TAXICULTURA

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www.taxicultura.com.br REVISTA Leitura de Bordo Edição 06 Flores, frutas, ecoturismo, esportes radicais e o melhor da vida no campo há 50 minutos de São Paulo Atibaia Manifestações artísticas e culturais típicas do interior invadem a metrópole Revelando São Paulo Trabalho e competência na indústria do turismo Caio Carvalho Entre batatas, salsichas, chucrutes, molho de mostarda e um bom chope, o paulistano pode saborear a diversificada gastronomia alemã O que é que a Alemanha tem?

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TAXICULTURA Edição 06

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EV

ISTA

Leitura de Bordo

Edição 06

Flores, frutas, ecoturismo, esportes radicais e o melhorda vida no campo há 50 minutos de São Paulo

Atibaia

Manifestações artísticas e culturais típicas do interior invadem a metrópole

Revelando São Paulo

Trabalho e competência na indústria do turismo

Caio Carvalho

Entre batatas, salsichas, chucrutes, molho de mostarda e um bom chope, o paulistano pode saborear a diversificada gastronomia alemã

O que é que a Alemanha tem?

2 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 3

4 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

TÁXI CULTURA é uma publicação da Editora Porto das Letras Ltda.

Redação, publicidade, administração e correspondência: Rua do

Bosque, 896, casa 24, CEP 01136-000. Barra Funda, São Paulo (SP).

Telefone (11) 3392-1524, E-mail [email protected].

Proibida a reprodução parcial ou total dos textos e das imagens desta

publicação, exceto as imagens sob a licença do Creative Commons. As

opiniões dos entrevistados publicadas nesta edição não expressam a

opinião da revista. Os anúncios veiculados nessa revista são de inteira

responsabilidade dos anunciantes.

Durante o trabalho de preparação da nossa sexta edição, uma pergunta se tornou recorrente na redação: do que é feito São Paulo? E graças ao projeto Revelando São Paulo, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a ONG Abaçaí Cultura e Arte, pudemos aprender que a nossa querida metrópole tem suas raízes enterradas na história.

E isso vai muito além da poderosa indústria cultural new caipira, que movimenta milhões de reais em todo o país. Na verdade, trata-se do tra-balho e dedicação de milhões de cidadãos que, muitas vezes, contra tudo e contra todos, con-tinuam a investir, a criar e desenvolver as nossas verdadeiras tradições.

É isso que o paulistano poderá apreciar em pleno esplendor durante o Festival de Cultura Paulista Tradicional, a ser realizado entre os dias 9 a 18 de setembro, no Parque do Trote, na Vila Guilherme: Folias de Reis e do Divino, Cortejo de

EditorialAs raízes da metrópole

Bonecões, Orquestras de Viola, Violeiros e San-foneiros, grupos de Catira, Fandangos e Cururus, Congos e Moçambiques, além de mais de 90 op-ções de gastronomia.

Dentro desse espírito da tradição paulista, nesta edição trazemos um pouco dos encantos de Ati-baia. Conhecida pela tradicional festa de moran- gos e flores, a cidade é hoje um dos principais destinos turísticos do Brasil, com uma excelente estrutura para a realização de ecoturismo, turis-mo rural e esportes radicais.

E para falar de turismo com total propriedade, trouxemos ninguém menos do que Caio Carva-lho. O presidente da SPTuris faz uma breve ava-liação do turismo da cidade, aponta os desafios que os megaeventos Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas colocam para os nossos operadores e destaca a força da agenda cultural paulistana como um dos principais diferenciais que a cidade oferece aos seus visitantes.

Boa viagem e boa leitura!Os Editores

EXPEDIENTE

DiretoriaAdilson Souza de AraújoDavi Francisco da SilvaFábio Martucci FornerónIsabella Basto Poernbacher([email protected])

Redação

EditorWaldir MartinsMTB 19.069

Edição de ArteCarolina Samora da GraçaMauro Bufano

Projeto Editorial Editora Porto das Letras

Reportagem Carolina Mendes, Daniele Tavares, Miro Gonçalves e Valéria Calixto

Colaboradores Fernanda Monteforte, Fernando Lemos e Adriana Scartaris

FotografiaDavi Francisco da Silva

Fotografia de CapaReinaldo Meneguim/RSP Capital 2010

RevisãoNaira Uehara

Publicidade

DiretorFábio Martucci Fornerón

Assessoria jurídicaPaulo Henrique Ribeiro Floriano

ComercialSuporte AdministrativoAna Maria S. Araújo SilvaMayara da Silva DiasBruna Donaire Bissi

Assinaturas e mailling([email protected])

ImpressãoWgráfica

Tiragem25.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 5

6 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Qualidade de Vida

16

Mundo&Cia36

Morar Bem32

Tecnologia30

48

Capa38

Bandeira LIvre

18

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Agenda22

Charme e Beleza

28

SUMÁRIO | TÁXI CULTURA

Capa18

São Paulo Tem

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São Paulo: um mundo todo

14

Bandeira Livre

32Qualidade

de vida

30Morar

Bem

38

Agenda2208

Onde fica? Paulistanos10

42

Beleza28

Horizonte vertical

O Menino e o cataventoSou professora de história da arte e estou conversando com meus alunos sobre esse monumento [O menino e o catavento, publicado na edição 05 da Revista Táxi Cultura] e iremos ao local para realizar uma visita.

Vanessa Chaves Leão

RedaçãoPrezada Vanessa

Trabalhamos para divulgar e le-var o melhor da arte e cultura de São Paulo para todas as pessoas. A cidade guarda preciosidades que, boa parte das vezes, passam despercebidos da maioria dos ci-dadãos. Muitas vezes basta apenas abrir os olhos.

Atenciosamente,A redação

Para nós, sua participação é fundamental. Para enviar suas críticas, elogios, sugestões ou comentários basta enviar um email para: Assim que recebermos sua mensagem entraremos em contato para atender a sua solicitação.

ESPAÇO LEITOR

[email protected]

Tecnologia26

Mundo Cão

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Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 7

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14O que é que a Alemanha tem?

Entre batatas, salsichas, chucrutes, molho de mostarda e um bom chope, o

paulistano pode saborear adiversificada gastronomia alemã

Revelando São Paulo O Festival de Cultura PaulistaTradicional traz para a capital asmanifestações artísticas e culturaistípicas do interior

10Caio Carvalho

Pragmatismo, criatividade ecompetência para fortalecer

a indústria do turismo

A arte da verdadeDeliciosa a entrevista da Jussara Freire, como o próprio texto diz, ela é verdadeira. Atrizes como ela engrandecem o teatro e a televisão brasileira. As pessoas não estão mais preocupadas com nada a não ser ganhar dinheiro.

Sandra Perdinazzi

RedaçãoPrezada Sandra

Para nós também foi uma lição de vida partilhar de alguns momen-tos com essa espetacular atriz, que tantas contribuições já trouxe para a vida cultural brasileira.

Atenciosamente,A redação

Errata:Diferente do que foi publicado na edição 05 da Revista Táxi Cultura o endereço atual do Museu Lasar Segall é Rua Berta, 111, Vila Mariana - SP/SP - próximo a estação Sta. Cruz do metrô.

32Atibaia

Um variado leque deatrações faz da cidade um

dos mais concorridosdestinos turísticos do Brasil

8 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

GANHADORES

Bicicleta branca

O Menino e o CataventoO desafio publicado na edição passada, O menino e o catavento fica no Largo São Francisco, diante da Faculdade de Direito da USP. O monumento foi pro-duzido pelo escultor O. M. di Palma e en-tregue à cidade de São Paulo em 1996. A obra faz parte de um trio de escultu- ras de bronze.

A “bicicleta fantasma” é um símbolo de luta por humanidade no trânsito. De-pois que a colega de pedaladas Márcia

Regina Prado foi atropelada e morta por um ônibus, amigos da ciclista resolveram pintar uma bicicleta de branco e instalá-la em um memorial construído em sua homenagem,

Por Carolina Mendes

Os primeiros 10 leitores que identificarem a localização da foto acima ganharão um par de ingressos para o teatro.

Sua resposta deverá ser enviada para o e-mail: [email protected] resultado sairá na próxima edição junto com os nomes dos ganhadores.

Você sabia? Condutores de

automóveis devem manter distância de

1,5 metroao ultrapassar

uma bicicleta

Maria Tamiris

Robson Nunes Mellero

Celso Moreira da Costa

Regina Seripieri

Vanessa Chaves Leão

ONDEFICA?

Silvia Gouveia

Sthefany Monteiro

Wellington Wagner Wiira

Alaíde Up

Flavia Baldotto da Rocha

próximo ao local do acidente. Ainda como tributo, desenharam a ciclista pedalando.

Márcia era ativista do transporte, defensora do meio ambiente e acreditava que cada car-ro a menos na cidade era um benefício a mais para todos, por isso lutava diariamente por mais respeito aos ciclistas nas ruas e avenidas.

“Sua pressa vale uma vida?”

Davi Francisco

10 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

PAULISTANOS

Por Waldir Martins

Responsável por um trabalho inovador à frente da São Paulo Turismo, empresa responsável pelo turismo na cidade de São Paulo, Caio Luiz

de Carvalho já teve sua gestão reconhecida no final de 2010, quando São Paulo foi o grande destaque na 1ª Chamada para Premiação das Melhores Práticas dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, organizada pelo Ministério do Turismo, con-quistando o primeiro lugar em cinco quesitos: acesso, monitoramento, economia local, aspectos ambientais e aspectos culturais.

Apaixonado pela Metrópole e suas incontáveis atra- ções, Carvalho conversou com a Táxi Cultura sobre o momento favorável que a indústria do turismo atravessa hoje em São Paulo, a preparação da cidade para a Copa do Mundo e Olimpíadas, o perfil do turis-ta que visita a cidade hoje e também sobre o projeto 1 milhão de amigos, que tem o objetivo de divulgar a vida cultural paulistana através dos recibos distribuí-dos pelos taxistas aos seus passageiros.

Pragmatismo, criatividade e competência para fortalecer a indústria do turismo

CaioCarvalhoFotos: Davi Francisco

Táxi Cultura:

Como é que você avalia o turismo de São Paulo?

Caio Carvalho:

São Paulo evoluiu muito; eu costumo dizer que São Paulo é uma cidade que nunca foi pensada em termos de turismo por um preconceito bobo de gestores e também por parte dos próprios paulistanos que não entendiam que nesse mun-do moderno, nessa tendência de tematizar, bus-car nichos de mercado, São Paulo poderia per-feitamente trabalhar o tripé: negócio, evento e a agenda cultural da cidade. Isso começou a ser trabalhado desde 2005, quando São Paulo ti-nha uma oferta de 42 mil quartos e uma taxa de ocupação em torno dos 26-27% nos finais de se-mana e 50-52% de média anual. Hoje nós temos uma taxa de ocupação acima de 70% de média anual e 50-55% nos finais de semana.

