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Proposta de um Sistema Fotovoltaico Conectado Rede para Eficientizao do Uso da
Energia Eltrica no CT/UFRJ
Luciana Abreu da Conceio
PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELTRICA DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE ENGENHEIRO
ELETRICISTA.
Aprovada por:
_________________________________
Prof.:Walter Issamu Suemitsu, Dr.Ing
(Orientador)
__________________________________
Prof. Srgio Sami Hazan, Ph. D
(Membro da banca)
___________________________________
Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr.Eng
(Membro da banca)
UFRJ
RIO DE JANEIRO
Julho de 2011
-
ii
AGRADECIMENTOS
Concluir a graduao acredito ser o meu maior desafio de vida. A
responsabilidade aumentou ao cumprir este desafio numa das maiores e mais renomadas
universidades do Brasil.
Agradeo aos meus pais, Antnia e Alberto, que me proporcionaram realizar
este grande sonho, sem eles no seria possvel chegar at aqui.
Aos professores com os quais tive a oportunidade de dividir alegrias, tristezas,
mas, sobretudo adquirir conhecimento tcnico para a vida de um engenheiro eletricista.
Ao meu querido Z, que me ajudou sempre com pensamentos positivos para a
minha caminhada.
Aos amigos, agradeo por todo apoio dado a mim e as alegrias vividas no
campus e fora dele. Em especial aos amigos Marcos, Glucio, Marilu e Gisele.
-
iii
RESUMO
O objetivo do presente trabalho a proposta de um sistema fotovoltaico de
energia eltrica a ser conectado rede para gerao de energia a ser utilizada para
proporcionar eficientizao energtica no consumo durante o horrio de ponta e na
demanda, quando esta ultrapassada no Centro de Tecnologia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro CT / UFRJ.
As faturas de energia eltrica do ano de 2009 foram estudadas a fim de analisar o
perfil de consumo e demanda do CT / UFRJ.
A partir da especificao tcnica de um sistema fotovoltaico de energia eltrica,
estimada a energia alternativa produzida anualmente pelo sistema e sua conseqente
economia na fatura de energia. Alm disso, a idia suprir a demanda de energia
quando esta ultrapassar a demanda contratada. O estudo de viabilidade econmica
utiliza ndices econmicos que permitem traduzir a atratividade de um investimento.
Dentre estes ndices, a relao custo benefcio (RCB) e o tempo de retorno do capital
sero ndices imprescindveis de anlise.
A partir dos resultados preliminares encontrados pode-se afirmar que a
implantao do projeto vivel, apesar do alto investimento inicial necessrio para tal e
da necessidade de estudos complementares para analisar todos os aspectos tcnicos da
referida implantao.
Palavras-Chave: Sistema fotovoltaico, Energia Alternativa, Eficientizao Energtica,
Reduo de Demanda
-
iv
ABSTRACT
The aim of this paper is the proposal of a photovoltaic power system to be
connected to the low voltage electrical network as a measure of energy efficiency to
be implemented to provide energy efficiency to the consumption in the high power
consumption hours and when the demand is exceeded at the CT / UFRJ.
The bills of energy in 2009 were studied to analyze the consumption and
demand profile of Technology Center.
From technical specification of a photovoltaic energy system, the alternative
energy produced annually by the photovoltaic system was estimated and its
consequent economy in energy bill at peak hours. Moreover, the idea is to
supply the energy demand when it exceeds the demand contractually committed.
The economic feasibility study uses economic indicators that convey the excitement of
investment. These indices can highlight the cost benefit relationship (CBR ) and time of
return of the capital.
The preliminary results show that the project implementation could be
economically feasible, despite the high initial investment required for this and the need
for complementary studies to analyze other technical aspects of the implementation.
Key words: PV, Alternative Energy,Energy Eficiency, Demand Reduction
-
v
Lista de Figuras e Tabelas
Figura 1 Taxas mdias anuais de crescimento do PIB e do consumo de energia
eltrica.
17
Figura 2 - Localizao do Centro de Tecnologia no Campus da UFRJ 28
Figura 3 - Seccionadora Principal do CT-UFRJ 29
Figura 4 - Localizao Aproximada das Subestaes do CT-UFRJ 29
Figura 5 - Evoluo do consumo de energia eltrica nos ltimos cinco anos. 31
Figura 6 - Diagrama esquemtico de sistema fotovoltaico conectado
diretamente rede eltrica de baixa tenso.
33
Figura 7 - Exemplo de Sistema Fotovoltaico distribudo Conectado Rede 34
Figura 8 - Especificaes Fsicas do Sistema Fotovoltaico Conectado Rede. 36
Figura 9a Caractersticas de Voltagem x Corrente dos mdulos fotovoltaicos em vrias temperaturas de clulas Especificaes Eltricas do Sistema
fotovoltaico conectado rede
36
Figura 9b - Caractersticas de Voltagem x Corrente dos mdulos fotovoltaicos
em vrios nveis de irradiao
36
Figura 10 - Radiao solar mdia na Cidade do Rio de Janeiro. 37
Figura 11 - Radiao solar mdia mensal e anual no plano inclinado na Cidade
do Rio de Janeiro.
38
Tabela 4.1 Consumo Nacional de Energia Eltrica por Classe 15 Tabela 5.1- Potncia Total das Subestaes do Centro de Tecnologia 30
Tabela 5.1.1 - Consumo de energia eltrica no CT nos ltimos cinco anos. 31
Tabela 6.1.1.1 Especificaes Eltricas do Sistema Fotovoltico Conectado Rede.
35
Tabela 6.1.2.2 - Clculo mensal da energia produzida por meio de um sistema
de 10 kW com mdulos fotovoltaicos no Rio de Janeiro.
40
Tabela 6.1.3.1 - Custos da aquisio do sistema fotovoltaico emitido pelo
fornecedor Solar
41
Tabela 6.1.4.1- Estimativa de reduo de Consumo no Horrio de Ponta
anualmente.
42
Tabela 6.1.4.2- Estimativa de reduo de Demanda de Ultrapassagem
anualmente.
42
Tabela 6.1.5.1- Valor da RBC do SFCR para consumo na ponta 43
Tabela 6.1.5.2 - Valor da RBC do SFCR para demanda de ultrapassagem. 43
Tabela 6.1.5.3 Tempo de Retorno Simples 43
-
vi
SUMRIO
AGRADECIMENTOS ii
RESUMO iii
ABSTRACT iv
LISTA DE FIGURAS E TABELAS v
1- IN 1. INTRODUO 1
1.1. Objetivo. 2
1.2 Metodologia. 3
2. EFICINCIA ENERGTICA E SEUS POTENCIAIS DE CONSERVAO
4
2.1. Programas de Incentivo. 5
2.1.1 PROCEL. 5
2.1.2 Barreiras. 6
2.1.2.1. Imperfeies de Governo. 6
2.1.2.2 Aspectos Institucionais. 7 2.1.2.3 Infraestrutura. 7 2.1.2.4 Informao e Treinamento. 7
2.1.2.5 Concessionrias. 8 2.1.2.6 Procedimento de Compras. 9
3. EDIFCIOS INTELIGENTES 10
3.1.Tcnicas e Prticas Utilizadas no Edifcio Verde 10
3.2 Energia Solar 11
3.1.2.1.Radiao Solar 12
3.1.2.2.Tecnologias de Aproveitamento 13
3.3. Sustentabilidade 14
4. EVOLUO DO CONSUMO DE ENERGIA ELTRICA 15
4.1. Anlise do Perfil de Consumo. 17 4.1.1.Fator de Carga. 17
4.1.2 Fator de Potncia. 19
4.2. Avaliaes do Projeto de Eficincia Energtica. 22 4.2.1. Avaliao Econmica e Financeira. 22
4.2.2. Valor Presente Lquido. 23
4.2.3. Tempo de Retorno de Capital. 24 4.2.4. Relao Benefcio Custo RBC. 25
5. O CENTRO DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO CT UFRJ
26
5.1. Consumo de Energia Eltrica no CT 30
5.1.1. Tarifao. 32
6. PROPOSTA TCNICA 33 6.1. Sistemas Fotovoltaicos de Energia Conectados Rede SFCR. 33
6.1.1. Caractersticas do Sistema Fotovoltaico. 35
6.1.2. Clculo da Estimativa de Energia a Ser Produzida pelo SFCR. 37 6.1.3. Gastos de Instalao. 41
6.1.4. Estimativas de Reduo de Consumo na Ponta e Demanda de Ultrapassagem
42
6.1.5. Relao Benefcio- Custo e Tempo de Retorno.
43
-
vii
7. CONCLUSO 45
8. BIBLIOGRAFIA 47 Anexo 1- Tabela de dados faturamento de energia 50
Anexo 2- Definies e Siglas Principais 53
Anexo 3 Grupos Tarifrios 56
-
1
1. Introduo
O consumo de energia eltrica nos diversos setores da economia vem aumentando
gradualmente nos ltimos anos. A gerao de energia eltrica no Brasil em centrais de
servios pblicos e autoprodutores atingiu 466,2 TWh em 2009, resultado 0,7% superior ao
de 2008, segundo BEN-2010. O consumo de energia eltrica nas edificaes corresponde a
cerca de 45% do consumo faturado no pas. Estima-se um potencial de reduo deste
consumo em 50% para as novas edificaes e de 30% para aqueles que promoverem reformas
que contemplem os conceitos de eficincia energtica em edificaes[1].
Hoje o conceito de edifcio verde (em ingls, Green Building), em que alm da
arquitetura voltada para as vantagens naturais como iluminao e ventilao, so utilizadas
fontes renovveis para prover a energia eltrica, voltou a ficar em evidncia.
Os prdios do Centro de Tecnologia foram projetados por volta de 1940, perodo no
qual estes conceitos no eram sistematizados como atualmente. Apesar disso, procurou-se
direcionar o CT em relao curva do sol, buscando o aproveitamento da luz natural e, alm
disso, sua arquitetura composta por janelas altas e grandes, paredes de espessuras dobradas e
tetos altos nas salas e baixos nos corredores, para conservar o calor no inverno e atenu-lo no
vero. Como apesar destas caractersticas, o consumo de energia eltrica hoje elevado, uma
alternativa corretiva seria fazer um retrofitting para aplicar as tecnologias atuais e, assim,
contribuir para a reduo do consumo de energia eltrica.
A alternativa proposta a utilizao de um sistema fotovoltaico, definido como
gerao de energia eltrica atravs da energia solar, conectado diretamente rede eltrica para
suprir o consumo de energia no horrio de ponta nos perodos de vero e a demanda de
ultrapassagem. A energia gerada destinada a atender a edificao, e seu excedente seria
injetado na rede eltrica sem que haja necessidade de seu armazenamento atravs de baterias.
