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1 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL SENAC UNIDADE JABAQUARA Curso Técnico em Meio Ambiente PROGRAMA DE ANALISE E GERENCIAMENTO AMBIENTAL NUMA EMPRESA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NA REGIÃO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Dulce Pereira Giancarlo Trivellato Jenifer Bicudo Ribeiro Raquel Denise Marçal São Paulo 2011

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PROGRAMA DE ANALISE E GERENCIAMENTO AMBIENTAL NUMA EMPRESA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NA REGIÃO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL SENAC

UNIDADE JABAQUARA

Curso Técnico em Meio Ambiente

PROGRAMA DE ANALISE E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

NUMA EMPRESA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NA REGIÃO

DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Dulce Pereira

Giancarlo Trivellato

Jenifer Bicudo Ribeiro

Raquel Denise Marçal

São Paulo

2011

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PROGRAMA DE ANALISE E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

NUMA EMPRESA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS NA REGIÃO

DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Dulce Pereira

Giancarlo Trivellato

Jenifer Bicudo Ribeiro

Raquel Denise Marçal

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________

São Paulo ____/____/____

Nota do Trabalho: ____

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SUMÁRIO

I. Introdução................................................................................................... ....4

I. 1. Histórico da Empresa...............................................................................................7

I. 2. Alimentos Fabricados......................................................................................... ......7

I. 2. 1. Produção Objeto da Pesquisa..............................................................................8

II. Fluxograma..............................................................................................................9

III. Justificativa..........................................................................................................11

IV. Objetivos...............................................................................................................12

V. Metodologia...........................................................................................................13

VI. Revisão da Literatura ........................................................................................14

VI. 1. Licenciamento Ambiental.....................................................................................14

VI. 2. Licenças Necessárias........................................................................................15

2. LP/LI/LO....................................................................................................................16

2. Outorgas DAEE.........................................................................................................17

VI. 3. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (PGRA) .............................18

3. Descarga de Efluentes..............................................................................................19

3. Geração de Residuos Sólidos e Contidos................................................................20

3. Consumo de Energia................................................................................................21

3. Utilização da água....................................................................................................22

3. Disposição final de lixo de embalagens....................................................................22

3. Ruido / Odores..........................................................................................................23

3. Plano de contingência...............................................................................................24

VII. Resultado.............................................................................................................25

VIII. Conclusão..........................................................................................................26

IX. Anexos...................................................................................................................27

1. Anexo 01...................................................................................................................27

2. Anexo 02...................................................................................................................28

3. Anexo 03...................................................................................................................29

3. Anexo 04...................................................................................................................30

X. Bibliografia.................................................................................................. .........31

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I. INTRODUÇÃO

Há algumas décadas, a geração de poluentes pelas organizações era

entendida como uma consequência inevitável dos processos industriais, o que

gerou um grau de deteriorização ambiental acentuada em muitas regiões do

mundo. Este é um dos maiores problemas sociais, tendo em vista o bem estar

e a qualidade de vida do homem. À medida que os problemas ambientais se

intensificaram e a qualidade no setor produtivo ganhou consistência, notou-se

que o controle de impactos ambientais só seria efetivo por meio de um sistema

de gestão ambiental.

Os impactos ambientais são gerados por produtos e processos. Os aspectos

ocorrem nas entradas, nas saídas e durante os processos. Nas saídas dos

processos podem estar os resíduos e as emissões. Aos poucos as empresas

estão de dando conta de que a geração de resíduos e emissões é sinônimo de

perdas econômicas significantes, o que afeta diretamente a competitividade.

Para realização desse Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais

(PRGA), utilizou-se uma empresa do segmento alimentício. Nela são

produzidos alimentos pré-fabricados, químicos, como pós instantâneos,

salgados e doces, vendidos em embalagens de papel.

Buscou-se criar um Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais

(PRGA) adequado as necessidades constatadas, visando à melhoria contínua

nos processos e serviços, primando pela máxima dos 3R’s (reduzir, reutilizar e

reciclar), P+L, e demais práticas sustentáveis, buscando a excelência na

convivência com o meio ambiente.

