Suplemento Saúde

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faz parte integrante da edição n.º 935 deste jornal e não pode ser vendido separadamente SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE O MIRANTE SAÚDE 2010 SUPLEMENTO Depressão – a Doença mental da actualidade 15 Lar Golden Haven, envelhecer com dignidade 6 Cancro da mama e reconstrução mamária após mastectomia; uma visão geral 4 Francisco Ribeiro de Carvalho Cirurgião Plástico Ambliopia - As crianças devem ser examinadas antes dos três anos 3 Dr. Eduardo Lopes - Oftalmologista Desmistificando as Doenças Nervosas 10 João Protásio Fialho Médico Psiquiatra Implantes dentários para uma melhor qualidade de vida 2 Vítor Paulo Baltasar Martins Cardiologista e Arritmologista Arritmia – o ente desconhecido 8 Mesoterapia Terapêutica antiga mas desconhecida 11 Luís Marçal - Médico Alberto Júnior - Médico dentista Sandra Silva - Psicóloga Clínica Carla Ferreira - Geriatra Metade das associações de doentes tem uma forte e regular actividade Sociólogo João Arriscado Nunes fez levantamento e encontrou uma centena 13 Opinião Empresas Opinião Saúde bem-estar e beleza ao alcance de todas as mulheres no Cellulem Block Centro de estética fica em Torres Novas e é gerido por João Serpa, tendo Vanda Costa como supervisora 3 Terapêuticas não convencionais Queremos regulamentação! 9 My Clinique há dois anos a cuidar da saúde e beleza dos ribatejanos Agora também é possível efectuar branqueamento de dentes a laser 12

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O MIRANTE | 09 Junho 2010 SOCIEDADE | 1

faz parte integrante da edição n.º 935 deste jornal e não pode ser vendido separadamente

SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE

O MIRANTESaúde 2010

Supl

emen

to

Depressão – a Doença mental da actualidade 15

Lar Golden Haven, envelhecer com dignidade 6

Cancro da mama e reconstrução mamária após mastectomia; uma visão geral 4 Francisco Ribeiro de Carvalho

Cirurgião Plástico

Ambliopia - As crianças devem ser examinadas antes dos três anos 3

Dr. Eduardo Lopes - Oftalmologista

Desmistificando as Doenças Nervosas 10

João Protásio Fialho Médico Psiquiatra

Implantes dentários para uma melhor qualidade de vida 2

Vítor Paulo Baltasar Martins Cardiologista e Arritmologista

Arritmia – o ente desconhecido 8

MesoterapiaTerapêutica antigamas desconhecida 11

Luís Marçal - Médico

Alberto Júnior - Médico dentista

Sandra Silva - Psicóloga Clínica

Carla Ferreira - Geriatra

Metade das associações de doentes tem uma forte e regular actividadeSociólogo João Arriscado Nunes fez levantamento e encontrou uma centena 13

OpiniãoEmpresas

Opinião

Saúde bem-estar e beleza ao alcance de todas as mulheres no Cellulem BlockCentro de estética fica em Torres Novas e é gerido por João Serpa, tendo Vanda Costa como supervisora 3

Terapêuticas não convencionais Queremos regulamentação! 9

My Clinique há dois anos a cuidar da saúde e beleza dos ribatejanosAgora também é possível efectuar branqueamento de dentes a laser 12

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Na prática diária da medicina dentá-ria, é muito comum encontrar pacientes com perda de um ou mais dentes.

A perda de um (ou vários) dente(s) pode acarretar o aparecimento de várias deficiências relacionadas com o sistema estomatognático, responsável pela efi-ciência da mastigação e facilitação da digestão dos alimentos, além da perda da estética e consequente diminuição da auto-estima e auto-confiança.

A falta dos dentes posteriores (molares), que são responsáveis pela mastigação dos alimentos, faz com que o paciente venha a ter uma oclusão de conveniência. Tal se dá com a projec-ção da mandíbula em direcção anterior (para a frente), com o toque de todos os dentes anteriores. Os dentes anteriores (incisivos e caninos) não têm forma ana-tómica apropriada para a mastigação, e seu uso constante promove um des-gaste acentuado no comprimento dos dentes, e um desconforto na Articulação Temporo-Mandibular (ATM). Há então uma compensação do sistema músculo-esquelético, com a tensão de músculos da cabeça e pescoço, causando dores de cabeça e coluna.

Os implantes dentários são pequenos parafusos em titânio, material altamente bio-compatível, que substituem as raízes dos dentes perdidos, e constituem uma mais valia para a reabilitação oral.

Hoje em dia podemos oferecer aos nossos pa-cientes soluções como a colocação de dentes em uma hora (com cirurgia guiada por computador, sem cortes), ou dentes num dia, sem dores nem internamentos, e com baseamento científico comprovado!

A satisfação dos pa-cientes aumenta ainda mais pela recuperação da estética e auto-con-fiança.

Implantes dentários para uma melhor qualidade de vida.

Para os pacientes com maxilar supe-rior totalmente desdentado e com perda óssea acentuada, estão indicados os implantes zigomáticos, que suprimem a necessidade de várias cirurgias para enxertos ósseos, e constituem numa solução comprovada pela sua fiabili-dade.

O paciente deve também sempre exigir que os implantes utilizados em sua cirurgia sejam sempre de marcas com certificação CE, e desconfiar dos implantes sem certificação CE, e, por-tanto, sem garantias válidas.

Para a reabilitação estética de dentes partidos ou que sofreram descoloração por um motivo qualquer, temos há tempos a possibilidade de materiais altamente estéticos, como o zircónio ou alumina, que substituem o metal usado nas metalo-cerâmicas, que por vezes produziam um escurecimento na região da união da corôa com a gengiva.

