TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO...

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA CAMILA OLIVEIRA GONÇALVES PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL SÃO JOSÉ, 2012.

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA

CAMILA OLIVEIRA GONÇALVES

PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA

UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

SÃO JOSÉ, 2012.

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CAMILA OLIVEIRA GONÇALVES

PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA

UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

Monografia apresentada à disciplina de Projeto

Experimental, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em

Comunicação Social com Habilitação em

Publicidade e Propaganda da Faculdade

Estácio de Sá de Santa Catarina.

Professores orientadores: Diego Moreau de

Carvalho, Msc. e Márcia Alves, Msc.

SÃO JOSÉ, 2012.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G617p GONÇALVES, Camila Oliveira.

Pin your brand: um estudo sobre o pinterest e sua

utilização como ferramenta de marketing digital./ Camila

Oliveira Gonçalves. – São José, 2012.

91 f. ; il. ; 21 cm.

Trabalho Monográfico (Graduação em Comunicação Social

com Habilitação em Publicidade e Propaganda) – Faculdade

Estácio de Sá de Santa Catarina, 2012.

Bibliografia: f. 84 – 90.

1. Marketing digital. 2. Pinterest. 3. Case. I. Título.

CDD 658.8

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FOLHA DE APROVAÇÃO

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Dedico este trabalho ao meu avô, Rômulo Wilson

Gonçalves, que infelizmente partiu pouco antes de me

acompanhar em mais essa vitória. Um exemplo de

pessoa fora do comum, que me ensinou a enfrentar

qualquer dificuldade, com um largo sorriso no rosto.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus pais, João e Nara, que sempre me

apoiaram em todas as minhas decisões, aconselhando e acreditando no meu potencial, para

cumprir os desafios encontrados ao longo do caminho. Sem vocês, eu não teria força

suficiente para enfrentar as responsabilidades de cada fase da vida. Obrigada por tudo.

Ao meu irmão, Felipe, e minha sobrinha, Luana, agradeço pelos momentos de

descontração. Às vezes essa dupla não é fácil, mas também é cheia de amor e bom humor.

Lucas, meu namorado, cúmplice e melhor amigo, acompanhou de perto meus medos,

ansiedades e anseios ao longo do curso e, principalmente, nesta etapa final. Obrigada pelo

amor, carinho e compreensão ao longo de todos estes anos.

À minha avó, Therezinha, gostaria de agradecer simplesmente por sua existência. Uma

companhia singular, que torna meus dias repletos de amor, na forma mais pura desse

sentimento. À minha madrinha, Ana Maria, aos meus tios e primos, agradeço por sempre

apoiar e incentivar meu crescimento pessoal e profissional.

Aos meus amigos e colegas, em especial aos meus colegas de grupo do Trabalho

Interdisciplinar, Guilherme Sousa, Tauillio Machado e Vinícius Koch, agradeço por tudo que

vivi e aprendi com vocês. Gostaria de agradecer à minha amiga e sócia Vanessa Pacheco, que

sempre esteve disposta a me ensinar e apoiar, e agora está ao meu lado, batalhando para

construir nosso futuro profissional.

Por último e não menos importante, meu queridos professores e orientadores Diego

Moreau e Márcia Alves, que foram praticamente nossos pais ao longo deste último semestre,

ouvindo nossos desesperos, nos ajudando a engolir o choro e a não desistir, mesmo quando

tudo parecia perdido. Obrigada pela paciência gigantesca, atenção e dedicação.

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“I can't go back to yesterday - because I was a different

person then.” Lewis Carroll

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RESUMO

O estudo em questão tem como objetivo analisar a rede social Pinterest e sua utilização como

ferramenta de marketing digital. Com o destaque da mídia sobre o acelerado crescimento do

Pinterest, muitas marcas desejavam conhecer melhor o potencial da rede para planejar como

incluí-la no planejamento de estratégias digitais. Dessa forma, o trabalho apresentado visa

ampliar o estudo em marketing digital, através da análise realizada. Estudos teóricos, dados

sobre a evolução da rede, o perfil dos usuários e a atuação das marcas, com apresentações de

cases são analisados no presente trabalho. A metodologia adotada abrange o método indutivo,

a pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória, além da abordagem qualitativa dos dados.

Todos os métodos foram utilizados para que fosse possível analisar as estratégias utilizadas

no Pinterest, atingindo assim os objetivos propostos no presente estudo.

Palavras-chave: Pinterest. Marketing Digital. Cases.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Processo evolutivo do marketing ......................................................................... 22

Ilustração 2: Hierarquia de necessidades de Maslow ............................................................... 24

Ilustração 3: Os 4 Ps do mix de marketing ............................................................................... 27

Ilustração 4: Cinco níveis de produto ....................................................................................... 29

Ilustração 5: Nove estratégias de preço/qualidade ................................................................... 31

Ilustração 6: Economia de esforço proporcionada por um intermediário ................................ 33

Ilustração 7: Relacionamentos entre os objetivos de promoção, processo de adoção e modelo

AIDA. ............................................................................................................................... 34

Ilustração 8: Uma marca é mais que um produto. .................................................................... 36

Ilustração 9: Fatores que influenciam o comportamento do consumidor ................................. 38

Ilustração 10: Processo de compra e pricipais influências ....................................................... 39

Ilustração 11: Layout inicial do Pinterest ................................................................................. 48

Ilustração 12: Sócios do Pinterest – Paul Sciarra, Bem Silbermann e Evan Sharp .................. 50

Ilustração 13: Pinterest atinge marca de 10 milhões visitantes únicos ..................................... 51

Ilustração 14: Breve história do Pinterest ................................................................................. 51

Ilustração 15: Redes Sociais mais acessadas em março de 2012 ............................................. 52

Ilustração 16: Tráfego de referência das Redes Sociais em Janeiro de 2012 ........................... 53

Ilustração 17: Relatório de todas as fontes de tráfego de fevereiro .......................................... 53

Ilustração 18 Novo layout dos perfis, lançado em abril de 2012 ............................................. 55

Ilustração 19 Infográfico Very Pinteresting ............................................................................. 57

Ilustração 20: Média de repins por categoria ........................................................................... 58

Ilustração 21: Média de likes por categorias ............................................................................ 59

Ilustração 22: Beardspirations.................................................................................................. 60

Ilustração 23: Porque o Pinterest é tão viciante ........................................................................ 62

Ilustração 24: Kit personalizado Kotex .................................................................................... 65

Ilustração 25: Pintermission ..................................................................................................... 68

Ilustração 26: Dados da board Pintermission da Honda .......................................................... 69

Ilustração 27: Página da Real Simple no Pinterest ................................................................... 71

Ilustração 28: Perfil da agência Holler no Pinterest ................................................................. 73

Ilustração 29: Pin it to Unlock .................................................................................................. 75

Ilustração 30: Tela analytics do PinReach ................................................................................ 77

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Ilustração 31: Tela de informações do Pinpuff ......................................................................... 79

Ilustração 32: Pin a Quote site .................................................................................................. 80

Ilustração 33: Share as Image site ............................................................................................ 80

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

1.1 TEMA E PROBLEMA ....................................................................................................... 14

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 14

1.2.1 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 14

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 17

2.1 MARKETING .................................................................................................................... 19

2.1.1 História do Marketing ................................................................................................... 21

2.1.2 Necessidades, Desejos e Demandas .............................................................................. 23

2.1.3 Composto de Marketing ................................................................................................ 26

2.1.3.1 Produto ......................................................................................................................... 28

2.1.3.2 Preço ............................................................................................................................. 30

2.1.3.3 Praça ............................................................................................................................. 32

2.1.3.4 Promoção ...................................................................................................................... 34

2.2 MARCA ............................................................................................................................. 35

2.3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ..................................................................... 37

2.4 INTERNET ......................................................................................................................... 40

2.4.1 Web 2.0 ........................................................................................................................... 42

2.4.2 Mídias Sociais ................................................................................................................. 43

2.5 MARKETING DIGITAL ................................................................................................... 44

3 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................................... 47

3.1 A MARCA PINTEREST ................................................................................................... 47

3.1.1 As dificuldades, o crescimento e as mudanças do Pinterest ...................................... 50

3.2 PERFIL DOS USUÁRIOS ................................................................................................. 56

3.2.1 Influência de compra do Pinterest ............................................................................... 61

3.2.2 Fãs do Pinterest .............................................................................................................. 61

3.3.1 Kotex ............................................................................................................................... 63

3.3.2 Honda .............................................................................................................................. 66

3.3.3 Revista Real Simple ....................................................................................................... 69

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3.3.4 Agência Holler ............................................................................................................... 72

3.3.5 Gilt .................................................................................................................................. 74

3.4 FERRAMENTAS ............................................................................................................... 76

3.4.1 PinReach ......................................................................................................................... 77

3.4.2 Pinpuff ............................................................................................................................ 78

3.4.3 Share as Image ............................................................................................................... 80

4 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 82

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85

APÊNDICE A – Declaração de resposabilidade .................................................................. 93

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1 INTRODUÇÃO

Com a revolução da internet, a comunicação se tornou muito mais dinâmica e

diferenciada. Seja nas relações pessoais ou comerciais, a linguagem mudou, as ferramentas de

comunicação mudaram e, consequentemente, as estratégias de marketing também evoluíram,

permitindo uma interação muito maior entre as partes envolvidas.

Com tantas possibilidades para inovar e se aproximar do público através do meio

digital, as empresas não poderiam deixar de lado ações focadas nesse ambiente. Emails,

portais, hotsites, mídias sociais e muitas outras ferramentas passaram a fazer parte da

comunicação empresarial para estimular o engajamento do público e o relacionamento com a

marca. Os consumidores passaram de receptores a participantes dos diversos tipos de mídia

digital e agora, muito mais exigentes, não se contentam com apenas algumas informações

sobre a marca ou produto. É preciso oferecer mais para atrair e fidelizar o público. Oferecer

conteúdo, relacionamento e, principalmente, experiência.

Sempre se falou a respeito das experiências vivenciadas com as marcas, mas com a

popularização das mídias sociais, a velocidade da informação tomou uma proporção

gigantesca. O dinamismo das redes e a credibilidade das informações vindas do seu grupo de

amigos ou formadores de opinião garantem a disseminação das notícias, sejam elas positivas

ou negativas. Na internet, as pessoas se tornam influenciadoras de muitas outras. Então, os

comentários ou recomendações, que antigamente eram focados em um pequeno número de

pessoas, passaram a atingir dezenas, centenas ou milhares de pessoas felizes ou revoltadas,

que compartilham das mesmas opiniões a respeito de certa marca. Por isso, as empresas

precisam de cuidado redobrado na hora de planejar sua comunicação, garantindo a coerência e

a integridade da marca, nas ferramentas de comunicação digital.

Novas redes sociais são criadas a cada momento. Segmentadas ou não, algumas

perdem força, outras nem deslancham, há aquelas que conseguem se manter e as que viram

grande sucesso. Juntamente com o crescimento dessa onda de redes sociais, aumenta também

a participação das empresas nas tais redes. Todos querem participar das novidades do mundo

digital, criando ações específicas para cada uma. Dessa forma, as estratégias de comunicação

evoluíram e as organizações começam a compreender sua importância. Mas, se até mesmo

nas redes sociais mais utilizadas pelas empresas, é comum encontrar erros na utilização da

ferramenta, quando se fala em investir em novas redes sociais então, o risco de erros é ainda

maior.

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Este é o caso do Pinterest. Criada em março de 2010, essa rede social teve a

audiência multiplicada por quatro entre setembro e dezembro de 2011, recebendo mais de 7

milhões de visitantes únicos só no mês de dezembro, conforme dados da pesquisa Experian

Hitwise, publicados na Exame.com (2012a). Além disso, o estudo divulgado pelo Shareholic

revela que em janeiro de 2012 o Pinterest já direcionou mais tráfego para sites do que o

YouTube, Google+ e LinkedIn juntos (EXAME.COM, 2012a).

A repercussão do crescimento dessa rede social surpreendeu os planejadores digitais

e caçadores de novas tendências de comunicação. Aliás, surpreendeu também o público que já

esperava há tempos uma rede social diferente, que unisse o que há de mais funcional nas redes

sociais mais populares, sem querer se parecer com nenhuma delas. A curiosidade, expectativa,

surpresa e satisfação com o Pinterest levam críticos e estudiosos a acreditarem que essa nova

rede social chegou para fixar seu lugar entre as maiores, inclusive no âmbito comercial.

Sendo assim, o trabalho em questão visa estudar as tendências e a utilização do

Pinterest, como ferramenta de marketing, bem como as atividades e reações do público diante

de novas redes sociais. Discutem-se também cases que demonstram as possibilidades de

trabalhar ações promocionais, divulgação de conteúdo e gerar tráfego de referência a partir

desta rede social.

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1.1 TEMA E PROBLEMA

O acelerado crescimento das mídias sociais alavancou equívocos na atuação

empresarial no meio digital. As empresas querem estar presentes nas redes sociais e

acompanhar as novidades do ambiente online para mostrar aos clientes como são inovadoras e

atualizadas. Mas quando se trata de uma rede social muito nova, como o Pinterest, a

ansiedade e falta de planejamento pode interferir de forma negativa em todo o trabalho já

criado no ambiente digital. O crescimento em ritmo acelerado, conforme abordado

anteriormente, também é um agente motivador para as aempresas decidirem atuar nesta

plataforma, sendo necessário assim, aprofundar os estudos a repeito do Pinterest, de forma a

contribuir com a compreensão sobre o potencial que a rede tem a oferecer para as marcas.

Esse trabalho propõe um estudo sobre as possibilidades de estratégias de marketing

no Pinterest, a fim de identificar as tendências de mercado, as necessidades do público e o

melhor aproveitamento da ferramentas, bem como citar exemplos de atuação na rede, partindo

da seguinte pergunta de pesquisa: como o Pinterest pode complementar as estratégias das

marcas no meio digital, tornando-se uma ferramenta de marketing?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Estudar as tendências e estratégias de marketing realizadas na rede social Pinterest,

com o objetivo de contribuir para o aprofundamento do conhecimento de marketing digital e

da utilização das redes sociais pelas marcas.

1.2.1 Objetivos Específicos

a) Efetuar revisão de literatura pertinente ao tema;

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b) Abordar o mercado de marketing digital;

c) Estudar cases do Pinterest;

d) Avaliar as possibilidades de inovação na comunicação através dos mecanismos

disponíveis no Pinterest;

1.3 JUSTIFICATIVA

A importância deste trabalho se dá pela crescente necessidade de compreender o

universo digital e suas diversas possibilidades de comunicação. A internet e, posteriormente,

as redes sociais, influenciaram diretamente a forma de fazer comunicação no mundo. São

tantas novidades e opções, que quando o assunto é inovar a comunicação na web, as dúvidas e

a insegurança causam muito desconforto aos empresários. Principalmente quando surge uma

nova tendência, uma nova aposta no marketing digital. É aí que se destaca a importância deste

estudo no âmbito mercadológico. Com tanta expectativa a respeito do Pinterest é importante

compreender melhor os recursos oferecidos por essa rede social, para desenvolver ações de

marketing eficazes e planejar a comunicação de forma diferenciada, passando segurança para

as empresas que investirão nela. Além disso, é preciso estar atento às mudanças de

comportamento nas redes sociais. O Pinterest traz uma nova proposta de envolvimento com o

consumidor, sendo muito mais emocional ao focar nos interesses pessoais de cada indivíduo.

Essa é uma amostra de como a relação do consumidor com as marcas passa a ser muito mais

envolvente. Produtos e serviços passam a vender conceitos. Consumidores levantam

bandeiras das marcas e quando não correspondidos, podem facilmente ser atraídos pela ideia

inovadora da marca concorrente. Não se compra mais apenas o que é necessário, mas sim o

que envolve o universo de cada pessoa. E para garantir que seus clientes estarão sempre um

passo à frente da concorrência, os profissionais que lidam com marketing digital devem estar

atentos aos mais recentes acontecimentos e estratégias de comunicação.

Para a acadêmica, o tema é pertinente à realidade profissional, pois possui contato

direto com gerenciamento de redes sociais, planejamento estratégico e desenvolvimento de

projetos para as marcas no ambiente digital. As novidades nesta área também são de extremo

interesse para o desenvolvimento de publicitários em formação, pois estar atualizado com as

tendências de mercado não é mais um diferencial e sim uma exigência. Se aprofundar em

assuntos atuais pode garantir o melhor aproveitamento das oportunidades que virão a surgir

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ao longo da vida profissional, além de alimentar a paixão por assuntos atuais que envolvem a

comunicação através dos meios digitais.

