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  • 1 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    1 INTRODUO

    A mangueira uma fruteira originria da sia, e a sua introduo em outras

    terras iniciou-se com a descoberta das rotas comerciais pelos portugueses, entre a

    Europa e a sia no incio do sculo XVI, (MANICA et al., 2001; CUNHA et al., 2002).

    A manga uma das frutas mais apreciadas no mundo, sendo consumida

    principalmente ao natural, ou ainda transformada em inmeros produtos, como polpa

    simples, sucos, sorvetes, compotas, bebidas fermentadas e destiladas, produtos

    congelados, desidratados, liofilizados, molhos, doces e cosmticos (FONSECA et

    al., 2006).

    O Brasil um dos pases que mais se destaca na produo mundial de frutas,

    incluindo a fruticultura tropical, entretanto, h um grande desperdcio ps-colheita

    para algumas culturas. Os principais produtores de manga no Brasil so os estados

    de So Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Par,

    Paran, Esprito Santo, Pernambuco e Cear, que juntos so responsveis por 90%

    da produo nacional (DIAS et al., 2003; BELING et al., 2004).

    Apesar de toda tecnologia j aplicada nas indstrias de frutas ainda existe a

    necessidade de se desenvolver novos processamentos que permitam a reduo das

    perdas, provenientes dos excedentes de safras, ao mesmo tempo em que provoca

    agregao de valor a essas frutas atravs de seu beneficiamento. As bebidas

    fermentadas de frutas constituem produtos promissores devido s tendncias de

    aceitao em pesquisas de consumo, alm de contribuir para a reduo de perdas

    ps-colheita de frutos perecveis (SANDHU & JOSHI, 1995; DIAS et al., 2003).

    O objetivo do presente trabalho foi obter uma bebida alcolica fermentada a partir

    do suco de manga rosa (Mangfera indica L.), bem como determinar suas

    caractersticas fsicoqumicas e avaliar o ndice de aceitabilidade deste produto,

    atravs de teste sensorial.

  • 2 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 MANGA

    2.1.1 Origem e distribuio

    A mangueira uma fruteira originria da sia que encontrou no Brasil

    condies edafoclimticas favorveis ao seu desenvolvimento e produo. No

    entanto, a ocorrncia de algumas doenas principalmente nos frutos, vem

    comprometendo a qualidade da manga produzida no pas (JUNQUEIRA et al.,

    2001).

    A rvore desta fruteira perene pode atingir at 45 metros de altura. As suas

    folhas so lanceoladas, coriceas, de cor verde-escura nas folhas desenvolvidas e

    arroxeadas ou bronzeada nas folhas em crescimento, alternadas e sem plos,

    variando o seu tamanho de 10 a 30 cm de comprimento por 2 a 10 cm de largura

    (COUTO, 1982).

    No Brasil, a mangueira difundida em todas as regies, excluindo-se apenas

    as regies frias do extremo sul ou de grande altitude. Sendo de destaque o nmero

    de rvores isoladas cultivadas em quintais, ruas, jardins ou esparsas nos campos,

    mais raros os cultivos comercias, de forma que as estatsticas podem ser atendveis

    (MARANCA, 1978).

    Essa fruta tem uma grande importncia em inmeros pases do mundo pelo

    consumo do fruto ao natural, pois serve de alimento para milhares de pessoas

    durante vrios meses do ano (MANICA et al., 2001).

    A manga tem grande aceitao no Brasil, como em todos os pases onde

    produzida. conhecida como rainha das frutas tropicais, e considerada como um

    fruto saboroso, atrativo e aromtico, alm de possuir alto valor nutritivo (MARANCA,

    1978).

    Em Belm, no estado do Par, a mangueira tem destaque pela arborizao

    de ruas, praas e avenidas, formando tneis vegetais e colaborando no

    abrandamento do forte calor tropical exercido pelo vero, motivo pela qual esta

  • 3 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    capital conhecida tambm por cidade das mangueiras. cultivada ainda, no

    interior, no somente pelo sombreamento que proporciona, mas tambm pela

    importncia e contribuio na parcela de alimentao das classes populares

    (CAVALCANTE, 1991).

    2.1.2 Aspectos morfolgicos

    A mangueira (Figura 01) pertence classe Dicotilednea e famlia

    Anacardiaceae. uma planta tipicamente de vegetao permanente e sua parte

    area chega a alcanar o tamanho de 11 a 31 metros de altura influenciada pela sua

    origem, cultivar, clima, solo e tratos culturais. A espcie Mangifera ndica L. a mais

    importante dentre as j conhecidas, principalmente pela qualidade de seus frutos,

    com grande volume de produo em muitos pases e com valor comercial nos

    mercados nacionais e internacionais (MANICA et al., 2001).

    Figura 01. Mangueira (Mangifera indica. L)

    Fonte: Genu & Pinto (2002)

    A rvore frondosa, e possui um porte de mdio grande, a copa tem formas

    arredondadas, simtricas com folhas verdes lanceoladas e textura coricea, o caule

    do tipo tronco, lignificado, apresentando casca rugosa, espessa, fissurada

    longitudinalmente, de colorao que vai do cinza escuro ao preto (SO JOS et al.,

    1996; FERREIRA et al., 2002).

    As inflorescncias aparecem improvisadamente, numa exploso que segue

    imediatamente o principal perodo de brotao. A florao da mangueira vai de maio

  • 4 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    setembro e constitui-se assim em um verdadeiro espetculo, que supera a densa

    vegetao e imponncia da copa (MARANCA, 1978).

    A polinizao na mangueira considerada um dos principais fatores que

    limitam sua produtividade. Este fato facilmente comprovado pelo grande nmero

    de flores produzidas pelas panculas e pelo nmero de frutos colhidos. Embora

    ocorra a absciso de frutos, estudos com polinizao manual confirmam que a

    mangueira uma planta de baixa polinizao (NETO & CUNHA, 2000).

    Figura 02. Fruto manga rosa (Mangifera indica L.)

    Fonte: Toda Fruta (2009)

    O fruto (Figura 02) uma drupa de forma varivel apresentando casca lisa

    (exocarpo), polpa comestvel (mesocarpo) e semente (endocarpo) envolta por fibras.

    A casca, lisa, pode ser de cor varivel do verde ao amarelo, ao alaranjado ao

    vermelho em algumas variedades, sendo mais marcada a alterao para o vermelho

    no lado exposto ao sol. O comprimento do fruto vai de cerca de 4 cm em algumas

    variedades at 20 cm ou mais em outras, e o peso de 200 500 g na maioria das

    variedades at chegar a 1 kg ou 1,5 kg ou mais em outras ( MARANCA, 1978).

    2.1.3 Composio e valor nutricional da manga

    A composio pode vir a diferir de acordo com a variedade, estgio de

    maturao, condies climticas e tratos culturais (nutrio mineral, irrigao) entre

    outros (GONALVES et al.,1998).

  • 5 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    A manga constituda principalmente de gua (Tabela 01), carboidratos,

    cidos orgnicos, sais minerais, protenas, vitaminas e pigmentos. A gua encontra-

    se em maior proporo nas frutas verdes, mas medida que amadurecem, tende a

    se reduzir, devido sua transpirao em proporo no muito elevada, porm de

    acordo com o cultivar. Os carboidratos, (Tabela 01) que tambm se encontram em

    elevadas propores na composio da manga, so formados por amido, acares,

    celulose, pectina e tanino (MANICA et al., 2001).

    O sabor dos frutos devido, em grande parte, ao balano de cidos e

    acares, o qual avaliado pela relao slido solveis/acidez titulvel. De uma

    forma geral, altos teores de slidos solveis so desejveis tanto para a

    comercializao de frutos in natura quanto para a industrializao (GENU & PINTO,

    2002).

    As indstrias, no geral, preferem mangas com alto rendimento de polpa, alto

    teor de slidos solveis e ausncia de fibras, visto que, grandes quantidades de

    fibras presentes na polpa da fruta torna-se um fator negativo para o processo de

    obteno de alguns produtos durante a industrializao (GONALVES et al., 1998).

    Para a sade humana o consumo de fibras considerado um fator positivo,

    pois est associada com a preveno, reduo e tratamento de algumas doenas,

    tais como diverticulite e doenas coronrias (GORINSTEIN, 2001).