Estão ainda a decorrer estudos para verificar a viabilidade de implantes den-tários totalmente em zircónio, estando já provada e comprovada a fiabilidade para confecção de dentes e restituição estética.

Este artigo é apenas um pequeno sumário da implantologia actual, o que me leva a recomendar ao leitor que consulte o seu médico dentista, que estará apto a esclarecer quaisquer

dúvidas, e, geralmente, os pacientes têm muitas dúvidas sobre o que é mito ou realidade!

Lembre-se: o seu sorriso expressa os melhores momentos de sua vida!

Portanto, sorria! E viva com melhor qualidade de vida!

Dr. Alberto JúniorMédico dentista

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O cancro da mama é o tumor mais frequente das mulheres. Uma em cada oito mulheres terá um tumor maligno da mama durante a sua vida. Um conjunto de factores de risco, património genético e de acontecimentos da vida pessoal das mulheres, (p.ex. datas da menarca ou menopausa, ter tido ou não filhos, etc.) têm um papel importante no seu aparecimento, cuja discussão contudo não cabe no âmbito deste artigo. O tratamento do cancro da mama, pode ou não implicar cirurgia em associação ou não com outras terapêuticas comple-mentares (quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia, etc.). A cirurgia pode ter várias modalidades que vão desde a mastectomia total (remoção de toda a mama) ou parcial (mastectomia de quadrante, p.ex.), implicar a excisão de mais ou menos pele e com ou sem con-servação do complexo areolo – mamilar. Os gânglios linfáticos da axila também são frequentemente removidos tendo o seu envolvimento na doença significado prognóstico.

O tratamento cirúrgico do cancro da mama quando implica uma mastectomia total, representa para a maioria das mu-lheres um acontecimento devastador. Desde logo condiciona uma mutilação com graves consequências sobre a sua auto imagem, a sua feminilidade e a sua auto estima. Frequentemente é causa de depressão na sequência da vivência de sentimentos, por vezes contraditórios, de perda, de negação, de desolação, raiva, angústia, incerteza e medo quando ao futuro. Os tratamen-tos complementares que geralmente se seguem, como a quimioterapia, implicam nova agressão à sua imagem pela perda, ainda que temporária, do cabelo. Este conjunto de fatalidades têm uma profunda repercussão sobre toda a vida de relação das mulheres mastectomizadas. Quer a nível da sua intimidade e sexualidade, muitas vezes associada a receio de rejeição, de fracasso da relação conjugal, quer da roupa que tem de ser adaptada à deformação corporal ou simplesmente à dificuldade sentida numa ida à praia ou ao ginásio. Um afastamento prolongado do seu trabalho e ocupação profissional é também fonte de sofrimento. Por fim e sempre presente, o receio pela própria

Cancro da mama e reconstrução mamária após mastectomia; uma visão geral

conseguido repor o volume mamário perdido e obtida simetria com o lado oposto, reduzindo a mama contralateral ou noutros casos fazendo uma plastia de aumento, é tempo de pensar na re-construção do mamilo e da aréola. São procedimentos simples mas que fazem a diferença e completam a reconstru-ção. Por exemplo, a aréola, pode ser simulada à custa de uma tatuagem com uma cor semelhante ao outro lado.

Há ainda outras zonas dadoras de tecidos, como por exemplo a região dorsal, utilizando o músculo Grande Dorsal (Fig. 3) ou os tecidos da nádega ou da coxa. O transporte destes tecidos pode ser obtido com recurso a técnicas microcirúrgicas, (DIEP flap ; SGAP flap, etc.) muito sofisticadas e também muito demoradas, (entre oito e dez horas) ofe-recendo a vantagem de não utilizarem os músculos mas apenas os vasos nutriti-vos dos tecidos que se transportam para o tórax. São intervenções só possíveis nalguns hospitais onde haja equipas treinadas em microcirurgia.

Concluindo : A todas as mulheres, in-dependentemente da idade, submetidas a cirurgia ablativa da mama, parcial ou totalmente, na sequencia do diagnóstico de cancro da mama, deve ser oferecida a possibilidade de reconstrução. Não faz sentido, com as técnicas cirúrgicas hoje ao dispor do cirurgião plástico, adapta-das a cada caso em particular, deixar

Reconstrução com Expansor mamário Reconstrução com TRAM flap Reconstrução com Grande Dorsal

vida ameaçada.A reconstrução mamária é assim

parte integrante do tratamento do cancro da mama. É também um direito que assiste às mulheres cuja cirurgia implica a deformação ou a mutilação da mama. Os avanços significativos que nos últimos anos se registaram, quer no diagnóstico precoce, quer no tratamento dos tumores da mama, possibilitam em muitos casos que a cirurgia seja menos agressiva – Cirurgia Conservadora. Também as técnicas de remoção de parte da mama (mastectomia parcial) estão hoje em dia associadas a técnicas de Cirurgia Plástica que possibilitam a remodelação imediata com preservação da forma e simetrização da outra mama quando for caso disso. É a chamada Cirurgia Oncoplástica.