-
2
1.1. Objetivo
O objetivo do projeto orientar quanto gerao de energia eltrica utilizando a
energia solar atravs de um sistema fotovoltaico conectado diretamente rede eltrica, que
proporcione uma gerao limpa sem agresso ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, reduza o
consumo de energia eltrica no CT UFRJ. Esta uma medida complementar aos projetos de
Eficincia Energtica j implantados no CT UFRJ, como a troca de lmpadas fluorescentes
por outras de menor consumo e a troca de aparelhos de ar condicionado por outros mais
eficientes.
No captulo 2, sero apresentados conceitos bsicos sobre eficincia energtica voltada
para as edificaes atravs de programas de incentivo, bem como as barreiras para sua
implantao.
No captulo 3, ser feita uma abordagem sobre a tecnologia verde adotada nos Green
Building e uma viso a respeito de Sustentabilidade.
No captulo 4, haver uma amostragem da relao do aumento gradativo do consumo de
energia eltrica no Brasil com os diversos setores da economia: residencial, industrial,
comercial e outros.
No captulo 5, haver uma apresentao da metodologia proposta para o trabalho.
No captulo 6, ser caracterizado o Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
Por fim, ser apresentada a anlise da proposta da gerao de energia eltrica por meio de
um sistema fotovoltaico de energia conectado diretamente rede para reduo do consumo no
CT URFJ.
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3
1.2. Metodologia
O Plano de Trabalho estar dividido em fases conforme descrito abaixo:
Avaliao do ambiente estudado No captulo 5, apresentado a viso geral do
Centro de Tecnologia e seus componentes, assim como o sistema eltrico que atende as suas
instalaes.
Anlise tcnica e interpretao Na seo 5.1, temse a interpretao e anlise do
consumo de energia eltrica a partir da fatura emitida pela concessionria nos ltimos 5 anos,
com o objetivo de analisarmos as particularidades do consumo ao longo do ano.
Proposta tcnica No captulo 6, apresenta-se o sistema fotovoltaico de energia
eltrica conectado rede e suas caractersticas tcnicas como forma de eficientizao no
CT/UFRJ. Tambm mostrada a estimativa passvel produzida pelo sistema fotovoltaico.
Anlise Econmica Na seo 6.1.4, feita avaliao da viabilidade do projeto a
partir da relao entre o consumo faturado no ano de 2009 no CT/UFRJ e a energia produzida
pelo sistema fotovoltaico.
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4
2. EFICINCIA ENERGTICA E SEUS POTENCIAIS DE
CONSERVAO
A Eficincia Energtica est associada produtividade, proteo do meio ambiente e
ao desenvolvimento sustentvel, que visa garantir o atendimento das necessidades atuais das
sociedades sem comprometer a capacidade das geraes futuras de atenderem as suas
necessidades.
As opes de Eficincia Energtica, alm de trazerem benefcios diretos para o
usurio, agregam tambm grandes melhorias para a sociedade, pois promovem um alvio do
sistema energtico nacional. Nesse sentido, as aes de Eficincia Energtica podem ser
vistas como uma forma de produo de energia descentralizada, tendo como conseqncia o
aumento da mesma. Isso porque tais aes podem contribuir para a reduo de emisso de
CO2 e outros gases que agravam o efeito estufa. Casos de usinas que utilizam a queima de
combustveis para gerar energia eltrica, que no o caso do Brasil, j que o mesmo utiliza
hidroeltricas para suprir a maior parte de seu sistema eltrico nacional e estas so
consideradas uma forma de energia limpa. No caso do Brasil, o benefcio associado
preservao do meio ambiente est relacionado ao fato de se evitar a construo de novas
usinas hidroeltricas, de maneira a diminuir o alagamento de grandes reas, modificando, com
isso, a fauna e a flora local.
Qualquer atividade em uma sociedade moderna s possvel com o uso intensivo de
uma ou mais formas de energia.
Portanto, a conservao de energia, ou, em outras palavras, o uso racional de energia,
que significa melhorar a maneira de se utilizar a mesma sem abrir mo do conforto e das
vantagens que ela proporciona, de mister relevncia. Sendo assim, esta eficincia energtica
vem sendo aplicada para que este objetivo seja alcanado.
-
5
2.1. Programa de Incentivo
Para adequar o sistema eltrico nova necessidade de modernizao, foram criados
programas de incentivo conservao de energia atravs do Programa Nacional de
Conservao de Energia (PROCEL).
2.1.1. PROCEL
Criado pelo governo federal, em 1985, o programa executado pela Eletrobrs e
utiliza recursos da empresa, da Reserva Global de Reverso (RGR), e tambm recursos de
entidades internacionais.
Em seus 20 anos de existncia, o Procel j economizou 22 bilhes de kWh, o que
corresponde ao consumo do estado da Bahia, durante um ano, ou cerca de 13 milhes de
residncias nesse mesmo perodo. O investimento realizado nas duas dcadas foi de
aproximadamente R$ 855 milhes, proporcionando investimentos postergados no sistema
eltrico brasileiro da ordem de R$ 15 bilhes [2].
Em 1993, foi institudo o Selo Procel de Economia de Energia, que indica ao
consumidor, no ato da compra, os produtos que apresentam os melhores nveis de eficincia
energtica dentro de cada categoria. O objetivo estimular a fabricao e a comercializao
de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnolgico e a reduo de
impactos ambientais.
Desde 199 o Prmio Nacional de Conservao e Uso Racional de Energia, conhecido
como Prmio Procel, reconhece o empenho e os resultados obtidos pelos agentes que atuam
no combate ao desperdcio de energia. Concedido anualmente, o prmio visa estimular a
sociedade a implementar aes que efetivamente reduzam o consumo de energia eltrica.
Outra alternativa para acabar com o desperdcio consiste em ampliar e organizar as
aes com o objetivo de incentivar a conservao e o uso eficiente dos recursos naturais
-
6
(gua, luz, ventilao) nas edificaes, reduzindo os desperdcios e os impactos sobre o meio
ambiente. Nesta conjuntura, o PROCEL atua atravs do projeto PROCEL Edifica [3].
O Procel conta, ainda, com os seguintes subprogramas: Procel GEM (Gesto
Energtica Municipal), Sanear, Indstria, Prdios Pblicos e Reluz.
2.1.2. Barreiras
Existem diferentes barreiras que limitam a implementao de medidas de eficincia
energtica em instituies pblicas brasileiras e sua importncia varia de acordo com os
setores, instituies e regies, embora tendam a diminuir medida que as tecnologias
progridam e conquistem sua fatia de mercado.
A seguir sero listadas as principais barreiras s medidas de eficincia energtica.
2.1.2.1. Imperfeies de Governo
Algumas sinalizaes para o desperdcio de energia so frutos de polticas que,
visando um objetivo especfico, acabam incentivando a ineficincia energtica. O mais
importante exemplo em um passado recente foi a poltica governamental de manter os preos
de muitos energticos abaixo do custo como forma de reduzir os ndices de inflao.
Atualmente, as taxas de juros elevadas para atrair capitais internacionais reduzem a
atratividade de aes de conservao, que, por sua vez, exigem investimentos antecipados. A
sobrevalorizao cambial do real tambm reduz a atratividade de solues renovveis
internas, haja visto que reduz a competitividade com os combustveis fsseis importados.
Grande parte das distores deriva da estrutura centralizada do setor eltrico, to
importante para desenvolver os potenciais hidreltricos. Esta fora hegemnica, por exemplo,
impediu o desenvolvimento esperado de transformao em eletricidade, energias hoje
desperdiadas pelas siderrgicas e na agroindstria sucri-alcooleira.
-
7
O novo modelo para o setor eltrico, em implantao, incentiva a competio na
gerao, reduz o protecionismo para as concessionrias e cria novos agentes e mecanismos de
competio. Estas so novidades que devem aumentar a eficincia na transformao da
energia primria e podero estimular solues que viabilizem combustveis de base
renovveis. Por outro lado, a privatizao do setor eltrico com a desverticalizao das
concessionrias eltricas pode colocar em risco algumas aes de fomento da eficincia junto
aos consumidores. A funo de regulamentao dos diversos energticos cresce de
importncia para que sejam evitadas distores como as observadas no passado [4].
2.1.2.2. Aspectos Institucionais
A conservao de energia em prdios pblicos possui alguns entraves no que se refere
aos recursos financeiros obtidos com a economia de energia. De forma geral, uma vez que as
despesas com energia eltrica fazem parte do custeio dessas instituies, a economia no se
reverte para o prprio rgo, ao contrrio, ainda tem reduo no seu oramento para o ano
seguinte. Esse fato dificulta a atuao nesse tipo de instituio, pois o estabelecimento em si
no ter benefcios financeiros com um projeto de conservao de energia eltrica.
2.1.2.3. Infraestrutura
A barreira relacionada infraestrutura concentra-se na falta de prestadores de servio
com a especializao necessria para desenvolver projetos desse tipo [5].
2.1.2.4. Informao e Treinamento
A desinformao um grande empecilho para a expanso das tcnicas de eficincia
energtica. Normalmente, os responsveis pelas unidades consumidoras confundem
conservao com racionamento, no possuem informao sobre o assunto e, s vezes, no
acreditam nas informaes que recebem, duvidando assim dos benefcios que podero ter o
que acarreta em uma no sensibilizao e, por conseguinte, em um negligenciamento dos
-
8
conceitos de conservao de energia eltrica em seus projetos. Esse tipo de atitude ainda
mais acentuado em instituies pblicas, onde a verba para a aquisio de equipamentos
pouca, e os funcionrios responsveis pela manuteno aliam a falta de informao com a
falta de recursos financeiros, optando na maioria das vezes por equipamentos baratos e
conseqentemente ineficientes.
Uma maneira de superar esta barreira informacional, a partir da difuso dos conceitos
e tcnicas de eficincia energtica, derivou da criao da Comisso Interna de Conservao de
Energia (CICE).
A criao da CICE uma obrigao legal prevista no decreto 99.656, de 26 de outubro
de 1990, que dispe sobre a criao desta comisso nos rgos ou entidades da Administrao
Federal direta e indireta, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista
eltrica superior a 600.000 kWh.
Apesar de a obrigao ser somente para rgos pblicos, a CICE um instrumento
importante e que deveria ser implementado em todos os tipos de unidades consumidoras de
grande porte [6].