    As protenas apresentam um especial destaque, principalmente para as no

    nitrogenadas, em maior ou menor proporo, registrando-se a presena do cido

    glutmico, cido asprtico e alamina. Os dois primeiros aminocidos se encontram

    em maior quantidade em frutas verdes (MANICA et al., 2001).

    O principal valor da manga est no seu contedo vitamnico constitudo pelas

    vitaminas B1, B2, C e A. Em virtude do alto teor de vitamina A, a manga um

    excelente reservatrio de antioxidante para o organismo. Esta fruta uma fonte de

    caroteno, precursor da vitamina A, sendo os pigmentos carotenide amarelos

    formados durante o amadurecimento e atingindo o valor mximo em frutos maduros.

    O beta caroteno considerado o melhor combatente dos radicais livres. (PEREIRA,

    et. al., 2005; RIBEIRO, 1997).

    Os sais minerais esto presentes na manga em quantidades variadas, so

    constitudos principalmente de clcio, magnsio, potssio, silcio, fsforo e ferro

    (MANICA et.al., 2001)

  • 6 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    A (Tabela 01) apresenta a composio qumica da manga e a (Tabela 02) os

    teores de vitaminas e minerais presentes em 100 g de manga (Mangifera indica L.).

    Tabela 01 Composio qumica da manga (Mangifera indica L.)

    COMPONENTES TEORES (%)

    gua 83,80 Carboidratos 15,00

    Protena 0,40 Lipdios 0,30

    Cinzas 0,50

    Fonte: BALBACH & BOARIM, (1992).

    Tabela 02 Vitaminas e minerais presentes em 100 g de manga

    COMPONENTES TEOR

    Vitamina A (Retinol equivalente) 220 RE

    Vitamina B1 (Tiamina) 51,00 mg

    Vitamina B2 (Riboflavina) 56,00 mg

    Vitamina B5 (Niacina) 0,50 mg

    Vitamina C (cido ascrbico) 43,00 mg

    Clcio 2,00 mg

    Ferro 0,30 mg

    Fsforo 21,00 mg

    Fonte: BALBACH & BOARIM, (1992).

    2.1.4 Variedades de mangas

    A mangueira por se adaptar ao clima das regies norte e nordeste do Brasil e

    devido ao seu modo de reproduo originou diversas variedades conhecidas como

    nativas ou crioulas. Porm, no possuem as caractersticas apreciadas pelo

    mercado consumidor internacional (DONADIO et al., 1996).

  • 7 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    As variedades mais indicadas so as que apresentam alta produtividade,

    colorao atraente do fruto (de preferncia vermelhas), polpa doce com 17 Brix ou

    polpa com pouca fibra, alm da resistncia ao manuseio e ao transporte para

    mercados distantes. Outras qualidades tambm desejveis so as regularidades de

    produo e a resistncia as doenas como malformao floral, antracnose e

    botriodiplodia, alm de baixa incidncia de colapso interno da polpa (PINTO et al.,

    2000).

    O problema das variedades fundamental no desenvolvimento do cultivo da

    mangueira e bastante complexo, porque se trata de escolher, entre as centenas de

    variedades existentes no Pas, ou de possvel introduo, as poucas que respondam

    s exigncias ecolgicas de cada zona, s de cultivo, s de conservao e

    transporte, as de eventual industrializao, e ao mesmo tempo s exigncias de

    mercado interno ou tambm externo (MARANCA, 1978).

    Manga Rosa

    Esta variedade foi introduzida no Brasil no estado de So Paulo, sendo

    conhecida posteriormente em todo o pas. O fruto varia de amarelo a rosa -

    avermelhada, de forma oblongacordiforme, peso mdio em torno de 350 g. A casca

    espessa e lisa, a polpa amarelo-ouro com Brix de 14 a 16 e moderadamente

    suculenta, fibrosa e de sabor mdio com odor terebentinoso, a semente

    relativamente pequena e oblonga, fibrosa e monoembrinica. A rvore de porte

    mdio, crescimento lento e copa arredondada, essa variedade a mais popular no

    Nordeste brasileiro, sendo usada principalmente para o consumo in natura (GENU &

    PINTO, 2002).

    Manga Keitt

    Os frutos so grandes, chegando a pesar de 600 900 g, a cor amarelo-

    esverdeada com laivos fracos avermelhados, polpa de colorao amarela intensa,

    sem fibras, sucosa e semente pequena (FONSECA et al., 2006).

    A planta muito produtiva, medianamente resistente antracnose, possuindo

    hbitos de crescimento abertos e arcados, e folhas voltadas para a base dos ramos

    o que resulta em um formato irregular da copa. Tem maturao tardia e os frutos

  • 8 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    mantm-se na planta por longo perodo. Apresenta boa resistncia ao transporte

    (PINTO et al., 2000).

    Manga Burbom

    Tambm conhecida como Espada, foi uma das primeiras variedades

    introduzidas no Brasil, sendo considerada durante muitos anos uma das melhores

    variedades ou a melhor de todas. Seu fruto apresenta forma alongada, pesando

    cerca de 300 g em mdia e 10 a 12 cm de comprimento, a casca do fruto lisa,

    possui polpa sucosa, aromtica, saborosa e grande aceitao (MARANCA, 1978).

    A polpa rica em fibra, de cor amarelada e representa 60% do peso do fruto.

    Possui Brix que varia de 17% a 21%. Tem lugar de destaque no mercado interno

    (FONSECA et al., 2006).

    Manga Palmer

    Os frutos so grandes (15 cm de comprimento), de forma alongada e de cor

    laranjada-amarelada com laivos vermelho-brilhante.

    Esta variedade atualmente a mais aceita no mercado interno por seu sabor

    e produo semitardia (fevereiro e incio de maro) (GENU & PINTO, 2002).

    2.1.5 Importncia Econmica

    A manga uma fruta tropical muito importante e o seu cultivo tem sido

    difundido por todas as regies tropicais e subtropicais do mundo, tendo grande

    importncia pela sua explorao comercial e tambm pelo seu cultivo em pomares

    domsticos de auto-consumo, com milhares de ps esparramados em muitas

    residncias e utilizada para o consumo no mercado interno e exportada na forma

    de muitos produtos elaborados (MANICA et al., 2001).

    A manga uma das frutas com maior potencial de exportao, devido

    competitividade do produto brasileiro no comrcio internacional, tanto em termos de

    preos e custo de produo, como de qualidade (PLZZOL et al., 1998).

    Devido ao excelente sabor aliado s boas caractersticas nutritivas e

    funcionais da manga, a mangicultura tem ganhado importncia econmica, estando

  • 9 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    entre as dez culturas mais plantadas no mundo, em aproximadamente 94 pases.

    Devido ao clima propcio, a cultura da manga se apresenta como uma das principais

    culturas nas regies tropicais (MATOS, 2000).

    De acordo com dados da Food Agriculture Organization (FAO, 2004), a

    produo mundial de manga no ano de 2003 foi de, aproximadamente, 25.563.469

    toneladas, sendo a ndia, o principal produtor do fruto, responsvel por quase

    metade da produo mundial. O Brasil ocupa a stima posio na classificao

    mundial de produtores de manga, participando com 3,0 % da produo.

    Segundo dados da (FAO, 2007), a manga a terceira fruta tropical em

    volume de produo e no comrcio mundial, perdendo apenas para a banana e o

    abacaxi, sendo uma das frutas que mais cresceram em volume no comrcio

    mundial. Nas duas ltimas dcadas, ela vem ocupando a quinta posio no

    comrcio mundial de todas as frutas, entre 1985 e 2005.

    Em nosso pas, a mangueira cultivada em quase todas as regies, sendo

    que ainda pode expandir muito a sua produo atravs do aumento de reas

    plantadas, alm de redobrar a ateno na melhoria da qualidade do produto

    (CONEGLIAN & RODRIGUES, 1994).

    Os principais produtores de manga no Brasil so os estados da Bahia e So

    Paulo, com cerca de 55% da rea plantada e 58% do total produzido. A Bahia o

    maior produtor, com 50,09% da produo, e uma rea colhida de 22.371 hectares

    (CARDOSO et al., 2007).

    Uma das caractersticas marcantes do mercado interno o elevado

    percentual de perdas decorrentes da logstica inadequada, da falta de capacitao e

    cuidados no manuseio do produto na regio, com perdas em torno de 40% (LEITE et

    al., 1998).

