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. Publicação n9
INPE-4333-PRELL179
2. Versão 3. Data
Set.. 1987
5. Distribuição
C] Interna O Externa
O Restrita . Origem Programa
DPA FLORA
. Palavras chaves - selecionadas pelo(s) autor(es) SENSORIAMENTO REMOTO FLORESTA IMAGENS TM/LANDSAT DEGRADAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL VEGETAÇÃO DESMATAMENTO,QUEIMADA,DESERTIFICAÇÃO,POLUIÇÃO
. C.D.U.: 528.711.7:63
8. Titulo
APLICAÇOES DE DADOS DE AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO
9. Autoria Vitor Celso Armando Pacheco Yosio Edemir Pedro Hernandez David Chung João Roberto Dalton de M. Flavio Jorge José Simeao
Assinatura responsavel
INPE-4333 -PRE/1179
SENSORIAMENTO REMOTO NA DA COBERTURA VEGETAL
de Carvalho dos Santos
Shimabukuro Filho
Liang Lee dos Santos Valeriano Ponzoni
de Mede .
10. Paginas: 19
11. Ultima pagina: 14
12. Revisada por
5/1"4,11/A2.1A-12-191444/141-ts Teresa G. Florenzano
13. Autorizada por
'Ar- . , to io' aupp i,ffirs-r, etor Geral 4 ..zet. T
14. Resumo/Notas
Apresenta-se uma coletãnea dos principais resultados alcança dos por pesquisadores do Grupo de Vegetação/Floresta, do Departamento da Departamento do Pesquisa e Aplicações (DPA), do Instituto de Pesquisas Es paciais (INPE), através da analise de dados de sensoriamento remoto na avJ liação dos vdrios tipos de agressões a que os recursos vegetais brasileira vem sendo submetidos. Começando por uma aplicação de dados orbitais para o controle do desmatamento da Amazonia, passando por um estudo de casodequei mada no Cerrado Central,de desertificação na Caatinga e terminando pela da gradação ambiental da cobertura vegetal da Serra do Mar (Floresta Atlãng ca), os autores mostram o estado da arte nesta drea de aplicação e as suas principais perspectivas.
15. Observações
Apresentado no Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambien _ te , 29 de junho a 03 de julho de 1987, Rio de Janeiro.
APLICAWES DOS DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA AVALLNÇA0 DA
DEGRAWNO DA COBERTURA VEGETAL
Vitor Celso de Carvalho
Armando Pacheco dos Santos
Yosio Edemir Shimabukuro
Pedro Hernandez Filho
David Chung Liang Lee
João Roberto dos Santos
Dalton de Morisson Valeriano
Flávio Jorge Ponzoni
José Simão de Medeiros
Ministério da Ciência e Tecnologia - yer
Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE
Caixa Postal 515
12.200 - São José dos Campos-SP
RESUMO
Apresenta-se uma coletânea dos principais resultados alcança
dos por pesquisadores do Grupo de Vegetação, do Departamento de Pesquisa e
Aplicações awm, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), através da aná use de dados de sensoriamento remoto na avaliação dos vários tipos de agres
sões a que os recursos vegetais vem sendo sutuetidos. Utilizando imagens do
satélite LANDSAT de 1973 e 1978, foi possível verificar a velocidade do des
mabamento da região da Amazônia Legal, além de mostrar as áreas críticas de
maior concentração dessas alterações. Outro resultado importante foi o obti
do no Parque Nacional de Brasília, onde ocorreram incêndios de grandes pro
porções em 1975 e 1985. O uso de imagens orbitais permitiu mapear a extensão
da área destruída pelo fogo, avaliar as áreas queimadas e o início da rege —
~ação da vegetação. Um trabalho relevante Tia mostra a alteração rápida
da vegetação foi realizado na região de Quixabá-PE, onde através da análise
multitemporal de dados aéreos e orbitais foi possível avaliar a dinâmica ve
getal da região. Utilizando fotografias aéreas de grande escala, foi pcsSI
vel localizar a degradação da Mata Atlântica, causada pela poluição atmcsfé
rica na Serra do Mar e identificar cicatrizes resultantes de esccrregamentcs
de terra nas encostas da serra, atividades antrõpicas e capoeiras em diver
90S estágios de desenvolvimento. O avanço metodológico das pesquisas sobre
sensoriamento remoto/vegetação em duas décadas tem sido fruto do esforço de
pesquisadores do EPA/INRE, que apoiados por recursos principalmente governa —
mentais, téin procurado colocar ã disposição da comunidade brasileira mais
uma ferramenta oauplementar para o levantamento dos recursos naturais.
