TEATRO BRASILEIRO DE COMEDIA

Confeccionou as roupas de Sandra Pera e Nereide Bonamigo.

Para quem não gosta de compromisso rígido com modismos, para pessoas elegantes, atualizadas.

Centro de tendências — clássicos, "habilles", brilho, "pret-a-porter", roupas cênicas e roupas especiais.

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ALAMEDA LORENA, 1621 — TEL.: 853-4730

A "Morte Vermelha" por muito tempo devastou o país. Nenhuma peste foi tão fatal e tão traiçoeira . . . Contaminava os corpos e bania as pessoas do convívio de seu meio . . .

Um Príncipe feliz, audaz e muito esperto, quando viu que seus domínios já estavam quase dizimados, juntou à sua volta mil amigos fortes e sadios e com eles formou um grupo recluso em seu castelo, fican­do rodeado por fortificações impossíveis de serem escaladas. A entrada da muralha foi fechada por pesados portões de ferro, cujos trincos e tran­cas foram soldados e lacrados, precauções que eliminavam para os corte­sãos enclausurados, o risco de todo e qualquer contágio.

No castelo não havia tempo para qualquer tipo de aflição ou deses­pero, pois o Príncipe providenciara vários tipos de prazeres para os seus protegidos. Havia bufões, improvisadores, dançarinos, músicos; havia beleza e . . . vinho. E além de tudo, havia segurança.

Enquanto isso, lá fora, rondava a "Morte Vermelha".

EDGAR ALLAN POE "A Máscara da Morte Vermelha"

PEDRO CARLOS ROVAIPRODUTOR

TERTULIANO DOS PASSOSPRODUTOR

"AS IS", cuja dubiedade do títu lo original ("Assim é" ou "É a bunda"), não encontra um correspondente tão forte em português, é um texto destinado a provocar grandes discus­sões e suscitar os mais contraditórios debates.

Deixando de lado o tema abordado, a peça tem uma carpintaria teatral e um acaba­mento modernos de fazer inveja a qualquer dramaturgo. Seus diálogos curtos e nervosos, são de incrível beleza poética. Seus momentos dramáticos são diabolicamente bem dosados com momentos de comédia. E nisto os americanos se tornaram grandes mestres. Não esquecem jamais que o teatro é antes de mais nada um ato lúdico.

"AS IS" é uma peça que fala principalmente do relacionamento humano, dos conflitos do homem perante o desconhecido, o inevitável. A AIDS é um mero pretexto. Poderia ser outra doença qualquer. E tal como acontecia em "Bent", de Martin Sherman, o homossexua- lismo não é a tônica mais importante. 0 que importa é discutir as relações entre as pessoas, tenham elas as opções de vida que quiserem. 0 que importa é discutir o comportamento do homem diante de uma nova realidade, os sentimentos humanos questionados em uma situa­ção de perplexidade.

Vejo a peça como um Hino à vida, um arco-íris de emoções. Dela nos sobra uma grande lição de solidariedade, de amor ao próximo. A necessidade de uma redescoberta do homem, da beleza da vida, de uma busca maior do criador. De uma nova discussão sobre o Criador e a Criatura.

"Ainda tenho um longo caminho pela frente até descobrir a razão de todas as coisas" — diz a Enfermeira do Hospital. "Deus, como as palavras são difíceis em algumas situações dessa vida", afirma Saul. "Esta vida é tudo que eu tenho? Espero que não . . .", questiona Ricky no final da peça.

Enganam-se aqueles que pensam que esta peça é uma tragédia oportunista com situa­ções melodramáticas. Urge sermos mais atentos e não olharmos tudo com os olhos de quem meramente liga o botão de uma televisão ou opera um computador. Basta analisar as críticas americanas, a sua trajetória vindo da o ff-o ff Broadway, chegando até a Broadway com vários prêmios, o sucesso que vem fazendo, para concluirmos sobre a importância real deste texto no momento atual em que estamos vivendo.

Nesses meus vinte e cinco anos de carreira, sempre que me deparo com um texto polê­mico, busco a resposta para uma mesma pergunta: "A fina l, qual é o verdadeiro papel doartista na sociedade em que ele vive e da qual ele é representante e vanguardista?" Esperoque o espetáculo encontre essa resposta.

Vignati, novembro de 1985.

ROBERTO VIGNATIDiretor

"Deus, como as palavras são difíceis em algumas situações desta vida."

CARLOS AUGUSTO STRAZZERRicky

Esta vida é tudo que eu ten ho? Espero que não

| | j g

RODRIGO SANTIAGOSaul

"Deus, me ajuda", eu disse. Não é engraçado isso vindo de um ateu?

