Tarot

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Tarot 1 Tarot Tarô de Visconti Sforza Uma versão artística-contemporânea das cartas de Tarô O Tarot ou Tarô (português brasileiro) é um jogo de cartas jogado na França e em outros países francófonos, composto por um baralho de 78 cartas. A Fédération Française de Tarot publicou as regras oficiais do jogo [1] . Jogos da mesma família com diferentes nomes são também jogados em outros países da Europa central na região da Floresta Negra no sul da Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria e no norte da Itália. Desde o século XVIII as cartas passaram a ser usadas para a previsão do futuro e desde fins do século XIX elas integram o cerne do esoterismo moderno juntamente com a Cabala, a astrologia e a alquimia medieval. Introdução As cartas de tarô surgiram entre os séculos XV e XVI no norte da Itália, e foram criadas para um jogo de mesmo nome, que era jogado pelos nobres e pelos senhores das casas mais tradicionais da Europa continental. O tarô (também conhecido como tarot, tarocchi, tarock e outros nomes semelhantes) é caracteristicamente um conjunto de setenta e oito cartas composto por vinte e um trunfos, um Curinga e quatro conjuntos de naipes com quatorze cartas cada dez cartas numeradas e quatro figuras (uma a mais por naipe que o baralho lusófono). As cartas de tarô são muito usadas na Europa em jogos de cartas, como o Tarocchini italiano e o Tarô francês. Nos países lusófonos, onde esse jogo é bastante desconhecido, as cartas de tarô são usadas principalmente para uso divinatórios, para o qual os trunfos e o curinga são conhecidos como arcanos maiores e as cinquenta e seis cartas de naipe são arcanos menores. Os significados divinatórios são derivados principalmente da Cabala vertente mística do judaísmo e da alquimia medieval. Etimologia A palavra tarô na língua portuguesa (ou em outras línguas: tarot, tarock, tarok, tarocco, tarocchi etc.) não possui uma tradução específica ninguém sabe ao certo sua real etimologia. Acredita-se que ele possa vir da palavra árabe turuq, que significa "quatro caminhos" [] , ou talvez do árabe tarach [] , que significa "rejeito". Segundo a etimologia francesa, tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara [] , "perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, ação de deduzir". O tarô tradicional possui 78 cartas; quando usado para fins divinatórios, cada qual é denominada de arcano, palavra que significa "mistérios ou segredos a serem desvendados" e foi incorporada pelos ocultistas do século XIX.

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Tarot

Tarô de Visconti Sforza

Uma versão artística-contemporânea das cartas de Tarô

O Tarot ou Tarô (português brasileiro) é um jogo de cartasjogado na França e em outros países francófonos,composto por um baralho de 78 cartas. A FédérationFrançaise de Tarot publicou as regras oficiais do jogo[1].Jogos da mesma família com diferentes nomes sãotambém jogados em outros países da Europa central — naregião da Floresta Negra no sul da Alemanha, Suíça,Áustria, Hungria e no norte da Itália. Desde o séculoXVIII as cartas passaram a ser usadas para a previsão dofuturo e desde fins do século XIX elas integram o cernedo esoterismo moderno juntamente com a Cabala, aastrologia e a alquimia medieval.

Introdução

As cartas de tarô surgiram entre os séculos XV e XVI nonorte da Itália, e foram criadas para um jogo de mesmonome, que era jogado pelos nobres e pelos senhores dascasas mais tradicionais da Europa continental. O tarô(também conhecido como tarot, tarocchi, tarock eoutros nomes semelhantes) é caracteristicamente umconjunto de setenta e oito cartas composto por vinte e umtrunfos, um Curinga e quatro conjuntos de naipes comquatorze cartas cada — dez cartas numeradas e quatrofiguras (uma a mais por naipe que o baralho lusófono).

