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SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR ........................................................ 9 2.1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO: ......................................................................... 9 2.1.1. Breve histórico do Colégio: ............................................................................ 9 2.1.2. Horários de Funcionamento e Modalidades de Ensino: ............................ 10 2.1.2.1. Ensino Fundamental:.................................................................................... 10 2.1.2.2. Ensino Médio: ............................................................................................... 11 3. OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 12 4. MARCO SITUACIONAL ...................................................................................... 13 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ...................................................................... 13 4.1.1 Número de alunos matriculados por série no ano de 2011: ....................... 13 4.1.2 Recursos Financeiros: .................................................................................. 13 4.1.3 Condições Físicas: ......................................................................................... 14 4.1.4. Recursos Pedagógicos:................................................................................ 15 4.1.5. Recursos Materiais e Didático-tecnológicos: ............................................. 16 4.1.6. Recursos Humanos:...................................................................................... 18 4.1.6.1 Equipe de Gestão Educacional .................................................................... 18 4.1.6.2. Corpo Docente ............................................................................................. 18 4.1.6.3. Agentes Educacionais I e II .......................................................................... 19 4.2. SOCIEDADE ...................................................................................................... 20 4.3. ESCOLA ............................................................................................................. 22 4.3.1 Processo de avaliação ................................................................................... 24 4.3.2 Resultados educacionais .............................................................................. 27 4.4. ALUNOS............................................................................................................. 41 4.5. COMUNIDADE ESCOLAR: ................................................................................ 49 5. MARCO CONCEITUAL ....................................................................................... 52

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 7

2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR ........................................................ 9

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO: ......................................................................... 9

2.1.1. Breve histórico do Colégio: ............................................................................ 9

2.1.2. Horários de Funcionamento e Modalidades de Ensino: ............................ 10

2.1.2.1. Ensino Fundamental:.................................................................................... 10

2.1.2.2. Ensino Médio: ............................................................................................... 11

3. OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 12

4. MARCO SITUACIONAL ...................................................................................... 13

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ...................................................................... 13

4.1.1 Número de alunos matriculados por série no ano de 2011: ....................... 13

4.1.2 Recursos Financeiros: .................................................................................. 13

4.1.3 Condições Físicas: ......................................................................................... 14

4.1.4. Recursos Pedagógicos: ................................................................................ 15

4.1.5. Recursos Materiais e Didático-tecnológicos: ............................................. 16

4.1.6. Recursos Humanos:...................................................................................... 18

4.1.6.1 Equipe de Gestão Educacional .................................................................... 18

4.1.6.2. Corpo Docente ............................................................................................. 18

4.1.6.3. Agentes Educacionais I e II .......................................................................... 19

4.2. SOCIEDADE ...................................................................................................... 20

4.3. ESCOLA ............................................................................................................. 22

4.3.1 Processo de avaliação ................................................................................... 24

4.3.2 Resultados educacionais .............................................................................. 27

4.4. ALUNOS ............................................................................................................. 41

4.5. COMUNIDADE ESCOLAR: ................................................................................ 49

5. MARCO CONCEITUAL ....................................................................................... 52

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5.1 AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS E A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA

PÚBLICA ................................................................................................................... 66

5.1.1 Conselho Escolar .......................................................................................... 66

5.1.2 APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários ................................ 66

5.1.3 Grêmio Estudantil.......................................................................................... 67

5.1.4 Conselho de Classe ...................................................................................... 68

5.2. AVALIAÇÃO ...................................................................................................... 69

6. MARCO OPERACIONAL .................................................................................... 73

6.1. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM CORPO DOCENTE E

DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA: .................................................................. 76

6.2. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM OS ALUNOS: ..................... 77

6.3. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM A COMUNIDADE: .............. 83

7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 85

8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR ....................................................... 87

8.1 IDENTIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................... 87

8.2. IDENTIDADE DO ENSINO MÉDIO .................................................................... 88

8.3. ARTE .................................................................................................................. 90

8.3.1 Apresentação da Disciplina .......................................................................... 90

8.3.2. Objetivos Gerais ........................................................................................... 91

8.3.3. Conteúdos ..................................................................................................... 92

8.3.4. Metodologia ................................................................................................ 116

8.3.5. Avaliação ..................................................................................................... 118

8.3.6. Referências ................................................................................................. 122

8.4. BIOLOGIA ....................................................................................................... 123

8.4.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 123

8.4.2. Objetivos ..................................................................................................... 127

8.4.3. Conteúdos ................................................................................................... 129

8.4.4. Metodologia ................................................................................................ 137

8.4.5. Avaliação ..................................................................................................... 143

8.4.6. Referência ................................................................................................... 145

8.5. CIÊNCIAS ....................................................................................................... 146

8.5.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 146

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8.5.2. Objetivos ..................................................................................................... 149

8.5.3. Conteúdos ................................................................................................... 150

8.5.4. Metodologia ................................................................................................ 154

8.5.5. Avaliação ..................................................................................................... 156

8.5.6. Referências ................................................................................................. 158

8.6. EDUCAÇÃO FÍSICA........................................................................................ 160

8.6.1. Apresentação geral da disciplina ............................................................. 160

8.6.2. Objetivos gerais ......................................................................................... 160

8.6.3. Conteúdos ................................................................................................... 161

8.6.4. Metodologia ................................................................................................ 169

8.6.5. Avaliação ..................................................................................................... 170

8.6.6. Referências ................................................................................................. 171

8.7. ENSINO RELIGIOSO ...................................................................................... 172

8.7.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 172

8.7.2. Objetivos ..................................................................................................... 174

8.7.3. Conteúdos ................................................................................................... 175

8.7.4. Metodologia ................................................................................................ 179

8.7.5. Avaliação ..................................................................................................... 179

8.7.6. Referências ................................................................................................. 180

8.8. FILOSOFIA ...................................................................................................... 181

8.8.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 181

8.8.2. Objetivos Gerais ......................................................................................... 182

8.8.3. Conteúdos ................................................................................................... 183

8.8.4. Metodologia ................................................................................................ 187

8.8.5 Avaliação ...................................................................................................... 188

8.8.6. Referências: ................................................................................................ 191

8.9. FÍSICA ............................................................................................................. 193

8.9.1. Apresentação da disciplina ....................................................................... 193

8.9.2. Conteúdos ................................................................................................... 194

8.9.3. Metodologia ................................................................................................ 197

8.9.4. Avaliação ..................................................................................................... 198

8.9.5. Referências ................................................................................................. 198

8.10. GEOGRAFIA ................................................................................................. 199

8.10.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 199

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8.10.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 203

8.10.3. Conteúdos ................................................................................................. 203

8.10.4. Metodologia .............................................................................................. 213

8.10.5. Avaliação ................................................................................................... 215

8.10.6. Referências ............................................................................................... 220

8.11. HISTÓRIA ..................................................................................................... 222

8.11.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 222

8.11.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 227

8.11.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 228

8.11.4. Conteúdos ................................................................................................. 229

8.11.5. Metodologia .............................................................................................. 245

8.11.6. Avaliação ................................................................................................... 248

8.11.7. Referências ............................................................................................... 262

8.12. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS ........................................... 263

8.12.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 263

8.12.2. Objetivos gerais ....................................................................................... 265

8.12.3. Conteúdos ................................................................................................. 266

8.12.4. Metodologia .............................................................................................. 276

8.12.5. Avaliação ................................................................................................... 278

8.12.6. Referências bibliográficas ....................................................................... 280

8.13. LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................... 282

8.13.1. Apresentação da Disciplina ..................................................................... 282

8.13.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 284

8.13.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 285

8.13.4. Conteúdos ................................................................................................. 288

8.13.5. Metodologia .............................................................................................. 298

8.13.6. Avaliação ................................................................................................... 302

8.13.7. Referências ............................................................................................... 303

8.14. MATEMÁTICA ............................................................................................... 304

8.14.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 304

8.14.2. Objetivos ................................................................................................... 307

8.14.3. Conteúdos ................................................................................................. 309

8.14.4. Metodologia .............................................................................................. 318

8.14.5. Avaliação ................................................................................................... 321

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8.14.6. Referências ............................................................................................... 325

8.15. QUÍMICA ....................................................................................................... 326

8.15.1. Apresentação geral da disciplina............................................................ 326

8.15.2. Objetivos gerais ....................................................................................... 329

8.15.3. Conteúdos ................................................................................................. 330

8.15.4. Metodologia .............................................................................................. 333

8.15.5. Avaliação ................................................................................................... 335

8.15.6. Referências ............................................................................................... 338

8.16. SOCIOLOGIA ................................................................................................ 341

8.16.1. Apresentação da disciplina ..................................................................... 341

8.16.2. Objetivos Gerais ....................................................................................... 343

8.16.3. Objetivos Específicos .............................................................................. 344

8.16.4. Conteúdos ................................................................................................. 345

8.16.5. Metodologia .............................................................................................. 353

8.16.6. Avaliação ................................................................................................... 355

8.16.7. Referências ............................................................................................... 355

9. MATRIZ CURRICULAR....................................................................................... 356

10. CALENDÁRIO ESCOLAR ................................................................................ 357

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1. APRESENTAÇÃO

A construção da cidadania ativa implica no domínio dos novos códigos e

linguagens, na incorporação das sofisticadas ferramentas da ciência e da tecnologia,

no entendimento dos conceitos sociológicos e na apropriação da cultura. Só desta

maneira é possível garantir o desenvolvimento da autonomia intelectual e o

fortalecimento do pensamento crítico.

As novas relações entre conhecimento e trabalho exigem capacidade de

iniciativa e inovação. A educação escolar tem como função garantir condições para

que o aluno se aproprie de instrumentos que o capacitem para um processo de

formação e aprendizagem permanentes. Além disso, torna-se necessário levar em

conta uma dinâmica de ensino que favoreça não só o desenvolvimento das

potencialidades do trabalho individual, mas também do trabalho coletivo.

Efetivamente, os avanços da ciência e da tecnologia estão alterando não só

os processos de aprendizagem e do conhecimento, mas também o comportamento

das pessoas. Cabe, então, colocar as novas tecnologias a serviço do currículo,

incorporá-las ao dia-a-dia da sala de aula, revelando sua importância na vida

moderna. Na verdade, está lançado um desafio ao arrojo e à criatividade dos

educadores: conciliar, dinamicamente, humanismo e tecnologia.

É nesta linha de ação que se elabora a Proposta Pedagógica do Colégio

Estadual João Ferreira Küster - Ensino Fundamental e Médio: enfatizando a

importância da intervenção do educando em todo o processo de aprendizagem,

fazendo as conexões entre os conhecimentos que possibilitarão ao estudante utilizar

o que aprende para se comunicar melhor com o seu grupo social, consultar livros e

pesquisar, analisar criticamente os conhecimentos e informações que recebe na

escola e através dos meios de comunicação, enfim, tomar decisões no momento em

que precisa.

Considerando as características e necessidades específicas de seu alunado,

a Proposta Pedagógica elaborada pelo colégio junto a direção, equipe pedagógica,

professores, funcionários, pais e alunos, tem em vista uma educação crítica,

orientada para a discussão e prática da responsabilidade social e política, garantindo

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a preparação básica para o trabalho e cidadania, aprimorando o educando como

pessoa humana e dotando-o de instrumentos que permitam que continue

aprendendo ao longo de toda a vida.

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2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO COLÉGIO:

2.1.1. Breve histórico do Colégio:

No dia 5 de maio de 1981, sob a Resolução nº 3239/ 81 de 30/ 12/ 81

começou a funcionar na Rua Waldemar Leo Braga a Escola Municipal José

Alexandre Sávio - Ensino de 1º Grau no Bairro Jardim Social, ficando assegurada a

matrícula para 189 alunos da Casa Escolar Tiradentes, situada até então na Rua

Ademar de Barros desde 1973, tendo na época como diretora a senhora Eliane

Krüger.

Em 1984 começou a funcionar o Pré - Escolar no período da tarde e o

estabelecimento passou a denominar-se Escola Municipal José Alexandre Sávio -

Ensino Pré - Escolar e de 1º Grau.

Em 1992 ocorreu a implantação da 5ª série e gradativamente as demais

turmas até a 8ª série do Ensino Fundamental.

Através da Resolução nº 258/ 98 de 05/ 03/ 98 o Projeto de Estadualização

criou a Escola Estadual João Ferreira Küster - Ensino Fundamental, que passou a

responder pelo ensino de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.

Em 1999 a Escola Estadual João Ferreira Küster passou a ofertar o Ensino

Médio no período noturno, implantando o primeiro ano desta modalidade, onde foi

ampliando progressivamente seu atendimento, de acordo com as necessidades da

clientela escolar. A escola passou a denominar-se Colégio Estadual João Ferreira

Küster - Ensino Fundamental e Médio, conforme resolução 1534/2000 de

05/05/2000.

O Colégio tem como Patrono o Sr. João Ferreira Kuster, que nasceu no dia 25

de janeiro de 1908, em Campo Largo. Filho primogênito de uma família de 11

irmãos, nasceu da união de Methridates da Rocha Küster e de Zulmira Ferreira

Küster, o qual fez o curso primário no Grupo Escolar Macedo Soares na cidade de

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Campo Largo, e em seguida, aprimorou seus estudos sob a orientação do Padre

Ladislau Kulka. Mais tarde prestou serviço militar no 15º Batalhão de Caçadores, em

Curitiba. Nomeado no governo de Afonso Camargo, prestou serviços na Coletoria

Estadual de Campo Largo e, mais tarde na Coletoria da cidade de Paranaguá,

sendo exonerado dessas funções, no período revolucionário de 1930. Foi

posteriormente nomeado para trabalhar na Prefeitura de Campo Largo, como

professor de música, tendo reorganizado a Banda de Música de Campo Largo.

Posteriormente, com base em seu desempenho nas funções municipais, foi

nomeado Secretário da Prefeitura, cargo que exerceu por muitos anos e no qual foi

aposentado. Passando depois a prestar serviços na Secretaria da Câmara

Municipal, onde terminou suas atividades funcionais. João Ferreira Küster faleceu no

dia 17 de fevereiro de 1978. Assim, como uma homenagem, o Colégio leva o nome

de Colégio Estadual “João Ferreira Küster”, por causa da pessoa ilustre que foi, e

que por onde passou deixou inúmeras amizades.

O Colégio Estadual João Ferreira Küster atende alunos do Ensino

Fundamental (5ª a 8ª série) e do Ensino Médio; totalizando no ano de 2008, 328

alunos matriculados regularmente nesta Instituição.

O Colégio localiza-se na rua Waldemar Leo Braga, nº 340, no Bairro Jardim

Social, no Município de Campo Largo com o CEP 83.606-010 e telefone para

contato, 3392-4887. O mesmo pertence ao Núcleo da Área Metropolitana Sul –

NRE.

2.1.2. Horários de Funcionamento e Modalidades de Ensino:

2.1.2.1. Ensino Fundamental:

Turno Horário

Manhã das 7h e 30 min às 11h e 50 min

Tarde das 13h às 17h e 20 min

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2.1.2.2. Ensino Médio:

Turno Horário

Noite das 18h e 40min às 22h e 50 min

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3. OBJETIVOS GERAIS

Proporcionar ao aluno a apreensão dos conhecimentos historicamente

acumulados os quais lhe darão os fundamentos necessários para uma atuação

crítica e participativa na sociedade no âmbito cultural, social e político,

preparando-o assim para o exercício da cidadania e consequentemente a

inclusão no mundo do trabalho.

Estabelecer, por meio de ações conjuntas entre escola, família e comunidade

discussões em busca de soluções para problemas comuns, através do

planejamento participativo no estabelecimento de metas com vistas a melhoria

da qualidade de ensino.

Contribuir com a educação inclusiva respeitando, reconhecendo, aceitando e

valorizando as diversidades étnicas, religiosas, econômicas, sociais, culturais,

físicas e intelectuais dos alunos, buscando assim, uma educação de qualidade

para todos, em seus diferentes níveis de ensino, primando pela permanência do

aluno na escola.

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4. MARCO SITUACIONAL

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

4.1.1 Número de alunos matriculados por série no ano de 2011:

Ensino Fundamental

Ano Nº de Turmas Turnos Total de Alunos

6º 01 Manhã 33

6º 01 Tarde 35

7º 01 Manhã 32

7º 01 Tarde 28

8º 01 Manhã 26

8º 01 Tarde 24

9º 01 Manhã 30

9º 01 Tarde 28

Ensino Médio

Série Nº de Turmas Turnos Total de Alunos

1ª 01 Noite 26

2ª 01 Noite 24

3ª 01 Noite 28

4.1.2 Recursos Financeiros:

Por ser uma escola estadual, é mantida pelo Governo Estadual, recebendo

verbas como o Fundo Rotativo/FUNDEPAR, o PDDE/FNDE e Projeto Escola

Cidadã/FUNDEPAR, implantado a partir do mês de agosto do ano de 2005, que

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destina recursos à compra de complementos para a merenda dos alunos. Além

desses, a comunidade se mobiliza através da APMF para arrecadar recursos por

meio de promoções.

4.1.3 Condições Físicas:

O Colégio faz uso de prédio municipal, dividindo o espaço físico com a Escola

José Alexandre Sávio, que atende o alunado de Educação Infantil e 1º ao 5º ano do

Ensino Fundamental, a qual funciona nos períodos da manhã e da tarde. Por esse

motivo o espaço físico a ser utilizado pela escola fica bastante reduzido.

Fazem parte da estrutura física da escola:

04 salas de aula;

01 sala adaptada para biblioteca;

01 sala para os professores;

01 laboratório de informática para alunos e professores;

01 sala para a secretaria;

01 sala para a direção;

01 sala para a equipe pedagógica;

01 almoxarifado;

03 banheiros, sendo 01 para uso dos professores;

01 laboratório de ciências;

01 cozinha compartilhada com a escola municipal;

01 depósito de alimentos compartilhado com a escola municipal;

01 depósito para material de limpeza;

01 refeitório compartilhado com a escola municipal;

01 quadra coberta compartilhada com a escola municipal;

01 quadra de esportes compartilhada com a escola municipal.

O espaço físico destinado à escola, não está condizente com a demanda de

alunos da comunidade, visto que a escola não tem condições de ofertar Ensino

Médio diurno devido à falta de infra-estrutura, uma vez que não possuímos salas de

aula para receber esses alunos.

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Os ambientes destinados ao laboratório e a uma sala de aula, na verdade

fazem parte de um espaço improvisado, feitas com divisórias de madeira, sendo

bastante falho na questão “acústica” do espaço. As salas destinadas à direção,

equipe pedagógica e ao almoxarifado também são organizadas por divisórias.

4.1.4. Recursos Pedagógicos:

Como material pedagógico a escola conta com um acervo razoável de livros,

mas que muitas vezes não atende as necessidades dos alunos, pois faltam livros de

pesquisa e enciclopédias atualizadas. Fazem parte do acervo da biblioteca os

seguintes livros e demais recursos pedagógicos:

191 livros de Português

152 livros de Matemática

181livros de História

155 livros de Geografia

17 livros de Artes

36 livros de Química

43 livros de Física

82 livros de Biologia

120 Livros de pesquisas (diversos)

1800 livros de Literatura

294 livros do Projeto Venha Ler – alunos

54 livros do Projeto Venha Ler – professores

206 na Biblioteca do Professor

260 livros paradidáticos

26 enciclopédias

61 dicionários de Português, Português/Inglês

13 Atlas Geográfico

47 Mapas Geografia / História

39 Mapas Biologia / Ciências

04 Globos Terrestres

Coleção de DVD - TV Escola volume I, II. III e IV e V

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Coleção de DVD – Vocação UFPR TV

20 Atlas Geográfico Escolar Multimídia

02 (caixas) Geologia na Escola – Caminho das rochas

165 Fantoches

20 Sólidos Geométricos de acrílico (diversas formas)

02 (caixas) Conjunto Sólidos Geométricos de madeira

40 Flautas Doce Soprano – plástico

01 Relógio Didático

02 (jogos) Tangram em madeira

08 Jogos de Alfabeto Silábico

06 Jogos Dominó Associação de Idéias

06 Jogos Vamos Formar Palavras

06 Jogos Seqüência Lógica

10 Jogos de Memória Antônimos

01 (caixa) Conjunto Barras de Medidas

01 Blocos Lógicos

02 Conjuntos Números e Sinais

02 Dominó Subtração

02 Dominó Multiplicação

02 Escala Cusinare

02 Conjunto Dourado

02 Conjunto Regras Numéricas

Além de contar com os livros didáticos para as turmas de Ensino

Fundamental nas disciplinas de: História, Geografia, Português, Matemática e

Ciências. As turmas do Ensino Médio fazem uso dos livros das disciplinas de

Português, Matemática, Química, Biologia e História, bem como dos livros

elaborados pela SEED nas disciplinas de química, matemática, geografia, educação

física, português, língua estrangeira, história, biologia, sociologia, física, arte e

filosofia.

4.1.5. Recursos Materiais e Didático-tecnológicos:

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A escola dispõe dos equipamentos que seguem na lista abaixo, sendo alguns

deles comprados com dinheiro arrecadado pela escola junto a APMF através de

promoções feitas na escola, ou adquiridos com a verba do governo destino à compra

de materiais permanentes. Todos os equipamentos estão em condições de uso, em

bom estado de conservação.

03 DVD‟s

01 Aparelhos de televisão 20”

01 Aparelho de televisão 29”

04 Aparelhos de televisão 29” (pendrive)

01 Retroprojetor

04 Impressoras

01 Máquina copiadora

01 Mimeógrafos

01 Aparelho de fax

07 Ventiladores

01 Aparelho de som

02 Rádios

01 Caixa acústica

03 Microfones

01 Bebedouro

18 Microcomputadores Proinfo

24 Microcomputadores Paraná Digital

01 Notebook

02 Câmeras/filmadora digital

01 WebCam

01 Balança de Plataforma

01 Balança Digital – Laboratórios de Ciências

01 Estadiometro Portátil

02 Microscópios

01 Planetário

01 Esqueleto

01 Dorso

01 Agitador – laboratório de ciências

Page 17:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

18

01 Luneta

01 Manta aquecedora – laboratório de ciências

10 Lupas – laboratório de ciências

Lâminas microscópicas – laboratório de ciências

4.1.6. Recursos Humanos:

Atualmente, a Escola conta com 48 funcionários, faz-se necessário ressaltar

que alguns professores atuam tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino

Médio, sendo dispostos nas seguintes funções:

01 Direção

01 Direção Auxiliar

03 Equipe Pedagógica

01 Secretária

03 Agente Educacional II

Professores Regentes de Ensino Fundamental – 6º ao 9º ano

Professores Regentes de Ensino Médio

Agente Educacional I

4.1.6.1 Equipe de Gestão Educacional

Nome Função C.H. Semanal Formação

Daiane Kassiele Segatto Direção Auxiliar 20 Superior Completo

Deili de Fátima do Nascimento Pedagoga 20 Superior Completo

Gertrudes Maria Carlotto Kulka Secretária 20 Pós – Graduação

Joelma Pedagoga 20

Márcia Regina Durau Diretora 40 Pós – Graduação

Mônica Ferreira de Souza Pedagoga 20 Pós – Graduação

4.1.6.2. Corpo Docente

Page 18:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

19

Nome Disciplina de

Atuação

Modalidade Formação

Adriana de Fátima Durau Português EF / EM Letras

Adriana Paula Magaton Matemática EM Matemática

Angelana Roth da Silva Leite Matemática EF Matemática

Emerson José Martins Física EM Matemática

Evandro Cezar Dallassenta Filosofia EM Filosofia

Everton Costa Educação Física EM Ed. Física

Elisama da Silva Bueno Ciências EF Biologia

Gerson Carlos Marchiori ARTES / Música EF Música

Gisele Guedes de Lima Crestani História História

Gertrudes Maria Carlotto Kulka Geografia EF / EM Geografia

Joseane do Rocio Seguro Matemática EF / EM Matemática

Jaqueline Berton Ciências EF

Laercio Marcos Torezin História / Filosofia EF/EM História

Lais Franca Campos SAA – Lín. Protuguesa EF

Layon Phelipe Becker Biologia EM Ciências Biológicas –

em curso

Luciane Ap. Durau Carloto Inglês EF Letras

Marilei Favretto Schroeder História / Sociologia EM História

Marli Aparecida Kinapik Matemática EF / EM Matemática

Margareth Ap. Batista Proença História EF História

Marcus Vinicius Segedi da Silva Ciências / SAA -

Matemática

EF Matemática – em

curso

Newson Leal Fernandes Química EM Biologia

Ponciano Munhoz Vidal Ed. Física EF Ed. Física

Pedro Mosko Física EM

Roseli Aparecida Fedechem Língua Portuguesa EF Letras

Tânia Portela Costa Biologia EM Biologia

Vera Lucia Czuy Ciências EF Ciências Biológicas

Vilma Aparecida Barszcz Geografia EF Geografia

Wederle Sturm Ed. Física EF / EM Ed. Física

William Vida Petrosky Sociologia EM História – em curso

4.1.6.3. Agentes Educacionais I e II

Nome Função C.H.

Semanal

Formação

Page 19:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

20

Daniele do Carmo R. de Lima Agente Educacional II 40 Superior – Em curso

Dirce Fracaro Agente Educacional II 40 Superior – Completo

Eugênia de Fátima Santos Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

Gisele Nascimento Agente Educacional II 20 Superior – Completo

Irene Estevão Soares Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

Lúcia Eduardo Félix Cabral Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

Maria de Lourdes Matias Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

Marinice Brolese Schervinski Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

Viviane Wernek Agente Educacional I 40 Ens. Médio – Completo

4.2. SOCIEDADE

Sabe-se que historicamente nossa sociedade é organizada em classes. Elas

sempre existiram fazendo a separação entre as pessoas que detinham o poder - a

burguesia, e os que cumpriam ordens – o proletariado, o que só vem a evidenciar as

diferenças sócio-econômicas existentes desde os tempos remotos. As classes mais

abastadas não são capazes de diminuir o seu padrão de vida, criando um „‟buraco‟‟

muito grande entre a elite e a classe menos privilegiada, fazendo com que a

organização da nossa sociedade continue seguindo àquela máxima: “os ricos

continuam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”.

Dessa forma, nossa sociedade capitalista e consumista, não é justa, pois é

organizada de uma maneira que nem todos são contemplados. Aos poucos, vamos

incorporando a forma capitalista de ser, onde cada um deve se preocupar apenas

consigo mesmo, já que seu semelhante é um provável concorrente, por isso não é

mais amigo e sim adversário. Com isso passou-se a valorizar o TER em detrimento

do SER.

Diante dessa visão de sociedade, os alunos deveriam estar seguindo um

caminho transformador, para que no futuro, não só a escola, como também a

sociedade fosse mais justa. Nossos adolescentes e jovens estão confusos, pois

aprendem na escola que devem agir conforme “a moral, a ética”, devem seguir os

“bons costumes”, mas no dia a dia vivenciam as contradições como corrupção

Page 20:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

21

administrativa em seu país, miséria e injustiça social. Essa lógica injusta precisa com

urgência ser superada, precisamos valorizar o ser humano e não o dinheiro.

Vivemos num país privilegiado, cheio de riquezas naturais, conhecido por sua

beleza e pela alegria de seu povo, porém toda essa beleza e alegria se contrapõe a

pobreza, a miséria, a fome, ao analfabetismo, a violência, ao descaso dos

governantes, a corrupção, ao desemprego, os baixos salários. Brasil, um país onde

as desigualdades sociais são enormes, onde a pobreza e a miséria convivem lado a

lado com o luxo e a riqueza.

Essa realidade também pode ser vista no bairro em que o colégio está

localizado, pois em um pequeno espaço encontramos pessoas com bom poder

aquisitivo, enquanto alguns não conseguem manter sequer a sobrevivência, vivendo

dos recursos providos pelo governo. Pode-se dizer que algumas famílias buscam

através da educação e do trabalho melhorar suas condições de vida, enquanto

outros se acomodam ou recorrem aos meios ilícitos para suprir suas necessidades

básicas e/ou de consumo, aumentando ainda mais o índice de violência do bairro.

Essas características estão cada vez mais presentes nos jovens da comunidade,

onde roubar é questão de status, de poder, fator que está diretamente ligado a

impunidade.

No bairro, além da escola, não encontramos espaços destinados ao lazer e a

cultura, o que contribui para o envolvimento com as drogas e a violência, visto que

crianças, adolescentes e jovens ficam muito tempo ociosos.

Outra característica social que pode ser citada, é a desestrutura familiar, onde

crianças e adolescente ficam abandonados sem o acompanhamento dos pais, o que

reflete na falta de valores, de limites, e até mesmo falta de perspectiva de futuro.

Nos encontramos numa época de desconfiança, de pouca esperança, pois

ano após ano a população sofre com o descaso, com a falta de respeito por parte

das pessoas que decidem o rumo dos nossos municípios, estados ou do nosso país.

Hoje é tempo de pensar, de refletir como foi nosso passado, como é nosso presente,

e como será e o que será do nosso futuro.

Participamos de uma triste realidade, onde dia após dia ligamos a televisão, o

rádio, abrimos os jornais ou acessamos a internet, e nos deparamos com tragédias

como as guerras, a fome, a violência, a pobreza, as mortes, a corrupção, não

encontramos nenhum indício, nenhuma perspectiva de um futuro melhor.

Page 21:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

22

Contudo, o que dizer de um povo que passa por tantas dificuldades e ainda

sim vive, ainda sim sorri? Pode-se dizer que esse é um povo que ainda sonha.

Sonha com um futuro melhor, com uma sociedade mais justa, com uma vida mais

digna.

4.3. ESCOLA

Historicamente podemos dizer que a educação era um direito de poucos, logo

poucos tinham acesso a ela. Esses poucos a quem nos referimos, era um grupo

formado por alunos de classe alta, das famílias nobres, crianças pertencentes a

elite. Sendo a escola projetada para atender essa minoria dentro de suas

peculiaridades e interesses.

Hoje, a grande maioria da população tem acesso a escola. A educação

tornou-se um direito de qualquer cidadão, pois perante a lei todos são iguais e

possuem os mesmos direitos. Porém, não se repensou/reformulou a estrutura

escolar, os objetivos da educação, não nos projetamos para atender aos interesses

e peculiaridades dessa nova clientela. Agora existe escola para todos, ou quase

todos, mas ainda não existe escola diferente para cidadãos diferentes.

No Brasil, ainda vemos milhares de crianças e jovens em idade escolar longe

das salas de aula, uma realidade bem distante do que é proposto em lei, onde

educação é direito de TODOS, mas nem sempre é usufruída por todos, ou seja, a

escola não é para todos e sim para poucos, uma vez que continuamos seguindo um

sistema classificatório e excludente. Muitos alunos deixam os bancos escolares para

tentar ajudar financeiramente suas famílias através do trabalho, em alguns casos

trabalho ilegal, uma vez que entende-se que todo aluno que está em idade escolar,

deixa de freqüentar a escola para exercer qualquer outro tipo de atividade estará

agindo na ilegalidade, pois é dever do estado, da sociedade, e da família ofertar

ensino e zelar pela permanência do aluno na escola.

Quando falamos em papel da escola, percebemos que ela passou a ser vista

ao longo do tempo, como um local de “refúgio” para muitos alunos, ou então, um

local que os pais tem para deixar seus filhos para que não fiquem sozinhos em casa,

visto que para o sustento da família, é necessário que todos trabalhem. Contudo a

necessidade de aprender, de pensar, de se transformar em cidadãos críticos

Page 22:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

23

acabam ficando em segundo plano. Assim, algumas vezes o papel da escola na

sociedade vai muito além de apenas trabalhar o conhecimento científico como era

até então, hoje, em muitas comunidades a escola é uma extensão do lar, ou seja,

muitas crianças precisam da escola até para suprir necessidades básicas que faltam

no lar, como saúde, alimentação e vestuário. Muitas crianças com problemas

visuais, auditivos ou que sofrem maus tratos, são identificados pelo professor e

atendidos pela escola. Assim, ela passa a exercer um papel assistencialista.

Entendemos que a escola hoje deve trabalhar os conhecimentos

historicamente construídos, com vistas a formação de cidadãos críticos que possam

buscar formas de mudar senão a sociedade, pelo menos a sua realidade através da

cidadania, da luta por seus direitos e pelo cumprimento de seus deveres.

Com o passar dos anos e com os avanços tecnológicos, a educação escolar

veio perdendo espaço para outras formas de educar, de aprender. A grande

dificuldade da escola é a concorrência com a mídia, pois a mídia incute em nossos

alunos valores “invertidos”, devido a grande apelo do mundo comercial. A escola

ainda tenta, de forma tradicional, repassar saberes e valores humanos para

amenizar o paradoxo escola-sociedade, mas muitas vezes não obtém sucesso.

Precisamos de uma escola que seja capaz de transformar essa relação de

dominação que nossa sociedade apresenta, e que faça a verdadeira inclusão social

de nossos alunos.

Existem diversos tipos de escolas, mas não “funcionam” devidamente por

falta de apoio do governo em questões como: a falta de profissionais capacitados

em suas áreas de atuação, uma vez que hoje, ainda em que menor número,

professores formados em uma determinada disciplina lecionam em outras totalmente

opostas a sua formação devido a falta de profissionais capacitados.

No que se refere à estrutura física, existem várias formas e tipos de escola

diferentes, para classes diferentes, onde escolas centrais, que abrangem em sua

grande maioria alunos com melhores condições financeiras, possuem ótima infra-

estrutura, o que possibilita melhores condições de trabalho, enquanto as escolas da

periferia sofrem com o abandono, bem como os alunos que estão inseridos nela. As

escolas de periferia muitas vezes são esquecidas pelos governantes e mal vistas

pela própria comunidade na qual está inserida. Podemos dizer que em nosso estado

foram dados alguns passos importantes rumo a transformação desta triste realidade,

mas ainda é pouco perto do muito a ser feito.

Page 23:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

24

Contudo, a escola busca atender às questões emergentes de nossa

sociedade, visto que todas recaem no espaço escolar, e interferem de forma direta

no processo de ensino aprendizagem, consequentemente no desenvolvimento e

desempenho dos alunos.

4.3.1 Processo de avaliação

O sistema de registro de avaliação adotado pelo Colégio é Trimestral, sendo

os resultados da avaliação expressos através de notas computados trimestralmente,

em várias aferições na seqüência e ordenação dos conteúdos, trabalhos individuais

e em equipe, por meio de testes, debates, entrevistas, atividades escritas ou orais e

demais modalidades que se mostrem aconselháveis e de aplicação possível. Como

forma de garantia, de que o aluno está sendo avaliado continuamente, independente

da disciplina e do número de aulas,

Conforme previsto em lei, é garantida ao aluno a recuperação paralela

quando o mesmo não tenha atingido 60% do valor da avaliação. O aluno terá direito

a realizar 2ª chamada da atividade avaliativa mediante apresentação de atestado

médico ou declaração de trabalho ou justificativa dos pais.

O cálculo da Média Anual para efeito de promoção será feito na forma de

média aritmética simples, ou seja, soma-se as notas do 1º trimestre, do 2º trimestre

e do 3º trimestre e divide por três, como está representado na formula:

Média Anual = 1º trimestre + 2º trimestre + 3º trimestre

3

Para a promoção, os alunos deverão atingir a média 6.0 (seis) em todas as

disciplinas e freqüência superior a 75% do total da carga horária do ano letivo, visto

que é essa a exigência do sistema educacional vigente.

A classificação é o procedimento que o Estabelecimento de Ensino adota

para posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e

desenvolvimento adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:

por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou

fase anterior, no próprio Colégio;

Page 24:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

25

por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país

ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem;

independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para

posicionar o aluno na série, compatível ao seu grau de desenvolvimento e

experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A reclassificação é o processo pelo qual o Estabelecimento de Ensino avalia o

grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,

levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de

estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente do

que registre o seu Histórico Escolar. Cabe aos professores, ao verificarem as

possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e

com freqüência na série, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma

possa iniciar o processo de reclassificação. O aluno reclassificado deve ser

acompanhado pela equipe pedagógica, durante dois anos, quanto aos seus

resultados de aprendizagem.

Os registro das avaliações são feitos nos Livros Registros, sendo repassados

aos alunos e responsáveis por meio dos boletins entregues em reuniões individuais

ou coletivas. Os resultados finais são transcritos em Relatórios Finais,

encaminhados para a SEED, e no Histórico Escolar.

Para que todo esse processo de avaliação se consolide, cabe ao professor,

junto a equipe pedagógica, fazer uma auto-crítica, abrindo mão do uso autoritário da

avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; revendo a metodologia de trabalho

em sala de aula; alterando a postura diante dos resultados da avaliação; criando

uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. Para

isso, seguem alguns pontos importantes, segundo Vasconcellos (2006) a serem

observados, pela comunidade escolar mediante ao processo avaliativo, sendo eles:

Não prender-se só as provas - diversificar as formas de avaliação:

atividades por escrito, dramatização, trabalho de pesquisa, avaliação oral,

experimentação, desenho, maquete, etc. (levar em consideração os

estágios de desenvolvimento dos educandos);

Diversificar os tipos de questões: testes objetivos, V ou F, palavras

cruzadas, completar, pedir desenhos, enumerar de acordo com ordem de

ocorrência, copiar parte do texto de acordo com critério, associar, formar

frases com palavras dadas, etc. Destacamos, no entanto, a necessidade

Page 25:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

26

de espaço para a avaliação dissertativa, por dar a oportunidade de

expressão mais sintética do conhecimento (síntese construída pelo aluno).

Dar peso maior para questões dissertativas, por exigirem maior empenho

e domínio do conhecimento;

Contextualizar as questões: questões a partir de texto, perguntas

relacionadas à aplicação prática, problemas com significado,

acompanhados por desenhos, gráficos, esquemas, etc.;

Colocar questões a mais, dando opção de escolha para os alunos (este

recurso é simples e dá oportunidade de maior individualização das

avaliações);

Dimensionar adequadamente o tempo de resolução da avaliação, de

forma a evitar a ansiedade. Não ficar fazendo pressão durante a aplicação

(“faltam 30”‟; “faltam 25”‟ , etc.);

Ao invés de “prova”‟ (ninguém tem que provar nada para ninguém), usar o

termo “atividade”; substituir a “folha de prova” por “folha de atividades”,

que também pode ser usada para trabalhos, pesquisas e etc.(lembrar, no

entanto, que não se trata apenas de mudar o termo...);

Deixar muito claro para os alunos e os pais quais os critérios de

avaliação que estão sendo adotados pelo professor. O educando deve

saber o que vai ser exigido dele. E sistematicamente o fator sorte, pois

este leva à irresponsabilidade, à convicção mística;

Realizar avaliação em dupla e/ou em grupo (sem dispensar a individual);

Fazer avaliação com consulta;

Elaborar avaliações interdisciplinares (questões comuns servindo para

duas ou mais disciplinas)

Alunos elaborarem sugestões de questões (ou propostas de trabalhos)

para a avaliação;

Não incentivar a competição entre os alunos, ou, melhor dizendo,

combater sua ocorrência, pela não valorização da nota, de uma vez que,

normalmente, a competição já esta presente no contexto social. Não

comparar alunos entre si; cada um deve ser comparado a si mesmo;

comparações criam competição, ódio, inveja, desanimo.

A avaliação não deve ser elaborada por terceiros, mas sim pelo próprio

professor.

Page 26:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

27

Não fazer a avaliação de cunho decorativo, deve ser reflexiva, relacional e

compreensiva.

4.3.2 Resultados educacionais

A realidade apresentada reflete-se diretamente nos índices de aprovação,

aprovação por conselho de classe, reprovação e evasão escolar, como mostram os

dados dos dois últimos anos letivos, 2009 e 2010.

0

20

40

60

80

100

Aprovação Reprovação Evasão

5ª Série / 6º Ano

2009

2010

0

20

40

60

80

100

Aprovação Reprovação Evasão

6ª Série / 7º Ano

2009

2010

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28

0

20

40

60

80

100

Aprovação Reprovação Evasão

7ª Série / 8º Ano

2009

2010

0

20

40

60

80

100

Aprovação Reprovação Evasão

8ª Série / 9º Ano

2009

2010

0

10

20

30

40

50

60

70

Aprovação Reprovação Evasão

1ª Série

2009

2010

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29

0

20

40

60

80

100

Aprovação Reprovação Evasão

2ª Série

2009

2010

0

20

40

60

80

Aprovação Reprovação Evasão

3ª Série

2009

2010

Analisando os dados acima expostos, é possível observar um pequeno

avanço no índice de aprovação, mas apenas na 5ª série do Ensino Fundamental,

nas demais séries da mesma modalidade houve decréscimo. Assim, entende-se que

no ano de 2010 houve maior número de alunos reprovados praticamente em todas

as séries, tanto do Ensino fundamental, quanto do Ensino Médio, tendo

aproximadamente um aumento de 50 % no geral do Ensino Fundamental e Médio

em relação ao ano de 2009.

Percebeu-se que, as disciplinas com maiores índices de reprovação no

Ensino Fundamental, no ano de 2009, foram em primeiro lugar a de Inglês, seguida

de Ciências, História e Matemática com o mesmo percentual, Arte, Português,

Geografia e Educação Física na ordem decrescente de apresentação. No ano de

2010, a ordem foi modificada e ficou sendo as disciplinas de Geografia e

Matemática, com maior índice de alunos reprovados, em segundo lugar ficou a

disciplina de Português seguida das demais que foram: Arte, Ciências , Inglês e

Page 29:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

30

História. A única disciplina em que não houve nenhuma reprovação nesse ano, foi a

de Educação Física.

0

0,5

1

1,5

2

L.

Port.

Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.

Fís.

L. Ing. Art.

Reprovação por Disciplina Ensino Médio - 2009

1º ano

2º ano

3º ano

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

L. Port. Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed. Fís. Esp Art.

Reprovação por Disciplina Ensino Médio - 2010

1º ano

2º ano

3º ano

Na análise em relação ao Ensino Médio, temos os seguintes dados sobre a

reprovação dos alunos em cada disciplina: No total foram 10 alunos reprovados,

para melhor compreensão da análise, deve ser considerado que um mesmo aluno

pode ter sido contado mais de uma vez no caso de ter sido reprovado em mais de

uma disciplina: Física e Matemática foram as disciplinas com maior índice, ou seja,

60% dos alunos que reprovaram, foram reprovados nessas disciplinas, na sequência

aparecem as disciplinas de Português e Arte, e depois as demais disciplinas. Nas

disciplinas de Educação Fisica e Filosofia não houve reprovação.

Mesmo com os dados disponibilizados, não há como mensurar

exclusivamente a que motivos específicos se devem os altos índices de reprovação

em todas as séries no último ano, tanto no Ensino Fundamental, quanto no Ensino

Page 30:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

31

Médio, pois na análise feita por membros da equipe pedagógica, professores,

direção e funcionários, são diversos os fatores que têm contribuído, dentre eles,

destaca-se:

Desestrutura familiar;

Falta de acompanhamento da vida escolar dos filhos pelos pais e ou

responsáveis;

Situação financeira e escolaridade dos pais;

Desinteresse por parte dos alunos na questão da aprendizagem;

Indisciplina dos alunos;

Dificuldade na aprendizagem em casos específicos;

Falta de assiduidade e pontualidade por parte de alguns alunos;

Processo do Georeferenciamento;

Grande quantidade de alunos nas salas de aulas;

Descomprometimento de alguns profissionais da escola;

Iniciação precoce da vida sexual;

Prática pedagógica de alguns professores autoritária e excludente;

Equívocos na interpretação do sistema de avaliação da escola;

Equívocos na interpretação sobre recuperação paralela;

Quanto ao Ensino Médio, a falta de assiduidade e pontualidade por parte dos

alunos foram fatores preponderantes para o aumento do número de alunos

reprovados.

Explica-se que o processo de georeferenciamento contribui para a evasão

escolar no colégio Estadual João Ferreira Küster, e tem reforçado a falta de

comprometimento por parte de algumas famílias quanto à valorização da escola,

prova disso é dada quando um aluno é matriculado a contra gosto dos pais, quando

os mesmos não conseguiram vaga na escola pretendida e, pela distância da

moradia à escola, esse mesmo aluno não frequenta a escola. No Ensino Médio, o

georeferenciamento tem afetado a qualidade de ensino e o baixo rendimento dos

alunos, por falta de vagas no diurno muitos alunos de 14 anos são matriculados para

o ensino noturno, os quais ainda são muito imaturos, o que gera muita indisciplina.

Os alunos trabalhadores que frequentam o Ensino Médio Noturno mostram-se

desmotivados e na maioria das vezes não conseguem conciliar a escola e o

trabalho, deixando de ser um aluno pesquisador e responsável quanto às atividades

Page 31:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

32

escolares, logo, os professores acabam por minimizar os conteúdos das disciplinas,

uma vez que o tempo escolar é insuficiente para os aprofundamentos necessários.

Há também a questão da falta de comprometimento por parte de alguns professores

quanto aos alunos do Ensino Médio, pois ao cometerem faltas injustificáveis,

deixam-nos ociosos na própria escola perdendo o direito da oferta de um ensino de

qualidade.

Desde o ano de 2002, a escola solicitou à mantenedora a construção de mais

salas de aulas para que seja implantado o Ensino Médio diurno, a fim de propiciar

uma continuidade na proposta de ensino da escola no Ensino Fundamental para o

Ensino Médio, e também considerando a falta de vagas no município como um todo,

para o Ensino Médio diurno, o que acarreta em vários transtornos no início de cada

ano letivo, dado ao descontentamento dos pais pela falta de vagas no turno matutino

e vespertino.

Outro fator de peso que repercute no mau desempenho escolar dos alunos, é

o grande número de alunos por ano, principalmente nas turmas de 6º ano do Ensino

Fundamental e do 1ª ano do Ensino Médio (apenas no 1º trimestre), que dificultam a

prática pedagógica do professor em sala de aula, não podendo dar muitas vezes um

atendimento individualizado para os alunos que necessitam de uma atenção

especial.

A falta de uma melhor compreensão por parte da comunidade escolar com

relação ao sistema de avaliação, também tem trazido prejuízos para o desempenho

dos estudantes e a vulgarização desse momento na escola por parte dos alunos,

inclusive o equivocado entendimento que alguns têm quanto à recuperação paralela.

Deve ser observada também a questão das metodologias adotadas por

alguns professores e necessidade de que sejam revistas, pois muitos repetem um

modelo tradicional com postura de autoritarismo, e uma prática de avaliação

excludente.

Ao desenvolver o trabalho de orientação e acompanhamento do desempenho

escolar dos alunos junto as suas famílias, observa-se a necessidade de promover

ações que trabalhem de forma mais direta questões referentes aos limites e valores

necessários para a formação da criança e do adolescente, tentando assim,

incentivar o aluno a querer aprender e consequentemente diminuindo o índice de

reprovação, recaindo novamente na necessidade do resgate e valorização da escola

por parte da família e também o resgate da função social da escola.

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33

0

5

10

15

20

25

Art. Ciên. E. Fís. Geo. Hist. L.

Port.

Mat. L. Ing. Total

Aprovados por Conselho de Classe Ensino Fundamental -

2009

6º ano

7º ano

8º ano

9º ano

0

2

4

6

8

10

12

14

Art. Ciên. E. Fís. Geo. Hist. L.

Port.

Mat. L. Ing. Total

Aprovados por Conselho de Classe Ensino Fundamental -

2010

6º ano

7º ano

8º ano

9º ano

Na questão de aprovados por Conselho de Classe observou-se que em 2009,

foram 55 alunos do Ensino Fundamental, considerando que um mesmo aluno pode

ter sido aprovado por conselho em mais de uma disciplina, uma vez que, não houve

critérios pré estabelecidos sendo todos os alunos com médias finais abaixo da

média mínima para aprovação, submetidos à análise do Conselho de Classe, logo,

verificou-se que a disciplina que mais aprovou por Conselho foi a de Matemática,

com um percentual aproximadamente de 10% do total de alunos matriculados

nessa modalidade de ensino, seguida das disciplinas de Português, História,

Geografia, Ciências, Inglês, Arte e Educação Física. Já no ano de 2010, com 39

alunos aprovados por conselho, verificou-se a seguinte situação: A disciplina de

Matemática continua com índice maior, agora com um percentual de

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34

aproximadamente 9% do total de alunos matriculados no Ensino Fundamental,

seguida das disciplinas de Português, Geografia, Arte, Ciencias e Educação Física e

por último, com menor índice a de Inglês.

Fazendo um comparativo entre os dois anos, no quesito do número de alunos

aprovados por Conselho de Classe, no Ensino Fundamental, percebeu-se que

diminuiu consideravelmente o índice, talvez isso se deve ao fato do trabalho

constante de conscientização realizado pela direção e equipe pedagógica junto aos

professores, para que utilizem o momento do Conselho de Classe para discussões e

socializações das dificuldades apresentadas no processo de ensino aprendizagem,

estabelecendo ações conjuntas para superação dessas dificuldades.

0

2

4

6

8

10

L.

Port.

Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.

Fís.

L.

Ing.

Art. Total

Aprovados por Conselho de Classe Ensino Médio - 2009

1º ano

2º ano

3º ano

0

2

4

6

8

10

L.

Port.

Mat. Hist. Geog. Bio. Qui. Fís. Soci. Filo. Ed.

Fís.

Esp. Art. Total

Aprovados por Conselho de Classe Ensino Médio - 2010

1º ano

2º ano

3º ano

Em relação ao Ensino Médio, verificou-se que a aprovação por Conselho de

Classe paralelamente nos anos de 2009 e 2010, aumentou o índice, de 17 alunos

Page 34:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

35

em 2009, passou a ser 27 em 2010, sendo mantido praticamente o mesmo número

de alunos matriculados. As disciplinas com maiores índices em 2009 foram na

ordem: Física, Filosofia, Português, Matemática, História, Biologia, Geografia,

Química e Inglês e Arte. Nas disciplinas de Educação Física e Sociologia não houve

nenhum aluno aprovado por Conselho de Classe. Já em 2010, observou a seguinte

sequência de índices por disciplina em ordem decrescente: Física, Matemática,

Química e Biologia, Espanhol e Português, Geografia e História, Educação Física e

Filosofia.

0

5

10

15

20

En. Fund.

Manhã

En. Fund.

Tarde

En. Médio

Noite

Evasão Escolar 2009 / 2010

2009

2010

Observamos através dos dados estatísticos sobre o rendimento dos alunos,

que na questão da evasão escolar houve menor índice em relação ao ano de 2009

para 2010, no entanto, mantendo números preocupantes, como por exemplo, 17,1 %

dos alunos do Ensino Médio se evadiram.

Dos alunos matriculados no ano de 2010 nos períodos manhã e tarde do

ensino fundamental anos finais, que cerca de 8% evadiram-se da escola. Já no

ensino médio que corresponde ao período noturno, dos alunos matriculados, 17%

evadiram-se, entende-se que as causas que levaram a esses índices de evasão são

várias, como já mencionados anteriormente para justificar a reprovação, mas

diferentes para cada período. No Ensino Fundamental acredita-se que entre os

motivos que levam à evasão escolar, destacam-se algumas questões familiares

como: falta de acompanhamento dos pais nas atividades escolares dos filhos, falta

de motivação e incentivo dos responsáveis, necessidade de cuidar de irmãos

menores, alunos fora de idade para a série, e até a necessidade de trabalho. No

ensino médio destaca-se o fato de alguns, ou até mesmo a maioria dos alunos

estarem inseridos no mundo do trabalho, e devido a isto chegam atrasados ou

Page 35:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

36

cansados para as aulas, provocando certa desmotivação, consequentemente o

baixo rendimento e a possível perspectiva de reprovação, faz com que os mesmos

desistam ainda no primeiro semestre do ano letivo.

A falta de acompanhamento dos pais e a perda de controle inerente à própria

faixa etária do aluno, permite um descompromisso por parte dos mesmos, agravado

pelo interesse ao namoro, que os motiva a não comparecerem às aulas.

Outra problemática que interfere no rendimento escolar, colaborando com a

evasão, é o envolvimento dos alunos em atividades que não são pertinentes à sua

idade, mesmo que seja por questões de necessidade familiar.

Outro item de grande relevância que interfere na vida escolar dos alunos, e

que contribui para a evasão escolar, diz respeito à afloração precoce da sexualidade

associada ao namoro entre colegas da escola, que muitas vezes faltam aulas para

namorar.

Quanto ao processo ensino aprendizagem dos alunos várias questões

podem ser levantadas para justificar o mau desempenho escolar, ora por parte da

prática pedagógica dos professores, ora por parte dos próprios alunos. Constata-se

que os alunos são diferentes, tanto em suas capacidades, quanto em suas

motivações, interesses, ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem, situações

ambientais e familiares, e entendendo que todas as dificuldades de aprendizagem

são em si mesmas contextuais e relativas, necessitando-se portanto diversificar as

situações de aprendizagem e adaptá-las às especificidades dos alunos.

Observa-se uma maior dificuldade no desenvolvimento dos alunos nas

primeiras séries do Ensino Fundamental, tanto nas competências de leitura,

quanto no raciocínio matemático; isso tudo reflete no 6º ano; talvez pela divisão

de disciplina/professor e muitos conteúdos a serem trabalhados; também pela falta

de acompanhamento e assistência dos pais.

É nítida também a falta de acesso à cultura dos nossos alunos que moram

num bairro de periferia da cidade, desprovidos de ofertas de cultura e lazer, tais

como: cinema, teatro, musicais, entre outras atividades que seriam enriquecedoras

para a sua formação, infelizmente, há muitos alunos que ficam ociosos no

contraturno escolar, e que acabam iniciando a vida sexual muito precocemente e

ainda alguns, utilizando drogas e se envolvendo com o tráfico, tirando com isso, a

perspectiva de futuro, o que os torna imediatistas quanto às ofertas da sociedade

consumista.

Page 36:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

37

Segundo o descrito no site do Mec sobre a Prova Brasil, no endereço:

http://portal.mec.gov.br:

A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos. Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e na terceira série do ensino médio, os estudantes respondem a itens (questões) de língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar associados ao desempenho.

Logo, analisando os resultados da escola, os anos de 2005/2007 foram

identificadas quais foram as dificuldades dos alunos na apropriação do

conhecimento de Língua Portuguesa e Matemática, considerando os níveis e a

escala para cada disciplina, como o descrito a seguir, observando que para a

análise, recorre-se às Diretrizes Curriculares do Estado – DCEs, bem como, faz-se

um paralelo dos descritores da Prova Brasil com os conteúdos estruturantes das

disciplinas.

Page 37:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

38

Page 38:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

39

Na prova Brasil, a proposta de avaliação em Língua Portuguesa, contém

apenas habilidades de leitura, representadas por 21 descritores para o 9º. Eles estão

agrupados em cinco blocos: procedimentos de leitura; implicação do suporte, do

gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto; relação entre textos; coerência

e coesão no processamento do texto; relações entre recursos expressivos e efeitos

de sentido e variação linguística.

Na análise dos resultados da escola, nessa disciplina, levantou-se os

seguintes dados: no ano de 2005 a escola obteve a média de 252,32,

posicionando-se entre as escalas de 250 e 275, nessa ocasião os alunos

demonstraram ter a capacidade razoável de localizar informações, tanto explícitas

com implícitas em textos; identificar determinadas marcas linguísticas; estabelecer

relações entre partes de um texto; diferenciar a parte principal das secundárias em

texto informativo; interpretar textos com linguagem verbal e não-verbal. No entanto,

apresentaram dificuldades no reconhecimento de alguns recursos gráficos usados

em textos, entre eles, o uso de aspas; na identificação de argumentos que

justifiquem teses nos textos dissertativos, bem como na interpretação de tabelas que

exigiam certas comparações; também no uso de alguns conectivos e seus valores

Page 39:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

40

semânticos; além da falta de habilidade na identificação das marcas de

coloquialidade em textos literários que usam a variação linguística como recurso

estilístico, por exemplo, não reconhecem em que sentidos foram usadas

determinadas gírias em textos formais.

Já no ano de 2007, infelizmente a escola alcançou a média 238,00, ficando

posicionada nas escalas <225 a <250, apresentando um declínio no desempenho,

tendo os alunos apresentando dificuldade nas atividades de inferir informações

implícitas de algumas tipologias textuais; no reconhecimento de diferentes opiniões

sobre um mesmo fato, em um mesmo texto; no reconhecimento do efeito de sentido

da utilização de um campo semântico composto por adjetivos em gradação, com

função argumentativa; acentuando-se ainda mais com a dificuldade de interpretar

gráficos, reconhecer o valor semântico de alguns conectivos, quando se trata

principalmente de textos jornalísticos ou argumentativos.

A Prova Brasil na avaliação de Matemática, foca competências relacionadas

ao Tratamento da Informação, grandezas, medidas, espaço, forma, números e

operações, sendo avaliadas as habilidades de resolver problemas nesses quatro

temas. Para o 9º ano, são 37 descritores. Portanto, observou-se nos resultados da

escola, que entre os anos de 2005 a 2007 houve uma queda no rendimento dos

alunos, apesar de que no aspecto geral não houve alternância na escala gráfica, a

qual foi mantida entre 250 e 275, estando a média da escola 264,72 em 2005 e

252,45 em 2007. Verificou-se que na questão dos conteúdos, muitos deles não

foram trabalhados no decorrer do processo de aprendizagem ao longo da vida

escolar dos alunos, a exemplo, os conteúdos de geometria e os de Tratamento da

informação, que infelizmente, são deixados para serem trabalhados no último

período escolar e pela falta de tempo, o trabalho acaba sendo bem superficial e/ou

são trabalhados sem fazer uma contextualização, dificultando a assimilação por

parte dos alunos. Logo, essa situação dificultou um melhor desempenho dos alunos

na prova, pois percebeu-se que não conseguiram resolver questões relacionadas à

interpretação de gráficos, tabelas, nem tampouco resolver as questões associadas a

alguns conteúdos de geometria. Ressalta-se que, falta uma prática pedagógica para

o ensino da Matemática, que consiga associar o tempo disponível para o trabalho

dos conteúdos, numa perspectiva espiral e utilizando-se das várias tendências

Matemáticas contempladas nas diretrizes curriculares. Os conteúdos que os alunos

Page 40:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

41

tiveram uma maior defasagem foram relacionados à grandezas e medidas,

geometria e tratamento da informação.

Observou-se que, de modo geral, os alunos com dificuldades de

aprendizagem incluem problemas mais localizados nos campos da conduta e da

aprendizagem, a exemplo, cita-se: hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de

coordenação; baixo nível de concentração, dispersão; específico em Matemática,

observa-se problemas em seriações, inversão de números, reiterados erros de

cálculo, reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e

fundo; Em Português, há problemas na codificação/ decodificação simbólica,

irregularidades na lectoescrita, disgrafias; desajustes emocionais leves, baixa

autoestima; dificuldades de fixação; inversão de letras; inibição participativa, pouca

habilidade social, agressividade.

4.4. ALUNOS

Nossa “clientela” não apresenta um padrão definido, único. Temos vários

tipos de alunos alguns com bom padrão de vida, outros com dificuldades financeiras,

outros com relacionamentos familiares complicados, pais separados, ausentes,

famílias envolvidas com drogas, bebidas, entre tantos outros problemas que

encontramos no dia-a-dia de nossa sociedade.

Como não existem pessoas iguais, também não podemos generalizar todas

as famílias, cada família possui uma cultura própria, onde são passados hábitos,

costumes e valores. Muitos alunos fazem parte de famílias estruturadas, que

“sustentam” os filhos tanto na questão financeira quanto nos valores, através de

conselhos e exemplos. Existem outras, que apenas dão o apoio financeiro e não

participam da vida do filho. Temos ainda casos de alunos totalmente desprovidos de

condições financeiras, bem como de valores morais e éticos.

Geralmente as escolas da “periferia” atendem uma comunidade carente, onde

a maioria vive em um meio pouco promissor, com pouca perspectiva de um futuro

melhor. Os alunos que possuem uma condição melhor de vida, procuram as escolas

mais centrais em busca de educação de qualidade, uma vez que confundem

educação de qualidade com estrutura física de qualidade. Esses alunos geralmente

Page 41:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

42

têm mais chances de dar continuidade aos estudos, pois têm outra perspectiva de

futuro.

Poucos alunos da rede pública de ensino possuem plenas condições de

crescimento e aprendizagem, que tenham uma boa alimentação, auxílio médico,

acesso a diversos tipos de músicas - além daqueles ofertados pela mídia, acesso ao

cinema e ao teatro, ou a outros momentos de lazer.

Muitas vezes por falta de oportunidade acabam se marginalizando, andando

nas ruas procurando o que fazer, e em muitos casos encontram a má companhia

que os leva a lugares que não são ideais. Nossos alunos são, muitas vezes,

crianças e adolescentes imaturos, deixam-se levar por influências externas, uma vez

que os valores familiares, como o respeito, o companheirismo, entre outros, não

estão enraizados em suas personalidades, acabam “caindo” na marginalidade ou

tornando-se dependentes químicos.

Para que pudéssemos retratar a realidade da comunidade em que o Colégio

está inserido, com clareza e veracidade, foi desenvolvido junto aos alunos do Ensino

Fundamental e Médio uma pesquisa com questões relativas a dados gerais sobre a

realidade dos mesmos, além de outras questões que visam saber como agem e

pensam sobre os mais diversos aspectos, tais como: estudos, vida profissional,

lazer, família, sexo, religião e política.

A idade dos alunos atendidos pelo Colégio varia de 11 a 17 anos no Ensino

Fundamental e de 15 a 43 anos no Ensino Médio.

Os problemas encontrados quanto à idade – série, são devido ao grande

número de reprovações no Ensino Fundamental, ou quando o aluno resolve retomar

os estudos após um período de tempo considerável, esse fator é mais evidente no

Ensino Médio.

Encontramos na escola casos de alunos com dificuldades educativas

especiais, como: problemas de baixa visão, transtorno de conduta, e dificuldade de

aprendizagem.

Page 42:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

43

No aspecto inerente a cor, constatou-se que:

A maior parte dos alunos matriculados mora no Jardim Social, bairro onde

localiza-se o Colégio. O estabelecimento também atende alunos provenientes de

bairros próximos como Jardim Helvídia, Bom Jesus, São Jerônimo (Saad), Rivabem,

Guabiroba, Francisco Gorski, Itaboa, entre outros. Parte dos alunos moram em

casas próprias, outros dividem espaço com demais membros da família, há aqueles

que moram em casas alugadas. O Colégio também “atende” a alunos de outras

localidades do município, devido a falta de vagas nas escolas mais próximas das

suas moradias, devido a distância e a falta de transporte escolar, muitos desses

alunos abandonam os estudos, elevando o índice de evasão e abandono escolar do

Colégio.