2.1.2.5. Concessionrias
Na maioria dos casos, as concessionrias aumentam seus lucros quando vendem mais
energia e reduzem quando vendem menos. Portanto, no h interesse por parte das mesmas
em incentivar a eficincia energtica. No entanto, o alto ndice de inadimplncia em pases em
desenvolvimento pode ser utilizado como incentivo s concessionrias, j que existe um
nmero expressivo de consumidores, s vezes pblicos, que no arcam com seus deveres
financeiros. Portanto, ao incentivarem a eficincia do uso de eletricidade por parte destes
consumidores, as concessionrias reduziro seus prejuzos, disponibilizando mais eletricidade
para quem pode pagar por ela.
-
9
2.1.2.6. Procedimento de Compra
Para implementar um projeto de eficincia necessrio que, durante o processo de
licitao dos equipamentos, exista uma especificao tcnica adequada ao tipo de produto que
se quer adquirir. Muitas vezes a falta de uma especificao correta implica na compra de
produtos de m qualidade e que no traro os benefcios esperados. Portanto, a incapacidade
dos tcnicos em especificar os equipamentos torna-se um problema para implementao desse
tipo de projeto.
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3. EDIFCIOS INTELIGENTES
Edifcios Inteligentes ou Edifcios Verdes, no termo em ingls, Green Building, so
aqueles cuja concepo, construo e operao atribuem conceitos sustentveis, ou seja, as
construes reduzem o consumo de recursos como energia, materiais, gua e terra, alm da
carga ecolgica, proporcionando no somente benefcios econmicos, como tambm sade e
bem estar s pessoas.
O conceito de edifcio verde adiciona aspectos que geram benefcios diretos e
indiretos, como operar de forma passiva, ser mais eficiente no consumo de energia e gua,
utilizar de menos recursos em sua construo, e apresentar tendncia de ser mais simples em
sua operao, assegurando uma vida mais longa.
Um edifcio com conceito Green Building pode apresentar uma economia de 30% no
consumo de energia, 35% de reduo na emisso de gs carbnico, 30% a 50% no consumo
de gua e 50% a 90% em relao ao descarte de resduo [7].
No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, temos o edifcio Cidade Nova, ocupado pela
Petrobras como o primeiro edifcio comercial com certificao verde do pas.
3.1.1. Tcnicas e Prticas Utilizadas no Edifcio Verde
O edifcio verde incorpora uma vasta gama de prticas e tcnicas para reduzir ou
eliminar o impacto do edifcio ao meio ambiente. No lado esttico da arquitetura verde ou
projeto sustentvel est a filosofia de projetar um edifcio que est em harmonia com as
caractersticas e recursos naturais dos arredores do local onde ser implantado.
Existem vrios passos no projeto de um edifcio sustentvel: especificar materiais
verdes de fontes locais, reduzir as cargas, aperfeioar os sistemas, e gerar energia renovvel
no local.
Para minimizar as cargas de energia e carga trmica na envoltria, essencial orientar
o edifcio para aproveitar as brisas e evitar a radiao solar excessiva. A luz natural deve ser
-
11
explorada atravs do dimensionamento correto de aberturas e, assim, reduzir o uso de
iluminao artificial durante o dia. A radiao solar pode ser aproveitada para aquecer os
ambientes nos perodos frios, porm deve ser considerado o projeto de sombreamento
adequado para prevenir do calor excessivo no vero.
Os ventos predominantes podem ser utilizados para ventilar e resfriar naturalmente o
edifcio no vero. Massa trmica utilizada para armazenar o calor ganho durante o dia e
liber-lo noite, diminuindo a variao diria de temperatura no interior. O uso de isolamento
o passo final para aperfeioar a estrutura. Aberturas e paredes bem isoladas ajudam a reduzir
as perdas de calor no inverno, minimizando o uso de energia para aquecimento.
Aperfeioar o sistema de aquecimento e resfriamento atravs da instalao de
equipamentos eficientes e inspees regulares o prximo passo. Comparado com o uso de
equipamentos eficientes so relativamente mais caros e podem adicionar custos significativos
ao projeto. Entretanto um projeto bem elaborado e integrado pode reduzir custos, por
exemplo, uma vez que o edifcio foi projetado para ser mais eficiente energeticamente,
possvel reduzir as cargas dos sistemas de aquecimento ou resfriamento.
Por ltimo, o uso de fontes renovveis de energia, como a energia solar, pode reduzir
significativamente o impacto ambiental do edifcio.
3.1.2. Energia Solar
Quase todas as fontes de energia hidrulica, biomassa, elica, combustveis fsseis e
energia dos oceanos so formas indiretas de energia solar. Alm disso, a radiao solar pode
ser utilizada diretamente como fonte de energia trmica para aquecimento de fluidos e
ambientes e para gerao de potncia mecnica ou eltrica. Pode ainda ser convertida
diretamente em energia eltrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os
quais se destacam o termoeltrico e o fotovoltaico.
-
12
O aproveitamento da iluminao natural e do calor para aquecimento do ambiente,
denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetrao ou absoro da radiao solar
nas edificaes, reduzindo, com isso, as necessidades de iluminao e aquecimento. Assim,
um melhor aproveitamento da radiao solar pode ser feito com o auxlio de tcnicas mais
sofisticadas de arquitetura e construo.
A converso direta da energia solar em energia eltrica ocorre pelos efeitos da
radiao (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre
esses, destacam-se os efeitos termoeltrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo
surgimento de uma diferena de potencial, provocada pela juno de dois metais, em
condies especficas. No segundo, os ftons contidos na luz solar so convertidos em energia
eltrica, por meio do uso de clulas solares.
3.1.2.1. Radiao solar
Alm das condies atmosfricas (nebulosidade, umidade relativa do ar, etc.) a
disponibilidade de radiao solar, tambm denominada energia total incidente sobre a
superfcie terrestre, depende da latitude local e da posio no tempo (hora do dia e dia do
ano). Isso se deve inclinao do eixo imaginrio em torno do qual a Terra gira diariamente
(movimento de rotao) e trajetria elptica que a Terra descreve ao redor do Sol (translao
ou revoluo).
A maior parte do territrio brasileiro est localizada relativamente prxima da linha do
Equador, de forma que no se observam grandes variaes na durao solar do dia. Desse
modo, para maximizar o aproveitamento da radiao solar, pode-se ajustar a posio do
coletor ou painel solar de acordo com a latitude local e o perodo do ano em que se requer
mais energia. No Hemisfrio Sul, por exemplo, um sistema de captao solar fixo deve ser
orientado para o Norte, com ngulo de inclinao similar ao da latitude local.
-
13
A radiao solar depende tambm das condies dinmicas e atmosfricas. Somente
parte da radiao solar atinge a superfcie terrestre, devido reflexo e absoro dos raios
solares pela atmosfera. Mesmo assim, estima-se que a energia solar incidente sobre a
superfcie terrestre seja da ordem de 10 mil vezes o consumo energtico mundial [8].
importante ressaltar que mesmo as regies com menores ndices de radiao
apresentam grande potencial de aproveitamento energtico.
3.1.2.2. Tecnologias de aproveitamento
Alm dos processos trmicos, a radiao solar pode ser diretamente convertida em
energia eltrica, por meio de efeitos da radiao (calor de luz) sobre determinados materiais,
particularmente os semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos termoeltrico e
fotovoltaico. O primeiro se caracteriza pelo surgimento de uma diferena de potencial
provocada pela juno de dois metais, quando tal juno est a uma temperatura mais elevada
do que as outras extremidades dos fios. Embora muito empregado na construo de medidores
de temperatura, seu uso comercial para a gerao de eletricidade tem sido impossibilitado
pelo baixo rendimento obtido e pelo custo elevado do material.
O efeito fotovoltaico decorre da excitao dos eltrons de alguns materiais na presena
da luz so
lar (ou outras formas apropriadas de energia). Dentre os materiais mais adequados
para a converso da radiao solar em energia eltrica, os quais so usualmente chamados de
celulas solares ou fotovoltaicas, destaca-se o silcio. A eficincia de converso das clulas
solares medida pela proporo da radiao solar incidente sobre a superfcie da clula que
convertida em energia eltrica. Atualmente, as melhores clulas apresentam um ndice de
eficincia de 25% [9].
-
14
3.2. Sustentabilidade
A sustentabilidade um termo recente [10].The Independence, uma publicao
britnica, comeou no incio do ano de 1990 a utiliz-lo para definir as atribuies de
edifcios inteligentes que garantam melhor qualidade de vida aos seus habitantes e promovam
baixos impactos ambientais. No Brasil o termo comea a ser aplicado tambm com esse
objetivo [11].
Na velocidade com que o mundo se desenvolve, fcil prever que as cidades do futuro
abrigaro muito mais pessoas do que hoje. Segundo previses do World Bank Group (2003),
em 2050, 75% da populao mundial viver em cidades e, com isso, aumentar a produo de
lixo e o consumo de energia, combustveis fsseis e produo de CO2 Com a conscientizao
de que os edifcios inteligentes e sustentveis so menos agressivos ao meio ambiente e o
retorno financeiro garantido, h a oportunidade de diminuir os efeitos da urbanizao futura.
A sustentabilidade baseada em trs aspectos: o ambiental, o econmico e o social,
que devem coexistir em equilbrio. Como estes aspectos representam variveis independentes,
as escolhas resultantes sero diferentes em cada situao apresentada. A busca pelo caminho
de maior sustentabilidade abrange todos os envolvidos no projeto e execuo do ambiente
edificado.
Um projeto sustentvel deve ser ecologicamente correto, socialmente justo e
economicamente vivel, envolvendo com isso diversas variveis, dentre as quais o uso
racional de energia tem posio de destaque.
-
15
4. A EVOLUO DO CONSUMO DE ENERGIA ELTRICA
A energia eltrica faz parte do desenvolvimento das atividades dentro de uma
sociedade nos mais diversos campos de aplicao industrial, comercial e residencial.
No Brasil, no perodo compreendido pelas ltimas quatro dcadas, o consumo final de
energia cresceu razo de 3% ao ano. "O consumo de energia pela indstria vem aumentando
gradativamente. A demanda pelo insumo alcanou 35, 378 GWh. No ano de 2010 o consumo
de energia eltrica no Brasil cresceu 4% em novembro, acumulando, no ano, alta de 8,1%. O
consumo residencial evoluiu 3,9% em novembro/2010 em comparao ao mesmo ms em
2009 que representa um consumo total de 8.971 GWh[12].
