TCC 2007

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Adriana Queiroz Ramos Emil Crokidakis Castro Gustavo Augusto P. dos Santos Pinheiro Jairo Boechat Junior Sebastião Padilha ABSORÇÃO DE MÃO-DE-OBRA NÃO QUALIFICADA NA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DO COMPLEXO PETROQUÍMICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-COMPERJ Trabalho apresentado ao curso MBA em Gerência de Projetos, Pós-Graduação latu sensu, da Fundação Getulio Vargas como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Gerência de Projetos. 1

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Planejamento estratégico - anel rodoviário

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Adriana Queiroz Ramos Emil Crokidakis CastroGustavo Augusto P. dos Santos PinheiroJairo Boechat JuniorSebastio Padilha

ABSORO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA NA REGIO DE INFLUNCIA DO COMPLEXO PETROQUMICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-COMPERJ

Trabalho apresentado ao curso MBA em Gerncia de Projetos, Ps-Graduao latu sensu, da Fundao Getulio Vargas como requisito parcial para a obteno do Grau de Especialista em Gerncia de Projetos.

ORIENTADOR: Prof. Luiz Fernando da Silva Xavier

Rio de JaneiroDezembro/2007FUNDAO GETULIO VARGAS PROGRAMA FGV MANAGEMENTMBA EM GERNCIA DE PROJETOS

O Trabalho de Concluso de Curso ABSORO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA NA REGIO DE INFLUNCIA DO COMPERJ elaborado por Adriana Queiroz Ramos, Emil Crokidakis Castro, Gustavo Augusto P. dos Santos Pinheiro, Jairo Boechat Junior e Sebastio Padilha e aprovado pela Coordenao Acadmica do curso de MBA em Gerncia de Empreendimentos com nfase em Planejamento, foi aceito como requisito parcial para a obteno do certificado do curso de ps-graduao, nvel de especializao da FGV.

Rio de Janeiro, dezembro de 2007

Carlos A. C. Salles Jr.

Coordenador Acadmico Executivo

Luiz Fernando da Silva Xavier

Professor Orientador

DECLARAO

A empresa Construir Rio de Janeiro Empreendimentos Ltda, representada neste documento pelo Sr. Jairo Boechat Junior, diretor, autoriza a divulgao das informaes e dados coletados em sua organizao, na elaborao do Trabalho de Concluso de Curso intitulado ABSORO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA NA REGIO DE INFLUNCIA DO COMPERJ, realizado pelos alunos Adriana Queiroz Ramos, Emil Crokidakis Castro, Gustavo Augusto P. dos Santos Pinheiro, Jairo Boechat Junior e Sebastio Padilha, do curso de MBA em Gerncia de Projetos, do Programa FGV Management, com o objetivo de publicao e/ ou divulgao em veculos acadmicos.

Niteri, dezembro de 2007

Diretor

Construir Rio de Janeiro Empreendimentos Ltda.

TERMO DE COMPROMISSO

Os alunos Adriana Queiroz Ramos, Emil Crokidakis Castro, Gustavo Augusto P. dos Santos Pinheiro, Jairo Boechat Junior e Sebastio Padilha, abaixo assinados, do curso de MBA em Gerncia de Projetos, Turma 01 Planejamento, do Programa FGV Management, realizado nas dependncias da Fundao Getlio Vargas, no perodo de 02/03/2007 a 09/11/2007, declaram que o contedo do Trabalho de Concluso de Curso intitulado ABSORO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA NA REGIO DE INFLUNCIA DO COMPERJ autntico, original e de sua autoria exclusiva.

Rio de Janeiro, dezembro de 2007

Adriana Queiroz RamosEmil Crokidakis Castro

Gustavo Augusto P. dos Santos Pinheiro

Jairo Boechat Junior

Sebastio Padilha

DEDICATRIA

Dedicamos este trabalho aos mestres que desde a alfabetizao nos mostraram que possvel construir um mundo melhor atravs do conhecimento e aos nossos familiares e amigos de quem subtramos importantes horas de convvio para dedicar aos estudos.

Em especial, esse TCC dedicado a um jovem humanista, estudante da ESPM, Bruno Manata Lara Boechat, filho do colega Jairo, fonte de inspirao de seu pai, que foi o criador da idia desse trabalho e autor das inseres poticas presentes.

Tenho os ps na terra no barro, no limo, no lodo.As mos no cu, nas estrelas, no infinito.Nos meus ps nascem razes que brotam e cresceme me acrescentam ao mundo.Mas as minhas mos sonham asas que no tivee me abismam e me eternizam.EMIL de CASTRO

AGRADECIMENTOS:

So tantos os agradecimentos que aps definirmos o seu escopo, resolvemos, aproveitando-nos dos nossos novos conhecimentos, fazer uma WBS para no nos esquecermos de nenhum detalhe. Mas ficou muito grande e para simplificar agradecemos, neste momento, aos professores da FGV que foram brilhantes, ao nosso orientador prof. Luiz Fernando da Silva Xavier, ao prof. Srgio Mecena da UFF, a Petrobrs que proporcionou esta grande oportunidade, a Construtora Andrade Gutierrez, ao Prof. Joo Batista Santos de Assis inventor do tijolito e principalmente aos nossos familiares e amigos pela ajuda ao longo da jornada. Os agradecimentos anteriormente pensados sero detalhados em forma de livro a ser publicado em outra oportunidade.

RESUMOA implantao de grandes empreendimentos industriais como o COMPERJ, exerce uma grande atrao a populao que busca, num primeiro momento, sua insero como trabalhador em empregos diretos e indiretos relacionados execuo das obras do empreendimento. Essa concentrao de trabalhadores acaba permanecendo na regio, procurando outras formas de gerao de renda, que possibilitem sua fixao no local, onde muitas vezes acabam por construir elos scio-culturais. As ocupaes desordenadas do espao urbano acabam por ocorrer quando esse problema no devidamente pensado e estudado, no sendo planejadas solues com alternativas racionais para a absoro dessa mo de obra. o que se percebe em diversas cidades que hoje enfrentam srios problemas gerados pela falta de planejamento urbano, que possibilite a sustentabilidade da regio atingida por este empreendimento cumprindo assim com responsabilidade social deste. No caso de empreendimentos de petrleo e gs a situao ainda mais agravada, haja vista a exposio a riscos que a indstria apresenta, estando sujeita a possibilidades de acidentes de grandes propores e grandes impactos ambientais. Por isso a importncia de adequao dessa indstria s polticas e legislaes severas quanto a necessidade de atender s exigncias de QSMS- Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade. Com isso, o setor de petrleo trabalha com prticas, processos e procedimentos de gesto muito mais exigentes que os da construo civil e do setor agrcola, tendo vasta bagagem, podendo contribuir com um grande acervo tcnico e de experincias de boas prticas para os demais. O trabalho se prope a apontar alternativas viveis tendo como premissa a necessidade de se planejar, de se utilizar os conceitos de gerenciamento de projetos visando oferecer possibilidades de antecipao aos problemas, contribuindo para utilizao de mo de obra no qualificada. indicada ento, uma tecnologia facilmente assimilvel para a construo de edifcios, usando mo-de-obra no qualificada de forma educativa e apresentado uma proposta de plano para utilizao de mo-de-obra em atividades agrcolas com sustentabilidade. Finalmente, o trabalho procura contribuir de maneira geral para transformar a Segurana, Sade e Meio Ambiente em valor para a sociedade local, tentando compatibilizar o Planejamento Estratgico da Petrobrs com o planejamento regional, ajudando assim a empresa a se tornar referncia.

Palavras chave: Absoro de mo-de-obra, sustentabilidade, COMPERJ, Arco Metropolitano, TIJOLITO, Plano de Desenvolvimento Agrcola Sustentvel.ABSTRACTThe development of large-scale industrial projects, as COMPERJ, attracts a big number of people seeking employment, directly or indirectly, in the construction work required by these projects. Nevertheless, when the construction work is over, this mass of workers, who were first drawn to the region by the prospect of a job, have created social and cultural bonds, which make them want to settle within the area. In order to do so, they must look for other sources of income. When the assimilation of this migrating population is not thoroughly planned ahead, it results in the disorganized growth of urban spaces. It creates a number of serious problems which can be noticed in several cities where big enterprises were established without the proper sustainability study, thus not in a social responsible way. In the case of the oil and gas industry, the problems can be even more serious, considering the occupational hazards involved and the environmental impact of any possible accident. Therefore, its of great importance to adequate the oil and gas activities to the strict laws and policies regarding QSEH (Quality, Safety, Environment and Health) requirements. Thats why the practices and operational procedures of the oil industry demand far more accuracy than the ones observed in the construction and agricultural sectors. Its vast experience and great technical knowledge can contribute enormously towards other industries. Our proposal is to offer feasible alternatives which take as principle the need of planning ahead, using the concepts of project management in a way that problems can be anticipated and taken care of before they actually happen and enabling the hiring of unskilled labor. We recommend the education of unskilled labor, with a technology of easy apprehension, for the construction of buildings. We also present a proposal for the later hiring of this labor in sustainable agricultural activities. Lastly, our intention is to contribute to turn safety, health and environment into ground values to the local community and make Petrobrss Strategical Planning compatible with the regional development, thus helping the company become a quality reference.

Keywords: labor management, sustainability, COMPERJ, Arco Metropolitano, TIJOLITO, Plan for Sustainable Agricultural Development

SUMRIO1-INTRODUO 1.1 Apresentao --------------------------------------------------- 11

1.2 Consideraes iniciais --------------------------------------------------- 13

1.3 Objetivos --------------------------------------------------- 18

2-O ARCO METROPOLITANO E O COMPERJ ---------------------------------- 18

(Contribuies para localizao geogrfica das comunidades a serem criadas)

3-PLANEJAMENTO ESTRATGICO PETROBRS --------------------------- 21

4-UTILIZAO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA PARA A CONSTRUO CIVIL ---------------------------------------------------- 23

4.1TIJOLITO - Sistema Andrade Gutierrez de construo industrializada Uma das alternativas industrializadas ----------------------------------------- 25

5-UTILIZAO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA PARA ATIVIDADES AGRCOLAS ----------------------------------------------------- 385.1Elementos de Diagnstico Regional ------------------------------------------ 385.2

Exemplo de Programa de Produo Agrcola -------------------------------- 395.3

Proposta de Plano de produo agrcola -------------------------------------- 446-CONCLUSES --------------------------------------------------------------------------- 546.1O processo de urbanizao --------------------------------------------- 55

6.2 O COMPERJ e o Arco Metropolitano -------------------------------------- 576.3 Compatibilidade com Planejamento Estratgico da Petrobrs ------------- 60 6.4 Utilizao de mo de obra no qualificada na construo de edifcios -- 62

6.5 Utilizao de mo de obra no qualificada na agricultura ----------------- 63 7-CONCLUSES INDIVIDUAIS -------------------------------------------- 65

8-REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ---------------------------------------- 91 1. INTRODUO 1.1 Apresentao

O trabalho foi desenvolvido atravs de uma pesquisa bibliogrfica, a partir da qual se apresentam e so descritos os problemas scio-econmicos relacionados necessidade de adequao dos recursos fsicos e humanos aos impactos da indstria petrolfera nas cidades.