ABSTRACT
Herein one presents a collection of the main results achieved
by researchers of the Végetation Group, of the Department of Research and
Applications (DPA), of the Institute for Space Research (IMPE), through the
analysis of remete sensing data aimed at the evaluation of the mny types
of aggressions to which the vegetal resources are being submitted. 'lhe
utilization of LANDSAT satellite imageries fram 1973 to 1978 made possible
the verification of the velocity of deforestation in the Legal Amazon RectIon,
besides the Identification of critical areas of major concentration of
these alteratIons. Another impertant result was the one cbtained in the
Brasilia's Naticnal Park, where large wildfires accured in 1975 and 1985.
The use of orbital images allowed the mapping of the extent of the fire
damaged area, the evaluation of burned areas and the beginning of the
vegetation regrowth. A relevant work which shows the fast alteration of the
vegetation was executed in the Quixabá-PE regIon. Through a nultidate
analysis of aerial ar d orbital data, the evaluation of the vegetation
dynamics of the region was possible. Large scale aerial nbotographs were used
to identify degradation leveis in the Atlantic Forest (a narraw stripe ofbyair
Tropical Forest stretched along the Brazilian Eastern Ccest) caused
pollution in the Serra do Mar. Landslides scars unre identified in the
analysis of remate sensing data as well as anthropic activities and
secondary forest covers in many develognental stages. 'lhe methodological
advances of the researches cn remote sensing/vegetation udthin two decades
has been the result of the efforts of researchers of the DPA/INPE, who,
spcnscred mostly by governmental funds, have tought to offer the Brazilian
cammuiiity another tool whidh allows not only the knowledge about the
environmental impacts against the vegetation cover, but salso an insight into
the natural resources as a utole.
SUMARIO
Pág.
1.0 - INTRODUÇÃO
2.0 - SENSORIAMENTO REMOTO - CONSIDERAÇÕES GERAIS
3.0 - MAPEAMENTO DAS ALTERAÇÕES DA VEGETAÇÃO POR SENSORIAMENTO
REMOTO NO INPE
01
02
03
3.1 - Desmatamento 04
3.2 - Queimadas 05
3.3 - Degradação da Caatinga 08
3.4 - Poluição AMbiental 09
3.5 - Pragas, Doenças e Anomalias Vegetais 10
3.5.1 - Florestas Plantadas 10
3.5.2 - Florestas Naturais 11
4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 12
5.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
1.0 - INTRODUÇÃO
O Brasil é um País de grande extensão territorial e reconheci
do como detetor de bens naturais que têm sido explorados em função das mais
variadas necessidades. Desde o tempo do colonialismo, começando com a retira
da do Pau-brasil pelos portugueses, a utilização irracional dos recursos na
turais têm levado a inúmeros problemas ambientais. Somente neste século, ti
mádas iniciativas conservacionistas foramtxuedas com 'a criação de Reservas
Florestais, Parques Nacionais etc, o que ainda é muito pouco considerando as
dimensões do País.
Com o avanço tecnológico ocorrido principalmente nas Ultimas
décadas, foram desenvolvidos alguns sistemas de observação da Terra, que per
rifem um melhor conhecimento dos recursos naturais. Esta tecnologia, denami
nada sensoriamento remoto, pode servir como uma ferramenta básica no proces
90 de conhecimento e vigilãncia desses recursos.
