TEMA: Gênero, A MULHER – A COSNTRUÇÃO DE UM … · O intuito é que os alunos compreendam a...
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PROJETO SEQUENCIA DIDÁTICA AO
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO.
CURSO: OS USOS DE DOCUMENTOS DE ARQUIVOS EM SALA DE AULA
NOME: IZABEL APARECIDA DOS SANTOS COSTA DATA: 13/09/2013
TEMA: Gênero, A MULHER – A COSNTRUÇÃO DE UM PADRÃO DE
BELEZA E COMPORTAMENTO.
JUSTIFICATIVA:
Trazer para o aluno a reflexão sobre a violência sofrida pelas mulheres
através das relações culturais e estéticas. Fazendo pensarem sobre uma
percepção da existência dos micro-poderes que passam pelas relações sociais.
Outro ponto é o questionamento de uma realidade unilateral, fazendo o aluno
reconhecer por si mesmo a criminalização da autonomia do gênero feminino na
construção cultural da humanidade.
A temática por si só mexe com uma relação delicada em que muitos desses
alunos vivem cotidianamente em sua intimidade que reverbera para sua relação
social.
OBJETIVO:
Fazer relações de conceitos através de materiais históricos da construção do
gênero e o estereotipo como alicerce de preconceitos, provocando desigualdades
sociais.
COMPONENTE CURRICULAR: História Social. ANO (SÉRIE) - 3 anos do Ensino Médio. TEMPO PREVISTO: 5 AULAS
DESENVOLVIMENTO E CONTEÚDOS DAS ATIVIDADES
AULA 1: Expositiva aplicando contexto.
Abrir para o contexto do papel da mulher na sociedade e a construção de seu
gênero baseado em um modelo de mulher. Desenvolvendo conteúdos que dê a
base para á analise dos documentos.
AULA 2: Relação Estética.
A segunda aula os alunos vão discutir a 1ª atividade proposta com três
questões, 1ª questão que contém subquestões, está exclusivamente voltada para
analise dos documentos. Trabalharemos a associação temporal fazendo com que
os alunos identifiquem as mudanças e as permanecias dentro das características
físicas dos documentos, como por exemplo, as mudanças de diagramação e
ilustração. Essa questão será trabalhada na primeira parte da aula.
Segunda parte deve ser respondidas as questões 2 e 3 que estão mais voltadas
a uma analise do conteúdo.
• Atividade 1
A primeira parte da aula atividade é para desenvolver o olhar critico e
estético dos documentos que está na 1 primeira questão. Também ira ser
desenvolvido um contexto de época revista da Cigarra. No segundo momento
deve-se trabalhar a permanência da obrigação de um patrão estético
“magreza” com a questão 2 e 3.
O intuito é que os alunos compreendam a historicidade do padrão de
beleza e como este padrão pode se tornar um elemento de opressão e não
apenas de escolha.
Seguintes questões:
1) Observe e compare historicamente os documentos. Com as
seguintes questões:
a) Qual é data do doc 2 e doc 3?
b) Quais são as características gráficas das capas das revistas?
Descreva as comparando.
c) Como são caracterizadas as mulheres das capas das
respectivas revistas. Aponte as semelhanças e diferenças?
2) Ao observar o anuncio da REVISTA CIGARRA e da REVISTA
MÁXIMA. O que é entendido por magreza?
3) Observe a REVISTA MÁXIMA. E aponte segundo as notas da
matéria de capa. Que perfil de mulher é exigido?
AULA 3: Relação Estética.
Na 3ª aula os alunos vão trabalhar com o texto da blogueira Lola, vão fazer
uma leitura em sala de aula. Em meu ponto de vista o texto deve ser trabalhado
na integra vão ter maior parte da aula lendo com o texto.
• Atividade 2
E a partir disso trabalhar a ultima questão que se relaciona com um texto
da blogueira Lola que traz uma controvérsia ao conteúdo construído pelos
documentos.
Doc 4:
CANTADAS AO CONTRÁRIO
A Li me enviou este email:
Oi Lola! Conheci seu blog há poucas semanas e foi uma das melhores coisas
que me aconteceu. Os posts, os esclarecimentos, a dica do livro O Mito da
Beleza... Tudo isso me ajudou.
Há muito tempo tenho sofrido com o que chamei de 'cantadas ao contrário',
que eram homens e garotos que faziam questão de me 'xingar' na rua, dizer
que eu era feia demais. Já ouvi coisas como 'ninguém nunca vai querer uma
coisa dessas', ou que eu deveria me matar, entre outras 'piadinhas'.
