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N 0 32 | Março / Abril | 2012 | Ano 6 | www.grupolet.com A revista do Grupo LET Recursos Humanos News EDIÇÃO ESPECIAL LEONARDO GLOOR Fundação Arcelor Mittal Brasil TIÃO SANTOS Do filme “LIXO EXTRAORDINÁRIO” DESIÊ RIBEIRO Vale ANDRÉ TRIGUEIRO Globo News THEREZA ABRAÃO Banco Santander SUSTENTABILIDADE ELES TÊM MUITO A VER COM ISSO... que transforma pessoas

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N0 32 | Março / Abril | 2012 | Ano 6 | www.grupolet.com

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsEDIÇÃO ESPECIAL

LEOnArDO GLOOr

Fundação Arcelor Mittal Brasil

TIÃO SAnTOS

Do filme “LIXO EXTRAORDINÁRIO”

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Caros leitores,

Em época de Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável (será em junho), vivemos a maior crise ambien-

tal da história – fato sem precedentes – e um número ainda não suficiente de gestores de pessoas parece se dar conta disso e colocar, por isso, a chamada “mão na massa”. Como ajudar a construir uma sociedade melhor, por meio da conscientização, também é papel de NEWSLET. Por isso dedicamos esta edição ao tema Sustentabilidade. Nossa reportagem principal traz nomes de altíssima credibilidade como Thereza Abraão, do Grupo Santander Brasil, Leonardo Gloor da Fundação ArcelorMittal, e o jornalista André Triguei-ro, da Globo News. Este último, por sinal, em seu mais recente livro “Mundo Sustentável 2 – Novos Rumos para um planeta em crise” revela os caminhos para o que chama de “novo modelo de civilização”.

Se no tema Sustentabilidade o lixo é algo que jamais podemos “varrer para debaixo do tapete”, nosso Personagem da edição é ninguém menos do que Tião Santos, Reciclador de Lixo que ficou célebre como protagonista do filme “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de 2011. Fomos ao Lixão de Novo Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), conhecer e destacar a importância do belíssimo trabalho realizado por estes profissionais comumente não-valorizados pela sociedade. Já na Entrevista Especial, Desiê Ri-beiro, Gerente Geral de Educação e Desenvolvimento de Pessoas da Vale, ressalta como a questão da capacitação contribui para a sustentabilidade do negócio de uma organização que muito tem agregado à economia brasileira.

NEWSLET Sustentável também faz o raio-x de uma empresa júnior, mostrando como o seu trabalho ajuda a fomentar líderes, uma carência de nosso mercado de RH. Abordamos o case da Ayra Consul-toria, da UFRJ. Os profissionais do Grupo LET também ajudam os candidatos com dicas importantes para que vagas não sejam desperdiçadas por puros deslizes em detalhes que muitos não imaginavam serem relevantes.

NEWSLET tem sempre aquele algo a mais, pronto para surpreender você, leitor, razão de estarmos aqui.

Boa leitura!

“Sustentabilidade: prioridade para líderes! ” Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial

Matriz

Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 308-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel.: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102 / Site: http://www.grupolet.com

Escritório LET – Rio de Janeiro (RJ) – Centro Avenida Rio Branco 120, grupo 607, sala 14, Centro, Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20040-001 tel.: (21) 2252-0780 / (21) 2252-0510.

Escritório LET – São Paulo (SP) – Vila Carrão – Rua Bonfim 121, Vila Carrão São Paulo – Tel: (11) 2227-0898 / (11) 5506-4299

Escritório Juiz de Fora (MG) Rua Fernando Lobo 102, sala 804, Ed. Europa Central Tower, Centro Juiz de Fora (MG) – Brasil, CEP: 36016-230 Tel: (32) 3211-5025

Escritório Belo Horizonte (MG) Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807, Centro, Belo Horizonte - Cep: 30170-131 Tel.: (31) 3213-2301

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

Revista

Publicação bimestral Março / Abril 2012 Ano 6 – Nº 32 Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição):

Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 / e-mail para [email protected]

Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected])

Foto da Capa: Composição

OPORTUNiDADES:Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet.com/vagas/candidato e boa sorte!

Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717

EditorialPapo com o leitor

Dicas NewsLet - Livros

“Conflitos & Emoções – Conquiste o Bem-estar”, de Maria Inês Felippe Qualitymark Editora

Não é tão fácil, na prática, enxer-garmos o conflito com uma gran-de oportunidade para nos recriar-mos, transformando aquilo que tínhamos como falhas em novas virtudes. A autora desta obra, por meio de relatos e reflexões levan-tadas acerca dos conflitos, con-segue realizar o desafio de nos propor caminhos para lidarmos de forma construtiva com sentimen-tos que nos causam sofrimento, dúvida, revolta, entre outras sen-sações que não gostamos. Afinal, conflitos e emoções permeiam as escolhas humanas em todos os campos da vida.

“A Metáfora do Tempo”, de Marco Antonio Furtado Qualitymark Editora

Uma brilhante citação de Oscar Wilde, na página 40, diz que “o que movimenta o tempo são as perso-nalidades e não os princípios”. Ela sintetiza o fato de que nós deve-mos dominar o tempo e usá-lo ao nosso favor e não o contrário, ou seja, sermos dominados e subju-gados por ele. Este livro de bolso dá dicas muito interessantes sobre como podemos realmente conciliar compromissos e cumpri-los dentro dos prazos e, de forma saudável, desfrutar de lazer e descanso. Di-zer “não”, priorizar, delegar e com-partilhar, são algumas das ações-chave que devem ser praticadas.

“Afeto e Limite – Uma Vida Melhor para Pais e Filhos ”, de Edina Bom Sucesso Qualitymark Editora

A Gestão de Pessoas deveria ser vis-ta, sempre, de forma holística. Se as-sim o fosse, qualquer gestor perce-beria, na prática, que a educação e a relação afetiva com os filhos são os primeiros passos da construção de um grande ser humano e, por refle-xo disso, um grande profissional. As histórias contidas na obra proporcio-nam um entendimento preciso, por exemplo, do porquê a atitude dos pais, por mínima que seja, determi-na o tipo de resposta emocional do filho. A autora aborda os vieses da construção dessa relação em uma realidade em que boa parte dos ca-samentos se esfacela ou se arrasta.

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Joaquim LauriaDiretor Executivo do Grupo LET Recursos Humanos

Desiê Ribeiro Gerente Geral de educação e Desenvolvimento de pessoas da vale

“Educamos não apenas para nós, mas também para o mercado e a comunidade”

Expediente

O foco e a paixão pela área de Educação sempre estiveram presentes na trajetória profissional de

Desiê Ribeiro nas últimas duas déca-das. Antes de ingressar na Vale ela contribuiu para aperfeiçoar a quali-dade da VARiG, maior companhia aé-rea brasileira da história, onde traba-lhou por mais de 10 anos, ao criar o Estilo Varig de Atendimento por meio da revisão dos processos de recruta-mento, treinamento, comunicação e reconhecimento.

A experiência em integração de processos foi decisiva na Vale, onde também atuou como Gerente de De-senvolvimento Organizacional no Ca-nadá e no Brasil. Sua visão além-fron-teiras foi decisiva para formar novas lideranças nesta organização. A Vale criou o departamento de Gestão de Talentos e implementou um sistema global de Carreiras e Sucessão para gerenciar esses talentos.

