SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA · Comparar exemplares documentados da moradia colonial vernácula...

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SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA HABITAÇÃO UNIFAMILIAR NA AMÉRICA CENTRAL JESSICA KERSCHER IC VOLUNTÁRIA - 2015 ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Castelnou DAU-UFPR PROJETO: História da Habitação no Continente Americano BANPESQ/THALES: 2014015431

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SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA

HABITAÇÃO UNIFAMILIAR NA

AMÉRICA CENTRAL

JESSICA KERSCHERIC VOLUNTÁRIA -2015

ORIENTADOR:Prof. Dr. AntonioCastelnouDAU-UFPR

PROJETO:

História da Habitação no Continente Americano BANPESQ/THALES: 2014015431

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Apresentar o espaço doméstico vernacular centro-americano no período decolonização europeia, ocorrido entre os séculos XVI e XVIII;

Destacar as condicionantes locais e culturais, além das referências trazidasda Metrópole europeia.

Comparar exemplares documentados da moradia colonial vernáculacentro-americana em países de colonização espanhola, francesa eholandesa.

METODOLOGIA DE PESQUISA

Estudo exploratório de caráter teórico-conceitual

Revisão web e bibliográfica (Seleção, leitura e fichamento)

Redação científica, ilustração e estudos de caso

Análise descritiva e considerações finais

OBJETIVOS

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• Geograficamente, define-se a América Central ou Centro-América como oistmo que une a América do Norte à do Sul, dividindo-se em duas partes:continental e insular.

• Politicamente, são ao total 20 países e 18 territórios coloniais que ocupamcerca de 522.760 km² e são habitados por aproximadamente 45 milhões depessoas.

INTRODUÇÃO

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• A América Central representa umamiscelânea de povos, etnias, línguase níveis de desenvolvimentosocioeconômico.(DERAIME,2002)

• A colonização centro-americana teveforte presença dos espanhóis, masoutros povos também deixaram suasinfluências: os britânicos, franceses,holandeses.(ENCICLOPEDIA ESCOLARBRITANNICA, 2015)

• Desde a descoberta da América, atéo processo de efetiva independênciados territórios, ocorreram diversasmanifestações arquitetônicas a quese define genericamente comoARQUITETURA COLONIAL. De acordocom Castelnou (2014), trata-se deuma das categorias da arquiteturavernácula.

INTRODUÇÃO

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• Na época da chegada dos exploradores europeus, praticamente toda aAmérica era ocupada por uma diversidade de povos que podem serclassificados em: sedentários, semissedentários e nômades. Schwarz etLockhart (2002)

• Na atual América Central haviam várias povos, sendo os que merecemdestaque: os maias, os astecas, os arauaques e os caraíbas ou caribes.

REVISÃO

DA

LITERATURA

• Quanto aos povos arauaques (Tribo Arawak), estesforam os primeiros a ter contato direto com osexploradores europeus, pois viviam nas ilhascaribenhas que tiveram o início da sua ocupação acerca de 7.000 anos atrás (GUIA VISUAL: COSTARICA, 2012)

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A colonização centro-americana teve forte presença dos espanhóis, masoutros povos também deixaram suas influências tanto políticas como culturais.Para exemplificar influências coloniais distintas – espanhola, francesa eholandesa –, considerou-se como critério de seleção dos casos as primeirasedificações residenciais com caráter colonial produzidas em três ilhas, ondecada uma recebeu colonização diferente

RESULTADOS

E

DISCUSSÕES

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• As primeiras construções residenciais seguiam a tipologia das casas usadaspelos habitantes nativos da região. Os Arawaks e Caribs, por exemplo,usavam um método de construção simples: utilizando plantas para coberturae estrutura e chão de terra batida.

• Os bohíos também podiam ser chamados de eracras, tendo sua formapredominantemente circular e tetos cônicos. Havia, ainda, a tipologia doCaney;

• Os colonizadores modificaram a forma dessas casas, transformando oformato de elipse ou poligonal em retangular. O chão manteve-se em terrabatida ou madeira. (CRAIN,1994)

Caney

Bohío

RESULTADOS

E

DISCUSSÕES

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CUBAArquitetura Colonial Espanhola

• Após a chegada dos espanhóis, duas expedições atravessaram a ilha cubanade leste a oeste, entre 1510 e 1515, fundando as vilas;

ESTUDO

DE

CASO

• A principio, as instruções dadas aosgovernantes visavam a construção deum espaço para uma praça com a Igreja,a Câmara Municipal e as casas dasfamílias mais representativas, sendoque o restante ocupou as ruas estreitase geralmente irregulares. (ECURED,2015)

• De acordo com Weiss (2002), durante operíodo colonial, os Bohíos foram semodificando e, finalmente, geraram 03(três) estruturas diferentes;

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• O desaparecimento dosBohíos em meio urbanodeu-se pelo progressoeconômico, e marcou oinício de uma nova fase daexpressão arquitetônicade Cuba, o chamadomudejarismo hispânico.

• As principais influênciassão observadas nos tiposde portas e janelas, noemprego de baluestres enas coberturas em telhasdos beirais, além dadistribuição do espaço emtorno de um pátio central,a existência de corredorese arcos, entre outros.