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- Licenciamento Ambiental

É definido, conceitualmente, como o procedimento administrativo pelo qual o

órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a

operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais

consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob

qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as

disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Cabe ser ressaltado que é a principal ferramenta que a sociedade possui

para controlar a manutenção da qualidade do meio ambiente, o que está

diretamente ligado com a saúde pública e com boa qualidade de vida para a

população.

- Gerenciamento Ambiental

O gerenciamento ambiental é a ferramenta básica para alcançar os objetivos

citados e tem que ser considerado como uma prioridade corporativa, pelo

estabelecimento de políticas com programas e práticas que visem conduzir as

atividades empresariais de uma maneira ambientalmente sadia.

Tais políticas com seus programas e práticas devem, por sua vez, se

integrar totalmente em todas as atividades, mesmo que aparentemente não

sejam relacionadas à produção especifica.

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- Plano de Ação e Controle de Resíduos

Conforme redação dada pelo artigo 225 da Constituição Federal de 1988:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder

público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes

e futuras gerações”.

Um dos objetivos do Plano de Ação e Controle de Resíduos é a redução e

destinação correta dos resíduos, melhoria da produtividade e da qualidade dos

alimentos de origem animal colocados à disposição da população brasileira, e

secundariamente, proporcionar à nação, condições de se adequar do ponto de

vista sanitário, às regras do comércio internacional de alimentos, preconizadas

pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e órgãos auxiliares (FAO, OIE e

WHO).

O Plano contempla esforços no sentido de ofertar aos consumidores,

alimentos seguros e competitivos.

- Plano de Produção Mais Limpa

Produção mais Limpa, conceitualmente, é a aplicação contínua de uma

estratégia ambiental integrada e preventiva a processos, produtos e serviços,

com a finalidade de aumentar a eficiência e reduzir riscos aos seres humanos e

ao meio ambiente. (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 1989)

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I. 1. HISTÓRICO DA EMPRESA

Por razões de preservação industrial e a pedido da própria empresa, objeto

de estudo dessa pesquisa, seu nome será preservado, sendo adotado, por

conseguinte, a denominação fictícia de Gelatina Bom Sabor.

Empresa que atua no ramo da produção de produtos alimentícios foi fundada

por dois engenheiros de alimentos com intuito de fabricar produtos semi

prontos que, para serem consumidos, passariam por alguma transformação.

Irmãos, nascidos na Espanha, chegaram ao Brasil ainda crianças, com seus

pais em busca de trabalho e melhores condições de vida.

Estudaram e se formaram na mesma paixão: engenharia química com

especialização em alimentos. Trabalharam em grandes multinacionais do ramo

alimentício, como Royal e Nestlé por mais de 15 anos, até que em 2000,

fundaram sua própria empresa, especializada em sobremesas e temperos em

pó em geral.

I. 2. Alimentos Fabricados

A produção média anual é de 1.250t de fermento e leveduras;

1.350t de caldo para tempero; 23 t de pó para refresco; 680 t de gelatina e

derivados; 1.150t de pó preparado para “food service”; 1.425t de pó preparado

para sopa instantânea e 2.092t de pó preparado para achocolatado.

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I. 2. 1. Produção Objeto da Pesquisa

- A Gelatina

O processo produtivo escolhido foi a fabricação de gelatina que é uma

substância orgânica nitrogenada, uma proteína coloidal, cujo valor principal

está na suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas. A água com

apenas 1% de gelatina de boa qualidade, em peso, forma uma geléia, ao se

esfriar. É pequena, talvez nula, a relação química ou física entre a gelatina e

outras substâncias. A gelatina animal é obtida pela hidrólise do colágeno – as

fibras brancas do tecido conetivos do corpo do animal, particularmente da pele,

dos ossos e dos tendões. (Shreve e Brink Jr, 2009).

Gelatinas comestíveis disponíveis comercialmente possuem a seguinte

composição:

• 84 - 90% proteína

• 8 - 12% água

• 2 - 4% sais minerais

Elas não contêm carboidratos, gorduras, colesterol ou purina e são livres de

qualquer tipo de conservantes. Todas as gelatinas comestíveis estão

integralmente de acordo com os padrões bacteriológicos exigidos.