CARLOS CAPELETTIIrmão, médico, Homem I e Charles

Não importa que tipo de vida sexual < tenha. Ele é meu irmão!

SANDRA FERALili, Médico, Mulher 1 e Mulher Grávida

"Já pensou que escândalo, fazer o papel do fantasma da Maria Antonieta."

LUIZ CARLOS BURUCARocky e médico, caça I, Homem do Bar, Martin, Homem 3, Paciente 4 e Rocky Tra­ficante

Por que será que todos os casos da pesada caem comigo, heim?

THADEU AGUIARGeorge

Eu sou capaz de qualquer coisa por você!

PEDRO CARLOS ROVAI e

TERTULIANO DOS PASSOSapresentam

AS ISautor

WILLIAM M. HOFFMAN

tradutor LUIZ FERNANDO TOFANELLI

DIREÇÃO GERAL ROBERTO VIGNATI

ELENCO

CARLOS AUGUSTO STRAZZER RODRIGO SANTIAGO CARLOS CAPELETTI

THADEU AGUIAR LUIS CARLOS BURUCA

NEREIDE BONAMIGO MARCELO EVELIN

CLÁUDIO GARDIN

SANDRAPÉRA

RickySaulIrmão, Médico, Homem 1 e Charles GeorgeMédico, Caça 1, Homem do Bar, Martin, Homem 3, Paciente 4, Rocky, Traficante 1 Enfermeira do Hospital e Mulher 2 Médico, Caça 2, Barman, Otto, Homem 1, Paciente 2 e T raficante 2 Amante, Médico, Caça 3, Homem 2, Paciente 3 e Traficante 3 Lili, Médico, Mulher 1 e Mulher Grávida

FICHA TÉCNICA

AS IS

Cenários e Figurinos

Assistente de Direção Coreografia e Preparação Corporal

Cenotécnico Confecção de Figurinos

Iluminação Execução de Iluminação

Operador de Luz Sonoplastia

Operador de Som Música Tema de Ricky e Saul

foi escolhida por

Gravação da Fita de SonoplastiaCartaz

ProgramaTradução de Artigos do Programa

Divulgação Fotos do Programa

Direção de Cena Camareira

Contra-Regra e Maquinista Corte de Cabelos e Penteados

Perucas Bilheteria

Produção Executiva

CHICO OZANAN MARCIO COLAFERRO EUGÊNIA DE DOMENICO CÉLIA GOUVEA PAULO CALUX VIDAROBERTO VIGNATIRENATO PAGLIARO E EQUIPEGAUCHOROBERTO VIGNATI GUILHERME BONFANTI

CARLOS AUGUSTO STRAZZERRODRIGO SANTIAGOESTÜDIO CITARAFREDFUN BOOKIRENE BLACKLUIZ FERNANDO TOFANELLIPAULO DE SIMONETERESA PINHEIROTIBURCIOIDADÉNISDE LA LASTRA COIFFURE SANDRO PERUCAS CLÁUDIALUIZ FERNANDO TOFANELLI IRENE BLACK

NEREIDE BONAMIGOEnfermeira do Hospital e Mulher 2

Ainda tenho um longo caminho até brir a razão de tudo.

desco-

1ARCELO EVELINlédico, Caça 2, Barman, Otto, aciente 2, Traficante 2

Eu adooooro Hitchcocki "

Eu adooooro H itchcock!"

Homem I

CLAUDIO GARDINAmante, Médico, Caça 3, Homem 2, P ciente 3, T raficante 3

"Eu gostaria de ficar ao lado dele. M; duvido que a família deixe."

BRASÍLIA: Park Shopping Loja 146 - Telefone: 234-3077SÃO PAULO: Alameda Lorena, 1974 - Jd. Paulista-Telefone: 881-0177 RlO:Visconde de Pirajd, 444 - Loja 119-Ipanema-Telefone:287-2994

CENÓGRAFOS E FIQURINISTAS

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("NEW YORK POST", TERÇA-FEIRA, 12 DE MARÇO DE 1985)

POR CLIVE BARNES

Uma peça maravilhosa e amedrontadora apareceu no Circle Repertory, e eu a recomendo tanto a você, como à sua consciência.

Alguns dos meus melhores amigos são candidatos à AIDS, a mais recente doença a afligir a humanidade, e eu me atrevo a dizer, alguns de vocês também.

Acontece que eu não sou homossexual, haitiano, usuário de drogas intravenosas, ou um receptor regular de sangue. Eu não estou pessoalmente em nenhuma das categorias de alto risco. Por enquanto. As pragas têm o hábito de se espalharem — historicamente, é um dos motivos que lhes deu tão má fama.

