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“TCC” Trabalho de Conclusão de Curso Implantação de um Sistema de Coleta Seletiva no Campus da Pontifícia Universidade Católica: um estudo de caso. Pós Graduação Executiva em Meio Ambiente 10 Março de 2010 / 25 de Março de 2011 25ª Turma Coordenador: Márcio S. S. Almeida Marianna Carvalho Martins de Albergaria

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“TCC” Trabalho de Conclusão de Curso

Implantação de um Sistema de Coleta Seletiva no Campus da Pontifícia Universidade Católica:

um estudo de caso.

Pós Graduação Executiva em Meio Ambiente

10 Março de 2010 / 25 de Março de 2011 25ª Turma

Coordenador: Márcio S. S. Almeida

Marianna Carvalho Martins de Albergaria

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COPPE/UFRJ

Trabalho de Conclusão de Curso

Implantação de um Sistema de Coleta Seletiva no Campus da Pontifícia Universidade Católica:

um estudo de caso.

Marianna Carvalho Martins de Albergaria

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Implantação de um Sistema de Coleta Seletiva no campus da Pontifícia Universidade Católica:

um estudo de caso.

Marianna Carvalho Martins de Albergaria

Aprovado por:

_________________________________________

Prof. Márcio S. S. Almeida, Ph.D.

_________________________________________

Prof. Suzana Kahn Ribeiro, D.sc.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO MBE/COPPE/UFRJ COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBE – POS GRADUAÇÃO EXECUTIVA EM MEIO AMBIENTE.

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Á minha mãe e ao meu futuro marido.

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Agradecimentos

A Deus por todas as oportunidades que já tive na vida e por me proteger em todos

os momentos.

À minha mãe, não apenas pelo patrocínio, mas, também, pelo apoio e

compreensão à minha vontade nos estudos e por me ajudar todas as vezes que preciso.

À toda equipe do NIMA – Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio

e da Prefeitura do Campus. Sem eles, este trabalho não seria possível!

Aos meus três irmãos, que enchem minha vida de alegria e risadas, Luiz Raphael,

Felipe e Olavo. Aos demais integrantes da minha “grande” família, Maria da Glória, Paulo,

José Luiz, Glória Maria, Cristina, Renata, Pedro Henrique, Arthur, Aline, Fernanda, Alila,

Adisa, pelo apoio em todos os momentos.

Aos meus amigos do MBE – Pós Graduação executiva em Meio Ambiente que

estiveram comigo ao longo desses meses de convívio, amizade, sofrimento e diversão; em

especial Tais Laureano e Carolina Leal.

Ao Dr. Waldiney Mello pelas sugestões e discussões do presente projeto. E por

fazer parte da minha vida.

E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização

deste trabalho.

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"A lata do lixo é, na verdade, o resumo da vida diurna de cada família.

É ela quem diz nas espinhas de peixes e nas cascas de ovos os pratos que houve à mesa.É

ela quem informa se, lá dentro da sala de jantar,

se toma vinho ou cerveja, água mineral ou água de torneira.

É ela que denuncia, com pedaços de jornal,

as tendências política ou sociais do dono da casa e,

com as caixas vazias, os remédios que tomam e,

consequentemente, a saúde dos moradores do prédio.

Cada lata de lixo é, em suma, a crônica doméstica de uma família,

deixada à noite à porta da rua".

(Cães da Meia Noite, Humberto de Campos, 1934)

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Implantação de um Sistema de Coleta Seletiva no campus da Pontifícia Universidade Católica: um estudo de caso.

Marianna Carvalho Martins de Albergaria

Julho 2011

Com o avanço da urbaniza ção dos países em desenvolvimento, fato no qual o

Brasil se insere, é possível verificar o incessante aumento da produção de lixo. Para

minimizar os riscos potenciais da destinação de todo o lixo que é produzido, toma-se algumas

atitudes conhecidas com redução e reciclagem desses resíduos. A Coleta Seletiva mostra-se

como instrumento para a redução de resíduos encaminhados aos Aterros e a seleção de

resíduos passíveis de reciclagem.

A implementação de estratégias locais de gerenciamento de resíduos sólidos

contempla a participação de agentes sociais, incluindo as instituições de ensino.

Baseado nos dados do Diagnóstico de Resíduos Sólidos do Campus e nas metas

trazidas pela Agenda Ambiental da PUC–Rio através do Convênio com o Grupo Santander

Universidades, conseguiu-se pôr em execução o Projeto de Coleta Seletiva. Foi necessário

discutir sua viabilidade, implementação, continuidade e multiplicação com diversos

departamentos, incluindo o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambienta – NIMA, o

Departamento de Engenharia Civil, Departamento de Arquitetura, Departamento de Design,

Departamento de Comunicação e a Prefeitura do Campus.

É preciso ressaltar que o processo de implantação da coleta seletiva é muito mais

do que a instalação de coletores adequados, fazendo-se necessário o planejamento e a

supervisão das diversas ações e etapas que deverão compor o Projeto. Com o aumento

gradativo da área de abrangência do projeto e o desenvolvimento de ações de conscientização

da comunidade acadêmica, espera-se perceber um aumento considerável na quantidade de

material seletivo coletado no Campus da PUC-Rio.