Tabela 4.1 - Consumo Nacional de Energia Eltrica por classe
Consumo
(GWh)1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Brasil 243.074 257.330 273.280 284.522 292.188 307.529 283.257 293.226
Residencial 63.576 68.581 74.089 79.340 81.291 83.613 73.622 72.718
Industrial 111.626 117.128 121.717 121.979 123.893 131.278 122.539 130.927
Comercial 32.276 34.388 38.198 41.544 43.588 47.626 44.434 45.222
Outros 35.596 37.234 39.276 41.659 43.416 45.011 42.663 44.359
Crescimento 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Brasil 7,8 5,9 6,2 4,1 2,7 5,3 -7,9 3,5
Residencial 13,6 7,9 8 7,1 2,5 2,9 -11,9 -1,2
Industrial 4 4,9 3,9 0,2 1,6 6 -6,7 6,8
Comercial 11,9 6,5 11,1 8,8 4,9 9,3 -6,7 1,8
Outros 6,7 4,6 5,5 6,1 4,2 3,7 -5,2 4
Consumo
(GWh)2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Brasil 306.987 330.598 345.512 357.514 378.359 392.688 368.688 419.016
Residencial 76.162 78.470 82.644 85.784 89.885 94.746 100.776 107.160
Industrial 136.221 155.054 159.838 164.565 175.701 180.049 166.181 183.743
Comercial 47.531 49.686 53.035 55.369 58.647 61.813 65.255 69.086
Outros 47.073 47.389 49.995 51.796 54.125 56.079 56.477 59.027
Crescimento 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Brasil 4,7 7,7 4,5 3,5 5,8 3,8 -1 7,8
Residencial 4,7 3 5,3 3,8 4,8 5,4 6,4 6,3
Industrial 4 13,8 3,1 3 6,8 2,5 -7,7 10,6
Comercial 5,1 4,5 6,7 4,4 5,9 5,4 5,6 5,9
Outros 6,1 0,7 5,5 3,6 4,5 3,6 0,7 4,5
Fonte: Consumos at 2003 Eletrobrs; 2004 em diante - EPE
-
16
A anlise da evoluo do consumo de energia eltrica no Brasil relativa da economia
deve ser feita levando em considerao o diferente desempenho da atividade produtiva ao
longo dos anos. [4]
Na dcada de 70 houve crescimento intenso da economia brasileira (8,6% ao ano), o
que se refletiu no consumo de eletricidade que, no mesmo perodo, expandiu 12% ao ano,
indicando elasticidade-renda*2
de 1,40. Foi poca da reestruturao e expanso do parque
industrial nacional, verificada no contexto do processo de substituio de importaes.
J nos anos 80, perodo denominado como dcada perdida, a economia apresentou
comportamento instvel, tendo expandido, em mdia, 1,6% ao ano. Contudo, o consumo de
energia eltrica seguiu crescendo com taxas significativas, consolidando no perodo 5,9% ao
ano, haja vista a maturao e/ou implantao dos grandes projetos industriais previstos no II
PND Plano Nacional de Desenvolvimento, como os de siderurgia e alumnio. Com isso, a
elasticidade-renda do consumo no perodo foi de 3,69. Na dcada de 90, a elasticidade-renda
caiu para 1,59, resultado de um crescimento mdio de 2,7% da economia e de 4,3% do
consumo de eletricidade. A Figura 1 apresenta as taxas mdias anuais de crescimento do PIB
e do consumo de energia eltrica, assim como as elasticidades-renda resultantes.
Na dcada de 90, a elasticidade - renda caiu para 1,59, resultado de um crescimento
mdio de 2,7% da economia e de 4,3% do consumo de eletricidade. Tal fato refletia mudanas
estruturais no perfil da expanso do mercado, principalmente no que se refere indstria
nacional, que se modernizava e fazia uso mais eficiente da eletricidade.
__________________________
*2 - A Elasticidade-Renda da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um bem muda com uma alterao na renda dos
indivduos.
-
17
Figura 1 Taxas mdias anuais de crescimento do PIB e do consumo de energia
eltrica e as elasticidades - renda resultantes.
Fonte: EPE Empresas de Pesquisas Energticas.
4.1. Anlise do perfil de consumo
4.1.1. Fator de carga
Fator de carga definido como a relao entre as demandas mdia e mxima
registradas em um dado intervalo de tempo.
Uma maneira de verificar se a energia eltrica est sendo bem utilizada avaliar o
fator de carga da instalao. Um fator de carga elevado indica que as cargas foram utilizadas
racionalmente ao longo do tempo. Por outro lado, um fator de carga baixo indica que houve
concentrao de consumo de energia em um curto perodo de tempo, determinando uma
demanda elevada. Isso ocorre quando muitos equipamentos so ligados ao mesmo tempo.
O fator de carga obtido por meio de clculo no expresso diretamente na fatura.
Quanto mais alto for esse parmetro, mais baixo ser o preo mdio da energia. Uma vez que
-
18
o custo da energia eltrica decresce em relao ao crescimento do fator de carga, isto significa
que um pequeno aumento no fator de carga significar uma grande reduo de custo de
energia.
O preo mdio da energia definido pela seguinte frmula:
Na qual:
P mdio Preo mdio da energia eltrica (R$ / kWh)
TD - Tarifa de demanda (R$ / kWh)
TC - Tarifa de consumo (R$ / kWh)
FC Fator de Carga
h Nmero de horas do perodo de faturamento
Administrar o fator de carga significa gerenciar o uso de equipamentos de forma que a
curva de carga torne-se mais constante, o que viabilizar que a demanda seja menor e os
gastos com energia se reduzam.
Para que a gesto seja possvel e no haja risco de ultrapassagem de demanda, a
administrao dos equipamentos deve ser feita por um gerenciador de energia que, aps
anlise, escolhe a determinao das prioridades e dos equipamentos que podem ser ligados e
administrados, assumindo o controle e garantindo uma curva de carga mais constante.
As frmulas dos fatores de carga para os sistemas tarifrios so assim representados:
Tarifa Convencional:
Tarifa Horosazonal Azul:
-
19
Tarifa Horosazonal Verde:
Nas tarifas Convencional e Horosazonal Verde, o fator de carga nico porque existe
um nico registro de demanda de energia para cada perodo do ano (seco e mido), enquanto
que para a tarifa Horosazonal Azul h dois fatores de carga, um para o horrio de ponta e
outro para fora de ponta, tambm para cada perodo do ano.
4.1.2. Fator de Potncia
Sistemas eltricos operando com excesso de potncia reativa comprometem
desnecessariamente a componente ativa. Nesse caso, possvel um melhor aproveitamento do
sistema eltrico com a reduo da potncia reativa, que aumentar o fator de potncia,
possibilitando um aumento da ativa sem a ampliao da capacidade instalada de gerao,
transmisso das subestaes e dos circuitos eltricos, postergando assim os investimentos.
Alguns aparelhos eltricos, como os motores, alm de consumirem energia ativa,
solicitam energia reativa, necessria para criar o fluxo magntico que o seu funcionamento
exige. Com a relao entre esses dois valores determina-se o fator de potncia mdio em um
determinado perodo. O fator de potncia indica qual porcentagem da potncia total fornecida
(kVA) efetivamente utilizada como potncia ativa (kW). Assim, o fator de potncia mostra
o grau de eficincia do uso dos sistemas eltricos.
Valores altos de fator de potncia (prximos de 1,0) indicam uso eficiente da energia
eltrica enquanto que valores baixos evidenciam seu mau aproveitamento, podendo vir a
-
20
apresentar sobrecarga em todo o sistema eltrico, tanto do consumidor como da
concessionria.
A cobrana do reativo excedente um adicional aplicado pela concessionria,
justificado pelo fato de que precisa manter seu sistema eltrico com um dimensionamento
maior do que o realmente necessrio e investir em equipamentos corretivos (banco de
capacitores e compensadores sncronos, sendo que esses ltimos trabalham como se fossem
bancos de capacitores com a vantagem de ocuparem menos espao fsico) apenas para suprir
o excesso de energia reativa (baixo fator de potncia) proveniente das instalaes dos
consumidores. As principais causas do baixo fator de potncia so:
Motores operando em vazio ou superdimensionados;
Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas;
Nvel de tenso acima da nominal;
Reatores e lmpadas de descarga com baixo fator de potncia;
Grande quantidade de motores de pequena potncia;
Distoro Harmnica Total (THD).
A legislao que regulamenta os critrios para fornecimento de energia eltrica
determina que o fator de potncia deva ser mantido o mais prximo possvel de 1,0 e
estabelece que a concessionria cubra, com preos da energia ativa, o excedente de energia
reativa que ocorrer quando o fator de potncia da instalao consumidora for inferior ao valor
mnimo de 0,92. Pela legislao, o excedente de energia reativa pode ser tanto capacitivo
quanto indutivo. Se uma determinada instalao apresentar fator de potncia inferior a 0,92, o
valor referente energia reativa excedente j estar sendo cobrado na fatura de energia
eltrica.
O adicional aplicado pela concessionria devido ao baixo fator de potncia pode ser
calculado da seguinte forma para os diferentes sistemas tarifrios:
-
21
Tarifa Convencional:
Tarifa Horosazonal Azul:
Ponta:
Fora da Ponta:
Tarifa Horosazonal Verde:
Em que:
Aj Valor em reais relativo ao ajuste de fator de potncia a ser cobrado
adicionalmente ao faturamento normal para o respectivo segmento horosazonal;
D Demanda faturada (k W);
TD Tarifa de demanda (R$ / k W);
C Consumo faturado (k Wh);
TC Tarifa de consumo (R$ / k Wh);
FP Fator de potncia verificado no respectivo segmento horosazonal.
Este valor poder ser reduzido ou mesmo eliminado com a adequao do fator de
potncia a nveis mais elevados. A economia obtida ser resultante da quantidade de potncia
reativa (kVAr) que puder ser eliminada da instalao. Algumas medidas podem ser
-
22
consideradas com esse objetivo: uma delas utilizar equipamentos com fator de potncia
elevado. A indstria oferece determinados equipamentos (reatores de lmpadas de descarga,
motores, transformadores) com variados valores de fator de potncia.
O correto dimensionamento dos equipamentos pode ser tambm uma maneira de
elevar o fator de potncia de uma instalao.
4.2. Avaliaes do Projeto de Eficincia Energtica
Um projeto de eficincia energtica tem que passar por duas etapas: a primeira
consiste na avaliao tcnica proposta para o melhor aproveitamento da energia eltrica, que
no caso deste trabalho foram escolhidas aes mitigadoras quanto ao uso eficaz da energia
eltrica pelos usurios das instalaes do CT. J a segunda se refere proposio de gerao
de energia a partir de um sistema fotovoltaico conectado rede para reduzir consumo de
energia na ponta e demanda de ultrapassagem.