De forma geral, hoje em nossa sociedade, o papel de crianças e adolescentes

é de colaborar com a manutenção da família, algumas vezes trabalhando, com

atividades rurais, outras, cuidando da casa, de irmãos menores, enquanto os pais

precisam trabalhar, outros, passam o tempo todo nas ruas, em companhia de

desocupados. Quando chegam na escola, não tem o menor interesse em estudar,

pois estão cansados, ou então a escola não é tão atrativa quanto a rua.

Muitos de nossos alunos, mesmo os do Ensino Fundamental, já

desenvolveram ou desenvolvem algum tipo de atividade remunerada como entrega

de panfletos, cuidam de crianças - babá, ou empacotador em mercados da cidade,

garçom, entre outros. Os alunos do Ensino Médio em sua maior parte trabalham

como frentistas ou vendedores no comércio local. É válido mencionar que conciliar

as atividades escolares com a profissional não é fácil, mas extremamente

necessário, pois almejam uma função ou um emprego melhor do que o

desempenhado atualmente.

Devido às injustiças sociais e a falta de oportunidade muitos alunos estão

desestimulados. Aqueles que possuem idade para trabalhar não encontram

emprego e acabam tendo dificuldade de manter os estudos, e quando estão

Page 43:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

44

empregados, muitas vezes não conseguem conciliar estudo e trabalho, levando-os

assim ao abandono escolar.

A maioria dos lares é formado, em média, por 4 a 5 membros como mostra o

gráfico abaixo.

Existem casos de alunos que são criados pelos avós ou tios, os que moram

apenas com o pai ou a mãe devido a separação do casal, ou falecimento de um

deles. Temos ainda, famílias formadas pela segunda união do casal, onde homem e

mulher, ou um dos dois já trazem consigo filhos de outros relacionamentos.

Devemos lembrar também, que existem casos de alunos (as) que ao longo do

ano letivo deixaram a escola para constituir outra família, em alguns casos mesmo a

aluna estando grávida, manteve-se na escola com o apoio dos pais.

A religião predominante é a católica, sendo a evangélica pouco mencionada.

Em pesquisa realizada observamos que 80% dos alunos têm religião, sendo que

70% são fiéis, muito embora 92% acreditem em Deus, porém percebeu-se que a

questão da fé é bem abstrata e pouco entendida por eles.

Em relação à escolaridade dos pais, pode-se dizer que alguns pais

concluíram a primeira etapa do Ensino Fundamental – 1ª a 4ª série, enquanto a

grande maioria não conseguiu vencer essa etapa, poucos são os pais que

terminaram o Ensino Fundamental e Médio, e o número se reduz mais ainda quando

trata-se do ensino superior, como segue no gráfico abaixo produzido com dados

fornecidos pelos pais no momento da matrícula para o ano letivo de 2010.

Page 44:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

45

No dia-a-dia da escola observa-se que muitos pais usam como desculpa para

a falta de acompanhamento dos estudos dos filhos, sua pouca “instrução”,

justificando assim o abandono da vida escolar dos mesmos. Porém existem aqueles

que mesmo com “pouca instrução” incentivam seus filhos a estudar, ou ainda

aqueles que com muito esforço voltam para os bancos escolares em busca do

conhecimento.

No que se refere às atividades profissionais desenvolvidas pelos pais, os

homens, em sua maioria, trabalham como operários nas indústrias existentes no

município, principalmente em cerâmicas. Encontramos outras profissões como

pedreiros, caminhoneiros, agricultores, mecânicos, motoristas, entre outras. Deve-se

lembrar também que algumas famílias sofrem com o desemprego.

A maior parte das mulheres dedica-se exclusivamente às atividades

domésticas e a educação dos filhos. As que trabalham “fora”, desenvolvem as

seguintes profissões: empregada doméstica, diarista, cozinheira, ceramista. Cabe

lembrar que algumas mulheres de nossa comunidade são responsáveis pelo

sustento do lar, pesando sobre seus ombros a responsabilidade de prover

alimentação, saúde e educação aos filhos.

Em relação aos alunos, constatamos que a minoria exerce alguma atividade

remunerada como segue, mas muitos já vivem o desejo de se inserir nesse mundo.

Inclusive quando perguntados sobre a escolha da profissão, 53% alegaram já

escolheram a profissão que irão seguir.

Page 45:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

46

A renda salarial média de grande parte das famílias, como segue no gráfico,

varia de 1 a 3 salários mínimos, com os quais se garante a manutenção da família

no que se refere a alimentação, vestuário, transporte e serviços básicos. Mas,

existem também aqueles que não possuem renda fixa, pois sobrevivem do trabalho

temporário, dos chamados “bicos”.

Durante a pesquisa várias questões foram levantadas para averiguar o nível

sócio-econômico da família, como “mostra” o gráfico a seguir.

Quanto às atividades de lazer preferidas por nossos alunos destacam-se a

prática de esportes, assistir televisão, realizar passeios, andar de bicicleta, ouvir

música e dançar. Os programas de televisão preferidos são novelas, filmes,

desenhos e programas de auditório. Ressalta-se que poucos fazem uso da TV como

meio de informação e acesso a fatos e notícias, mas sim como simples forma de

Ca s a Pr ó p r ia

Ou t r o Im ó ve l

Ca r r o

Ap a r e lh o d e So m

Má q u in a d e La va r

0 %

1 0 %

2 0 %

3 0 %

4 0 %

5 0 %

6 0 %

7 0 %

8 0 %

9 0 %

Sim

Nã o

Nã o Op in a r a m

Page 46:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

47

lazer e descanso. Observa-se que uma pequena parte dos alunos gosta de ler,

considerando-se que esse interesse sofre um decréscimo considerável de acordo

com o aumento da escolaridade. Desses, cerca de 60% afirmaram gostar de ler

histórias em quadrinhos, seguido de livros, revistas e jornais, em menor proporção.

Na opção de programas com a família 76% dos alunos, em alguma ocasião

ou sempre, optam em sair com a família, comportamento que entendemos ser

primordial para o desenvolvimento do adolescente, e para o fortalecimento de sua

relação com a família.

Observou-se que entre 70% dos alunos pesquisados, os assuntos que estão

presentes nas conversas entre amigos são: o sexo, o namoro, as amenidades

(“fofoca”, “besteiras”, e TV). Já religião e política não aparecem como tema de

“discussão”.

Analisando os dados da pesquisa, constatou-se um dado alarmante, que

cerca de 23%, dos 191 alunos pesquisados, já fizeram ou fazem uso de algum tipo

de droga, sendo que destes, 53% tiveram contato com a droga com 14 anos ou

menos. As drogas mais consumidas, ou de mais fácil acesso são o álcool, os

solventes e o tabaco, sendo também citada a maconha, a cocaína, o crack e até a

heroína. Sabemos que nem todos os alunos usuários se pronunciaram, pois esse é

um tema pouco discutido na escola, temido na sociedade e repudiado pela família.

Outra característica dos alunos da sociedade moderna, é o “contato precoce”

com o sexo, na mesma pesquisa citada acima, cerca de 29% dos alunos já tiveram

iniciaram a vida sexual, sendo que a maioria com 15 anos ou menos de idade.

Destes, 54% relataram que a primeira relação não foi com um namorado (fixo), mas

Prática de esportes

Leitura

Assintir TV

Ouvir música

Cinema/Teatro

Bares/Restaurantes

Convívio com os amigos

Outra opção

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%

Page 47:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

48

sim com um amigo ou outra pessoa. Isso mostra que para nosso alunos o sexo é

algo banal. Esses dados nos defrontam com outro problema encontrado nas salas

de aula, a gravidez na adolescência, condição essa que lava muitas alunas a deixar

a sua educação formal/científica, para educar, muitas vezes sem apoio, um novo

ser.

Quando questionados do por que estudam, percebemos que nossos alunos

reconhecem que a educação escolar é importante para suas vidas, como segue no

gráfico abaixo, mas poucos compreendem que ela auxilia no desenvolvimento

pessoal e na aquisição de conhecimentos básicos necessários à vida em sociedade.

A maioria vincula a formação escolar ao ingresso no mercado de trabalho e a um

futuro melhor ou mais promissor.

N

o decorrer da pesquisa percebemos que 57% dos alunos afirmaram que em geral

quando estão na escola prestam atenção nas explicações e participam das

atividades propostas pelos professores.

Segundo a pesquisa, o modelo de boa escola para nossos alunos, ainda é a

forma tradicional, onde o professor passa o conteúdo no quadro, cabendo a eles

copiar e depois memorizar para realizar as provas. Quando a aula foge dessa linha

não sabem lidar com a situação, pois sentem dificuldade no trabalho em grupo, não

sabem buscar o conhecimento (pesquisar) e geralmente não são questionadores.

Pode-se dizer que aos poucos essa realidade vem sendo transformada através de

um longo trabalho de conscientização.

Mesmo tendo essa visão de educação tradicional, cerca de 80% dos alunos

relatam que existe a necessidade de alteração do currículo escolar e da prática

pedagógica por parte de alguns professores. No que se refere à avaliação, 83%

deles afirmam ser avaliados de forma justa.

Há alunos que encontram na escola uma forma de extravasar seus anseios e

frustrações, deixando de lado o mais importante, a aprendizagem, o conhecimento.

Page 48:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

49

O plano de futuro para a maior parte deles é o de concluir o ensino médio e tornar-

se operário de alguma empresa da região. Como reflexo dessa realidade, o número

de alunos que ingressam em um curso superior é baixo, porém essa realidade vem

mudando de forma gradativa e lenta.

4.5. COMUNIDADE ESCOLAR:

As dúvidas que pairam sobre “o que ensinar” cercam a humanidade desde os

tempos remotos. Essa realidade continua presente em nossa escola, uma vez que

fazemos uso de suportes didáticos que não atendem muitas vezes a real

necessidade de nossos alunos, cabendo ao professor propor critérios básicos e

necessários para que “o que ensinar” atenda aos anseios de “a quem ensinar', num

conjunto sincronizado e eficiente para a formação de cidadãos críticos e

participativos na sociedade. Porém ainda encontramos em nossa escola

profissionais que não tem essa mesma visão, professores que ainda fazem uso do

livro didático como principal fonte de conhecimento, como norteador do seu trabalho

pedagógico em sala de aula, esquecendo que esse deveria ser apenas um

complemento, um auxílio ao seu trabalho.

Os professores tem a função de não apenas ensinar mas de fazer o aluno

compreender. Cabe a ele respeitar a diversidade de cada aluno, e reconhecer a

dificuldade de cada um deles, e incentivá-los a persistir em sua busca ao

conhecimento,pois o processo educacional deve ser dinâmico, já que a escola

oferece aparatos tecnológicos, possibilitando aos alunos alcançarem os objetivos

propostos pelos professores.

Embora o sistema faça com que muitos professores não criem vínculo com a

escola, a maioria vem se esforçando para que a educação progrida cada vez mais.

Acreditando e defendendo a formação continuada como meio de

transformação, interação e envolvimento de todos no processo com subsídios

importantes para o dia a dia escolar.

Cabe ao professor, além de sua formação específica, ampliar seus

conhecimentos, mantendo-se atualizado para melhorar e aprimorar sua prática

pedagógica.

Page 49:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

50

A escola a qual conhecemos, há várias pessoas envolvidas no processo

educacional, desde os agentes educacionais até o diretor, cada qual com a sua

responsabilidade e importância no processo de ensino aprendizagem de nossos

alunos. O que falta para a escola é uma interação maior entre as pessoas, pois o

trabalho em equipe fará com que as dificuldades sejam sanadas mais rapidamente.

Nesse âmbito, temos o nosso funcionário, desempenhando uma função importante,

como qualquer outro, é ele que prepara toda a estrutura para um melhor rendimento

de alunos e professores, procurando realizar suas atividades sempre visando o

melhor do aluno.

A escola funciona como um todo. Por isso a necessidade de conhecer e

valorizar a função desenvolvida por todos.

Atualmente a escola vem desenvolvendo momentos de interação com toda

equipe, proporcionando a troca de ideias, resolução de problemas e um

conhecimento geral do andamento da escola, visando avaliar o trabalho

desenvolvido e construindo projetos futuros, pois entende-se que é importante a

mobilização de todos os segmentos escolares no processo de construção de uma

escola que oferte educação de qualidade, que vai muito além da interferência direta

do professor, mas passa por todos os ambientes escolares, por todas as decisões e

encaminhamentos.

A exemplo, os funcionários neste estabelecimento de ensino, tem procurado

participar dos colegiados contribuindo para a efetivação da gestão escolar em uma

perspectiva democrática, como relatam a seguir:

“Todos nós, dos diversos setores da comunidade escolar participamos da gestão escolar de acordo com o segmento a que pertencemos: Agentes Educacionais I e II, Equipe Administrativa, instâncias colegiadas e outros. Cada um participa de acordo com as características próprias de sua função na educação, pois todos somos educadores. Quanto aos pais, a participação mais efetiva é daqueles que fazem parte das instâncias colegiadas como a APMF e o Conselho Escolar. Todos na escola temos que ter a preocupação de agir de acordo com os princípios nos quais acreditamos e sempre estarmos nos autoavaliando para constatar se realmente estamos agindo com a responsabilidade que a função exige e de acordo com a legislação vigente. Nós funcionários participamos mais efetivamente da gestão, pois estamos atuando diretamente na escola.”

Page 50:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

51

Esses mesmos funcionários quando perguntados sobre à apropriação dos

saberes a respeito da Gestão Escolar, se favorece a participação com autonomia

nos processos de decisão na escola, se posicionaram da seguinte maneira:

“Sim. É de suma importância termos o conhecimento da Gestão democrática dentro do ambiente escolar onde todos devemos participar ativamente das decisões tomadas em prol da educação. Esta efetiva participação propicia ganhos na qualidade de ensino ofertado pela instituição. Expondo nosso ponto de vista nas tomadas de decisão, estamos contribuindo para efetivar a gestão democrática e efetuar a transformação social. Tendo conhecimento, adquirimos condições de elaborar conceitos capazes de transformar a realidade diária da comunidade escolar. Somos todos responsáveis pela busca de soluções dos problemas do cotidiano escolar, também sempre devemos estar atualizados para melhor desempenho das nossas atribuições.”

Por fim, no processo da efetivação da gestão democrática na escola,

percebe-se que ainda é preciso refletir sobre a participação da comunidade dentro

da escola, num processo em que tenha o poder de decidir e agir, sendo atores

escolares, sujeitos de sua história, rompendo com o modelo tradicional de educação,

através do cultivo da participação, do trabalho coletivo, da ação colegiada, da

realização pelo bem comum.

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5. MARCO CONCEITUAL

A escola está inserida numa sociedade capitalista, sendo este sistema

excludente e que exige cada vez mais a escolarização das pessoas que já estão

trabalhando ou que ainda irão ingressar no mundo de trabalho. Devido esse sistema

a sociedade acaba se tornando cada vez mais individualizada, onde o que importa é

a posição que o indivíduo ocupa e os bens que possui, cabendo aos menos

favorecidos a impressão de que não são capazes e que sua situação é sua própria

culpa – ideologia neoliberal.

A sociedade gera indivíduos de primeira e segunda classe, onde há os que

ocupam uma posição melhor e que serão formados numa escola separada dos

demais, ou seja, serão os futuros chefes e a outra que irá preparar os subalternos.

Esta dualidade do sistema de ensino é aceita em nossa sociedade como normal e

cabe a escola pública resgatar os indivíduos menos favorecidos desse sistema e

buscar melhor prepará-los para a convivência nesta sociedade, como lhes é

garantido por lei:

A Constituição Federal do Brasil incorporou como princípio que toda e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF art.2005). Este princípio é retomado pelo art. 2º da LDB, após o reconhecimento da importância da vinculação entre mundo escolar e mundo do trabalho. Logo, pessoa, cidadania e trabalho são três conceitos que sistematizam os fins da educação e até mesmo da ordem social (CURY, 2002, p.28, grifo do autor).

Partindo da Carta Magma e do ECA (lei 8.069/90) onde coloca-se o direito à

educação como um dos requisitos básicos para a construção da solidariedade e da

cidadania, a garantia de acesso e permanência na escola são encarados como

direitos a serem tutelados pelo Estado. Como segue em alguns artigos do Estatuto

da Criança e do Adolescente:

Art. 53º. A criança e o adolescente têm direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, (...) Art. 4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

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alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Entende-se que para que tenhamos uma sociedade mais justa e não

excludente, a escola exerce papel fundamental, pois é na escola que nossos alunos

entram em contato com o saber que foi construído durante anos. É importante que o

aluno ao entrar em contato com esse saber, saiba que relação ele tem com o nosso

dia-a-dia, e que a aquisição do mesmo é importante, uma vez que o trabalho

educativo que visa produzir os elementos e recursos necessários a uma existência

produtiva numa dada sociedade humana, historicamente situada.

Para dar conta das demandas sociais, a escola não pode mais refletir e seguir

os moldes da educação bancária, mas sim apropriar-se da concepção pedagógica

da escola histórico crítica dos conteúdos, pois entende-se que a escola é um espaço

social onde os sujeitos se apropriam do saber universal, onde os conhecimentos

produzidos historicamente são socializados a todos, como instrumento de

compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a

transformação desta realidade.

A lógica do capitalismo já está imposta, cabe a escola pública dentro deste

sistema, buscar cada vez mais meios de transformação desse realizada,

promovendo um educação de qualidade. Os conhecimentos que devem ser

trabalhados terão como meta à formação omnilateral do homem, ou seja, em toda a

sua integralidade levando o aluno ao domínio do método científico, das formas de

comunicação, de relacionamento e organização coletiva, de maneira a utilizar

conhecimentos científicos e estabelecer relações sociais de modo articulado para

resolver problemas da prática social e produtiva.

O currículo da escola que se quer não precisa ser necessariamente novo,

mas que haja uma generalização de conhecimentos que até o presente momento

estão sob o controle de uma pequena parcela da população. Os conteúdos das

disciplinas deverão ser democratizados para toda a população, já que estes

conhecimento são necessários para que participem da sociedade que cada vez mais

reúne ciência e tecnologia. A escola assim deixaria de distribuir o conhecimento de

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forma desigual e haveria dessa forma uma verdadeira democratização dos

conteúdos, que levaria a uma nova organização social.

A teoria histórico crítica dos conteúdos pressupõe um método dialético onde o

processo de ensino aprendizagem decorre das relações estabelecidas entre

conteúdo – método e concepção de mundo, que deve ter a prática social como

ponto de partida, pois entende-se que é por meio do conhecimento e do trabalho

que o homem se humaniza toma consciência da sua realidade, se instrumentaliza e

a transforma.

Refletindo sobre a função da escola, como espaço onde os alunos ampliam

seus saberes para exercer a cidadania, sendo respaldada na lei que garante o

acesso e a permanência do aluno em idade escolar e aqueles que não tiveram

acesso em idade própria, para garantir que esse processo ocorra, a escola deve

constantemente rever sua prática pedagógica, reformulando currículo e adaptando

às realidades e implementando promovendo ações de apoio a cultura afro-brasileira,

preservação ambiental, cuidados com o patrimônio, mostras culturais e científicas,

gincanas culturais, visitas a museus, reservas ecológicas, entre outros, garantindo

assim, o conhecimento científico, artístico e cultural.

As políticas educacionais devem garantir a diversidade cultural sem que haja

desigualdade, isso também se faz através da relação professor – aluno. Nesse

propósito, os professores devem estar constantemente atualizando-se e

freqüentando cursos, grupos de estudos e discussões para que possam garantir

qualidade no ensino, independente das condições sociais, econômicas e culturais

dos alunos. Pois de acordo com Freire (2000), a escola deve respeitar as diferenças

individuais que os alunos trazem, sejam elas de linguagem, sintaxe ou prosódia,

assim como deve respeitar a autonomia do aluno, e na prática procurar a coerência

do saber, pois é de bom senso que as condições sociais, culturais e econômicas de

seus alunos, famílias e vizinhos não impeçam a escola de realizar um bom trabalho

pedagógico, buscando para tanto, meios para os educandos terem uma

aprendizagem concreta.

A diversidade é caracterizada pelas diferenças ou características entre os

grupos sociais. Já a cultura se afirma pelos diferentes modos de vida, é a partir

dessa cultura que os seres constituem sua identidade.

Levando-se em consideração tais conceitos (diversidade e cultura) as práticas

pedagógicas desenvolvidas pela escola não podem ser a mesma para todos. Pois

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algumas crianças, adolescentes, jovens e adultos conseguem aprender conforme

certos padrões didáticos homogêneos, mas outros necessitam de práticas

diferenciadas. Logo a escola é lugar de cultura, é onde diferentes talentos, formas

de vida e de cultura estão reunidos, sendo assim, precisa-se tomar cuidado com as

práticas pedagógicas aplicadas para que não haja desigualdade e que essas

diferenças tornem-se apenas formas de cultura e não discriminação.

Sabe-se que muitas vezes a discriminação está diretamente ligada à evasão

escolar, sendo necessário a realização de um trabalho de orientação educacional

coletivo, onde, professores e equipe pedagógica devem trabalhar constantemente

na busca de soluções para as questões emergentes a seu tempo.

Escola e professores devem estar preparados para formar um aluno crítico.

Mas como? Desenvolvendo nesse o interesse pelo saber, relacionando o saber ao

seu dia a dia, motivando-o, despertando nele a curiosidade, a vontade da aprender e

pesquisar, utilizando para alcançar esse objetivo diversas técnicas e recursos. Para

que a escola tenha sucesso, é necessário ter clara a concepção de alfabetiza e

letramento, uma vez que a essas concepções influenciarão todo o processo de

aprendizagem do aluno.

O sistema de escrita e as convenções para seu uso constituem uma tecnologia inventada e aperfeiçoada pela humanidade ao longo de milênios: desde os desenhos e símbolos usados inicialmente até a extraordinária descoberta de que, em vez de desenhar ou simbolizar aquilo de que se fala, podiam ser representados os sons da fala por sinais gráficos, criando-se assim o sistema alfabético; desde a escrita em tabletes de barro, em pedra, em papiro, em pergaminho, até a também extraordinária invenção do papel; desde o uso de estiletes e pincéis como instrumentos de escrita até a invenção do lápis, da caneta. E convenções foram sendo criadas: convenções sobre o uso do sistema alfabético, resultando no sistema ortográfico; a convenção de que as palavras devem ser separadas, na escrita, por um pequeno espaço em branco; no mundo ocidental, a convenção de que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a direita. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.22)

Para que possamos entender o processo de entrada da criança no mundo da

escrita, em primeiro lugar, há a necessidade de reconhecimento da especificidade

da alfabetização, entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema

da escrita, alfabético e ortográfico.

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(...), um dos passaportes para a entrada no mundo da escrita é a aquisição de uma tecnologia – a aprendizagem de um processo de representação: codificação de sons em letras ou grafemas e decodificação de letras ou grafemas em sons; a aprendizagem do uso adequado de instrumentos e equipamentos: lápis, caneta, borracha, régua...; a aprendizagem da manipulação de suportes ou espaços de escrita: papel sob diferentes formas e tamanhos, caderno, livro, jornal...; a aprendizagem das convenções para o uso correto do suporte: a direção da escrita de cima para baixo, da esquerda para a direita. A essa aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita e das técnicas para seu uso é que se chama ALFABETIZAÇÃO. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.22)

Em segundo lugar, e como decorrência, a importância de que a alfabetização

se desenvolva num contexto de letramento – entendido este, no que se refere à

etapa inicial da aprendizagem da escrita, como a participação em eventos variados

de leitura e de escrita, e o consequente desenvolvimento de habilidades de uso da

leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes

positivas em relação a essas práticas. Entende-se que:

(...) não basta apropriar-se da tecnologia – saber ler e escrever apenas como um processo de codificação e decodificação, como quando dizemos: esta criança já sabe ler, já sabe escrever; é necessário também saber usar a tecnologia – apropriar-se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para diferentes funções: para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catarse... A esse desenvolvimento de competências para o uso da tecnologia da escrita é que se chama LETRAMENTO. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p. 23)

Em terceiro lugar, o reconhecimento de que tanto a alfabetização, quanto o

letramento, têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas

demandando uma metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial da

língua escrita exige múltiplas metodologias, algumas caracterizadas por ensino

direto, explícito e sistemático – particularmente a alfabetização, em suas diferentes

facetas – outras, caracterizadas por ensino incidental, indireto e subordinado a

possibilidades e motivações das crianças. Para o ingresso da criança no mundo da

leitura e da escrita ela

(...) precisa apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e

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de escrita, pelo processo de letramento. Se lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p. 24)

Ser alfabetizado constitui, nas sociedades letradas, um direito que deve estar

ao alcance de todos os cidadãos. Cada vez que um aluno abandona a escola sem

ter se apropriado dos instrumentos básicos de leitura e escrita, fica claro que a

sociedade fracassa em seu empenho de dotar seus integrantes dos recursos

necessários para participar ativamente dela.

Assim, no que se refere a concepção de alfabetização e letramento, conclui-

se que:

(...) é fundamental que a criança, para sua plena inserção no mundo da escrita, aprenda, ao mesmo tempo e indissociavelmente, a tecnologia – o sistema de escrita – e os usos desta tecnologia – as práticas sociais de leitura e de escrita. Se não houver essa contemporaneidade e indissociabilidade entre alfabetização e letramento, ou a criança não verá sentido em aprender a tecnologia, pois esta não a levará além de relações entre sons e letras, famílias silábicas, frases descontextualizadas, como a tão citada “Eva viu a uva”, ou pseudotextos como os das cartilhas e mesmo dos pré-livros; ou a criança conviverá com textos e portadores de textos reais, com práticas reais de leitura e de escrita, mas não aprenderá a ler e escrever textos, não terá condições para participar competentemente de situações sociais que demandem leitura ou escrita. (GOVERNO DO PARANÁ, 2010, p.26)

Outro fator que norteará o processo de aprendizagem é o entendimento que

os professores tem de infância e adolescência, uma vez que cada fase ou etapa

vivida pelo aluno exige encaminhamento e intervenções diferenciadas, uma vez que

não se trata apenas de mudanças de “denominação” mas sim de transformações

bio-pisiquica-social.

Os dicionários da língua portuguesa registram a palavra infância como o

período de crescimento que vai do nascimento até o ingresso na puberdade, por

volta dos doze anos de idade. Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança,

aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 1989,

"criança são todas as pessoas menores de dezoito anos de idade". Já para o

Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), criança é considerada a pessoa até os

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doze anos incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, idade da maioridade

civil, encontra-se a adolescência.

A concepção de Infância como uma faixa etária diferenciada, com interesses

próprios e necessitando de uma formação específica, só acontece em meio à Idade

Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a emergência

de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de

parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua privacidade

(impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos) e estimular o

afeto entre seus membros

Evolução histórica do sentimento de infância e sua repercussão no

atendimento às crianças pequenas. As transformações ocorridas no campo da

Educação Infantil estão estritamente ligadas à visão que se tem da criança. De um

quase anonimato, a criança passa a ser percebida de uma forma romântica e evolui

para um sujeito histórico-cultural, com status de cidadão. Diante desse panorama, a

educação teve que acompanhar as novas especificidades no tratamento destinado

às crianças, originando um novo perfil de educador, que tem que se apropriar dos

pressupostos pedagógicos necessários para o desenvolvimento de uma prática

docente de qualidade.

A palavra “adolescência” vem da palavra latina “adolesco”, que significa crescer. É uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade, os padrões estabelecidos são questionados, bem como criticadas todas as escolhas de vida feita pelos pais, buscando assim a liberdade e auto-afirmação. Fonte: Concepções de Adolescência em Jean Piaget - Desenvolvimento Humano - Psicologia Geral - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/concepcoes-de-adolescencia-em-jean-piaget#ixzz1gHkA7zyh

Para a maior parte dos estudiosos do desenvolvimento humano, ser

adolescente é viver um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais que,

juntas, ajudam a traçar o perfil desta população. Atualmente, fala-se da adolescência

como uma fase do desenvolvimento humano que faz uma ponte entre a infância e a

idade adulta. Nessa perspectiva de ligação, a adolescência é compreendida como

um período atravessado por crises, que encaminham o jovem na construção de sua

subjetividade. Porém, a adolescência não pode ser compreendida somente como

uma fase de transição, mas sim de transformação fisiológica e cognitiva.

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O desenvolvimento cognitivo é, (...), uma das características mais marcantes da adolescência. Tal desenvolvimento se mostra sobretudo através: do aumento das operações mentais; da melhora da qualidade no processamento de informações e da modificação dos processos que geram a consciência. Dessa maneira o adolescente adquire a base cognitiva para redefinir as formas com que lida com os desafios do meio-ambiente, que se torna cada vez mais complexo, e das mudanças psicofisiológicas. As principais características desse desenvolvimento são:

1. Pensar em possibilidades - ou seja, o pensamento não se limita mais à realidade, mas atinge também hipóteses irreais e permite ao indivíduo gerar novas possibilidades de ação;

2. Pensamento abstrato - a capacidade de abstrair se desenvolve, pemitindo ao indivíduo compreender não somente conceitos abstratos, mas também estruturas complexas, sobretudo sociais, políticas, científicas, econômicas e morais;

3. Metacognição - o próprio pensamento é alvo de reflexão, permitindo o direcionamento consciente da atenção, a reflexão e a avaliação de pensamentos passados, abrindo assim caminho para as capacidades de autoreflexão e introspecção;

4. Pensamento multidimensional - o indivíduo torna-se capaz de levar em conta cada vez mais aspectos dos fenômenos. Essa capacidade permite ao indivduo compreender a interdependência de fenômenos de diferentes áreas e argumentar a partir de diferentes pontos de vista;

5. Relativização do pensamento - o indivíduo se torna cada vez mais capaz de compreender outros pontos de vista e sistemas de valores. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia)

Assim, considerando que Adolescência é a fase do desenvolvimento humano

que marca a transição entre a infância e a idade adulta, caracteriza-se por

alterações em diferentes níveis – bio-psico-social- e representa para o jovem a

perda do comportamento e dos privilégios da infância e da obtenção de deveres e

direitos característicos do adulto, é natural que essas modificações causem um luto

natural por estas perdas e com isso esta fase vem muitas vezes acompanhada de

crises existenciais.

No que se refere a aprendizagem, deve-se ter em mente que:

O pensamento do adolescente se difere do pensamento da criança, ou seja, a criança consegue chegar a utilizar as operações concretas de classes, relações e números, mas não as utiliza num sistema fundido único e total que é caracterizado pela lógica do adolescente. O pensamento liberta-se da experiência direta e as estruturas cognitivas da criança adquirem maturidade. Isso significa que a qualidade potencial do seu pensamento ou raciocínio atinge o máximo quando as operações formais encontram-se plenamente desenvolvidas. (Fonte: Concepções de Adolescência em Jean Piaget - Desenvolvimento Humano - Psicologia Geral - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/concepcoes-de-adolescencia-em-jean-piaget#ixzz1gHluYuyH)

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Conforme o art 2º da LDB, “ educação, dever da família e do Estado,

inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por

finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Num currículo que contemple a

presente lei, não há espaço para repetição, memorização, aprendizagem de

conteúdos e de formas operacionais parciais, as quais devem ser substituídas pelo

raciocínio lógico, habilidades comunicativas, pela capacidade de discernir, de criar,

de construir soluções originais, de não se satisfazer, mas buscar educar-se

continuamente.

O que se almeja é a formação de um novo homem para agir numa nova

sociedade, esta sendo mais democrática demanda por um currículo que tenha um

caráter político, que fuja de uma grade que articula disciplinas e horas, mas que seja

o resultado de um projeto intencional de formação humana orientado para uma

utopia, ao redor do qual se articulam todos os esforços da comunidade escolar, e

para que isso ocorra é preciso consenso e a participação de todos na elaboração do

projeto político-pedagógico, fazendo o diagnóstico do “ambiente” em que a escola

está inserida, dos alunos que ali estudam, estabelecendo metas, estratégias de

ação.

Assim coloca-se o grande desafio, fazer com que toda a comunidade se

mobilize em busca de uma escola que ofereça melhor qualidade de ensino, tendo

como princípio norteador o seu Projeto Político Pedagógico, onde todos os

segmentos escolares tem entendam a importância a finalidade desse documento no

dia a dia da escola, como coloca Veiga e posteriormente Vasconcelos:

O que é um projeto político-pedagógico? É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Essa idéia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (VEIGA, 1995, p. 110) É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento técnico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. (VASCONCELOS, 2004, p.169)

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Partindo desse pressuposto, entende-se a importância da participação de

todos na elaboração do projeto político-pedagógico, pois visa à construção e o

desenvolvimento da escola, tendo a finalidade de fazer o diagnóstico dos principais

elementos que contribuem e/ou dificulta a sua construção.

Então, pode-se entender que realmente o projeto político-pedagógico norteia

todas as atividades da escola, porque define as metas e objetivos a serem

alcançados no trabalho administrativo e pedagógico da escola, inclusive delimita as

funções e responsabilidades de cada segmento escolar logo, também é uma forma

de se instituir a gestão democrática, uma vez que, descentraliza o poder dentro da

escola fazendo com que todos assumam as suas responsabilidades quanto à

construção de uma escola que realmente ofereça qualidade de ensino.

Claro que vale lembrar que a construção do projeto político-pedagógico na

escola só será importante na medida em que houver verdadeira aplicação no seu dia

a dia, considerando que não é um documento estanque que depois de pronto deva

ficar arquivado na biblioteca da escola, ou na gaveta da sala da equipe pedagógica

ou direção, deve sim, ser visto com dinamismo e de possível aplicação, logo, por

este motivo ele deve ser construído com planejamento, responsabilidade e

envolvimento de todos os integrantes da comunidade escolar.

Em relação às dificuldades dos alunos para o devido sucesso do processo

ensino e aprendizagem, fica o questionamento: Como nós professores e

professoras, podemos ensinar a todos os alunos? A resposta a essa pergunta não é

simples, pois é sabido que são muitos os fatores que influenciam a aprendizagem.

Contudo, o que temos de saber é que, a procura por capacitação, as pesquisas e os

constantes estudos sobre as diversas teorias educacionais relacionadas ao

desenvolvimento humano, é o caminho mais seguro. E, o uso de uma pedagogia

diferenciada, visando alcançar todos os educandos, cada um em sua fase de

desenvolvimento faz com que as intervenções surtam efeitos. Para tal, há que se

proporem atividades diferenciadas. Não podemos, como professores, viver a utopia

de que conseguiremos nivelar uma turma de estudantes ensinando todos do mesmo

jeito.

Quanto às ações que podem ser elencadas por parte de cada um dos

segmentos do coletivo escolar, para que haja sucesso da aprendizagem dos alunos,

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considera-se que, devido às condições em relação ao desenvolvimento do estudante

faz-se necessário a implementação de programas que visem a colaboração e a

definição de metas educacionais, ou seja, a escola como um todo deve caminhar

tanto no âmbito pedagógico, quanto administrativo, para objetivos em comum tendo

ações que culminem para favorecer a aprendizagem bem sucedida dos alunos.

Sendo assim, é de suma importância considerar os aspectos culturais, sociais e

individuais (WEISZ & SANCHEZ, 2006). Assim, possibilita-se que o aluno seja um

cidadão crítico frente as situações cotidianas. É importante considerar que o mesmo

possui um conhecimento prévio, ressaltando de forma significativa as situações

vivenciadas que marcaram sua história de vida. Portanto, cabe ao professor, ser um

porta-voz, não apenas responsável por um conjunto de fatos, nomes e equações,

mas sim, um mediador na construção do processo de ensino e aprendizagem,

ressaltando valores e ideologias (DELIZOICOV, ANGOTTI, PERNAMBUCO, 2009;

MOREIRA & SILVA, 2005). Para isso é necessário que o professor esteja em

constante processo de aprendizagem, enfrentando os novos desafios

contemporâneos, considerando o relato de Paulo Freire que “...não há ensino sem

pesquisa, nem pesquisa sem ensino”.

Contudo, para alcançarmos os objetivos almejados, requer que as escolas

repensem em seus programas e práticas, pois, não é uma tarefa simples e nem para

poucos, o desafio é proposto para todos os membros da comunidade escolar:

diretores, professores, funcionários, alunos e pais, sindicatos, governantes e outros

grupos sociais organizados. Trata-se de uma tarefa árdua, mas não impossível.

O maior desafio é a mudança do trabalho pedagógico e do currículo

enciclopedista, pois há anos que as disciplinas que compõe o currículo têm seus

interesses intelectuais que preocupavam os pensadores da Grécia clássica e sem

desmerecer estes conhecimentos resta, a saber, se os temas que constituem as

disciplinas atuais, dão conta das necessidades atuais da sociedade, pois os filósofos

constituíam uma elite, a qual estudavam temas que estavam distantes do trabalho,

da vida cotidiana e da aplicação prática. Hoje se educa para formar pessoas

capacitadas para o mundo do trabalho, com um perfil pré-determinado pela

sociedade capitalista, mas o compromisso da escola é democratizar o conhecimento

como estratégia de construção de uma sociedade na qual todos tenham direitos

iguais. Por isso, os professores em sua dimensão de intelectual coletivo, devem

avaliar os conteúdos que têm sido reproduzidos nas práticas escolares, estas com

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apoio na tradição, e buscar na sociedade novos conteúdos sobre os quais se

constroem os modos de produzir e de organizar a vida individual e coletiva, sem

deixar de tomá-los na sua perspectiva histórica e sua relação com a lógica concreta

que rege o movimento das relações sociais.

De acordo com Freire (2000), o professor deve saber que ensinar não é

transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para que o aluno adquira a própria

produção ou construção do mesmo, deve ter consciência que terá que formar seres

sujeitos da história e não meros “objetos sociais”; deverá capacitá-los de forma que

possam intervir no mundo, decidir, romper e escolher, além de serem capazes de

grandes ações; deve saber que ensinar exige a apreensão da realidade para que

sejamos capazes de não apenas, mas sobretudo, transformar a realidade e nela

intervir.

Para que esse objetivos se efetivem, com vistas a uma educação de

qualidade, a organização interna da escola deve dar atenção a toda dimensão

escolar, desde o financiamento, espaço físico, gestão, equipamentos, recursos

humanos, currículo, atendimento à clientela – pais, alunos, conforme a lei vigente

LDB 9394/96:

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nas seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o

saber; III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; V. (...) VI. (...) VII. (...) VIII. gestão democrática, do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas

de ensino; IX. garantia de padrão de qualidade; X. valorização da experiência extra-escolar; XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Seguindo tais princípios, há também a busca da integralidade da escola para

a obtenção dos resultados esperados. Para isso seu ambiente interno deve

favorecer a prática democrática, onde todos tenham direitos iguais e sejam ouvidos

em suas reivindicações, assim não só essa instituição será verdadeiramente

democrática, como também a sociedade por influência desta.

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Com a prática da gestão democrática, a escola define o rumo de seus

encaminhamentos, promovendo a participação de todos, preservando e construindo

sua identidade e autonomia pedagógica, administrativa e financeira, ainda mais

quando se entende que toda instituição de ensino necessita de estratégias que a

organizem como um espaço escolar no que diz respeito à missão, objetivos,

metodologia, currículo e avaliação. Nesse aspecto, o projeto-político-pedagógico da

escola, torna-se estratégia indispensável e insubstituível para a gestão democrática

dela, direcionando, de maneira participativa e democrática, os caminhos que a

escola irá trilhar. No contexto escolar, “o projeto não se constitui na simples

produção de um documento, mas na consolidação de um processo de ação-

reflexão-ação, que exige o esforço conjunto e a vontade política do coletivo escolar”

(VEIGA, 2004, p.56.).

Entenda-se gestão democrática segundo a explicação de Paro (2004, p.16):

Aceitando-se que a gestão democrática deve implicar necessariamente a participação da comunidade, parece faltar ainda uma maior precisão do conceito de participação. A esse respeito, quando uso esse termo, estou preocupado, no limite, com a participação nas decisões. Isso não elimina, obviamente, a participação na execução; mas também não a tem como fim e sim como meio, quando necessário, para a participação propriamente dita, que é a partilha do poder, a participação nas tomadas de decisões.

Não se pode aceitar que cada membro da comunidade escolar, independente

de quem seja, continue cumprindo suas tarefas isoladamente, sem a preocupação

com a qualidade do trabalho oferecido para a sociedade. Os pais precisam deixar de

pensar que os professores são os únicos responsáveis pela aprendizagem dos seus

filhos. Os professores e funcionários precisam deixar de entender que o diretor é a

figura mais importante da escola e que detém algum poder sobre ela.

Quando o gestor descentraliza as ações no interior da escola, dividindo as

responsabilidades a cada segmento escolar, há um significativo ganho para a escola

como um todo, pois não será responsabilizado se alguma coisa não der certa, ou

seja, se o trabalho for bem sucedido o mérito é de todos e se o trabalho apresentar

falhas, a responsabilidade é de todos. É uma forma de gestão diferenciada que não

tira a autoridade do diretor da escola, mas sim, possibilita uma proposta de formação

do cidadão consciente, participativo.

Page 64:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

65

A verdadeira democracia deve também vir de fora para dentro da escola, pois

enquanto os alunos tiverem dificuldades em sua permanência e acesso ao sistema

escolar, não estará havendo uma sociedade democrática e esta dívida social exige

esforço dos gestores públicos nos níveis estadual e nacional, que devem ampliar as

vagas e elaborar políticas públicas para permanência desses alunos no sistema.

Cabendo a eles propor melhoria na qualidade do ensino, em equipamentos,

ampliação do espaço físico e na qualificação permanente dos professores e que

estes tenham boas condições de trabalho e remuneração, pois a educação não é

voluntariado, improvisação, mas exige relações de trabalho claramente

regulamentadas, sendo que os alunos têm o direito a serem educados por

professores adequadamente capacitados e com seus direitos respeitados, como

acontece em todos os campos profissionais.

É imprescindível numa gestão democrática a socialização do conhecimento

entre todos os envolvidos, buscando os reais fins da educação, bem como, avaliar

avanços e não contradições no desempenho dos papeis de cada integrante. Tais

ações propiciarão uma melhora na organização da infra-estrutura, da administração

e do processo pedagógico.

A formação permanente deve ter como objetivo a reflexão e a elaboração das

equipes sobre a sua prática, assim, faz-se necessário que a capacitação do

professor seja coerente com os princípios que se quer que ele internalize e aplique,

fazendo-os tomar consciência dos conceitos que estão em jogo e da forma como se

desenvolvem as situações de aprendizagem. A situação de capacitação deve ser um

exercício ou exemplo daquilo que se quer que ele desenvolva na sua prática

pedagógica.

Entendendo gestão democrática como participação nas tomadas de decisão,

devemos voltar nosso olhar para as instâncias colegiadas, pois é por meio delas que

a participação acontece, pois são formadas por representantes de todos os

seguimentos da comunidade escolar. Nesse meio é que devem ser promovidas a

tomadas de decisões, tomando como ponto de partida a função social da escola. De

acordo com Veiga (1998 p. 114), “ ... o funcionamento de uma organização escolar é

fruto de um compromisso entre estrutura formal e as interações que se produzem no

seu interior.”

Falar de Gestão Democrática na Escola é promover a participação de todos

nas decisões pertinentes à melhoria e o desenvolvimento do grupo escolar, partindo

Page 65:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

66

da idéia de que todo processo democrático é uma contribuição indispensável, como

garantia e uma prática concreta desta construção emancipadora da existência das

pessoas e da humanidade, incentivando para isso a participação das instâncias

colegiadas. Cabe dizer que as instâncias colegiadas como espaços de participação

citadas são: o Conselho Escolar, Conselho de classe, APMF – Associação de Pais,

Mestres e Funcionários e Grêmio Estudantil.

5.1 AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS E A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA

PÚBLICA

5.1.1 Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um importante espaço no processo de democratização

da escola, na medida em que reúne: direção, representantes da equipe pedagógica,

do corpo docente, dos agentes educacionais I, dos agentes educacionais II, do

corpo discente e dos pais, para discutir e planejar as atividades da escola.

Assim o Conselho Escolar será um fórum permanente de debates de

articulação entre os vários setores da escola, tendo em vista o atendimento das

necessidades educacionais e os conhecimentos necessários à soluções de

questões pedagógicas administrativas e financeiras, que possam intervir no

funcionamento da mesma.

Assim, segundo Veiga (1994, p.116):

O Conselho Escolar deverá, portanto, favorecer a aproximação dos centros de

decisão dos atores. Isso facilita a comunicação, pois, rompendo com as relações burocráticas e formais, permite a comunicação vertical e também horizontal. Sob essa ótica, o Conselho possibilita a delegação de responsabilidades e o envolvimento de diversos participantes. É um gerador de descentralização. É o órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender uma nova visão de trabalho.

5.1.2 APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários

Page 66:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

67

A APMF é uma das instâncias colegiadas da escola que tem como objetivo o

aprimoramento da educação, a integração da família-escola-comunidade e a

efetivação da gestão democrática, sendo formada por representantes do corpo

docente, discente, funcionários e pais de alunos. Segundo Veiga (1994, p.118) “a

APM deverá exercer a função de sustentadora jurídica das verbas públicas

aplicadas pela escola, com participação dos pais no seu cotidiano em cumplicidade

com a administração (...)”.

Veiga (1994, 120) complementa ainda que:

A participação de pais, professores, alunos e funcionários por meio da APM dará autonomia à escola, favorecendo a participação de todos na tomada de decisões no que concerne às atividades curriculares e culturais, à elaboração do calendário escolar, horário de aulas etc; enfim, a definição da política global da escola, ou seja, a construção do seu projeto político-pedagógico.

5.1.3 Grêmio Estudantil

O grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na

escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras

possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar quanto na comunidade,

sendo também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência,

responsabilidade e de luta por direitos, sendo formado apenas por alunos, de forma

independente, desenvolvendo atividades curriculares e esportivas, produzindo jornal,

organizando debates sobre assuntos de interesse dos estudantes, quando não

fazem parte do Currículo Escolar, e também organizando reivindicações, tais como

compra de livros para a biblioteca, transporte gratuito para estudantes, entre outros.

O grêmio estudantil não terá caráter político-partidário, religioso, racial e

também não deverá ter fins lucrativos.

O trabalho do grêmio é definido pelo conjunto de estudantes. O que assegura

esta organização são as leis:

Lei Federal nº 7.398, de novembro de 1985;

Lei Estadual nº 11.057, de 17 de janeiro de 1995

Page 67:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

68

São alguns objetivos do grêmio estudantil:

Congregar e representar os estudantes da escola;

Defender seus direitos e interesses;

Cooperar para melhorar a escola e a qualidade do ensino;

Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com

outras instituições.

Contudo entende-se que, segundo Veiga (1994, p.122) “o grêmio estudantil

não é um instrumento de luta contra a direção da escola, mas uma organização

onde se cultiva o interesse dos estudantes, onde eles têm possibilidades de

democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade”.

5.1.4 Conselho de Classe

O Conselho de Classe é um órgão colegiado criado para que haja a

integração dos profissionais que atuam na escola e que deve ser utilizado para uma

reflexão e avaliação do desempenho dos alunos e práticas pedagógicas. Devendo

ser entendido como um espaço democrático, pois agrega todos os professores

envolvidos com o trabalho pedagógico da escola, gerando uma rede de relações

entre conteúdos e metodologias.

Dalben (2004) discute a questão da fragmentação que ocorre nas escolas,

primeiramente aulas dispostas por disciplinas, disciplinas dispostas por números de

aulas, e essa por sua vez fragmentadas em tempos previamente estipulado, o que

dificulta a inter-relação dos profissionais envolvidos com o processo pedagógico,

sendo o conselho de classe um dos poucos momentos que permite uma troca de

experiências de forma integrada por parte dos professores das várias disciplinas.

O Conselho de Classe é formado preferencialmente por docentes e equipe

pedagógica, mas pode contar com pais e alunos, já que estes últimos são a figura

central das discussões e avaliações. Por se tratar de um “espaço interdisciplinar de

estudo e tomada de decisões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola”

é também um órgão deliberativo sobre objetivos de ensino, critérios de seleção de

conteúdos curriculares e formas de acompanhamento dos alunos.

Page 68:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

69

Entendendo que a tarefa central da escola é oportunizar situações didáticas

para que a aprendizagem ocorra, e que a aprendizagem é a atividade do aluno e

isso exige uma disposição em querer aprender, Veiga (1994, p.117) aponta que,

“avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento contínuo

dos professores que levará ao aluno a novas questões. É preciso deixar claro que o

Conselho de Classe é o ensino e suas relações com a avaliação da aprendizagem”.

Tem-se procurado redimensionar a prática do Conselho de Classe que é

parte do processo de avaliação da escola. Numa dimensão diagnóstica, a avaliação

deve apontar as causas que interferem positiva ou negativamente e reorientar as

ações do trabalho pedagógico.

Há uma constante discussão sobre os objetivos do Conselho de Classe que

deve ser uma reunião “de todos” os responsáveis pelos resultados com o propósito

de análise e levantamento de possíveis medidas a serem tomadas posteriormente,

pois é o momento e o espaço de uma avaliação diagnóstica da ação pedagógico-

educativa da escola, feito pelos professores e pelos alunos… (CRUZ, 1995, p.116).

O momento do Conselho de Classe, o levantamento de notas, dificuldades,

comportamentos, etc. deve estar sempre voltada para a ação pedagógica, e não

ficar simplesmente na narrativa e classificação do aluno. É necessário que os

objetivos de cada conselho estejam bem claros e definidos por todos, a fim de que

este instrumento de avaliação atinja seus propósitos e, os educadores sua missão.

Assim, de acordo com Veiga (1994, p.118) “(...) cabe ao Conselho de Classe

dar conta de importantes questões didático-pedagógicas, aproveitando seu potencial

de gerador de idéias e como um espaço educativo”.

5.2. AVALIAÇÃO

O maior objetivo do professor não deve ser o de saber o quanto o aluno sabe, mas sim o de garantir a aprendizagem de todos (VASCONCELLOS, 1995, p. 49).

Antes de qualquer “discussão” ou definição sobre a avaliação, devemos parar

e perguntar, avaliar para quê? Para atribuir nota, classificar, verificar o “nível de

aprendizagem”, para registro visando a promoção dos alunos, para analisar o

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70

conhecimento do educando, para fazer reflexão da prática pedagógica, a fim de

selecionar os melhores, rotular, discriminar, marginalizar, punir / castigar,

desmerecer, constatar as falhas, ver quem assimilou os conteúdos, quem alcançou

os objetivos... Afinal avaliar para quê?

Existem diferentes concepções de avaliação, dependendo da ênfase que se

faz necessária. A avaliação informal é natural, espontânea, corriqueira e

assistemática. Essa avaliação é realizada por qualquer pessoa sobre qualquer

atividade humana. Não é apropriada para se avaliar instituições ou ações de grande

impacto social.

Segundo Vasconcellos (1995, p.46),

o conhecimento não tem sentido em si mesmo: deve ajudar a compreender o mundo e nele intervir. Assim sendo, compreendemos que a principal finalidade da avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a construção do conhecimento, a aprendizagem por parte dos alunos (grifo do autor).

Enquanto educadores, devemos saber distinguir avaliação de nota, como

apresenta Vasconcellos (1995, p.43):

a avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar obstáculos. A nota, seja na forma de número (ex.: 0-10), conceito (ex.: A, B, C, D) ou menção (ex.: Excelente, Bom, Satisfatório, Insatisfatório) é uma exigência formal do sistema educacional. Podemos imaginar um dia em que não haja mais nota na escola - ou qualquer tipo de reprovação -, mas certamente haverá necessidade de continuar existindo avaliação, para poder se acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em suas eventuais dificuldades (grifo do autor).

Seguindo o princípio de avaliação apresentado por Vasconcellos, o Colégio

faz uma avaliação diagnóstica, contínua, permanente em função dos adjetivos, e

tem por finalidade auxiliar a aprendizagem do educando, obedecendo à ordenação e

seqüência do ensino, bem como a orientação do currículo. Portanto esta deve refletir

a totalidade das produções do aluno, fugir do modo tradicional e possibilitar a

visualização tanto dos resultados mais gerais quanto das especificidades, estando

presente em todos os momentos do processo de ensino aprendizagem.

Page 70:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

71

A avaliação educacional é feita através de situações de aprendizagem,

buscando a aquisição de novo conhecimento, atitudes ou habilidades. A avaliação

emancipatória tem como compromisso fazer com que as pessoas envolvidas em

uma ação, realizem e executem a sua própria história e escolham as suas ações de

maneira libertadora.

LUCKESI (2203, p.93-94) afirma que:

... em raras situações, encontram-se professores que fazem da aferição da aprendizagem um efetivo ato de avaliação. Para eles, a aferição da aprendizagem se manifesta como um processo de compreensão dos avanços, limites e dificuldades que os educandos estão encontrando para atingir os objetivos educacionais. A avaliação assim, torna-se um excelente mecanismo subsidiário da condução da ação.

O momento de avaliação do aproveitamento escolar não é o ponto definitivo

de chegada, mas um momento de parar para observar se a caminhada está

ocorrendo com a qualidade que deveria ter e a avaliação manifesta-se como um ato

dinâmico que qualifica e subsidia o reencaminhamento da ação, possibilitando

conseqüências no sentido da construção dos resultados que se deseja.

Há três momentos no processo avaliativo: descrição da realidade, crítica da

realidade e criação coletiva. A avaliação pode ser diagnóstica, quando se realiza

antes da tomada de decisão: processual, quando é desenvolvida durante a

implementação da ação que está sendo avaliada, global, quando se realiza no final

da prática, no sentido da formulação, assim como no dos resultados e

consequências da atividade avaliada.

Para que se utilize corretamente a avaliação no processo ensino-

aprendizagem no contexto escolar, importa estabelecer um padrão mínimo de

conhecimentos, habilidades e hábitos que o educando deverá adquirir e não uma

média mínima de notas, como normalmente acontece. É necessário definir que o

mínimo necessário não significa ater-se a ele. O mínimo necessário deverá ser

ensinado e aprendido por todos, mas deverá ir além dele.

Diante de todas as considerações proporcionadas acerca do papel e da

importância da avaliação, apontamos que deve ser vinculada à concepção de

mundo e de sociedade, sendo um processo de obtenção de informação que permite

a emissão de ponderações e colabora para a tomada de decisões.

Page 71:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

72

Assim, uma avaliação é considerada eficiente quando é útil e oportuna, sendo

realizada em tempo hábil; é ética, sendo realizada com critérios justos e

apropriados; e é precisa, quando se emprega método adequado.

Page 72:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

73

6. MARCO OPERACIONAL

Formar um cidadão crítico e reflexivo é o ideal de toda escola. Ideal esse que

muitas vezes não conseguimos atingir, algumas vezes por não estarmos

trabalhando de forma adequada, uma vez que continuamos seguindo a visão

tradicional de transmissão de conhecimentos e saberes fragmentados, que não

estabelecem vínculo com a realidade que vivemos. Esses saberes são importantes

para o desenvolvimento de um cidadão crítico, preparado para atuar no mundo de

trabalho, como propõe a lei vigente, mas cabe lembrar, que para esses saberes

sejam válidos, esses devem ser significativos para os alunos, os quais devem

compreender porque estudam fatos que ocorram no passado, devem entender que

esses são conteúdos válidos sim, pois mostram a transformação histórica de nossa

sociedade, mas para aprendê-los necessitamos compreender a importância que

possuem para o desenvolvimento social. Não queremos ensinar por ensinar, apenas

cumprir com o currículo proposto, ou apenas fingir que estamos ofertando um ensino

de qualidade.

Para ofertar um ensino de qualidade, não precisamos necessariamente

abandonar tudo o que conhecemos, o que temos feito em nossa prática, mas sim,

avaliar onde estamos cometendo falhas e propor mudanças, mudanças de postura,

mudanças na didática, mudanças na gestão e organização escolar.

Procura-se adotar uma prática democrática, onde todos têm participação nas

decisões da escola, envolvendo não só direção e equipe pedagógica, mas também

corpo docente, funcionários, alunos representados pelo grêmio estudantil, bem como

pais representados pela Associação de Pais Mestres e Funcionários – APMF, já que

todos fazem parte da escola, e tem um papel fundamental para a oferta de um

ensino de qualidade.

Uma das primeiras mudanças adotadas pela comunidade escolar, foi a

reorganização da Matriz Curricular do Ensino Fundamental e Médio para os anos

seguintes, onde sob orientação da SEED foram redistribuídos os números de horas-

aula por disciplina, como mostra a Matriz que segue em anexo, bem como a

organização do calendário escolar contemplando as datas previstas para reuniões

Page 73:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

74

pedagógicas, como pode ser observado também anexo, bem como a elaboração da

nova proposta curricular tanto para o Ensino Fundamental quanto Médio, tendo

como base as Diretrizes Curriculares Estaduais.

Uma das linhas de ação a serem adotadas pela comunidade escolar, é a

organização das datas dos conselhos escolares, entrega de notas, e implantação de

projetos ao inicio de cada ano, para que todos possam organizar suas atividades de

forma a contemplar todas as atividades propostas pela escola.

A organização dos conteúdos e os planejamentos serão realizados por

disciplinas, de forma que todos os profissionais da área, estejam trabalhando de

forma sincronizada e contextualizada, possibilitando o trabalho com projetos a serem

propostos pela comunidade escolar, ou encaminhados pela SEED ao longo do ano.

No que se refere a organização da hora atividade, devido ao porte da escola e

a atuação de grande parte do corpo docente em outras instituições, é feita por

professor, ou seja, individualmente, não sendo possível o contato entre os

professores das mesmas áreas, essa mediação acontece em outros momentos

excepcionais, ou quando a SEED estipula datas para planejamento.

Entende-se que a hora-atividade é um momento muito importante, pois nesse

tempo o professor pode dedicar-se a preparação das atividades, conteúdos a serem

abordados/ trabalhados em sala de aula, inserindo então alguma tecnologia que

queira utilizar como aliada no processo; tais como: TV Pendrive, Laboratório de

Informática, TV Paulo Freire, músicas, vídeos, filmes e referencial bibliográfico. Esse

pode ser um espaço de pesquisa, aperfeiçoamento, reflexão, estudo, atendimento a

comunidade escolar.

Tendo a gestão democrática como um princípio, sabe-se que é necessário

continuar lutando para a garantia da participação de todo o coletivo nas ações e

decisões da escola, pois acredita ser o principal meio de assegurar a gestão

democrática da escola, possibilitando um melhor conhecimento dos objetivos e

metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a

comunidade, e favorece uma aproximação maior entre professores, alunos e

pais. Ainda mais quando fica entendido que a participação das famílias na educação

formal dos estudantes pode ir muito além do acompanhamento de boletins e de

conversas com professores. É necessário a participação mais eficiente das

instâncias colegiadas no cotidiano da escola: Conselho Escolar, Conselho de

Classe, Grêmio Estudantil e APMF, como por exemplo, o Conselho Escolar é

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75

formado por representantes de todos os grupos envolvidos com a educação:

funcionários e professores da escola, pais e outros membros da comunidade. Ao

trazer todos os interessados para discussão e tomada de decisões, se transforma a

escola em um ambiente mais democrático e transparente.

A direção e equipe pedagógica bem como os demais membros da

comunidade, muito tem pensado sobre as formas de garantir uma melhor

aproximação da comunidade e a escola. Por exemplo, as reuniões realizadas têm

mostrado as intenções educativas da escola e a evolução da aprendizagem,

propondo discussões e estratégias conjuntas para melhorá-la, sendo o foco dos

encontros, a aprendizagem. Têm se preocupado com a data e hora das reuniões

que permitam aos pais comparecer, informando com antecedência o dia do

encontro, assim como a pauta, o tempo de duração e os momentos previstos para

as falas de pais, direção, equipe pedagógica e professores. É bom ressaltar que se

tem procurado compartilhar com a comunidade o que os alunos fazem em sala de

aula, expondo as produções dos alunos em reuniões de pais e também os projetos,

nos diferentes espaços da escola e da comunidade durante o ano, de modo que

todos as turmas tenham a possibilidade de mostrar o que aprenderam e os

professores têm a oportunidade de mostrar a sua prática pedagógica através de

diversas atividades realizadas com os alunos. A agenda escolar tem sido um

instrumento que serve para informar sobre o funcionamento da escola, prestar

contas, convocar reuniões e compartilhar os projetos em andamento. A criação do

site da escola com espaço para várias notícias, registro dos eventos realizados,

pesquisas também visa a interação com a comunidade, mas precisa ser incentivado

com constante divulgação do endereço.

O Colégio Estadual João Ferreira Kuster funciona em dualidade administrativa

com a escola municipal José Alexandre Sávio e a maioria dos alunos que são

matriculados no 6º ano tem como estabelecimento de origem essa escola municipal

que funciona no mesmo prédio e havendo um bom entendimento entre as equipes

pedagógicas e direções municipais e estaduais com comprometimento educacional

de ambas as partes, lembrando que o aprendizado necessita de um suporte com

base satisfatória e que o educando chegue na fase final do ensino fundamental com

segurança, sem receio de aprender, poderá ser facilitado o trabalho de articulação,

como sugestão estão elencadas as seguintes situações:

Page 75:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

76

A participação da equipe pedagógica e direção no último conselho de

classe dos alunos do 5º ano ou 4ª série;

A equipe pedagógica da escola municipal repassar para a escola estadual

relatórios descritivos individuais sobre os alunos, nos aspectos de

comportamento e frente à aprendizagem;

Disponibilizar dados sobre o acompanhamento da equipe pedagógica

junto aos alunos na questão de relacionamento interpessoal e disciplina;

Sendo assim, o professor da fase final do ensino fundamental deverá

iniciar seu trabalho de continuidade com um diagnóstico das falhas

encontradas no decorrer do processo.

