KARL MARX: concebe a sociedade como uma relação de exploração de
uma classe sobre as outras e vê a educação como possibilidade de
superação e emancipação da opressão exercida por esta sociedade
desigual. Marx complexifica a concepção Durkheiniana ao demonstrar que
a coerção da sociedade sobre os indivíduos e, sim que a coerção
acontece de uma determinada classe social sobre outra. Essa
coerção/dominação manifesta-se de diversas formas, a educação é uma
delas, pois dissemina a ideologia dominante e inculcada classe dominada
o modo burguês de ver o mundo. Mas Marx também via a educação como
potencial e emancipação, pois forneceria ao proletariado, instrumento para
o conhecimento da totalidade, conhecer os mecanismos de dominação e
exploração de uma classe sobre as outras. Mas desta forma é bom
salientar que Karl Marx observa e entende a educação, como um
mecanismo que conforme o seu conteúdo de classe pode oprimir ou
emancipar o homem.
344
MAX WEBER: concebe a sociedade como vinculo de racionalização da
vida, resultado de uma enorme teia de interações e relações inter-dividuais
e pensa a educação como uma resposta limitada e inexorável a esta
racionalização. Segundo Weber o estabelecimento de uma ordem social
vai se tornando cada vez mais ampla, institucionalizada, desencantada e,
principalmente burocrática. Desta forma, resta à educação prover os
indivíduos de conteúdos (especializados, eruditos) e disposições que se
predisponha a ter condições (conduta de vida e conhecimento
especializado) necessárias para realizar suas funções de perito na
burocracia profissional.
8.16.3. Objetivos Específicos
Interpretar o processo de criação das ciências da sociedade e sua
manifestação histórica;
Distinguir as diferentes características que compõem as Ciências
Sociais;
Reconhecer a importância da Sociologia para o conhecimento a cerca
da vida em sociedade;
Diferenciar cultura erudita de cultura popular;
Problematizar a Indústria Cultural, como cultura de massa,
intensificando a passividade social;
Entender o trabalho como condição de sobrevivência humana;
Conhecer a divisão social do trabalho, baseado na sociedade
capitalista;
Perceber as origens das classes sociais;
Compreender o uso do poder de diferentes instâncias na nossa
sociedade;
Perceber a ideologia como uma visão de mundo, que varia de acordo
com os grupos, que dominam o poder;
Entender o Estado como nação, que é capaz de construir relações
políticas, econômicas e sociais;
345
Considerar a questão de direitos, inscritos nas leis, entendendo que
direito é atrelado a dever;
Compreender a verdadeira cidadania;
Entender os diferentes movimentos sociais, seu motivos e o que
desencadearam em sociedade.
8.16.4. Conteúdos
1° SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
O surgimento da
sociologia e
teorias
sociológicas
Formação e
consolidação da
sociedade
capitalista e o
desenvolvimento
do pensamento
social;
Teorias
sociológicas
clássicas: Comte,
Durkheim, Engels e
Marx, Weber.
O desenvolvimento
da Sociologia no
Brasil.
O Surgimento da Sociologia.
Compreender o processo da criação
das Ciências da Sociedade.
Buscaremos conhecer como se deu o
processo histórico de criação da
Sociologia. Conhecer quais foram os
condicionantes históricos e intelectuais
que influenciaram no surgimento da
Sociologia no século XIX.
O que são chamadas Ciências
Sociais? Identificar as diferentes
características que compõem as
Ciências Sociais; reconhecer a
importância de todas as disciplinas que
compõem as Ciências da Sociedade.
As Teorias sociológicas (Auguste
Conte, Max Weber, Émile Durkheim e
Karl Marx). Apresentar as principais
contribuições dos fundadores da
Sociologia, os autores que serviram de
referencial para grande parte das
346
discussões sociológicas ao longo do
Ensino Médio.
A produção Sociológica brasileira.
Estudaremos as três fases da
implantação da Sociologia no Brasil.
Conheceremos os autores que marcam
cada uma das fases; as principais
contribuições de cada sociólogo para
se pensar as questões do Brasil entre
outras coisas.
Processo de
socialização e as
instituições
sociais
Processo de
Socialização;
Instituições sociais:
Familiares;
Escolares;
Religiosas;
Instituições de
Reinserção
(prisões,
manicômios,
educandários,
asilos, etc)
Socialização:
inserção/construção/transmissão de
valores, normas e regras capazes de
desenvolver a vida em sociedade. Mas
para viver em sociedade é necessário
que os membros conheçam e
internalizem as expectativas de
comportamento, estabelecendo
valores, regras e normas.