Assim tentamos atravs de um processo sistemtico identificar, analisar e discutir como responder a alguns dos riscos a que esto sujeitas as cidades onde so implantados grandes projetos da cadeia de leo e gs.

Pretendemos ainda apresentar uma soluo, de forma sustentvel, para mitigar aspectos sociais relevantes tais como:

- Desemprego de mo-de-obra no qualificada- Ocupao desordenada dos espaos pblicos para moradia (favelizao).

- Aumento da disponibilidade de residncias.

- Utilizao de solues ambientalmente e socialmente corretas.

- Formao de mo-de-obra qualificadaTendo em vista que o tema bastante atual, estando presente no plano estratgico da Petrobrs, objetivamos com o trabalho, despertar indagaes e incentivar discusses a respeito dos efeitos e solues baseando o trabalho nas ferramentas estudadas no curso de Gerenciamento em Projetos, enfocando a responsabilidade social da empresa.

O tema escolhido para este trabalho por demais abrangente para que seja resolvido nestas poucas pginas escritas. O presente trabalho tem por objetivo propiciar a discusso de como queremos que a regio abrangida pelo arco metropolitano e a regio em torno da baa de Guanabara seja ocupada aps a implantao do COMPERJ e como a mesma ser vista pelos nossos descendentes.

A finalidade do mesmo efetuar uma compilao do pensamento de alguns mestres brasileiros e descrever algumas poucas maneiras para se unir o pensamento destes mestres,motivados pela necessidade de resolver um problema concreto e que conta com uma oportunidade indita e imediata.

As idias lanadas devem ser desenvolvidas com ampla discusso com a sociedade e detalhadas para posterior aplicao.

Procedimentos metodolgicosPara descrever o problema a ser enfrentado fez-se pesquisa bibliogrfica focada inicialmente numa reviso da literatura sobre a obra do urbanista Lcio Costa com nfase no plano piloto de Braslia e de parte da literatura deixada pelo gegrafo Milton Santos.

Para a pesquisa documental foram utilizadas fontes oficiais da legislao, fontes jornalsticas de circulao nacional, sites de rgos oficiais do governo, etc.

Utilizou-se para o desenvolvimento do trabalho uma metodologia descritiva, onde no se objetiva explicar todo fenmeno estudado, mas discuti-lo, apresentando opinies diversas de alguns autores e nossas prprias impresses e indagaes. Com isso tratamos tambm o problema como uma aplicao, onde estudamos um caso especfico, a regio de influncia do COMPERJ e sua relao com o Arco Metropolitano. Sendo assim o trabalho constitui-se de uma pesquisa aplicada onde so propostas alternativas e solues que dentro de um contexto de gerenciamento de empreendimentos entendemos ser pertinentes.

O trabalho foi desenvolvido em trs principais etapas: a primeira, que engloba os captulos 1, 2 e 3, voltada para a contextualizao do problema, apresentando um referencial terico que faa um apanhado geral sobre o tema, visando, no captulo 2, descrever o COMPERJ e caracterizar a regio onde ser construdo, diagnosticando o municpio de Itabora e o seu entorno. No terceiro captulo analisado o impacto causado pela indstria petrolfera na vida das pessoas, as legislaes que tratam sobre o tema, as estratgias, a poltica do poder pblico e o papel da Petrobrs como provedora de desenvolvimento local, e com isso, discutir os impactos scio-ambientais positivos ou negativos conseqentes de suas atividades, tentando-se dessa forma avaliar como se insere nesse contexto a misso e a viso dessa empresa.

Na segunda etapa, captulos 4 e 5 apresentada uma alternativa sustentvel de mitigar os impactos scio-econmicos e ambientais com a utilizao de mo-de-obra no qualificada para construo de moradias, e em produo agrcola, em parceria com as prefeituras municipais e outros rgos do governo federal.

Para tanto, apresentada uma proposta de utilizao de um mtodo construtivo industrializado, o TIJOLITO e discute-se a viabilidade de utilizao de mo-de-obra no qualificada na produo agronmica, sugerindo-se a utilizao da capacidade tcnica de gesto da Petrobrs como propulsora de programas de capacitao e gerao de renda para essa populao, atendendo dessa forma a misso e viso presentes no seu planejamento estratgico, dentro da tica de responsabilidade scio-ambiental da empresa.

Ainda no captulo 5 apresentado tambm, como proposta para a utilizao de mo-de-obra no qualificada, um programa de apoio produo agrcola, baseado no PDA- Plano de Desenvolvimento Sustentvel de Comunidades Agrcolas, desenvolvido pelo ITERJ- Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro.

Na terceira etapa, concluso, so descritas nossas interpretaes sobre o tema, recomendaes, prximos passos e benefcios obtidos.

1.2 Consideraes Iniciais

A Petrobrs uma empresa puramente nacional e que orgulha todos os brasileiros, desde 1953, quando herdou os acervos do antigo Conselho Nacional do Petrleo, comeou a sua brilhante trajetria que incluiu o monoplio da explorao e produo de petrleo entre 1954 e 1997.

Na dcada de 1950 o grande desafio da empresa era crescer com o Brasil1. O pas tinha sonhos de crescer rapidamente, construir uma nova capital e a industrializao dava os seus primeiros passos. O desenvolvimentismo era a poltica do governo Kubitschek, o slogan era "50 anos em 5".

Na dcada seguinte o desafio era ousar para transformar. Nessa poca foi descoberto o primeiro campo de petrleo no mar. A empresa produziu no perodo mais de 710.000 barris de petrleo o que representava aproximadamente novecentas vezes mais o que se produziu na dcada anterior.

Nos anos de 1970 enquanto a crise mundial do petrleo trazia transtornos ao mundo e ao nosso pas, foram encontrados 20 campos petrolferos no mar brasileiro. O pas necessitava e acreditava cada vez mais na excelncia da Petrobrs.

Durante a dcada de 1980, enquanto batia recordes de produo, aumentava a conscincia de que o meio ambiente deveria ser preservado.

Na dcada seguinte a indita tecnologia desenvolvida pela Petrobrs para extrao de petrleo em guas profundas alcana o reconhecimento de todo o mundo e a prepara para novos saltos. Neste perodo foram produzidos mais de 11.300.000 barris de petrleo.

1 Petrobrs, Comunicao Institucional, disponvel em http://www.memoria50anospetrobras.com.br, acesso em outubro 2007Com a chegada do sculo XXI estes fatos viraram apenas histria. chegada a hora de superar limites. A empresa madura e est preparada para o momento. O Brasil alcanou a auto-suficincia sustentvel em petrleo. Foi descoberto um campo gigantesco na costa brasileira. Grandes profundidades no assustam mais. Refinarias esto sendo projetadas e construdas e a empresa aumenta a sua responsabilidade social e ambiental.

Ao examinar a viso da empresa para 20202 nota-se que ser uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelo pblico de seu interesse possvel. A histria confirma. Os brasileiros acreditam e se orgulham da Petrobrs.

O mesmo pensamento ocorre quando examinada a sua misso:

Atuar de forma segura e rentvel, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e servios adequados s necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos pases onde atua.E a sociedade quer mais. Necessita de mais. O Brasil necessita das tcnicas de gerenciamento desenvolvidas pela empresa para organizar outros setores. Necessita que os valores desenvolvidos na empresa sejam distribudos por todo o pas.

Neste momento em que se implanta o Complexo Petroqumico do Estado do Rio de Janeiro Comperj, a sociedade quer que a Petrobrs faa mais ainda. Que ouse mais.

Durante a leitura do Relatrio de impacto no meio ambiente RIMA do empreendimento nota-se que esto previstos diversos cursos de qualificao profissional para os moradores da regio. Mas pouco pela excelncia da empresa e para o porte da obra.

Que alm de todas as medidas de responsabilidade social e ambiental que esto sendo pensadas, que a Petrobrs planeje e execute um RELATRIO DE IMPACTO NA VIDA DAS PESSOAS da regio. Inovando e ousando ainda mais.

A sociedade est cobrando sempre mais dos melhores. de quem pode ser cobrado, no poderia ser de outra forma.

2 Plano Estratgico Petrobrs 2020, disponvel em:

http://www2.petrobras.com.br/ri/port/ApresentacosEventos/ConfTelefonicas/pdf/PlanoEstrategico2008-2012.pdf, acessado em outubro 2007No site da Petrobras anunciada a construo da monumental obra. O Comperj Complexo Petroqumico do Rio de Janeiro ser construdo numa rea de 45 milhes de metros quadrados localizado no municpio de Itabora, com investimentos previstos em torno de US$ 8,38 bilhes. A produo de resinas termoplsticas e combustveis consolidar o Rio de Janeiro como grande concentrador de oportunidades de negcios no setor, estimular a instalao de indstrias de bens de consumo que tm nos produtos petroqumicos suas matrias-primas bsicas e ir gerar cerca de 212 mil empregos diretos, indiretos e efeito renda, em mbito nacional. Com incio de operao previsto para 2012, o Comperj tem como principal objetivo aumentar a produo nacional de produtos petroqumicos com o processamento de cerca de 150 mil barris/dia de leo pesado nacional. sabido que enorme a desorganizao scio-ambiental provocada quando da implantao de grandes obras. Muitas vezes o desenvolvimento trazido pelo dinheiro circulante na regio traz mais problemas do que solues. Maca um exemplo recente que cursos de qualificao no resolvem o problema. A cidade est entre as mais violentas do pas.

O prefeito municipal de Maca, Riverton Mussi, afirmou em entrevista ao jornal Folha de So Paulo de 18/11/2007 que o fluxo migratrio ancorado na indstria do petrleo multiplicou a cidade a partir dos anos setenta. Vieram em busca de um eldorado de empregos, mas no foi bem assim diz o prefeito. Continua afirmando que a cidade tem hoje cerca de 30.000 (trinta mil) famlias em reas invadidas e pouco dinheiro para reassentar essas famlias. Recebo muitos prefeitos do litoral do pas. Digo que ou se preparem ou sofrero com o inchao de pessoas alijadas desse desenvolvimento, completa o prefeito.

As empresas do ramo de petrleo s conseguem utilizar os servios de mo-de-obra de pessoal qualificado. E os outros? As grandes obras atraem todo tipo de gente. O planejamento deve contemplar a criao de outras atividades que encampem os trabalhadores menos qualificados, distribuindo oportunidades para todos.

A frustrao dos excludos do sonho de trabalhar para a Petrobrs deve ser atendida com medidas que gerem renda de modo sustentvel sem que a iniciativa provoque uma perda de eficincia da empresa que tanto nos orgulha.

E o crescimento do Brasil necessita do engajamento de todos. No se pode conviver com taxas de desemprego da ordem de 10% enquanto a populao envelhece. Existe a oportunidade de construir o pas hoje para aproveit-lo no futuro.