6.1. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM CORPO DOCENTE E

DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA:

Entendendo a formação continuada como fator indispensável para a

organização do pensamento crítico, reformulação da prática docente, bem como

fundamentação para uma educação de qualidade, propõe-se as seguintes

intervenções junto ao corpo docente e demais funcionários da escola:

Capacitação de professores e funcionários ao início do ano letivo, bem

como ao início do segundo semestre, orientados pela SEED e repassados

pela equipe pedagógica;

Organização e planejamento dos conteúdos por disciplina ao início do ano

letivo;

Organização das atividades ou projetos a serem desenvolvidos pelas

disciplinas ao longo do ano;

Reuniões pedagógicas para estudar e discutir problemas vigentes, bem

como apresentar os avanços conseguidos ao longo do trabalho;

Conselhos de Classe para avaliar a prática pedagógica, bem como

desenvolvimento dos alunos, procurando, através de discussão entre o

grupo, caminhos para solucionar os problemas encontrados;

Conversa informal com os professores trazendo propostas de

atividades/projetos dentro dos conteúdos que estão sendo trabalhados,

Page 76:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

77

bem como, sobre o andamento das atividades, rendimento dos alunos e

problemas de indisciplina;

Promover a participação dos professores e funcionários, em cursos de

formação continuada ofertados pela SEED, respeitando as condições e os

recursos da escola;

Trabalho de reconhecimento e valorização das atividades desenvolvidas

pelos demais funcionários da escola;

Incentivo à participação do corpo docente do Projeto Folhas promovido

pela SEED;

Participação na O.A.C. (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) sob

orientação da equipe do CRTE / NREamsul;

Utilização dos livros da Biblioteca do Professor e dos Temas Paranaenses,

em reuniões pedagógicas, grupos de estudos e hora atividade;

Participação nos encontros descentralizados / grupos de estudos

promovidos pela SEED;

Utilização do laboratório de informática para planejamento de aulas e

acesso ao Portal Dia-a-dia Educação.

6.2. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM OS ALUNOS:

Como ainda estamos longe de um trabalho interdisciplinar, algo que envolva

todas as disciplinas em todas as atividades da escola, do início ao fim do ano

pretende-se propor aqui atividades que visam o envolvimento de todas as disciplinas

ao menos em alguns momentos do ano letivo. Atividades que proporcionam

momentos de conhecimento aliados a diversão, que visam o aprendizado, a

interação e integração social.

Mediante às dificuldades dos alunos observadas através dos resultados da

Prova Brasil no 9º ano, as quais também são identificadas nos demais anos do

Ensino Fundamental, indiscriminadamente nas disciplinas, e também considerando

os relatos do trabalho pedagógico dos professores em sala de aula, principalmente

na verificação da aprendizagem dos alunos nos diversos instrumentos avaliativos

aplicados, conclui-se que é necessário intensificar a intervenção pedagógica

precisamente na questão da leitura e escrita dos alunos e também na parte de

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78

raciocínio lógico e cálculo matemático, estimulando a concentração, a disciplina e a

capacidade deles em fazer análises, registrar dados e melhorar a interpretação.

Pensando nesse contexto, foi criado o Projeto de Leitura da escola, iniciado

no 2º semestre do ano de 2010, como uma proposta de trabalho interdisciplinar

objetivando junto à comunidade escolar o incentivo à prática de leitura e pesquisa. O

ideal será ampliar os objetivos do projeto que até o momento está restrito somente à

sala de aula e quanto à verificação de resultados através das apresentações dos

alunos, que até o momento está restrito apenas à disciplina de Língua Portuguesa.

Sugere-se, propiciar momentos na escola para maior abrangência do projeto, tais

como;• Contação de histórias por alunos de um ano para os demais; • Contação de

histórias por pessoas da comunidade local; • Pesquisa e leitura de histórias na

internet; • Exibição de DVD e vídeos de histórias e contos de diversos gêneros; •

Realização de rodas de leitura envolvendo conto e reconto (oral); • Contação de

histórias usando fantoches; • Dramatizações de histórias e contos trabalhados com

os alunos; • Criação de livretos com histórias produzidas pelos alunos; • Realização

do Dia Da leitura e contação de histórias, exposição dos trabalhos na escola com

divulgação dos livretos produzidos.

Para desenvolver nos alunos o raciocínio lógico matemático, organização

econcentração, o ideal é propor jogos competitivos e cooperativos específicos,

adaptados a cada disciplina, tais como: lótus, mapa conceitual, história em

quadrinhos, jogos teatrais, cruzadas, caça palavras, jogo da memória, bingo,

coreografias, xadrez, dominó com conteúdos das disciplinas, tangram, jogos online

utilizando o Laboratório do Paraná digital, software entre outros, além dos conteúdos

da disciplina de Matemática que colaboram para esse fim incentivando a prática do

cálculo mental e a resolução de situações problemas. Instaurar nas turmas de 6ª e

7ª séries uma aula semanal de xadrez, já que na matriz curricular estão

contempladas 03 horas aulas de Educação Física. Vale lembrar dos demais projetos

já desenvolvidos pela escola que tem propiciado um crescimento cultural e

pedagógico nos nossos alunos que são a Mostra cultural e a Mostra Científica

que além de garantir uma interação entre comunidade e a escola, possibilita a

apropriação de conteúdos formais das disciplinas.

Na questão da Mostra Cultural, nos dois últimos anos a temática foi livre para

os alunos que voluntariamente se reuniram em grupos e apresentaram danças,

músicas, canto e coral entre outras atividades. Quanto às danças foi observado que

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79

se têm privilegiado a cultural dos Estados unidos, por exemplo, o hip hop e que deve

ser iniciado um trabalho de resgate da cultura brasileira, o folclore brasileiro, por

exemplo, que é rico e pouco conhecido pelos alunos; mas esse trabalho deve ter

um direcionamento cuidadoso para que não haja imposição por parte da escola aos

alunos, uma vez que se eles não sabem ou não gostam, acabam por não participar.

Quanto a Mostra Científica sugere-se o incentivo à formação de alunos

pesquisadores, incluindo trabalhos sobre a diversidade cultural e Cultura Afro

Brasileira e Africana e Indígena.

São exemplos de outras atividades desenvolvidas na escola:

Gincana Cultural – atividade que visa envolver todos os alunos, tendo

como objetivo cumprir tarefas que envolvem temas de todas as disciplinas,

como elaborar paródias, poesias, histórias, desenhos, confeccionar

maquetes e roupas com material reciclável, sendo todas direcionadas por

temas previamente estabelecidos, entre outros;

Mostra Cultural e Científica – visando apresentar para a comunidade e

demais instituições, os trabalhos desenvolvidos pelos alunos em sala de

aula;

Jogos Escolares – visa a integração de todos os alunos do três turnos;

Projeto Falando sobre Sexo – atividades que contemplem todas as

turmas, cada uma dentro da sua realidade, fazendo uso de vários formas

de informação, como palestras, vídeos, teatros, músicas, com o objetivo

de apresentar aos alunos quais são as doenças sexualmente

transmissíveis, como podem ser pegas, como podem ser evitadas.

Passeios Ecológicos como visitas a parques, zoológicos, entre outros;

Visitas a museus e feiras;

Participação no FERA, CELEM, COM CIÊNCIA e Jogos Colegiais;

Sala de apoio 6º ano;

Outros projetos/atividades que podem ser propostas ao longo do ano por

professores ou pela SEED.

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80

PROJETO DE LEITURA NA ESCOLA

Justificativa:

As atividades que estimulam o hábito da leitura, o conhecimento dos

diferentes tipos de fontes informacionais (livros, revistas, dicionários, entre outras) e

a utilização metódica para obtenção de material bibliográfico são fatores que

influenciam o aprendizado nos seus diversos momentos.

Dessa forma entende-se a literatura como base para o mundo

contemporâneo, pois proporciona enxergá-lo melhor, compreender a sociedade e a

sua participação nela, refletir sobre si mesmo e sobre e a vidama além de garantir

acessoa ao conhecimento sistematizado , possibilitando a formação de cidadão

critico, sujeito de sua história.

Portanto, analisando as dificuldades enfrentadas pelos professores de Língua

Portuguesa na realização específica de atividades pedagógicas no processo de

promoção da leitura, verificou-se a necessidade de criar um projeto que tomasse

viável o planejamento e execução de atividades de incentivo a leitura junto ao

alunos, de forma integrada ao processo de ensino- aprendizagem, envolvendo

todas as disciplinas escolares.

Objetivos

Geral: Desenvolver atividades de incentivo à leitura de forma a explorar o

acervo existente na biblioteca da escola relativo tanto ao Ensino Fundamental,

quanto Médio.

Específicos:

Apresentar a leitura como fone de prazer e informação, de reflexão e

crítica, em oposição aos hábitos tradicionais de avaliação e nota;

Desmitificar o livro, a literatura e a biblioteca como espaços privilegiados

de intelectuais;

Realizar a hora da leitura na sala de aula;

Conscientizar alunos e professores da importância de explorar o acervo da

biblioteca escolar;

Mobilizar os professores para o reconhecimento do potencial

transformador da leitura tanto na sua vida, quanto nos sues educandos.

Page 80:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

81

Fundamentação teórica

O desenvolvimento das novas tecnologias, nas últimas décadas, vem

afetando todos os setores da atividade humana, proporcionando maior agilidade de

comunicação, reduzindo esforços nas rotinas diárias e ampliando as possibilidades

de acesso à informação em todo mundo. Para que a escola tenha o

desenvolvimento desejado é necessário a utilização de recursos que facilitem a

integração e dinamização do processo ensino/aprendizagem e entre os recursos

existentes, destaca-se a biblioteca escolar, instrumento indispensável como apoio

didático pedagógico e cultural, e também elemento de ligação entre professor e

aluno na elaboração das leituras e pesquisas.

Ribeiro (1994, p. 61) afirma que "a biblioteca possibilita acesso à literatura e

as informações para dar respostas e suscitar perguntas aos educandos,

configurando uma instituição cuja tarefa centra-se na formação não só do educando

como também de apoio informacional ao pessoal docente. Para atender essas

premissas a biblioteca precisa ser entendida como um „espaço democrático‟ onde

interajam alunos, professores e informação. Esse espaço democrático pode estar

circunscrito a duas funções: a função educativa e a formação cultural do indivíduo".

A biblioteca escolar é um instrumento de desenvolvimento do currículo e

permite o fomento da leitura e a formação de uma atividade científica; constitui um

elemento que forma o indivíduo para a aprendizagem permanente, estimula a

criatividade, a comunicação, facilita a recreação, apoia os docentes em sua

capacitação e lhes oferece a informação necessária para a tomada de decisões em

aula. Trabalha também com os pais de família e com outros agentes da

comunidade".

A biblioteca é um centro ativo da aprendizagem. Deve ser vista como um

núcleo ligado ao esforço pedagógico dos professores e não como um apêndice das

escolas. A biblioteca escolar deve trabalhar com os professores e alunos e não

apenas para eles. Mas na grande maioria das vezes, segundo Sanches Neto (1998)

a biblioteca é encarada como um anexo da escola, quando na verdade, ela deveria

ser a sua alma.

"O hábito da leitura constitui-se em preocupação dos professores. No entanto,

eles encontram dificuldades para implementação, porque não dispõem de recursos

bibliográficos. A própria formação de magistério é feita na maioria das vezes

Page 81:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

82

desprovida da prestação de serviços bibliotecários adequados, característica das

escolas brasileiras". (Freitas et al., 1986, p. 37)

Para Calixto (1994, p. 59 ) o processo de ensino e aprendizagem envolve hoje

um conjunto de componentes e relações de que os pedagogos tem vindo a dar-se

conta nas últimas décadas. Elas poderiam sintetizar nos seguintes pontos:

A escola já não é hoje o principal centro de aprendizagem das crianças e

jovens. Os contatos na comunidade em que estão inseridos, a comunicação

social, os amigos e a família, são hoje elementos mais importantes que a

escola na formação do indivíduo, no desenvolvimento das suas capacidades

e atitudes;

O desenvolvimento da comunicação audiovisual e das novas tecnologias da

informação contribuíram decisivamente para a obsolescência de uma

pedagogia centrada no professor, que utiliza exclusiva ou principalmente

manuais escolares como fonte de conhecimento, ou mesmo que só usa estes

fins a palavra impressa. O espaço e o tempo pedagógico são também

profundamente alterados; a sala de aula passa a ser apenas um entre muitos

locais, na escola e fora dela, onde as experiências de aprendizagem têm

lugar, o tempo letivo é igualmente diluído por um sem número de

oportunidades em que o aluno, mais ou menos acompanhado, vive situações

estimulantes e enriquecedoras;

Há muito tempo já que a preocupação principal de todas as ciências parece

ser destruir postulados previamente tidos como certezas. A relativização do

conhecimento científico introduz a incerteza no campo da educação e

sublinha o valor da pesquisa individual e do desenvolvimento das

capacidades de manuseamento da informação. Aprender é cada vez menos

memorizar conhecimentos e cada vez mais preparar-se para saber encontrar,

avaliar e utilizar. A capacidade de atualização passa a ser uma ferramenta

essencial ao indivíduo se quer sobreviver numa sociedade de verdades

relativas e efêmeras.

Acreditando na importância da leitura, o estímulo através da concretização do

hábito de leitura na formação dos alunos espera-se contribuir na formação de alunos

com cidadania responsável.

Page 82:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

83

Portanto competente à escola eu educador romperem com a leitura alienada e

consumista, reconsiderando ás praticas da leitura dependendo da realidade de sues

alunos, criando assim caminhos eficientes para trabalho com a leitura na escola,

buscando atender as exigências desse novo mundo e formar realmente leitores

críticos.

Bibliografia

ANDRADE, Araci Isaltina de. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca do Colégio Estadual Simão Hess. Florianópolis, 1997. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC)

BLATTMANN, Ursula. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca da Escola Desdobrada Jacinto Cardoso. Florianópolis, 1996. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC)

CALIXTO, José Antônio. Biblioteca pública versus biblioteca escolar: uma proposta de mudança. Cadernos BAD, Lisboa, n. 3, p.57-67, 1994.

FREITAS, Maria Terezinha N. et al. Educação pela leitura: uma experiência. Perspectiva, Florianópolis, v.3, n. 7, p. 26-40, jun./dez. 1986.

6.3. TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS COM A COMUNIDADE:

Entendemos que o trabalho desenvolvido na escola, só será efetivado com

sucesso quando esse está em consonância com o que a família repassa para seus

filhos, ou seja, família e escola devem seguir a mesma linha de atuação, devem falar

a mesma linguagem, para que nossos alunos possam enraizar em suas

personalidades valores éticos pregados por ambas as instituições.

Em nossa comunidade vê-se a necessidade de um trabalho intensificado

junto às famílias, uma vez que, a maior parte delas apresenta uma estrutura bem

diferente da “família tradicional”. Nota-se que boa parte dos problemas encontrados

em nosso dia-a-dia, se dão devido a falta de informação dos pais. Muitos deles não

têm conhecimento de seus direitos e deveres, acham que estão a margem da

vontade de leis que muitas vezes não compreendem e, acreditam que estão contra e

Page 83:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

84

não a favor deles, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,

pois a interpretam como uma lei que veio apenas proteger o menor, deixando os

pais com as mãos atadas no que se refere a educação dos filhos.

Para tentar sanar parte das dificuldades observadas em nossa comunidade

propõe-se as seguintes atividades ao longo do ano:

Participação da comunidade nas decisões da escola, bem como

manutenção/organização da mesma;

Palestras informativas com representantes do Conselho Tutelar, visando

trabalhar alguns pontos importantes do Estatuto da Criança e do

Adolescente;

Palestras informativas com os responsáveis no município pela Patrulha

Escolar;

Reuniões com pais, preferencialmente organizados por turmas, para que

direção, professores e equipe pedagógica possam passar informações

sobre os alunos, como problemas de indisciplina, rendimento escolar, e

demais informações sobre a escola;

Palestras que objetivem trabalhar a educação de filhos, mostrando que os

limites são necessários, que dizer não em algumas ocasiões é

fundamental, entre outras colocações;

Participação nas atividades desenvolvidas na escola como feira de

ciências, semana cultural, feira das profissões, entre outros;

Reuniões individuais, para resolver problemas de comportamento,

rendimento escolar ou faltas consecutivas do aluno.

Page 84:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

85

7. REFERÊNCIAS

ABRANCHES, Mônica. Colegiado Escolar: Espaço de participação da comunidade. São Paulo: Cortez, 2003. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional. Brasília. 1996.

CAPELO, Maria Regina Clivati. Diversidade cultural e desigualdades sociais: primeiras aproximações. Universidade do Oeste Paulista. CURY, Carlos Roberto Jamil. O que você precisa saber sobre...: legislação educacional brasileira. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. Ensino Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática escolar. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. GALINA, Irene de Fátima. Gestão democrática e Instâncias colegiadas. In:CARVALHO, Elma Júlia (org). Caderno Temático - Gestão Escolar. Material pedagógico produzido no PDE. Maringá, 2007. LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo. Ática, 2000. GADOTTI, Moacir & ROMÃO, José E. Autonomia da Escola – Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1977. Gestão escolar / organização: Elma Julia Gonçalves de Carvalho ... [et al.]. - Maringá, PR: Secretaria de Estado da Educação do Paraná : Universidade Estadual de Maringá, 2008. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Editora do Brasil. LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola: teoria e Prática. Goiânia: Alternativa, 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 2005. PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2004. PICOLI, Elaine S. A. Projeto Político-Pedagógico: uma construção “coletiva”? IAnais do III Encontro de Pesquisa em Educação, I Jornada de Gestão Educacional e XV Semana de Pedagogia, 2008. Pedagogia UEM 35 anos: história e memória. Maringá, Universidade Estadual de Maringá, 2008.

Page 85:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

86

VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 23ª ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2002. VASCONCELOS, Celso do Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2004a. VEIGA, I.P. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995. VER A ESCRITA CORRETA DAS FONTES A SEGUIR: Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO- APRENDIZAGEM 2 EDIÇÃO – EDITORA ÁTICA

http://www.sitedeliteratura.com/Infantil/leitor.htm

Page 86:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

87

8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

8.1 IDENTIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL

Analisando o processo histórico da educação no Brasil, comprova-se que

essa era ofertada apenas as elites, aos filhos das pessoas nobres do país,

totalmente voltada aos seus interesses e culturas, ou seja, uma educação elitista.

Somente a partir de 1940, as classes populares passam a ter um ingresso

significativo aos bancos escolares, rompendo com a conjunção harmônica entre

qualidade e escola de elite. No entanto, a ampliação da oferta da educação

“obrigatória” limitou-se a construção de prédios escolares e do atendimento das

condições mínimas de infra-estrutura, mantendo-se a escassez de recursos

destinados a remuneração de professores, ou seja, investiu-se o suficiente para

viabilizar o acesso de uma parcela maior da população ao meio escolar. Porém

esses alunos que adentravam a escola, não tinham êxito, uma vez que o ensino

historicamente foi formulado para atender uma minoria privilegiada, não atendendo

aos interesses, experiências e necessidades provindas dos alunos das classes

populares que a escola passou a receber.

Apenas com a reforma da LDBEN/61 pela lei nº 5.692/71, é o tempo de

escolarização compulsaria foi ampliada para oito anos. Assim, desde o início dos

anos de 1970, a manifestação do acesso à escola pública de 1ª a 8ª série tornou-se

uma realidade.

Hoje, o Ensino Fundamental legalmente é tido como parte da educação

básica que tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe comum

indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores” (ART 21 LDBEN/96), sendo ofertada pelo estado

gratuitamente como direito do cidadão.

De acordo com o artigo 32 da LDBEN/1996, esta etapa da escolarização deve

garantir a formação básica do cidadão e o desenvolvimento integral do educando,

mediante:

Page 87:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

88

I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos

o pleno domínio da leitura, da escrita e do calculo;

II - Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e de tolerância recíproca que se assenta a vida social.

Nessa perspectiva, a função da escola fundamental é o trabalho com o

conhecimento que propicie oportunidades de aprendizagem para que adquiram

“chaves conceituais de compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve ainda

permitir que tomem consciência das operações que mobilizam durante a

aprendizagem, contribuindo para que prossigam na relação de conhecimento, que é

desvendamento, compreensão e transformação do que se dá a conhecer”.

(SAMPAIO, 1998, p.147)

8.2. IDENTIDADE DO ENSINO MÉDIO

As escolas de Ensino Médio foram se desenvolvendo, ao longo dos anos, nos

espaços ociosos do ensino fundamental. Na rede pública, são poucos os

estabelecimentos que foram planejados para atender às características dos

adolescentes. Em decorrência, assim como não construíram a sua identidade em

termos de concepção, também não construíram sua identidade física enquanto

escolas que educam jovens. A Resolução nº. 03/1998/CNE reconhece essa

limitação e determina que os Sistemas de Ensino e as escolas busquem, através da

articulação com a comunidade, construir identidade própria de modo a atender, da

melhor forma possível, as condições e necessidades dos jovens e adultos, em

termos de espaço e tempo de aprendizagem (art. 7).

Na prática, isso significa planejar espaços, layout e equipamentos que,

levando em conta as especificidades dos jovens alunos, propiciem as necessárias

condições para que relações diversificadas e significativas com o conhecimento se

estabeleçam de forma prazerosa; Bibliotecas, videotecas. Laboratórios diversos,

Page 88:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

89

inclusive de línguas e de informática, espaços para práticas esportivas, artísticas e

culturais devem estar disponíveis não só para a realização de atividades

programadas, mas também para que o jovem faça experimentos, pesquisas, busque

respostas para suas inquietações, crie grupos de dança, aprenda música, faça

práticas esportivas, exercite a organização estudantil, entre outros horários, sentindo

prazer em permanecer na escola.

Evidentemente, a crise de financiamento por que passam as escolas públicas

faz com que essa possibilidade se ponha distante; no entanto, essa dificuldade não

deve justificar a inexistência de esforço do Estado e das escolas no sentido de

utilizar os recursos disponíveis e promover as necessárias articulações para

compartilhar espaços e projetos comunitários.

Para atender aos princípios adotados, a oferta de Ensino Médio deverá

manter uma única estrutura que assegure a todo alunado os mesmos direitos

relativos à certificação e à qualidade, o que significa adotar uma única trajetória no

que diz respeito aos objetivos da educação básica, que será complementada por

ofertas diversificadas que atendam as diferentes necessidades, particularmente

aquelas derivadas das diferenças de classe. Dessa forma, não se admitirá uma

trajetória para jovens trabalhadores que se resuma à preparação para o trabalho,

diferente da propedêutica, exclusivamente voltada para o ensino superior; ao

contrário, toda a rede oferecerá educação básica, experiências de cidadania e parte

diversificada, de livre opção para os alunos segundo seus interesses e

necessidades, de modo a articular ciência, cultura, cidadania e trabalho.

Page 89:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

90

8.3. ARTE

8.3.1 Apresentação da Disciplina

O que é arte? Criação humana com valores estéticos (beleza, Equilíbrio,

harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e

a sua cultura, ou seja a arte é criação e manifestação do poder criador do homem. O

homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as

ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados

por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte

como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas

crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para

explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.

Criar é transformar, e nesse processo o sujeito também cria. A arte, quando

cria uma nova realidade, reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas

criações artísticas, amplia e enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho.

Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de

cidadãos, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo

artístico e suas linguagens: artes visuais, teatro, dança e, música. No ensino da arte

há possibilidade de resgatar o processo de criação, permitindo que os alunos

reconheçam a importância de criar.

A arte compreendida como área do conhecimento apresenta relações com a

cultura por meio das manifestações expressas em bens materiais (físicos) e

imateriais (práticas culturais coletivas). Existem alguns campos conceituais que

contribuem para as reflexões a respeito do objeto de estudo da arte:

Conhecimento estético: está relacionado à apreensão do objeto artístico

em seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e

a percepção articulam-se numa organização que expressa esses

pensamentos e sentimentos, sob a forma de representações artísticas,

como por exemplo: palavras na poesia; sons melódicos na música;

expressões corporais na dança ou no teatro; cores, linhas e formas nas

artes visuais.

Conhecimento artístico: está relacionado com o fazer e com o processo

Page 90:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

91

criativo. Considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do

objeto artístico até o contato com o público.

Conhecimento contextualizado: envolve o contexto histórico (político,

econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a

compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos.

Norteada pelo conjunto desses campos conceituais, a construção do

conhecimento em arte se efetiva na inter-relação de saberes que se concretiza na

experienciação estética por meio da percepção, da análise, da criação/produção e

da contextualização histórica. Assim, segundo a DCE de Arte 2008, com o estudo da

arte objetiva-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de

pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e

desenvolver o pensamento crítico.

Ao trabalhar a arte, o professor deverá ter em mente que

O ser humano produz, (...), maneiras de ver e sentir, diferentes em cada tempo histórico e em cada sociedade. Por isso, é fundamental considerar as influências sociais, políticas e econômicas sobre as relações entre os Homens e destes com os objetos, para compreender a relatividade do valor estético, as diversas funções que a Arte tem cumprido ao longo da história, bem como o modo de organização das sociedades (PARANÁ, 1992, p. 149 apud DCE DE ARTE, 2008 p. 55 e 56)

Por fim,

A disciplina de Arte, além de promover conhecimento sobre as diversas áreas de arte, deve possibilitar ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e unitário.15 O aluno pode, assim, dominar todo o processo produtivo do objeto: desde a criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental mais adequado aos objetivos que estabeleceu, a metodologia que adotará e, finalmente, a produção e a destinação que dará ao objeto criado. (DCE DE ARTE, 2008 p.62)

8.3.2. Objetivos Gerais

Experimentar, explorar, construir e compreender, através do estudo, analise e

produção, nas variadas possibilidades de cada linguagem artística: Artes visuais,

Page 91:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

92

teatro, dança e música, o contexto histórico, as técnicas e a apropriação destas

linguagens como forma de expressão e comunicação humana.

Através da pesquisa, análise crítica de fatos históricos e das produções

artísticas, nas diversas linguagens da arte. Investigar e contextualizar com a

realidade dos educandos e da escola.

8.3.3. Conteúdos

6º ANO

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Sons graves, médios e agudos

Som longo e curto

Fontes sonoras, origem do som

Forte e fraco

A orquestra, bandas populares

Composições

Ritmo

Melodia

Escalas: Diatônica,

Pentatônica e

Cromática

Improvisação

Estilos musicais, compassos simples,

pulsação

Relação das figuras da escrita musical

com o som

Quando sugiram, períodos e contexto

social

Espontaneidade

Page 92:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

93

Movimentos e

Períodos

Greco-Romana

Oriental

Ocidental

Africana

Apreciação auditiva de músicas destes

períodos

Análise comparativa e cultural

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Ponto

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

A importância do ponto e sua utilização

nas artes gráficas

Construções arquitetônicas

contemporâneas

Orgânica, Inorgânica e gráfica

Orgânicas e inorgânicas

As pinturas modernas

Escultura clássia e moderna

Formação da cor, cores primárias e

secundárias

A importância da luz na visualização das

cores

Composições

Bidimensional

Figurativa

Geométrica

Equilíbrio e desequilíbrio

Desenvolvimento a partir de um tema

Formas geométricas (quadriláteros)

Page 93:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

94

Simetria

Técnicas: pintura,

escultura e

arquitetura

Gêneros: cenas da

mitologia

Dentro das pinturas de diferentes períodos

Livre e dirigida a partir de um tema

Personagens da mitologia clássica

Movimentos e

Períodos

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Ocidental

Arte Pré-Histórica

O teatro, a arquitetura e a escultura

Povos, cultos, máscaras, dança e música

A história das artes visuais do ocidente,

origens até a atualidade

Ritos e mitos dos povos, materiais

utilizados, pinturas como parte dos rituais

míticos

ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Personagem

Expressões

corporais, vocais,

gestuais e faciais

Ação

A importância do personagem em um

espetáculo

Exercícios direcionados, improvisações

Gestual comum em situações variadas

Page 94:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

95

Espaço

Relação com a ação e o gestual

Composições

Enredo, roteiro

Espaço Cênico,

Adereços

Técnicas: jogos

teatrais, teatro

direto e indireto,

máscaras,

improvisação

Gênero: Tragédia,

Comédia e Circo.

Sinopse

Palco

Figurinos e seus personagens

Máscaras do teatro grego

Jogos de improvisação

Teatro grego

Teatro grego

Diferença entre tragédia e comédia

Movimentos e

Períodos

Greco-Romana

Teatro Oriental

Teatro Medieval

Renascimento

Dramaturgos

Figurinos típicos

O teatro como doutrinamento

Companhias de teatro

ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Limites corporais, exploração do

movimento

Andamentos em diferentes espaços e

músicas

O movimento e o espaço

Kinesfera O outro, equilíbrio e desequilíbrio

Page 95:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

96

Composições

Eixo

Ponto de Apoio

Movimentos

articulares

Fluxo (livre

interrompido)

Rápido e Lento

Formação

Níveis (alto, médio

e baixo)

Deslocamento

(direto e indireto)

Dimensões

(pequeno e grande)

Técnica:

Improvisação

Gênero: circular

Diferentes andamentos e diferente

músicas

A dança de grupo

O salto e o solo

Exploração do espaço de dança

Diferentes tipos de movimentos

Individual e coletiva

As danças circulares nas culturas

Movimentos e

Períodos

Pré-história

Greco-Romana

Renascimento

Dança Clássica

A dança como rito

As danças rituais, grega e romana

A dança pagã

O balé

Page 96:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

97

7º ANO

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Classificação das vozes no canto

A utilização dos instrumentos nas músicas

populares

Os diferentes instrumentos utilizados nas

músicas populares

A intensidade como forma intencional

dentro das músicas

Conjuntos populares: Choro, Bossa Nova,

Bandas de Rock

Composições

Ritmo

Melodia

Escala

Gêneros: folclórico,

indígena, popular e

étnico

Técnicas: vocal,

instrumental e mista

improvisação

Diferentes ritmos brasileiros

Deferentes músicas e cantores brasileiros

Maiores e menores

Canções folclóricas, cantigas de roda

O cânone vocal

Movimentos e

Períodos

Música popular e

étnica (ocidental e

oriental)

A história da MPB

A música dos povos

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Ponto A importância do ponto e sua utilização

Page 97:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

98

Elementos Formais

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

nas artes gráficas, combinação das cores

através dos pontos

Tipos de linhas, utilização na atualidade,

Op Arte

Orgânica, inorgânica e gráfica e onde são

encontradas

A forma nas artes gráficas, propaganda

impressa

A utilização na pintura- Cubismo

Bidimensional e tridimensional

Teoria da cor e a sua utilização na pintura

moderna

Propriedades da luz

A luz como elemento primordial nas artes

visuais

Composições

Proporção

Tridimensional

Figura e fundo

Abstrata

Perspectiva

Gravura

Planos em uma pintura

Escultura clássica e moderna

Dentro das pinturas nos diferentes

períodos

Contexto social do surgimento da arte

abstrata

Artistas e técnica utilizada

Introdução à perspectiva cônica e paralela

A história da gravura e os diferentes tipos

de gravuras

Page 98:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

99

Gênero: Paisagem,

retrato e natureza

morta

Desenho de observação

Movimentos e

Períodos

Arte Indígena

Arte Popular

Brasileira e

Paranaense

Renascimento

Barroco

Os diferentes povos indígenas brasileiros

e suas culturas

O artista popular e autodidata

Artistas de destaque e suas obras

Técnicas de pintura

Perspectiva com ponto de fuga

A arte em função da religião

O barroco mineiro

ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Personagem:

expressões

corporais, vocais,

gestuais e faciais

Ação

Espaço

Criação de personagem

Exploração cênica do personagem

Planos na representação

O teatro itinerante

Composições

Representação,

leitura dramática ,

cenografia.

A construção de cenários

Page 99:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

100

Técnicas: jogos

teatrais, mímica,

improvisação,

formas animadas

Gêneros: Rua e

arena,

caracterização

Teatro de sombras

Teatro de fantoches

O teatro cego

Movimentos e

Períodos

Comédia dell” arte

Teatro Popular

Brasileiro e

Paranaense

Teatro Africano

Histórico e técnicas

Locais de manifestação

Técnicas utilizadas

Principais autores, artistas e trabalhos

Manifestação da cultura

O culto e os rituais

ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Espontaneidade de movimentos

Diferentes andamentos

Delimitação do espaço da dança

Ponto de Apoio

Rotação

Coreografia

Salto e queda

Passos

O giro (completo, duplo, meio giro)

Criação de coreografias

Page 100:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

101

Composições

Peso (leve e

pesado)

Fluxo (livre,

interrompido e

conduzido)

Lento rápido e

moderado

Níveis (alto, médio

e baixo)

Formação

Direção

Gênero: folclórica,

popular e étnica

A dança de casais e individuais

Danças folclóricas

Movimentos e

Períodos

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Cantigas de roda

Danças típicas, populares de diferentes

regiões

Fandango

A importância da dança para a cultura

A dança como rito

8º ANO

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Altura Tonalidades mais usadas nas músicas

Page 101:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

102

Elementos Formais

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

POP'S

A intenção psicológica da duração das

músicas

Tipos de instrumentos utilizados na

música POP

Sintetizadores

Decibéis, som automotivo

Diferentes combinações tímbricas

utilizadas nas músicas

Composições

Ritmo

Melodia

Harmonia

Tonal, modal e a

função de ambos

Técnicas: vocal,

instrumental e mista

POP e Dance

Qualidade melódica nas músicas

populares

Tipos de instrumentos utilizados nas

músicas POP'S

Análise de músicas POP'S Nacionais e

internacionais

Composição de canções

Movimentos e

Períodos

Industria Cultural

Eletrônica

Minimista

Rap, Rock e Tecno

O rendimento financeiro dos artistas

Artistas que utilizam deste estilo

Studio fonográfico

Como se produz, princípios, apreciação

Clip's

ÁREA ARTES VISUAIS

Conteúdos

Estruturantes

Conteúdos

Básicos

Conteúdos Específicos

Ponto

Pop Art

Page 102:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

103

Elementos Formais

Linha

Textura

Forma

Volume

Superfície

Cor

Luz

A utilização das formas geométricas

Papel reciclado

Quadriláteros

Arquitetura moderna

A influência das cores no consumo

A importância da luz na visualização das

cores

Composições

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Estilização

Deformação

Técnicas: desenho,

fotografia,

audiovisual e mista

A repetição de temas em diferentes estilos

e épocas

Claro e escuro na pintura

Geometrização

Artistas modernos

Expressionismo

Montagem e colagem

Movimentos e

Períodos

Industria Cultural

Arte no Século XX

Pop Art

Os “Ismos” da arte moderna

Page 103:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

104

Arte

Contemporânea

Arte Conceitural

ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Personagem:

expressões

corporais, vocais,

gestuais e faciais

Ação

Espaço

Dramatização com diferentes enfoques

Leitura dramática

Planos de representação

Experimentação de diferentes espaços

Composições

Representação no

Cinema e Mídias

Texto Dramático

Maquiagem

Sonoplastia

Roteiro

Técnicas: jogos

teatrais, sombra

adaptação cênica

Cinema mudo

Teatro grego

Construção de personagem

Experimentação de diferentes músicas e

sons

Construção de texto para teatro, a partir de

uma sinopse

Jogos de improviso e interpretação

Movimentos e

Períodos

Industria Cultural

Realismo

O teatro amador e profissional

O teatro do cotidiano

Page 104:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

105

Expressionismo

Cinema Novo

O teatro político e de protesto

Teatrokê

A interação da platéia

ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Movimentos espontâneos e dirigidos

Diferentes andamentos

Delimitação do espaço na dança

Composições

Giro

Rolamento

Saltos

Aceleração e

desaceleração

Direções (frente,

atrás, direita e

esquerda)

Improvisação

Coreografia

Sonoplastia

Gênero: Indústria

Giro completo, duplo e meio giro

Impulso para o salto

Andamento da música articulado com a

dança

Criação de coreografias apreciação de

coreografias já existentes

Diferentes estilos musicais

A dança no teatro e na ópera

Page 105:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

106

Cultural e

espetáculo

Movimentos e

Períodos

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultural

Dança Moderna

Histórico e grupos

Os musicais da TV e do teatro

9º ANO

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Sons graves, médios e agudos

Som longo e curto- A duração das

canções

Instrumentos utilizadas nas canções de

protesto

Som forte, fraco como função ideológica

Contrastes de densidades nas canções de

protesto

Ritmo

Melodia

Ritmos mais frequentes nas canções de

protesto

Qualidade e intensionalidade nas canções

Page 106:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

107

Composições

Harmonia

Tonal, modal e a

função de ambos

Técnicas: vocal,

instrumental e mista

Gêneros: popular,

folclórico e étnico

da década de 1960

Instrumentos e combinações nas canções

de protesto

Apreciação e análise de canções

Apreciação e análise das canções da

década de 1960

Diferenciação e análise das canções

folclóricas e populares

Movimentos e

Períodos

Música Engajada

Música Popular

Brasileira

Música

Contemporânea

A música da década de 1960 e os festivais

O samba e a Bossa nova

Histórico e principais artistas

Novos cantores e compositores

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Linha

Forma

Textura

Volume

Perspectiva cônica, ponto de fuga

Decomposição da forma

Diferentes tipos de suportes para pintura

Perspectiva paralela

Page 107:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

108

Superfície

Cor

Luz

Planos em uma paisagem

Mescla aditiva e subtrativa

A variação da cor em contato com os

diferentes tipos de luzes

Composições

Bidimensional

Tridimensional

Figura-fundo

Ritmo Visual

Técnicas: pintura e

grafite

Gêneros: paisagem

urbana, cenas do

cotidiano

Anamorfose e alteração de superfície

Arte fractal

A figura como fundo e o fundo como figura

no Dsign gráfico

O infinito dentro de um espaço finito

Aquarela e acrílica

Arte surrealista

Movimentos e

Períodos

Realismo

Vanguarda

Muralismo e Arte

Latino Americana

Hip Hop

Na antiguidade e moderna

Cubismo

Temas e origens

O grafite como forma de arte

ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS CONTEÚDOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Page 108:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

109

ESTRUTURANTES BÁSICOS

Elementos Formais

Personagem:

expressões

corporais, vocais,

gestuais e faciais

Ação

Espaço

A construção de personagem

Personalidade do personagem

Exploração de diferentes espaços cênicos

Composições

Técnicas:

Monólogo, jogos

teatrais, direção,

ensaio, Teatro

Fórum

Dramaturgia

Cenografia

Sonoplastia

Iluminação

Figurino

Construção de minipeças

Companhias teatrais

A produção profissional e amadora

Movimentos e

Períodos

Teatro Engajado

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro do Absurdo

Vanguardas

O teatro como transmissão de ideologia e

formação política

O teatro na conscientização popular

O teatro enquanto ferramenta de protesto

Reconhecimento e diferenciação dos tipos

de teatro

ÁREA DANÇA

Page 109:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

110

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Espontâneo e dirigido

Diferentes andamentos

Delimitação do espaço na dança

Composições

Kinesfera

Ponto de Apoio

Peso

Quedas

Saltos

Giros

Rolamentos

Extensão (perto e

longe)

Coreografias

Deslocamento

Gênero:

performance e

moderna

Impulso para o salto

Giro completo, duplo e meio giro

Diferentes estilos musicais

Criação de coreografias apreciação de

coreografias já existentes

Movimentos e

Períodos

Vanguardas

Dança Moderna

Dança

Contemporânea

Festivais de dança

Funcionamento

Page 110:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

111

1ª SÉRIE

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Sons graves, médios e agudos

Som longo e curto- A duração das

canções

Instrumentos utilizadas nas canções

populares

Som forte, fraco

Contrastes de densidades nas

canções populares

Composições

Ritmo

Melodia

Harmonia

Escalas: Modal, Tonal e

fusão de ambas

Gêneros: erudito,

clássico, popular, étnico,

folclórico, pop...

Técnicas: vocal,

instrumental, eletrônica,

informática e mista

Improvisação

Ritmos mais frequentes nas canções

populares

Intensionalidade vocal nas canções

folclóricas

Função social das canções folclóricas

brasileiras

Instrumentos e combinações nas

canções folclóricas brasileiras

Apreciação e análise comparativa de

canções folclóricas, MPB e clássicos

Movimentos e

Períodos

Música popular

Brasileira

Música Paranaense

Indústria cultural

Engajada

Vanguarda

A história da música popular brasileira

a partir da década de 1950

O samba e a Bossa nova

Histórico e principais artistas

Page 111:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

112

Ocidental

Oriental

Africana

Latino-Americana

As canções de protesto da década de

1960

Novos cantores e compositores

brasileiros

A influência da música latino-

americana no Brasil

A influência da música africana na

música brasileira

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Ponto

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

Perspectiva cônica, ponto de fuga

A perspectiva no Renascimento

O desenvolvimento da perspectiva no

decorrer da história da arte

Perspectiva paralela

Distorção da forma

Planos em uma paisagem

Mescla aditiva e subtrativa da cor

A utilização da cor na Pop Art

As formas geométricas nas

construções arquitetônicas

A utilização da linha na arquitetura

moderna

Composições

Bidimensional

Tridimensional

Figura e fundo

Figurativo

Anamorfose e alteração de superfície

A figura e o fundo nas pinturas

Page 112:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

113

Abstrato

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo visual

Simetria/Assimetria

Deformação

Estilização

Técnicas aplicadas:

pintura, desenho,

modelagem, instalação,

performance, fotografia,

gravura e escultura,

história em quadrinhos.

Gêneros: paisagem,

natureza-morta, cenas

do cotidiano, histórica,

religiosa, da mitologia.

A representação do infinito dentro de

um espaço finito

O belo e o feio nas artes visuais

Contrastes temáticos, cores, luz e

sombra e cores

Histórico, principais artistas e técnicas

da Arte barroca europeia e brasileira

Movimentos e

Períodos

Arte Ocidental

Arte Oriental

Arte Africana

Arte Brasileira

Arte Paranaense

Arte Popular

Arte de Vanguarda

Industria Cultural

Arte Contemporânea /

Arte conceitural

Arte Latino-Americana

A antiguidade clássica: Esculturas,

arquitetura, ideal de beleza

Principais representações do espaço

nas artes chinesa e japonesa

As máscaras como ritual na arte

africana

Principais representantes da arte

paranaense

Artistas populares, artista de rua

As vanguardas da arte brasileira,

principais artistas a semana de 22

A massificação da arte, a arte como

produto

O grafite Mexicano

Page 113:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

114

ÁREA TEATRO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Personagem

Expressões corporais,

vocais, gestuais e

faciais

Ação

Espaço

Construção de personagem

Personalidade do personagem

Exploração de diferentes espaços

cênicos

Jogos de improviso

Criação de cenários

Composições

Teatro direto e indireto,

mímica, ensaio, Teatro-

Fórum

Roteiro

Encenação e leitura

dramática

Gênero: Tragédia,

Comédia, Drama e

Épico

Dramaturgia

Representação nas

mídias

Direção

Produção

Construção de mini-peças

Companhias teatrais

A produção teatral profissional e

amadora

Jogos teatrais

Caracterização, sonoplastia, figurino e

iluminação

Encenação de peças teatrais prontas

de autores diversos

A mímica como forma de

representação cênica

Movimentos e

Períodos

Teatro Greco-Romano

Teatro Medieval

Teatro Brasileiro

Teatro Paranaense

Teatro Popular

Industria Cultural

Teatro Engajado

Teatro Dialético

Espaço cênico, máscaras no teatro

grego personagens

O teatro como transmissão de

ideologia, religião e formação política

O teatro como ferramenta na

conscientização política popular

O teatro como instrumento de protesto

Reconhecimento e diferenciação dos

Page 114:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

115

Teatro Essencial

Teatro do Oprimido

Teatro de Vanguarda

Teatro Renascentista

Teatro Latino-Americano

Teatro Realista

Teatro Simbolista

tipos de teatro

Atores da indústria cultural

O teatro como instrumento de resgate

da cidadania em comunidades

carentes

O teatro como entretenimento

A utilização do teatro em sociedades

dominantes, para conquista e

manutenção do poder

A representação teatral natural no

cotidiano

ÁREA DANÇA

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Elementos Formais

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Espontâneo e dirigido

Diferentes andamentos

Delimitação do espaço na dança

Composições

Kinesfera

Fluxo

Peso

Eixo

Salto e Queda

Giro

Rolamento

Movimentos articulares

Lento, Rápido e

Moderado

Aceleração e

desaceleração

Impulso para o salto

Giro completo, duplo e meio giro

Diferentes estilos musicais

Criação de coreografias apreciação

Page 115:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

116

Níveis

Deslocamento

Direções

Planos

Improvisação

Coreografia

Gêneros: Espetáculo,

industria cultural, étnica,

folclórica, populares e

de salão.

de coreografias já existentes

A escolha da música para criação de

coreografias

A criação espontânea de danças nas

diferentes culturas

Movimentos e

Períodos

Pré-história

Greco-Romana

Renascimento

Dança Clássica

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Hip – Hop

Industria Cultural

Dança Moderna

Vanguardas

Dança Contemporânea

As danças como ritual

mágico/religioso

A dança como entretenimento

As danças juninas

Festivais de dança

Principais tipos de danças de rua

As danças nos rituais indígenas

Danças folclóricas e agremiações

(grupos folclóricos, CTG's, danças de

rua)

O gestual das danças

contemporâneas

8.3.4. Metodologia

Para que um bom trabalho seja desenvolvido junto aos alunos, de acordo com

a DCE de Arte (2008, p. 69), o professor deverá ao preparar as aulas

(...) considerar para quem elas serão ministradas, como, por que e o que será trabalhado, tomando-se a escola como espaço de conhecimento. Dessa forma, devem-se contemplar, na metodologia do ensino da arte, três momentos da organização pedagógica:

Page 116:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

117

• Teorizar: fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a obra artística, bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos artísticos • Sentir e perceber: são as formas de apreciação, fruição, leitura e acesso à obra de arte • Trabalho artístico: é a prática criativa, o exercício com os elementos que compõe uma obra de arte.

Todas as atividades desenvolvidas na disciplina de Arte serão baseadas nas

técnicas de observação, reflexão, interpretação e pesquisa, procurando dar maior

ênfase no trabalho em equipe.

Os conteúdos propostos serão trabalhos através de: produção de desenhos,

trabalhos com argila, apresentação de teatros, preparação e elaboração de

coreografias, filmes (produção de desenhos e sínteses das histórias apresentadas),

pesquisa de alguns temas entre eles história do teatro, vida de alguns artistas

plásticos do Brasil e do mundo.

No desenvolvimento do trabalho com Artes, o professor deverá, por meio de

atividades práticas ou não, apresentar aos alunos as diversas manifestações

artísticas em cada momento histórico, dentro do teatro, da dança, das artes visuais e

da música, proporcionando aos alunos o contato/acesso a diversas obras ou

composições por eles não conhecidas, uma vez que isso não faz parte de seu dia a

dia. Dessa forma o aluno entenderá o processo histórico da “transformação”

artística, fazendo com que o trabalho em sala de aula não fique apenas na produção

sem significado, ou em uma história (teoria) sem sentido, dando aos alunos

condições de extrapolarem os estereótipos existentes em nossa sociedade.

Os conteúdos propostos serão trabalhos conforme orientações das DCE's:

Artes Visuais:

imagens bidimensionais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografia,

propaganda visual;

imagens virtuais: cinema, televisão, computação gráfica, vídeo-arte;

imagens tridimensionais: esculturas, instalações, produções

arquitetônicas.

Dança:

criação de formas de registro gráfico da formação inicial e dos passos

seqüenciais;

uso de diferentes adereços;

Page 117:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

118

proposta de criações, improvisações e execuções coreográficas

individuais e coletivas;

identificação do gênero a que pertence a dança e em que época foi

concebida.

Música:

percepção musical;

organização dos sons no tempo e no espaço;

registro de sons;

produção musical;

interpretação dos sons memorizados, organizados e registrado;

reconhecimento e significação.

Teatro:

descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local, atores, período

histórico da representação;

análise da estrutura e organização da peça, tipo de cenário e sonoplastia,

expressões usadas com mais ênfase pelos personagens e outros

conteúdos trabalhados em aula;

análise da peça sob o ponto de vista do aluno, com sua percepção e

sensibilidade em relação à peça assistida.

Por fim, seguindo as orientação das DCE‟s de Arte (2008, p. 81)

de modo geral para todas as áreas da disciplina recomenda-se, no encaminhamento metodológico, o enfoque nos seguintes trabalhos com os alunos: • manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já executam, para que sistematizem com mais conhecimentos suas próprias produções; • produção e exposição de trabalhos artísticos, a considerar a formação do professor e os recursos existentes na escola.

8.3.5. Avaliação

Page 118:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

119

A avaliação será diagnóstica e processual, no sentido de perceber ao longo

das atividades o crescimento artístico e o envolvimento do aluno, conforme exposto

na DCE de Arte

a concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nestas Diretrizes Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação da aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas), bem como a autoavaliação dos alunos. (2008, p.81)

Avaliar também consiste em construir uma síntese do que os alunos estão

aprendendo, sem nenhum julgamento, a qual pode ser: descritiva e por meio de

registro. A avaliação descritiva comunica o andamento do processo ensino-

aprendizagem, comparando-se o que o aluno sabia no início do processo e os

saberes que adquiriu durante este movimento. Já na avaliação por registro, tudo o

que é vivenciado e produzido pelo aluno é registrado de forma concreta e material,

por exemplo: fotos, portfólio, obras artísticas produzidas e gravações de vídeo e

áudio, entre outras. Logo, a avaliação consistirá na observação e registro do

desenvolvimento do aluno, tomando como pontos de partida, a participação, o

trabalho em grupo, a capacidade para resolver problemas, os registros

sistematizados dos conteúdos, ou seja suas produções, não levando em conta

somente os padrões estéticos, mas sim a superação das dificuldades e a apreensão

dos conteúdos trabalhados.

Toda avaliação das diferentes linguagens artísticas pode ser realizada por

duas formas: a informal e a formal. Na informal, o discente manifesta os conteúdos

escolares que foram aprendidos e o docente os que foram ensinados; e na formal, o

docente seleciona os conteúdos trabalhados e verifica se houve ou não

aprendizagem pelo discente, e para tal utiliza-se de diversos instrumentos de

avaliação, tais como: ficha de registro e de observação, dramatização, auto-

avaliação, relatos, vivências, sínteses, etc.

Assim, a avaliação em Arte superara o papel de mero instrumento de mediação da apreensão de conteúdos, busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o aluno. Sendo processual e sem estabelecer parâmetros comparativos entre os mesmos, estará discutindo dificuldades e progressos de cada um a partir da sua própria produção. Assim sendo,

Page 119:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

120

considerará o desenvolvimento do pensamento estético, levando em conta a sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade. (DCE DE ARTE, 2008, p. 81)

Mas como sabemos se o aluno aprendeu? De que forma ele expressa esta

aprendizagem? Para responder tais questões, torna-se necessário que critérios de

avaliação sejam estabelecidos, para que haja clareza dos conteúdos que o aluno

apreendeu ou não, e daqueles que está a caminho de apreender ou não, desde que

o foco esteja no processo e não no resultado da práxis pedagógica artística. Assim,

o aluno expõe os diferentes níveis de apropriação e aprofundamento que efetivou ou

não, e que pode vir a realizar. Como critérios de avaliação, destacam-se:

ÁREA CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Música

Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a

música e sua relação com o movimento artístico no qual se

originaram.

Desenvolvimento da formação dos sentidos rítmicos e de

intervalos melódicos e harmônicos.

Compreensão das diferentes formas musicais populares, suas

origens e práticas contemporâneas.

Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de

composição musical.

Compreensão das diferentes formas musicais no Cinema e nas

mídias, sua função social e ideológica de veiculação e

consumo.

Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de

composição musical nas mídias relacionadas à produção,

divulgação e consumo.

Compreensão da música como fator de transformação social.

Produção de trabalhos musicais, visando atuação em sua

realidade singular e social.

Compreensão dos elementos que estruturam e organizam as

artes visuais e sua relação com o movimento artístico no qual

se originaram.

Page 120:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

121

Artes Visuais

Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de

composição visual.

Compreensão das diferentes formas artísticas populares, suas

origens e práticas contemporâneas.

Compreensão das artes visuais em diversos no Cinema e nas

mídias, sua função social e ideológica de veiculação e

consumo.

Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de

composição das artes visuais nas mídias, relacionadas à

produção, divulgação e consumo.

Compreensão da dimensão das Artes Visuais enquanto fator

de transformação social.

Produção de trabalhos, visando atuação em sua realidade

singular e social.S ESTRUTURANTESAGEM

Teatro

Compreensão dos elementos que estruturam e organizam o

teatro e sua relação com os movimentos artísticos nos quais se

originaram.

Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de

composição teatrais.

Compreensão das diferentes formas de representação

presentes no cotidiano, suas origens e práticas

contemporâneas.

Compreensão das diferentes formas de representação no

Cinema e nas mídias, sua função social e ideológica de

veiculação e consumo.

Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de

composição da representação nas mídias; relacionadas à

produção, divulgação e consumo.

Compreensão da dimensão ideológica presente no teatro e o

teatro enquanto fator de transformação social.

Criação de trabalhos teatrais, visando atuação em sua

realidade social.

Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a

Page 121:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

122

Dança

dança e sua relação com o movimento artístico no qual se

originaram.

Apropriação prática e teoria de técnicas e modos de

composição da dança.

Compreensão das diferentes formas de dança popular, suas

origens e práticas contemporâneas.

Compreensão das diferentes formas de dança no Cinema,

Musicais e nas mídias, sua função social e ideológica de

veiculação e consumo.

Apropriação prática e teoria das tecnologias e modos de

composição da dança nas mídias relacionadas à produção,

divulgação e consumo.

Compreensão da dimensão da dança enquanto fator de

transformação social.

Produção de trabalhos com dança, visando atuação em sua

realidade social.

8.3.6. Referências

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretrizes Curriculares da Educação

Básica - Arte. Curitiba: SEED, 2008.

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123

8.4. BIOLOGIA

8.4.1. Apresentação da disciplina

A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA.

A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm sua origem

registrada desde a Antiguidade. As ideias deste período que contribuíram com o

desenvolvimento da Biologia, tiveram como principais pensadores e estudiosos, os

filósofos Platão (428/27 a.C. - 347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), que,

deixaram contribuições relevantes quanto à classificação dos seres vivos. As

interpretações filosóficas buscavam explicações para compreensão da natureza.

Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das

diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o ensino,

buscou-se na História da Ciência os contextos históricos nos quais pressões

religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram mudanças conceituais

no modo como o homem passou a compreender a natureza.

Nesse período longo e conturbado, surgiram novas contribuições para as

Ciências Biológicas(ciência de referência), porém muitos naturalistas se mantêm sob

a influência do paradigma aristotélico. Carl von Linné (1707-1778), fundador do

sistema moderno de classificação científica dos organismos, em sua obra “Systema

Naturae” (1735), propõe a organização dos seres vivos a partir de características

estruturais, anatômicas e comportamentais, “mantendo a visão de mundo estático

idêntico em sua essência à criação perfeita do Criador” (FUTUYAMA, 1993, p. 2),

classificando os seres vivos, mas mantendo o princípio da criação divina.

Com Linné, o sistema descritivo possibilitou a organização da Biologia

considerando a comparação das espécies coletadas em diferentes locais. Esta

tendência reflete a atitude contemplativa interessada em retratar a beleza da

natureza partindo da exploração empírica do mundo natural pautado por um método

baseado na observação e descrição da natureza, caracterizando o pensamento

biológico descritivo.

Neste contexto do pensamento descritivo, conceitua-se VIDA "como

expressão da NATUREZA idealizada pelo sujeito racional" (RUSS, 1994, p. 360-

363).

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124

Em meio a tantas mudanças, contributos foram dados pelo médico Willian

Harvey (1578-1657) com a proposição de um novo modelo referente à circulação do

sangue. Este modelo, não o método, foi acolhido por Descartes (1596-1650) como

uma das bases mais consistentes do pensamento biológico mecanicista.

Sob a influência do pensamento positivista reafirma-se o pensamento

mecanicista. Para entender o funcionamento da VIDA a Biologia fracionou os

organismos vivos em partes cada vez mais especializadas e menores procurando

compreender as relações causa e efeito no funcionamento de cada uma de suas

partes. No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de

Mendel provocando uma revolução conceitual da biologia. Esta concepção contribui

para a construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos vinculando-

os ao material genético, marcando a influência do pensamento biológico

evolutivo.

Um novo modelo explicativo passa a ser visto a partir do pensamento

biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em

compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes

alterações biológicas.

Os momentos históricos apontados têm como finalidade representar como se

deu a construção do pensamento biológico, identificando os recortes históricos

importantes para fundamentar a proposição dos conteúdos estruturantes de

Biologia.

Entretanto, para a Ciência, e em especial para a BIOLOGIA, esta construção

ocorre a partir de movimentos não-lineares, com momentos de crise, de revoluções,

de mudanças de paradigmas, de questionamentos conflitantes, de busca constante

por explicações sobre o fenômeno VIDA.

Sendo assim, organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da

história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer compreensão dos

contextos em que a disciplina de Biologia é contemplada nos currículos escolares.

Na realidade escolar brasileira, os procedimentos próprios do Ensino de

Ciências ficaram reduzidos a transmissão de um único método científico, consistente

no conjunto de passos perfeitamente definidos e aplicados de modo mecanicista,

ensinando o aluno a pensar e agir como cientistas, numa visão positivista de

Ciência. Esta escola ainda estava voltada para atender os filhos da elite cultural

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125

brasileira, iniciando o deslocamento do foco da formação humanista para a

científica.

ARROYO (1988, p. 5), afirma que:

"No final da década de sessenta e início da década de setenta, fez-se uma crítica rígida ao saber transmitido no sistema escolar brasileiro. Tratava-se com desprezo o chamado saber tradicional, visto como livresco, humanista, metafísico, apropriado a uma república de bacharéis diletantes e improdutivos. Propunha-se um saber moderno, técnico-científico, útil, prático, capaz de formar profissionais e trabalhadores eficientes para uma sociedade produtiva".

Sob o impacto da revolução científico-técnica, na década de 70, as questões

ambientais decorrentes da industrialização desencadearam uma nova concepção

sobre o Ensino de Ciências. Passou-se a discutir as implicações sociais do

desenvolvimento científico.

O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a

promulgação da segunda LDB, Lei 5692/71, que fixava Diretrizes e Bases do Ensino

de 1 º e 2 º graus. Essa lei trazia alterações no sentido de conter os aspectos liberais

constantes na lei anterior, estabelecendo um ensino tecnicista para atender ao

regime vigente voltado para a ideologia do Nacionalismo Desenvolvimentista

(AGOSTINI, 2000).

O Ensino de Ciências é reorganizado. “A escola secundária deve servir agora

não mais à formação do futuro cientista ou profissional liberal, mas principalmente

ao trabalhador, peça essencial para responder às demandas do desenvolvimento”

(KRASILCHIK, 1987. p.18).

Em meio à crise dos anos 80 começaram a surgir várias críticas às

concepções que prevaleciam nos projetos inovadores para o Ensino de Ciências. O

ponto central desta revisão é a respeito da ideia de Ciência positivista e da utilização

da metodologia científica pelo aluno. Os projetos caracterizavam-se por uma

concepção empírico-indutivista para a Biologia, e visavam desenvolver essa

concepção no ensino.

Os conteúdos de Biologia eram aprendidos com base na observação, a partir

da qual, os mesmos poderiam ser explicados por raciocínios lógicos comprovados

pela experimentação. A experimentação garantia também a descoberta de novos

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126

fatos, de forma que o ciclo se fechava: voltava-se à observação, depois ao

raciocínio, depois à experimentação.

Surge no Brasil um novo campo de pesquisa sobre a aprendizagem dos

conceitos científicos, envolvendo a psicogênese dos conceitos e suas implicações

na aprendizagem das ciências. Decorrente dele, nos anos 80 surge no Brasil um

novo, utilizando a análise do processo de produção do conhecimento na ciência

como fonte de inspiração para a proposição de modelos de aprendizagem.

Em virtude das críticas ao contexto educacional, ao findar os anos 80 e iniciar

os anos 90, no Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação propõe o

Programa de Reestruturação do Ensino de 2.º Grau. A proposta, apresentada para o

ensino teve como referencial teórico à pedagogia histórico-crítica. Este novo

programa analisava as relações entre escola-trabalho-cidadania.

Para o ensino da Biologia, a proposta estabelece seis temas que envolviam

as diferentes ciências de referência desta disciplina e algumas noções do

desenvolvimento científico e tecnológico. Este documento tinha por finalidade a

busca de uma alternativa metodológica para o ensino de Biologia, oportunizando aos

professores e alunos a uma visão totalizante da Biologia.

Tal proposta, apesar da tentativa de superação do ensino tradicional e

tecnicista com a pedagogia histórico-crítica, apresentava os conteúdos ainda

divididos por blocos tradicionais do livro didático, reunidos em temas geradores. A

visão de totalidade caracterizava o "conteudismo" dos conhecimentos da biologia.

Em 1998 foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o

Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB 03/98), para normatização da LDB

9394/96. O ensino passou a ser organizado por áreas de conhecimento, ficando a

Biologia disposta na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

Os conhecimentos da Biologia expressos no PCN apontaram como objeto de

estudo da disciplina o fenômeno vida em toda sua "diversidade de manifestações",

porém os conceitos básicos da Biologia são apresentados de forma reducionista,

com ênfase nos resultados da Ciência e omissão do seu processo de produção, sem

a abordagem histórica, permitindo uma pedagogia de projetos para assuntos que

não contemplam o conjunto de conhecimentos historicamente construídos para a

Biologia (MOREIRA, 1991; BIZZO, 2000; NARDI, 2002).

Partindo-se da dimensão histórica da disciplina de Biologia, nas Diretrizes

Curriculares foram identificados os marcos conceituais da construção do

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127

pensamento biológico. Estes marcos foram utilizados como critérios para escolha

dos Conteúdos Estruturantes e dos Encaminhamentos Metodológicos. Cabe

ressaltar que a importância desta compreensão histórica e filosófica da Ciência está

em conformidade com o atual contexto sócio-econômico e político, estabelecido a

partir da compreensão da concepção de Ciência enquanto construção humana.

8.4.2. Objetivos

Em um momento de transição paradigmática como o atual, a disciplina de

Biologia questiona exatamente aquilo que a fundamenta: a vida. Diante dos

conceitos que tentam definir este fenômeno,as teorias biológicas rendem-se diante

da sua complexidade, ainda não totalmente desvendada e mudam seu foco, que

antes era a própria vida para agora ser o estudo das mais variadas formas de vida.

Desde as mais elementares até o intrincado agrupamentamento espécies num

ecossistema.

Os processos mantenedores da vida são resultado de um entrelaçamento de

relações químicas e estruturais em constante fluidez,um equilíbrio dinâmico cujo

único objetivo é preservar e perpetuar as espécies paradigma isso, há uma

sucessão de acontecimentos que ocorrem concomitantemente e que já foram muito

estudados, porém de forma isolada, especializada.

Diante da complexidade do mundo, repleto de contradições em sociedades

múltiplas e heterogêneas, a Biologia revela mais uma incerteza: o próprio modelo

vital, inconstante e imprevisível

Sendo os elementos vitais os únicos capazes de utilizar a complexidade da

vida para mantê-la, por que não aprender com a natureza a fim de que se atingir a

tão desejada sustentabilidade? Afinal, a sustentação da vida é o objetivo de todo

ser, inclusive da própria humanidade e nada adiantaria a aprendizagem se não

houvesse a vida para manter.