Engajado nessa problemática, o Instituto de Pesquisas Espaci
ais (INPE), através de seu Departamento de Pesquisa e Aplicações (PA), tem
se dedicado, há mais de uma década, ao desenvolvimento de rretcdologias que
possibilitam a ampliação do conhecimento dos recursos naturais do País, den
tre os quais a vegetação tem merecido toda a atenção necessária.
O monitoramento contínuo e a definição de programas de figcali
zação, que visam a conservação e/ou a exploração racional doe recursos vege
tais, têm sido possívelgraças ao advento, a partir de 1972, dos satélites
da série LANDSAT, que obtém dados multiespectrais, multitentperais e espaci
ais de objetos da superfície terrestre. Atualnente, conta-se com satélites,
- 0 1 -
- 02 -
cujos sistemas sensores perecem oferecer maiores possibilidades ao conheci
mento dos recursos naturais, cato é o caso do sensor TM (Thematic Mapper),
do LANDSAT e o HRV (iaute Resolution Visible) a bordo do satélite francês
SPCT (Sisteme Pour l'Observation de la Terre).
Com a disponibilidade assegurada de dados orbitais dos satéli
tes LANDSAT e SPOT, e de outros que serão lançados futuramente, inclusive o
brasileiro, e a escasses crescente dos recursos florestais, estes fatos cer
tamente guiarão as agências governamentais e/ou empresas privadas, ligadas
direta ou indiretamente a esse setor, a investirem no damínio das técnicas
de sensoriamanto remoto, a fim de que esta tecnologia auxilie CG processos
de planejamento, manejo e conservação de seus patrimônias naturais.
2.0 - SEDIRNUAMMID REMOTO - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Sansorianento remoto pode ser conceituado cam um conjunto de
atividades que visam obter dados das propriedades físicas e/ou químicas dos
objetos, com base na radiação eletromagnética emitida, absorvida, refletida
e/ou transmitida por esses objetos.
Essas atividades envolvem as fases de aquisição, processamento
e análise de dados. - Na primeira, são obtidas as características físicas e/
ou químicas de um determinado alvo ou cena, que são registradas em fotografi
as em papel, gráficos, tabelas, fitas magnéticas compatíveis como computa
dor (CCT) etc. Na fase de processamento estão inseridas todas as técnicas de
transformação dos dados caro correção geométrica e radiométria etc., cujo
objetivo é sua visualização dirigida para natureza e os objetivos do traba
lho ao qual se destinam.
- 03 -
Cs dados de sensorianento remoto caracterizam-se pelos domí
nics temporal, radiométrico, espectral e espacial. O domínio temporal rela
ciona-se ã repetitividade acalque um sistema de coleta obtém dados de
mesma cena. O domínio radiamétrico refere-se ã maior ou menor capacidade do
sistema coletor em registrar diferenças entre os elenentos de uma determina
da cena. O domínio espectral relaciona-se com a melhor ou pior caracteriza
çSo dos alvos em função da banda espectral e/ou número de faixas espectrais
com que o sistema coletor opera. O domínio espacial ou geamétrico refere-se
ã mínima distância entre dois objetos que um sistema pode registrar.
3.0 - MAPEAMENTO DAS ALTERAÇÕES DA VEGETAÇÃO POR SENSORIAMENTO REMOTO NO INPE
A tecnologia de sensoriactanto renoto, principalmente ao nível
orbital, tem sido utilizada cano uma ferramenta auxiliar ao estudo da cober
tura vegetal. Estimativa de danos, mapeamento, manejo e inventário florestal
são algumas das atividades nas quais têm sido usadas imagens dos sensores
MSS (Multispectral Scanner Subsystem) e TM (rhematic Mapper), colocados a
bordo dos satélites LANDSAT.