As cartas de tarô são muito usadas na Europa em jogos decartas, como o Tarocchini italiano e o Tarô francês. Nospaíses lusófonos, onde esse jogo é bastante desconhecido, as cartas de tarô são usadas principalmente para usodivinatórios, para o qual os trunfos e o curinga são conhecidos como arcanos maiores e as cinquenta e seis cartas denaipe são arcanos menores. Os significados divinatórios são derivados principalmente da Cabala — vertente místicado judaísmo — e da alquimia medieval.

EtimologiaA palavra tarô na língua portuguesa (ou em outras línguas: tarot, tarock, tarok, tarocco, tarocchi etc.) não possui umatradução específica — ninguém sabe ao certo sua real etimologia. Acredita-se que ele possa vir da palavra árabeturuq, que significa "quatro caminhos"[], ou talvez do árabe tarach[], que significa "rejeito". Segundo a etimologiafrancesa, tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara[], "perda de valor que sofre uma mercadoria;dedução, ação de deduzir".O tarô tradicional possui 78 cartas; quando usado para fins divinatórios, cada qual é denominada de arcano, palavraque significa "mistérios ou segredos a serem desvendados" e foi incorporada pelos ocultistas do século XIX.

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HistóriaOs jogos de cartas entraram na Europa no final do século XIV, com os mamelucos da Pérsia[2], cujos jogos tinhamnaipes muito semelhantes aos naipes latinos italianos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros (moedas). Emborahaja um número significativo de hipóteses para a origem do tarô, as evidências atualmente mostram que os primeirosbaralhos foram criados entre 1410 e 1430 em Milão, Ferrara ou Bolonha[3], no norte da Itália, onde cartas de trunfoforam adicionadas aos já existentes baralhos de naipe. Esses novos baralhos foram chamados de carte da trionfi,cartas de triunfo, e as cartas adicionais simplesmente de trionfi, termo que originou a palavra "trunfo" em português.A primeira evidência literária da existência das carte da trionfi foi um registro escrito nos autos da corte de Ferrara,em 1442. As mais antigas cartas de tarô existentes são de quinze baralhos incompletos pintados em meados doséculo XV para a família governante de Milão, os Visconti Sforza.Não há documentos que atestem o uso divinatório do tarô anteriores ao século XVIII, embora se saiba que o uso decartas semelhantes para tal uso era evidente por volta de 1540. Um livro intitulado Os Oráculos de FrancescoMarcolino da Forli apresenta um método divinatório simples usando o naipe de ouros de um baralho comum[4].Manuscritos de 1735 (O Quadrado dos Setes[5]) e 1750 (Cartomancia Pratesi) documentam o significadorudimentar divinatório das cartas de tarô, bem como um sistema de tirada de cartas. Em 1765, Giacomo Casanovaescreveu em seu diário que sua criada russa frequentemente usava um baralho de jogar para ler a sorte[6].

Os primeiros baralhos: séc. XIV–XVAs cartas de jogar apareceram na Europa cristã por volta de 1367, data da primeira evidência documentada de suaexistência — a proibição de seu uso, em Berna, na Suíça. Antes disso, as cartas foram usadas por muitas décadas noAl-Andalus islâmico. As primeiras fontes europeias descrevem um baralho com normalmente cinquenta e duascartas, como o baralho moderno sem curingas[]. O tarô de setenta e oito cartas resultou da adição de vinte e umtrunfos numerados mais um sem número (o curinga) à variante de cinquenta e seis cartas (quatorze cartas cadanaipe)[].A expansão do uso dos jogos de cartas na Europa pode ser estimada por volta de 1377[7], a partir de quando as cartasde tarô parecem ter-se desenvolvido por volta de quarenta anos depois, e são mencionadas no que sobreviveu dotexto de Martiano da Tortona. Estima-se que o texto tenha sido escrito entre 1418 e 1425, uma vez que o pintorMichelino da Bezzoso retornou a Milão em 1418 e o autor faleceu em 1425.Da Tortona descreve um baralho semelhante em muitos aspectos às cartas usadas em jogos de tarô, embora o que eledescreve seja mais um precursor do tarô que o que se pode conceber das atuais cartas de tarô. Por exemplo, seubaralho tem apenas dezesseis trunfos, com motivos destoantes aos dos atuais baralhos (lá são deuses gregos), e osquatro naipes são quatro espécies de pássaros, e não os naipes italianos comuns. O que faz do baralho de Tortonamais semelhante ao tarô que os outros baralhos descritos na época é obviamente a presença de cartas de trunfo noconjunto. Cerca de vinte e cinco anos depois, Jacopo Antonio Marcello, um contemporâneo de Da Tortona,denominou-os de ludus triumphorum, ou "jogo dos triunfos"[8].