A reconstrução mamária pode ser imediata, se feita logo no mesmo tempo em que o tumor é extraído ou Diferida caso seja feita num tempo cirúrgico pos-terior. O cirurgião plástico tem hoje ao seu dispor um conjunto de técnicas que, quando bem seleccionadas e executa-das, permitem obter resultados muito satisfatórios e gratificantes. Podem ser usados Expansores Mamários, (Fig 1) dispositivos que depois de colocados sob a pele e músculos do tórax, pode-rão ser lentamente preenchidos com soro, criando assim um espaço onde futuramente, depois de removido o expansor, será colocada uma prótese definitiva, recriando assim a forma e a consistência do órgão. Outras vezes podem ser usados tecidos da própria doente- Reconstrução Autóloga, ge-ralmente provenientes da parte inferior do abdómen, aproveitando o facto de aí existir com frequência excesso de tecido. Esta técnica conhecida pela sigla T.R.A.M (Transverse Rectus Ab-domiminis Myocutaneous flap), (Fig. 2) utiliza a circulação do músculo recto do abdómen para transportar os tecidos para o tórax. É uma técnica bastante elaborada, que exige experiência do cirurgião e implica que não haja cica-trizes antigas comprometedoras dos vasos sanguíneos. É também uma técnica que permite obter os melhores e mais naturais resultados. Após se ter

de informar e propor a reconstrução, cabendo à mulher decidir se quer ou não ver a sua mama reconstruída. Uma decisão que será tomada em conjunto com o cirurgião oncologista, o cirurgião plástico, o médico oncologista, a enfer-meira ou psicóloga ligada á senologia e também ouvida a opinião do marido. Pode ajudar na decisão, uma conversa com outras doentes que sofreram mas-tectomia e foram reconstruídas.

A minha experiência pessoal de mui-tos anos ligado a este tipo de cirurgia, permite-me dizer que a reconstrução mamária é talvez das intervenções mais gratificantes da Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, sendo um factor decisivo na recuperação física a psicológica da maioria das doentes, da sua auto estima, contribuindo para superar os efeitos da doença e da terapêutica cirurgia do cancro.

Francisco Ribeiro de CarvalhoCirurgião Plástico

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Ambliopia é a baixa de visão de um dos olhos, ou mais raramente de ambos, sem que o olho afectado mostre qualquer anomalia anatómica. É uma deficiência do desenvolvimento normal do sistema visual ,durante o período de maturação do sistema nervoso central que se estende até aos 7 anos de idade.

Quando a visão deve ser testada?Recomenda-se que as crianças sejam

examinadas antes dos 3 anos de idade. O pediatra ou médico de família deve en-caminhar a criança antes desse período caso identifique algum sinal de alteração ocular: caso exista uma história familiar de estrabismo, catarata congénita ou outra doença ocular da infância.

Como se detecta: quando há uma baixa de visão de um ou dos 2 olhos apesar da correcção com óculos.

Qual a causa?1-Estrabismo; a imagem do olho des-

viado é suprimida para evitar visão dupla. O estrabismo intermitente não ocasiona deficiência grave.

2-Ametropia: erros de refracção (miopia, hipermetropia, astigmatismo) significativos e não corrigidos impedem a formação de uma imagem nítida.

3-Anisometropia: diferenças superio-

res a 2 ,5 dioptrias entre os dois olhos, leva a que se suprima a visão do olho mais ametrópico.

4- Por privação: é ocasionada pela existência de uma barreira à chegada de luz à retina , impedindo a formação de uma imagem bem definida. As causa podem ser na córnea, catarata congénita, ptose palpebral, opacidades no vítreo.

Como tratar?Usar os óculos. E tapando o olho com

maior visão ou alternadamente, caso seja bilateral e tratamentos de ortoptica para estimulação macular.

Deve ser vigiada até aos 10 anos de idade pois pode haver recorrência, caso o erro refractivo não seja acompanhado.

Conclusão : a criança deve ser obser-vada pelo menos com 3 anos de idade.

Após detecção: trabalho árduo para médico oftalmologista, técnico de ortop-tica e dos pais pois sem a colaboração destes na oclusão do olho da criança, esta permanecerá toda a vida com um olho que vê muito pior que outro. Não podendo ter determinadas profissões que o exigem nomeadamente: camionista,piloto de aviação entre outras.

Dr. Eduardo LopesOftalmologista

Ambliopia

O Centro de Estética Cellulem Block de Torres Novas dispõe de quatro gabinetes para tratamentos intensivos e, por outro lado, um “open-space” que funciona como um autêntico ginásio de estética. É neste espaço aberto que as clientes do Cellulem Block se submetem a diversos tratamen-tos de corpo e rosto, normalmente duas vezes por semana (uma hora por dia), tratando de uma forma gradual diversos problemas do corpo como, por exemplo, celulite, gordura localizada, retenção de líquidos ou flacidez. “Trabalhamos o corpo numa óptica de ginástica passiva. As clientes estão sempre deitadas e os aparelhos é que fazem todo o exercício”, elucida Vanda Costa, supervisora do Centro.

Os tratamentos estão disponíveis em duas modalidades: intensiva ou mensal. Antes da cliente iniciar o tratamento é consultada para que lhe seja medido, de uma forma gratuita e sem compro-misso, o seu índice de massa corporal. “Após esta consulta são-lhe explicados os tratamentos que mais se adequam ao seu problema porque cada caso é um caso e nem todas as cliente tem as mesmas necessidades”, aponta Vanda Costa. Nesta consulta, efectuada pelas técnicas do centro, são também ponde-radas as questões de saúde de modo a se conseguir perceber que procedimentos podem ou não ser feitos. Em seguida, é delineado em conjunto um plano de tratamento para o qual as clientes são encaminhadas, de acordo com o decidido, para a modalidade intensiva ou mensal. Nesta última situação, a cada semana é estipulado um tratamento diferente, não sendo descurado o aconselhamento na área da nutrição.

“Por frequentarmos um centro de estética não devemos abdicar da prática de ginástica, ou seja, o que mexe com a parte cardio-respiratória. Pelo menos uma caminhada diária é importante fazer”, aconselha Vanda Costa. A profissional de estética refere que algumas clientes se di-rigem ao Centro exactamente porque têm alguns problemas de saúde e não podem frequentar um ginásio. “Temos uma nu-tricionista que pode dar aconselhamento mensal ou de três em três semanas para que a alimentação também seja regrada

e que se possam ver resultados mais rapidamente”, aponta.

