Tcc-104 Fibras Carbono
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
LEANDRO ALEX LORUSSO
Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono
como reforço em matrizes de policarbonato
São Paulo
2010
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
LEANDRO ALEX LORUSSO
Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono
como reforço em matrizes de policarbonato
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob a orientação do Prof. Dr Francisco Rosário como requisito parcial para a obtenção do diploma de Graduação do Curso de Tecnologia em Produção de Plásticos.
São Paulo
2010
LORUSSO, Leandro Alex Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono como reforço em matrizes de
policarbonato. / Leandro Alex Lorusso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2010
65 p.
Orientador: Prof. Dr. Francisco Rosário Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste
1. Policarbonato 2. Fibra de Carbono. 3. Resistência mecânica
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
LORUSSO, LEANDRO ALEX
Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono
como reforço em matrizes de policarbonato
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob a orientação do Prof. Dr Francisco Rosário como requisito parcial para a obtenção do diploma de Graduação do Curso de Tecnologia em Produção de Plásticos.
Apresentado e Aprovado em: ___/___/___
Banca Examinadora
Prof. Dr. Francisco Rosário Instituição: Fatec – Z. L
Julgamento: ___________________Assinatura: _____________
Prof. MSc. Pedro Lima Forster Instituição: IPEN / USP
Julgamento: ___________________Assinatura: ______________
Prof. Dra. Célia Viderman Oliveira Instituição: Fatec – Z. L
Julgamento: ___________________Assinatura: ______________
São Paulo, ___ de _____________ 2010
Dedicatória
Dedico este trabalho a Dominic Pauline Garcia Lima, pessoa muito
importante na minha vida e que eu adoro muito, sempre estando comigo em
todos os momentos, me incentivando a nunca desistir.
E agradeço aos meus pais pelo apoio incondicional e a todos amigos que
de certa forma me ajudaram neste caminho de 3 anos.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por toda ajuda, fé e confiança em permitir
chegar até aqui.
À Dominic Pauline Garcia Lima, pelo amor, ternura, companheirismo,
amizade e por sempre estar ao meu lado, fazendo eu ter forças para continuar
e superar todos os obstáculos.
Obrigado aos meus pais, por me aturarem até nos maus momentos,
sempre me fazendo seguir em frente.
Aos professores Francisco Rosário, Célia Viderman e Manuel Canté, pela
ajuda que me prestaram me auxiliando e orientando para a conclusão deste
trabalho.
E a todos meus colegas de classe que durante estes 3 anos tiveram bom
humor, alegria e que sempre estiveram ao meu lado.
Que o brilho dos nossos olhos possa reluzir as
esperanças que ecoam em nossos corações.
(L. A. Lorusso).
LORUSSO, Leandro Alex. Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono como reforço em matrizes de policarbonato. 65 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. São Paulo,
2010.
RESUMO
Apresenta-se uma abordagem da incorporação de fibras de carbono em matrizes de policarbonato enfatizando suas propriedades mecânicas. Definem-se todos os conceitos que permeiam este assunto para o claro entendimento das propriedades mecânicas, das fibras de carbono e do policarbonato. Exemplifica vantagens com esta incorporação de dois materiais distintos de modo quantitativo. Sendo que o objetivo principal deste compósito seria um material com características únicas justaposicionando o melhor de cada material separado. Sendo que estas propriedades podem variar de acordo com o tipo de reforço como também que tipo de policarbonato utilizado. Pode-se afirmar que entre estes dois materiais pode-se conseguir uma gama muito grande de compósitos diferentes e assim, aplicações diferentes. Assim para poder-se classificar este tipo de compósito como suas vertentes utilizam-se inúmeros testes no material, no caso,com enfoque nos ensaios mecânicos. Palavras-chave:.Fibra de carbono; policarbonato; resistência mecânica.
LORUSSO, Leandro Alex. Study of characterization and application of carbon fibers and that importance for nanotechnology. 65 páginas. Monografia. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. 2010.
ABSTRACT
It presents an approach to incorporating carbon fibers in matrix of polycarbonate emphasizing their mechanical properties. Defines all the concepts that underlie this matter for clear understanding of the mechanical properties, of carbon fibers and polycarbonate. Exemplifies the advantages with this incorporation of two different materials in a quantitative manner. Since the main purpose of this would be a composite material with unique joining the best of each material separately.And these properties may vary with the type of reinforcement as well as what type of polycarbonate used. One can say that between these two materials can achieve a very large range of different composites and as soon, different applications. So in order to classify this type of composite as its dimensions are used numerous tests on the material, in the case, focusing on mechanical tests. Key-words: carbon fiber; polycarbonate; mechanical strenght.
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 16
2. O POLICARBONATO ........................................................................................................................ 20
2.1 PROCESSOS DE OBTENÇÃO DO POLICARBONATO .............................................................................. 21
2.2 PROPRIEDADES DO POLICARBONATO................................................................................................ 23
3. AS FIBRAS DE CARBONO ............................................................................................................... 25
3.1 PRECURSORES DA FIBRA DE CARBONO............................................................................................. 27
3.1.1 Poliacrilonitrila ...................................................................................................................... 27
3.1.2 Rayon (viscose) .................................................................................................................... 30
3.1.3 Piche ...................................................................................................................................... 32
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS DE CARBONO ...................................................................................... 34
3.3 TRATAMENTOS SUPERFICIAIS ........................................................................................................... 36
4. PROPRIEDADES MECÂNICAS E TERMOMECÂNICAS ........................................................... 38
4.1 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO ................................................................................................................... 38
4.2 RESISTÊNCIA À FLEXÃO ................................................................................................................... 40
4.3 TEMPERATURA DE DISTORÇÃO TÉRMICA (HDT) ............................................................................. 41
4.5 ÍNDICE DE FLUIDEZ .......................................................................................................................... 42
5. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................ 45
5.1 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA .............................................................................................. 46
5.2 ENSAIOS MECÂNICOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO E À FLEXÃO ....................................................... 47
5.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TEMPERATURA DE DISTORÇÃO TÉRMICA E TEMPERATURA DE
AMOLECIMENTO VICAT ......................................................................................................................... 48
5.4 ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO IMPACTO IZOD ..................................................................................... 49
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................................................... 50
5.1 TESTES FÍSICOS ................................................................................................................................ 50
5.1.1 Índice de Fluidez .................................................................................................................. 50
5.1.2 Índice de Umidade ............................................................................................................... 51
5.1.3 Densidade e Teor de Carga ............................................................................................... 52
5.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS ............................................................................................................. 54
5.2.1 Propriedades de Tração. .................................................................................................... 54
5.2.2 Propriedades de Flexão ...................................................................................................... 56
5.2.3 Propriedades de Impacto .................................................................................................... 58
5.3 PROPRIEDADES TERMOMECÂNICAS .................................................................................................. 59
5.3.1 Temperatura de Distorção térmica e de Amolecimento Vicat. ...................................... 59
6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 60
7.1 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 61
ANEXO I – FICHA DE PROPRIEDADES DO POLICARBONATO ................................................ 63
ANEXO II – TABELAS REFERENTES AOS ENSAIOS REALIZADOS ........................................ 64
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Mero da macromolécula do policarbonato__________________ 20
Figura 2.2 : Obtenção do policarbonato via intercâmbio de ésteres________ 21
Figura 2.3 : Obtenção do policarbonato via fosgenização________________ 22
Figura 2.4 : Obtenção do Bisfenol – A_______________________________ 23
Figura 3.1 : Emprego de materiais compósitos na aeronave ERJ145_______ 25
Figura 3.2: Estrutura Cristalina da Grafite ____________________________ 26
Figura 3.1.1.1 : Estrutura molecular da poliacrilonitrila __________________ 27
Figura 3.1.1.2 : Processos de obtenção da fibra de poliacrilonitrila ________ 28
Figura 3.1.1.3: Resistência à tração e módulo de Young de fibras de carbono
obtidas de precursor PAN em função da temperatura de tratamento térmico_ 28
Figura 3.1.1.3: Resistência à tração e módulo de Young de fibras de carbono
obtidas de precursor PAN em função da temperatura de tratamento térmico_ 30
Figura 3.1.2.1: Diagrama do processo de obtenção da fibra de carbono via
processo viscose_______________________________________________ 31
Figura 3.1.3.1:Esquema do processo de fiação por fusão _______________ 32
Figura 3.1.3.2: Diagrama básico do processo de obtenção da fibra de carbono
via piche _____________________________________________________ 33
Figura 3.1.3.3: Resistência à tração e módulo de Young de fibras de carbono
obtidas de precursor piche em função da temperatura de tratamento térmico_ 34
Figura 3.3.1: Resumo do processo de tratamentos superficiais nas fibras de
carbono________________________________________________________ 37
Figura 3.3.2: Esquema dos constituintes básicos de um compósito _______ 37
Figura 4.1.1: Curva típica de um ensaio de tração _____________________ 40
Figura 5.1: Equipamentos utilizados ________________________________ 45
Figura 5.2: Matéria prima utilizada__________________________________ 46
Figura 5.3: Materiais para a injeção_________________________________ 47
Figura 5.1.1: Injetora Romi, marca Primax 65R controlmaster 8___________ 47
Figura 5.2.1: Máquina de testes Emic linha DL com célula de carga Z500___ 48
Figura 5.3.1:Máquina de testes Tinius Olsen modelo 603 HDTM__________ 48
Figura 5.4.1: Máquina de testes Tinius Olsen modelo 104 – IT 504________ 49
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.2.1 – Propriedades Intrínsecas do Policarbonato_______________ 24
Tabela 2.2.2 – Propriedades Gerais do Policarbonato __________________ 24
Tabela 3.1.1.1: Diagrama do processo de obtenção da fibra de carbono via
PAN_________________________________________________________ 28
Tabela 3.1.1.2: Composição em função do tratamento térmico ___________ 29
Tabela 3.2.1: Perda de Peso dos precursores a 100 °C_________________ 36
Tabela 4.6.1: Principais propriedades do PP e seus compósitos __________ 44
Tabela 5.1: Principais propriedades das fibras utilizadas ________________ 46
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1.1.1: Índice de fluidez do policarbonato e seu compósito________ 51
Gráfico 5.1.2.1: Índice de umidade do policarbonato e seu compósito______ 52
Gráfico 5.1.3.1: Densidade do policarbonato e seu compósito____________ 53
Gráfico 5.1.3.2: Teor de carga no compósito__________________________ 53
Gráfico 5.2.1.1: Tensões provenientes do teste de tração _______________ 55
Gráfico 5.2.1.2: Deformações provenientes do teste de tração____________ 55
Gráfico 5.2.2.1: Resistência a Flexão _______________________________ 56
Gráfico 5.2.2.2: Módulo de Elasticidade _____________________________ 57
Gráfico 5.2.3.1: Resistência ao Impacto Izod _________________________ 58 Gráfico 5.3.1.1: Resultados das propriedades termomecânicas do compósito _____ 60
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
BPA - [2,2-bis(4'-hidroxifenil) propano]
ASTM - American Society for Testing and Materials PC – policarbonato
PS - poliestireno
PVC – poli(cloreto de vinila)
PAN – poli (acrilonitrila)
SÍMBOLOS GPa – Giga pascal
MPa – mega pascal
Tg – Transição Vítrea
Tm – Temperatura de Fusão Cristalina
g/cm3 – Densidade
tex – Quantidade de Filamentos num Fio de uma Fibra
0l - comprimento inicial
l - comprimento final
ε - deformação específica
∆l – variação de comprimento
Kg – quilo
g/10 min – unidade de medida para índice de fluidez
mm – milímetro
16
1. Introdução
Este trabalho relaciona o estudo da incorporação das fibras de carbono
em matrizes de policarbonato como as propriedades obtidas por este
compósito.
