Suplemento "Semana da Escola"

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“Educação em Portugal: que futuro?” - Palestra proferida pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa no dia 3 de abril. EDITORIAL Escola Sec. de Fonseca Benevides: desde 1914. Aos alunos. Tantos anos tem cem anos! Temos a idade do Charlot e da Billie Holiday, do Tarzan e da IMB, do soutien e do fecho-éclair, dos primeiros semá- foros e talheres em aço inoxidável. Temos a idade da descoberta do pro- tão. Cabe tanto tempo em cem anos! Nascemos em tempos de guerra, de chumbo e sofrimento. Por essa altu- ra, em Santos, nosso berço, ainda se misturavam, na rua, os pregões de peixeiras, aguadeiros e ardinas com o mugir das vacas e das cabras. Con- segues imaginar? Tantos anos tem cem anos! De que falamos? Falamos da memória. O tempo, ao passar sobre as coisas, deixa lá um bocadinho das vidas que um dia se cruzaram com elas e que o pó dos anos não apagará, apenas tornará menos visível. Ao escolheres ligar-te a esta Escola, passaste a in- tegrar a sua memória, uma memória feita de gente, de lugares, de sonhos, de cumplicidades e descobertas. E isso dá-te alguma responsabilidade, porque és tu que constróis, com o que fazes, a forma como a Escola um dia te recordará. Fazes parte deste lugar, como ele fará, para sempre, parte de ti. Um dia, cumprida esta etapa da tua vida, quando fechares as portas da Escola e te fizeres ao caminho, há-de chegar o tempo em que olharás para trás, para o que ficou do outro lado das portas e, afectuosamente, dirás: “A minha velha Escola”. Sentirás, en- tão, que não fechaste completamente essas portas — acredita: ninguém fecha… Olhando para trás, estarás, no fundo, a olhar para dentro de ti, para o que fica daquilo que passou, e então, finalmente reconciliado com o essencial, irás reconhecer que, prova- velmente, os “tempos da escola” fo- ram alguns dos melhores anos da tua vida: os verdes anos… Partirás com as aves, migrarás, mas não esquece- rás, porque ninguém se esquece de si pelo caminho. Amamos nas coisas aquilo que através delas recordamos: as pessoas com quem as partilhámos, os momentos em que isso aconteceu. O melhor das coisas são os afetos que lá estão, aquilo que não passa com os anos que passam. Graças à memória, nunca estamos sós. Cada um é uma sala cheia de gente, e alguns dos que moram nesse lugar fora do tempo são os amigos dos “tempos da escola”. Muitos, já não encontram a Escola no sítio onde a deixaram: ela mudou de lugar, mudou de casa. Contudo, se procurarem bem vão encontrá-la como a deixaram: chama-se a isso “identidade” e “respeito”. Chama- -se a isso “memória”, porque não há identidade sem respeito pela memó- ria. São como um cais as escolas, um cais feito de esperança e, às vezes, de saudade. Um lugar de chegadas e par- tidas, e de onde, alguns, de tanto lá re- gressarem nos caminhos do afeto e do pensamento, nunca verdadeiramente chegam a partir. Na memória da Es- cola, antiga e rica, cabe tudo isso, ca- bemos todos, cabe o que ela foi, o que não foi, o que poderia ter sido... Cabe tanto tempo em cem anos! Há, no entanto, um fio de possibilida- de de não seres habitado pela maio- ria dos sentimentos referidos. Para alguns, nos “tempos da escola” não se colhem só memórias felizes. Eles são também um lugar sombrio aonde não se quer regressar. Às vezes, é a própria escola que falha no seu com- promisso de inclusão. Se essa foi a tua experiência, aguardamos por ti, como cidadão, mãe ou pai, para nos ajuda- res a tornar a escola um lugar melhor do que aquele que encontraste. Redação e Coordenação Editorial: 2.º Departamento

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“Educação em Portugal: que futuro?” - Palestra proferida pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa no dia 3 de abril.

EDITORIALEscola Sec. de Fonseca Benevides: desde 1914.Aos alunos.Tantos anos tem cem anos! Temos a idade do Charlot e da Billie Holiday, do Tarzan e da IMB, do soutien e do fecho-éclair, dos primeiros semá-foros e talheres em aço inoxidável. Temos a idade da descoberta do pro-tão. Cabe tanto tempo em cem anos! Nascemos em tempos de guerra, de chumbo e sofrimento. Por essa altu-ra, em Santos, nosso berço, ainda se misturavam, na rua, os pregões de peixeiras, aguadeiros e ardinas com o mugir das vacas e das cabras. Con-segues imaginar? Tantos anos tem cem anos! De que falamos? Falamos da memória.O tempo, ao passar sobre as coisas, deixa lá um bocadinho das vidas que um dia se cruzaram com elas e que o pó dos anos não apagará, apenas tornará menos visível. Ao escolheres ligar-te a esta Escola, passaste a in-tegrar a sua memória, uma memória feita de gente, de lugares, de sonhos, de cumplicidades e descobertas. E isso dá-te alguma responsabilidade, porque és tu que constróis, com o que fazes, a forma como a Escola um dia te recordará. Fazes parte deste lugar, como ele fará, para sempre, parte de ti. Um dia, cumprida esta etapa da tua vida, quando fechares as portas da Escola e te fizeres ao caminho, há-de chegar o tempo em que olharás para trás, para o que ficou do outro lado das portas e, afectuosamente, dirás: “A minha velha Escola”. Sentirás, en-tão, que não fechaste completamente essas portas — acredita: ninguém fecha… Olhando para trás, estarás, no fundo, a olhar para dentro de ti, para o que fica daquilo que passou, e