Uma forma de utilizar esta mo-de-obra no qualificada na construo de diversos novos distritos industriais e residenciais. A sociedade pode utiliz-los e prepar-los para uma atividade auto-sustentvel dentro destes distritos. A Petrobrs pode incentivar as empresas atradas regio para se instalarem nesses distritos. Princpios de segurana, meio ambiente e sade - SMS podem ser transferidos para estes trabalhadores de modo a se transformarem em valores. Faltam milhes de casas no pas.

Os filhos dos menos qualificados atualmente devem ter acesso a uma escola que os prepare para o amanh. A insero se daria pela mudana de valores nos mais velhos e desqualificados que refletiria nos valores a serem gerados nos seus filhos.

E os recursos para financiamento do projeto existem no Brasil e no mundo. A gesto da terra e a valorizao dos locais a serem urbanizados viabilizaro a sustentabilidade da operao. O que falta capacidade gerencial para implantar a resposta a diversas perguntas. A construo de milhares de casas no Mxico comprova a afirmativa. Anncios recentes da indstria da construo civil demonstram a inteno da iniciativa privada de construir condomnios de grande porte, tendo diversas empresas obtido capital para tanto por meio de lanamento de aes junto ao pblico.

Como ser o local em que sonhamos morar? Desejamos diversos ncleos separados por uma zona rural ou transformar regies como Itabora em grandes metrpoles?

A proximidade ao Rio de Janeiro faz com que as atividades a serem implantadas na regio tenham amplo mercado consumidor alm das empresas que sero atradas pelo empreendimento da Petrobrs.

Pode-se sonhar com diversas comunidades implantadas ao longo da baixada fluminense, circundadas por produo hortigranjeira. Podem ser delimitadas faixas de terra destinadas exclusivamente a esta atividade agrcola, evitando-se a conurbao.

Nas diversas comunidades existiria vida prpria, com indstrias, escolas, meio ambiente equilibrado, sade e uma melhor qualidade de vida. As comunidades planejadas teriam menores gastos com energia e a utilizao de reas previamente escolhidas facilitaria a implantao de esgotamento sanitrio que diminuiria em muito o gasto com a sade.

A arquitetura como benefcio coletivo vai se impor, porque temos de gerar uma vida urbana mais equilibrada. Certamente acabaremos fracionando as metrpoles para viver em bairros. Teremos que reorganizar a sociedade para que as pessoas possam morar perto do trabalho e dos amigos. diz o arquiteto mexicano Ricardo Legorreta que projeta condomnios com mais de trs mil casas na cidade do Mxico, em entrevista ao Jornal Estado de So Paulo.3O transporte eficiente interligaria as diversas aglomeraes que contariam tambm com eficientes servios de comunicao.

E este momento nico. Est sendo implantando o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro que pode ser o grande eixo virio de ligao entre as diversas comunidades.

3 Legorreta, R, Jornal O Estado de So Paulo, disponvel no site:

http://txt.estado.com.br/suplementos/ali/2007/09/23/ali-1.93.19.20070923.6.1.xml, acessado em outubro/2007Neste momento tem-se a oportunidade de repensar o modo de vida da regio. Repensar a qualidade de vida das grandes metrpoles e utilizar diversas idias j exaustivamente estudadas, inclusive pelo plano estratgico da cidade do Rio de Janeiro. Neste plano a cidade do Rio de Janeiro foi dividida em 12 regies e foi feito um plano estratgico para cada regio, articuladas, conforme abaixo:

O plano estratgico da cidade do Rio de Janeiro, denominado As Cidades da Cidade4, est norteado na articulao entre diversos planos regionais. "As cidades da Cidade" servir como referncia para a gestao de polticas pblicas nas reas dos 12 planos estratgicos regionais. Seus paradigmas so: o foco no cidado e na regio; as solues consensuais; a diversidade da cidade; a articulao dos planos regionais e as possibilidades de desenvolvimento a partir das potencialidades locais.

Para articulao do plano estratgico da cidade do Rio de Janeiro com um plano estratgico que envolve diversas cidades j existentes, conjuntamente com a criao de diversos outros distritos, necessrio um amplo envolvimento da comunidade com o setor pblico e o privado; para tanto, preciso ter mecanismos de gesto para realizar as parcerias adequadas entre os stakeholders, minimizar os conflitos e desenvolver as melhores solues no meio econmico, ambiental e econmico.

importante ressaltar que o planejamento estratgico dos novos distritos ser mais fcil de ser realizado, pois os mesmos contaro com localizao geogrfica estrategicamente escolhida, bem como as condies naturais, sendo a quantidade de moradores definida no planejamento, ao contrrio de cidades j existentes, que tm limitaes geogrficas e populacionais. Os locais sero escolhidos previamente e sua expanso limitada at uma determinada faixa de terra, limitando conseqentemente a sua populao.

Para propor e coordenar, a poltica de desenvolvimento regional inspirada na idia de justia e no interesse de assegurar melhor a solidariedade nacional atravs de maior satisfao das populaes perifricas... 5 e, sobretudo, para criticar a idia de que nenhuma alternativa seria mais eficaz que a do crescimento mximo, em termos quantitativos, ainda que a preo inicial de desequilbrio social e espacial acentuado... O PAS NECESSITA DA EXCELNCIA DE GESTO DA PETROBRS. "Todo observador desinteressado v perfeitamente que quanto mais os meios de produo se concentram em grande escala, mais os trabalhadores se aglomeram em um espao estreito" (Marx, livro 1, 1976: 475).4 Plano Estratgico da Cidade do Rio de Janeiro, disponvel no site http://www.rio.rj.gov.br/planoestrategico, acessado em outubro/20075 Almeida, Rmulo, Revista de Desenvolvimento Econmico Unifacs, 2001, disponvel no site http://.www.unifacs.br/CEDRE/revistaspdfzip/rde4.pdf, acessado em outubro/2007 1.3 ObjetivosObjetivo Principal- Contribuies para um planejamento regional da ocupao ao longo do Anel Metropolitano do Rio de Janeiro.

Objetivos especficos- Contribuies para determinao da localizao geogrfica de distritos residenciais e industriais utilizando conceitos desenvolvidos pelo urbanista Lcio Costa para implantao de Braslia.

- Contribuies para compatibilizar o Planejamento Estratgico da Petrobrs com o planejamento regional.

- Contribuies para utilizao de mo-de-obra no qualificada na construo de edifcios.

- Indicao de uma tecnologia facilmente assimilvel para construo de edifcios usando mo-de-obra no qualificada de forma sustentvel.

- Contribuies para utilizao de mo-de-obra no qualificada em atividades agrcolas com sustentabilidade .

- Contribuies para transformar a Segurana, Sade e Meio Ambiente em valores para a sociedade local.

2- O ARCO METROPOLITANO E O COMPERJ

Contribuies para localizao geogrfica das comunidades a serem criadasA criao do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro6 traz uma oportunidade nica, para ser implantada ao longo do seu traado, uma nova forma de vida na regio.

O Arco Metropolitano ir unir a BR-101 em Itabora, a mesma estrada em Itagua. Ao longo do trajeto cortar oito municpios da baixada fluminense (Itabora, Guapimirim, Mag, Duque de Caxias, Nova Iguau, Japeri, Seropdica e Itagua).

A proposta de construo do arco para que se possa dar vazo ao grande fluxo de cargas da regio e canalizar o trfego de todas as rodovias que chegam ao Rio de Janeiro e tambm para transformar o porto de Itagua em um grande escoadouro da produo regional a menores custos.6 Fonte: Consrcio DER Concremat Tecnosolo, Relatrio de Impacto no Meio Ambiente RIMA do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, disponvel em http://www.feema.rj.gov/download_rima.asp?cat=10&subcat=15,acessado em outubro/2007Mas a contribuio da obra no para a. Podemos utilizar alguns conceitos organizados pelo urbanista Lcio Costa ao elaborar o plano piloto de Braslia7 e tambm no trabalho denominado Braslia Revisitada8 apresentado em 1987 para criar distritos residenciais, comerciais e industriais dignos de encantar a populao.

Vejamos alguns dados coletados no site do IPHAN sobre a concepo de Braslia:

O plano piloto de Braslia tem o seu traado disposto em dois eixos abraados pelo lago Parano e por uma extensa mancha verde. O distrito federal abriga o encontro de trs importantes bacias hidrogrficas, caracterizando a diversidade de paisagens de cerrado da regio.

Adjacente a essa rea urbana, o lago artificial Parano elemento de destaque, criado com intenes de correo climtica, ao redor do qual se agenciam novos espaos residenciais e de lazer, em reas privilegiadas do ponto de vista paisagstico.

Nota-se que a regio do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro cercada, naturalmente, por reas de montanha, cachoeiras, praias, rios e toda diversidade paisagstica e ambiental.

Cticos poderiam afirmar que a poluio da baa da Guanabara impediria a ocupao. O tempo demonstrar para estes que o planejamento se faz em longo prazo. O equivalente ao lago Parano j existe naturalmente. E o incio do planejamento da ocupao ordenada tem que ser agora.

Em momento algum deste trabalho est sendo proposta a urbanizao de grandes cidades, do porte da nossa capital federal, mas sim a criao de diversos distritos ao longo do arco metropolitano do Rio de Janeiro utilizando alguns conceitos pensados para a construo do plano diretor de Braslia abaixo transcritos por serem merecedores de profundos exames.

1) ... ordenao e o senso de convenincia e medidas capazes de conferir ao conjunto projetado o desejvel carter monumental. Monumental no no sentido de ostentao, mas no sentido de expresso palpvel, por assim dizer, consciente, daquilo que vale e significa. Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazvel, prpria ao devaneio e especulao intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, alm de centro de governo e administrao, num foco de cultura dos mais lcidos e sensveis do pas.

7 Costa, Lcio, Memorial do Plano Piloto de Braslia, 1957

8 Costa, Lcio, Braslia Revisitada, http://www.guiadebrasilia.com.br/historico/revisitada.htm, 1987, acessado em outubro/20072) ...adaptar-se topografia local, ao escoamento natural das guas, melhor orientao...

3) ... circulao ordenada, percorrido de ponta a ponta esse eixo monumental, v-se que a fluncia e unidade do traado, desde a praa do governo at praa municipal, no exclui a variedade, e cada setor, por assim dizer, vale por si como organismo plasticamente autnomo na composio do conjunto.

4) Quanto ao problema residencial, ocorreu a soluo de criar-se uma seqncia contnua de grandes quadras dispostas, em ordem dupla ou singela, de ambos os lados da faixa rodoviria e emolduradas por uma larga cinta densamente arborizada, rvores de porte, prevalecendo em cada quadra determinada espcie vegetal, com cho gramado e uma cortina suplementar intermitente de arbustos e folhagens, a fim de resguardar melhor qualquer que seja a posio do observador, o contedo das quadras. Disposio que apresenta a dupla vantagem de garantir a ordenao urbanstica mesmo quando varie a densidade, categoria, padro ou qualidade arquitetnica dos edifcios, e de oferecer aos moradores extensas faixas sombreadas para passeio e lazer.