4.2.1. Avaliao Econmica e Financeira
As decises de investimento em alternativas, projetos de economia e uso eficiente da
energia passam, necessariamente, por uma anlise de viabilidade econmica. Tais questes
podem apresentar-se de duas formas: ou limita-se a decidir entre duas alternativas
mutuamente excludentes, ou deseja-se conhecer a economicidade de uma dada alternativa.
Estas anlises, em geral, utilizam ndices econmicos que permitem traduzir a
atratividade de um investimento. Dentre estes ndices so de imensa valia o valor presente
lquido e o tempo de retorno de capital (Pay Back) [2].
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23
4.2.2. Valor Presente Lquido
O mtodo do valor presente lquido bastante interessante quando se deseja comparar
alternativas mutuamente excludentes, de modo que, todos os benefcios e custos em seus
diversos instantes no tempo, sejam trazidos para o presente. A alternativa que oferecer o
maior valor presente lquido ser, dentro deste critrio, a mais atraente.
importante observar que, ao fazer comparao entre alternativas deve-se sempre
levar em considerao somente os aspectos que as diferenciam. Por exemplo, caso haja duas
alternativas que ofeream a mesma produo, porm uma energeticamente mais eficiente do
que a outra, os benefcios auferidos com a produo no devero ser considerados, posto que
so os mesmos para as duas alternativas e, em um momento ou outro, sero cancelados entre
si. Somente a reduo no custo, pela eficincia energtica, deve ser, portanto, considerada [2].
O Valor Presente Lquido pode ser definido como a diferena entre o Valor Presente e
o Investimento realizado no projeto.
Nesse momento, trs definies so importantes:
Projeto financeiro: Aplicao, estudada racionalmente, de recursos poupados
em uma atividade durante um determinado tempo, ao final do qual se espera um retorno;
Investimento: Capital aplicado em um projeto financeiro;
Taxa de atratividade: Representa uma rentabilidade mnima aceitvel de um
investimento. No deve se prender apenas ao valor da taxa de juros, embora seja esta sua mais
forte determinante. a expectativa de rentabilidade, em termos de taxa de juros, que se espera
de um investimento. Na prtica, esta pode ser definida atravs de dois enfoques: ou toma-se a
taxa de juros equivalente maior rentabilidade das aplicaes correntes de pouco risco ou
adota-se o custo do capital mais o risco do investimento.
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24
A frmula utilizada para a correo de valores no tempo :
Na qual:
VP Valor Presente (R$);
VF Valor Futuro (R$);
i Taxa de juros (traduz o valor do dinheiro no tempo);
n Perodo (vida til do equipamento, vida contbil, perodo de anlise ou a durao
do fluxo de caixa).
4.2.3. Tempo de Retorno de Capital
O critrio do tempo de retorno de capital, ou payback, , sem dvida, o mais
difundido no meio tcnico para anlise de viabilidade econmica, principalmente devido sua
facilidade de aplicao. Nestes termos, h o chamado payback no descontado, isto , um
procedimento de clculo no qual no se leva em considerao o custo de capital, ou seja, a
taxa de juros. Esta anlise feita apenas dividindo-se o custo da implantao do
empreendimento pelo beneficiamento auferido. Em outras palavras, este critrio mostra
quanto tempo necessrio para que os benefcios se igualem ao investimento.
Onde:
I Custo da Implantao (R$);
A Benefcio (R$)
O tempo de retorno descontado o nmero de perodos que zera o valor lquido
presente, ou anual, do empreendimento. Neste caso, a taxa de juros adotada o prprio custo
de capital.
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25
Em que:
IV Investimento (R$);
Ec Economia obtida com o investimento realizado (R$ em 1 ano);
i Taxa de juros (% a.m / % a.a)
4.2.4. Relao Benefcio Custo RBC
A Relao Benefcio Custo (RBC) tem grande importncia na anlise econmica de
um projeto e pode ser calculada de uma maneira simples e objetiva como pode ser vista na
seguinte frmula.
O investimento anualizado o total do investimento com equipamentos. O custo
anualizado de cada equipamento depende da sua vida til e da taxa de juros. J o benefcio
anualizado pode ser calculado da seguinte forma:
Em que:
EE Energia Economizada (MWh / ano);
CEE Custo Evitado de Energia (R$ / MWh);
RDP Reduo de Demanda na Ponta (kW);
CED Custo Evitado de Demanda (R$ / kW)
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26
5. O Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - CT / UFRJ
Com o objetivo de agregar unidades que tivessem atividades correlatas, o Centro de
Tecnologia iniciou suas atividades na Cidade Universitria com a chegada da Escola de
Engenharia, transferida do centro da cidade do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, a
concepo de Centro comeou a ser atingida com a criao, em 1963, da Coordenao dos
Programas de Ps Graduao em Engenharia (COPPE), depois a Escola de Qumica, do
Instituto de Macro-molculas e do Instituto de Eletrotcnica, hoje j completamente
desativado.
importante ressaltar que institutos bsicos como Fsica, Matemtica e Qumica, que
fazem parte do Centro de Cincias Matemticas e da Natureza, atualmente ocupam reas
dentro do espao fsico do CT.
De uma forma geral, hoje, o conjunto arquitetnico do CT pode ser identificado por
blocos que vo de A a J. Desses, o bloco, I de grandes dimenses e idealizado para
abrigar laboratrios, no teve uma poltica de ocupao de espaos definida de forma
sistemtica e racional, seja pela Escola de Engenharia, pela COPPE ou pela Escola de
Qumica.
Desde a sua concepo, o fornecimento de energia eltrica s unidades do CT deixava
bastante a desejar do ponto de vista de manuteno, uma vez que havia alta freqncia de
quedas de tenso e interrupes de fornecimentos. Tal fato, aliado ao crescimento
desordenado do bloco I, com o passar dos anos, tornou quase insustentvel a continuidade
das atividades. Assim, em 1982, face ao quadro catico, foi executado um levantamento
englobando as 17 subestaes existentes naquela poca, bem como as atividades que estavam
sendo desenvolvidas em locais que poderiam ser os maiores geradores de problemas, o que
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27
levou constatao de que o tipo de sistema eltrico empregado no centro era passvel de
muitas falhas.
A partir de tal concluso foram executadas diversas obras visando alterar o
fornecimento em mdia tenso, sendo basicamente tomadas duas providncias:
1. Instalao de dispositivos de desarmamento em carga entrada das
subestaes, assegurando a continuidade do servio, apesar de eventual pane ou falha de
qualquer das 17 subestaes;
2. Implantao de um sistema em anel para atender s subestaes, que se
caracterizasse por promover o fornecimento da energia a uma carga ou subestao por dois
circuitos independentes, garantindo assim certa regularidade tambm no fornecimento de
energia necessria s atividades do centro como um todo.
Entretanto, exatamente por falta de manuteno preventiva, ainda hoje, permanecem
os problemas. Alm disso, a deficincia de recursos, aliada ausncia de cultura de
planejamento do uso da energia, faz com que no haja ainda um sistema de distribuio que
atenda s necessidades de manuteno e promova a confiabilidade no CT.
Em resumo, a manuteno extremamente precria ao longo do tempo e a no
existncia de uma poltica de ocupao dos espaos, constituem as principais causas ao
desenvolvimento desordenado das unidades acadmicas que compem o CT.
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28
Figura 2- Localizao do Centro de Tecnologia no Campus da UFRJ
Fonte: PEREIRA;VIEIRA,2005.
A partir de uma edificao denominada Seccionadora Principal, localizada atrs do
bloco A, o Centro de Tecnologia recebe energia em mdia tenso (13,8k V) da
concessionria. Essa alimentao feita atravs de dois circuitos subterrneos, sendo um
principal e o outro reserva. Logo aps os circuitos de alimentao encontram-se os
equipamentos de comando e proteo, composto por disjuntores, chaves e rels. Aps esses
equipamentos, est localizada a medio nica para o Centro (medidor da concessionria),
que mede as principais grandezas fsicas necessrias ao monitoramento e faturamento das
contas. Logo em seguida vm os equipamentos seccionadoras em que, atravs de trs sadas
em sistema radial e mais seis cabines seccionadores em sistema em anel, feita a separao
dos circuitos para os blocos, ainda em mdia tenso. Essa distribuio pode ser vista a seguir
no diagrama simplificado de blocos do sistema e na localizao aproximada das subestaes
no prdio do CT.
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29
Figura 3- Seccionadora Principal do CT-UFRJ.
Fonte:PEREIRA;VIEIRA,2005.
Figura 4-Localizao Aproximada das Subestaes do CT-UFRJ.
Fonte: PEREIRA; VIEIRA, 2005.
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30
Os circuitos atendem s 22 subestaes abaixadoras, a maioria de 13.800-
220/127 V, distribudas ao longo dos blocos A a J, que alimentam basicamente as
cargas dos blocos onde esto ligadas.
A tabela a seguir mostra a potncia instalada das 22 subestaes do Centro de
Tecnologia.
Tabela 5.1- Potncia Total das Subestaes do Centro de Tecnologia.
SubestaoNmero de
transformadores
Potncia Total
(k VA)Subestao
Nmero de
transformadores
Potncia Total
(k VA)
A1 2 450 E1 2 600
A2 2 412,5 E2 2 600
A3 3 875 E3 2 800
A4 3 900 F1 2 450
B1 2 300 F2 6 825
B2 1 225 G1 2 300
C1 2 300 G2 2 300
C2 5 1400 H1 4 1025
C3 2 1250 H2 3 562,5
D1 2 300 H3 5 900
D2 4 863,5 J1 3 950
Potncia instalada das subestaes
Fonte: PEREIRA; VIEIRA, 2005.
5.1. Consumo de Energia Eltrica no CT
Analisando-se o consumo de energia no CT faturado junto concessionria de energia
eltrica nos ltimos cinco anos, verifica-se que ao longo do perodo este consumo vem
aumentando.
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31
Tabela 5.1.1- Consumo de Energia Eltrica no CT nos ltimos 05 Anos.
Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009
Janeiro 761.848 1.153.427 1.369.339 1.184.756 1.335.963 1.147.468
Fevereiro 1.125.035 915.697 1.493.189 1.380.715 1.273.702 1.411.413
Maro 1.248.431 1.416.295 1.516.484 1.604.670 1.639.603 1.650.823
Abril 1.290.269 1.540.421 1.475.351 1.795.128 1.373.645 1.632.360
Maio 1.131.795 537.232 1.223.594 1.363.056 1.984.612 1.376.747
Junho 924.445 689.933 1.176.876 1.192.170 1.247.698 1.333.046
Julho 996.579 1.090.162 1.054.169 1.153.727 1.235.192 1.291.103
Agosto 884.880 1.066.012 1.199.606 1.173.355 1.268.376 1.172.452
Setembro 969.421 1.862.285 1.157.077 1.397.009 1.397.406 1.427.278
Outubro 1.175.874 1.260.163 1.291.588 1.434.460 1.373.170 1.473.995
Novembro 1.148.609 1.270.492 1.279.094 1.377.327 1.553.766 1.706.149
Dezembro 1.238.468 1.260.687 1.453.815 1.448.580 1.385.573 1.732.674
Total 12.895.654 14.062.806 15.690.182 16.504.953 17.068.706 17.355.508
MsConsumo (kWh)
Fonte: FEGELC,UFRJ
Figura 5 - Evoluo do Consumo de Energia Eltrica nos ltimos 5 anos.