então, finalmente reconciliado com o essencial, irás reconhecer que, prova-velmente, os “tempos da escola” fo-ram alguns dos melhores anos da tua vida: os verdes anos… Partirás com as aves, migrarás, mas não esquece-rás, porque ninguém se esquece de si pelo caminho. Amamos nas coisas aquilo que através delas recordamos: as pessoas com quem as partilhámos, os momentos em que isso aconteceu. O melhor das coisas são os afetos que lá estão, aquilo que não passa com os anos que passam. Graças à memória, nunca estamos sós. Cada um é uma sala cheia de gente, e alguns dos que moram nesse lugar fora do tempo são os amigos dos “tempos da escola”. Muitos, já não encontram a Escola no sítio onde a deixaram: ela mudou de lugar, mudou de casa. Contudo, se procurarem bem vão encontrá-la como a deixaram: chama-se a isso “identidade” e “respeito”. Chama--se a isso “memória”, porque não há identidade sem respeito pela memó-ria. São como um cais as escolas, um cais feito de esperança e, às vezes, de

saudade. Um lugar de chegadas e par-tidas, e de onde, alguns, de tanto lá re-gressarem nos caminhos do afeto e do pensamento, nunca verdadeiramente chegam a partir. Na memória da Es-cola, antiga e rica, cabe tudo isso, ca-bemos todos, cabe o que ela foi, o que não foi, o que poderia ter sido... Cabe tanto tempo em cem anos!Há, no entanto, um fio de possibilida-de de não seres habitado pela maio-ria dos sentimentos referidos. Para alguns, nos “tempos da escola” não se colhem só memórias felizes. Eles são também um lugar sombrio aonde não se quer regressar. Às vezes, é a própria escola que falha no seu com-promisso de inclusão. Se essa foi a tua experiência, aguardamos por ti, como cidadão, mãe ou pai, para nos ajuda-res a tornar a escola um lugar melhor do que aquele que encontraste.

Redação e Coordenação Editorial:2.º Departamento

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Com olhar sorridente e uma boa disposição contagiante, a presença do professor Marcelo Rebelo de Sousa não passou despercebida a ninguém que esteve na escola no dia três de abril, a partir das 14 horas.

Quando entrou, os sorrisos e os cumprimentos multiplicaram-se. A todos os que encontrou – alunos, funcionários, professores – o Professor Marcelo deu uma atenção especial.

Acompanhado pelo Diretor da Escola, professor João Santos, e o Sub-Diretor da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, Drº João Passarinho, o nosso convidado de honra visitou os laboratórios e

interagiu com todos os presentes. A atenção a tudo o que era visto e mostrado foi notória ao longo de toda a visita. Os nossos alunos mostraram o que de melhor fazem nas aulas. O Professor Marcelo observou e comentou.

De seguida, a entrada na Biblioteca. Foi este o local escolhido para a palestra do nosso ilustre convidado. Afinal é uma pessoa que adora ler e, por isso, esteve confortavelmente no seu meio.

MARCELO REBELO DE SOUSA NAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO

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A audiência esteve cheia, com representantes do Ministério da Educação, Professores (desta e das escolas vizinhas), Alunos, Funcionários…

Do Ensino a Distância dois alunos seguiram a palestra, por Videoconferência, Um no Dubai, outro em Aveiro. As alunas da Ajuda de Mãe também estiveram representadas pelas finalistas do 12.º ano.

O Professor inicia a sua intervenção/conversa “Educação em Portugal: que futuro?” colocando-se de pé. Os presentes seguiam atentamente o que escutavam de um comunicador nato, que envolve e cativa multidões.

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Questões que o nosso sistema de ensino atravessa, as alterações sentidas ao longo destes últimos anos, a realidade que atormenta as escolas públicas na atual situação do País, a situação dos professores… do ensino em geral foram abordadas de uma forma envolvente, interessante e cativante.

O ambiente de agradável conversa continuou visível no momento das perguntas ao Professor Marcelo.

As questões dos alunos do Ensino a Distância mereceram sorrisos dos presentes: “Como consegue ler tantos livros?”; “Se não tivesse sido professor de direito que outra profissão gostaria de ter?”.

A estas, como a todas que se seguiram, o Professor teve sempre uma resposta pronta, envolvente e, não raros foram os momentos, em que os risos invadiram o espaço acolhedor da biblioteca, apesar de muito sérias e pertinentes todas as questões que foram colocadas relacionadas com o sistema de ensino e a educação em Portugal.