Nisso, ainda muito jovem entrei numa depressão profunda e não queria sair
de casa. Eu achava que eu era um bicho nojento e pensava que realmente
merecia/deveria morrer, pois 'feia do jeito que era, jamais teria um amor,
jamais seria feliz'. Eu percebia que os homens eram mais gentis com as
garotas bonitinhas, e me culpava por não ser atraente.
Depois que me recuperei um pouco da depressão (com a ajuda de
medicamentos), comecei a correr atrás de produtos de beleza 'milagrosos',
roupas de todos os tipos, alisamentos no cabelo etc, etc. Gastei muito dinheiro
com essas coisas pra tentar ficar mais bonitinha e receber a aprovação
masculina, mas sem muito sucesso. Só não fiz cirurgias plásticas, pois achava
que mesmo várias não seriam suficientes para me deixar bonitinha, e eram
caras demais.
Eu me chateava por não receber cantadas na rua. Hoje vejo que as garotas
que as recebem também sofrem com isso. Passei a me questionar por que a
opinião daqueles homens que me xingaram (a maioria nem sequer me
conhecia) tinha tanto valor pra mim. Será que eu realmente não mereço ser
feliz por não ter um rostinho bonito?
Será que eu realmente não mereço amar e ser amada? Só porque um infeliz e
sem educação me disse isso, devo dar algum crédito à opinião de alguém com
esse perfil e me sentir mal com isso? Devo me trancar em casa pra poupar a
visão deles?
Sei que ainda estou me recuperando de tudo isso, mas ter conhecido seu blog
me ajudou muito a ter essa nova perspectiva.
Minha resposta:
Li, querida, espero que suas perguntas sejam retóricas, ou que lê-las em voz alta
faça que vc perceba como elas são absurdas ("Será que eu realmente não mereço
ser feliz por não ter um rostinho bonito?"). Creio que vc já sabe a resposta. Eu ia
dizer que ninguém merece ser infeliz, mas aí pensei nos caras que xingam
desconhecidas nas ruas. Esses merecem ser infelizes. Ou melhor: já devem ser.
Por que o que leva um sujeito a chamar de feia uma menina que ele nunca viu e
provavelmente jamais verá novamente?
Se ele estiver num grupo com outros homens, o que o leva a isso é o mesmo que
leva um cara a gritar "gostosa" pra uma mulher passando na rua. Ele faz pra
exercer sua masculinidade, pra provar que é homem e que, como tal, tem o
poder de avaliar. É um sentimento de entitlement, de merecimento: muitos
homens crescem achando que merecem este poder de avaliar todas as mulheres,
de dar notas pra elas, como se fossem eternos jurados num concurso de miss. É
também uma tentativa de camaradagem entre os seus. Avaliando alguém de
fora, o grupo deixa bem claro quem está dentro da turminha. E é um clube do
Bolinha.
Se ele estiver sozinho, ele te chamará de feia (ou de linda) também para mostrar
quem manda, quem está em posição de julgar. E nem é pessoal: ele está
emitindo uma opinião do que é ser mulher -- é estar pronta para ser avaliada o
tempo todo, por todos os homens. É ter que agradá-los. É ter que ser bonita,
senão não tem valor. Imagino que um cara que chame uma desconhecida de
"feia" na rua seja um misógino. Ele odeia mulheres a ponto de insultá-las na
rua. Ele não vai gritar "feio" pra um homem, vai?
Agora, imagina o que deve ser a vida deste cara. Que existência miserável este
ser deve ter! É como os trolls que passam o dia na internet xingando. Quem está
de bem com a vida está ocupado demais pra sair ofendendo por aí.
Pode ser também uma projeção: ele mesmo se acha horrendo, é dispensado por
todas as mulheres, e por isso aproveita cada oportunidade pra se vingar delas. É
fácil ver na internet: esses caras que chamam mulheres de barangas, dragões,
mocreias etc ou não mostram o rosto, ou são muito feinhos, talvez mais por
dentro do que por fora. Por que basear sua autoestima na opinião de um cara
insuportável?