Todo esse esforço está direcionado no sentido de tornar mais
aplicável essa tecnologia, para que usuários externos ao INPE, empresários,
agências governamentais e a comunidade brasileira, ligados ao setor flores
tal, possam dela• usufruir.
NOS Ultimes anos, uma linha de trabalho que mereceu grande
atenção dos pesquisadores do EPA/INPE foi a relacionada ã degradação cite a
cobertura vegetal vem sofrendo de maneira assustadora. As florestas, ain
da pouco conhecidas e aparentenente frágeis, são derrubadas, incendiadss e
- 04 -
desfolhadas até criminalmente, o que resulta no aparecimento repentino de
regiões desérticas. Assim sendo, a tecnologia do sensoriamento remoto tem se
revelado como uma ferramenta auxiliar poderosa na detecção e avaliação da
degradação dos recursos vegetais.
3.1 - DESMATAMENTO
A necessidade de desnatar uma determinada área fundamenta-se
em situações particulares de demanda de produtos agrícolas, aptidão de cer
tos tipos de solos, produtividade requerida etc. No Brasil, um País cujas
áreas atualmente destinadas ã produção agropecuária nem sempre são escolhi
das de maneira racional e otimizada, as justificativas para a expansão da
fronteira agrícola não deveriam ter a receptividade positiva que vêm apresen
tando. Apesar de frãgeis esforços de minorias esclarecidas, milhares de km 2
de florestas são subtraídas em favor de interesses empresariais e políticos.
O desenvolvimento de metodologias que facilitam o controle e
a fiscalização dos desmatamentos através de técnicas de sensoriamento remOto
e que orientam a exploração sustentada cIrs florestas tem sido incentivado.
Como exemplo deste tipo de esforço, pode-se citar o trabalho realizado pelo
INPE em 1979, juntamente com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Flo
restai (IB)F), cujo objetivo foi identificar e quantificar as áreas desmata
das na Amazônia Legal, em dois períodos distintos: 1973/1975 e 1976/1978. A
escolha da região foi devida: 1) à sua expressão em termos de superfície,
pois ocupa, aproximadamente, 58% do Território Nacional, com uma área de
4.975.527 km2 ; 2) à sua localização em relação à ~rica do Sul, o que justi
fica um controle e ordenação no processo de ocupação; 3) à importãncia das
Unidades Federativas que a compõe, uma vez que apresentam grande extensão e
- 05 -
baixa densidade demográfica; 4) à falta de informações concretas com relação
ao total da área desmatada, bem como a taxa de incremento e a distribuição
geográfica dos desmatamentos; 5) ao grande interesse que a Amazônia tem des
pertado, gerando polêmica quanto à sua forma de ocupação.
Os resultados nostraram que o percentual do desmatamento para
a região até 1978 foi de 1,55%, o que, levando em conta a sua snperfície,
pode ser considerado relativamente baixo. O que mereceu maior atenção foi a
velocidade com que os desmatamentos vinham sendo realizado, os quais apresen
taram uma taxa de incremento de 169,88% no período 1976/1978 em relação a
1973. Verificou-se tanibém que a maioria dos desmatamentos estavam concentra
dos em determinadas regiões, criando uma situação de alta densidade de área
desmatada, normalmente próxima aos centros urbanos, interiorizando-se atra
vês das vias de acesso fluviais e terrestres (Tardin et alii, 1980). Os da
dos das alterações da vegetação na Amazônia Legal até o ano de 1978, basea
dos andados do MSS/LANDSAT, podem ser observados na Tabela 1.
3.2 - QUEIMADAS
Segundo alguns autores, as queimadas exercem sobre os ecossis
temas um apreciável papel ecológico. Coutinho (1980) cita o efeito das quei
macias sobre o solo (umidade, redução da quantidade de matéria orgânica e de
nutrientes minerais, aceleração da produtividade primária) e sobre a vegeta
ção de um modo geral. A origem das formas savãnicas e campestres de cerrado
é frequentemente associada à ação do fogo sobre a vegetação. A importância
'ias queimadas é tal que muitas empresas e instituições de pesquisa enttodo o
mundo têm dedicado esforço ao seu manitoramento e quantificação, sobretudo
:a estimativa de perdas e danas.