E como o relógio não pará, e há momentos em que parece andar rápido demais, o tempo pareceu voar e, findas três horas de agradável convívio o Professor teve de terminar. Uma aula de direito esperava-o. Mas antes, aqui na nossa escola, na Biblioteca, e sob o olhar atento de todos, já havia dado uma majestosa aula.

Redação: Patrícia Alves (Prof. História)Imagens: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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EDUCAÇÃO FÍSICAAs actividades da semana da escola tiveram o seu iní-cio na segunda-feira, da parte da manhã. Porém, a ma-nhã começou chuvosa e a chuva manteve-se ao longo do dia.Estava prevista a realização de dois torneios de futsal, um feminino e outro masculino. O torneio masculino realizar-se-ia no campo descoberto, se a chuva o per-mitisse e, de facto, ainda teve início o jogo entre as turmas 11.PD e a turma 10.PI, mas as condições clima-téricas obrigaram à sua interrupção.

No pavilhão coberto, o torneio feminino começou pouco depois das dez horas. Defrontaram-se quatro equipas, uma composta por alunas da turma 9.1, outra por alunas da turma 9.2, reforçada com uma aluna do 10.PQ, uma terceira composta por alunas das turmas 10.PQ, 11.PD e 12.PD e finalmente a equipa da turma 11.PQ.

Chegaram à final as duas últimas equipas.O jogo foi muito disputado, chegando-se ao fim do tempo regula-mentar com o resultado empatado a zero.Para o desempate, procedeu-se à marcação de grandes penalidades, tendo o resultado final ficado em dois a zero, favorável à turma constituída pelas alunas do 10.PQ, 11.PD e 12.PD.Após o jogo, a GAZETA entrevistou um elemento de cada equipa.

A Tatiana, da equipa que não chegou à final, disse:“-Achei que a equipa que ganhou mereceu ganhar. Jo-garam bem.”A Milena, da equipa da turma 9.2, também considerou que “foi um jogo muito bom”.Quanto à Marlene, capitã da equipa vencedora do tor-neio, disse:“-Achei que o torneio correu bem. Deu para conhecer

mais pessoas.”.Quanto ao jogo referiu:“-Ganhámos, fiquei feliz. A outra equipa praticou um futebol agressivo, mas conseguimos, nos penaltis, ga-nhar o torneio.”A GAZETA conseguiu alguns instantâneos da forma como o jogo foi disputado.

Redação e imagem: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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NO GINÁSIO DA ESCOLANa quarta-feira, da parte da manhã, pelas dez e meia, o grupo de educação física apresentou duas actividades no Ginásio da escola.Iniciaram com uma demonstração de ginástica. Pudemos assistir a exercícios de ginástica de solo, ginástica acrobática e mini-trampolim.

Participaram nesta demonstração dez alunos de turmas do nono ano do ensino básico e do décimo e décimo primeiro ano do ensino secundário.Seguidamente, pudemos ver Ariana Santos, atleta de Muay Thai do Clube DinamiteTeam, que recentemente se sagrou campeã do mundo na Tailândia, numa demonstração daquela modalidade.

A atleta, nas demonstrações de coreografias de entrada e de sequências de combate, fez-se acompanhar de alunos dos oitavo e nono anos que também fazem parte do DinamiteTeam.

Já próximo do final, convidaram alunos do público para experimentarem a modalidade.Os atletas concluiram a demonstração com um pouco de sparring.

Redação e imagem: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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PARA ALÉM DOS OLHOSO exercício de uma cidadania ativa e verdadeiramente democrática reivindica cidadãos cada vez mais infor-mados e participativos, para que possam transformar--se, paulatinamente, em construtores de um mundo onde a justiça, a humanidade, a liberdade e a solidarie-dade devem estar cada vez mais presentes.

Num momento híbrido, em que todas as mutações profundas nos transportam para um outro conceito de Biblioteca, cujas fronteiras físicas foram substituídas

por um espaço de atuação cada vez mais amplo e ver-dadeiramente ilimitado, é preciso desenvolver um tra-balho colaborativo, apto a lançar metas desafiantes de abertura ao mundo, criando mais e mais valor em prol do crescimento cognitivo, cívico e educativo da nossa comunidade escolar.

Em plena celebração do centenário, urge que se reflita “ e outra vez conquistemos a distância”, muito “para além dos olhos…”

Redação: Maria João (Prof. Francês)Imagens: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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Mário Carvalho, antigo estudante da Escola Secundária, na altura Industrial, de Fonseca Benevides e membro fundador (na 1ª AE não era da Direção mas do Conselho fiscal) da primeira Associação de Estudantes da escola. Munido de um fenomenal arquivo documental, Mário aceitou fazer a entrevista para a Gazeta da Fonseca. Mais do que entrevista… uma conversa interessante, surpreendente e espantosa.