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Le Bateleur ("O Mago") do Tarô de Marselha

Os documentos seguintes que parecem confirmar a existência deobjetos semelhantes a cartas de tarô são dois baralhos milaneses (oBrera-Brambilla e o Tarô Cary-Yale) — fragmentários, infelizmente— e três documentos, todos da corte de Ferrara, na Itália. Não épossível datar os conjuntos de cartas, mas estima-se que tenham sidomanufaturados por volta de 1440. Os três documentos datam de 1.º dejaneiro de 1441 a julho de 1442, com o termo trionfi registrado pelaprimeira vez em fevereiro de 1442. O documento de janeiro de 1441,que usa o termo trionfi, não é considerado confiável; contudo, o fato deo mesmo pintor, Sagramoro, ter sido comissionado pelo mesmo patrão,Leonello d'Este — como no documento de fevereiro de 1442 — indicaque é ao menos plausível um exemplo do mesmo tipo. Depois de 1442há uns sete anos sem quaisquer exemplos de material semelhante. Ojogo parece ter ganhado importância no ano de 1450, um ano dejubileu na Itália, que presenciou muitas festividades e um grandemovimento de peregrinos.

Os motivos especiais das cartas de trunfo, adicionados às cartas denaipe, parecem ter sido ideologicamente determinados. Especula-seque elas tragam um sistema específico que leva mensagens dediferentes conteúdos. Os exemplares mais antigos mostram ideiasfilosóficas, sociais, poéticas, astronômicas e heráldicas, bem como umgrupo de antigos heróis romanos, gregos e babilônicos — como no

caso do Tarô Sola-Busca (1491)[9] e no poema do Tarô Boiardo (entre 1461 e 1494). Por exemplo, o tarô mais antigoque se tem notícia, descrito no livreto de Martiano, foi confeccionado para mostrar o sistema de divindades gregas,um tema que estava em moda na Itália. Sua produção pode muito bem ter acompanhado uma celebração triunfal docomissário Filippo Maria Visconti, duque de Milão, significando que o propósito do baralho era expressar econsolidar o poder político em Milão (como era comum para outros artesãos da época). Os quatro naipes traziamquatro pássaros, motivos que frequentemente apareciam na heráldica dos Visconti, e ordem específica dos deusesconotava que o baralho pretendia trazer uma os Visconti se identificavam como descendentes de Júpiter e Vênus(vistos não como deuses mas como heróis deificados).