As fibras de carbono, como as fibras de vidro, foram os primeiros
reforços utilizados para aumentar a rigidez e resistência de materiais
compósitos avançados leves, comumente utilizados em aeronaves,
equipamentos de recreação e aplicações industriais. A expressão “fibra de
carbono” geralmente se refere a uma variedade de produtos filamentares
compostos por mais de 90% de carbono e filamentos de 5 a 15 μm de
diâmetro, produzidos pela pirólise da poliacrilonitrila (PAN), piche ou rayon
(LUBIN,1969).
Fibras de carbono são referidas normalmente como fibras de grafite,
entretanto, somente fibras de carbono de elevado módulo de elasticidade com
estrutura de grafite tridimensional podem ser denominadas propriamente fibras
de grafite. Em virtude de as fibras de carbono possuírem elevados valores de
resistência à tração, módulo de elasticidade extremamente elevado e baixa
massa específica, comparadas com outros materiais de engenharia, são
utilizadas predominantemente em aplicações críticas envolvendo redução de
massa. As fibras de carbono comercialmente disponíveis podem duplicar seus
valores de módulo de elasticidade em relação às outras fibras de reforço, tais
como aramida e de vidro S e, exceder os metais em resistência à tração.
Quando se utilizam materiais compósitos de fibras de carbono, a sua
resistência e módulo de elasticidade podem ser orientados de modo otimizado
para minimizar a massa final. Além da resistência e rigidez, as fibras de
carbono possuem excelente resistência à fadiga, características de
amortecimento de vibrações, resistência térmica e estabilidade dimensional. As
fibras de carbono possuem também boa resistência elétrica e térmica e são
quimicamente inertes, exceto quanto à oxidação (CALLISTER,2005).
17
Por volta de 1940, o excelente desempenho de suas propriedades
mecânicas foi demonstrado pelo crescimento de whiskers de grafite com
resistência à tração de 2,0 GPa e módulo de rigidez de 800 GPa (LUBIN,1969).
A primeira fibra contínua comercial foi produzida nos anos de 1950 pela pirólise
do rayon.
O policarbonato é um polímero de engenharia, termoplástico e amorfo,
que apresenta excelentes propriedades mecânicas (resistência à tração e ao
impacto), ópticas (alta transparência) e térmicas. O policarbonato tem baixa
higrospicidade, boa resistência ao calor, podendo ser empregado até cerca de
140 °C, e boa estabilidade térmica quando fundido. Produtos de policarbonato
podem ser fabricados por meio de processos convencionais de moldagem por
injeção e por extrusão.
O PC, face as suas boas propriedades de engenharia, tem sido utilizado
em diversas aplicações industriais (CALLISTER, 2005):
• área médica (sistemas de diálise, pulmão artificial, seringas etc);
• indústria automotiva;
• indústria de construção;
• produção de artefatos para instalações elétricas;
• produção de embalagens diversas;
• indústria de equipamentos óticos e fotográficos;
• indústria nuclear;
• indústria de material bélico (blindagens balísticas transparentes para
proteção pessoal e para veículos de uso civil e militar) etc.
Em meados da década de 1960, no Japão e na Inglaterra foi
desenvolvido um processo mais eficiente de produção de fibras de carbono
utilizando-se poliacrilonitrila (PAN). Este processo é utilizado hoje em dia por
mais de 90% da produção de fibras de carbono comercial. Assim, aumentando
a resistência das fibras, o seu módulo, resistência à manipulação e diminuir
deformações e falhas (WIEBECK, 2005).
18
Durante os anos de 1970, os esforços visavam à redução do custo das
fibras com o uso do precursor piche. Porém, deficiências na resistência à
compressão das fibras e o alto custo na purificação do precursor de piche
(LUBIN,1982) têm limitado a aceitação e crescimento de uso das fibras de
carbono de alto módulo.
A abordagem do Estudo sobre a incorporação da fibra de carbono como
reforço em matrizes de policarbonato, delimita-se a descrever as principais
técnicas de obtenção da fibra de carbono, tipos de processamento e suas
propriedades mecânicas fundamentais. Síntese sobre o policarbonato desde
sua obtenção e suas vertentes, suas aplicações, resumo sobre seu
processamento e suas propriedades além destas com a incorporação da fibra.
O objetivo deste trabalho é demonstrar as propriedades da fibra de
carbono com a matriz de policarbonato enfatizando assim novos campos como
produto em caráter heterogêneo (compósitos).
Assim prosseguindo, tentaremos satisfazer a seguinte interrogação:
Quais seriam as novas propriedades que o compósito de policarbonato
incorporada com fibras de carbono teria? Quais as principais diferenças em
propriedades do compósito em relação à matriz sem o reforço?
As hipóteses levantadas são que para obtenção da fibra de carbono há
basicamente 3 precursores: o poliacrilonitrila (PAN), o piche e rayon (viscose),
estes com custos de obtenção variados e também que cada um pode se obter
a fibra de carbono com propriedades distintas. Logo, para cada diferente
material obtido, haverá a possibilidade de uma diferente aplicação. Na
fabricação de compósitos obtemos uma série de atenuantes para se conseguir
características intrínsecas, como a proporção da fibra, tipo da fibra, orientação
desta, além do tipo de resina utilizada. Assim, pode-se obter uma gama
enorme de compósitos diferentes a partir destes dois materiais, havendo então
novas e diferentes aplicações para estes, como: indústrias aeroespacial,
automobilística de alto desempenho, de equipamentos ópticos e metrológicos.
19
Com este estudo, espera-se descrever sucintamente estas novas
propriedades, para que se tenha um material analisado quantitativamente em
condições básicas de caracterização.
Será demonstrado que existem sim efetivas mudanças quanto a
diferenciação nas variáveis de obtenção do compósito, descritas
posteriormente.
Neste estudo será abordado pelo método dedutivo e pela metodologia
quantitativa. Já os métodos empregados nesta pesquisa são de caráter
bibliográfico e descritivo. Por fim, será adotada a documentação indireta, ou
seja, na pesquisa, as técnicas empregadas serão: o levantamento documental
e estatístico. Além de contar com o estudo de caso que tem por objetivo
comprovar as pesquisas feitas sobre o assunto. O trabalho está estruturado da
seguinte maneira:
O segundo capítulo apresenta resumidamente as propriedades do
policarbonato, sua obtenção, alguns processos de moldagem e sua aplicação.
Já no terceiro, será descrito toda a cadeia da fibra de carbono desde seus
precursores (PAN, piche e viscose), até os seus processamentos industriais
visando o produto acabado, já no quarto capítulo será enfatizado os conceitos
de propriedades mecânicas (tração, flexão impacto, HDT e Vicat), já no quinto
capítulo será abordado tantos os materiais como os métodos para realização
dos ensaios mecânicos, com uma breve análise dos resultados e por último
será descrito algumas considerações finais por volta tanto dos ensaios,como
de seus resultados e o sobre o trabalho no geral.
20
2. O Policarbonato
Os poliésteres resultam da condensação de poliácidos com poliálcoois.
Este grupo de polímeros recebe este nome em virtude da presença do grupo
carbonila na cadeia principal (-O-C=O).
Os poliésteres podem ser subdivididos em três classes:
• Alifáticos
• Aromáticos
• Reticulados (termorrígidos)
Segundo (WIEBECK, 2005), os policarbonatos são poliésteres do ácido
carbônico e compostos di-hidroxilados aromáticos ou alifáticos, caracterizados
por apresentarem uma cadeia com átomos heterogêneos, tipo –OCOO-.
Figura 2.1: Mero da macromolécula do policarbonato
Fonte : (WIEBECK, 2005, pág. 109)
Já os policarbonatos alifáticos são preparados a partir de diols e
carbonatos (dietil ou difenil). A escolha do monômero tem forte influência sobre
as propriedades da resina resultante. Para (KROSCHWITZ, 1994, apud MELO,
pág. 36), o policarbonato de glicol dietilênico é líquido, na temperatura
ambiente. O policarbonato de 2,2-dimetil-propano-1,3-diol tem ponto de fusão
de 109 ºC, e o de trans-tetrametilciclobutanodiol funde em temperaturas acima
de 360 ºC. Em geral, o ponto de fusão dos policarbonatos alifáticos é menor
que dos policarbonatos aromáticos.
21
Devido ao seu baixo ponto de fusão e à sua baixa estabilidade térmica,
policarbonatos alifáticos não são utilizados como termoplásticos. O
policarbonato alifático é muito utilizado na síntese de poliuretanos e ainda,
como plastificante e estabilizador ultravioleta do PVC.