06
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- 07 -
Cada vez mais o sensoriamento remoto tem sido utilizado na
detecção e avaliação de áreas submetidas a incêndios. Este uso crescente se
justifica pelo fato de que, normalmente, a ação do fogo atinge extensas
áreas e as fotografias aéreas e, principalmente, as imagens orbitais reduzem
consideravelmente o tempo de aquisição de informações e o custo, quando cam
parados cam ce métodos convencionais empregados no campo.
No Brasil, uma das primeiras avaliações das técnicas de senso
riamento remoto orbital para essa finalidade foi conduzida na área do Parque
Nacional de Brasília, durante a ocorrência de um incêndio de grandes propor
ções em 1975. Fez-se uma análise digital das imagens NSS/LANDSAT, através do
Sistema Interativo de Análise de Imagens Multiespectrais (IMAGE-100) no qual
se processou a classificação da área atingida pela queimada e sua avaliação
em hectares. Estimou-se que 15.715,00 ha (60% da área) can vegetação haviam
sido destruidos pelo fogo. Neste estudo, foi possível determinar os locais
de maior incidência de queimadas, o que pede permitir a adoçãodenedidas pie
ventivas a médio prazo (Santos e Aoki, 1981).
Em 1985, um novo incêndio no mesmo parque foi monitorado com
imagens TM/LANDSAT em quatro datas distintas, sendo una referente ao perlo
do anterior ao incêndio, outra durante o incêndio, uma terceira no período
de declínio do incêndio e a Ultima dois neses apõe seu término. Vale salien
tar que foi possível observar visualmente as frentes de fogo ativo na imagem
correspondente ã segunda data, bem caco realizar uma avaliação preliminar
da regeneração da vegetação afetada pelo fogo (Ponzoni et alii, 1986).
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3.3 - DEGRADAÇÃO DA CAATINGA
A formação vegetal denominada caatinga ocupa, na verdade, a
maior parte do trópico semi-árido brasileiro scb a forma de uma cobertura
vegetal, onde dominam as formações do tipo floresta baixa, seca e espinhosa,
classificada por alguns autores como uma estepe Meloso e Goes Filho, 1982).
Como em todos os meios semi-áridos, a caatinga é frágil, suba
tida a frequentes séries de anos secos e sob o peso contínuo da pressão an
trópica, agrícola e pastoril, responsáveis pela degradação da cobertura vege
tal, da erosão dos solos e de um empobrecimento sensível dos recursos natu
rais locais já limitados; primeira etapa de uma desertificação sonde certos
indícios podem ser notados localmente (Innbardo e Carvalho, 1979).
Dentro desse contexto, o nordeste semi-árido é apontado como
uma dag regiões mais problemáticas do mundo, com altos riscos de desertifica
ção, apresentando um processo que conduz ã redução do potencial biológico e/
ou da capacidade produtiva da superfície terrestre.
Roi realizado um trabalho de pesquisa, como apoio do Centro
de Pesquisas Agropecuárias do Trópico Semi-Ãrido (WATSA), órgão subordinado
Represa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), e da Superintendên
cia do Desenvolvimento do Nordeste (SIMMINE), cujo objetivo foi avaliar as
imagens MSS/LANDSAT no mcnitorarrentx) da cobertura vegetal. A partir de uma
análise multitemporal de dados aéreos e orbitais de uma área problema (Qui5ca
bã-PE), foi possível avaliar a dinâmica vegetal da região, constatando uma
expansão e mudança agrária notáveis, sendo que cerca de 15% da área analisa
da já apresentava problemas seríssimos de degradação ambiental (Carvalho, 1986).