Um dos tratamentos corporais mais procurados é o “Dermo Body”, para elimi-nar a celulite, no qual se utiliza um equi-pamento tecnologicamente avançado que combina uma massagem por sucção e infravermelhos, permitindo resultados visíveis desde as primeiras sessões. Mas a última novidade é a “Ilipo”, uma técnica de lipoaspiração não invasiva, rápida e indolor, para todas as pessoas com problemas de gordura localizada e excesso de peso. Permite a redução e redefinição do contorno corporal, com resultados visíveis a partir da primeira sessão.

No Cellulem Block, gerido por João Serpa, existe também uma vasta oferta de tratamentos estéticos como, por exemplo, manicure, pedicure, depilação a luz pul-sada (permanente), a cera, tratamentos e limpezas de pele.

O centro de estética feminino da Cellulem Block fica na Av. dos Bombeiros Voluntários, Torres Novas e está aberto de segunda a sexta das 9h00 às 21 horas, sem interrupção para almoço e ao sábado das 9h00 às 13horas. Os preços estão sob consulta e dependem do número e tipo de tratamentos escolhidos. Existem tratamentos a partir de 45 euros/mês, pagando-se uma jóia de inscrição de 15 euros, que inclui uma oferta especial para a cliente.

Saúde, bem-estar e beleza ao alcance de todas as mulheres no Cellulem BlockCentro de estética fica em Torres Novas e é gerido por João Serpa

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Silvia lencaStre

FroiSPsicóloga clínica

Terapia Familiar - Avaliação e Exame de PersonalidadeRecuperação Neuropsicológica - Divórcio, Luto, Ansiedade, DepressãoToxicodependência, Hiperactividade - Dessensibilização ao TabacoDistúrbios Alimentares (Obesidade/Anorexia)

Consultório: Praça Sá da Bandeira, nº 22 - 1º SantarémTelf/Fax: 243 325 178 Tm. 918 732 116 - www.psiclinicas.webs.com

A palavra envelhecer, tem inerente uma série de conceitos de carácter forte e negativo, normalmente ligados a doença, solidão e um conjunto de dificuldades adjacentes, e decorrentes da nossa so-ciedade. Numa tentativa efectiva de dar resposta a essas dificuldades, e tendo em conta as necessidades populacionais, o Lar Golden Haven, possui uma equipa multi-disciplinar, que faz uma análise profunda a cada residente, para uma intervenção de excelência. Elabora um diagnóstico preliminar, em conjunto com a família acom-panhante, e constrói um plano individual, composto por diversas vertentes. Uma delas, é a Saúde Física, onde a equipa clínica define os cuidados a ter perante as condicionantes do idoso em questão, que podem ser de diversas ordens. Pode-mos salientar, por exemplo, lesões físicas recentes, ou culminares de percursos de carácter evolutivo como osteoporoses ou artrites reumatóides. Cada situação é analisada individualmente, e a equipa de prestadores de cuidados directos, do Lar Golden Haven, é totalmente inteirada do procedimento a seguir, para um cuidado extremo e totalmente adequado.

A saúde psíquica do indivíduo é outras

das vertentes onde nos centramos com particular atenção, dado o ingresso no Lar ser um processo transitório, de grande alteração à vida do residente. Por outro lado, com o crescente evoluir de doenças de carácter neurológico, como as demên-cias, causadoras de desconforto psíquico importante, torna-se essencial o apoio não só ao idoso, mas também à família, que muitas das vezes encontra dificuldades, constituindo, por conseguinte, uma preo-cupação para a nossa equipa.

A vertente social e de convívio é um outro ponto importante para a faixa etária em questão. É objectivo premente, do Lar Golden Haven, a utilização de estratégias múltiplas e insistentes de socialização, quer intra Lar, quer com outras instituições num intercâmbio, em tudo saudável, para os residentes.

Por último, a vertente dos cuidados pes-soais, com uma análise adequada das ne-cessidades e potencialidades individuais, numa tentativa empenhada e conseguida, de se utilizarem as capacidades ainda existentes no idoso, com vista à motivação e ao envolvimento nas actividades do dia a dia. Nos casos de maiores carências, potenciamos, obviamente, toda a ajuda

lar golden Haven, envelhecer com dignidade

necessária, como sejam a higiene pessoal, a muda da fralda, e muitas outras.

A prioridade do Lar Golden Haven, centra-se pois no residente e no seu bem estar, bem como na resposta adaptada, flexível e responsável, a todos os que procu-rem os nossos serviços. Não esquecendo

nunca, que o processo de envelhecimento não é um problema, mas sim um privilégio, para quem atinge o estádio, e para todos os que acompanham de perto, o decorrer do processo.

Drª Carla FerreiraGeriatra

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NUNO FERREIRAMédico Dentista

Tel: 914 510 340 Arneiro de Tremês

O coração comanda a vida, os nos-sos sentimentos, as nossas alegrias e tristezas. Poderá ser o prenunciador de um desassossego (palpitações) ou de morte súbita. Importa diferenciar as anormalidades do ritmo cardíaco, as ditas arritmias se queremos ter qualidade de vida ou evitar um desfecho fatal.

Uma arritmia é uma anormalidade do ritmo cardíaco. Se a frequência cardíaca for lenta teremos uma bradiarritmia. Se a frequência cardíaca for muito rápida (> 100 batimentos por mn) será uma taquicardia que até poderá ser fisiológica mas também poderá ser maligna. Se houver uma falha ou prolongamento no estímulo eléctrico do coração então teremos um bloqueio. Todas estas situações podem levar ao sofrimento de órgãos como o cérebro, o rim ou os pulmões. Importa diferenciar o que é normal e o que é patológico.