Fonte: FEGELC, UFRJ
Tomando-se como base o ano de 2009, o consumo mdio mensal de 1.446.292 kWh.
Co
nsu
mo
(kW
h)
Ano
-
32
5.1.1. Tarifao
De acordo com o seu nvel de tenso (13,8kV), o Centro de Tecnologia est
enquadrado no subgrupo A4 (tenso de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV).
O CT, especificamente, est enquadrado na tarifa horosazonal verde, que exige um
contrato especfico com a concessionria na qual estabelecida a demanda preterida pelo
consumidor independente da hora do dia (ponta ou fora de ponta). A conta de energia eltrica
composta da soma de parcelas referentes ao consumo (na ponta e fora dela), demanda e
ultrapassagem.
No anexo 1 podem-se verificar os registros contidos na fatura de energia eltrica
emitida pela concessionria ao longo do ano de 2009. A partir destes registros podemos dizer
que:
O consumo na ponta relativamente baixo em relao ao consumo fora da ponta,
porm o valor da sua tarifa nove vezes maior, onerando em muito a fatura de energia. Por
exemplo, no ms de abril houve o maior consumo na ponta registrado no ano (140.664kWh),
que representou um aumento de 36% na fatura;
Nos meses de Fevereiro, Maro, Abril, Maio, Setembro e Outubro, nota-se que o valor
da demanda medida excedeu em mais de 10% a demanda contratada, acarretando no
pagamento de demanda de ultrapassagem que possui tarifa trs vezes mais elevada em relao
tarifa da demanda contratada;
Ao longo de todo ano houve o consumo de energia reativa por conta do fator de
potncia abaixo do estabelecido segundo as normas (
-
33
6. PROPOSTA TCNICA
A partir das condies atuais de consumo de energia da instalao e dos potenciais de
economia realizveis, proposta a instalao de um sistema fotovoltaico de energia eltrica
conectado rede para reduzir os custos de energia no horrio de ponta e demanda de
ultrapassagem.
6.1. Sistema Fotovoltaico de Energia Conectado Rede SFCR
O Sistema Fotovoltaico Conectado Rede dispensa o uso de baterias e injeta energia
de forma sincronizada, diretamente rede eltrica, a partir de um inversor que realiza a
converso de tenso/corrente cc produzidas pelo painel fotovoltaico para tenso /corrente
compatveis com a rede eltrica.
Figura 6 Diagrama Esquemtico do Sistema Fotovoltaico Conectado Diretamente
Rede Eltrica
Fonte:Zillas, 2008A .
-
34
Existem dois tipos de configuraes para a instalao do SFCR: sistemas centralizados
e distribudos.
Os sistemas fotovoltaicos distribudos podem ser instalados de forma integrada
edificao ou na fachada do prdio, portanto, prximos ao ponto de consumo. Conta com uma
configurao diferente da que conhecemos atualmente: painis, controladores de carga,
baterias e inversores CC CA. Por serem conectados diretamente rede eltrica, dispensam a
necessidade de uso de controladores de carga e baterias, sendo, assim, compostos apenas
pelos painis fotovoltaicos e um inversor CC CA. O inversor , portanto, um equipamento
que deve ser instalado entre o sistema gerador fotovoltaico e o ponto de fornecimento rede,
que opera como um back-up.
Figura 7 Exemplo de Sistema FotovoltaicoDistribudo Conectado Rede
Fonte: IEA-PVPS, 2006.
A gerao distribuda tem vantagem sobre a gerao central, pois, devido a sua
proximidade junto carga, economiza investimentos em transmisso e reduz as perdas nestes
sistemas, melhorando a estabilidade do servio de energia eltrica.
Porm o investimento neste tipo de sistema ainda possui um custo elevado, e no Brasil
no existe uma legislao que incentive seu uso. Vale ressaltar que o avano tecnolgico tem
-
35
trazido ganhos de qualidade e eficincia, alm de novas descobertas contriburem para
baratear os custos.
6.1.1. Caractersticas do Sistema Fotovoltaico.
A partir de consulta ao fornecedor Solar Brasil, a placa fotovoltaica escolhida, modelo
KD135SX-UPU da marca Kyocera, possui as seguintes caractersticas:
A eficincia de converso das clulas superior a 16%;
As clulas so encapsuladas entre as camadas de vidro temperado como cobertura,
acetato de vinil etilnico e polivinil fluordrico como fundo, para dar a mxima proteo
contra as severas condies ambientais;
O laminado resultante encapsulado em uma moldura de alumnio anodizado que
oferece uma estrutura mais rgida e de fcil instalao.
Tabela 6.1.1.1 Especificaes Eltricas
#
Condies
Padres de Teste
(*CPT)
Teste com 800W/m2,TNOC
Espectro de Massa de ar 1,5
Mxima Potncia 135 W 95W
Tolerncia +5% / -5% -
Voltagem de Mxima Potncia 17,7V 15,7V
Corrente de Mxima Potncia 7,63A 6,10 A
Voltagem de Circuito Aberto 22,1V 20V
Corrente de Curto-Circuito 8,37A 6,79A
Voltagem Mxima do Sistema 600V -
Coeficiente de Temperatura da Corrente (Icc) (5,02 x 10e3)A/C -
Coeficiente de Temperatura da Voltagem (Vca) (-8 x 10e2)V/C -
-
36
Figura 8 Especificaes Fsicas
Figura 9.a Caractersticas de
Voltagem x Corrente
dos Mdulos Fotovoltaicos em Vrias Temperatura de Clulas.
Figura 9.b Caractersticas de Voltagem x Corrente
dos Mdulos Fotovoltaicos em
Vrios Nveis de Irradiao.
-
37
6.1.2. Clculo da Estimativa de Energia a ser Produzida pelo
SFCR.
A cidade do Rio de Janeiro est na latitude (S) 22,92 e longitude (W) 43,17 e possui
uma irradiao solar diria mdia mensal conforme a figura 10. Vale ressaltar a aleatoriedade
da radiao solar, pois por mais que se obtenham dados sobre o comportamento da radiao,
no se pode assegurar a repetio desse comportamento no futuro.
Figura 10 Radiao Diria Mdia na Cidade do Rio de Janeiro
Fonte: Cressesb,CEPEL
-
38
Figura 11 - Radiao Solar Mdia Mensal e Anual no Plano Inclinado na Cidade do Rio de
Janeiro.
Fonte: Cressesb,CEPEL
Como se pode verificar na tabela 1, a mdia anual de irradiao no plano inclinado,
4,72 kWh/m2
dia, superior ao plano horizontal, 4,54 kWh/m2
dia, atestando que a inclinao
dos mdulos em um ngulo igual ao da latitude do local de instalao proporciona uma maior
produo de energia para sistemas conectados diretamente rede eltrica de distribuio.
A partir dos dados da tabela 6.1.2.2, possvel calcular a energia gerada mensalmente
a partir do sistema fotovoltaica.
A energia passvel de ser produzida, medida em kWh, foi calculada utilizando-se a
equao abaixo:
-
39
Na qual:
Eg energia produzida pelo gerador fotovoltaico de energia, em kWh.
P potncia nominal do gerador fotovoltaico, em kW.
HSP o nmero de horas de sol pleno em mdia diria a uma intensidade de 1.000 W/ m2
equivalente a energia total diria incidente sobre a superfcie do gerador em 4,54 kWh/m2,
dado em horas.
CC/CA - rendimento do inversor de corrente contnua para corrente alternada.
-
40
Para o clculo da energia gerada pelo conjunto fotovoltaico, foi considerado valores de
radiao solar diria mdia mensal do Rio de Janeiro para um plano inclinado de 23
com
rendimento mdio do inversor em 95% (dados do fabricante Kyocera). Para base do clculo
da energia produzida mensalmente e no horrio de ponta,foram considerados os valores de 8
horas e 3 horas, respectivamente para estimativa da produo mensal.
Tabela 6.1.2.2 - Clculo Mensal da Energia Produzida por Meio de um Sistema de 10 kW
com Mdulos Fotovoltaicos no Rio de Janeiro.
Potncia Instalada Irradiao solar Rendimento do
inversor
Energia produzida
Mensalmente
Energia produzida
Horrio de Ponta
Mensalmente
(17:30h at 20:30h)
(kW) (kWh/m2*dia) (%) (kW/h) (kW/h)
Janeiro 31 10 4,83 95 474,15 177,80
Fevereiro 28 10 4,98 95 441,56 165,59
Maro 31 10 5,26 95 516,36 193,63
Abri l 30 10 4,76 95 452,20 169,58
Maio 31 10 4,18 95 410,34 153,88
Junho 30 10 3,7 95 351,50 131,81
Julho 31 10 4,03 95 395,61 148,35
Agosto 31 10 4,73 95 464,33 174,12
Setembro 30 10 5,44 95 516,80 193,80
Outubro 31 10 4,64 95 455,49 170,81
Novembro 30 10 5,14 95 488,30 183,11
Dezembro 31 10 4,94 95 484,94 181,85
5.452 2.044
Ms Dias
Total
Podemos inferir que um sistema fotovoltaico de energia com potncia nominal de 10
kW ir produzir anualmente 5.452 kWh. Deste total, cerca de 40% poder ser utilizado para
atender a demanda no horrio de ponta e o restante para mitigar a demanda de ultrapassagem.