5) A gradao social poder ser dosada facilmente atribuindo maior ou menor valor a determinadas quadras...

Elas decorrero apenas de uma maior ou menor densidade, do maior ou menor espao atribudo a cada indivduo e a cada famlia, da escolha dos materiais e do grau e requinte do acabamento. Neste sentido deve-se impedir a enquistao de favelas tanto na periferia urbana quanto na rural. Cabe a Companhia Urbanizadora prover dentro do esquema proposto, acomodaes decentes e econmicas para a totalidade da populao.

6) Evitou-se a localizao dos bairros residenciais na orla da lagoa, a fim de preserv-la intacta, tratada com bosques e campos de feio naturalista e rstica para passeios e amenidades buclicas para toda a populao urbana. Apenas os clubes esportivos, os restaurantes, os balnerios podero chegar a beira dgua.

7) Resta o problema de como dispor do terreno e torn-lo acessvel ao capital particular. Entendo que as quadras no devem ser loteadas, sugerindo, em vez de venda de lotes, a venda de quotas de terreno, cujo valor depender do setor em causa e do gabarito, a fim de no entravar os planejamentos atuais e possveis remodelaes futuras no delineamento interno das quadras. Entendo tambm que esse planejamento deveria de preferncia anteceder a venda das quotas. Entendo igualmente que o preo das quotas, oscilveis conforme a procura, deveria incluir uma parcela com taxa fixa, destinada a cobrir as despesas do projeto, no intuito de facilitar tanto o convite a determinados arquitetos como a abertura de concursos para a urbanizao e edificao das quadras que no fossem projetadas pela diviso de arquitetura da prpria companhia.

3 PLANEJAMENTO ESTRATGICO PETROBRS VISO 20209Seremos uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelos nossos pblicos de interesse

Atributos da viso 2020Nossa atuao se destacar por:

Forte presena internacional;

Referncia mundial em biocombustveis;

Excelncia operacional, em gesto, recursos humanos e tecnologia;

Rentabilidade;

Referncia em responsabilidade social e ambiental; e

Comprometimento com o desenvolvimento sustentvel.

Dados retirados do Plano Estratgico da Petrobrs 2020. Os atributos ligados diretamente ao negcio da Petrobrs esto sendo rotineiramente alcanados. Forte presena internacional, referncia mundial em biocombustveis, excelncia operacional em gesto, recursos humanos, tecnologia e rentabilidade so vises perfeitamente factveis com a histria da empresa.

A preocupao existente no a excelncia da Petrobrs. Os dois ltimos atributos se referem ao desenvolvimento do Brasil. Diminuio das desigualdades com sustentabilidade.

O termo referncia utilizado em responsabilidade social e ambiental nos remete ao dicionrio Houaiss da lngua portuguesa onde encontramos:

Referncia: substantivo feminino 1 ato ou efeito de referir, contar ou relatar 1.1 ao de referir, de reportar-se a um texto, a um documento, a uma autoridade 2 aquilo que se refere, conta, relata 3 ao de aludir, de mencionar dentre outras definies.

9 Fonte; Petrobrs, Plano Estratgico Petrobrs 2020, disponvel em http://www2.petrobras.com.br/ri/port/ApresentacoesEventos/ConfTelefonicas/pdf/PlanoEstrategico2008-2012.pdf, acessado em outubro/2007Buscando ainda no Dicionrio Universal da Lngua Portuguesa:

Referncia: do Latinreferentia s. f., ato ou efeito de referir; aquilo que se refere ou relata; aluso; meno;

importante observar que no fcil se tornar referncia. Necessita buscar algo que a sociedade ir relatar, fazer aluso, contar.

Algo inovador e diferente do que j vem sendo feito se torna referncia. Uma postura pr-ativa da empresa.

Porter em 1979 concebeu um modelo que considera cinco foras competitivas10 que devem ser estudadas para se ter uma estratgia empresarial eficiente. So elas: os fornecedores, os clientes, os concorrentes, os novos entrantes e os produtos substitutos.

Todas elas so ameaas a partir das pessoas. As pessoas que so importantes. A empresa referncia em responsabilidade social e ambiental tem as ameaas diminudas substancialmente. Os fornecedores se orgulham, os clientes preferem, os concorrentes tm medo e cria-se uma barreira contra novos entrantes. Produtos substitutos podem tambm ser adotados pelas corporaes que so queridas pelas pessoas. A empresa pode se reinventar com maior facilidade.

Porter (2005:156) afirmou que:

estratgia uma corrida para uma posio ideal. a escolha correta dos trade-offs de competir e a escolha do que no fazer, baseada nas foras competitivas.

Os atributos da Viso 2020 da Petrobrs esto bem definidos.

Lendo pensamentos de Sun Tzu em A arte da guerra observa-se que as necessidades do povo da regio e da Petrobrs so recprocas.

Quando voc enviar as tropas para uma batalha, voc dever considerar que necessitar de mil carruagens velozes de guerra e mil carruagens pesadas de guerra, alm de cem mil soldados.

10 Porter, M. (1979) How competitive forces shape strategy, Harvard Business Review, March/April 1979O presidente da Petrobrs, Jos Sergio Gabrielli, afirmou em 26/03/2007, no programa Roda Viva da TV Cultura que:

o principal limite da estatal no financeiro. Segundo ele, os gargalos da Petrobrs esto no treinamento de pessoal, que possibilite acompanhar a expanso da empresa e na gesto de projetos complexos, com a participao cada vez maior da Petrobrs em outros pases. A empresa tambm necessita do povo brasileiro.

Uma empresa ganha vantagem competitiva executando as atividades estratgicas de forma mais barata, ou melhor, que os concorrentes cita Michael Porter em Vantagens competitivas.

E o desenvolvimento de uma soluo far com que o pas no cometa velhos erros. Devemos corrigir os velhos e cometer apenas novos e desconhecidos erros. Os fluxos migratrios que engrossaram as favelas nos morros da Serra do Mar nos anos 1970 atrados pelas construes da Rodovia Rio-Santos e do porto de So Sebastio so por demais estudados para serem repetidos.

Com o boom previsto na cadeia de petrleo e gs ter-se- que tentar novas solues nas nossas cidades litorneas. Com o desenvolvimento da utilizao de mo-de-obra no qualificada na construo civil industrializada pode-se replicar o modelo em outros locais, garantindo-se princpios de segurana, sade e respeito ao meio ambiente, conforme tpico seguinte.

4 UTILIZAO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA PARA A CONSTRUO CIVILDiversas publicaes11 e at polticas governamentais citam a utilizao de mo-de-obra no qualificada para construo de casas como uma soluo para o desemprego do pas. E muito j foi tentado. O diagnstico sempre fala em qualificao da mo-de-obra como se fosse uma operao de baixa complexidade. Consegue-se algum pequeno avano, formando-se alguns profissionais.

Mas, pelo tempo que a soluo vem sendo tentada, j deveria existir no mercado um nmero mais que suficiente para equacionar o problema.

11 Instituto Cidadania, Projeto Moradia, Maio 2000, Ministrio das Cidades, Experincias em Habitao de Interesse Social, 2007, dentre outrasEsta mais uma aparente soluo simples para um problema complexo e que no funciona. A construo convencional um processo artesanal em que as pessoas no so qualificadas em curto prazo. Muitas pessoas j tiveram problema com profissionais da construo civil pouco treinados. Muitos materiais tm medidas desiguais e exigem percia dos aplicadores, assemelhando-se menos a engenharia e mais ao artesanato.

A construo convencional j foi substituda na maioria das empresas pela construo industrializada. Apenas a construo de residncias permanece utilizando a construo convencional em larga escala.

A Caixa Econmica Federal, maior financiadora de residncias do pas, em seu site ensina:

A impossibilidade de solucionar os problemas do dficit habitacional, em termos de uma construo convencional, levou-nos a buscar novas alternativas de construo capazes de, prtica e tecnicamente, atender a populao...12A alternativa utilizar tecnologia pr-fabricada onde os trabalhadores seriam treinados e executariam as construes com qualidade e observncia dos princpios de segurana, sade e meio ambiente.

Durante os treinamentos os princpios seriam expostos teoricamente e depois assimilados na prtica.

Ignorar o desenvolvimento prtico leva a conceber programas de formao de tipo escolar, procurando impor conceitos, prticas e teorias de que o trabalhador no sente necessidade ou para os quais o seu interesse no est desperto.

Na construo industrializada as peas so encaixadas conforme projeto especfico13. A velocidade de construo viabiliza o custo/benefcio da soluo. O treinamento terico e prtico aliado repetio da soluo levam o trabalhador a executar as tarefas em menor tempo e com maior qualidade.

Este contato terico e prtico poder ajudar o trabalhador a perceber a natureza, os mtodos e o valor da produo, permitindo-lhe desenvolver, ele prprio, uma atitude investigativa, de abertura reflexo e ao permanente aprofundamento do seu prprio conhecimento, pois o exemplo concreto sempre mais esclarecedor do que explicaes abstratas.

12 Caixa Econmica Federal, disponvel em http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programa_des_urbano/inov_tecno/solo_cimento/idex.asp, acessado em outubro/200713 Habitar banco de dados, disponvel em http://www.arquitetura.ufmg.br/habitar/sis2.html, acessado em outubro/2007O planejamento a base de tudo. Existem processos pr-determinados. Na indstria petrolfera conhece-se melhor o valor do tempo. Processos arcaicos conduzem a obras com desempenhos pfios em tempo, qualidade e segurana.

Os trabalhadores transformam este treinamento em valores que sero repassados aos seus familiares gerando uma espiral positiva de conhecimentos e desta forma possvel transformar a sociedade atual numa sociedade com maior justia social.

Esta a grande mudana estrutural. Sairamos do processo de construo arcaico e artesanal que comprovadamente s aumentou o dficit habitacional nos ltimos anos e passaramos para uma construo baseada em processos.

da seleo entre estes profissionais previamente treinados na parte terica e prtica que a Petrobrs formar os quadros para o Comperj, ou talvez os filhos deles, mas com estes mesmos valores j definidos.

Certamente os processos convencionais tambm faro parte da soluo, pois a indstria brasileira precisa adequar-se a esta nova demanda, mas sob o gerenciamento da Petrobrs o processo ser devidamente acelerado, assim como foi a sua prpria mudana interna.

A seguir uma tecnologia possvel de ser adotada com utilizao de mo-de-obra no qualificada e atingindo um alto ndice de qualidade e com respeito ao meio ambiente.

4-1 TIJOLITO - Sistema Andrade Gutierrez de construo industrializada Uma das alternativas industrializadas.Na rea de influncia do Comperj, na cidade de Mag, est instalada uma fbrica do TIJOLITO, componente bsico do sistema de construo industrializada desenvolvido pela Construtora Andrade Gutierrez.