Gazeta da Fonseca (GF): Boa tarde Mário. Em que ano entrou na Escola industrial de Fonseca Benevides?Mário Carvalho (MC): Corria o ano de 1973. Entrei para o Curso Geral de Eletricidade.GF: Existiam muitos cursos na escola nessa altura?MC: Bom, antes de mais convém fazer um esclarecimento. Quando eu entrei a escola estava dividida: por um lado, a sede que era aqui em Alcântara onde funcionavam o Curso Geral de Eletricidade e o Curso Complementar de Radiotécnia e, por um lado, existia a secção de Santos onde funcionavam o Curso Geral de Química e o Complementar de Química.GF: Quando entrou a escola tinha muitos alunos?MC: Quando entrei, em 1973, existiam muitos alunos nos diferentes cursos. Não sei precisar o número exato mas a escola tinha muitas turmas nos diferentes cursos e anos, estimo que andasse pelos 700/800 alunos.GF: Em 1973 a escola tinha Associação de Estudantes?MC: Não, não existia. Havia sim uma organização feita por alunos que era a RTJ (Rádio Televisão Juvenil) onde eram organizados e produzidos programas em direto de televisão. Lembrou-me que existia um estúdio com equipamento, como câmaras, que penso serem cedidas pela RTP. No fundo, o que se aprendiam nas aulas colocava-se em prática na RTJ. Dizia-se, na época, que esta seria a única escola do País que tinha um circuito interno de televisão com produção própria.GF: E A Associação de Estudantes? Quando surgiu?MC: A primeira na nossa escola só surgiu no ano letivo de 1976/77 embora depois do 25 de abril de 74 tivesse existido muita atividade associativa com reuniões gerais de alunos (RGA) e de escola (RGE), as últimas incluíam também os professores e funcionários.

ENTREVISTA A MÁRIO CARVALHO

GF: Pode descrever o ambiente em que apareceu a Associação de Estudantes?MC: Em 1976, um grupo de alunos (cerca de dez pessoas onde eu me incluo) teve um papel ativo na constituição de uma associação que viesse a conferir uma estrutura própria e oficial dos alunos. Até então atrevo-me a dizer que existia uma certa anarquia, isto é, as ideias dos estudantes acabavam por cair no vazio porque não existia a tal organização estruturada que fizesse chegar as ideias dos estudantes ao Conselho Diretivo, ao Ministério e nos representasse junto no movimento associativo a nível nacional.GF: Como decorreu a campanha eleitoral?MC: Apresentaram-se três listas. A vencedora foi a lista onde eu concorri, a lista A.

GF: O que diferenciou a vossa lista das restantes?MC: Penso que a nossa lista conseguiu manter-se à parte da luta partidária que se fazia sentir no seio da escola. Na altura, a escola tinha uma particularidade: os pais eram, na sua maioria, operários e, por isso mesmo, mais sensíveis para determinadas reivindicações que depois os próprios filhos traziam para a escola. Ora, a lista A conseguir agregar várias sensibilidades: desde os muitos alunos retornados que a escola recebeu (foi uma época em que muitos portugueses regressaram das ex-colónias em África), alunos da Casa Pia e restante população.

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GF: A vossa lista tinha objetivos muito definidos no seu programa?MC (retira do seu dossiê o programa da Lista A de 1976/77. Folheia-o atentamente à medida que responde): Bom, antes de mais não nos podemos esquecer de que época estamos a falar. Foi logo o período a seguir ao 25 de abril! Veja-se o nosso slogan “Estudante são lado do Povo por um ensino Popular”. Isto é bem elucidativo do que se vivia na escola.

GF: Portanto, o vosso propósito era, de certa forma, revolucionário….MC: O que nós tentámos fazer foi ligar a luta própria dos estudantes, às reivindicações dos professores e empregados e à luta da restante população para que o ensino servisse o ensino e a democracia popular. Posso fazer uma síntese do que defendíamos na Associação de estudantes. Por exemplo, alteração do regime de faltas que na maior parte dos casos tinha como finalidade excluir o aluno, enquanto que nós defendíamos o seu carácter pedagogico; alteração do sistema de avaliação (nós defendíamos uma avaliação formativa e contínua e não apenas uma avaliação baseada na realização de um teste), defesa de novos programas curriculares mais próximos da realidade, ligados à pratica e não apenas centrado na teoria, fim do ano propedêutico…e do serviço cívico.GF: Os alunos eram muitos?MC: Muitos alunos e poucos professores. Lembro-me que alguns alunos (que frequentavam o ensino superior) ainda sem terminarem os cursos já davam aulas. Passavam-se semana e semanas, até períodos inteiros sem professores e isto não acontecia apenas na Fonseca Benevides. Era a realidade de todo o país.GF: E os programas mudaram?MC: Sim foram sendo alterados e lembro-me que isto levou ao surgimento da secção de folhas. Aqui os alunos colaboravam com os professores na elaboração de compêndios e sebentas de estudo. Algumas sebentas lançadas pelo Ministério foram feitas por alguns professores da Fonseca.GF: Portanto, nos anos em que esteve na direção da Associação de Estudantes, a intervenção da própria Associação era notória?