    . A manga brasileira direcionada principalmente para o mercado europeu e

    norte americano, as variedades preferidas possuem colorao vermelho bri lhante,

    com fibras curtas e peso entre 250 e 600 g por unidade, para o mercado dos EUA, e

    de 250 a 750 g por unidade para o mercado europeu (LUCAF, 2001).

    A partir da (Tabela 03), pode-se observar a exportao brasileira de manga

    para Europa entre os anos de 1994 2004.

  • 10 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Tabela 03. Exportao brasileira de manga para a Europa.

    Destino 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

    Pases

    Baixos

    83% 79% 66% 80% 60% 69% 51% 45% 39% 44% 47%

    Outros

    pases

    17% 21% 34% 20% 40% 31% 49% 55% 61% 56% 53%

    Fonte: IBRAF (2005).

    2.1.6 Industrializao da manga

    A manga pode ser processada de diferentes formas, sendo seus principais

    produtos a fruta em calda e a polpa. O consumo de manga ao natural

    predominante, entretanto, essa fruta pode ser amplamente utilizada na culinria,

    pois permite a elaborao de pratos como musses, saladas, vitaminas, bolos, tortas,

    molhos, licores, sorvetes, e na indstria alimentcia, os produtos mais comuns so

    polpas, sucos, nctares e gelias, porm outros produtos podem ser

    comercializados, tais como bebidas fermentadas e desti lada, produtos congelados,

    desidratados, liofilizados, doces e cosmticos. (GEN & PINTO, 2002).

    Entretanto a maior produo ocorre na forma de polpa, pois a matria-

    prima para a elaborao dos demais produtos processados ou adicionado como

    ingrediente aos produtos os quais se queira conferir sabor carac terstico de manga

    (PERREIRA et al., 2005).

    Considerando estas caractersticas, assim como a importncia do

    aproveitamento dos excedentes de produo, tem-se que o processamento da

    manga merece ateno dado a uti lizao da mesma como matria-prima de

    indstrias secundrias ou para o consumo direto (BRUNINI et al., 2002).

    No mercado interno, a manga comercializada quase que exclusivamente in

    natura. O beneficiamento industrial vem crescendo, sem, no entanto, haver

    produo destinada especificamente para este fim, aproveitando-se o excesso de

    produo no pico de safra, principalmente para produo de suco integral e polpa

    congelada (PLZZOL et al., 1998).

    A manga, mesmo apresentando grandes possibilidades de industrializao,

    ainda no devidamente industrializada. A viabilizao do aproveitamento racional

  • 11 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    da manga, preservando ao mximo seus componentes nutricionais, seria

    extremamente importante para o Brasil que um grande produtor mundial da fruta

    (RIBEIRO & SABAA-SRUR, 1999).

    2.2 BEBIDA FERMENTADA

    Fermentado de Frutas a bebida com graduao alcolica de quatro a

    quatorze por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida da fermentao

    alcolica do mosto de fruta s, fresca e madura (BRASIL, 1997).

    Qualquer fruto ou vegetal comestvel, que contenha umidade suficiente,

    acar e outros nutrientes para as leveduras, pode servir como matria - prima para

    a produo de vinhos (MARTINELLI FILHO, s.d).

    2.2.1 Fermentao

    Segundo a origem, a palavra fermentao (fermentare=ferver) significa

    simplesmente uma ligeira condio de ebulio e foi empregado primeiro na

    produo de vinho. Sendo a fermentao a ciso do acar em lcool e gs

    carbnico, ocorrendo decomposio parcial, com a produo de substncias como

    lcool e cido, alm de gs carbnico, entre outros (GAVA, 2004).

    A fermentao pode ser definida como um conjunto de trocas ou

    decomposies qumicas produzidas pela atividade de microorganismos vivos em

    um substrato orgnico (SILVA, 2000).

    Sob o ponto de vista bioqumico, d-se o nome de fermentao s trocas ou

    decomposies qumicas produzidas nos substratos orgnicos mediante a atividade

    de microrganismos vivos. Podendo existir diferentes classes de fermentaes,

    dependendo dos tipos de organismos que as produzem e dos substratos (GAVA,

    2004).

    Quando ocorre a fermentao de um substrato, a taxa de crescimento

    microrgnico diminui; da mesma forma, quando aumenta o nmero total de clulas a

    velocidade da fermentao fica reduzida (EVANGELISTA, 2005).

    Para que o processo de fermentao seja mais eficiente necessrio

    realizao do p- de- cuba que consiste em uma pequena quantidade de mosto, na

    qual o fermento selecionado, livre de outros competidores, multiplica-se,

  • 12 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    possibilitando introduzi-lo ao mosto em grande quantidade, capaz de fermentar

    rpida e uniformemente o acar existente (DUVAL, 1947).

    Aps um perodo que pode variar de 24 48 horas, o p-de-cuba est pronto

    para ser adicionado diretamente ao mosto previamente sulfitado ou pasteurizada

    (MORRETTI, 1968; CATALUA, 1991; MATTIETTO, 1999) .

    A Sulfitagem do mosto uma prtica bastante utilizada e h muito tempo vem

    sendo empregada, seu objetivo essencial consiste em paralisar momentaneamente

    o desenvolvimento de fermentos existentes no mosto, em particular os indesejveis.

    O metabissulfito (SO2), exerce uma ao inibidora polivalente sobre leveduras e

    bactrias acticas e lticas ou ainda um efeito estimulante, pois em doses pequenas

    estimulam as leveduras e ativam a transformao do acar. O anidrido sulfuroso

    pode ser empregado na forma lquida, que se gaseifica no momento do uso, ou em

    forma de sais como metabissulfito de potssio (AQUARONE et al., 1993).

    O uso de dixido de enxofre uma prtica bastante antiga, pois o SO2 possui

    propriedades anti-spticas, onde as bactrias e os microrganismos indesejveis que

    acompanham as frutas no resistem a sua ao, porm as leveduras benficas

    toleram sua ao, possui tambm propriedades antioxidantes, ao reguladora de

    temperatura e ainda atua como conservante. A dose e a eficcia dependem do grau

    de maturao, isto , da quantidade de acar, da acidez, pH, acetaldedo e da

    temperatura do mosto. (HASHIZUME, 1991; FILHO, 2005; GUERRA et al, 2005;

    MARTINS, 2006).

    Ao trmino da fermentao, a bebida deve ser colocada em uma cmara de

    refrigerao com temperatura de 5C para assegurar sua conservao e decantar

    todas as partculas slidas em suspenso, facilitando assim os processos seguintes

    (CALDAS et al., 2006).

    Aps a decantao deve-se realizar a trafega que consisti em transferir o

    vinho de um recipiente para outro, visando separ-lo dos slidos insolveis que

    sedimentam no fundo da cuba ao final da fermentao (borras), podem servir

    tambm em alguns casos para a aerao, reequilibrando seu potencial de oxido-

    reduo (FILHO, 2005).

    Em seguida indicada a realizao do processo de filtrao que uma

    tcnica de clarificao do vinho que consiste em passar o vinho turvo atravs de

    uma camada ou meio filtrante com porosidade reduzida, devendo ser efetuada com

    preciso, pois deve servir para a retirada de micropartculas indesejveis, sem no

  • 13 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    entanto, diminuir demasiadamente sua estrutura e sua intensidade aromtica

    (AQUARONE et al., 1993; FILHO, 2005).

    O vinho pode submeter-se a uma filtrao em muitas etapas ao longo de sua

    elaborao, os tratamentos de filtrao vo desde uma filtrao grosseira at

    tratamentos completamente esteri lizantes. Depois da filtrao ou da ultima trasfega

    o vinho deve ser acondicionado em garrafas esterilizadas com ligeira folga para

    permitir sua dilatao sem acrescentar a ruptura do recipiente (DUVAL, 1947;

    VARNAM; SUTHERLAND, 1997).

    2.2.1.1 Fermentao alcolica

    Os processos de fermentao j eram utilizados pelo homem h cerca de dez

    mil anos. Muitas bebidas eram fabricadas pelos antigos egpcios, germanos e

    israelitas, embora as bebidas alcolicas sejam diferenciadas por suas propriedades,

    tais como suas matrias-primas e diferentes teores alcolicos, todas elas tm uma

    origem bsica comum, isto , todas derivam de um processo bioqumico

    denominado fermentao alcolica (FERREIRA & MONTES, 1999).