Trata-se de um sistema construtivo que tem como suas principais caractersticas a facilidade de executar uma edificao associada ao respeito ao meio ambiente, pois ao contrrio dos tijolos convencionais, o tijolito no necessita ser queimado, no se utilizando de recursos naturais escassos e poluindo o meio ambiente Os dados a seguir foram retirados da apresentao do sistema construtivo desenvolvido pela Construtora Andrade Gutierrez.

O sistema basicamente constitui-se da utilizao dos blocos (tijolitos) para execuo das alvenarias, com padronizao e uniformidade dos demais componentes utilizados, os quais so previamente preparados na indstria. A racionalizao e simplificao do processo construtivo tornam-se possveis, facilitando o uso de esquadrias, telhados e execuo das instalaes, evitando os procedimentos tradicionais e reduzindo consideravelmente as elevadas perdas existentes na construo civil tradicional.

A seguir descrever-se- alguns procedimentos que integram o TIJOLITO - Sistema Andrade Gutierrez de construo industrializada para construo de edificaes.

a. Terreno e Fundao

A fundao da edificao especificada conforme as caractersticas do terreno onde ela ser construda. Normalmente so especificadas as mesmas fundaes que seriam utilizadas para as construes convencionais. Podem ser compostas por baldrames ou sapatas corridas de concreto ciclpico, com ou sem cinta superior de concreto armado ou outras alternativamente a critrio dos projetistas. Em funo das caractersticas do terreno, podero ser ainda utilizadas estacas brocas.

Durante a execuo das fundaes instala-se o kit esgoto nos locais previamente detalhados em projeto de modo que se execute uma obra mais limpa, segura, padronizada e com as paredes vinculadas aos pontos de esgotamento adequados. A foto 01 mostra a escavao de uma fundao tpica para uma construo residencial. A foto 02 apresenta a concretagem de uma fundao tpica. A foto 03 apresenta a preparao de uma laje e a instalao do kit esgoto. A foto 04 mostra a laje j concretada.

Foto 01 Escavao da fundao Foto 02 Concretagem da fundao

Foto 03 Preparo laje e esgoto Foto 04 Concretagem laje

b) Alvenaria

A alvenaria executada com a utilizao do tijolito, que um bloco de solo-cimento prensado, altamente resistente, nas dimenses 100 mm x 220 mm x 110 mm, provido de salincias e reentrncias, vazado com 4 furos, sendo dois com dimetro de 45 mm e dois com dimetro de 31 mm. A foto 05 apresenta o bloco e a figura 06 apresenta um palete de blocos montados na fbrica para expedio ao local da obra.

Foto 05 Bloco tijolito Foto 06 Palete de tijolito

Durante a execuo da parede com o tijolito dispensada a argamassa de assentamento entre as fiadas. As paredes so estabilizadas pela injeo de argamassa de cimento e areia fluida, em todos os furos de menor dimetro e, eventualmente em alguns furos de dimetros maiores.

Pelas caractersticas de seu desenho e da regularidade dimensional, as paredes so erguidas com trespasse de meios blocos, mantendo-se rigorosamente as dimenses de projeto.

As trs primeiras fiadas dos blocos tm todos os seus furos preenchidos com argamassa para solidarizao e enrijecimento complementar da parede. O mesmo processo adotado nas trs ltimas fiadas, sob os peitoris e na parte superior dos marcos.

Nas reas molhadas da edificao devem ser empregados revestimentos impermeveis, aplicados diretamente sobre as paredes construdas com o tijolito.

c. Esquadrias

O sistema construtivo permite a instalao das esquadrias simultaneamente ao levantamento da alvenaria.

Os marcos das portas e janelas empregados, geralmente metlicos, contm as bases em forma de U com base de 110 mm e profundidade adequada, de forma a permitir o encaixe dos blocos em seu interior, dispensando o chumbamento e o alizar.

Entre o marco e o bloco injetada argamassa para sua solidarizao e vedao, operao esta executada antes do assentamento dos blocos sobre a parte superior dos marcos.

As folhas das portas e janelas podem ser metlicas ou de madeira, de acordo com o projeto.

O sistema tambm totalmente compatvel com o emprego de esquadrias de madeira comerciais.

d. Emboo, reboco e pintura

O elevado grau de qualidade do acabamento superficial conferido ao tijolito, proveniente do processo de prensagem dos blocos e pela granulometria dos materiais empregados, torna facultativa a utilizao do emboo e do reboco, sendo o acabamento natural aparente, o preferido pela maioria dos consumidores atuais.

A pintura externa executada com tinta acrlica especificada para obter-se uma impermeabilizao das paredes, sendo opcional a pintura interna.

e. Instalaes hidro-sanitrias e eltricas

A regularidade e o alinhamento vertical dos furos dos tijolitos permitem que as tubulaes hidrulicas e/ou eltricas sejam embutidas no interior dos furos, desde que os dimetros externos delas sejam at 45 mm, evitando cortes e retrabalhos nas construes.

As peas hidrulicas so pr-montadas na fbrica de modo a facilitar a instalao final, sendo fornecidas sob a forma de kit com partes j cortadas e coladas.

Existe modelo de tijolito especialmente produzido para as conexes com as torneiras ou outras sadas hidrulicas ou eltricas.

A regularidade dos furos e o seu perfeito acabamento, sem arestas ou reentrncias permitem que a cabagem eltrica seja instalada sem a presena de eletrodutos, caso seja a opo da obra.

As caixas eltricas de 2 x 4 so previamente assentadas em tijolitos especiais que so colocados durante a construo das alvenarias nos locais projetados.

f. Telhado

O engradamento geralmente executado constitudo de perfis de chapa dobrada em ao resistente a corroso, dispensando pintura ou em aos no resistentes a corroso sendo ento pintados.

O sistema tambm totalmente compatvel com o uso de engradamento de madeira.

O tipo de telha deve ser escolhido conforme as condies ambientais e de conforto interno requeridos, podendo ser colocada laje ou qualquer outro tipo de forros convencionais.

A seguir so apresentadas figuras contendo algumas edificaes efetuadas utilizando-se o TIJOLITO - Sistema Andrade Gutierrez de construo industrializada Uma das alternativas industrializadas.

g) Algumas casas executadas com o sistema

Foto 07 - apresenta um modelo de casa que est sendo exportada para o pas de Trinidad & Tobago. O kit de materiais est sendo preparado em Mag e remetido por via martima. Existe um engenheiro treinado na tecnologia assessorando a populao local na montagem.

Foto 08 - um modelo de casa que foi construdo dentro do presdio agrcola de Mag utilizando-se mo de obra de presidirios coordenados por um engenheiro da empresa Construir Rio de Janeiro Empreendimentos Ltda.

Foto 09 - Edificao comercial construda em Belo Horizonte

Foto 10 - Casa construda no bairro de Campo Grande, cidade do Rio de Janeiro

Foto 11 - Casa de padro alto construda em Belo Horizonte em 1993

Foto 12 - Interior da casa da foto n 11

Foto 13 - Casa construda no bairro So Bento - Duque de Caxias-RJ

Foto 14 - Conjunto de casas executadas em Maca utilizando mo de obra treinada no local da obra.

Foto 15 - Conjunto de casas executadas no bairro Sapucaia em Contagem sob o sistema de mutiro assistido.

Foto 16 - Casas executadas por recrutas do exrcito no local denominado Colina da Torre bairro de Bangu Rio de Janeiro.

Foto 17 - Conjunto vendido a Caixa no programa PAR executado pela populao local.

Fotos 18 - Obra executada em Duque de Caxias para a Prefeitura Municipal.

Foto 07 Trinidad &Tobago Foto 08 Presdio de Mag-Rj

Foto 09 Belo Horizonte- MG Foto 10 Campo Grande - RJ

Foto 11 Belo Horizonte- MG Foto 12 Belo Horizonte- MG

Foto 13 Duque de Caxias-RJ Foto 14 Conjunto em Maca-RJ

Foto 15 Conjunto em Contagem-MG Foto 16 Execuo exrcito RJ

Foto 17 Conjunto Duque de Caxias-RJ

Foto 18 Escola Duque de Caxias RJ

A Tecnologia do TIJOLITO

A inveno do TIJOLITO foi resultado do trabalho do Prof. Joo Batista Santos de Assis, Coordenador do Curso de Engenharia Civil da PUC-MG. A Construtora Andrade Gutierrez aperfeioou o sistema o que permitiu que fosse alcanada a atual produtividade. Todo o desenho do bloco e o desenvolvimento do processo visam evitar desperdcios, reduzir o tempo de construo e fornecer uma moradia digna e confortvel por meio de tecnologia de menor impacto ambiental.

O TIJOLITO um bloco de encaixe tipo macho e fmea, fabricado em solo-cimento prensado, nas dimenses de 110 x 220 x 100 mm, que suporta edificaes de at 2 pavimentos sem qualquer estrutura adicional (metlica ou convencional). Sua forma, composta de salincias e reentrncias permite que a alvenaria seja montada facilmente por encaixe, sem necessidade de equipamentos especiais e sem uso de argamassa de assentamento.

Os furos menores (dimetro = 31mm) so utilizados para a estabilizao vertical. Atravs deles aplicada a argamassa lquida que aps o enrijecimento forma pequenas colunas.

Os dois furos maiores (dimetro = 52mm) tm a funo de passagem das tubulaes hidrulica e eltrica, no havendo a necessidade de cortes e desperdcios na alvenaria.

Em um Kit habitacional, alm do TIJOLITO, existem 4 Sub- kits que completam a casa:

Sub Kit de Fundao dimensionado para execuo de radier.

Sub kit Hidrulico contendo todos os tubos j cortados e colados bastando a juno de algumas partes para que seja rapidamente montado todo o sistema hidrulico.

Sub Kit Eltrico onde os fios j se encontram cortados e enrolados na posio como se fosse um chicote eltrico automotivo.

Sub Kit Cobertura com estrutura metlica previamente dimensionada para montagem do telhado com trs guas bastando colocar no local e apertar seis parafusos para iniciar a colocao das telhas coloniais que tambm integram o Sub Kit.

A Construir Rio de Janeiro Empreendimentos Ltda atualmente a nica licenciada para utilizao do Sistema AG de Construo Industrializada e, buscando sempre evoluo tecnolgica e racionalizao dos processos de fabricao e montagem, conta tambm com assistncia da Incubadora de Empresas da Universidade Federal Fluminense.

Aspectos da Tecnologia Apropriada

O TIJOLITO comparado ao tijolo cermico tem menor impacto ambiental desde a fabricao por dois motivos:

No requer queima de qualquer combustvel na fabricao e por isso no incentivo a desmatamento.

Consequentemente no processo produtivo no existe emisso de CO ou outros poluentes.

Durante a construo ou montagem, o TIJOLITO:Torna a obra at 2 teros mais rpida, j por isso minimizando os impactos diretos no ambiente.

O TIJOLITO acaba com o desperdcio e o quebra-quebra na obra, que na construo convencional so as origens de entulho e resduos que agridem o meio ambiente.

Reduz significantemente a utilizao de ao, cimento, gua e areia na obra.