Além disso, aumentou também o gasto médio per capta/dia do turista na cidade assim como o tempo de permanência médio na cidade. Em 2005 eram 2,6 dias por estrangeiro e hoje está em torno de 4,6. O fato é que nós estamos vi-vendo o melhor momento econômico da cidade: uma cidade com problemas sociais inerentes a grandes metrópoles, mas que vive o seu me-lhor momento justamente porque trabalha essa questão do turismo de negócio e turismo de eventos com uma agenda cultural rica. Poucas cidades no mundo têm essa diversidade cultural que a cidade de são Paulo tem, então, ela vive o melhor momento.

Táxi Cultura:

O que movimenta em valores por ano esse turismo?

Caio Carvalho:

Eu diria que em 2010 foram 12 milhões de visitantes, óbvio que a maioria de brasileiros; mas o visitante brasileiro também gasta. Tive-mos 9 bilhões de reais de faturamento do setor, temos uma oferta invejável de infraestrutura, 42 mil quartos, mais de 30 mil táxis de excelente qualidade, 17 hospitais com certificação inter-nacional, 120 museus, 12 mil restaurantes... Os números de São Paulo são números grandiosos, são números que assustam até!

Táxi Cultura:

Impossível não falar da Copa do Mundo de Fute-bol. A cidade está se preparando adequadamente?

PAULISTANOS

Caio Carvalho:

O mais importante da Copa não é a Copa, mas o que a Copa pode deixar de legado. Hoje há uma miopia com relação à dis-cussão da Copa: só se discute estádio e es-tádio é o ingrediente que menos vai deixar legado para a população. O que tem que se discutir é de que forma nós podemos aproveitar um dos megaeventos do plane-ta, que é a Copa do Mundo, para deixar um legado para o cidadão. Até agora nós só discutimos estádio, nem a questão aero-portuária foi resolvida; então, eu vejo que deve haver um foco da mídia e da socie-dade sobre o legado que nós queremos que seja construído e, com relação a esse lega-do, a meu ver, nós estamos atrasados. Para você ter uma ideia, a Rússia, que vai sediar a Copa em 2018, está muito mais avançada do que nós, que iremos realizar em 2014.

Foto: Priscilla Vilariño/SPTuris

O projeto 1 milhão de amigos é uma parce-ria entre a SPTuris e a Revista Táxi! e divulga para os motoristas e passageiros as princi-pais atrações de São Paulo

12 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

PAULISTANOS

Táxi Cultura: Mesmo com todo esse atraso, o que a cidade

pode fazer pra capitalizar esse movimento?

Caio Carvalho:O que uma Copa tem que trazer para uma cidade

gigantesca como São Paulo, que está no melhor momento do turismo, é justamente melhorias na sua infraestrutura, mobilidade urbana, transporte público, questão de acessibilidade, de urbanização, de meio ambiente... São questões fundamentais a serem trabalhadas, tais como Barcelona trabalhou, como os ingleses estão trabalhando. Até os russos estão trabalhando e nós estamos focados ainda nas questões dos estádios.

Uma questão importante do legado que tem a ver com a categoria dos taxistas é o fato de que no Brasil nós temos um problema sério de capacita-ção de pessoas. No caso de São Paulo, não se trata nem de capacitar, mas de qualificar as pessoas que já estão capacitadas. O taxista de São Paulo, talvez, seja um dos mais competentes do mundo em ter-mos de gentileza e de qualidade do próprio táxi, melhor até que Nova Iorque e outros destinos. O que falta aqui é uma qualificação do taxista, que já é um excelente profissional, no sentido de se apri-morar diante da agenda riquíssima que nós vamos ter pela frente, como, por exemplo, em relação ao domínio de idiomas.

Táxi Cultura: A cidade começa a pensar em negócios ligados

ao futebol fora do campo?

Caio Carvalho:Sim, mas isso está acontecendo normalmente;

temos um seminário atrás do outro, um evento atrás do outro. Hoje mesmo já me informaram sobre três eventos que irão ocorrer. Eu mesmo sou convidado pra dar palestra em muitos deles. Além desses, há exposições, reservas do Anhem-bi pra fazer eventos ligados ao futebol, enfim, vamos ter muitos eventos nesse sentido. Existe um número tão grande que acaba saturando.

Táxi Cultura: E as Olimpíadas, São Paulo também vai ter

uma participação ativa também?

Caio Carvalho:Eu acho que as Olimpíadas serão muito impor-

tantes para o Estado de São Paulo. Tão importante quanto a Copa, ou mais, porque, de certa forma, trabalhará junto à sociedade brasileira certa des-vinculação da monocultura do futebol.

Além disso, vejo que a Olimpíada é muito interes-sante para a cidade de São Paulo, porque o perfil de quem irá pra Olimpíada do Rio é o de um turista mais qualificado, de poder aquisitivo maior; quem vem pra ver hipismo, esgrima, ginástica, vôlei, bas-quete é mais do que quem vem ver uma partida de futebol.

E esse turista fatalmente virá a São Paulo, primeiro, porque São Paulo é hoje a capital do entretenimento da América Latina, segundo, pela infraestrutura que oferece e, terceiro, porque São Paulo irá receber partidas de futebol dos Jogos Olímpicos. Rio e São Paulo são produtos que se complementam, não são produtos concorrentes.

Táxi Cultura: Na área da cultura, de que maneira a cidade está

trabalhando para se consolidar como um centro in-ternacional de cultura?

Caio Carvalho:A diversidade cultural de São Paulo é única e in-

vejável. Nós estamos trabalhando com o conceito das economias criativas, de valorização de todos es-ses talentos em doze segmentos ligados à questão cultural, temos equipamentos na cidade que são de fazer inveja a qualquer capital do mundo em termos de infraestrutura.

Ter um calendário de eventos culturais, eventos especiais ou megaeventos como a Fórmula Indy, Fór-mula 1, São Paulo Fashion Week, Hospitalar, Salão do Automóvel, Bienal do Livro é o que faz a rique-za de qualquer destino. Por isso que hoje, das 170 grandes feiras que acontecem no Brasil, 140 estão em São Paulo.

São Paulo está entre as 10 cidades do mundo que mais recebem seminários e congressos e vive esse momento rico, em que a praia é justamente a cul-tura, a praia é o evento, a praia é o negócio. Isso significa dizer que esse turista que vem a São Paulo, hoje, vale por dois ou três que vão ficar numa praia.

A diversidade cultural de São Paulo é única

e invejável

Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 13

PAULISTANOS

Táxi Cultura:

Dentro desse contexto qual a importância do projeto 1 milhão de amigos, que distribui talões de recibos para os taxistas com dicas culturais para a cidade?

Caio Carvalho:O projeto 1 milhão de amigos é

uma parceria realizada com a Re-vista Táxi! Ele é importante porque o papel que o taxista tem hoje na cadeia produtiva do turismo é ex-traordinário em qualquer lugar do mundo; porque, na realidade, é ele que acaba sendo aquele agente simpático que colabora com o visi-tante que está longe do seu domicí-lio e que, portanto, se sente indefe- so. É justamente esse taxista, esse cidadão que vai ser, na verdade, o embaixador da cidade junto ao visitante; e, visitante bem tratado sempre volta acompanhado.

Táxi Cultura: Existe um turista ideal? O turista que vem fazer

compras na 25 de março, por exemplo, é melhor ou pior que o turista que vem pra assistir a um show?

Caio Carvalho:O turista é bem-vindo desde que seja um

turista que venha pra usufruir a cidade, curtir a cidade e tudo mais. Nós temos feito pesquisas com aqueles que vêm para o chamado turismo da 25 de março, porque aqui nós temos uma 25 de março ou uma José Paulino no Brás, e temos, também, uma Oscar Freire e 70 shoppings. Essa é a mágica da cidade de São Paulo: ser uma ci-dade que atende a todos os paladares, todos os bolsos, todos os gostos, todas as tribos, todas as tendências. Isso é o que faz de São Paulo uma ci-dade como eu a chamo: “Antenada”. Uma cidade moderna, e que é percebida lá fora assim.

Pelas pesquisas, o turista que vem e fica um dia na 25 de março, esse turista de um dia, mui-tas vezes de uma noite, gasta aqui em torno de

R$1,8 mil. Para você ter uma ideia, R$1,8 mil é o que um turista alemão gasta durante 4 ou 5 dias numa praia do Nordeste.

Táxi Cultura: O turista internacional agregaria mais valor a isso?

Caio Carvalho:Depende.

Táxi Cultura: São Paulo pode assumir um espaço equivalente

à Broadway para atrair esse tipo de turista?

Caio Carvalho:Bom, São Paulo já é a única cidade da América

do Sul que tem uma Broadway dentro, pois temos aqui “O Fantasma da Ópera”, “A Bela e a Fera”, “Mamma Mia”... Enfim, nós temos isso aqui.

São Paulo é uma cidade global, e o que vejo é que o turista de Ribeirão Preto ou aquele que vem de Brasília ou de Minas Gerais é um turista que muitas vezes gasta mais até do que o es-trangeiro. Eu costumo dizer que o que vale é a

receita que você tem no final do ano com turismo; e, hoje, o brasileiro, com a questão do câmbio e tudo mais, está gastando muito. A onda de consumo está muito forte e, ao mesmo tempo, nós temos aí uma tendência de brasileiros indo para o exterior por causa do câmbio favorável.

O Banco Central acaba de lançar um balan-ço do primeiro semestre assustador, ou seja, foram R$10,5 bilhões de gastos de brasi- leiros lá fora. Esse valor equivale ao que o brasileiro gastou no exterior o ano passado inteiro, ou seja, vai ser um déficit histórico na balança comercial com o turismo que en-tra e o turismo que sai. Mas o que eu vejo é que não dá para uma cidade como São Pau-lo dizer: se hoje nós temos 12 milhões de turistas e 9,6 milhões são brasileiros, vamos agora focar só no estrangeiro. Esse brasi-leiro é muito bem-vindo e, muitas vezes, ele gasta até mais do que o estrangeiro que já vem com pacote comprado.

Sede da SPTuris, o Anhembi Parque é o mais versátil e um dos maiores centros de eventos da América Latina, caracterizado como um verdadeiro ícone do turismo de negócios da cidade

Foto: Priscilla Vilariño/SPTuris

14 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Na hora de indicar a bebida ide-al para compor a mesa: cerveja ou chope e bem gelada!

Saborosa e diversificada, os imigrantes alemães impressionam com uma rica culinária, entre batatas, salsichas, chucrutes, molho de mostarda e um bom chope

O que é que a Alemanha tem?

Advinda de uma cultura econômica baseada na pecuária - bovina, suína, ovina e aviária – e de produtos agrícolas como batata, beter-

raba, cevada e trigo, a culinária alemã é composta de muitos detalhes e variações, que se alternam de região para região.

No norte do país predominam as carnes defumadas e ainda os peixes e sopas grossas. No sul, ao longo do ano, ganham destaque as carnes de caça, principalmente as de javali, veado e coelho. Na verdade, existem mais de 1.500 formas de carne, no entanto, a carne de porco e a velha e boa salsicha alemã lideram com folga como as preferidas na gastronomia germânica.

Outra marca importante da mesa alemã é a abundân-cia, que já pode ser verificada na primeira refeição do dia, descrita como uma verdadeira ceia, composta por uma grande variedade de pães e baguetes, além de seus inúmeros acompanhamentos como geleia, mel, carnes frias, queijo, ovos cozidos, entre outros.