Para a sociedade, é necessário compreender como e por que as ferramentas sociais se

tornam cada vez mais uma nova forma de mídia e, com isso, mudaram a maneira de fazer

comunicação. O consumidor se tornou mais ativo e influenciador, ditando as regras de

consumo e sendo ouvido e mais respeitado pelas marcas. Novas redes sociais surgem e muitas

trazem vantagens para quem interage com as marcas. Facilitar a vida do consumidor, no que

diz respeito à informação, relacionamento e envolvimento do conceito da marca com o estilo

de vida do público é o objetivo das redes sociais empresariais.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No presente capítulo será apresentada a metodologia utilizada neste trabalho, que

segundo Oliveira (2007), abrange os procedimentos utilizados desde a escolha do tema de

pesquisa, até a análise dos dados coletados, para conhecer a realidade e gerar novos

conhecimentos, atingindo os objetivos geral e específicos.

O processo de escolha do tema do trabalho em questão, foi determinado pela

necessidade notada pelo acadêmico, de reunir informações sobre um assunto ainda recente,

como o Pinterest, e realizar o estudo da sua utilização pelas marcas, a fim de fortalecer e

inovar estratégias de marketing digital. Para isso, foi necessário realizar uma pesquisa sobre a

marca Pinterest, desde sua criação até dados de evolução da rede, para melhor entender suas

funcionalidades e então seu potencial de marketing, com base nos cases criadas na plataforma.

Dessa forma, através do método indutivo, defendido por Richardson (1999, p. 35) como “um

processo lógico, pelo qual, partindo de dados ou observações particulares constatadas,

podemos chegar a proposições gerais”, foi possível descrever aspectos sobre o crescimento da

rede, as ferramentas e os cases estudados, permitindo uma percepção geral da utilização do

Pinterest, conforme os objetivos propostos neste estudo.

Ao realizar a pesquisa exploratória, obteve-se descrições precisas sobre o tema

pesquisado, sendo possível descobrir as relações existentes entres os elementos que o

compões (CERVO; BERVIAN, 2002). Como por exemplo, as ligações entre as

funcionalidades, diferenciais e ocrescimento acelerado do Pinterest.

Para compreender os fundamentos de marketing e internet, para então analisar os cases

e informações sobre o Pinterest, foi necessário buscar fundamentação teória, através da

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revisão de literatura, que teorias de marketing e internet, de autores como: Kotler, Pinho, Las

Casas, Cobra, Vaz e Gabriel. Este tipo de pesquisa é definida como bibliográfica e, conforme

Ruiz (2009, p. 58), “consiste no levantamento e análise do que já se produziu sobre

determinado assunto”. Esta pesquisa envolveu livros impressos indicados pelos professores,

disponíveis na biblioteca da faculdade e em outras bibliotecas virtuais da internet.

Por fim, para formular a análise dos dados do capítulo 3, foi realizada uma pesquisa

descritiva onde, segundo Andrade (1999, p. 106), “os fatos são observados, registrados,

analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles”. Trazendo

assim, os fatos sobre a marca e sua utilização para a melhor compreensão, análise e conclusão

das informações relatadas.

Após a pesquisa, é realizada uma coleta de dados através da observação simples, que

“apenas observa de maneira espontânea como os fatos ocorrem e controla os dados obtidos.

Nessa categoria, não se utilizam meios técnicos e especiais para coletar os dados, nem é

preciso fazer perguntas diretas aos observados”. (COLAUTO; BEUREN, 2006, p. 129).

A seguir, apresenta-se a estrutura deste trabalho, a fim de identificar o conteúdo

abordado em cada capítulo.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Os três capítulos, que compõe este trabalho sobre o Pinterest e sua utilização como

ferramenta de marketing digital, serão apresentados a seguir:

O capítulo 1 apresenta a introdução, um resumo sobre o que é estudado no decorrer

do trabalho. A seguir, o tema e problema são expostos, seguidos dos objetivos gerais e

específicos, apresentando o foco e as intenções do estudo e os motivos pelo qual o tema foi

escolhido. A metodologia abordada e a estrutura do trabalho apresentado fecham este

primeiro capítulo.

O capítulo 2 aborda as referências teóricas utilizadas como base do trabalho.

Diferentes obras e autores possibilitaram a melhor compreensão do objeto de estudo,

proporcionando maior embasamento para a realização da análise apresentada no capítulo

seguinte.

No terceiro capítulo, é apresentado o objeto principal de estudo. A partir daí é

efetuada a análise efetuada sobre dados, informações e cases específicos, que possibilita o

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estudo do problema de pesquisa.

A conclusão, que representa o quarto e último capítulo, destaca os pontos principais

encontrados ao longo do trabalho e avalia se os objetivos propostos no capítulo 1 foram

alcançados, trazendo a contextualização dos principais elementos estudados que

correspondem aos objetivos. As dificuldades encontradas ao longo do desenvolvimento do

trabalho e a orientação para trabalhos futuros sobre o tema, também são abordadas neste

capítulo.

Ao final deste trabalho apresentam-se as referências das fontes teóricas e os demais

documentos necessários para a apresentação do estudo em questão.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, serão abordados os temas que darão sustentação teórica ao trabalho.

Através dos conceitos descritos por autores renomados da área de marketing, publicidade e

propaganda, entre outros, se torna possível o entendimento, análise e justificativa do tema

proposto, bem como os argumentos realizados para o desenvolvimento do estudo em questão.

2.1 MARKETING

O conceito de marketing vem sofrendo diversas variações ao longo dos anos, para

Cobra (1998, p. 34) o “marketing é uma expressão anglo-saxônica derivada da palavra

mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, comercializar ou transacionar”.

Sendo assim, é comum confundir qualquer prática comercial com uma atividade de

marketing. Mas, partindo da afirmação de Kotler (1998, p.27) de que “marketing é um

processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam

através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”, pode-se entender que a

base do marketing vem da análise das necessidades, desejos e demandas do consumidor para

o desenvolvimento das demais ações envolvidas na troca de produtos e serviços, a fim de

satisfazê-los.

Segundo Cobra (1997), em 1969 Philip Kotler e Sidney Levy acreditavam que a

definição de marketing também deveria ser aplicada às instituições não lucrativas. Atualmente

Kotler tem repensado este seu posicionamento a respeito dos limites do conceito de marketing

e vem defendendo-o de forma mais genérica, mas na época iniciou um verdadeiro movimento

pela expansão do conceito.

Dada a abrangência que a conceituação de marketing tomou na época, Bartels (apud

COBRA, 1997, p. 24) concluiu que “se o marketing é para ser olhado como abrangendo as

atividades econômicas e não econômicas, talvez o marketing como foi originalmente

concebido reaparecerá em breve com outro nome”.

Conforme Rocha e Christensen (2008, p. 15), o marketing pode ser definido de três

formas diferentes, como:

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[...] uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização e demandas

específicas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princípios e

técnicas. Pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas

a oferta e a demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais. É

ainda, uma orientação da administração, uma filosofia, uma visão. Essa orientação

reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor,

atendendo as suas necessidades, levando em conta seu bem-estar a longo prazo,

respeitadas as exigências e limitações impostas pela sociedade e atendidas as

necessidades de sobrevivência e continuidade da organização.

É muito comum que as definições de marketing sofram estas variações, pois uma

prática que está diretamente ligada à troca entre indivíduos de uma sociedade, deve

acompanhar o desenvolvimento e as alterações que ocorrem na formas de comunicação e no

âmbito comportamental desses indivíduos, com o passar do tempo. Pois cada vez mais o

marketing se transforma baseando-se no nível de envolvimento do público final no processo

de troca.

Outro exemplo dessa evolução é a definição oficial da American Marketing

Association (apud KOTLER, 2000, p. 30), onde afirmava que “marketing é o processo de

planejar e executar a concepção, a determinação do preço (pricing), a promoção e a

distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e

organizacionais”. Mas, segundo Cobra e Brezzo (2010, p. 9), com o surgimento de outros

conceitos e pesquisas, a AMA incorporou novas concepções do marketing - como o novo

olhar para o relacionamento - em sua definição de 2004, onde afirma que: “o marketing é uma

função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor para

os clientes e para administrar o relacionamento com os clientes de forma a beneficiar a

organização e seus públicos de interesse”. Com o foco no relacionamento, o marketing

possibilita a fidelização e muitos outros diferenciais que ultrapasssem a concorrência e fixem

sua marca na memória do consumidor.

Por isso, cada vez mais a atenção dada ao consumidor é valorizada. Kotler e

Armstrong (2003, p. 3) afirmam que “a função do marketing, mais do que qualquer outra nos

negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e proporcionar ao cliente valor e

satisfação constituem a essência do pensamento e a prática do marketing moderno”.

Ogden (2002, p. 2) afirma que “o conceito de marketing vai além da satisfação do

cliente. Repensar continuamente sua definição do conceito de marketing ajuda a organização

a expandi-lo”. Ele ainda reforça que “é muito melhor superar as expectativas do consumidor

do que apenas atendê-las”.

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Para melhor compreender estas definições, a seguir será apresentada a história do

marketing e a evolução de seus conceitos e estratégias.

2.1.1 História do Marketing

As origens do marketing podem ser identificadas desde a Idade Média. Para explicar

melhor essa evolução, Sandhusen (2003) descreve este período como “fase primitiva auto-

suficiente do processo de marketing”, onde cada família era responsável por suprir suas

necessidades, como vestimentas, alimentação, utensílios, entre outros. Com o passar dos anos,

surgiram as especializações dos grupos, que focavam nas atividades que apresentavam melhor

desempenho. Surgindo assim a divisão de trabalho, a padronização da produção e os métodos

de distribuição. Dessa forma, certos grupos passaram a suprir as necessidades de outros

indivíduos, através da troca.

Já o termo marketing, segundo Pinho (2001, p.19), “começou a ser empregado nos

Estados Unidos em princípios do século XX. Em 1930 foi fundada a American Marketing

Association (AMA), entidade dedicada a congregar os profissionais para o desenvolvimento

das atividades do setor”.

Com a Revolução Industrial e o início da produção em massa, o marketing começou a

se estabelecer. Pinho (2001) lembra que as empresas estavam focadas nas finanças e na

produção e apenas fabricavam produtos padronizados, sem opções de escolha para o

consumidor. Essa chamada “orientação para produção” estendeu-se até a década de 20 do

século passado. A partir de 1930 a produção superou a demanda e muitas empresas ganharam

novos concorrentes, assim foram obrigados a intensificar seus investimentos em estratégias de

vendas, promoção e distribuição, marcando o período que teve como foco a “orientação para

as vendas”. Na década de 50, o conceito de marketing trazia o foco na satisfação ligada ao

processo da troca, mostrando que é preciso compreender melhor o consumidor e os produtos

que consideram suas necessidades, desejos e demandas, passando assim a indicar a

“orientação para o mercado”. Para entender melhor as características dessas três fases,

observa-se o quadro a seguir:

Page 23: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

22

Ilustração 1: Processo evolutivo do marketing

Fonte: Honorato ( 2004, p.12).

Reforçando a importância dessa evolução, Cobra e Brezzo (2003, p. 17) lembram que,

em 1960, Theodore Levitt publicou um artigo na Harvard Business Review, afirmando que

“as empresas fracassam porque têm uma visão míope de seu negócio. [...] Orientar-se para o

produto leva à declinação, orientar-se para o mercado evita a declinação”.

Forsyth (1993, p. 13) também analisa a evolução do marketing em relação a

acontecimentos históricos no mundo, que alteraram o comportamento do consumidor e, por

consequência, as estratégias de venda das empresas. Ele afirma que:

Após a Segunda Guerra Mundial, com o reinício das atividades, as opções

começaram a proliferar. De repente havia muitos tipos, modelos e cores para tudo.

Era apenas questão de decidir o que fazer e esperar que as pessoas viessem

correndo, antes que o estoque acabasse. Os consumidores tinham escolha, apenas

Page 24: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

23

precisavam verificar o que alguém estaria oferecendo de melhor. E eles o fizeram

cada vez mais.

Para concluir a sua abordagem, Forsyth (1993, p. 13) apresenta a ideia de que o

marketing é “uma nova filosofia empresarial revolucionária que encarava os negócios através

dos olhos dos consumidores”. E que com a disseminação dessa prática pelo mundo todo, foi

gerada “uma batelada de técnicas elaboradas para garantir que as necessidades dos

consumidores fossem atendidas e que eles comparecessem pronta e repetidamente com seu

dinheiro”.

No Brasil, Pinho (2001, p. 19) lembra que “o marketing chegou a partir dos anos 50,

trazido pelas multinacionais norte-americanas e europeias que aqui se instalavam”. A

tradução para a língua portuguesa, “mercadologia”, foi adotada por um determinado tempo,

mas caiu em desuso com a popularização da palavra em inglês. Porém, ainda não havíamos

formado profissionais de marketing. Segundo Cobra (2005, p. 17):

Somente após a criação da EAESP da Fundação Getúlio Vargas e com os esforços

de duas outras escolas também pioneiras, a Escola Superior de Propaganda, hoje

ESPM, Escola Superior de Propaganda e Marketing e a Escola Superior de

Negócios do Padre Sabóia, é que as funções de pesquisa de mercado e gerência de

produtos começam a ser valorizadas, deixando de ser apenas temas importantes nos

currículos acadêmicos e ganhando status de gerência nas organizações industriais e

comerciais.

No tópico a seguir serão abordados fatores cujo estudo é imprescindível para

desenvolver os processos marketing: as necessidades, desejos e demandas dos consumidores.

2.1.2 Necessidades, Desejos e Demandas

Para entender a relação entre necessidades, desejos e demandas, Proetti (2006)

resume que necessidades são estados de carência, desejos são sentimentos despertados pela

sociedade com base nas necessidades e demanda é a satisfação dos desejos através da compra.

Kotler e Armstrong (2003) afirmam que a base do marketing inicia pela análise das

necessidades físicas básicas da condição humana, que não são geradas ou influenciadas pelos

profissionais de marketing. A partir desse entendimento de necessidades é possível distingui-

la de desejos e demandas. Sendo assim:

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24

Necessidade humana é um estado de privação de alguma satisfação básica. As

pessoas exigem alimento, roupa, abrigo, segurança, sentimento de posse e auto-

estima. Essas necessidades não são criadas pela sociedade ou empresas. Existem na

delicada textura biológica e são inerentes à condição humana. (KOTLER, 1998, p.

27)

Kotler (1998, p. 173) ainda reforça que:

Maslow tentou explicar por que as pessoas são dirigidas por certas necessidades em

ocasiões específicas. A resposta de Maslow é que as necessidades humanas são

organizadas em uma hierarquia, partindo das mais urgentes às menos urgentes. Em

ordem de importância, são as necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de

estima e de auto-realização.

Para melhor compreender essa afirmação, observa-se a seguir a pirâmide básica de

necessidades de Maslow:

Ilustração 2: Hierarquia de necessidades de Maslow

Fonte: Kotler (1998, p. 174).

Conforme Proetti (2006), na sociedade industrial, o homem é capaz de encontrar e criar

objetos para para satisfazer desde as necessidades fisiológicas à realização pessoal.

Page 26: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

25

Kotler e Keller (2006) lembram que não é tão simples compreender as necessidades dos

consumidores, pois muitos não estão cientes do que precisam em um produto ou serviço. E apenas

focar na necessidade genérica pode não ser suficiente. Para auxiliar essa compreensão, foram

definidos cinco tipos de necessidades, exemplificadas:

1. Necessidades declaradas (o cliente quer um carro econômico);

2. Necessidades reais (o cliente quer um carro cujo custo de manutenção seja baixo,

e não seu preço inicial);

3. Necessidades não declaradas (o cliente espera um bom atendimento por parte do

revendedor);

4. Necessidade de „algo mais‟ (o cliente gostaria que o revendedor incluísse um

computador de bordo);

5. Necessidades secretas (o cliente quer ser visto pelos amigos como um consumidor

inteligente). (KOTLER; KELLER, 2006, p. 22)

Para Proetti (2006, p. 14), as necessidades que cercam a humanidade são chamadas

de carências. Ele afirma que:

Há complexidades nas necessidades humanas quanto a sua diversidade e

atendimento: necessidades básicas, físicas, de alimentação, roupas, segurança, sede,

necessidades sociais para se obter conhecimentos auto-realizáveis. Todas essas

necessidades são consideradas básicas para a constituição de vida do homem, que

tenta satisfazê-las totalmente ou reduzi-las temporariamente.

Diferenciando-se das necessidades, os desejos são sentimentos criados pela

sociedade, cultura ou mercado, a partir das necessidades dos consumidores.