2.1 Processos de Obtenção do Policarbonato
O Policarbonato pode ser sintetizado por meio de reações de
policondensação do Bisfenol-A (BPA). Os dois processos de obtenção mais
conhecidos são:
• Intercâmbio de ésteres
• Fosgenização
No processo de intercambio de ésteres, conforme (WIEBECK, 2005),
envolve o aquecimento de um composto aromático di-hidroxílico, como o
bisfenol A e um composto metacarbonato (difenilcarbonato), como ilustra a
Figura 2.2. O polímero final é retirado do reator em atmosfera de gás inerte. A
reação pode ser interrompida quando o polímero estiver suficientemente
líquido, para facilitar sua retirada do reator.
Figura 2.2 : Obtenção do policarbonato via intercâmbio de ésteres
Fonte (WIEBECK, 2005, pág. 109)
22
Já no processo de fosgenização, há reação do sal dissódico do Bisfenol - A
com o fosgênio na presença de hidróxido de sódio, durante a qual ocorre reação
típica de condensação como mostra a Figura 2.3. Para (WIEBECK, 2005) a
simples passagem do fosgênio por uma solução de Bisfenol - A em hidróxido de
sódio é insatisfatória porque o polímero geralmente é insolúvel em álcalis, sendo
obtido apenas material com baixa massa molar. Para contornar esta dificuldade,
foram desenvolvidos dois métodos:
• o método de solução
• o interfacial.
Figura 2.3 : Obtenção do policarbonato via fosgenização
Fonte (WIEBECK, 2005, pág. 110)
No método de solução, o Bisfenol - A é dissolvido em hidróxido de sódio
e a reação ocorre na presença de um solvente, como o cloreto de metileno
(piridina), que é capaz de dissolver tanto o fosgênio como o policarbonato.
Devido ao alto custo da piridina, o processo é geralmente feito usando uma
mistura de piridina diluída. Assim é solubilizado, precipitado e depois lavado,
geralmente depois há evaporação ou destilação por um não solvente (metanol).
Já no método interfacial neste método uma solução de Bisfenol - A em
hidróxido de sódio é dispersa em um solvente orgânico (piridina). Uma
pequena quantidade de amina terciária (NR) é adicionada ao sistema como
23
catalisador. Completada a reação, para se poder extrair a solução polimérica,
usa-se os mesmos passos anteriores.
O Bisfenol - A, pode ser produzido pela condensação do fenol com
acetona sob condições ácidas,
Figura 2.4 : Obtenção do Bisfenol – A
Fonte: (WIEBECK, 2005, pág. 112)
Para a produção do policarbonato, o Bisfenol - A deve possuir grau de
pureza elevado. Material com menor grau de pureza, como utilizado na
produção de resina epóxi, resulta em um policarbonato com propriedades
físicas pobres e coloração amarelada. Após a reação, o Bisfenol - A é separado
por destilação do fenol.
2.2 Propriedades do Policarbonato
O estudo da estrutura dos policarbonatos de Bisfenol - A, permite analisar suas propriedades intrínsecas, como: o grupo benzênico está na cadeia principal, a molécula é muito rígida, fazendo com que o policarbonato tenha uma estrutura amorfa, uma baixa contração na moldagem (tanto transversal quanto paralela ao fluxo) e seja transparente (WIEBECK, 2005).
Sua regularidade e os grupos laterais polares lhe atribuem alto valor de
Tg (145°C), com isto ele possui elevados valores para as propriedades
térmicas e de estabilidade dimensional . A cadeia polimérica do policarbonato é
simétrica, o que lhe confere boas propriedades dielétricas e seu alto valor de
HDT garante a manutenção destas propriedades até 125°C (WIEBECK, 2005).
24
O Policarbonato de Bisfenol – A, como propriedades físicas, é um
polímero inodoro, insípido e atóxico, sendo completamente transparente,
mesmo com espessuras consideráveis. O seu peso molecular varia de 18.000
até 200.000 g/mol.
PROPRIEDADES UNIDADES VALOR TÍPICO
Tg °C 150Tm °C 275 Tabela 2.2.1 : Propriedades Intrínsecas do Policarbonato
Fonte: Do Autor, 2010.
A Tg alta pode ser atribuída à restrição de movimento dos segmentos de
cadeia devido ao anel aromático.
PROPRIEDADES UNIDADES MÉTODO ASTM MÉTODO ISO VALORES TÍPICOS
Reológicas
Índice de Fluidez g/10min D-1238 1133 22
Densidade g/cm3 D-792 R-1183 1,2Absorção de água (por 24 horas a 23 °C) % D-570 - 0,23
Mecânicas
Resistência à tração na ruptura Mpa D-638 R-527 68Resistência à tração no escoamento Mpa D-638 R-527 63Módulo de Tração Mpa D-638 R-527 2300Deformação específica na ruptura (alongamento) % D-638 R-527 90Resistência a Flexão Mpa D-790 178 90Módulo de Flexão Mpa D-256 178 2350Impacto Izod (3,2 mm/ entalhado) J/m D-785 - 640Dureza Rockwell - - R120 M75
Térmicas
Temperatura de Deflexão Térmica (1,8 Mpa) °C D-648 75 128
Coeficiente Linear de Dilatação Térmica x10-5 cm/cm/°C D-696 - 6,5Contração do Moldado % D-955 - 0,5 ~ 0,7
Óticas
Transmitância % D-1003 - 89Índice de Refração (nD25) - D-542 489 1,586
Elétricas
Resistência Dielétrica (1,6 mm de espessura) KV/mm D-149 - 29
Resistividade Volumétrica ohm.cm D-257 - >1016
Constante Dielétrica 60 Hz 106 Hz D-150 - 2,91 - 2,85
Fator de Dissipação 60 Hz - Dielétrica 106 Hz D-150 - 6,6 x 10-4 – 9,2 x 10-3
Resistência ao Arco seg D-495 - 100 ~ 120
Flamabilidade
Teste do Fio Incandescente (3,2 mm) - IEC 695-2-1 °C IEC 695-2-1 - 850Flamabilidade (UL94/1,5 mm) - Yellow Card E 102385 - UL94 - HB Tabela 2.2.2: Propriedades Gerais do Policarbonato
Fonte: (DUROLON, Catálogo do fabricante, Policarbonatos do Brasil S/A, 1985).
25
3. As Fibras de Carbono
As fibras de carbono, como as fibras de vidro, foram os primeiros reforços
utilizados para aumentar a rigidez e resistência de materiais compósitos
avançados leves. A expressão “fibra de carbono” geralmente se refere a uma
variedade de produtos filamentares compostos por mais de 90% de carbono e
filamentos de 5 a 15 μm de diâmetro, produzidos pela pirólise da poliacrilonitrila
(PAN), piche ou rayon (NETO e PARDINI, 2006). A Figura 3.1, mostra (em
vermelho) compósitos com a fibra de carbono, geralmente relacionadas por
possuírem elevados valores de resistência à tração, módulo de elasticidade
extremamente elevado e baixa massa específica, em comparação com outros
materiais de engenharia.
Figura 3.1: Emprego de materiais compósitos na aeronave ERJ145.
Fonte: (EMBRAER, 2010, sem pág.)
Fibras de carbono são referidas normalmente como fibras de grafite,
entretanto somente fibras de carbono de elevado módulo de elasticidade com
estrutura de grafite tridimensional podem ser denominadas propriamente fibras de
grafite (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006).
26
Figura 3.2: Estrutura Cristalina da Grafite
Fonte: (CHUNG, 1994, pág: 4)
As fibras de carbono comercialmente disponíveis podem duplicar seus
valores de módulo de elasticidade em relação às outras fibras de reforço, tais
como aramida e vidro S e exceder os metais em resistência à tração.
Quando se utilizam materiais compósitos de fibras de carbono, a sua
resistência e módulo de elasticidade podem ser orientados de modo otimizado
para minimizar a massa final. Além da resistência e rigidez, as fibras de carbono
possuem excelente resistência à fadiga, resistência térmica e estabilidade
dimensional. As fibras de carbono possuem também boa resistência elétrica e
térmica e são quimicamente inertes, exceto quanto à oxidação.
Pesquisas recentes, para se desenvolverem fibras de carbono de baixo
custo, incluem o crescimento dos filamentos de carbono pela deposição de
carbono de gases, tais como monóxido de carbono, metano, ou benzeno sobre um
metal catalisador.
27
3.1 Precursores da Fibra de Carbono
3.1.1 Poliacrilonitrila
As fibras de poliacrilonitrila (PAN) são o tipo de precursor mais utilizado
para obtenção de fibras de carbono. A poliacrilonitrila é um polímero atático, linear
que contém grupos nitrila altamente polares atrelados à estrutura principal de
carbonos, conforme mostra a Figura 3.1.1.1:
Figura 3.1.1.1: Estrutura molecular da poliacrilonitrila
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 66)
A Figura 3.1.1.2. mostra dois processos básicos para a obtenção da fibra de
poliacrilonitrila. No processo a seco, o precursor é fundido e extrudado através de
uma fieira que contém um determinado número de pequenos capilares. Ao sair da
fieira, o polímero resfria e solidifica na forma de fibras. Na fiação a úmido, uma
solução concentrada do polímero é dissolvida em um solvente apropriado, que
forma uma solução com viscosidade adequada ao processo de fiação, é extrudada
através de uma fieira em um banho de coagulação. O número de furos na fieira
define o tex do cabo a ser obtido.
28
Figura 3.1.1.2: Processos de obtenção da fibra de poliacrilonitrila
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 67)
As fibras de PAN têm estabilidade térmica até 115°C. Há três estágios
sucessivos básicos que ocorrem na conversão do precursor PAN em fibras,
conforme mostra o diagrama a Tabela 1.
Tabela 3.1.1.1: Diagrama do processo de obtenção da fibra de carbono via PAN
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 69)
29
O processo tem início com a estabilização oxidativa do precursor de
poliacrilonitrila, que é estirado e simultaneamente oxidado na faixa de entre 200 –
300°C. Este tratamento converte a fibra PAN termoplástica em uma cadeia
termorrígida cíclica com incorporação de oxigênio à estrutura da mesma. Esse tipo
de fibra é conhecido como PANox. O material então, para resistir a tratamentos
térmicos em temperaturas na faixa de 1000 – 1500 °C sob atmosfera inerte, esse
processo é denominado carbonização.