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Lista de Ilustrações

Figura 1 – Gráfico de Caracterização Gravimétrica do Lixo....................................................15

Figura 2 – Mapa do Campus mostrando o primeiro local onde serão implantadas as novas

lixeiras.......................................................................................................................................16

Figura 3 - Lixeiras já existentes no campus da PUC-Rio, que foram aproveitadas..................20

Figura 4 - Exemplo de lixeira removida por estar em local indevido, de acordo com as

diretrizes de Segurança no Trabalho.........................................................................................21

Figura 5 - Novas lixeiras adquiridas.........................................................................................21

Figura 6 – Imagem do Protótipo de Lixeira para o térreo do Ed. Amizade..............................22

Figura 7 - Sistema de adesivos e placas utilizados nas novas lixeiras do Projeto Coleta

Seletiva no Campus...................................................................................................................23

Figura 8 - Fotografias mostrando diferentes tipos de lixo inapropriados descartados nas

lixeiras.......................................................................................................................................24

Figura 9 – Gráfico de quantidade total de papel vendido no ano de 2011................................25

Figura10 – Gráfico de quantidade (kg) de tipos de papel vendidos em 2011...........................25

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Peso Específico do Lixo do Campus da PUC-Rio..................................................14

Tabela 2 – Mídias Internas da PUC-Rio e quantidade de veiculação.......................................38

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Lista de Siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técncicas

ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais

CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem

NBR - Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas

NIMA – Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente

ONU – Organização das Nações Unidas

PUC-RJ- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

COPPE/UFRJ

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Sumário

Introdução .................................................................................................................................... 12

Objetivos ............................................................................................................................... 16

Desenvolvimento .......................................................................................................................... 18

Criação da Agenda Ambiental .............................................................................................. 18

Implementação do Projeto de Coleta Seletiva da PUC-Rio ................................................. 22

Viabilização Financeira ........................................................................................................ 28

Instalação de Novos Equipamentos ...................................................................................... 30

Comunicação Visual ............................................................................................................. 32

Resultados Preliminares ....................................................................................................... 33

Campanhas de Conscientização ............................................................................................ 35

Divulgação ............................................................................................................................ 37

Conclusão ..................................................................................................................................... 40

Referencias bibliográficas ........................................................................................................... 42

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Introdução

Nosso país chegou ao início do séc. XXI com uma população estimada de 170

milhões de habitantes e taxa de crescimento demográfico em torno de 1,4% ao ano. População

esta que vem se concentrando nas áreas urbanas devido a fatores como a migração interna,

mecanização da agricultura, processos de industrialização, busca de oportunidade de emprego

e qualidade de vida (GOMES, 2009).

Com a progressiva urbanização dos países em desenvolvimento, fenômeno no

qual o Brasil se insere, pode-se verificar o crescente aumento da produção de lixo e o

acentuado problema em relação à disposição, destinação e tratamento desses resíduos sólidos

(GOMES, 2009).

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NBR

10004:2004, elaborada pela Comissão Temporária de Resíduos Sólidos, os resíduos sólidos

são classificados por suas características. Assim são considerados os resíduos em estado

sólido e semi-sólido, aqueles relativos ao resultado do conjunto de atos realizados em ações

de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços ou, ainda, de

varrição (GOMES, 2009).

“A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou

atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação

destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio

ambiente é conhecido.

A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem

são partes integrantes dos laudos de classificação, onde a descrição de matérias-primas,

de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser explicitados. A

identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser

estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu

origem”.

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Ainda estão inclusas nesta classificação os lodos gerados em equipamentos e

instalações para controle de poluição, lodos oriundos dos sistemas de tratamento de água e

líquidos inadequados para serem despejados nas redes públicas de esgoto ou corpos de água,

bem como líquidos que exijam estratégias inviáveis do ponto de vista técnico-econômico,

mesmo em face dos avanços tecnológicos disponíveis.

Os princípios básicos que propõem minimizar os riscos potenciais, gerados pela

destinação dos resíduos sólidos, norteiam-se na redução, reutilização e reciclagem desses

resíduos, principalmente nos centros urbanos, áreas densamente povoadas que,

freqüentemente, concentram graves problemas relacionados à disposição do lixo no solo, por

exemplo. E, além disso, a necessidade iminente de estabelecer técnicas e políticas públicas

que diminuam a quantidade desses resíduos dispostos no solo.

Primeiramente, o planejamento de tais estratégias deve considerar sua viabilidade

em múltiplos aspectos, como sugerido por BRINGHENTI (2004).

“1- Coleta Seletiva com Resgate de Cidadania - com foco principal no

aspecto social, deixando no segundo plano princípios técnicos e econômicos;

2 – Coleta Seletiva como Estratégia de Marketing - onde o foco é a

divulgação da entidade que promove o programa. Nesse caso, princípios técnicos e

econômicos dos gerenciamentos podem ficar em segundo plano.

3 – Coleta Seletiva como Instrumento de Gerenciamento Integrado de

Resíduos - visão que pressupõe o envolvimento da sociedade e a integração da coleta a um

sistema amplo onde todos os resíduos são trabalhados de forma integrada.”

Bringhenti (2004) avalia que, na prática, a maioria das estratégias adotadas para

os programas de coleta seletiva desenvolvidos no país adota os enfoques 1 e 2, o que, segundo

a mesma, “dificulta, e até pode comprometer, o alcance da sustentabilidade desses

programas”.

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Os custos para a implementação de uma estratégia que adote o enfoque 3 (i.e.

coleta seletiva como instrumento de gerenciamento integrado de resíduos), concorrem

diretamente com a necessidade de adequar o planejamento e sua execução, considerando a

utilização de técnicas apropriadas de manejo, integradas a conceitos interdisciplinares de

Engenharia Sanitária, Economia, Administração e Biologia (BRINGHENTI, 2004).

Os princípios básicos citados são freqüentemente utilizados para sensibilizar o

público consumidor de bens para que este concentre seu capital em produtos que contemplem

o uso de embalagens retornáveis, reutilizáveis e recicláveis.