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II. FLUXOGRAMA

Toda a matéria prima é recebida com um laudo do fornecedor, analisada

pelo laboratório interno e permanece em quarentena até ser liberada pelo

controle de qualidade. É instalado um controle de rastreabilidade com código

on line, para fácil acesso, onde posteriormente é gerado seu código

(fabricação, validade e lote). Segue-se a filosofia FIFO (first in, first out), para o

controle do vencimento.

A dosagem dos ingredientes (Açúcar cristal, Amido e fécula de milho,

gelatinas e derivados, Citrato de sódio, Aromar e essências sintéticas, Ácido

Fumárico, Edulcorantes, Vitaminas e suplementos minerais para uso humano)

é realizada na dosimetria, em balanças de precisão, separadas por doces e

salgados. O controle de qualidade faz a conferência do peso dos ingredientes

para liberação, adicionando registro nos lotes.

Através de um funil por gravidade, esses ingredientes passam por peneiras

(para contenção de riscos físicos), seguindo para o misturador, localizado no

andar inferior. Misturador é um equipamento onde se processa a

homogenização dos ingredientes.

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No segundo subsolo, o produto final abastece o maquinário, seguindo para o

envasamento sem nenhum contato manual, em máquinas de envase

individuais.

Na máquina de envase, o pó pronto desce para a rosca dosadora, onde o

material é embalado em plástico filme e lacrado automaticamente, passando

por sensores de volume, os quais verificam o seu conteúdo final. Na sequência

é embalado em caixinhas de papelão, previamente impressos com seu

respectivo código.

É encaminhado para um armazenamento prévio, dentro da indústria, onde

segundo FIFO, é realizada sua distribuição para os revendedores, que

disponibilizarão o produto para o consumidor.

Em cada fase do processo é retirada uma amostra do lote, que segue para

analise de controle de qualidade em laboratório interno. Posteriormente uma

amostra é preparada como em casa, para avaliação de peso, pH, consistência

e umidade.

O processo produtivo funciona 18 horas, de segunda à sexta-feira em três

turnos (6/12h, 12/18h e 18/00hs.)

A higienização ocorre a cada final de turno e em alternação de sabores e

light, onde são registradas em planilhas e assinadas pelo controle de

qualidade.

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III. JUSTIFICATIVA

A relevância deste trabalho decorre do fato de que as organizações ainda

apresentam dificuldades em estabelecer um programa de gerenciamento de

resíduos industriais de forma consistente e compatível com suas necessidades

econômicas, técnicas, ambientais e legais. Em muitos casos, os gestores

ainda não se deram conta da necessidade de tal programa bem organizado e

sistematizado, talvez porque os únicos custos dos resíduos apurados e

conhecidos na empresa sejam os de seu tratamento e disposição final.

Buscou-se propor um plano de gerenciamento ambiental, aplicando a

metodologia de “Produção Mais Limpa”, primando pelo reduzir, reutilizar e

reciclar, além de aprimorar o plano de ação para a correta destinação dos

resíduos. O foco principal de um programa de Produção Mais Limpa é a

redução do consumo de recursos naturais, principalmente uso de água e

energia.

Desta forma, foi possível verificar em todas as etapas, os descartes finais de

resíduos, o uso de água e energia usada na fabricação do produto, assim como

ruídos causados pelas máquinas.

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IV. OBJETIVOS

•Identificar, com base na legislação e resoluções, critérios para a priorização

de ações na prevenção da poluição e da adoção de tecnologias limpas;

•Criar o plano de gerenciamento baseando-se no processo produtivo;

•Propor procedimentos para um programa de Gerenciamento Ambiental a

empresa, a fim de promover a sua gestão e estimular a melhoria contínua do

seu desempenho e econômico;

•Analisar as práticas ambientais já existentes e acrescentar novas ideias e

tecnologias que permita a melhoria nos processos industriais;

•Expor a proposta de uma produção mais limpa e eliminar os resíduos gerados

pelo empreendimento;

•Conhecer os trâmites necessários para o processo de licenciamento;

•Controlar o volume e o destino dos resíduos gerados pela empresa e as

atividades envolvidas;

•Identificar, com base na legislação aplicável, critérios para a redução e

tratamento de resíduos.