A fibrilhação auricular é a arritmia mais prevalente em Portugal, afectando cerca de 120.000 pessoas em Portugal. Esta não poderá ser neglicenciada dado ser causa directa de grande parte dos acidentes vasculares cerebrais. Está provado que a anticoagulação oral poderá

reduzir em 50% esta terrível situação que tem impacto em termos de qualidade de vida, no número de reformas antecipadas e no agravamento da segurança social. No entanto nem sempre o diagnóstico está feito e nos que sabem ter esta arritmia só 50% estão adequadamente tratados.

A morte súbita em Portugal é respon-sável por 10.000 mortes por ano. Em cerca de 90% dos casos a causa será uma arrit-mia. A desfibrilhação cardíaca será a única maneira de abortar esta morte. A presença de desfibrilhadores semiautomáticos ex-ternos (DAE) em locais públicos é ainda uma miragem e um sinal do nosso atraso cultural. Falta introduzir legislação que obrigue à presença de DAEs nos locais de elevada concentração populacional (ginásios, recintos desportivos, casas de espectáculos, etc) . Aos reanimados de morte súbita e ainda aqueles que tem o diagnósticos de arritmias potencialmente malignas (taquiarritmias ou bradiarrit-mias), temos dispositivos (pacemakers e cardioversores desfibrilhadores implan-táveis), que permitem salvar vidas e dar uma esperança que não seria possível de outra maneira.

Arritmia – o ente desconhecido

Assim é importante conhecer o seu ritmo cardíaco. Os médicos têm o seu pa-pel no aconselhamento e no diagnóstico. Assim se suspeitar que tem arritmia ou se tiver história familiar de morte súbita em idades jovens consulte um cardiologista. A medicina tem que ser obrigatoriamente preventiva. O papel de cada um de nós passa pelo conhecimento de situações clínicas para as quais deve estar alerta de modo a que possa informar o seu médico, para que este possa actuar rapidamente.

Movimentos Nacionais como a Cam-panha “Bate Bate Coração” (www.batebatecoracao.com) e “Salve o seu coração, não o deixe adormecer” (www.mortesubita.com.pt) na qual tenho tido a honra de participar, servem para melhorar

o nosso conhecimento e a nossa cultura mas também são um sinal do nosso de-senvolvimento.

A Clínica do Coração Santarém é um projecto ambicioso em que a competên-cia e a confiança transmitida aos seus frequentadores talvez permita melhorar a consciência da alma ribatejana em relação à problemática cardiovascular. Por isso, lembre-se que a saúde do seu coração deve ser preservada. Sabendo que apenas um trabalho de equipa permite um bom resultado e que a equipa somos todos nós, teremos que ter a consciência que todos somos importantes para este desiderato.

Vítor Paulo Baltasar MartinsCardiologista e Arritmologista -

Clínica do Coração Santarém

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O MIRANTE | 09 Junho 20109

As terapêuticas não convencionais têm sido alvo de muitas críticas na nossa sociedade. Actualmente, tem-se verificado uma maior divulgação deste tema e há mais informação disponível, pelo que há também um aumento da procura. No entanto, ain-da existe muito preconceito e receio em relação a estas terapêuticas. E tal deve-se ao facto de estas medicinas

recorrerem a métodos invulgares e pouco falados.

Segundo a Lei número 43/2003 de 22 de Agosto, capítulo I artigo 2º: “Para efeitos de aplicação da presente lei são reconhecidas como terapêuticas não convencionais as praticadas pela acupunctura, homeopatia, osteopatia, naturopatia, fitoterapia e quiropráxia.”. Assim esta lei só abrange algumas das

medicinas complementares, excluin-do grande parte delas. As medicinas excluídas ficam assim na incógnita, sendo desconhecido o seu papel na sociedade.

Os profissionais de saúde destas medicinas queixam-se da falta de re-gulamentação, pois na ausência desta existem “especialistas” que tiram cursos de fim-de-semana e há muitos

Terapêuticas não convencionaisQueremos regulamentação!

que não utilizam os métodos de higiene mais adequados, pondo em risco a saúde do paciente e do próprio médico.

Concluindo, gostaríamos de alertar para esta situação uma vez que estas medicinas podem realmente melhorar a saúde de muitos de nós, desde que sejam feitas por um verdadeiro profissional de saúde e com as devidas condições.

Cátia Fernandes, Inês Sousa, Joana Calmeiro, Marta Catarino, Patrícia Prates - grupo de Área de Projecto “Medicinas Complementares e Tradicionais”, 12ºCct, Escola Secundária de Forte da Casa

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No âmbito de uma consulta médica de Psiquiatria estão as chamadas Doenças Nervosas que são das perturbações mais comuns entre a população adulta,(e mesmo em menor grau da população

infantil), e que incluem quer as pertur-bações ansiosas quer as depressivas , com sintomas muito variados, tanto psiquicos como físicos.

Assim, pode sentir-se desde dores no

Desmistificando as Doenças Nervosas

corpo e cansaço excessivo sem explica-ção numa doença física, como se podem sentir : tonturas e desequilibrios, dores de cabeça, como ansiedade e angústia em diferentes graus, que pode ir de um mal-estar generalizado relativamente leve, até situações mais graves como fobias e diversos comportamentos de-sajustados. As situações mais graves podem chegar mesmo a ataques de angústia e pânico com sentimento de morte eminente e extrema aflição.

O sentimento de tristeza e angústia sem explicação, ou desproporcional a uma causa com relativa pouca impor-tância, é frequente associada a perda de gosto na vida e mesmo nas actividades em que a pessoa antes tinha prazer e entusiasmo. A pessoa fica assim sem energia, física e psíquica, o que frequen-temente aumenta a probabilidade de aci-dentes diversos. Muitas vezes surgem alterações do sono, quer insonias, com falta de sono, quer com sono excessivo, ambas as situações revelando sono de má qualidade, com pesadelos, sonhos e despertares nocturnos frequentes, com cansaço ao acordar, como se não tivesse dormido.