MC: Isso caberá aos colegas da altura avaliar, mas penso que sim. Erámos uma Associação de Estudantes muito ligada às Associações de Estudantes do Ensino Superior. Participámos activamente na constituição da UNEP (União Nacional dos Estudantes Portugueses) lembrou-me que chegámos a ir a reuniões a Coimbra! Também é de referir a forte ligação que tínhamos com associações do secundário, nomeadamente com a AE do então Liceu D. João de Castro.GF: Lembra-se se a escola era bem equipada?MC: Posso responder apenas pela sede, aqui em Alcântara. Sim era bem equipada. Tinha boas oficinas de serralharia, eletricidade, laboratórios de electrónica, até um radar…… O mesmo já não posso dizer relativamente às condições no ginásio, mais concretamente a falta de balneário das raparigas (o número de raparigas na escola era muito reduzido na altura cresceu apenas com o “ensino unificado”) e a cantina… havia muitas reclamações quanto à quantidade e qualidade da comida.GF: E jornal? Não existia?MC: Existia mas era o jornal da Associação. Chamava-se “Alerta”. (Mostra a primeira edição do Jornal). Repare, todo ele escrito à máquina. Dava imenso trabalho. A primeira edição foi gratuita mas a 2.ª custou dois escudos! O Alerta era um jornal essencialmente com preocupações de carácter político/reivindicativo e também um elo entre os estudantes da escola, dava ainda noticias das outras escolas.Mais tarde, no ano seguinte em que saí da escola, em 1980, o Alerta foi substituído pelo “Debate” mas os tempos já eram

outros e o conteúdo também mudou. Nessa altura a escola deixou de se chamar industrial e passou a “Secundária”.GF: O que pensa do jornal da escola “Gazeta da Fonseca”?MC (olha atentamente para a 2.ª edição do jornal): Tive a oportunidade de ler a 1.ª edição e gostei muito. Lerei com igual atenção também este. Longe vão os tempos do Alerta. A Gazeta da Fonseca é um jornal da escola redigido essencialmente pelos professores (penso eu). Penso que agora o principal objetivo é divulgar a escola e o que nela se faz o que acho muito bem, a AE de agora não tem jornal pois não?

Redação: Patrícia Alves (Prof. História)Imagem: João Gonçalves (Prof. De História)

Nota: os documentos informativos da época foram fornecidos à Gazeta pelo entrevistado.

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A ESCOLA ABRE OS SEUS LABORATÓRIOS

Na quarta-feira, recebemos a visita de alunos de outras escolas. Estas visitas ocorrem todos os anos, no decurso da semana da escola. Este ano, dada a celebração do centenário da Fonseca Benevides, proporcionámos a um maior número de alunos das escolas envolventes a possibilidade de conhecer as nossas bem equipadas instalações, salas e laboratórios.

Tivemos um transporte ao serviço da escola, o que permitiu a alunos de outros estabelecimentos de ensino, uma visita cómoda e rápida.

As nossas instalações foram visitadas por alunos das escolas básicas Francisco Arruda, Marquesa de Alorna e Paula Vicente, das escolas secundárias José Gomes Ferreira e Josefa de Óbidos, do Colégio do Bom Sucesso e do externato Educação Popular.Cerca de trezentos jovens tiveram a oportunidade de contactar com os trabalhos dos nossos alunos em

áreas tão díspares como a química, a eletrónica, a informática, a biologia e as energias renováveis.

Num dos laboratórios foram apresentadas actividades resultantes de um protocolo no âmbito do Projecto Ciência Viva, denominado “A ciência anda no ar”, e orientadas por professores do ISEL e da nossa escola.Ainda na área da química, a análise química, a cosmética e a química divertida foram domínios em que os visitantes puderam contactar com muitos trabalhos.

A biologia apresentou actividades relacionadas com as leveduras e a panificação, a identidade genética, a microbiologia e o papel dos pigmentos na coloração predominante nas cores das estações do ano.

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No domínio das energias renováveis estavam expostos sistemas de educação tecnológica e demonstrações de sistemas ligados às energias renováveis, nomeadamente painéis térmicos e fotovoltaicos.

A informática tinha nos seus laboratórios computadores em funcionamento com vista à ilustração dos

sistemas operativos, demonstrações de robótica e de reconhecimento de fala.

A manutenção e reparação de computadores também teve o seu lugar, integrada no programa “O seu computador tem problemas?”.A electrónica apresentou demonstrações no domínio

dos automatismos e do controle, da iluminação, das telecomunicações, das instalações eléctricas, e da robótica.

Os alunos do ensino nocturno, da turma 3NQ, de química apresentaram demonstrações, por exemplo, da medição de pH, da densidade da água do mar e da extracção do azeite.

Redação e imagem: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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UM OLHAR SOBRE O CÉUNa terça-feira, de manhã teve lugar uma conferência do professor Hélio Costa, subordinada ao tema “Um olhar sobre o céu”.

A sua conferência foi precedida da leitura, feita por duas alunas da escola, de dois poemas seus. Os po-emas que as alunas leram já se encontram no blog da escola, “Para além dos olhos…”.