Nessa etapa, outros elementos que não carbono são removidos como
voláteis, resultando em um rendimento em torno de 50% da massa do polímero
PAN.
Material C (%) N (%) H (%) O (%)
PAN 68 26 6 -PANox 65 22 5 8Fibra de Carbono (1000 °C até 1500 °C) > 92 < 7 < 0,3 < 1Fibra de Carbono (1700 °C até 2500 °C) 100 - - - Tabela 3.1.1.2: Composição em função do tratamento térmico Fonte: Adaptado de (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 70)
A Figura 3.1.1.3 mostra um gráfico de resistência à tração de fibras de
carbono, obtidas de PAN, em função da temperatura de tratamento térmico.
Observa-se que a resistência à tração das fibras de carbono aumentam até o
limite de tratamento térmico próximo a -1.500 °C. Segundo (CLÁDIO NETO e
PARDINI, 2006), esse aumento é devido à crescente formação das lamelas de
hexágonos de carbono que vão se alinhando na direção longitudinal da fibra.
As fibras de carbono obtidas 1.500 °C são denominadas fibras de carbono de
alta resistência. Em contrapartida, o módulo de elasticidade tem um forte
aumento até 2.500 °C, devido ao aumento do alinhamento das cadeias
grafíticas. Dessa forma, uma variedade significativa de fibras de carbono pode
ser obtida como resultado apenas de mudanças na temperatura de tratamento
térmico. No entanto, tratamentos térmicos acima de 1500 °C, embora resultam
em aumento no módulo elástico, representam um gasto de energia que não
justificam o ganho apresentado.
30
Figura 3.1.1.3: Resistência à tração e módulo de Young de fibras de carbono obtidas de
precursor PAN em função da temperatura de tratamento térmico.
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág.71, apud Donnet -1998).
3.1.2 Rayon (viscose)
A produção comercial de fibras de rayon utiliza o processo viscose,
Segundo (CLÁDIO NETO e PARDINI, 2006), as fibras de rayon têm boa
resistência mecânica, sendo obtidas por meio de um processo semicontínuo que
tem como ponto de partida polpa de celulose, caracterizada por um alto conteúdo
de a-celulose, relativamente isentas de lignina e hemiceluloses. A Figura 3.1.2.1,
apresenta um diagrama esquemático de obtenção de fibras de rayon. O processo
se inicia pela saturação da celulose por NaOH por um determinado período,
fazendo com que o material seja convertido em soda-celulose. O material é
exposto ao ar para que ocorra uma oxidação controlada das cadeias de celulose,
conhecida como envelhecimento, convertendo-o em cadeias com pesos
moleculares menores. Elas permitem, desta forma, atingir viscosidades adequadas
na solução de fiação, o bastante para permitir boas propriedades físicas à fibra
obtida.
31
Figura 3.1.2.1: Diagrama do processo de obtenção da fibra de carbono via processo
viscose.
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 73)
Então é colocado em um vaso e tratado com CS2, formando grupos de
éster-xantato reversíveis O material formado é um copolímero em bloco de
celulose e xantato de celulose. Esse material é novamente dissolvido em uma
solução de NaOH, reduzindo as ligações de hidrogênio, permitindo que as cadeias
moleculares sejam separadas e resultando em uma solução de celulose insolúvel.
Essa solução apresenta alta viscosidade sendo denominada viscose.
Conforme (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006), a viscose então passa por
um processo de amadurecimento, onde ocorre uma redistribuição dos grupos
xantatos, assim obtendo-se hidróxidos de celulose. Então é feita a filtragem para
remover insolúveis que venham a causar qualquer defeito à fibra.
32
Uma vantagem inerente às fibras de rayon é que estas podem ser tecidas
antes de se efetuar o processo de tratamento térmico para convertê-las em fibras
de carbono. As etapas de tratamento térmico para conversão ocorre em 2 etapas
básicas:
Estabilização: ocorre entre 25 - 150 °C, onde ocorre dessorção de água,
seguida de desidratação (entre 150 – 240 °C). Posteriormente, ocorre cisão
térmica de ligações éter e algumas de C-C (240 – 400 °C), ocorrendo
aromatização.
Tratamento térmico: ocorre entre 400 - 700 °C, correspondendo à etapa de
carbonização,onde o material convertido em uma estrutura ainda amorfa de
carbono e entre 1.000 - 2.700 °C
As fibras de carbono derivadas de rayon embora apresentem propriedades
mecânicas inferiores às obtidas com fibras de carbono derivadas de PAN e piche,
têm seu uso continuado devido ao baixo custo (CLÁUDIO NETO e PARDINI,
2006).
3.1.3 Piche
O piche é um subproduto do refino do petróleo ou da destilação do
alcatrão de hulha. As fibras de carbono obtidas a partir destes precursores são
oriundas de estruturas aromáticas altamente condensadas e de alta
estabilidade térmica.
Figura 3.1.3.1:Esquema do processo de fiação por fusão
Fonte: (NETO e PARDINI, 2006, pág. 76)
33
No entanto, a estrutura química do piche é complexa. Em comparação, o
piche do alcatrão de hulha contém alta aromaticidade, já o de petróleo é de
estrutura com mais ramos alifáticos.
Para se obter fibras de carbono a partir do piche, alguns requisitos devem
ser atendidos antes da fiação como (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006):
• No piche não deve conter insolúveis para não interferirem no processo e
nem nas propriedades da fibra
• Na fiação, não se deve polimerizar-se e nem gerar voláteis podendo
comprometer a viscosidade
• A mesofase deve orientar as cadeias moleculares durante a fiação
• A Tm e a Tg devem ser elevados para permitirem uma rápida estabilização
• Na fiação a fibra deve ficar reativa para então poder seguir para a etapa de
estabilização
Figura 3.1.3.2: Diagrama básico do processo de obtenção da fibra de carbono via piche
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 76)
Segundo (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág 77), o processo de estabilização é realizado em presença de ar, em períodos entre 2 e 3 horas e em temperaturas por volta de 250 °C. Durante o processo você pode controlar internamente sua morfologia, textura e externamente sua superfície e, no estiramento, seu alinhamento. Uma vantagem do piche é que pode se mudar sua seção transversal, somente alterando o capilar na extrusão. Sua carbonização ocorre por volta dos 1000 °C e de 1200 até 3000 °C, dependendo das propriedades exigidas.
34
Devido a sua inferior resistência mecânica frente aos demais precursores, a
fibra de carbono via piche é indicada para aplicações termoestruturais pois esta
tem baixa resistividade elétrica e alta condutividade térmica.
Figura 3.1.3.3: Resistência à tração e módulo de Young de fibras de carbono obtidas de
precursor piche em função da temperatura de tratamento térmico
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág.71, apud Donnet -1998).
3.2 Classificação das Fibras de Carbono
Uma grande variedade de fibras de carbono pode ser obtida a partir de
diversos precursores, parâmetros de processamento e de tratamentos superficiais.
Já os precursores mais usuais são: a poliacrilonitrila (PAN), o piche e o alcatrão de
hulha e a viscose (rayon). As fibras de carbono podem ser classificadas quanto ao
módulo de elasticidade, à resistência e quanto à temperatura de tratamento
térmico final.
35
Considerando o módulo de elasticidade, podemos agrupar as fibras de
carbono em quatro tipos (MAGALHÃES, A. G. et al, 2007).
• Ultra-alto módulo : fibras com módulo de elasticidade maior que 500 GPa.
• Alto módulo : fibras com módulo de elasticidade entre 300 -500 GPa.
• Módulo intermediário (IM): fibras com módulo de elasticidade de até 300
GPa.
• Baixo módulo (LM): fibras com módulo de elasticidade menor que 100 GPa,
tendo baixo valor de resistência à tração.
Considerando a resistência à tração, as fibras de carbono são classificadas
em dois tipos:
• Ultra-alta resistência : fibras com resistência à tração maior que 5,0 GPa
• Alta resistência : fibras com resistência à tração maior que 2,5 GPa
Considerando a temperatura de tratamento térmico final, as fibras de
carbono podem ser classificadas em três tipos:
• Tipo I: temperatura de tratamento térmico final acima de 2000 °C, sendo a
associada com fibras de alto módulo de elasticidade.
• Tipo lI: temperatura de tratamento térmico final ao redor de 1500 °C, sendo
associada com fibras de alta resistência.
• Tipo III: fibras com tratamento térmico final menor que 1000 °C, sendo
fibras de baixo módulo e baixa resistência.
36
O processo de pirólise consiste basicamente no tratamento térmico do
precursor que remove oxigênio, nitrogênio e hidrogênio dando origem às fibras
de carbono. Todas as pesquisas direcionadas à obtenção de fibras de carbono
estabelecem que as propriedades mecânicas são melhoradas pelo aumento da
cristalinidade e orientação, e pela redução dos defeitos na fibra (CLÁUDIO
NETO e PARDINI, 2006). O único meio de se alcançar esse objetivo é partir de
um precursor altamente orientado e manter essa alta orientação inicial durante
o processo de estabilização e carbonização sob estiramento.
Precursores Perda de Peso (%)
PAN 60PANox 38Piche 30Rayon 88 Tabela 3.2.1: Perda de Peso dos precursores a 100 °C
Fonte (CHUNG, 1994, pág. 108). Adaptado pelo autor.
3.3 Tratamentos Superficiais
O tratamento superficial de fibras de carbono tem como objetivo principal
melhorar a adesão fibra/matriz, sendo uma das etapas mais importantes do
processo de fabricação das fibras. Eles podem ser divididos em tratamentos
oxidativos e não-oxidativos. Os tratamentos oxidativos, por sua vez, podem ser
agrupados em oxidação em fase gasosa e oxidação em fase líquida. Em ambos os
casos, ocorrem incorporação de grupos funcionais, à estrutura da superfície da
fibra de carbono e alteração da morfologia da fibra, devido à criação de rugosidade
superficial. Os processos não-oxidativos se caracterizam pela incorporação física
de um recobrimento à superfície da fibra, tanto para aumentar a rugosidade
superficial, como no caso da whiskerização, como para adicionar um recobrimento
superficial para reduzir tensões na interface fibra/matriz. Esse último caso é
particularmente importante em compósitos com matriz cerâmica (CLÁUDIO NETO
e PARDINI, 2006).