Os primeiros baralhos conhecidos parecem ter trazido o número padrão de dez cartas de naipe numeradas, mas comapenas reis como figuras, e dezesseis trunfos. O padrão posterior (de quatro naipes com quatorze mais vinte e duas)levou tempo para se estabelecer; baralhos trionfi com setenta cartas só começaram a ser documentados em 1457.Nenhuma evidência corrobora com o formato final de setenta e oito cartas existente antes do poema dos tarocchiBoiardo e Sola Busca.As mais antigas cartas de tarô existentes são de três conjuntos dos meados do século XV, todos feitos para membrosda família Visconti. O primeiro baralho é conhecido como Tarô Cary-Yale (ou Tarô Visconti-Modrone), que foicriado entre 1442 e 1447 por um pintor anônimo para Fillipo Maria Visconti. As cartas (apenas sessenta e seis), estãohoje na Biblioteca da Universidade de Yale, em New Haven. Mas o mais famoso desses baralhos antigos foi pintadoem meados do século XV para celebrar o governo de Milão por Francesco Sforza e sua esposa Bianca MariaVisconti, filha do duque Fillipo Maria. Provavelmente, essas cartas foram pintadas por Bonifacio Bembo, masalgumas das cartas foram pintadas por miniaturistas de outra escola. Das cartas originais, trinta e cinco estão naMorgan Library & Museum, vinte e seis na Accademia Carrara, treze estão na Casa Colleoni e duas, 'O Diabo' e 'ATorre', estão perdidas, ou possivelmente omitidas. Este baralho "Visconti-Sforza", que foi bastante reproduzido,combina os quatro naipes de ouros, espadas, copas e paus e as cartas da corte rei, rainha, cavaleiro e valete comcartas de trunfo que refletem a iconografia da época num grau significativo.

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Por muito tempo, as cartas de tarô permaneceram um privilégio das classes altas e, embora alguns sermões do séculoXIV advertissem para o mal existente nas cartas, a maioria dos governos civis geralmente não condenava as cartas detarô nos seus primórdios. De fato, em algumas jurisdições, as cartas de tarô eram especialmente isentas das leis queproibiam os jogos de cartas.

Baralhos posteriores: séc. XVI–XXComo os tarôs antigos eram pintados à mão, estima-se que o número de baralhos produzidos era um tanto pequeno, efoi apenas depois da invenção da imprensa que a produção em massa de cartas se tornou possível.Durante a fase de produção artesanal das cartas, desenvolveram-se muitas variedades regionais com diferentessistemas de naipes e também na ordem dos trunfos. Com a expansão do jogo do tarô pela Europa — originalmenteum jogo italiano, espalhou-se pelo sul da França, Suíça, Bélgica, sul da Alemanha e pelo então ImpérioAustro-Húngaro — e com a mudança da produção artesanal das cartas para uma produção em grande escala, aprodução das cartas passou por um processo de padronização. Assim, antes do século XVIII os fabricantes de cartasitalianos já haviam padronizado as figuras representadas nos trunfos — mesmo que elas fossem desenhadas demaneira diferente pelos diferentes fabricantes. Além disso, havia variações regionais nas regras do jogo no que dizrespeito à ordem dos trunfos. Até fins do século XVII, o principal centro produtor de cartas era Milão e a partir dessacidade o jogo expandiu-se para o sul da França e outras regiões. Os tarôs produzidos na França baseavam-se assimno tarô milanês. No fim do século XVII, a indústria de cartas milanesa sofreu um colapso e o tarô vindo do sul daFrança passou a dominar o mercado de cartas[10].Vários baralhos sobreviveram desde essa época vindos de várias cidades na França — o mais conhecido deles foi umbaralho da cidade de Marselha, e assim denominado Tarô de Marselha. Por volta da mesma época, o termo tarocchiapareceu. Dessa forma o assim chamado tarô de Marselha — por ser produzido nessa cidade — difundiu-se pelaLombardia e influenciou a produção de cartas em outras regiões da Itália e da Europa. Em meados do século XVIIIuma versão derivada do tarô de Marselha, o chamado tarô de Besançon, já dominava o mercado de cartas de tarô emtodas as parte, exceto nas regiões que hoje formam a Itália e a Bélgica[10].Os tarôs até então usavam o mesmo sistema de naipes que era na época usado na produção das cartas de baralhocomuns — os chamados naipes espanhóis. Em 1470 os fabricantes de cartas franceses desenvolveram o chamadosistema francês, que são os símbolos usados nas cartas de baralho atuais. Esse sistema, mesmo sendo mais simplesde imprimir, não se difundiu muito depressa e foi usado primeiramente para os baralhos comuns. Somente por voltade 1750 na Alemanha foram produzidos os primeiros tarôs com naipes franceses e até o pricípio do século XIX jáhaviam substituído em praticamente toda a Europa os tarôs tradicionais para fins de jogo. Os novos tarôscaracterizam-se por uma maior liberdade na representação dos trunfos: as figuras tradicionais foram substituídos porilustrações coloridas. Esse tipo de cartas é usado atualmente para o jogo[10].