    Durante o processo de fermentao alcolica de acares, os principais

    produtos, lcool etlico e gs carbnico, so produzidos em propores equimolares

    (AQUARONE et al., 1993).

    A fermentao alcolica pode ser dividida em duas fases: tumultuosa e lenta.

    A fermentao tumultuosa caracteriza-se pela grande atividade das leveduras,

    gerando elevao da temperatura e grande produo de gs carbnico, nesta fase a

    densidade do mosto reduz-se e eleva-se a porcentagem de lcool e acidez, esta

    fase pode durar de cinco a dez dias, dependendo da riqueza do mosto e preparo do

    inoculo. J na fase lenta a intensidade da fermentao diminui gradativamente,

    devido diminuio do teor de acar e aos teores crescentes de lcool que limitam

    o desenvolvimento das leveduras (FILHO, 2005).

    Alguns produtos podem afetar a fermentao alcolica e devem ser

    observados e controlados se preciso, dentre os mais importantes destacam-se:

    Acar

    As principais fontes de carbono e energia para a fermentao so a glicose e

    a frutose. A sacarose precisa ser hidrolisada por enzimas invertases, transformando-

  • 14 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    se em glicose e frutose, alguns microrganismos so capazes de metabolizar

    acares no aproveitados pelas leveduras e concentraes acima de 25% podem

    atrasar o incio da fermentao, devido s condies osmticas adversas s

    leveduras, os mostos com concentraes de aucares superiores consideradas ao

    ideal fermentam lentamente e com baixa produo de lcool etlico (VOGT et al.,

    1986; FILHO, 2005).

    Compostos Nitrogenados

    Concentraes elevadas provocam multiplicao celular excessiva com

    conseqente reduo da converso de acar em lcool, enquanto baixas

    concentraes favorecem a liberao de alcois superiores (FILHO, 2005).

    Temperatura

    As leveduras so microrganismos mesfilos, tendo como faixa de temperatura

    ideal para o seu crescimento de 25 a 35C. medida que a temperatura aumenta,

    aumenta a quantidade de fermentao, entretanto, favorece a contaminao

    bacteriana, ao mesmo tempo em que a levedura fica mais sensvel a toxidade do

    etanol (LIMA et al., 2001).

    lcool

    A maioria das linhagens de S. cerevisiae capaz de manter a fermentao

    at teores de 15GL de lcool no meio, o crescimento das leveduras normalmente

    ocorre em concentraes alcolicas bem abaixo daquelas que inibem a fermentao

    (FILHO, 2005).

    Presena de oxignio

    As leveduras na presena de oxignio (aerobiose) tm uma funo

    multiplicativa de suas clulas, enquanto que na ausncia de oxignio (anaerobiose)

    tem uma atividade fermentativa com produo de lcool (GAVA, 2004; SILVA,

    2000).

  • 15 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    A Saccharomyces um anaerbio facultativo, ou seja, tem habilidade de se

    ajustar tanto em condies de anaerobiose como de aerobiose. O processo

    fermentativo no requer presena de oxignio embora a aerao do mosto seja

    necessria para multiplicao das leveduras, elas so capazes de fermentar um

    amplo nmero de acares, entre as quais a sacarose, glucose, galactose, manose,

    maltose e maltotriose (VARNAM & SUTHERLAND, 1997; LIMA et al., 2001; FILHO,

    2005).

    2.2.1.2 Agentes da fermentao (leveduras)

    As leveduras so agentes da fermentao alcolica e existe em grande

    nmero, diferenciando-se por seu aspecto, suas propriedades, sua forma de

    reproduo e tambm pela maneira de transformar o acar. As leveduras se

    multiplicam vigorosamente no mosto at que a maior parte do oxignio dissolvido

    seja consumida e ento fermentam os acares. Quando o meio no favorvel

    vida da levedura, ela se organiza em uma forma de resistncia e fica em estado

    latente (AQUARONE et al., 1993).

    As leveduras apiculadas, como kloeckera apiculada ou Hanseniaspora

    uvarun, so geralmente responsveis pelo incio da primeira fase da fermentao

    alcolica at aproximadamente 4 a 5 GL. A partir de ento, as Saccharomyces

    invadem o meio muito rapidamente e nesse momento as leveduras iniciais

    desaparecem por completo, as utilizadas na produo de lcool so mais efetivas

    quando trabalham em temperaturas entre 26 a 32C (AQUARONE et al., 1993;

    CATALUA, 1991; SILVA, 2000).

    2.2.1.3 Preparao do Mosto

    D-se o nome de mosto ao caldo do suco obtidos das frutas, depois de

    espremidas, para a elaborao dos diversos tipos de vinho. A operao de obteno

    do mosto poder ser feita com um extrator de caldo manual, quando se trata de

    pequena produo de vinhos para consumo caseiro, ou por meio de extratores mais

    sofisticados, para fins industriais (MATINELLI FILHO, s.d.).

    A obteno do mosto ou extrao do suco das frutas para a fabricao do

    vinho uma operao extremamente simples, ele o responsvel pelo sucesso da

  • 16 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    fabricao do vinho. Quando mal preparado, leva consigo substncias azotadas e

    bagacilhos, sujeitos a outras fermentaes e decomposies que afetam a qualidade

    do vinho. As frutas suculentas produzem o tipo clssico de mosto, o qual necessita

    apenas de algumas operaes complementares para ser purificado (DUVAL, 1947).

    Para se obter um vinho de boa qualidade fundamental a escolha de frutos

    sadios, amadurecidos e suculentos. Em relao maturao, as frutas empregadas

    devem estar completamente amadurecidas, pois estas so ricas em acares,

    economizando assim parte do acar de cana que vai ser adicionado para atingir o

    grau alcolico desejado (HASHIZUME, 1991).

    Conhecendo as propriedades biolgicas das leveduras e suas exigncias

    nutricionais tornam-se simples fazer o tratamento ou correes dos mostos para

    obter fermentaes regulares e homogneas. A correo do mosto pode ser

    realizada pela adio de acar (sacarose) ou diminuio da acidez por

    desacidificao (AQUARONE et al., 1993; LIMA et al., 2001).

    A prtica de adio de acar (sacarose) no mosto chamada de

    chapalizao, a dissoluo do acar deve ser efetuada antes da adio ao mosto e

    no adicionar diretamente, pois parte ir depositar-se no fundo do recipiente

    (AQUARONE et al., 1993).

    Para realizar a correo de acar (chapalizao), necessrio determinar o

    teor de acar no mosto. Para isso, usa-se o aremetro ou sacarmetro de Brix, na

    prtica pode-se considerar que cada dois Brix de mosto proporcionar 1 GL (Gay-

    Lussac) de lcool no vinho aps a fermentao alcolica. Aps a chapalizao,

    deve-se realizar uma remontagem para melhorar a homogeneizao do acar e

    incorporao de oxignio (HASHIZUME, 1991; FILHO, 2005).

    A fermentao alcolica normalmente provoca o aumento de acidez do

    mosto, entretanto uma desacidificao biolgica mais marcante pode ser obtida pela

    ao de leveduras especiais (Schizosaccharomyces), as quais transformam o cido

    mlico em lcool etlico, outro processo de desacidificao consiste no emprego de

    desacidificante qumico, atravs de clcio ou tartarato neutro de potssio. Na prtica

    sabe-se que 100 g de carbonato de clcio por 100 litros de mosto ou vinho reduzem

    ao redor de 2,04 ml em acidez (HASHIZUME, 1991; AQUARONE et al., 1993).

    No processo de acidificao do mosto normalmente empregado o cido

    tartrico, e essa prtica denominada tartaragem, ou pode ser empregado o cido

    ctrico, teoricamente, necessrio 1,53 g de cido tartrico para aumentar de 20

  • 17 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    meq/litro de acidez total. Entretanto, na prtica, sero necessrios de 1,80 a 2,0 g de

    cido tartrico por litro visto que uma parte que adicionada se insolubiliza em

    forma de bitartarato de potssio (AQUARONE et al., 1993).