Estas perturbações e doenças, ex-ceptuando situações muito graves - em que a pessoa não sabe que pode ter ajuda e tratar-se, em que só verá o sui-cidio como solução - normalmente não afectam a vida como em muitas doen-ças médicas, mas afectam sobretudo a qualidade de vida, em que se perde todo o gosto, entusiasmo e energia quer em relaçao ao trabalho como em relação à família e amigos.

Modernamente já existem trata-

mentos eficazes que permitem que as pessoas com este tipo de problemas possam tratar-se, mantendo a sua ac-tividade diária normal, sem sonolência diurna, sem alterar a sua normal activi-dade profissional e pessoal, com uma melhoria notória dos seus sintomas, com recuperação completa da sua qualidade de vida e do seu bem-estar.

Outro tipo importante de perturbações têm que ver com as demências, quer a demência de Alzheimer quer as que surgem com doenças vasculares ou com a doença de Parkinson. Nos últimos anos têm vindo a diagnosticar-se-se mais frequentemente e são característicos os esquecimentos, as perguntas e as conversas repetitivas, o esquecimento fácil das notícias diárias, dos recados, telefonemas, acontecimentos recentes, mas que recordam geralmente memórias muito antigas. Pode também haver deso-rientação espacial, perdendo-se na rua ou até mesmo em casa, esquecendo-se do nome das pessoas ou mesmo do dia e mês em que estão. Pode haver tristeza, insónias, períodos de agressividade com acusações descabidas a pessoas com quem vivem, acusando-os por exemplo de roubos de coisas que eles próprios esqueceram onde puseram.Os sintomas evoluem muitas vezes lentamente, ao longo de anos, havendo contudo trata-mento, que é tanto mais eficaz quanto mais precocemente se inicia, permitindo retardar e deter a evolução da doença, melhorando assim efectivamente a qua-lidade de vida do doente e dos familiares que dele cuidam.

Dr. João Protásio Fialho Médico Psiquiatra

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O MIRANTE | 09 Junho 201011

Desde a década de 50 do século XX que a mesoterapia, técnica criada por um médico francês Dr. Marcel Pistor, baseado no princípio da cirurgia, que se deve atacar a raiz do problema, actuan-do no local da doença. A mesoterapia, conforme o nome indica, baseia-se na actuação na mesoderme.

Assim problemas osteoarticulares tendinosos e musculares podem ser resolvidos dessa forma. A técnica baseia-se na injecção na mesoderme, isto é, na injecção”mesmo debaixo da pele” de substâncias que ajudem a resolver as diversas doenças.

Esta técnica tem muito sucesso, não só no tratamento da dor provocada por doenças, como a nível estético, tratando e corrigindo situações várias, nomea-damente “aquelas cicatrizes salientes e feias” que resultam de operações.

É uma técnica simples, pouco dolo-rosa e eficaz.

ClíniCa Geral:O desmOrOnar de um sO-

nhOQuando em 1985 me integrei na

carreira de clínica geral, já há um ano, desde Abril de 1984, que tinha experi-ência do contacto próximo e afectuoso

com os doentes.Na altura “doentes” que eram tra-

tados como tal que procuravam os cuidados de saúde pedindo ajuda.

Vim para Salvaterra de Magos em 1 de Abril de 1985, dia emblemático, hoje carregado de simbolismo.”O dia das mentiras”. “Agarrei” a responsabilidade de Clínico Geral com toda a energia e ilusão que me transmitiam os meus 28 anos, a mesma idade com que o meu pai, Dr Marçal, se “instalou” como médico, aqui em Salvaterra”.

Fiz projectos, tentei iniciar pesquisas não efectuadas até então – estudo da hipertensão arterial de quatro gerações – que não foi possível efectuar por não ter sido posto à disposição o material necessário e desiludi-me.

A actuação do Ministério da Saúde durante Leonor Beleza, descaracterizou a profissão médica e os cuidados de saúde, passando a “rotular” os médicos de “técnicos de saúde” e os doentes de “utentes”, imbecilidade mantida pelos governos sequentes.

Ao serem descaracterizados os médicos e os doentes, transformou-se a saúde, que deveria ser uma atitude, numa prestação de serviços descarac-

mesoterapia - Terapêutica antiga mas desconhecida

Opinião

terizada, desarrumada e economista.Desta decisão tomada por mente-

captos, instalados em gabinetes, com abdómens proeminentes, de onde ape-nas, e a custo, conseguem ver os seus umbigos, que resultou a frustração de

médicos e “utentes” com a consequente perda de qualidade e que com a fuga dos clínicos maltratados, agravou a perda de acessibilidade dos doentes aos cuidados de saúde.

Dr. Luís Marçal - Médico Clínica Geral

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09 Junho 2010 | O MIRANTE12

Se tem maus hábitos alimentares, não é adepto de exercício físico e se pre-ocupa com a sua imagem, a “My Clinique – Nutrição e Estética” está preparada para o ajudar a mudar. A funcionar desde 2008, a clínica está localizada no Edifício Sca-labis, na avenida do Brasil, em Santarém, e dispõe de um vasto número de serviços destinados a todos os que se preocupam com o seu bem-estar e com a sua ima-gem, independentemente de terem ou não hábitos de vida adequados.

O primeiro passo de todos os clientes que vão à My Clinique é a consulta de nutrição. Na consulta é feita uma ava-liação geral do paciente como hábitos alimentares e historial clínico. Faz-se uma Análise de Composição Corporal e uma Avaliação Metabólica Ortomolecular, - perfil alérgico alimentar, perfil vitamínico, mineralograma, entre outros.