37
Figura 3.3.1: Resumo do processo de tratamentos superficiais nas fibras de carbono
Fonte: (CLÁUDIO NETO e PARDINI, 2006, pág. 79)
Já a encimagem em por finalidade tanto proteger as fibras para processos
subseqüentes, como por exemplo tecelagem, quanto proporcionar uma camada
superficial, na interface, compatível com a matriz polimérica a ser utilizada na
manufatura do compósito. Essa encimagem pode ser preparada pela utilização de
filmes polímeros termoplásticos e termorrígidos.
Figura 3.3.2: Esquema dos constituintes básicos de um compósito
Fonte: (BURAKOWSKI e REZENDE, 2001, pág. 51, apud CAHN, 1993).
38
4. Propriedades Mecânicas e Termomecânicas
Existem vários tipos de ensaios para caracterizar as propriedades
mecânicas de um polímero. Eles podem ser estáticos, dinâmicos, destrutivos,
não-destrutivos, de curta duração, de longa duração, etc. As solicitações
podem ocorrer na forma de tensão ou de deformação. Grande parte dos
ensaios mecânicos pode ser registrada por meio de curvas de tensão vs. deformação.
4.1 Resistência à Tração
As tensões em qualquer região da curva são calculadas utilizando-se a
razão entre a carga ou força e a área de seção transversal do corpo de prova.
Segundo (CANEVAROLO, 2002), a tensão é definida como nominal quando a
área utilizada para o cálculo da tensão é a inicial (Ao). Por outro lado, a tensão
é definida como real se a área utilizada no cálculo for a área obtida no instante
do registro da carga, ou seja, instantânea (A).
As deformações no escoamento e na ruptura definem o poder de
escoamento das moléculas poliméricas durante o estiramento. A deformação é
calculada a partir da relação 0llΔ
=ε em que 0lll −=Δ , é o comprimento da
região útil do corpo de prova 1 o no instante a ser medido a deformação e 0l é
o comprimento inicial da região útil. O valor de l pode ser obtido
acompanhando-se o movimento da travessa ou, de forma mais precisa, pelo
uso de extensômetros.
O comportamento mecânico dos polímeros pode ser facilmente
visualizado observando-se a sua curva tensão-deformação. As curvas de
tensão-deformação apresentam aspectos característicos para cada tipo de
39
ensaio. Por exemplo, um polímero apresenta curvas diferentes quando testado
em tração e em compressão, como é o caso do poliestireno (PS), que, sob
tração, apresenta uma curva característica de comportamento frágil, enquanto
que, em compressão, mostra uma curva típica de comportamento dúctil. Esta
diferença de comportamento resulta do fato de que o ensaio de compressão
proporciona a redução de tamanho dos defeitos (falhas, microtrincas) do
processamento enquanto o ensaio de tração acentua estas falhas aumentando
as microtrincas (CANEVAROLO, 2002)
Já conforme a norma (ASTM – D 638 – 01). O ensaio de tração é
definido como um método utilizado na determinação de propriedades de tensão
de plásticos, utilizando corpos de prova sob normas e formas e dimensões
padronizadas, são fixados nas garras da máquina de ensaios que aplica
esforços crescentes na sua direção axial é submetido a um esforço que tende a
esticá-lo até à ruptura. São testados sob condições definidas de pré-
tratamento, temperatura, umidade e velocidade de teste da máquina utilizada.
O teste deve utilizar pelo menos cinco corpos de prova, para cada corrida de
ensaio de tração, no caso de materiais isotrópicos. As propriedades de tensão
podem variar devido a:
• Resistência à tração no escoamento: É a carga por unidade de área da
seção transversal inicial, em um dado momento do teste. É a relação
entre a força no limite de escoamento por unidade de área. Expressa em
MPa ou kgf/mm2.
• Resistência à tração na ruptura: É a máxima tensão suportada pelo
corpo de prova durante o teste. Quando ocorre na quebra, e a relação
entre a força na ruptura pela área do corpo de prova. Expressa em MPa
ou kgf/mm2.
• Deformação máxima na ruptura: É o alongamento ou tenacidade do
corpo de prova determinado através da distância final entre as garras
que prendem o corpo de prova na máquina de ensaio, menos a distância
inicial. É expresso em porcentagem do comprimento original.
40
SímboloIII
DE e F
Gráfico de deformação(π) x Tensão (π) em um teste de tração
Nível de tensão em que o material começa a oferecer resistência adicional ao aumento de carga acarretando
é i d ã dTensão MáximaTensão de Ruptura
C
ALimite de Proporcionalidade, ou seja, tensão máxima
sem que surja deformação plástica.
BLimite de Escoamento, ou seja, tensão necessária
para produzir uma certa deformação arbitrária (0,2%)
Região de Deformação PlásticaRegião de Deformação Elástica
DescriçãoLegenda
Figura 4.1.1: Curva típica de um ensaio de tração
Fonte: Do autor, 2010.
4.2 Resistência à Flexão
O módulo de Young ou módulo de elasticidade,está diretamente
relacionado com a rigidez do polímero, ou seja, quanto maior for o valor do
módulo maior será a rigidez do polímero. Segundo (CANEVAROLO, 2002),
este é obtido pela inclinação da curva a baixas deformações, até 0,2% de
deformação. Existem quatro tipos diferentes de módulos:
• o modulo de Young (E)
• o módulo de cisalhamento (G)
• o módulo em compressão (K)
• o módulo sob flexão
No entanto, conforme a norma (ASTM – D 790 – 00) o ensaio de
resistência à flexão determina as propriedades dos plásticos não reforçados e
reforçados, incluindo compósitos de alto modulo. Este método de ensaio é
geralmente aplicado em materiais rígidos e semi-rígidos. As propriedades de
41
flexão são especialmente úteis para controle de qualidade e especificadas
finalidades.
A técnica de ensaio consiste em apoiar o corpo de prova sob normas e
formas e dimensões padronizadas em duas vigas, de forma que ela fique
distanciada a um comprimento centralizada e aplicar lentamente uma força de
flexão no ponto central do corpo de prova. Conforme (NETO e PARDINI, 2006),
o módulo de elasticidade é medido pela razão entre a tensão aplicada e a
deformação resultante, dentro do limite elástico, em que a deformação é
totalmente reversível e proporcional à tensão.
Cada uma das curvas de tensão x deformação, descritas anteriormente,
mostra uma região aproximadamente linear no seu início. Nestas regiões cada
deformação é reversível, após a retirada da carga aplicada, devido ao
realinhamento das cadeias macromoleculares longas e flexíveis.
4.3 Temperatura de Distorção Térmica (HDT)
A temperatura de distorção térmica define a temperatura de aplicação do
material, ou seja, até qual temperatura o material preserva suas propriedades
mecânicas, pois, no ensaio a temperatura é definida quando 5% das fibras
externas do material são deformadas.
Conforme a norma (ASTM – D 648– 01). Este método é aplicado nos
corpos de prova injetados ou prensados, com espessura igual ou superior a
3mm, de materiais que sejam rígidos à temperaturas normais. A amostra é
mergulhada em um banho térmico que permite uma velocidade de
aquecimento igual a 2 ± 0,2°C / min. No qual e aplicada uma carga de 0,45
MPa ou 1,82 MPa, sobre o corpo de prova. O resultado da temperatura do
meio é medida quando o corpo de prova sofre uma distorção igual a 0,25mm.
42
Temperatura de distorção térmica (HDT): é a temperatura que, durante o aquecimento a uma taxa constante de 2 ± 0,2 °C/min, uma barra de secção retangular de espessura de 13 mm e comprimento entre apoios de 100 mm, posicionada de lado e tencionada no centro, deforma em 0,25 mm. A tensão máxima de fibra (S) deve ser de 0,455 MPa (66 psi) ou 1,82 MPa (264 psi). A ASTM 648 normaliza este método.(CANEVAROLO, 2006, pág, 159).
4.4 Temperatura de Amolecimento Vicat
A temperatura de amolecimento Vicat designa a menor temperatura para
o processamento do material. Também podendo ser descrita como a
temperatura na qual uma agulha de seção transversal circular com área igual a
1 mm2 penetra 1 mm de profundidade em um corpo de prova de material
termoplástico; sob carga específica (geralmente 1 Kg) e utilizando uma
velocidade de aquecimento pré-selecionada.
São padronizadas a velocidade de aquecimento de 2 °C por minuto e o
corpo de prova para este ensaio que é o mesmo que para o de temperatura de
distorção térmica, sendo de 127 mm de comprimento, por 12,7 mm de largura e
6,4 mm de espessura.
4.5 Índice de Fluidez
O índice de fluidez está relacionado com a massa molar. Os polímeros
com alta massa molar são mais viscosos, devido ao maior tamanho de suas
cadeias poliméricas. O índice de fluidez indica o comportamento de fusão e
vazão da resina durante os processos de transformação e aplicação. No
ensaio, coloca-se uma quantidade aleatória,mas suficiente, de material no
plastômetro, insere-se a haste e aguarda-se 300 segundos, após isto corta-se
a amostra dentro do intervalo do cutt – off, geralmente de 30 segundos e então
43
pesa-se a amostra. Nota: para conversão de valores, pegar o resultado do
peso de 1 cutt – off e multiplicar por 20, pois a unidade de medida é g/10 min.
4.5 Resistência ao Impacto Izod
Conforme (CANEVAROLO, 2006). O ensaio de impacto consiste em
medir a quantidade de energia absorvida por um tipo de material. A energia
absorvida vem a partir da queda de um peso sobre a amostra ou a energia
potencial de um pêndulo. No teste de impacto Izod à amostra é entalhada e
submetida ao impacto de um pêndulo. O golpe do pendulo é desferido no
mesmo lado do entalhe.