    2.2.1.4 Fermentao do mosto

    A fermentao ocorre com a adio de fermento biolgico seco

    (Saccharomyces cerevisiae) a uma mistura de gua e carboidratos e para uma

    melhor explorao do mosto o emprego do fermento constitui-se uma prtica mais

    rpida e uniforme, a literatura recomenda 2,0 g de fermento biolgico para cada 1L

    de mosto (MORETTO et al., 1998).

    O microorganismo do fermento, denominado Saccharomyces cerevisiae,

    responsvel pela produo das enzimas fundamentais para o processo de

    fermentao alcolica. A intensidade da reao de fermentao depende do tipo de

    glicdio utilizado, o que faz com que bebidas diferentes, produzidas pela fermentao

    de matrias-primas especficas, apresentem diferentes teores alcolicos, como por

    exemplo a cerveja (3 a 5%) e o vinho (10 a 15%) (FERREIRA & MONTES, 1999).

    2.2.1.5 Controle da Fermentao

    Ao encontrarem condies favorveis para o seu crescimento, os

    microrganismos podero contaminar um alimento. O controle destas condies

    evitar o desenvolvimento microbiano indesejvel e atravs disso, podemos

    estimular o desenvolvimento de microrganismos desejveis para a fermentao

    (GAVA, 2004).

    O controle do processo fermentativo constitui-se em verificar a variao de

    certos ndices como o tempo, odor e temperatura de fermentao, mantendo as

    condies de fermentao em limites timos (ALMEIDA, et.al., 2005).

    medida que a fermentao evolui, a quantidade de acar do mosto

    diminui, ao passo que o teor de lcool aumenta. A densidade do mosto diminui

    progressivamente e mais rapidamente quando mais ativa estiver a fermentao

    (AQUARONE et al., 1993).

    A fermentao alcolica exotrmica, sendo necessrio resfriar o mosto em

    fermentao para evitar temperaturas elevadas (acima de 30C), prejudiciais as

  • 18 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    leveduras, pois elas apresentam a tendncia de menor sensibilidade aos efeitos

    txicos do lcool em temperaturas baixas, enquanto que a temperatura variando de

    20 a 30C favorecem a taxa de crescimento (FILHO, 2005).

    A temperatura da fermentao extremamente importante, a baixa

    temperatura permite obter alto rendimento em lcool, no s pela fermentao

    completa, mas tambm por minimizar a perda por evaporao. A temperatura

    tambm afeta a velocidade da fermentao e a natureza e quantidade de compostos

    secundrios formados (AQUARONE et al., 1993).

    As leveduras exigem uma fonte de carbono elaborado, glicose ou outro

    acar, que fornece a energia qumica e o esqueleto carbnico de suas estruturas

    celulares, constitudas predominantemente de carbono, oxignio e hidrognio (LIMA

    et al., 2001).

    Os primeiros nutrientes a serem atacados pelos microrganismos so os

    carboidratos. Entre os carboidratos, os acares de menor peso molecular so os

    primeiros a serem consumidos (SILVA, 2000).

    Quanto maior a concentrao de acar, maior ser a velocidade da

    fermentao. No entanto, elevados teores de acares podem ocasionar um

    estresse osmtico da levedura, de tal modo que, dependendo do processo da

    fermentao, existe uma faixa de concentrao considerado ideal (LIMA et al.,

    2001).

    O teor de oxignio do substrato um fator bastante importante no

    crescimento dos microrganismos, pois na presena excessiva de oxignio, as

    leveduras se multiplicam com bastante rapidez, enquanto que se limita a quantidade

    desse componente, as clulas comeam a atividade fermentativa, com produo de

    lcool (SILVA, 2000).

    Outros aspectos da fermentao tais como, crescimento de bactrias

    indesejveis, efetividade do dixido de enxofre, solubilidade de protenas, atividades

    da bentonita e reaes de escurecimento tambm so influenciados pelo pH

    (STARZAK et al., 1994).

    Geralmente, o fermentado de fruta apresenta pH variando entre 3,0 e 4,0. O

    pH igual a 3,4 o ideal para que o produto aumente a resistncia s infeces

    (NETO et al., 2006).

    Na fermentao, os nveis de pH tendem a diminuir indicando que a formao

    do on hidrognio est associado com o crescimento microbiano. O pH dos vinhos

  • 19 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    um fator importante na sua estabilidade, sendo que os valores ao redor de 4,00

    favorecem o crescimento de leveduras (STARZAK et al., 1994).

    A fermentao alcolica pode ser considerada efetivamente finalizada logo

    que a quantidade de slidos solveis (Brix) atinja um menor valor possvel e este se

    mantenha constante (CATALUN, 1991; CORRA et al., 2006).

    2.2.1.6 Alteraes de bebidas alcolicas

    De maneira geral, as alteraes dos vinhos de frutas so muito semelhantes

    s que aparecem no vinho de uva. Determinadas condies dos vinhos de frutas,

    como, por exemplo, o seu alto pH favorece o desenvolvimento de microrganismos

    produtores de alteraes, as bactrias acticas so as responsveis pelo processo

    de acetificao do mosto e do vinho (EVANGELISTA, 2005).

    Os microrganismos, ao contaminarem um alimento, podero alter-lo quando

    encontrarem condies favorveis para o seu crescimento. O controle dessas

    condies evitar o desenvolvimento microbiano indesejvel. Por outro lado, pelo

    controle destas condies, poderemos estimular o desenvolvimento de

    microrganismos responsveis por fermentaes desejveis. Na maioria das vezes as

    leveduras so os organismos alteradores mais freqentes nos vinhos (VARNAN &

    SUTHERLAND, 1997; GAVA, 2004).

  • 20 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    3 MATERIAL E MTODO

    Para a elaborao da bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga

    rosa foram realizados alguns testes preliminares no Laboratrio de Agroindstria do

    Instituto Federal do Par, na cidade de Castanhal-PA no perodo de junho julho de

    2009, com o intuito de analisar o processo fermentativo da bebida alcolica.

    3.1 MATERIAL

    Manga (Mangifera indica L)

    Os frutos utilizados para a elaborao da bebida alcolica fermentada foram

    obtidos na feira municipal da cidade de Castanhal-PA.

    Sacarose

    Utilizou-se acar refinado adquirido em um estabelecimento comercial da

    cidade de Castanhal-PA.

    Agente da fermentao

    Utilizou-se fermento biolgico seco (Saccharomyces cerevisiae) como agente

    responsvel pela fermentao, adquirido em um supermercado da cidade de

    Castanhal-PA.

    Metabissulfito de Sdio

    Utilizou-se metabissulfito de sdio, adquirido em um estabelecimento

    comercial da cidade de Belm-PA.

    Hipoclorito de sdio

    Utilizou-se hipoclorito de sdio, adquirido em um supermercado da cidade de

    Castanhal- PA.

  • 21 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    3.1.1 Equipamentos e Utenslios

    Balana Analtica

    Balana de Preciso

    Liquidificador industrial

    Tacho de imerso

    Cmara refrigeradora

    Tanque de lavagem

    Faas de ao inoxidvel

    Tabua de polietileno

    Basquetas de polietileno

    Funil de polietileno

    Vidrarias

    3.2 MTODOS

    O processo completo de elaborao da bebida alcolica fermentada a partir

    do suco de manga rosa pode ser observado no fluxograma da (Figura 03).

  • 22 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Figura 03: Fluxograma de Elaborao da bebida fermentada a partir do suco de

    manga rosa (Mangifera indica L.)

    SELEO

    LAVAGEM

    PESAGEM

    SANITIZAO

    DESCASCAMENTO

    E CORTE

    DESPOLPAMENTO

    FILTRAGEM

    CORREO DO

    MOSTOP-DE-CUBA

    SULFITAGEM

    INOCULAO

    FERMENTAO

    DECANTAO

    TRASFEGA

    FILTRAO

    CARAMELIZAO

    ENGARRAFAMENTO

    ARMEZENAGEM

  • 23 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Seleo

    As frutas foram selecionadas de acordo com o estado de maturao (Figura 04

    A), sendo eliminadas as frutas verdes ou em estado de deteriorao proveniente das

    ms condies de transporte, manuseio e armazenamento.

    Lavagem

    As frutas foram lavadas em gua corrente para a retirada das sujidades mais

    grosseiras e de insetos eventualmente presentes.

    Pesagem

    As frutas foram pesadas com o objetivo de avaliar o rendimento final do produto.

    Pode-se observar na (Figura 04 B).

