Técnicas de deposição de rejeitos de baixo nível Simpósio Minérios ...

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Técnicas de deposição de rejeitos de baixo nível Simpósio Minérios & Radioatividade Mara Régia Falcão Viana Alves, D.Sc. [email protected]

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Técnicas de deposição de rejeitos de baixo nível

Simpósio Minérios & Radioatividade

Mara Régia Falcão Viana Alves, D.Sc.

[email protected]

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NORM NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

OGP, 2008

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� Borras oleosas e incrustações

�Grande volume

� Baixa atividade específica

�Meia vida longa

� Armazenados em superfície em grandes áreas

� Aumentam os riscos em SMS associados à atividade

� Processo de licenciamento para depósitos iniciais

PROBLEMA

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IAEA-TECDOC-1712, 2013

DEPOSIÇÃO DE NORM

Critérios de seleção:

• Aspectos legais

• Licenciamento

ambiental

• Risco radiológico

• Risco ambiental

• Disponibilidade de

formações geológicas

• Capacidade de

deposição

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1. DESCARTE NO MAR

• Descarte para o mar, a partir de plataforma

marítima fixa ou flutuante, de água produzida e

sólidos NORM provenientes do processo de

produção, da limpeza de equipamentos ou vasos de

armazenamento.

• Vantagens: abordagem de baixa tecnologia; redução

do risco de exposição pública e ocupacional.

• Desvantagens: Contraria convenções marítimas;

possibilidade de impactos ambientais sobre o

ambiente marinho; necessidade de monitoramento

do descarte; e possíveis danos à imagem/reputação

da empresa.

IAEA, 2010• Proibido no Brasil. Lei 10.308/2001 proíbe o depósito de rejeitos de quaisquer

naturezas nas ilhas oceânicas, plataforma continental e águas territoriais

brasileiras.

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2. DESCARTE COSTEIRO NO MAR

• Descarte no mar, próximo à costa, de solo e incrustações NORM removidas por

jateamento em alta pressão (descontaminação onshore) , após a remoção do

óleo, através de emissário submarino.

• Vantagens: processo simples e eficiente, tecnologia disponível no mercado.

• Desvantagens: Contraria convenções marítimas (OSPAR); possibilidade de

impactos ambientais sobre o ambiente marinho; requer monitoramento

costeiro e possíveis danos à imagem/reputação da empresa.

• Proibido no Brasil. Lei 10.308/2001 proíbe o depósito de rejeitos de quaisquer

naturezas nas ilhas oceânicas, na plataforma continental e nas águas territoriais

brasileiras.

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3. RE-INJEÇÃO

• Re-injeção para o reservatório de sólidos

NORM finamente moídos e misturados como

uma pasta à base de água nas instalações em

que o resíduo foi gerado. Pode ser usado

onshore e offshore.

• Vantagens: retorno ao local de origem com

remoção permanente e alto grau de

isolamento; redução do risco de exposição

ocupacional; ausência de transporte;

tecnologia disponível no mercado.

• Desvantagens: limitações técnicas nos poços

de produção; elevado consumo de energia das

bombas; necessidade de avaliação de risco.

• Permitido no Brasil.

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4. INJEÇÃO• Injeção por fraturamento hidráulico de NORM

em formação de subsuperfície receptiva, de alta

permeabilidade, espessura elevada e

permanentemente isolada a uma profundidade

segura para evitar a propagação para zonas

indesejadas.

• Vantagens: retorno ao local de origem com

remoção permanente do ambiente de

superfície; redução do risco de exposição

ocupacional; tecnologia disponível no mercado.

• Desvantagens: disponibilidade de formação

adequada; alto consumo de energia das

bombas de injeção; custo inicial elevado.

• Permitido no Brasil.

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5. POÇOS ABANDONADOS

• Preenchimento da tubulação entre os tampões de

cimento nos poços a serem abandonados com pasta

de rejeitos NORM. Permite uso mais eficiente dos

poços oferecendo um alto grau de isolamento com

incremento de custo limitado.

• Vantagens: baixo custo; evita a descontaminação de

equipamentos e o descarte em métodos menos

adequados; isolamento permanente do meio

ambiente nas tubulações; redução do risco de

exposição ocupacional; compatível com a orientação

de abandono de poços; tecnologia existente,

experimentada e aprovada.

• Desvantagens: não aplicável a grandes volumes de

resíduos; poços precisam ser avaliados caso a caso.

• Permitido no Brasil.

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6. ENCAPSULAMENTO E DEPOSIÇÃO EM POÇO

• Colocação de NORM em seções de tubulação

(ou algum outro recipiente), selados e

depositados em fundo do poço abandonado

ou construído para este fim.

• Vantagens: isolamento permanente do meio

ambiente; riscos de exposição muito

pequenos; tecnologia existente,

experimentada e aprovada.

• Desvantagens: capacidade limitada devido à

geometria dos poços; dificuldades no

processo de licenciamento.

• Permitido no Brasil.

SPE 28337/1994

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7. INSTALAÇÕES EM SUPERFÍCIE

• Construção de instalações tipo repositórios de superfície na qual os NORM são

condicionados no local por cimentação em tambores colocados em galerias

abertas revestidas em concreto em contentores padronizados.

• Vantagens: método de deposição estabelecido; tecnologia existente, segura,

experimentada e aprovada.

• Desvantagens: custos elevados de instalação e monitoramento; necessidade de

contenção de lixiviados; licenciamento; transporte terrestre de rejeitos.

• Permitido no Brasil.

Repositório em Abadia de Goiás/GO/BR.

Existem repositórios de superfície em

operação na França, Espanha, República

Checa, Polônia, Eslováquia, Bélgica e EUA.