Em contrapartida, essa ação é uma grande aliada no equacionamento dos

problemas ligados aos resíduos, pois retira os materiais recicláveis da rota tradicional de

descarte e possibilita seu retorno ao processo produtivo, gerando benefícios ao ambiente.

Contudo, principalmente nos grandes centros urbanos, a sensibilização do

consumidor encontra barreiras político-econômicas, barreiras estas que tornam maior o tempo

gasto na implementação de estratégias de redução, reutilização e reciclagem de resíduos

sólidos.

De acordo com dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010,

publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais –

ABRELPE a geração de resíduos sólidos, no Brasil, novamente registrou um crescimento

expressivo de 2009 para 2010, superando a taxa de crescimento populacional urbano que foi

de cerca de 1% no período.

Segundo a ABRELPE, embora tenha havido uma discreta evolução, em termos

percentuais, na destinação final adequada de resíduos sólidos no ano de 2010, comparando

com o ano de 2009 – 56,8%, em 2009; 57,6%, em 2010 –, a quantidade de resíduos sólidos

destinados inadequadamente cresceu e quase 23 milhões de toneladas de resíduos sólidos

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seguiram para os lixões ou aterros controlados, trazendo consideráveis danos ao meio

ambiente no país.

A necessidade iminente de selecionar e planejar estratégias que viabilizem o

gerenciamento e destinação dos resíduos sólidos se justifica, entre muitos fatores, pelo risco

potencial que estes resíduos representam à saúde pública e ao ambiente.

Os resíduos lançados a céu aberto acarretam problemas de saúde pública, como a

proliferação de vetores de doenças, geração de maus odores, poluição do solo e das águas

superficiais e subterrâneas através do chorume, líquido de cor preta, mal cheirosa e de elevado

potencial poluidor produzido pela matéria orgânica contida no lixo (FIGUEIREDO,1998).

Um dos instrumentos mais eficientes de gestão ambiental para estes problemas,

aplicado em muitos países, é o da coleta seletiva. Este instrumento gestor objetiva a

recuperação de materiais recicláveis (BRINGHENTI, 2004).

Conforme demonstrado pelas pesquisas desenvolvidas no Brasil, em 2002, pelo

Compromisso Empresarial com a Reciclagem (CEMPRE), cerca de 5.661 municípios utilizam

programas de coleta seletiva, com cerca de 192 experiências implantadas em funcionamento.

Entretanto, há outra parcela importante da população brasileira que encontra-se associada a

atividades informais de coleta seletiva.

Ao contrário do que intuitivamente se poderiam acreditar, os custos dos

programas de coleta seletiva não são cobertos pelos custos das vendas dos produtos, o que se

observa em todo o mundo. O custo líquido do processo de coleta seletiva por tonelada é maior

que o custo do simples aterramento do resíduo. Conseqüentemente, a decisão de adotar um

determinado programa de coleta é uma questão mais de gestão de resíduos do que de

gerenciamento, cabendo à comunidade investir mais ou menos na valorização dos resíduos e

da cidadania, fazendo um balanço entre sua possibilidade financeira e os benefícios do ponto

de vista de sustentabilidade e cidadania (TENÓRIO & ESPINOSA, OP.CIT.).

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Gomes (2009) sugere que a temática envolvendo os resíduos sólidos e suas

vertentes de disposição, apresentam condições favoráveis que colaboram para promover

estratégias de conscientização quanto ao estabelecimento de políticas publicas, objetivando

promover certas mudanças de hábitos nos cidadãos. O processo de conscientização é,

freqüentemente, longo e exige a implementação de múltiplas técnicas que viabilizem

estabelecer vínculos entre a atividade humana e o ambiente. Tais vínculos devem contemplar

também as diferenças socioculturais e, ainda, político-econômicas. Esta conexão gera uma

identificação entre as atividades humanas e suas conseqüências para o meio ambiente,

possibilitando a conscientização quanto á necessidade de reduzir, reutilizar e reciclar os

resíduos originados em tais atividades.

A implementação de estratégias locais de gerenciamento de resíduos sólidos

contempla a participação local de certos agentes sociais, que inclui instituições de ensino em

todo o mundo. Por seu caráter educacional e de pesquisa, tais instituições constituem um

agente importante de criação, pesquisa, inovação e multiplicação de técnicas e de agentes

ligados ao manejo de resíduos sólidos.

Embasada nesta filosofia e na busca de alternativas sustentáveis, a Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro vive, atualmente, a implementação do Projeto de

Coleta Seletiva, como previsto em sua Agenda Ambiental.

Objetivos O presente estudo objetiva:

1- Demonstrar experiências adquiridas com a instalação de um Projeto de Coleta

Seletiva no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro;

2- Apresentar os resultados preliminares obtidos junto à comunidade acadêmica

com este projeto;

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3- Detalhar os aspectos mais importantes para seu planejamento, viabilidade e

implementação;

4- Apresentar a importância deste projeto.

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Desenvolvimento

Criação da Agenda Ambiental

Em 2007, a Organização das Nações Unidas, por intermédio de seu Secretario

Geral, Ban Ki-Moon, promoveu o Colóquio Global de Reitores de Universidades. Realizado

na Universidade de Nova York, o encontro teve como objetivo principal reunir reitores de

universidades de todo o mundo para integrar um comitê assessor para discutir sobre mudanças

climáticas. Entre os 28 reitores de universidades, estava representada a Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) pelo então, Pe. Jesus Hortal Sanchez, e o

professor Fernando Walcacer, Vice-diretor do NIMA e professor do Departamento de Direito

da Universidade.