-
41
6.1.3. Gastos com Instalao
Para a instalao do sistema solar fotovoltaico conectado a rede de 10kW de potncia,
foram consultados 03 fornecedores e a proposta tcnica vencedora apresentou os seguintes
valores, conforme dados em tabela abaixo:
Tabela 6.1.3.1- Custos da aquisio do sistema fotovoltaico emitido pelo fornecedor Solar
Potncia do Sistema 1 KW 2 KW 3 KW 4 KW 5 KW 10 KW
N de mdulos solares 20 16 24 30 38 77
Mdulos solares indicados KC 50 KD 135 KD 135 KD 135 KD 135 KD 135
Potncia Instalada (W) 1.080 2.160 3.240 4.050 5.130 10.395
Inversor Xantrex GT 2.8 GT 2.8 GT 3.3 GT 4.0 GT 5.0 GT 5.0 x 2
Custo Mdulos Solares (R$) 14.600,00 20.800,00 31.200,00 39.000,00 49.400,00 100.100,00
Custo Inversor (R$) 6.746,60 6.746,60 8.468,80 9.464,20 11.723,60 23.447,20
Custo Total (R$) 21.346,60 27.546,60 39.668,80 48.464,20 61.123,60 123.547,20
Eficincia do sistema 95% 95% 95% 95% 95% 95%
Gerao mxima mensal (KWh) 154 308 462 577 731 1.481
Garantia dos Mdulos 20 anos 20 anos 20 anos 20 anos 20 anos 20 anos
Garantia do inversor 10 anos 10 anos 10 anos 10 anos 10 anos 10 anos
Gerao em 15 anos (KWh) 27.702 55.404 83.106 103.883 131.585 266.632
Custo do KWh/ms (R$) 0,77 0,50 0,48 0,47 0,46 0,46
Fonte: Solar Brasil,2011
Os gastos referentes infraestrutura no so contabilizados pelo fornecedor em sua
proposta e a idia utilizar mo de obra da equipe de manuteno do CT para realizar a
instalao e todo o material necessrio ser comprado pelo setor de suprimento do CT. O
custo com instalao e material para o estudo preliminar foi estimado em R$10.000,00, 10%
do valor do sistema para efeito de clculo.
Logo, o custo total para a instalao de um sistema fotovoltaico conectado rede de
10kW para produo de energia eltrica de R$ 133.547,20, perfazendo um valor de R$
13,35 por W (watt) instalado.
-
42
6.1.4. Estimativas de Reduo de Consumo na Ponta e
Demanda de Ultrapassagem.
A partir da tabela 6.1.2.2, possvel afirmar que o sistema fotovoltaico de energia
produzir anualmente 5.452 kWh. No anexo 1, encontram-se os valores registrados nas
faturas de energia durante o ano de 2009.Os valores da coluna Consumo na Ponta so
somados para termos o total do consumo anualizado. A partir do valor estimado para energia
produzida pelo sistema fotovoltaico, verifica-se a reduo de 0,14% do consumo na ponta e,
em relao demanda de ultrapassagem, o sistema capaz de reduzir a demanda em 70%,
conforme registros nas tabelas 6.1.4.1 e 6.1.4.2.Os clculos foram realizados da seguinte
forma:
+
Tabela 6.1.4.1 Estimativa de Reduo de Consumo no Horrio de Ponta
anualmente.
#
Consumo ponta
(kWh)
anualizado
Energia anual
gerada pelo
SFCR (kWh)
Economia de
consumo (% )
Economia
em R$
Total 1.426.372,00 2.044,34 0,14% 3864,14
Tabela 6.1.4.2 Estimativa de Reduo de Demanda de Ultrapassagem anualmente.
#
Demanda
ultrapassagem
(kWh) anualizado
Energia anual
gerada pelo
SFCR (kWh)
Economia de
demanda (% )
Economia
em R$
Total 4.855,50 3.407,23 70,17% 110227,64
-
43
6.1.5. Relao Benefcio Custo e Tempo de Retorno
A partir do significado terico apresentado na seo 4.2.1, valores finais calculados
para relao benefcio custo sero apresentados nas tabelas a seguir a fim de uma anlise
econmica preliminar da viabilidade quanto instalao do sistema fotovoltaico de energia.
Os custos envolvidos so referentes aquisio do sistema fotovoltaico de 10kW conforme a
seo 6.1.3. A vida til do sistema considerada de 15 anos.
Tabela 6.1.5.1 - Valor da RBC do SFCR para consumo na ponta
#Benefcio
anualizado
Custo
anualizado
Total 3.864,14 18.236,48
Reduo de Consumo (kWh)
Anual RBC 0,2118905
2.044,34
Tabela 6.1.5.2 - Valor da RBC do SFCR para demanda de ultrapassagem
#Benefcio
anualizado
Custo
anualizado
Total 110.227,64 18.236,48
Demanda ultrapassagem (kWh)
anual RBC 6,0443484
3.407,23
O tempo de retorno simples, tabelado a seguir, utilizado para analisar o tempo em
que o benefcio se iguala ao investimento (seo 4.2.3). Para efeito de clculo, levado em
considerao o custo anualizado sobre o benefcio anualizado.
[Para
Consumo na Ponta]
[Para Demanda de
Ultrapassagem]
Tabela 6.1.5.3 Tempo de Retorno Simples
Tempo de retorno simples (anos)
# Na ponta Demanda de
ultrapassagem
4,72 0,17
-
44
Vale lembrar que o custo e benefcio apresentados na tabela acima so em relao ao
perodo de um ano, ou seja, so benefcios e custos anualizados. Alm disso, a tarifa de
ultrapassagem cobrada toda vez que a demanda contratada ultrapassada em mais de 10%
de seu valor.
-
45
7. CONCLUSO
O objetivo do trabalho foi orientao quanto implantao de um sistema
fotovoltaico de energia eltrica conectado rede de baixa tenso para atender o consumo na
ponta e a demanda de ultrapassagem no Centro de Tecnologia da UFRJ. A partir das faturas
registradas pela concessionria no ano de 2009, foi analisado o potencial de energia
economizada e reduo do custo da fatura, assim como o investimento necessrio para a
implantao e tempo mdio de retorno do projeto de eficincia.
A partir de consulta a fornecedores, estabeleceu-se a proposio de um sistema
fotovoltaico de energia eltrica de 10kW conectado rede, com o objetivo se fazer uma
anlise preliminar. A partir dos dados de irradiao mdia solar da cidade do Rio de Janeiro
foi possvel estimar a energia mensal produzida pelo sistema fotovoltaico em um total de
5.452 kWh por ano.
Tomando-se como base somente o consumo na ponta e fora da ponta, o consumo na
ponta representa 8% do consumo total registrado no ano analisado, porm em relao ao custo
global o aumento da ordem de trs vezes mais, uma vez que a tarifa de energia no horrio de
ponta trs vezes maior em relao tarifa fora da ponta. De acordo com a tabela 6.1.5.1, a
instalao do sistema fotovoltaico de energia eltrica conectado rede proposto trar uma
reduo anual de R$ 3.861,14 na fatura de energia em relao ao consumo na ponta.O valores
encontrados nas tabelas 6.1.5.1, 6.1.5.2 e 6.1.5.3,para consumo na ponta, o tempo de retorno
de 4 anos e 8 meses e a RBC de 0,2 que no est de acordo com os padres da Aneel (RBC
maior que 1) mas como o objetivo do trabalho a reduo do consumo de energia, o critrio
vlido.
-
46
Ao analisarmos a demanda de ultrapassagem registrada ao longo do ano, verificamos
que a demanda ultrapassada mais freqentemente no perodo mido onde os nveis de
temperatura so mais elevados. No CT - UFRJ, o nvel da temperatura elevado aumenta o uso
de aparelhos de climatizao, justificando a ultrapassagem da demanda contratada que
acarretou na demanda excedente de 4.855,50 kWh, acarretando num acrscimo de R$
346.978,53, conforme anexo 1. O sistema fotovoltaico de energia eltrica conectado rede
capaz de suprir, anualmente, toda a demanda ultrapassada e, ainda, acarretar numa reduo
em torno de 6% ao ano na fatura de energia ao permitir que 8.378,00 kWh deixem de ser
faturados.
No Brasil, a existncia deste tipo de sistema se restringe aos laboratrios e centros de
pesquisa, uma vez que mesmo com a existncia de uma regulamentao especfica (RN
ANEEL No 390/2009), barreiras so encontradas. Algumas delas so a falta de recursos
especializados na tecnologia, aliada falta de interesse por parte das concessionrias em lidar
com essa nova questo.
A relao custo benefcio e o tempo de retorno do investimento demonstram que,
econmica e financeiramente, o investimento inicial do projeto pago ao longo de sua vida
til. Contudo, o investimento inicial cria mais um empecilho ao estmulo quanto
implantao deste tipo de gerao de energia.
Assim, demonstrou-se que o projeto tecnicamente vivel quanto sua implantao
mostrando-se uma soluo para a oferta de energia de forma limpa, alm de promover maior
diversificao da matriz energtica e postergar investimentos no aumento da capacidade do
sistema de distribuio, por exemplo.
Como trabalhos futuros sugere-se o estudo mais detalhado da implantao levando em
conta as questes da ligao das placas ao sistema eltrico e da proteo contra o ilhamento.
-
47
8. Bibliografia:
[1] Eficincia Energtica nas Edificaes, PROCEL. Disponvel em www.eletrobras.com.br
[2] - Eletrobrs / PROCEL, 2006 Conservao de Energia: Eficincia Energtica em
Instalaes e Equipamentos, terceira edio, Editora EFEI, Itajub, Minas Gerais, Brasil.
[3] - Eletrobras / PROCEL - ano 2003. Disponvel em www.eletrobras.com.br
[4] - POOLE;HOLLANDA;TOLMASQUIM - ano 1998.
[5] GELLER ano 2003
[6] - VARGAS JR- ano 2006.
[7] Green Building & Human Experience Junho, 2010. Disponvel em www.usgbc.org.br
[8] - CRESSESB - ano 2000.
[9] - GREEN - ano 2000.
[10] Kats ano 2003.
[11] Tavares ano 2006.
-
48
[12] EPE Plano Nacional de Energia 2030 ano 2007. Disponvel em www.epe.gov.br
ANEEL- Manual para elaborao do Programa de Eficincia Energtica da Aneel ciclo
2005/2006 Disponvel em www.aneel.gov.br
ANEEL Resoluo normativa ANEEL nmero 390 2009 Disponvel em
www.aneel.gov.br
CTE Centro de Tecnologia de Edificaes
Em: http://www.cte.com.br ,acessado em 01/05/2011.
EPE- Resenha Mensal do Mercado de Energia Eltrica Julho de 2010 Disponvel em
www.epe.gov.br
CEPEL,2003 Um ano e meio de operao do sistema fotovoltaico conectado a rede do
CEPEL Disponvel em www.cepel.br
ANEEL Atlas captulo 3 Energia Solar Primeira edio 2002.Disponvel em
www.aneel.gov.br
PEREIRA,F.C.S; VIEIRA, RJ, 2005 Aplicao de conceitos de racionalizao de Energia
Eltrica na Universidade Federal do Rio de Janeiro,Rio de Janeiro RJ,Outubro de 2005.