A arte de equilibrar temperos e condimentosAlém da carne de porco - que conta com uma varie-

dade incrível de receitas e opções - a carne de vaca e as aves (pato, ganso e peru) também desfrutam de um bom espaço na cozinha alemã. “A culinária alemã enfrenta um estigma pela forte presença da carne de porco. Mas isso tem mudado, porque, hoje em dia, essa carne tem se mostrado mais natural e saudável do

que a bovina e, a depender da proveniência, é melhor até que o frango”, explica Ana Regina Meireles, chef do tradicional restaurante Konstanz, localizado no bairro de Moema, em São Paulo.

Para Meirelles, não é possível conceber um prato da verdadeira gastronomia alemã sem a presença de temperos e condimentos típicos como a páprica e a mostarda. “Temos pratos a base de mostarda, mas ela é muito mais servida à mesa, pra acompanhar, pois uma salsicha sem mostarda não é nada”, ressalta a profissional, que aconselha, também, o tradicional pão preto.

SÃO PAULOUM MUNDO TODO

Por Fernanda Grandino

DivulgaçãoDivulgação

O ‘Apfelstrudel’, folhado de torta de maçâ, é a sobremesa mais pedida e deve ser degustada sem medo e nenhuma culpa

No Chucrute Garni, que você pode experimentar diferentes tipos de salsicha, bisteca de porco, acompanhadas de joelho de porco, muita batata e chucrute

Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 15

Outro especialista, Francisco Krieger, que há 26 anos lidera a cozinha do Restaurante Windhuk - fundado por um dos tripulantes do navio alemão Windhuk, que buscou refúgio nas costas brasileiras quando teve início a Segunda Guerra Mundial, no ano de 1939 - também entende que o segredo está na cuidadosa combina-ção dos ingredientes: “Uso constantemente um cravo, uma canela, uma pimenta, um louro, pimenta em grão e maçã também”, revela.

Pratos que priorizam o sabor

Dentre os pratos, um específico que chama muito a atenção é o ‘Konstanzwurstbier’, cozido no réchaud. “É um cozimento que leva alho poró, salsinha, cebola, tudo à mesa e feito na hora”, revela Meireles. Outro prato tradicional é o ‘Kalbsbratwurst’, com duas salsi-chas brancas, molho acebolado caramelizado e batata rosti, ou ainda o ‘Revira Blumenau’, que é tendência no sul do Brasil, servido com canapés de linguiça defu-mada e mostarda.

O carro chefe do Konstanz é o ‘Chucrute Garni’, que você pode experimentar um pouco de cada ingredi-ente. “Além dos diferentes tipos de salsicha, vai car-ré, tipo de bisteca de porco mais grossa e defumada, acompanhada de joelho de porco, muita batata e chu-crute”, explica Meireles.

Entre os preferidos pelo chef do Windhuk está o ‘Pa-prika schnitzel’, que é o filé empanado com bolinhos de batata e molho de páprica. Segundo Krieger, pode ser executado com a opção de filé mignon, filé suino ou ainda filé de frango. O prato também pode ser co-zido com chucrutes ou frito com repolho roxo.

SÃO PAULOUM MUNDO TODO

Onde comer:WindhukAlameda dos Arapanés, 1400 - Moema(11) 5044-2040 / (11) 5044-6463http://windhuk.com.brKonstanzAv. Aratãs, 713 - Moema(11) 5543-4813 / 5041-0969www.konstanz.com.br

Vegetais e Legumes também tem espaço

Os vegetais são, na maioria das vezes, consumidos em sopas ou em ensopados. Mas também são servi-dos como pratos complementares. Os vegetais mais comuns são o nabo, a cenoura, o espinafre, o feijão, a ervilha e os múltiplos tipos de repolho. É do repolho em conserva fermentado que se faz o chucrute, um dos pratos mais conhecidos da mesa alemã.

Krieger explica que os legumes da cozinha alemã normalmente são cozidos e a opção pelas frituras é uma adaptação brasileira.

Bebidas? Cerveja e chope!

Os sumérios e os egípcios já produziam cerveja há mais de cinco mil anos, mas a cerveja produzida na Ale-manha ganhou status de melhor do mundo porque só utiliza água cristalina, lúpulo e malte. O país tem 1.350 cervejarias e mais de cinco mil marcas são produzidas, mas com um detalhe: “Para o alemão a cerveja tem que estar na temperatura ambiente, eles não gostam da cerveja gelada como o brasileiro”, explica Meireles

Em São Paulo a coisa é um pouco diferente e, para acompanhar os pratos, ambos os chefes foram unâ-nimes na hora de indicar a bebida ideal para compor a mesa: cerveja ou chope e bem gelada! Por isso, os dois restaurantes fazem questão de manter a velha e boa serpentina de cobre - com mais de 120 metros de comprimento. “Apesar de gastar mais gelo e muito mais chope quando se faz a cremosidade da espuma na mão, é uma característica que temos na casa e por

Divu

lgaç

ão

Divulgação

mais comercial que a gente queira ser, não dá pra tirar essa tradição” anuncia a chef do Konstanz.

“Outra opção para combinação perfeita dos pratos é o tradicional Steinhäger ou caipirinha”, indica Krieger. A bebida, destilada a base de zim-bro - chamado também de cedro ou genebreiro - é degustada em temperatura ambiente ou suave-mente gelada, podendo ser misturada ao chope, realçando seu sabor, numa mistura popularmente conhecida como submarino.

A suavidade da maçã e o sorvete de creme

Mas nem só de carne vive a cozinha germânica. Com um cardápio rico em sobremesas a base de sorvete de creme, o ‘Apfelstrudel’ é sem dúvidas um ícone na culinária alemã e o mais pedido. O folhado de torta de maça é recheado com chan-tilly, sorvete de creme, um toque de canela, pas-sas e ainda flambado à mesa com mais sorvete de creme e mais chantilly!Konstanz: tradicional restaurante de Moema traz o gosto da Alemanha aos mais exigentes paladares

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Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 17

18 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

O Festival de Cultura Paulista Tradicional comemora sua 15ª edição trazendo para a capital as manifestações artísticas e cultu-rais típicas do interior

Revelando São Paulo

Para quem acredita que a cultura popular é um fenôme-no em extinção, asfixiada pelo mundo da tecnologia e desenfreado crescimento urbano, o Festival de Cultura

Paulista Tradicional, que acontece de 9 a 18 de setembro, no Parque do Trote, na Vila Guilherme, Zona Norte da Capital, vai provar que isso não corresponde à realidade: a cultura popular continua muito viva e crescendo.

Realizado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em parceria com a Organização Social de Cultura Abaçaí, uma ONG que, desde 1973, atua no sentido de valorizar a arte e a cultura do povo brasileiro, o Festival oferece ao público a opor-tunidade de apreciar manifestações populares que surpreen-dem pela vitalidade, como as Folias de Reis e do Divino, Cortejo de Bonecões, Orquestras de Viola, Violeiros e Sanfoneiros, gru-pos de Catira, Fandangos e Cururus, Congos e Moçambiques, entre muitos outros.

Para o Secretário Estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, a ini-ciativa se reveste de uma importância especial, uma vez que de modo muito positivo inverte o fluxo no mundo da cultura, ao trazer para a metrópole manifestações que, apesar de fazerem parte da vida e história de boa parte dos paulistanos, estão afastadas do seu cotidiano.

“Todo mundo associa São Paulo à indústria, à modernidade, à tecnologia, à riqueza material. Mas nosso estado tem um patrimônio imaterial muito forte, uma cultura de raiz pouco conhecida dos próprios paulistas, mas que também nos enche de orgulho. Na Secretaria, temos como prioridade interiorizar o acesso à cultura, levando espetáculos e eventos da Capital para várias cidades. No Revelando, acontece o contrário: trazemos o melhor da tradição do interior e do litoral para São Paulo”, comemora o Secretário.

Por Waldir Martins

CAPA

Reinaldo Meneguin/ RSP Capital 2010

Setembro | REVISTA TÁXI CULTURA 19

Cortejo de Bonecões e Cabeções nas ruas deVila Guilherme em direção ao Parque do Trote

O Festival ofe-rece ao público a oportunidade de apreciar dife-

rentes manifesta-ções populares

20 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Tradição e tecnologiaDurante os dez dias do Festival, os paulistanos poderão

acompanhar uma enorme variedade de atrações, ori-undas de 200 cidades do Estado, que representam a herança e a identidade cultural dos paulistas. Serão 90 espaços de culinária, 160 de artesanato, atrações como Rancho Tropeiro, Espaço Quilombola, diversos cortejos pelas ruas da cidade, brincadeiras de todos os tipos e tempos, além da tradicional Corrida de Cavalhada.

Os mais jovens podem não reconhecer o nome de cada uma das atrações, mas, a diversão é certa! Um palco especialmente montado para o evento receberá cerca de 300 grupos artísticos, que terão a responsabilidade de mostrar a força e a excelência dessa cultura que sobrevive mesmo à margem da atual indústria cultural.

Para Diego Dionísio, um dos responsáveis pelo tra-balho realizado pela ONG Abaçaí, o evento assume um caráter de resistência cultural, ao mobilizar centenas de artistas de diferentes comunidades. “O Festival revela que o estado e a cidade de São Paulo possuem uma identidade cultural cuja raiz são os caipiras, os caiçaras e os tropeiros e que precisa ser valorizada”, avalia.

A cultura como expressão de vidaA marca da autenticidade é outro grande diferencial

presente no Festival, uma vez que seus protagonistas, responsáveis pela produção do artesanato, culinária típica e as demais manifestações artísticas e culturais presentes no evento, são famílias tradicionais, de dife-rentes comunidades do interior e do litoral.

Para se ter uma ideia da força dessa cultura, levanta-mento realizado em 2006 pela ONG Abaçaí identificou 430 grupos de Folia de Reis no Estado de São Paulo. Se-gundo os pesquisadores, esse número tem se ampliado a cada ano, com a inclusão de trabalhos realizados por novos grupos e comunidades.

Nesta edição, o Festival irá contar com a participação de artesãs das cidades de Santo Antônio da Curva e Itaboré, especialistas na produção de panelas de barro, em oficinas montadas especialmente para o evento.

“São artistas que vivem desse trabalho, produzem uma arte que geralmente é transmitida dentro das próprias famílias, e que traz a identidade da sua cidade, da sua região. E os exemplos são muitos, como as flo-reiras de barro, produzidas na cidade de São José dos Campos e em todo o Vale do Paraíba, ou os trançados e cestos da região do Vale do Ribeira e também do Vale do Paraíba”, relata Dionísio.

Preservar o patrimônio imaterialVale ressaltar que, apesar de colocar à venda para os

visitantes uma variedade imensa de produtos, o Festi-val pretende extrapolar a ideia de que seja apenas uma feira. Trata-se de uma mostra da identidade cultural que São Paulo tem, seja no artesanato, na culinária, na dança, e que não se coloca como um folclore, no sen-tido pejorativo, pois se trata de uma cultura viva e em pleno desenvolvimento.