No encontro internacional, representantes de diversas Universidades discutiram

sobre as estratégias necessárias que poderiam ser realizadas dentro e fora de seus respectivos

Campi, as quais seriam voltadas a sustentabilidade. A partir deste encontro, a PUC-Rio

iniciava seu compromisso objetivando tornar-se uma Universidade Sustentável, assim como

outras instituições de reconhecimento internacional. Tal compromisso exigiria planejamento

constante e inúmeros cuidados na implementação de projetos viáveis que possibilitassem a

realização plena deste objetivo em longo prazo, tornando-se uma referencia em uma das

maiores metrópoles do Brasil (e.g. Rio de Janeiro), que vivencia problemas em relação ao

meio ambiente sob diversos aspectos.

Apos o Colóquio Global de Reitores das Universidades, a PUC-Rio iniciou suas

ações solicitando que os departamentos mais envolvidos nas questões ambientais se

reunissem para constituir um planejamento pautado na responsabilidade social e ambiental.

(começando dentro da própria Universidade). Tal planejamento objetivou implementar

estratégias que a tornassem, a longo prazo, uma Universidade Sustentável de referencia. A

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reunião de diversos departamentos evidenciava o caráter interdisciplinar, promovendo o

engajamento da comunidade Universidade como um todo. Uma Comissão de Sustentabilidade

foi criada pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da PUC-Rio, e diversas

reuniões foram realizadas para discutir dados técnicos e propostas referentes a materiais e

resíduos, água, energia, biodiversidade e educação ambiental.

Em 2009, essas discussões transformaram-se em metas claras. Criou-se, então, a

Agenda Ambiental da PUC-Rio. Trata-se da primeira iniciativa realizada por uma

Universidade brasileira a reunir um plano de metas que contempla a visão de sustentabilidade

a partir de um grupo multidisciplinar, a Comissão de Sustentabilidade, envolvendo toda a

comunidade acadêmica, composta por alunos, professores, funcionários e colaboradores.

Dessa forma, o plano de metas teria a abrangência de diversos saberes, pontos de

vista técnicos, culturais e socioeconômicos, aumentando as chances de atingir seus objetivos

em promover uma Universidade sustentável, contemplando propostas que tornassem possíveis

o envolvimento, desses vários setores da comunidade acadêmica e ampliando as

possibilidades de conscientização e engajamento.

A Agenda Ambiental é composta por diretrizes e metas a serem aplicadas em

curto, médio e longo prazos. Por conseguinte, já em 2010, apenas cerca de três anos após a

realização do encontro promovido pela ONU, as diretrizes e metas foram levadas a todos os

alunos da PUC-Rio por intermédio da divulgação de centenas de cópias da Agenda

Ambiental.

O Reitor Pe. Jesus Hortal Sànchez S.J. divulgou, em seu discurso perante a

Assembléia Universitária, em dezembro de 2009, à comunidade acadêmica, e através do

Jornal da PUC em 2010, que o documento seria “uma agenda a ser cumprida”.

Recentemente, o novo Reitor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. afirmou no Jornal

da PUC sua intenção de colocar em prática as medidas de curto prazo até o final de 2011,

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assegurando seu desejo em considerar a Agenda Ambiental como uma meta institucional,

incluindo-a, ainda, como parte das comemorações dos 70 anos da Universidade em 2010.

A Agenda Ambiental busca a implementação de uma série de atitudes coletivas

dentro do campus, que visem alcançar a sustentabilidade em múltiplos aspectos (e.g.

atmosfera, energia, biodiversidade, água, materiais, resíduos e educação ambiental), os quais

constituem a base deste projeto maior.

O primeiro resultado da Agenda Ambiental surgiu em 2010: o Green Metric

World University Ranking, promovido pela Universidade da Indonésia, classificou a PUC-

Rio em 55º lugar entre as Universidades que estão cumprindo metas de ações que visem

alcançar a sustentabilidade.

Tal órgão avaliou, através de dados enviados por 95 Universidades, a efetividade

das respectivas ações das instituições de ensino superior do mundo, diante dos problemas

ambientais. A PUC-Rio foi a única representante do Rio de Janeiro. Apenas outras duas

universidades brasileiras participaram, sendo elas a Universidade de São Paulo (25º lugar) e a

Universidade Federal de São Paulo (63º lugar).

Do tema Resíduos da Agenda Ambiental constam as seguintes diretrizes e metas:

Diretrizes

� Tornar o reuso e a reciclagem de materiais uma prática cotidiana dentro da

Universidade.

� Estimular articulações com a comunidade do entorno para que os excedentes

de nutrientes e matéria reciclada possam ser utilizados pela população circunvizinha.

� Estimular a pesquisa em tecnologias de reciclagem e reaproveitamento de

resíduos.

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� Assumir as responsabilidades socioambientais por todos os resíduos

descartados na Universidade.

Metas

CURTO PRAZO

� Mapear os fluxos de dados de descarte dos resíduos.

� Estimular a coleta seletiva de resíduos descartáveis.

� Promover campanhas de conscientização que possam contribuir para

modificar, progressivamente, os padrões vigentes de consumo.

� Propor ações normativas administrativas e acadêmicas que estimulem a coleta

seletiva e a reciclagem dos resíduos na Universidade.

MÉDIO PRAZO

� Implantar um programa de reciclagem e reuso de computadores no Campus.

� Implantar um centro de reciclagem na Universidade.

� Implantar um sistema de coleta seletiva de lixo na Universidade.

� Implantar sistemas de gestão sustentável de resíduos sólidos – piloto.

� Monitorar os fluxos de dados de descarte de resíduos.

� Promover o estabelecimento de normas e estratégias para os restaurantes e

lanchonetes, no que diz respeito ao descarte de materiais no Campus.

� Implantar programas de treinamento para funcionários que manejem

diretamente com os resíduos que serão reutilizados ou reciclados.

� Propor ações normativas administrativas e acadêmicas que definam estratégias

de descarte consciente na universidade.