Sul ItalianoEspanholPortuguês

Alemão

SpadeEspadasEspadas

Schwerter

CoppeCopasCopasKelche

OriOros

OurosMünzen

BastoniBastosPausStäbe

Naipes do baralho italo-espanhol

Norte ItalianoFrancêsInglês

PortuguêsAlemão

PicchePique

SpadesEspadas

Pik

CuoriCoeurHeartsCopasHerz

QuadriCarreau

DiamondsOurosKaro

FioriTrèfleClubsPaus

Kreuz

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Naipes do baralho francês

Classificação dos tarôsO historiador do Tarô, Michael Dummett, sugeriu três classificações principais, são consideradas como modelos dasmuitas variedades conhecidas, rotulando-as de A, B e C[11]. Outro especialista e colecionador do Tarô, Tom TadforLittle, renomeou estes três grupos de acordo com as áreas geográficas – do norte da Itália – de onde estes sedesenvolveram[12]:1.1. Padrão milanês: Originado na corte de Visconti em Milão deste originaram os tarôs franceses e suíços, e é

provavelmente o mais conhecido; este grupo corresponde ao tipo denominado por Dummett como C;2.2. O padrão da corte da família Este, em Ferrara, que possuíam a sua própria tipografia para fazer cartas. Além da

cidade de origem, chegou somente até Veneza; este grupo corresponde ao tipo denominado por Dummett comoB;

3. Nascido na Bolonha, o mais “popular” dos três (pelo menos até o século XVIII) desenvolveu-se nas regiões do sulda Itália, não sendo especificamente relacionado com qualquer corte nobre, atingiu Florença (onde provavelmenteinspirou o Minchiate) e mais tarde a Sicília. Original da cidade de Bolonha, possui 62 cartas. Por isto, também échamado de Tarocchino (“tarô pequeno”). Este grupo corresponde ao tipo denominado por Dummett como A[13].

Tarôs no século XXFora da classificação dos tarôs históricos estão os tarôs contemporâneos editados no século XX. Estes, de acordocom Nei Naiff, são divididos em:1. Tarô moderno ou estilizado, categoria iniciada a partir do lançamento em 1910 pela Rider & Cia do Tarô

concebido por Arthur Edward Waite e desenhado por Pamela Colman Smith, o primeiro tarô com desenhos etraços livres, e ricamente coloridos. Primeira vez, na idade contemporânea, que os arcanos menores ganhamilustrações completas;

2.2. Tarô transcultural ou étnico, em meados de 1970, surgiram aqueles tarôs onde cada arcano era substituído poroutros personagens e outras ambientações, seguindo determinada mitologia. Porém o padrão do tarô clássico éclaramente reconhecível;

3. Tarô surrealista ou fantasia, neste grupo os arcanos não possuem nada em comum com os baralhos clássicos, osautores destes tarôs usam sua livre expressão e criatividade para retratar um tema[14].

O jogo de tarôUm dos usos do baralho de tarô é o jogo de cartas. O jogo de tarô é conhecido sob muitas variações (muitas delasculturais), cujas regras básicas são apresentadas pela primeira vez no manuscrito de Martiano da Tortona antes de1425[] (texto traduzido para o inglês [15]). As referências seguintes são de 1637. Na Itália o jogo se tornou menospopular; uma versão, o Tarocco Bolognese: Ottocento [16] conseguiu sobreviver e ainda há outras versões jogadas noPiemonte, mas o número de jogos fora da Itália é bem maior, todos ligados ao nome tarô, na França, e tarock, nospaíses germânicos e eslavos.

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Cartas de tarô para jogar.