Depois de realizado o diagnóstico o

nutricionista Ricardo Nunes decide qual o programa completo a realizar tratamento adequado a cada cliente. “Ninguém vem à My Clinique sem fazer uma consulta de nutrição. É fundamental para o su-cesso de qualquer programa de regime alimentar. Os tratamentos realizam-se em paralelo com o programa alimentar”, explica Ricardo Nunes a O MIRANTE.

Ultrashape, Myshape Plus, Apollo Radiofrequência Tripolar Vital I e II, En-dermolab / Endermologia, Termasons, Pressoterapia, Drenagem Linfática Ma-nual, Depilação Permanente são alguns dos tratamentos que os clientes da clínica podem usufruir após a primeira consulta de nutrição.

Uma das principais atracções desta clínica é o “Ultrashape”, tecnologia de última geração no combate à gordura localizada. É a técnica aconselhada para vencer os depósitos de gordura que, por mais exercício físico ou dieta equili-

My Clinique há dois anos a cuidar da saúde e beleza dos ribatejanosAgora também é possível efectuarbranqueamento de dentes a laser

brada, teimam em não desaparecer. A tecnologia do Ultrashape é baseada num ultra-som focalizado, patenteado, capaz de actuar selectivamente nas células adiposas, preservando as outras células do organismo. “A eficácia assemelha-se a uma lipoaspiração sem cirurgia, sem anestesia, sem dores e sem tempo de re-cuperação”, explica a Relações Públicas da My Clinique, Ana Cristina Féria.

Segundo Ricardo Nunes, apesar do crescente aumento de clientes do sexo masculino, continuam a ser as mulheres quem mais procura ajuda nesta área. E esta altura do ano também continua a ser

a de maior procura para os tratamentos de estética e consultas de nutrição. “As pessoas têm tendência a preocupar-se quando aparecem os primeiros raios de sol. Depois do Verão esquecem os tra-tamentos. Se o fizessem durante o ano inteiro os resultados seriam bem mais visíveis”, alerta o nutricionista.

A My Clinique dispõe de um novo serviço que é o branqueamento de dentes a laser onde, segundo os responsáveis da clínica, os resultados visíveis são imediatos. Mais informações na página da clínica na internet em www.myclinique.com.pt.

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O MIRANTE | 09 Junho 201013

Existem em Portugal cerca de cem associações de doentes, metade das quais tem “actividade regular intensa”. A informação é do sociólogo João Arris-cado Nunes, responsável pelo projecto “Associações Europeias de Doentes na Sociedade do Conhecimento”, que é apoiado pela Comissão Europeia.

Ao contrário do que acontece nou-tros países europeus, como França, em que existe uma lei sobre a constituição de associações e onde existe uma lista pública destas entidades, Portugal não tem esse registo. Um dos trabalhos do projecto foi justamente criar uma base de dados sobre o número de associações de doentes em Portugal, através de pesquisas na Internet, listas telefónicas, imprensa e contactos com associações.

“Estimamos que exista uma cen-tena de associações de doentes em Portugal. Cerca de metade tem uma actividade regular, intensa e publica-mente visível”, disse o sociólogo à agência Lusa.

O papel destas associações tem vindo a crescer em Portugal e, segundo Arriscado Nunes, estão a “ser dados passos no sentido de reconhecer, de maneira formal, as associações como

parceiros importantes, como acontece noutros países”.

“Começam a ser cada vez mais in-terlocutores importantes dos médicos, de investigadores e do Estado”, disse, acrescentando: “Tentam dialogar com o Ministério da Saúde para assegurar certos tipos de direitos para os seus membros”.

Nalguns casos desempenham “um conjunto de novas práticas e novas funções que não existiam dentro do Serviço Nacional de Saúde” devido a um “conhecimento mais directo e mais íntimo” da doença.

“Isto não quer dizer que os serviços de saúde sejam ineficazes, significa que há certas funções que não têm condições para desenvolver. Por isso, é muito importante esta colaboração”, adiantou.

As associações de doentes são normalmente constituídas por doen-tes, familiares ou cuidadores e têm várias mis-sões, como garantir a circulação de informa-ção sobre a doença

entre os seus membros. “Podem ser organizações de entreajuda e terem algum tipo de envolvimento com in-vestigação biomédica, como contribuir para o financiamento da investigação ou os seus membros serem voluntá-rios para ensaios clínicos”, explicou. Permitem ainda disponibilizar recursos aos doentes.

Quanto à relação destas associa-ções com a indústria farmacêutica, o sociólogo diz que, em Portugal, como noutros países, é muito variada. “É uma situação que não é fácil de gerir, exige muita negociação e uma certa capacidade para manter os termos da parceria”, admitiu.

Existem outros casos em que as associações recusam qualquer tipo de relação com os laboratórios e outros em que as associações foram promovidas pela indústria, “mas não é o grosso das associações”, acrescentou.

Metade das associações de doentes tem intensa actividade regularSociólogo João Arriscado Nunes fez levantamento e encontrou uma centena

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09 Junho 2010 | O MIRANTE14 | SOCIEDADE 14

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Um grupo de investigadores da Fa-culdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) demonstrou que os pacientes com doenças neuromuscula-res podem viajar de avião sem precisar de oxigénio suplementar desde que correctamente ventilados.

A demonstração foi feita em dois voos do Porto para Barcelona de dois pacientes com doença neuromuscular que “receberam ar por meio de ventila-ção não-invasiva contínua, através de uma peça bucal ou de uma máscara nasal, durante todo o voo”.

“Até agora nunca se tinha monito-rizado a respiração durante o vôo em doentes com insuficiência respiratória de origem neuromuscular, pelo que poder-se-ia pensar que seria necessário oxigénio suplementar também neste contexto”, afirma o autor do estudo, João Carlos Winck. No entanto, a equipa de investigação do Serviço de Pneumolo-gia da FMUP concluiu que “apenas a ventilação nasal e não o oxigénio pode normalizar a hipoventilação”.