“O que se está discutindo é a questão do patrimônio imaterial e quem produz cultura; esses atores sociais estão fazendo a salvaguarda do patrimônio cultural

paulista. E a importância dessa cultura se apresentar na cidade é fundamental, pois proporciona visibilidade para esse patrimônio. Aquela irmandade que estava es-condida, como a Folia de Reis que existe na cidade de Guarulhos, no Jardim São Paulo, em São Bernardo do Campo, ou a irmandade do Vale do Paissandu ganham visibilidade e força” avalia o especialista.

A cultura paulista na Metrópole PaulistanaContudo, não serão apresentadas apenas atrações

oriundas de fora do espaço urbano da cidade. Tradicio-nais grupos como as duas romarias a cavalo mais antigas de São Paulo, que ficam na Freguesia do Ó, Zona Oeste da Capital, e na cidade de Santo André, na Grande São Paulo, também estarão presentes no Festival.

O público poderá ainda reviver as antigas corridas de Surkes (charretes de uma pessoa), que estavam ador-mecidas há mais de 40 anos no Parque do Trote. Todos os dias, às 16h, na arena, cerca de dez corredores irão realizar esta corrida tradicional na região. 200 animais entre cavalos, bois, búfalos e mulas, além de carros de bois, também circularão na arena do parque possibi-litando ao público um contado bem próximo com a vida rural durante todo o evento.

O retorno para a CulturaMais do que apenas conferir visibilidade para a

cultura regional, o Festival da Cultural Paulista Tradi-cional retorna de outras maneiras para os produtores culturais que participam do projeto. “O município que participa do Festival, seja com culinária ou artesanato, faz retornar para a comunidade tudo que for produzi-do e comercializado. Na cidade de Atibaia, por exem- plo, que vem com virado de milho, um prato tradicional da sua região, todo o dinheiro arrecado será destinado para os grupos de Congos e Moçambiques”, revela o representante da Abaçaí.

Cultura da PazO compromisso com a construção da Cultura de Paz

e o respeito à diversidade também contarão com um

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A Congada é uma das manifestações presentes no Revelando

Cortejo pelas ruas da Zona Norte com Carros de Bois e romarias a cavalo da Cidade de SP

O festival contará com 90 espaços de gastronomia, como o Rancho da cidade de Monteiro Lobato, onde é possível saborear comida tropeira

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espaço importante no Revelando São Paulo. Cerca de 30 segmentos religiosos se encontrarão no Parque da Juventude (local onde antigamente funcionava a Penitenciária do Carandiru) para uma cerimônia inter-religiosa e caminharão até o Parque do Trote. Haverá presença de representantes hare krishnas, budistas, católicos, presbiterianos, umbandistas, es-piritualistas, além de comunidades indígenas, que receberão a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, trazida da Basílica de Aparecida.

Sobre o Revelando São Paulo Desde seu lançamento em 1997, o Revelando São

Paulo é realizado pela Secretaria de Estado da Cultura. Ganhou forma, repetindo e ampliando os encontros característicos das várias manifestações artísticas vivas em todas as regiões do Estado, e trazendo outras, que se solidificam na programação do evento. Foi assim com os Festivais da Amizade e de Bonecos de Rua e Cabeções, a Reiada, a festa de Cosme e Damião, os encontros de Violeiros, Sanfoneiros, Catira, São Gonçalo, Adoradores de Santa Cruz, Caminheiros, Irmandades Religiosas, Romeiros, Manifestações Cosmopolitas, as noites de São João e dos Tambores e o Congado paulista.

Participação crescenteOs números do Revelando São Paulo impressionam

quando analisados a partir dos registros das primeiras edições. Hoje a programação contempla 32 diferentes projetos, para as quais são esperadas cerca de 1 milhão de pessoas. No lançamento, em 1997, o Revelando São Paulo reuniu durante todo o evento 50 mil pessoas, e teve a participação de 70 municípios.

Na última edição foram 180 municípios, 150 espa-ços de artesanato, 70 de culinária, 170 animais (entre tropas de mulas, cavalos, touros e búfalos), 12 carros de bois, 30 grupos no Festival da Amizade, 18 orques-tras de violas, 40 congadas e moçambiques, 50 duplas de violeiros, 15 grupos de catira, 15 grupos de dança de São Gonçalo e Santa Cruz, 12 grupos de bonecões e cabeções e 40 folias de reis.

Serviço

Programação Revelando São Paulo - 2011

XV Revelando São PauloData: 9 a 18 de setembroHorário:das 09h00 às 21h00Local: Parque Vila Guilherme/ Trote e Mart CenterEndereço: Avenida Nadir Dias de Figueiredo s/n – Vila GuilhermeEntrada francaInformações: www.revelandosaopaulo.org.br(11) – 3312 2900 Ao vivo pela internet: www.revelando.tv.br twitter: revelandospfacebook: revelandosaopaulo

Programação PermanenteCarros de bois, charolas e charretes• 160 espaços de artesanato, 90 espaços de •

culinária e rancho tropeiro Brincadeiras de todos os tempos•

9 de Setembro – SextaEm Torno da Mesa Paulista Tradicional• Rancho tropeiro - Abertura•

10 de Setembro - SábadoEncontro de Orquestras de Viola• X Festival da Amizade - Previsão de 30 •

grupos das comunidades étnicas de São Paulo

11 de Setembro - DomingoCerimônia da Paz - Por uma Década de •

Cultura de Paz - Memorial da América LatinaInício da Cerimônia Transreligiosa - •

O Sagrado na Metrópole Festival da Amizade • Continuação Chegada da Imagem •

Peregrina de Nossa Senhora Aparecida

12 de Setembro - SegundaTarde das Serestas• Encontro das manifestações cosmopolitas•

13 de Setembro - TerçaEncontro de Bandas e Fanfarras• Encontro das manifestações cosmopolitas - •

Continuação

14 de Setembro – QuartaEncontro de Violeiros• Encontro de Sanfoneiros•

15 de Setembro - QuintaEncontro de Catira• Encontro de São Gonçalo • VIII Encontro de Adoradores •

da Santa Cruz IV Encontro de Fandango • II Cururu•

16 de Setembro – SextaEncontro de Quadrilhas• IX Noite de São João•

17 de Setembro - SábadoFestival de Bonecos de Rua e Cabeções• Reiada (Encontro de Folias de Reis) • XI Festa de Cosme e Damião • Corrida de Cavalhadas• Noite dos Tambores•

18 de Setembro - DomingoCorrida de Cavalhada• Encontro de caminheiros • XIII Encontro de Romeiros • XII Congado Paulista • Despedida da Imagem Peregrina •

de Nossa Senhora Aparecida

O festival contará com 90 espaços de gastronomia, como o Rancho da cidade de Monteiro Lobato, onde é possível saborear comida tropeira

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AGENDA

“Apropriação - Meu Centro é o Skate”Para oficializar ainda mais a região do Anhangabaú como a Meca dos skatistas paulistanos, uma

mostra de Homero Nogueira, fotógrafo da revista CemporcentoSKATE expõe uma série de fotos, vídeo instalações e zootropos (sequências de skate) que fazem parte da arte contemporânea mul-timídia do Centro de São Paulo. Os visitantes podem levar fotos próprias que serão inseridas na composição de um painel colaborativo. Galeria OlidoAvenida São João, 473 - térreo ao 2º andar5 de Agosto a 2 de OutubroTerça a domingo, das 13h às 20hEntrada FrancaFones: (11) 3331-8399 / (11) 3397-0171Informações: www.galeriaolido.sp.gov.br

A nova unidade do SESC tem teatro, quadra poliesportiva, piscina, clínica odontológica e biblioteca em 14 mil m² de área construída

O SESC São Paulo inaugurou, no último dia 27 de agosto, a nova unidade Bom Retiro, na Alameda Nothmann, 185, região central de São Paulo. Com projeto arquitetônico de Leon Diksztejn, o conjunto levou três anos para ser construído e possui 14 mil m² de área construída, em um terreno de aproxi-madamente 4 mil m².

Dentre outros equipamentos, o SESC Bom Retiro oferece aos paulistanos: teatro com capacidade para 291 espectadores; ginásio poliesportivo coberto; piscina semiolímpica coberta e aquecida por meio de energia solar; espaço para exposições; e ainda salas de ginástica multifuncional e para oficinas de criatividade.

Conta também com área de alimentação; brinquedoteca; área de convivên-cia com iluminação e ventilação natural; clínica odontológica; sala de internet livre; biblioteca; estacionamento coberto com biclicletário; e um moderno sistema de operação, baseado nos valores da sustentabilidade. Tais espaços têm por objetivo proporcionar um momento acolhedor para que as pessoas possam se divertir, exercitar o diálogo, a criatividade e o bem-estar corporal.

Para o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, “a relação das unidades com o entorno é fundamental para a ação da instituição de acolher o diverso e propor a convivência e inclusão social. Além disso, a Unidade Bom Retiro traduz a vocação para a pluralidade, tanto no atendimento do traba-lhador do comércio local como no atual debate sobre a revitalização da região central da cidade”.

Sesc Bom Retiro - Rua Alameda Nothmann, 185 - Bom Retiro - Centro - São PauloTerça a sexta, das 9h às 20h30. Sábado, das 10h às 18h30.Domingo e feriado, das 10h às 17h30.Informações: www.sescsp.org.br/sesc/bomretiro/lancamento/programacao.html Fone: (11) 3332 3600

Setembro

SESC Inaugura unidade Bom Retiro

EVENTOS

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vulg

ação

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Pilotos WTC 1973 - 2011 SP/NYUma década após o atentado de 11 de Setembro, o jornalista Fernando Costa Neto,

idealizador da Mostra SP de fotografia, presta uma homenagem à cidade americana através de um olhar brasileiro sobre um dos maiores símbolos nova-iorquinos. Há imagens das Torres Gêmeas realizadas desde a sua inauguração em 1973, até a ci-dade em caos em 2001.

Espaço Soma Rua Fidalga, 98 - Vila Madalena 1º a 17 de Setembro Segunda a Sexta das 10h às 18h Sábados das 12h às 18h Fone: (11) 3034-0515 Informações: www.maissoma.com

AGENDASETEMBRO

“Los Comédias”Uma mescla de improviso e música

prometem animar o seu início de se-mana paulistana com “Los Comédias”, com muita irreverência, sarcasmo e bom humor em um mix de esquetes, sátiras, paródias, vídeos, músicas e uma pitada sarcástica da banda “Libe-ra o Badaró Light”.

Dinossauros Rock Bar Rua dos Pinheiros, 518 - Pinheiros Toda terça-feira às 21h Preço: R$20,00 Fone: (11) 3062-7151 Informações: www.dinossaurosrockbar.com.br

1º Festival de CordelPara rememorar a importância da literatura

de cordel, tipo de poema popular nordesti-no, originalmente oral ou cantada, o Centro de Tradições Nordestinas - CNT promove um evento onde a literatura será conhecida, analisada, discutida, revisada e revitalizada. A abordagem começa desde as suas origens, características e principais poetas através de oficinas, filmes e palestras.