Na sua exposição o professor Hélio referiu-se aos dois “olhares” com que o homem tem visto o céu. “Olhar o céu nos olhos das crianças” foi o seu ponto de par-tida para a explicação do olhar não sistemático sobre o universo.Seguidamente, abordou as visões mais metódicas e científicas do céu, utilizando para estas a expressão

“olhar sistemático”.Aqui, realizou uma viagem no tempo, tendo feito três “paragens” na história da ciência. A primeira paragem

fê-lo debruçar-se sobre as mitologias egípcias e chine-sas, para, logo de seguida, se deter no século XVII. Neste ponto, abordou os trabalhos de Tycho Brahé e de Galileu.Do século XVII, “saltou” para o século XX, fazendo referência aos radiotelescópios, ao Hubble, aos detec-tores de neutrinos e ao LHC, situado no CERN.No final, o professor Hélio respondeu às questões

colocadas por alguns alunos e professores, procurando sempre que as suas respostas fossem outras tantas jane-las sobre o conhecimento do universo que habitamos.

Redação e imagem: António Monteiro (Prof. Filosofia)

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EXPOSIÇÃO DE EDUCAÇÃO VISUAL

Na semana de comemoração do centenário da nossa escola foram expostos alguns trabalhos realizados pe-los alunos, no âmbito da disciplina de Educação Vi-sual. Estiveram envolvidas as turmas do 8º 1ª, 9º 1ª e 9º 2ª e os professores Carlos Banha, Luís Valido e Maria Teresa Portugal

EXPOSIÇÕES PERMANENTESÀ entrada do piso um, olhares muito atentos para os pla-cards expositores: de um lado, um pouco da história da nossa escola, desde a sua fundação, em 1914, até aos dias de hoje; do outro, o levantar do “véu” sobre os jornais da escola: os de outros tempos e a Gazeta que marca o tempo presente.

Comecemos pela primeira. Muitas imagens haveria por colocar e, certamente não existiriam expositores suficientes que suportassem tan-tas e tantas imagens que imortalizam a escola ao longo destes cem anos. O que a exposição mostra é uma ínfi-ma parte de uma história rica e interessante centrada nos seus três polos marcantes: primeiro em Santos, depois em Alcântara e finalmente onde estamos agora, no Alto de Santo Amaro. As imagens aguçam o apetite por querer saber mais: os edifícios, os alunos, os espaços físicos que as imagens ilustram levam-nos numa viagem ao tempo passado e ao mais recente.

É ainda em viagem que entramos na segunda exposição referente aos jornais escolares. Agora, a “Gazeta da Fon-seca” vai registando o que na escola se faz; antes, na dé-cada de noventa, era o “T.P. ´RANOIA” que transmitia a vida da escola. Diferentes épocas, um mesmo propósito: Informar e Valorizar o que de melhor a escola faz e tem.

Redação: Patrícia Alves (Prof. História)Imagens: António Monteiro (Prof. Filosofia)

Os trabalhos expostos contam com dois mobiles reali-zados em arame e cartão e desenhos em papel pintados com lápis de cor, canetas de feltro, guache e aguarelas.

Redação: Maria Portugal (Prof. Ed.Visual)

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A MATEMÁTICA E OS JOGOS Na semana da Escola, a Sala 2.06, de Matemática, acolhe os alunos da escola na realização de Jogos Matemáticos. O entusiamo, vivacidade e empenho dos jovens, nestas atividades, está bem patente nas fotos.

No fundo da sala encontra-se uma pequena exposição de manuais matemáticos que evidenciam as mudanças dos conteúdos programáticos e das estratégias didáticas ocorridas ao longo das últimas décadas em Portugal.

Redacção e imagens: Ana Paula (Prof. Matemática)

O POLITÉCNICO FONSECA EM ABRIL DE 2114

Foi uma semana plena de actividades, esta em que comemoramos os 200 anos da nossa escola. A escola esteve, como é hábito na Semana da Escola, aberta à comunidade, e não tivemos mãos a medir com todos os que quiseram usufruir dos serviços prestados pelos nossos técnicos.A actividade mais popular foi a experimentação de ambientes virtuais construídos pelos nossos alunos Técnicos de Electrónica e Computação. Estes ambientes proporcionaram actividades desportivas arriscadas, concebidas em parceria com os Técnicos de Gestão Desportiva; visitas a cidades longínquas, concebidas em parceria com os Técnicos de Mapeamento Geográfico e os Técnicos de Turismo; jogos de estratégia de enlouquecer, concebidos em parceria com os Técnicos de Consultadoria Filosófica; e viagens ao passado concebidas em parceria com os Técnicos de Arqueologia.Não menos excitante foi a experiência dos que vieram utilizar os nossos novos robots construídos pelos Técnicos de Automação e Computadores em parceira com os Técnicos de Informática. A secção de robots de auxílio doméstico, concebida em parceria com os Técnicos de Apoio Doméstico, teve um sucesso especial e conquistou grande parte da população idosa que nos visitou.Para todos os que têm preocupações ecológicas os Técnicos de Energias Renováveis, aconselhados pelos Técnicos de Consultadoria Filofófica, apresentaram os seus projectos de redução de custos empresariais a partir dum uso inteligente e sustentável das energias, em várias empresas parceiras.Para aqueles que apreciam as novidades biotecnológicas os Técnicos de Química prepararam provas de degustação de novos legumes e frutas, concebidos na nossa escola em parceria com os Técnicos de Hortofloricultura.Muito populares também foram as consultas de coaching empresarial e pessoal, promovidas pelos Técnicos de Consultadoria Filosófica, que estiveram disponíveis mediante marcação.O Politécnico Fonsca Benevides orgulha-se de continuar a ser uma escola técnica de excelência, lugar que retomou desde há 100 anos quando apostou nos Cursos Técnicos de Química, de Electrónica e Computação, de Energias Renováveis, e de Informática de Nível V, hoje chamados Cursos Técnicos Superiores de Entrada, e se lançou com arrojo em Cursos Técnicos de Nível IV úicos no país, como os Cursos Técnicos de Arqueologia,de Mapeamento Geográfico e de Consultadoria Filosófica. Ganharam também excelente fama logo depois os Cursos Técnicos de Turismo, de Gestão Desportiva e de Hortofloricultura, apesar de não serem inovadores.É com grande orgulho que a todos acolhemos em mais esta Semana da Escola desejando que continuem a visitar-nos e acarinhar-nos com admiração e expectativa.