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V. METODOLOGIA

Foram usados livros industriais, internet, acompanhamento de todo o

processo produtivo, como método para o desenvolvimento do projeto, desde a

chegada da matéria prima, até o produto final.

A pesquisa incluiu também um levantamento da legislação aplicável a

tratamento e disposição final dos resíduos.

Em seguida foi feita um trabalho in situ para conhecermos os processos

produtivos industriais da empresa escolhida, sua documentação e suas

licenças.

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VI. REVISÃO DA LITERATURA

VI. 1. Licenciamento Ambiental

De acordo com a resolução CONAMA 237/97: “Licença Ambiental é o ato

administrativo pelo qual o Órgão Ambiental estabelece as condições, restrições

e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo

empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e

operar empreendimentos ou atividades utilizadores dos recursos ambientais

considerados efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob

qualquer forma, possam causar degradação ambiental.”

Por meio da Resolução CONAMA 237/97, o CONAMA – Conselho Nacional

do Meio Ambiente estabeleceu como órgãos licenciadores, em níveis de

competência federal (IBAMA), estadual e municipal (depende do

estado/município) para todo o território nacional, de acordo com a extensão do

impacto ambiental.

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VI. 2. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

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• Licença Prévia (LP) (ver anexo 01)

Essa licença é emitida no começo, no planejamento de uma atividade ou

empreendimento para a aprovação de sua localização e concepção,

confirmando a viabilidade ambiental e estipulando os requisitos básicos e

determinantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implantação.

• Licença de Instalação (LI) (ver anexo 02)

Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as

especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,

incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual

constituem motivos determinantes.

• Licença de Operação (LO) (ver anexo 03)

Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação

do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas

de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

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•Outorgas DAEE (ver anexo 04)

No Estado de São Paulo cabe ao DAEE o poder outorgante, por intermédio

do Decreto 41.258, de 31/10/96, de acordo com o artigo 7º das disposições

transitórias da Lei 7.663/91.

Os recursos hídricos (águas superficiais e subterrâneas) constituem- se em

bens públicos que toda pessoa física ou jurídica tem direito ao acesso e

utilização, cabendo ao Poder Público a sua administração e controle.

Se uma pessoa quiser fazer uso das águas de um rio, lago ou mesmo de

águas subterrâneas, terá que solicitar uma autorização, concessão ou licença

(Outorga) ao Poder Público. O uso mencionado refere-se, por exemplo, à

captação de água para processo industrial ou irrigação, ao lançamento de

efluentes industriais ou urbanos, ou ainda à construção de obras hidráulicas

como barragens, canalizações de rios, execução de poços profundos, etc.

A outorga de direito de uso ou interferência de recursos hídricos é um ato

administrativo, de autorização ou concessão, mediante o qual o Poder Público

faculta ao outorgado fazer uso da água por determinado tempo, finalidade e

condição expressa no respectivo ato.

Constitui-se num instrumento da Política Estadual de Recursos Hídricos,

essencial à compatibilização harmônica entre os anseios da sociedade e as

responsabilidades e deveres que devem ser exercidas pelo Poder concedente.

•Quem deve pedir outorga?

Todo usuário que fizer uso ou interferência nos recursos hídricos das

seguintes formas:

- Na implantação de qualquer empreendimento que demande a utilização de

recursos hídricos (superficiais ou subterrâneos);

- Na execução de obras ou serviços que possam alterar o regime

(barramentos, canalizações, travessias, proteção de leito, etc.);

- Na execução de obras de extração de águas subterrâneas (poços

profundos);

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VI. 3. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

AMBIENTAIS (PGRA)

Pode-se definir o estudo de riscos ambientais como um processo de

estimativa da probabilidade de ocorrência de um evento e a magnitude

provável de seus efeitos adversos, durante um período de tempo especificado.

O Sistema de gerenciamento ambiental é uma estrutura ou método para

alcançar um desempenho sustentável em relação os objetivos estabelecidos e

atender às constantes mudanças na regulamentação, nos riscos ambientais e

nas pressões sociais, financeiras, econômicas e competitivas.