Usa-se um baralho de tarô para jogar. Osassim chamados "baralhos esotéricos"geralmente não são ideais para se jogar,porque, por exemplo, faltam símbolos eindicações nas quinas das cartas. Umbaralho típico para se jogar é o francês deformato padrão, o chamado Tarot Nouveau,com naipes franceses iguais aos do baralhocomum de cinquenta e duas cartas. Obaralho Tarot Nouveau apresenta trunfosque trazem cenas tradicionais de atividadessociais da França, em níveis crescentes deprosperidade; isso difere do caráter e daideologia das cartas dos baralhos italianoscomo o Tarocco Piemontês ou o TaroccoBolonhês, ou o Tarô Rider-Waite ou o Tarôde Marselha mais conhecidos da cartomancia.

Outros baralhos de tarô (tarot/tarock/tarocco), populares na Itália, Espanha, Suíça e Áustria, usam os naipes latinosde espadas, bastões, taças (copas) e moedas (ouros), ou os naipes alemães de corações, sinos, bolotas e folhas. Ocaratecteres representados nos trunfos são semelhantes aos encontrados nos tarôs italianos; os baralhos alemães sãoos que menos tipicamente seguem essas caracterizações.O baralho de tarô de 78 cartas contém:• 14 cartas cada um dos quatro naipes: 10 cartas numeradas de um (ou ás) a dez, mais as figuras, que no jogo de

tarô são quatro: Rei, Dama, Cavaleiro e Valete;• 21 trunfos, conhecidos no tarô esotérico como arcanos maiores, cuja função no jogo é um naipe permanente de

trunfos;• 1 carta sem número chamada Curinga, ou o Louco dos baralhos esotéricos, conhecido nos jogos de tarô como a

Desculpa, chamada assim porque o jogador pode usá-la como "desculpa" para não seguir o naipe regente da vaza— mas às vezes atua como o trunfo mais forte.

Como certas regiões adotaram jogos de tarô que usam um baralho incompleto, os próprios baralhos se tornaramespecializados. Um maço "completo" de tarô como o do jeu de tarot contém todas as 78 cartas e pode ser usado paraqualquer jogo do gênero; muitos baralhos de tarock austríacos e húngaros e de tarocco italiano, contudo, apresentamum conjunto menor de cartas adequado somente para jogos dessas regiões particulares.

O tarô esotéricoO termo tarô esótérico refere-se ao uso das cartas de tarô como parte integrante do ocultismo moderno, juntamentecom a astrologia, a alquimia e a cabala.

HistóriaA primeira grande publicidade acerca do uso divinatório do tarô veio de um ocultista francês chamado Alliette, sob o pseudônimo de "Etteilla" (seu nome ao contrário), que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revolução Francesa. Etteilla desenhou o primeiro baralho esotérico, adicionando atributos astrológicos e motivos "egípcios" a várias cartas, elementos alterados do Tarô de Marselha, e incluindo textos com significados divinatórios escritos nas cartas. Mais tarde Mademoiselle Marie-Anne Le Normand popularizou a divinação durante o reinado de Napoleão I, pela influência que exercia sobre Josefina de Beauharnais, primeira esposa do monarca. Contudo, ela não usava o