Camagüey - Cuba

Rua Obispo - Havana

ESTUDO

DE

CASO

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Sua personalidade é clara e definida; suassoluções, inteiramente funcionais,refletem de uma maneira impressionanteo meio social em que foi produzida, a vidae os costumes do país, os materiaisdisponíveis. A sobriedade e simplicidadede suas soluções não poderiam estar maisem sintonia com os ideais modernos.(WEISS, 2003, p. 16)

ESTUDO

DE

CASO

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• Foi somente em 1635 que se estabeleceu a Compagnie des Isles d'Amerique,promovendo deste modo o apoio para a expansão francesa no Caribe.

• Os Arawaks que se estabeleciam na ilha residiam em cabanas. Uma cabanamaior (Carbet) centrava as atividades e outras menores (Ajoupas) eramusadas para moradia (ZANANAS-MARTINIQUE, 2004) ]

• Com o tempo, essas construções foram melhoradas resultando em umacaracterística única das pequenas edificações de Martinica – as CasasCimentées

MARTINICA Arquitetura Colonial Francesa

ESTUDO

DE

CASO

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• Nas áreas de aglomerações, como Fort-de-France, capital da Martinica, asresidências de dois pavimentos, mantiveram as mesmas características dascasas cimentées, trazendo ainda consigo o uso de águas-furtadas oulucarnas (trapeiras ou gateiras) ‘

ESTUDO

DE

CASO

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• Em 1621, através da empresa de comércio e colonização denominadaCompanhia Holandesa das Indias Ocidentais, a Holanda focou-se no Caribe;

• Tomada pelos holandeses em 1634, a ilha de Curaçao, teve a sua capital,Willemstad, iniciada com a construção do Fort Amsterdam no mesmo ano.

CURAÇAO Arquitetura Colonial Holandesa

• Hoje a cidade conserva 4 distritos históricos construídos em épocasdistintas, onde cada um preserva características evolutivas da colonizaçãoholandesa;

ESTUDO

DE

CASO

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• As colônias holandesesrefletiam a aparênciatípica de aglomeradourbano, baseado emsuas próprias leis(CRAIN, 1994)

• As primeiras residênciasconstruídas em Pundaseguiam o padrãoholandês, mas, com opassar do tempo, essasedificações foram semodificando para seadaptar-se aos ventos eao clima seco da ilha.(CURAÇAO TOURISMBOARD, 2015)

ESTUDO

DE

CASO

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• Conclui-se que efetivamente houve uma tentativa falha de trazer para ascolônias centro-americanas as referências arquitetônicas produzidas naMetrópole.

• Observou-se que, independente da origem da colonização, todos asedificações residenciais iniciaram-se de modo emergencial e tal situação iase ajustando com o passar do tempo, de acordo com a função da cidade, achegada de novas etnias e etc.

• Os casos selecionados puderam exemplificar o fato de que as necessidadesdos usuários, conforme o local específico, iam se sobrepondo a qualquertentativa de se impor uma forma predefinida.

• A partir do estudo desse processo adaptativo, o qual ocorreu em tempos eespaços distintos, que se pode identificar a origem do espaço doméstico decada comunidade centro-americana; este reflexo de fatores históricos,culturais e físico-geográficos.

• Tal estudo deve ir além de simplesmente conhecer o passado, mas simcompreendido como uma forma de reinterpretá-lo;

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

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CASTELNOU, A. M. N. Fundamentos da Arquitetura. Curitiba, 2014. (Apostila do Curso deArquitetura e Urbanismo – Universidade Federal do Paraná)

CURAÇAO TOURISM BOARD. ARQUITETURA HOLANDESA CARIBENHA.Disponível em:<http://www.curacao.com/pt/Descubra/Cultura/Arquitetura/#!Arquitetura-holandesa-caribenha> Acesso em: 18/03/2015

DERAIME, S. América Central, México e Ilhas do Caribe. Rio de Janeiro: Seleções Reader’sDigest, 2002.

ECURED. Arquitectura cubana. [On Line]. Disponível em:<http://www.ecured.cu/index.php/Arquitectura_cubana>. Acesso: 05/08/2015.

CRAIN, E. E. Historic architecture in the Caribbean islands. Gainesville: University of FloridaPress, 1994

ENCICLOPÉDIA ESCOLAR BRITANNICA. América Central [On line]. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/480939/America-Central>. Acesso em: 24/02/2015. GUIA VISUAL. Caribe. São Paulo: Publifolha: Dorling Kindersley, 2012. GUTIERREZ, R. Arquitectura y urbanismo en Iberoamerica. Madrid: Cátedra, 1992. LASTRA, A. C. Influencias del arte Mudéjar em la arquitectura colonial cubana. ISIMU –

Revista sobre Oriente Próximo y Egipto en la Antigüedad, Madrid, v.16. 2013. p. 155-168.Disponível em: < http://www.arquitecturacuba.com/2015/05/influencias-del-arte-mudejar-en-la.html>. Acesso em: 30/07/2015.

SCHWARZ, S.; LOCKHART, J. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: CivilizaçãoBrasileira, 2002.

ZANANAS. Martinique. Disponível em:<http://www.zananas-martinique.com/en-martinique-heritage/architecture.htm> Acesso em: 18/03/2015.

REFERÊNCIAS