Graduada em Literatura pela UFRJ, com mestrado em Marketing e Servi-ços pelo iBMEC e MBA pela Funda-ção Dom Cabral (MG), como Geren-te Geral de Educação, Desiê é uma

das responsáveis dentro da Vale pela aceleração da inclusão social em inú-meros pontos do País, por meio dos cursos técnicos e programas educa-cionais oferecidos, comprovando que este também é um tema vinculado à Sustentabilidade.

Em 2011 a Valer – a Universidade Corporativa da Vale, criada em 2003 – teve seu trabalho reconhecido pelo Prêmio Ser Humano ABRH-RJ ao abordar a criação do primeiro cur-so de Operador Portuário de País e o investimento de R$ 12 milhões na construção de uma unidade do CE-FET (instituição de ensino parceira da Vale), em itaguaí (RJ), com capacida-de para receber 1200 alunos.

NEWSLET – Por que a Educação se transformou em um pilar na Vale?

Desiê Ribeiro – A Vale vem tendo um crescimento muito forte nos úl-timos anos. Somos hoje 134 mil empregados nos cinco continentes. isso gera um desafio muito grande em termos de pessoas. E acredita-mos que a melhor forma de cumprir este desafio é através da Educação,

pilar que se intensifica na medida em que investimos em novos pro-jetos. Esta estratégia se consolidou com a criação da Valer, que trabalha com foco na capacitação contínua, na formação de quem está entrando na companhia e na liderança.

NEWSLET – O próximo CONARH (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas) fala em “acelerar a ca-pacitação para crescermos”. O que a Vale tem feito neste sentido?

Desiê Ribeiro – A Valer faz a gestão de educação com base no Modelo de Gestão por Competências, que são desdobrados em itinerários for-mativos que chamamos de trilhas educacionais para as diversas áreas da companhia. Trata-se de modelos customizados para as necessidades do negócio e para a vida em socie-dade. Temos um mapeamento deta-lhado de competências para cada função e RHs nas pontas junto com as áreas, dando-lhes suporte por meio da implementação de ações educacionais. Anualmente revemos o Plano de Desenvolvimento das

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Ex- Analista de RH do Grupo LET na matriz – Rio de Janeiro (por onde atuou entre outubro de 2007 e maio de 2011), ela

hoje, aos 28 anos, é Analista de Recru-tamento & Seleção na Brookfield incor-porações, uma das maiores incorpora-doras do mercado imobiliário no Brasil. Seu nome: Joana Benito.

O aprendizado e a experiência acu-mulados em pouco mais de quatro anos na condução de inúmeros e complexos processos seletivos no Grupo LET, entre vagas operacionais e gerenciais, foram decisivos para que Joana, graduada em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, pudesse atender com excelência aos clientes internos e externos de uma multinacional com mais de 100 anos de serviços prestados. Em seu atual car-go ela soma as responsabilidades de garantir que os líderes tenham as fer-ramentas para atingir as metas de ade-são aos valores com a de implementar ações relacionadas ao clima organiza-cional. A escassez de gente suficien-temente qualificada no segmento da construção civil é outro desafio diário com o qual tem que lidar.

“É gratificante atuar em uma em-presa com eficiência organizacional, que se preocupa com o desenvolvi-mento dos colaboradores e de suas carreiras, investindo na educação corporativa como fator determinante para o crescimento pessoal e pro-fissional”, destaca Joana Benito, ao lembrar também com saudades o di-ferencial de ter passado por uma con-sultoria de Recursos Humanos que lhe abriu as portas ao mercado.

“No Grupo LET tive a oportunidade de trabalhar atendendo a empresas multinacionais que me fizeram conhe-cer a dinâmica de exigências e prazos do mundo corporativo; graças a este contato, hoje consigo dimensionar a real necessidade de saber negociar com o fornecedor para que sempre tenhamos uma relação de ganha-ganha”, enfatiza a profissional que, também pelo Grupo LET, fez interface como a NPA (National Personnel As-sociates – uma rede mundial de R&S).

Profissional sem medo de encarar qualquer desafio, Joana lembra que logo em sua segunda semana de tra-balho pelo Grupo LET foi enviada à

Barra do Piraí (no sudoeste fluminen-se) para assumir um projeto de pre-encher nada menos do que 80 vagas para a empresa AmBev. “Fiz com su-cesso, tanto que trabalhei e aprendi muito no contato de dois anos com esta empresa”, revela. A relação LET-AmBev mostrou a Joana o quão im-portante é para o RH se sentir parte do negócio.

Profissional com inglês fluente, Jo-ana sempre valorizou, em sua quali-dade de vida, o fato de morar próximo ao trabalho. Nas horas de folga gosta de jogar tênis, uma paixão que esti-mula e aprimora seu nível de concen-tração e foco no resultado.

Feliz na Brookfield incorpora-ções, ela se vê crescendo de forma sólida e estruturada no mercado. Para o futuro, pretende ampliar seu conhecimento sobre os demais pro-cessos de RH, como Remuneração, Benefícios, Treinamento, entre ou-tros. Profissional que “veste a cami-sa”, como fez no Grupo LET, Joana pretende assim contribuir para o for-talecimento dos valores e da cultura de sua atual organização.

Joana BenitoOnde está você...

equipes com base no mapa de com-petências daquela função. Outro acelerador é o processo de certifi-cação. É realizado um diagnóstico que indica em qual grau de conhe-cimento relativo a uma determinada competência aquele funcionário se encontra. Dessa forma, identifica-mos as lacunas de conhecimento que podem ser preenchidas por ações educacionais. Em 2011 inves-timos cerca de R$ 138 milhões em programas educacionais. Em nos-sos treinamentos utilizamos diver-sas mídias, simuladores e recente-mente adotamos um business game para o desenvolvimento de lideran-ça na área de Saúde e Segurança. Já estamos fazendo, por exemplo, apresentações dos equipamentos de segurança em 3D, usando uma linguagem de animação.

NEWSLET – Como os programas da Vale em Educação ligam a organiza-ção às famílias dos funcionários?

Desiê Ribeiro – Acreditamos que educar e capacitar são ações que beneficiam o indivíduo, a empresa e a comunidade. Como consequência natural deste trabalho, os funcioná-rios ampliam a sua consciência como seres humanos. Eles ficam cientes do seu compromisso com o entorno e incentivam a família a estudar mais e a ter boas atitudes. isso impacta na sustentabilidade de toda a nossa cadeia de negócios. Ouvimos exem-plos das famílias que transformaram não apenas suas condições de vida, mas, sobretudo, o modo de enxergar a vida. Detalhes como ter a preocu-pação de não colocar as facas com a ponta para cima no escorredor de pratos, por exemplo, ou o respeito ao se expressar com o outro, no que se deve dizer, como, quando e onde, são percebidos claramente. Alem disso, nossas pesquisas indicam que a ren-da familiar dos funcionários melhora

em 60% após a capacitação. Capaci-tamos não apenas para a Vale, mas para o mercado e a sociedade.