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tarô típico[10].. Desde então as cartas de tarô são associadas ao misticismo e à magia. O tarô não foi amplamente adotado pelosmísticos, ocultistas e sociedades secretas até os séculos XVIII e XIX. A tradição começou em 1781, quando AntoineCourt de Gébelin, um clérigo protestante suíço, e também maçom, publicou Le Mond Primitif, um estudoespeculativo que incluía o simbolismo religioso e seus remanescentes no mundo moderno[17]. De Gébelin primeiroafirmou que o simbolismo do Tarô de Marselha representava os mistérios de Ísis e Thoth. Gébelin também afirmavaque o nome "tarot" viria das palavras egípcias tar, significando "rei, real", e ro, "estrada", e que por conseguinte otarô representaria o "caminho real" para a sabedoria. Dizia o autor que os ciganos, que estavam entre os primeiros ausar o tarô para uso divinatório, eram descendentes dos antigos egípcios (daí a semelhança entre as palavras gypsy eEgypt, em inglês, mas isso na verdade é um estereótipo para qualquer tribo nômade), e introduziram as cartas naEuropa. De Gébelin escreveu esse tratado antes de Jean-François Champollion ter decifrado os hieróglifos egípcios,ou de fato ter sido descoberta a Pedra de Roseta, e, mais tarde, os egiptólogos não encontraram nada quecorroborasse a etimologia fantasiosa de Gébelin[10]. Apesar disso, a identificação do tarô com o "Livro de Thoth" jáestava firmemente estabelecidas na prática ocultista e segue como uma lenda lenda urbana até os dias de hoje.A concepção de que as cartas são um código místico foi mais profundamente desenvolvido por Eliphas Lévi(1810-1875) e foi difundida para o mundo pela Ordem Hermética da Aurora Dourada. Lévi, e não Etteilla, éconsiderado por alguns o verdadeiro fundador das modernas escolas de Tarô. Sua publicação Dogme et Rituel de laHoute Magie ("Dogma e Ritual da Alta Magia"), de 1854, introduziu uma interpretação das cartas que as relacionavacom a Cabala Hermética. Enquanto aceitava a origem egípcia do tarô proposta por Court de Gébelin, o autorrejeitava as inovações de Etteilla e seu baralho alterado, e por sua vez delineava um sistema que relacionava o tarô,especialmente o Tarô de Marselha, à Cabala Hermética e aos quatro elementos da alquimia[10].O tarô divinatório era cada vez mais popular no Novo Mundo a partir de 1910, com a publicação do Tarô deRider-Waite (elaborado e executado por dois membros da Aurora Dourada), que substituía a tradicional simplicidadedas cartas numeradas de naipe por cenas simbólicas. Este baralho também obscureceu as alegorias cristãs do Tarô deMarselha e dos baralhos de Eliphas Lévi mudando alguns atributos (por exemplo trazendo "O Hierofante" no lugarde "O Papa", e "A Alta Sacerdotisa" no lugar de "A Papisa"). O Tarô Rider-Waite ainda é muito popular no mundoanglófono.Desde então, um número enorme de baralhos diferentes tem sido criado — alguns tradicionais, outros vastamentediferentes. O uso divinatório do tarô, ou como um compêndio simbológico, inspirou a criação de inúmeros baralhosoraculares. São baralhos para inspiração ou divinação contendo imagens de anjos, fadas, deuses, forças da naturezaetc. Embora obviamente influenciados pelo tarô, eles não seguem sua estrutura tradicional: algumas vezes omitem outrocam alguns dos naipes, outras vezes alteram significativamente o número e a natureza dos arcanos maiores.

EstruturaO tarô esotérico é constituido de 78 arcanos e se encontra dividido em dois grandes grupos:

Arcanos maiores

1) Os arcanos maiores possuem 22 símbolos arquetípicos que revelam os estados latentes das ideias e possibilidadesda vida, a saber:1.1. O Mago2. A Sacerdotisa - A Papisa3.3. A Imperatriz4.4. O Imperador5.5. O Papa6.6. Os Enamorados7.7. O Carro

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8.8. A Justiça9.9. O Eremita10.10. A Roda da Fortuna11.11. A Força12.12. O Enforcado13.13. A Morte14.14. A Temperança15.15. O Diabo16.16. A Torre17.17. A Estrela18.18. A Lua19.19. O Sol20.20. O Julgamento21.21. O Mundo22.22. O Louco

Arcanos menores

2) Os Arcanos menores que expressam os resultados e as formas das ideias, contidos no primeiro conjunto, possui 56arcanos distribuídos por quatro símbolos básicos: o Naipe de Ouros, o Naipe de Espadas, o Naipe de Copas e oNaipe de Paus. Por sua vez, cada naipe, possui dez arcanos numerados e quatro arcanos com figuras da cortemedieval (Valete, Cavaleiro, Rainha, Rei).