Segundo Proetti (2006), os desejos acompanham a evolução da sociedade, sendo

criado pela cultura de cada pessoa. Aquilo que desperta o desejo do indivíduo, é atendido de

forma satisfatória pelas empresas e como os desejos são ilimitados e os recursos para

satisfazê-los são limitados, a escolha de compra se dá pela análise do que proporciona maior

satisfação na troca.

Kotler (1998, p. 27) afirma que desejos são carências por satisfações de certas

necessidades e “embora as necessidades das pessoas sejam poucas, os desejos são muitos. Os

desejos humanos são continuamente moldados e remoldados por forças e instituições sociais,

incluindo igrejas, escolas, famílias e empresas”.

Sendo assim, cada cultura influencia de forma diferente os desejos dos consumidores,

exigindo maior atenção dos profissionais de marketing. Ainda mais porque “quando apoiados

pelo poder de compra, os desejos tornam-se demandas. Os consumidores vêem os produtos

como pacotes de benefícios e escolhem aqueles que lhe dão o melhor conjunto de valores por

seu investimento”. (KOTLER; ARMSTRONG, 2003, p. 4).

Portanto, quando a necessidade se torna desejo e, junto dele, há o poder de compra,

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26

precisamos estudar a demanda para entender as tendências de mercado. Kotler (1998, p. 28),

define que:

Demandas são desejos por produtos específicos, respaldados pela habilidade e

disposição de comprá-los. [...] As empresas devem mensurar não apenas quantas

pessoas desejam seu produto, mas, o mais importante, quantas realmente estão

dispostas e habilitadas a comprá-lo.

Para Proetti (2006, p. 15), “as demandas ocorrem quando os produtos podem ser

comprados pelos indivíduos, os quais os vêem como uma totalidade de benefícios em troca do

dinheiro gasto, atendendo, dessa forma, seus desejos conforme seus recursos financeiros”.

Para entender a ligação entre os três pontos analisados neste capítulo, Kotler e

Armstrong (2003, p. 4) concluem que:

As empresas que se destacam por sua orientação de marketing procuram aprender e

entender as necessidades, os desejos e as demandas de seus clientes. Conduzem

pesquisas que apontam o que seu consumidor gosta ou não gosta; analisam os dados

sobre as perguntas e dúvidas do cliente, bem como do serviço a ele prestado;

observam os clientes utilizando seus produtos e os da concorrência, e treinam seus

vendedores para ficarem atentos às necessidades não atendidas dos clientes.

A seguir, serão abordados o composto de marketing e os elementos que o compõe.

2.1.3 Composto de Marketing

Para entender o que é composto de marketing (ou mix de marketing), Kotler (2000,

p. 37) o define como “o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para

perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”.

Para Magalhães e Sampaio (2008), mix de marketing é:

a composição ideal, ainda que relativa e temporária, para avaliar, organizar , definir

e fazer cumprir um determinado plano de marketing, otimizando o conjunto

formado por produto, distribuição, preço e comunicação, capaz de se diferenciar

competitivamente da concorrência e de conquistar e manter um número relevante de

segmentos.

As ferramentas de marketing que compõe o composto de marketing são estudadas

dentro de grupos, ou categorias, que se referem a elementos do processo de comercialização

de produtos e serviços. Silk (2005) lembra que, inicialmente, o termo Mix de marketing

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27

começou a ser utilizado por Neil Borden, da Faculdade de Administração de Harvard, para

nomear 12 ferramentas:

a) Merchandising;

b) Precificação;

c) Branding;

d) Canais de distribuição;

e) Venda pessoal;

f) Propaganda;

g) Promoções;

h) Embalagem;

i) Exposição;

j) Serviço

k) Manipulação física;

l) Identificação de fatos e análise/pesquisa de mercado.

Porém, como muitos desses elementos podem ser associados a outros, com o passar o

tempo houve um reagrupamento. Segundo Kotler (2005), McCarthy classificou apenas quatro

grandes grupos, que chamou de 4 Ps do marketing: produto, preço, praça e promoção. Nesse

novo modelo de composto de marketing, as variáveis de cada elemento podem ser observadas

no esquema a seguir:

Ilustração 3: Os 4 Ps do mix de marketing

Fonte: Kotler (2005, p.12)

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28

Pinho (2001) afirma que através do mix de marketing, uma empresa pode inserir seu

produto no mercado, ganhar visibilidade perante os consumidores e influenciá-los a desejar

mais o seu produto do que o da concorrência.

Para Kotler (2005), se forem observadas em um curto período, as mudanças de mix

de marketing tendem a ser menores do que as decisões de mix de marketing podem indicar.

Ele afirma que, “normalmente, uma empresa pode alterar seu preço, o tamanho da sua força

de vendas e suas despesas com propaganda a curto prazo, mas só pode desenvolver novos

produtos e modificar sua distribuição no longo prazo”. (KOTLER, 2005, p. 12)

Magalhães e Sampaio (2008) ainda reforçam que “o modelo redutor dos 4 Ps pode

ser entendido como sendo a base de procedimentos, políticas e processos, ou seja, de

„decisões‟ de marketing, e também pode ser compreendido como ferramentas e instrumentos,

ou seja, como „ações‟ de marketing”.

Para Proetti (2006), as quatro ferramentas (ou 4 Ps) auxiliam a gestão de marketing a

descobrir as necessidades, carências e valores dos mercados que pretende atuar, possibilitando

que as empresas se adaptem para atender as necessidades de forma mais eficaz que a

concorrência. Dessa forma, é possível se manter à frente e explorar essa vantagem de para

obter o retorno dos investimentos e lucros.

A seguir, é analisado cada „P‟, visando aprofundar o estudo do mix de marketing.

2.1.3.1 Produto

Para compreender a função e definição de produto, Honorato (2004, p. 172) afirma

que a abordagem “deve constituir-se de uma série de características tangíveis e intangíveis,

como qualidade, opções, estilo, marca, embalagem e serviços, que satisfaçam efetivamente os

desejos e as necessidades dos consumidores”.

Kotler (1998, p. 383) define produto como “algo que pode ser oferecido a um

mercado para satisfazer a um desejo ou necessidade”. Podem ser bens físicos, serviços,

pessoas, locais, organizações ou ideias.

Já para Las Casas (2009, p.186), “produtos podem ser definidos como o objeto

principal das relações de troca que podem ser oferecidos num mercado para pessoas físicas ou

jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou consome”.

Page 30: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

29

Após a definição do que será produzido em determinada empresa, “esse elemento do

mix determina as escolhas relativas à apresentação física do produto, linhas de produto,

embalagem, marca e serviços (garantia, assistência técnica, manutenção).” (PINHO, 2001,

p.35)

Para desenvolver uma estratégia de marketing eficiente, segundo Silk (2008), o

produto deve ser analisado da perspectiva do consumidor e seu valor compreendido.

Kotler (1998) vai mais além, ele afirma que as empresas devem prever cinco níveis

de produto:

1. Benefício: serviço ou benefício fundamental que o cliente está comprando;

2. Produto genérico: produto básico comprado pelo consumidor;

3. Produto esperado: atributos e condições esperadas quando um produto é

comprado;

4. Produto ampliado: superação das expectativas do cliente;

5. Produto potencial: ampliações a alterações que o produto poderá sofrer no

futuro.

Na figura abaixo, observa-se a hierarquia dos níveis de produto defendidos por

Kotler:

Ilustração 4: Cinco níveis de produto

Fonte: Kotler (1998, p. 383)

Page 31: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

30

Dessa forma, é importante considerar os cinco níveis de produto porque, segundo

Honorato (2004, p.172) “o consumidor visualiza o produto de maneira mais complexa,

mesclando fatores concretos e abstratos”, exigindo maior aprofundamento no estudo deste

primeiro elemento do composto de marketing.

Segundo Ferrel e Pride (2001) os produtos possuem duas categorias gerais:

Os produtos adquiridos para satisfazer necessidades pessoais e da família são

produtos de consumo. Os produtos comprados para uso nas operações de uma

empresa, para revenda ou para fazer outros produtos são produtos empresariais

(também chamados de produtos industriais ou organizacionais).

Proetti (2006, p. 15) conclui que “o produto também pode ser sinônimo de solução,

recurso ou oferta. É importante concentrar a atenção dos vendedores nos benefícios

propiciados pelos produtos no atendimento às necessidades dos clientes”. Pois, caso contrário,

a empresa não enxergará as reais necessidades dos consumidores, sofrendo de miopia de

marketing.

No tópico a seguir, aborda-se o estudo do preço.

2.1.3.2 Preço

A fim de conceituar este elemento do mix de marketing, Pinho (2001, p. 35) afirma

que “preço é uma variável que pede determinação de escolhas quanto à formação do preço

final para o consumidor (alto, médio, baixo) e das políticas gerais a serem aplicadas em

termos de descontos, vendas a prazo, financiamentos”.

Para Ferrel e Pride (2001, p. 391), “preço é o valor de permuta para produtos em uma

troca de marketing”. Mas o autor também declara que “é um erro porém acreditar que o preço

é sempre o dinheiro pago. Na verdade, a troca de produtos – o escambo – é a mais velha

forma de permuta. O dinheiro pode estar envolvido ou não”.

Reforçando essa ideia, Honorato (2004), também alega que preço é o elemento

desembolsado pelo cliente na aquisição de um produto ou serviço. E que esse elemento nem

sempre é monetário, pois pode ser outro bem ou serviço.

Preço é um fator que influencia muitas decisões de compra. Por isso Kotler (1998),

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31

afirma que, em termos de qualidade e preço, as empresas podem posicionar seus produtos no

centro do mercado, três níveis acima ou três níveis abaixo, seguindo os sete níveis: definitivo,

luxo, necessidades especiais, médio, facilidade/conveniência, convencional e mais barato e

orientado para o preço. Porém, “esse esquema sugere que os sete níveis de posicionamento de

produtos não concorrem entre si, mas apenas dentro de cada grupo. Contudo, pode haver

concorrência entre os segmentos preço-qualidade”. Conforme a figura a seguir, são nove

estratégias preço-qualidade possíveis:

Ilustração 5: Nove estratégias de preço/qualidade

Fonte: Kotler (1998, p. 437)

Como o preço é o que é pago pelo consumidor em troca de um produto ou serviço,

ele está diretamente ligado à receita (lucros) da empresa. Ferrel e Pride (2001, p. 391) ainda

completam que “os preços é a única coisa que o profissional de marketing pode mudar

rapidamente para responder a alterações na demanda ou a ações dos competidores. Sob certas

circunstâncias, porém, a variável preço pode ser relativamente inflexível”.

Las Casas (2009, p. 217) afirma que:

[os preços] estão sujeitos à lei de oferta e procura. Quando os produtos são

desejados e escassos, os preços tendem a subir para proporcionar o equilíbrio entre

produção e consumo; se a oferta porém, é maior que a procura, os preços tendem a

diminuir para chegar ao desejado equilíbrio.

Dessa forma, a variação do preço é uma estratégia de desenvolvimento e

lucratividade das empresas, sendo de extrema importância para o planejamento de marketing.

A seguir será estudado o conceito de praça, também conhecida por distribuição.

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32

2.1.3.3 Praça

Ter somente bons produtos e preços adequados não basta para obter sucesso nas

vendas. “É necessária também a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos

até os compradores finais”. (LAS CASAS, 2009, P. 245)

Sendo assim, Ferrel e Pride (2001, p. 267) afirmam que este componente do mix de

marketing “se concentra nas decisões e ações envolvidas em tornar os produtos disponíveis

aos clientes quando e onde eles queiram comprá-los”.

Proetti (2006, p. 53) define que “o ponto de venda, também chamado de praça, é o

local em que os produtos são expostos aos consumidores e clientes”. E que a distribuição dos

produtos de forma estratégica é essencial, pois má escolha do ponto de venda pode acarretar

no congelamento de produtos nas prateleiras.

Para Las Casas (2009) distribuir os produtos em locais adequados não é tão simples

como parece. Pois além do lugar, é preciso avaliar o tempo certo, que são as épocas mais

propícias para a venda de certos produtos. Quanto aos canais de distribuições, o produtor pode

comercializar seus produtos diretamente com o consumidor ou através de intermediários. Mas

por meio dos intermediários, é possível otimizar seus esforços de venda. Ele ainda afirma que:

A um mesmo custo e esforço para estabelecer três contatos com diferentes

consumidores, podem ser estabelecidos um mesmo número de contatos com

distribuidores que, por sua vez, farão mais três contatos, cada um ampliando a

exposição do produto. (LAS CASAS, 2009, p. 246)

Essa teoria segue exemplificada na ilustração a seguir:

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33

Ilustração 6: Economia de esforço proporcionada por um intermediário

Fonte: Las Casas (2006, p. 247)

Kotler e Armstrong (2003) explicam que a maioria dos fabricantes comercializa seus

produtos por meio de intermediários porque eles oferecem mais do que a empresa conseguiria

apenas com seus esforços, pois dessa forma ela utiliza os contatos, experiências e

especializações de cada intermediário para potencializar suas vendas.

Ao adotar a estratégia de distribuição por intermediários, é possível ampliar os canais

de comercialização dos produtos do fabricante, porém, os lucros obtidos nas vendas ficam

abaixo dos lucros de venda direta ao consumidor. Por isso é importantíssimo avaliar qual a

melhor opção para determinados tipos de negócios.

Proetti (2006, p. 53) conclui que “um ponto de distribuição e exposição bem

definido, produtos de qualidade com preços acessíveis, pessoas treinadas e aptas para o

atendimento aos clientes são fatores fundamentais para a obtenção de sucesso”.

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34

No próximo item, apresenta-se a definição de promoção.

2.1.3.4 Promoção

Esta variável controlável do composto de marketing está diretamente relacionada à

comunicação. “O administrador de marketing deve preocupar-se com as várias formas, que

sejam eficientes, para informar aos consumidores a respeito de seus produtos, serviços ou

formação da própria imagem da empresa”. (LAS CASAS, 2009, p. 283).

Ferrel e Pride (2001, p. 329) definem promoção como “a comunicação que cria a

mantém relacionamentos favoráveis ao informar e persuadir uma ou mais audiências que

vejam uma organização de modo mais positivo e aceitem seus produtos”.

Para Proetti (2006, p. 53), a promoção pode ser definida como:

A promoção é entendida como o conjunto de esforços e estratégias de marketing

para incentivar as vendas de produtos e ajuda a despertar a vontade e a necessidade

de compra nos clientes. Esses esforços são ações planejadas de marketing para a

realização de eventos em pontos de vendas com ajuda de publicidade.

McCarthy e Perreault (1997) afirmam que os três objetivos básicos da promoção são:

informar, persuadir e lembrar. Estes objetivos estão relacionados às seis etapas que o

consumidor leva para adotar ou rejeitar um produto, o chamado processo de adoção. Estes,

por sua vez, podem ser relacionados com o modelo AIDA, que consiste em quatro fases

promocionais: atenção, interesse, desejo e ação. Para entender melhor estas relações, o quadro

abaixo liga cada etapa com sua correspondente:

Ilustração 7: Relacionamentos entre os objetivos de

promoção, processo de adoção e modelo AIDA.

Fonte: McCarthy e Perreault (1997, p. 234)

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35

É importante lembrar que “o objetivo geral da promoção é estimular a demanda pelo

produto. Com essa finalidade, muitas organizações gastam recursos consideráveis em

promoção para criar e melhorar relacionamentos com os clientes atuais e potenciais”.

(FERREL; PRIDE, 2001, p. 329)

Las Casas (2009) apresenta como ferramentas de promoção, os seguintes itens:

propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, merchandising, marketing direto e relações

públicas. Para ele, este composto promocional é uma combinação dos diferentes tipos de

promoção, que são realizados pelas empresas em determinadas épocas.

Para Proetti (2006, p. 54), “é importante verificar os tipos de comunicações e mídias

a serem usadas na campanha, a participação em eventos junto à comunidade, os idealizadores

e as ações pensadas a planejadas para os eventos”.

A propaganda é de extrema importância, pois está diretamente relacionada às vendas,

conforme a afirmação de Proetti (2006, p. 54):

A propaganda tem ação e missão fundamental nas promoções, pois contribui para

levar ao consumidor o conhecimento da existência dos produtos e dos pontos de

vendas, pois a ele as vantagens e características dos produtos e trabalha de forma

racional, manifestando seus benefícios. São ações planejadas de forma eficaz que

conduzem às vendas.

McCarthy e Perreault (1997, p. 230) lembram que “o principal trabalho de promoção

do gerente de marketing é dizer aos consumidores que o Produto certo está disponível, no

Preço certo e na Praça (canal) certa”.