Obter um sistema de gerenciamento ambiental é sempre interessante e

necessário, pois implanta boas práticas ambientais corretas na empresa,

trazendo inúmeros benefícios.

Dependendo do porte da empresa, passa a ser necessária existir um setor

específico voltado a essas atividades e que cuide dos aspectos ambientais dos

produtos, serviços e processos industriais.

- Os riscos ambientais gerais são:

•Emissões gasosas para a atmosfera;

•Descarga de efluentes na água;

•Geração de resíduos sólidos ou contidos;

•Consumo de energia;

•Utilização de água;

•Manuseio e armazenamento de materiais;

•Disposição final de lixo de embalagens;

•Transporte de materiais e pessoas;

•Ruído, odores e impacto visual da instalação;

•Perturbação de habitat e ecossistemas

•Plano de contingência.

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• Dos riscos citados anteriormente, estão relacionados à nossa empresa

in situ:

•Descarga de efluentes:

Legislação – Decreto – Lei nº236/98

Não tem efluentes resultantes dos processos produtivos, maquinários, porém

é utilizado um grande volume de água para lavagem dos maquinários e pátio,

nas trocas dos três turnos, gerando um grande volume de efluente com baixa

concentração de açúcar e corantes, que assim como todos os outros efluentes,

são despejados em fossa séptica, pois não existe encanamento de esgoto na

região. É feita a higienização, quinzenalmente, através de caminhão limpa-

fossa, por sucção dos rejeitos.

Proposta de melhoria: Apesar de estarem em processo de ampliação da

empresa, existe uma área que pode ser utilizada para a instalação de uma

ETE simples, com tratamento primário e secundário, biológico, acoplada

a uma cisterna para estocar essa água pós tratamento, buscando desta

maneira, reaproveitar o grande volume de água utilizada nas três

lavagens diárias, reutilizando-a nas descargas, regas de jardins, limpeza

de areas externas, pisos e sanitários. Com essa atitude, é possível ter

uma relevante diferença no consumo de água, gerando uma economia no

volume e custos (P+ L).

Existem empresas especializadas em engenharia ambiental, que

desenvolvem projetos de ETE específicas para cada indústria, juntamente

com o plano de contingência.

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•Geração de resíduos sólidos ou contidos:

Lei – 12.305 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Ocorre o descarte incorreto de todo resíduo proveniente da cozinha do

refeitório, sendo ele orgânico ou não orgânico, que é encaminhado para lixo

comum, de onde segue para aterro sanitário. Os resíduos provenientes da

produção têm a destinação correta, seguindo para reciclagem total. Os

recicláveis seguem para tratamento correto e a política adotada para

destinação dos residuos sólidos proveniente da fabricação da gelatina (gordura

e fibra animal) é o acondicionamento em bombonas e o encaminhamento duas

vezes por semana para uma indústria de produção de ração animal,

especificamente suínos, onde este resíduo é totalmente utilizado.

Proposta de melhoria: Os resíduos inorgânicos da cozinha devem ser

separados e destinados corretamente para reciclagem e os orgânicos

podem ser tratados em composteiras industriais ou domésticas na

própria empresa, dependendo da quantidade gerada, de onde forma-se

adubo para jardins e canteiros. Existe também a opção do uso de

secadores próprios, onde é efetuada a desidratação destes resíduos,

altamente nutritivos, possibilitando também o encaminhamento para

fabricação de ração animal.

Com esse programa, é possível reduzir a produção de resíduos para

aterro em até 95%.

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•Consumo de energia;

Decreto – Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro.

A produção e o consumo de energia têm um dos maiores de todos os

impactos sobre o ambiente. Apesar de nossa energia ser limpa, de

hidrelétricas, é possível substituí-la por painéis de energia solar.

Proposta de melhoria: Toda energia usada na empresa, é proveniente de

eletricidade, ou seja, hidrelétricas. Utilizando o programa P+ L, é possível

economizar 90% no consumo de energia elétrica e consequentemente,

obter essa redução na conta de luz, adotando paineis solares como

fontes geradoras de energia. O custo com a implantação de paineis

solares para geração total de energia em uma indústria ainda é inviável

financeiramente no Brasil, porém pode-se adotar um circuito de baixo

consumo, com sensores de presença, para lâmpadas e maquinários

econômicos, principalmente na area externa, permitindo assim uma

redução na conta de energia elétrica em torno de 10%. Adotando essa

estratégia sustentável, busca-se o retorno através do marketing verde, e

não da redução de custos com energia.