Conforme a norma (ASTM – D 256 – 93). O ensaio de impacto Izod
consiste de um pêndulo que é liberado de uma altura fixa, que oscila para bater
e quebrar uma amostra posicionada no ponto mais baixo da oscilação, e que
continua seu movimento até uma altura máxima medida no final da primeira
oscilação. É feito um entalha no corpo de prova com dimensões controlada,
semelhante a uma trinca. Variações no ângulo da ponta do entalhe permitem
caracterizar quanto o polímero é sensível ao entalhe.
Quanto menor for a energia absorvida, mais frágil será o comportamento
do material. Conforme a norma (ASTM – D 256 – 93). Quando o pendulo atinge
o corpo de prova, podem resultar em 4 tipos diferentes de condições de quebra
do corpo de prova:
• Complete Break - identificado pela letra C, nesse caso o corpo de prova
quebra totalmente, onde a fratura da amostra separa em duas ou mais
peças.
• Hinge Break - identificado pela letra H, nesse caso o corpo de prova vai
quebrar totalmente, porém vai ficar preso apenas pela rebarbar uma
fratura incompleta. Esse efeito é chamado dobradiça.
44
• Partial Break - identificado pela letra P, nesse caso o corpo de prova
sofre uma fratura incompleta que não respondam à definição de uma
dobradiça, mas um intervalo que foi fraturado pelo menos 90% da
distância entre o vértice do entalhe e do lado oposto.
• Non-Break - Identificado por NB, nesse caso o corpo de prova quebra
menos que 90% uma fratura incompleta.
Propriedades dos Compósitos de Polipropileno (PP)
Material Propriedades Mecânicas
HDT Vicat Impacto IZOD PP Natural 72,9 152,1 37 PP GR10 126,5 156,5 39,7 PP GR20 145,3 162 100 PP GR30 150,2 165,2 110,3 * GR = denominação para compósitos com fibra de vidro, do inglês (glass reinforced)
Tabela 4.6.1: Principais propriedades do PP e seus compósitos
Fonte: Do autor, 2010.
45
5. Materiais e Métodos
Foi utilizado neste trabalho o policarbonato SC1220R fabricado pela
Sansung e comprada pela distribuidora Piramidal com MFI = 25,27 g/10 min,
teste realizado num plastômetro de extrusão, modelo MP600 da Tinus Olsen,
com a condição de a 300 °C/2,16kg. As fibras de carbono são da marca Sigrafil
C30S006PUT (fibras longas).
Já no compósito utilizou-se também uma mufla de microondas, modelo
MLS1200HS fabricada pela Pyro, para comprovar a porcentagem de reforço de
fibra de carbono incorporada no policarbonato, para tanto, utilizou-se a
condição de trabalho a 600 °C por 15 minutos.
Para todos os testes foram feitos 5 amostras e tido como resultado a
média entre eles. No entanto, os testes termomecânicos (HDT e Vicat) foram
realizados 6 amostras devido ao equipamento só poder realizar o ensaio em
múltiplos de 3.
No policarbonato e no compósito, foram-se feitos testes de teor de
umidade, este teste foi feito numa balança de umidade, modelo ID50 fabricada
pela Marte Instrumentos, com da balança analítica, modelo AY220 fabricada
pela Shimadzu.
A B C
D E
Figura 5.1: Equipamentos utilizados - Índice de fluidez utilizado (A); Balança de
densidade (B); Balança analítica (C); Mufla de microondas (D); Balança de umidade (E).
Fonte: Do autor, 2010.
46
A B
Figura 5.2: Matéria prima utilizada - Diferentes fibras de carbono utilizadas (A);
Resina de Policarbonato natural em grãos (B).
Propriedades Unidade
Tex -Peso g/m2
Densidade g/cm3
Diâmentro da Fibra μmEncimagem -Quantidade de Encimagem em Peso %Resistência à tração GpaMódulo de Elasticidade GpaElongação %Quantindade de Carbono %Comprimento da Fibra Cortada mmResistividade Elétrica 14
2401,4 - 1,8
> 953
> 95614
33007
1,87
poliuretano34
34
2401,4 - 1,8
71,87
poliuretano
Designação das Fibras de Carbono utilizadas
C30 S006 PUT C30 S003 PUT
3300
mμΩ Tabela 5.1: Principais propriedades das fibras utilizadas
Fonte: Catálogo eletrônico da SGL Group. Disponível no site:
http://www.sglgroup.com/cms/international/products. Adaptação do autor, 2010.
5.1 Preparação dos Corpos de Prova
Para analisar as propriedades mecânicas e termomecânicas do
policarbonato e o compósito com fibra de carbono, foram preparados os corpos
de prova, de acordo com a norma ASTM (American Society for Testing and
Materials).
Todas as amostras foram confeccionadas no laboratório da empresa “X”.
Na figura 5.1.1, são apresentados os corpos de prova.
47
Figura 5.3: Materiais para a injeção – Resina virgem e seu compósito,já extrudado
(A); Corpos de prova injetados a aprtir do compósito em grãos (B).
Fonte: Do autor, 2010.
Os corpos de prova foram preparados em uma injetora Romi, marca
Primax 65R controlmaster 8, usando moldes ASTM intercambiáveis,
pertencente à empresa “X”.
Figura 5.1.2: Injetora Romi, marca Primax 65R Controlmaster 8.
Fonte: Do autor, 2010.
5.2 Ensaios Mecânicos de Resistência à Tração e à Flexão
Os ensaios mecânicos de resistência à tração, foram feitos de acordo
com a norma (ASTM – D 638 – 01) e de resistência à flexão, de acordo com a
norma (ASTM – D 790 – 00), foram realizados após 48 horas de estabilização,
utilizando-se a máquina de testes Emic linha DL com célula de carga Z500,
48
pertencente à empresa “X”. Na Figura 5.2.1 é apresentada a máquina de testes
Emic.
Figura 5.2.1: Máquina de testes Emic linha DL com célula de carga Z500.
Fonte: Do autor, 2010.
5.3 Ensaio de Resistência à Temperatura de Distorção Térmica e Temperatura de Amolecimento Vicat
O ensaio de resistência à temperatura de distorção térmica foi feito de
acordo com a norma (ASTM – D 648 – 01) e de amolecimento Vicat de acordo
com a norma (ASTM – D 1525 – 01). Foram realizados após 24 horas da
injeção dos corpos de prova, utilizando-se a máquina de testes Tinius Olsen
modelo 603 HDTM, pertencente a empresa “X”. Na Figura 5.3.1, esta
representada a máquina de teste Tinius Olsen modelo 603 HDTM. O método
de ensaio foi com uma carga constante de 1,82 MPa e velocidade de
aquecimento de 2 °C por minuto.
Figura 5.3.1:Máquina de testes Tinius Olsen modelo 603 HDTM.
Fonte: Do autor, 2010.
49
5.4 Ensaio de Resistência ao Impacto Izod
O ensaio de resistência ao impacto Izod foram feitos de acordo com a
norma (ASTM – D 256 – 93). Foram realizados após 24 horas da injeção dos
corpos de prova. Foram testados, utilizando-se a máquina de testes Tinius
Olsen modelo 104 – IT 504, pertencente à empresa “X”. Na Figura 4.4.1, está
representada a máquina de testes Tinius Olsen,modelo 104 – IT 504.
Figura 5.4.1: Máquina de testes Tinius Olsen modelo 104 – IT 504.
Fonte: Do autor, 2010.
50
5. Resultados e Discussões
5.1 Testes Físicos
Os testes físicos propriamente ditos englobam: o teste de índice de
fluidez, o índice de umidade, a massa específica (densidade) e, no caso do
compósito, o teor de carga.
5.1.1 Índice de Fluidez
Fluidez em suma é a capacidade do material transcorrer, muito
relacionado com seu peso molecular e também o comprimento de sua cadeia.
O índice de fluidez é um teste para verificar o quanto em peso de material
passa por uma matriz. Este teste designa bem, de acordo com o resultado, o
tipo de processo que a matéria prima é ideal. Por exemplo em processos de
extrusão, necessita-se de materiais menos fluidos com uma fluidez de no
máximo 3 g / 10min, já para injeção deve ser o mais fluido possível.
Como já dito, este teste foi feito num plastômetro de extrusão, modelo
MP600 da Tinus Olsen, com a condição de a 300 °C/2,16kg. Para
comparação,segue o gráfico 5.1.1.
51
Índice de Fluidez
25,825,1
26,5
24,925,7
17,53 17,23 17,13 17,7117,34
15
17
19
21
23
25
27
29
0 1 2 3 4 5 6
Número dos corpos de prova
g / 1
0 m
in
Resina - MFI Compósito - MFI
Gráfico 5.1.1.1: Índice de fluidez do policarbonato e seu compósito.
Fonte: Do autor, 2010.
Como verificado o reforço de fibras de carbono, diminuiu sua fluidez,
devido ao possível fato de que as fibras tendem a dificultar a passagem de um
fluido, no caso, o do policarbonato. Esta redução foi do patamar de 32 %,
sendo considerável esta mudança física. Mesmo assim, material ainda é viável
para injeção, aplicação esta inicial para o desenvolvimento do produto.
5.1.2 Índice de Umidade
O teste de teor de umidade, simplesmente é a porcentagem de água
numa determinada porção do material em peso. Este fator é muito importante
para o processo de fabricação que com essa porcentagem alta acarreta em
mais defeitos no produto. O melhor seria ter a umidade o mínimo possível
dentro do limite máximo de 0,02 %.
Como já dito, este teste foi feito numa balança de umidade, modelo ID50
fabricada pela Marte Instrumentos.. Para comparação,segue o gráfico 5.2.1.
52
Índice de Umidade
0,11
0,15
0,130,15
0,12
0,210,23
0,25
0,220,22
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
0,22
0,24
0,26
0,28
0,3
0 1 2 3 4 5 6
Número dos corpos de prova
%
Resina - Umidade Compósito - Umidade
Gráfico 5.1.2.1: Índice de Umidade do policarbonato e seu compósito.
Fonte: Do autor, 2010.
Como observado, a incorporação da fibra acarretou numa maior
permeabilidade do material à água, possivelmente devido aos interstícios entre
a fibra e a matriz, criados durante o seu processamento. Este aumento de
higrospicidade foi de aproximadamente de 71 % em média. No entanto, este
valor alto (em média 0,22%) está no limite do aceitável para o processamento.