Dessa forma, através dos conceitos apresentados dos 4 Ps, podemos compreender

melhor a relação entre cada componente do mix de marketing e sua importância no

planejamento estratégico das empresas, a fim de fortalecer a marca perante o mercado e a

concorrência.

Na próxima etapa, será apresentado o conceito de marca e suas características.

2.2 MARCA

Para compreender a importância de uma imagem de marca consolidada no mercado,

deve-se entender o conceito de marca.

Segundo Sampaio (2002, p. 25), analisada a partir do ponto de vista do consumidor,

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36

a marca é a “síntese das experiências reais e virtuais, objetivas e subjetivas, vividas em

relação a um produto, serviço, empresa, instituição, ou mesmo, pessoa”. Já na visão das

empresas e instituições, “a marca é a síntese do valor de franquia de mercado” (SAMPAIO,

2002, p. 26).

Já Kotler (1998, p. 393), traz o conceito de marca definido pela AMA, onde diz que

“marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de

identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de

concorrentes”. Ele ainda completa que a marca é o que identifica um vendedor ou fabricante.

Mas é importante lembrar que com as mudanças de mercado e comportamento do

consumidor, esse conceito tradicional passa uma ideia mais dura e estática sobre marca. “Hoje

a marca é bem mais definida e compreendida como a síntese dos elementos físicos, racionais,

emocionais e estéticos nela presentes e desenvolvidos ao longo dos tempos”. (PINHO, 2001,

p. 178)

Perez (2004, p. 8) busca na história, a importância das marcas, afirmando que “as

marcas modernas tiveram sua origem na Revolução Industrial, a partir da segunda metade do

século XVIII, quando o uso de técnicas de promoção de vendas determinou a importância da

seleção de nomes e marcas reconhecidas”.

Para diferenciar marca de produto, Aaker e Joachimsthaler (2000) apresentam a

figura abaixo, mostrando que além das questões inclusas no produto, a marca ainda engloba

muitas outras características:

Ilustração 8: Uma marca é mais que um produto.

Fonte: Aaker e Joachimsthaler (2000, p. 66)

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37

Se hoje em dia as marcas representam experiências, é importante criar um

planejamento muito bem estruturado, pensando em todos os elementos que a envolvem:

As marcas se expressam por meio dos nomes que apresentam, do logotipo, da forma

e do design dos produtos que encarnam, da embalagem e do rótulo, da cor, do

slogan, do jingle, da personalidade, do personagem que representa, de um mascote,

além de outros recursos e do contexto organizacional, envolvendo os funcionários e

os parceiros e suas relações com o meio social. (PEREZ, 2004, p. 47)

Dessa forma, se engana quem acredita que somente a propaganda é a responsável

pela construção das marcas. É necessário pensar em todos os elementos que envolver a marca

e seu universo. Kotler (2003, p. 119) lembra que “a propaganda sozinha chama a atenção para

a marca; é possível que até desperte interesse pela marca e suscite conversas sobre a marca.

Mas as marcas são construídas de maneira holística”. Essa construção de marca conta com

diversas ferramentas, dentre elas podemos destacar eventos, patrocínios, relações públicas e,

inclusive, propaganda.

Para as organizações, as marcas apresentam muitas vantagens, como afirma Perez

(2004, p. 16):

Protegem o produto contra imitações ou, pelo menos, tenta;

Diferenciam, identificam e localizam o produto no ponto de venda;

Satisfazem e estimulam a compra repetida, podendo gerar fidelidade;

Possibilitam, invariavelmente, maiores margens de lucro, principalmente as

de posicionamento premium;

Possibilitam extensões (quando marcas fortes), como explorado pela harley

Davidson: motos, roupas e acessórios;

Permitem segmentação (como amplamente explorado pela Unilever: sabões

em pó, xampus e sabonetes que cobrem toda a amplitude do mercado, por

meio de marcas e de preços diferenciados).

Concluindo, Sampaio (2002) reforça que as marcas são os maiores patrimônio das

empresas, sejam fabricantes, prestadoras de serviço ou de qualquer outra área de atuação.

A seguir, será abordada a análise do comportamento do consumidor e as influências

na decisão de compra.

2.3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Diversos fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos influenciam diretamente

no comportamento de compra dos indivíduos, alterando também, o modo de atuação das

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38

empresas no mercado. Para compreender melhor as mudanças de comportamento, a ilustração

seguinte apresenta um resumo das principais influências dos consumidores, em relação a cada

âmbito citado anteriormente.

Ilustração 9: Fatores que influenciam o comportamento do consumidor

Fonte: Kotler (2000, p. 163)

Após conhecer os fatores em influenciam o comportamento dos consumidores,

“entender o processo de decisão de compra é de fundamental importância para que as

organizações possam elaborar, justamente, o processo interno de atendimento dos seus

clientes e suas estratégias de marketing”. (PROETTI, 2006, p. 98).

Para Las Casas (1997), o primeiro fator nesse processo que dá origem à compra, é a

necessidade por um produto. Após perceber a necessidade, o consumidor busca informações

sobre a oferta no mercado. O terceiro fator é onde ele avalia as características, condições de

pagamento, marcas e benefícios. Assim, finalmente é feita a decisão da compra. No momento

pós-compra ainda pode ocorrer um desconforto, uma dúvida sobre a compra, se ela foi bem

feita ou não. Para visualizar mais facilmente a ordem do processo de compra e a relação com

as influencias analisadas anteriormente, Las Casas apresenta a figura a seguir.

Page 40: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

39

Ilustração 10: Processo de compra e pricipais influências

Fonte: Las Casas (2009, p. 155)

Para Bennet (apud HONORATO, 2004, p. 25), analisar o comportamento do

consumidor consiste em “estudar os pensamentos, sentimentos e as ações dos consumidores e

as influências sobre eles que determinam mudanças de atitude”.

Na visão de Proetti (2006), podem ser identificados quatro tipos de comportamentos

de compra:

a) Comportamento complexo de compra: decisão de compra entre produtos de diferentes

marcas, mas com características parecidas, envolvendo assim o conhecimento das

especificações dos produtos e sua utilidade.

b) Comportamento de compra para reduzir a dissonância: ocorre quando o consumidor

pretende realizar uma compra que seja de alto custo, esporádica ou que represente

algum risco, causando desconforto e fazendo com que ele pesquise outras fontes para

decidir. O pós marketing pode reduzir esse desconforto de compra.

c) Comportamento rotineiro de compra: ocorre quando não há diferença entre as marcas

e, consequentemente, não há envolvimento com a compra. Símbolos e apelos visuais

podem influenciar este tipo de compra.

d) Comportamento de compra buscando variedade: é quando há grandes diferenças entre

as marcas e o consumidor possui baixo envolvimento com o produto. A avaliação

Page 41: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

40

ocorre durante o consumo, o que poderá fidelizar o cliente ou fazer com que ele

busque outra marca.

A variação desses comportamentos está ligada ao valor do produto, onde é analisada

a importância e o preço do item a ser comprado.

Além de todos os esforços para compreender o comportamento do consumidor,

também se faz necessário medir a satisfação em relação às compras efetuadas. Para Las Casas

(2009, p. 172) existem várias maneiras de mensurar a satisfação dos consumidores, mas a que

possui “maior aceitação por parte dos empresários, é a avaliação periódica do nível de

satisfação dos clientes através de um questionário. Este questionário pode ser bastante

variável. A empresa deve adaptar as perguntas às necessidades de cada situação”.

A seguir, serão apresentados o conceito e a história da internet, ambiente

proporcionou um grande avanço da comunicação e estratégias de marketing das marcas.

2.4 INTERNET

O termo internet tem origem de duas palavras inglesas: international network, que

significa rede internacional. É utilizada para descrever a rede mundial pública de

computadores interligados, onde são transmitidas informações aos usuários que se conectarem

a esta rede. Já a World Wide Web, também conhecida como www ou apenas web, é um dos

serviços disponíveis na Internet, com uma interface simplificada para acessar diversos

serviços na rede mundial (LIMEIRA, 2003).

Para entender melhor essa diferença, é preciso analisar as raízes da internet, que têm

origem na época da Guerra Fria, onde tiveram início as pesquisas de tecnologia que

possibilitaram a criação da primeira conexão entre computadores:

Em 1957, a antiga URSS colocou em órbita o seu primeiro satélite espacial

artificial, o Sputnik, e, quatro meses depois, o presidente norte-americano Dwight

Eisenhower anunciava a criação da Advanced Research Projects Agency (ARPA),

ligada ao Departamento de Defesa, cuja missão pesquisar e desenvolver alta

tecnologia para aplicações militares. (PINHO, 2000, p. 21).

Com o apoio dos melhores cientistas norte-americanos, a ARPA desenvolveu diversas

pesquisas e projetos na área da informática, a fim de aperfeiçoar o uso militar dos

computadores. Dessa forma, Limeira (2003), recorda que em 1969 foi criada a ARPANET,

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41

uma rede que conectava computadores distantes, permitindo que a informação fosse

transmitida livre de qualquer dependência de outro ponto da rede. Então, mesmo que um

ponto estivesse desconectado, a rede não seria interrompida.

Em 1990, a internet passou a contar com o World, primeiro provedor de acesso

comercial do mundo, onde os usuários podiam acessar a rede através do telefone. Mas para

Pinho (2000, p. 30), a grande novidade da Internet foi a invenção da World Wide Web:

A Web é provavelmente a parte mais importante da Internet e, para muitas pessoas,

a única parte que elas usam, um sinônimo mesmo de Internet. Mas a World Wide

Web é fundamentalmente um modo de organização da informação e dos arquivos na

rede.

Vieira (2003, p. 6) explica que a Web era um “espaço em que as informações

armazenadas nos milhares de computadores que formavam a internet podiam ser acessadas

com um simples clique de mouse”. Isso acontecia através da tecnologia hipertexto (HTTP),

que ligava as textos e arquivos, os conhecidos links de hoje em dia.

O primeiro navegador foi o Mosaic, um grande avanços em questões gráficas da

internet, pois possibilitava recursos multimídia. E a partir de 1994, a Web passa a apresentar

grandes taxas de crescimento, começam a surgir os sites de buscas e multiplicam-se os sites

comerciais e pessoais. Só em 1995 a Microsoft lança seu navegador, o Windows 95 (PINHO,

2000).

Com tantas novidades surgindo, a comunicação através da internet passou a se

intensificar. Mas a internet ainda era um universo pouco conhecidos para as marcas,

predominavam aquelas que tinham a ousadia de investir neste novo modelo de comunicação.

Porém, Pinho (2000) lembra que, a partir de 1997, a internet teve seu ápice, passando

a ser mundialmente aceita e disseminada, tornando-se um negócio altamente profissional e

rentável.

Para Shiva (apud PINHO, 2000), a internet possui sete conceitos fundamentais:

1. É um meio e não um fim em si mesmo;

2. Cria a unicidade de cada site ou localização no tempo ou espaço;

3. Não está sob o controle de ninguém;

4. Tem padrões e normas que são organicamente estabelecidos pela comunidade, sem a

intervenção de uma autoridade central;

5. É centrada nas pessoas e não em governos;

6. Não pratica a discriminação de raça, cor classe social ou de qualquer outra natureza;

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42

7. Possui uma cultura própria.

Para TIM Berners-Lee, criador da World Wide Web, (apud VIEIRA, 2003, p. 2) “a

Web é mais uma criação social do que técnica”. Precisamos ter certeza de que a sociedade que

construímos na rede é aquela que almejamos.

Dessa forma, percebe-se que a internet está diretamente ligada à globalização de

culturas e informações, sendo guiada pela sociedade que através dela se comunica.

Independente de fronteiras geográficas, essa sociedade é formada pela diversidade de

internautas do mundo todo. Para compreender melhor essa relação da internet com seus

usuários, deve-se analisar a evolução da web 1.0, 2.0 e 3.0, no item a seguir.

2.4.1 Web 2.0

Antes de entrar no conceito de web 2.0, é preciso conhecer o cenário no qual a internet

se encontrava anteriormente.

Sampaio (2007, p. 3) lembra que muitas coisas mudaram, já que “o modem mais veloz

disponível era o 14.400 bps. Os browsers possuíam opção para suspender o download de

imagens, de modo a tornar a carga da página mais rápida”.

Dessa forma, o que Sampaio (2007) define como Web 0.0, era uma época onde os

sites eram estáticos e sem grandes atrativos, ainda na década de 90. Por volta de 1996 o uso

de Javascript possibilitou uma interação um pouco maior. Existiam alguns sites de e-

commerce1, mas ainda eram muito elitizados.

Com o crescimento do número de provedores de acesso e de novos recursos de

programação, as pessoas foram atraídas para a internet, fazendo com que as empresas a

percebessem a internet como uma ferramenta profissional, passando a criar estratégias para

esse mercado. Esse momento, Sampaio (2007) descreve como Web 1.0. Já a Web 2.0 não

apresenta uma mudança tecnológica, mas sim do foco da internet. Passou-se a notar a

necessidade de maior integração nos websites, oferecendo troca de conteúdos e interatividade.

Outra mudança ocorreu com o crescimento das redes sociais e do compartilhamento de

informações.

1 Expressão utilizada para descrever o comércio eletrônico via internet.

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43

Quanto a essas transformações da web que estão mais voltadas ao comportamento dos

usuários do que para as tecnologias, Gabriel (2010, p. 79) lembra que a O‟Reilly Media as

classificou em três ondas conhecidas como Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0. Definindo assim

que “a Web 1.0 é a web estática, onde as pessoas apenas navegam e consomem informações.

A Web 2.0 é a web da participação, onde as pessoas usam a web como plataforma para todo

tipo de interação: blogs, vídeos, fotos e redes sociais”. Mas ela explica que para entender a

Web 3.0, é preciso visualizar o cenário em que a web está inserida hoje, onde praticamente

qualquer coisa pode fazer parte dela e para atuar nesse meio torna-se necessário encontrar o

que é relevante , precisando de um novo processo de busca e organização da informação e

isso é a web semântica, ou Web 3.0. “Na web semântica, além da informação em si, o

contexto e as ligações referentes a essa informação permitirão encontrar um significado que

auxilie o uso da web”. (GABRIEL, 2001, p.79).

As mídias sociais também cresceram com a web e hoje representam uma eficaz

ferramenta de marketing digital. Portanto, a seguir seguem seus conceitos e definições.

2.4.2 Mídias Sociais

Para compreender as mídias sociais, é necessário diferenciá-las das redes sociais. Pois

possuem significados diferentes, mas são comumente confundidas.

Telles (2011, p. 19) afirma que “as mídias sociais são sites da internet construídos para

permitir a criação de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações em

diversos formatos”. Para ele, rede social é uma categoria da mídia social, pois é um “ambiente

cujo foco é reunir pessoas, os chamados membros, que, uma vez inscritos, podem expor seu

perfil com dados como fotos pessoais, textos, mensagens e vídeos, além de interagir com

outros membros, criando listas de amigos e comunidades”. (TELLES, 2011, p. 19).

Reforçando essa ideia, Gabriel (2010, p. 202) afirma que “as redes sociais relacionam-

se a pessoas conectadas em função de um interessem em comum”, já as “mídias sociais

associam-se a conteúdos (texto, imagem, vídeo etc.) gerados e compartilhados pelas pessoas

nas redes sociais”. Sendo assim, entende-se que o relacionamento ou conexão entre as pessoas

é chamado de rede social e o ambiente onde são publicados esses conteúdos, são as mídias

sociais, que podem ou não possibilitar esse relacionamento, ou criação de uma rede social.

Além das redes sociais, Telles (2011) traz como exemplos de mídias sociais:

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44

a) Sites de compartilhamento de vídeos;

b) Áudio ou podcasting;

c) Compartilhamento de fotos;

d) Microblogging;

e) Social games;

f) Media sharing (compartilhamento de apresentações);

g) Social bookmarking;

h) Agregadores.

Gabriel (2010, p. 203) afirma que cada mídia social “tem funcionalidades e

características específicas, entender essas funcionalidades e o perfil dos usuários que os

freqüentam é essencial para planejar qualquer ação de marketing”.

Para destacar a importância das mídias sociais, Telles (2011, p. 19) apresenta alguns

dados que “apontam a importância de se desenvolver uma estratégia para a captação e

utilização dessas poderosas redes”:

Aproximadamente 152 milhões: Número de blogs existentes na internet

(fonte Blog Pulse);

O Brasil é o 2º em usuários no Youtube, Gmail e Twitter. E o 1º em

usuários da rede social Orkut do Google e no comunicador instantâneo

MSN da Microsoft;

90 milhões: número de tweets no Twitter por dia, sendo que 25% deles

contêm links (Fonte: Techcrunch, setembro de 2010);

500 mil: número de aplicativos ativos no Facebook;

2 bilhões: média de vídeos exibidos no Youtube em um dia;

No Brasil, mais de 85% dos internautas participam de alguma mídia social.