� Desenvolver projetos de pesquisas sobre reciclagem e reuso.

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LONGO PRAZO

� Reutilizar ou reciclar todos os resíduos produzidos no Campus.

� Promover parcerias com as comunidades do vale da Gávea, organizando

sistemas de cogestão para os processos de reciclagem de resíduos produzidos.

� Garantir espaços para o fluxo, armazenamento e reciclagem dos resíduos

descartados na Universidade.

� Implantar sistemas de gestão sustentável de resíduos sólidos no Campus.

Implementação do Projeto de Coleta Seletiva da PUC-Rio

Como etapa inicial para o gerenciamento do Projeto de Resíduos Sólidos da PUC-Rio,

optou-se por analisar o Diagnóstico de Resíduos Sólidos do Campus da PUC–Rio realizado

por Gomes (2009).

Do diagnóstico consta o plano de amostragem de resíduos sólidos para o Campus da

PUC-Rio, cujo objetivo é construir uma amostra representativa que apresente as mesmas

características de sua massa total e dados importantes para a análise do resíduo.

Na metodologia levou-se em conta fatores limitantes como: tamanho da amostra,

recursos disponíveis, mão-de-obra treinada e prazo determinado para conclusão do trabalho.

A Prefeitura do Campus e a Empresa Sodexo firmaram um contrato para que uma parcela

considerável do lixo, de cada turno, fosse depositada em uma caçamba separada – não

podendo ser compactado – para que no dia seguinte, pela manhã, fosse possível fazer a

amostragem, como sugerido por Gomes (2009).

Dos dados analisados acerca dos resíduos sólidos, os mais importantes para o Projeto

são: o peso específico do lixo total, taxa de geração per capita e caracterização gravimétrica,

incluindo a porcentagem de cada material encontrado na amostragem. O cálculo do peso

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específico obtido é importante, pois, segundo Gomes (2009), este determina o peso do lixo

em função do volume por ele ocupado, influenciando, assim, no sistema de gerenciamento do

lixo e no dimensionamento de instalações e equipamentos.

Ainda de acordo com Gomes (2009) o cálculo da taxa de geração per capita indica a

quantidade de lixo gerada por habitante num determinado período de tempo. Por referir-se aos

volumes coletados e à população atendida, também é fundamental para o planejamento do

sistema de gerenciamento do lixo, bem como no dimensionamento de instalações e de

equipamentos.

A composição ou caracterização gravimétrica constitui-se na determinação da

porcentagem (em peso) de cada material que compõe uma amostra de resíduos.

Schneider et al. (2002) acreditam que a caracterização de resíduos urbanos, se

sistemática e continuada, permite avaliar as variações na composição dos resíduos em função

de aspectos culturais e climáticos, mas, sobretudo, possibilita o planejamento do

gerenciamento dos resíduos e de estratégias de educação ambiental.

Do mesmo modo, para Pessin et al. (2006), diagnosticar a composição dos resíduos

gerados de maneira gravimétrica é importante para sua gestão, permitindo que esta seja

realizada de forma correta e ambientalmente segura.

Os resultados obtidos pelo Diagnóstico de Resíduos Sólidos do Campus da PUC-

Rio em 2009 (Gomes):

Para determinar o peso específico dos resíduos do Campus foi essencial pesar os

contêineres preenchidos com o lixo do quartamento e diminuir a tara de cada um, para, a

princípio, estipular o peso do resíduo conforme demonstrado na Tabela 1.

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Tabela 1 – Peso Específico do Lixo do Campus da PUC-Rio

Peso dos Resíduos sólidos da PUC-Rio

Contêiner Peso (kg) Tara (kg) Peso do resíduo (kg)

1 32,8 14,700 18,100

2 36,3 14,400 21,900

3 35,1 14,200 20,900

4 33,2 14,200 19,000

Em seguida, o peso específico é calculado:

Peso específico = 79,900kg / 0,225m³

Peso específico = 0,36t/m³ (9)

Por sua vez, para definir a taxa de geração per capita do Campus da PUC-Rio e a

quantidade de lixo gerada foi essencial medir o volume de lixo coletado e encaminhado à

disposição final – quantitativo calculado através da pesquisa de campo –, além da população

usuária atual, para calcular uma estimativa.

Logo, tem-se o valor de 5.556,745 kg que corresponde ao volume diário de lixo

coletado e 18.700 pessoas (hab.), que representa o número de geradores em potencial da PUC-

Rio estimado pela Prefeitura do Campus.

Com isso calcula-se:

Geração per capita = 5.556,745 kg / 18.700hab. = 0,297 kg/hab.

O componente papel corresponde a 34% da totalidade dos resíduos da PUC-Rio, e

o papelão 3%. É sabido que parte do papel dos Departamentos é direcionada à reciclagem,

porém esse ato ainda não é uma constante e abrange somente poucas áreas dentro da

Universidade. Contudo, esse material ainda é direcionado ao lixo juntamente com o grande

volume de papel coletado nos sanitários.

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As embalagens plásticas representaram 8% (figura 1) do total dos resíduos

analisados. O plástico fino representa 7% dos componentes do lixo na análise da PUCRio.

O alumínio, material completamente reciclável, correspondeu à porcentagem

ínfima de 1% do material analisado. Isto se dá devido à grande procura deste material para

revenda, já que seu valor no mercado da reciclagem é o mais alto dentre os materiais com essa

propriedade.

Figura 1 – Gráfico de Caracterização Gravimétrica do Lixo.