No caso deste compósito, por haver uma higrospicidade superficial, há a
necessidade de ter cuidados especiais quanto ao seu armazenamento, como:
armazená-lo em lugar arejado, longe de materiais úmidos, etc.
5.1.3 Densidade e Teor de Carga
A densidade do material é simplesmente o fator de quanto em massa o
material possui por uma determinada unidade de volume que ele ocupa. Isso
nos mostra o quanto o material é compacto, pesado. Este fator é muito crítico
em produtos que se requer diminuição de peso, que é na maior parte, a
finalidade do compósito. Já o teor de carga, nos mostra o quanto de
porcentagem, em peso, de material inorgânico restou do compósito após a
53
volatização da resina (policarbonato). Esta quantidade de inorgânico se refere
às fibras de carbono.
Como já dito, o teste foi feito numa balança de densidade GEHAKA,
modelo DSL900. e o teste de teor de carga numa mufla de microondas, modelo
MLS1200HS fabricada pela Pyro. Para comparação,segue os gráficos 5.3.1 e
5.3.2.
Densidade
1,2011,202 1,2011,200
1,198
1,2351,2361,2341,2361,234
1,195
1,2
1,205
1,21
1,215
1,22
1,225
1,23
1,235
1,24
0 1 2 3 4 5 6
Número dos corpos de prova
g / c
m 3
Resina - Densidade Compósito - Densidade
Gráfico 5.1.3.1: Densidade do policarbonato e seu compósito.
Fonte: Do autor, 2010.
Propriedades Físicas
32,15
31,87 31,8931,78
31,88
30
31
32
33
1 2 3 4 5
Número dos corpos de prova
%
Teor de Carga
Gráfico 5.1.3.2: Teor de carga no compósito.
Fonte: Do autor, 2010.
54
Como observado, a incorporação da fibra acarretou numa maior massa
específica do material, pois a densidade do policarbonato é em média 1,2 e da
fibra de carbono 1,8 g/cm3. Porém, este aumento de quase 3% é muito
pequeno visto que a diferença nas densidades é da ordem de 30%. Já com o
teor de carga foi verificado um percentual de em média de 31,9%, sendo que a
variação em processo para incorporação de fibras é usualmente de 2%. Logo,
o material está dentro das especificações. Fazendo uma rápida analogia, e
ponderando agora o percentual da fibra e da matriz considerando a quantidade
constituinte, teremos uma densidade aparente de 1,38 g/cm3. sendo assim,o
compósito excede as expectativas teóricas quanto à sua densidade e,
satisfatoriamente segue dentro dos parâmetros de teor de carga pré-
estabelecidos (30%).
5.2 Propriedades Mecânicas
5.2.1 Propriedades de Tração.
As propriedades em questão, são a resistência à tração no escoamento
e ruptura e a deformação específica e na ruptura. Estas propriedades mostram
o quanto o material suporta em carga de tração antes de se deformar
permanentemente e o quanto ainda suporta em zona plástica até sal ruptura,
ainda também o teste explicita o quanto o material se deforma nestas duas
zonas, da elástica para a plástica e da plástica para a ruptura.
Como visto anteriormente, o teste de tração foi feito numa máquina de
ensaios universal Emic linha DL com célula de carga Z500. A condição do teste
foi de 50mm/min. Segue abaixo, os gráficos pertencentes às tensões e às
deformações, respectivamente.
55
Propriedades de Tração
87,79
82,780,52
73,61
88,77
82,1979,98
73,61
88,2187,19
70
73
76
79
82
85
88
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Número de corpos de prova
MPa
Tensão No Escoamento Tensão na Ruptura
Gráfico 5.2.1.1: Tensões provenientes do teste de tração
Fonte: Do autor, 2010.
Propriedades de Tração
17,07
18,91
16,41
18,57
18,1
17,02
18,86
16,41
18,52
18,07
16
16,5
17
17,5
18
18,5
19
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Número de corpos de prova
%
Deformação Específica Deformação na Ruptura
Gráfico 5.2.1.2: Deformações provenientes do teste de tração.
Fonte: Do autor, 2010.
Analisando os dados e fazendo um comparativo com os dados técnicos
da resina, pode-se somente relacionar a resistência a tração, na qual a resina
em si, adotada de um valor de 62,7 MPa e o compósito em média 82 MPa,
observa-se que com a incorporação da fibra, deixa-se o material mais rígido,
em geral o ganho foi da ordem de 23%, conseqüentemente a deformação
deve-se seguir o inverso, pois o material sendo menos tenaz e mais rígido, ele
adotará uma postura de menos deformação em ambas as áreas.
56
5.2.2 Propriedades de Flexão
As propriedades em questão, são a resistência à flexão e o módulo de
elasticidade. Estas propriedades mostram o quanto o material suporta em
carga de flexão antes de se deformar permanentemente e o quanto ainda
suporta antes de flexioná-lo.
Como visto anteriormente no teste de tração, o de flexão foi feito numa
máquina de ensaios universal Emic linha DL com célula de carga Z500. A
condição do teste foi de 1,2 mm/min. Segue abaixo, os gráficos pertencentes à
resistência a flexão e o modulo de elasticidade. respectivamente.
Propriedades Mecânicas de Flexão
182,54 177,59172,27 175,85
180,11
82,776,52 79,13 75,81 80,55
50
70
90
110
130
150
170
190
0 1 2 3 4 5Número de corpos de prova
MPa
Resistência à Flexão Tensão no Alongamento
Gráfico 5.2.2.1: Resistência a Flexão.
Fonte: Do autor, 2010.
57
Propriedades Mecâncias de Flexão
8403
8560
8722
8497
83588300
8400
8500
8600
8700
8800
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Número de corpos de prova
Módulo de Elasticidade
Gráfico 5.2.2.2: Módulo de Elasticidade.
Fonte: Do autor, 2010.
Analisando os dados e fazendo um comparativo com os dados técnicos
da resina, pôde-se relacionar a resistência à flexão e o módulo de elasticidade.
A resina obteve-se um valor de 90,3 e 2280 MPa, respectivamente.
Relacionando somente estes valores,percebemos que o policarbonato é um
material dúctil e pouco rígido, devido aos baixos valores em ambos. Já com os
valores do compósito chega-se a uma média de aproximadamente 178 e de
8510 MPa, respectivamente. Agora se pode perceber o quanto o material se
tornou rígido principalmente o módulo de elasticidade com um ganho de 73% e
na sua resistência à flexão de 50%. Assim, material se tornou mais rígido ainda
em esforços do tipo flexão do que do tipo tração, percebendo pelo ganho
desproporcional na flexão do que na tração.
58
5.2.3 Propriedades de Impacto
O teste de impacto é simplesmente um ensaio no qual se pode
mensurar o quanto um material suporta sob carga de choque. Para alguns
materiais faz-se necessário o uso até de entalhes para se concentrar os
esforços e assim, poder romper o corpo de prova.
O ensaio em questão foi feito a partir de 5 corpos de prova com o
entalhamento em “V” com uma profundidade de 3,2 mm. Para mais detalhes
segue gráfico abaixo.
Propriedades de Impacto
48,55
50,18
47,4847,49
49,24
47
48
49
50
51
0 1 2 3 4 5 6
Número de corpos de prova
J / m
Impacto Izod
Gráfico 5.2.3.1: Resistência ao Impacto Izod.
Fonte: Do autor, 2010.
Nota-se pelo resultado do gráfico que o valor do impacto caiu
drasticamente, tornando o material muito frágil, também pela presença das
fibras de carbono. O entalhamento teve este valor devido à ficha de produto da
resina ter esta condição de entalhamento, possibilitando a comparação. No
caso, o material virgem tem uma resistência ao impacto Izod de 740 J/ m, já o
compósito, cerca de 48 J / m em média, havendo uma drástica redução de
praticamente 93%. Há também o fator que o policarbonato, como já dito antes,
é o material mais tenaz nos plásticos de engenharia, assim., qualquer inserção
de outro material, reduziria muito sua resistência ao impacto.
59
5.3 Propriedades termomecânicas
5.3.1 Temperatura de Distorção térmica e de Amolecimento Vicat.
A temperatura de distorção térmica define a temperatura de aplicação do
material, ou seja, até qual temperatura o material preserva suas propriedades
mecânicas, pois, no ensaio a temperatura é definida quando 5% das fibras
externas do material são deformadas, conforme a norma (ASTM – D 648– 01).
A temperatura de amolecimento Vicat designa a menor temperatura para
o processamento do material. Fator chave para a melhorai no processo
conhecendo a temperatura mínima de processamento, assim reduziria tempos
de try-out e economia em energia na máquina.
As condições para estes 2 ensaio foram: no teste de HDT foi
padronizado a condição de 1,82 MPa, com um peso de 1,177 g e com taxa de
aquecimento de 2 °C por minuto, já o Vicat foi padronizado com a condição de
10 KN, com um peso de 924 g e mesma taxa de aquecimento.
Segue gráfico abaixo, demonstrando os valores obtidos nestes dois
ensaios. Ressalva-se que estes dois testes são feitos na mesma máquina,
simultaneamente, numa mesma partida de ensaio.
Propriedades Termomecâncias
127,8126,1
130,4130,7129,0128,2
147,3144,2
145,9
149,7149,8
145,7
125,0
130,0
135,0
140,0
145,0
150,0
0 1 2 3 4 5 6 7
Número de corpos de prova
° C
HDT Vicat Gráfico 5.3.1.1: Resultados das propriedades termomecânicas do compósito.
Fonte: Do autor, 2010.
60
6.1 Considerações Finais
Diante dos estudos realizados até aqui, podemos identificar diversas
vantagens que esta incorporação, fibra de carbono no policarbonato, trouxe.