As Instituições Sociais: As
Instituições têm sido estudadas de
forma históricas e como responsáveis
pela manutenção de ordem social sem
uma reflexão de sua construção
tomando como um dado natural. O que
importa à disciplina da Sociologia é
desenvolver um olhar critico,
explicativo, mas principalmente
interrogador e que conduza a
mudanças de atitudes a respeito da
organização da sociedade, levando a
refletir a respeito das características
347
que compõem cada uma das
instituições que compõem a sociedade.
Instituição Familiar: As origens
históricas, as diferentes configurações
nos diversos lugares e principalmente a
dinâmica das famílias nas sociedades
contemporâneas. Importa ao aluno
compreender a importância das
famílias como parte constituinte das
sociedades, mas principalmente livrar-
se de qualquer tipo de pré-julgamentos
e preconceitos em relação a uma outra
forma de organização familiar. A leitura
e discussão de textos ligados à
antropologia, que demonstram povos
com organizações sociais totalmente
distintas da nossa, contribui para
“romper” com visões etnocêntricas; a
exibição de filmes que provoquem a
reflexão e remetam o aluno à situações
próximas distantes da sua realidade
também levam o jovem a pensar, a
rever e a buscar modelos familiares
adequados às suas necessidades; a
realização de investigações na própria
comunidade também podem contribuir
para o alcance dos objetivos
pretendidos.
Instituição Escolar: As origens
históricas, as diferentes teorias ou
“olhares” construídos sobre a
instituição escolar, os diferentes
modelos escolares presentes em
348
sociedades diversas, assim como, a
reflexão sobre a importância e o papel
da escola e de seus atores
(professores, alunos, funcionários,
direção) nas sociedades atuais.
Instituição Religiosa: As origens e
importância do pensamento religioso,
as diferentes práticas religiosas, a
reflexão sobre idéias pré-concebidas,
preconceitos e sectarismo entre outras
questões.
2° SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Cultura e indústria
cultural
Desenvolvimento
antropológico do
conceito de cultura
e sua contribuição
na análise das
diferentes
sociedades;
Diversidade
cultural;
Identidade;
Indústria cultural;
Meios de
comunicação de
massa;
Sociedade de
consumo;
Indústria cultural no
Cultura ou Culturas, uma
contribuição Antropológica. O
Conceito de cultura é diverso, mas
comumente diz respeito: “a todo
conhecimento adquirido, crenças, arte,
moral, leis e costumes”. Esses
conhecimentos nos revelam que a
cultura não é natural nos indivíduos,
que é um comportamento aprendido e
se difere de um grupo para outro.
Diversidade Cultural Brasileira: É
importante problematizar para o aluno
de Ensino Médio o conceito de cultura
e suas derivações para que ele
perceba que não existem culturas
superiores ou inferiores, melhores ou
piores, mas apenas culturas distintas e
349
Brasil;
Questões de
gênero;
Cultura
afrobrasileira e
africana;
Culturas indígenas.
formas de apropriação cultual
diferenciada.
Cultura, criação ou apropriação. A
partir deste tópico podemos chegar aos
conceitos (conteúdos) e Cultura Erudita
e Cultura Popular e destes partir para o
conceito de Indústria que também pode
ser trabalhado como cultura de massa.
Trabalho,
produção e
classes sociais
O conceito de
trabalho e o
trabalho nas
diferentes
sociedades;
Desigualdades
sociais:
estamentos,
castas, classes
sociais;
Organização do
trabalho nas
sociedades
capitalistas e suas
contradições;
Globalização e
Neoliberalismo;
Relações de
trabalho;
Trabalho no Brasil.
O que é trabalho para a Sociologia?
– O conceito de trabalho também é
diverso, mas comumente se refere
trabalho e condição de sobrevivência
do homem agindo sobre a natureza
com a finalidade de suprir as condições
materiais para sua existência, com o
trabalho os homens reproduzem a si
mesmos e ao reproduzirem a vida,
produzem riqueza.
Trabalho na Sociedade Capitalista.
Na sociedade capitalista a produção da
vida material é baseada na propriedade
privada, no trabalho assalariado e
numa determinada divisão social do
trabalho, discutiremos neste tópico
como os autores clássicos da
sociologia analisam o mundo moderno
e a sociedade capitalista.
Trabalho nas Teorias Clássicas da
Sociologia. Como foi dito o inicio deste
texto existem diversos conceitos de
Trabalho, na visão de Durkheim, a
divisão social do Trabalho é uma forma
de justamente atenuar a concorrência e
350
competição entre os homens. Para Karl
Marx, a sociedade é dividida em
classes, Burguesia, detentora dos
meios de produção e o proletariado,
que vende a sua mão-de-obra em troca
de um salário. Para Marx, as classes
sociais são antagônicas e desiguais
lutam constantemente entre elas, o
trabalhador por melhores condições e a
burguesia para aumentar sua riqueza.