- 09 -
3.4 - POLUIÇÃO AMBIENTAL
A Mata Atlântica localizada nas encostas da Serra do Mar, pró
xima ao complexo industrial de Cubatão, há mitos anos vem sendo submetida
a uma carga excessiva de poluentes, o que provoca-um nível bem elevado da de
gradação da vegetação. COMD conseqüência, ocorrem ce escorregamentos do ter
reno, mais frequentes nos períodos chuvosos, os quais colocam em risco a po
pulação e o próprio parque industrial.
Para estudos detalhados da cobertura vegetal, ce produtos de
sensores remotos com alto poder de resolução camo, par exemplo, fotografias
aéreas de grande escala tem tido ampla aplicabilidade. Neste sentido, foi
realizado um trabalho pelo INPE, juntamente com a Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental (CETESB), o qual utilizou fotos aéreas de grande es
cala para estrie-lar o impacto da poluição atmosférica, proveniente do complexo
industrial de Cubatão, sabre a Mata Atlântica. Verificou-se que a degradação
da cobertura vegetal se dá pela eliminação seletiva e progressiva dos ele
mentos de maior porte, o que altera, portanto, sua estrutura, podendo no seu
nível mais intenso seduzir a floresta a um "esorube" arbustivo. Foi constata
do tambên que a cobertura vegetal secundária é mais vulnerável ao impacto
da poluição atmosférica do que a floresta primária (Valeriam et alii, no
prelo).
- 10 -
3.5 - PRAGAS, DOENÇAS E ANOMALIAS VEGETAIS
3.5.1 - FLORESTAS PLANTADAS
A importãncia da madeira como fonte de energia primária para
o Brasil é resultante do intensivo consumo de carvão vegetal pela Siderurgia
e de lenha e de carvão vegetal solicitados pelas indústrias de papel e celu
lose, de cimento, de fulmicultores, de olarias etc.
A partir de 1966, o governo federal, com a finalidade de aumen
tar a oferta de madeira, promulgou a lei dos incentivos fiscais que remitia
que uma parcela do impacto de renda devido pelas ressoas jurídicas fosse des
tinada ao plantio de essências florestais de rápido crescimento. Diante dis
to, a disponibilidade de madeira aumentou de modo significativo e, consequen
tenente, houve um fortalecinento do setor florestal.
Uma das práticas executadas para a manutenção de áreas reflo
restadas diz respeito ao combate sistemático da formiga. Em determinados re
florestamentos, a infestação de formigas cortadeiras (gênero Atta spp) tem
ocasionado desde a Ledução na qualidade de madeira, tornando-a inadequada
para o consumo, até a total destruição de povoamentos florestais.
Apartir de 1973, a prática do reflorestamento aumentou consi
deravelmente no Estado do Mato Grosso do Sul, justificada pela provável ins
talação, na região, de uma fábrica de celulose e papel. Posteriormente, por
vários nctivos, inclusive o fator ecológico, esta instalação não foi permi
ticla. Assim, durante vários anos, permaneceu uma incerteza quanto ao destino
dessas florestas plantadas, resultando num desestímulo à sua manutenção, o
que facilitou o aparecimento de formigas e consequente redução da fitamassa
existente.
Com o objetivo de conhecer o grau de alteração das áreas re
florestadas no Mato Grosso do Sul, foi realizado um estudo cuja metodologia
de trabalho mostrou a eficiência dAs imagens MSS/LANDSAT na análise dessa de
gradação. Utilizando o sistema IMAGE-100 na análise de imagens digitais de
duas datas distintas (1980 e 1984), foi possível o reconhecimento das altera
ções devido ã redução das áreas destruídas e ao aumento das áreas reflores
tadas de fitamassa (Zvdeiras, 1987).