Através desse diagnóstico, a Consultora Técnica do Projeto de Coleta Seletiva,

conseguiu calcular os volumes de lixo gerados e o tamanho que as novas lixeiras deveriam

ter, dependendo de onde estarão. O Campus foi divido em áreas (figura 2), ficou resolvido

que essa primeira parte do projeto deveria contemplar toda área II, onde estão localizados: o

Edifício Amizade com as Alas Kennedy e Frings, a Vila dos Diretórios, Casa 209 do Serviço

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Social, Casa do Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), Guaritas, Lanchonetes Fastway e

Japaway e Bandejão.

Figura 2 – Mapa do Campus mostrando o primeiro local onde serão implantadas as novas

lixeiras.

Baseado nos dados citados acima e nas metas trazidas pela Agenda Ambiental da

PUC–Rio através do Convênio com o Grupo Santander Universidades, conseguiu-se pôr em

execução o Projeto de Coleta Seletiva. A Campanha de Papel, lançada durante a XVI Semana

de Meio Ambiente, realizada em Junho de 2010, foi incorporada ao Projeto e passou a ser

supervisionada pela Equipe do Projeto a partir de Janeiro de 2011. Algumas lixeiras já

existentes no Campus, também foram reaproveitadas.

ÁÁRREEAA II

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ÁÁRREEAA II II II

ÁÁRREEAA II VV

DDEEPPÓÓSSIITTOO

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O Projeto tem como objetivos gerais alcançar metas da Agenda Ambiental,

implementar um sistema de coleta seletiva de lixo no Campus e a destinar de forma correta os

resíduos coletados.

E apresenta, como objetivos específicos:

1– Continuar a coleta de papel, através da Campanha da Reciclagem do Papel.

Aumentar a quantidade de papel coletado e destinado corretamente.

2– Coletar todo tipo de plástico passível de reciclagem (Exemplos: Sacos, sacolas,

Copos e Garrafas). Fazer a separação primária de tampas e garrafas e dar a destinação correta

aos materiais.

3– Coletar alguns tipos de metais encontrados no Campus, como: Latas, arames e fios.

4– Incentivar a separação do lixo através de cartazes e campanhas em mídias internas

da Universidade.

5– Treinar funcionários que manejem diretamente os resíduos.

Com o correto funcionamento do Projeto de Coleta Seletiva e a cooperação de toda a

comunidade PUC, como funcionários, professores e, principalmente, alunos, algumas metas

de curto prazo e de médio prazo da Agenda Ambiental serão alcançadas, sendo elas:

CURTO PRAZO

� Estimular a coleta seletiva de resíduos descartáveis.

� Propor ações normativas administrativas e acadêmicas que estimulem a coleta

seletiva e a reciclagem dos resíduos na Universidade.

MÉDIO PRAZO

� Implantar um sistema de coleta seletiva de lixo na Universidade.

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� Implantar programas de treinamento para funcionários que manejem

diretamente os resíduos que serão reutilizados ou reciclados.

Para melhor gerenciar as atividades do Projeto, optou-se por seguir essas metas ao

longo deste trabalho, colaborando na viabilização em equipe do Projeto de Coleta Seletiva na

PUC-Rio.

Foi necessário discutir sua viabilidade, implementação, continuidade e multiplicação

com diversos departamentos, incluindo o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambienta – NIMA,

o Departamento de Engenharia Civil, Departamento de Arquitetura, Departamento de Design,

Departamento de Comunicação e a Prefeitura do Campus.

Viabilização Financeira

A implementação e manutenção de projetos relacionados ao destino e manejo

de resíduos sólidos requer, em diversos casos, a existência de um financiamento contínuo que

permita atingir não apenas metas de curto prazo, mas também de médio e, especialmente,

longo prazo.

Dessa forma, fez parte do planejamento de gerenciamento atrair um agente de

fomento interessado no Projeto de Coleta Seletiva na Universidade.

Foi importante para o Projeto formular um orçamento viável tanto para sua

implementação e gerenciamento, quanto para a instituição interessada em subsidiá-lo.

Ao realizar o planejamento, foram observados alguns aspectos do orçamento, como recursos

humanos para realização do Projeto com êxito, bem como os materiais necessários à execução

do Projeto.

A decisão de adotar o Projeto de Coleta Seletiva e a questão da gestão de resíduo

foi levada a efeito, sempre pensando em levar a comunidade acadêmica a investir mais ou

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menos na valorização dos resíduos e da cidadania, e a fazer um balanço entre sua

possibilidade financeira e os benefícios do ponto de vista de sustentabilidade e cidadania

(Tenório & Espinosa, op.cit.).

Desta forma, o Projeto Coleta Seletiva da PUC-Rio, integrante do Projeto

Agenda Ambiental em Ação, foi contemplado pelo Grupo Santander Universidades por meio

da Divisão Global Santander Universidades com um convênio de colaboração acadêmica.

Após considerar o orçamento, a viabilidade do Projeto e a forma de

gerenciamento, proposto pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio, o

Grupo Santander Universidades apoiou a iniciativa e passou a oferecer meios para fomentar

as ações e os projetos de aprimoramento de técnicas, ensino e pesquisa junto a comunidade

acadêmica para a execução do Projeto de Coleta Seletiva.

O reitor da PUC, Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. e o diretor geral do Santander

Universidades Brasil, Jamil Hannouche, assinaram, em 20 de junho, o documento que selou o

acordo entre as instituições, lembrando que a PUC já tem um histórico ambiental no

currículo.

A realização do Projeto de Coleta Seletiva torna a Universidade pioneira na

construção de uma Agenda Ambiental no Brasil, seguindo os parâmetros propostos pela

Agenda 21, um dos compromissos firmados na Conferência Mundial do Meio Ambiente, em

1992, a ECO 92, em prol do desenvolvimento sustentável (Cavalcanti, 2000).