NEWSLET – O conceito moderno de Educação fala em “ensinar o aluno a pensar, refletir, contestar”. Essa pre-missa também faz parte da filosofia de ensino da Vale?

Desiê Ribeiro – A nossa filosofia não teria alcançado os retornos imen-samente positivos que temos sem o foco na contestação, reflexão e senso crítico. Buscamos trazer essa reflexão por meio do estudo de casos reais. O nosso programa de formação tem a maior parte das ações voltadas à prática. Os alunos são estimulados a buscar oportunidades de melho-ria e chamados a desenvolver uma solução. Este exercício é vital para aprimorar a competência crítica al-tamente demandada pelo mercado. Neste sentido reflexivo temos tam-bém o eixo Cultura-Arte. Uma de suas ações consiste em usar a ferramenta do Cinema, seguido de debate, para

endereçar assuntos relevantes para a formação do empregado. É o Cine Valer. Acredito no Cinema como rica fonte de Educação. Já fui mediadora de vários desses debates, em filmes como “A Corporação” e “Ensaio sobre a cegueira” .

NEWSLET – Como a Desiê educa-dora tem visto o investimento do mercado em Educação?

Desiê Ribeiro – Não há discussão com relação à importância da Educação para o desenvolvimento da sociedade. As empresas assumem esse papel, junto com as instituições não-governa-mentais e o próprio governo. Na ver-dade, de país para país temos níveis muito distintos de desenvolvimento. No Brasil há interesse crescente do governo em endereçar essa questão. Tenho uma visão otimista de que sem-pre poderemos fazer mais. Mas esta-mos investindo em educação sim.

NEWSLET – Afirma-se que o nível educacional brasileiro, no âmbito corporativo, ainda está aquém do que deveria para que o Brasil apro-veite a grande oportunidade que o sistema econômico global “está lhe oferecendo”. Você concorda?

Desiê Ribeiro – Prefiro olhar a situa-ção de um prisma mais otimista. Há muita gente fazendo coisas interes-santes, como por exemplo, o gover-no do Estado de Minas Gerais com o Programa de Educação Profissional (PEP), que concede bolsas de for-mação técnica aos alunos. Outros estados também têm iniciativas que atendem suas necessidades locais. Tem crescido muito a parceria entre escolas de formação técnica, empre-sas, universidades e governos. Hoje tenho visto um número muito maior, por exemplo, de escolas interessadas em adotar modelos que atendam as empresas.

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Sobreviver. ir além disso: viver bem! O comportamento hu-mano degrada de tal forma as relações interpessoais e o

próprio planeta que parece difícil co-locar as duas primeiras ideias desta matéria em prática. Fala-se demais em Sustentabilidade. Antes de defini-la convidamos os leitores a uma re-flexão: você age na direção do bem-estar comum? Este bem-estar inclui todo o tipo de vida na Terra agora e no futuro? Se a direção for esta, você já está praticando Sustentabilidade!

Entre os dias 13 e 22 de junho, aliás, líderes de todo o mundo esta-rão – ao menos é a ideia – definindo a agenda para o chamado “desenvol-vimento sustentável para as próximas décadas” na Rio+20 (a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvol-vimento Sustentável).

Antecipamo-nos a eles. Trazemos três profissionais que diariamente abrem caminhos mentais e práticos em Sustentabilidade: o jornalista An-dré Trigueiro, Editor de Cidades e Soluções (GloboNEWS) e autor do

recém-lançado livro “Mundo Susten-tável 2”; a psicóloga Thereza Abraão, Consultora de Educação do Banco Santander; Leonardo Gloor, Diretor-Superintendente da Fundação Arce-lorMittal Brasil (empresa que pertence ao Grupo ArcelorMittal) e as informa-ções da área de Sustentabilidade do Walmart Brasil, uma das maiores re-des mundiais de varejo.

A capacidade de suprir o que é necessário ao presente sem compro-meter o legado às futuras gerações, traz, no entender de Thereza Abraão, muito mais do que a obrigação de cui-dar, ao mesmo tempo, dos problemas ambientais, sociais e econômicos. Trata-se, de acordo com a Diretora de Desenvolvimento Sustentável da ABRH-Nacional, de um desafio que requer a tomada de consciência ur-gente por parte das lideranças. “As práticas só acontecerão por meio da transformação dos valores, com base no bem-comum, deixando para trás o individualismo e o materialismo; o que coloca RH como bola da vez, pois estes princípios valorizam a inovação

na busca de soluções eficientes, o respeito e consciência ampliada so-bre si e sobre o mundo”, acentua.

A estrada é longa, mas consciente. “A sustentabilidade da empresa pode ser encarada como uma estratégia de perenidade da organização – de que forma esta empresa pode ter vida lon-ga, bem como pode ser buscado um mecanismo de atuação não predatório e relevante para a sociedade, validan-do sua existência; no final, essas duas retas se encontram, mas no curto pra-zo, podem coexistir por caminhos dife-rentes”, define Leonardo Gloor.

A ArcelorMittal tem uma diretriz em âmbito mundial que confirma a busca da sustentabilidade como um valor. Este é o principal mote ancorando to-das as iniciativas que aparecem natu-ralmente ao longo dos processos. Os programas da Fundação ArcelorMittal Brasil têm como objetivo promover a educação, o bem-estar social e a cultura, estimulando o exercício da ci-dadania, ampliando o acesso e a me-lhoria da educação formal de crianças e adolescentes e contribuindo para o

desenvolvimento das comunidades e melhoria da qualidade de vida. So-mente em 2011, 500 mil pessoas fo-ram beneficiadas pelos projetos de-senvolvidos em 44 municípios onde a ArcelorMittal Brasil possui operações, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina;

O mesmo modelo mental de foco na Sustentabilidade se aplica à rede Walmart de supermercados onde, já em 2005, o então Presidente Lee Scott definia que “a empresa deve ser suprida 100% por energia renovável; ser uma operação impacto zero em termos de resíduos; e ofertar cada vez mais produtos com diferenciais em sustentabilidade”. De acordo com a área de Sustentabilidade da empre-sa, a definição de Sustentabilidade para o Walmart também se explica pela relação com seus clientes. A rede identifica clientes cada vez mais cuidadosos de sua responsabilidade na preservação do meio ambiente, in-fluenciados pelas iniciativas diversas de conscientização do impacto indivi-dual das ações cotidianas.

Por motivos nobres ou por exigên-cia da sociedade há muito mais gente e organizações investindo seu tempo, dinheiro e ideias em Sustentabilidade. Para André Trigueiro, jornalista que há muitos anos se dedica à “causa ver-de”, não importa se os motivos são genuínos ou não: o que vale é fazer. Ele argumenta que falta senso de ur-

gência. “Fala-se muito e pratica-se pouco; perdemos o direito de errar ou de postergar a ação, ou assumi-mos que precisamos corrigir o rumo imediatamente, ou nos responsabi-lizaremos pelos enormes riscos já amplamente diagnosticados através das mudanças climáticas, escassez de recursos hídricos, desertificação, destruição da biodiversidade e pro-dução monumental de lixo”, alerta o jornalista que cita em seu livro “estar-mos vivendo um colapso ambiental”.