Naipe de ouros

O naipe de ouros está relacionado ao elemento terra, portanto à vida material, às conquistas financeiras,profissionais e a tudo que, enfim, representa aquilo que pode ser tangível em termos materiais. No naipe de ourosexiste a possibilidade de se conseguir conquistar a segurança material com trabalho, disciplina e esforço. O serhumano é ambicioso e a ambição tem relação como o naipe de ouros. Outra característica do naipe de ouros é adedicação, o esforço, o empenho dedicados aos estudos e ao trabalho.

Naipe de Espadas

O naipe de espadas liga-se ao elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento.

Naipe de Copas

No tarô, o naipe de copas é ligado ao elemento água e ao mundo dos sentimentos, sendo o símbolo da taçarelacionado ao coração, como receptáculo das nossas emoções.

Naipe de Paus

O naipe de paus corresponde ao elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado. Representado pelo bastão,está ligado ao fazer e à criatividade.

MétodoA leitura do tarô é executada por meio de uma técnica específica, jogos e métodos a serem estudados. Porém, tem-se observado não ser tão simples jogar o tarô, como o imaginário popular o faz crer. Médiuns, escolhidos ou estudiosos devem seguir um longo estudo para uma leitura séria de tarô, cada qual dentro de seu contexto. Num processo mediúnico, o tarô, seria uma ligação espiritual entre o ser e o plano superior como qualquer outro instrumento o faria, tais como, a cristalomancia ou a piromancia. Por outro lado, existem as técnicas de leitura baseadas numa teoria consistente que, neste caso, serve tanto às leituras quanto à busca por autoconhecimento e o desenvolvimento

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espiritual.[10] DECKER, Ronald; DePAULIS, Thierry; DUMMETT, Michael. A wicked pack of cards — the origins of the occult tarot. Londres:

Duckworth, 1996; pp. 32-33; 40-43; 74-142; 57-64; 166-193.[15] http:/ / trionfi. com/ 0/ b/ 11/[16] http:/ / pagat. com/ tarot/ ottocen. html

Bibliografia

História do tarô• Dummett, Michael. The Game of Tarot. Londres: Duckworth 1980. ISBN 0-7156-1014-7• Dummett, Michael & McLeod, John. A History of Games Played with the Tarot Pack- Vol. 1. Edwin Mellen

Press, 2004. ISBN 0 7734 6447 6• Dummett, Michael & McLeod, John. A History of Games Played with the Tarot Pack- Vol. 2. Edwin Mellen

Press, 2004. ISBN 0 7734 6449 2• Decker, Ronald; Depaulis, Thierry & Dummett, Michael. A wicked pack of cards - the origins of the occult tarot.

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Tarot 10

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Fontes e Editores da Página 11

Fontes e Editores da PáginaTarot  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=35438620  Contribuidores: 999, Al Lemos, Arges, Bernadeteyara, Berossus, Bonás, Booyakasha, CommonsDelinker, Daison Paz,Danielcz, Escoria79, EuTuga, FCPTN, Feigenhain, Fernando S. Aldado, GOE, Gean, Gil mnogueira, Grifter72, Gunnex, JMGM, JotaCartas, Juntas, Jurza, LeonardoG, Leslie, LuPersonare, LunaCristalis, Lusitana, MUSASHIJAPAN, Mschlindwein, Muneka, Mântica Rhom, Nei Naiff, Nice poa, Nunof, OS2Warp, Oneness01, Porantim, Renato de carvalho ferreira, Ricardozen,Rodrigotebani, Sadclown, Sakura Katana, Stegop, Sturm, ThiagoRuiz, Ts42, Tumnus, Vanthorn, Yanguas, Érico Júnior Wouters, 158 edições anónimas

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