A participação do Grupo Santander Universidades tornou-se primordial para

estimular a busca de soluções sustentáveis, criativas, interdisciplinares, viáveis e aplicáveis

aos processos de implantação do Projeto Coleta Seletiva.

Segundo o orçamento sugerido - e, posteriormente implementado - os custos em

recursos humanos perfazem 48% do total; sendo 52% do orçamento destinado aos materiais

necessários à realização do Projeto.

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Instalação de Novos Equipamentos

O Campus possuía três conjuntos de lixeiras seletivas que não eram utilizadas. Na

verdade, os transeuntes não se empenhavam na seletividade do material e os funcionários da

limpeza misturavam todo o material. Portanto, essas lixeiras não tinham nenhum objetivo.

As lixeiras foram retiradas dos locais onde se encontravam e foram

reaproveitadas, depois de realocadas. Um conjunto de lixeiras foi direcionado à Estação de

Educação Ambiental (figura 3) e as outras duas foram para o Centro de Biologia Graziela

Maciel Barroso.

Figura 3 - Lixeiras já existentes no campus da PUC-Rio, que foram aproveitadas.

Lixeiras que já existiam no campus foram removidas, pois não contemplavam a

seletividade de material e algumas estavam dispostas em locais inapropriados de acordo com

as normas de Segurança no Trabalho (figura 4).

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Figura 4 - Exemplo de lixeira removida por estar em local indevido, de acordo com as diretrizes de Segurança no

Trabalho.

Novas lixeiras foram adquiridas (figura 5). Este material é inovador no

Campus, e se adéqua ao Projeto de Coleta Seletiva em todos os seus aspectos. As cores

obedecem ao padrão universal e as tampas possuem aberturas específicas para cada tipo

material. Deve-se observar que são muito utilizadas atualmente.

Figura 5 - Novas lixeiras adquiridas.

Para o térreo do Ed. Amizade foi necessário projetar uma estrutura (figura 6) para

fixar as lixeiras, já que no local há muita incidência de ventos.

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Figura 6 – Imagem do Protótipo de Lixeira para o térreo do Ed. Amizade.

Comunicação Visual

Optou-se por utilizar adesivos nas próprias lixeiras para informar quais são os

materiais passives de reciclagem do Campus.

Nas estruturas encontradas do Pilotis (térreo) do Edifício Amizade cartazes

(figura 7) também foram presos em cima das lixeiras, para facilitar a leitura do transeunte.

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Figura 7 - Sistema de adesivos e placas utilizados nas novas lixeiras do Projeto Coleta Seletiva no Campus da

Resultados Preliminares

Um dos problemas mais observados no início da implementação da Coleta

Seletiva no Campus da PUC-Rio foi o descarte de certos tipos de resíduos em locais errados.

Observou-se que vários tipos de resíduos foram e são, em muitos casos, misturados a outros

erroneamente em lixeiras inapropriadas (figura 8).

O fenômeno foi detectado em relatórios freqüentes do Núcleo Interdisciplinar de

Meio Ambiente. A principal estratégia utilizada para procurar resolver o problema está sendo

conscientizar a comunidade acadêmica, promovendo palestras informativas e treinamentos,

iniciando um processo de identificação da comunidade acadêmica e seu importante papel para

o sucesso do Projeto, e, por extensão, da Agenda Ambiental da PUC-Rio.

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Figura 8 - Fotografias mostrando diferentes tipos de lixo inapropriados descartados nas lixeiras.

Através do contínuo acompanhamento da Campanha do Papel, que ainda é

gerenciada pela Prefeitura o Campus, mas também, supervisionada pela equipe do projeto de

Coelta seletiva. Pode-se ter uma estatística da quantidade de papel que é gerada em todos os

departamentos e conseqüentemente destinada a correta destinação. Todo esse material é

vendido para a Empresa Aparas Prainhas e o lucro é revertido para a própria Prefeitura, que

realizada doações de cestas básicas mo fim do ano, entre outras atividades.

A quantidade de papel (figura 9 e 10) mostrou-se invariável. Acredita-se que com

a melhor divulgação do projeto, a quantia tem de a aumentar.

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Figura 9 – Gráfico de quantidade total de papel vendido no ano de 2011.

Figura10 – Gráfico de quantidade (kg) de tipos de papel vendidos em 2011.

Campanhas de Conscientização

Inicialmente, foram realizados treinamentos e palestras voltados à comunidade

acadêmica.

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Duas palestras específicas sobre o Projeto de Coleta Seletiva aconteceram durante

a XVII Semana de Meio Ambiente da PUC. A primeira ministrada pelo Professor Tácio de

Campos, no dia 06 de Junho. A segunda ministrada pela Consultora Técnica do projeto

Patrícia Gomes e pela Gerente Operacional, Marianna Albergaria, executora do Projeto, no

dia 09 de Junho. Desta forma, alunos, funcionários e professores puderam entender melhor o

projeto.

O primeiro treinamento, levado a efeito pela Gerente Operacional do Projeto,

Marianna Albergaria, especifico para funcionários aconteceu no dia 04 de Julho, com a

participação de sessenta funcionários, representantes de Departamentos e Unidades da PUC-

Rio.

Nestes eventos, ocorreram palestras informativas sobre o compromisso da PUC-

Rio com as metas da Agenda Ambiental e a importância do engajamento de toda a

comunidade acadêmica no sentido de tornar a Universidade uma referência em

sustentabilidade.

O treinamento possui diversas etapas, e ainda encontra-se no início de sua

implementação.

Nos treinamentos realizados junto aos funcionários, procurou-se destacar a

importância da participação individual e coletiva no processo da coleta seletiva para o correto

funcionamento e continuidade do Projeto. Com isso, busca-se incentivar a seletividade do lixo

dentro dos Departamentos, fazendo com que os funcionários se transformem em

multiplicadores dentro dos Departamentos em que atuam.