Trigueiro, no entanto, reconhece em alguns setores da economia, se-gundo ele, nobres esforços em favor da inovação comprometida com a redução do desperdício, com a eco-eficiência, redução das emissões de gases estufa e da pegada ecológi-ca. Afinal, para ele, ser sustentável passa, inexoravelmente, por “estar comprometido”.

Thereza concorda com Trigueiro. E esclarece que o discurso de enga-jamento é simples: basta pensar no custo que pagamos hoje pela pobre-za, pelas mudanças climáticas e pela ganância de pessoas e instituições. “Se o clima está mudando porque es-tamos destruindo as florestas e emi-tindo muitos gases de efeito estufa, isso afeta a agricultura, que impacta no preço dos alimentos, que prejudi-ca a sociedade, que atinge os bancos que financiam as empresas e a so-ciedade e assim por diante, gerando um ciclo de escassez, que não é bom

para ninguém”, justifica Thereza. Ela assegura que o discurso baseado em impactos, irá promover a consciência pelo fato do reconhecimento do retor-no ser espontâneo. A grande questão reside na ambição humana pelo lucro de curto prazo, que pode trazer con-sequências nefastas como a crise fi-nanceira global de 2008.

Seguindo este mesmo raciocínio, Leonardo Gloor afirma que no longo prazo a sociedade fará uma “sele-ção natural”, definindo as empresas que terão “a permissão para existir”. Ele defende que o modelo mental das pessoas de uma organização deve ser transformado, daquele que focava apenas em lucro, para outro que priorize necessidades sociais e ambientais. “Precisamos valorizar a educação para a Sustentabilidade não apenas do empregado, que tem o registro em carteira de trabalho, mas principalmente do indivíduo, que, mu-dado, levará ao trabalho, uma nova visão e comportamento”, destaca o executivo da Fundação ArcelorMittal.

No caso da Walmart, segundo a área de Sustentabilidade, os negó-cios da rede, a vida e o desenvolvi-mento das famílias de funcionários e clientes dependem da responsabi-lidade ambiental de cada indivíduo e das corporações. “O varejo tem pouco impacto direto no meio am-biente, mas como estamos no meio da cadeia produtiva, temos a possi-bilidade de influenciar de fornecedo-

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balho de desenvolver líderes com o foco na inserção da Sustentabilidade no núcleo do negócio da organiza-ção. Na mesma intensidade, o San-tander se preocupa com a educação financeira de seus funcionários, bem como com a reciprocidade de seus valores com os dos clientes. “Agir com ética, transparência, equidade e cuidado com o meio e a sociedade nos aproxima de pessoas e institui-ções com os mesmos valores; esta postura nos traz excelentes resulta-dos”, sintetiza Thereza.

Já na ArcelorMittal, uma organi-zação complexa em termos de diver-sidade e abrangência de operações, a busca por procedimentos susten-táveis, segundo Leonardo Gloor é decisiva para conquistar e fidelizar clientes e fornecedores. “Trabalhar com processos industriais mais limpos e produtivos, procedimen-tos de comercialização e logística que otimizam recursos, valorização no tratamento e cuidado com os empregados, com as comunidades onde estamos presentes, são ações

“Precisamos valorizar a educação para a Sustentabilidade não apenas do empregado, que tem o registro em carteira de trabalho,

mas principalmente do indivíduo, que, mudado, levará ao trabalho uma nova visão e comportamento” - Leonardo Gloor

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res a clientes”, explica uma fonte da empresa. A cadeia mundial de vare-jo considera prioritários os objetivos que fazem uma conexão direta com o “desenvolvimento sustentável”, pois ao mesmo tempo em que crescem os seus negócios, a Walmart está com-prometida em melhorar a qualidade de vida das comunidades nas quais (e com as quais) atua.

Além do impacto que causa a ter-ceiros, o contato com uma cultura associada à Sustentabilidade torna o ser humano mais crítico consigo mesmo, mais cuidadoso com suas relações e questionador, inclusive, de seu próprio trabalho. De acordo com Thereza Abraão, atinge-se um está-gio de querer fazer algo que tenha valor para si mesmo e para o outro. Ela cita o exemplo do funcionário de um banco: se ele pertencer a uma ins-tituição com este tipo de cultura, se orgulhará em poder ajudar pessoas a equilibrar a relação com o dinheiro. Tal percepção provavelmente o levará a enxergar seu papel na sociedade de forma bem mais ampliada do que sim-

plesmente vender produtos e proces-sar operações financeiras. Esta nova conexão costuma provocar uma sé-rie de novas atitudes como cidadão. E seguindo a lógica dos impactos, se mudarmos o cidadão, podemos transformar a organização e, por con-sequência, mercado e sociedade.

Por sua vez, Leonardo Gloor des-taca que a percepção de cidadania daquelas pessoas que absorvem o valor da Sustentabilidade muda ao ponto de aprimorar não somente o clima organizacional, mas, sobretu-do, a produtividade.

Em geral, a motivação principal do Banco Santander, segundo There-za, é a crença de que é possível dar lucro e, ao mesmo tempo, investir em cuidar das pessoas e preservar recursos naturais. Esta política se traduz em diversas ações, entre as quais o incentivo à prática do micro-crédito produtivo e orientado, ofere-cido às comunidades de baixa renda para incentivar microempreendedo-res a ampliarem seus negócios. Esta crença também está orientada ao tra-

que convergem para as necessida-des do mundo atual”, acrescenta o executivo.

Otimização, aliás, é o que não falta no Walmart, que realiza o “Sustentantabilidade de Ponta a Ponta”, um desafio para que os for-necedores da rede desenvolvam produtos mais sustentáveis em sua cadeia produtiva. Entre outras ações, o Walmart criou o Clube dos Produtores. São 9100 agricultores e produtores familiares que integram a rede de fornecedores da rede. A negociação não tem intermediários e as empresas têm prioridade na entrega de mercadorias e prazos de pagamento menores. As medi-das beneficiam especialmente os pequenos e médios negócios, que

contam com menos recursos e fle-xibilidade para enfrentar os desa-fios da gestão financeira e da logís-tica de distribuição. Para participar do programa, o departamento téc-nico faz uma triagem dos produto-res que tem foco em boas práticas trabalhistas, respeitem a legisla-ção, bem como preservem o meio ambiente. A companhia estabelece parâmetros desde a produção até a embalagem.

Comprometer-se em agir de for-ma sustentável transforma vidas, seja no Banco Santander, na Ar-celorMittal ou no Walmart, nossas organizações-exemplo. No Santan-der, Thereza lembra de um Geren-te Executivo na área de Varejo que se destacou em um dos programas de desenvolvimento de líderes para a Sustentabilidade. “As conexões e novas percepções que ele de-monstrou contribuíram para que assumisse a liderança da área de Microcrédito do Banco; diria que ele combina o tradicional perfil da área comercial, com sensibilidade, capa-cidade de indignação, autoconfian-ça e talento para enxergar valor nas mais diversas atitudes de qualquer ser humano”, revela a Consultora de Educação.

Para o negócio da ArcelorMittal, segundo Leonardo Gloor, uma pes-soa mais consciente em Sustenta-bilidade tende a aprimorar seu ní-vel de percepção da importância e

alcance das ações. “O exemplo do Sandro Almada, Engenheiro que trabalhava na área de suprimentos e foi promovido à Gerência de Meio Ambiente, é perfeito; ele desenvolve construções sustentáveis com algu-mas iniciativas muito relevantes em relação ao aproveitamento de sub-produtos gerados no processo de produção do aço”, destaca.