Para justificar e compreender o conjunto dos procedimentos envolvidos no

fenômeno vida, que necessita de uma abordagem capaz de reunir o máximo

possível de elementos, contextos, interações para criar uma trama. Esta abordagem

visa atingir a reflexão e compreensão do processo biológico como um todo,

interdependente, onde a soma das partes é maior que do o todo.

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128

O ensino da biologia mais flexível com a possibilidade de análise e

experimentação permanentes, perpassando por diferentes momentos da construção

do conhecimento biológico.

Os alunos serão levados a produzir este conhecimento utilizando diferentes

fontes de pesquisa, da experimentação, da observação da natureza, desde suas

formas mais simples até as mais complexas, de análises, de forma que estes

busquem respostas, para os desafios formulados a recriação de conceitos e o

questionamento dos já construídos. E para que este saber tenha um significado

pragmático, é preciso efetivar a teoria em ações relevantes para a manutenção e

qualidade da vida, e levar esse conhecimento para subsidiar as práticas sociais com

as soluções locais.

É desta forma que os conteúdos são trabalhados, com a compreensão dos

elementos e processos biológicos, desenvolvidos com os conceitos de ciências

naturais condensadas para explicar o fenômeno vida e seus processos evolutivos,

bem como as possibilidades de transformação de forma sustentável.

Cabe ao professor induzir a criação de tecnologias inspiradas nos agentes

orgânicos como modelos de sustentabilidade. O professor não é um agente

determinante do processo de comunicação e sim um facilitador e instigador deste

processo de conhecimento. Assim será possível subverter a lógica da exclusão

através do conhecimento aplicado na manutenção da vida com toda a sua

exuberância. O trabalho do professor será o de iluminar o caminho a ser percorrido

através de questionamentos desafiantes, que instiguem a curiosidade e a vontade

de conhecer para criar.

Com esse processo surgem as hipóteses e as possibilidades de respostas a

desafios lançados que permitem o repensar e propiciam uma melhor qualidade de

vida aos alunos e à comunidade.

O respeito às diversidades cultural, social e biológica dão significado à

transgressão da lógica curricular: transformar a sociedade do consumo desenfreado

em uma sociedade pautada pela ética do cuidado com o outro. O conhecimento

contextual e global sugerido por esta abordagem, leva a soluções sistêmicas para os

problemas gerados pela própria espécie humana, única capaz de transformar o

ambiente. Somente esta espécie pode reverter esta situação criada por ela mesma

e esta reversão só poderá ser proporcionada pelo conhecimento aplicado, dando

real significado ao aprendizado. Caso o conhecimento construído em sala de aula,

Page 128:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

129

revele a compreensão desse contexto atual e permita as mudanças de atitude

necessárias, o objetivo educacional estará cumprido: a preservação da vida.

8.4.3. Conteúdos

1ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos

Seres Vivos

Mecanismos

Biológicos

Biodiversidade

Manipulação

Genética

Classificação dos

seres vivos: critérios

taxonômicos e

filogenéticos.

Sistemas biológicos:

anatomia,

morfologia e

fisiologia.

Mecanismos de

desenvolvimento

embriológico.

Mecanismos

celulares biofísicos

e bioquímicos.

Teorias evolutivas.

Transmissão das

características

hereditárias.

Características dos seres vivos

Composição química e organização da

matéria viva

Metabolismo, homeostase, movimento,

reação, crescimento, reprodução,

adaptação

Níveis de organização em biologia

Breve histórico da Biologia

o As origens da Biologia

o Biologia e as grandes questões atuais

A investigação científica

o Método hipotético-dedutivo em

ciência, teste de hipóteses através da

experimentação

As principais subdivisões da Biologia

A origem da vida

o Biogênese versus abiogênese: os

experimentos de Redi; Pasteur e a

derrubada da abiogênese

o A origem dos primeiros seres vivos

Citologia: a descoberta da célula

o Histórico e os primeiros citologistas

Page 129:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

130

Dinâmica dos

ecossistemas:

relações entre os

seres vivos

interdependência

com o ambiente.

Organismos

geneticamente

modificados.

o Noções de microscopia: microscópio

óptico e eletrônico

o Células eucariontes e procariontes

Química da célula

o Água: importância e propriedades

o Sais minerais: importância, tipos e

propriedades

o Carboidratos: tipos e funções

o Lipídios: tipos e funções, lipídios e

membrana celular

o Proteínas: tipos, funções,

aminoácidos, função enzimática,

enzimas (atuação, fatores que afetam

a atividade das enzimas). Proteínas

simples e conjugadas

o Ácidos nucléicos: tipos de ácidos

nucléicos, DNA e RNA

o Vitaminas: importancia e fontes

naturais

Envoltórios e membranas celulares

o Glicocálix

o Parede celular

o Membrana plasmática

o Organização molecular da membrana

plasmática: O MODELO MOSAICO-

FLUIDO

o Permeabilidade da membrana

plasmática: difusão, osmose, difusão

facilitada e transporte ativo

o Fagocitose e pinocitose

Page 130:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

131

O citoplasma

o Citosol

o Retículo endoplasmático rugoso e liso

o Aparelho de Golgi

o Lisossomos

o Peroxissomos

o Mitocôndrias

o Plastos

o Citoesqueleto

o Centríolos, cílios e flagelos

O núcleo

o Componentes do núcleo: membrana

nuclear, cromatina, nucléolos;

o A estrutura do cromossomo

o Cromossomos homólogos

o Cromossomos gigantes

Divisão celular

o Mitose: ciclo, fases

o Meiose: processo geral, primeira

divisão, segunda divisão; formação de

gametas

Metabolismo energético

o Fotossíntese

o Quimiossíntese

o Fermentação;

o Respiração: aeróbica e metabolismo

anaeróbico

Diversidade celular nos animais:

histologia (estudo dos tecidos)

Page 131:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

132

o Como se formam os tecidos

o Tipos fundamentais de tecidos:

epitelial, conjuntivo, muscular,

nervoso.

Reprodução

o Sexuada e assexuada

o Fecundação

o Embriologia

Ecologia

o A dinâmica dos ecossistemas

o Populações e comunidades

o Comunidades em desenvolvimento

o A biosfera e os biociclos

o Os seres vivos e suas relações

o Os ciclos biogeoquímicos

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos

Seres Vivos

Mecanismos

Biológicos

Classificação dos

seres vivos: critérios

taxonômicos e

filogenéticos.

Sistemas biológicos:

anatomia,

morfologia e

fisiologia.

A classificação biológica

o Importância da classificação

o Categorias taxonômicas

o Nomenclatura binomial

o Os reinos dos seres vivos

o Classificação e parentesco evolutivo:

filogenia e evolução

Os vírus

o Características gerais

o Estrutura e diversidade

Page 132:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

133

Biodiversidade

Manipulação

Genética

Mecanismos de

desenvolvimento

embriológico.

Mecanismos

celulares biofísicos

e bioquímicos.

Teorias evolutivas.

Transmissão das

características

hereditárias.

Dinâmica dos

ecossistemas:

relações entre os

seres vivos

interdependência

com o ambiente.

Organismos

geneticamente

modificados.

o Reprodução

o Doenças provocadas por vírus

Reino Monera

o Diversidade e classificação:

arqueobactérias e eubactérias

o Estrutura celular

o Diversidade nutricional das

eubactérias: respiração e fermentação

o Reprodução

o Importância ecológica e econômica

o Doenças provocadas por bactérias

(antibióticos)

Reino Protista

o Características gerais e classificação

o ALGAS: características, classificação,

reprodução, importância ecológica e

econômica

o PROTOZOÁRIOS: características

gerais e diversidade

o Classificação: principais FILOS e suas

características

o Reprodução

o Doenças causadas por protozoários

Reino Fungi

o Características gerais e diversidade

o Estrutura e organização

o Classificação: principais classes

o Reprodução: assexuada e sexuada

o Importância ecológica e econômica

o Fungos e substâncias de uso

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134

farmacêutico

Reino Plantae

o Origem e evolução das plantas

o Classificação:

A – criptógamas

B – fanerógamas

A) CRIPTÓGAMAS

o Avasculares:

Briófitas: características gerais,

diversidade, reprodução.

o Vasculares:

Pteridófilas: características

gerais, diversidade, reprodução

B) FANERÓGAMAS

o Características gerais

o Origem e evolução, adaptações

o Gimnospermas: características gerais

e reprodução

o Angiospermas: características gerais,

estudo da raiz, caule, folha, flor, fruto

e semente: classificação:

monocotiledôneas e dicotiledôneas;

anatomia e fisiologia

Reino Animal

o Origem e evolução

o Características gerais

o Classificação: vertebrados e

invertebrados

o INVERTEBRADOS: características

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135

gerais, anatomia e fisiologia,

reprodução de cada um dos filos

o Filo dos poríferos

o Filo dos cnidários

o Filo dos platelmintos

o Filo dos nematelmintos

o Filo dos moluscos

o Filo dos anelídeos

o Filo dos artrópodos

o Classes: insetos, aracnídeos,

crustáceos, dipeópodos e quilópodos.

o Filo dos equinodermos

o VERTEBRADOS: características

gerais, anatomia e fisiologia,

reprodução para cada uma das

classes do filo dos cordados.

o Filo dos cordados

o Classes: agnatos, condrictes,

osteíctes, anfíbios, répteis, aves e

mamíferos

3ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos

Seres Vivos

Classificação dos

seres vivos: critérios

taxonômicos e

filogenéticos.

Sistemas biológicos:

anatomia,

Genética

o Origem da ciência genética

o Reprodução e hereditariedade

o Base celular da hereditariedade

o A primeira Lei de Mendel –

Monoibridismo

o A expansão do Mendelismo: os

Page 135:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

136

Mecanismos

Biológicos

Biodiversidade

Manipulação

Genética

morfologia e

fisiologia.

Mecanismos de

desenvolvimento

embriológico.

Mecanismos

celulares biofísicos

e bioquímicos.

Teorias evolutivas.

Transmissão das

características

hereditárias.

Dinâmica dos

ecossistemas:

relações entre os

seres vivos

interdependência

com o ambiente.

Organismos

geneticamente

modificados.

conceitos de fenótipo e genótipo

o A segunda Lei de Mendel –

Diibridismo

o Noções de probabilidade aplicada à

genética

o O retrocruzamento e os

heredogramas

o A disjunção cromossômicas e o

linkage

o Os alelos múltiplos

o Os grupos sanguíneos humanos

o Interação gênica

o Comportamentos gênicos especiais

o Vinculação ao sexo

o Determinismo do sexo

o Genética de populações

Evolução

o A origem da vida

o Teorias da evolução

o Irradiação adaptativa e convergência

o As provas da evolução

o As divisões do tempo geológico

Fisiologia Humana

o Sistemas: digestório, circulatório,

respiratório, excretor, endócrino,

nervoso, locomotor, sensorial e

imunológico.

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137

8.4.4. Metodologia

A metodologia de ensino da Biologia, envolve o conjunto de processos

organizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo, de organismo no

meio, na relação ser humano e natureza e nas relações sociais, políticas,

econômicas e culturais.

Nesse contexto, as aulas experimentais podem significar uma crítica ao

ensino com ênfase exclusiva na divulgação dos resultados do processo de produção

do conhecimento científico, e apontar soluções que permitam a construção racional

do conhecimento científico em sala de aula, sem dissociar as implicações deste

conhecimento para o ser humano.

Cabe ressaltar que a aula assim concebida deve introduzir momentos de

reflexão teórica com base na exposição dialogada, bem como a experimentação

como possibilidade de superar o modelo tradicional das aulas práticas dissociadas

das teóricas. As aulas práticas passam a fazer parte de um processo de ensino

pensado e estruturado pelo professor, repensando-se inclusive, o local onde possam

acontecer, não ficando restritas ao espaço de laboratório.

As aulas, desta forma, não são apenas experimentais ou apenas teóricas,

mas pensadas de modo a assegurar a relação interativa entre o professor e o aluno,

ambos tendo espaço para expor suas explicações, refletir a respeito das implicações

de seus pressupostos e revê-los à luz das evidências científicas.

Assim, a experimentação deve ter como finalidade o uso de um método que

privilegie a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição de

memorização direta, comportamentalista. Parte-se do pressuposto que a adoção de

uma prática pedagógica fundamentada nas teorias críticas deve assegurar ao

professor e ao aluno a participação ativa no processo pedagógico.

Desse modo, os conhecimentos biológicos, se compreendidos como produtos

históricos indispensáveis à compreensão da prática social, podem contribuir para

revelar a realidade concreta de forma crítica e explicitar as possibilidades de atuação

dos sujeitos no processo de transformação desta realidade (LIBÂNEO,1983).

Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da VIDA e sua

complexidade de relações significa pensar em uma Ciência em transformação, cujo

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138

caráter provisório garante a reavaliação dos seus resultados e possibilita o repensar

e a mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento

histórico, social, político, econômico e cultural.

A proposta curricular para o ensino de Biologia firma-se na construção a partir

da práxis do professor. Objetiva-se, portanto, trazer os conteúdos de volta para os

currículos escolares, mas numa perspectiva diferenciada onde se retome a história

da produção do conhecimento científico e da disciplina escolar e seus determinantes

políticos, sociais e ideológicos.

A incursão pela Filosofia e História da Ciência permitiu identificar quatro

paradigmas metodológicos do conhecimento biológico: descritivo, mecanicista,

evolutivo e o da manipulação genética.

Cada paradigma representa um marco conceitual da construção do

pensamento biológico identificado historicamente. De cada marco define-se um

Conteúdo Estruturante e destacam-se metodologias de pesquisa utilizadas, à época,

para a compreensão do fenômeno VIDA, cuja preocupação está em estabelecer

critérios para seleção de conhecimentos desta disciplina à serem abordados no

decorrer do Ensino Médio.

O desenvolvimento dos Conteúdos Estruturantes deve ocorrer de forma

integrada.

Pretende-se compreender o processo de construção do pensamento biológico

presente na História da Ciência e reconhecer a Ciência como uma construção

humana, enquanto luta de ideias, solução de problemas e proposição de novos

modelos interpretativos, não atendendo somente para seus resultados.

Com a introdução de elementos da história torna-se possível compreender

que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos

social, econômico, político e cultural, verificando-se que a formulação, a validade ou

não das diferentes teorias científicas está associada ao momento histórico em que

foram propostas e aos interesses dominantes do período.

Ao considerar o embate entre as diferentes concepções teóricas propostas

para compreender um fato científico ao longo da história, torna-se evidente a

dificuldade de consolidação de novas concepções em virtude das teorias anteriores,

pois estas podem agir como obstáculos epistemológicos.

Torna-se importante, então, considerar a necessidade de se conhecer e

respeitar a diversidade social, cultural e as ideias primeiras do aluno, como

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139

elementos que também podem constituir obstáculos à aprendizagem dos conceitos

científicos que levam a compreensão do conceito VIDA.

Como recurso para diagnosticar as ideias primeiras do aluno é recomendável

favorecer o debate em sala de aula. Este oportuniza a reflexão e contribui para a

formação de um sujeito investigativo, interessado, que busca conhecer e

compreender a realidade. Dizer que o aluno deve superar suas concepções

anteriores implica em promover ações pedagógicas que permitam tal superação.

O ensino dos conteúdos específicos de Biologia apontam para as seguintes

estratégias metodológicas de ensino: prática social, problematização,

instrumentalização, catarse e o retorno à prática social (GASPARIN, 2002; SAVIANI,

1997).

PRÁTICA SOCIAL: caracteriza-se por ser o ponto de partida onde o objetivo é perceber denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo à ser trabalhado. PROBLEMATIZAÇÃO: é o momento para detectar e apontar as questões que precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência, estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução destas questões, e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. INSTRUMENTALIZAÇÃO: consiste em apresentar os conteúdos sistematizados para que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de construção pessoal e profissional. Neste contexto, que os alunos apropriem-se das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem. CATARSE: é a fase de aproximação entre o que o aluno adquiriu de conhecimento e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais, transformados em elementos ativos de transformação social, e assim sendo, o aluno passa ao entendimento e elaboração de novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização. RETORNO À PRATICA SOCIAL: caracteriza-se pelo retorno à prática social, com o saber concreto e pensado par atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade mais igualitária. A situação de compreensão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo, passa de um estágio de menor compreensão do conhecimento científico à uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada numa visão sintética. Neste contexto, o processo educacional põe-se a serviço da referida transformação das relações de produção.

Assim, ao utilizar-se desta estratégia metodológica e retomando as

metodologias que favoreceram a determinação dos marcos conceituais

apresentados nestas Diretrizes Curriculares para o ensino de Biologia, propõe-se a

utilização das estratégias acima apresentadas e considerar os princípios

metodológicos utilizados naqueles momentos históricos, porém, adequados ao

ensino neste momento histórico.

Para cada Conteúdos Estruturantes, propõe-se:

Page 139:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

140

a. Organização dos Seres Vivos:

A metodologia descritiva, utilizada no momento histórico em que esse

Conteúdo Estruturante foi sistematizado no pensamento biológico, propõe a

observação e descrição dos seres vivos. Nesta diretriz, busca-se partir desta

metodologia ampliando a discussão para a comparação das características

estruturais anatômicas e comportamentais dos seres, realizando discussões entre os

critérios usados desde Linné até a atualidade com a introdução da análise

genômica, propiciando a compreensão sobre como o pensamento humano, partindo

da compreensão de mundo imutável, chegou ao modelo de mundo em constante

mudança.

b. Mecanismos Biológicos:

Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma mecanicista para

explicar os mecanismos biológicos. Por isso, baseava-se na análise dos

conhecimentos biológicos sob uma perspectiva fragmentada, conhecendo-se as

partes, utilizando as ideias do método científico propondo hipóteses que permitam

analisar como os sistemas biológicos funcionam. Nesta diretriz, considera-se que

este conhecimento, isoladamente, é insuficiente para permitir ao aluno compreender

as relações que se estabelecem entre os diversos mecanismos para manutenção da

vida. É importante que o professor considere o aprofundamento, a especialização, o

conhecimento objetivo como ponto de partida para que se possa compreender os

sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos constituintes e da

interação deste sistema com os demais componentes do seu meio;

c. Biodiversidade:

Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma evolutivo. Sendo a

concepção de Ciência entendida como construção humana, a metodologia do ensino

neste Conteúdo Estruturante pretende caracterizar a diversidade da VIDA como um

conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um

indivíduo, ou, ainda, de organismos no seu meio. Nesta diretriz, pretende-se que as

reflexões propostas, neste Conteúdo Estruturante, partam das contribuições de

Lamarck e Darwin para superar as ideias fixistas, já superadas há muito pela ciência

e supostamente pela sociedade. Pretende-se a superação das concepções

Page 140:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

141

alternativas do aluno com a aproximação das concepções científicas, procurando

compreender os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como forma de

explicar a diversidade dos seres vivos.

d. Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida:

Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma da manipulação

genética. Ao propor o paradigma da manipulação genética não significa que esteja

sendo proposto a manipulação do material genético nos laboratórios escolares. O

que se pretende, nesta diretriz, é garantir a reflexão sobre as implicações dos

avanços biológicos para o desenvolvimento da sociedade. Uma possibilidade

metodológica a ser utilizada é a problematização. Esta proposta metodológica parte

do princípio da provocação e mobilização do aluno na busca por conhecimentos

necessários para resolução de problemas. Estes problemas relacionam os

conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para que ele busque compreender e

atuar na sociedade de forma crítica.

Compreendendo-se a proposta dos Conteúdos Estruturantes, atenção

especial deve ser dada ao modo como os recursos pedagógicos serão utilizados e

aos critérios político-pedagógicos da seleção que podem contribuir para uma leitura

crítica que permitirá realizar os recortes necessários dos conteúdos específicos

identificados como significativos para o Ensino Médio.

Recursos a serem utilizados:

Aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação, as analogias, entre

tantos outros, serão utilizados no sentido de possibilitarem a participação

dos alunos, favorecendo a expressão de seus pensamentos, suas

percepções, significações, interpretações, uma vez que aprender envolve

a produção/criação de novos significados, tendo em vista que esse

processo acarreta o encontro e o confronto das diferentes idéias que

circulam em sala de aula.- Imagens como vídeo, transparências, fotos e as

atividades experimentais, são recursos utilizados para uma

problematização em torno da questão demonstração-interpretação.

Analisar quais os objetivos, expectativas a serem atingidas, além da

concepção de ciência que se agrega a estas atividades, pode contribuir

para a compreensão do papel do aluno frente a tais atividades.

Page 141:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

142

Aula experimental, seja ela de manipulação de material ou demonstrativa

representa um importante recurso de ensino.

Aulas demonstrativas como um importante recurso, é preciso permitir a

participação do aluno e não apenas tê-lo como observador passivo.

Algumas vezes a atividade prática demonstrativa, implica na ideia da

existência de verdades definidas e formuladas em leis já comprovadas,

isto é, de uma ciência de realidade imutável.

Atividade prática, como resolução de problemas ou de hipóteses, ter uma

concepção de Ciência diferente, como interpretação da realidade, sendo

as teorias e hipóteses, consideradas explicações provisórias. Nesse caso,

estabelece-se um maior contato do aluno com o experimento, o que

possibilita o diálogo com a atitude científica.

Estudo do meio como parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques,

rios, zoológicos, hortas, mercados, lixões, fábricas etc. Estas atividades,

além de integrar conhecimentos veicula uma concepção sobre a relação

homem-ambiente e possibilita novas elaborações por meio da pesquisa.

Aulas práticas envolvendo citologia e fisiologia humana e utilização de

materiais disponíveis em laboratório: microscópio óptico, lâminas,

corantes, painéis ilustrativos de fisiologia humana (sistemas do corpo).

O livro didático e atlas são recursos eficientes e devem ser utilizados no

dia a dia para pesquisas, análises, comparações, e organização de dados

para apresentação de trabalhos em equipe e individual.

Os alunos serão orientados à confecção de modelos didáticos

tridimensionais de fisiologia humana e vegetal (em equipes).

Elaboração e produção de cruzadinhas e caça-palavras sobre diversos

assuntos como forma de fixação do conteúdo.

Produção de cartazes informativos e folders sobre doenças, educação

ambiental, gravidez, métodos contaceptivos, entre outros(escolha de

alguns para impressão e distribuição na escola e na comunidade).

Debates envolvendo biotecnologia e bioética, bem como resolução de

atividades sobre genética, identificação de pessoas pelo DNA, montagem

do cariítipo humano normal e portador de síndromes.

Utilização de massa de modelar para representação das etapas da divisão

celular (mitose e meiose).

Page 142:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

143

Produção de mapas conceituais no quadro de giz.

Utilização do laboratório de informática para pesquisas de diversos

assuntos.

A TV multimídia tornou-se recurso eficaz no processo de ensino-

aprendizagem para ilustração e complementação de idéias sobre

conteúdos abordados.

Escrita de textos dissertativos e artigos sobre temas contemporâneos,

relacionando teorias e práticas biológicas, a partir das leituras, análises e

discussões realizadas, construindo argumentos e posicionamento próprio.

Biblioteca do colégio: diferentes referências para pesquisas, comparações,

análises e conclusões sobre diversos temas.

Elaboração e ensaio de peças teatrais envolvendo educação ambiental

(contemplação da lei 9.795/99).

As leis 10.639/03 História e Cultura Afro-Brasileira e indígena serão

contemplados dentro dos conteúdos de Genética e Evolução.

8.4.5. Avaliação

A avaliação será realizada através de situações que possibilitem condições

para reflexão e questionamentos acerca do aprendizado dos alunos.

Conceber e utilizar a avaliação em Biologia, como instrumento de

aprendizagem que permita fornecer um feedback adequado para

promover o avanço dos alunos;

Ampliar o conceito e a prática da avaliação ao conjunto de saberes,

destrezas e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de

conceitos biológicos, superando sua habitual limitação à rememoração

receptiva de conteúdos conceituais;

Introduzir formas de avaliação da prática docente como instrumento de

melhoria do ensino.

É preciso compreender a avaliação como prática emancipadora. Deste modo,

a avaliação na disciplina de Biologia, passa a ser entendida como instrumento cuja

finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática

pedagógica para nela intervir e reformular os processos de aprendizagem.

Page 143:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

144

Pressupõe-se uma tomada de decisão, onde o aluno toma conhecimento dos

resultados de sua aprendizagem e organiza-se para as mudanças necessárias.

Enfim, a avaliação como instrumento reflexivo prevê um conjunto de ações

pedagógicas pensadas e realizadas pelo professor ao longo do ano letivo.

Professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de

superar os obstáculos.

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Organização dos

seres vivos

Identificar e comparar as características dos diferentes seres

vivos;

Estabeleça relações entre as características específicas dos

micro-organismos, dos organismos vegetais e animais, e dos

vírus.

Reconheça e compreenda a classificação filogenetica.

Compreender a anatomia, morfologia e fisiologia dos diversos

seres vivos;

Mecanismos

biológicos

Identificar a estrutura e o funcionamento das organelas

citoplasmáticas;

Reconhecer e identificar as organelas citoplasmaticas;

Reconhecer a importância e identificar os mecanismos

biológicos e biofisicos que ocorrem no interior da célula;

Reconhecer o mecanismo e funcionamento da célula;

Diferenciar as estruturas celulares e suas funções;

Biodiversidade

Compreender a importância e valorizar a diversidade biológica

para a manutenção do equilíbrio do ecossistema;

Reconhecer as relações interdependentes entre os seres vivos

e o meio em que vivem;

Compreender a diversidade biológica e a manutenção do

equilíbrio ecológico;

Identificar fatores bioticos a abioticos;

Page 144:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

145

Manipulação

Genética

Reconhecer e analisar a importância da estrutura genética

para manutenção da diversidade dos seres vivos;

Compreender a transmissão das características hereditárias;

Identificar técnicas de manipulação do material genético e os

resultados decorrentes de suas aplicações;

Relacionar os conhecimentos biotecnológicos às alterações

produzidas pelo homem na diversidade biológica;

Analisar e discutir aspectos da Pesquisa cientifica e bioetica,

que envolve manipulação genética;

8.4.6. Referência

BURNS, G. W. Genética: uma introdução à hereditariedade. 5ª ed. Rio de Janeiro: 1984. FERRI, Mário Guimarães et alli. Botânica: Fisiologia: curso experimental. São Paulo: Martins Fontes, 1984. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretriz Curricular de Biologia para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.

JOLY, A. B. Introdução à taxionomia vegetal. São Paulo: Nacional, 1979. LOPES, A. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas/SP: Autores Associados, 1997.

Page 145:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

146

8.5. CIÊNCIAS

8.5.1. Apresentação da disciplina

Considerando a evolução do pensamento humano, tem-se a partir dele a

origem da Ciência. No âmbito, em que o homem e os demais seres vivos precisam

de condições ambientais básicas para sua existência.

Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem começou a buscar maneiras

de satisfazer suas necessidades cotidianas, caçando e criando objetivos próprios

para isso. Logo, em seguida utilizou-se da descoberta do fogo e passou a cozinhar

os alimentos, usando técnicas de conservação de alimentos e até mesmo maneiras

de transformar uma substancia em outra, processo hoje chamado de experiência

química.

Assim do homem que caçava, se inicia um período em que ele começa a tirar

proveito da natureza para sua subsistência, aperfeiçoando suas técnicas

aprendendo a armazenar alimentos, desenvolvendo poções de cálculos criando até

mesmo calendários a partir de movimentos celestes.

Enfim o homem começa a formular teorias, desenvolvendo crenças e valores,

partindo de uma ciência racional, a filosofia. Desta forma a ciência passa a ser

determinada pela maneira com que o homem expressa seu conhecimento.

Com o passar do tempo começaram a surgir denominações para algumas

ciências as quais começam a explicar o novo mundo através de novas teorias que

foram sendo descobertas e estudadas com especificidade como: a química que

acabou com a mineração e a metalúrgica e com a produção de pólvora; a física que

trouxe um grande avanço aos estudos referentes ao magnetismo, a mecânica e a

óptica;a matemática que colaborou com as soluções para os problemas dos

navegadores e das construções das grandes catedrais; a biologia, que por meio da

botânica e da zoologia destacou-se com ilustrações detalhadas para o estudo das

plantas e animais.

Logo após, filósofos e cientistas como Leonardo da Vinci, Nicolau Copérnico,

Galileu Galilei, Francis Bacon e Isac Newton se destacaram com inovações

científicas, derrubando muitas crenças e tradições da época.

Page 146:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

147

Com a revolução industrial, iniciou-se um processo de extração da madeira e

do carvão mineral como forma de produção de energia, com isso intensificaram-se

os desmatamentos e também com o aperfeiçoamento da extração do carvão mineral

evidenciaram -se os processos de impacto ambiental, onde o homem percebe que

pode interferir na natureza buscando melhores condições de vida.

Nos anos seguintes o cientista Charles Darwin muda a visão do homem em

relação ao passado quando lança o livro “A origem das espécies” contribuindo para

as ciências biológicas, psicológicas, sociológicas e outros ramos do pensamento;

assim como quando Mendel descobriu os princípios da genética.

No século seguinte, a ciência entra em momentos negativos ao influenciar

Guerras e misérias de muitos, mas mesmo perante estes fatos, fica cada vez mais

claro que a ciência é uma construção humana, intencional e diretamente aliada aos

avanços tecnológicos e com as relações sociais.

Assim a trajetória do currículo de ciências se destaca pelo ensino das

verdades básicas, a experiência pela experiência a solução de problemas pelo

método científico e unidade de trabalho com base na tecnologia educacional.

Através do decreto de 19.890/31, a disciplina de ciência foi inserida no

currículo a partir de reforma Francisco Campos. O método de ensino usado na

época destaca-se com a exposição, memorização e repetição, sendo propostos os

conteúdos de Água, Ar, Terra, considerando as perspectivas físicas, químicas,

cósmicas, biológicas e sociais.

A importância do ensino de ciências cresceu em todos os níveis e passou a

ser objeto de movimento em busca de reformas educacionais para os

desenvolvimentos econômicos, culturais e sociais da época.

A ciência teve um processo de formação de novos pesquisadores, para que o

Brasil pudesse participar em melhores condições do processo de industrialização,

esta época marcou-se por intensos políticos, onde a LDB ampliou o espaço da

disciplina de “Ciências Físicas e Naturais”, denominada “iniciação à ciência”,

estabelecendo a sua obrigatoriedade para todas as séries do ginasial. E com as três

formações ocorridas no país com o regime militar de 1964, o ensino de ciências

passou a ter um compromisso co a formação de mão-de-obra técnico para poder

assim atender a demanda do desenvolvimento econômico do país.

Page 147:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

148

A partir de uma nova configuração, as disciplinas científicas foram atingidas

por uma restauração de um novo currículo, descaracterizando o que historicamente

marcava o ensino de ciências.

O final dos anos 70 marcou-se por uma crescente degradação ambiental,

através do grande desenvolvimento industrial, resultando numa nova ênfase nos

currículos escolares. Assim, neste momento emerge o movimento ciência.

Tecnologia e sociedade, que traz ao mundo uma grande competição tecnológica e o

Brasil se vê em meio a uma transição política onde a democratização influencia o

ensino de ciências se associando a questões sociais, alguns temas estiveram

presentes nos programas desenvolvimento para aprimorar o ensino de ciências e a

tecnologia ainda que muitas vezes, assumisse uma postura ingênua, sem

estabelecer relações com pratica social.

A partir dos anos 90, o currículo básico propôs ao ensino de ciências a

integração dos conteúdos em três eixos norteadores: Noções de Astronomia,

Transformação e Interação de Matéria e Energia e Saúde.

Mediante políticas publicas federais, o ensino de ciências teve seu objetivo de

estudo redirecionado e o esvaziamento de seus conteúdos clássicos, sendo que

amplos campos de estudo da disciplina de ciências, como saúde, sexualidade, meio

ambiente, dentre outros passaram a ser tratados por outras disciplinas, por meio de

projetos curriculares e extra-curriculares. Existiam ainda a ideia dos eixos

norteadores, ou eixos temáticos: Terra e Universo, Vida e Ambiente, Ser Humano e

Saúde, Tecnologia e Sociedade, todos trazendo ao ensino de ciências uma visão

mais articulada, mas limitando as possibilidades de trabalho do professor.

Em 2003, uma nova metodologia foi implantada no ensino de ciências, a qual

buscou solicitar ao professor uma maior reflexão perante a realidade da escola,

criando uma interação entre a escola e a comunidade, preparando melhor os

professores, e a partir daí aumentar a valorização do estudo da disciplina.

A disciplina de ciências constitui um conjunto de conhecimento necessário

para compreender e explicar os fenômenos da natureza resultantes das relações

entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,

campo, energia e vida, e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece

relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos

cenários estão os problemas reais, a prática social.

Page 148:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

149

Uma forma de conhecimento produzido pelo homem no decorrer da sua

história é a ciência, que se caracteriza por ser a tentativa do homem em entender e

explicar racionalmente a natureza buscando formular leis que em última instância

permitam a atuação humana.

Em outros estágios a ciência acreditava que alcançaria um conhecimento

absoluto e inquestionável, hoje, a ciência é tratada como uma atividade humana

complexa, que não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos

a partir do caráter experimental, os quais estão em permanente transformação.

É na apropriação e discussão dos conteúdos que historicamente compõe o

currículo de ciências, articulando à realidade, possibilitando aos educadores

situarem-se na sociedade, compreendem o que ocorre ao seu redor e assumirem

uma postura crítica para intervirem no seu contexto social.

Pautando essa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de ciências

valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o questionamento

das certezas e incertezas e faz superar o tratamento curricular dos conteúdos por

eles mesmos de modo a dar prioridade à sua função social.

A disciplina de ciências caracteriza-se pela necessidade da compreensão do

mundo natural, mundo construído e do cotidiano historicamente e dialeticamente

pela humanidade levando em consideração os aspectos sociais, políticos,

econômicos, culturais e éticos. Com esse conhecimento o aluno poderá intervir na

sociedade avançando a ciência e a tecnologia e consequentemente melhorando o

ambiente e a qualidade de vida.

Esta disciplina tem como objetivo promover a socialização dos conhecimentos

científicos e tecnológicos em sua historicidade, intencionalidade, provisoriedade,

aplicabilidade e nas inter-relações que se estabelece na sociedade.

8.5.2. Objetivos

Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em

sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive, em

relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do

ambiente;

Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento

e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,

Page 149:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

150

econômica, política e cultural;

Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia

e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e

compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,

sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas cientíifico-

tecnológicas;

Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e

coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;

Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a

partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática

conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado

escolar;

Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria,

transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

8.5.3. Conteúdos

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia

Universo

Sistema Solar

Movimentos

Terrestres

Movimentos Celestes

Teorias da formação do Sistema Solar

Geocentrismo e heliocentrismo

Astros (estrelas, cometas, meteoros,

satélites naturais)

Os planetas do sistema solar

Os movimentos da Terra

As estações do ano

Matéria

Constituição da

Matéria

Terra primitiva

Camadas da Terra

Rochas e minerais

Solo (origem, formação, tipos, erosão

Page 150:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

151

e técnicas)

Atmosfera primitiva

Camadas atmosféricas

Ar (composição, propriedades,

pressão atmosférica)

Sistemas Biológicos

Níveis de

organização

Características gerais dos seres vivos

Célula, unicelulares, pluricelulares,

eucariontes, procariontes, autótrofo e

heterótrofo.

Classificação dos seres vivos

Reino: Monera, Portista e Fungos

Invertebrados (Poríferos, cnidários,

platelmintos, nematelmintos,

moluscos, anelídeos, artrópodes e

equinodermos)

Energia

Formas de energia

Conversão de

energia

Transmissão de

energia

Energia eólica

Magnetismo

Corrente elétrica

Formas de geração de energia elétrica

Biodiversidade

Organização dos

seres vivos

Ecossistema

Evolução dos seres

vivos

Componentes bióticos e abióticos

Ecologia e ecossistema

Nicho, Habitat, comunidade,

população

Biodiversidade

Cadeia alimentar

Extinção de espécies

Page 151:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

152

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia

Astros

Movimentos

Terrestres

Movimentos

Celestes

Sol – composição química e a

produção de sua energia

Eclipses do Sol e Lua

Constelações

Matéria

Constituição da

Matéria

Água

Água nos seres vivos

Composição da água

Mudanças dos estados físicos da

água

Ciclo da água

Densidade

Água como solvente

Saneamento básico

Sistemas Biológicos

Célula

Morfologia e

fisiologia doas seres

vivos

Célula (teoria, tipos, estrutura, e

parede celular)

Fotossíntese

Plantas

Animais vertebrados: peixes

mamíferos, anfíbios, aves e repteis

Energia

Formas de energia

Transmissão de

energia

Formas de energia

Conversão e conservação de energia

Noção de grandezas físicas

Sistema de unidades de medidas

Biodiversidade

Origem da vida

Organização dos

seres vivos

Sistemática

Teoria sobre a origem da vida

Biogênese e Abiogênese

Classificação dos seres vivos

Page 152:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

153

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia Origem e evolução

do Universo

Teorias sobre a origem e evolução do

universo

Matéria

Constituição da

matéria

Modelos atômicos, íons, elementos

químicos.

Substancias e misturas.

Sistemas Biológicos

Célula

Morfologia e

fisiologia doas seres

vivos

Célula (Partes, organelas e função)

Tecidos

Sistema digestório

Sistema Respiratório

Sistema Cardiovascular

Sistema Excretor

Sistema Locomotor

Energia

Formas de energia

Movimento de repouso

Movimento uniforme variado

Força

Roldanas

Alavancas

Energia térmica: conceito de calor e

temperatura

Biodiversidade

Evolução dos seres

vivos

Componentes bióticos e abióticos

Interações nas comunidades

Teoria de Lamarck Darvin

Degradação ambiental

Esgotamento de recursos naturais

Poluição alterações na biosfera

9º ANO

Page 153:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

154

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Astronomia Astros

Gravitação universal

Força gravitacional

Leis de Newton e Kepler

Matéria

Propriedades da

matéria

Propriedades gerais da matéria

Propriedades específicas da matéria

Classificação dos elementos químicos

Tabela periódica

Reações, ligações e funções

químicas

Sistemas

Biológicos

Morfologia e

fisiologia doas seres

vivos

Mecanismos de

herança genética

Sistema Sensorial

Sistema endócrino

Sistema reprodutor

Dna e Rna

O gene- herança genética

Mitose e meiose

Energia

Formas de energia

Conservação de

energia

Ondas

Eletricidade e magnetismo

Biodiversidade

Interações

ecológicas

Ciclo da água

Ciclo do carbono

Ciclo do nitrogênio

Ciclo do oxigênio

Relações harmônicas e desarmônicas

Poluição da água, ar e solo.

8.5.4. Metodologia

Para o ensino de Ciências propõem uma prática pedagógica que leva à

integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. O ensino

Page 154:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

155

de Ciências deve possibilitar ao aluno a capacidade de: situar-se no mundo de forma

ativa e crítica; entender e avaliar questões sociais, econômicas e políticas.

É importante que o professor trabalhe os conteúdos específicos ao longo dos

quatro anos, respeitando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, a diversidade

cultural, a realidade local e os aspectos essenciais no ensino de Ciências: a História

da Ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais.

O ensino de Ciências não deve se limitar a uma única metodologia. Assim, o

ensino de Ciência fará uso de:

Atividades experimentais, onde o aluno compreende a inter-relação entre

os conhecimentos químicos, físicos e biológicos:

Aulas expositivas;

Filmes e documentários;

Atividades em grupo e individual;

Pesquisas e trabalhos;

Recortes de revistas e jornais;

Problematizações e contextualizações

Visitas: parques, museus e indústrias;

Jogos, dinâmicas, dramatizações e imagens;

Maquetes;

Murais, exposições e feiras;

Leitura e interpretações de textos;

Palestras, fóruns, seminários e debates com profissionais da área;

Interdisciplinaridade;

Uso de mapas conceituais, gráficos e tabelas;

Desenhos.

Para do desenvolvimento destas atividades o professor poderá recorrer a

variados recursos tecnológicos e didáticos: microscópicos, telescópio, computador

(internet), TV Multimídia, Portal Dia-a-Dia, TV Paulo Freire, DVDS, CDS, livro

didático, texto de jornal, revista, figuras, quadro de giz, torso, esqueleto, mapa,

globo.

Nesta proposta, inclui-se estudos relacionados à Educação Ambiental, Lei nº:

9.795/99, voltada para a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade do

planeta. A disciplina de Ciências desenvolverá seus conteúdos fazendo uma

reflexão com os temas étnicos-raciais, Lei 11.645/08”História e Cultura Afro-

Page 155:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

156

Brasileira e Indígena”, Lei 10.639/03 “História e Cultura Afro-Brasileira”, através de

pesquisas, problematizações, estudos das teorias antropológicos, características

biológicas os diversos povos, contribuição dos povos africanos e de seus

descendentes para os avanços da Ciência e da Tecnologia, alimentos de origem

afro e indígena, flora medicinal (práticas curativas das tribos indígenas), recursos

naturais (caça e pesca).

Faz se também necessário incluir neste estudo a História do Paraná, que,

dentro do currículo de Ciências trata de espécies animais e vegetais característicos

da região, espécies ameaçadas e áreas de preservação e conservação. Tudo isso

para que o aluno adquira conhecimento, desenvolva habilidades, atitudes e

competências voltadas a preservação e conservação do meio ambiente.

8.5.5. Avaliação

A ação avaliativa é importante no processo ensino- aprendizagem, pois pode

propiciar um momento de interação e construção de conhecimentos significativos

para que o aluno se aproprie de conceitos científicos. Os critérios e instrumentos de

avaliação precisam ser planejado para superar o modelo de avaliação classificatória

e excludente.

No cotidiano escolar, a avaliação tem por finalidade de proporcionar subsídios

para tomada de decisões sobre o processo educativo. Formar sujeitos que

construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social

e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de

uma, inserção cidadã e transformadora na sociedade.

A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das

dificuldades de aprendizagem devendo valorizar os conhecimentos alternativos dos

alunos, constituídos no cotidiano, nas atividades experimentais ou a partir de

diferentes estratégias que envolvam recursos pedagógicos instrucionais diversos.

Estabelecendo critérios para que a formação do aluno seja precisa e se concretize

em diferentes atividades como:

atividades de leitura compreensiva de texto;

pesquisas bibliográficas;

palestras, apresentação oral;

atividades experimentais;

Page 156:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

157

relatórios;

produção de painéis, histórias em quadrinhos, slogan, jogos educativos;

provas com questões discursivas e objetivos.

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Astronomia

Entender as ocorrências astronômicas como fenômenos da

natureza.

Conhecer as características básicas de diferenciação entre

estrelas, planetas, satélites, cometas, asteróides, meteoros e

meteoritos.

Conhecer a história da ciência, a respeito das teorias

geocêntricas e heliocêntricas.

Compreender os movimentos (noite e dia, eclipses e

estações do ano).

Refletir sobre os modelos científicos que abordam a origem e

a evolução do universo conhecendo os fundamentos da

classificação cosmológica.

Entender as leis de Kepler e Newton para as orbitas dos

planetas e a gravitação universal.

Interpretar os fenômenos terrestres relacionados a gravidade.

Biodiversidade

Distinguir ecossistema, comunidade, população;

Conhecer a respeito da extinção de espécies;

Entender a formação de fósseis;

Conhecer a classificação dos seres vivos, de categorias

taxonômicas e filogenia;

Entender as interações e sucessões ecológicas, cadeia

alimentar seres autótrofos e heterótrofos.

Conhecer a respeito das eras geológicas e das teorias sobre

a origem da vida;

Entender as teorias evolutivas;

Entender os ciclos biogeoquímicos.

Page 157:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

158

Matéria

Entender a constituição e propriedades da matéria, suas

transformações com o fenômeno da natureza.

Compreender a constituição do planeta Terra, no que se

refere a atmosfera e crosta, solo, rochas, minerais, manto e

núcleo;

Entender a constituição do planeta Terra primitivo e os

componentes essenciais ao surgimento da vida;

Conceituar matéria e sua constituição, com base nos

modelos atômicos;

Definir átomo, íons, elementos químicos, substancias,

ligações e reações químicas;

Conhecer as leis da conservação da massa;

Compreender as propriedades da matéria.

Sistemas

Biológicos

Entender a constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos

como em toda integração.

Reconhecer as características gerais dos seres vivos.

Conhecer os níveis de organização celular;

Conhecer os fundamentos da estrutura química da célula e

as diferenças entre os tipos celulares;

Compreender o fenômeno da fotossíntese e os processos de

conversão de energia na célula;

Identificar a relação entre os órgãos e sistemas animais e

vegetais a partir do entendimento dos mecanismos celulares;

Conhecer a estrutura e funcionamento dos tecidos;

Compreender que a digestão, espiração, circulação,

excreção, nutrição, anatomia e fisiologia desses sistemas no

organismo;

Compreender os fundamentos teóricos que descrevem os

sistema nervoso, sensorial, reprodutor e endócrino;

Entender os mecanismos de herança genética.

8.5.6. Referências

Page 158:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

159

BARROS, C. Ciências: os seres vivos. São Paulo: Editora Ática, 1999.

CRUZ, D. Química e Física. Ed. 26. São Paulo: Ática, 2001.

GEWANDSZNAJDER, F. Ciências: o planeta terra. 2 Ed. São Paulo: Ática, 2002.

GODWAK, D. Coleção Ciências, novo pensar. Edição 1. São Paulo: FTD, 2002.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ciências. Paraná: 2008.

SEED-PR: Cadernos Temáticos, HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA: educando para as relações étnicos-raciais/ Paraná. Curitiba, 2006.-110p.

SILVA, C. J. Ciências: entendendo a natureza. 16 Ed. São Paulo: Saraiva, 1999. VALLE, C. Coleção Ciências. Ed. 1. Curitiba: Editora Positivo, 2004.

REFERÊNCIAS ON LINE

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/-site acessado no dia 12 de fevereiro de 2010

http://www.ciencias.seed.pr.gov/

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=311

Page 159:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

160

8.6. EDUCAÇÃO FÍSICA

8.6.1. Apresentação geral da disciplina

Nas aulas de Educação Física, a aprendizagem dos conteúdos não está

necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização do

desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a abordagem

técnica com referência em modelos muito avançados, e, principalmente, uma

concepção de ensino que deixa como única alternativa ao aluno adaptar-se ou não a

modelos predeterminados têm resultado, em muitos casos, na exclusão de alunos.

Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos, trata-se

basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos conteúdos na

aplicação dentro de contextos significativos.

Julga-se adequado nas duas primeiras séries do ensino fundamental, uma

ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e brincadeiras, considerando os

perigos de uma especialização técnica precoce e seus efeitos deficientes.

Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos jogos e

brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios de

habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos para a

aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.

Além da metodologia crítico-emancipatória, a construtivista defende o método

de integração com o mundo externo e com o mundo interno do aluno, procurando o

resultado de provocar o gosto de aprender e a auto-suficiência na busca de

respostas. O aluno é tomado como um ser pensante, com desenvolvimento próprio,

o professor procura ser um orientador que facilita a aprendizagem criando situações

estimulantes e motivadoras de respostas e a escola é o espaço do saber e

integração do indivíduo à sociedade e à cultura.

Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os conteúdos

tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou ideais, mas sim

reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em cada momento.

8.6.2. Objetivos gerais

Page 160:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

161

Despertar o interesse pela prática espontânea do voleibol.

Mostrar a relação entre o voleibol e outros esportes e com as outras

atividades do cotidiano.

Valorizar a contribuição individual dentro do coletivo.

Estabelecer as semelhanças e diferenças entre as modalidades coletivas.

Proporcionar aos alunos condições de participar nas diversas modalidades

esportivas de forma ativa, crítica e com conhecimento básico sobre o

assunto.

Desenvolver no educando a importância do trabalho em grupo.

Despertar o interesse para hábitos saudáveis.

Diferenciar jogo e esporte.

Levantar aspectos históricos de cada esporte.

Trabalhar o condicionamento físico básico dos alunos.

Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos

saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo

com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

Trabalhar as regras de cada esporte.

Proporcionar através da atividade física, recreativa e do desporto, o

desenvolvimento e o aperfeiçoamento das potencialidades físicas, de

autocontrole, de espírito de grupo e de respeito às individualidades.

Focar a qualidade de vida, a solidariedade e os conflitos por meio de

diálogo.

Divulgar brinquedos com materiais alternativos, atividades coletivas, jogos

de oposição, jogos adaptados ou criados, entre outros. Sejam de natureza

cooperativa ou competitiva, que oferecem a possibilidade de vivenciar o

lúdico

8.6.3. Conteúdos

Os conteúdos estruturantes devem ser abordados em complexidade

crescente, respeitando as múltiplas experiências dos alunos relativas ao

conhecimento.

Cada um dos conteúdos estruturantes abaixo será tratado de forma que

contemple os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,

Page 161:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

162

históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade

representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as

diferenças, na formação social crítica e autônoma.

Esporte: Contemplar, além das técnicas, táticas e regras básicas das

modalidades esportivas, os aspectos sociais e históricos possibilitando ao

aluno um entendimento e uma análise crítica das mesmas e, como

ferramenta de aprendizado para o lazer e para o aprimoramento da saúde.

Jogos e brincadeiras:Conjunto de possibilidades que ampliam a percepção

e a interpretação da realidade, permitindo a flexibilização de regras e da

organização coletiva.

Criação de jogos e brincadeiras, de natureza cooperativa ou competitiva,

com a possibilidade de vivenciar o lúdico por meio da construção de

brinquedos com materiais alternativos.

Ginástica: Reconhecimento das possibilidades do corpo como diferentes

formas de representação desenvolvendo o senso crítico perante a mídia

no que se refere à apologia do culto ao corpo.

Lutas: Formas de conhecimento da cultura humana, produzida

historicamente e com simbologias próprias identificando valores culturais.

Dança: Manifestação da cultura corporal que trata o corpo e suas

diferentes práticas desenvolvendo a criatividade, a sensibilidade, a

expressão corporal, a cooperação, entre ouros aspectos.

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes Coletivos

Individuais

Futsal, Basquetebol, Handebol

e Voleibol.

Atletismo e Tênis de mesa

Jogos e

brincadeiras

Jogos e brincadeiras

populares

Brincadeiras e cantigas

Peteca, Corrida do saco,

Queimada.Xadrez, Damas e

Trilha

Page 162:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

163

de roda

Jogos de tabuleiro

Jogos cooperativos

Cadeira livre, queimada

cooperativa

Dança Danças folclóricas

Danças de rua

Danças criativas

Quadrilha, Pau de fitas,

fandango

Funk, Break

Elementos do movimento,

expressão corporal

Ginástica Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Corda, arcos, bola

Malabares

Movimentos ginásticos

Lutas Lutas de aproximação

Capoeira

Judô, Luta olímpica, Karatê

Regional

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes Coletivos

Individuais

Futsal, Basquetebol, Handebol

e Voleibol.

Atletismo e Tênis de mesa

Jogos e

brincadeiras

Jogos e brincadeiras

populares

Brincadeiras e cantigas

de roda

Jogos de tabuleiro

Jogos cooperativos

Peteca, Corrida do saco,

Queimada.

Xadrez, Damas e Trilha

Cadeira livre, queimada

cooperativa

Dança Danças folclóricas

Danças de rua

Quadrilha, Pau de fitas,

fandango

Page 163:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

164

Danças criativas

Danças circulares

Funk, Break

Elementos do movimento,

expressão corporal

Folclóricas

Ginástica Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Corda, arcos, bola

Malabares

Movimentos ginásticos

Lutas Lutas de aproximação

Capoeira

Judô, Luta Olímpica, Karatê

Regional

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes Coletivos

Radicais

Futsal, Basquetebol, Handebol

e Voleibol.

Escalada, Rappel, Surf

Jogos e

brincadeiras

Jogos e brincadeiras

populares

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

Peteca, Corrida do saco,

Queimada.

Xadrez, Damas e Trilha

Mímica, Imitação

Cadeira livre, queimada

cooperativa

Dança Danças criativas

Danças circulares

Elementos do movimento

Folclóricas

Ginástica Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Corda, arcos, bola

Malabares

Movimentos ginásticos

Page 164:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

165

Lutas Lutas com instrumento

mediador

Capoeira

Esgrima, Kendô

Regional

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes Coletivos

Radicais

Futsal, Basquetebol, Handebol

e Voleibol.

Escalada, Skate, Bung-jump

Jogos e

brincadeiras

Jogos e brincadeiras

populares

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

Peteca, Corrida do saco,

Queimada.

Xadrez, Damas e Trilha

Cadeira livre, queimada

cooperativa

Dança Danças criativas

Danças circulares

Elementos do movimento,

expressão corporal

Folclóricas

Ginástica Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Corda, arcos, bola

Malabares

Movimentos ginásticos

Lutas Lutas com instrumento

mediador

Capoeira

Esgrima, Kendô

Regional

Page 165:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

166

1ª E 2ª SÉRIES

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes

Coletivos

Futebol

Voleibol

Basquetebol

Handebol

Futevôlei

Individuais Tênis de mesa

Atletismo

Xadrez

Radicais Skate

Rappel

Jogos e

brincadeiras

Jogos de tabuleiro Xadrez

Trilha

Dama

Jogos dramáticos Imitação

Mímica

Jogos cooperativos Dança das cadeiras

cooperativas

Tato contato

Dança

Folclóricas

Fandango

Quadrilha

Frevo

Salão Valsa

Tango

Vanerão

Forró

Rua Break

Hip hop

Popping

Criativas Atividades de expressão

Page 166:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

167

corporal, elementos de

movimento (tempo,espaço)

Circulares Contemporâneas

Folclóricas

Ginástica Ginástica de academia

Alongamentos

Ginástica aeróbica

Ginástica localizada

Ginástica geral Movimentos gímnicos

(balancinha,rolamentos,

paradas)

Lutas Lutas de aproximação Judô

Luta olímpica

Sumô

Lutas que mantém a

distância

Karatê

Boxe

Taekwondo

Capoeira Regional

3ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Esportes

Coletivos

Futebol

Voleibol

Basquetebol

Handebol

Futevôlei

Individuais Tênis de mesa

Atletismo

Xadrez

Radicais Rafting

Bungee jumping

Rappel

Page 167:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

168

Jogos e

brincadeiras

Jogos de tabuleiro Xadrez

Trilha

Dama

Jogos dramáticos Imitação

Mímica

Jogos cooperativos Dança das cadeiras

cooperativas

Tato contato

Dança

Folclóricas

Fandango

Quadrilha

Frevo

Salão Valsa

Tango

Bolero

Forró

Rua Break

Hip hop

Popping

Criativas Atividades de expressão

corporal, elementos de

movimento (tempo, espaço)

Circulares Contemporâneas

Folclóricas

Ginástica Ginástica de academia

Alongamentos

Ginástica aeróbica

Ginástica localizada

Ginástica geral Movimentos gímnicos

(balancinha,rolamentos,

paradas)

Lutas Lutas de aproximação Judô

Luta olímpica

Sumô

Lutas que mantém a Karatê

Page 168:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

169

distância Boxe

Taekwondo

Capoeira Regional

Lutas com instrumento

mediador

Esgrima

Kendô

8.6.4. Metodologia

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento devem ser

articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade, vida familiar e social,

meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens.

Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de igualdade de

direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física, dentro de suas

especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores, repensar e re-estruturar

rituais, regras, valores, tempos e espaços que compõem o trabalho pedagógico que

abrange a educação do corpo da escola.

É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da

Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta

profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem transformar-se

em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em si mesmas: “É o

movimento humano com determinado significado/sentido, que por sua vez, lhe é

conferido pelo contexto histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação

Física é o que se apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de

esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)

A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para

que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,

visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar que os alunos

portadores de necessidades especiais não podem ser privados das aulas de

Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre outros dois princípios,

vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:

Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos da Educação Física

Page 169:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

170

devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades da cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de campo se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti afirma que o profissional de educação física deve considerar o outro(aluno, clientela, atleta) numa relação de totalidade, não como objeto, mas como sujeito humano, ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio, 2004, p.53).

O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas

concepções sócio-culturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho

desenvolvido nessa área se relaciona intimamente com a compreensão que se tem

desses dois conceitos.

A compreensão da organização institucional da cultura corporal de movimento

na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo profissional, deve dar

subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte profissional e amador, sobre

a discriminação sexual e racial que neles existe. Essa discriminação pode ser

compreendida pela explicitação de atitudes cotidianas, muitas vezes inconscientes e

automáticas, pautadas em preconceitos. Contribui para essa compreensão, por

exemplo, o conhecimento do processo político e histórico de inclusão dos negros e

das mulheres nas práticas organizadas dos esportes em olimpíadas e campeonatos

mundiais. Pode, ainda, favorecer a formação de uma consciência individual e social

pautada no bem-estar, em poucas não-preconceituosas e não-discriminatórias e,

ainda, no cultivo dos valores coerentes com a ética democrática.

8.6.5. Avaliação

A proposta sugerida da Educação Física é democratizar, humanizar e

diversificar a pratica pedagógica da área, buscando sempre ampliar as dimensões

afetivas, cognitivas e sócio-culturais dos alunos, procurando sempre subsidiar as

discussões, os planejamentos e as avaliações da pratica de Educação física.

Em todas as atividades propostas tem por objetivo o desenvolvimento

intelectual, social e moral do aluno. A avaliação neste sentido visa diagnosticar como

a disciplina esta contribuindo para a efetiva apropriação destes saberes. A meta do

Page 170:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

171

ensino de Educação Física é que o aluno possa desenvolver capacidades físicas e

intelectuais, tendo pensamento independente e criativo.

A avaliação será continua buscando o desenvolvimento individual e de

grupos, enfatizando a expressão física e esportiva, contribuindo para que o aluno

tenha apropriação do conhecimento e sua atuação perante a sociedade.

Serão observados ainda, os seguintes aspectos:

Conhecimento: da parte teórica e escrita, individualmente ou em grupos.

Como complemento, poderá ser verificado a realização das atividades

propostas nessas atividades e também à verificação da pesquisa sugerida

no decorrer dos bimestres.

Habilidade: serão realizados testes práticos sobre os fundamentos. O

professor terá de elaborar teses sobre fundamentos, táticas e técnicas dos

esportes. Durante os testes, devera ser observada principalmente a

naturalidade, coordenação motora, domínio corporal e do movimento,

execução do movimento grau de dificuldade individual e outros. Cabe ao

professor criar meios para que o aluno em defasagem possa progredir e

superar suas dificuldades.

Atitude: devera ser observado nas aulas. O professor terá como base os

seguintes aspectos: espírito de equipe, participação, espírito de luta,

espírito de liderança positiva, criatividade, raciocínio rápido, acato as

regras, respeito mutuo, com o professor e com os colegas, espírito

esportivo, socialização, dinamismo, capacidade de síntese e compreensão

e a organização em grupos.

8.6.6. Referências

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Educação Física. Paraná: 2008.

Page 171:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

172

8.7. ENSINO RELIGIOSO

8.7.1. Apresentação da disciplina

No Brasil o pluralismo religioso, iniciado com a implantação da Republica,

possibilitou que diferentes correntes religiosas se efetivassem na sociedade

brasileira, crescendo de forma gradual. Neste contexto hoje temos em nossas

escolas uma diversidade religiosa que merece ser destacada. Por isso a

necessidade de se resgatar o conhecimento histórico atribuído a estas religiões,

socializando-as a todos para a valorização da diversidade religiosa, bem como de

sua própria cultura e liberdade de crença.

A disciplina de Ensino Religioso que vinha sendo ministrada no Brasil, em sua

apresentação inicial no âmbito escolar, trazia em sua proposta o ensino voltado para

o catolicismo, uma vez que era a religião oficial do período Imperial Brasileiro, que

vinha apoiada pela constituição de 1824 e que permaneceu até mesmo após a

Independência.

Com o advento da Republica, o Ensino mudou seu caráter religioso católico e

passou a ser laico, dissolvendo a estrutura catequética que era imposta, onde todas

as formas de credo passaram a ter liberdade no interior da sociedade.

Com a constituição de 1934, durante o Estado Novo o Ensino Religioso

passou a ser implantado nas escolas publicas, porém com matrícula facultativa,

sempre de acordo com o credo religioso do educando. Igualmente se posicionou o

Ensino Religioso nas constituições de 1937, 1946 e 1967.

As discussões em torno dos posicionamentos sobre o Ensino Religioso

possibilitaram a abertura de reelaboração do currículo a partir da liberdade religiosa

presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948. No

entanto, mesmo perdendo a sua função catequética, as aulas de Ensino Religioso

continuavam sendo ministradas por pessoas leigas ou ligadas a correntes religiosas

o que resultava em influenciar o educando à religião destas correntes. Com isto,

conforme as “Disposições Gerais e Transitórias” da LDB 4.024/61, o caráter

facultativo do Ensino religioso era mantido e não deveria acarretar ônus ao poder

publico.

Page 172:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

173

A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996/1997,

pela Lei 9.475, sobretudo de acordo com o artigo 33 da LDBEN, a implementação do

Ensino Religioso foi regulamentado nas escolas públicas, constituindo-se em uma

proposta de modelo laico e pluralista de ensino.

No Paraná a Secretaria de Estado da Educação, posicionou-se de forma a

buscar o aperfeiçoamento dos professores para o Ensino Religioso a partir da

formação continuada, preparando e treinando os professores do Estado do Paraná

para que estes garantissem o modelo de educação ofertado.

Contudo no ano de 1996 surgiram os PCNs, onde o Ensino Religioso não foi

incluído e a partir de discussões, o Conselho Estadual de Educação do Paraná a

Deliberação 03/02 regulamenta o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Sistema

Estadual do Ensino do Paraná.

A SEED através desta deliberação organizou a instrução conjunta n° 001/02

do DEF/SEED, estabelecendo normas para o Ensino Religioso na rede publica de

ensino do Estado do Paraná. Contudo o Estado retomou o encargo sobre a oferta da

disciplina no Paraná a partir da gestão de 2006, sobretudo no que se refere a

organização do currículo da disciplina e a formação do corpo docente, avaliação,

metodologia e formação de docentes. Este processo foi avançando nos anos de

2004-2008, através do DEB, onde houve grande discussão de professores para a

elaboração das Diretrizes Curriculares desta disciplina.