Centro de Tradições NordestinasRua Jacofér, 615 - Bairro do LimãoDe 11 de Agosto a 6 de Outubro Entrada Franca Fone: (11) 3488-9400Informações: www.ctn.org.br/festivaldecordel

EVENTOSSetembroDe Dentro e de Fora

Devido ao sucesso da exposição em 2009/2010, o MASP volta a provocar o público com uma experiência ainda mais inovadora. Oito artistas interna-cionais da cena contemporânea urbana usam intervenções dentro e fora do museu para buscar uma arte que faz parte do dia a dia de todo cidadão, com atividades culturais e educacionais paralelas. Seja ela debaixo da escada ou atrás do quadro ou dentro do buraco, a ideia é observar tudo de dentro pra fora, e de fora pra dentro.

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis ChateaubriandAv. Paulista, 1578Terças a domingo e feriados - 11h às 18h. Quintas - 11h às 20hPreço: R$15 / Estudante: R$7Às Terças crianças até 10 anos e acima de 60: entrada francaFone: (11) 3251-5644Informações: www.masp.art.br

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Mês da Cultura Independente em São PauloUma série de atividades culturais gratuitas invade a cidade com diferentes linguagens, com muita

música, cinema, literatura e artes visuais de 02 de Setembro a 02 de Outubro.Concebido a cinco anos como um projeto com um espírito independente do tipo - faça você mesmo - o

evento tornou-se um festival e hoje, com o respaldo da Secretaria Municipal de Cultura, não se restringe apenas à música, apresentando HQs, saraus, cinema, entre outros.

Confira a programação completa no site: http://culturaindependente.org/blog

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Glassboard

Muitas pessoas reclamam, e com razão, da exposição que as Redes Sociais promovem. Apesar do suces-so, e mesmo considerando que existem ferramen-

tas para se manter alguma privacidade, a verdade é que a exposição é perigosa mesmo. Mas, em meio a tantas Redes, vem aí uma novidade, diferente, que busca resolver essa questão. Está surgindo na web a GLASSBOARD.

Uma espécie de “anti-Facebook”. Uma Rede Social móvel, que procura manter a privacidade dos seus usuários. Como o nome já diz, é composta por boards, que são áreas para se agrupar os contatos do usuário conforme os seus perfis, formando listas.

Assim, o criador de cada board tem um papel de “adminis-trador”, definindo quem pode ou não fazer parte e podendo cancelar membros a qualquer tempo. Quem não estiver na board, não consegue ler o conteúdo publicado ali. E, assim, evita convites e posts que não sejam bem-vindos.

O apelo é de mobilidade. A GLASSBOARD é um aplicativo gratuito, que pode ser encontra-do para download no endereço www.GLASSBOARD.com e ser instalado no seu smartphone. Hoje, nas versões para Windows Phone 7, Android e iOS.

TECNOLOGIAPor Fernando Lemos

Fernando Lemos é estrategista de Tecnologia e idealizador do Projeto Tecnologia Para Todospalestras@tecnologiaparatodos.tcwww.tecnologiaparatodos.tcwww.facebook.com/tecnoparatodos

I2T e-PaperUma novidade inte-

ressante, na verdade, uma invenção. Cientis-tas do Instituto de Pes-quisas Tecnológicas de Taiwan desenvolveram uma nova tecnologia chamada i2T e-Paper.

Um tipo de “papel“ que permite escrever e apagar sucessivamente acima de 250 vezes.

Essa nova tecnologia vai permitir a substituição de anúncios em lojas, pôsters, e uma infinidade de produtos de publicidade e ambientes que ainda tem aplicação forte do papel tradicional. Muito interes-sante por ser um material que não depende de ener- gia elétrica, e pode receber impressão em várias cores. Além de ser macio e muito leve.

Para impressão no i2T e-Paper é necessária ape-nas uma impressora térmica, que segue o mesmo conceito das máquinas de fax tradicionais. E quando se apaga o conteúdo, a folha volta a um estado total-mente limpo, como antes de ser usada. Pronta para ser preenchida de novo.

Uma inovação importante de Tecnologia porque permite uma grande economia e ainda é voltada à sustentabilidade do meio ambiente.

Uma ideia que reformula o mercado da publicidade impressa. E com a sua evolução, em um futuro pró-ximo, podemos considerar até a substituição do papel convencional em várias áreas.

SuperWi-Fi O WI-FI é a tecnolo-

gia mais usada hoje em comunicações wireless e que fez, de fato, a mobilidade acontecer.

Mas essa tecnologia vai receber um upgrade muito importante, uma nova geração que está sendo chamada de SUPER Wi-Fi.

As normas de Wi-Fi são regidas pela IEEE, uma organização internacional responsável por definir características e padrões técnicos a se-rem seguidos por cada equipamento novo que

surge, como, por exemplo, um smartphone. E essa organização agora está anunciando

uma evolução: a SUPER Wi-FI. Tal qual as TVs analógicas que, em breve, vão

se extinguir, as frequências do a-tual Wi-Fi também não serão mais usadas, dando espaço à nova tec-nologia que vai permitir a transfe-rência de dados a uma velocidade

muito mais alta, chegando a 22 Mbps, e, também, atingindo equi-

pamentos que estejam a até 100 km de distância do transmissor.

A infraestrutura técnica para receber a SUPER Wi-Fi já está pronta e em breve poderá ser usada por qualquer pessoa.

O super Wi-Fi vai permitir a transferência

de dados a uma veloci-dade muito

mais alta

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I2T e-PaperUma novidade inte-

ressante, na verdade, uma invenção. Cientis-tas do Instituto de Pes-quisas Tecnológicas de Taiwan desenvolveram uma nova tecnologia chamada i2T e-Paper.

Um tipo de “papel“ que permite escrever e apagar sucessivamente acima de 250 vezes.

Essa nova tecnologia vai permitir a substituição de anúncios em lojas, pôsters, e uma infinidade de produtos de publicidade e ambientes que ainda tem aplicação forte do papel tradicional. Muito interes-sante por ser um material que não depende de ener- gia elétrica, e pode receber impressão em várias cores. Além de ser macio e muito leve.

Para impressão no i2T e-Paper é necessária ape-nas uma impressora térmica, que segue o mesmo conceito das máquinas de fax tradicionais. E quando se apaga o conteúdo, a folha volta a um estado total-mente limpo, como antes de ser usada. Pronta para ser preenchida de novo.

Uma inovação importante de Tecnologia porque permite uma grande economia e ainda é voltada à sustentabilidade do meio ambiente.

Uma ideia que reformula o mercado da publicidade impressa. E com a sua evolução, em um futuro pró-ximo, podemos considerar até a substituição do papel convencional em várias áreas.

28 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Ícones na arte de seduzir, os perfumes têm mais de 5 mil anos de história e desde a antiguidade fazem parte da arte do encontro entre homens e mulheres

O universo dos Perfumes

Em tempos mais remotos, quando se quer existia esse universo aromático tão amplo que conhecemos hoje, cerca de 3.000 anos a. C., homens primitivos

praticavam queima de ervas para invocar seus deuses, o que explica a origem latina da palavra Perfume: Per (através) e fumum (fumaça).

Esta prática que estimulou o olfato, a visão e a audição humana, em 5 mil anos, ultrapassou di-versas gerações, e agora pode ser conferido no “Espaço Perfume Arte + História” através de um acervo de mais de 500 peças históricas, entre objetos originais e réplicas, distribuídas em uma área de 210 m².

O acervo, produzido pelo Grupo Boticário em parceria com a Faculdade Santa Marcelina - FASM, tem como base o livro “Brasilessência: a cultura do perfume”, de Renata Ashcar, lançado em 2001. O espaço abrange todas as referências históricas da perfumaria nacional e internacio-nal, com registros curiosos sobre sua produção.

Primeiro contato em terras brasileiras

“Os primeiros frascos de perfumes chegaram ao Brasil junto com a corte portuguesa e foram importados durante um longo tempo. Nossa in-dústria na área é bem jovem e podemos dizer

BELEZA Por Carolina Mendes

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que surgiu depois da década de 30”, explica Ash-car, especialista em perfumes há 25 anos.

Muitos dos frascos antigos presentes na ex-posição foram cedidos pelas empresas que fazem parte da história da perfumaria mundial, como é o caso da Roger Gallet, que até hoje co-mercializa o aroma de Napoleão Bonaparte.

“O Brasil é hoje o primeiro mercado mundial em consumo de perfumes, incrível não? Mais inacreditável ainda é que mais de 90% deste consumo é de perfumes nacionais. Ou seja, a in-dústria de perfumaria brasileira é bastante sóli-da e inovadora e, com o ingresso de mais de 30 milhões de brasileiros no mercado de consumo, estes reflexos foram rapidamente projetados no consumo de perfumes”, relata a curadora, Re-nata Ashcar, em reflexão sobre a forte demanda desses produtos em território brasileiro.

Para instigar ainda mais a curiosidade dos visitantes, equipamentos de alta tecnologia foram utilizados para realizar a aspersão de aromas, tornando a visita ainda mais inte-ressante. “Através de um filme com distintos odores, é possível conhecer de forma intera-tiva as diferentes etapas que compõem um perfume”, explica Ashcar.

Um espaço lúdico e interativo que explica a história da perfumaria, do Egito à Amazônia

O perfume tem o poder de fazer menção a uma época, pessoa, lugar ou emoção

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Óleos aromáticos

Antigamente os perfumes eram consti-tuídos somente de óleos aromáticos re-tirados diretamente da natureza, porém, preocupados com a preservação do meio ambiente e com o custo elevado das ma-térias-primas naturais, o álcool e a água passaram a ser adicionados na sua com-posição.

Processo de criação e cuidadosO especialista da fragrância internacio-

nal Drom, Eurico Mazzini, que trabalha na perfumaria há 31 anos, explica que para garantir uma vida útil mais prolongada dos diferentes perfumes, devemos evitar que seu frasco fique exposto ao calor e à luz, que é a sua maior inimiga.

Vale lembrar que o produto com data de validade vencida pode provocar malefí-cios como alergia, intoxicação ou até quei-madura na pele. Portanto, fique atento a sinais visuais como a coloração do líquido que se tornar mais turva, densa e escura, ou ainda o depósito de partículas estra-nhas no fundo do frasco, que podem ser fruto de contaminação bacteriana ou fúngica. Além do odor que pode estar al-terado, ou até mesmo sumir!

Relação íntima com a memória

Embora demarcada como uma arte pe-los perfumistas, o trabalho de recriar ou imitar a natureza vai além dos nossos sen-tidos olfativos.

Criado nos Estados Unidos em 1982, o Sense of Smell Institute é um instituto dedicado a pesquisas sobre o olfato e como os aromas influenciam no comportamen-to humano. Através de pesquisas, cien- tistas conseguiram definir com precisão esta relação de atração entre os seres vi-vos e os odores.

Assim como a música ou a foto nos evo-ca a memória, o perfume também pode fazer menção a uma época, pessoa, lugar ou emoção. Além dos apelos comerciais que remetem seu uso, ao método de atra-ção e sedução.

“O cheiro é guardado para sempre em nossa memória, e creio que ele participa do jogo da sedução de várias maneiras. Um perfume pode nos deixar atraído pela pessoa, da mesma maneira que podemos nos atrair por um determinado perfume, por ser usado por alguém que gostamos”, esclarece Mazzini.