Redação: Anabela Neves (Prof. Filosofia)

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À CONVERSA COM…Na sexta feira, no acolhedor auditório da Biblioteca, teve lugar uma singular conversa com a professora doutora Celeste Serra, presidente do Centro de Estudos de Engenharia Química, no ISEL, instituição onde também é docente.

A singularidade da conversa deveu-se à familiaridade com que a professora se sente na nossa escola. A sua presença, desde há oito anos, no momento em que os nossos alunos do último ano do curso profissional de técnico de análise laboratorial realizam as suas provas de aptidão profissional (PAP), tem sido uma constante.Foi precisamente há oito anos, quando a professora Manuela Silva se deslocou ao ISEL, durante a Semana da Ciência e da Tecnologia, para visitar a exposição “Química no dia a dia”, que se iniciou o contacto entre a escola e o ISEL e, em particular, com a professora Celeste Serra. As relações com o ISEL, de que é presidente um ex-aluno da Fonseca Benevides, o professor doutor José Carlos Lourenço Quadrado, estreitaram-se com a celebração, em 2009, de um protocolo institucional de colaboração entre as duas instituições.

Neste âmbito, têm tido lugar alguns projectos de colaboração entre a Fonseca Benevides e o ISEL, financiados por verbas do programa “Ciência Viva” e de que são exemplo: “Química e Biologia na Cozinha”, “Analistas Químicos no Supermercado” e “A ciência anda no ar” (este último a decorrer no corrente ano

lectivo). Para além destes projectos, alguns alunos do curso profissional de técnico de análise laboratorial deslocam-se ao ISEL, durante uma semana, para frequentarem estágios integrados na ocupação científica dos jovens nas férias, com apoio do programa “Ciência Viva”. Nestes estágios os alunos são integrados em projectos de investigação, tendo o privilégio de contactar com o dia-a-dia do investigador.

O ISEL acolhe, todos os anos, um dos nossos alunos na componente de formação em contexto de trabalho (FCT) do curso profissional de técnico de análise laboratorial.Nas palavras da professora Celeste Serra os nossos alunos “apresentam sempre um bom desempenho”, tendo sublinhado a necessidade de desenvolver nos jovens um espírito de investigação e de actualização constantes.

No final da envolvente “conversa” os alunos colocaram à conferencista questões de carácter predominantemente prático, denotando a sua preocupação perante a aproximação do estágio.A conferência da professora Celeste Serra foi, para todos os presentes, um momento único de contacto com algumas das importantes questões que constituem o quotidiano de um investigador.Um grande bem-haja à professora e à instituição de que faz parte.

Redação e imagem: António Monteiro (Prof. Filosofia)Revisão do texto: Manuela Silva (prof Química)

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A ESCOLA DE PORTAS ABERTAS

A Escola abriu no dia 5 da abril, sábado de manhã para toda a comunidade educativa e demais visitantes.

Apesar do dia amanhecer nublado e cinzento, a harmonia e o calor humano vividos no interior da escola foi, só por si gratificante, principalmente para os alunos.

Estes nas diferentes salas, mostraram o que, desde o início do ano letivo, têm aprendido e praticadas nas suas aulas.Os professores acompanharam e foi muito interessante para quem observou.

O que foi visto? Uma diversidade de experiências: o funcionamento interior dos computadores, robots a movimentarem-se sozinhos, computadores a ligarem e desligarem sem ninguém por perto e experiências… muitas experiências.

Se dúvidas houvesse sobre a obtenção dos mais variados artigos, desde sabonetes passando por cremes hidratantes e demais artefactos, tudo foi claramente explicado pelos nossos alunos.

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Os professores acompanharam o que era demonstrado nas diversas salas sob o olhar atento de quem entrava.