Afinal, como avalia o executivo, uma pessoa mais consciente no to-cante à sustentabilidade tende, de fato, a considerar outros pontos que geralmente não são abordados den-tro de uma visão menos desenvolvi-da nesse campo.Já o case do Wal-mart atende pelo nome de Maria Rita Galiza Lobato, profissional que está na empresa há sete anos na área de Marketing e Comercial. Responsável pelo lançamento do “Sustentabilida-de de Ponta a Ponta” o trabalho dela ampliou a venda de produtos mais sustentáveis. A visibilidade do seu talento chegou à matriz da empresa nos Estados Unidos, quando Maria Rita criou uma ferramenta alternativa ao projeto global da companhia para medir a redução das embalagens dos produtos vendidos nas lojas.

Se o tema é diverso, o que se sabe em Sustentabilidade é que mágicas não existem: não colhemos se não plantarmos e cabe às empresas in-vestir para ter o retorno continuado. Mais: Sustentabilidade é pluralidade: um exercício constante do NÓS!

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Água: um recurso que fará cada vez mais a diferença

Leonardo Gloor

Cuidar para crescer e prosperar: um dos princípios da Sustentabilidade

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O adolescente que começou a catar lixo como “tábua de salvação” se transformou em um embaixador do valor

da classe dos Catadores de Material Re-ciclável e, aos 33 anos, sonha em fazer faculdade de Sociologia. A sociedade? Talvez tenha despertado quando viu Tião Santos protagonizar o filme Lixo Extraordinário (do artista plástico Vik Muniz). As luzes que iluminaram este candidato ao Oscar em 2011 trouxeram ao trabalho dos catadores do Aterro Sa-nitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), uma visão mais realista e sem preconceitos de suas realidades.

NEWSLET – De que forma Lixo Extra-ordinário transformou a sua vida e a de mais de milhares de catadores do lixão do aterro sanitário?

Tião Santos – O filme rompe com mui-tos paradigmas, como o do “homem do saco”: barbudo, com uma garrafa de cachaça e nenhuma ideia na cabeça. Alguém que não quis nada na vida. E o Catador não é isso! Em Lixo Extraor-dinário, foi revelada a verdadeira figura do catador de material reciclável; o pai e a mãe de família, que por mais que

vivam em uma sociedade excludente conseguiram vencer de forma criativa e digna. O filme também fala da questão ambiental sem ser “eco-chato”, aborda questões sociais sem melodramas.

NEWSLET – A visualização de arte no trabalho mexeu com a autoestima?

Tião Santos – É notório! Redimensio-nei a importância do meu trabalho. Hoje sou um conhecedor do negócio do Catador. Do seu poder de transfor-mação. Material reciclável sempre foi ligado à coleta e venda. Quando o Vik trouxe a proposta de transformar isso em arte achei que ele fosse louco. É in-crível, mas em um primeiro momento, a mobilidade social traz medo. O Vik percebeu que precisaria utilizar outra linguagem para se comunicar conos-co. Fomos ao estúdio e ganhamos uma aula de arte. Ficamos encoraja-dos! A falta do conhecimento é que te dá medo de ser audacioso, de arriscar.

NEWSLET – Diminuiu a discriminação?

Tião Santos – Sim bastante. Mostra-mos a nossa verdadeira face. Em uma palestra num colégio, por exemplo,

me emocionei ao ver 500 adolescen-tes me aplaudindo de pé. Como a vida mudou né?! Saí do colégio pelo preconceito das pessoas. Quando veem as cenas das toneladas de lixo, cada uma delas diz a si mesma: “Fui eu quem fez isso!” A garrafa pet de cada um, se bem destinada, irá gerar cidadania, emprego, trabalho e renda para muitos. Coleta seletiva precisa ser discutida como política pública de inclusão social. Segundo dados do iPEA, o Brasil deixa de ganhar anual-mente R$ 8 bilhões por não reciclar. Por dia o País gera 240 mil toneladas de resíduos, 40% disso é material re-ciclável. E nós só reciclamos 1,4%!

NEWSLET – É falta de informação ou de interesse político?

Tião Santos – De tudo: interesse políti-co, educação, consciência ambiental. infelizmente a reciclagem no Brasil co-meçou pelo viés da pobreza e exclusão social e não por programa de educação ambiental. Aliás, meio ambiente não pode ser “projetozinho riponga”.

NEWSLET – Hoje há mais escolas e empresas fazendo coleta seletiva...

Tião Santos – É pouco! Quando vou fazer palestras na Europa ninguém entende porque o Brasil não institucio-nalizou a coleta seletiva. E explico: é porque só existe, em geral, gente po-bre fazendo isso. Temos que romper o paradigma de que reciclagem é coisa de gente pobre. Reciclagem é para as pessoas inteligentes!

NEWSLET – A sede de conhecimento de quem assiste a uma palestra sua na Europa é bem diferente daquela dos que a assistem no Brasil?

Tião Santos – Muito! No Brasil me perguntam “como devemos fazer?” e na Europa eles questionam “por que vocês ainda não fizeram?”. Por lá reciclar é tão natural quanto es-covar os dentes e almoçar. Há um histórico por trás disso, com leis, educação ambiental, mobilização, multas. No Brasil muita gente ain-da não entende porque o vidro não pode ser jogado fora junto com o plástico e com o papel.

NEWSLET – O problema é que há muitas leis no Brasil que “são inter-pretadas”...

Tião Santos – Existe a lei que “cola”, a que “não cola” e as brechas da lei. Pen-so que acima da lei deve estar a mobili-zação da sociedade.

NEWSLET – O seu trabalho tem ajuda-do a sociedade a acordar para o valor dos catadores?

Tião Santos – Este é o meu papel: Embaixador da Causa do Lixo. Tanto é verdade que a UNESCO me chamou para engajar essa política junto à ju-ventude brasileira, sobretudo durante a conferência Rio +20. Um pilar da Sustentabilidade é o da reciclagem.

NEWSLET – Você achou o livro “O Príncipe”, de Maquiavel no lixão. Como essa leitura mudou a sua vida?

Tião Santos – Maquiavel me ensinou a ser mais flexível. Há um pensamento do livro que diz: “Não adianta puxar a espa-da para lutar contra o rei se o povo está satisfeito; você vai lutar sozinho e o rei vai mandar te enforcar! No momento em que o povo estiver insatisfeito levante-se e vá lutar pelos direitos dele”. Aprendi a esperar esse momento. Não devemos ligar Maquiavel apenas à maldade. Ele era excepcional. O exímio estrategista pode ser bom ou mal.

NEWSLET – Qual é o grau de amadu-recimento do brasileiro e do gestor de empresa no Brasil em relação à Sus-tentabilidade?

Tião Santos – Seria demagogia dizer que o nível de consciência aumentou ao ponto do necessário. O nível evolui len-tamente. É bom termos em mente que o direito ambiental é voltado a uma socie-dade que já está com outros benefícios assegurados, como trabalho, moradia, educação e alimentação.