BELEZA

Eduardo Viana

Eduardo Viana

Eau Fraiche Mais conhecido como água fresca ou body splash, possui menor concentra-ção de fragrância (3%). Transmite sen-sação de frescor e pode ser usado o dia todo, porém com várias reaplicações, por evaporar muito rápido. Ideal para prática de esportes

Famílias OlfativasMazzini explica ainda que todas as fragrâncias

são compostas por três partes diferentes: nota de saída (ingredientes leves que evaporam facil-mente), nota de corpo (fragrâncias principais que permanecem na pele quando o perfume seca) e nota de fundo (mais densas e duram mais tempo na pele).

“Sentimos o perfume pela evaporação: a di-visão entre cabeça, corpo e fundo é, mais ou me-nos, a ordem de evaporação dos componentes do perfume”, explica Mazzini, por isso, é preciso esperar no mínimo duas horas de contato com o aroma para definir sua escolha.

A melhor maneira de escolher o perfume que mais combina com você é aplicá-lo na pele e ficar o dia todo com ele, observando o seu com-portamento. “Como perfumista, mudo bastante de perfume; sempre sou cobaia do que estou fazendo e também tenho um perfume que es-tou sempre recriando, mudando algo e usando”, confessa Mazzini.

Para o especialista, apesar de não existir re-gras para o uso de perfumes, de modo geral, a primavera brasileira é quente, mas não a ponto de derreter como no verão. Assim, podemos usar perfumes leves, mas menos frescos como florais e amadeirados.

Espaço Perfume Arte + HistóriaEntrada gratuitaRua Dr. Emílio Ribas, 110 – bairro Perdizes – São Paulo – SPDe terça-feira a sábado, das 10h às 18h; quinta-feira, das 12h às 18h; domingo, das 12h às18h (Última entrada em todos os dias – 40 minutos antes do fechamento)Mais informações: (11) 2361-7728Site de Renata: www.renataashcar.com.br

O acervo do Espaço Perfume apresenta frascos de perfumes produzidos e comercializados mundialmente

Eau de Toillete e Eau de ParfumUsado normalmente durante o dia, o Eau de Toillete possui uma concentra-ção de fragrância entre 4 e 10%, mais leve com relação ao Eau de Parfum, com teor de 8 a 15%, e que devido à sua intensa fragrância pode durar o dia todo. Seu caráter marcante com-bina com festas e eventos noturnos

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Por Fernanda Monteforte

QUALIDADEDE VIDA

Procrastinar a realização pessoalExcelência pessoal exige empenho. A realização, em qualquer área do desenvolvimento humano, exige dedicação

São as nossas ações que irão definir o sucesso ou o fracasso de uma determinada empreitada. Para conquistarmos a constância dessas ações,

nada melhor do que instituirmos hábitos. Construído pelo indivíduo ou criado por manipulação externa, o hábito é a frequente repetição de um ato que poderá se tornar um poderoso aliado ao desenvolvimento interno ou, por outro lado, um vício que estagna o crescimento e favorece a massificação.

Amanhã ou depois de amanhãComo um exemplo, a procrastinação. Nada con-

tra deixar para depois ou até mesmo não fazer uma atividade, quando isso for escolha. Com muitas atribuições, precisamos estabelecer a ordem de prio- ridades para que consigamos hierarquizar aquilo que é importante e não apenas urgente, bem como, realizar as tarefas de nossa rotina e as atividades necessárias para suprir nossas necessidades fisiológi-cas, emocionais, intelectuais e sociais.

Por outro lado, a mania de sempre deixar para depois pode se tornar um vício e uma armadilha para agri-lhoar nossos sonhos, especialmente se a procrastinação ocorrer por condicionamento, distração ou por simples preguiça ou inércia.

Essa forma de agir favorece a desorganização e ampli-fica a dimensão dos problemas, gerando não apenas o desconforto interno daquele que fica com a pendência na consciência, mas também, a sua relação de confiabili-dade e credibilidade com os demais.

Credibilidade é tudoAlém disso, a dispersão favorece o stress, pois, a

quantidade de tempo dedicada para um trabalho será muito maior e, provavelmente, a qualidade será com-prometida, prejudicando até mesmo os momentos de lazer e descanso. As aspirações internas e mais profun-das ficam eclipsadas pelo emaranhado de compromis-sos postergados.

Por sua vez, aquele que possui motivação e aprimora sua concentração, expande seu potencial de realiza-ção. Ao cumprir de forma descontraída seus compro-missos, sem derivar de seus objetivos, estabelece or-dem em sua vida. Por mais comprometido que esteja, gera credibilidade para assumir novos desafios.

Investir no desenvolvimento e no aprimoramento contínuo é a melhor forma de conquistar mais quali-dade de vida e lucidez para não procrastinar a rea-lização pessoal.

Fernanda Monteforte é consultora de qualidade de vida e ministra

aulas do Método DeRose. Maiores informações: Tel.: 4125-6658.

[email protected]

Dicas:1. Adote uma metodologia de aprimo- ramento pessoal que desenvolva suas habilidades através da boa ali- mentação, boa forma e boa cabeça

2. Perceba que o prazer e o bem-estar não estão naquilo que se faz, mas na forma como você faz

3. Cumpra tudo o que é urgente sem deixar de lado o que é importante para o seu desenvolvimento

4. Evite distrações e pare suas ativi- dades somente se precisar e quando escolher

5. Programe tempo para as necessi- dades e aspirações pessoais

6. Utilize a internet, redes sociais e congêneres de forma consciente, sem se deixar manipular ou amarrar por eles

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BANDEIRA

LIVREPor Celina Cardoso

A força da natu-reza e os desafios

dos esportes radicais ganham

destaque na enorme rampa

natural

Um leque variado de atrações faz da cidade um dos mais concorridos destinos turísticos do Estado de São Paulo e do Brasil

Reconhecida nacionalmente pelo clima agradável e por suas famosas feiras e exposições de flores e frutos - particularmente as orquídeas e os moran-

gos - a cidade de Atibaia conta com um diversificado leque de atrações turísticas, que lhe garante uma expressiva ocupação de sua estrutura hoteleira durante todo o ano.

A começar pelo turismo de negócios que, por estar a cerca de apenas 50 minutos da cidade de São Paulo, de Campinas e de São José dos Campos, com fácil acesso pelas rodovias Fernão Dias e D. Pedro I, atrai um grande número de empresas para realizar encontros, treina-mentos e os mais diferentes tipos de convenções.

Mas o ecoturismo, o turismo rural e a grande va-riedade de esportes radicais praticados na cidade co-locam Atibaia entre os principais destinos turísticos do estado de São Paulo e do Brasil.

Natureza, esportes radicais e culturaComo que percorrendo a própria história, o visitante pode

descobrir fazendas antigas, plantações, alambiques, experi-mentar comidas típicas e conhecer muitas curiosidades da vida no campo. Além disso, o município integra o Circuito das Frutas, reconhecido pela beleza da região do interior de São Paulo, e que engloba as cidades de Indaiatuba, Itupeva, Jarinu, Louverira, Morumgaba, Valinhos e Vinhedo.

A força da natureza e os desafios dos esportes radicais ganham destaque na enorme rampa natural localizada no “Monumento Natural Estadual da Pedra Grande”, cenário ideal para praticantes de voo livre, esporte símbolo do tu-rismo de aventura de Atibaia, seguido pelo motocross, ar-vorismo, quadriciclo, mountain bike, skate e tantos outros.

Atibaia

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A Pedra Grande é o cenário ideal para praticantes de voo livre, esporte símbolo do turismo de aventura de Atibaia

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Cultura, natureza, o sagrado e o profano: Atibaia oferece um cardápio variado para todos os gostos

A força da religiãoNo turismo histórico–religioso, além das diversas

igrejas, museus e centro histórico, o Santuário de Shoënstatt se destaca como uma atração à parte. Considerado um local sagrado, é um centro de peregrinação e oração e recebe visitantes de todo Brasil. Fundado em 1972 pela Comunidade das Irmãs de Maria de Schöenstatt, sua capela é uma reprodução fiel da que existe na cidade de Schöen-statt, na Alemanha.

Ainda dentro do turismo religioso, as comemo-rações do período natalino, que envolvem diversos grupos folclóricos da região, entre eles os Ternos de Congos, manifestações centenárias cujos inte-grantes dançam e cantam em homenagem a san-tos católicos de sua devoção, também atraem um grande volume de visitantes.

Festa das Flores e do MorangoContudo, o evento de maior destaque da cidade é

a tradicional Festa de Morango e Flores de Atibaia. Em sua 31ª edição, a festa, que irá acontecer entre os dias 2 e 25 de setembro e terá como tema “A magia da floresta”, em homenagem ao Ano Internacional das Florestas, deverá atrair, segundo os organiza-dores, cerca de 120 mil visitantes.

Durante o evento, que reúne apaixonados por mo-rangos e orquídeas em grande pavilhão instalado no Parque Edmundo Zanoni, dezenas de barraquinhas oferecem morangos e uma infinidade de delícias à base da fruta, como tortas, pavês, musses e muitas outras iguarias.

Considerada como um pequeno pedaço da Itália, Atibaia conta também com outras importantes colônias de imigrantes que se destacam tanto na produção dos morangos e no cultivo de flores. Du-rante a festa o visitante poderá acompanhar apre-sentações de grupos folclóricos japoneses, italianos, alemães e até russos.

O mundo dos esportes radicaisAtuando de forma ativa e profissional para consoli-

dar a vocação turística da cidade, a prefeitura de Atiba-ia criou no ano de 2009 o Festival de Esportes Radicais de Atibaia e o sucesso foi total. Já apontado como uma referência nacional entre os praticantes de esportes radicais, o FERA, como ficou conhecido, conta com diferentes modalidades como corrida de mountain bike, down hill de bike, competição de skate, campe-onato de voo livre, corrida de motocross entre outros, para atrair praticantes profissionais e amadores do esporte de aventura.

Para este ano, o evento, que irá acontecer nos dias 2, 8 e 9 de outubro, continua totalmente sintonizado

com o público jovem e promete apresentações de ba-lonismo, motocross, paraquedismo, além de shows de acrobacias com aviões. Quem tiver interesse poderá ainda participar de atividades como bungee jumping, paredes de escalada, tirolesa e orbit ball. Como se diz por aí: totalmente irado!

PONTOS TURÍSTICOS

Monumento Natural Estadual da Pedra Grande (MNE) Tombada pelo CONDEPHAAT em 1983, hoje com-

põe o Mosaico de Unidades de Conservação junto ao Parque Estadual do Itapetinga criado em 30 de março de 2010. O grande atributo do MNE da Pedra Grande é o afloramento rochoso, principal ponto turístico da cidade, com 1 418 metros acima do nível do mar e abriga uma das principais rampas naturais para a prática de voo livre do país.

Parque Municipal do Itapetinga (Grota Funda)O parque está inserido na Serra do Itapetinga e vem

desenvolvendo a prática do ecoturismo, através de atividades de educação ambiental, trilhas interpreta-tivas e pesquisa científica sobre a fauna e flora desse importante remanescente do Bioma Mata Atlântica. Visita Monitorada.