Enfim a partir de 2005, houve o repensar do Ensino Religioso enfatizado na

Deliberação n°01/06 que instituiu novas normas para a disciplina, passando a

considerar a diversidade religiosa em sua totalidade, reconhecendo a expressão das

diferentes organizações religiosas e suas manifestações culturais e a necessidade

de estudos sobre as diferentes leituras do Sagrado na sociedade.Tendo em vista

que o conhecimento religioso insere-se como patrimônio da humanidade, e em

conformidade com a legislação brasileira que trata do assunto, o Ensino Religioso,

em seu currículo, pressupõe promover aos educandos a oportunidade, no processo

de escolarização fundamental, de tornarem-se capazes de entender os movimentos

religiosos específicos de cada cultura, possuir o substrato religioso, de modo a

colaborar com a formação da pessoa, pois como menciona Gaarder “... o estudo das

religiões pode ser importante no desenvolvimento pessoal do individuo”, uma vez

que poderá entrar em contato com culturas religiosas que não a sua, desenvolvendo

a tolerância e o respeito, proporcionando o desaparecimento das diferenças.

Page 173:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

174

A sociedade civil, hoje, reconhece como direito os desígnios desse

conhecimento no espaço escolar, bem como a valorização da diversidade em todas

as suas formas, pois a sociedade brasileira é composta por grupos de diferentes

culturas.

O Ensino Religioso, nesta perspectiva contribui também para superar a

desigualdade étnico-religiosa e garante o direito constitucional de liberdade de

crença e expressão.

Cabe destacar que essa disciplina tem por base a diversidade expressa nas

organizações religiosas, o que possibilita a reflexão sobre a realidade contida na

pluralidade desse assunto, numa perspectiva de compreensão sobre a sua

religiosidade e a do outro, na diversidade universal do conhecimento humano e de

suas diferentes formas de ver o sagrado. As Diretrizes Curriculares expressam esta

reflexão, pois a sociedade está constituída mais do que nunca em um modelo

pluralista religioso e cultural.

Com isso, a disciplina pretende contribuir para o conhecimento e respeito às

diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural dos povos, bem

como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno

religioso.

Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar a

necessária superação das tradicionais aulas de religião, e a inserção de conteúdos

que tratam da diversidade de manifestações religiosas e culturais, dos seus ritos,

das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações culturais, sociais,

políticas e econômicas de que são impregnadas.

8.7.2. Objetivos

Contextualizar o conhecimento, sendo capaz de conviver com as

diferenças culturais e religiosas, respeitando os valores humanos,

incentivando para que possuam o fundamento religioso, de modo a

colaborar com a formação pessoal e do grupo.

Identificar os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos como

festas e datas comemorativas.

Compreender os eixos organizadores do conteúdo de Ensino Religioso.

Page 174:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

175

Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõem o

fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no

contexto dos educandos.

Compreender o sagrado como o núcleo da experiência religiosa do

cotidiano que o contextualiza no universo cultural.

Identificar os textos sagrados das diferentes Tradições Religiosas,

entendendo que são referenciais de fé e orientação para a vida.

Conhecer a importância da espiritualidade das diferentes religiões na vida

das pessoas, dos rituais e símbolos, mostrando que estes últimos são

formas de linguagens que por vezes definem os traços religiosos.

Conhecer as diferentes idéias do transcendente construídas ao longo do

tempo, desenvolvendo uma atitude de respeito às diferentes concepções

sobre o Transcendente.

Reconhecer os limites éticos propostos pelas diferentes Tradições

Religiosas.

Promover um espaço de reflexão na sala de aula sobre valores humanos e

leis de qualidade de vida.

Analisar as tradições religiosas e as estruturas que permeiam as

hierarquias no Oriente e Ocidente

Identificar os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos como

festas e datas comemorativas.

Analisar o histórico religioso no Brasil, visando a compreensão da

diversidade religiosa e cultural.

Promover a discussão sobre a importância dos conceitos de vida e morte

presente nas tradições religiosas.

8.7.3. Conteúdos

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Ensino religioso na Orientações legais

Page 175:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

176

escola pública

Objetivos

Principais diferenças entre as

aulas de Religião e o Ensino

Religioso como disciplina escolar.

Respeito à

diversidade religiosa

Declaração Universal dos Direitos

Humanos e Constituição

Brasileira.

Direito a professar fé e liberdade

de opinião e expressão.

Direitos Humanos e sua

vinculação com o sagrado.

Organizações

religiosas

No Oriente e no Ocidente

Principais características de

organização.

Estrutura e dinâmica social dos

sistemas religiosos, incluindo as

religiões afro-brasileiras e

indígenas

Diferentes formas de

compreensão e de relações com

o sagrado.

Fundadores e/ou Líderes

Religiosos.

Estruturas hierárquicas

Paisagem

Religiosa

Lugares Sagrados Caracterização dos lugares e

templos sagrados: lugares de

peregrinação, de culto, de

rever6encia, principais práticas

de expressão do sagrado nestes

locais.

Lugares na natureza: rios, lagos,

montanhas, grutas, cachoeiras

etc.

Page 176:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

177

Lugares construídos: Templos,

cidades sagradas, etc.

Textos Sagrados

Textos Sagrados

orais ou escritos

Ensinamentos sagrados

transmitidos de forma oral e

escrita pelas diferentes tradições

religiosas.

Literatura oral e escrita – cantos,

narrativas, poemas, orações, etc.

Universo

Simbólico

Religioso

Símbolos Religiosos O universo simbólico: mitos, ritos

cotidiano

Símbolos religiosos como

linguagem que expressam

sentidos

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Paisagem

Religiosa

Universo

Simbólico

Religioso

Temporalidade

Sagrada

Temporalidade da criação das

diversas tradições religiosas

Calendários e tempos sagrados

Nascimento de lideres religiosos,

Festas

Datas de Rituais

Ritos

Práticas celebrativas das

tradições religiosas, formadas por

um conjunto de rituais

Ritos de passagem

Mortuários

Propiciatórios

Outros – danças, via sacra,

festejo indígena de colheita, etc.

Page 177:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

178

Textos Sagrados

Festas religiosas

Eventos organizados pelos

diferentes grupos religiosos, com

diversos objetivos:

confraternização, rememoração

dos símbolos, períodos ou datas

importantes.

Peregrinações, festas familiares,

festas nos templos, datas

comemorativas.

Vida e morte

Respostas elaboradas para a vida

além da morte nas diversas

tradições religiosas e sua relação

com o sagrado.

O sentido da vida nas diferentes

tradições religiosas.

Reencarnação.

Ressurreição.

Além morte.

Ancestralidade.

Outras interpretações.

Diversidade religiosa

A paisagem religiosa.

Influência das crenças religiosas

na vida prática das pessoas.

Princípios éticos das diversas

tradições religiosas.

As diferentes espiritualidades das

diferentes tradições religiosas do

mundo.

Religiões Afro-brasileiras e

Indígenas.

Page 178:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

179

8.7.4. Metodologia

O trabalho com a disciplina de Ensino Religioso se dará de forma dinâmica

através de uma metodologia flexível e adequada a cada conteúdo ou tema a ser

desenvolvidos, de modo a favorecer a interação, o diálogo, a participação ativa e o

compromisso com a vida.

A partir da liberdade que o educador tem para desenvolver o trabalho

pedagógico de acordo com o seu próprio método, podem-se trabalhar discussões,

debates, pesquisas, apresentações orais e escritas, filmes, montagem de peças

teatrais, jogos, jograis com apresentações (datas comemorativas), entre outras

atividades pedagógicas desenvolvidas que respeitem às diversas manifestações

religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, de forma

dialogada onde o professor exercerá o papel de mediador entre os saberes que o

aluno já possui e os conteúdos trabalhados em sala de aula, bem como os que

contemplam a Lei Nº 11.645/08 referente a História e Cultura Afro-Brasileira e

Indígena, mobilizando o aluno para a construção do próprio conhecimento.

8.7.5. Avaliação

O Ensino Religioso não se constitui como objeto quantitativo pois não terá

registro de notas ou conceitos na documentação escolar que impliquem aprovação

ou reprovação. Porém a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes

do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso.

A avaliação considerará a participação e o envolvimento do aluno nas

atividades propostas, bem como análise de seu comportamento ao tratar com seu

colega, agindo de forma respeitosa, aceitando as diferenças e empregando

conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.

Na disciplina do Ensino Religioso espera-se que o aluno:

Estabeleça discussões sobre o Sagrado numa perspectiva laica;

Desenvolva uma cultura de respeito à diversidade religiosa e cultural;

Reconheça que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de

identidade de cada grupo social.

Amplie seu conhecimento sobre o Sagrado, sua complexidade,

pluralidade, amplitude e profundidade.

Page 179:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

180

Apresente mudanças de atitudes comprovando que realmente se

apropriou dos conhecimentos novos.

8.7.6. Referências

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. Paraná: 2008.

Page 180:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

181

8.8. FILOSOFIA

8.8.1. Apresentação da disciplina

Para os que acham “o que vamos fazer com a filosofia”, deveriam se

perguntar “O que a filosofia pode fazer por nos”. O ensino da filosofia possibilita o

desenvolvimento do exercício do pensar, e buscar o entendimento das coisas, no

meio em que vivemos; um pensar crítico e reflexivo.

A Filosofia que hoje está no Currículo do Ensino Médio, passa a fazer parte

do princípio da construção do individuo, bem com o de valorizar o conhecimento

cientifico, filosófico, e artísticos com e em suas dimensões, para que possam ser

integrante aos questionamentos da sociedade. Na formação de apreensão de

conteúdos e quando necessário ou possível, que sejam feitos de uma forma ética;

também, capaz de oferecer ao educando a possibilidade de compreender a

complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e

especializações. Numa sociedade cada vez mais globalizada, Até em suas crises

econômicas, mas que também se manifesta todo fragmentado, o educando não

pode prescindir de um saber que opere por questionamentos e conceitos na

categoria do qual, busque articular o pensamento e a experiência humana.

Sabe-se bem que as ciências se transformam quando assumem uma postura

crítica em relação aos seus próprios paradigmas. Nesse momento, as ciências não

só abandonam pontos de vista e superam conhecimentos consagrados, mas

também, num certo sentido, transitam para outro campo, dessa formar e recuperar

uma dimensão filosófica, condição dessa transformação. Se a história das ciências

pode ser interpretada como processo de desenvolvimento e acúmulo de avanços de

conhecimento sobre o mundo e o homem, a Filosofia aparece como condição dessa

história, isto é, da necessidade das crises, da experiência das crises, da superação

das crises, da superação das crises. Pensando agora no conjunto das disciplinas

presentes no currículo do ensino médio, reconhece-se esse papel fundamental que

a Filosofia desempenha como elemento crítico dos pressupostos e procedimentos

das ciências. É importante notar que não se refere a uma criticidade abstrata, tão ao

gosto do discurso pedagógico – “formar o aluno crítico, etc”-, mas a uma criticidade

que põe em discussão e estrutura, os critérios, a linguagem e os compromissos que

Page 181:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

182

formam um ponto de vista científico. Eliminar a Filosofia desse contexto significa

apostar uma pretensa intuição natural ao processo de conhecimento ou, o que é

pior, à simulação de uma competência filosófica.

A Filosofia tendo sua origem no mundo Grego, trazendo consigo o problema

do embate entre o pensamento de Platão(Sócrates) e as teorias dos

sofistas,verificados numa busca constante da superação do mito, para dar luz

somente a verdade, deixando de lado o conhecimento relativo ou falso; mas essa

busca pela verdade é uma caminho sempre continuo,sempre encontrado novas

roupagens de mitos; e de novos desafios para a busca da verdade .

Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema

filosófico. É a Filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá

sentido à, Filosofia definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação

educativa.

O pensar filosoficamente exige uma construção através do dialogo, da

reflexão, do desenvolvimento do senso critico, nas suas mais varias das formas. Por

isso cabe ao professor não ser apenas um ministrador de história da filosofia, mas

também um desenvolvedor do Senso Crítico e filosófico.

8.8.2. Objetivos Gerais

Levar o aluno a:

Apropriar-se de conhecimentos e modos discursivos,reflexivo, específicos

da Filosofia;

Entender a reflexão crítica como processo sistemático e interpretativo do

pensamento;

Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico,levados ao

senso crítico, bem como métodos e técnicas de leitura e análise de textos;

Produzir textos analíticos e reflexivos;

Adquirir Aprofundar e reutilizar conhecimentos, conceitos e procedimentos;

Articular as teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas

científico-tecnológicos, ético-políticos, e vivenciais;

Entender a reflexão crítica como processo sistemático e interpretativo do

pensamento;

Page 182:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

183

Desenvolver discussão oral de modo sistemático;

Articular as teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas

científico-tecnológicos, ético-políticos, sócio-culturais e vivenciais;

Problematizar situações discursivas;

Argumentar filosoficamente;

Formular raciocínio lógico, coerente e crítico;

Tentar Desmistificar a realidade;

Perceber o que está por trás das ideologias e posicionar-se;

Fazer um elo entre a teoria e a prática, o abstrato e o empírico;

Desenvolver sua estrutura cognitiva exercitando a criticidade para

empregá-la coletivamente de forma consciente e criativa;

Reconhecer-se sujeito ético;

Compreender as diversas culturas e sua linguagem, valorizando-as, sem

apontar uma hierarquia de valores, considerando-as dentro do próprio

contexto;

Desenvolver a relação crítica pela busca do conhecimento, levando em

consideração outros campos de conhecimentos, como a ciência, a religião,

etc.

8.8.3. Conteúdos

1º SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Mito e filosofia

Mito e Filosofia

Atualidade do Mito

Saber místico;

O que é mito;

Saber filosófico;

O nascimento da filosofia;

Os Pré – Socrático;

Mito os Ilíadas;

Mito da Caverna;

Do senso comum ao crítico

filosófico;

Page 183:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

184

Concepção e Mitos

Contemporâneos.

Saber filosófico

O que é filosofia

Origem e linha do tempo

Conceituação Importância,

Aplicabilidade

Primeiros Filósofos

(Sócrates 470-399 a.C.) –

maiêutica; (Platão 427-347

a.C.) – Mito ou Alegoria da

Caverna; Aristóteles (384-

322 a.C.)

Lógica, senso comum e

Conhecimento filosófico.

Teoria do

Conhecimento

Possibilidade do

Conhecimento

O problema da verdade

A questão do método

Conhecimento e Lógica

Conceituação, característica

Empirismo - John Locke

David Hume

Racionalismo - Immanuel

Kant

Método Cartesiano - René

Descartes

Ceticismo

Dogmatismo e Niilismo

Conceito de concepção na

História Filosófica

Diferenças de concepção

filosófica

Lógica dialética (Platão)

Lógica Matemática (Aristóteles)

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Ética e Moral Conceitos e Diferenças;

Page 184:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

185

Ética

Pluralidade Ética

Ética e Violência

Razão, desejo e vontade

Liberdade: autonomia do

sujeito e a necessidade

das normas

Aristóteles, Santo Agostinho,

Kant, Sartre

Baruch Espinosa (1632-1677)

Friedrich Nietzsche (1844-

1900)

Jean Paul Sartre (1905-1980)

Política

Relação entre

comunidade e poder

Liberdade e igualdade

política

Política e Ideologia

Esfera Publica e Privada

Cidadania Formal e

Participativa

Invenção da Política/

Introdução a Política

Política grega e Política

normativa

Platão e a Republica

O Pensamento político de

Aristóteles e as formas de

governo

Idade Média (A vinculação

de política à Religião)

Estado e Igreja (A cidade de

Deus-Santo Agostinho)

Democracia (Jean-Jacques

Rousseau 1712-1778)

Poder Nicolau Maquiavel

(1469-1527)

Absolutismo – Thomas

Hobbes

(1588-1679)

A utopia de Thomas Morus

3ª SÉRIE

Conteúdos

Estruturantes

CONTEÚDOS BÁSICOS Conteúdos Específicos

Page 185:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

186

Filosofia Política

Política

Relações entre

comunidade e poder

Liberdade e igualdade

política

Política e ideologia

Esfera Publica e Privada

Cidadania Formal e

Participativa

Democracia – Jean Jacques

Rousseau (1712 - 1778)

Poder – Nicolau Maquiavel

(1469 - 1527)

Liberalismo – John Locke

(1632 - 1704)

Absolutismo – Thomas

Hobbes (1588 - 1679)

Filosofia da ciência

Ciência

Concepção de Ciência

A questão do Método

Cientifico

Contribuição e Limite da

Ciência

Ciência e Ideologia

Concepção de ciência

Do Senso comum e ciência

Pensar a ciência e o seu

progresso;

Ciência X Cientifico

Dogmatismo científico e

fundamentos Ideológicos da

ciência.

Bioética, Clonagem

A tecnologia a serviço de

objetivos humanos e os

riscos da tecnologia

René Descartes (1596-1650)

Karl Popper (1902-1994)

Tomas Kuhn (1922-...)

Estética

Estética

Natureza da Arte

Filosofia e Arte

Categoria Estética

Feio, belo, sublime,

trágico, cômico,

Grotesco, gostoso, etc.

Estética e Sociedade

Concepção de Estética

(Pensar a Beleza)

Estética e desenvolvimento

da sensibilidade e da

imaginação,

Belo - Immanuel Kant (1724 -

1804)

A arte como forma de

conhecer o mundo;

Page 186:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

187

O universo da arte

A arte e a Filosofia

Arte - Walter Benjamin (1892

-1940) Alexandre Baugarten

(1714-1762) Obra Estética

(1750)

Arte erudita, massa, popular.

8.8.4. Metodologia

Situar a Filosofia enquanto disciplina escolar no horizonte dos problemas

contemporâneos científicos, tecnológicos, ético-políticos, artísticos ou decorrentes

das transformações das linguagens e das modalidades e sistemas de comunicação,

implicam uma tomada de posição para que sua contribuição seja significativa,

enquanto aos conteúdos e processos cognitivos.

Especificamente o trabalho de Filosofia no ensino resulta da conjugação de

um repertório de conhecimentos que funcionam como um sistema de referências

para discussões, julgamentos, justificações e valorações, e de procedimentos

básicos de análises, leitura e produção de textos. Tomando posse desse repertório

de conhecimentos e constituindo uma retórica, isto é, desenvolvendo um sistema

discursivo, o aluno pode passar da variedade dos fatos, acontecimentos, opiniões e

idéias para o estado reflexivo do pensamento, para a atitude de discernimento que

produz configurações de pensamento. Qualquer que seja o assunto tratado, não se

pode esquecer que a leitura filosófica retém o essencial da atividade filosófica. Uma

leitura não é filosófica apenas porque os textos são filosóficos, podem-se ler textos

filosóficos sem filosofar e ler filosoficamente textos jornalísticos, artísticos, políticos,

etc. Esta leitura não se caracteriza pela simples aplicação de metodologias de leitura

e análise de texto, mas pela atenção aos pressupostos subentendidos do texto, pela

reconstrução de um imaginário oculto que ultrapasse a literalidade.

É através das competências e habilidades que os alunos capacitam-se para

tratar os conteúdos programáticos justificando tomadas de decisões e posições,

produzindo interpretações, transferindo conhecimentos de uma dimensão a outra da

Page 187:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

188

realidade, estabelecendo articulações entre as questões tratadas nas diferentes

áreas do saber e da experiência. Munidos de sistemas de referências e exercitando

os requisitos discursivos, podem aceder ao domínio das representações, isto é, à

elaboração teórica. Possa, assim, deslocar-se da apreensão imediatista da realidade

para uma disposição esclarecida, efeito da criticidade.

Podem ser utilizadas como encaminhamento metodológico as seguintes

atividades:

Leituras;

Elaboração de textos;

Cartazes;

Transparências;

Debates;

Histórias em quadrinhos;

Recortes de propaganda;

Charges;

Vídeos/outros recursos fornecidos pela mídia;

Seminários;

Músicas/paródias.

8.8.5 Avaliação

A avaliação para o ensino de Filosofia, não deve se restringir ao mero

cumprimento da exigência legais, para mensuração de notas.A avaliação de estar

inserida no contexto da própria aula de Filosofia e suas especificidades. Pois a

disciplina de Filosofia tem em seus conteúdos elementos mediadores fundamentais

para que possam desenvolver o caráter especifico do ensino através de avaliações

que sejam de caráter problematizador, investiagador e que criem conceitos levando

o educando para uma avaliação sua e não somente do professor.Para tanto, não

hesita em formulá-la oralmente e por escrito, e, retoma-se o enunciado para dissecá-

lo friamente sem idéias pessoais, comparando as duas opiniões do filosofar e da

filosofia.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não

possui uma finalidade em sim mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo

Page 188:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

189

redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista,

garantir a qualidade do processo educacional, que professores estudantes e a

própria instituição de ensino, estão construindo coletivamente. No ensino de

Filosofia, a avaliação não se trata meramente de perceber o quanto o aluno

assimilou o conteúdo presente na história da filosofia, os problemas dos filósofos,

nem tão pouco, sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. Portanto, o

pensamento crítico não surge apenas das discussões sobre questões atinentes aos

problemas culturais, históricos e vivenciais, pela simples confrontação de posições

divergentes, nem da reprodução das soluções apresentadas pelo professor. O

professor pode considerar também para avaliação os trabalhos em grupos

realizados em sala de aula e como atividade extraclasse, nas quais os alunos

deverão demonstrar intensa atividade de pesquisa e capacidade de expor, por

escrito e de forma clara, as suas idéias.

Os debates orais sobre temas pertinentes aos conteúdos programáticos,

desenvolvidos de forma sistemática, nos quais se procura levar em conta a

participação do aluno, poderá ser outro ponto para avaliação. Enfim, o professor

organizará os instrumentos de avaliação dos conteúdos de Filosofia, procurando

constatar se o aluno reelaborou os conhecimentos adquiridos, avaliando a

capacidade do aluno em reformular questões de maneira organizada e estruturada,

procedendo de forma sistemática, com conteúdos determinados, buscando as raízes

e examinando as diversas dimensões do problema num todo articulado.

Através de exercícios do “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de

pesquisas, nas discussões, nas leituras de textos e comentários escritos, o professor

poderá ir avaliando o grau de inteligibilidade alcançada pelos educandos, no sentido

de diagnosticar as dificuldades e intervir no processo para que possa atingir uma

maior qualidade de reflexão.

Neste sentido é possível entender a avaliação como um processo que se dá

no interior da própria aula de Filosofia e não um momento em separado destinado a

avaliar.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Na complexidade do mundo contemporâneo, suas

particularidades e especializações espera-se que o

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190

Mito e filosofia

educando possa compreender, pensar e problematizar

os conteúdos básicos do conteúdo estruturante,

elaborando respostas aos problemas suscitados e

investigados. Desenvolvendo atividades filosóficas com

os conteúdos básicos o qual poderá formular suas

respostas quando tomada posições de forma escrita,

oral,argumentativa.

Teoria do

Conhecimento

Análise e interpretação da origem e linha do tempo

através do estudo e análise dos primeiros filósofos.

Conhecimento da maiêutica através de suas

experiências.

Interpretação e análise através dos mitos. Produção de

cartaz e interpretação do mito.

Através de textos e do conhecimento adquirido formula-

se questões argumentativas que possam levar o

educando a uma concepção filosófica.

Ética

Através do conhecimento e moral o educando deverá

desenvolver atividades através dos problemas de seu

cotidiano relacionados a ética, moral, violência e a

liberdade do indivíduo perante a sociedade a qual está

inserido. Aplicando debates e análises.

Filosofia Política

Tendo o conhecimento histórico da política, o educando

será avaliado através do conhecimento adquirido.

Através de uma análise iniciando com Aristóteles até a

utopia de Thomaz Morus, o educando deverá formular

suas respostas quando tomar posições o qual terá

condições de ser construtor de idéias, tendo como base

a liberdade e igualdade política, utilizando-se de

ideologias da estrutura pública e privada na qual

inserido.

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191

Filosofia da ciência

Através de uma análise iniciando com Aristóteles até a

utopia de Thomaz Morus, o educando deverá formular

suas respostas quando tomar posições o qual terá

condições de ser construtor de idéias, tendo como base

a liberdade e igualdade política, utilizando-se de

ideologias da estrutura pública e privada na qual

inserido.

Estética

Segundo a concepção de estética e beleza, através do

pensar beleza e usando da sensibilidade e imaginação

o educando deve desenvolver e definir beleza.Através

de análise crítica do material inserido em sala de aula

dos conteúdos estruturantes e básicos. Utilizando de

forma criativa e construtiva.

8.8.6. Referências:

Arroyo, Miguel G. (2002): Ofício de mestre: imagens e auto-imagens, 6.ª ed., Rio de Janeiro, Editora Vozes. CHAUÍ, M. O retorno teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004. GALLO, S. ; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. LANGON M. Filosofia do ensino de Filosofia. In: Gallo, S.; CORNELLI, G.; DANELLON, M. (org.) Filosofia do ensino de Filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. ROHAUT-AROBDEL MADELEINE Exercícios filosóficos.Tradução Paulo Neves, Edit.Martins Fontes,São Paulo: 2007. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. Tradução de Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2005. Rosa, Sanny S. da (2000): Construtivismo e mudança, São Paulo, Cortez Editora. RUSSEL, B. Os problemas da Filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra: Almedina, 2001.

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192

SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Filosofia do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2009. Severino, Antônio Joaquim (2001): «Identidade e tarefas da filosofia da educação», in Educação, sujeito e história, São Paulo, Olho D’água.

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193

8.9. FÍSICA

8.9.1. Apresentação da disciplina

O ensino da física requer uma identificação com as teorias cognitivas de

aprendizagem, como forma de discutir os mecanismos que favorecem a

compreensão dos conceitos e fenômenos físicos, e tem como objeto de estudo o

Universo em toda sua complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos

estudantes o estudo da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como

realidade material sensível.

O aluno deverá compreender e fazer uso da ciência como elemento de

interpretação e intervenção, e a tecnologia como conhecimento sistemático de

sentido prático, fazendo com que perceba a importância da física na sua vida. É

essencial despertar o interesse do educando.

Precisamos ficar atentos às mudanças ao nosso redor e mostrar ao aluno

que o estudo da física e importante no Ensino Médio. Nesse mundo globalizado é

necessário que o aluno saiba conhecer fontes e formas de obter informações

relevantes, sabendo interpretar notícias científicas, e ter conhecimento da teoria e

saber aplicá-la para explicar os fenômenos no dia-a-dia. Isso torna mais agradável

seu estudo, sem fugir do rigor cientifico, relacionando com outras ciências (biologia,

química, historia, geografia, outras).

A aprendizagem da física torna-se indispensável, pois a cada dia que passa, a

ciência avança de forma acelerada. Percebe então a importância dessa disciplina

nas escolas, atentando para o contínuo avanço tecnológico do mundo em que

vivemos, sendo importante na formação de cidadãos, em sua vida profissional e

social.

Segundo Sacristán fala de impressões que,

tal como imagens, trazem à mente o conceito de currículo”. Em algumas dessas impressões, a idéia de que o currículo é construído para ter efeitos sobre as pessoas fica reduzida ao seu caráter estrutural prescritivo. Nelas, parece não haver destaque para a discussão sobre como se dá, historicamente, a seleção do conhecimento, sobre a maneira como esse conhecimento se organiza e se relaciona na estrutura curricular e, conseqüência disso, o modo como as pessoas poderão compreender o mundo e atuar nele.

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194

[...] o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e desenvolvida; o currículo como programa de atividades planejadas, devidamente sequencializadas, ordenadas metodologicamente tal como se mostram num manual ou num guia do professor; o currículo, também foi entendido, às vezes, como resultados pretendidos de aprendizagem; o currículo como concretização do plano reprodutor para a escola de determinada sociedade, contendo conhecimentos, valores e atitudes; o currículo como experiência recriada nos alunos por meio da qual podem desenvolver-se; o currículo como tarefa e habilidade a serem dominadas como é o caso da formação profissional; o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em relação à reconstrução social da mesma. (SACRISTAN, 2000, p. 14)

A contextualização significa aproveitar o máximo as relações entre os

conteúdos abordados e o contexto pessoal ou social do aluno, de modo que aquilo

que esta aprendendo tenha significado efetivo para ele. Assim, o aluno desenvolve a

a capacidade de relacionar o aprendido com o observado e a teoria envolvida com

as suas conseqüências e aplicações praticas.

A interdisciplinaridade propõe que os conteúdos e as situações de

aprendizagem sejam trabalhados de modo a destacar as múltiplas interações com

as varias disciplinas do currículo, superando, na medida do possível, a separação

entre elas. Algumas disciplinas como a física e a matemática, por exemplo, têm

muitas afinidades e pontos comuns, portanto os professores dessas disciplinas

podem aplicar, estudos de investigação, visando o desenvolvimento do aluno ( ou

mais) disciplinas, as ciências naturais física, química e Biologia – trocam

informações entre si usando a linguagem matemática

8.9.2. Conteúdos

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Movimento

Momentum e inércia

Conservação de

quantidade de

movimento

(momentum)

Variação da quantidade

A física (histórico , científico,

tecnológico, econômico e

social). Os fenômenos físicos.

As divisões da física. As

grandezas físicas.

Cinemática escalar e vetorial.

Page 194:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

195

de

movimento = Impulso

2ª Lei de Newton

3ª Lei de Newton e

condições de equilíbrio

Energia e o Princípio

da Conservação da

energia

Gravitação

Movimentos verticais.

Movimentos compostos.

Leis de Newton.

Força de atrito e componentes

da força resultante..

Potência de uma força

Impulso e quantidade de

movimento.

Colisões

Iniciação á hidrostática.

Teorema de Stevin

(implicações).

Teorema de Pascal.

Teorema de Arquimedes.

Conceito de calor e temperatura

Termometria

Dilatação nos sólidos e líquido

Principio das trocas de calor

Fases da matéria

Mudança de fase

Transmissão de calor

Condução térmica

Convecção térmica

Radiação térmica

Leis da Termodinâmica

Energia Interna

Trabalho de um gás

Ondas

Propagação de energia através

de ondas

Classificação das ondas

Estudo matemático de ondas

Termodinâmica

Leis da

Termodinâmica:

Lei zero da

Termodinâmica

1ª Lei da

Termodinâmica

2ª Lei da

Termodinâmica

Eletromagnetismo

Carga, corrente

elétrica,

campo e ondas

eletromagnéticas

Força eletromagnética

Equações de Maxwell:

Lei de Gauss para

eletrostática/Lei de

Page 195:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

196

Coulomb, Lei de

Ampère, Lei de Gauss

magnética, Lei de

Faraday

A natureza da luz e

suas propriedades

Elementos da onda

Fenômenos ondulatórios

Reflexão, propriedades

Refração, propriedades

Interferência, propriedades

Difração

Ressonância

Polarização

Óptica

A luz

Classificação dos meios

Propagação retilínea da luz

Reflexão e refração da luz

Espelhos planos

Leis da reflexão

Equações dos espelhos

esféricos

Formação de imagens

Lentes

A carga elétrica

Um pouco da historia da

eletricidade

Força eletrostática

Lei de Coulomb

Representação gráfica da lei de

Coulomb

Potencial elétrico

Energia potencial

Corrente elétrica

Condutores e isolantes

Resistores e Lei de Ohm

Resistor e resistência

Page 196:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

197

Receptores elétricos

Potencia e energia elétrica

Potencia dissipada no resistor

O campo magnético

A energia no Brasil

Medindo a energia utilizada

Economia de energia ( Petróleo

e seus derivados, eletricidade)

Fontes Alternativas de energia

A energia solar

Força magnética

Fontes de campo magnético

Indução eletromagnética

Lei de Faraday

Lei de Lenz

Supercondutores e magnetismo

Física Moderna

A teoria da Relatividade

Mecânica Quântica

Partículas elementares

8.9.3. Metodologia

Os conteúdos previstos para o desenvolvimento da disciplina serão

apresentados em forma de aulas expositivas, usando diferentes linguagens: verbal,

física, gráfica e corporal e trabalhos em grupos e individuais, em classe e extra-

classe, para estimular o estudante ao conhecimento na sala de aula e tendo a visão

dos fenômenos físicos fora Do âmbito escolar.

A introdução de alguns conteúdos da Física Moderna serão trabalhados com

mídias ( vídeos). Utilizar softwares educativos para o aprimoramento de conceitos

físicos e simulações de alguma situações.

Fazer uso do laboratório para aulas praticas visando o conhecimento obtido

Page 197:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

198

em sala de aula e TV pendrive.

8.9.4. Avaliação

A avaliação é um instrumento fundamental no processo ensino aprendizagem

que oferece informações ao professor e a equipe pedagógica analisarem os

resultados de seu trabalho e para o estudante analisar seu desempenho, visando o

seu crescimento.

É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se

estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais

especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,

documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.

Durante o decorrer dos trimestres serão avaliados, dependendo do conteúdo,

alguns aspectos como:

Avaliação escrita individual sem consulta

Trabalho escrito com resolução em casa

Pesquisa

Lista avaliativa

Avaliação com consulta no caderno

Recuperação de estudos quando se fizer necessário, com retomada dos

conteúdos defasados.

8.9.5. Referências

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Física. Paraná: 2008.

Page 198:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

199

8.10. GEOGRAFIA

8.10.1. Apresentação da Disciplina

Não basta explicar o mundo, é preciso compreendê-lo e participar do

processo evolutivo no qual estamos inseridos. Assim a Geografia assume um papel

político significativo na formação do cidadão.

A busca da vivência do educando com os lugares, de modo que possam

construir concepções novas e mais complexas a seu respeito, faz parte da

abordagem geográfica atual, visando, desse modo, ao desenvolvimento da

capacidade de refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a

relação homem / natureza.

A Geografia, portanto, permite aos alunos compreender o significado da vida

em sociedade: cada cidadão ao conhecer as características sociais, culturais do

lugar onde vive, bem como as de outros lugares, pode comparar, explicar,

compreender e espacializar as múltiplas relações que diferentes sociedades, em

épocas variadas, estabeleceram e estabelecem com a natureza na construção do

espaço geográfico.

Os gregos foram a primeira cultura conhecida a explorar ativamente a

Geografia como ciência e filosofia, sends os maiores contribuintes Tales de Mileto,

Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estrabão e Ptolomeu. A cartografia feita

pelos romanos, à medida que exploravam novas terras, incluía novas técnicas.

Durante a Idade Média, Árabes como Edrisi, Ibn Battuta e Ibn Khaldun

aprofundaram e mantiveram os antigos conhecimentos gregos. As viagens de Marco

Polo espalharam pela Europa o interesse pela Geografia. Durante a Renascença e

ao longo dos séculos XVI e XVII, as grandes viagens de exploração reavivaram o

desejo de bases teóricas mais sólidas e de informação mais detalhada. A

Geographia Generalis de Bernardo Varenius e o mapa-mundo de Gerard Mercator

são exemplos importantes.

Durante o século XVIII, a Geografia foi sendo discretamente reconhecida

como disciplina e tornou-se parte dos currículos universitários. Ao longo dos últimos

dois séculos a quantidade de conhecimento e o número de instrumentos aumentou

enormemente. Há fortes laços entre a Geografia, a Geologia e a Botânica.

Page 199:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

200

No Ocidente, durante os séculos XIX e século XX, a disciplina geográfica

passou por quatro fases importantes: determinismo geográfico, geografia regional,

revolução quantitativa e geografia radical.

O determinismo geográfico defendia que as características dos povos se

devem à influência do meio natural. Deterministas proeminentes foram Carl Ritter,

Ellen Churchill Semple e Ellsworth Huntington. Hipóteses populares como "o calor

torna os habitantes dos trópicos preguiçosos" e "mudanças freqüentes na pressão

barométrica tornam os habitantes das latitudes médias mais inteligentes" eram

assim defendidas e fundamentadas. Os geógrafos deterministas tentaram estudar

cientificamente a importância de tais influências. Nos anos 1930, esta escola de

pensamento foi largamente repudiada por lhe faltarem bases sustentáveis e por ser

propensa (frequentemente intolerante) a generalizações.

O determinismo geográfico constitui um embaraço para muitos geógrafos

contemporâneos e leva ao ceticismo sobre aqueles que defendem a influência do

meio na cultura (como as teorias de Jared Diamond). Porém o determinismo foi uma

teoria reducionista do pensamento do alemão Friedrich Ratzel, que dizia que o meio

influencia, mas não que determinava o homem. E muito provavelmente esta teoria

tenha sido criada por políticos e militares de uma classe hegemônica-dominante-

européia para justificar a exploração em suas colônias. Tanto que para os geógrafos

mais esclarecidos, o possibilismo de Vidal de La Blache (teoria que vem a dizer que

o homem tem a possibilidade de intervir no meio), seria na verdade um

complementação, uma continuação da teoria de Ratzel e não uma oposição, como a

maioria enxerga e ensina, de forma simplista.

A Geografia Regional representou a reafirmação de que os aspectos próprios

da Geografia eram o espaço e os lugares. Os geógrafos regionais dedicaram-se à

recolha de informação descritiva sobre lugares, bem como aos métodos mais

adequados para dividir a Terra em regiões. As bases filosóficas foram desenvolvidas

por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne. Vale à pena lembrar que enquanto

Vidal vê a região como uma determinada paisagem, onde os gêneros de vida

determinam a condição e a homogeneidade de uma região, Hartshorne não utilizava

o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais

os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim as

descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. E este ficou conhecido como

método regional.

Page 200:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

201

A revolução quantitativa foi a tentativa de a Geografia se redefinir como

ciência, no renascer do interesse pela ciência que se seguiu ao lançamento do

Sputnik. Os revolucionários quantitativos, frequentemente referidos como "cadetes

espaciais", declaravam que o propósito da Geografia era o de testar as leis gerais do

arranjo espacial dos fenômenos. Adotaram a filosofia do positivismo das ciências

naturais e viraram-se para a Matemática - especialmente a estatística - como um

modo de provar hipóteses. A revolução quantitativa fez o trabalho de campo para o

desenvolvimento dos sistemas de informação geográfica.

Neste caso, é bom lembrar que a geografia em seu início com Humboldt,

Ratzel, Ritter, La Blache, Hartshorne e outros já se utilizava de métodos positivistas,

e a mudança de paradigma que ocorreu com a matematização do espaço foi a da

inclusão da informática para a quantificação dos dados, pelo método neopositivista,

por volta dos anos 1950 no Brasil.

Apesar de as perspectivas positivista e pós-positivista permanecerem

importantes em Geografia, a Geografia Radical surgiu como uma crítica ao

positivismo. O primeiro sinal do surgimento da Geografia Radical foi a Geografia

Humanista. A partir do Existencialismo e da Fenomenologia, os geógrafos

humanistas (como Yi-Fu Tuan) debruçaram-se sobre o sentimento de, e da relação

com, lugares. Mais influente foi a Geografia Marxista, que aplicou as teorias sociais

de Karl Marx e dos seus seguidores aos fenómenos geográficos. David Harvey e

Richard Peet são bem conhecidos geógrafos marxistas.

Quanto ao conhecimento geográfico no Brasil, não se pode deixar de

observar a grande importância e influência do Geógrafo mais reconhecido do país

seguido de Aziz Ab´Saber e seu pioneirismo, não por profissão, mas por méritos,

Milton Santos. Com várias publicações, Milton Santos, tornou-se o pai da Geografia

Crítica que faz análises e fenomenológicas dos fatos e incidências de casos. Isso é

importante, visto que a Geografia é uma ciência global e abrangente, e somente o

olhar geográfico aguçado consegue identificar determinados processos, sejam

naturais ou sócio-espaciais. Vale ressaltar também os importantes estudos do

professor Jurandyr Ross, que se dedicou a mapear, de forma bastante detalhada, o

relevo brasileiro além das inúmeras publicações do professor doutor José William

Vesentini que se tornaram referência no estudo da Geografia no Brasil. Não

podendo esquecer de geógrafos como Manuel Correa de Andrade, Roberto Lobato

Côrrea, Ruy Moreira, Armando Correa da Silva, Antonio Cristofoletti, Ariovalvdo

Page 201:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

202

Umbelino de Oliveira, entre outros de outras épocas que não foram tão reconhecidos

como os Uspianos...

Assim, podemos concluir que, desde os tempos mais remotos, na Pré

História, o homem necessitava de conhecimentos geográficos em termos de

localização para garantir sua sobrevivência. Com a evolução das sociedades e o

avanço do capitalismo a partir da Idade Moderna, a Geografia passa a ter um papel

ainda mais importante no sentido de denunciar as explorações irracionais dos

recursos naturais no espaço geográfico e também apontar as possíveis soluções

para os problemas. Existe hoje, a necessidade de mudanças nos paradigmas

conceituais e teóricos, estabelecendo críticas contundentes a maneira como a

produção do espaço geográfico é tratado pelas vertentes tradicionais e críticas.

O estudo da Geografia deve contribuir para que o aluno desenvolva uma

leitura crítica do mundo atual. A proposta é que o aluno seja preparado para a leitura

da dinâmica do espaço geográfico, considerando as relações de classe e a atuação

do homem na transformação do espaço, e as diferentes escalas geográficas.

“ Cabe à Geografia preparar os alunos para uma leitura crítica da produção

social do espaço, negando a “naturalidade” dos fenômenos que imprimem

passividade aos indivíduos” (CASSETI, 2002).

O Objeto de estudo da Geografia é o ESPAÇO GEOGRÁFICO. O espaço

geográfico construído e transformado pelos seres humanos. Ele contém elementos

“naturais” (rios, planaltos, planícies etc) e artificiais (casas, avenidas, pontes, etc). Ao

pensarmos no espaço geográfico estamos pensando nos elementos e aspectos que

existem nas paisagens, mas também nas diversas ações que as pessoas realizam

sobre a natureza. Essas ações correspondem aos vários tipos de atividades

humanas: trabalho, estudo, lazer. Envolvem, portanto, relações econômicas, sociais

e políticas. Trata-se de algo bastante dinâmico, que está em constante mudança

com o passar do tempo e que se diferencia nas diversas sociedades, pois o Espaço

geográfico é reflexo da sociedade que o constrói.

De acordo com as DCEs página 260, 2008 imput (SILVA, 1995) o Espaço

geográfico é entendido como interdependente do sujeito que o constrói. Trata-se de

uma abordagem que não nega o sujeito do conhecimento nem supervaloriza o

objeto, mas antes, estabelece uma relação entre eles, entendendo-os como dois

polos no processo do conhecimento. Assim o sujeito torna-se presente no discurso

geográfico.

Page 202:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

203

8.10.2. Objetivos Gerais

Analisar criticamente as transformações do espaço geográfico

compreendendo as dimensões econômica, política, cultural, demográfica e

socioambiental.

Analisar as transformações do espaço geográfico e suas implicações para

a vida humana, compreendendo as relações entre os diferentes espaços e

as populações que neles atuam.

Analisar as transformações do espaço geográfico brasileiro e suas

implicações para a vida humana, compreendendo as relações de

produção.

Analisar a reorganização do espaço geográfico no contexto da

mundialização do capital, percebendo a redefinição do papel do Estado e

as implicações desses processos na vida das pessoas.

8.10.3. Conteúdos

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

econômica do

espaço geográfico

Formação e transformação das

paisagens naturais e culturais.

Dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

A formação, localização,

exploração e utilização dos

recursos naturais.

A distribuição espacial das

atividades produtivas e a

Os setores da economia;

Sistemas de circulação de

mercadorias, pessoas,

capitais e informações;

Sistema de produção

industrial;

Agroindústria;

O espaço geográfico;

Sociedade e natureza

Cartografia

Page 203:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

204

(reorganziação do espaço

geográfico.)

As relações campo e cidade na

sociedade capitalista.

Dimensão política

do espaço

geográfico

As diversas regionalizações do

espaço geográfico

Lugar, paisagem e espaço

geográfico;

Trabalho, técnica e

transformação do espaço.

Dimensão cultural

A transformação demográfica,

a distribuição espacial e os

indicadores estatísticos da

população.

A mobilidade populacional e as

manifestações sociespaciais

da diversidade cultural.

Fatores e tipo de migração e

imigração e suas influências

no espaço geográfico.

História da Cultura Afro-

brasileira - Lei 10.639/03

Dimensão

socioambiental do

espaço geográfico.

Dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

A natureza, seus recursos e

problemas ambientais:

Produtos e matérias primas;

Recursos materiais

renováveis e não renováveis;

Desenvolvimento sustentável

As eras geológicas;

Os movimentos da Terra no

Universo e suas influências

(Rotação e Translação)

As rochas e minerais;

Classificação, fenômenos

atmosféricos e mudanças

climáticas;

Rios e bacias hidrográficas;

Sistemas de energia;

Circulação e poluição

Page 204:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

205

atmosférica;

Desmatamento;

Chuva ácida;

Buraco na Camada de

Ozônio;

Efeito Estufa (Aquecimento

Global);

Ocupação de áreas

irregulares;

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

econômica do

espaço geográfico.

A formação, mobilidade das

fronteiras e a reconfiguração

do território brasileiro.

O espaço rural e a

modernização da agricultura.

A formação, o crescimento das

cidades a dinâmica dos

espaços urbanos e a

urbanização.

A distribuição espacial das

atividades produtivas, a

(re)organização do espaço

geográfico.

A circulação de mão-de-obra,

das mercadorias e das

informações.

Economia e desigualdade

social;

O desenvolvimento

econômico e industrial no

Centro-Sul;

Uma grande e diversificada

agropecuária no Centro-Sul;

Nordeste, uma região em

transformação;

Ocupação recente da

Amazônia.

Dimensão política

As diversas formas de

regionalizações do espaço

Estado, nação e território;

Biopirataria;

Page 205:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

206

do espaço

geográfico

brasileiro. Movimentos sociais;

O território brasileiro;

As regiões brasileiras;

História do Paraná - Lei:

13.381/01

Dimensão cultural e

demográfica do

espaço geográfico.

As manifestações

sócioespaciais e os

indicadores estatísticos da

população.

Movimentos migratórios e suas

motivações.

O êxodo-rural;

Urbanização e favelização;

População Brasileira;

Meio ambiente e

desenvolvimento;

Movimentos sociais.

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico.

A dimânica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

O Meio ambiente rural e

urbano;

Desigualdade social e

problemas ambientais;

A intensa transformação das

paisagens e a degradação

ambiental no Centro-Sul;

Amazônia o domínio da

floresta;Amazônia o domínio

da floresta;O fenômeno da

seca no Sertão;

A exploração sustentável da

floresta Amazônica;

As grandes paisagens

naturais do Brasil.

Educação Ambiental - Lei

9.795/99

8º ANO

CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Page 206:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

207

ESTRUTURANTES

Dimensão

econômica do

espaço geográfico.

O comércio e suas implicações

socioespaciais.

A circulação da mão-de-obra,

do capital, das mercadorias e

das informações.

A distribuição espacial das

atividades produtivas, a

(re)organização do espaço

geográfico.

As relações entre o campo e a

cidade na sociedade

capitalista.

Globalização;

Dependência tecnológica;

O Trabalho e a

Transformação da natureza e

do espaço geográfico;

Acordos e blocos

econômicos.

Dimensão política

do espaço

geográfico

As diversas regionalizações do

espaço geográfico.

A formação, mobilidade das

fronteiras e a reconfiguração

dos territórios do continente

americano.

A nova ordem mundial, os

territórios supranacionais e o

papel do Estado.

O Espaço rural e a

modernização da agricultura.

A regionalização do espaço

geográfico mundial;

Organismos internacionais;

Narcotráfico;

Formação dos Estados

Nacionais;

Desigualdades dos países

Norte X Sul.

Dimensão cultural e

demográfica do

espaço geográfico

A transformação demográfica,

a distribuição espacial e os

indicadores estatísticos da

população.

Os movimentos migratórios e

suas motivações.

As manifestações

socioespaciais da diversidade

Consumo e consumismo;

Condições de vida no mundo

subdesenvolvido;

O drama da fome no mundo

subdesenvolvido;

A qualidade de vida no

mundo desenvolvido;

Movimentos sociais;

Page 207:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

208

cultural. Fatores de imigração e

migração e suas influências

no espaço geográfico.

História e Cultura afro-

brasileira e Indígena - Lei;

11.645/08

História da Cultura Afro-

brasileira - Lei: 10.639/03

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico.

Formação, Localização,

exploração e utilização dos

recursos naturais.

Origem e distribuição dos

continentes e oceanos na

superfície da Terra;

Os movimentos da crosta

terrestre e as áreas de

instabilidade tectônica;

A dinâmica natural na

formação das paisagens;

As grandes paisagens

naturais da Terra;

A transformação das

paisagens naturais;

Consumo e questão

ambiental.

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

A revolução tecno-científico-

informacional e os novos

arranjos no espaço da

produção.

O comércio mundial e as

A revolução tecnológica e a

formação do espaço global;

A dinâmica do espaço Global

(expansão das

multinacionais, fluxos e

Page 208:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

209

econômica do

espaço geográfico.

implicações socioespaciais.

A distribuição espacial das

atividades produtivas, a

(re)organização do espaço

geográfico.

O espaço em rede: produção,

transporte e comunicação na

atual configuração territorial.

redes);

Acordos e blocos

econômicos.

Dimensão política

do espaço

geográfico

As diversas regionalizações do

espaço geográfico.

A nova ordem mundial, os

territórios supranacionais e o

papel do Estado.

A formação, mobilidade das

fronteiras e a reconfiguração

dos territórios.

Blocos econômicos;

Globalização:

desenvolvimento e

subdesenvolvimento;

Guerra Fria;

Conflitos Mundiais;

Políticas Ambientais;

Órgãos Internacionais;

Neoliberalismo;

Terrorismo;

Território e fronteiras no

mundo atual.

Dimensão cultural e

demográfica do

espaço geográfico.

As manifestações

socioespaciais da diversidade

cultural.

Fluxos populacionais: o caso

das migrações internacionais;

Históricos das imigrações;

Estrutura Etária;

Formações e conflitos étnicos

religiosos e raciais;

Movimentos sociais;

Meios de comunicação;

Estudo de gênero: masculino

e feminino, entre outros;

Globalização: desigualdade e

exclusão social;

Page 209:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

210

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

Meio ambiente e problemática

ecológica;

Movimentos ambientalistas;

Desenvolvimento Sustentável

1ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

econômica do

espaço geográfico

Formação e transformação das

paisagens.

Dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção

A distribuição espacial das

atividades produtivas, a

transformação da paisagem, a

(re)organização do espaço

geográfico.

O Espaço Geográfico.

Cartografia (localização e

orientação);

Dimensão política

do espaço

geográfico

Nova ordem mundial, os

territórios supranacionais e o

papel do Estado.

Formação, mobilidade das

fronteiras e a reconfiguração

dos territórios

As diversas regionalizações do

espaço geográfico.

As implicações socioespaciais

do processo de mundialização.

Noções de fronteira e

territorialidade

Conceito de Geografia:

objetos e objetivos;

Dimensão cultural e

demográfica do

A formação e transformação

das paisagens.

Ação antrópica nas

paisagens terrestres.

Page 210:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

211

espaço geográfico.

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico

A formação, localização e

exploração dos recursos

naturais.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

A revolução técnico-científica-

informacional e os novos

arranjos no espaço da

produção;

Origem do universo e

formação da Terra;

Geologia: estrutura, origem e

processos de formação da

litosfera;

Relevo: estrutura e processos

de formação;

Hidrosfera: conceitos básicos;

Águas continentais e águas

oceânicas;

Uso e disponibilidade da

água;

Atmosfera;

Clima: fatores de formação,

tipologia climática;

Vegetação;

Os grandes domínios

morfoclimáticos;

Os biomas brasileiros;

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

econômica do

espaço geográfico.

A formação, localização e

exploração dos recursos

naturais.

O espaço rural e a

modernização da agricultura.

As relações entre o campo e a

cidade na sociedade

Atividades econômicas;

Extrativismo: conceito e tipos;

Pecuária: conceitos e tipos;

Agricultura: conceitos e

sistemas agrícolas;

Indústria: conceitos e tipos

Fatores de instalação das

Page 211:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

212

capitalista.

A circulação de mão-de-obra,

do capital, das mercadorias e

das informações.

indústrias;

Indústria no Brasil;

Fontes de energia.

Dimensão política

do espaço

geográfico

Os movimentos sociais,

urbanos e rurais, e a

apropriação do espaço.

Reforma Agrária;

Dimensão cultural e

demográfica do

espaço geográfico

A evolução demográfica, a

distribuição espacial da

população e os indicadores

estatísticos.

Os movimentos migratórios e

suas motivações.

A mobilidade populacional e as

manifestações socioespaciais

da diversidade cultural.

Teorias demográficas;

Características da população:

geral e do Brasil;

Pirâmide etária;

Características das pirâmides

etárias nos países ricos e

pobres;

Migrações e movimentos

populacionais;

Migrações no Brasil;

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico.

Formação e transformação das

paisagens.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

Erosão e conservação do

solo;

3ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dimensão

econômica do

O espaço em rede: produção,

transporte e comunicação na

atual configuração territorial.

Comércio;

Meios de transporte;

Cidade;

Page 212:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

213

espaço geográfico. O comércio e as implicações

socioespaciais.

Dimensão política

do espaço

geográfico

As implicações socioespaciais

do processo de mundialização.

Formação, mobilidade das

fronteiras e a reconfiguração

dos territórios.

Globalização;

Conseqüências da

Globalização;

O Brasil no contexto da

globalização.

Dimensão cultural e

demográfica do

espaço geográfico.

A formação e o crescimento

das cidades, a dinâmica dos

espaços urbanos e a

urbanização recente.

Evolução urbana;

Dimensão sócio

ambiental do

espaço geográfico.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de

tecnologias de exploração e

produção.

A formação, localização e

exploração dos recursos

naturais.

Problemas urbanos;

Poluição: conceitos e tipos;

Problemas ambientais

globais;

El Niño e La Niña

Efeito estufa;

Destruição da Camada de

ozônio;

Chuva ácida;

Inversão térmica;

Os acordos internacionais

para a preservação do meio

ambiente.

8.10.4. Metodologia

Os conteúdos específicos serão trabalhados de uma forma crítica e dinâmica,

interligando a teoria e prática a realidade, mantendo uma coerência dos

fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta essencial,

Page 213:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

214

possibilitando assim transitar em diferentes escalas espaciais, ou seja, do local para

o global e vice-versa.

De acordo com as DCEs (página 83, 2008), a metodologia do ensino da

Geografia, deve permitir que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da

Geografia e compreendam o processo de produção e transformação do espaço

geográfico. Para isso, os conteúdos da Geografia devem ser trabalhados de forma

crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos alunos, em

coerência com os fundamentos teóricos propostos pelas DCEs.

Não há separação do ponto de vista metodológico entre os conteúdos, pois

existe uma relação entre os mesmos já que as transformações no espaço são

concebidas pela ação do homem em um determinado momento histórico. Dessa

maneira torna-se fundamental a utilização de materiais didáticos sem adotar uma

linearidade de conteúdos ou alimentando a dicotomia sociedade-natureza.

Dentro da prática pedagógica apresentada, visualizar o educando como

agente participativo, com diferentes potencialidades a serem desenvolvidas. A

Geografia é uma ciência ligada à vida, ao nosso espaço de vivência. Nesse contexto

o educando participa desenvolvendo a construção de seus conhecimento, realizando

pesquisas, contextualizando a realidade, produzindo textos, debates, participando de

seminários, entrevistas, aula de campo, desenvolvendo projetos e desenvolvendo

técnicas de efetivação da aprendizagem como: painéis, mapas, maquetes, jogos,

dramatizações, correspondências, análise de materiais periódicos, análise de

gráficos, tabelas e imagens.

Os conteúdos devem ser abordados de forma contextualizada aliando

exemplos práticos do cotidiano com o conhecimento vivenciado pelo aluno.

No ensino de Geografia, o professor deve utilizar todos as ferramentas

necessárias, como: computador, internet, vídeo, jornal, revistas, etc. É importante

também diversificar as atividades e proporcionar o diálogo entre os alunos e o

professor.

Outra metodologia valiosa para o estudo do espaço geográfico, são as aulas

de campo. A realização de saídas de campo permite que o aluno estabeleça um

vínculo entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e o conhecimento dos

processos geográficos visualizados na prática. Para que uma visita ou estudo de

campo seja proveitoso, o professor deve organizar a observação sistemática do

lugar visitado com os alunos, realizando a descrição, seleção e ordenação das

Page 214:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

215

informações ora obtidas e o registro final destas impressões sob forma de croquis,

maquetes, desenhos, figuras, debates, pôster, gráficos, etc.

Pode-se também fazer uso de imagens não animadas (pôster, slides, cartões

postais, fotografias) e de filmes como importantes ferramentas metodológicas, desde

que o professor leve em consideração o tipo de clientela atingida, o conteúdo a ser

trabalhado e também a abordagem do tema.

Por fim, o uso da cartografia nas aulas de Geografia também deve ser

encarado como um importante recurso metodológico no sentido de possibilitar a

espacialização do conteúdo trabalhado em sala de aula, possibilitando ao aluno uma

melhor visualização dos aspectos inerentes a produção do espaço geográfico.

8.10.5. Avaliação

De acordo com as DCEs (página 86, 2008), a avaliação em Geografia deve

ser mais do que a definição de uma nota ou de um conceito. Desse modo, as

atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo devem possibilitar ao aluno a

apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico frente aos diferentes contextos

sociais.

A avaliação deve ser compreendida como elemento integrador entre a

aprendizagem e o ensino, o que envolve múltiplos aspectos:

O ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno

aprenda da melhor forma;

A obtenção de informação sobre os temas de conhecimentos;

A reflexão contínua do educador sobre sua prática educativa.

A conscientização dos avanços dificuldades e possibilidades.

A avaliação, portanto, ocorrerá durante todo o processo ensino-

aprendizagem, desde o planejamento das atividades por parte do educador até a

etapa final de retorno dado pelo educando. Buscando obter o máximo de

informações em relação aos processos de aprendizagem, é necessário considerar a

importância de uma diversidade de instrumentos e situações para possibilitar tanto a

avaliação das diferentes capacidades e os variados conteúdos curriculares em

questão, como o contraste de dados obtidos e a observação da transferência da

aprendizagem, em contextos múltiplos.

Page 215:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

216

Sendo assim, faz-se necessário a utilização de diferentes práticas

pedagógicas, tais como: leitura, interpretações de mapas, gráficos, tabelas, fotos,

imagens, produção de textos geográficos, aula de campo, apresentações de

seminários e construções de maquetes.

Os principais critérios de avaliação em Geografia: a formação dos conceitos

geográficos básicos e entendimento das relações socioespaciais nas diversas

escalas geográficas.

Ao longo do ano, dentro de cada conteúdo estruturante, serão avaliados os

seguintes critérios:

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Dimensão econômica

do espaço geográfico

Reconheça o processo de formação e transformação das

paisagens geográficas.

Entenda que o espaço geográfico é composto pela

materialidade (natural e técnica) e pelas ações sociais,

econômicas, culturais e políticas.

Identifique as formas de apropriação da natureza, a partir

do trabalho e suas consequências econômicas,

socioambientais e políticas.

Entenda o processo de transformação de recursos

naturais em fontes de energia.

Identifique relações existentes entre o espaço urbano e

rural: questões econômicas, ambientais, políticas,

culturais, movimentos demográficos, atividades

produtivas.

Entenda o processo de formação das fronteiras agrícolas

e a apropriação do território.

Entenda o espaço brasileiro dentro de um contexto

mundial, compreendendo suas relações econômicas,

culturais e políticas com outros países.

Verifique o aproveitamento econômico das bacias

hidrográficas e do relevo.

Page 216:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

217

Estabeleça relações entre a estrutura fundiária e os

movimentos sociais no campo.

Entenda o processo de transformação das paisagens

brasileiras, levando em consideração as formas de

ocupação, as atividades econômicas desenvolvidas, a

dinâmica populacional e a diversidade cultural.

Estabeleça relação entre o uso de tecnologias nas

diferentes atividades econômicas e as consequêntes

mudanças nas relações sócio-espaciais e ambientais.

Reconheça a configuração do espaço de circulação de

mão-de-obra, mercadorias e sua relação com os espaços

produtivos brasileiros.

Reconheça a constituição de blocos econômicos,

considerando a influencia política e econômica na

regionalização do continente americano.

Identifique as diferentes paisagens e compreenda sua

exploração econômica no continente Americano.

Reconheça a importância da rede de transporte,

comunicação e circulação das mercadorias, pessoas e

informações na economia regional.

Compreenda as inovações tecnológicas, sua relação com

as atividades produtivas industriais e agrícolas e suas

consequências ambientais e sócias.

Entenda o processo de industrialização e a produção

agropecuária em relação com a apropriação dos recursos

naturais.

Reconheça a constituição de blocos econômicos,

considerando a influencia política e econômica na

regionalização mundial.

Compreenda a atual configuração do espaço geográfico

mundial em suas implicações sociais, econômicas e

políticas.

Compreenda que os espaços estão inseridos numa

Page 217:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

218

ordem econômica e política global, mas também

apresentam particularidades.

Entenda a importância econômica, política e cultural do

comércio mundial.

Identifique as organizações socioespaciais na atuação

das organizações econômicas internacionais.

Relacione o desenvolvimento das inovações

tecnológicas nas atividades produtivas.

Dimensão política do

espaço geográfico

Forme e signifique os conceitos de paisagem, lugar,

região, território natureza e sociedade.

Reconheça as diferentes formas de regionalização do

espaço geográfico.

Aproprie-se dos conceitos de paisagem, lugar, região,

território natureza e sociedade.

Identifique o processo de formação do território brasileiro

e as diferentes formas de regionalização do espaço

geográfico.

Identifique a configuração socioespacial da América por

meio de leitura dos mapas, gráficos, tabelas e imagens.

Diferencie as formas de regionalização da América nos

diversos critérios adotados.

Compreenda a formação dos territórios e a

reconfiguração das fronteiras do continente americano.

Identifique a configuração mundial por meio de leitura dos

mapas, gráficos, tabelas e imagens.

Compreenda a atual configuração do espaço geográfico

mundial em suas implicações sociais, econômicas e

políticas.

Compreenda que os espaços estão inseridos numa

ordem econômica e política global, mas também

apresentam particularidades.

Entenda a importância econômica, política e cultural do

Page 218:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

219

comércio mundial.

Identifique os conflitos étnicos e separatistas e suas

consequências no espaço geográfico.

Reconheça a reconfiguração de fronteiras e a formação

de novos territórios nacionais.

Dimensão cultural e

demográfica do espaço

geográfico

Entenda a transformação e a distribuição espacial da

população, como resultados de fatores históricos,

naturais e econômicos.

Entenda o significado dos indicadores demográficos

refletindo a organização espacial.

Identifique as manifestações espaciais dos diferentes

grupos culturais.

Identifique a diversidade regional e cultural construída por

diferentes povos.

Compreenda o processo de crescimento da população e

sua mobilidade pelo território.

Relacione as migrações e a ocupação do território

brasileiro.

Compreenda como a industrialização influenciou o

processo de urbanização brasileira.

Compreenda os fatores que influenciaram na mobilidade

da população e sua distribuição espacial.