Muitos foram os familiares que, com orgulho no rosto, iam observando as diversas salas dando especial destaque, naturalmente, ao filho ou filha que mostrava os trabalhos que fizeram nas aulas. “Muito interessante…”, “Afinal é assim que se faz?”, “Como é possível um computador ligar e desligar-se sozinho?”, “Isto é o interior de um computador?”, “Como consegue andar este robot sozinho? E o outro?” – Estas e muitas outras perguntas ouviam-se nas salas e nos corredores.

A qualidade do que se viu foi, de facto, elevada.

Também pela escola passaram alguns antigos alunos, um dos quais referenciado já neste suplemento da Gazeta da Fonseca: Mário Carvalho que viveu tempos inesquecíveis na nossa escola. Agora, regressou para ver o que de melhor a escola tem para mostrar.

A manhã foi agradável. No final, professores, funcionários e alunos fecharam os portões da escola. Por pouco tempo porque a escola nunca fecha. E que venham mais cem anos!

Redação: Patrícia Alves (Prof. de História)Imagens: Matilde e António Monteiro (Prof. Filosofia)

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SEMINÁRIO “SEGURANÇA PARA TODOS”No passado dia 3 de Abril a professora e os alunos do curso de Segurança no Trabalho, levaram a cabo o 1º Seminário “Segurança para Todos”.Este evento, que teve lugar nas instalações da escola, foi aberto ao público e teve sala cheia, tendo sido aplaudido pelos participantes.

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Tratando-se de Segurança para Todos, houve uma preocupação de estar em mesa um grupo heterogéneo, dando assim resposta ao objetivo do seminário.A professora Carla Simão abriu o seminário, enquadrando-o nas comemorações do centenário da nossa escola.

A Dr.ª Isabel Santos, da revista Segurança, apresentou as questões relacionadas com a imprensa e a segurança no trabalho.O Dr. Carlos Costa, ligado às atividades náuticas, sendo coordenador do curso de marinharia e professor na Escola Secundária de Carcavelos, abordou o tema da segurança marítima.A Dr.ª Sandra Pereira, Vereadora da C.M.Odivelas e presidente da concelhia do PSD de Odivelas, expôs a

temática da segurança política.A Dr.ª Madalena Magalhães expôs o tema da Ergonomia.O senhor Carlos Miranda, da empresa Jorge Lozano, especializada na área dos Trabalhos Verticais, abordou a temática dos trabalhos em altura.O engenheiro Luis Sampaio, responsável pelo Departamento de Segurança e Ambiente da empresa HCI Construções, que foi um dos técnicos responsáveis pela obra do Polo, apresentou o tema da Segurança na Construção.O sr. José Mata, técnico de operações de telecomunicações de emergência, do Instituto Nacional de Emergência Médica, apresentou o tema da segurança pré hospitalar.

A Junta de Freguesia Alcântara teve presente um representante do Presidente da Junta que expôs o tema da Segurança Pedonal.Coube à Direção da Escola o encerramento do seminário.O seminário foi um sucesso, tendo os presentes tecido grandes elogios não só sobre a temática abordada, como também relativamente ao tratamento que os palestrantes dedicaram a cada assunto.

Redação: António Monteiro (Prof. de Filosofia)

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As comemorações do centenário da nossa escola foram assinaladas no Jornal “O Público” na sua edição digital e em papel que saiu no dia 3 de abril.A presença da equipa de jornalistas foi notada nos corredores, Biblioteca e laboratórios.

JORNAL PÚBLICO ASSINALOU O CENTENÁRIO DA ESCOLA

O flash da máquina do repórter não parou, atrevo-me a dizer, um segundo que fosse, tantas foram as experiências vivenciadas nos diferentes laboratórios.

Os alunos, devidamente preparados foram mostrando avidamente o que aprenderam nas aulas.O olhar cativante dos repórteres foi uma constante ao longo de toda a manhã que passaram na escola.

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Na sala do Ensino a Distância, uma reportagem especial, a videoconferência com o nosso aluno que se encontra em Angola e a sua encarregada de educação. Foi muito interessante ver uma entrevista feita nestes moldes. Foi o que se pode chamar “entrevista a distância” que encantou a equipa de reportagem.

À pergunta que a jornalista fez ao diretor da escola, professor João Santos: “Que alunos tem nesta escola?”, apenas uma resposta se fez ouvir, prontamente: “Tenho aqui os melhores alunos do mundo”.

No final, já depois de muitas imagens captadas e entrevistas feitas a professores e ao diretor da escola, ousei levantar uma questão à jornalista Raquel Albuquerque (foi a minha vez de inverter os papéis): “Surpreendida?”. A resposta: “Sim, muito!”. Os cem anos não dão como acabada a escola nem transmitem uma imagem de velhice. Estes cem anos perspetivam novos e aliciantes desafios.

A Gazeta regista a reportagem saída no Público. A leitura digital pode ser feita em

Redação: Patrícia Alves (Prof. História)Imagens retiradas da edição “O Público” (3 de abril de 2014)

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/faz-hoje-100-anos-a-unica-escola-do-pais-com-um-sistema-de-ensino-a-distancia-1630693