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8. ATERRO

• Deposição de NORM nos aterros de

resíduos existentes, depositados numa

célula escavada e misturada com outros

resíduos com propriedades semelhantes.

• Vantagens: método de deposição

estabelecido, testado, simples e seguro.

• Desvantagens: a falta de capacidade em

aterros atuais; tempo necessário para

regulamentação e abertura de novas

instalações; necessidade de incentivo

financeiro para abertura de novas

instalações; oposição pública.

• Permitido no Brasil para resíduos radioativos sólidos Classes 0 e 1, sujeito

aos requisitos das Normas CNEN NN 8.01/2014 e CNEN NN 8.02/2014 .

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9. ESPALHAMENTO NA SUPERFÍCIE

• Misturar NORM com solo limpo até que

estejam abaixo dos limites

regulamentares e espalhar em terra,

pressupondo que a incrustação de sulfato

de bário disposto é insolúvel.

• Vantagens: barato e de baixa tecnologia.

• Desvantagens: não recomendado pelas

Agencias Ambientais; risco de

contaminação das águas subterrâneas;

riscos de exposição ao público por

ingestão e inalação; requer transporte

terrestre; risco a imagem/reputação;

potencial de oposição pública.

• Proibido no Brasil. Lei

12.305/2010 (PNRS) proíbe

o lançamento de rejeitos

sobre o solo a céu aberto

no Brasil.

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10. FUNDIÇÃO

• Fundição do equipamento sem

descontaminação seguido de reciclagem do

metal e eliminação da escória. O aço

resultante fica livre de radionuclídeos e

pronto para ser reciclado para qualquer uso.

• Vantagens: reciclagem de tubos de aço de

alta qualidade; reputação positiva; processo

confiável e tolerante a NORM com

características variáveis; redução considerável

no volume de resíduos contaminados.

• Desvantagens: necessidade de fundições

adequadas; exigência de autorização

ambiental para a fundição de aço

contaminado com NORM não isento; geração

de resíduos secundários.

IAEA, 2010

• Permitido no Brasil.

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11. INCINERAÇÃO

• Incineração de pequenos volumes de equipamentos de proteção

individuais contaminados, embalagens e materiais radioativos oleosos

isentos.

• Vantagens: eficaz para pequenos volumes de materiais NORM

contaminados com combustíveis.

• Desvantagens: geração de resíduos secundários; emissões radioativas para

a atmosfera provenientes da incineração; requer transporte terrestre.

• Permitido no Brasil.

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12. MINAS DESATIVADAS

• Deposição de NORM em minas

desativadas através do seu

armazenamento subterrâneo em

contêineres, utilizando a mina como

repositório.

• Vantagens: tecnologia simples e

existência de locais potenciais.

• Desvantagens: possibilidade de

contaminação de aquíferos,

lixiviação; potencial de oposição

pública/ONG; licenciamento.

• Permitido no Brasil.Repositório de Konrad –

Alemanha (antiga mina de ferro)

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13. CAVERNAS DE SAL

• Deposição de NORM em cavernas de sal

resultante da mineração por dissolução em

domos de sal ou da mineração de sal por

escavação.

• Vantagens: utilização de tecnologia existente,

experimentada e testada; possibilidade de

utilizar estruturas existentes ou novas

estruturas formadas usando tecnologia

básica; custo razoável; alto grau de isolamento

físico e químico; adequado para descarte de

rejeitos NORM oleosos.

• Desvantagens: possibilidade de falha de

vedação por dissolução e rachaduras;

potencial de contaminação do aquífero; risco

de perda de integridade por inundações.

� Permitido no Brasil.

Morsleben - Alemanha

Gorleben - Alemanha

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14. ESGOTO

• Liberação para o esgoto de pequenas

quantidades de material radioativo de

organizações não-nucleares desde que os

riscos radiológicos sejam pequenos e a via de

eliminação seja considerada a melhor prática.

• Vantagens: amplamente disponível e

necessidade de investimento financeiro

mínimo.

• Desvantagens: é claramente uma opção "diluir

e dispersar”; possibilidade de aumento dose

para trabalhadores; normalmente não usado

para alfa-emissores (Ra); risco de danos à

imagem/reputação da empresa.

• Permitido no Brasil para eliminação de rejeitos líquidos classes 0 e 1, sujeito

aos requisitos das Normas CNEN NN 8.01/2014 .

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15. EXPORTAÇÃO

• Envio para deposição no exterior.

• Vantagens: possibilidade de tratamento em

métodos ainda não disponíveis no Brasil.

• Desvantagens: outros países são receptivos,

mas apenas sob certas condições, por

exemplo, resíduos que acompanham um

projeto de descomissionamento.

• No Brasil somente a CNEN pode autorizar a

exportação e a importação de rejeito

radioativo para fins de tratamento; proíbe a

importação de rejeitos radioativos para o

Brasil e a transferência de rejeitos de uma

instalação só é permitida para locais

determinados pela CNEN (Norma CNEN NN

8.01/2014). • Proibido no Brasil.

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CONCLUSÕES

� Técnicas não aplicáveis no Brasil: descarte no mar, descarte no mar

próximo à costa, espalhamento em terra e exportação de rejeitos.

� Técnicas aplicáveis com restrições ambientais: deposição em

aterro, esgoto, fundição e incineração.

� Técnicas aplicáveis: injeção em formações receptivas, re-injeção no

reservatório, descarte em poços plugados e abandonados,

encapsulamento e deposição em fundo de poço, instalações

construídas em superfície, deposição em minas desativadas e

deposição em cavernas de sal.

FIM Mara Régia Falcão Viana Alves

[email protected]