Além disso, ressaltou-se os materiais passíveis de reciclagem, e apontou-se falhas

na seletividade, exemplificando com fotos de materiais erroneamente encontrados em lixeiras

inadequadas, sempre sublinhando que o processo de implantação da coleta seletiva deve ser

muito mais do que a mera instalação de coletores adequados, mas, uma ação efetiva, que

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necessita de planejamento constante e mudança da postura do ser humano frente à geração

dos resíduos. Ou seja, um processo de reeducação, de mudança de cultura.

Com isso, esperamos o aumento gradativo da área de abrangência do projeto e o

desenvolvimento de ações de conscientização da comunidade acadêmica, o que tornará

possível perceber o aumento na quantidade de material coletado no campus da PUC-Rio.

Os dados presentes no estudo foram utilizados para apresentar, durante os

treinamentos e palestras, a quantidade de lixo gerada no campus da PUC-Rio, a quantidade

reduzida esperada e os materiais passíveis de reciclagem encontrados dentro do campus.

Também, foram abordados os materiais que não podem ser reciclados e sua destinação e

tratamento adequados, além dos passos futuros do Projeto.

Divulgação

A forma de divulgação do Projeto utilizou camisas, panfletos explicativos, mídia

interna da PUC e mídia eletrônica. A divulgação alcançou um vasto público durante a

realização de eventos no Campus, como a XVII Semana de Meio Ambiente, quando utilizou-

se o método de estêncil limpo para incentivar a reciclagem. O evento mostrou-se uma ótima

oportunidade para a divulgação do Projeto de Coleta Seletiva no Campus.

Um protótipo de lixeira interativa foi desenvolvido por alunos do segundo período

do Curso de Desenho Industrial, e exposto no evento. O Núcleo Interdisciplinar de Meio

Ambiente viabilizou uma exposição de fotos dos lixos depositados na Baía de Guanabara,

idealizadas também por alunos do Segundo Período do Curso de Desenho Industrial.

A divulgação através de Mídias Internas da PUC é imprescindível por conseguir

atingir um grande número de pessoas, como pode ser visto na tabela 2.

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Tabela 2 – Mídias Internas da PUC-Rio e quantidade de veiculação

Tipo de Mídia Quantidade

Aprox. 3.500 exemplares por

quinzena. Público: comunidade PUC, ex-alunos e frequentadores da Igreja

do Sagrado Coração de Jesus.

6 mil exemplares por semana público: comunidade PUC

- 5 monitores de LCD de 42”

- funciona das 7h às 23h - conteúdo produzido pelo Projeto

Comunicar.

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Assessoria de Comunicação

da PUC-Rio

Divulgação da campanha nas mídias institucional e externa da campanha.

Clipping das reportagens sobre a campanha veiculadas na mídia.

Marcação e acompanhamento de entrevistas com os promotores da

campanha.

Departamento de Comunicação

Site com conteúdo de jornal, rádio e televisão com atualização diária.

- 4 programas exibidos no canal 11 da NET

O Estação Pilh@ conta com 10

canais de entrevistas, fotos, músicas, charges, jogos e trívias. Divulga as produções científico-culturais da Universidade e fatos externos de

interesse acadêmico.

Programa Rrevista Jovem

(veiculação semanal, aos sábados, 13h, na Rádio Catedral, 106,7 FM)

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Conclusão

As atividades que começaram com a implantação de um conjunto de coletores

seletivos em um dos blocos de grande circulação ainda estão em fase de implantação.

Pretendemos, ao final de 2011, alcançar 100% de abrangência do Campus.

Contudo, é preciso ressaltar que o processo de implantação da coleta seletiva é

muito mais do que a instalação de coletores adequados, fazendo-se necessário o planejamento

e a supervisão das diversas ações e etapas que deverão compor o Projeto.

Com o aumento gradativo da área de abrangência do projeto e o desenvolvimento

de ações de conscientização da comunidade acadêmica, espera-se perceber um aumento

considerável na quantidade de material seletivo coletado no campus da PUC-Rio.

Espera-se, com as ações de treinamento, conscientização e educação ambiental e a

colaboração da comunidade acadêmica, um aumento significativo nessa quantidade de

material.

O acompanhamento e fortalecimento do projeto são realizados por parte do NIMA

– Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio e por alunos do Curso Técnico em

Meio Ambiente do Colégio Pedro II, estagiários desta entidade, que monitoram os espaços

destinados à Coleta Seletiva.

As principais atividades desempenhadas por esses alunos têm como objetivos

principais observar o estado dos equipamentos, o volume e os tipos de materiais colocados

nos depósitos; prestando esclarecimentos sobre a dinâmica do Projeto como um todo.

Desta forma, o presente estudo de caso visa analisar a contribuição do Núcleo

Interdisciplinar de Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro na

sensibilização da comunidade universitária e da população em geral quanto à redução e

reciclagem dos resíduos gerados, promovendo o Projeto Coleta Seletiva no Campus e

estudando as formas de reduzir, reaproveitar e reciclar esses resíduos, visto que os problemas

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relacionados aos resíduos sólidos, especificamente os relativos à geração e ao destino final

constituem, sem dúvida alguma, um dos grandes desafios a serem equacionados pelas

sociedades modernas.

Sendo assim, pode-se afirmar que a implantação do Projeto Coleta Seletiva

implica, além de promover o correto tratamento dos resíduos sólidos produzidos pela

comunidade acadêmica, em um processo de reeducação, de mudança de cultura, de

comportamento, ética, hábitos e atitudes com relação às questões ambientais.

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Referencias bibliográficas

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