Os dois doentes submetidos a este teste, uma mulher de 36 anos com miopatia mitocondrial e um homem tetraplégico de 50 anos, revelaram durante os voos “perfis de saturação de oxigénio iguais aos de indivíduos saudáveis”, não apresen-tando qualquer descon-forto respiratório.

“A viagem foi cuida-dosamente preparada por uma equipa (um médico, um enfermeiro e um fisioterapeuta), tendo sido autorizada pela com-panhia aérea a utilização de monitores, ventilado-res, bem como um kit de suporte avançado de vida”, salienta a FMUP. O

Doentes neuromusculares podem viajar de avião sem oxigénio suplementarAté agora nunca se tinha monitorizado a respiração daqueles doentes durante o voo

estudo foi publicado na “segunda revista científica mais importante na área da medicina respiratória em todo o mundo, a ‘Thorax’”, refere a mesma fonte.

Contactado pela agência Lusa, João Carlos Winck realçou que este estudo “foi uma estreia mundial”, pelo que as companhias aéreas terão agora menos argumentos para “banir” dos seus voos

os doentes neuromuscu-lares.

“As companhias aére-as vão ter de se confrontar com estas pessoas, que têm direito de viajar de avião”, frisou o investiga-dor, notando que foram utilizados nestas experi-

ências equipamentos médicos que “a legislação já autoriza”.

João Carlos Winck recomendou que os fabricantes de aviões passem a co-locar tomadas de electricidade também nas áreas reservadas à classe eco-nómica/turística, para que os doentes neuromusculares não precisem de levar no avião muitas baterias para recarregar os ventiladores.

Os dois doentes submetidos a este teste, uma mulher de 36 anos com miopatia mitocondrial e um homem tetraplégico de 50 anos, revelaram durante os voos “perfis de saturação de oxigénio iguais aos de indivíduos saudáveis”, não apresentando qualquer desconforto respiratório

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O MIRANTE | 09 Junho 2010 SOCIEDADE | 15 15

Depressão é um termo vulgarmente utilizado na actualidade, geralmente em momentos em que nos sentimos mais tristes. No entanto depressão e tristeza não querem dizer a mesma coisa. A tristeza é um sentimento adaptativo que resulta de acontecimentos que são percepcionados como menos bons, a depressão será o extremo desta tristeza, prolongando-se por mais tempo e com sintomas mais intensos. A depressão pode resultar de problemas que nos surgem, tais como uma doença, um luto, preocupações financeiras ou problemas familiares, entre outros, que nem sempre conseguimos identificar e nos poderá levar a deprimir.

A depressão é das doenças psíquicas mais frequentes e pode surgir em várias fases da vida. Os factores que tornam uma pessoa mais vulnerável a desenvolver uma depressão são diversos e importa estar atento às suas manifestações. Assim, alguns destes factores poderão ser: fraca auto-estima; fraca tolerância à frustração; falta de controlo sobre o meio e uma interpretação errónea da realidade envolvente.

Uma das consequências mais carac-terísticas da depressão é a inactividade resultante da falta de vontade e de inte-resse pelo meio em que se vive. É muito provável que a pessoa deprimida deixe de praticar actividades que anteriormente lhe eram agradáveis e satisfatórias. Talvez não tenha vontade de ler, de ir ao cinema, de praticar desporto. Em suma, não faz nada daquilo que lhe dá prazer. Só pensa em si própria e no seu mal-estar. Como está triste, recorda coisas tristes, o que

a entristece ainda mais. Como não faz actividades prazerosas, não tem oca-sião de demonstrar as suas habilidades, sentindo-se ainda mais ineficaz. Como está centrada em si própria, não percebe que os outros também têm dificuldades, mas que tentam vencê-las.

As pessoas deprimidas lamentam-se com frequência. Pouco a pouco, o seu círculo de amizades vai-se reduzindo, seja porque lhes apetece sair menos, como também porque sempre que estão com alguém falam das suas mágoas e dificuldades, transmitindo uma imagem de total pessimismo. No início os amigos dão-lhe atenção, o que ajuda a manter o estado depressivo. Mas pouco a pouco vão-se confrontar com a realidade da própria pessoa e, evitam encontrar-se com ela ou combinar um encontro. A pessoa deprimida vê assim confirmada a sua convicção de que não interessa a ninguém, sem perceber como o seu comportamento pode ter contribuído para criar esta situação.

Por outro lado, estarmos tristes leva-nos a recordar os piores momentos do passado, centrando a nossa atenção nos aspectos negativos e deixando de lado os positivos. Deste modo fortalecemos uma ideia de desespero e pessimismo acerca do presente e do futuro.

Quando estamos tristes de maneira mais ou menos consciente fazemos coisas que nos entristecem ainda mais. Assim, quando estamos melancólicos, temos tendência para ouvir canções tristes.

Quando a depressão se torna de tal modo grave que a pessoa se sente incapaz de lidar com o dia-a-dia como

Depressão – a Doença mental da actualidade

costumava e nem sequer encontra razões para continuar a viver, torna-se necessário pedir ajuda. A depressão é uma doença e é absolutamente necessário tratá-la. Não se trata de um sinal de fraqueza, pois mesmo as personalidades mais fortes podem passar por ela.

Assim, recorrer a apoio psicológico

é o primeiro passo para ultrapassar esta problemática que afecta não só a própria pessoa como todos os que a rodeiam, procurando fortalecer o bem-estar físico e psicológico e a qualidade de vida no meio social que envolve o indivíduo.

Sandra SilvaPsicóloga Clínica

Opinião

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09 Junho 2010 | O MIRANTE16 | SOCIEDADE 16