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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo ARMANDO TRAINI FERREIRA TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E POÇOS DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL: ANALOGIA COM FLUXO DE CALOR EM MEIOS SÓLIDOS CAMPINAS 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

ARMANDO TRAINI FERREIRA

TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS

PERMEÁVEIS E POÇOS DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA

PLUVIAL: ANALOGIA COM FLUXO DE CALOR EM

MEIOS SÓLIDOS

CAMPINAS

2017

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FOLHA DE APROVAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

URBANISMO

Armando Traini Ferreira

TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E POÇOS DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL: ANALOGIA COM

FLUXO DE CALOR EM MEIOS SÓLIDOS

Tese de Doutorado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profª. Drª. Marina Sangoi de Oliveira Ilha Presidenta e Orientadora/FEC-UNICAMP

Profª. Drª. Vanessa Gomes da Silva FEC/UNICAMP

Prof. Dr. Antônio Carlos Zuffo FEC/UNICAMP

Profª. Drª. Lúcia Helena de Oliveira POLI/USP

Prof. Dr. Douglas Barreto DECiv/UFSCar

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Campinas, 21 de fevereiro de 2017

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DEDICATÓRIA

À minha esposa Laís e ao meu filho

Rafael Eiji, com todo o meu amor.

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AGRADECIMENTOS

À Professora Marina Sangoi de Oliveira Ilha, pela orientação segura,

sempre acreditando no meu potencial.

À minha família, origem dos meus valores como pessoa, em especial à

minha mãe (in memoriam).

À minha esposa Laís, pelo sentimento que nos faz superar todas as

dificuldades: o amor.

Ao Rafael Eiji, por todas as descobertas que um filho pode proporcionar.

À família da Laís, por me proporcionar diariamente o aprendizado de

reforçar valores.

Ao Eng. Ms. Ricardo Prado Abreu Reis pela disponibilização dos dados

experimentais, os quais são objeto da sua pesquisa de doutorado e também, em

conjunto com Valéria Jardim, pela força que pode resultar em um trabalho em grupo.

Às doutorandas do LEPSIS/FEC-UNICAMP, Letícia Santos Machado de

Araújo e Solange Lisegle Schulz Staut, pelo incentivo para atingir os meus objetivos

acadêmicos.

Aos Professores da FEC-Unicamp: Doutores Antonio Carlos Zuffo e Paulo

Vatavuk por caminhos teóricos que muito me auxiliaram.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, pela

concessão da Licença Capacitação.

À Deus: por tudo.

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RESUMO

A gestão da água pluvial no lote tem se tornado cada vez uma ferramenta

para atenuar o impacto do aumento do escoamento superficial devido às superfícies

impermeáveis, contribuindo para a redução das enchentes nas cidades. Os sistemas

de infiltração, uma das estratégias para a gestão da água pluvial no lote, vem sendo

dimensionados de forma a igualar o tempo de enchimento à duração de chuva, devido

à complexidade das equações envolvidas no processo de infiltração de água no solo,

o que pode resultar em desempenhos inadequados. Este trabalho tem como objetivo

propor modelos para a determinação dessa variável em função da vazão de projeto

por meio da analogia entre as equações e parâmetros do escoamento de água no solo

e do fluxo de calor em um meio sólido. Foram modelados dois sistemas de infiltração

e as camadas de solo sob os mesmos: poços de infiltração e pavimentos permeáveis,

por meio de equações de fluxos unidimensionais de umidade em função do tempo, as

quais contemplam o uso de coeficientes de interfaces que representam o fenômeno

tridimensional. Os resultados obtidos com a modelagem proposta foram comparados

com os dados observados em uma instalação experimental, sendo que os mesmos

não apresentaram diferenças ao nível de significância de 5%.

Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento

permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica; transferência de domínios via

analogia; TDA.