    Sanitizao

    As frutas selecionadas e lavadas foram sanitizadas durante 20 minutos e imersas

    em gua a 5 ppm de cloro livre, visando a eliminao da carga microbiana

    eventualmente presente na matria-prima, em seguida foram enxaguadas com gua

    destilada para remoo do excesso de cloro, que eventualmente poderia interferir

    durante o processo de fermentao.

    Descascamento e corte

    As mangas foram descascadas e cortadas em cubos manualmente com o auxi lio

    de faas inox previamente esterilizadas e logo aps foram cortadas em cubos para

    facilitar o processo de despolpamento, conforme a (Figura 04 C).

    Despolpamento e homogeneizao

    A polpa foi extrada em liquidificador industrial, da marca SIMENS com

    capacidade de processamento de 25 litros a fim de obter um pur homogneo,

    observada na (Figura 04 D).

    Filtragem

    A filtragem do suco de manga foi realizada com o auxilio de uma peneira, a

    fim de obter um produto mais liquido. O processo de filtragem pode ser

    observado na (Figura 04 E).

  • 24 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Correo do mosto

    Aps a preparao do mosto foi determinado o teor de slidos solveis (Brix)

    com o auxlio de um refratmetro digital de bancada da marca LABCENTER,

    apresentando 13 Brix, em seguida, adicionou-se gua para obteno de uma

    bebida mais diluda e visivelmente mais agradvel, a correo do mosto foi

    realizada a partir adio de sacarose at obteno de 17 Brix.

    P-de-cuba

    Aps a correo foi retirado 10% do mosto para o preparo do p-de-cuba, o

    mesmo foi pasteurizado a 60C por 30 minutos e em seguida resfriado a uma

    temperatura de 25C, para a inoculao do fermento biolgico seco na proporo de

    200 mg/L, em seguida o p-de-cuba foi deixado sob temperatura ambiente durante

    um tempo de 24 horas.

    Sulfitagem do mosto

    O mosto sofreu o processo de sulfitagem a partir da adio de metabissulfito

    de sdio na proporo de 200 mg/L, visando principalmente reduo da carga

    microbiana e as reaes oxidativas indesejveis, como a degradao de vitaminas e

    carotenides e tambm reaes de escurecimento sem afetar as atividades

    fermentativas das leveduras.

    Inoculao

    Aps o perodo de fermentao do p-de-cuba, o mesmo foi adicionado ao

    mosto sob temperatura ambiente.

    Fermentao

    Aps a inoculao o mosto foi colocado em recipiente fechado de 20 litros,

    adaptado para a liberao do gs carbnico produzido no processo fermentativo. A

    fermentao foi realizada em temperatura ambiente de (25C 30C), durante 10

    dias at que o Brix permanecesse constante.

  • 25 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Decantao

    Ao trmino da fermentao, a bebida foi colocada em uma cmara de

    refrigerao sobe a temperatura de 5C durante 24 horas para facilitar a decantao

    da levedura, devido o fato da levedura ser menos solveis a baixas temperaturas. A

    decantao da bebida alcolica fermentada de manga rosa pode ser observada a

    partir da (Figura 04 F).

    Trasfega

    Aps o processo de decantao a bebida fermentada foi retirada sem aerao

    e transferido para outro recipiente restando apenas borra no fundo do fermentador

    (a borra contm microrganismos e compostos indesejveis que podem alterar a

    bebida fermentada dando origem a substncias de odor desagradveis).

    Filtrao

    A filtrao foi realizada com auxlio de uma peneira para a remoo de

    partculas indesejveis obtendo-se uma bebida mais lmpida.

    Adio de acar caramelizado

    Para caramelizao foi utilizando 1000 g de sacarose, em seguida foram

    separados 50% do volume total obtido da bebida para adicionar o acar

    caramelizado e depois se misturou todo o contedo em outro recipiente. O objetivo

    desse processo consiste na obteno de um sabor mais agradvel.

    Engarrafamento

    Foi realizado em frascos de vidro lavado e esterilizado.

    Armazenamento

    As bebidas foram armazenadas sob temperatura ambiente.

    A partir da (Figura 04), pode-se observar o processamento realizada com a

    matria-prima.

  • 26 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Figura 04: (Processamento da matria-prima)

    A B C

    D E F

    A- Seleo dos frutos B- Pesagem dos frutos selecionados C- Corte dos frutos

    D- Despolpamentos e homogeneizao da polpa E- Filtragem da polpa F-

    Decantao da bebida em cmara de refrigerao.

    3.3 ANLISES

    3.3.1 Fsico-qumica

    Durante o processo fermentativo foram realizadas anlises de slidos solveis

    totais (Brix), pH, Acidez Total Titulvel, conforme a metodologia do Instituto Adolfo

    Lutz, 1985.

    Slidos solveis totais (Brix)

    Determinou-se com o auxilio de um refratmetro digital de bancada marca

    LABCENTER.

    pH

    A anlise foi realizada em potencimetro digital da marca QUIMIS.

  • 27 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Acidez Total Titulvel

    Essa anlise foi realizada atravs de titulometria, utilizando hidrxido de sdio

    (NaOH) 0,1N na forma de acidez titulvel total, o resultado foi obtido atravs da

    (Equao 01).

    Onde:

    ATT: Acidez total titulvel

    Vc: Volume gasto de hidrxido de sdio em ml

    N: Normalidade da soluo de hidrxido de sdio

    Fc: Fator de correo do hidrxido de sdio

    Pa: Peso da amostra em gramas

    Densidade

    Esta anlise foi determinada segundo a metodologia do Ministrio da

    Agricultura Pecuria e Abastecimento (MAPA), (Brasil, 1986) no laboratrio central

    (LACEN), pelo uso de denssimtrico, atravs de picnmetro onde o resultado foi

    obtido pela (Equao 02).

    OHc

    amc

    PP

    PPD

    2

    20

    20

    Onde:

    = Densidade relativa a 20c

    Pam = Massa do picnmetro com a amostra em gramas

    PH2O = Massa do picnmetro com gua em gramas

    Pc = Massa do picnmetro vazio em gramas

  • 28 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Teor alcolico

    O Teor Alcolico foi analisado segundo a metodologia proposta por (MAPA,

    1986), no laboratrio central (LACEN). O teor alcolico (% em volume) foi obtido

    pelo uso da tabela de converso de densidade relativa 20C/20C determinada no

    destilado alcolico da amostra.

    3.3.2 Carotenides

    A determinao de carotenides totais por extrao e quantificao foram

    realizadas segundo o mtodo de Rodriguez- Amaya (1999).

    A extrao dos pigmentos foi realizada com acetona e celiti, misturando-as a

    20 g da amostra. Em seguida, realizou-se uma filtrao a vcuo, onde os pigmentos

    dissolvidos em acetona foram transferidos para um funil de separao contendo ter

    de petrleo e diversas lavagens com gua destilada at remoo da acetona.

    Depois da lavagem, transferiu-se o volume para um balo e aferiu-se com ter de

    petrleo. A soluo analisada em espectrofotmetro, a qual se faz uma varredura

    350- 550 mn. Na quantificao dos carotenides os parmetros predominantes

    foram avaliados segundo Davies (1976), que aplica a lei de Beer.

    3.3.3 Sensorial

    As anlises sensoriais da bebida alcolica fermentada com adio de acar

    caramelizado, foram realizadas no Instituto Federal do Par, os testes aplicados

    foram de aceitao quanto aos atributos cor, aroma, sabor, textura, impresso

    global. No teste foi aplicada a escala hednica de nove pontos (Figura 05)

    ancorados pelos extremos desgostei muitssimo (1) e gostei muitssimo (9)

    DUTCOSKY(1996).

    Foram escolhidos aleatoriamente 30 provadores no treinados, de ambos os

    sexos e idade variada, sendo as bebidas servidas em copos descartveis de 50 ml.

    A ficha utilizada seguiu o modelo apresentado na (Figura 05) onde foi utilizado alm

    do teste de aceitao do produto o teste de inteno de compra. No qual os

    provadores indicaram sua atitude em relao compra do produto.

  • 29 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Figura 05 - Modelo de ficha utilizado na analise sensorial da bebida alcolica

    fermentada de manga.

    Fonte: DUTCOSKY (1996).