Reconheça as configurações espaciais dos diferentes

grupos étnicos americanos em suas manifestações

culturais e em seus conflitos étnicos

Relacione as diferentes formas de apropriação espacial

com a diversidade cultural.

Compreenda como ocorreram os problemas sociais e as

mudanças demográficas geradas no processo de

industrialização.

Identifique a estrutura da população mundial e relacione

com as políticas demográficas adotadas nos diferentes

Page 219:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

220

espaços.

Reconheça as motivações dos fluxos migratórios

mundiais.

Dimensão

socioambiental do

espaço geográfico

Localize-se e oriente-se no espaço geográfico através da

leitura cartográfica,

Entenda o processo de transformação dos recursos

naturais em fontes de energia.

Identifique áreas de proteção ambiental e sua importância

para a preservação dos recursos naturais.

Entenda como a industrialização acelerou a exploração

dos elementos da natureza e trouxe consequências

ambientais.

Estabeleça relações entre o uso de tecnologias nas

diferentes atividades econômicas e as consequêntes

mudanças nas relações sócio-espaciais e ambientais.

Compreender a formação, localização e a importância

estratégica dos recursos naturais para a sociedade

contemporânea.

Relacione as questões ambientais com a utilização dos

recursos naturais no mundo e no continente americano.

Entenda as consequências ambientais geradas pelas

atividades produtivas.

Analise as transformações na dinâmica da natureza

decorrentes do emprego de tecnologias de exploração e

produção.

8.10.6. Referências

ANDRADE, Manoel Correia de. Uma geografia para o século XXI. Papirus. Campinas: 1994.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretriz Curricular de Geografia. Curitiba: SEED, 2008.

MOREIRA, Rui. O que é geografia? Brasiliense. São Paulo: 1985.

Page 220:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

221

RUA, João e outros. Para ensinar a geografia: Contribuição para o trabalho de 1º e 2º graus. Acess. Rio de Janeiro: 1993.

Page 221:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

222

8.11. HISTÓRIA

8.11.1. Apresentação da Disciplina

A História tem como estudos os processos históricos relativos às ações e às

relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos

deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as relações

humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como estruturas sócio

históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de raciocinar, de

representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e

politicamente.

As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos

de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas

sócio históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços

para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar também como objeto de

estudos, as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as

condições geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os

quais também se conformam a partir das ações humanas.

Neste contexto, a História deverá proporcionar ao educando a formação

necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades para a qualificação do

trabalho e do exercício pleno da cidadania, de forma crítica, responsável, consciente

e autônoma, onde ele seja capaz de interagir construtivamente na sociedade em que

vive, praticando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade humana, responsabilidade,

cooperação, justiça, diálogo, respeito mútuo, aplicando o conhecimento científico à

realidade em que vive, levando-a a autorrealização, fazendo uso do senso crítico,

sendo capaz de raciocinar, discernir e refletir sobre as situações decorrentes do dia-

a-dia, visando seu próprio desenvolvimento e a transformação do meio social em

que atua.

Assim, os conteúdos de História devem partir de uma visão tridimensional da

História – a História vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e

presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento

histórico acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos sistematizados

cientificamente pela sociedade. Estudar História significa buscar entendê-la como

Page 222:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

223

processo e identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida,

abrindo espaço para que haja maior participação do mesmo na construção de seu

conhecimento.

Para que isso aconteça é necessário oferecer condições de ações compostas

entre a escola, a família e a comunidade efetivando a interação para execução de

projetos educativos, contando com o envolvimento de toda a comunidade escolar,

desenvolvendo a consciência crítica e observando os princípios que norteiam o meio

o qual o aluno vive e convive para que este torne-se agente transformador da

sociedade.

A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-

social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as

ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos

estruturantes propostos neste Plano Curricular: a dimensão política, a dimensão

econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos conteúdos, nessa

perspectiva, possibilita que o professor explore os novos métodos de produção do

conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de recortes temporais, do

conceito de documento, de sujeitos e de suas experiências, de problematização em

relação ao passado. Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o

permitam pensar historicamente, superando também a idéia de História como algo

dado, como verdade absoluta.

E ainda, o ensino de História deve dar conta de superar os desafios de

desenvolver o senso crítico, rompendo com a valorização do ensino enciclopédico.

Socializando a produção da ciência histórica, passando da reprodução do

conhecimento à compreensão das formas de como este se produz, formando o

homem político, capaz de compreender a estrutura do mundo da produção onde ele

se insere e nele interfere, considerando o aluno e o professor como sujeitos de seu

próprio conhecimento, numa constante elaboração e reelaboração, que se dá a

partir de necessidades e problemas cotidianos.

Percebe-se, assim, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não

somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a

construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção

conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Este é um

caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno e no professor ao

pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e

Page 223:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

224

cidadãos construtores de um espaço público realmente democrático produzido por

uma ação social.

Para isto acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de

caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos

sócio históricos, as práticas dos alunos e dos professores inseridos no cotidiano do

universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das informações

advindas do mundo extra escolar através de uma conceitualização teórica rigorosa,

considerando, assim, a forma com que estes sujeitos sócio históricos entendam e

constroem a narrativa histórica (interpretações e explicações). Este rigor se refere a

um critério de verdade estruturado na historicidade do conhecimento científico, que

para Christopher Lloyd possui um duplo argumento:

Primeiro, a sociedade não é o único sistema histórico. O universo inteiro, incluindo os planetas, a geologia da Terra, a biosfera e evolução das formas de vida são históricos no sentido de apresentar processos específicos de mudanças. Em segundo lugar, a ciência não se caracteriza necessariamente pelo objetivo de descobrir leis. A forma da racionalidade, a estrutura do raciocínio, a reflexibilidade e a autocrítica, bem como a objetividade empírica, são características (...) essenciais. (LLOYD, 1995, p. 43).

As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos

de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas

sócio históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços

para suas escolhas e projetos de futuro. Deve-se considerar também como objeto de

estudos, as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as

condições geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os

quais também se conformam a partir das ações humanas.

As estruturas sócio históricas podem ser descobertas, interpretadas e

analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos tais

como as fontes históricas. Este confronto, dentro dos critérios realistas apontados

por Lloyd, pode modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em

relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas ao abordar o objeto de

estudo. Nessa concepção as teorias e as metodologias não são somente formas

discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio histórica do objeto de

estudo (no caso, a ação humana na formação das estruturas sócio históricas que a

limitam e a modelam) enquanto elemento relativamente autônomo em relação à

Page 224:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

225

realidade complexa e total. É neste espaço, portanto, que ocorre a tematização dos

conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto empírico e o aspecto

teórico conceitual do conhecimento histórico.

Por fim,

... ensinar e aprender história requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão: o papel formativo de história. Devemos pensar sobre a possibilidade educativa da história, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política e cultural. A relação ensino-aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (FONSECA, 2003, p. 37-38).

A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas para

descobertas de relações humanas, e causalidades internas que buscam

compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.

A finalidade da História é expressa no processo de produção do

conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada

para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da

compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não

significa relativismo teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou

interpretações para um determinado fato, algumas delas são mais válidas

historiograficamente do que outras. Esta validade é constituída pelo estado atual da

ciência histórica em relação ao seu objeto e a seu método. O conhecimento histórico

possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação, construído a partir

das experiências dos sujeitos.

A Nova História Cultural se utiliza das categorias de representação e

apropriação para a produção do conhecimento histórico. Representação,

considerada a pedra angular da Nova História Cultural, conceito superior ao de

mentalidade, é entendida como as diferentes formas através das quais as

comunidades, partindo de suas diferenças sociais e culturais, percebem e

compreendem sua sociedade e sua própria história.

A apropriação, por sua vez, “tem por objectivo [sic.] uma história social das

interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são

Page 225:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

226

sociais, institucionais e culturais) e inscritas nas práticas específicas que as

produzem” (CHARTIER, 1987, p. 26.).

Ao optar pelas contribuições das correntes historiográficas identificadas como

Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa como referenciais teóricos das

diretrizes curriculares de História, objetiva-se propiciar aos alunos, ao longo da

Educação Básica, a formação da consciência histórica genética. Nesta corrente

historiográfica a cultura é entendida de forma integrada aos modos de produção e

não como mero reflexo da infraestrutura econômica de uma sociedade. Nessa

perspectiva, existiria uma relação dialética entre a cultura e as estruturas sociais.

O ensino de História tem que estar em sintonia com as atuais correntes

historiográficas para que o aluno perceba a flexibilidade das ciências humanas, em

constante construção, por não serem exatas estão sujeitas a superação, a novas

formulações, tornando ainda mais complexas realidades sociais múltiplas,

conflituosas, descontinuas. Há um permanente debate e não existem possibilidades

que apontem para um consenso.

Temas sociais que no passado eram ignorados pela historiografia, hoje

ganham relevância. A história do cotidiano valoriza e possibilita novas percepções

na vida das classes trabalhadoras, mulheres, crianças, grupos étnicos, neste

aspecto as fontes de pesquisa tornam-se mais abrangentes, considerando textos,

imagens, cartas pessoais, relatos orais, objetos ... possibilitando aos professores

direcionamento de pesquisas envolvendo e valorizando os alunos como sujeitos de

um contexto amplo. Isso reforça e fortalece a posição de que as formas de estudar o

passado são plurais e estão relacionadas com o presente. Esta perspectiva dá a

História importância social de contribuir para a construção da identidade do aluno,

desenvolvendo um sentimento de pertencimento a nação de um mundo “civilizado”.

Nesta perspectiva é valorizado o conceito de experiência, ideia que se

contrapõe ao pensamento dicotômico base/estrutura. Os historiadores dessa

corrente teórica consideram a subjetividade, as relações entre as classes e a cultura.

Defendem, ainda, que a consciência de classe se constrói nas experiências

cotidianas comuns, a partir das quais são tratados os comportamentos, valores,

condutas, costumes e culturas.

Outro conceito fundamental é o de poder, onde a Nova Esquerda Inglesa

busca superar a visão mecânica e reducionista de uma corrente tradicional marxista

que prescrevia uma História linear em direção a uma revolução, e ainda uma

Page 226:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

227

História tradicional calcada em fatos históricos determinados e aliados a figuras de

heróis. Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa procuraram analisar a concepção

de poder de forma a apresentar outros atores sociais e outros espaços de poder, o

que ficou conhecida como a "história vista de baixo".

Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa elegeram a classe trabalhadora

como personagem central de seus estudos. O conceito de classe social e de luta de

classes fundamentais para o pensamento marxista, são ampliados por essa

historiografia, à medida em que seus estudos não reduzem a explicação histórica ao

aspecto econômico. Nessa perspectiva, percebem a classe trabalhadora a partir do

conceito de experiência, envolvendo dialeticamente o econômico, o cultural e o

social. Ao que se refere a conceitos fundamentais do marxismo como o de luta de

classes, esta corrente historiográfica amplia o seu significado, passando a

considerar não só a luta entre classes, mas a luta dentro de uma mesma classe.

Portanto, a aprendizagem caminhará de mãos dadas com o interesse em

relação a cada fato exposto, uma vez que o aluno deverá se colocar como agente

construtor da História.

8.11.2. Objetivos Gerais

Busca-se no ensino da História a compreensão do processo histórico relativo às

permanências e às transformações temporais dos modelos culturais e a

compreensão da vida social em toda sua complexidade, para que o aluno tenha a

formação da consciência histórica, ajudando-o a ser um cidadão participativo nas

questões sociais e políticas do seu meio.

Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e mulheres e

sua relação dialética com a produção material, valoriza a possibilidade de luta e

transformação social. Justifica-se assim a concepção de História que se pretende, a

qual não se vincula às teorias deterministas da estrutura, nem às teorias

voluntaristas da consciência que reduzem a produção historiográfica à categoria de

ficção.

Desta forma propõe-se a estabelecer articulações entre abordagens teórico-

metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição entre elas, por

entender que esse é um caminho possível para o ensino de História, uma vez que

Page 227:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

228

possibilita aos alunos compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos

dão às mesmas.

8.11.3. Objetivos Específicos

Estudar os processos históricos relativos as ações e as relações

humanas praticadas no tempo, nem como os sentidos que os sujeitos

deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações;

Entender as ações dos sujeitos históricos como estruturas sócio

históricas, ou seja, formas de agir, e pensar, de racionar, de representar,

de imaginar, de instituir. Portanto, de se relacionar social, cultural e

politicamente;

Considerar como objetos de estudo as relações dos seres humanos com

os fenômenos naturais – condições geográficas, físicas e biológicas – de

uma determinada época e local.

Configurar uma consciência histórica exemplar, onde o estudante poderá

expressar suas experiências do passado e seus valores;

Compreender a vida social a partir de uma consciência histórica

genética, que enfatiza as permanências e as transformações temporais

dos modelos culturais;

Permitir que o aluno elabore conceitos, que permitam pensar

historicamente, superando também a idéia de História como algo dado,

como verdade absoluta;

Identificar a importância da dimensão local na construção do

conhecimento do passado;

Situar acontecimentos históricos e verificar a relação entre os fatos de

dimensão local na construção do conhecimento do passado;

Reconhecer que o conhecimento histórico é parte de um conhecimento

interdisciplinar;

Compreender que as histórias individuais são partes integrantes de

histórias coletivas;

Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos

tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas,

Page 228:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

229

políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles,

continuidades e descontinuidades, conflitos e contradições.

Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos

históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do

homem como agente ativo do processo.

Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou

transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se

como agente transformador da sociedade.

Construir a identidade social e individual, visando um maior

conhecimento da realidade dos povos bem como seus costumes

podendo assim compreender como a nossa sociedade chegou onde nos

encontramos.

Conhecer o processo histórico com o objetivo de conhecer nosso

passado para poder encaminhar nossa sociedade para um promissor

futuro.

8.11.4. Conteúdos

Os conteúdos estruturantes foram definidos como saberes (conhecimentos de

grande amplitude, conceitos ou práticas) que identificam e organizam os campos de

estudos de uma disciplina escolar, constituem-se historicamente e são legitimados

socialmente por isso não são sempre os mesmos.

Como princípio básico para o ensino fundamental é o reconhecimento das

características de seus alunos considerando as diferentes experiências com o

conhecimento sistematizado.

Com os conteúdos estruturantes o enfoque passa a ser a compreensão do

objeto e a organização nos campos de estudo da disciplina de História, a fim de

atender a Proposta Curricular aqui apresentada: Trabalho, Poder e Cultura.

No trabalho, o estudo refere-se aos primeiros passos da organização dos

povos, e a experiência humana no tempo, suas diferentes trajetórias e

desenvolvimentos e primeiros contatos com o trabalho e também relações com o

comércio. Na Idade Média, os senhores feudais fazem com que o trabalhador ou

servo seja obrigado a apenas obedecer e não questionar. O século XIV surge com

muitas descobertas como a chegada do europeu na América, ligados também a

Page 229:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

230

cultura, vigorando agora uma concepção de História Critica, onde o cidadão passa a

fazer parte da História como agente transformador.

O poder está sempre permeando as ações do homem no tempo, desde o

momento que surgem as classes, surgem os poderosos e os explorados. O Estado

surge para gerenciar os interesses das Nações, e acaba fazendo um papel não de

gerenciador, mas de opressor nas Nações, e ditador de regras que interessam

apenas ao Estado e não ao cidadão. Essa necessidade de poder cada vez maior,

faz com que a humanidade fique a beira da ruína. O ser humano passa agir em

função de conseguir o poder, sem preocupar-se com os meios, contando que

cheguem ao seu objetivo: Poder.

A Cultura será essencial para que o estudo dos conteúdos estruturantes

sejam bem feitos, pois ela explicará em vários lugares e em tempos diferentes, essa

necessidade do ser humano querer cada vez mais poder. Ao se propor a cultura

com dimensão para estudo da História entende-se essa dimensão em que aquela

que o indivíduo se permite conhecer os conjuntos de significados que os homens

conferiam a sua realidade para explicar o mundo, bem como as culturas locais e a

cultura comum e as culturais que foram desenvolvidas na formação das diferentes

sociedades ao longo do tempo.

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

A experiência

humana no

tempo.

Os sujeitos e

suas relações

com o outro no

tempo.

As culturas locais

e acultura

Produção do conhecimento Histórico

O historiador e a produção do

conhecimento histórico;

Tempo e temporalidade;

Fontes, documentos;

Patrimônio material e imaterial;

Pesquisa.

Articulação da História com outras áreas

do conhecimento

Page 230:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

231

comum. Arqueologia, antropologia, paleontologia,

geografia, geologia, sociologia, etnologia,

entre outras.

Humanidade e História:

De onde viemos, quem somos, como

sabemos?

Arqueologia no Brasil:

Lagoa Santa: Luzia (MG);

Serra do Capivari (PI);

Sambaquis (PR);

Humanidade e História:

Teorias do surgimento do homem na

América;

Evolução do ser humano: Períodos

Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.

Desconstrução do conceito de pré-

história;

Povo ágrafos, memória e história oral.

Povos indígenas no Brasil, no Paraná e

em Campo Largo

Ameríndios do território brasileira

Kaigang, Guarani, Xetá e Xokleng.

As primeiras civilizações na América:

Olmecas, Mochicas, Tiwanacus, Maias,

Astecas e Incas;

Ameríndios da América do Norte

As primeiras civilizações na África,

Europa e Ásia:

Mesopotâmia, Egito, Nubia e Mali;

Fenícios, Hebreus, gregos e romanos.

Europa Medieval:

Surgimento do feudalismo na Europa e

suas características;

Page 231:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

232

A Igreja Medieval.

A chegada dos Europeus na América

(des) encontros de culturas;

Resistência e dominação;

Escravização;

Catequização.

Península Ibérica nos séculos XIV e XV:

cultura, sociedade e política

Reconquista do território;

Religiões: judaísmo, cristianismo e

islamismo;

Comércio (África, Ásia, América e

Europa).

Formação da sociedade brasileira e

americana:

América portuguesa;

América espanhola;

América franco-inglesa;

Organização político administrativa

(capitanias hereditárias, sesmarias);

Manifestações culturais (sagrado e

profano);

Organização social (família patriarcal e

escravismo);

Escravização de Indígenas e africanos;

Economia (pau-brasil, cana-de-açúcar e

minérios);

Os reinos e sociedades africanas e os

contatos com a Europa:

Songai, Benin, Ifé, Congo, Monomotapa

(Zimbabwe) e outros;

Comércio

Organização político-administrativa;

Page 232:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

233

Manifestações culturais;

Organização social;

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

As relações de

propriedade.

A constituição

histórica do

mundo do campo

e do mundo da

cidade.

As relações entre

o campo e a

cidade.

Conflitos e

resistências e

produção cultural

campo/ cidade.

Expansão, consolidação e colonização do

território:

Missões

Bandeiras

Invasões estrangeiras

Conteúdos Complementares:

Consolidação dos estados nacionais

europeus e a Reforma Pombalina

Consolidação dos Estados Nacionais

Europeus

Reforma Protestante e a Contrarreforma.

Renascimento Cultural e Humanismo.

O Iluminismo

Colonização do território “paranaense” –

História do Paraná:

Economia (ciclos: ouro, madeira);

Organização social;

Manifestações culturais;

Organização político-administrativa.

Movimentos de contestação:

Quilombos (Campo Largo,PR e BR);

Irmandades: manifestações religiosas-

sincretismo;

Revoltas Nativistas: Guerra dos

Page 233:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

234

Mascates, Revolta de Filipe dos Santos,

Revolta da Cachaça;

Movimentos de Libertação Colonial:

Inconfidência Mineira e a Conjuração

Baiana.

Conteúdos Complementares:

Independência das Treze Colônias

Inglesas da América do Norte.

Conhecer os fatores que levaram as

Treze Colônias a romperem com a

Metrópole.

Conhecer como se deu a independência

das Treze Colônias.

Caracterizar a Constituição norte-

americana.

Revolução Inglesa;

Revolução Francesa;

Comuna de Paris

Invasão Napoleônica na Península

Ibérica.

Chegada da família real ao Brasil:

De Colônia a Reino Unido;

Missões artístico-científicas;

Biblioteca Nacional;

Banco do Brasil;

Urbanização da capital;

Imprensa Régia.

O Processo de Independência do Brasil:

Governo de D. Pedro I;

Constituição outorgada de 1824;

Unidade territorial;

Manutenção da estrutura social;

Confederação do Equador;

Page 234:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

235

Província Cisplatina;

Haitinismo;

Revoltas regenciais: Malês, Sabinada,

Balaiada, Cabanagem, Farroupilha.

Conteúdos Complementares:

O processo de independência das

Américas: Haiti

Lutas pela independência na América

Espanhola: México, América Central,

América do Sul: Paraguai, Uruguai,

Argentina

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

História das

relações da

humanidade com

o trabalho.

O trabalho e a

vida em

sociedade.

O trabalho e as

contradições da

modernidade.

O trabalhadores

e as conquistas

de direito.

A Construção da Nação (Segundo

Reinado):

Papel político de D. Pedro II.

O café e a extinção do tráfico negreiro;

abolição.

Lei dos Sexagenários, Ventre Livre e Lei

Áurea.

Lei de Terras, Lei Eusébio de Queirós –

1850;

Início da imigração europeia;

A queda do Império;

Movimento e Proclamação da República;

Questão Militar, Questão Religiosa e a

Questão Abolicionista.

Revolução Industrial e relações de

trabalho (séc. XIX e XX):

Page 235:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

236

Doutrinas Socialistas: Utópico, Cristão,

Científico ou Marxista e o Anarquismo.

Cartismo e Ludismo.

Taylorismo, fordismo e toyotismo.

Emancipação Política do Paraná – 1853:

Economia: ouro, tropeirismo, erva mate,

madeira e café;

Organização social e as manifestações

culturais;

Organização político-administrativa;

Vinda dos escravos africanos;

Diversas manifestações culturais negras e

indígenas;

O Imperialismo Europeu do século XIX:

Colonialismo e neocolonialismo.

O Imperialismo na África e na Ásia.

A Independência dos Estados Unidos:

Os Estados Unidos no século XIX.

A Guerra de Secessão.

A expansão territorial.

Os Estados Unidos no final do século XIX

e sua política imperialista.

Os Primeiros anos da República:

República da Espada.

República Velha.

Oligarquia e coronelismo.

Movimentos messiânicos: Revolta de

Canudos e a Revolta do Contestado.

Propriedade privada e a grilagem de

terras na região do Contestado.

Revolta de Vacina e urbanização do Rio

de Janeiro;

Revolta da Chibata.

Page 236:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

237

A Revolução Mexicana.

Conteúdos Complementares:

Primeira Guerra Mundial.

Revolução Russa.

Caracterizar a Rússia antes da Revolução

de 1917.

Conhecer a luta do povo por uma

Constituição e a reação do governo que

resultou no Domingo Sangrento.

Identificar o governo liberal burguês

Conhecer a política de Lênin e Stálin.

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

A constituição

das instituições

sociais.

A formação do

Estado.

Sujeitos, Guerras

e Revoluções.

A Semana de 22 e o repensar da

nacionalidade

política,

administrativa e as manifestações

culturais;

Coluna Prestes.

Conteúdos Complementares:

Crise de 29.

A Revolução de 30 e o período Vargas

(1930-45):

Democracia populista no Brasil.

Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek,

Jânio Quadros e João Goulart.

Leis trabalhistas;

Voto feminino;

A propaganda populista;

Page 237:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

238

Ascensão dos Regimes Totalitários na

Europa.

O Fascismo na Itália.

O Nazismo na Alemanha.

Movimentos populares na América Latina.

Cárdenas – México;

Perón – Argentina

Segunda Guerra Mundial:

Participação do Brasil na II Guerra

Mundial.

Conteúdos Complementares:

A Descolonização da África e da Ásia.

Guerra Fria.

Os Estados Unidos – a grande potência

mundial.

A expansão da União Soviética.

O bloqueio de Berlim.

Os principais conflitos da Guerra Fria.

Construção do Paraná Moderno:

Governos de: Manoel Ribas, Moysés

Lupion, Bento Munhoz da Rocha, Ney

Braga.

Frentes de colonização do Estado,

criação da estrutura administrativa da

COPEL, Codepar, Banestado, Sanepar...

Movimentos culturais.

O Regime Militar no Brasil e no Paraná:

Golpe de 64.

Repressão e censura, uso ideológico dos

meios de comunicação; futebol, cinema,

teatro.

Itaipu, Sete Quedas e a questão da terra.

Movimentos de Contestação no Brasil:

Page 238:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

239

A resistência armada;

Tropicalismo;

Jovem Guarda;

Sindicalismo;

O movimento estudantil.

Conteúdos Complementares:

Movimentos de contestação no mundo:

o Maio de 68 – França;

o Movimento negro;

o Movimento hippie;

o Movimento homossexual;

o Movimento feminista;

o Movimento punk;

o Movimento ambiental.

Paraná no contexto atual – década de 90

e início do século XXI;

Redemocratização:

Constituição de 1988;

Movimentos populares rurais e urbanos;

MST, MNLM (Movimento Nacional de

Luta pela Moradia), CUT(Central Única

dos Trabalhadores), Marcha Zumbi dos

Palmares, etc..

Mercosul e ALCA.

Conteúdos Complementares:

Fim da bipolarização mundial.

Desintegração do bloco socialista;

Neoliberalismo;

Globalização;

11 de setembro – EUA.

África e América Latina no contexto atual.

Page 239:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

240

1ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

Trabalho

Escravo, Servil,

Assalariado e o

Trabalho Livre.

Urbanização e

industrialização

O Estado e as

relações de

poder

Os sujeitos, as

revoltas e as

guerras

Movimentos

sociais, políticos

e

culturais e as

guerras e

revoluções

Cultura e

religiosidade

Abordagem central

A História entre a ciência e a filosofia

Conteúdos vinculados

O que é história?

Construção da ciência da história

Existe o tempo?

Para que serve a história

Abordagem central

O surgimento do ser humano e da

civilização

Conteúdos vinculados

África berço da humanidade

Migrações euro-asiáticas e para a América

o povoamento do mundo

Revolução agrícola e o nascimento das

civilizações

(Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais)

Organização social no mundo antigo:

O Estado teocrático

Sociedades matriarcais

Sociedades patriarcais

O trabalho: escravo e livre

Religiosidade/mitologia

(Mesopotâmia, Egito/Núbia, hebreus,

fenícios, persas, chineses, olmecas)

Abordagem central

Pindorama uma terra repleta de palmeiras

O mundo antigo

Conteúdos vinculados

Page 240:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

241

Mitos de origem dos principais grupos de

indígenas

o processo de transformação da natureza

(tecnologias)

os costumes

a importância da mandioca

a educação das crianças (Arawakes,

Karibes, Tupis e Jês)

Abordagem central

Grécia e Roma – modelos do mundo

ocidental?

Conteúdos vinculados

A filosofia grega (importância do Egito

nessa construção)

Educação, a família e a mulher

mundo escravo

Propriedade da terra – divina ou privada?

a expansão romana e o encontro com

outras culturas

A cristianização

Abordagem central

O império da Igreja cristã na Europa

Conteúdos vinculados

Feudalismo e poder da Igreja na Idade

Média

Ruralização da economia

Cruzadas: encontro Oriente e Ocidente

Império Bizantino

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Page 241:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

242

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

Trabalho

Escravo, Servil,

Assalariado e o

Trabalho Livre.

Urbanização e

industrialização

O Estado e as

relações de

poder

Os sujeitos, as

revoltas e as

guerras

Movimentos

sociais, políticos

e

culturais e as

guerras e

revoluções

Cultura e

religiosidade

Abordagem central

Grandes civilizações americanas

Conteúdos vinculados

Maias

Astecas

Incas

Tupi-guarani

Abordagem central

África

Conteúdos vinculados

Sociedades subsaarianas:

Tribos

Cidades-estados

Reinos e impérios

Reino de Axum (Etiópia)

Grande Zimbabwe

Abordagem central

Terras ou dinheiro? O mundo ocidental

entre a nobreza e a burguesia.

Conteúdos vinculados

A riqueza do Oriente: novas tecnologias

(imprensa) novas culturas

O poder absolutista, o mercantilismo e o

Sistema Colonial

A burguesia e sua nova visão de mundo

(Renascimento, Reforma Religiosa,

Colonização da América e da África e da

Ásia)

Abordagem central

Encontro de culturas:

os ameríndios e os espanhóis

os ameríndios e os portugueses

os negros africanos e os portugueses

Page 242:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

243

Conteúdos vinculados

Os negros africanos e os portugueses

O Sistema Colonial Espanhol

Resistência e extermínio dos ameríndios

Paraná espanhol (Revolta de Guairacá, os

jesuítas e a escravização indígena)

A colônia como produtora de riqueza p/a

metrópole: organização do Sistema

Colonial

A escravidão africana

Resistência à escravidão

Sociedade patriarcal para a elite. E o

resto?

Abordagem central

Brasil: liberdade ou dependência?

Conteúdos vinculados

Processo de independência do Brasil

A luta entre o liberalismo e o

conservadorismo

Revoltas de elite e populares

Houve de fato abolição da escravidão?

Abordagem central

Capital e Trabalho

Conteúdos vinculados

Revolução industrial

Mudança na forma de trabalho

Exploração: mais-valia

Expansão imperialista e colonialista

A partilha da África

Contestação ao capitalismo

3ª SÉRIE

Page 243:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

244

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Relações de

trabalho

Relações de

poder

Relações culturais

Trabalho

Escravo, Servil,

Assalariado e o

Trabalho Livre.

Urbanização e

industrialização

O Estado e as

relações de

poder

Os sujeitos, as

revoltas e as

guerras

Movimentos

sociais, políticos

e

culturais e as

guerras e

revoluções

Cultura e

religiosidade

Abordagem central

Fim do Brasil Império e a República

Conteúdos vinculados

A queda do Império

Proclamação da República

A República da Espada

Revolução Federalista

Cerco da Lapa no Paraná

O poder das oligarquias e o coronelismo

Contestado

Propriedade privada e a grilagem de terras

na região do Contestado.

Abordagem central

Mundo em guerra

Conteúdos vinculados

Primeira Guerra Mundial

A Política das alianças

O desenrolar da guerra

1917 o ano das mudanças

Os Tratados de Paz

Revolução Russa

Crise de 1929

Segunda Guerra Mundial

Crise do Liberalismo

Tensão Internacional

Nazismo

Fascismo

1ª e 2ª fases da guerra

O pós-guerra: os Tratados de Paz, a ONU

e as divergências entre os vencedores

Oposição capitalismo x comunismo:

Page 244:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

245

Guerra Fria

Descolonização da África e Ásia

República Popular da China

Revolução em Cuba

Brasil contemporâneo:

Era Vargas e a política nacionalista

Período democrático no Brasil

Ditadura Militar

Abertura política

Os governos neoliberais e o impacto social

América Latina no século XX

Ditaduras militares e resistência

Democratização e dependência

Alternativas sustentáveis

A hegemonia do EUA

As políticas estadunidenses para o mundo

Neocolonialismo

Fundamentalismo religioso e o confronto

com o Oriente Médio

8.11.5. Metodologia

A proposta curricular do Ensino de História propõe-se a estabelecer articulações

entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e

até a oposição entre elas, uma vez que possibilita aos alunos compreender as

experiências e os sentidos que os sujeitos dão às mesmas. Por exemplo, a macro-

história e a micro-história são abordagens que podem ser combinadas: uma história

das experiências ligadas ao sofrimento e à miséria, sempre injustos, de uma

localidade, de uma família, de um indivíduo mostra pontos de vista e ações de um

determinado passado que permitem uma reavaliação dialética das explicações

macro-históricas, as quais analisam e propõem ações que visam à superação das

condições de vida dos sujeitos do presente, apontando para expectativas futuras.

Page 245:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

246

Entende-se que a consciência histórica é uma condição da existência do

pensamento humano, pois sob esta perspectiva os sujeitos se constituem a partir de

suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a

consciência histórica é inerente à condição humana em toda a sua diversidade.

Por meio do encaminhamento metodológico se busca a formação de uma

consciência histórica, tendo como conteúdos estruturantes as dimensões política,

econômica-social e cultural, bem como a ênfase na História do Brasil como

conteúdos específicos.

No processo da aprendizagem o aluno deverá ter estímulo para discernir

limites e possibilidades de atuação na permanência ou transformação, comparando

presente e passado e percebendo-se como agente transformador da sociedade.

Dentro da disciplina de História, o professor deve desenvolver no aluno a

capacidade de observar, de extrair informações e interpretar algumas características

da realidade em seu entorno, de estabelecer relações e confrontações entre

informações atuais e históricas de forma crítica e reflexiva, de datar e localizar as

suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e, em certa medida,

poder relativizar questões específicas de sua época, confrontando opiniões e

possibilitando-o a ter acesso as novas informações. Nesse contexto, se faz

necessário o uso da tecnologia na escola a ser incorporada à prática pedagógica

favorecendo a aprendizagem do aluno. A tecnologia da informação servirá como

ferramenta de ligação entre professores e alunos, possibitando-os a trocar

experiências e conhecimentos, num movimento de refletir e refazer, favorecendo o

desenvolvimento pessoal, profissional e grupal, bem como a compreensão da

realidade.

Para isso faz-se necessário o uso das seguintes ferramentas tecnológicas:

Laboratório de informática, TV pen-drive, rádio, aparelho de DVD, MP3, cartão

memória e outros.

O ensino de História na Educação Básica, pode se beneficiar da corrente

historiográfica, na medida em que esta valoriza a diversificação dos documentos

(imagens, canções, objetos arqueológicos, entre outros), na construção do

conhecimento histórico, permitindo também relações interdisciplinares com outras

áreas do conhecimento.

Da mesma forma, a abordagem local, assim como os conceitos de

representação, prática cultural, apropriação, por um lado, e circularidade cultural e

Page 246:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

247

polifonia, por outro lado, possibilitam aos alunos e aos professores, tratarem esses

documentos através de problematizações mais complexas em relação à história

tradicional, desenvolvendo uma consciência histórica que leve em conta a

diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem abandono do rigor do

conhecimento histórico.

Através de atividades variadas (individuais ou em grupos) os alunos

realizarão análise e sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revista,

documentários. As estratégias devem-se voltar para estimular o trabalho docente

transformando-se mais atraente, dinâmico suscitando a criatividade, o confronto de

idéias e o espírito crítico do aluno.

Haverá muito incentivo à pesquisa como forma de despertar no aluno o gosto

pela leitura e por novas descobertas, o interesse em adquirir novos conhecimentos

além dos adquiridos em sala de aula. Estudo do meio (visitas a museus, fábricas,

cidades históricas, reservas biológicas, bibliotecas), procurando comparar o

conhecimento teórico com os dados obtidos em campo.

Os educandos farão leituras críticas dos conteúdos vinculados pelo texto

básico, trabalho de reflexão e produção de comentários, a partir de imagens (mapas,

fotos, desenhos, obras de arte), produção de textos conceituais, poéticos e

narrativos, a respeito e temas históricos, confecção de jornais e histórias em

quadrinhos para estimular a criatividade do aluno além de utilizar debates em duplas

e em equipes para maior engrandecimento do assunto.

Através do uso contínuo de diversas fontes históricas o educando poderá

compreender melhor a sociedade contemporânea e nela situar-se, de modo a

perceber-se como agente transformador da sociedade, atuante, participativo e

consciente.

No Ensino Fundamental deve-se fazer o encaminhando metodológico

partindo-se da “problematização dos conhecimentos” utilizando-se da produção

historiográfica e as várias linguagens de história como caricaturas, imprensa e

outros, para que ao chegar no Ensino Médio o aluno tenha condições de discutir a

produção do conhecimento histórico de forma crítica .

Os conteúdos de História devem partir de uma visão tridimensional da História

– a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no passado e presente.

A História enquanto produto dos historiadores que é o conhecimento histórico

acumulado. A História como disciplina curricular, conteúdos sistematizados

Page 247:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

248

cientificamente pela sociedade. Estudar História significa buscar entendê-la como

processo e identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.

A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-

social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos são as

ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos conteúdos

estruturantes propostos nesta Proposta Pedagógica Curricular : a dimensão política,

a dimensão econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos conteúdos,

nessa perspectiva possibilita que o professor explore os novos métodos de produção

do conhecimento histórico e amplie as possibilidades: de recortes temporais, do

conceito de documento, de sujeitos e de suas experiências, de problematização em

relação ao passado. Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o

permitam pensar historicamente, superando também a idéia de história como algo

dado, como verdade absoluta.

Em relação ao Ensino Fundamental, o encaminhamento metodológico deve

ainda ter coerência de desenvolver os conteúdos de forma crítica e reflexiva,

levando o aluno a perceber-se como peça importante no processo histórico

reconhecendo-se como agente transformador da história. Para isso, o aluno fará as

atividades individuais, em duplas ou em grupos o que possibilitará analises e

sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revistas, documentários, etc. O método

de trabalho focará o incentivo a pesquisa como forma de despertar no aluno o gosto

pela leitura, por novas descobertas e o interesse em adquirir novos conhecimentos

conseguidos em fontes como imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos,

fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas, são documentos que

podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do

conhecimento histórico.

Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de aula proporciona

a produção de conhecimento histórico quando usado como fonte na qual buscam-se

respostas para as problematizações anteriormente formuladas. Assim os

documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o questionamento

dos conceitos já construídos.

8.11.6. Avaliação

Page 248:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

249

A avaliação na disciplina de História objetiva favorecer a busca da coerência entre a

concepção de História defendida e as práticas avaliativas que integram o processo

de ensino de aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar colocada a

serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das

ações pedagógicas, e não como um elemento externo a este processo.

Através da avaliação, o professor identifica as apreensões de conteúdo,

conceitos e atitudes, como conquistas dos alunos, comparando o antes, o durante, e

o depois. Assim, este caráter diagnóstico possibilita ao professor se auto-avaliar

como docente, refletindo sobre as intervenções metodológicas e buscando outras

possibilidades para atuação no processo de aprendizagem dos alunos.

Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica sejam mais

bem implementadas na continuidade do processo de ensino e aprendizagem, faz-se

necessário que sejam realizadas a partir do diálogo entre alunos e professores,

envolvendo questões relativas aos critérios adotados, a função da avaliação a partir

da tomada de decisões a partir do que foi constatado de forma individual ou coletiva.

Assim, a aprendizagem e a avaliação poderão ser compreendidas como um

fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo, processual, e diversificado,

permitindo uma análise crítica das práticas que podem ser constantemente

retomadas pelo professor e pelos alunos.

Retomar a avaliação com os alunos, permite ainda situá-los como parte de

um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vista

aprendizagem de todos.

O processo avaliativo ocorrerá de diversas formas tais como: prova descritiva

e objetiva; seminários; produção de história em quadrinhos; análise de filmes;

análise de artigos de jornais, revistas e documentários; interpretação de músicas,

paródias e charges; leitura de imagens iconográficas; elaboração de trabalhos

individual ou em grupos, oral ou escrito; confecção de cartazes e folders.

Como os alunos possuem ritmos e outras características diferenciadas,

também temos que diversificar esses instrumentos de avaliação, pois existem alunos

que são portadores de necessidades especiais e merecem uma avaliação

diferenciada.

Para o desenvolvimento do pensamento crítico, a avaliação deverá propor

situações que permitam aos alunos estabelecerem relações entre sociedades

estudadas, detectando as semelhanças e diferenças, exercitando assim a reflexão

Page 249:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

250

acerca das mudanças e permanências que se estabelecem entre temporalidade

distintas.

A seguir alguns critérios a serem observados pelo professor que permitam

analisar se os conteúdos e conceitos históricos estão sendo apropriados aos alunos:

compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base em um

método de problematização de diferentes fontes documentais, a partir das

quais o pesquisador produz a narrativa histórica;

explicitam o respeito da diversidade étnico-racial, religiosa, social e

econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que os

constituíram;

compreender a História como prática social, da qual participam como

sujeitos históricos de seu tempo;

reconhecem que o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o

estudo das diferentes dimensões e contextos históricos propostos para

este nível de ensino.

Critérios de avaliação:

6º Ano

Perceber que a História é a ciência que estuda as ações humanas no

tempo;

Perceber que os calendários e os relógios são invenções humanas feitas

para medir o tempo;

Conhecer as ciências auxiliadoras para a construção do conhecimento

histórico;

Conhecer a origem dos primeiros povoadores da América, o caminho

usado por eles e quando começaram a chegar no continente

americano;

Conceituar sambaqui e caracterizar a vida dos seus habitantes;

Analisar as comunidades existentes primitivas na América pré-

colombiana e no Brasil.

Comparar os períodos da Pré-história: Paleolítico e Neolítico e o

surgimento das civilizações.

Perceber a composição étnica do Brasil atual.

Analisar a importância da agricultura no processo de sedentarização do

Page 250:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

251

homem.

Relacionar a importância dos grandes rios para o surgimento da

civilização.

Descrever as principais características socioeconômicas das

civilizações.

Compreender a importância da civilização fenícia na história da escrita.

Analisar as características econômicas, sociais e políticas de Atenas e

Esparta.

Analisar o legado cultural dos gregos e romanos à civilização ocidental.

Compreender a importância do escravismo para a consolidação da

economia romana.

Enfatizar não só o poder, vida material, mas também a forma de pensar

da época.

Entender o surgimento e a expansão do cristianismo.

Destacar o pensamento medieval e o feudalismo, enfatizando relações

de trabalho, o papel da Igreja, o imaginário feudal.

Destacar aspectos e contribuições do período cultural da Idade Média.

Compreender o porquê a Igreja se tornou à instituição mais poderosa da

Europa Medieval.

Compreender o relativo desinteresse de Portugal pelo Brasil nos

primeiros anos de nossa história;

Analisar e compreender o comportamento social econômico na época do

Brasil colonial e sua influência cultural no Brasil atual;

Reconhecer as práticas e lógicas do sistema colônia, entendendo a sua

economia, diversidade e realidade da sociedade brasileira;

Saber porque deu o início à colonização do Brasil;

Caracterizar o modo de vida indígena;

Caracterizar a escravidão do africano no Brasil e avaliar a importância

do tráfico negreiro para a adoção dessa forma de trabalho;

Assinalar que no Brasil colonial, os jesuítas atuaram como defensores

da escravidão do negro e como desestruturadores da sociedade

indígena.

Perceber a composição étnica do Brasil atual.

Page 251:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

252

Descrever a forma como se deu a exploração do pau-brasil e a

importância para o comércio na Europa.

Compreender a adoção do sistema de capitanias hereditárias no Brasil.

Enumerar as razões da escolha do açúcar para iniciar a colonização do

Brasil.

Explicar a participação holandesa na empresa açucareira montada no

Brasil.

Compreender as consequências da União Ibérica para o Brasil.

Reconhecer a importância da terra para os povos indígenas e o papel

deste na exploração do pau-brasil.

Reconhecer os fatores que levaram Portugal a decidir pela economia

canavieira para iniciar o processo de colonização do Brasil.

Ressaltar a participação dos escravos negros na economia açucareira

do Brasil.

Localizar a região onde foram explorados o ouro e as pedras preciosas

no Brasil do século XVIII.

Analisar as transformações no Brasil provocadas pela mineração.

Perceber que a população brasileira, embora predominantemente

mestiça, já estava subordinada à cultura do homem branco desde o

período colonial.

Estimular a reflexão sobre a organização social, administrativa,

econômica das sociedades africanas.

Compreender que a cultura colonial brasileira compõe-se da fusão das

culturas indígena, africana europeia.

Conhecer as principais manifestações culturais e artísticas das

sociedades africanas.

Evidenciar os fatores que levaram à expansão territorial brasileira.

Caracterizar o movimento das bandeiras.

Reconhecer as bandeiras como expedições para o apresamento dos

indígenas.

Mostrar como as bandeiras passaram a se dedicar à procura do ouro.

Conceituar nação.

Identificar os principais meios que os reis usaram para o fortalecimento

Page 252:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

253

7º Ano

do poder.

Caracterizar o Estado Absolutista.

Conhecer as correntes de pensadores para explicar a origem do Estado

Absolutista.

Relacionar a crise da Igreja com a Reforma Religiosa.

Conhecer as principais ideias de Lutero, Calvino.

Identificar como se processou o movimento reformista na Inglaterra.

Conhecer como se processou a Reforma da Igreja Católica.

Reconhecer as principais características do pensamento humanista e

renascentista.

Comparar a Idade Média com o Renascimento e perceber as mudanças

e as permanências de um período para o outro.

Contextualizar o pensamento Iluminista como expressão das mudanças

ocorridas nos países europeus ao longo do século XVI e XVIII.

Compreender as ideias dos pensadores iluministas para o progresso da

época, bem como as ideias defendidas pelos Fisiocratas e pelo

Liberalismo Econômico.

Compreender as razões das revoltas crescente dos luso-brasileiros

contra o domínio português.

Caracterizar as principais rebeliões coloniais, distinguindo os

movimentos nativistas dos movimentos de libertação colonial.

Mostrar como os escravos negros resistiam à escravidão.

Entender a importância dos quilombos para o negro africano.

Compreender o alcance das lutas revolucionarias inglesas no século

XVII.

Destacar as principais consequências politicas, sociais e econômicas da

chamada Revolução Gloriosa.

Caracterizar a sociedade francesa.

Conhecer os fatores que favoreceram a eclosão da Revolução

Francesa.

Conhecer e caracterizar as fases da Revolução Francesa.

Entender a importância da Revolução Francesa para a sociedade

brasileira.

Page 253:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

254

Reconhecer na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão os

princípios liberais que hoje predominam no mundo ocidental.

Explicar o poder de Napoleão Bonaparte ao poder na França.

Perceber a relação entre a vinda da família real e a independência do

Brasil.

Conhecer e caracterizar os fatos que levaram à independência.

Esclarecer por que a corte portuguesa teve de se refugiar no Brasil.

Reconhecer o significado da elevação do Brasil a Reino Unido.

Conhecer como foi vencida a resistência portuguesa no Brasil.

Saber como se deu o processo de reconhecimento da Independência.

Identificar a importância da Assembleia Constituinte.

Identificar as principais características da Constituição de 1824.

Conhecer os motivos que levaram a Confederação do Equador.

Identificar e caracterizar as principais revoltas sociais.

Conhecer os significados das revoltas sociais.

Identificar os fatores que favoreceram a independência dos países da

América espanhola.

Caracterizar a sociedade espanhola.

Reconhecer o papel dos criollos no movimento da independência.

Identificar as transformações ocorridas após a independência nos países

da América espanhola.

8º Ano

Reconhecer a importância da extinção do tráfico de escravos.

Entender como foi a campanha abolicionista.

Conhecer como se processou a emancipação dos escravos.

Identificar o processo de imigração para o Brasil.

Conhecer como se processou a antecipação da maioridade de D. Pedro

de Alcântara.

Compreender o processo de declínio do regime imperial.

Relacionar abolição da escravatura e Proclamação da República..

Analisar criticamente a Proclamação da República.

Caracterizar as etapas da Revolução Industrial.

Destacar a importância da Revolução Industrial para a humanidade.

Conhecer os fatores que favoreceram a Revolução Industrial.

Page 254:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

255

Analisar as transformações tecnológicas.

Entender o porque dos movimentos operários.

Analisar as doutrinas que surgiram durante a Revolução Industrial

decorrentes dos problemas sociais.

Entender como se deu a emancipação política do Paraná.

Estimular a reflexão sobre a organização social, administrativa,

econômica do território paranaense.

Conhecer as principais manifestações culturais e artísticas da sociedade

paranaense.

Ressaltar a participação do negro africano na sociedade paranaense.

Conhecer os motivos que levaram ao colonialismo do século XIX.

Caracterizar neocolonialismo.

Identificar dos domínios europeus na África e na Ásia.

Conhecer os efeitos do imperialismo.

Justificar os motivos da expansão colonialista.

Caracterizar a Segunda Guerra de Independência.

Conhecer as razões que levaram ao estabelecimento da Doutrina

Monroe.

Conhecer os motivos que geraram a Guerra de Secessão.

Analisar o processo de expansão territorial americano.

Reconhecer os efeitos da expansão para os povos indígenas.

Caracterizar a política imperialista dos Estados Unidos.

Analisar as bases econômicas, políticas e sociais da chamada República

Velha.

Analisar a queda da Monarquia.

Analisar a consolidação do regime republicano.

Caracterizar a sociedade brasileira.

Analisar a Guerra do Contestado e a Revolução Federalista e suas

consequências para o Paraná.

Ressaltar a Lei nº 9.795/99, sobre o Meio Ambiente.

Problematizar as mudanças ambientais ocorridas na região do

Contestado como também o crescimento populacional desta região.

Conhecer e caracterizar as rebeliões de caráter messiânico.

Page 255:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

256

Conhecer os motivos que levaram à Revolta da Vacina e a Revolta da

Chibata.

Caracterizar o contexto revolucionário latino-americano, a partir das

primeiras décadas do século XX.

Identificar os motivos que levaram à Primeira Guerra Mundial.

Reconhecer a política expansionista da Alemanha como um importante

fator para a guerra.

Caracterizar os anos da guerra.

Identificar os efeitos da guerra.

Entender os interesses expostos no Tratado de Versalhes e suas

principais consequências.

9º Ano

Identificar São Paulo como o principal centro industrial do Brasil.

Caracterizar o movimento que gerou a Semana da Arte Moderna e o seu

significado.

Caracterizar o poder político e econômico dos coronéis.

Entender a política de valorização do café.

Conhecer o significado da cafeicultura para a economia da República

Oligárquica.

Conhecer os motivos que abalaram o poder da República Oligárquica.

Conhecer os motivos que levaram ao nascimento do Tenentismo.

Caracterizar o Tenentismo.

Saber o que foi a Coluna Prestes.

Conhecer os fatores que levaram à Revolução de 1930, que derrubou a

República Oligárquica.

Identificar a situação dos Estados Unidos após a Primeira Guerra

Mundial.

Analisar a crise de 1929.

Identificar os fatores que levaram à Queda da Bolsa de Valores de Nova

Iorque.

Reconhecer os efeitos da crise no mundo.

Entender e explicar como a crise de 29 influiu na economia brasileira e

as consequências para o Brasil.

Caracterizar a política norte-americana para a recuperação econômica.

Page 256:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

257

Conceituar populismo.

Analisar a Revolução Constitucionalista de 1932.

Identificar fatores que possibilitaram a instalação do Estado Novo.

Identificar as características econômicas, sociais e políticas do Estado

Novo.

Analisar o processo eleitoral e suas consequências após a queda de

Vargas.

Compreender a difícil trajetória da democracia de 1945 a1964.

Compreender o processo de consolidação do Fascismo na Itália e do

Nazismo na Alemanha.

Analisar o surgimento e a difusão de doutrinas totalitários no contexto da

crise econômica e social europeia.

Estimular atitudes contrárias ao Fascismo, ao preconceito e a qualquer

forma de discriminação.

Destacar a forma de governo no período, as oposições e fatos que

deram origem aos movimentos populares na América Latina.

Comparar o peronismo argentino com o populismo de Vargas.

Analisar as principais causas que levaram à Segunda Guerra Mundial.

Identificar os blocos de países do Eixo e Aliados que participaram da

guerra.

Caracterizar as fases da Segunda Guerra Mundial.

Perceber as transformações do mundo pós-guerra.

Identificar os fatores que levaram o Brasil a participar na Segunda

Guerra Mundial.

Compreender as linhas básicas do processo de descolonização da

África e da Ásia.

Conhecer o processo de descolonização dos países asiáticos e

africanos.

Analisar o contexto histórico do Oriente Médio.

Definir Guerra Fria.

Caracterizar a Guerra Fria em seus diversos aspectos (política,

produção cultural, ciências, esportes e vida cotidiana)

Identificar os principais conflitos que ocorreram durante a Guerra Fria.

Page 257:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

258

Caracterizar os governos de Manoel Ribas até Ney Braga, nos seus

aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais.

Analisar o Golpe Militar de 64.

Caracterizar os Governos Militares de 1964 a 1985.

Analisar as principais mudanças politicas provocadas pela instalação da

Ditadura Militar.

Analisar as linhas básicas do modelo de desenvolvimento adotado

durante a Ditadura Militar.

Entender as circunstâncias que levaram ao golpe militar e a manutenção

da ditadura por mais de 20 anos.

Analisar a situação econômica e política do período.

Entender que motivos deram origem aos movimentos e em que

influenciaram a sociedade como um todo.

Analisar a abertura política.

Analisar a transição para a Democracia.

Discutir o conceito de Cidadania.

Estimular o debate, a argumentação, a troca de ideias e o respeito pelas

diferentes opiniões.

Relatar e debater sobre o Impeachment de Collor.

Caracterizar as linhas de atuação do governo Itamar Franco, Fernando

Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.

Caracterizar os fatores que contribuíram para a crise do sistema

socialista.

Conhecer as transformações sociais geradas com a crise do socialismo

e fim da URSS.

Relacionar as grandes mudanças tecnológicas de impacto, que

consolidou a globalização da economia.

Caracterizar diversos blocos econômicos do mundo atual.

Reconhecer a influência do imperialismo dos EUA nos países em

desenvolvimento.

Analisar as consequências da globalização na sociedade atual.

Conceituar desenvolvimento sustentável, destacando medidas que

podem ser tomadas para promover um novo modelo de

Page 258:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

259

desenvolvimento.

Identificar e refletir sobre algumas mudanças culturais, educacionais e

econômicas, ocorridas nos 500 últimos anos de nossa história.

Refletir as semelhanças e diferenças, mudanças e permanências,

relações entre o passado e o presente.

1ª Série

Compreender e respeitar as particularidades de cada povo da

antiguidade.

Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos

históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do

homem como agente ativo do processo.

Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou

transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se

como agente transformador da sociedade.

Construir a identidade social e individual.

Entender o tempo histórico como duração.

Compreender o papel do indivíduo como sujeito e produto histórico.

Compreender a identidade das gerações passadas.

Entender o tempo histórico como construção cultural.

Localizar os momentos históricos em seu processo de sucessão e em

sua simultaneidade.

Analisar a diferença entre se atrasado ou culturalmente diferente.

Evidenciar os servos e senhores feudais como peças chaves do

feudalismo.

Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando

documentos, visando à memória social.

Reconhecer a valorização da terra, da agricultura.

Reconhecer as fontes documentais da natureza de diversas.

Saber que a América nem sempre foi como conhecemos, conhecer os

povos pré- colombianos.

Analisar a forma do Estado Nacional.

Compreender o que é um Rei Absolutista;

Reconhecer que a expansão Comercial e marítima teve apoio dos reis e

Page 259:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

260

2ª Série

burgueses;

Identificar as inovações e conseqüências na navegação.

Estabelecer relações entre permanências e transformações no processo

histórico;

Reconhecer fontes documentais de natureza diversas;

Analisar o Renascimento como resgatou a arte greco-romana.

Reconhecer como era a Igreja, porque houve críticas;

Identificar o protestantismo como movimento que deu origem a outras

religiões

Compreender as mudanças da igreja Católica e a mudança do

pensamento religioso no mundo.

Reconhecer o Iluminismo como movimento que impulsionou o

conhecimento.

Analisar as características e pensamentos iluministas.

Evidenciar os motivos que levaram a Revolução Inglesa e Francesa;

Compreender o real significado da classe burguesa na Revolução

Francesa;

Reconhecer as conseqüências das Revoluções.

Analisar motivos que os colonos queriam ser independentes;

Evidenciar como e porque aconteceu a Independência dos EUA.

Reconhecer como era o cotidiano nas 13 colônias;

Compreender o que levou a Crise do Sistema Colonial, as

independências em geral, motivos e conseqüências.

Evidenciar como e porque ocorreu a Guerra da Secessão

Compreender as conseqüências que levaram à Conquista do Oeste.

Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando

documentos, visando à memória social.

Compreender o que aconteceu e como ocorreram esses acontecimentos

durante o 1º Reinado.

Analisar o desenvolvimento no Período Regencial.

Evidenciar o desenvolvimento e acontecimentos do 2º Reinado.

Analisar a Revolução Agrícola e Industrial, as quais possibilitaram

mudanças nas relações dos homens, da terra, das plantas e animais.

Page 260:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

261

Analisar e comparar o operário e sua situação da época e a atual.

3ª Série

Analisar e entender os motivos da partilha da África e da Ásia, bem

como a suas conseqüências.

Compreender o imperialismo como motivo principal dessa dominação.

Verificar como estava o povo desses locais específicos, a política, a

economia, etc.

Interpretar os motivos da unificação e como ela realmente aconteceu.

Diferenciar a Itália em todos os aspectos da Alemanha (sociedade,

economia, etc).

Estabelecer relações entre continuidade/permanência e

ruptura/transformação nos processos históricos.

Reconhecer os motivos que levaram a essa guerra, bem como suas

conseqüências.

Analisar os dados, mapas, voltados a esse momento.

Estabelecer relações entre continuidade/permanência e

ruptura/transformação nos processos históricos.

Entender onde e porque aconteceu essa revolução, bem como

reconhecer o cotidiano desse povo, suas dificuldades e sua luta.

Reconhecer as conseqüências das Revoluções.

Compreender o que levou a Crise de 1929, seus motivos e

conseqüências.

Analisar as suas conseqüências nos outros países, inclusive no Brasil.

Estabelecer relações entre continuidade/permanência e

ruptura/transformação nos processos históricos.

Evidenciar o que foram: Nazismo, Fascismo, Totalitarismo.

Compreender os motivos e as conseqüências catastróficas da guerra,

bem como o cotidiano antes e depois da guerra, dos países que

participaram dela.

Entender que foi uma guerra sem armas, porém estratégica e que trouxe

conseqüências catastróficas da guerra, bem como o cotidiano antes e

depois da guerra, dos países que participaram dela e que sofrem até

hoje.

Compreender a descolonização como fato interligado ao fim do bloco

Page 261:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

262

socialista evidenciando os motivos reais do mesmo.

Valorizar as características das sociedades capitalistas, entendendo que

o mundo hoje gira em torno delas, mesmo não sendo um modelo de

igualdade social, nem se preocupando com o povo. Reconhecer as

Ordens Mundiais atuais, bem como o papel dos países, inclusive o

Brasil.

Considerar o desempenho do aluno para se posicionar diante de

questionamentos que fazem parte dos conteúdos estudados e de sua

realidade.

Analisar seus motivos, características, bem como o povo que vivia nas

épocas (Império, República e Atualidade), suas diferenças,

semelhanças. A economia, a política, enfim todos os dados possíveis.

Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando

documentos, visando à memória social.

8.11.7. Referências

CABRINI, Conceição; CASTELLI, Roberto; MONTELLATO, Andréa. História Temática. Scipione, 2005

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Diretriz Curricular de Educação História para o Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2008

CAMPOS, Flavio de; AGUILAR, Lídia; CLARO, Regina; MIRANDA, Renan Garcia. O jogo da História. São Paulo: Moderna, 2002.

FERREIRA, José Roberto Martins. História. São Paulo: FTD, 1997.

MARINO, Denise Mattos; STAMPACCHIO, Léo. Link do Tempo. São Paulo: Moderna, 2002.

ORDONES, Marlene. Caderno do Futuro: História. São Paulo: IBEP, 2003

PANAZZO, Silvia; VAZ, Maria Lúzia. Navegando pela História. São Paulo: Quinteto Editorial, 2001.

RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. São Paulo: FDT, 2002.

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263

8.12. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS

8.12.1. Apresentação da disciplina

O objetivo maior da aprendizagem de Língua Inglesa de acordo com as

Diretrizes Curriculares é superar uma visão de ensino de língua estrangeira apenas

como meio para se atingir fins comunicativos, assim como dar espaço às

experiências de identificação social e cultural. Ao ensinar língua estrangeira deve ser

levado em conta o aluno e seu objetivo em aprender, sua classe social e suas

relações sociais, enfim a comunidade onde vive.

A Língua Estrangeira Moderna, como outras disciplinas, deve ter como ponto

principal do trabalho docente a formação do individuo como cidadão consciente,

crítico e participativo – inserido na sociedade local e no panorama internacional.

A dependência econômica e cultural do Brasil em relação aos Estados Unidos

emergiu durante a 2ª Guerra Mundial. Com isso , intensificou-se a necessidade de

aprender inglês.

Atualmente o Inglês é relevante, na formação do aluno para o

desenvolvimento de habilidades comunicativas,que deve levar o educando a

comparar a língua materna com a língua estrangeira estudada.

No mundo globalizado em que vivemos; estudar Inglês torna-se cada vez

mais importante, pois quem estuda poderá ter uma vida repleta de oportunidades,

das quais incluem-se : A possibilidade de acesso a revistas e livros provenientes da

literatura inglesa;interpretação de filmes que se utilizam da língua inglesa, sem

legendas; fazer a utilização de jogos online ; cantar músicas em inglês;

aprimoramento do currículo; contato com pessoas de todo o mundo através de redes

sociais; negociação com empresários internacionais.; portanto, o estudo da língua

inglesa torna-se imprescindível.

Assim, ao ensinar língua inglesa é necessária uma compreensão teórica do

que é linguagem, refinando a percepção de sua própria cultura por meio do

conhecimento da cultura de outros povos.

As práticas pedagógicas decorrem de concepções teórico-metodológicas e,

portanto, não são naturais, nem desvinculadas do contexto sócio-histórico, mas

Page 263:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

264

carregadas de ideologias que explicitam as relações de poder (Foulcault), e que

correspondem a interesses distintos e precisam ser problematizadas.

“A expansão do inglês no mundo, não é mera expansão da língua, mas

também, uma expansão de um conjunto de discursos, que fazem circular ideias de

desenvolvimento, democracia, capitalismo, neoliberalismo, modernização (...)”, como

afirma Pennycook.

Os temas centrais nesta proposta são a cidadania e a consciência crítica de

como a linguagem é usada no mundo social, e os aspectos sócio-políticos da

aprendizagem da língua inglesa dentro do trabalho com a leitura, produção oral e

escrita. Uma das finalidades da Língua Estrangeira Moderna é que esta seja

instrumento de acesso à informação a outras culturas, associá-las aos

conhecimentos científicos, às linguagens que darão suporte para a resolução de

problemas que se propõe adicionar.

A aprendizagem de Língua Estrangeira no Ensino Fundamental e Médio não

é apenas um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas

linguísticas em um código diferente; mas sim, uma experiência de vida, pois amplia

as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da

Língua Estrangeira é importante, desse modo para o desenvolvimento integral do

individuo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida.

Assim, contribui-se para a construção, e para o cultivo pelo aluno, de uma

competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na compreensão

de outras culturas.