NEWSLET – O jornalista André Tri-gueiro fala em seu mais recente livro que “vivemos um desastre ambiental”. Que parcela de participação tem nisso o descarte irresponsável do lixo?

Tião Santos – Para responder, vou con-tar uma história. Quando era pequeno o

meu sonho era voar de avião. Adorava o lixo da infraero, da Varig, da Vasp. A comida era maravilhosa e eles jogavam fora taças de cristais, talheres de prata e guardanapos de pano novinhos. Queria um dia estar dentro do avião para con-sumir “aquela maravilha toda”. Qual não foi a minha decepção quando consegui voar: ganhei uma barrinha de cereal, um amendoim e um copo plástico com suco. imaginei: “olha a exclusão social de novo!”. O Brasil terá um “desastre” se não souber o que fazer no pós-con-sumo. Por que agora serviços que se tornaram acessíveis têm que ser de má qualidade?! Em nome de uma “Susten-tabilidade” vamos excluir quem já está excluído?! Ouço dizerem que daqui a 10 anos será inviável alguém ter carro movido a gasolina. Ora: vamos baratear o carro movido a eletricidade! Podemos transformar a cultura e a sociedade sem exclusões. Sustentabilidade também quer dizer incluir os historicamente ex-cluídos. Concordo com a André apenas no ponto que, se o consumo continuar desenfreado, haverá um desastre.

NEWSLET – Há outra saída?

Tião Santos – Sim. Viabilizar cada loca-lidade para o trabalho. Nesse caso eu poderia viver de bicicleta. Como pensar em um aglomerado urbano onde milha-res de pessoas têm que sair da Baixada Fluminense para a capital?! Devemos rediscutir a urbanização voltada para a Sustentabilidade de cada região. O modo urbano nosso é insustentável.

NEWSLET – Se o modelo urbano está em colapso não é o descarte correto do lixo, sozinho, que vai resolver...

Tião Santos – Não resolve. É preci-so se praticar o conjunto que forma a Sustentabilidade: cultura, meio ambiente, sociedade, economia, qualidade de vida, urbanismo. Ser sustentável não é um favor, mas uma obrigação. A atitude sustentável, ali-ás, começa pelo indivíduo.

Tião santos“A Extraordinária consciência que faz do Lixo uma Arte”

Presidente da ACAMJG Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.Representante do MNCR – Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis.

Temos que romper o paradigma de que reciclagem é coisa de gente

pobre. Reciclagem é para as pessoas

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Ao ler este título é provável que imagine estar diante de um processo seletivo na China, na Rússia...ou na

Lua. Não está! Permaneça diante do computador ou fique ligado no smar-tphone. Quando muita gente imagina que a fronteira da seleção para uma vaga se restringe às paredes de uma sala de entrevista ou dinâmica de grupo, vale abrir os olhos para o entorno e ima-ginar que qualquer tipo de contato entre o candidato e a consultoria de RH (ou o RH da organização que abre a vaga) já está sendo avaliado.

Se liga: ainda não aconteceu o con-tato, mas aquela brincadeira que julgou “inocente” e você postou em sua pági-na no Facebook foi lida e reproduzida por alguém de sua lista de contatos, chegando ao conhecimento do RH da empresa que lhe convocou...

O contato com a secretária da em-presa, os telefonemas recebidos e uma possível troca de e-mails também já

agregam informações aos profissionais de RH sobre aquela pessoa. Afinal, hoje as empresas querem conhecer aqueles que se casam com a sua cultura nas mais diversas situações de interação social. E uma situação na qual o candi-dato nem prestou a atenção pode servir para riscá-lo do mapa daquela vaga. Por mais cruel que possa parecer, boa parte dos recrutamentos leva esses pontos em consideração. OK, talvez não risque ninguém do mapa, mas já deixa o recru-tador “com uma pulga atrás da orelha”. Conheça quais. As informações são de nossas líderes de RH no Grupo LET, Priscilla Monteiro e Hellen Martins.

Situação 1 – Atendeu ao tele-fone? Esteja onde estiver, já começou o processo seletivo.

As profissionais do RH do Gru-po LET sugerem, em primeiro lugar, que o candidato tenha o máximo da paciência e educação quando do ou-tro lado da linha estiver em jogo uma

convocação para um processo de se-leção. Segundo: prepare seu cônjuge ou familiares que moram com você a atender com respeito este chamado. Não importa para qual vaga.

Afinal, imagine o quão desagradável é ouvir coisas do tipo “Mas quem é mes-mo que quer falar com ele?!” ou “Ah, ele está dormindo, não sei se vou acordá-lo” ou ainda “Essa de entrevista para emprego eu já conheço; o que é que você quer com o meu marido hein?!”. O próprio candidato também pode quei-mar o filme quando diz “Ah, nesse horá-rio não posso de jeito nenhum porque tenho médico”. Dependendo do nível de importância da vaga, o recrutador entende que o candidato pode adiar a consulta médica. Da mesma forma, falar em tom grosseiro, sonolento ou irônico também demonstra não apenas desres-peito, mas pouco interesse pela vaga. “Mesmo que não haja interesse pela vaga, o candidato deve ter em mente que ser educado pode ajudar que lem-

bremo-nos dele para um processo sele-tivo futuro a outra vaga”, destaca Hellen. “Com aquilo que ouvimos ao telefone já é possível ir traçando um retrato do candidato; é claro que não usamos so-mente isso, mas são informações que compõem um perfil específico”, esclare-ce Priscilla Monteiro.

Situação 2 – No elevador da empresa o candidato encontra alguém e começa a se soltar, mal sabe ele: está diante do seu futuro recrutador...

O entrevistado chega ao local da entrevista, mas ainda não entrou na sala. Em locais como o elevador e cor-redores vai agir de forma natural. No elevador há desde os apressados que trombam nas pessoas ou os grosseiros que fazem piadas de mau gosto. Se a recrutadora estiver no mesmo elevador, certamente irá se lembrar disso para “construir o perfil” daquela pessoa du-rante a entrevista. Já houve o caso do candidato que jogou galanteios para a recrutadora e ficou todo travado ao per-ceber que a tal “bela moça”, como ele assim a qualificou, seria a responsável por lhe aplicar a entrevista.

Segundo Hellen Martins, há um mês houve o caso de um rapaz que lhe cha-mou a atenção pela extrema educação com a qual tratou as outras pessoas no elevador. Ao sair do elevador, ela per-

cebeu que ele iria para uma entrevista no Grupo LET. “Ele nem sabia quem eu era; ou seja, agiu sem máscaras, sen-do ele mesmo; passei referências po-sitivas suas à Analista de RH que seria responsável por entrevistá-lo”, lembra.

Tratar com respeito a secretária ou re-cepcionista da empresa segue este mes-mo raciocínio do encontro no elevador.