    TESTE DE ESCALA HEDNICA

    NOME: ----------------------------------------------------------- -----DATA: -----/------/2009 Voc est recebendo uma amostra de uma bebida alcolica fermentada a partir

    do suco de manga rosa. Avalie a amostra usando a escala abaixo para descrever

    o quanto gostou ou desgostou do produto.

    Caractersticas sensoriais

    Cor

    Aroma

    Sabor

    Textura

    Impresso Global

    Escala

    1-Desgostei muitssimo 2-Desgostei muito

    3-Desgostei moderadamente 4-Desgostei ligeiramente 5-Nem gostei nem desgostei

    6-Gostei ligeiramente 7-Gostei regularmente

    8-Gostei muito 9-Gostei muitssimo

    Com base em sua opinio sobre esta amostra, indique sua inteno de compra em relao ao produto que voc acabou de avaliar, usando a escala abaixo.

    ( )1- Certamente compraria ( )2-Provavelmente compraria

    ( )3-Tenho dvidas se compraria ( )4- Provavelmente no compraria ( )5- Certamente no compraria

    Comentrios ------------------------------------------------------------------------- OBRIGADA!

  • 30 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Para determinar a aceitao da bebida em relao cor, aroma, sabor,

    textura e impresso global utilizou-se a (Equao 03).

    Onde:

    A= Aceitao

    M= Mdia das notas obtidas

    N=Nota mxima

    Para determinao do ndice de aceitabilidade do produto utilizou-se as

    indicaes prescritas pela ABIA, pode-se observa a partir da (Equao 04).

    .

    Ou seja:

    Onde:

    Peso ou volume da bebida consumida = peso ou volume da bebida que o provador

    realmente ingeriu correspondente a bebida preparada menos a sobra limpa + resto.

    Bebida preparada = total do peso ou volume da bebida preparada no laboratrio.

    Sobra limpa = peso ou volume da bebida preparada e no distribuda.

    Resto = peso ou volume da bebida distribuda que no foi ingerida.

    Peso ou volume da bebida distribuda = peso ou volume da bebida fornecida,

    correspondente a bebida preparada menos a sobra limpa.

  • 31 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 ACOMPANHAMENTO DA FERMENTAO

    A bebida alcolica fermentada de manga (Mangifera indica L) teve o

    acompanhamento dirio atravs das anlises de Brix, pH e acidez total titulvel,

    visando obter um processo fermentativo seguro, de acordo com a (Tabela 04).

    Tabela 04- Valores observados no final da fermentao

    Brix

    inicial

    Brix

    final

    pH Teor

    Alcolico

    Acidez

    Total %

    Dias de

    Fermentao

    17 5,5 3,4 7,6 3,754 10

    De acordo com o resultado de teor alcolico obtido a bebida resultante pode

    ser classificada como fermentado de fruta, segundo a Legislao Brasileira (BRASIL,

    1997), pois o teor alcolico mnimo para essa classificao de 4% e o mximo de

    14 %.

    O teor alcolico encontrado no produto elaborado ficou na mdia quando

    comparado ao valor obtido por (LOPES & SILVA, 2006), que obteve no fermentado a

    partir do figo- da - ndia um valor de 6,05GL e (ARRUDA et al., 2003), que obteve

    um teor alcolico de 8,9GL para o fermentado de banana.

    A proximidade dos valores obtidos nos fermentados de frutas, deve-se ao

    tempo de fermentao e ao Brix inicial do mosto, visto que foi semelhante ao

    utilizados para o fermentado de manga rosa.

    Na (Figura 06) pode ser verificado o acompanhamento dos slidos solveis

    (Brix) do mosto durante a fermentao.

  • 32 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Figura 06. Curva do decrscimo dos slidos solveis em funo do tempo de

    fermentao.

    Pode-se verificar que o teor de slidos solveis totais nos dois primeiros dias

    permaneceu constante, este fato deve-se a presena de Metabissulfito de Sdio

    utilizado na sulfitagem, visto que as leveduras na presena do mesmo precisam se

    adaptar ao mosto.

    Aps a fase de adaptao as Sacarromyses cerevisae comearam a atuar

    consumindo diariamente os aucares, ocorrendo assim converso de acar em

    etanol e gs carbnico e assim promovendo uma diminuio da concentrao inicial

    de slidos solveis de 17 Brix para 5,5 Brix no perodo de 10 dias. O valor final do

    Brix permaneceu constante indicando o fim da fermentao.

    Pode- se analisar os valores entre os slidos solveis totais (Brix) da bebida

    fermentada de manga e outras bebidas fermentadas a partir da (Tabela 05).

    Tabela 05. Comparao dos valores de Slidos Solveis Totais (Brix) do

    fermentado de manga com outros fermentados.

    Fermentado Slidos Solveis Totais (Brix)

    Manga 5,50

    Mandacaru (Almeida et al., 2006) 5,50

    Maa (Barwal, 1991) 6,00

    Banana (Arruda et al.,2003)

    Laranja (Corazza et al., 2001)

    6,00

    8,00

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    0 2 4 6 8 10 12

    Brix

    Tempo (dias)

  • 33 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Comparando os Slidos Solveis Totais (Brix) da bebida alcolica

    fermentada de manga, com os fermentados de mandacaru (Almeida et al., 2006),

    Maa (Barwal, 1991) e banana (Arruda et al., 2003), verifica-se pela (Tabela 05) que

    os slidos solveis totais so semelhantes, esse fato deve-se a correo inicial do

    Brix realizada nos fermentados, porm em relao ao fermentado de laranja o valor

    observado foi maior, isso deve-se ao Brix inicial do mosto ter sido corrigido para 26,

    enquanto que no fermentado de manga rosa foi de 17, pois o Brix inicial influencia

    no valor do Brix final da bebida alcolica fermentada.

    Atravs da (Tabela 06), pode-se comparar os valores de pH da bebida

    alcolica fermentada de manga com outras bebidas fermentadas de frutas.

    Tabela 06. Comparao do pH do fermentado de manga com outros fermentados.

    Fermentado pH

    Manga 3,40

    Pupunha (Andrade et al., 2003) 3,80

    Laranja (Corazza et al., 2001) 3,30

    Figo (Lopes & Silva, 2006) 3,50

    Tapereb (Mendona & Ports, 2007) 3,20

    Acerola (Santos et al., 2005) 3,00

    Mandacaru (Almeida et al., 2006) 3,80

    Abacaxi (Santos & Oliveira, 2007) 5,40

    Comparando o pH do fermentado de manga com os fermentados de pupunha

    (Andrade et al., 2003), laranja (Corazza et al., 2001), figo (Lopes & Silva, 2006),

    tapereb (Mendona & Ports, 2007) e mandacaru (Almeida et al., 2006), observa-se

    atravs da (Tabela 06) valores aproximados, isto deve-se ao bom desenvolvimento

    do pH nos fermentados, obtendo valores desejveis para bebidas alcolicas

    fermentadas.Em relao ao fermentado de acerola (Santos et al., 2005) este obteve

    um menor valor em decorrncia do mosto ter sido corrigido com adio de carbonato

    de clcio, levando-o a um pH final de 3,0, porm, tanto o fermentado de acerola

    quanto o de manga obtiveram um pH satisfatrio aumentando sua estabilidade

    biolgica. Em relao ao fermentado de abacaxi (Santos & Oliveira, 2007), este

  • 34 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    apresentou um pH mais elevado, decorrente do crescimento de microrganismo

    indesejveis durante a fermentao.

    Segundo Saton et al (2000) o pH mdio de 3,5 confere maior resistncia as

    infeces (contaminao por microrganismo), o que pode ser visto no fermentado de

    manga, pois o mesmo apresentou pH prximo ao valor estabelecido.

    O comportamento do pH e da acidez esto representados na (Figura 06).

    Esses parmetros esto correlacionados, visto que quando os valores de pH

    diminuem a acidez do mosto aumenta.

    Figura 07. Curva do comportamento do pH e da acidez em funo do tempo de

    fermentao.

    O aumento da acidez e conseqentemente a reduo do pH ao longo do

    processo fermentativo (Figura 06), so decorrentes da produo de cidos orgnicos

    (Borzani et al., 1983). Verificando-se ainda que a faixa do pH (5,6 a 3,6), durante o

    processo de fermentao foi suficiente para permitir uma rpida fermentao

    alcolica e inibir as bactrias indesejveis de se desenvolverem.