A disciplina de Língua Inglesa priorizará os temas das relações étnico-raciais

e histórias e cultura Afro-brasileira e indígena; Textos relacionados a preservação e

conservação do Meio Ambiente, em sala de aula, com o objetivo de mostrar a

influência dos negros e indígenas na cultura dos norte-americanos e,

consequentemente, em nossa formação cultural brasileira, em conformidade com a

Lei nº. 11.645 que prevê a abordagem destes conteúdos no currículo escolar.

O acesso a essa língua representa para o aluno a possibilidade de se

transformar em cidadão ligado à comunidade global, ao mesmo tempo que se pode

compreender, com mais clareza, seu vínculo como cidadão em seu espaço social

mais imediato.

Page 264:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

265

Para garantir o ensino de uma Língua estrangeira moderna no Estado do

Paraná foi criado um Centro de Línguas Estrangeiras que ofereciam aos alunos

aulas no contra-turno.

Após uma década de vigência no Brasil, embora a abordagem comunicativa

tenha se apresentado como reação à visão estruturalista da língua concentrando-se

nos aspectos semânticos e não no código linguístico, esta passou a ser criticada por

intelectuais adeptos da pedagogia crítica.

A pedagogia crítica é o referencial teórico que valoriza a escola como espaço

social democrático, responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento

como instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da

realidade.

De acordo com as Diretrizes, o ensino de Língua Estrangeira Moderna será

norteada para um propósito maior de educação, considerando as contribuições de

Giroux (2004) “ao rastrear as relações entre língua, texto e sociedade, as novas

tecnologias e as estruturas de poder que lhes subjazem”. Para este educador, é

fundamental que os professores reconheçam a importância da relação entre língua e

pedagogia crítica no atual contexto global educativo, pedagógico e discursivo, na

medida em que as questões de uso da língua, do diálogo, da comunicação, da

cultura, do poder, e as questões da política e da pedagogia não se separam.

Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço

para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de

modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de

significados em relação ao mundo em que vive. Espera - se que o aluno

compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e ,

portanto, passíveis de transformação na prática social.

8.12.2. Objetivos gerais

Oportunizar a participação do educando a construção de significados

ligados à situação de uso da língua;

Propiciar a construção de identidades dos alunos como cidadãos

participativos e transformadores;

Possibilitar a aprendizagem da língua como meio de conhecer culturas

diversas, bem como as diversas maneiras de se viver a experiência

Page 265:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

266

humana;

Inserir a linguagem oral e escrita levando em consideração sua natureza

sócio - internacional;

Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o

acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do

mundo;

Construir consciência linguística e consciência crítica dos usos que se

fazem da língua estrangeira que está aprendendo;

Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer utilizando-a

como meio de acesso ao mundo de trabalho e dos estudos avançados;

Valorizar o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade

brasileira e no panorama internacional.

Cultivar a linguagem para um melhor relacionamento com os

semelhantes, como expressão do mundo interior e exterior do educando.

8.12.3. Conteúdos

Para o ensino de Língua Estrangeira, enfoca - se o discurso como prática

social para que o aluno aprenda a ler e compreender textos, e a produzir textos orais

e escritos para defender seu ponto de vista, e colocar - se diante de diferentes

situações sociais.

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema;

Intertextualidade;

Intencionalidade;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Page 266:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

267

Elementos semânticos;

Ortografia

Discurso como

prática social

Oralidade

Elementos extra-linguísticos : entonação,

pausas gestos;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Vozes sociais presentes no texto;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

gírias, repetição.

Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e o escrito;

Adequação da fala ao contexto;

Pronúncia.

Discurso como

prática social

Escrita

Identificar o tema do texto;

Finalidade do texto;

Intencionalidade do texto;

Intertextualidade;

Condições de produção;

Informatividade (Informações necessárias

para a coerência do texto).

Emprego do sentido denotativo e

conotativo no texto;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Ortografia.

Greetings;

Introductions;

Personal Pronouns;

The English Alphabet;

Verb to Be;

Page 267:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

268

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Article;

Demonstrative Pronouns;

Numbers (1 to 100);

Possessive Pronouns (my, your…);

Vocabulary (family, countries and

nationalities, colors, candies, school

objects, jobs, animals and means of

transportation);

Questions (what, who, when, ...)

Prepositions

Pontuação e seus efeitos de sentido no

texto

Vocabulário;

Coesão e coerência.

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema;

Intertextualidade;

Intencionalidade;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Ortografia

Discurso como

prática social

Oralidade

Elementos extra-linguísticos: entonação,

pausas gestos;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Vozes sociais presentes no texto;

Page 268:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

269

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

gírias, repetição.

Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e o escrito;

Adequação da fala ao contexto;

Pronúncia.

Discurso como

prática social

Escrita

Identificar o tema do texto;

Finalidade do texto;

Intencionalidade do texto;

Intertextualidade;

Condições de produção;

Informatividade (Informações necessárias

para a coerência do texto).

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Personal information;

Months of the year;

Days of the week;

Ordinal numbers;

Dates;

Application forms;

Verb can;

School subjects;

Time;

Interrogative pronouns;

Verb have;

Genitive case;

Possessive pronouns;

Simple Present X Present Continuous;

Vocabulary about sports, clothes, shoes,

accessories, house and furniture;

Imperative;

Prepositions (in, on, at);

Plural of nouns;

Verbs;

Page 269:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

270

Vocabulário;

Pontuação e seus efeitos de sentido no

texto;

Substantivos contáveis e incontáveis;

Concordância nominal e verbal;

Coesão e coerência.

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema;

Intertextualidade;

Intencionalidade;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Ortografia

Discurso como

prática social

Oralidade

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas gestos;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Vozes sociais presentes no texto;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

gírias, repetição.

Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e o escrito;

Adequação da fala ao contexto;

Pronúncia.

Identificar o tema do texto;

Finalidade do texto;

Page 270:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

271

Discurso como

prática social

Escrita

Intencionalidade do texto;

Intertextualidade;

Condições de produção;

Informatividade (Informações necessárias

para a coerência do texto).

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Imperative form;

Verb there to be: Present Tense

(affirmative, negative and Interrogative

Form);

Vocabulary about services;

Simple present (affirmative, negative and

interrogative form);

Vocabulary about physical description;

Simple past (affirmative, negative and

interrogative form);

Regular and irregular verbs);

Vocabulary about healthy problems and

parts of the body;

Future tense : future with will and be going

to;

Plans for the future: agenda;

Prepositions: in, on, at;

Adverbs (frequency);

Adjectives;

Coesão e coerência;

Pontuação e seus efeitos de sentido no

texto;

Vocabulário;

Função dos pronomes, artigos, numerais,

adjetivos, verbos preposições,

conjunções, falsos cognatos e outras

categorias como elementos do texto.

Page 271:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

272

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Identificação do tema;

Intertextualidade;

Intencionalidade;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Elementos semânticos;

Ortografia

Discurso como

prática social

Oralidade

Elementos extra-linguísticos: entonação,

pausas gestos;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Vozes sociais presentes no texto;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

gírias, repetição.

Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e o escrito;

Adequação da fala ao contexto;

Pronúncia.

Discurso como

prática social

Escrita

Identificar o tema do texto;

Finalidade do texto;

Intencionalidade do texto;

Intertextualidade;

Condições de produção;

Informatividade (Informações necessárias

para a coerência do texto).

Modal verbs: can, could, would, may;

Vocabulary about fruit, vegetables, drink

and food. (At the restaurant);

Page 272:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

273

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Review: simple past (affirmative, negative

and interrogative);

Review: regular and irregular verbs;

Interrogative pronouns: who, what, how;

Comparative form: superiority, inferiority,

equality;

The superlative;

Vocabulary about adjectives;

Adverbs: place, time, manner and

frequency;

Relative pronouns;

Prepositions;

Coesão e coerência;

Pontuação e seus efeitos de sentido no

texto;

Vocabulário;

Função dos pronomes, artigos, numerais,

adjetivos, verbos, preposições, advérbios,

palavras interrogativas, substantivos

contáveis e incontáveis, falsos cognatos,

e outras categorias como elementos do

texto.

2º Ano

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Tema do texto;

Finalidade do texto;

Partículas conectivas do texto;

Discurso direto e indireto;

Emprego do sentido conotativo e

Page 273:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

274

denotativo no texto Marcas linguísticas:

coesão, coerência, função das classes

gramáticas no texto

Discurso como

prática social

Oralidade

Conteúdo temático

Finalidade ;Informatividade

Papel do locutor e interlocutor Elementos

extra-linguísticos: entonação, expressão

facial, corporal e gestual, pausas

Turno da fala

Adequação da fala no contexto

Diferenças e semelhanças entre discurso

oral ou escrito.

Discurso como

prática social

Escrita

Tema do texto.

Interlocutor

Finalidade do texto.

Informatividade

Partículas conectivas do texto

Discurso direto e indireto

Emprego do sentido conotativo e

denotativo no texto

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Dates

Months of the year

Seasons of the year

Simple Present

Imperative form

Articles

Personal Pronouns

Demonstratiuve pronouns

Possessive adjectives

Possessive pronouns

There to be

Interrogative pronouns

Prepositions

Page 274:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

275

Coesão e coerência textuais

3º Ano

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Leitura

Tema do texto;

Finalidade do texto;

Partículas conectivas do texto;

Discurso direto e indireto;

Emprego do sentido conotativo e

denotativo no texto Marcas linguísticas:

coesão, coerência, função das classes

gramáticas no texto

Discurso como

prática social

Oralidade

Tema do texto.

Interlocutor

Finalidade do texto.

Informatividade

Partículas conectivas do texto

Discurso direto e indireto

Emprego do sentido conotativo e

denotativo no texto

Discurso como

prática social

Escrita

Tema do texto.

Interlocutor

Finalidade do texto.

Informatividade

Partículas conectivas do texto

Discurso direto e indireto

Emprego do sentido conotativo e

denotativo no texto

Revisão do Simple Present

Verb there to be

Interrogative pronouns

Page 275:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

276

Discurso como

prática social

Análise

Linguística

Prepositions

Grau dos adjetivos9 Comparativo e

superlativo)

Pronomes reflexivos

Pronomes relativos

Voz passiva

Infinitivo

Gerúndio.

8.12.4. Metodologia

Partindo do pressuposto que a aprendizagem acontece nas interações

sociais, o trabalho será voltado para a participação dinâmica do aluno em atividades

diversificadas que envolverão as habilidades linguísticas (ler, falar, ouvir, escrever).

Entende-se por “participação dinâmica do aluno” a contribuição na construção

do conhecimento, na prática da linguagem, a pesquisa voltada a outras culturas e no

posicionamento crítico.

O professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno para que este

sinta-se incluído no processo ensino-aprendizagem. Além disso, valorizando o que o

educando já sabe, abre-se espaço para uma leitura de mundo mais ampla, e para

uma adequação da metodologia do professor à realidade da classe.

Será enfatizado o trabalho com diferentes textos, observando as

características dos mesmos e a construção do vocabulário no contexto do mesmo,

tais como: narração, argumentação, descrição, entre outros.

Na oralidade será explorada a leitura, ritmo e entonação, percebendo o valor

expressivo do texto, fazendo ainda discussão dos assuntos lidos, acontecimentos,

situações polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros, envolvendo a língua

inglesa. Será também organizado apresentações de textos produzidos pelos alunos,

propondo reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais.

O processo de ensino e aprendizagem contempla atividades diversificadas ao

educando mediadas pelo professor, a fim de propiciar ao aluno a aquisição

progressiva da Língua Inglesa falada e escrita, permitindo assim a compreensão de

textos e a expressão do pensamento. Podem ser trabalhadas atividades como:

Page 276:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

277

Filmes (ouvir e interpretar);

Produções orais e escritas, com leituras sobre o tema a escrever, com

apresentações;

Confecções de cartazes, slogans;

Entrevistas;

Diálogos;

Traduções e interpretações de tipologias textuais diversificadas: trava-

línguas, anedotas, provérbios, charadas, rimas, palavras cruzadas,

adivinhas, caça - palavras;

Interpretação e leitura de diversos tipos de textos como histórias em

quadrinhos, anúncios, propagandas, rótulos, notícias, classificados,

receitas, poemas, bulas, instrucional, narrativo, informativo; levando o

aluno a analisar, interpretar e compreender o texto;

Leitura de diversos textos para observação da intertextualidade

Dramatizações, músicas;

Análise de recursos próprios da oralidade;

Uso de revistas, livros, fitas de vídeo, CDs, DVDs.

Pesquisa de palavras desconhecidas;

Observação da participação do aluno em classe;

Reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em

determinados textos;

Avaliação escrita e oral.

A partir da realização das atividades propostas o professor proporcionará a

oportunidade do educando ir ao encontro de outra língua e culturas, e como

consequência adquirir consciência do lugar que ocupa no mundo, extrapolando

assim o domínio linguístico que o aluno possa vir a ter.

Quando a atividade for de produzir textos, o professor auxiliará no momento

da produção, mas havendo necessidade, será feita com o aluno, a revisão e

reestruturação do texto.

O trabalho com textos será encarado como um trabalho prioritário, efetivo, de

leitura e compreensão de textos autênticos, onde de acordo com a necessidade

serão explorados aspectos gramaticais relevantes naquele momento, como: tempos

Page 277:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

278

verbais, pronomes, artigos, preposições, diferenciação de linguagem formal e

informal, clareza nas ideias no caso de produção, de forma contextualizada.

Os Gêneros textuais são fenômenos históricos ligados à vida cultural e social

dos indivíduos então será possível explorar uma diversidade deles, tais como:

charges, notícias, quadrinhas, reportagens, bilhetes, carta pessoal, jornalística,

receita culinária, cardápio de restaurante, bulas de remédios, anedotas, tirinhas,

poemas, pesquisas, convites, carta pessoal, anúncio, músicas, filmes, resumo,

horóscopo, debates, entre outros.

Para trabalhar com a cultura afro-brasileira será feito também pesquisas da

literatura Norte Americana, de escritores americanos negros para compará-las com a

literatura brasileira.

8.12.5. Avaliação

O processo de ensino-aprendizagem tem como base o eixo

ação/reflexão/ação. Sendo assim, é concebido como um processo de construção e

reconstrução, no qual professor e aluno são participantes ativos.

O ato avaliativo não é um momento isolado, mas faz parte do conjunto de

atividades docentes, que devem ser coerentes entre si.

A avaliação da aprendizagem será diagnóstica, contínua e cumulativa, onde

serão analisadas as progressões do aluno, com intenção de levantar as dificuldades

e avanços dos mesmos superando a concepção de mero instrumento de

classificação pela obtenção da nota.

Os momentos avaliativos se constituem pelas diversas propostas de trabalhos

encaminhados aos alunos através de trabalhos individuais ou em grupos, atividades

escritas e orais como: diálogos, leituras diversificadas, painéis, jogos, produção

textual, interpretação de textos, maquetes, teatro, pesquisas, entre outras.

O aluno é construtor do conhecimento e está envolvido no processo de

avaliação, desse modo precisa ter seu esforço reconhecido pelo retorno de suas

produções, com o fornecimento do seu desempenho e entendimento do “erro” como

parte integrante da aprendizagem.

De acordo com LUCKESI: “a avaliação de aprendizagem necessita, para

cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da

aprendizagem bem sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de

Page 278:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

279

que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide

sobre o destino do educando, e assuma o papel de auxiliar no crescimento”. A

avaliação é diagnóstica, sendo rigorosa a observância dos critérios pré-

estabelecidos por nós mesmos. Sendo dinâmica, cabe a nós registrar as

observações, em relação ao processo de ensino-aprendizagem.

Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora de sala de aula

deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos da história dos

alunos, da comunidade e da cultura local.

A avaliação, assim como a recuperação paralela antes de serem realizadas

terão o conteúdo retomado por parte do professor, para que efetivamente tenha a

função de diagnosticar e estimular o avanço do processo, e seus resultados devem

servir para sua orientação, cumprindo sua função educacional.

Podem ser citados como instrumentos de avaliação:

Realização de leitura individual;

Identificação das ideias principais do texto;

Dedução dos sentidos das palavras

Pesquisa de palavras;

Montagem de cartazes;

Apresentação oral;

Avaliações escritas e orais;

Atividades e trabalhos de pesquisa;

Leitura, escrita e compreensão de estruturas básicas e pequenos textos,

visando à interação oral com informações recebidas e a contribuição no

desenvolvimento do idioma na vida do aluno;

A disciplina tem como critérios de avaliação na análise lingüística o

reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em

determinados contextos, reconhecendo também as demais classes gramaticais

trabalhadas de forma contextualizada.

No que se refere a leitura, os alunos deverão ter uma leitura compreensiva do

texto; localizar informações explícitas, identificar a ideia principal do texto, identificar

o tema; deduzir os sentidos das palavras e /ou expressões a partir do contexto.

Como critério avaliativo na oralidade, o aluno deverá apresentar suas ideias

com clareza; organizar a sequência de sua fala; participar ativamente dos diálogos,

Page 279:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

280

relatos, discussões, quando necessário em língua materna. Na escrita espera - se

que o aluno expresse suas ideias com clareza; elabore textos atendendo às

situações de produção; use recursos textuais como: coesão e coerência.

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Leitura

Realização de leitura compreensiva do texto;

Análise das intenções do autor.

Compreensão das diferenças do uso de palavras

no sentido conotativo e denotativo.

Localização de informações explícitas e implícitas

no texto.

Escrita

Expressão de ideias com clareza;

Elaboração de textos atendendo às situações de

produção propostas.

Uso de recursos textuais como coesão, coerência.

Emprego de palavras com sentido conotativo e

denotativo.

Oralidade

Apresentação de ideias com clareza;

Compreensão de argumentos no discurso do outro..

Exposição objetiva de argumentos

Organização da sequência da fala

Análise de recursos da oralidade em cenas de

desenhos, programas, infantis, filmes,etc.

8.12.6. Referências bibliográficas

HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 24 ed. Porto Alegre: Mediação, 1998. ROCHA, Analuzia Machado. Take Your Time, 3ª ed. Reformulado. Ed. Moderna, 2004. AZEVEDO,D.G.;GOMES,A.A.Blow up. São Paulo:FTD,1999.

Page 280:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

281

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2008.

Page 281:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

282

8.13. LÍNGUA PORTUGUESA

8.13.1. Apresentação da Disciplina

O ensino da Língua Portuguesa deve girar em torno de uma unidade teórico-

metodológica que fundamenta e orienta a aprendizagem, criando-se condições para

que o aluno desenvolva e aperfeiçoe, de uma forma progressiva, contínua e

integrada, o uso da língua.

A disciplina de Língua Portuguesa requer posicionamentos e práticas de

ensino diferenciados, pautados em uma proposta que dê ênfase à língua viva,

dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e produtiva.

Há tempos atrás, aproximadamente até a década de 70, o ensino de Língua

Portuguesa fundamentava- se em exercícios estruturais, técnicas de redação e

treinamento de habilidades de leitura. Hoje, o ensino/aprendizagem de Língua

Portuguesa visa aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos,

para que eles possam compreender os discursos que os cercam e terem condições

de interagir com esses discursos. A repetição e a padronização já não têm mais

espaço na sala de aula.

Em relação à variação linguística, a única aceita como correta no espaço

escolar, até a década de 70, era a norma culta. Assim, a escola empenhava-se em

“corrigir” a fala do aluno. Ao desconsiderar a linguagem própria de cada indivíduo,

oriunda do grupo social que ele pertencia, a escola desvalorizava, inclusive, os

aspectos culturais inerentes a cada uma dessas variações.

O fato de a escola ensinar a língua padrão é justificável, pois os alunos

precisam ter domínio sobre ela. Porém, é necessário combater o preconceito no que

se refere a considerar uma variação “certa” e outra “errada”; uma “melhor” e outra

“pior”. O que precisa ficar claro é que a linguagem deve ser adequada ao seu

objetivo, tendo em vista o contexto e os interlocutores a que se destina. Isso implica

no uso efetivo da linguagem, que permite a igualdade de participação social.

Aprender a ler e escrever, isto é, tornar-se alfabetizado significa adquirir uma

tecnologia, a decodificar a língua escrita (ler), não basta, porém, adquirir esta

tecnologia, é preciso apropriar-se da escrita, isto é, fazer uso das práticas sociais de

Page 282:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

283

leitura e escrita, articulando-as ou dissociando-as das práticas de interação oral,

conforme as situações.

A apropriação da linguagem depende da interação com o outro e com a

própria linguagem, por isso a necessidade de trabalhar uma diversidade de textos

tanto para as atividades de leitura, quanto para as propostas de atividades orais e

escritas, objetivando criar condições para que os alunos interajam com os diferentes

discursos e aprimorem sua competência linguística de tal modo que consigam

adequar seus atos verbais às mais diferentes situações sócio-ideológicas.

As atividades propostas devem girar em torno do eixo uso-reflexão-uso da

linguagem para permitir ao aluno o aprimoramento da competência linguística e,

consequentemente, desenvolver-se cognitiva, social, cultural e politicamente.

Assim, o ensino da Língua Portuguesa deve propiciar a possibilidade de um

fazer reflexivo, em que não apenas se opera concretamente com a linguagem, mas

também se busca construir um saber sobre a língua e a linguagem e sobre os

modos como as opiniões, valores e saberes são veiculados nos discursos orais e

escritos, impondo as necessidades de percepção da diversidade do fenômeno

linguístico e dos valores constituídos em torno de formas de expressão, permitindo,

dessa forma, que o sujeito supere sua condição imediata.

Com base na Lei n.° 10.639/2003, o trabalho de Língua Portuguesa refletirá

sobre a influência e a importância da história e cultura Afro-Brasileira e das

Africanidades na formação da cultura brasileira.

O ensino de Língua Portuguesa contemplará as três práticas discursivas:

oralidade, leitura e escrita, sendo que a análise linguística perpassará as três

práticas. O objeto de estudo da disciplina é a língua em situação real de uso,

portanto, trabalhar-se-á numa perspectiva sócio-interacionista elencando textos com

função social, possibilitando a comunicação e a participação cidadã do educando.

“O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior

propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o

caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de

comunicação possibilitará ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido de

poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está

inserido”.(DCEs, p.53).

Page 283:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

284

8.13.2. Objetivos Gerais

A linguagem nos acompanha onde quer que estejamos e serve para articular

não apenas as relações que estabelecemos com o mundo, mas também a visão que

construímos sobre ele. É ela que nos possibilita pensar nos objetos e a operar com

eles na sua ausência.

Sendo assim, é um conjunto de signos que são a representação do real. Toda

variedade de língua possui uma organização sintática, ou seja, uma gramática que

permite o entendimento entre as pessoas, em momentos de interlocução. Dessa

forma, a análise linguística está presente entre os objetivos da língua portuguesa,

pois diferencia o trabalho da escola do contato informal do aluno com a linguagem

em seu dia-a-dia.

Aprimorar, pelo contato com textos literários, a capacidade de pensamento

crítico e sensibilidade estética dos alunos;

Resgatar, por meio dos elementos fornecidos pelo texto, valores humanos

e aplicá-los no dia-a-dia;

Contribuir para o desenvolvimento das habilidades de saber ouvir, falar, ler

e escrever, codificando e decodificando mensagens;

Valorizar a cultura afro-descendente;

Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la

a cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que

estão subentendidas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante

dos mesmos;

Desenvolver as habilidades de uso da língua em situações discursivas

realizadas por meio de práticas textuais, considerando-se os interlocutores,

os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o

contexto de produção/leitura.

Criar situações em que os alunos tenham oportunidades de refletir sobre os

textos que leem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo, de forma

contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto, assim

como os elementos gramaticais empregados na organização do discurso

ou texto;

Page 284:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

285

Dar ao aluno condições de ampliar o domínio da língua e da linguagem,

reconhecendo-o como um ser construído e em construção, auxiliando-o no

processo de aquisição e desenvolvimento do falar, escutar, ler e escrever.

Permitir ao aluno, pela mediação do professor, apropriar-se de informação

e desenvolver uma consciência crítica sobre os papéis que desempenha,

sobre suas relações sociais e sobre o seu lugar na sociedade.

Utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e

produção de textos escritos de modo a atender as múltiplas demandas

sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e

considerar as diferentes condições de produção de discurso;

Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade,

operando sobre as representações construídas em várias áreas do

conhecimento;

Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio,

desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos;

Conhecer e valorizar as diferentes variedades do português, procurando

combater o preconceito linguístico;

Reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social como instrumento

adequado e eficiente na comunicação cotidiana, na elaboração artística e

mesmo nas interações com pessoas de outros grupos sociais que se

expressem por meio de outras atividades;

Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise

linguística para expandir sua capacidade de monitoração das

possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise

crítica, proporcionando ao aluno condições para apropriar-se, também, da

norma padrão.

8.13.3. Objetivos Específicos

Da prática da oralidade:

Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la

a cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que

Page 285:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

286

estão subentendidas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante

dos mesmos;

Respeitar os conhecimentos linguísticos dos alunos, bem como promover

situações em que os mesmos utilizem as variações de linguagem em suas

relações sociais;

Oportunizar aos alunos para que se tornem falantes ativos e competentes,

compreendendo os diferentes discursos e os organizando de forma clara,

coesa e coerente;

Permitir ao aluno o conhecimento e a utilização da variedade linguística

padrão e fazê-lo entender a necessidade desse uso em determinados

contextos sociais.

Ler textos que priorizem a cultura afro-descendente, fazendo comparações

entre os mesmos;

Oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais;

Adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto,

intenções);

Aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente,

praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir;

Permitir ao aluno conhecer e também usar a variedade linguística padrão e

entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais.

Da prática da leitura:

Ler e compreender diferentes gêneros textuais;

Explorar estratégias de leitura diversificadas;

Construir a leitura como situação efetiva de interlocução;

Relacionar o texto com outros já lidos considerando o conhecimento

prévio;

Possibilitar a leitura crítica dos textos que circulam socialmente, a ponto de

perceber neles ideologias defendidas;

Apresentar nas atividades de interpretação de texto, questões que levem o

educando a construir um sentido para o que lê, que o faça retomar os

textos, quantas vezes sejam necessárias, para uma leitura de fato

compreensiva.

Page 286:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

287

Da prática da escrita:

O que determina um texto é a sua intenção: quem escreve, o que escreve,

para quem, para que, por que, quando, onde e como se escreve. Sem esses

parâmetros é impossível ao texto ter um objetivo, ser real. Deve-se ter claro no ato

da escrita a noção de interlocutor, de quem irá ler o que vai ser escrito, mesmo que

ele não seja conhecido. Esse interlocutor virtual vai condicionar parte da nossa

linguagem, o que nos levará a optar pelo assunto e a maneira como iremos fazer a

exposição. A sua ausência acarreta muitos problemas, pois não teremos senão a

linguagem verbal para adaptar nossa mensagem. Além disso, cada gênero textual

tem suas normas: a composição, a estrutura e o estilo do texto varia conforme se

produza um poema, um bilhete, etc. Nosso aluno precisa ter esse esclarecimento

em sala de aula.

É necessário, ainda, despertar no aluno a vontade de produzir um texto,

assumindo a autoria do que produz.

Isto só irá ocorrer se o professor mediar esse trabalho: da motivação para a

produção, da reflexão durante o processo e a revisão, reestruturação e reescrita do

texto em conjunto com o aluno. Realizado todo o processo deve-se garantir a

socialização da produção textual, de diversas formas, a fim de que seja recuperado

o caráter interlocutivo da linguagem, tão importante na construção textual.

Na prática de produção de textos, destacam-se os gêneros: entrevistas,

debates, depoimentos, exposições, na forma oral. Na modalidade escrita: relatos

(histórias de vida), bilhetes, cartas, cartazes, avisos, poemas, contos e crônicas,

notícias, idolatrias, cartas do leitor entrevistas, relatórios, resumos de artigos,

verbetes de enciclopédias.

Oferecer condições ao aluno de compreender o funcionamento de um

texto escrito, que se faz a partir de elementos como organização, unidade

temática, coerência, coesão, etc;

Compreender que a escrita apresenta elementos significativos próprios,

ausentes na fala, tais como: o tamanho e tipos de letras, cores e formatos;

Oportunizar ao aluno a socialização da experiência da produção textual

através das estratégias: afixar textos em murais, montar livrinhos com

produções dos alunos, publicar produções no jornal da escola;

Page 287:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

288

Desenvolver a noção de adequação na produção de textos reconhecendo

a presença do interlocutor e as circunstâncias de produção, usando os

conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise linguística para

expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da

linguagem.

Da análise linguística:

A análise linguística deverá contemplar o que as relações dialógicas, entre

autor e leitor, os sentidos atribuídos aos diversos textos, o posicionamento do aluno

leitor diante desses textos, o reconhecimento da função dos diferentes elementos

linguísticos usados no texto, o domínio da estrutura textual, tanto no seu aspecto

temático como na articulação entre as partes que constituem o texto, a clareza, a

coerência, a consistência argumentativa.

Desse modo é imprescindível que o aluno amplie sua capacidade discursiva

em atividades de uso da língua, de maneira a compreender outras exigências de

adequação da linguagem.

Possibilitar a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais e textual-

discursivos que perpassam os usos linguísticos;

Possibilitar aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto, através de

atividades de revisão, reeestruturação ou refacção e de análise coletiva de

um texto selecionado;

Aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às

ferramentas de expressão e compreensão dos processos discursivos,

proporcionando aos alunos condições para adequar a linguagem aos

diferentes contextos sociais.

8.13.4. Conteúdos

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Page 288:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

289

Discurso como

prática social

Oralidade

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático

o elementos composicionais

o marcas linguísticas

Variedades linguísticas

Intencionalidade do texto

Papel do locutor e do interlocutor:

participação e cooperação

Particularidades de pronúncia de algumas

palavras

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos...

Discurso como

prática social

Leitura

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade;

Argumentos do texto;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

pontuação, recursos gráficos.

Discurso como

prática social

Escrita

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático

o elementos composicionais

o marcas lingüísticas

Argumentação

Paragrafação

Clareza de ideias

Refacção textual

Coesão e coerência do texto lido ou

produzido pelo aluno

Expressividade dos substantivos e sua

Page 289:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

290

Discurso como

prática social

Aanálise

linguística

função referencial no texto

Função do adjetivo, advérbio, pronome,

artigo e de outras categorias como

elementos do texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no

texto

Recursos gráficos: aspas, travessão,

negrito, hífen, itálico

Acentuação gráfica

Processo de formação de palavras

Gírias

Algumas figuras de pensamento

Alguns procedimentos de concordância

verbal e nominal

Particularidades de grafia de algumas

palavras

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Oralidade

Tema do texto;

Finalidade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos...;

Adequação do discurso ao gênero;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição.

Tema do texto;

Page 290:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

291

Discurso como

prática social

Leitura

Finalidade do texto;

Argumentos do texto;

Contexto de produção;

Intertextualidade;

Informações explícitas e implícitas;

Elementos composicionais do gênero;

Ambiguidade;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

pontuação.

Discurso como

prática social

Escrita

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático

o elementos composicionais

o marcas linguísticas

Linguagem formal/informal

Argumentação

Coerência e coesão textual

Organização de ideias/ parágrafos

Finalidade do texto

Refacção textual

Discurso como

prática social

Análise

linguística

Discurso direto e indireto na manifestação das

vozes

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo

e de outras categorias como elementos do

texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no

texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,

hífen, itálico

Acentuação gráfica

Valor sintático e estilístico dos modos e

tempos verbais

A representação do sujeito no texto

Neologismo

Page 291:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

292

Figuras de pensamento (ironia, hipérbole,

antítese, etc)

Semântica

Alguns procedimentos de concordância verbal

e nominal

Particularidades de grafia de algumas

palavras

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Oralidade

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático

o elementos composicionais

o marcas linguísticas

Coerência global do discurso oral

Finalidades do texto oral

Variedades linguísticas

Papel do locutor e do interlocutor:

o participação e cooperação

o turnos da fala

Particularidades dos textos orais

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos...

Finalidade do texto oral.

Discurso como

prática social

Leitura

Interpretação textual, observando:

o conteúdo temático

o interlocutores

o intencionalidade do texto;

o argumentos do texto;

Relação de causa e consequência entre as

Page 292:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

293

partes e elementos do texto;

Marcas linguísticas: coesão, coerência,

pontuação;

Semântica: operadores argumentativos;

ambiguidade; sentido figurado; expressões

que denotam ironia e humor no texto.

Linguagem verbal, não-verbal, midiático, etc.

Discurso como

prática social

Escrita

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático;

o elementos composicionais;

o marcas linguísticas

Argumentação

Coerência e coesão textual

Paráfrases de textos

Refacção textual.

Produção de textos de diversos gêneros.

Discurso como

prática social

Análise

linguística

Semelhanças e diferenças entre discurso

escrito e oral

Conotação e denotação

A função das conjunções na conexão de

sentido do texto

Progressão referencia (locuções adjetivas,

pronomes, substantivos...)

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo

e de outras categorias como elementos do

texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Recursos gráficos:aspas, travessão, negrito,

hífen, itálico

Acentuação gráfica

Figuras de linguagem

Alguns procedimentos de concordância verbal

e nominal

Page 293:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

294

A elipse na sequência do texto

Estrangeirismos

As irregularidades e regularidades da

conjugação verbal

A função do advérbio:modificador e

circunstanciador

Complementação do verbo e de outras

palavras

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Oralidade

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático

o elementos composicionais

o marcas linguísticas;

Variedades linguísticas

Argumentação;

Intencionalidade do texto oral.

Papel do locutor e do interlocutor:

o turnos da fala

Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos...

Discurso como

prática social

Leitura

Interpretação textual, observando:

o conteúdo temático

o interlocutores

o fonte

o intencionalidade

o intertextualidade

o ideologia

o informatividade

Page 294:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

295

o marcas linguísticas

Identificação do argumento principal e dos

argumentos secundários

Informações implícitas em textos

As vozes sociais presentes no texto

Estética do texto literário

Discurso como

prática social

Escrita

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático;

o elementos composicionais;

o marcas linguísticas

Argumentação

Resumo de textos

Paragrafação

Intertextualidade

Refacção textual.

Produção de textos de diversos gêneros.

Discurso como

prática social

Análise

linguística

Conotação e denotação

Coesão e coerência textual

Vícios de linguagem

Operadores argumentativos e os efeitos de

sentido

Expressões modalizadoras (que revelam a

posição do falante em relação ao que diz,

como: felizmente..)

Expressividade dos substantivos e sua função

referencia no texto

Função do advérbio, adjetivo, pronome, artigo

e de outras categorias como elementos do

texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito...

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Acentuação gráfica

Estrangeirismos, neologismos, gírias

Page 295:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

296

Procedimentos de concordância verbal e

nominal

Valor sintático e estilístico dos modos e

tempos verbais

A função das conjunções e preposições na

conexão das partes do texto

Coordenação e subordinação nas orações do

texto.

1ª, 2ª E 3ª SÉRIES

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Discurso como

prática social

Oralidade

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático;

o elementos composicionais;

o marcas linguísticas

Variedades linguísticas

Papel do locutor e do interlocutor:

o participação e cooperação

o turnos da fala

Particularidades da pronúncia de algumas

palavras

Procedimentos e marcas linguísticas típicas

da conversação (entonação, repetições,

pausas...)

Finalidade do texto oral

Materialização fônica dos textos poéticos.

Interpretação textual, observando:

o conteúdo temático

o interlocutores

o fonte

Page 296:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

297

Discurso como

prática social

Leitura

o intencionalidade

o intertextualidade

o ideologia

o informatividade

o marcas linguísticas

Identificação do argumento principal e dos

argumentos secundários

Inferências

As particularidades (lexicais, sintáticas e

composicionais) do texto em registro formal e

informal

As vozes sociais presentes no texto

Relações dialógicas entre textos

Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.

Estética do texto literário

Contexto de produção da obra literária

Diálogo da literatura com outras áreas

Discurso como

prática social

Escrita

Adequação ao gênero:

o conteúdo temático;

o elementos composicionais;

o marcas linguísticas

Argumentação

Coerência e coesão textual

Finalidade do texto

Paragrafação

Paráfrase de textos

Resumos

Diálogos textuais

Refacção textual

Conotação e denotação

Vícios de linguagem

Operadores argumentativos e os efeitos de

sentido

Page 297:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

298

Discurso como

prática social

Análise

linguística

Expressões modalizadoras (que revelam a

posição do falante em relação ao que diz,

como: felizmente..)

Expressividade dos substantivos e sua função

referencial no texto

Função do advérbio, adjetivo, pronome, artigo

e de outras categorias como elementos do

texto

A função das conjunções e preposições na

conexão das partes do texto

Coordenação e subordinação nas orações do

texto.

Figuras de pensamento e linguagem

Semântica

Discurso direto, indireto e indireto livre na

manifestação das vozes que falam no texto

Progressão referencia no texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito...

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Acentuação gráfica

Estrangeirismos, neologismos, gírias

Procedimentos de concordância verbal e

nominal

Particularidade de grafia de algumas palavras

Gírias, neologismos, estrangeirismos

8.13.5. Metodologia

O cerne do ensino em Língua Portuguesa se constitui no trabalho com o

texto. Este deverá ser entendido como um material verbal, produto de uma

determinada visão de mundo, de uma intenção e de um momento de produção. O

Page 298:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

299

núcleo do trabalho do professor será criar situações de contato com visões do real,

via texto, para que o aluno desenvolva um controle sobre os processos interacionais.

É importante, nesse sentido, trazer para a sala de aula todo o tipo de texto

literário, informativo, dissertativo, publicitário, colocando estas linguagens em

confronto, não apenas as suas formas particulares, mas o conteúdo veiculado por

elas.

A ação pedagógica se pauta numa postura interlocutiva, vivenciada oralmente

e por escrito, por meio de atividades planejadas para que o aluno expresse suas

ideias, experiências, conhecimento, sentimentos, etc., na fala e na escrita, tanto

quanto reflita sobre o uso da linguagem em diferentes contextos e situações.

O trabalho de Língua Portuguesa, nesse contexto, se realiza a partir da

prática de oralidade, leitura, escrita, apresentados a seguir.

Para o desenvolvimento de tais práticas serão utilizados diversos recursos,

tanto didáticos, como tecnológicos, entre eles: o laboratório de informática para

pesquisas, leituras. O livro didático, jornais, revistas informativas, gibis, entre outros.

Oralidade:

Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em

consideração a:aceitabilidade, informatividade, situacionalidade finalidade

do texto;

Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos

alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência entre

as partes e elementos do texto;

Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da

oralidade em seu uso formal e informal;

Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos

recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas e outros;

Selecionar discursos de outros para análise dos recursos para análise dos

recursos da oralidade, como cenas de desenhos, programas infanto-

juvenis, entrevistas, reportagem entre outros.

Escrita:

Page 299:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

300

Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do

interlocutor, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,

informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia;

Proporcionar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer

a referência textual;

Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

Acompanhar a produção de texto;

Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade

temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao

contexto;

Estimular o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e

denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humos; figuras

de linguagem no texto;

Incentivar a utilização de recursos de causa e consequência entre as

partes e elementos do texto;

Conduzir a utilização adequada das partículas conectivas;

Encaminhar a reeescrita textual: revisão dos argumentos/ das ideias, dos

elementos que compõem o gênero;

Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais,

estruturais e normativos.

Leitura:

Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;

Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;

Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;

Encaminhar discussões e reflexões sobre: tema; finalidade, intenções,

intertextualidade, aceitabilidade, informalidade, situacionalidade,

temporalidade, vozes sociais e ideologias;

Proporcionar análises para estabelecer a referência textual;

Contextualizar a produção: suporte/ fonte, interlocutores, finalidade,

época;

Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como

gráficos, fotos, imagens, mapas e outros;

Relacionar o tema com o contexto atual;

Page 300:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

301

Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;

Instigar o entendimento/ reflexão das palavras em sentido figurado;

Estimular leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, que é próprio

de cada gênero;

Incentivar a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e

consequência entre as partes e elementos do texto;

Conduzir leituras para a compreensão das partículas conectivas.

Análise Linguística: (perpassando as práticas da oralidade, leitura e escrita):

Desenvolvimento de atividades que levem o aluno a refletir sobre seu próprio

texto, fazer revisão, reestruturação ou refacção e análise coletiva de um texto

selecionado. Todas as atividades de gramática focalizam o texto como parte da

atividade discursiva, possibilitando ao aluno usar os conhecimentos adquiridos por

meio da prática de análise linguística para expandir sua capacidade de monitoração

das possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.

Estudo dos conhecimentos linguísticos a partir:

o de gêneros selecionados para leitura ou adição;

o de textos produzidos pelos alunos;

o das dificuldades apresentadas pela turma.

Literatura:

O trabalho com a literatura em sala de aula permite que o aluno perceba seu

papel na interação com o texto, uma vez que este carrega em si ideologias.

Esta abordagem pode contemplar diferentes gêneros textuais, assim como

diferentes meios de comunicação como a televisão, cinema, teatro.

Além dos literários, pode-se contemplar também os textos de imprensa:

noticias; editoriais, artigos, reportagens, entrevistas, textos lúdicos (trava-língua,

quadrinhas, adivinhas, parlendas e piadas). Verbetes enciclopédicos, relatórios,

artigos e textos didáticos precisam também ser trabalhados.

O trabalho referente as leis: Lei 11.645 “História e cultura afro-brasileira

e indígena”, Lei 13.381/01 “História do Paraná” e lei 9.795/99 “Meio Ambiente”,

será realizado através de atividades de pesquisa, apresentações orais (teatro,

Page 301:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

302

jograis, coreografias e produções escritas. Avaliando-se o desempenho dos

alunos nas atividades desenvolvidas.

8.13.6. Avaliação

Avaliar é mais do que dar nota, é perceber dificuldades e apontar caminhos

para o sucesso da aprendizagem, levando em consideração as diferentes

inteligências dos educandos. Portanto, a avaliação será processual (cada atividade é

momento de avaliação), diagnóstica (para detectar problemas e mudar a rota,

possibilitando a intervenção pedagógica a todo momento), formativa e somativa.

Na oralidade avalia-se a adequação dos diferentes discursos nas mais

diversas situações de uso de acordo com os interlocutores, por meio de

apresentações orais de textos, poemas, notícias, mensagens, dramatizações,

apresentações públicas, seminários, debates, entrevistas, relatos de histórias.

Nessas atividades será verificada a participação do aluno nos diálogos, relatos, etc;

observando-se a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua fala,

e como apresenta os argumentos para defender seus pontos de vista. Em certas

situações o próprio aluno será colocado como avaliador de textos orais com os quais

convive: programas de televisão, discursos políticos, etc.

Na leitura serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para

a compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre

textos. Através de questões abertas, serão desenvolvidas atividades de discussão,

debates e reflexões, analisando a capacidade do aluno de se colocar diante do

texto, bem como avaliar a fluência, clareza, pontuação e a compreensão do texto

lido e a relação deste com o mundo e suas experiências, independente do gênero.

A análise linguística é a reflexão do uso da língua, aspectos gramaticais e

interpretação, percebendo o que há no texto e nas entrelinhas do texto. Os

elementos linguísticos serão avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada,

deixando de ser feito um trabalho com a gramática a partir de exercícios tradicionais,

mas sim, levar o aluno a compreender o que seja um bom texto, sua organização, os

elementos de conexão e adequação dos discurso considerando o destinatário.

Na escrita, o texto será visto como uma fase do processo de produção,

nunca como produção final. Verificar-se-á a coesão e coerência textual, a

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303

adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o

contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a organização dos

parágrafos. Em certos momentos, o aluno se posicionará como avaliador dos textos

que o rodeiam e de seu próprio texto. No momento da reescrita certos aspectos

serão observados: se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre as

partes do texto, se há necessidade de cortes, substituições, etc.

Será realizada através dos instrumentos: produção escrita de diferentes

gêneros textuais, análise de vocabulário, substituição de termos, reescrita de textos,

etc.

Não esquecendo que a avaliação também é momento de aprendizagem,

portanto, deve ser tempo de reflexão e de redirecionamento do fazer pedagógico.

Recuperação:

Será retomado o conteúdo de forma metodológica diferenciada, visando

assegurar a possibilidade de aprendizagem.

8.13.7. Referências

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED,1990.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008 GERALDI, J.W. Concepções de linguagem e ensino de Português: In: O texto na sala de aula. 5 ed. Cascavel: Assoeste, 1990. POSSENTI, S Por que (não) ensinar gramática. 4 ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996.

Page 303:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

304

8.14. MATEMÁTICA

8.14.1. Apresentação da disciplina

Indivíduos e povos têm, ao longo de suas existências e ao longo da história,

criado e desenvolvido instrumentos de reflexão, de observação, instrumentos

teóricos e, associados a esses, técnicas, habilidades e teorias, (Techbné, ticas) para

explicar, entender, conhecer, aprender (matema), para saber e fazer como resposta

a necessidade de sobrevivência, em ambientes naturais, sociais e culturais (etnos).

Os povos das antigas civilizações, os babilônios, por volta de 2000 a.C.,

foram os primeiros a apresentarem registros na humanidade sobre configurações

físicas e geométricas, comparação de formas, tamanhos e quantidades.

Como campo do conhecimento, somente mais tarde é que gregos, nos

séculos VI e V a.C., estabeleceram regras, princípios lógicos e exatidão de

resultados. Com os pitagóricos ocorreram as primeiras discussões sobre a

importância e o papel da Matemática no ensino e na formação das pessoas.

Com os platônicos, buscava-se, pela Matemática, um instrumento que,para

eles, instigaria o pensamento do homem. Essa concepção arquitetou as

interpretações e o pensamento matemático de tal forma que influencia no ensino de

Matemática até os dias de hoje.

Existe, portanto, um corpo de conhecimentos comuns a inúmeras civilizações,

composto por processos de organização, classificação, contagem e medições,

mescladas com manifestações que podem ser identificadas com arte, religião,

música, técnicas e ciências, reconhecido academicamente como Matemática.

O conhecimento matemático é um bem cultural produzido na relação do

homem com a Natureza e com outros homens. Assim, são os homens que, ao se

relacionarem com o meio e com os outros homens, procurando respostas às suas

necessidades, produzem o conhecimento.

Esse conhecimento deve ser meio para produzir, expressar e comunicar suas

idéias atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; questionar a

realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o

pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,

selecionando procedimento e verificando sua adequação.

Page 304:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

305

Ao analisar os conteúdos e objetivos propostos para o ensino da matemática,

entende-se que para serem alcançados é necessário compreender a verdadeira

função social da escola, o que se confirma na DCE (p. 11, 2008) “a aprendizagem

da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir

sentido e construir significado às idéias matemáticas de modo a tornar-se capaz de

estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar.” Partindo dessa concepção,

após sua apropriação, os conhecimentos matemáticos servirão como instrumentos

que auxiliam a compreender, descrever e modificar a realidade. Assim, a Matemática

tem um valor formativo que ajuda a estruturar o pensamento dedutivo, porém

também desempenha um papel instrumental, pois é uma ferramenta que serve para

a vida cotidiana e para suas tarefas especificas em quase todas as atividades

humanas.

Quando se fala sobre o que é ensinar Matemática, surge uma preocupação, a

qual aflora, atualmente, de forma desafiadora para o professor, exigindo que o

mesmo faça uma interpretação da educação mediante uma postura filosófica,

relacionando sua maneira de ver o conhecimento matemático e do aluno, uma vez

que este é um processo cumulativo, intencional, racional e histórico. O acesso a este

conhecimento pode contribuir para as transformações sociais, não apenas por meio

da socialização (em si mesma) do conhecimento matemático, mas, também, por

meio de uma dimensão política, contida na própria relação entre o conteúdo

matemático e a forma de seu ensino-aprendizagem.

Segundo KOCH:

Ensinar Matemática é interferir de maneira que o aluno aprenda: não é deixá-lo construir sozinho, nem supor que tudo o que se explica será aprendido. Ensinar não é, pois, explicar e depois propor problemas, mas é fazer com que o aluno, ao tentar resolver um problema novo, ponha em ação o seu saber, tente novas soluções que ainda não conhece (mas que podem ser socializadas e discutidas no grupo) e produzir um conhecimento em direção ao novo. Esta incompletude de “falta de ensinar” dá sentido ao novo conhecimento que o professor pretende ensinar e possibilita o aprender. (1998, p. 85/86)

Mostrar a Matemática como elaboração humana para entender o mundo é a

meta do professor. É necessário favorecer a postura reflexiva e investigadora, e

colaborar para a construção da autonomia de pensamento e ação. O ensino da

Matemática não pode ser voltado para um futuro distante, pois, conhecer os

Page 305:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

306

conteúdos da matemática é ampliar a possibilidade de participação social e

desenvolvimento mental e assim, capacitar o aluno a exercer desde já seu papel

como cidadão do mundo. Em acordo com a DCE (p.13, 2008 apud LORENZATO e

VILA, 1993, p. 41) “é imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento

matemático de forma que 'compreenda os conceitos e princípios matemáticos,

raciocine claramente e comunique idéias matemáticas, reconheça suas aplicações e

aborde problemas matemáticos com segurança'.” Logo é dever e responsabilidade

dos educadores direcionar o trabalho pedagógico de forma a permitir que esse saber

escolar tenha relação com o saber que o aluno já detém. O conhecimento

matemático, é expresso hoje por meio de uma linguagem altamente elaborada, cuja

aparência formalizada parece desprender-se totalmente do mundo em que vivemos.

É na interação destes saberes que o aluno poderá ter acesso ao conteúdo

construído historicamente, em sua forma mais elaborada, sem desvinculá-lo de sua

prática social.

Entendendo que escola é a instituição incumbida da transmissão do

conhecimento científico, e que a partir desse conhecimento deve contribuir para a

formação do cidadão e para o seu desenvolvimento como pessoa. É necessário

contribuir para a formação de indivíduos autônomos, com capacidade de adaptar-se

as mudanças constantes e de enfrentar permanentemente novos desafios.

A matemática é utilizada como base nos diversos ramos do conhecimento e

também na formação do individuo, é aplicada aos fenômenos do mundo real. Assim

a disciplina de matemática desenvolverá seus conteúdos fazendo a reflexão e

contextualização com os temas das relações étnico-raciais, história da cultura afro-

brasileira e africana, conforme lei nº 10639, de 09/01/2003 que inclui oficialmente no

currículo a obrigatoriedade do ensino desta temática na rede de ensino.

Matemáticos, antes pesquisadores, tornaram-se também professores e

passaram a se preocupar mais diretamente com as questões de ensino. Para sua

prática docente, alguns professores de Matemática começaram a buscar

fundamentação não somente nas teorias matemáticas,mas em estudos psicológicos,

filosóficos e sociológicos. A partir desses congressos, começou-se a pensar num

ensino de matemática que articulasse, numa única disciplina, a Aritmética, a

Álgebra, a Geometria, a Trigonometria, etc.

Assim, a concepção de ensino da matemática tem como pressuposto o

caráter social do conhecimento matemático, a relação entre o conhecimento

Page 306:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

307

historicamente produzido e a lógica de sua elaboração, enquanto fatores

inteiramente ligados, portanto a Matemática caracteriza-se como forma de

compreender e atuar no mundo e o conhecimento gerado nessa área do saber como

fruto da construção humana na sua interação constante como o contexto natural,

social e cultural. Com a presente proposta professores e alunos devem desenvolver

uma concepção de matemática que permita a todos o acesso aos conhecimentos e

instrumentos matemáticos, necessários para participarem e interferirem na

sociedade em que vivem.

8.14.2. Objetivos

Adotar uma atitude positiva em relação à matemática, ou seja,

desenvolver sua capacidade de “fazer matemática” construindo conceitos

e procedimentos, formulando e resolvendo problemas para si mesmo e,

assim, aumentar sua auto-estima e perseverança na busca de soluções

para um problema;

Perceber que os conceitos e procedimentos matemáticos são úteis para

compreender o mundo e, compreendendo-o, poder atuar melhor nele;

Pensar logicamente, relacionando idéias, descobrindo regularidades e

padrões, estimulando sua curiosidade, seu espírito de investigação e sua

criatividade na resolução de problemas;

Observar sistematicamente a presença da matemática no dia-a-dia

(quantidades, números, formas geométricas, simétricas, grandezas e

medidas, tabelas e gráficos, “previsões”, etc.);

Formular e resolver situações-problema. Para isso, o aluno deverá ser

capaz de elaborar planos e estratégias para a solução do problema,

desenvolvendo varias formas de raciocínio (estimativa, analogia, indução,

busca de padrão ou regularidade, pequenas inferências lógicas, etc.),

executando esses planos e essas estratégias com procedimentos

adequados;

Integrar os vários eixos temáticos da matemática (números e operações,

geometria, grandezas e medidas, raciocínio combinatório, estatística e

probabilidade) entre si e com outras áreas do conhecimento;

Comunicar-se de modo matemático, argumentando, escrevendo e

Page 307:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

308

representando de varias maneiras (com números, tabelas, gráficos,

diagramas, etc.) as idéias matemáticas;

Interagir com os colegas cooperativamente, em dupla ou em equipe,

auxiliando-os e aprendendo com eles, apresentado suas idéias e

respeitando as deles, formando, assim, um ambiente propicio à

aprendizagem.

Ler e interpretar textos de Matemática;

Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos,

expressões etc.);

Transcrever mensagens matemáticas da linguagem corrente para

linguagem simbólica (equações, gráficos, diagramas, fórmulas, tabelas

etc.) e vice-versa;

Exprimir-se com correção e clareza, tanto na língua materna, como na

linguagem matemática, usando a terminologia correta;

Produzir textos matemáticos adequados;

Utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de

produção e de comunicação;

Utilizar corretamente instrumentos de medição e de desenho;

Identificar o problema (compreender enunciados, formular questões etc.);

Procurar, selecionar e interpretar informações relativas ao problema;

Formular hipóteses e prever resultados;

Selecionar estratégias de resolução de problemas;

Interpretar e criticar resultados numa situação concreta;

Distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos;

Fazer e validar conjecturas, experimentando, recorrendo a modelos,

esboços, fatos conhecidos, relações e propriedades;

Discutir idéias e produzir argumentos convincentes;

Desenvolver a capacidade de utilizar a Matemática na interpretação e

intervenção real;

Aplicar conhecimentos e métodos matemáticos em situações reais, em

especial em outras áreas do conhecimento;

Relacionar etapas da história da Matemática com a evolução da

humanidade;

Utilizar adequadamente calculadoras e computador, reconhecendo suas

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309

limitações e potencialidades.

8.14.3. Conteúdos

6º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e álgebra

Sistemas de Numeração

Sistemas de numeração: sistemas egípcio,

babilônico e romano; sistema indo-arábico.

Números Naturais

Números naturais:

Leitura e escrita

Sucessor e antecessor

Operações: adição, subtração,

multiplicação, divisão, potenciação e

radiciação

Expressões numéricas

Múltiplos e divisores Divisibilidade: múltiplos e divisores

Critérios de divisibilidade

Números primos

Decomposição em fatores primos

Mínimo múltiplo comum (m.m.c)

Máximo divisor comum (m.d.c)

Potenciação e radiciação Potência com números naturais

Raiz quadrada de um nº natural

Números Fracionários

Números racionais absolutos:

Representação, comparação, leitura,

escrita e equivalência

Operações: adição, subtração,

multiplicação, divisão, potenciação e

radiciação

Fração decimal e números decimais;

Números decimais Números decimais:

Representação e leitura de números

decimais

Operações: adição, subtração,

Page 309:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

310

multiplicação, divisão, potenciação e

radiciação

Transformação de números fracionários

em números decimais

Valor numérico de expressões algébricas,

apresentando as noções de variável e

incógnita

Grandezas e medidas

Medidas de comprimento

Medidas de comprimento;

Unidade padrão(Múltiplos e submúltiplos)

Transformação de unidades

Cálculo de perímetro de figuras

geométricas planas;

Medidas de Massa

Medidas de massa;

Unidade padrão (múltiplos e submúltiplos)

Transformação de unidades

Medidas de área

Medidas de superfície, seus múltiplos e

submúltiplos;

Área de figuras geométricas planas;

Medidas de volume

Medidas de volume seus múltiplos e

submúltiplos;

Cálculo do volume de cubos e

paralelipípedos;

Medidas de tempo

Unidades de medidas de tempo;

Transformação de unidades;

Medidas de Ângulos

Ângulo reto, agudo e obtuso;

Sistema Monetário Moeda brasileira: O Real com seus

múltiplos e submúltiplos;

Geometrias

Geometria Plana

Ponto;

Reta e plano;

Semi-reta;

Segmento de reta;

Ângulos;

Polígonos: Triângulos e Quadriláteros;

Cìrculo e circunferência;

Cálculo de área e perímetro

Classificação de figuras bidimensionais

Geometria Espacial Cálculo de volume do cubo e

paralelepípedos

Classificação de figuras tridimensionais;

Page 310:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

311

Planificação de sólidos geométricos

Tratamento da

informação

Dados, tabelas e gráficos;

Coleta, organização e descrição de dados;

Leitura, interpretação e descrição de

dados por meio de tabelas, listas,

diagramas, quadros e gráficos;

Porcentagem; Cálculo de porcentagens por meio de

resolução de situações-problemas,

relacionando com os números fracionários

e decimais;

7º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e álgebra

Números inteiros Números inteiros: conjunto e

subconjuntos;

Operações;

Expressões numéricas;

Números Racionais

Números racionais:

Operações;

Expressões numéricas;

Equação e inequação do

1º grau

Equações do 1° grau.

Noções de inequações do 1° grau.

Razão e Proporção

Noções de proporcionalidade: fração,

razão, proporção, semelhança e diferença;

Grandezas diretamente e inversamente

proporcionais;

Regra de três Regra de três simples e composta.

Grandezas e medidas

Medidas de temperatura Medidas de temperatura;

Ângulos Conceito de ângulo;

Medidas e classificação de ângulos;

Propriedades dos ângulos;

Geometrias

Geometria Plana;

Polégonos e classificação

Cálculo de área de figuras planas

Page 311:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

312

Geometria Espacial;

Volume de cubos e paralelepípedos.

Representação cartesiana.

Geometria não-

Euclidianas.

Noções topológicas: conceitos de interior,

exterior, fronteira, vizinhança, conexidade,

curvas e conjuntos abertos e fechados;

Tratamento da

informação

Pesquisa Estatística;

Coleta, organização e descrição de dados;

Leitura, interpretação e descrição de

dados por meio de tabelas, listas,

diagramas, quadros e gráficos;

Gráficos de barras, colunas, linhas

poligonais, setores, curvas e histogramas;

Construção de gráficos

Média Aritmética;

Medias simples e ponderada;

Moda e Mediana;

Moda e mediana.

Juros simples; Calculo de juros simples;

8º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e álgebra

Números irracionais Números reais: naturais, inteiros,

racionais;

Números irracionais;

O número π (pi)

Sistemas de equações do 1º

grau

Sistemas de equações do 1° grau.

Operações;

Representação no gráfico cartesiano;

Potências

Propriedades das potências;

Monômios e Polinômios

Polinômios:

Operações;

Frações algébricas:

Simplificação;

Equações fracionárias.

Page 312:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

313

Valor numérico de expressões

algébricas.

Produtos notáveis

Produtos notáveis: cálculo e

representação geométrica;

Fatoração.

Operações;

Grandezas e medidas

Medidas de comprimento

Comprimento da circunferência

Medidas de Área

Área de polígonos e círculo;

Medidas de Ângulos Ângulos:

Unidades: fracionamento e cálculo;

Complementares e suplementares;

Opostos pelo vértice;

Feixe de paralelas cortadas por

transversais;

Geometrias

Geometria Plana

Polígonos:

Nomenclatura;

Número de diagonais;

Soma das medidas dos ângulos;

Triângulos:

Condição de existência;

Classificação;

Soma das medidas dos ângulos;

Altura, mediana, mediatriz e bissetriz;

Noções sobre o teorema de Pitágoras;

Congruência;

Quadriláteros:

Nomenclatura;

Soma das medidas dos ângulos;

Circunferência e círculo:

Comprimento da circunferência;

Área do círculo;

Posições relativas (reta e

circunferência, duas circunferências);

Arco, ângulo central, ângulo inscrito

Geometria Espacial Estudo de pirâmides, prismas e

cilindros.

Page 313:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

314

Geometria Analítica

Representação gráfica no plano

cartesiano e relação com a álgebra;

Geometrias não-euclidianas Fractais e suas propriedades

Tratamento da

informação

Gráfico e informação Coleta, organização e descrição de

dados;

Leitura, interpretação e descrição de

dados por meio de tabelas, listas,

diagramas, quadros e gráficos;

População e amostra Noções de probabilidade

9º ANO

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e álgebra

Números reais Números reais:

Naturais, inteiros, racionais, irracionais

e intervalos.

Potências:

Expoente natural;

Expoente inteiro negativo;

Notação científica;

Propriedades dos radicais

Radicais:

Expoente fracionário;

Simplificação;

Operações;

Equação do 2º grau

Equações biquadradas

Equações irracionais

Equações do 2° grau:

Incompletas;

Completas;

Fracionárias;

Biquadradas;

Irracionais;

Sistemas de equações do 2º grau.

Teorema de Pitágoras

Teorema de Pitágoras;

Page 314:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

315

Regra de três composta Regra de três composta na resolução

de situações problemas;

Grandezas e medidas

Relações métricas no

triângulo retângulo

Trigonometria no triângulo

retângulo

Triângulo retângulo:

Teorema de Pitágoras;

Relações Métricas;

Trigonometria:

Razões trigonométricas no triângulo

retângulo;

Funções

Noção intuitiva de função

afim

Função:

Noções;

Lei da função;

Domínio;

Imagem;

Função polinomial do 1° grau.

Noção intuitiva de função

quadrática

Função polinomial do 2° grau.

Geometrias

Geometria Plana

Semelhança de Triângulos;

Soma de ângulos internos do um

triângulo e polígonos regulares;

Teorema de Talles;

Circunferência e círculo:

o Comprimento da

circunferência;

o Área do círculo;

o Relações métricas;

o Polígonos inscritos;

Áreas de figuras geométricas planas.

Geometria Espacial

Poliedros regulares e suas relações

métricas.

Volume de sólidos geométricos.

Medidas: comprimento, área, volume,

capacidade e massa.

Noções de desenho geométrico:

Geometria Analítica

Construções e representações no

espaço e no plano;

Construção de polígonos inscritos na

Page 315:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

316

circunferência;

Definição e construção de baricentro,

ortocentro, incentro e circuncentro.

Geometrias não-euclidianas Fractais e suas propriedades;

Tratamento da

informação

Noções de análise

combinatória

Contagem com princípio multiplicativo

em situações problemas;

Noções de probabilidade

Espaço amostral

Experimentos aleatórios

Estatística

Construção de gráficos.

Média, moda e mediana.