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•Utilização de água;

Decreto – Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro.

O fornecimento de água, extraída da superfície ou subterrânea, tem um

impacto enorme, podendo resultar no abatimento severo dos níveis de água

subterrânea. A Bom Sabor utiliza água de poço profundo, extraída de lençol

freatico.

Proposta de melhoria: Uma alternativa para a economia de água é a troca

das torneiras comuns por torneiras com temporizadores e bico de ar, para

lavabos e pias dos vestiários e banheiros (automáticas, com redução de

até 85% no consumo) e com o bico de ar (uma pequena peneira, redução

de 15%) na cozinha e refeitorios. É possível também a troca dos modelos

de descarga por redutoras, utilização da água produzida na ETE, antes

desperdiçada, para lavagens em geral, e como consequência, haveria

uma grande economia hídrica.

•Disposição final de lixo de embalagens;

Decreto – Lei nº 366 - A/97

A disposição final de embalagens usadas ou outros resíduos associados

constitui um dos problemas ambientais mais óbvios. Todas as empresas de

manufatura ou serviços precisam lidar com varias formas de embalagem, tais

como papel e papelão, plástico, vidro, madeira, metais e têxteis. Residuos

sólidos provêm da fração inaproveitável de materia prima, sobras, rejeitos e

resíduos de operações de processos, materiais de embalagens. Na Bom

Sabor, os resíduos gerados são perdas de papel cartão na produção durante o

envase e descarte de embalagem de matéria prima. São resíduos classe II,

inertes, armazenado em caçambas, de onde são retirados por empresa de

reciclagem.

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Proposta de melhoria: A empresa já desenvolve um excelente trabalho em

relação as suas embalagens, retrabalhando as laminadas, não tendo

desperdício, e os papeis e papelões são vendidos para empresa de

reciclagem. Não temos planos de melhoria, pois os métodos adotados já

são sustentáveis. As embalagens provenientes da materia prima são

dispostas nas caçambas, que seguem para usina de reciclagem.

• Ruído:

Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro

Ruído é um problema bem relevante em toda a indústria.

Proposta de melhoria: No caso de ruídos, já são adotados Equipamentos

de Proteção Individual (EPI’s), como protetor auricular e abafador

auditivo, garantindo a saúde auditiva dos funcionários, não sendo

necessário nenhum outro cuidado. Pode-se isolar esses maquinários em

boxes vedados anti ruído, com portas de fácil acesso, garantindo sua

funcionalidade.

•Odores

Lei nº 4.356 de 24 de Maio de 2006.

Odor é um problema particular nas indústrias químicas e alimentícias.

Devido ao fato da produção de gelatina derivar de ossos e peles de animais,

tem um odor característico desagradável, além do cheiro enjoativo das

essências artificial de frutas, usadas na fabricação da gelatina. Como já falado

anteriormente, por ser uma indústria química alimentícia, tem entre os

principais passivos o odor adocicado das essências. A Bom Sabor adota o uso

de máscara na dosimetria, onde o produto é diretamente manuseado, e

mantêm exaustores e insufladores de ar, permanentemente ligados, buscando

diluir e minimizar esses odores.

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Proposta de melhoria: Como já são utilizados procedimentos para

dispersão do odor, propõe-se uma tampa protetora nos misturadores, que

faça a vedação durante a mistura, evitando a propagação das partículas

em suspensão.

•Plano de contingência.

Cenários “pior caso” podem ser formulados para todos os tipos de negócios. É

tarefa da gerencia explorar todas oportunidades de incidente concebível e

adotar medidas apropriadas para minimizar o risco de que tais coisas

aconteçam.

Proposta de melhoria: Por não se tratar de uma empresa que envolve

maiores impactos ambientais, pelo fato de ser uma indústria alimentícia,

não tem um plano de contingência baseado em riscos ambientais, mas

adota o programa de segurança da Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes (CIPA), com objetivo de fazer com que empregadores e

empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e

melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar

compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a

promoção da saúde do trabalhador e do meio ambiente.