TIJOLITO proporciona maior conforto trmico:Pela no utilizao de materiais condutores de calor em sua fabricao.

Pela boa entropia do produto.

Pela formao de bolsas de ar no interior das paredes.

Com o maior conforto trmico reduzida a necessidade de climatizao artificial.

DurabilidadeUma casa construda com TIJOLITO , no mnimo, to durvel quanto outra erigida no sistema construtivo convencional.

Por isso um ativo plenamente aceito como garantia de financiamento habitacional.

Competitividade e AcessibilidadeUma casa construda com TIJOLITO tem mais qualidade e no mais cara que outra erigida no sistema convencional com as mesmas caractersticas.

A Tecnologia Apropriada pode atender grandes massas, porm o homem e o meio ambiente so o centro e utilizam as mquinas como instrumento de auxlio.

(Theodozio Stachera Jr., Avaliao de emisso de CO2 na Construo Civil, UNFPAR)

O Sistema construtivo Tijolito/AG, no requer mo-de-obra especializada. Como um sistema de encaixes, no preciso ser Pedreiro para se levantar uma casa com Tijolito. Mesmo com pessoal inexperiente as paredes sempre ficam no prumo e no alinhamento corretos. Um jovem sem experincia treinado em poucos dias, recebe sua certificao e da passa ser um profissional montador de casas em Tijolito. Como exemplo de evoluo profissional e mobilidade social podemos citar a Sra. Clia da Silva, que comeou a montar casas com Tijolito como aprendiz h dois anos em Maca, passou a chefe de equipe, e hoje trabalha em Trinidad e Tobago como Instrutora da tecnologia a operrios locais.

Entidades com experincia em treinamento e conhecimento do produto poderiam ser atradas ao projeto ministrando as aulas, certificando os participantes e ligando seus nomes ao Projeto; por exemplo a Universidade Federal Fluminense e o Senai.

Os custos da construo em Tijolito

O custo de uma casa feita em Tijolito no difere em mdia ao de outra similar feita no mtodo convencional

Contudo enquanto uma casa de 48 metros no mtodo convencional leva aproximadamente 80 dias para ficar pronta, uma igual em Tijolito ficar pronta em 20 dias e ter qualidade construtiva vantajosa em relao primeira.

Esta velocidade do processo confere ao sistema Tijolito uma vantagem importantssima:

- A otimizao do capital aplicado.Com o mesmo capital necessrio a construo de uma casa no sistema convencional, no mesmo perodo se faz trs no sistema Tijolito.

Em uma obra to rpida, os custos indiretos so muito menores.

Os custos indiretos incidentes em uma casa popular construda no modo convencional chegam a 40% do valor de venda inviabilizando a construo de unidades isoladas. Com o Sistema Tijolito, devido a logstica de Kit e a menor taxao tributria, a constru- o de casas isoladas vivel.Terceirizar a montagem criando emprego e renda

No custo total de uma unidade habitacional aproximadamente 39% se referem a mo-de-obra, impostos e encargos sociais.

Existe, no entanto, soluo que pode minimizar estes custos, que a terceirizao da montagem com a utilizao de Cooperativas de mo-de-obra e de pequenas empresas empreiteiras.

Sem entrar em detalhes, cooperativas de mo-de-obra poderiam ser formadas entre os prprios interessados na aquisio de habitaes. Os cooperados seriam remunerados desde o treinamento, construiriam suas casas sob superviso, seriam certificados e estariam a partir da prontos para o mercado de trabalho. Esse pessoal ficaria na escolha de permanecer na Cooperativa ou abrir micro empresas construtoras, - que hoje j podem contar com os benefcios do Simples-, para montar casas em Tijolito para outros interessados.

Esta soluo proporciona menor custo da mo de obra direta, menor taxao tributria e menores encargos sociais.

5 UTILIZAO DE MO-DE-OBRA NO QUALIFICADA PARA ATIVIDADES AGRCOLAS Utilizao de mo-de-obra no qualificada para atividades de olericultura, floricultura, fruticultura, granja, etc, utilizando conceitos ambientalmente corretos e reciclagem do lixo orgnico.5.1 Elementos de Diagnostico Regional Segundo estudo realizado pelo ITERJ Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro, o Estado do Rio de Janeiro a unidade da federao que apresenta estruturas demogrfica e produtiva de perfil mais acentuadamente urbano.O perfil demogrfico da Regio Metropolitana (19 municpios, inclusive a capital), local de residncia de mais de 10 milhes de habitantes (76% da populao total do Estado), apresenta uma taxa geomtrica de crescimento anual de 0,76%; uma taxa de urbanizao maior que 99% e uma densidade demogrfica aproximada de 1.800 hab/km2.Uma concentrao populacional de tal envergadura no meio urbano do Estado, alm da depresso crnica do nvel dos salrios, que o mecanismo decisivo de reproduo do processo de urbanizao subdesenvolvida, implica por conseqncia, em presses desagregadoras irresistveis sobre as infra-estruturas sociais existentes (emprego, moradia, saneamento, sade, educao etc.), que j so por definio, deficitrias, rebaixando dramaticamente os nveis de qualidade de vida e, por outro lado, elevando substancialmente o termmetro dos conflitos sociais (em especial, os indicadores de delinqncia e criminalidade).

Paralelamente, no se pode seguramente afirmar que o meio rural do Estado apresenta dinamismo suficiente que permita a integrao social e econmica da populao ali residente.

A evoluo da produo agropecuria vem reduzindo ano a ano;

Quanto a uma das condies estruturais da produo agropecuria os estabelecimentos agrcolas os dados indicam uma reduo no seu nmero e de sua rea total e rea de lavouras permanentes;

O pessoal ocupado tambm vem reduzindo continuamente;

Uma estrutura produtiva to fragilizada e uma contribuio to irrisria no processo de reproduo da riqueza social implicam numa significativa dependncia do Estado, em termos de abastecimento, da importao de alimentos.

Significa, tambm, e isto fundamental, que o meio rural do Estado do Rio de Janeiro deve constituir um tema central de ao poltica estratgica que vise desobstruir o processo de desenvolvimento scio-econmico estadual, podendo se transformar, a partir de polticas bem argumentadas e com a inteligente mobilizao dos recursos necessrios, em um programa efetivo de descongestionamento demogrfico urbano.

O desequilbrio estrutural cidade/campo, em um Estado com as peculiaridades scio-culturais e econmicas do Rio de Janeiro, desloca o eixo dos conflitos sociais para as cidades, onde a ocupao desordenada e catica dos espaos urbanos tem caracterizado a problemtica que vem sendo enfrentada, com muito mais freqncia e maior agudeza, pelo rgo de terras do governo estadual.

A desconcentrao urbana em um Estado com essas caractersticas, como o caso do Estado do Rio de Janeiro, uma perspectiva que se deve colocar programtica e ordenadamente, e que deve se refletir com total clareza nas polticas pblicas de interveno reguladora e transformadora, sob pena de torn-las incuas.

Nessa perspectiva, deve-se integrar dinamicamente um projeto de desenvolvimento rural socialmente includente.

Nesse eixo estratgico, dinamizar o meio rural do Estado significa dar-lhe condies bsicas de reabsorver contingentes populacionais com novo perfil scio-cultural, adquirido na experincia urbana no raramente fragmentada, mas sempre culturalmente diferenciada, criando plos de atrao especiais.

evidente que o modelo da agricultura patronal se exclui como estratgia de um programa de desenvolvimento rural socialmente includente. A agricultura em bases de produo familiar seria, a nosso ver, o contedo eminentemente democrtico de um programa dessa natureza. No deve, entretanto, ser implantado dentro dos padres convencionais.

A colocao dos recursos deve ser diferenciada qualitativa e quantitativamente, dentro de um novo perfil de investimento que inclua a dotao tima de infra-estruturas produtivas para dar suporte e garantias reais de sustentabilidade ao seu desenvolvimento, sob padres scio-culturais e scio-econmicos mais elevados.

5.2 - Exemplos de Programas de Produo Agrcola

Dentre os projetos selecionados pela Petrobrs para patrocinar durante o ano de 2006 chama a ateno o intitulado

Implantao de sistemas de produo orgnica de avicultura, horticultura e suinocultura e capacitao em produo de artesanato para 120 pessoas implantado no estado de Tocantins.

O pas tem muitos rgos especializados e programas. Temos a Emater, Embrapa, Sebrae, BNDES, dentre outros.

A regio metropolitana do Rio de Janeiro conta com uma populao superior a 10.000.000 (dez milhes) de habitantes. Existem tambm, ao longo do traado do arco metropolitano, diversas reas desocupadas ou sub-utilizadas. A fome ainda persiste na regio. O pas necessita disto? Temos mercado consumidor para viabilizar a soluo de modo sustentvel? O que falta? Gerenciamento?

Segundo dados do IBGE14, o que tambm facilmente comprovado por uma visita aos arredores da regio metropolitana do Rio de Janeiro, o Brasil possui uma grande capacidade de crescimento da produo agrcola pela integrao de terras ainda no exploradas e pelo aumento da produtividade.

A produo orgnica de culturas olercolas, frutas, flores, pequenas granjas de frangos, suinocultura e peixes protegeriam o meio ambiente e disponibilizariam uma grande quantidade de alimento para o povo.

Tambm no anurio agrcola 2006 editado pelo IBGE mostra-se que a participao do estado do Rio de Janeiro na produo agrcola brasileira foi de 0,7% e o estado de So Paulo participou com 20,3% desta mesma produo. Pode-se concluir que a produo agrcola no diretamente proporcional extenso territorial do estado.

A produo de alimentos prximos aos grandes centros urbanos diminuir as perdas e custos do transporte. A proximidade dos portos proporcionada pela construo do arco metropolitano poder viabilizar a exportao de frutas, flores e culturas olercolas aumentando a viabilidade da soluo. O lixo orgnico ajudar a viabilizar esta produo.

A reciclagem do lixo orgnico propiciar a adubao de terras inicialmente pouco produtivas transformando-as em terras frteis. Hoje o volume reciclado de lixo orgnico de apenas 1,5% do volume produzido. Fonte: Comlurb-2007

Alm da utilizao do adubo orgnico a reciclagem do lixo uma grande consumidora de mo-de-obra no qualificada com sustentabilidade.

14 IBGE. Produo Agrcola Municipal, v. 33, 2006Trabalhadores no qualificados devem ser treinados para obteno de produtos de qualidade utilizando a produo orgnica, altamente valorizada e sustentvel. O escoamento da produo para a cidade do Rio de Janeiro poder ser efetuado tambm atravs da baia de Guanabara garantindo baixo custo de transporte e alimentos frescos mesa de toda a populao e instituindo-se parte de uma economia solidria, como ensina Paul Singer.