Por exemplo: mascus, que me odeiam mais do que a própria sombra, todo dia
dizem que sou a mulher mais feia da face da Terra. Acho que é obrigatório pra
mascus me xingar três vezes ao dia, sabe? Eu acho é ótimo que eles me achem
horrível. Tirando o fato que eles acham que toda feminista é feia, e que até
mulheres consideradas modelos de beleza, como a Angelina Jolie, eles juram
que "não pegariam" (ha ha, eu sei), a verdade é que me sinto aliviada por saber
que não inspiro qualquer desejo sexual em seres pelos quais eu sinto nojinho.
Eu quero ser (e sou) admirada por quem eu gosto, por quem me interessa, por
quem eu escolho. E já faz um tempinho que consegui me soltar da camisa de
força que armaram pra mim. Entendi que não tenho que ser bonita, que não
nasci pra agradar homem. Meu objetivo na vida nunca foi ser coroada miss, nem
quando eu estava mais ou menos dentro do padrão de beleza e juventude (mais
ou menos porque, né, mesmo quando eu era magra e jovem, eu ainda media
1,60).
Fui uma criança bonita (essa aí do lado era eu, assim como a menina lá em
cima, no cabeçalho do blog), mas não achava isso nada de mais. Eu já sabia que
os homens são admirados por mil e um motivos, e não aceitava que mulheres só
podem ser admiradas pela sua aparência física. Quando eu era criança eu era
poeta, e um elogio a minha poesia valia muito mais que um elogio a minha
beleza.
Gostaria que vc também se livrasse dessas amarras. Compreenda que não é
nossa missão na vida ser decorativa. Não estamos aqui pra enfeitar e perfumar o
mundo, como somos lembradas em todo Dia Internacional da Mulher (isso
pelos bem-intencionados). Não temos que agradar ninguém a não ser nós
mesmas e, talvez, as pessoas fofas com que convivemos. Não temos que
conquistar todos os homens, uns dois ou três bastam (não resisti). Nenhuma
mulher, nem a Angelina, será considerada linda por todos. E, o mais
importante, esta é realmente sua maior meta na vida -- ser bonita? Ou é a meta
que estabeleceram pra vc e pra todas as meninas, e a gente acreditou?
Suponho que ser chamada de linda na rua seja melhor que ser chamada de feia.
Mas é como vc falou: as mulheres se incomodam de ser chamadas de qualquer
coisa. Quem é chamada de linda, gostosa, quero te chupar todinha, ô lá em casa,
sabe muito bem que ao primeiro sinal de indignação (ao primeiro dedo do meio
mostrado, ao primeiro vai tomar no c*), a linda se transforma em baranga,
vadia, vc não é tudo isso não, sua convencida. Os "elogios" são tênues e duram
pouco.
As "cantadas ao contrário", como vc chama, também deveriam durar pouco.
Deveriam durar apenas os milésimos de segundo de ouvir aquela estupidez e
descartá-la (ou respondê-la, se vc se sentir melhor). Mas acho que o que deve vir
a sua mente são algumas perguntas sobre o seu interlocutor: quem deu a ele
esse direito de te avaliar? Ok, isso a gente sabe. Mas a gente tem o direito de não
respeitar ou reconhecer essa babaquice como direito.
E você pode perguntar, nem que seja em voz baixa: quem disse que eu quero ser
avaliada por você? E, principalmente: quem é você para me avaliar? Quem
morreu e te nomeou deus, meu chapa?
Quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Autora: Lola Aronovich
Link: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/
Seguintes questões:
1) Segundo o texto da Lola. Qual é a postura de consciência que a
mulher aderiu para questionar discursos que a oprime
segundo os patrões de beleza? Aponte e Justifique sua
resposta.
AULA 4: Relação Comportamental.
Na terceira aula vamos trabalhar novamente com documentos. Mais a
temática vai se enfatizar mais a criação do comportamento feminino. Foram
usados dois documentos comparativos que são, o anuncio da revista Cigarra dos
anos 30 e uma charge da RêBodosa de Angeli de 84.
Vão ser trabalhadas duas questões para a problematização do tema. Foi
pensado em separar os alunos em grupos para responder as questões.
Serão reservados 15 min para apresentação do filme A fonte das
mulheres, que será o elemento que fechara a discussão.
• Atividade 2
Nessa segunda atividade é complementada com a 4 aulas, mas o ponto
principal da segunda atividade é a construção ideológica da dependência
da mulher a uma figura masculina. Sua autonomia (pensamento e
sentidos) é classificada como doença.
O primeiro documento afirma essa concepção de dependência e o
segundo faz uma controvérsia com a idéia trazendo a mudança de
paradigma da mulher com ela mesma.