Mas até aqui este assassino contagioso com o estranho nome de Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida naturalmente me afetou como uma tragédia, mas também, felizmente, me parece quase tão remoto pessoalmente como uma seca na África, ou uma epidemia na India.

Eu tive sorte. Nenhum dos meus amigos sucumbiu a ele, embora alguns conhecidos sim. A sorte que eu tive está sendo demonstrada agora nesta peça aterrorizante, mas comovente, ede vez em quando friamente engraçada, "As Is" de William M. Hoffman.

É sobre o efeito da AIDS num casal de homens homossexuais. Na realidade eles haviam seseparado, quando um deles, autor, recebe o diagnóstico de vítima da AIDS.

0 prognóstico para as vítimas da AIDS é muito ruim. Numa grande percentagem de casos,demonstra uma sentença de morte prolongada, com muitas fases e melhoras, mas com um final no cemitério.

Não há nada de especialmente original na peça de Hoffman — mas ela é escrita com o fio de um estilete, e os personagens aparecem perturbadoramente reais.

A história é tão antiga como a mortalidade. Estes são acertos a serem feitos com a morte — em outro século, a peça poderia ter sido "Camille" (A Dama das Camélias) e a morte poderia ser a condenação reluzente de Keats, a tuberculose. Em nossa própria época, poderia ter sido câncer.

Mas a AIDS tem uma nova pungência — simplesmente porque a maioria de nós não está pessoalmente afetada pela sua existência, todos nós a varremos para debaixo do tapete dos nossos sentimentos. A inanição na Etiópia é um assunto mais controlável para a nossa compaixão.

Eu duvido que "As Is" se mostre indevidamente popular com a comunidade homossexual — os seus problemas devem estar muito ligados.

Também é possível que eu tenha sido atingido pela peça por motivos basicamente não- teatrais. Acredito que ela seja valiosa, simplesmente por chamar atenção gráfica para um problema sócio-médico que precisa de mais atenção do que está recebendo.

Mas, com tudo isso, "As Is" é uma peça extraordinária, fantástica, não apenas propaganda social. Ela poderia ser comparada com a peça muito mais tediosa de Eugene Brieux sobre doenças venéreas, que causou sensação logo no começo do século, "Damaged Goods".

A peça de Hoffman, diferente da de Brieux, se move rapidamente, e não leva mensagem. Mas ela dá um soco, mais pesado mesmo do que a sua controvertida predecessora de oitenta anos.

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LUIZ F. TOFANELLI WILLIAM M. HOFFMAIMT radutor Autor

Os versos de Ricky

EXISTE EM MIM UM PARQUE DE DIVERSÕES.POR FAVOR, ADQUIRAM SEUS BILHETES.

são de autoria deROBERTO VIGNATIe foram escritos aos dez anos de idade.

Meu poema já se propagou e eu mesmo não sou capaz de contá-lo; Meu fruto apodreceu sem que meu outono chegasse;Minha juventude se foi, mas ainda não sou maduro;Já corri o mundo inteiro sem que ninguém me amasse;O fio se rompeu antes mesmo de ter sido fiado;Continuo vivo, mas já sou um homem liquidado.

"Elegia",de CHID10CK TICHBORNE,

que está na abertura da peça original americana.

São PauloRua Oscar Freire 663 852 5289 Shopping Iguatemi loja C-20 212 1784 Rio de JaneiroShopping Rio Sul loja C-58 541 1595

EUGENIA DE DOMENICO CÉLIA GOUVÊAAss. de Direção Coreógrafa

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AGRADECIMENTOS ESPECIAISAo QG da Brigadeiro Faria Lima pela gentileza de ter oferecido ao elenco a festa de estréia da peça.

Carlos Henrique Ferreira Braga Gabriela Tavares Rovai Ewa Procter Norma Estellita Pessoa Dra. KikaMagnólia do Lago Mendes FerreiraOswald o GhediniSr. J. Bérgamo ( Frata)Ir it StorchVanira de La Lastra Coiffeur Carlos de La Lastra Ralph Schultz Jacy LageAngelo Salton Netto Ademar Barros Devanir Ferreira de Oliveira Samuel de Socylek Raybe Tecidos Dra. Dina D'Arc

Ao ESPLANADA GRILL, pon­to de encontro do nosso elenco

e s j m u a sALAMEDA LORENA, 1598 — F O N E : 8 8 Î-6 8 9 7

O ELENCO USA ÓCULOS PIERRE CARDIN JACQUES VERNIER CHARLES JOURDAN DA VINCI

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^Marinho

CAlil ka

Vida

estreia da Peça "AS IS" de William Hoffman no Teatro Brasileiro de Comédia no dia 04 de dezembro de 1985 às 21 ;00 hs.TROQUE POR 2 INGRESSOS NA BILHETERIA