Parque Municipal Edmundo ZanoniEm sua área de 38.700 m², abriga o salão do

artesão, o Museu de História Natural (mais de mil espécies), playground, kart, jardim japonês, viveiro de pássaros e um pavilhão de exposições. Tudo isso em meio a uma extensa área verde de grande beleza natural, contemplando bosques, lago com pedali- nhos, patos e gansos.

Museu de História Natural O acervo é composto em sua maioria por mais de

mil espécies de vertebrados taxidermizados, forman-do uma rara coleção de nossa fauna com modelos oriundos de todas as regiões brasileiras, especial-mente do Pantanal Mato-grossense, Amazônia, Rio Grande do Sul e de Atibaia.

Museu Municipal João Batista Conti Localizado na Praça Bento Pães, região central de

Atibaia, o museu foi construído em 1839 para abri-gar a Câmara Municipal e a cadeia. Posteriormente abrigou o Fórum Judicial. Em 1953 passou a ser um museu e hoje possui um valioso acervo histórico, com destaque para uma das maiores coleções de objetos e documentos referentes à Revolução Cons-titucionalista de 1932.

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Igreja Matriz de São João Batista Localizada no marco zero da região central de

Atibaia. Construída em 1665 pelos índios Guaru- lhos, representa a data de fundação da cidade. Sua primeira ampliação foi em 1698, mas sua maior re-forma ocorreu em 1865.

Igreja Nossa Senhora do Rosário Começou a ser construída pelos escravos em 1763,

mas só foi finalizada em 1817 para que ali se cele-brasse o culto à protetora dos negros, Nossa Senhora do Rosário. Até atingir o formato atual, passou por várias reformas, sendo que a última delas mudou o interior da capela.

Santuário de Shöenstatt Considerado um local sagrado, de oração e pere-

grinação, recebe milhares de visitantes de todo o país. É um lugar muito bonito, calmo e aconchegante com grande área verde e extremamente agradável, administrado por irmãs da ordem religiosa alemã de Shöenstatt. Possui espaço para abrigar cinco mil pes-soas sentadas e é o maior entre os 150 santuários do mundo. Sua Capela é a reprodução fiel da que existe em Schöenstatt, Alemanha.

O Complexo Turístico Parque das Águas Local onde estão concentradas diversas opções

de lazer, como o Lago do Major, uma pista de coo-per, tirolesa, academia ao ar livre, quadra de areia, teleférico, duas piscinas e banheiros. Também há áreas de descanso, como a fonte do Parque das Águas e a beira do Lago do Major. O complexo ain-da dispõe de um Centro de Convenções repleto de atrações musicais e culturais como shows, teatro, dança e o Museu do Olho Latino.

Centro de Convenções e Eventos Victor BrecheretPalco de diversas atrações como shows, teatro,

dança, músicas e exposições, além de abrigar o Mu-seu do Olho Latino, o local tem capacidade para 5 mil pessoas na área externa e 450 pessoas no auditório.

Museu de Gravura Olho Latino O Museu passou a existir em março de 2001,

idealizado pelo casal de artistas Celina Carvalho e Paulo Cheida Sans, que doou gravuras de artistas de vários países para a consolidação do acervo. Tem como um dos principais objetivos divulgar e expandir a arte da gravura.

TeleféricoInaugurado em 2008 em um dos pontos mais

aconchegantes e lindos do município, o Teleférico liga o Lago do Major ao centro, na parte alta da ci-dade, num percurso de 550 m, proporcionando uma bela vista sobre o lago e todo o Parque das Águas, além da bela paisagem da serra da Pedra Grande.

Parque do Lago do Major Cercado por uma área arborizada e uma pista de

Cooper, o parque conta ainda com teleférico, equi-pamentos para ginástica, local para caminhada em torno do lago, quadra de areia, uma ilha no centro do lago e um playground.

Represa da Usina A represa encontra-se em área de preservação

ambiental, onde podem ser observados inúmeros espécimes vegetais e animais silvestres. Frequentada por praticantes de esportes náuticos, é ideal para jet ski e passeios de barco. Petiscos variados podem ser saboreados nos restaurantes instalados à beira da

represa, muitos deles com instalações especiais para guarda de barcos.

Rádio Observatório de ItapetingaLocalizado no sítio astronômico de mesmo nome,

próximo à Rodovia Fernão Dias. É muito utilizado por estudantes, pesquisadores e engenheiros do Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, univer-sidades e outras instituições dedicadas ao estudo de astrofísica e geofísica.

Tapetes ArraiolosDe origem portuguesa, os primeiros exemplares

datam de mais de 300 anos. As peças hoje produzi-das em Atibaia são conhecidas mundialmente por conservar o fio histórico que os remete aos modelos mais antigos. Em Atibaia, no bairro do Portão, foi instituída a entidade Artesãos do Portão Associados - ARPA, que conta com 14 mil artesãos dedicados ao bordado de tapetes em ponto arraiolo, divulgando seu trabalho e integrando-os ao mercado.

O Monumento Natural da Pedra Grande é o principal ponto turístico da cidade

O Lago do Major é um dos atrativos do Parque das Águas

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Fonte: Prefeitura Municipal de Atibaia

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mais de 1200 crianças e adolescentes que participam do nosso projeto”, declara.

Para cumprir com o desafio de democratizar a música clássica e intensificar o trabalho de inserção cultural, a Fundação trabalha em três frentes princi-pais: a promoção e realização de concertos clássicos; um projeto de formação musical de jovens e crianças, batizado com o nome “A Música Venceu”, além da realização de projetos de incentivos culturais, volta-dos para jovens e crianças das comunidades que não têm acesso ao universo da música de concerto.

Música para todosA Fundação não adota nenhum critério de seleção

ou exclusão para suas atividades e está aberta à participação de todas as pessoas interessadas. “O que acaba acontecendo é que nossos núcleos estão localizados em regiões cujas comunidades são mais carentes; desse modo, são estes jovens e crianças que são diretamente atingidos pelas ações, como é o caso do nosso projeto em Paraisópolis” explica Carmem.

Em sua trajetória para se tornar um referencial no desenvolvimento de atividades ligadas à música clássica, a Fundação conta com uma equipe formada por cerca de oitenta pessoas diretamente ligadas aos projetos, entre contratados, voluntários, estagiários e funcionários, considerando músicos, instrutores musicais e infraestrutura.

Fundação Bachiana FilarmônicaO desafio de promover a inserção cultural e social através da música clássica

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Por Fernanda Grandino

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Movido pelo desejo de levar a música clássica para pessoas de todos os segmentos sociais e de todas as idades, o maestro e pianista

João Carlos Martins, com o apoio do SESI-SP, criou a Fundação Bachiana Filarmônica, uma organização não governamental, com uma proposta bastante diferente cujo objetivo principal é promover, através da música, um continuado trabalho de inclusão cultural e social.

Para isso, além de apresentações da Orquestra Bachiana Filarmônica do SESI-SP, a Fundação realiza um consistente trabalho de formação musical para jovens e crianças em dois núcleos de atuação, um em São Paulo, no Bairro Paraisópolis, zona sul da capital paulista, e outro no Estado do Espírito Santo.

A música clássica como diferencialSegundo a representante da Fundação em São Pau-

lo, Carmem Silva, mais do que uma escola de música, a Fundação atua como um centro formador e irradia-dor de cultura e arte, que tem na música clássica o seu grande diferencial. “Além dos concertos clássicos que organiza e promove, com apresentações não só nas salas de concertos, mas também nos Centros Edu-cacionais Unificados da cidade de São Paulo (CEUs) e em escolas e praças públicas de cidades espalhadas por todo o Brasil, a Fundação atualmente mantém núcleos de formação musical para jovens e crianças nos Estados de São Paulo e Espírito Santo. Hoje já são

A garantia do trabalhoUm trabalho extra mobiliza a equipe de gestão da

Fundação: garantir a continuidade do trabalho! E a contribuição se viabiliza tanto através de grandes empresas e instituições, como também de pessoas que se dedicam para a construção do trabalho no dia a dia. “Temos grandes parceiros, e cada um de-les é fundamental para nós. A nossa Orquestra tem o apoio e parceria da FIESP e do SESI de São Paulo; nossos núcleos de vivência musical contam com o apoio de empresas diversas. Além do trabalho vo-luntário na assessoria jurídica contamos ainda com a colaboração de muitas pessoas, às quais chama-mos de Amigos da Fundação”.

Carmem Silva destaca ainda o esforço que a Fundação realiza no sentido de identificar jovens talentos, com o objetivo de proporcionar o suporte necessário para que possam seguir na profissão, que nem sempre é um caminho fácil. “Como o percurso para a formação de um músico é longo e a nossa Fundação ainda é jovem, não temos al-guém que tenha trilhado todo o seu caminho de formação musical somente pela Fundação; mas já existem muitos que completaram este caminho de profissionalização por nosso intermédio, como é o caso de jovens que iniciaram na orquestra pré-profissionalizante Bachiana Jovem e, hoje, in-tegram a Bachiana Filarmônica SESI-SP”, finaliza.

Serviço

Fundação Bachiana Filarmô[email protected]: (11) 3045-0121

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Idealizada pelo maestro e pianista João Carlos Martins a Fundação Bachiana Filarmônica promove a inserção cultural e social através da música

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MORAR

BEM Por Adriana Scartaris

Técnica chinesa criada a mais de 3000 anos, o Feng Shui vem se tornando popular no ocidente, sendo adotado com muito sucesso na elaboração dos mais diferentes projetos e ambientes

Derivado do Taoísmo, o Feng Shui tem paralelos com a acupuntura, prática terapêutica largamente utilizada pela

tradicional medicina chinesa, que destaca a im-portância de evitar qualquer estagnação no fluxo energético, para garantir a manutenção de uma saúde perfeita. Entre seus princípios básicos, a acupuntura trabalha com a ideia de que a energia vital flui pelo corpo, através de linhas ou meridia-nos, e as agulhas são usadas para desobstruí-las e garantir o fluxo perfeito.

Para o Feng Shui, de maneira muito similar, a energia do espaço também flui por meridianos que podem ser obstruídos ou liberados, con-forme o posicionamento das construções, bem como dos móveis e demais objetos de decoração. Esta técnica ensina a maneira mais adequada para utilizar esses elementos, de modo a favorecer a circulação de energia boa (CHI) e reverter o efeito da energia má (SHÁ).

Observar e fluirO Feng Shui tem no Baguá um instrumento fun-

damental (vide imagem abaixo), que permite ao praticante acessar a representação de um con-ceito filosófico fundamental, que são os trigamas correspondentes às oito mutações:

O fluxo a seu favor!Branco e tons na cor pastel para deixar fuir a jovialidade e felicidade na área da criatividade

Baguá com representação dos trigamas correspondentes às oito mutações

Adriana ScartarisDesigner desenvolve projetos de

design de interiores aplicando técnicas acadêmicas

e de terapias espaciais www.adrianascartaris.com.br

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MORAR

BEMDe forma geral, o Feng Shui tem muito de intui-

tivo e de observação de nossa história pessoal, rotina diária e também dos simbolismos que cer-cam, cada um à sua maneira, todas as culturas e, principalmente, da capacidade de abstração destes conceitos. Elaborar um projeto de Feng Shui não é apenas seguir fórmulas prontas e re-ceitas de combinações de cores e formas. Sem rigidez ou imposições, o desafio é fluir com o am-biente para criar um espaço equilibrado, sempre apoiado em muito bom senso e reflexão.