São necessárias medidas que garantam os procedimentos de

gerenciamento, inspeção e acompanhamento do PGRA da empresa, incluindo

o cronograma e o programa de treinamento.

Por serem partes decisivas no processo, o gerenciamento ambiental deve

buscar conscientizar, educar, treinar e motivar empregados e diretoria,

adotando hábitos verdes, como por exemplo, utilização de canecas ao invés de

copos descartáveis em todos os setores, utilização de secadores de mão nos

banheiros, diminuição do uso de embalagens plásticas, para que haja uma

comunhão integral, atingindo o objetivo buscado.

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7. RESULTADO

Segundo a documentação apresentado pela empresa, a licença de

Operação está vencida desde o inicio de 2010, sendo necessária sua

reformulação, a partir do momento em que, houve qualquer mudança no seu

processo produtivo, área de ocupação e em qualquer outra parte do

empreendimento, que venha descaracterizar a sua licença de operação já

existente, após ou durante a data do prazo. Torna-se necessário a renovação

da licença, redefini-la citando a nova realidade do empreendimento.

No caso da empresa in situ, vale salientar que a Licença de Operação não foi

renovada, por mudanças na legislação de embalagens, que ainda não foram

providenciadas pela empresa, devido à enorme reestruturação que se faz

necessária, porém buscam se atualizar o mais breve possível.

Não desenvolveram um plano de gerenciamento ambiental, mas utilizam

técnicas de redução de água, luz e diminuição no uso da materia prima,

provavelmente visando diminuição de custos. Porém, com essas atitudes, se

obtêm uma produção mais limpa e eficiente, mas todo o processo de

funcionamento da empresa não segue um P+L, e adotando essa prática, daria

uma contribuição grande nos resultados finais, e até mesmo um Marketing

Verde, a partir do momento que caracterizaria essa redução como P+L.

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8. CONCLUSÃO

Sempre que se desenvolve um PGRA, avalia-se o empreendimento em

vários ângulos, que até então, jamais haviam sido explorados.

Nós como técnicos em meio ambiente, nos sentimos lisonjeados em poder

atuar, alterar, aplicar os conhecimentos adquiridos, em prol daquilo que cremos

ser possível na construção de uma sociedade economicamente viável,

socialmente justa e ambientalmente sustentável, retomando a rota ideal, que foi

abandonada por rotas onde era possível se obter maior retorno financeiro em

curto prazo.

Atualmente, observa-se um crescente interesse das industrias em se

adequar, se ajustar a essas questões “ecologicamente corretas”,

principalmente pela enorme quantidade de informações e constatações da

escassez de recursos, além da demanda crescente por adequação às

exigências do mercado . A Gelatina Bom Sabor demonstrou desde o primeiro

contato um grande interesse em modificar seus processos, dentro do que fosse

viável economicamente, buscando esse caminho.

Com esse PGRA, será possível fazer alguns ajustes, tímidos a princípio,

porém um grande passo em relação à conscientização dos envolvidos,

possibilitando melhorias contínuas em longo prazo.

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9. ANEXOS

• Anexo 01

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• Anexo 02

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• Anexo 03

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• Anexo 04

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10. BIBLIOGRAFIA

- Referências bibliográficas:

Barbieri, José Carlos Gerenciamento empresarial ambiental: conceitos,

modelos e instrumentos/José Barbieri: -2. Edição. Atual e ampliada. – São

Paulo: Saraiva 2007

Almeida, Josimar Ribeiro de Gestão ambiental: planejamento, avaliação,

implantação, operação e verificação / Josimar Ribeiro de Almeida, Yara

Cavalcanti, Cláudia dos S. Melo. – Rio de Janeiro: Thex Ed., 2000.

Moura, Luiz Antônio Abdalla de Qualidade e gestão ambiental / Luiz Antônio

Abdalla de Moura. – 3 ed.- São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2002.

Portugal, Gil de Engenharia Ambiental e Florestal – 1º edição – São Paulo:

Editora Morais, 2001.

www.licenciamentoambiental.eng.br

Resolução 307 CONAMA.