A economia solidria de fato se constri nos interstcios que as crises inerentes ao capitalismo deixa desocupados. So empresas em crise tomadas pelos seus empregados e transformadas em cooperativas; terra deixada improdutiva que via reforma agrria entregue a trabalhadores, que a cultivam em empreendimentos solidrios; o lixo que infesta as cidades que reciclado por cooperativas de catadores etc. O maior desafio motivar e resgatar a multido deixada margem, fazendo-a ver que sua emancipao possvel desde que se tornem os protagonistas dela. diz Paul Singer15

Em 1990 a Embrapa iniciou o Projeto do Sistema Integrado de Produo Agroecolgico (SIPA), a conhecida "Fazendinha Agroecolgica Km 47", localizada em Seropdica, na regio metropolitana do estado do Rio de Janeiro.

A Fazendinha Agroecolgica um espao de 59 hectares com solo inicialmente de baixa fertilidade, destinado ao exerccio da agroecologia. Os resultados esto divulgados no site do programa que tem as seguintes prioridades:

o uso de recursos locais sempre que possvel;

obter mxima reciclagem de nutrientes;

integrao das atividades de produo animal com as de produo vegetal;

alcanar auto-suficincia em nitrognio, por meio de reciclagem e fixao biolgica, usando intensamente a rotao e a diversificao de culturas;

minimizar as perdas de nutrientes do solo;

manter o equilbrio nutricional das plantas e evitar situaes de estresse, de modo que seus mecanismos de defesa no sejam alterados e possam se manifestar;

manter as populaes de fitoparasitas e ervas invasoras em nveis tolerveis, sem o emprego de tcnicas que representem impactos negativos de natureza ecotoxicolgica;

intensificar a utilizao de espcies arbreas;

estabelecer prticas de manejo alternativo de bovinos, sunos e aves;

realizar, atravs de pesquisadores de reas especficas (Solos, Fitotecnia, Botnica, Fitossanidade, Sanidade Animal, etc), monitoramento cientfico, obedecendo a uma viso holstica;

15 Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2003, vol. 6, pp. 109-111 A Revista SEBRAE Agronegcios em seu quarto fascculo foca na tecnologia social contribuindo para o crescimento da agricultura familiar e orgnica. Assim explica:

Existe um programa com a tecnologia social aplicada - PAIS Produo Agroecolgica Integrada e Sustentvel. O PAIS uma tecnologia social aplicada, de produo agroecolgica e de promoo do desenvolvimento sustentvel. O modelo vem sendo implantado pelo Sebrae e seus parceiros em 12 Estados da Federao, beneficiando com um total de 1.080 hortas em torno de 4.500 pessoas de 36 municpios. Com a implementao do PAIS nesses territrios, fica garantida a segurana alimentar das famlias e a gerao de ocupao e renda com a comercializao do excedente de produo.

A tecnologia difundida pela RTS Rede de Tecnologias Sociais inspirou-se na atuao de pequenos produtores que optaram por uma agricultura sustentvel, integrando tcnicas simples e j conhecidas por muitas comunidades rurais.

O pas entende desta soluo. Em novembro de 2007 foi realizado o Seminrio Taller Internacional: Agricultura Urbana e Periubana / La Paz (Bolvia) com participao do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Segundo o diretor da Secretaria Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, Crispim Moreira, as aes desenvolvidas pelo governo brasileiro tm servido de exemplo para os pases da Amrica Latina e Caribe que compreendem a agricultura urbana como uma estratgia poltica de combate fome em regies metropolitanas:

Esperamos compartilhar experincias com os pases participantes deste seminrio para avanarmos ainda mais na concretizao de prticas de sucesso em todas as realidades regionais brasileiras, explica.

Para melhor entender a utilizao desta mo-de-obra no qualificada, em sua maioria j habitando as periferias do Rio de Janeiro, no projeto deve-se observar algumas reflexes de um gegrafo sobre a sociedade brasileira, professor Milton Santos.

Sobre Milton Santos escreve Sueli Carneiro que pesquisadora do CNPQ e Diretora do Guledes Instituto da Mulher Negra.

Foi e muito respeitado. Mais pela impossibilidade de subtrair-lhe o reconhecimento sua extraordinria produo. Mas pagou o preo pela inteligncia rara, pela originalidade de seu pensamento e independncia intelectual. Ousou ser um intelectual no sentido mais pleno da palavra; um produtor de conhecimento de alta excelncia, numa terra em que preto deveria contentar-se em ser apenas objeto de estudo. Por isso as principais homenagens que recebeu por sua contribuio ao pensamento mundial lhe foram feitas fora do pas, em contraste com a bajulao constante de que gozam muitos intelectuais de menor porte ou sem o seu prestgio e importncia internacional. Mas isso tambm evidencia um tipo de autonomia e de rigor acadmico e intelectual que, ao no comportar o elogio fcil e servil a si mesmo e aos outros, o situou sempre na direo oposta desse senso comum.

Milton Santos tinha a convico de que os pobres por conhecerem a "experincia da escassez", tm de ser criativos para sobreviver. Assim Milton Santos via nos excludos os portadores da "viso do real e do futuro", pois eles sentem cotidianamente na pele a globalizao e o neoliberalismo. Eles protagonizariam uma grande virada no jogo e o Brasil seria um palco privilegiado para a guinada.

Pensava ainda que o lugar de pobre fosse a cidade, onde desenvolveriam o conhecimento necessrio para ser utilizado nesta virada.

"H um turbilho, uma efervescncia, de baixo, que a gente no est podendo captar completamente ainda, mas que h e que vai, um dia ou outro, confluir com a produo de idias para forar um outro caminho", afirmou no programa Roda Viva da TV Cultura.

Responde ainda para entrevistadores da revista Democracia Viva edio n 2 fev/98 quando perguntado sobre o meio ambiente:

Bem, essa questo do meio ambiente... Isso apenas uma metfora. Eu me pergunto se ela chega a produzir conceitos ou se produz apenas o discurso ideolgico. Se uma verdade ou uma meia verdade. Nesse sentido, no creio que a questo do meio ambiente tenha contribudo realmente para fazer avanar o conhecimento do mundo, porque um tratamento muito forte de uma parcialidade. O meio ambiente nem chega a ser uma subtotalidade.

Na realidade, um tratamento limitativo da questo do meio, do meio ambiente, digamos. O que h uma maneira de se relacionar com a chamada natureza. Porque no a relao realmente do homem com natureza. Isso um equvoco. O homem se relaciona com uma sociedade cheia de espao, mas no com a natureza. Porque no h dialtica do homem com algo que no tem finalidade como a natureza. A natureza no tem finalidade, ela no busca nada.

O que faz sentido no nosso entorno, que h uma presena humana, ainda que esta presena possa parecer imperceptvel. Ento, o enfoque do meio ambiente equivocado, inclusive por isso. No estou dizendo que no haja gente que procura outra coisa. Mas neste particular, creio que este longo parntese feito pela enorme fora que dada a esse parmetro do meio ambiente teria que ser revisto com rapidez, para restabelecer a Histria. Como que se produz essa relao entre o homem e a chamada natureza? No nosso tempo a natureza acabou. E ns insistimos em falar na natureza. A discusso desse desgaste de um meio que resultante de uma forma de produzir, de uma forma de usar o planeta, que a viso puramente ecolgica, induz a uma premissa que conduz o desenvolvimento de forma cada vez mais equivocada. E essa a razo pela qual os estudos do meio ambiente so os estudos mais financiados no mundo. Os financiamentos s vo hoje para aquilo que no tem interesse, que no permite que o mundo seja visto. Porque o processo de globalizao no resultado do acaso, resultado de um planejamento extremamente bem feito.

Talvez a idia da agricultura urbana tenha vindo para o gegrafo de suas origens, conforme relata:

Os meus avs paternos eram agricultores urbanos. Minha av vendia verdura de p no cho, na cidade.

Neste momento em que desejamos criar sustentabilidade para uma regio e para milhares de excludos talvez seja a hora de colocar em prtica, de maneira paulatina, os pensamentos de um dos nossos mestres criando condies regionais inovadoras e adaptadas a situaes concretas conforme sonhadas pelo mestre, conforme abaixo:

A situao de distribuio de recursos pblicos est criando em alguns lugares uma efervescncia e vai levar, creio eu, produo de uma nova federao. Que vai ser primeiro de lugares e posteriormente vai ser a federao brasileira renovada. Porque os lugares no podem responder s demandas das populaes locais. Ento, canhestramente, eles vo buscando solues. Mas como ns no estamos preparados para trabalhar na questo do lugar, a prpria geografia est engatinhando nisto, e a cincia poltica ainda, em boa parte, jornalstica. Como nas cincias polticas, ela se torna descolada das situaes concretas. Ento ns estamos adiando esse conhecimento do lugar. por a que a gente vai refazer o caminho. Quando o Brasil, mais o Peru, mais a Argentina, mais a Costa do Marfim se reconstrurem na base dessas experincias, dessa efervescncia do lugar, que ns vamos fazer a globalizao.

Dentre os atributos da Viso 2020 da Petrobrs encontra-se tambm referncia mundial em biocombustveis. Outro belo atributo e que muito orgulhar os brasileiros.

Contra esta posio grupos mundiais iniciam movimentos contrrios. Disseminam na mdia16 que o pas vai deixar de plantar alimentos para introduzir monoculturas para fins energticos.

Eles desconhecem o tamanho e a realidade do nosso pas e competncia da Petrobrs para atingir os seus intentos.

5.3 - Proposta de Plano de Produo Agrcola SustentvelA Proposta apresentada neste trabalho baseada no PDA - Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Assentamento, desenvolvido pelo ITERJ para a implantao da Comunidade Agrcola, Antnio Farias, localizada no Municpio de Campos dos Goytacazes.

16 Mediavilla, M, Biodisel o bicicletas, disponvel em http://www.nodo50.org/ecologistas.valladolid/spip.php?article458, acessado em outubro/2007O Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro ITERJ foi criado por fora da Constituio Estadual de 1988, justamente para dotar o Estado do necessrio dispositivo institucional de lastro legal com poderes slidos para fazer frente dimenso do desafio de implantao da poltica agrria estadual. Trata-se de uma autarquia estadual que tem como acervo de responsabilidade uma multiplicidade de questes relacionadas com a cartografia e o cadastramento de imveis rurais, a intermediao de conflitos agrrios, a regularizao fundiria e o assentamento de trabalhadores rurais.

O Assentamento Antnio Farias um projeto piloto de um programa denominado, Comunidades Agrcolas, que foi desenvolvido pela equipe tcnica do ITERJ visando oferecer uma alternativa vivel do ponto de vista scio-econmica e ambiental, a famlias compostas por trabalhadores de mo-de-obra desqualificada, advindas no s da rea rural mas principalmente de populaes urbanas desassistidas.

O ITERJ para a elaborao desse Plano definiu algumas diretrizes que contm alguns conceitos bsicos de Gerenciamento de Projetos, alm disso, o cenrio e o contexto onde o programa foi aplicado se aproximam do que entendemos ser importante para a nossa proposta.