Para Weber, a noção de classe
baseada em indicadores de status. O
acesso a determinados tipos de bens
de consumo, aos próprios meios de
produção, aos serviços é o que
identificará as diversas classes sociais.
Trabalho em perspectivas
contemporâneas ou o Trabalho em
época de Globalização. Numa
perspectiva sociológica, a categoria
Trabalho deve também se atentar em
problematizar o lugar da mulher, do
negro, do índio, do jovem no atual
mercado de trabalho, suas dificuldades
os dilemas de quem esta muitas vezes
à margem do mercado de trabalho.
3° SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Formação e
desenvolvimento
O que é Poder? Discutir o conceito de
poder, a partir dos referenciais
351
Poder, política e
ideologia
do Estado
Moderno;
Democracia,
autoritarismo,
totalitarismo
Estado no Brasil;
Conceitos de
Poder;
Conceitos de
Ideologia;
Conceitos de
dominação e
legitimidade;
As expressões da
violência nas
sociedades
contemporâneas.
clássicos da Sociologia. Poder é uma
relação assimétrica, hierárquica o seu
uso não se faz ou não se limita ao uso
da força estritamente, ele se faz
através da linguagem, dos símbolos e
das práticas efetivas. E, portanto,
também está permeado pela ideologia.
Através deste pequeno conceito pode-
se estudar Max Weber; Karl Marx;
Pierre Bourdieu entre outros.
O que é ideologia? Discutir o conceito
de ideologia a partir dos teóricos da
Sociologia. Ideologia é comumente
associada a uma visão de mundo de
acordo com um determinado grupo,
classe, formação etc.
O que é o Estado? Trabalhar o
conceito de Estado. Discutir a
instituição e as suas diversas
características: controle político e
administrativo de um determinado
território, autoridade amparada num
sistema legal e jurídico. Controle e uso
do monopólio legítimo da força.
Pretende-se discutir os tipos de Estado
existentes. As tarefas que competem
ao Estado. Sua importância para a
população em geral etc.
A Formação do Estado Moderno.
Desde que os homens começaram a
viver em grupos e trabalhar
coletivamente, várias formas de
organização social foram se
352
configurando, sendo que uma das mais
recentes e que permanece até hoje em
várias sociedades, chama-se Estado.
Mas como ele surgiu? Segundo alguns
filósofos, o Estado é uma necessidade
da vida do homem em Sociedade, não
existe sociedade sem a presença do
Estado, afirmam que o Estado é
condição para a existência de vida em
grupo. Mas quando surge o Estado
com características modernas? Iremos
trabalhar neste item com a formação
histórica do Estado e os autores
(filósofos) que discutem o tema.
Direitos, cidadania
e movimentos
sociais
Direitos: civis,
políticos
e sociais;
Direitos Humanos;
Conceito de
cidadania;
Movimentos
Sociais;
Movimentos
Sociais no Brasil;
A questão
ambiental e os
movimentos
ambientalistas;
A questão das
ONG‟s.
O que é o Direito? Conceito e
aplicação. Na análise da questão dos
direitos deve-se considerar se esses
foram sendo inscritos nas leis,
lentamente ou foram conquistados
através de pressão dos que não tinham
direitos. São os direitos que definem a
cidadania, mas só existem se forem
exercidos no cotidiano das ações das
pessoas. A organização e a luta de
grupos sociais estão presentes no
âmbito de vários tempos históricos.
Os tipos de movimentos sociais. Os
movimentos sociais são práticas civis
de confronto, que desempenham o
papel de criadoras de novas políticas
que acabam influenciando no próprio
desenvolvimento da sociedade. O
estudo deste conteúdo possibilitará aos
353
alunos a compreensão da dinâmica
que os cerca, como também a
capacidade de inserir-se e participar de
movimentos já organizados ou em
processo de organização. Discutiremos
e analisaremos o papel dos seguintes
movimentos sociais urbanos e rurais:
a) Movimentos Estudantis; b)
Movimentos Rurais; c) Movimentos
Sociais Conservadores; d) Movimentos
religiosos; entre outros.
8.16.5. Metodologia
Para o desenvolvimento da disciplina de Sociologia no Ensino Médio, os
conteúdos devem ser tratados de forma articulada. A organização do mesmo deve
ser feita de acordo com a contextualização do assunto.
O objeto de estudo e ensino da disciplina de Sociologia são as relações que
se estabelecem no interior dos grupos na sociedade, como se estruturam e atingem
as relações entre os indivíduos e a coletividade. Ao se constituir como ciência, com
o desenvolvimento e a consolidação do capitalismo, a Sociologia tem por base a
sociedade capitalista. Porém, não existe uma única forma de interpretar a realidade
e esse diferencial deve fazer parte do trabalho do professor.