Alem de se tratar agora de uma material totalmente diferente dos dois em
questão. Não só restringindo as propriedades intrínsecas de cada um. Nota-se
que este material se tornou muito rígido excepcionalmente em cargas do tipo
flexão, no entanto, sua resistência ao impacto caiu drasticamente, fato já
esperado com a inserção do reforço. Quanto às suas propriedades físicas,
observa-se claramente a redução no seu índice de fluidez devido também as
fibras e o índice de umidade foi maior no compósito por se tratar de um
material com interstícios provenientes da homogeneização dos constituintes do
compósito. Quanto às propriedades termomecânicas vemos um pequeno
aumento na temperatura de distorção térmica (única a poder-se relacionar os
dados, devido às informações da ficha de produto) de 4 %. Esta mudança foi
ligeiramente maior pois o policarbonato já possui um alto valor de HDT, assim
sua melhoria tornou-se pequena, frente às demais mudanças no compósito.
Outros fatores também podem variar as propriedades alcançadas de
modo que se consiga maximizar seu desempenho para uma determinada
aplicação, assim podemos ter uma ampla gama de possibilidades frente aos
diversos tipos de policarbonatos e aos diversos tipos de fibras de carbono.
Assim, estes resultados são relevantes e verossímeis quanto à resina e à fibra
utilizada.
Vale lembrar que outros fatores não mencionados devido ao conteúdo
ser de caráter de caracterização, como parâmetros de processamento da
extrusão do compósito e, paramentos de injeção dos corpos de prova. Como
também fatores ambientais como temperatura do ambiente onde se realizou os
teste tal como a umidade relativa do ar.
61
7.1 Referências
ASTM – D 256 – 93, American Society for Testing and Materials: Standard Test
Methods for IZOD and Charpy Impacts of Unreinforced and Reinforced Plastics
and Electrical Insulating Materials, 1993.
ASTM-D638-01, American Society for Testing and Materials: Standard Test
Method for Tensile Properties of Plastics, 2001.
ASTM-D648-01, American Society for Testing and Materials: Standard Test
Method for Deflection Temperature of Plastics Under Flexural Load in the
Edgewise Position, 2001.
ASTM-D790-00, American Society for Testing and Materials: Standard Test
Methods for Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and
Electrical Insulating Materials, 2000.
BURAKOWSKI, Liliana; REZENDE, Mirabel C. Revista Polímeros: Ciência e
Tecnologia, vol. 11, nº 2, p. 51-57, 2001.
CAHN, R.W.; et al.Materials science and technology.Vol.13, VCH, Cambridge,
1993.
CALLISTER, William D. Jr. Fundamentos da Ciência e Engenharia de
Materiais. 2ª edição. Rio de Janeiro. Editora LTC, 2005.
CANEVAROLO Jr., S. V. Ciência dos Polímeros. 1a edição. São Paulo: Artliber
------ Ciência dos Polímeros. 2a edição. São Paulo: Artliber Editora Ltda, 2006.
Catálogo de Produtos – Fibras de Carbono. SGL Group. 2008. Disponível em:
<http://www.sglgroup.com/cms/international/products>. Data de acesso:
62
2/11/10.
CHUNG, D. L. Deborah. Carbon Fiber Composites. 1ª edição. Ed. Butterworth-
Heinemann. Mayne, 1994.
DONNET, J. B. Carbon Fibers. 3rd edition. Marcell – Dekker, Inc, 1998.
DUROLON, Catálogo do fabricante, Policarbonatos do Brasil S/A, Salvador, 1985. Editora Ltda, 2002.
KROSCHWITZ, J. I. High Performance Polymers and Composites. New York,
1991
LUBIN, G. Handbook of Composites. Nova York: Ed. Van Nostrand
Reinhold,1969.
--- Handbook of Composites. Nova York: Ed. Van Nostrand Reinhold,1982.
MAGALHÃES, A. G. et al. Materiais Compósitos – Materiais, Fabrico e
Comportamento Mecânico. 1ª edição. São Paulo. Ed. Publindústria, 2007
MELO, N. S. Comportamento Mecânico do Policarbonato Exposto à Radiação
Gama. Dissertação de mestrado. Ciência dos Materiais do Instituto Militar de
Engenharia. Rio de Janeiro, 2004.
PARDINI, Luiz Cláudio; NETO, Flamínio Levy. Compósitos Estruturais –
Ciência e Tecnologia. 1ª edição. São Paulo. Ed. Edgard Bluncher, 2006.
WIEBECK H., HARADA, J. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações.
1ª edição. São Paulo. Ed Artliber, 2005.
WIEBECK H., HARADA, J. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações.
1ª edição. São Paulo. Ed Artliber, 2005.
63
ANEXO I – Ficha de propriedades do Policarbonato
64
ANEXO II – Tabelas Referentes aos ensaios realizados
As tabelas abaixo relacionadas foram feitas pelo autor do trabalho,
neste mesmo ano e foram utilizadas para facilitarem a construção dos gráficos
aqui discorridos.
• Propriedades de Tração
1 88,77 88,21 17,07 17,02 519,982 87,79 87,19 18,91 18,86 464,243 73,61 73,61 16,41 16,41 448,654 80,52 79,98 18,57 18,52 433,625 82,7 82,19 18,1 18,07 456,79
Média 82,68 82,24 17,81 17,78 464,66Desvio Padrão 5,48 5,29 0,94 0,92 29,47
Módulo Elástico (Mpa)
Número do corpo de prova
Propriedades Mecânicas de Tração no Compósito
Tensão no Escoamento (Mpa)
Tensão na Ruptura (Mpa)
Deformação Específica (%)
Deformação na Ruptura (%)
• Propriedades de Flexão
1 182,54 8403 76,52 83292 172,27 8560 82,7 83303 177,59 8722 79,13 85014 180,11 8358 75,81 81285 175,85 8497 80,55 8255
Média 177,67 8508,00 78,94 8308,60Desvio Padrão 3,53 128,18 2,55 121,15
Tensão no Alongamento (Mpa)
Módulo de Elasticidade a 1% (Mpa)
Propriedades Mecânicas de Flexão no Compósito
Número do corpo de prova
Resistência à Flexão (Mpa)
Módulo de Elasticidade (Mpa)
65
• Propriedades de Impacto Izod
1 50,182 47,483 49,244 48,555 47,49
Média 48,59Desvio Padrão 1,04
Número do corpo de prova
Izod
Propriedades Mecânicas de Impacto no Compósito
• Propriedades Termomecânicas
1 128,2 145,72 129,0 149,83 130,7 149,74 130,4 145,95 126,1 144,26 127,8 147,3
Média 128,70 147,10Desvio Padrão 1,57 2,08
Número do corpo de prova HDT Vicat
Propriedades Termomecânicas do Compósito
• Propriedades Físicas
1 25,7 0,12 1,201 17,53 0,22 32,15 1,2342 24,9 0,15 1,202 17,23 0,22 31,87 1,2363 26,5 0,13 1,198 17,13 0,25 31,89 1,234
4 25,1 0,15 1,200 17,34 0,23 31,78 1,2365 25,8 0,11 1,201 17,71 0,21 31,88 1,235
Média 25,600 0,132 1,200 17,388 0,226 31,914 1,235Desvio Padrão 0,566 0,016 0,001 0,209 0,014 0,124 0,001
Propriedades Físicas da resina e do Compósito
MFI (g/10min) Teor de Umidade (%)
Teor de Carga (%)
MFI (g/10min) Teor de Umidade (%)
Número do
corpo de prova
Resina virgemDensidade (g/10cm3)
CompósitoDensidade (g/10cm3)
ANEXO II – Tabelas Referentes aos ensaios realizados
As tabelas abaixo relacionadas foram feitas pelo autor do trabalho, neste
mesmo ano e foram utilizadas para facilitarem a construção dos gráficos aqui
discorridos.
• Propriedades de Tração
1 88,77 88,21 17,07 17,02 519,982 87,79 87,19 18,91 18,86 464,243 73,61 73,61 16,41 16,41 448,654 80,52 79,98 18,57 18,52 433,625 82,7 82,19 18,1 18,07 456,79
Média 82,68 82,24 17,81 17,78 464,66Desvio Padrão 5,48 5,29 0,94 0,92 29,47
Módulo Elástico (Mpa)
Número do corpo de prova
Propriedades Mecânicas de Tração no Compósito
Tensão no Escoamento (Mpa)
Tensão na Ruptura (Mpa)
Deformação Específica (%)
Deformação na Ruptura (%)
• Propriedades de Flexão
1 182,54 8403 76,52 83292 172,27 8560 82,7 83303 177,59 8722 79,13 85014 180,11 8358 75,81 81285 175,85 8497 80,55 8255
Média 177,67 8508,00 78,94 8308,60Desvio Padrão 3,53 128,18 2,55 121,15
Tensão no Alongamento (Mpa)
Módulo de Elasticidade a 1% (Mpa)
Propriedades Mecânicas de Flexão no Compósito
Número do corpo de prova
Resistência à Flexão (Mpa)
Módulo de Elasticidade (Mpa)
• Propriedades de Impacto Izod
1 50,182 47,483 49,244 48,555 47,49
Média 48,59Desvio Padrão 1,04
Número do corpo de prova
Izod
Propriedades Mecânicas de Impacto no Compósito
• Propriedades Termomecânicas
1 128,2 145,72 129,0 149,83 130,7 149,74 130,4 145,95 126,1 144,26 127,8 147,3
Média 128,70 147,10Desvio Padrão 1,57 2,08
Número do corpo de prova HDT Vicat
Propriedades Termomecânicas do Compósito
• Propriedades Físicas
1 25,7 0,12 1,201 17,53 0,22 32,15 1,2342 24,9 0,15 1,202 17,23 0,22 31,87 1,2363 26,5 0,13 1,198 17,13 0,25 31,89 1,234
4 25,1 0,15 1,200 17,34 0,23 31,78 1,2365 25,8 0,11 1,201 17,71 0,21 31,88 1,235
Média 25,600 0,132 1,200 17,388 0,226 31,914 1,235Desvio Padrão 0,566 0,016 0,001 0,209 0,014 0,124 0,001
Propriedades Físicas da resina e do Compósito
MFI (g/10min) Teor de Umidade (%)
Teor de Carga (%)
MFI (g/10min) Teor de Umidade (%)
Número do
corpo de prova
Resina virgemDensidade (g/10cm3)
CompósitoDensidade (g/10cm3)