Situação 3 - Rede social também é filtro - Colocou no Facebook que você não gosta ou não tolera determinados tipos de pessoa? Isso pode contar para a sua avaliação

De acordo com as nossas fontes desta reportagem é desejável que qualquer pessoa que envia currículos para processos seletivos evite expor opiniões ou posturas que demonstrem vícios, preconceitos ou situações anti-éticas. As fotos postadas em páginas na internet também podem revelar in-dicativos de como aquela pessoa se comportaria no convívio corporativo. “Devemos entender até que ponto uma atitude exibida em um espaço online pode influir ou não no comportamento que é desejável para aquele cargo; por isso, eu não deixo de chamar pessoas por causa de Facebook, Orkut ou simi-lares, mas posso usar essas informa-ções para checá-las durante a entrevis-ta”, explica Priscilla Monteiro.

Se a vaga em questão for, por exemplo, para áreas como Tecnologia da informação, Comunicação e Rela-ções Públicas, que exijam a diversi-dade de interação social, dados pos-tados na grande rede podem ajudar na seleção. Uma questão, levantada por Hellen Martins, é a de que com o advento das redes sociais muita gen-te ainda pensa que pode brincar com isso. No próprio reality show Big Bro-ther Brasil, um dos eliminados da edi-ção 12 ponderou dizendo que “ah, eu estava só brincando, pensei que as pessoas que estavam assistindo iriam levar tudo na brincadeira”. Não levam. Por outro lado, há situações em que

a rede social pode ser aliada do RH. “Ninguém pode se mascarar o tempo todo; em uma página eletrônica as pessoas de alguma forma mostram o que realmente são”, assegura Hellen.

A equipe de RH do Grupo LET acre-dita que o aumento da oferta de vagas tem contribuído para que os candida-tos cometam cada vez mais deslizes e não percebam que as fronteiras do processo seletivo estão cada dia mais extensas e tênues. “As pessoas estão mais informais, muitas vezes porque acreditam que se não forem para aquela vaga, conseguirão um traba-lho no momento em que desejarem”, argumenta Priscilla.

A preocupação em se preparar não incomoda o candidato, isso represen-ta responsabilidade maior ao profis-sional de RH: aprimorar sua qualida-de em selecionar. Para Hellen Martins a própria mudança nas relações in-terpessoais, mais descartáveis atual-mente, influi na seleção. “Muita gente pensa e age em curto prazo”, justifica.

Para aqueles que questionam a efi-cácia de um processo seletivo como o melhor passo para identificar os me-lhores profissionais para uma vaga, Priscilla e Hellen, discordam que este momento represente apenas “uma foto” do candidato.

E o motivo número um para isso é simples: na entrevista são feitas perguntas que fogem do básico, do óbvio. “Saímos da fronteira ao surpre-ender os candidatos com perguntas sobre o comportamento deles, isso os provoca reflexões; ou seja, não adianta ler na internet ou em livros o tal ´como se preparar para uma en-trevista´;”, revelam Priscilla e Hellen, que asseguram: existe uma entrevista para cada candidato.

Elas entendem, digamos, que o processo seletivo “seja um vídeo” (e não uma fotografia) do candidato; o que, trabalhando com a ideia de movi-mento, envolve comportamentos que aquela pessoa não vai exibir apenas naquele momento.

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EXPERIÊNCIA SUSTENTÁVELDa esquerda para a direita:

Felipe Lontra, Maria Ana Falcão e Erick Alves – vivendo

o aprendizado da liderança

Precisamos de desafios! Mais do que chamamento, a frase sintetiza o espírito dos jovens que atuam em uma empresa

júnior. Ligadas às universidades – não apenas utilizando seu espaço físico, mas tendo professores como orienta-dores de projetos – estas organizações sem fins lucrativos operam tal e qual uma empresa comum: têm CNPJ, or-ganograma, Presidente, Diretor de RH, de Marketing, trainees e até mesmo planejamento estratégico e pesquisa de clima. E têm contribuído para o en-grandecimento das micro e pequenas empresas, prestando consultorias, em geral para suporte do plano de negó-cios, a um custo abaixo do que o mer-cado costuma pedir e com soluções que o mercado, por vezes, ainda não soube colocar em prática.

Muito maior do que este aspecto profissional vale ressaltar que essas empresas estão contribuindo para ge-rar os futuros líderes das organizações: moças e rapazes com elevada capaci-

dade de inovação, gestão de conflitos, liderança, networking e atuação sob a diversidade. No Estado do Rio de Ja-neiro – até o fechamento desta edição – eram 17 e, segundo o Site da RioJunior, 1.200 em todo o Brasil.

Nossa reportagem foi conhecer uma delas: a Ayra Consultoria, uma consultoria de gestão de negócios que em julho completará sua primei-ra década no mercado. Ela é formada por alunos de cinco cursos da UFRJ no Campus da Praia Vermelha (Rio): Biblioteconomia, Ciência Contábeis, Gestão Pública, Administração e Economia. Hoje são 55 membros, dos quais 29 trainees e 26 membros efetivos, que se dividem em quatro áreas: administrativo-financeiro, ma-rketing, projetos e recursos humanos. A sede fica em uma sala no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE). Há ainda a participação dos ex-membros, profissionais atuantes no mercado de trabalho (no Conselho Consultivo), que contribuem para o

melhor direcionamento e a não-repe-tibilidade das ações.

Comprovando estar antenada ao mercado a Ayra tem sob a presidência a responsabilidade de um núcleo so-cioambiental que circula em todas as áreas. “Temos que retribuir à sociedade o que recebemos dela; cuidar do meio ambiente é uma excelente forma e te-mos buscado esta meta indo muito além das questões básicas, adotando alguns indicadores de mercado, adaptando-os à realidade das empresas juniores e in-tensificando, por exemplo, a implemen-tação de ações sustentáveis em todos os nossos processos”, destaca Maria Ana Falcão, 21 anos, Presidente da Ayra e estudante do 5º período de Economia.

A jovem estudante-executiva asse-gura que a experiência do dia a dia de uma empresa júnior abre possibilidades de ser proativo e de lidar com mudan-ças, conflitos e pressões. “Quem passa por uma empresa júnior, vivenciando inúmeros desafios em negócios, che-ga ao mercado com a certeza de que

pode fazer muito mais do que o papel que lhe dão; em geral, o empresário jú-nior tem uma velocidade mais aguçada em perceber e em oferecer soluções que antecipam as solicitações de um cliente”, explica Maria Ana. A opinião é reforçada por Felipe Lontra, Diretor de Marketing da Ayra, 21 anos, 6o período de Administração: “o contato com pro-fissionais com bagagem de mercado nos traz intenso aprendizado porque nos desafia, ao contrário de boa parte dos estágios”, acredita.

Também existe RH na empresa jú-nior e que, aliás, começa por um pro-cesso seletivo semelhante ao de uma empresa comum: com redação, dinâ-mica de grupo, entrevista individual e um período de experiência, na condi-ção da trainee. “Trabalhamos unindo a esfera pessoal à profissional desde os trainees, focando em postura, compro-metimento e trabalho em equipe”, reve-la Erick Alves, 21 anos, do 4º período de Economia. Ao revelar-se surpreso por ter descoberto o gosto pelo RH, Eri-ck acredita ser este um handicap, pois perderá menos tempo quando estiver no mercado. Seu trabalho em RH não é apenas interno: por meio de uma pá-gina no Facebook busca acentuar a re-lação com os ex-membros que acabam

ajudando na atualização das ferramen-tas de gestão. Pelo e-mail [email protected] o RH recebe muitos convites a empresários juniores para atuarem nas empresas.