Para entender como as empresas acompanharam a popularização das mídias sociais,

traçando estratégias para atingir seu público na internet, serão apresentados no item a seguir,

os conceitos e ferramentas de marketing digital.

2.5 MARKETING DIGITAL

Como o consumidor mudou com a tecnologia e a tecnologia, por sua vez, evoluiu com

o consumidor, percebeu-se a necessidade de trabalhar estratégias de marketing específicas

para as ferramentas e plataformas digitais, acompanhando o comportamento do público que

agora se torna ativo no meio digital.

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45

Para compreender melhor o conceito de marketing digital, Cobra e Brezzo (2010, p.

188), afirmam que “marketing digital é uma forma de marketing baseada no uso de meios

digitais para realizar comunicação direta, pessoal e que provoque uma reação no receptor.

Fundamentalmente utiliza meios baseados na Internet, na telefonia móvel e na televisão

digital.

Já Gabriel (2001, p. 104) lembra do conceito errôneo do marketing digital:

O termo marketing digital é usado como sendo o marketing que utiliza estratégias

com algum componente digital no marketing de mix – produto, preço, praça ou

promoção. No entanto, essa definição não é adequada por dois motivos:

1. privilegia um dos componentes da estratégia, no caso, o digital, em

detrimento dos outros, como impressos, eletrônicos etc;

2. apesar de o digital se difundir cada vez mais no dia a dia, a

eletricidade e energia de baterias são os principais fatores por detrás

não apenas das mídias digitais, mas das eletrônicas também – assim,

se temos marketing digital, teríamos de ter o marketing elétrico ou

eletrônico.

Vaz (2011, p. 298) explica que a base do marketing digital é “um processo circular

que se inicia no consumidor e termina no consumidor”. Esse processo ele denomina como 8

Ps do Marketing Digital. O primeiro P é a Pesquisa, pois para que a comunicação da marca

com o consumidor seja eficaz, é preciso conhecer muito bem seu público-alvo. Como na

internet o consumidor é mais ativo, pesquisando a expondo suas opiniões a respeito de

qualquer assunto nas mídias sociais e fóruns de sites. Assim é possível rastrear dados e

informações sobre o consumidor, a marca, a concorrência e tudo mais que puder alimentar o

segundo P, que é o Planejamento. Na etapa do Planejamento, as informações são interpretadas

para que seja realizado o desenvolvimento das estratégias que serão utilizadas nos demais Ps.

Estas estratégias são detalhadamente descritas em um documento que deve ser seguido até a

conclusão da ação planejada. Porém eventuais alterações e atualizações são comuns. O

terceiro P, de Produção, é a realização do projeto em si, que deve buscar as melhores práticas

para que a execução siga o que foi planejado no segundo P. O quarto P é a Publicação, que se

refere ao conteúdo que a marca oferecerá ao público para conquistá-lo. Ele abrange dois tipos

de conteúdo: o que é criado para sites e mídias sociais, visando atrair e transformar visitantes

em consumidores, com elementos persuasivos destinados ao relacionamento e o que a marca

estimula que o consumidor crie, como depoimentes, que geram maior credibilidade e taxa de

conversão. A Promoção, quinto P do marketing digital, é a comunicação direcionada aos

consumidores mais influentes, chamados de alfas, para que eles propaguem a mensagem. Na

internet, a promoção deve sempre estar assossiada à propagação, que é o sexto P. A

Propagação é a interação com a rede. Devem ser criadas técnicas para incentivar as pessoas a

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46

espalhar seu conteúdo pela internet, fazendo com que falem da marca de maneira positiva,

para que ganhe credibilidade através do boca a boca do ambiente digital. O sétimo P é a

Personalização, que está ligada à segmentação das ações na internet, desde as opções do site,

até o email marketing enviado pela empresa. Os usuários possuem hábitos e interesses

diferentes e a personalização proporciona o relacionamento do cliente com a marca. O oitavo

e último P diz respeito à Precisão, que é a mensuração de dados importantes para guiar as

estratégias de marketing. As mensurações são contínuas para garantir o direcionamento

adequado das ações digitais.

No marketing digital, as informações que a internet disponibiliza são fundamentais

para criar estratégias eficientes. Segundo Castro (2000, p. 3), a web “é a única mídia que

permite que o processo de vendas seja atendido do princípio ao fim”. Pois além de possibilitar

vendas e divulgação de produtos e serviços, possui total interatividade, permite pós-vendas e

tem abrangência global, ao contrário de mídias tradicionais como a televisão e o rádio.

O marketing digital também é aplicado às mídias sociais e é uma ótima forma de

aproximar o público da marca. Telles (2011, p. 20) afirma que:

o social media marketing relaciona-se bem de perto com o branding (esforço da

marca para atrair credibilidade, efeito memória e permanência junto ao mercado). A

integração e proximidade dos conceitos de branding e social media marketing já é

uma realidade, agora é o momento de acrescentar os elementos psicológicos, como a

personalidade e a alma da marca; o branding soul.

Sendo assim, as práticas de marketing digital tornaram-se cada vez mais frequentes e

reconhecidas, tanto pelo público quanto pelas empresas. Novas estratégias são criadas a cada

momento, juntamente com novas ferramentas e mídias sociais.

No capítulo a seguir, será abordado o tema de pesquisa, iniciando pela apresentação da

marca Pinterest, abordando dados de crescimentos e de usuários, para então realizar o estudo

dos cases selecionados para medir o potencial da rede como ferramenta de marketing digital.

Page 48: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

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3 ANÁLISE DOS DADOS

Para compreender a utilização do Pinterest como ferramenta de marketing digital, este

capítulo tem como objetivo abordar números e dados sobre o site, a história da marca, o perfil

dos usuários e exemplos de cases e atuação de marcas na plataforma, de forma a entender o

crescimento da rede acelerado da rede e analisar seu potencial como ferramenta de marketing

digital.

3.1 A MARCA PINTEREST

Conforme o portal Exame.com (2012b), o Pinterest foi criado pelo americano Ben

Silbermann, nos Estados Unidos. Silbermann é filho de médicos e iria cursar medicina na

universidade, mas mudou de ideia e virou consultor de negócios em Washington. Foi quando

começou a se interessar com as notícias e criatividade do Vale do Silício e foi trabalhar no

Google. Porém, como o Google é formado por engenheiros, sem uma faculdade de engenharia

ele acreditava que não teria chances de criar algum produto, o que impulsionou seu pedido de

demissão. Mesmo optando por deixar a empresa, Silbermann afirma que trabalhar no Google

foi uma expêriencia interessante: “Achei que o Google era o lugar mais legal. As pessoas lá

eram inteligentes e faziam coisas realmente interessantes. Tive sorte de poder participar, ainda

que de forma modesta”. Quando decidiu sair do Google, Silbermann ainda não tinha planos

profissionais, apenas desejava realizar algo que fosse grandioso. Ao juntar-se com Paul

Sciarra, um ex-colega de faculdade, fundou a Cold Brew Labs. Segundo informações do

CrunchBase (2012), a Cold Brew Labs foi fundada ainda em 2008, em Palo Alto, na

Califórnia, e conforme descrição do site oficial, realiza o desenvolvimento de aplicativos de

social commerce.

Sem grande sucesso com os aplicativos, a dupla começou a se inspirar em suas

próprias experiências para criar o Pinterest. Quando era criança, Silbermann adorava

colecionar objetos e isso tornou-se o objetivo principal da ferramenta: um espaço para

coleções de imagens, devidamente organizadas em categorias. Assim, segundo a Exame.com

(2012b), o Pinterest foi oficialmente lançado em março de 2010, conforme a ilustração a

seguir.

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Ilustração 11: Layout inicial do Pinterest

Fonte: Banyan Branch (2012)

O Pinterest é uma rede social com foco no visual, onde os usuários compartilham

imagens e vídeos de seu interesse. O nome vem das palavras em inglês pin (aflinete) e interest

(interesse), fazendo alusão a um mural, onde alfinetam-se itens de interesse pessoal (TERRA,

2012a). Conforme observado neste rede, para criar uma conta no site é preciso ser convidado

por um amigo, ou solicitar um convite na página principal do site. Dessa forma, ao cadastrar

seu email, um convite é enviado após alguns dias. Após criar o perfil na rede, o usuário

seleciona as categorias que mais o interessam para acompanhar as publicações e passa a

publicar também as imagens e vídeos de sua preferência. Estas publicações no site são

chamados de pins, organizados em quadros chamados boards. Os usuários podem criar o

nome e escolher uma categoria, entre as pré-determinadas pelo Pinterest, para cada uma de

suas boards. Isso facilita a navegação pelo site e a localização de conteúdos do interesse de

cada visitante. Os pins podem conter links que levam a sites externos, como blogs e outras

páginas. É possível fazer upload de um pin, adicionar o link de uma página da internet que

possui o pin que o usuário deseja publicar, ou ainda compartilhar os pins de outro usuário,

adicionando-o à sua board. No Pinterest, este compartilhamento é chamado de repin. Outro

mecanismo que tornar mais fácil a localização de conteúdos similares é a inclusão de

hashtags. Assim como no Twitter, ao inserir o caractere # no início de uma palavra, ela

adquire um link, que leva à busca de outros pins que também possuem esta hashtag. Outra

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semelhança com o Twitter, é que os usuários podem seguir e serem seguidos no Pinterest. A

diferença é a escolha de seguir todas as atualizações do usuário, ou apenas as boards que

forem de seu interesse. Também é possível comentar os pins e marcar com o botão “Like” o

que gostar, mas não quiser adicionar às boards.

Para quem deseja divulgar produtos à venda, o Pinterest possibilita que o usuário crie

uma faixa sobre o pin, com o preço do produto. Basta inserir na descrição do pin, o caractere

$ seguido do valor do produto, que aparecerá a faixa com o preço sobre a imagem. Esta opção

é tão utilizada que no menu principal da rede, existe a categoria “gifts” que possibilita a busca

de produtos por faixa de preço. O ponto negativo é que a única opção de moeda para

precificação dos produtos é o dólar, segundo observações realizadas.

O relacionamento entre os usuários também é estimulado com a possibilidade de criar

boards colaborativas. Elas funcionam como um grupo, onde outros usuários podem inserir

pins que tenham relação com o tema definido. Além disso, a rede possui integração com o

Facebook e Twitter, podendo compartilhar os pins nestas redes e fazer login no Pinterest

através da conta de usuário destas duas redes.

A navegação pelo Pinterest, permite que você escolha visualizar os pins publicados

por quem o usuário segue, os pins mais populares, os vídeos, os gifts e os últimos pins

publicados no site, que também podem ser visualizados separadamente, conforme cada

categoria.

De modo geral, cada usuário do Pinterest mantém uma espécie de mural categorizado,

com imagens e vídeos de seu interesse “alfinetados” em seu perfil, disponível para que outras

pessoas possam encontrar interesses em comum, se inspirar com as publicações e

compartilhar seus temas preferidos.

Em entrevista ao site TechCrunch, Silbermann (apud TERRA, 2012a) fala sobre o

conceito do Pinterest:

Na essência, o Pinterest é um site que conecta pessoas que são apaixonadas pelas

mesmas coisas. Da mesma forma que as pessoas que usam o Facebook estão felizes

em se conectar com amigos de quem gostam, as que usam o Pinterest estão

animadas para encontrar pessoas com gostos similares aos seus.

O forte apelo visual das imagens publicadas no site, a facilidade da navegação e esse

relacionamento com pessoas que possuem interesses semelhantes, podem ser algumas das

explicações para o crescimento acelerado da rede, conforme dados apresentados no item a

seguir.

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3.1.1 As dificuldades, o crescimento e as mudanças do Pinterest

Durante o primeiro ano, o site não correspondeu às expectativas de seus criadores.

Conforme o site Exame.com, nesse período o Pinterest conquistou apenas 10 mil usuários,

que raramente acessavam o site. Mas, segundo Silbermann (apud EXAME.COM, 2012b) o

constrangimento em assumir o insucesso inicial do site o levou a não desistir da ideia e criar

novas estratégias para alavancar os acessos e o número de usuários da rede. Dessa forma, os

fundadores contaram aproximadamente 200 amigos e 5 mil usuários, para falar sobre o site e

investigar as razões do fracasso e se dedicar a aprimorar o design e funcionamento do

Pinterest. A partir de então, com a chegada do novo sócio e designer Evan Sharp, conforme a

ilustração a seguir, o trio se dedicou a realizar melhorias no site e, a partir da metade de 2011,

os primeiros resultados começaram a ser percebidos. Mas foi no final deste mesmo ano que o

Pinterest alavancou e passou a crescer rapidamente.

Ilustração 12: Sócios do Pinterest – Paul Sciarra, Bem Silbermann e Evan Sharp

Fonte: Info Abril.com (2012a)

O site Exame.com (2012a) fala sobre os dados publicados pela Experian Hitwise, onde

mostram que a audiência do Pinterest foi multiplicada por quatro entre setembro e dezembro

de 2011.

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Conforme a ilustração a seguir, retirada do infográfico criado pela Lemon.ly,

publicado no Mashable (2012a), o Pinterest foi o site mais rápido da história em atingir a

marca de 10 milhões visitantes únicos mensais nos Estados Unidos.

Ilustração 13: Pinterest atinge marca de 10 milhões visitantes únicos

Fonte: Adaptado do Mashable (2012a).

Dados da pesquisa da ComScore, publicada pela Veja (2012), comprovam o

crescimento acelerado do Pinterest entre o final de 2011 e o início de 2012. Em julho de 2011

o site mantinha aproximadamente 600 mil usuários. Sete meses depois, em fevereiro de 2012,

a rede já havia alcançado a marca de 17,8 milhões. O Infographic Labs (2012) ilustra este

crescimento através do gráfico a seguir.

Ilustração 14: Breve história do Pinterest

Fonte: Adaptado do Infographic Labs (2012)

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Conforme publicação da Exame.com (2012a), um estudo da empresa norte-americana

Experian mostra o Pinterest como a 3ª rede social mais acessada nos Estados Unidos. Com

104 milhões de visitas durante o mês de março, a rede ultrapassou o LinkedIn, o Tagged e o

Google Plus, ficando logo atrás do Twitter e do Facebook:

Rede Social Acessos em março de 2012

1. Facebook: 7 bilhões

2. Twitter: 182 milhões

3. Pinterest: 104 milhões

4. LinkedIn: 86 milhões

5. Tagged: 72 milhões

6. Google+: 61 milhões

Ilustração 15: Redes Sociais mais acessadas em março de 2012

Fonte: Exame.com (2012a)

Quanto ao tráfego de referência para outros sites, o Pinterest revela-se como uma

eficiente ferramenta, conforme lembra a HubSpot (2012, p. 10, tradução nossa):

Em outubro de 2011, o site da revista Real Simple recebeu mais tráfego do

Pinterest que do Facebook.

A varejista Warbly Parker relatou que 11% do seu tráfego social vem do

Pinterest, contra 18% do Twitter.

Depois que a bloqueira Kate Bryan começou a publicar seu trabalho no Pinterest,

ela obteve mais de 10 milhões de page views e atraiu 16.000 assinantes no blog.

"Meu top 10 de URL‟s de tráfego de referência é todo do Pinterest", diz Kate.

Em janeiro de 2012, o Pinterest superou os números do Youtube, Google+ e LinkedIn

juntos, conforme informações do estudo do Shareholic, divulgado pela Exame.com (2012a).

Em dezembro o Pinterest representou 2,5% do tráfego gerado pelas redes sociais para outros

sites e em janeiro esse número subiu para 3,6%. O Youtube apresentou 1,05%, o Google+

0,22% e o LinkedIn 0,20%. Somando as três redes, o total de 1,47% ainda é bastante inferior

ao número alcançado pelo Pinterest.

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Ilustração 16: Tráfego de referência das Redes Sociais em Janeiro de 2012

Fonte: Adaptado do Infographic Labs (2012)

Já em fevereiro de 2012, o Pinterest superou também o Twitter. Conforme o relatório

mensal do Shareholic (2012), que mensurou não apenas o tráfego gerado pelas redes sociais,

mas sim por todas as fontes de tráfego, o Pinterest aparece 1,05%, já o Twitter, com 0,82%. A

ilustração a seguir mostra o ranking das fontes que mais geraram tráfego em fevereiro de 2012

e, para fins de comparação, os números gerados pelas mesmas fontes em janeiro de 2012. Os

dados do relatório têm origem de 200 mil sites que atigem mais de 270 milhões de visitantes

únicos por mês. Esta conquista do Pinterest surpreende ainda mais, pelo fato do Twitter ser

um dos principais canais de compartilhamento em tempo real de URLs encurtadas, conforme

lembra o Estadão (2012a).