Juros compostos Calculo de juros compostos: conceito

de taxa, capital e montante

1ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e Álgebra Teoria dos Conjuntos:

o Conjuntos Numéricos

(naturais, inteiros,

irracionais, e reais);

o Intervalos;

o Equações e

Inequações

Exponenciais,

Logarítmicas e

Modulares.

Em construção

Grandezas e Medidas Trigonometria no triângulo

retângulo.

Funções Função Afim;

Função Quadrática;

Page 316:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

317

Função Polinomial;

Função Exponencial;

Função Logarítmica;

Função Trigonométrica;

Função Modular;

Progressão Aritmética;

Progressão Geométrica

Geometria Geometria plana.

Semelhanças de triângulos.

Tratamento da

informação

Matemática financeira.

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e Álgebra Matrizes e

Determinantes;

Sistemas lineares.

Em construção

Grandezas e Medidas Medidas de área;

Medidas de Volume;

Funções Função Trigonométrica

na circunferência;

Geometria Geometria espacial.

Tratamento da

informação

Analise Combinatória;

Estudo das

Probabilidades;

Binômio de Newton.

3ª SÉRIE

Page 317:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

318

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Números e Álgebra Números complexos;

Polinômios.

Em construção Grandezas e Medidas Medidas de área na reta

e na circunferência.

Funções Função polinomial.

Geometria Geometria analítica;

Tratamento da

informação

Estatística;

8.14.4. Metodologia

A escola é a instituição incumbida da transmissão do conhecimento científico,

e deve, portanto, contribuir para a formação do cidadão e para o seu

desenvolvimento como pessoa, em que as qualidades postuladas são a

solidariedade, a participação e o pensamento crítico.

É preciso formar indivíduos completos, dotados de conhecimentos mais

amplos e profundos, convencidos da necessidade de aperfeiçoar continuamente

seus conhecimentos. É necessário contribuir para a formação de indivíduos

autônomos, com capacidade de adaptar-se a mudanças constantes e de enfrentar

permanentemente novos desafios.

O mundo está em grande mudança, dado o grande e rápido desenvolvimento

da tecnologia. Máquinas de calcular, computadores, Internet, etc. são assuntos do

dia-a-dia. E todos eles têm ligações estreitas com a Matemática.

Portanto, deve-se levar em conta que se aprende Matemática fazendo

Matemática, e que essa aprendizagem está ligada a apreensão e atribuição de

significados. Os conteúdos não serão trabalhados de forma isolada, mas sim

articulando-se entre si. Serão abordados através de tendências metodológicas da

educação matemática, entre elas: resolução de problemas, modelagem matemática,

Page 318:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

319

uso de mídias tecnológicas, etnomatemática, história da matemática e investigações

matemáticas. Para isso, alguns princípios devem orientar o trabalho:

A Matemática é importante na medida em que a sociedade necessita e

utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos

tecnológicos. Portanto, deve ser mostrada como um todo e não como uma

sucessão de temas isolados, destacando-se as conexões existentes entre

situações da vida real, ou em outras disciplinas e suas representações

matemáticas e entre duas representações matemáticas equivalentes.

O ensino-aprendizagem de Matemática tem como ponto de partida a

resolução de problemas. A capacidade de resolver problemas deve ser

considerada como um eixo organizador do ensino da Matemática, pois

possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e gerenciar as informações

que estão ao seu alcance.

É fundamental compreender que os problemas não são um conteúdo e

sim uma forma de trabalhar os conteúdos, servindo como orientação para

a aprendizagem, pois proporcionam o contexto em que se pode apreender

conceitos, procedimentos e atitudes matemáticas.

A história da Matemática deve ser utilizada como um instrumento de

resgate da identidade cultural, e pode esclarecer idéias matemáticas que

estão sendo construídas pelo aluno, pois conceitos abordados em

conexão com sua história constituem veículos de grande valor formativo.

Os recursos tecnológicos devem ser utilizados como meios facilitadores e

incentivadores do espírito de pesquisa. As calculadoras, computadores,

televisão e vídeos deverão ser utilizados, pois permitem atividade de

exploração, recuperação e desenvolvimento e sua utilização traz

significativas contribuições ao ensino da matemática.

Os jogos são formas interessantes de propor problemas e devem ser

utilizados sempre que possível, pois permitem que sejam apresentados

de forma atrativa e que favoreçam a criatividade na busca de soluções.

Propiciam a simulação de situações - problema que exigem soluções vivas

e imediatas e possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os

erros, sem deixar marcas negativas.

Page 319:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

320

A promoção de atividades em grupo deve acontecer sempre que possível,

pois estimula a discussão e confrontação de idéias, levando o aluno a

respeitar o modo de pensar dos colegas, aprendendo com eles.

As atividades que estimulam a comunicação oral e escrita, a verbalização

de raciocínios, análises, processos e resultados devem ser valorizados,

pois levam o aluno a utilizar o vocabulário e as formas de representação

matemáticas adequadas. A linguagem do professor deve ser rigorosa, mas

adequada ao nível de desenvolvimento do aluno.

A seleção e organização de conteúdos devem levar em conta sua

relevância social e sua contribuição para o desenvolvimento intelectual do

aluno.

A Educação Matemática deve valorizar a história dos estudantes através

do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais.

O Ensino e Aprendizagem da Matemática devem valorizar também o aluno

no seu contexto social, levantando problemas que sugiram

questionamentos sobre situações da vida.

Através da etnomatemática pretende-se trabalhar questões de relevância

social que produzem o conhecimento matemático.

Com a modelagem matemática será possível a problematização de

situações do cotidiano, com a valorização do aluno no contexto social.

As mídias tecnológicas como softwares, televisão, calculadoras e

aplicativos da internet, favorecem as experimentações matemáticas e

potencializam as formas de resolução de problemas.

Na investigação matemática, o aluno é solicitado a propor questões e

formular conjecturas a respeito do que está sendo investigado.

Dentro do conteúdo estruturante tratamento da informação serão

trabalhados conteúdos que apresentam dados que contemplem a História

e Cultura Afro-Brasileira, História do Paraná e Educação Ambiental.

Não existe um caminho como único e melhor para o ensino da Matemática,

mas conhecer e utilizar diversas possibilidades de trabalho é fundamental para que

o professor construa sua prática.

Page 320:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

321

8.14.5. Avaliação

A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre

como está se realizando o processo ensino - aprendizagem como um todo – tanto

para o professor e a equipe escolar conhecerem e analisarem os resultados de seu

trabalho como para o aluno verificar seu desempenho – e não simplesmente

focalizar o aluno, seu desempenho cognitivo e o acúmulo de conteúdos para

classificá-lo em “aprovado” ou “ reprovado”.

O processo da avaliação visto como um diagnóstico contínuo e dinâmico

torna-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os

procedimentos e as estratégias de ensino, para que realmente o aluno aprenda.

Em geral, a avaliação é feita através do progresso do aluno no domínio de

conceitos ou de observações realizadas a todo momento em sala de aula, através

da sua participação.

É importante que a avaliação verifique a capacidade de interpretar, identificar

informações, estimar, investigar, justificar, argumentar e comprovar.

A aprendizagem da Matemática é um processo dinâmico e a avaliação deve

levar em conta os caminhos percorridos pelo aluno, as suas tentativas de solucionar

os problemas propostos e, a partir do diagnóstico de suas dificuldades, ampliar o

seu domínio sobre os conteúdos em estudo.

Dessa forma a avaliação em Matemática não deve priorizar a verificação da

memorização de regras e esquemas, mas sim a compreensão dos conceitos, o

desenvolvimento de atitudes e procedimentos, a criatividade nas soluções, que se

refletem no modo de enfrentar e resolver situações - problema.

O resultado não é o único elemento a ser observado numa avaliação, mas

sim o processo de construção do conhecimento. Assim, os erros não devem apenas

ser constatados. É necessário explorar e trabalhar as possibilidades decorrentes

desses erros, pois eles resultam de uma visão parcial que o aluno possui do

conteúdo.

Portanto a avaliação deve informar sobre:

O conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos.

A capacidade de resolver problemas do cotidiano.

As habilidades de análise, generalização e raciocínio.

A confiança em fazer matemática.

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322

A perseverança e o cuidado na realização de tarefas e a cooperação nos

trabalhos em grupo.

Além das provas escritas e individuais, a avaliação deverá conter também:

pesquisas;

relatórios;

trabalhos em grupos e individuais;

atividades do livro;

observação do professor.

O aluno que não atingir 6,0 em cada avaliação ou grupo de avaliações

valendo 10,0, terá direito à reavaliação, realizada após a retomada dos conteúdos.

Assim, o objetivo da avaliação é diagnosticar como está se dando o processo

ensino-aprendizagem e coletar informações para corrigir possíveis distorções

observadas nele. Quando os resultados não forem satisfatórios, é preciso buscar as

causas. Pode ser que os objetivos foram superdimensionados ou que o problema

esteja no conteúdo, na metodologia de ensino, nos materiais, na própria forma de

avaliar ou em algum outro aspecto. O importante é determinar os fatores do

insucesso e reorientar as ações para sanar ou minimizar as causas e promover a

aprendizagem do aluno.

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Números e Álgebra

Conhecer os diferentes sistemas de numeração;

Reconheça o conjunto dos números naturais, comparando e

reconhecendo seus elementos;

Efetue as operações fundamentais com números naturais;

Expresse situações problema que envolvam as operações, de maneira

oral ou escrita;

Estabeleça relação de igualdade e transformação: fração e número

decimal; fração e número misto;

Identifique o MMC e o MDC entre dois ou mais números naturais;

Identifique a potenciação como multiplicação de fatores iguais e a

radiciação com sua operação inversa;

Relacione potências e raízes quadradas com padrões numéricos e

geométricos;

Identifique os conjuntos numéricos , seus registros e operações;

Page 322:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

323

Aplique os princípios aditivo e multiplicativo, como propriedade da

igualdade e desigualdade;

Reconheça razão como uma comparação entre grandezas e

proporção como igualdade entre duas razões;

Identifique grandezas diretamente e inversamente proporcionais;

Reconheça o conceito de incógnita;

Reconheça números naturais, inteiros, racionais e irracionais;

Aplique a notação científica;

Calcule a raiz quadrada exata e aproximada de números irracionais;

Identifique o número π (pi) como irracional;

Identifique e opere com monômios e polinômios;

Utilize os produtos notáveis;

Opere com expoentes fracionários;

Reconheça expoente fracionário como radical e aplique as

propriedades na sua simplificação;

Use a fatoração para extrair raízes;

Reconheça equações do 2º grau completas e incompletas;

Encontre as raízes de uma equação do 2º grau através de diferentes

processos;

Interprete problemas em linguagem gráfica e algébrica;

Resolva equações biquadradas;

Resolva situações-problema que envolvam regra de três composta;

Grandezas e Medidas

Reconheça o metro como unidade-padrão de medida de comprimento;

Identifique os diversos sistemas de medidas;

Opere com múltiplos e submúltiplos do quilograma;

Calcule perímetro e área de figuras planas;

Reconheça o metro cúbico como unidade-padrão de medida de

volume;

Transforme unidades de medidas de tempo;

Identifique ângulos retos, agudos e obtusos;

Relacione o sistema monetário brasileiro com outros sistemas

mundiais;

Calcule a área de uma superfície;

Reconheça e aplique os diversos tipos de medidas;

Identifique ângulos e faça uso do transferidor e esquadro para medi-

los;

Calcule o comprimento da circunferência;

Calcule a área do circulo;

Calcule a área de polígonos;

Reconheça ângulos formados por paralelas interceptadas por

Page 323:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

324

transversal;

Aplique as relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo;

Utilize o teorema de Pitágoras em situações diversas

Funções

Expresse a dependência entre variáveis;

Identifique função afim e sua representação gráfica;

Reconheça gráficos que descrevam funções;

Identifique a função quadrática e sua representação gráfica;

Analise graficamente funções afins e quadráticas;

Geometria

Identifique ponto, reta, plano, semi-reta e segmento de reta;

Calcule o perímetro de figuras planas;

Encontre a área de figuras planas;

Reconheça círculo e circunferência e seus elementos;

Identifique os sólidos geométricos e sua planificação, assim como

seus elementos;

Encontre a área de figuras planas;

Classifique e construa sólidos geométricos a partir de figuras planas;

Reconheça noções topológicas através de conceitos como interior,

exterior, fronteira, vizinhança, conexidade, curvas e conjuntos abertos

e fechados;

Identifique triângulos semelhantes;

Calcule a soma dos ângulos internos de polígonos regulares;

Trace e reconheça retas paralelas;

Reconheça noções de paralelismo;

Calcule área e volume de poliedros;

Reconheça o sistema de coordenadas cartesianas;

Reconheça os fractais;

Reconheça polígonos semelhantes;

Utilize a semelhança de triângulos em situações-problema;

Aplique o teorema de Tales;

Calcule a superfície e o volume de Poliedros;

Analise e discuta a auto-similaridade e a complexidade infinita de um

fractal;

Tratamento da

informação

Identifique os diferentes tipos de gráficos;

Faça a leitura de dados, tabelas e gráficos;

Resolva situações-problemas que envolvam porcentagem;

Interprete informações de pesquisas estatísticas;

Calcule a média aritmética, moda e mediana;

Calcule juros simples em situações-problemas;

Represente em gráficos diferentes uma mesma informação;

Utilize o conceito de amostra para levantamento de dados;

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325

Desenvolva o raciocínio combinatório e aplique o principio

multiplicativo;

Descreva o espaço amostral em um experimento aleatório;

Calcule as chances de ocorrência de um evento;

Calcule juros compostos.

8.14.6. Referências

BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9394. Brasília: 1996. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9795. Brasília: 1999. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática: livro do professor. São Paulo: Ática, 2002. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acesso em: 30 de julho de 2008. GIOVANNI, José Ruy, CASTRUCCI, Benedito, GIOVANNI, José Ruy. A conquista da matemática: a + nova. São Paulo: FTD, 2002. GUELLI, Oscar. Matemática: uma aventura do pensamento: livro do professor. São Paulo: Ática, 2002. MORI, Iracema. Matemática: Idéias e desafios, 5ª série. 11 ed., São Paulo: Saraiva, 2002. PARANÁ. Governo do Estado. Lei nº 13.381. Curitiba: 2001. PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática. Curitiba. SEED, 2006.

Page 325:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

326

8.15. QUÍMICA

8.15.1. Apresentação geral da disciplina

A sociedade vem sendo marcada por rápidas transformações econômicas e

sociais, o qual vem sendo impulsionado por novas tecnologias. Por tanto, a geração

de novos produtos e processos interpõe diretamente ao indivíduo desde suas

necessidades humanas, qualidade de vida, efeitos ambientais, quanto a questões

culturais e econômicas, ou seja, por aquilo que interfere seu cotidiano.

Contudo, a geração de novos produtos e processos, contempla às novidades

cientificas. Assim, é condescendente que o discente, perceba que a Ciência

Química surge intrinsecamente com o desenvolvimento do homem.

Assim, compondo este contexto está a necessidade de se introduzir, ainda no

Ensino Médio, conhecimentos que historicamente foram produzidos pela

humanidade desde os seus primórdios até os nossos dias. Entretanto, isto não se

justifica pelo fato de que não se pode participar de discussões sobre a relação

risco/beneficio da Ciência (Química) sem se levar em conta as transformações

ocorridas nos últimos anos, como os novos meios de produção industrial, a

urbanização acelerada, a poluição e o esgotamento de recursos naturais (WARTHA

& AlÁRIO, 2005).

Peruzzo & Canto, 2003, destacam que, por volta de 1500 a.C., os egípcios já

faziam a extração de corantes provenientes de alguns animais e vegetais, a

obtenção de vinagre a bebidas alcoólicas não destiladas, como o vinho e cerveja,

produção de objetos cerâmicos, vidro e alguns metais.

Demócrito (460 – 370 a.C.) admitiu que qualquer tipo de matéria seria

formado por pequenas partículas, as quais foram denominadas de átomos (do grego

a, que significa “não” e tomos¸que quer divisível) (BIANCHI et al. 2005). Contudo, os

gregos acabaram predominando as idéias do filósofo Aristóteles (384 – 322 a.C.),

onde segundo sua teoria, tudo é constituído pelos quatro elementos “terra, ar, fogo e

água”; assim este pensamento impulsionou a evolução da Ciência Ocidental

(PERUZZO & CANTO, 2003).

Apesar de haver conhecimento de manifestações químicas antes da Idade

Média, foram os alquimistas que contribuíram de forma acentuada para o

Page 326:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

327

desenvolvimento do que constituiria a Ciência Química. Sardella, 2000, propõe que

os alquimistas (300 a 1400) na busca do sucesso da “pedra filosofal”, que teria o

poder de transformar qualquer metal em ouro e do “elixir da longa vida”, que daria a

imortalidade, introduziram e aperfeiçoaram técnicas de metalurgia, sintetizaram

varias substâncias, isolaram outras e registraram grande número de experimentos

em suas observações. Já os chineses alquimistas, descobriram a pólvora e foram os

inventores de fogos de artifícios (PERUZZO & CANTO, 2003).

No século XVI, o médico, filósofo e alquimista suíço Phillipus Aureolus

Theophrastus Bombastus von Hohenheim “Paracelsus”, propôs que a alquimia

deveria preocupar-se principalmente com o aspecto médico em suas investigações,

logo, surge a Iatroquímica ou Química Medicinal. Este foi o pioneiro na utilização de

produtos químicos para tratar doenças (SARDELLA, 2000).

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o estudo da química pneumática

(Boyle, Priestley, Cavendish) e com o rigor metodológico de Lavoisier, definiu-se um

novo saber, que passou a ser conhecido como química, o qual foi dividido em

diferentes ramificações procedimentais, dentre elas: alquimia, boticários,

iatroquímica e estudo dos gases (DCE - Química, 2009).

No século XVIII, Antoine Laurent Lavoisier percebeu a importância do

oxigênio para o processo da combustão, por meio de experiências bem elaboradas e

controladas. Este, contribuiu significativamente para estabelecer um novo método de

investigação que caracterizou o nascimento da Química como Ciência Experimental

(PEQUIS, 2008).

No século XIX, os trabalhos de Gay-Lussac, Dalton, Wöhler, Avogadro,

Kelulé, deram origem a Química Clássica. Com o grande avanço tecnológico do

século XX, presenciou-se uma evolução no conhecimento químico, onde se

consagrou o uso de modernas técnicas de investigação utilizando conhecimentos de

Química, Física, Matemática, Biologia, Computação e Eletrônica (PERUZZO &

CANTO, 2003).

Essa evolução do conhecimento do século XX se deu em especial nos

Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.

Esses países destacaram-se no desenvolvimento da Ciência, no intuito de

estabelecer e, posteriormente, manter influência científica que pudesse garantir

diferentes formas de poder e controle bélico mundial, essenciais nas tensões vividas

no século XX. Vários foram os investimentos desses países em áreas como:

Page 327:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

328

obtenção de medicamentos, indústria bélica, estudos nucleares, estrutura atômica e

formação das moléculas, mecânica quântica, dentre outras que estreitaram as

relações entre a ciência e a indústria. Esse estreitamento gerado por interesses

econômicos e pelas instâncias do poder resultou, entre outros fatores, na eclosão

das duas guerras mundiais do século XX e no estabelecimento de discussões a

respeito da ética na ciência e de seus impactos na sociedade. Passou-se a

questionar a utilização do saber científico tanto para o progresso da humanidade

quanto para seu possível aniquilamento (DCE - Química, 2009).

Assim, a Química é uma ciência e como toda ciência, está em contínuo

processo de desenvolvimento e aprimoramento. Porém cabe ao docente em química

viabilizar meios ao discente, para que este cinja as transformações químicas que

transcendem no mundo físico e de forma abrangente, possa julgar as informações

advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola a fim de tomar decisões

enquanto cidadãos. Portanto, não basta formar pessoas que tenham conhecimento

em química. É preciso formar indivíduos críticos, capazes de produção do saber

autônomo, visando primordialmente o interesse social e as necessidades a fim.

De acordo com Pequis, 2008, muito dos objetos de estudo dos cientistas são

também estudados por pessoas que não tem conhecimento científico sobre o

assunto, como por exemplo, o oleiro que transforma a argila em tijolo, todavia, o que

diferencia o conhecimento científico do senso comum é a maneira como ele é obtido

e organizado. Ou seja, os cientistas estabelecem critérios e métodos de investigação

para obter, justificar e transmitir o conhecimento científico. No senso comum, não

existe uma organização do conhecimento.

Segundo Freire 2005; 2006 apud Wilmo et al. 2008

Todos possuem um conhecimento que deve ser respeitado, mas, ao mesmo tempo, este conhecimento está em constante superação, pronto para ser ultrapassado por um novo. Esse é o caráter histórico dos seres humanos e do conhecimento. Por isso que, numa pedagogia problematizadora, todos são seres inacabados, incompletos, imersos numa realidade histórica também inacabada. Resulta assim, a necessidade de um processo interrupto de educação que considere os seres humanos como seres de “estão sendo”. “Daí que seja a educação um quefazer permanente. Permanente na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade” (Freire, 2005, p.84), visto que o conhecimento é histórico e, portanto sempre será inacabado.

Page 328:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

329

Para Wartha & Alário, 2005, o conhecimento científico deve ser caracterizado

como produto da vida social, marcado pela cultura da época, como parte intrigante,

influenciado e sendo influenciado pelos outros conjuntos do conhecimento.

O ensino das ciências deve organizar-se numa base humanista, fomentando

o desenvolvimento de valores sobre a própria Ciência e Tecnologia, deve debruçar-

se sobre temáticas reconhecidas como pertinentes pela sociedade iniciando-se em

problemas reais, e deve estimular os jovens a pensar sobre Ciência e Tecnologia do

ponto de vista filosófico, ético e cultural (MARTINS, 2003).

O aprendizado da Ciência Química deve viabilizar a concepção tanto dos

processos químicos em si, quanto à construção de um conhecimento científico em

estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais,

sociais, éticas, políticas e econômicas. Tal a importância da presença da Química no

Ensino Médio compreendido na perspectiva de uma Educação Básica (PCNEM,

2000).

8.15.2. Objetivos gerais

Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a construção

de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada, contribuindo para

que o indivíduo se veja como participante de um mundo em constante

transformação. Para isso, esses conhecimentos devem traduzir-se em competências

e habilidades cognitivas e afetivas (PCNEM, 2000).

Os principais objetivos da disciplina são:

Estabelecer a química como ciência, enumerando suas características.

Buscar um maior equilíbrio entre a teoria e a prática.

Superar seu conhecimento empírico construindo conhecimento científico

mais elaborado utilizando termos técnicos característicos da química.

Acompanhar e compreender os avanços científico-tecnológicos centrados

no conhecimento químico e com a sociedade.

Compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais, tecnológicos,

ambientais, políticos e éticos relacionados às aplicações da Química na

sociedade.

Page 329:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

330

Reconhecer a Química como uma construção humana e compreender os

aspectos históricos de sua produção e suas relações com o contexto

cultural, socioeconômico e político.

Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja

capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.

Perfilhar os limites da ética e moral para os avanços da Ciência Química e

tecnologia.

Abalizar aspectos químicos que estejam envolvidos na interação do ser

humano com o ambiente.

Saber interpretar e utilizar as diferentes formas de representação (tabelas,

gráficos, símbolos, expressões, etc.), para a resolução de problemas

qualitativos a quantitativos em química, assim desenvolver conexões

hipotético-lógicas que permitem observações as transformações químicas

inseridas em seu contexto político e socioeconômico cultural.

Compreender os conceitos, leis e princípios da Química no sistema

produtivo, industrial e rural.

Conhecer as propriedades físicas e químicas principais dos elementos e

compostos, que possibilitem entender e prever o seu comportamento

físico-químico e os aspectos de reatividade a partir de dados

experimentais ou de outros dados (livro, computador, jornais, rótulos de

produtos, bulas, etc.).

Coligar informações da química, por fontes seguras como revistas, artigos,

livros, sites, entre outros. Logo, descrever as transformações químicas em

linguagens discursivas.

Ter atitude favorável à incorporação, na sua prática, dos resultados da

pesquisa educacional em ensino de Química, visando solucionar os

problemas relacionados ao seu cotidiano.

8.15.3. Conteúdos

Conteúdos estruturantes:

Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande

amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina

escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e

Page 330:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

331

ensino. Para a Química no Ensino Médio, o objeto de estudo/ensino é Substâncias

e Materiais (DCE – Química, 2009).

A seleção dos conteúdos estruturantes foi fundamentada no estudo da

história da Química e da disciplina escolar e para que seja devidamente

compreendido exige que os professores retomem esses estudos, pois, essa

arquitetura curricular pode contribuir para a superação de abordagens e

metodologias do ensino tradicional da Química (DCE – Química, 2009).

São conteúdos estruturantes de química:

Matéria e sua natureza;

Biogeoquímica;

Química sintética.

A figura 1, com base de referencia nas DCE – Química (2009), propõe a

relação existente entre as possibilidades de abordagem (transformações,

propriedades e composição) do objeto de estudo da Química (substâncias e

materiais). Ainda ressalta os conteúdos estruturantes (Química Sintética, Matéria e

sua Natureza e Biogeoquímica) propostos por estas Diretrizes para direcionar a

atuação dos professores. Desse modo, a intenção é ampliar a possibilidade de

abordagem dos conceitos químicos e contrapor-se a uma abordagem que considera

a Química como um conjunto de inúmeras fórmulas e nomes complexos.

As propriedades condizem à dureza, temperatura de fusão, solubilidade,

densidade, etc, dos materiais. A composição refere-se ao campo das partículas e

suas interações. Por fim, as transformações tratam-se da formação de novos

materiais.

Page 331:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

332

Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e devem estar articulados à

especificidade regional de cada escola. Para a disciplina de Química, são propostos

os seguintes conteúdos estruturantes:

MATÉRIA E SUA NATUREZA: É o conteúdo estruturante que trata a

essência da matéria, do comportamento atômico – molecular. Os aspectos

microscópicos da natureza da matéria (DCE – Química, 2009).

BIOGEOQUÍMICA: É a parte da Geoquímica que estuda a influência dos

seres vivos sobre a composição química da Terra e suas interações entre

hidrosfera, atmosfera e litosfera (DCE – Química, 2009).

QUÍMICA SINTÉTICA: Esse conteúdo tem sua origem na síntese de

novos materiais e produtos (farmacêutico, alimentação, fertilizantes,

agrotóxicos, industrial, etc.) (DCE – Química, 2009).

Conteúdos básicos:

Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada

série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados

imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas

da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de

escolarização em que se encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é

responsabilidade do professor (DCE – Química, 2009).

Desse modo, embasado nas DCE – Química (2009), os conteúdo

estruturantes e básicos ficam assim distribuídos nas séries iniciais e finais do Ensino

Médio:

1ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Matéria e sua natureza

Matéria e energia

Matéria: propriedades, sistemas e transformações

Estrutura atômica

Radioatividade

Fig 01: Representação do objeto de estudo da Química: propriedades, transformações e composição matéria e a proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná para ensino de Química.

Page 332:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

333

Classificação periódica

Ligações químicas

Funções inorgânicas

2ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Matéria e sua natureza

Reações químicas

Estequiometria

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Biogeoquímica

Gases

Soluções

Termoquímica

Cinética química

Equilíbrio químico e iônico

3ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Biogeoquímica

Eletroquímica

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Química sintética

Introdução a química orgânica

Funções orgânicas

Funções orgânicas oxigenadas

Funções orgânicas nitrogenadas

Isomeria

8.15.4. Metodologia

Inicialmente, procurando o significado da palavra metodologia (método +

logia) no dicionário, consta-se que é o estudo dos métodos, que, por sua vez,

significa procedimentos organizados que conduzem a um certo resultado ou, ainda,

processos ou técnicas de ensino (OLIVEIRA, 2006).

Page 333:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

334

Deval, apud Oliveira, 2006

Para o ensino de Ciências, acredita-se na utilização de métodos que facilitem a compreensão e a interpretação dos fenômenos pelos educandos, fazendo-os agir sobre os processos pelos quais passam durante a vida. É importante transmitir aos educandos... ”o valor da ciência para a compreensão do mundo e para o desenvolvimento da sociedade, suas relações com a técnica, sua dependência diante dos fatos sociais e sua influencia sobre estes” (DEVAL, 1998, p.191).

Os alunos, especialmente os mais jovens, estão acostumados a aprender, no

mundo, por meio dos sons, das imagens, das cores. O raciocínio dos alunos não é

linear. Envolve o lado afetivo, emocional e o lado cognitivo, racional, lógico e

analítico. Diante disto é imprescindível o uso de recursos didáticos variados, que

estimulem o lúdico, a criatividade e, com isso, haja uma verdadeira compreensão

dos conceitos científicos (OLIVEIRA, 2006).

A mente do sujeito é elástica, pois pode modificar-se constantemente na

interação social e cultural. Assim, o professor, em interação com os seus alunos e

com base nos conhecimentos já estabelecidos pelas diversas ciências, pode

efetivamente produzir, criar e recriar conhecimentos próprios da atividade discente e

docente. Isso possibilita que cada membro da sociedade participe com

responsabilidade na criação/recriação de seu meio modificando e retificando

decisões tomadas equivocadas (SMAGORINSKY, apud MALDANER, 1999).

É fundamental que a atuação do docente dedique-se a planejar e organizar a

atividade de aprendizagem do aluno mediante interações adequadas, de modo que

lhe possibilite a apropriação de conhecimentos científicos considerando tanto seu

produto (conceitos, modelos, teorias), quanto à dimensão processual de sua

produção (DELIZOICOV et al.2002).

Deste modo a metodologia de ensino deve ser constantemente analisada e

criticada pelo próprio docente e toda equipe pedagógica, a fim de infligir melhorias

na metodologia delineada ao plano de trabalho docente. Contudo o professor deve

garantir ao aluno:

Contextualização com base em experiências vividas pelos alunos, a fim de

promover a superação do senso comum e iniciar a construção do

conhecimento cientifico.

Page 334:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

335

Elaborar atividades, para que os alunos desenvolvam, individualmente ou

em grupo, para que os mesmos possuam o desenvolvimento cognitivo.

Ministrar aulas dialógicas, instigando o diálogo sobre o tema de assunto,

além disto, fazer com que o discente sinta-se a vontade de converter o

conhecimento empírico para a construção do saber científico.

Utilizar recursos áudio visuais como filmes, documentários e

apresentações em slides com auxilio da TV pendrive, com o intuito de

facilitar a aprendizagem e motivar o educando.

Empregar o uso do laboratório de informática, como fonte de dados e

informações.

Proporcionar a leitura de textos para posterior discussão de idéias e

temas, além de abordar através deste, termos científicos, palavras novas

na linguagem portuguesa a fim de redigir textos coerentes e haver

interdisciplinaridade.

Realizar aulas experimentais, utilizando o laboratório de química, para

demonstração e realização dos mesmos, para facilitar a compreensão de

conceitos e processos químicos.

Realizar e utilizar jogos didáticos em Química com o intuito de o aluno

construir e ampliar conceitos com a tradução de informações.

Associar a rotulagem de alimentos de produtos e bulas de medicamentos

que o aluno já utilize ou reconheça em seu cotidiano. De tal modo, que

este, compreenda a importância das unidades de medida, quantifique os

cálculos estequimométricos e defina a nomenclatura dos compostos.

Quando necessário, fazer o uso de modelos (maquetes) para que o

discente compreenda os termos científicos da Química.

Fazer uso do quadro giz para que este também seja empregado como

meio de demonstração/explicações de conteúdos.

Associar a tabela atômica sempre que possível aos conteúdos

trabalhados, para que este além de ser compreendido, seja um recurso

visual ao aluno.

8.15.5. Avaliação

Page 335:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

336

Uma vez selecionados os conteúdos essenciais que serão sistematizados,

cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar as condições

do aluno. Porém, os mesmos devem ser elaborados no plano de trabalho docente e

devem acompanhar a prática pedagógica desde os conceitos e conteúdos que serão

trabalhados até a forma (metodologia) e o momento em que forem valorados (peso)

pelo respectivo sistema de avaliação (BATISTA, 2008).

Critério de avaliação não é instrumento ou pesos. Os critérios subsidiarão a

valoração em forma de pesos a partir da intenção que se tinha em trabalhar algum

determinado conteúdo desta ou daquela forma, bem como, tratar-se da expectativa

de aprendizagem sobre o conteúdo trabalhado (PARANÁ – SEED, 2009).

Na avaliação da aprendizagem, os critérios são princípios que servirão de

base para o julgamento da qualidade dos desempenhos, abrangidos não apenas

como execução de uma tarefa, mas como mobilização de uma série de atributos que

para ela convergem (DEPRESBITERIS, 2007).

Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como

questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela

perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os

encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a

intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de

avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de

expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos

seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos (DCE – Química 2009).

Logo, os critérios devem condizer com os objetivos dos conteúdos descritos

no plano de trabalho docente e não aos instrumentos de trabalho. Deste modo será

oportunizado ao discente o progresso em relação ao desenvolvimento do

pensamento sobre determinado conteúdo, o que lhe favorece ampliar

conhecimentos na resolução de problemas do cotidiano.

Um dos métodos para distinguir a evolução do pensamento do discente, seria

aplicando os momentos pedagógicos propostos por Delizoicov et al. 2002, onde é

distinguido três deles com funções especificas e diferenciadas entre si:

Problematização inicial: Parte de situações reais conhecidas e preferencialmente,

vivenciadas pelos alunos. Os mesmos devem expor o que pensam sobre as

situações, sem limitações, para expor situações vivenciadas. Deste modo, fazer

com que o aluno sinta a necessidade da aquisição de outros conhecimentos que

Page 336:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

337

ainda não detem, ou seja, configurar a discussão em um problema que precisa

ser enfrentado.

Organização do conhecimento: Os conhecimentos/conteúdos necessários para a

compreensão dos temas e da problematização inicial são sistematicamente

estudados neste momento, sob orientação do professor. De tal modo, devem ser

utilizadas diferentes atividades didáticas para compreensão do(s) conceito(s)

necessário(s) para entender e resolver a problemática apresentada.

Aplicação do conhecimento: Apresentar outra problemática no mesmo tema para

que o aluno resolva, agora em outro contexto diferente da comunidade, outro

bairro, outra cidade, estado ou país.

Os critérios para a avaliação em química serão descritos abaixo, porém, os

mesmos contemplam os momentos pedagógicos descritos por Delizoicov et al.

2002.

O aluno conseguiu superar o senso comum no conhecimento científico

mais elaborado utilizando termos técnicos característicos da química.

Possui capacidade de incorporar informações da química e logo descrever

as transformações químicas em linguagens discursivas.

Conseguiu interpretar e utilizar as diferentes formas de representação

(tabelas, gráficos, símbolos, expressões, etc.), na resolução de problemas

qualitativos a quantitativos em química.

Desenvolveu conexões hipotético-lógicas que permitem observações as

transformações químicas inseridas em seu contexto político e

socioeconômico cultural.

Amplia a capacidade de análise, generalizações e raciocínio para

compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais, tecnológicos,

ambientais, políticos e éticos relacionados às aplicações da Química na

sociedade.

Obteve conhecimento nas propriedades físicas e químicas principais dos

elementos e compostos, que possibilitem entender e prever o seu

comportamento físico-químico e os aspectos de reatividade a partir de

dados experimentais ou de outros dados.

Page 337:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

338

Diferencia e aplica conceitos químicos como ciência, enumerando suas

características, buscando um maior equilíbrio entre a teoria e a prática e

sendo capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.

Demonstra capacidade de reconhecer, explicar e exemplificar conceitos e

fenômenos químicos para acompanhar e compreender os avanços

científico-tecnológicos centrados no conhecimento químico e com a

sociedade.

Realiza cálculos envolvendo as relações/proporções químicas e

compreende os conceitos, leis e princípios da Química no sistema

produtivo, industrial e rural.

Reconhece a Química como uma construção humana e compreende os

aspectos históricos de sua produção e suas relações com o contexto

cultural, socioeconômico e político, visando solucionar os problemas

relacionados ao seu cotidiano, uma vez que seja capaz de distinguir

aspectos químicos que estejam envolvidos na interação do ser humano

com o ambiente e sejam respeitados os limites da ética e moral para os

avanços da Ciência Química e tecnologia.

No atual sistema educacional é imprescindível a valoração das atividades

elaboradas, portanto, que as mesmas não sejam os únicos meios para a avaliação

do aluno. De acordo com a Instituição de Ensino Colégio Estadual Macedo Soares, a

mesma está inserida ao sistema trimestral. Assim sendo, a disciplina de Química

contempla (80h/aula/ano), em cada trimestre haverá um total de 10,0 pontos a

serem valorados a cada aluno.

8.15.6. Referências

BATISTA, A.M.P. Critérios de Avaliação com Enfoque no Ensino Médio. OAC.

PDE SEED, 2008.

BIANCHI, J.C.A., ALBRECHT, C.H., DALTAMIR,J.M. Universo da química. 1ª

edição, Editora FTD. São Paulo – 2005.

Page 338:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

339

BRASIL.Lei nº. 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBN.

Brasília, 1996.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino

Médio. MEC, 2000.

DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J.A., PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências:

fundamentos e métodos. Editora Cortez, São Paulo, 2002.

DEPRESBITERIS, L. Instrumentos de avaliação: a necessidade de conjugar

técnica e procedimentos éticos. In_Revista Aprendizagem, Pinhais. Editora Melo,

ano 1, n°1, jul/ago 2007.

MALDANER, O.A. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do

professor de química. Revista Química Nova, Vol. 22, nº2, São Paulo Mar/Abr.

1999.

MARTINS, I.P. Formação inicial de professores de física e química sobre a

tecnologia e suas relações sócio-científicas. Revista Electrónica de Enseñanza

de las Ciencias, Vol. 2, Nº 3, 293-308 (2003)

OLIVEIRA, M. T. A metodologia do ensino de biologia vinculada à prática docente.

In: ROCHA. R.G., VIEIRA, E.R. Prática docente na prática: reflexões e

experiências sobre a formação de professores de biologia. Instituto de Cultura

Espírita do Paraná. Curitiba, 2006 – p.23 a 28.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica Química. SEED, 2009.

PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Departamento de Políticas Públicas

Educacionais. Coordenação de Gestão Escolar CGE/CADEP. O que são critérios

de avaliação? Curitiba, 2009. Disponível em

http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/File/criterios_avaliacao.pdf. Acesso em 28

- 07 – 2010.

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340

PEQUIS – Projeto de Ensino de Química e Sociedade. Química e Sociedade. 1ª

edição, Editora Nova Geração. São Paulo -2008.

PERUZZO, F. M., CANTO, E.L. Química na abordagem do cotidiano. 3ª edição,

Vol. 1, Editora Moderna. São Paulo – 2003.

SARDELLA, Antônio. Química. 4ª edição, Editora Ática. São Paulo – SP, 2000

WARTHA, E.J., ALÁRIO, A.F. A Contextualização no Ensino de Química Através

do Livro Didático. Revista Química Nova na Escola, nº22, novembro 2005.

WILMO, E.F. Jr., FERREIRA, L.H., HERTWIG, D.R. Experimentação

Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em

Salas de Aula de Ciências. Revista Química Nova na Escola, nº30, novembro

2008.

Page 340:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

341

8.16. SOCIOLOGIA

8.16.1. Apresentação da disciplina

A sociologia surgiu na Europa, como a ciência das questões sociais. Assumiu

as inquietações da Revolução Industrial do século XIX e desenvolveu-se como a

ciência no rastro do pensamento positivista de Auguste Comte, que foi o primeiro

que estabeleceu métodos científicos para a ciência.

O contexto de nascimento da Sociologia como uma disciplina cientifica é

marcado pelas conseqüências de três grandes revoluções: uma política, a

Revolução Francesa de 1789; uma social, a Revolução Industrial r uma revolução na

ciência, que se firma com o iluminismo, retirando desses eventos os valores e os

princípios para a formação de uma nova sociedade.

Nesse sentido, a disciplina de sociologia desenvolve a perspectiva positivista

e por isso passa a se caracterizar como um instrumento de intervenção do homem

na realidade. Para tanto com a contribuição de Karl Marx, a sociologia veio a

desenvolver um olhar mais critico procurando destacar as diferenças entre as

classes sociais e a exploração social de uma classe, a capitalista (burguesia) sobre

o revolucionário Antonio Gramsci trouxe para a sociologia, um fortalecimento do

pensamento crítico, através de análises centradas nas questões educacionais.

No Brasil, no mesmo estilo a disciplina da Sociologia no mundo, apresenta-se

no plano curricular como uma ciência de reflexão acadêmica, com base na pesquisa

científica, que busca a formação do individuo diante dos problemas sociais. A

reflexão sociológica for fundamental para o desenvolvimento da sociologia. De um

lado, destaca-se a corrente de Silvio Romero e de outro Gilberto Freire. A teoria do

primeiro mais Euclides da Cunha e Oliveira Vianna versava sobre os problemas da

nação brasileira no processo de modernização das primeiras décadas do século XX,

numa tentativa de definir a brasilidade.

A teoria de Gilberto Freire projetava-se na análise das origens européia e

africana do povo brasileiro, considerando o primeiro especialista brasileiro com a

formação cientifica. Gilberto Freire foi influenciado pela escola culturalista americana

que se opunha às teorias sociais relevantes do século XIX. Fernando de Azevedo

destaca-se como representante do pensamento escala novista que busca dar um

Page 341:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

342

tratamento cientifico para o entendimento da educação através da ciência

sociológica, cabendo a esta a função de salvar não só a educação, mas a própria

sociedade.

Da corrente Marxista destacaram-se Caio Prado Junior, Sérgio Buarque de

Holanda, Florestan Fernandes e Otávio Anni cuja produção sociológica tentaram

explicar a organização da sociedade, as relações de produção na sociedade, o

nacionalismo econômico, o sindicalismo e a formação de uma classe trabalhadora

agrária e urbana.

No Paraná, desde 2004, diante de várias situações da realidade

contemporânea não há mais espaço para o trabalho da educação escolar sobreviver

sem a sociologia. Constata-se que a Sociologia é fundamental no processo

educacional, sobrepondo-se a apresentação simples, através da leitura e

explicações teóricas, e exigindo cada vez mais reflexões mais práticas sobre muitas

questões sociais discussões e debates que levem os educandos a um

posicionamento social. Diante desta realidade, é missão inadiável da escola e da

sociologia formar novos valores, uma nova ética, novas ações sociais que apontem

para a possibilidade de construção de novas relações sociais.

A Sociologia, no entanto, ainda não desenvolveu uma tradição pedagógica,

havendo insuficiências na elaboração de reflexões sobre como ensinar as teorias e

os conceitos sociológicos, bem como dificuldades na delimitação dos conteúdos

pertinentes ao Ensino Médio. Por ter se mantido como disciplina acadêmica nos

currículos de Ensino Superior, a tendência tem sido a reprodução desses métodos,

sem a adequação necessária à oferta da Sociologia para os estudantes do Ensino

Médio.

Há premência, em se dispor de traduções de textos de autoria dos clássicos

da Sociologia e de trabalhos mais recentes de pesquisadores nacionais – por já ter

avançado a produção sociológica nos programas de pós-graduação – bem como de

livros e outros recursos que veiculem uma metodologia pedagógica específica para

as Ciências Sociais. O uso de livros didáticos e materiais de apoio pedagógico,

especialmente elaborados para a disciplina no Ensino Médio, não devem dispensar

leituras complementares, críticas e ilustrativas.

Page 342:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

343

8.16.2. Objetivos Gerais

A Sociologia deve ser entendida como uma ciência que se preocupa em

tentar entender os comportamentos humanos, os comportamentos dos povos, das

sociedades. Por meio de teorias, de diferentes olhares sob as situações e os

problemas sociais que o mundo apresenta.

Daí a importância do tratamento dos conteúdos Sociológicos, fundamenta-se

e sustenta-se em teorias originárias de diferentes tradições, casa uma com o

potencial explicativo correspondente. Essas linhas teóricas devem estacar seus

autores-pensadores, conteúdos, temáticas, metodologias, concepções de sociedade

e de educação.

EMILE DURKHEIM: Concebe a sociedade enquanto vinculo moral entre

os homens e a educação é forma de manutenção da estabilidade e da

ordem social. E educação para Durkheim é sinônimo de socialização

(socializar é ensinar e aprender o lugar de cada um entro da sociedade).

Para Durkheim a sociedade modela a ação individual e à educação cabe

enquadrar cada individuo às expectativas de classe, gênero, etnia, moral

que são esperadas ele.

KARL MARX: concebe a sociedade como uma relação de exploração de

uma classe sobre as outras e vê a educação como possibilidade de

superação e emancipação da opressão exercida por esta sociedade

desigual. Marx complexifica a concepção Durkheiniana ao demonstrar que

a coerção da sociedade sobre os indivíduos e, sim que a coerção

acontece de uma determinada classe social sobre outra. Essa

coerção/dominação manifesta-se de diversas formas, a educação é uma

delas, pois dissemina a ideologia dominante e inculcada classe dominada

o modo burguês de ver o mundo. Mas Marx também via a educação como

potencial e emancipação, pois forneceria ao proletariado, instrumento para

o conhecimento da totalidade, conhecer os mecanismos de dominação e

exploração de uma classe sobre as outras. Mas desta forma é bom

salientar que Karl Marx observa e entende a educação, como um

mecanismo que conforme o seu conteúdo de classe pode oprimir ou

emancipar o homem.

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344

MAX WEBER: concebe a sociedade como vinculo de racionalização da

vida, resultado de uma enorme teia de interações e relações inter-dividuais

e pensa a educação como uma resposta limitada e inexorável a esta

racionalização. Segundo Weber o estabelecimento de uma ordem social

vai se tornando cada vez mais ampla, institucionalizada, desencantada e,

principalmente burocrática. Desta forma, resta à educação prover os

indivíduos de conteúdos (especializados, eruditos) e disposições que se

predisponha a ter condições (conduta de vida e conhecimento

especializado) necessárias para realizar suas funções de perito na

burocracia profissional.

8.16.3. Objetivos Específicos

Interpretar o processo de criação das ciências da sociedade e sua

manifestação histórica;

Distinguir as diferentes características que compõem as Ciências

Sociais;

Reconhecer a importância da Sociologia para o conhecimento a cerca

da vida em sociedade;

Diferenciar cultura erudita de cultura popular;

Problematizar a Indústria Cultural, como cultura de massa,

intensificando a passividade social;

Entender o trabalho como condição de sobrevivência humana;

Conhecer a divisão social do trabalho, baseado na sociedade

capitalista;

Perceber as origens das classes sociais;

Compreender o uso do poder de diferentes instâncias na nossa

sociedade;

Perceber a ideologia como uma visão de mundo, que varia de acordo

com os grupos, que dominam o poder;

Entender o Estado como nação, que é capaz de construir relações

políticas, econômicas e sociais;

Page 344:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

345

Considerar a questão de direitos, inscritos nas leis, entendendo que

direito é atrelado a dever;

Compreender a verdadeira cidadania;

Entender os diferentes movimentos sociais, seu motivos e o que

desencadearam em sociedade.

8.16.4. Conteúdos

1° SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

O surgimento da

sociologia e

teorias

sociológicas

Formação e

consolidação da

sociedade

capitalista e o

desenvolvimento

do pensamento

social;

Teorias

sociológicas

clássicas: Comte,

Durkheim, Engels e

Marx, Weber.

O desenvolvimento

da Sociologia no

Brasil.

O Surgimento da Sociologia.

Compreender o processo da criação

das Ciências da Sociedade.

Buscaremos conhecer como se deu o

processo histórico de criação da

Sociologia. Conhecer quais foram os

condicionantes históricos e intelectuais

que influenciaram no surgimento da

Sociologia no século XIX.

O que são chamadas Ciências

Sociais? Identificar as diferentes

características que compõem as

Ciências Sociais; reconhecer a

importância de todas as disciplinas que

compõem as Ciências da Sociedade.

As Teorias sociológicas (Auguste

Conte, Max Weber, Émile Durkheim e

Karl Marx). Apresentar as principais

contribuições dos fundadores da

Sociologia, os autores que serviram de

referencial para grande parte das

Page 345:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

346

discussões sociológicas ao longo do

Ensino Médio.

A produção Sociológica brasileira.

Estudaremos as três fases da

implantação da Sociologia no Brasil.

Conheceremos os autores que marcam

cada uma das fases; as principais

contribuições de cada sociólogo para

se pensar as questões do Brasil entre

outras coisas.

Processo de

socialização e as

instituições

sociais

Processo de

Socialização;

Instituições sociais:

Familiares;

Escolares;

Religiosas;

Instituições de

Reinserção

(prisões,

manicômios,

educandários,

asilos, etc)

Socialização:

inserção/construção/transmissão de

valores, normas e regras capazes de

desenvolver a vida em sociedade. Mas

para viver em sociedade é necessário

que os membros conheçam e

internalizem as expectativas de

comportamento, estabelecendo

valores, regras e normas.

As Instituições Sociais: As

Instituições têm sido estudadas de

forma históricas e como responsáveis

pela manutenção de ordem social sem

uma reflexão de sua construção

tomando como um dado natural. O que

importa à disciplina da Sociologia é

desenvolver um olhar critico,

explicativo, mas principalmente

interrogador e que conduza a

mudanças de atitudes a respeito da

organização da sociedade, levando a

refletir a respeito das características

Page 346:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

347

que compõem cada uma das

instituições que compõem a sociedade.

Instituição Familiar: As origens

históricas, as diferentes configurações

nos diversos lugares e principalmente a

dinâmica das famílias nas sociedades

contemporâneas. Importa ao aluno

compreender a importância das

famílias como parte constituinte das

sociedades, mas principalmente livrar-

se de qualquer tipo de pré-julgamentos

e preconceitos em relação a uma outra

forma de organização familiar. A leitura

e discussão de textos ligados à

antropologia, que demonstram povos

com organizações sociais totalmente

distintas da nossa, contribui para

“romper” com visões etnocêntricas; a

exibição de filmes que provoquem a

reflexão e remetam o aluno à situações

próximas distantes da sua realidade

também levam o jovem a pensar, a

rever e a buscar modelos familiares

adequados às suas necessidades; a

realização de investigações na própria

comunidade também podem contribuir

para o alcance dos objetivos

pretendidos.

Instituição Escolar: As origens

históricas, as diferentes teorias ou

“olhares” construídos sobre a

instituição escolar, os diferentes

modelos escolares presentes em

Page 347:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

348

sociedades diversas, assim como, a

reflexão sobre a importância e o papel

da escola e de seus atores

(professores, alunos, funcionários,

direção) nas sociedades atuais.

Instituição Religiosa: As origens e

importância do pensamento religioso,

as diferentes práticas religiosas, a

reflexão sobre idéias pré-concebidas,

preconceitos e sectarismo entre outras

questões.

2° SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Cultura e indústria

cultural

Desenvolvimento

antropológico do

conceito de cultura

e sua contribuição

na análise das

diferentes

sociedades;

Diversidade

cultural;

Identidade;

Indústria cultural;

Meios de

comunicação de

massa;

Sociedade de

consumo;

Indústria cultural no

Cultura ou Culturas, uma

contribuição Antropológica. O

Conceito de cultura é diverso, mas

comumente diz respeito: “a todo

conhecimento adquirido, crenças, arte,

moral, leis e costumes”. Esses

conhecimentos nos revelam que a

cultura não é natural nos indivíduos,

que é um comportamento aprendido e

se difere de um grupo para outro.

Diversidade Cultural Brasileira: É

importante problematizar para o aluno

de Ensino Médio o conceito de cultura

e suas derivações para que ele

perceba que não existem culturas

superiores ou inferiores, melhores ou

piores, mas apenas culturas distintas e

Page 348:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

349

Brasil;

Questões de

gênero;

Cultura

afrobrasileira e

africana;

Culturas indígenas.

formas de apropriação cultual

diferenciada.

Cultura, criação ou apropriação. A

partir deste tópico podemos chegar aos

conceitos (conteúdos) e Cultura Erudita

e Cultura Popular e destes partir para o

conceito de Indústria que também pode

ser trabalhado como cultura de massa.

Trabalho,

produção e

classes sociais

O conceito de

trabalho e o

trabalho nas

diferentes

sociedades;

Desigualdades

sociais:

estamentos,

castas, classes

sociais;

Organização do

trabalho nas

sociedades

capitalistas e suas

contradições;

Globalização e

Neoliberalismo;

Relações de

trabalho;

Trabalho no Brasil.

O que é trabalho para a Sociologia?

– O conceito de trabalho também é

diverso, mas comumente se refere

trabalho e condição de sobrevivência

do homem agindo sobre a natureza

com a finalidade de suprir as condições

materiais para sua existência, com o

trabalho os homens reproduzem a si

mesmos e ao reproduzirem a vida,

produzem riqueza.

Trabalho na Sociedade Capitalista.

Na sociedade capitalista a produção da

vida material é baseada na propriedade

privada, no trabalho assalariado e

numa determinada divisão social do

trabalho, discutiremos neste tópico

como os autores clássicos da

sociologia analisam o mundo moderno

e a sociedade capitalista.

Trabalho nas Teorias Clássicas da

Sociologia. Como foi dito o inicio deste

texto existem diversos conceitos de

Trabalho, na visão de Durkheim, a

divisão social do Trabalho é uma forma

de justamente atenuar a concorrência e

Page 349:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

350

competição entre os homens. Para Karl

Marx, a sociedade é dividida em

classes, Burguesia, detentora dos

meios de produção e o proletariado,

que vende a sua mão-de-obra em troca

de um salário. Para Marx, as classes

sociais são antagônicas e desiguais

lutam constantemente entre elas, o

trabalhador por melhores condições e a

burguesia para aumentar sua riqueza.

Para Weber, a noção de classe

baseada em indicadores de status. O

acesso a determinados tipos de bens

de consumo, aos próprios meios de

produção, aos serviços é o que

identificará as diversas classes sociais.

Trabalho em perspectivas

contemporâneas ou o Trabalho em

época de Globalização. Numa

perspectiva sociológica, a categoria

Trabalho deve também se atentar em

problematizar o lugar da mulher, do

negro, do índio, do jovem no atual

mercado de trabalho, suas dificuldades

os dilemas de quem esta muitas vezes

à margem do mercado de trabalho.

3° SÉRIE

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Formação e

desenvolvimento

O que é Poder? Discutir o conceito de

poder, a partir dos referenciais

Page 350:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

351

Poder, política e

ideologia

do Estado

Moderno;

Democracia,

autoritarismo,

totalitarismo

Estado no Brasil;

Conceitos de

Poder;

Conceitos de

Ideologia;

Conceitos de

dominação e

legitimidade;

As expressões da

violência nas

sociedades

contemporâneas.

clássicos da Sociologia. Poder é uma

relação assimétrica, hierárquica o seu

uso não se faz ou não se limita ao uso

da força estritamente, ele se faz

através da linguagem, dos símbolos e

das práticas efetivas. E, portanto,

também está permeado pela ideologia.

Através deste pequeno conceito pode-

se estudar Max Weber; Karl Marx;

Pierre Bourdieu entre outros.

O que é ideologia? Discutir o conceito

de ideologia a partir dos teóricos da

Sociologia. Ideologia é comumente

associada a uma visão de mundo de

acordo com um determinado grupo,

classe, formação etc.

O que é o Estado? Trabalhar o

conceito de Estado. Discutir a

instituição e as suas diversas

características: controle político e

administrativo de um determinado

território, autoridade amparada num

sistema legal e jurídico. Controle e uso

do monopólio legítimo da força.

Pretende-se discutir os tipos de Estado

existentes. As tarefas que competem

ao Estado. Sua importância para a

população em geral etc.

A Formação do Estado Moderno.

Desde que os homens começaram a

viver em grupos e trabalhar

coletivamente, várias formas de

organização social foram se

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352

configurando, sendo que uma das mais

recentes e que permanece até hoje em

várias sociedades, chama-se Estado.

Mas como ele surgiu? Segundo alguns

filósofos, o Estado é uma necessidade

da vida do homem em Sociedade, não

existe sociedade sem a presença do

Estado, afirmam que o Estado é

condição para a existência de vida em

grupo. Mas quando surge o Estado

com características modernas? Iremos

trabalhar neste item com a formação

histórica do Estado e os autores

(filósofos) que discutem o tema.

Direitos, cidadania

e movimentos

sociais

Direitos: civis,

políticos

e sociais;

Direitos Humanos;

Conceito de

cidadania;

Movimentos

Sociais;

Movimentos

Sociais no Brasil;

A questão

ambiental e os

movimentos

ambientalistas;

A questão das

ONG‟s.

O que é o Direito? Conceito e

aplicação. Na análise da questão dos

direitos deve-se considerar se esses

foram sendo inscritos nas leis,

lentamente ou foram conquistados

através de pressão dos que não tinham

direitos. São os direitos que definem a

cidadania, mas só existem se forem

exercidos no cotidiano das ações das

pessoas. A organização e a luta de

grupos sociais estão presentes no

âmbito de vários tempos históricos.

Os tipos de movimentos sociais. Os

movimentos sociais são práticas civis

de confronto, que desempenham o

papel de criadoras de novas políticas

que acabam influenciando no próprio

desenvolvimento da sociedade. O

estudo deste conteúdo possibilitará aos

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353

alunos a compreensão da dinâmica

que os cerca, como também a

capacidade de inserir-se e participar de

movimentos já organizados ou em

processo de organização. Discutiremos

e analisaremos o papel dos seguintes

movimentos sociais urbanos e rurais:

a) Movimentos Estudantis; b)

Movimentos Rurais; c) Movimentos

Sociais Conservadores; d) Movimentos

religiosos; entre outros.

8.16.5. Metodologia

Para o desenvolvimento da disciplina de Sociologia no Ensino Médio, os

conteúdos devem ser tratados de forma articulada. A organização do mesmo deve

ser feita de acordo com a contextualização do assunto.

O objeto de estudo e ensino da disciplina de Sociologia são as relações que

se estabelecem no interior dos grupos na sociedade, como se estruturam e atingem

as relações entre os indivíduos e a coletividade. Ao se constituir como ciência, com

o desenvolvimento e a consolidação do capitalismo, a Sociologia tem por base a

sociedade capitalista. Porém, não existe uma única forma de interpretar a realidade

e esse diferencial deve fazer parte do trabalho do professor.

Quando o cuidado crítico é descurado, o resultado é sempre empobrecedor

da ciência. Ou se tem uma Sociologia sistemática – conceituada como o estudo

ordenado dos aspectos elementares e universais da vida social, segundo Florestan

Fernandes (1970) – uma sociologia árida e a-histórica, cujos conceitos e teorias

formais descolam-se da realidade por pretender descrever a ordem social, manifesta

e objetiva; ou se tem uma Sociologia pragmática eivada de uma ação militante

político-partidária, ou de uma ação assistencial, ambas capazes de confundir

conceitos desprovidos de aportes explicativos e raízes histórico-epistemológicas.

Page 353:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

354

Considera-se relevante, no exercício pedagógico da Sociologia, manter no

horizonte de análise, tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a contribuição

dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes. Os elementos

básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser desenvolvidos

levando-se em consideração o recorte temporal no qual se erige a Sociologia. Isso

requer a retomada do histórico da disciplina em cada teoria trabalhada.

Porém, é também preciso entender as teorias de Norbert Elias, Michael

Foucault, Pierre Bourdieu e Nathalie Davis, por exemplo.

O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia fundamenta-se em

teorias originárias diferentes, com seu potencial explicativo atrelado aos

posicionamentos ideológicos-políticos, no sentido de visões de mundo presentes nas

interpretações. Como disciplina escolar, a Sociologia crítica deve contrastar

tradições diversas de pensamento, avaliando-lhes os limites e potencialidades de

explicação para os dias de hoje. Ao mesmo tempo, o ensino da disciplina deve

recusar qualquer espécie de síntese teórica ou reducionismo sociológico, ou seja,

deve tratar pedagogicamente a contextualização histórica e política das teorias,

seguindo o rigor metodológico que a ciência requer. A abordagem dada aos

conteúdos, bem como a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, estarão

relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por posições teóricas e práticas que

permitam compreender as problemáticas sociais concretas e contextualizadas em

suas contradições e conflitos, possibilitando uma ação transformadora do real.

Entendemos o conhecimento sociológico crítico como autoconsciência

científica da sociedade, tal como proposto na história da Sociologia no Brasil por

Florestan Fernandes (1976), ou seja, da Sociologia assumir o caráter de uma

consciência técnica e de explicação das condições de existência e do curso dos

eventos histórico-sociais. Sob essa ótica, as questões sociológicas situam-se num

dado contexto histórico e, ao mesmo tempo, situam o contexto dos acontecimentos

propiciados pelas relações sociais. A análise crítica deve contemplar as

interpretações sistematizadas acerca de determinada realidade sob a diversidade de

suas perspectivas.

Trata-se, de propiciar ao aluno do Ensino Médio os conhecimentos

sociológicos, de maneira que alcance um nível de compreensão mais elaborado em

relação às determinações históricas nas quais se situa e, também, fornecendo-lhe

elementos para pensar possíveis mudanças sociais. Pelo tratamento crítico dos

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355

conteúdos da Sociologia clássica e da contemporânea, professores e alunos são

pesquisadores, no sentido que estarão buscando fontes seguras para esclarecer

questões acerca das desigualdades sociais, políticas e culturais, podendo alterar

qualitativamente sua prática social.

Para um bom trabalho metodológico, portanto, devem ser utilizadas charges,

fotografias, textos teóricos, notícias, seminários, passeios e excursões, filmes, além

– é claro – da aula expositiva.

8.16.6. Avaliação

Deve ser em conformidade com os processos de ensino-aprendizagem e de acordo

com os encaminhamentos metodológicos. A avaliação deve ser pensada, e

elaborada de forma transparente e coletiva. Seus critérios devem ser debatidos,

criticados e acompanhados por todos:

Apreensão de alguns conceitos básicos da ciência articulados a pratica

social;

A capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;

A clareza e coerência na exposição das idéias sejam em textos escritos ou

orais. Pode-se também avaliar as mudanças na forma de olhar para os problemas

sociais, as iniciativas e a autonomia em tomar atitudes diferenciadas e criativas. Por

fim, não só os alunos, mas também professores e a instituição escolar devem

constantemente ser avaliados em suas dimensões práticas e discursivas e

principalmente em seus princípios políticos com a qualidade e a democracia.

8.16.7. Referências

DIRETRIZES CURRICULARES da Educação Básica. Sociologia. Secretaria da

Educação do PARANÁ. 2008.

Page 355:  · SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................7 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

356

9. MATRIZ CURRICULAR

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357

10. CALENDÁRIO ESCOLAR