Dessa forma sem perdermos de vista o conceito de que cada projeto nico e tem sua prpria temporariedade, apresentamos algumas diretrizes percebidas no PDA do ITERJ que sero utilizadas na nossa proposta, que podem tambm ser entendidas com lies aprendidas:

Participao de todos os envolvidos pelo Programa, no caso todos os stakeholders;

Buscar parcerias em instituies que tenham afinidade com o projeto, ou que tenham experincias nessas atividades;

Identificar a infra-estrutura disponvel e pesquisar projetos que agreguem valor a este;

Definir claramente o escopo, o mais realista possvel e as responsabilidades, quem faz o que?

Buscar estimativas confiveis, informaes em instituies comprometidas que possam entender e se identificar com a proposta;

Montar uma equipe que tenha participantes com habilidades necessrias para desenvolver o projeto, tais como: comunicao eficaz, influncia sobre a organizao, liderana, motivao, capacidade de negociao e de lidar com conflitos;

Identificao dos Riscos;

Definio de processos de monitoramento e controle;

Dentre as caractersticas do PDA que poderemos utilizar na nossa proposta podemos citar:

O perfil do pblico alvo, mo-de-obra desqualificada;

A proximidade com o mercado consumidor;

A participao de diversas instituies e empresas pblicas e privadas, como: Petrobrs, Governos Federal, Estadual e Municipal, rgos ambientais, movimentos sociais, empresas diversas;

Necessidade de rentabilidade dos produtos e viabilidade econmica;

Incorporar os conceitos de responsabilidade social e ambiental;

Executar um projeto que otimize a utilizao da rea agricultvel, ou seja, no podero ser disponibilizadas grandes reas individuais, sero lotes de pequena extenso;

5.3.1 Estratgia de implantao do programaConsideradas as condies naturais da rea de influncia do COMPERJ e do Arco Metropolitano delineadas em um diagnstico que identifique principalmente as possibilidades de uso dos solos e dos recursos hdricos, a estratgia de implantao dos cultivos dever levar em conta, fundamentalmente, os estudos de pr-viabilidade e a proposta do plano de parcelamento, bem como as expectativas de construo do sistema virio, da rede de eletrificao e de captao e distribuio de gua embasando o pressuposto de que a gua para irrigao estaria disponvel para utilizao.

Devero ser preparados subprojetos especficos de capacitao e de assistncia tcnica, de modo a aproveitar, em treinamento intensivo, a disponibilidade da fora de trabalho familiar.

Est implcita na concepo do subprojeto de assistncia tcnica e capacitao, a elaborao dos planos de explorao agrcola, ao nvel da parcela e a preparao do agricultor, para o uso adequado de crditos como PRONAF. 5.3.2 Programao da ProduoOrganizao do Uso do Solo ao Nvel da ParcelaDemarcao das parcelas e efetivar o assentamento especfico das famlias selecionadas em seus respectivos lotes, ensejando dar incio s primeiras etapas de produo na sua fase mais preliminar, com cada famlia em sua prpria parcela.

Prever um Crdito de Instalao destinado sua manuteno e aquisio de insumos bsicos, especialmente ferramentas e utenslios, a programao emergencial para esta fase prev o apoio institucional para o preparo do solo acompanhado de fornecimento de sementes, mudas e assistncia tcnica, associada ao planejamento, parcela por parcela, da distribuio de suas reas internas pelos diferentes estgios de implantao e desenvolvimento das demais culturas.

Nessa etapa inicial, cuidado especial, dever ser dedicado organizao territorial da parcela, no sentido de delimitar, no s as reas das lavouras, mas tambm as reas de servio em torno da habitao, bem como as destinadas s instalaes, aos piquetes e currais de animais de pequeno porte, de modo a situ-los, se necessrio, prximos moradia, mas suficientemente afastados para assegurar o uso funcional dos espaos, sem comprometer a qualidade ambiental e domiciliar.

Nesse esforo de planificao, o incentivo criao de pequenos animais (aves, caprinos, sunos) dever considerar sua implantao gradual, preferentemente com recursos financeiros via crdito do PRONAF ou mediante obteno de rendas adicionais resultantes da explorao das culturas de ciclo curto e da fruticultura, para sua correta implantao dentro do objetivo maior de introduzir animais melhorados, visando a produo de carne, ovos e leite, com obteno de ganhos de produtividade para produzir alimento protico de alta qualidade e a baixo custo para as famlias, assim como para gerar renda na venda de excedentes ao mercado.

A partir da intensificao dos trabalhos de preparo mecanizado do solo e aplicao de corretivos, e dando-se continuidade ou mesmo superpondo-se s aes lanadas na primeira etapa de produo, o estgio subseqente dever desenvolver-se com a preocupao fundamental de concluir o plano de explorao agrcola de cada parcela, principalmente a seleo do sistema integrado de produo diversificada, adequado fora de trabalho da famlia.

Na medida da definio dos sistemas de produo familiar, devidamente discutidos com o prprio beneficirio e compatibilizados com as peculiaridades de cada parcela, as aes relacionadas com a assistncia e a capacitao tcnica especficas concentrar-se-o no esforo de transferncia de tecnologia voltada para a produo desejada, bem como na preparao dos correspondentes projetos de crditos, de sorte a assegurar, no momento oportuno, os meios necessrios implantao dos novos cultivos.

Implantao dos sistemas de produo O desenvolvimento desta etapa pressupe a aprovao dos contratos de crdito, com liberao dos recursos pelos respectivos agentes financeiros.

Nesse momento, as propostas de fornecimento de material e equipamento de irrigao tero que estar devidamente aprovadas, e as encomendas efetivadas, em condies de serem entregues aos assentados em seus respectivos lotes, visando ao imediato incio de implantao da estrutura de irrigao das parcelas e dos cultivos irrigados.

Os demais cultivos selecionados para explorao, mas no contemplados no Crdito devero expandir plenamente seu plantio, buscando beneficiar-se das condies hdricas favorveis do perodo chuvoso.Nesse estgio, a assistncia tcnica, em sincronia com os programas de capacitao, dever dar nfase ao treinamento em servio e intensificar-se nos esforos de ao voltados para as prticas de extenso rural, dentro da perspectiva dinmica de experimentao que se pretende imprimir produo do projeto piloto.

Programao do CrditoO programa de crdito desenvolver-se- com a utilizao dos instrumentos creditcios colocados disposio dos assentamentos em reforma agrria e da agricultura familiar.

O Crdito dever ser concedido em condies de atender s demandas de financiamento dos projetos de crdito elaborados com apoio da Assistncia Tcnica.

Assistncia Tcnica e CapacitaoA Assistncia Tcnica produo do projeto, a se constituir em subprojeto especfico a parte, dever assumir o papel decisivo de dar os contornos finais aos crditos oficiais a serem concedidos, no s no que diz respeito caracterizao da seleo dos cultivos junto aos prprios beneficirios como, principalmente, no sentido de discutir os mtodos e tcnicas a serem empregados, previamente confeco das propostas de crdito, com nfase no emprego dos processos da agricultura orgnica que, em razo dos custos de produo mais reduzidos, podero exigir demanda de financiamento inferior s estimativas dos investimentos e custeios utilizados nos Estudos de pr-viabilidade adotados, por princpio, com parmetros mais conservadores e de maior margem de segurana para a anlise.

Com esse propsito a Assistncia Tcnica dever contar com a contribuio especial dos estudos e pesquisas realizados por parcerias com instituies como a PESAGRO e a EMBRAPA, assim como de outras similares, no sentido de aproveitar suas conquistas j alcanadas no campo da agricultura orgnica, e veicular de forma oportuna e participativa a requerida transferncia de tecnologia, mediante uso de tecnologia apropriada aos diferentes nveis de habilitao do assentado, para absoro gradual dos conhecimentos a introduzir.

Esse encargo de assistncia tcnica dever ser mobilizado de modo a apoiar a definio dos programas de produo parcela por parcela, associada organizao de seus espaos internos, bem como para identificar as demandas de atuao para compor o conjunto de aes do subprojeto de assistncia tcnica e capacitao gerando com prioridade as propostas de concesso de crdito a cada famlia.

Na medida do estabelecimento das bases de explorao agrcola familiar ao longo das trs etapas de produo descritas, a assistncia tcnica articular-se- com as instituies encarregadas da capacitao, para adequar sua programao e metodologia de trabalho seqncia e s necessidades dos cronogramas de produo, de modo a atender, de forma oportuna, aos requerimentos de qualificao.

A capacitao, compondo segmento destacado do subprojeto de assistncia tcnica, dever mesclar cursos especializados de interesse da gesto do assentamento (associativismo, gesto econmica da parcela, tcnicas agrcolas especficas, irrigao, gesto de uso da gua e equipamentos coletivos, comercializao etc), articulados com apoio de experimentos e plantios em reas de demonstrao e treinamento em servio incluindo a participao dos prprios assentados na sua discusso, monitoramento e avaliao de resultados.

A elaborao do prprio programa especfico de capacitao dever contar com a colaborao das entidades especializadas que podero contribuir na sua execuo.

Beneficiamento e ComercializaoNo apoio ao desenvolvimento das atividades produtivas, a assistncia tcnica dever preocupar-se complementarmente em incentivar a busca de ganhos econmicos adicionais, no s com a elevao dos nveis de produtividade, mas tambm atravs de acrscimos de valor ao produto agrcola in natura, seja mediante cuidados de embalagem e certificao de qualidade, seja introduzindo nveis crescentes de beneficiamento dos produtos at graus avanados de agroindustrializao, alm do previsto com o fornecimento especfico de matria prima para as fbricas que devero oferecer garantias seguras de absoro da produo de frutas.

Por outro lado, a organizao social dos assentados dever preparar-se para manter uma estrutura mnima de informaes de mercado e gerenciamento das vendas de seus produtos, e integrar-se instalao de uma Agncia Regional de Comercializao cujo funcionamento poder potencializar a escala de comercializao do projeto.

5.3.3 - PROGRAMA SOCIALA Programao Social do projeto tem como objetivo mobilizar e sensibilizar os assentados a buscarem a afirmao de sua cidadania e a elevao de seu padro cultural, com fortalecimento dos laos de solidariedade, integrao comunitria e crescente conscincia de participao e de construo de uma sociedade mais justa.

Para esse fim, integra o Programa Social a mobilizao institucional visando ao desenvolvimento de aes de apoio populao do projeto, principalmente no tocante elevao dos seus nveis de alfabetizao e escolaridade, proteo a maternidade e sade da comunidade e incentivo sua organizao social.

Dentro dessa viso, a programao social prevista dever compor subprojeto especfico, contemplando como aes prioritrias .

Desenvolvimento SocialDever ser realizada pesquisa direta junto comunidade do projeto e em seu entorno, no sentido de aprofundar o conhecimento sobre o contexto de seu ambiente scio cultural, e caracterizao de seus ndices de desenvolvimento humano, tpico de sua situao antes da instalao do projeto.

Pretende-se assim, identificar suas deficincias, potencialidades, aspiraes e propostas, pesquisando individualmente a histria e os desejos das famlias, tanto no campo da valorizao humana, como no da realizao profissional, identificando aptid