O aluno devera identificar está questão conceitual. Para assim ser
complementadas para a discussão da quarta aula.
Deverão ser usadas 2 questões para essa atividade. A partir dessa aula
deve ser apresentado o filme “A fonte das mulheres” os alunos deve
assistir em casa.
Seguintes Questões:
1) Observando os documentos, qual é o papel do homem para as
mulheres no contexto de cada documento?
2) Com suas palavras analise como as mulheres retratadas
superam o abandono de seus companheiros?
Doc 6: Angeli, As melhores da Rê Barbosa: Folha de S.Paulo, 1984.
AULA 4: Debate: Do filme, A fonte das mulheres.
O debate planejado como uma forma que se liguem os conteúdos que
foram propostos até o momento. O filme mostra de uma maneira bem didática
todos os pontos conceituais abordados. A intenção é que os alunos associem
esses conceitos e o debate em sala vai ser a medição do que foi adquirido.
DOC 6: A Fontes das Mulheres (2011)
Dir. Radu Mihaileanu /135 min.
A Fonte das Mulheres apresenta uma história que se passa em uma aldeia situada
entre a África e o Oriente Médio, onde as mulheres são responsáveis por buscarem a
água utilizada pelas famílias. Para isso, precisam caminhar grandes distâncias
embaixo de sol escaldante, enquanto seus maridos ficam em casa bebendo e jogando.
Um dos habitantes do vilarejo fica noivo de Leila, uma francesa que mora há
algum tempo na região. A jovem não aceita a tradição e decide pôr fim a isso,
exigindo que os homens passem a buscar água. Por se tratar de uma comunidade
extremamente machista, a solução encontrada é fazer “greve de sexo”, o que, entre
islamistas radicais, causa muitos problemas.
A aula 4 foi planejada para um debate, entretanto os alunos irão fazer
anotações segundo algumas orientações para assistir o filme.
• Observe à mudança a aldeia no inicio do filme ao final.
• Observe as razões de Leila para convencer as outras mulheres fazer a
greve.
• Observe como foi mudando a opinião das mulheres em relação a greve.
• Observe à reação dos homens em relação a greve.
• Observe como as mulheres foram reivindicando seus direitos no processo
da greve.
Atividade: Trazer suas anotações do filme e divulgar em sala de aula,
pensando na questão proposta.
Pensando no que estudamos até o momento e na discussão do filme.
“O que vocês diriam qual é a condição da mulher hoje?”
BIBLIOGRAFIA
O QUE É FEMINISMO. MOREIRA, Branca Alves e PITANGUY,
Jacqueline. - São Paulo_Editora Brasiliense, 2003. (coleção
Primeiros Passos; 44). I ed. 1991.
ENTRE EMANCIPADAS E QUIMERAS - IMAGENS DO FEMINISMO
NO BRASIL. FERREIRA, Verônica C. Cadernos AEL, n. 3/4, 1995/1996.
Link: http://segall.ifch.unicamp.br/site_ael/publicacoes/cadernos/cad-
3/Artigo-5-p153.pdf
Documentos:
Doc 1: CAPA da revista, A Cigarra. . Apesp.
Doc 2: COMO estás magra! A Cigarra. São Paulo, abril. 1929, n.347. Apesp.
Doc 3: Capa de Revista Máxima , EDITORA ABRIL. São Paulo, Março de 2013.
Link:
http://24.media.tumblr.com/dbc4a86fbd070f8eb0cb39056e622e79/tumblr_mjkz
2mgdzS1r40bzeo1_1280.jpg
Doc 3: OS MARIDOS são maos enfermeiros. A Cigarra. São Paulo, set. 1930, n. 365.
Apesp.
Doc 4: ARONOVICH, Lola. Artigo, Cantada ao contrario. Blog, Escreva Lola
Escreva. Link: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/ >
Doc 5: Angeli, As melhores da Rê Barbosa: Folha de S.Paulo, 1984.
Link:http://estradaaberta.blogspot.com.br/2013/01/as-melhores-da-re-
bordosa.html
DOC 6: A fonte das mulheres, é encontrado no link (youtube):
http://www.youtube.com/watch?v=JOXfXbAq-Ls
FILMOGRAFIA
A fonte das Mulheres
Gênero: Comédia/ Dramática
Direção: Radu Mihaileanu
Duração: 135 min.
Ano: 2011
País: Bélgica / França / Itália
Distribuidora: Paris Filmes