Quando o cuidado crítico é descurado, o resultado é sempre empobrecedor
da ciência. Ou se tem uma Sociologia sistemática – conceituada como o estudo
ordenado dos aspectos elementares e universais da vida social, segundo Florestan
Fernandes (1970) – uma sociologia árida e a-histórica, cujos conceitos e teorias
formais descolam-se da realidade por pretender descrever a ordem social, manifesta
e objetiva; ou se tem uma Sociologia pragmática eivada de uma ação militante
político-partidária, ou de uma ação assistencial, ambas capazes de confundir
conceitos desprovidos de aportes explicativos e raízes histórico-epistemológicas.
354
Considera-se relevante, no exercício pedagógico da Sociologia, manter no
horizonte de análise, tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a contribuição
dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes. Os elementos
básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser desenvolvidos
levando-se em consideração o recorte temporal no qual se erige a Sociologia. Isso
requer a retomada do histórico da disciplina em cada teoria trabalhada.
Porém, é também preciso entender as teorias de Norbert Elias, Michael
Foucault, Pierre Bourdieu e Nathalie Davis, por exemplo.
O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia fundamenta-se em
teorias originárias diferentes, com seu potencial explicativo atrelado aos
posicionamentos ideológicos-políticos, no sentido de visões de mundo presentes nas
interpretações. Como disciplina escolar, a Sociologia crítica deve contrastar
tradições diversas de pensamento, avaliando-lhes os limites e potencialidades de
explicação para os dias de hoje. Ao mesmo tempo, o ensino da disciplina deve
recusar qualquer espécie de síntese teórica ou reducionismo sociológico, ou seja,
deve tratar pedagogicamente a contextualização histórica e política das teorias,
seguindo o rigor metodológico que a ciência requer. A abordagem dada aos
conteúdos, bem como a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, estarão
relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por posições teóricas e práticas que
permitam compreender as problemáticas sociais concretas e contextualizadas em
suas contradições e conflitos, possibilitando uma ação transformadora do real.
Entendemos o conhecimento sociológico crítico como autoconsciência
científica da sociedade, tal como proposto na história da Sociologia no Brasil por
Florestan Fernandes (1976), ou seja, da Sociologia assumir o caráter de uma
consciência técnica e de explicação das condições de existência e do curso dos
eventos histórico-sociais. Sob essa ótica, as questões sociológicas situam-se num
dado contexto histórico e, ao mesmo tempo, situam o contexto dos acontecimentos
propiciados pelas relações sociais. A análise crítica deve contemplar as
interpretações sistematizadas acerca de determinada realidade sob a diversidade de
suas perspectivas.
Trata-se, de propiciar ao aluno do Ensino Médio os conhecimentos
sociológicos, de maneira que alcance um nível de compreensão mais elaborado em
relação às determinações históricas nas quais se situa e, também, fornecendo-lhe
elementos para pensar possíveis mudanças sociais. Pelo tratamento crítico dos
355
conteúdos da Sociologia clássica e da contemporânea, professores e alunos são
pesquisadores, no sentido que estarão buscando fontes seguras para esclarecer
questões acerca das desigualdades sociais, políticas e culturais, podendo alterar
qualitativamente sua prática social.
Para um bom trabalho metodológico, portanto, devem ser utilizadas charges,
fotografias, textos teóricos, notícias, seminários, passeios e excursões, filmes, além
– é claro – da aula expositiva.
8.16.6. Avaliação
Deve ser em conformidade com os processos de ensino-aprendizagem e de acordo
com os encaminhamentos metodológicos. A avaliação deve ser pensada, e
elaborada de forma transparente e coletiva. Seus critérios devem ser debatidos,
criticados e acompanhados por todos:
Apreensão de alguns conceitos básicos da ciência articulados a pratica
social;
A capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
A clareza e coerência na exposição das idéias sejam em textos escritos ou
orais. Pode-se também avaliar as mudanças na forma de olhar para os problemas
sociais, as iniciativas e a autonomia em tomar atitudes diferenciadas e criativas. Por
fim, não só os alunos, mas também professores e a instituição escolar devem
constantemente ser avaliados em suas dimensões práticas e discursivas e
principalmente em seus princípios políticos com a qualidade e a democracia.
8.16.7. Referências
DIRETRIZES CURRICULARES da Educação Básica. Sociologia. Secretaria da
Educação do PARANÁ. 2008.
356
9. MATRIZ CURRICULAR
357
10. CALENDÁRIO ESCOLAR