Gerao distribuda no Brasil: oportunidade e barreiras - Revista Brasileira de Energia Vol. 11
| N 02.
-
49
PROCEL, Maio / 2011: Manual de Tarifao da Energia Eltrica Primeira edio.
EPE Balano Energtico Nacional, 2010. Disponvel em www.epe.gov.br.
JNIOR, Orlando Lista; Sistemas Fotovolticos conectados a rede: Estudo de caso 3kW
instalados no estacionamento do IEE SP So Paulo,2005.
PALO, Paulo Rogrio; Estudo da Viabilidade da Construo de edifcios Inteligentes
Sustentveis, So Paulo, 2006
EPE Boletim Energtico Nacional 2010, ano base 2009. Disponvel em: www.epe.gov.br
Pgina oficial do INEE. Disponvel em www.inee.org.br.
Pgina oficial do MME. Disponvel em www.mme.gov.br
-
50
Anexo 1 Tabela de Dados Faturamento de Energia
Energia Eltrica Faturada em 2009.
Energia Eltrica Contratada em 2009.
#Consumo
ponta (kWh)Tarifa Valor a pagar
Consumo fora
ponta (kWh)Tarifa Valor a pagar
Demanda
medida
(kWh)
TarifaValor a
pagar
Demanda
contratada
(kWh)
TarifaValor a
pagar
Demanda
ultrapassagem
(kWh)
TarifaValor a
pagar
Demanda
Ociosa
(kWh)
TarifaValor a
pagar
UFER
Ponta
(kWh)
TarifaValor a
pagar
UFER Fora
Ponta
(kWh)
TarifaValor a
pagar
Valor total
da fatura
Janeiro 84100 1,96 164735,52 1063368 0,21 229183,26 4873 - - 4700 18,68 91.046,55 - - - - - - 11.722,00 1,96 22.961,11 82.512,00 0,21 17.783,47 525.709,91
Fevereiro 102453 1,94 199228,76 1308960 0,21 280066,91 5192,6 - - 4700 18,54 87.176,83 492,6 55,64 27410,62 - - - 8.763,00 1,94 17.040,41 49.032,00 0,21 10.490,96 621.414,49
Maro 141631 1,94 275839,79 1509192 0,21 323408,29 6177,6 - - 4700 18,57 87.311,68 1477,6 55,73 82347,92 - - - 7.234,00 1,94 14.088,90 53.136,00 0,21 11.386,64 794.383,22
Abril 140664 1,94 272607,14 1491696 0,21 318084,6 5564,2 - - 4700 18,48 86.881,64 864,2 55,45 47925,39 - - - 7.318,00 1,94 14.182,30 50.328,00 0,21 10.731,79 750.412,86
Maio 114227 1,98 226743,07 1262520 0,23 296328 4993,9 - - 4100 18,6 76271,69 893,9 55,8 49887,26 - - - 7.757,00 1,98 15.397,81 64.800,00 0,23 15.209,33 679.837,63
Junho 120422 1,95 235358,25 1212624 0,23 280233,2 5132,2 - - 4750 18,32 94002,93 0 - - - - - 8.221,00 1,95 16.067,50 57.024,00 0,23 13.178,05 638.839,93
Julho 114119 1,86 213298,51 1176984 0,22 260123,36 3974,4 - - 4750 17,51 83199,59 0 - - 775,6 - 13585,18 7.990,00 1,87 14.934,02 58.536,00 0,22 12.936,95 584.492,43
Agosto 103468 1,81 187588,07 1068984 0,21 229168,23 4458,2 - - 4750 16,98 80701,42 0 - - 291,8 - 4957,62 8.119,00 1,81 14.719,79 54.216,00 0,21 11.622,80 523.800,31
Setembro 124150 1,83 227867,34 1303128 0,21 282817,65 5313,6 - - 4750 17,19 81699,12 563,6 51,59 29081,45 0 - - 7.344,00 1,83 13.479,32 53.568,00 0,21 11.625,85 646.570,73
Outubro 123563 1,83 226300,35 1350432 0,21 292451,3 5313,6 - - 4750 17,16 81522,74 563,6 51,48 29018,66 0 - - 6.884,00 1,83 12.607,75 55.296,00 0,21 11.974,97 653.875,77
Novembro 126325 1,85 234181,03 1579824 0,22 352952,02 4750 - - 4750 17,02 80864,15 0 51,07 81307,23 0 - - 6.957,00 1,85 12.896,87 41.688,00 0,22 9.313,61 771.514,91
Dezembro 131250 1,82 239576,05 1601424 0,21 335883,89 5050 - - 5050 16,62 83.973,00 0 49,9 0 0 - 0 7.305,00 1,82 13.334,12 39.744,00 0,21 8.335,94 681.713,26
Total 1.426.372,00 - 2.703.323,88 15.929.136,00 - 3.480.700,71 - - - - - 1.014.651,34 4.855,50 - 346.978,53 - - 18.542,80 95.614,00 - 181.709,90 659.880,00 - 144.590,36 7.872.565,45
Perodo mido
Perodo seco
Fonte:Elaborao prpria a partir dos dados encontrados na fatura de energia eltrica emitida pela concessionria de energia eltrica no ano de 2009
-
51
Energia e Valor Economizado Consumo na Ponta
#Consumo ponta
(kWh)Tarifa Valor a pagar
Energia
gerada
pelo SFCR
(kWh)
Valor
Economizado
(R$)
Janeiro 84.100,00 1,96 164.735,52 177,80 348,50
Fevereiro 102.453,00 1,94 199.228,76 165,59 321,23
Maro 141.631,00 1,94 275.839,79 193,63 375,65
Abril 140.664,00 1,94 272.607,14 169,58 328,98
Maio 114.227,00 1,98 226.743,07 153,88 304,67
Junho 120.422,00 1,95 235.358,25 131,81 257,03
Julho 114.119,00 1,86 213.298,51 148,35 275,94
Agosto 103.468,00 1,81 187.588,07 174,12 315,16
Setembro 124.150,00 1,83 227.867,34 193,80 354,65
Outubro 123.563,00 1,83 226.300,35 170,81 312,58
Novembro 126.325,00 1,85 234.181,03 183,11 338,76
Dezembro 131.250,00 1,82 239.576,05 181,85 330,97
Total 1.426.372,00 - 2.703.323,88 2.044,34 3.864,14
-
52
Energia e Valor Economizado Demanda de Ultrapassagem
#
Demanda
ultrapassagem
(kWh)
Tarifa Valor a pagar
Energia
gerada
pelo SFCR
(kWh)
Valor
Economiza
do (R$)
Janeiro 0 - - 296,34
Fevereiro 492,6 55,64 27.410,62 275,98 15.355,25
Maro 1477,6 55,73 82.347,92 322,72 17.985,35
Abril 864,2 55,45 47.925,39 282,63 15.671,56
Maio 893,9 55,8 49.887,26 256,46 14.310,49
Junho 0 - - 219,69 -
Julho 0 - - 247,26 -
Agosto 0 - - 290,21 -
Setembro 563,6 51,59 29.081,45 323,00 16.663,57
Outubro 563,6 51,48 29.018,66 284,68 14.655,50
Novembro 0 51,07 81.307,23 305,19 15.585,93
Dezembro 0 49,9 0,00 303,09 -
Total 4.855,50 346.978,53 3.407,23 110.227,64
-
53
Anexo 2 Definies e Siglas Principais.
Carga Instalada
a soma das potncias nominais dos equipamentos eltricos instalados na unidade
consumidora, em condies de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda
a mdia das potncias eltricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema eltrico pela
parcela da carga instalada em operao na unidade consumidora, durante um intervalo de
tempo especificado.
Demanda Contratada
a demanda de potncia ativa a ser obrigatria e continuamente disponibilizada pela
concessionria, no ponto de entrega, conforme valor e perodo de vigncia fixados no contrato
de fornecimento e que dever ser integralmente paga, seja ou no utilizada durante o perodo
de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda de Ultrapassagem
a parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa
em quilowatts (kW).
Demanda Medida
a maior demanda de potncia ativa, verificada por medio, integralizada no
intervalo de 15 (quinze) minutos durante o perodo de faturamento, expressa em quilowatts
(kW).
Energia Eltrica Ativa
a energia eltrica que pode ser convertida em outra forma de energia, expressa em
quilowatts-hora (kWh).
-
54
Energia Eltrica Reativa
a energia eltrica que circula continuamente entre os diversos campos eltricos e
magnticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em
quilovolt-ampere-reativo-hora (kvarh).
Tarifa
o preo da unidade de energia eltrica e / ou da demanda de potncia ativa.
Estrutura Tarifria Convencional
a estrutura caracterizada pela aplicao de tarifas de consumo de energia e / ou
demanda de potncia independentemente das horas de utilizao do dia e dos perodos do ano.
At 1981 era o nico tipo de tarifa convencional.
Estrutura Tarifria Horosazonal
a estrutura caracterizada pela aplicao de tarifas diferenciadas de consumo de
energia eltrica e de demanda de potncia de acordo com as horas de utilizao do dia e dos
perodos do ano, conforme a seguinte especificao:
Horrio de Ponta (P)
o perodo definido pela concessionria e composto por 3 (trs) horas
dirias consecutivas, execuo feita aos sbados, domingos e feriados nacionais,
considerando as caractersticas do seu sistema eltrico. A concessionria LIGTH -
Servios de Eletricidade S.A. define o intervalo de 17h30min s 20h30min para o
horrio de ponta.
Horrio Fora da Ponta (F)
o perodo composto pelo conjunto das horas dirias consecutivas e
complementares quelas definidas no horrio de ponta.
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55
Perodo mido (U)
o perodo de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os
fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano
seguinte.
Horrio Seco (S)
o perodo de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os
fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro.
Fator de Carga
a razo entre a demanda mdia e a demanda mxima da unidade consumidora,
ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado.
Fator de Potncia
a razo entre a energia eltrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados da
energia eltrica ativa e reativa, consumidas num mesmo perodo especificado.
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56
Anexo 3 Grupos Tarifrios
Grupo Tarifrio A
So os consumidores cujo fornecimento de energia em tenso igual ou superior a 2,3
kV. Os grupos atendidos hoje pela Light so os seguintes:
Tabela A2: Subgrupos do grupo tarifrio A.
Fonte: Resoluo ANEEL n 563/07, de 06/11/2007.
(vigncia a partir de 07/11/2007)
Subgrupos Tenso
A2 88 k V a 138 k V
A3A 30 k V a 44 k V
A4 2,3 k V a 25 k V
AS*(Subterrneo) menos de 2,3 k V