Ilustração 17: Relatório de todas as fontes de tráfego de fevereiro

de 2012

Fonte: Shareholic (2012)

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Entre janeiro e março de 2012, o Pinterest duplicou o número de usuários únicos

diários, passando de 2 milhões para 4 milhões. É o que revela o relatório da empresa Tamba,

divulgado na Info Abril (2012b). Os dados também mostram que só no mês de março, 2,3

bilhões de páginas foram visualizadas no Pinterest. E que o site já é responsável por 17% das

vendas promovidas por meio das redes sociais, contra 82% do Facebook e 1% do Twitter. A

previsão da Tamba é que a participação do Pinterest salte para 40% até o final do semestre.

Parte desse sucesso pode estar relacionar à integração do site com o Facebook e

Twitter, que permite que o usuário acesse o Pinterest com sua conta destas redes sociais e

compartilhe suas imagens na timeline. Conforme informações do AppData, publicadas no site

Terra (2012a), 9 milhões, dos 10,4 milhões usuários do Pinterest, se conectam na rede através

do login do Facebook, sendo que 2 milhões acessam diariamente a rede social.

Acompanhando a evolução do site, em março de 2012 o Pinterest renovou o layout

dos perfis, segundo a matéria da Info Abril (2012c). Seguindo a tendência de design adotado

pela Timeline do Facebook e pelos novos perfis empresariais do Twitter, a nova estrutura do

perfil exibe as informações do usuário em uma espécie de cabeçalho. Ao lado o site dá

destaque à pessoas que o usuário já compartilhou conteúdo. Abaixo dessas informações,

aparecem o número de boards, de "pins" e de likes, um botão para visualizar as atividades do

usuário, o botão de seguir ou deixar de seguir e o número de pessoas que o usuário segue e de

seguidores que possui. Logo abaixo, estão as boards, que também foram atualizadas. Antes,

as miniaturas eram exibidas do mesmo tamanho. Agora, a board dá destaque para a última

imagem adicionada, que fica maior, na parte superior e na parte inferior ficam 4 miniaturas de

outros pins adicionados anteriormente.

Conforme publicação no Blog do Pinterest (2012a, tradução nossa), após estas

alterações no design dos perfis, muitos usuários enviaram mensagens com sugestões sobre as

funcionalidades do Pinterest e uma das mais pedidas foi a personalização das capas de cada

board, onde o usuário pudesse escolher o pin que deseja usar como capa. Assim, em abril de

2012, o Pinterest lançou essa nova opção, mostrando que o feedback dos usuários são ouvidos

pela marca.

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Ilustração 18 Novo layout dos perfis, lançado em abril de 2012

Fonte: Pinterest (2012a)

Ainda em abril de 2012, uma nova mudança foi anunciada. Porém não dizia respeito

ao site em si, mas sim sobre sua administração. Em uma nota publicada no Blog do Pinterest

(2012b, tradução nossa) Paul Sciarra anunciou a sua saída da empresa. Paul afirma ser uma

pessoa de sorte, por ter se dedicado, juntamente com Ben e Evan, a fundar essa empresa que

depois de erros e acertos, se tornou o Pinterest. Ele lembra que desempenharam vários papéis

para tornar a marca o grande sucesso que é hoje, mas que ao longo deste caminho, ele mudou

muito e após muitas reflexões com Ben e outros colegas, decidiu que era a hora certa para

deixar seu cargo na empresa. Que não seria mais um proprietário ou conselheiro da marca,

mas sim um usuário dedicado.

Como toda rede social que recebe destaque na mídia, o crescimento do Pinterest teve

um período de crescimento acelerado e depois passou a um ritmo menor. Conforme o Estadão

(2012b), os números divulgados pela ComScore mostram que em fevereiro o número de

novos usuários foi de 6 milhões. Já em março de 2012, a conquista de usuários foi de 1

milhão. Quanto ao número de usuários ativos, a AppData revelou que em 1º de março de

2012 eram 11,3 milhões e em 1º de abril totalizavam 11,15 milhões. Mas, na última semana

de abril, o site teve uma queda de de 25%, passando para 8,3 milhões usuários ativos.

Acredita-se que esta queda esteja relacionada aos usuários que foram atraídos pela mídia e

não pelas funcionalidades da rede social, perdendo o interesse pouco tempo depois de criar

seus perfis no site (ESTADÃO, 2012b).

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Este percentual de queda dos usuários ainda pode ser considerado baixo, pois segundo

Gabriel (2012, p. 298), “a retenção nos perfis de redes sociais é na ordem de 40%, tendo em

média 6-% de abandono”.

A seguir, serão abordados dados sobre dos usuários do Pinterest, a fim de conhecer

melhor o público que acessa a rede e a forma que a utiliza.

3.2 PERFIL DOS USUÁRIOS

Por ser uma rede ainda recente para os brasileiros, ainda não existem pesquisas sobre

os usuários do Pinterest no Brasil. Em outros países, os hábitos e cultura podem diferenciar o

perfil de utilização da rede pelos usuários, mas conforme o infográfico a seguir criado pela

agência Modea (2012, tradução nossa), com base em dados da ComScore, do Shareholic Blog

e do TechCrunch, é possível conhecer alguns pontos em comum entre os usuários gerais do

site.

Os dados revelam que os usuários do Pinterest passam mais tempo conectado na rede,

totalizando 15,8 minutos, contra 12,1 minutos dos usuários do Facebook e 3,3 minutos dos

usuário do Twitter. Outra informação importante é que 50% dos usuários possuem filhos e

68,2% são mulheres. Quanto à faixa etária, 27,4% dos usuários possuem de 25 a 34 anos,

22,1% possuem de 35 a 44, e 17,3% possuem de 18 a 24 anos. Cerca de 28% possuem renda

familiar anual superior a 100 mil dólares.

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Ilustração 19 Infográfico Very Pinteresting

Fonte: Modea.com (2012)

Já a RJ Metrics (2012, tradução nossa) realizou uma pesquisa para saber o quê as

pessoas estão publicando no Pinterest. Foram analisados quase 1 milhão de pins, que foram

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organizados em boards com cerca de 15.000 nomes diferentes, por aproximadamente 9.200

usuários. Os resultados mostram que as 10 categorias mais populares no Pinterest são:

a) Home (Casa), com 17.2%;

b) Arts and Crafts (Arte e artesanato), com 12.4%;

c) Style/Fashion (Estilo/Moda), com 11.7%;

d) Food (Comida), com 10.5%;

e) Inspiration/Education (Inspiração/Educação), com 9.0%;

f) Holidays/Seasonal (Férias/Datas sazonais), com 3.9%;

g) Humor (Humor), com 2.1%;

h) Products (Produtos), com 2.1%;

i) Travel (Viagem), com 1.9%;

j) Kids (Crianças), com 1.8%.

Na questão de compartilhamento de imagens, a categoria Food, ou comida, é a que

apresentou mais repins, conforme o gráfico a seguir.

Ilustração 20: Média de repins por categoria

Fonte: RJ Metrics (2012)

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Quanto ao número de likes recebidos, os pins que estão na categoria Products, ou

produtos, saíram na frente, conforme mostra a ilustração a seguir.

Ilustração 21: Média de likes por categorias

Fonte: RJ Metrics (2012)

Conforme Gabriel (2010), no meio digital o público não é apenas alvo, mas também

gerador de mídia. O consumidor atual é mais ativo e dinâmico e as redes sociais são formas

de midia que o público utiliza para disseminar seus sentimentos com as marcas, sejam

positivos ou negativos. Por isso a importância de conhecer melhor o que os usuários publicam

na rede.

Apesar da predominância feminina entre os usuários e os temas de publicações no

Pinterest, a rede também possui inspirações para o público masculino. A revista Papo de

Homem (2012) abordou o perfil de Mike D. que, segundo o Mashable (2012b), é o homem

com mais seguidores no Pinterest. Enquanto as mulheres criam boards de roupas, sapatos e

maquiagens, Mike D. criou uma board com um tema clássico masculino: barba. Intitulada

Beardspirations, a board reúne figuras masculinas com estilos de barbas volumosas, conforme

a ilustração a seguir.

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Ilustração 22: Beardspirations

Fonte: Papo de Homem (2012)

Outra board inusitada criada por Mike D. é a Sustenance. Em contrapartida às

imagens de cupcakes e biscoitos decorados, Mike publicou fotos de hambúrgueres, churrascos

e outras pratos em uma versão exagerada, tanto no tamanho quanto à quantidade de gordura

(PAPO DE HOMEM, 2012).

Exageros à parte, há espaço para o público masculino no Pinterest. O próprio perfil de

Mike D. também apresenta pins de roupas, calçados e acessórios masculinos, além de

arquitetura, fotografia, design, bebidas, animais e outras categorias que inspiram ambos os

sexos.

No próximo item, serão apresentados dados de pesquisa sobre a relação do Pinterest

com o comportamento do consumidor, para compreender até que ponto a exposição dos

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produtos na rede leva o usuário aos sites de vendas, influenciando, muitas vezes, a sua decisão

de compra.

3.2.1 Influência de compra do Pinterest

Além de gerar números expressivos de tráfego de referência para outros sites,

conforme abordado anteriormente, o Pinterest também influencia usuários a comprar produtos

publicados na rede.

A pesquisa feita pelo PriceGrabber, publicada no Exame.com (2012c), reuniu 4.851

consumidores online dos Estados Unidos, entre os dias 13 e 26 de março de 2012. Os

resultados apontam que 21% dos internautas norte-americanos já compraram um produto

visto nos pins da rede. Entre os produtos mais comprados dessa forma, estão as categorias:

a) Cozinha e alimentos, com 33%;

b) Moda e vestuário, com 32%;

c) Casa e decoração, com 30%;

d) Artes, com 26%.

A pesquisa ainda mostrou que 37% dos usuários que participaram da pesquisa se

conectam no Pinterest mais de uma vez por semana, sendo que 10% deles acessam o site mais

de uma vez por dia.

Uma rede que já influencia a decisão de compra do consumidor, também possui

verdadeiros ativistas da marca, conforme o item seguinte.

3.2.2 Fãs do Pinterest

Muitos ainda não conhecem o Pinterest. Outros possuem dúvidas sobre sua utilidade.

Há ainda aqueles que não gostam e se recusam a dar uma chance para conhecer um pouco

mais sobre a rede. Mas, mesmo sendo um site ainda recente, o site já possui verdadeiros

militantes da marca.

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O Flowtown (2012, tradução nossa) criou um infográfico mostrando porque o

Pinterest é tão viciante, com base em dados publicados pelo Mashable, Fast Company,

Marketing without a net, Design Modo, Compete e ComScore.

Ilustração 23: Porque o Pinterest é tão viciante

Fonte: Adaptado de Flowtown (2012)

Um dos pontos fortes apontado foi a simplicidade do design, que permite navegar no

site sem esforço. Os botões ocultos, que só aparecem ao passar o mouse na imagem, também

ajudam a manter o layout mais clean, dando maior destaque às imagens publicadas pelos

usuários. Colecionar imagens da internet também se torna um vício e, assim como outras

redes sociais, o Pinterest depende dos usuários para gerar conteúdo. Quanto mais conteúdo os

usuários geram, mais frequente são os retornos ao site, para conferir novas inspirações. Outro

ponto observado pelo infográfico, é que muitos usuários já estavam cansados das demais

redes sociais, que acabaram tornando-se repetitivas, com publicações sempre similares, sobre

coisas e lugares frequentados por seus amigos. O Pinterest chegou com uma nova proposta,

onde o usuário pode publicar sonhos, desejos e inspirações, independente delas já terem se

tornado realidade. A ideia é fugir do comum e aproveitar para reunir seus intereses na

internet.

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Com tamanho crescimento e usuários assíduos, o Pinterest passou a ser analisado pelas

empresas de uma forma diferente. A seguir, apresenta-se a análise da atuação de marcas

mundiais no site, a fim de melhor compreender como a ferramenta pode ser utilizada nas

estratégias de marketing digital.

3.3 ATUAÇÃO DAS MARCAS NO PINTEREST

Com o número de usuários crescendo rapidamente, conforme apresentado

anteriormente, o Pinterest passou a chamar a atenção das marcas. Por ser uma rede social que

reúne interesses pessoais dos usuários, é possível compreender melhor os objetivos de

público, através do conteúdo por ele publicado. As informações estão disponíveis em seus

perfis, prontas para serem incluídas nos planejamentos de atuação digital das marcas, a fim de

aperfeiçoar as estratégias criadas, através de dados precisos sobre o público-alvo.

Saber aproveitar as informações sobre o conteúdo que o público quer é fundamental

para as marcas utilizarem a ferramenta de forma eficiente. Algumas marcas já chamaram a

atenção por sua atuação na rede, como a Kotex, a Honda, a Revista Real Simple, a agência

Holler e a Gilt Kids. Os cases criados por estas marcas foram selecionados para este trabalho

por cumprir o papel de demonstrar o potencial do Pinterest para complementar os planos de

marketing digital, através da criação de ações promocionais, geraração de tráfego de

referência para o site, criação de modelos inovadores de comunicação e engajamento dos

consumidores para alavancar as vendas no comércio eletrônico.

A seguir, serão analisados os cases acima citados, a fim de compreender as possíveis

formas de utilização da rede.

3.3.1 Kotex

A Kotex é uma marca de absorventes íntimos da Kimberly Clark, empresa com mais

de 140 anos de mercado, que distribui seus produtos para mais de 175 países (KIMBERLY

CLARK, 2012). Em seu site oficial, a marca conta que durante a Primeira Guerra Mundial, a

escassez de algodão levou a Kimberly Clark a avaliar o cellucotton como potencial substituto

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do material, no tratamento de feridas de guerra. Os testes revelaram que este material era até 5

vezes mais absorvente que o algodão e quando produzido em massa, poderia custar a metade

do valor. Assim, após a entrada dos Estados Unidos na guerra, a Kimberly Clark produzia o

material para fins cirúrgicos. Mas, após o fim da guerra, foi preciso avaliar uma nova

utilização do cellucotton. Foi então que descobriram que durante a guerra, as enfermeiras da

Cruz Vermelha o utilizavam como absorventes higiênicos durante a menstruação. Depois de

dois anos de estudos e testes, a Kimberly Clark lançou, em outubro de 1920, seus primeiros

absorventes íntimos, chamado Kotex, referindo-se à “cotton texture”, expressão inglesa que

significa “textura do algodão”. Após o lançamento da marca, foi preciso quebrar as barreiras

das publicações sobre menstruação. Os anúncios foram recusados em muitos veículos, até que

o Ladies Home Journal aceitou publicar a peça, após algumas adaptações. Com tanta

polêmica que foi gerada sobre a marca, muitas lojas recusaram vender o produto e as vendas

eram ainda muito baixas. Porém, os líderes da Kimberly Clark não desistiram e continuaram a

investir na evolução dos produtos e em campanhas publicitárias inovadoras, que com o

tempo, foram capazes de romper os preconceitos da sociedade e transformaram a marca em

um grande sucesso (KIMBERLY CLARK, 2012).

A comunicação diferenciada da marca se mantém inovadora até os dias atuais. Agora,

com as possibilidades oferecidas pela internet, a Kotex buscou informações no Pinterest para

criar uma ação promocional inovadora.

A campanha intitulada “Woman‟s Inspiration Day”, criado pela agência israelense

Smoyz, visava comemorar o dia das mulheres e estreitar o relacionamento da marca com seu

público. O objetivo era mostrar a mulher como única e por isso a marca criou presentes

persnalizados para suas clientes. A questão principal é como foi realizado esse processo. A

agência Smoyz precisava pesquisar sobre o público para criar os presentes personalizados, e é

aí que entra o Pinterest. Como um site onde as pessoas publicam tudo que as interessa, a

agência selecionou as 50 mulheres locais mais influentes e analisou suas boards para

descobrir que objetos poderiam escolher para montar os kits personalizados, que também

continham produtos Kotex, conforme a ilustração a seguir (PSFK, 2012).

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Ilustração 24: Kit personalizado Kotex

Fonte: Youtube (2012)

A partir daí, o sucesso da campanha se deu pela reação das presenteadas, que

publicaram fotos e mensagens não só no Pinterest, mas também no Facebook, Twitter e

Instagram, recebendo milhares de comentários e gerando buzz sobre a marca.