    Rizzon et al.,(1994) ressalta que a variao na acidez durante a fermentao

    tem grande influncia na estabilidade e colorao das bebidas fermentadas, pois

    quando o meio torna-se cido a probabilidade de ocorrer contaminao microbiana

    mnima, visto que a maioria dos microrganismos prefere meios bsicos ou alcalinos.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    4

    0 2 4 6 8 10 12

    pH

    Aci

    de

    z

    Tempo (dias)

    Acidez

    pH

  • 35 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    4.2 CARACTERIZAO FSICO-QUMICA

    Tabela 07. Resultado fsico-qumico da bebida alcolica fermentada de manga

    Anlises Valores Obtidos

    pH 3,4

    Acidez Titulvel Total (%) 3,7

    Teor alcolico GL 7,6

    Brix 5,5

    Densidade GL 0,98941

    O resultado referente ao pH, mostrado na (Tabela 07), indicou que a bebida

    alcolica fermentada de manga rosa possui uma maior resistncia as contaminaes

    microbianas, visto que esse pH considerando cido. Para esta anlise a legislao

    no estipula nenhum parmetro.

    A determinao de acidez total titulvel serve para descobrir possveis

    alteraes indesejveis que possa a vir a ocorrer. O resultado obtido no fermentado

    de manga rosa pode ser comparado com o valor encontrado por (Santos et.al.,

    2005) que obteve 3,8 e o fermentado de figo-da-ndia (Lopes & Silva, 2006), que

    obteve 4,5. Para esta anlise no h parmetros na legislao vigente.

    Assim como o pH e a acidez so considerados importantes para a

    estabilidade biolgica das bebidas alcolicas fermentadas de frutas, o etanol

    produzido durante o processo de fermentao alcolica tambm contribui para

    obteno desta estabilidade

    O valor do teor alcolico da bebida fermentada de manga rosa, observado na

    (Tabela 07) encontra-se dentro dos limites estabelecidos para os fermentados de

    frutas, de acordo com Brasil, (1997).

    O valor de slidos solveis totais foi comparado com outros fermentados

    como mostra a (Tabela 05). Esta anlise no sugerida pela legislao, porm,

    necessria, pois pode indicar o trmino da fermentao.

    A densidade do fermentado de manga rosa, pode ser comparado com os

    fermentados de abacaxi (Caldas et. al., 2006) que obteve 1,1478GL e (Santos &

    Oliveira, 2007) que obteve 1,03354GL. O fermentado de manga obteve uma menor

  • 36 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    densidade, em decorrncia do processo de filtrao realizado na polpa e na bebida

    j fermentada. Esta anlise no sugerida pela legislao.

    4.3 ANLISE DE CAROTENIDES

    A partir da (Tabela 08) pode-se comparar os valores de carotenides

    presentes na polpa do fruto de manga e outros frutos.

    Tabela 08. Comparao de carotenides observados no fruto da manga e outros

    frutos.

    Frutas Resultados (g/g)

    Manga 28, 008

    Caj (Mattietto, 2005) 28,30

    Tapereb (Mendona & Ports., 2007) 9,67

    Comparando o resultado obtido de carotenides da polpa da manga com o de

    outras frutas analisadas, verifica-se que a polpa de caj (Mattietto, 2005) obteve

    resultado semelhante ao da polpa de manga, diferente da polpa de tabereb

    (Mendona & Ports, 2007), essa diferena observada na (Tabela 08) deve-se ao

    perodo de safra e aos aspectos climticos da regio, onde foram colhidos.

    A anlise realizada para determinao de carotenides na fruta in natura

    obteve um valor de 28,008 g/L e na bebida fermentada de manga, foi de 9,823

    g/L, essa diminuio dos carotenos da fruta in natura para a bebida alcolica

    fermentada de manga rosa, deve-se pasteurizao realizada no p-de-cuba, visto

    que o aumento da temperatura afeta na quantidade de carotenos, pois esses

    pigmentos so sensveis a temperaturas elevadas.

    4.4 TESTE SENSORIAL DA BEBIDA ALCOLICA FERMENTADA A PARTIR DO

    SUCO DE MANGA ROSA.

    De acordo com a anlise sensorial aplicada obteve-se os resultados de teste

    de aceitabilidade utilizando a escala hednica e inteno de compra para a

    avaliao da bebida alcolica fermentada do suco de manga.

  • 37 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    Nas tabelas 09 e 10 esto presentes os dados obtidos durante a anlise

    sensorial, em relao aceitabilidade das caractersticas organolptica e do produto

    respectivamente.

    Tabela 09. Resultado da analise sensorial, com relao aceitabilidade das

    caractersticas organolpticas.

    Bebida alcolica

    fermentada de manga

    Mdia Aceitabilidade

    Cor 6,16 68,44%

    Aroma 6,33 70,33%

    Sabor 6,66 74,00%

    Textura 6,00 66,66%

    Impresso global 7,40 82,22%

    A partir dos dados obtidos na (Tabela 09) pode-se constatar a boa

    aceitabilidade da bebida alcolica fermentada de manga, em relao cor, aroma,

    sabor, textura e impresso global.

    A bebida obteve colorao caracterstica da fruta, decorrente do processo de

    Sulfitagem, pois o Metabissulfito de Sdio por ser um agente antioxidante mantm a

    cor natural da fruta, diferente dos testes que sofreram pasteurizao que obtiveram

    uma colorao mais escura, visto que temperaturas acima de 60C degradam os

    pigmentos (Caroteno).

    A bebida apresentou aroma agradvel, certamente devido as concentraes

    de compostos formadores de aroma como o etanol.

    A bebida em relao ao sabor obteve uma boa aceitao, por ter ficado

    levemente adocicada em decorrncia da adio de acar caramelizado.

    A textura obteve o menor ndice de aceitabilidade comparado com os outros

    atributos em decorrncia da consistncia obtida, pois a mesma ficou espessa, no

    adquirindo consistncia caracterstica de bebida alcolica, visto que a manga uma

    fruta fibrosa o que dificulta o processo de filtragem.

    A bebida alcolica fermentada de manga obteve um bom ndice de

    aceitabilidade que foi 96,87%, dado superior ao encontrado por Santos & Oliveiras,

  • 38 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    (2007) que foi de 79,55% para o fermentado de abacaxi e de 80% encontrado na

    bebida alcolica de pupunha por Pantoja et al., (2001).

    A boa aceitabilidade do fermentado de manga, ocorreu devido adio de

    acar caramelizado, proporcionando um sabor levemente adocicado, contribuindo

    assim pra um bom ndice de aceitao. De acordo com a (Tabela 10) verifica-se os

    dados obtidos no teste de inteno de compra.

    Tabela 10. Resultado da inteno de compra da bebida alcolica fermentada de

    manga

    Inteno de compra (%)

    Certamente compraria 33,33

    Provavelmente compraria 43,33

    Tenho duvidas se compraria 23,33

    Provavelmente no compraria 0

    Certamente no compraria 0

    Observa-se que a maior porcentagem obtida a partir dos provadores,

    provavelmente compraria a bebida alcolica fermentada, seguindo dos atributos

    certamente compraria e tenho duvidas se compraria.

  • 39 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    5. CONCLUSO

    - A utilizao do suco de manga na elaborao da bebida alcolica fermentada,

    apresenta-se como uma alternativa no desenvolvimento de tecnologias para

    obteno de produtos com maior valor agregado.

    - Atravs das anlises fsico-qumicas realizadas com a bebida alcolica fermentada

    verificou-se que o produto encontra-se em conformidade com os padres vigentes.

    - De acordo com os testes sensoriais a bebida alcolica fermentada de manga

    indicou uma boa aceitabilidade, em relao cor obteve-se 68,44%, aroma 70,33%,

    sabor 74,00%, textura 66,66%, impresso global 82,00% e o ndice de aceitao da

    bebida foi de 96,87%.

    - A bebida alcolica fermentada com adio de acar caramelizado, mostrou-se

    como uma boa alternativa para utilizao do excedente de safra devido ao grande

    ndice de aceitao e pela facilidade das leveduras na utilizao dos acares

    durante o processo fermentativo.

  • 40 Silva, B.A; Silva, N.S. Elaborao uma bebida alcolica fermentada a partir do suco de manga rosa

    (Mangifera indica. L)

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    (Mangifera indica. L)

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