Também externamente a Semana Ayra oferecerá, entre os dias 28 de maio a 1º de junho, oportunidades de conhecimento e networking acerca de como funciona o mercado. O tema do evento este ano é “Experiências que levam ao sucesso”.

intensidade. O que se vivenciaria em cerca de uma década em uma empresa de mercado, acontece no intervalo de um ano e meio em uma empresa júnior. A média de permanência de cada profis-sional na Ayra é de 10 meses, embora possa ser de um ano e seis meses. Um presidente, vice-presidente ou diretor só ocupa seu cargo por períodos de seis meses. Até a avaliação de desempenho é mais curta do que normalmente seria: trimestral. “Passamos por situações que normalmente demorariam muito mais tempo para acontecer”, confirma Felipe Lontra. Até por isso, a Ayra se preocupa muito em disseminar os conceitos da li-derança servidora. Claudia Klein, sócia-diretora da Argumentare e ex-executiva da L´Oréal Brasil, é consultora de Lide-rança da Ayra e sempre destaca que é

importante dividir e transmitir experiên-cias que “alavanquem potencialidades”, segundo informou Maria Ana Falcão. “Tenho que estar de olho em toda a empresa, mas também com uma visão mais além, no futuro de nossa gestão”, entende a atual Presidente.

Proatividade é igualmente impres-cindível. “Mesmo que ninguém te pro-voque, imagine-se em um tanque de tu-barões”, exemplifica Felipe Lontra. Este modelo mental justifica o acelerado rendimento destes jovens no mercado.

Com o que arrecada nos projetos, a Ayra, como as demais empresas ju-niores, adquire equipamentos mais modernos para a sua sede e financia cursos de aprimoramento para seus diretores e membros. Não há vínculo empregatício, mas o membro que é admitido assina um termo pelo qual se compromete a atuar voluntariamente por 12 horas semanais.

Em 10 anos foram cerca de 300 estu-dantes de graduação que passaram so-mente pela Ayra Consultoria. Ou estão empreendendo em empresas tais como Netlogos e Catapulta (uma “alavancado-ra social”) ou pertencem a quadros de organizações como BNDES, Eletrobras, KPMG, Red Bull, Coca-Cola, Petrobras, Vale, Oi, Shell, entre outras.

Franz Huber, 23 anos, Analista de Planejamento Sênior (área de Pro-jetos) da Oi (ex-funcionário da Vale) “Falhei muito na época de empresário júnior, mas fazia parte, era o momen-to de aprendizado. imagino aqueles que não passaram por isso e falham

no mercado. É muito arriscado para a imagem profissional! Aprimorei lide-rança, habilidade de negociação e de relacionamento. A empresa júnior te faz raciocinar e aprender diariamente. Com essa bagagem se conseguem os melhores estágios, que exigem senso crítico. Acredito que as empresas bus-cam esse perfil de profissional, pois ele não tem muita frescura, sabe lidar com grandes problemas, traz soluções inovadoras e é altamente produtivo.”Fábio Soares dos Santos, 23 anos, Ge-rencial da Ágora Corretora de Valores “Minha passagem pela Ayra foi algo,

em termos de aprendizado técnico e pessoal, que não se pode comprar com nenhum dinheiro do mundo. Descobrir que podemos ser líderes mesmo dentro de um pequeno grupo foi muito provei-toso. Não imagino como me compor-taria ou me adaptaria ao mercado sem ter passado pela empresa júnior. Temos paixão por trabalhar em algo que dá pra-zer, pois somos um pouco donos do ne-gócio! Outra capacidade que obtemos na empresa jr. é a de “se virar”, pois nos vemos em situações onde não há muita saída, mas nos superamos e geramos uma solução eficiente.”

conheça uma empresa Júnior

O raio-X de uma escola de líderes brasileiros

FALA EX-MEMBRO DA AYRA... VALEU A EXPERIÊNCIA DE EMPRESÁRIO JÚNIOR?

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especial16

“Um homem é um sucesso se pula da

cama de manhã e vai dormir à noite e, nesse

meio tempo, faz o que gosta.” - Bob Dylan

“A coisa mais importante da vida não é a

situação em que estamos, mas a direção na

qual nos movemos.” - Oliver Wendell Holmes

“O segredo da felicidade não está em

fazer sempre o que se quer, mas em que-

rer sempre o que se faz.” -- León Nicolaie-

vich Tolstoi

“Quando o trabalho é um prazer, a vida

é alegria. Quando o trabalho é um dever,

a vida é escravidão.” - Maxin Gorky

“Não espere por uma crise para descobrir

o que é importante em sua vida. “ - Platão

“Faça cada um dos teus atos como se

fosse o último de sua vida.” - Marco Aurélio

“É um grande privilégio viver uma vida

difícil.” - indira Gandhi

“Para ser persuasivo, precisamos ser

confiáveis. Para ser confiáveis, precisa-

mos ser dignos de crédito. Para ser dignos

de crédito, precisamos ser autênticos. “ -

Edward R. Murrow

“Regras e modelos destroem a genialida-

de e a criatividade. “ - William Hazlitt

Uma trajetória pessoal em 27 passos mentais“Em um mundo onde existe uma rique-

za de informação, existe frequentemente

uma pobreza de atenção” – Ken Mehlman

“Toda empresa tem duas estruturas or-

ganizacionais. Uma é a que está escrita.

A outra é o relacionamento diário

com seus funcionários. “ - Haolda Genen

e Alvin Moscow

“O ser humano gasta sua vida justifi-

cando o passado, reclamando do presente

e temendo o futuro.” - Antoine Rivarol

“Liberdade é uma palavra que o so-

nho humano alimenta, não há ninguém

que explique e ninguém que não

entenda.” - Cecília Meireles

“Líder é aquele que tem infinita

necessidade dos outros.” - Antoine

de Saint-Exupéry

“Aquilo que você mais sabe ensinar, é

o que você mais precisa aprender...” - Ri-

chard Bach

“Quem ri por último, perdeu todo o

tempo que passou sem rir.” - Eno Teodoro

Wanke

“A gente sonha a vida inteira e só acor-

da no fim.” - Mano Brown

“A inovação vem da destruição criado-

ra.” - Yoshihisa Tabushi

“Não há nada mais difícil ou perigoso

do que tomar a frente na introdução de

uma mudança.” - Maquiavel

“A maior vitória: vencer-se a si mesmo.”

- Pedro Calderón de La Barca

“Não há mérito maior do que aproveitar a

oportunidade em todas as coisas.” - Píndaro

“Comece fazendo o que é necessário,

depois o que é possível e, de repente,

você estará fazendo o impossível.” - São

Francisco de Assis

“Experiência não é o que nos acontece,

mas o que fazemos com aquilo que nos

acontece.” - Aldous Huxley

“O problema é que, se você não arrisca

nada, o risco é ainda maior.” - Erica Jong

“Toda empresa precisa de gente que

erra, que não tem medo de errar e que

aprenda com o erro.” - Bill Gates

“A crise fundamental da nossa época é a

crise da percepção. “ - Fritjof Capra

“As pessoas só veem o que estão pre-

paradas para ver.” - Ralph Waldo Emerson

Frases que mudam vidas