A ocorrência de anomalias, algumas de causas ainda desconheci
das, tarrbém foi detectada usando metodologia semelhante. Como exemplo, pode
-se citar a detecção do fenãmeno denominado "seca de ponteiros", que vem afe
tando as áreas reflorestadas com Eucalyptus spp no Vale do Rio Doce-MG. Esta
seca vem causando sérios prejuízos às empresas reflorestadoras que, através
da utilização da técnica de sensoriamento remoto, poderão, pelo menos, loca
lizar e delimitar as áreas anãffialas, avaliar os danos reais e tomar as medi
das saneadoras cabíveis.
3.5.2 - FLORESTAS NATURAIS
O estudo de anomalias em florestas naturais surgiu a partir da
observação realizada nas imagens LANDSAT, onde se destacaram padrões singula
res com formas que tendem a circular e semicircular, constituídos por anéis
concêntricos, cujas tonalidades claras e escuras se alternam. Tais padrões,
aqui tratados como anomalias, aparecem na vegetação do Alto Xingu - MT, caris
tituida pela Floresta Semidecidual de Transição Nata Mesõfila).
- 12 -
A primeira constatação desses padrões foi feita por Braun
(1969), que, analisando fotografias aéreas pancramáticas datadas de 1967,
tentou relacionar tais padrões com um possível desfolhamento da vegetação.
Trindade et alii (1986) analisaram esses padrões através das imagens MSS e
TM/LANDSAT e verificaram que eles apareciam mais evidentes na banda espec
trai correspondente à região do infravermelho próximo. Através de uma análi
se multitemporal, constatou-se taMbém que as formas e tamanhos apresentaram
-se constantes no tempo. As causas do aparecimento desses padrões ainda são
desconhecidas, o que justifica um trabalho conjunto com especialistas em Pe
dologia, Botãnica, Entomcaogia, Arqueologia etc.
4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos países considerados desenvolvidos, os dados da superfície
terrestre coletados remotanente têm sido utilizados como instrumento capaz
de auxiliar o estabelecimento de políticas organizadoras de ocupação da ter
ra e, tanibém, caio suporte para a exploração racional dos recursos naturais.
No Brasil, o avanço das pesquisas em sensoriamento remoto de
ve-se ao esforço de universidades, empresas privadas e instituições de pes
guisas, notadamente o Instituto de Pesquisas Espaciais (IRPE) que . atuaImen
te desenvolve projetos com vistas à confecção de sensores a serem instala
dos a bordo de sat,-.11 tes de fabricação nacional.
O denominado Grupo de Floresta, do Departamento de Pesquisa e
Aplicações, vem desenvolvendo trabalhos de pesquisas que envolfflnonapeamen
to, a fiscalização e o inventário dos diferentes domínios da cobertura vege
tal existentes no Brasil, bem caro o estudo das mais variadas forras de sua
- 13 -
degradação, otimizando, desta forma, a utilização das técnicas de sensoria
mento remoto para posterior transferência à comunidade.
5.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRAUN, E. G. Ocorrências singulares na fitofisionomia da região do Alto Xin
gu-,Araguaia. Revista Brasileira de Geografia, 31(4): 129-140, out./dez.,
1969.
CARVALHO, v.C. Structure et dynamique de la végétation en milien tropical
semi-ande. La Caatinga de Quixaba: (Pernambuco-Hrésil) do terrain
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Tbulouse II - Le Miran- Tbulouse, 1986. 332 p.
OPOUTINHO, L.M. As quèimadas e seu papel ecológico. Brasil Florestal, 44:
7-32, 1980.
LOMBARDO, M.A.; CARVALHO, V.C. Análise preliminar das potencialidades das
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MEDEIROS, J.S. Desenvolvimento metodológico para a detecção de alterações
da cobertura vegetal através da análise digital de dados MSS/LANDSAT.
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dos Campos, INPE, fev., 1987 (INPEm-4123-TDL/262).
PONZONI, P.J.; TER, D.C.L.; HERNANDEZ FILHO, P. Avaliação da área queimada
e da regeneração da vegetação afetada pelo fogo no Parque Nacional de Bra
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