Deve ser elaborado sem medo de errar; basta refletir sobre cada cantinho e sobre o significado de cada espaço, objeto, cor e imagem. Permita-se, pois, quando se aplica Feng Shui em um ambi-ente ou residência, nada mais se está fazendo do que refletir sobre os itens selecionados. O resul-tado é que o morador acaba por ter uma relação mais íntima com sua moradia. Cria-se um verda-deiro “ninho”, onde se sente bem e para onde sempre quer voltar.

Área da famíliaRelacionada ao crescimento da natureza, •

ao nascimento e multiplicaçãoSeu elemento é a madeira• Área ideal para colocar objetos e •

relíquias de família

Utilize:Móveis e acessórios de madeira• Pisos e forros em madeira• Plantas e flores dentro e fora de casa• Quadros que retratem paisagens• Tramas naturais como algodão• Formas cilíndricas como as das árvores• Cores: verde, azul e violeta•

Área da prosperidadeLigada à sorte e ao movimento• Seu elemento é a madeira•

Utilize:Móveis e acessórios de madeira• Objetos que tenham movimento • Formas cilíndricas• Cores: púrpura, azul e vermelho•

Área do sucessoÁrea associada ao brilho, à claridade e à •

belezaTambém está ligada à fama e à autorrea- •

lização tanto material quanto espiritualSeu elemento é o fogo e representa •

razão, alegria e prazer Utilize:

Lã, peles ou couro• Formas: triangulares como as das chamas• Cores: vermelho e suas variações•

Área dos relacionamentosLigada às relações de afeto, amor e proteção.• Seu elemento é a terra•

Utilize:Objetos em par• Utensílios de cerâmica• Objetos de arte feitos de barro• Formas: quadrada ou retilínea• Cor: branco, rosa e vermelho •

Área da criativiadeEsta é a área da jovialidade, entusiasmo, •

agilidade e felicidadeSeu elemento é o metal e representa justiça, •

o caráter, a verdade e a força moral Utilize:

Objetos de metal• Mármores e granitos• Esculturas• Formas: circular e oval• Cor: branca e tons pastel•

Área dos amigosSimboliza a inteligência, proteção e a fraterni- •

dade; está ligada a viagens e à comunicação. Seu elemento é o metal e suas formas são •

arredondadasEsta é a área que deve refletir a verdadeira •

essência da amizade

Utilize:Objetos de família• Fotos e recordações de viagens• Objetos em metal• Cores: cinza e prata•

O centro do BaguáO centro do Baguá é representado pelo símbolo

Tai Chi, com as energias Yin e Yang, onde o Yin repre- senta a força feminina (passiva e escura) e o Yang representa a força masculina (movimentada e clara). As duas forças unidas são responsáveis pelo equilíbrio do Universo. Esse centro representa a área da saúde e está ligado ao elemento terra, evi-dencia o equilíbrio, a estabilidade e a persistência. Sua cor é o amarelo.

A harmonia do Feng ShuiÁrea de Trabalho

O elemento desta área é a água que vence • todos os obstáculos. Associado ao esforço e à persistência , sua estação é o inverno e suas fomas onduladas Utilize:

Fontes, cascatas e piscinas• Superfícies reflexivas• Formas assimétricas (orgânicas)• Cores: preto, azul marinho e cinza•

Área da espiritualidadeEstá relacionada à meditação, tranquilidade •

e conhecimento e o local indicado para fazer referência aos seus símbolos de fé

Seu elemento é a terra e representa sinceri- • dade, fé, segurança, estabilidade e solidez

Utilize:Tijolos, telhas e utensílios de cerâmica• Objetos de arte feitos de barro• Objetos de fé• Formas: quadrada ou retilínea• Cores: azul, verde, violeta e preto• O quarto representa a área do relacionamento

Claridade, brilho e beleza são associadas à área do sucesso

Adriana Scartaris

Adriana Scartaris

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40 REVISTA TÁXI CULTURA|Setembro

Por Daniele Tavares

MUNDOCÃO&CIA

Eles também curam Juntar mãos e patas na hora de um problema de saúde pode acele-rar o processo de recuperação de uma forma surpreendente

Você já ouviu falar em “animalterapia”? Dife-rentes terapeutas e veterinários têm atestado a melhora de saúde de um grande número de pa-

cientes, com mais diferentes quadros clínicos, graças à convivência com animais de estimação. É isso mesmo, o seu bichinho também pode trazer saúde e alegria para dentro de sua casa.

Vale dizer que a relação terapêutica envolvendo humanos e animais já foi oficializada há mais de 40 anos nos Estados Unidos e mesmo Hipócrates, o pai da medicina, na Grécia Antiga, por volta do ano 400 a.C, já uti-lizava a convivência com cavalos, como forma de terapia para recu-perar a saúde dos seus pacientes.

Os co-terapeutas peludosBatizada pelos seus praticantes

como Terapia Assistida por Animais, a modalidade chega ao Brasil através de grupos e organizações, como o Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistida por Animais - Inataa, que já desenvolvem projetos e cursos relacionados ao tema e defendem a inserção dos bichinhos como co-terapeutas nos processos de tratamentos.

E a novidade que nasceu na Grécia Antiga parece que tem dado certo. Estudo publicado no American Journal of Cardiology comprova que as famílias com animais de estimação em casa têm menos despesas com saúde do que as que não têm.

Os cães que ajudam nos tratamentos são indicados por seus donos de forma totalmente voluntária, passam por diversas avaliações de comportamento e submetidos a um rigoroso programa de higiene. Além disso, os seus donos devem sempre estar presentes durante as ses-sões. Segundo Silvana Fedeli, psicanalista com formação

no Instituto Sedes Sapientiae e presidente do Inataa, ”os cães devem ser calmos, inspirar confiança ao pa-ciente, interagir e gostar que o toquem; não ter nenhu- ma reação adversa ao carinho”. Restrição a algumas raças

Ao contrário do senso comum, segundo Fideli, algu-mas raças tidas como perigosas e violentas, como os rottweilers ou pitbulls, estão entre as preferidas por terapeutas que trabalham com animais em diversas localidades do Brasil e do mundo por sua autoconfi-

ança e domínio. Contudo, no Esta-do de São Paulo, as autoridades de saúde proíbem a sua utilização.

Desse modo, apenas animais com fama de serem mais amistosos e de pequeno porte estão credenciados para realizar esse trabalho de amor, carinho e atenção às pessoas. “A prática faz com que as pessoas se sintam melhores, mais alegres e au-

tomaticamente superem com mais facilidade proble-mas como depressão, estresse, diminuindo o uso de medicamentos”, explica a presidente da Inataa.Diversas espécies

Vale ressaltar que, além dos cães, outros animais também podem ajudar. Segundo os especialistas, os gatos normalmente atendem as necessidades de carência dos pacientes, mas a lista pode ser estendi-da para coelhos, aves, peixes e tartarugas. Em países como a Inglaterra, o golfinho tem sido um sucesso como ajudante na hidroterapia.

Hoje, no Brasil, o recurso mais conhecido é a hipotera-pia, em que cavalos atuam como co-terapeutas e ajudam na interação e no restabelecimento para portadores de deficiências física, mentais e motoras, proporcionando uma atividade lúdica e prazerosa para os participantes.

Além dos cães outros animais podem ajudar os pacientes

Indicações e requisitos:

Indicações terapêuticas • para o tratamento: de- ficiência física ou mental, alteração de sensibilidade ou sentidos

Requisitos obrigatórios • para os cães voluntários: hábitos de higiene, acom- panhamento de vete- rinário, vacinas em dia e isento de doenças

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Um lugar triste que me expulsou jogando sobre as cores da minha intenção o cinza da sua frieza confusa

A ÚLTIMA RUA

Crônicas de uma São Paulo que ninguém vê

HORIZONTEVERTICAL

Texto e Ilustração: Ivan Forneron

O escritor argentino, Jorge Luis Borges, é autor de um poe-ma intitulado Limites. Seus

primeiros dois versos dizem assim: “Por essas ruas que se afundam em meio ao poente / haverá uma (não sei qual) que percorri pela última vez.” Conheço esse poema já há alguns anos, e gosto muito dele, principalmente esses dois primeiros versos que nunca esqueci. Como paulistano e habitante dessa cidade, essa imagem de uma rua que nunca mais verei é muito significativa pra mim, sobretudo pelo emaranhado de calçadas, ruas, praças e avenidas pelas quais já passamos, e que aqui te-mos em profusão, e que por razões di-versas, sobretudo pela quantidade inu-merável a uma só pessoa, fatalmente não tornaremos a pisar. Por isso, desde que li esse poema, na hora fiquei ima- ginando quantas ruas e quantos lu-gares, que em momentos diversos da vida eu frequentei, são endereços exis-tentes apenas na memória! O que não deixa de ser curioso porque são lugares de existência concreta e que quando você não torna a revê-los viram lem-branças, fantasmas. Assim o são outros endereços em que morei, por exemplo, na Aclimação, Liberdade, Cambuci… No entanto, você não se sente mal por isso porque nunca sabe quando vai partir, e o fato de saber que nunca mais verá de-terminada rua ou endereço, é mais do que comum principalmente em grandes cidades. Além do mais, nós sabemos que a todo instante, podemos estar nos despedindo de pessoas e coisas, pois desconhecemos, graças a Deus, o futuro de cada um. O que quero dizer é

que você nunca sabe quando vai deixar de ver um lugar, uma rua ou alguém. E esse não-saber é muito bom! Contudo, o que me trouxe o tema da ‘última rua’ foi ter experimentado uma sensação, domingo passado, que por não saber nomeá-la, chamo inicialmente apenas de cinza. Foi a primeira vez que tive a certeza que não voltaria a determina-do lugar. Foi estranho, à queima-roupa, duro e triste como o tempo que fazia: a desolação do clima frio com chuva fina que bota todos dentro de casa e deser-tifica a cidade. Foi cruel porque parecia uma traição do lugar que me expul-sava, desolador como a noite gelada e hostil. Um lugar triste que me expul-sou jogando sobre as cores da minha intenção o cinza da sua frieza confusa. O lugar, por incrível que pareça, ficava aliviado e feliz com a minha partida. Fui com intenções de cores e tintas e voltei banhado de cinza. Não sei se você já sentiu isso, mas as ruas que nos expul-sam são como pontes que desabam: elas nos teixam à margem, quase sem destino. Conforme eu ia partindo, a rua ficava sinuosa, cheia de espinhos e in-sondável. Impossível desenhá-la.

Talvez eu não coubesse ali ou, como as ruas também têm vida, é possível que quisessem outros transeuntes. Seja como for, que aqueles que andem por ela, com a sua permissão, possam devolver-lhe a cor.

No fundo, acho que a maldade tá no asfalto que deixa algumas ruas completamente impermeáveis. Duvido que uma rua de terra fosse capaz de fazer isso!

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