Os 50 kits enviados resultaram em 2.284 interações e 694.853 impressões (PSFK,

2012). O diretor da agência Smoyz, Yael Linen-Zuchman, declarou (apud PSFK, 2012):

“Tivemos um efeito cascata e mulheres que não estavam envolvidas na campanha publicaram

em seus perfis como „O que é este negócio com os presentes da Kotex, eu posso ter um

também?‟ O objetivo era que as mulheres falassem sobre a marca e a experiência e

funcionou”. Para disseminar a mensagem que a marca queria passar com a ação, de que cada

mulher é única, como sua personalidade, modo de vida e estilo, agência preparou um vídeo

sobre a ideia da campanha e os resultados de impressões. Por cumprir com sucesso os

objetivos da ação e pelo pioneirismo em planejar uma campanha publicitária baseada em

informações adquiridas no Pinterest, a marca ganhou visibilidade e foi destaque nas mídias

online ao redor do mundo. O mais curioso, é que mesmo com esta ação, a Kotex em Israel,

ainda não possui um perfil no Pinterest. O único perfil existente na rede relacionado à marca

está identificado como Kotex Natural Balance, apresentando poucos pins e não faz nenhuma

referência à campanha criada em Israel. Caso a agência Smoyz tivesse criado um perfil na

rede, com as fotos que as presenteadas publicaram, a viralização da ação poderia ser ainda

maior.

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Apesar disso, a campanha da Kotex é um exemplo de como aproveitar as

características do Pinterest para conhecer melhor o público das marcas e planejar este

relacionamento. Conforme visto na revisão de literatura, este é um exemplo de ação que

mostra como é fundamental o primeiro “p” do marketing digital, que é a Pesquisa (VAZ,

2011). Pois a Kotex pesquisou a fundo suas consumidoras para a realização da campanha.

Com as informações obtidas através desta etapa, é posível visualizar se a ideia inicial da

campanha é efetiva ou se deve ter adaptações, pois a pesquisa indicará para onde direcionar os

esforços. Dessa forma, a marca aproveitou as informações sobre os interesses de seu público,

através dos pins publicados, e criou presentes personalizados de acordo com as informações

descobertas na pesquisa. Caso esta ação fosse realizada com base nas informações publicadas

no Facebook, a marca teria um pouco mais de dificuldade para realizar esta pesquisa, devido

às questões de privacidade. Para ter acesso às informações dos usuários nesta rede, é

necessário solicitar permissão, por meio de aplicativos e ferramentas desenvolvidas na

plataforma. Além disso, o conteúdo publicado pelos usuários do Facebook não se refere

necessariamente aos interesses pessoais, ao contrário das publicações no Pinterest.

O 5º “p” do marketing digital apontado por Vaz (2011), que também está nítido nessa

campanha, é a Promoção. Ao comunicar-se diretamente com membros alfas do público em

questão, a marca garante que a comunicação fosse propagada para os demais. Assim fez a

Kotex, que selecionou 50 mulheres influentes na rede para que, ao publicar sobre os presentes

recebidos, pudessem alcançar um público ainda maior e transmitir a mensagem de maneira

ainda mais positiva, já que as opiniões das presenteadas são melhores aceitas pelo público

geral, por serem mais pessoais.

Uma ação como esta, que envolve criatividade, relacionamento com o público e

inovação, por utilizar uma plataforma ainda pouco explorada pelas marcas, como é o

Pinterest, resultou em um case de sucesso, que serve como exemplo para outras marcas que

ainda não acreditavam no potencial da rede como ferramenta de marketing digital.

A seguir, a análise do case da Honda mostra outro exemplo de ação envolvendo a rede

social Pinterest para gerar engajamento do consumidor e atrair a atenção do público para o

novo produto da marca.

3.3.2 Honda

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Soichiro Honda criou a Honda Technical Research Institute em outubro de 1946, na

cidade de Hamamatsu, no Japão, para produzir pequenos motores de moto e em 1948 surgiu a

Honda Motor Company. Nos Estados Unidos, a primeira loja Honda foi inaugurada em 1959,

na cidade de Los Angeles, com apenas 6 funcionários. Atualmente, a Honda americana

emprega diretamente cerca de 25.000 pessoas (HONDA, 2012).

Conforme o Advertising Age (2012, tradução nossa), alguns concorrentes da Honda,

como a Peugeot, Volkswagen e Subaru, já haviam criado seus perfis no Pinterest. Então, para

inovar suas ações na internet e estrear seu perfil na rede social, a agência RPA criou para a

Honda norte-americana uma ação no Pinterest divulgando o lançamento do novo CR-V.

Intitulada “Pintermission”, a ação visava atrair os chamados nativos digitais, que são jovens

que cresceram envolvidos com a tecnologia e hoje passam boa parte do seu tempo na internet.

Dessa forma, para engajar os usuários mais assíduos do Pinterest, a marca convidou cinco

usuários e ofereceu a eles 500 dólares para que ficassem 24 horas sem utilizar a rede social e

fossem vivenciar as imagens que costumam publicar e compartilhar. A ilustração a seguir

mostra os cinco convites enviados aos usuários. Eles apresentam o mesmo conteúdo, porém

em layouts diferentes, de acordo com o destinatário da mensagem.

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Ilustração 25: Pintermission

Fonte: Adaptado do Pinterest (2012b)

Os usuários que aceitaram o desafio receberam a quantia na mesma hora e criaram

uma board na rede com as fotos que das atividades que fizeram nesse dia. Dois dos usuários

convidados planejaram viajar com o valor recebido na ação, um deles escolheu como destino

a cidade de Londres e outro optou em ir para o Havaí, conforme publicação do Advertising

Age (2012, tradução nossa).

Lauren Ebner (apud ADVERTISING AGE, 2012, tradução nossa), gerente de mídia

social da Honda nos Estados Unidos, afirmou que "o carro é definitivamente voltado para

mulheres", assim como os itens e categorias de maior destaque no Pinterest. Ela também

afirmou que a ação foi uma forma diferente e criativa de usar um meio visual para promover

os os carros da marca e que o objetivo da Honda é direcionar as pessoas para o site, já que a

maioria dos pins publicados no perfil da Honda no Pinterest possui link para o site oficial,

onde os usuários podem encontrar mais informações sobre os carros.

Assim como a ação da Kotex, a Honda focou em usuários-chave para desenvolver sua

ação e atingir o público de uma forma diferente. Porém, outra característica do Pinterest, a

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principal delas, na verdade, foi destacada: a publicação de imagens inspiradoras. Ao oferecer

a quantia em dinheiro para os participantes, a Honda possibilitou que os usuários pudessem

realizar uma viagem. Os registros desses momentos tornaram-se ainda mais fortes pelo apelo

emocional que a experiência da viagem proporcionou.

Conforme dados da ferramenta de análise PinReach (2012a), que podem ser

visualizados na ilustração a seguir, a board mais popular do perfil da Honda é a

“Pintermission”, criada por uma das participantes da ação, Jennifer Chong. Com apenas 7

pins sobre os locais que Jennifer visitou durante a ação, a board conquistou 518.074

seguidores e mais de 1200 repins. Quando comparada ao perfil da Honda, que possui 478

seguidores, podemos perceber a grande influência da mídia gerada pelo público.

Comprovando assim a eficiência da ação criada pela Honda, na questão buzz e visibilidade.

Ilustração 26: Dados da board Pintermission da Honda

Fonte: Adaptado do PinReach (2012a)

Em contrapartida, a marca deixou a impressão de ter feito uma crítica ao Pinterest, ao

mesmo tempo que realizou uma ação focada na rede. Pois o convite da ação fala que os

usuários deveriam sair do Pinterest e buscar na vida real aquilo que gostam.

Contradições à parte, a Honda conseguiu mostrar como aproveitar as funcionalidades

do Pinterest em mais uma campanha digital. A seguir será analisado o case da Real Simple,

que despertou a atenção das marcas quando anunciou o potencial da ferramenta ao gerar

tráfego de referência para o site oficial da revista.

3.3.3 Revista Real Simple

Conforme seu site oficial, a revista Real Simple foi lançada em março de 2000 pela

maior editora dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de conteúdo do mundo, a

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Time Inc, que faz parte da companhia Time Warner. Com o objetivo de tornar mais fácil a

vida a muitas mulheres, rapidamente a revista atraiu a atenção do seu público, tornando-se

uma das maiores histórias de sucesso do segmento, atingindo atualmente a marca de 8,6

milhões de leitores mensais (REALSIMPLE.COM, 2012).

A Real Simple ampliou seu negócio para outras plataformas, como livros de receitas,

edições especiais, produtos e uma coluna em um jornal, conforme descrito em seu site

Realsimple.com (2012). O site também traz ideias criativas e informações relevantes para o

público, integrando o modelo de conteúdo da revista com a facilidade e interatividade que a

internet oferece. A ideia da marca é que seu público possa aprender praticamente tudo e

encontre rapidamente o que procura em seu site. Desde assistir o passo-a-passo de um

penteado, até preparar uma bebida ou customizar uma roupa. O site também disponibiliza

listas interativas para ajudar o organizar e planejar eventos e envia emails com notícias, dicas

e muitos outros conteúdos para quem se cadastrar. Para aumentar a visibilidade da marca, a

Real Simple também está presente em redes sociais como o Facebook, Twitter e Pinterest e

oferece uma versão da revista para tablets e um aplicativo mobile.

O perfil da Real Simple no Pinterest está em constante atualização e em maio de 2012,

já concentra mais de 2600 pins, organizados em 59 boards. Para que a rede possa gerar um

alto tráfego de referência, todo o conteúdo lá publicado leva diretamente ao site oficial da

marca. De imagens de gastronomia a produtos, decoração e datas comemorativas, o perfil

reúne uma grande variedade de assuntos diferenciados, de interesse do público feminino.

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Ilustração 27: Página da Real Simple no Pinterest

Fonte: Pinterest (2012c)

A gerente geral da área digital da Real Simple, Shannon King, declarou que o Pinterest

superou o tráfego de referência gerado pelo Facebook, em outubro de 2011 (apud AD AGE,

2012). Conforme a Ad Age (2012), ela também destacou a importância da ferramenta nas

estratégias de mídias sociais, por falar diretamente com a audiência da marca. King ainda

revelou que a marca deseja integrar ainda mais a rede ao site. Os botões “pin it” já foram

incorporados às publicações e ao visitar as páginas, pode-se constatar que muitos conteúdos

apresentam maior número de compartilhamento no Pinterest que as demais redes, como

Twitter, Facebook e Google+.

Em março de 2012, a Real Simple já estava entre as três marcas mais seguidas no

Pinterest (INFO ABRIL, 2012d). Já em maio de 2012, a revista quase atingiu a marca de 100

mil seguidores (PINTEREST, 2012).

Conforme a Meio&Mensagem (2012), a declaração de Shannon King deixou claro o

potencial da rede em gerar números positivos de tráfego de referência. Os números das

pesquisas apresentadas anteriormente reforçam essa declaração e indicam que "qualquer

negócio que dependa de um alto volume de tráfego no site para aumentar as vendas, deve

considerar utilizar o Pinterest”. (HUBSPOT, 2012, p. 10, tradução nossa).

A atuação da Real Simple é um exemplo simples e eficiente para gerar acessos ao site

e pode ser adotada por qualquer marca que possua conteúdo relevante. A seguir, é

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apresentado o case da agência Holler, que se tornou conhecida mundialmente por migrar seu

site institucional para o Pinterest, revelando mais uma possibilidade de utilização do site.

3.3.4 Agência Holler

A Holler é uma agência digital com escritórios em Sydney, na Austrália, e Londres,

Inglaterra. É mais conhecida por seus trabalhos no meio online, mas também realiza

trabalhos no meio offline (HOLLER, 2012). Na Austrália, a agência cria projetos interativos

para algumas das maiores marcas do país. Os serviços prestados envolvem a criação de

campanhas, websites, aplicativos, gerenciamento de mídias sociais e ecommerce

(PINTEREST, 2012). Entre seus trabalhos de maior destaque, está o aplicativo Heineken

Rugby Clubhouse, criado para a marca de cerveja Heineken, na Austrália. O aplicativo, que

permitia aos usuários vivenciar as emoções da Rugby World Cup 2011, teve mais de 50 mil

downloads em oito semanas e proporcionou uma aumento de 52% nas vendas da Heineken na

Australia (CARGO COLLECTIVE, 2012). Com este projeto, a Holler conquistou o prêmio de

bronze no prêmio AWARDS 2011, na categoria apps (AWARDS ONLINE, 2012).

Em abril de 2012, a Holler ganhou visibilidade mundial por sua utilização diferenciada

do Pinterest. Indo além das tradicionais funções da rede, a agência transformou seu perfil em

um site institucional. Ao acessar o endereço de seu site oficial www.hollersydney.com.au a

página é redirecionada ao perfil da marca no Pinterest. Informações sobre a agência, seus

clientes, serviços, trabalhos realizados, notícias e fotos da equipe e do escritório foram

publicadas em boards organizadas como páginas de um site tradicional, conforme a ilustração

abaixo.

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Ilustração 28: Perfil da agência Holler no Pinterest

Fonte: Pinterest (2012d)

A marca recebeu comentários positivos e negativos em seu perfil no Pinterest e em

diversos sites e blogs ao redor do mundo, que publicaram a notícia do primeiro site

institucional dentro da rede. A visibilidade gerada para a marca é indiscutível. Em questão de

interatividade e viralização a agência acertou. Se as imagens criadas como páginas do site

cumprirem seu papel visual, que é o principal objetivo do Pinterest, os compartilhamentos e

comentários estão garantidos. Porém, essa opção se torna limitada quanto à programação da

página. um site oficial tem como objetivo passar o conceito da marca, seja na questão visual,

interativa ou de conteúdo. É possível criar links, botões e funções diferenciadas para

surpreender os visitantes, questões que se perdem ao migrar o site para o Pinterest. Além

disso, a nevagação pode se tornar cansativa, uma vez que a rede não possibilita uma ligação

entre pins, o que acaba prejudicando a arquitetura da informação que é cuidadosamente

planejada em um site convencional.

Como em um de seus pins, a agência revela que essa medida é temporária, pois

estariam apenas aguardando o novo site ser finalizado (PINTEREST 2012d), as limitações

acima citadas não seriam grande problema. Pois, olocar as informações principais sobre a

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agência em outro local e direcionar o endereço do site para lá é melhor que ficar sem site por

algum tempo, enquanto o novo layout é criado. Melhor ainda quando esse local onde as

informações foram publicadas está em ascensão e gera grande visibilidade para a marca.

O caso da Holler pode ser considerado um exemplo prático da afirmação de Vaz

(2011, p. 281):

Uma informação isolada é apenas uma ilha sem sem nenhum aeroporto ou nenhuma

estrada de ligação. Condenada ao esquecimento. Não faz parte da rede. O

compartilhamento de informações faz com que ela se integra à internet e se fortaleça

em função da rede ao mesmo tempo em que fortalece a própria rede.

Ao optar por colocar suas informações no Pinterest, a Holler permitiu que outras

pessoas percebessem a sua marca e a forma diferenciada que se comunica. Caso inserisse

apenas um aviso na página de aguarde do site em manutenção, seria apenas uma informação

avulsa, que causaria até frustração em que visitasse a página para saber mais sobre a agência.

Dessa forma, a Holler conseguiu gerar buzz em todo o mundo pelo pioneirismo e mostrou que

até mesmo a partir de situações em que parecia não haver relação com uma rede social

voltada ao compartilhamento de imagens, é possível ousar na criatividade e contar com o

potencial de um site em destaque como o Pinterest.

O próximo case analisa a utilização do Pinterest como ferramenta para alavancar as

venas no comércio eletrônico da empresa norte-americana Gilt.

3.3.5 Gilt

O Grupo Gilt surgiu em 2007, em Nova Iorque, quando Kevin Ryan observou uma

oportunidade de mercado na área de comércio eletrônico nos Estados Unidos. A empresa foi

criada para oferecer uma nova experiência no modelo de vendas online, voltado inicialmente

para roupas e acessórios femininos. Kevin se juntou a outros quatro sócios, trabalhando

assiduamente para garantir que todos os clientes recebessem um serviço diferenciado, desde o

acesso à loja virtual, até a entrega do produto. Atualmente, a loja virtual Gilt expandiu seus

negócios e possui linhas de produtos infantis, roupas e acessórios masculinos, produtos de

decoração, viagens, alimentos e vinhos artesanais e serviços locais. Além disso, também

lançou um dos principais sites de vendas no Japão (GILT, 2012, tradução nossa).

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Conforme visto anteriormente, além de gerar tráfego de referência para as lojas

virtuais e influenciar a decisão de compra dos produtos postados na rede, o Pinterest também

oferece funcionalidades diferenciadas das demais redes sociais para quem deseja divulgar

seus produtos, como a tarja de preço, a busca por gifts e os links nas imagens que podem

encaminhar o usuário para a loja virtual. Além disso, o botão pint it que permite que os

usuários compartilhem o conteúdo do site na rede social, ajuda a gerar tráfego para a página.

Porém, a Gilt decidiu ir além na integração do Pinterest com seu site, criando o botão Pin it to

Unlock., que significa compartilhar para desbloquear. Esse recurso permite que o consumidor

desbloqueie uma oferta especial da Gilt Kids, linha infantil da marca, através do

compartilhamento do conteúdo no Pinterest. Quando a imagem do produto no site fosse

publicada 50 vezes no Pinterest, o link do pin levaria a uma página escondida no site da Gilt,

onde o público poderia comprar o item com descontos de até 77% do valor original. Esta ação

foi criada exclusivamente para o Pinterest, a fim de estimular a interação dos usuários com o

produto na rede social (TECH CRUNCH, 2012, tradução nossa). A ilustração a seguir mostra

como a imagem atraia a atenção do público na rede.

Ilustração 29: Pin it to Unlock

Fonte: TECH CRUNCH (2012)

A Gerente Geral da Gilts Kids declarou o que a marca pensa a respeito do Pinterest

(apud TECH CRUNCH, 2012, tradução nossa):

Page 77: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

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Somos grandes fãs do Pinterest. Nós pensamos que é o futuro. É uma maneira nova

e excitante para oferecer uma promoção. Sabemos que nossas mães estão bastante

engajadas lá e por isso é uma ótima maneira de interagir com elas. Nós pensamos

que este é apenas o começo de infinitas possibilidades que o Pinterest oferece.

Conforme Kotler (apud GABRIEL, 2012), as marcas ainda não possuem respostas

mágicas sobre como utilizar as redes sociais como ferramenta de marketing, pois é um meio

onde o relacionamento é mais influente que os comerciais e, por isso, são criadas campanhas

para estimular o diálogo da marca com seus consumidores.

Sendo assim, além de estimular o relacionamento, a ação da Gilt Kids incentiva que o

consumidor seja a mídia da marca. Pois ao compartilhar a imagem em seus perfis pessoais, os

seguidores do usuário passam a conhecer o conteúdo e, se for de seu interesse, ele também irá

compartilhar para usufruir dos benefícios da promoção. A mecânica de troca de

compartilhamento por descontos e prêmios também é utilizada em ações realizadas em outras

redes sociais, como o Twitter e o Facebook. O diferencial dessa ação realizada no Pinterest é

que a imagem é que leva ao link do site e nas outras redes, é o link carrega a imagem. Com o

foco na imagem é mais fácil atrair a atenção do público e levá-lo a clicar para seguir o link

que leva ao site, que apresente maiores informações.

Outra vantagem é que por não ser uma rede real time, onde as publicações são em

tempo real, como o Twitter e Facebook, o item compartilhado no Pinterest se torna visível por

mais tempo, já que permanece organizado e fixado em uma board do usuário, que pode ser

frequentemente visualizada por outras pessoas. Já nas demais redes, dependendo do volume

de postagens do usuário, o tempo de exposição do conteúdo compartilhado torna-se bem

menor e a localização em seu perfil, muito mais difícil.

Para atuar de forma eficiente no Pinterest, além de realizar ações criativas como estas

apresentadas, é preciso mensurar resultados e aproveitar ferramentas que ofereçam

possibilidades diferenciadas de utilização da rede. Por isso, no item seguinte, serão abordadas

algumas ferramentas que agem de forma integrada ao Pinterest.

3.4 FERRAMENTAS

Algumas ferramentas podem tornar a experiência das marcas no Pinterest ainda mais

positiva. Analisar resultados, medir a influência, integrar o Pinterest aos emails e ao site,

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diferenciar a apresentação das boards e até mesmo transformar o Facebook em um mural de

imagens, são as possibilidades apresentadas pelas ferramentas que serão abordadas a seguir.

3.4.1 PinReach

O PinReach foi criado por Chris Fay e Schimpfoessl Daniel, em fevereiro de 2012. A

ferramenta tem como objetivo possibilitar a realização de análises sobre perfis do Pinterest e

suas atividades no site, ajudando usuários e marcas a otimizarem sua atuação na rede.

Conforme informado no site oficial, desde o seu lançamento, a equipe do PinReach tem

reunido feedback de usuários e marcas, para aprimorar a plataforma e torná-la o melhor

recurso para análise de influência e métricas no Pinterest (PINREACH, 2012b, tradução

nossa).

Ao cadastrar um email e o nome de usuário do Pinterest que deseja analisar, o

PinReach organiza as informações sobre a conta do usuário. Conforme a ilustração seguinte,

na barra fixa da lateral direita são listados os número de pins, repins, pins que o usuário

curtiu, pins curtidos por outros usuários, seguidores, seguidos, comentários, boards

individuais e boards colaborativas. Na parte superior da página é exibido a pontuação do

perfil, conforme julgamento da análise da ferramenta.

Ilustração 30: Tela analytics do PinReach

Fonte: PinReach (2012c)

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As demais informações são exibidas quatro abas, localizadas na parte superior da tela,

logo abaixo do menu de navegação do site. A primeira aba, chamada Analytics, exibe o

histórico de pontuação no PinReach, os pins e boards mais populares e as mudanças desde a

última atualização na página. Estas informações são exibidas a partir do primeiro dia de

cadastro no PinReach. Na aba Boards, são listados os números de repins, seguidores, pins,

pins curtidos por outros usuários e comentários de cada board criada pelo dono do perfil.

Assim é mais fácil analisar quais temas têm maior destaque em seu perfil. Na aba Pins, a

ferramenta destaca os pins mais populares do perfil analisado, conforme números de repins. A

última aba, intitulada Seguidores Influentes, exibe a lista de seguidores do perfil em questão,

que somam mais pontos por sua utilização no Pinterest, conforme análise do PinReach.

Uma questão interessante é a possibilidade de analisar qualquer perfil do Pinterest.

Cada email cadastrado no site analisa apenas um perfil, então caso o usuário queira analisar o

perfil de um concorrente, por exemplo, deve cadastrar outro email no Pinreach e informar o

nome de usuário desse concorrente no Pinterest.

Comparado a outras ferramentas de análise e mensuração em rede sociais, o PinReach

ainda tem muito a melhorar. Informações sobre o alcance dos pins, número de impressões,

menções, visualizações do perfil e das boards e a quantidade de cliques nos pins também são

dados importantes para a melhor percepção da exposição da marca na rede. Mas, para uma

ferramenta tão recente, já que atualmente possui apenas 3 meses, o PinReach já mostrou ter

grande potencial de crescimento e pode ser considerado uma ferramenta fundamental para as

marcas que desejam atuar no Pinterest.

Outra ferramenta que atua de forma semelhante ao PinReach é a PinPuff, que será

analisada a seguir.

3.4.2 Pinpuff

A Pinpuff é uma ferramenta que mensura a influência dos usuários do Pinterest com

precisão, informando o alcance e viralização na rede, com uma plataforma de fácil utilização.

O objetivo exposto pela ferramente é auxiliar os usuários a monitorar suas atividades no

Pinterst e sugerir dicas de otimização dos resultados. Dessa forma, seria mais fácil criar,

gerenciar e analisar promoções e ações de marketing que envolvam usuários influentes na

rede (PINPUFF, 2012a, tradução nossa).

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A partir dessa definição, a compreensão que se tem é que o Pinpuff ofereceria algumas

das informações importantes, citadas anteriormente como ausentes no PinReach. Porém, ao

acessar a ferramenta, conforme pode ser analisado na ilustração seguinte, as informações

encontradas pelo usuários são apenas pontuações e comentários sobre influência, alcance,

atividades, viralização e os valores dos pins e tráfego de referência, sem exibir números reais

sobre cada item. Uma pontuação “x” não possibilita uma interpretação precisa sobre o perfil,

a mensagem que informa se a pontuação está acima, na média ou abaixo dos demais usuários

também é muito vaga para que as marcas possam melhor planejar suas ações.

Ilustração 31: Tela de informações do Pinpuff

Fonte: Pinpuff (2012b)

Como pontos positivos pode-se destacar o acesso simples e, assim como o PinReach, a

possibilidade de analisar qualquer perfil do Pinterest, precisando apenas cadastrar um novo

email e informar o nome de usuário a ser analisado.

A próxima análise aborda um aplicativo funcional para compartilhar textos em forma

de imagens, afinal, o Pinterest é uma rede visual.

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3.4.3 Share as Image

O aplicativo Share as Image foi criado pelo desenvolvedor canadense Adam Rotman,

para transformar frases encontradas na internet em imagens para serem publicadas nas redes

sociais (TERRA, 2012b). Inicialmente, o aplicativo se chamava Pin a Quote e era focado em

publicar as os textos convertidos em imagens no Pinterest. A mudança do nome pode ter

ocorrido para incentivar a utilização da ferramenta também em outras redes sociais. Pois em

seu site oficial, que antes fazia referência apenas ao Pinterest, agora informa que ao converter

textos de qualquer lugar da web em imagens, é possível compartilhar no Pinterest, no

Facebook e no Twitter (SHARE AS IMAGE, 2012), conforme pode ser analisado nas

ilustrações a seguir.

Ilustração 32: Pin a Quote site

Fonte: Terra (2012b)

Ilustração 33: Share as Image site

Fonte: Share as Image (2012)

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A mecânica do Share as Image é simples. Ao fazer a instalação em um navegador de

internet, o aplicativo é acessado através de um botão na barra de ferramentas. Quando o

usuário encontra uma frase que gostaria de publicar nas redes sociais, basta selecionar o texto

com o mouse e clicar sobre obotão do aplicativo. Na versão paga, é possível escolher tanto a

cor de fundo da imagem e do texto, quanto o tipo de fonte e seu tamanho. Na versão gratuita,

apenas é possível utilizar um tipo de fonte, já pré-definida pelo site e o fundo da imagem em

branco. Atualmente também é possível escrever a frase diretamente no site do Share as Image

e converter em imagem para publicar nas redes.

A ideia do aplicativo é ótima, principalmente por facilitar o compartilhamento de

frases de forma direta e rápida. Porém as opções de edição da imagem ainda são limitadas.

Não oferecem nenhum elemento especial, ou até mesmo templates, para tornar a imagem

mais atrativa e as opções de tipografia são poucas. Para as marcas, mais vale investir em

peças criadas por designers profissionais do que publicar imagens pouco atrativas e fora da

identidade visual da marca. Mas para os usuários comuns, o Share as Image pode ser útil em

algum momento.

No próximo capítulo, é apresentada a conclusão do presente trabalho, a fim de

verificar se os objetivos propostos foram devidamente cumpridos, solucionando o problema

de pesquisa indicado no primeiro capítulo.

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4 CONCLUSÃO

Este trabalho buscou identificar o potencial do Pinterest como ferramenta de

marketing digital, estudando dados sobre os usuários e exemplos de atuação das marcas para

diferentes propósitos.

Dessa forma, foi preciso buscar teorias de autores renomados, que proporcionaram um

melhor entendimento sobre marketing, a partir de sua história e conceitos, tornando possível a

compreensão de sua aplicação no meio digital, mais precisamente nas redes sociais.

Através da análise dos dados, é possível conhecer a história do surgimento do

Pintetrest e seu objetivo enquanto rede social, que é reunir materiais visuais que representem

sonhos, desejos, lembranças, interesses e tudo mais que ilustre o estilo e a personalidade de

cada usuário, expostos como uma grande vitrine que possa servir de inspiração para outras

pessoas. Diferente das demais redes sociais, onde geralmente os usuários publicam fotos e

texto sobre experiências pessoais, o objetivo do Pinterest é incentivar o compartilhamento de

qualquer imagem inspiradora, independente de ter sido uma experiência do próprio usuário

ou de outra referência. Assim, qualquer usuário pode se tornar influente na rede facilmente.

Basta realizar a curadoria de conteúdos relevantes para o público da rede e interagir com os

usuários através dos repins e comentários.

Com esta proposta diferente dos modelos de redes sociais atuais, o Pinterest ganhou

destaque e começou a crescer rapidamente, transformando usuários em verdadeiros fãs, que se

diziam viciados no site, o que acabou despertando ainda mais o interesse das marcas. Pois

com o alto engajamento dos usuários, o relacionamento poderia ser mais intenso.

As empresas que oferecem produtos e serviços de maior apelo visual, encontraram no

Pinterest uma ótima forma de transformar seu público em gerador de mídia espontânea da

marca. Produtos de beleza, decoração, moda serviços de viagens, fotografia e alimentação são

alguns desses exemplos. Além de gerar mídia e visibilidade, muitas empresas perceberam

outras formas de aproveitar a rede, de forma a complementar suas estratégias de marketing.

Dentre os cases estudados, a Kotex mostra que o Pinterest pode ser de grande valia para

conhecer melhor seu púbçico e estreitar laços de relacionamento, inovando antigas ações

como o envio de mala direta e brindes, que podem foram personalizados de acordo com as

informações encontradas no site.

O forte apelo emocional foi observado como um dos principais diferenciais do

Pinterest. Conforme a ação Pintermission, criada pela Honda dos Estados Unidos, a ideia de

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vivenciar as imagens publicadas no site soa como a realização de sonhos, aproveitando ao

máximo o potencial de engajamento emocional da rede. Por isso, a ação teve uma boa

repercussão, com direito a agradecimentos dos participantes, pela Honda ter possibilitado

essas experiências. Esse é o tipo de mensagem de marca que fica gravada nos consumidores

por muito mais tempo.

A utilização do Pinterest para viralizar um projeto inovador também gera resultados

positivos. A agência Holler, que criou seu site institucional na rede de forma provisória,

chamou a atenção do mundo todo pela criatividade e ganhou grande visibilidade. Porém este

caso costuma ter maior retorno quando aproveita-se uma oportunidade de pioneirismo.

Novidades são muito bem aceitas no Pinterest e costumam ter maior capacidade de

viralização.

Com a revista Real Simple, é possível compreender mais um grande potencial do

Pinterest: a geração de tráfego de referência. Empresas, blogs ou portais que criam conteúdos

com frequência e necessitam alavancar seus números de acesso, podem utilizar o Pinterest

com o objetivo de gerar tráfego de referência, desde que se tornem visuais nessa plataforma.

A utilização de infográficos e imagens conceituais são alternativas para tornar qualquer tipo

de conteúdo mais atrativo para ser compartilhado no Pinterest.

O último case analisado, criado pela Gilt, mostra o potencial da rede para tornar o

comércio eletrônico mais atrativo, através de condições especiais para clientes que

compartilharem conteúdos da marca, que se espalham pela rede, atraindo ainda mais

consumidores.

O Pinterest não poderia ser utilizado como ferramenta de marketing se não fosse

possível mensurar as atividades na rede, por isso alguns desenvolvedores já criaram

ferramentas que podem medir a influência de um perfil na rede, como o PinReach e o Pinpuff,

a fim de tornar mais sólido o planejamento estratégico das marcas.

Através do estudo destes cases que demonstram diferentes formas de utilização do

Pinterest como ferramenta de marketing e dos dados apresentados sobre a influência da rede

em questão, na decisão de compra do consumidor e o potencial de crescimento da rede,

cumpriram-se os objetivos propostos neste trabalho e solucionando o problema de pesquisa

apontado no primeiro capítulo.

Por ser uma rede social recente, a pesquisa por informações sobre o Pinterest se deu

através de matérias publicadas na internet, nos principais sites, portais e blogs de notícias,

nacionais e internacionais, com foco em tecnologia e marketing digital. A carência de livros

que concentrassem maior volume de informações, o fato de grande parte de conteúdo

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encontrado estar em inglês e as poucas informações disponíveis sobre os cases, dificultaram

em parte o desenvolvimento do trabalho. Em contrapartida, por ser uma rede em destaque,

informações e pesquisas sobre os usuários e acessos do Pinterest são fáceis de serem

localizadas.

Dessa forma, o tema pode ser aprofundado por trabalhos futuros, que poderão

encontrar mais informações e cases que tornem possível a comparação da utilização do

Pinterest e de outras redes sociais, como o Facebook e Twitter, nas estratégias de marketing

digital.

Page 86: TCC Camila Oliveira Gonçalves PIN YOUR BRAND - UM ESTUDO SOBRE O PINTEREST E SUA UTILIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE MARKETING DIGITAL

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APÊNDICE A – Declaração de resposabilidade