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ABSTRACT

On-lot drainage has become a tool to soften the increasing impact of run-off due

to impermeable surfaces, contributing to the decrease of city floods. The infiltration

systems, one of the strategies for on-lot drainage, is been scaled in order to equate

the filling time to the rain duration, due to the complexity of the equations involved in

the process of water infiltration in the soil, which can result in inappropriate

performance. This paper aims to propose models to determine this variable as a

function of design flow through the analogy between the equations and parameters of

the water drainage in the soil and the heat flow in a solid. Two infiltration systems were

modelled as well as the soil layers below them: dry-well and permeable pavement,

through humidity one-dimensional flow equations as a function of time, which

contemplate the use of interface coefficients that represent the three-dimensional

phenomenon. The results achieved through the proposed modelling were compared

to the data observed in an experimental installation which were not different at a

significance level of 5%.

Key words: water infiltration, on-lot drainage, permeable pavement, dry-

well, hydraulic modelling, domain transfer via analogy, DTA.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1: Comparações de hidrogramas antes e após a urbanizaçaõ ................... 17

Figura 2.1: Artigos publicados sobre BMP – 1994 a 2013 ........................................ 20

Figura 2.2: Classificação dos sistemas de mitigação de enchentes .......................... 21

Figura 2.3: Classificação de pavimentos permeáveis para drenagem no lote .......... 22

Figura 2.4: Abordagens principais dos 38 artigos da categoria Modelagem matemática

.................................................................................................................................. 26

Figura 2.5: Abordagens principais dos 24 artigos da categoria modelagem por teorias

físicas ........................................................................................................................ 28

Figura 2.6: Abordagens principais dos 32 artigos da categoria Resolução de EDP .. 29

Figura 2.7: Abordagens principais dos 27 artigos de modelagem de pavimentos

permeáveis que apresentam modelos de discretização dos dados e abordagens para

melhor compreensão do fenômeno em estudo. ........................................................ 36

Figura 2.8: Abordagens principais dos 9 artigos de modelagem de poços de infiltração

.................................................................................................................................. 39

Figura 2.9: Analogia entre o fluxo hidráulico e o fluxo de calor ................................. 43

Figura 3.1: Tempos de enchimento do poço de infiltração ........................................ 49

Figura 4.1: Representação da descarga térmica em um meio sólido, considerando

vários meios sobrepostos .......................................................................................... 52

Figura 4.2: Representação do fluxo de água em uma camada de solo, considerando

várias camadas sobrepostas ..................................................................................... 55

Figura 4.3:Tempos de enchimentos do pavimento permeável observados

experimentalmente e obtidos pelo modelo proposto ................................................. 65

Figura 4.4: Função da variável A1 ............................................................................. 67

Figura 4.5: Resíduos entre os valores modelados e experimentais – poço de infiltração

.................................................................................................................................. 75

Figura 4.6: Parâmetros A2 e Av em função da relação da vazão de projeto e

condutividade hidráulica do solo ............................................................................... 77

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Figura 4.7: Resíduos entre os valores modelados e experimentais – poço de infiltração

.................................................................................................................................. 82

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1: Contribuição e lacunas de pesquisa apontadas nos artigos classificados

no tema campo de fase de fingers por gravidade ..................................................... 30

Quadro 2.2: Resumo do mapeamento da literatura consultada sobre pavimento

permeável – 27 artigos .............................................................................................. 37

Quadro 2.3: Resumo da literatura consultada sobre poço de infiltração ................... 40

Quadro 4.1: Correspondências entre os domínios em estudo .................................. 57

Quadro 4.2: Equações para determinação da porosidade drenável ......................... 60

Quadro 4.3: Equações dos coeficientes de interfaces - pavimento permeável ......... 66

Quadro 4.4: Equações dos coeficientes de Interfaces - poço de infiltração .............. 76

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LISTA DE TABELA

Tabela 2.1: Categorias de temas utilizados para a classificação dos documentos

selecionados ............................................................................................................. 26

Tabela 2.2: Lacunas de pesquisa apontadas nos artigos selecionados sobre infiltração

de água no solo ......................................................................................................... 31

Tabela 4.1: Porosidade drenável do solo da instalação experimental ....................... 61

Tabela 4.2: Resultados do teste t-pareado – pavimento permeável ......................... 64

Tabela 4.3: Resultados do teste t-pareado – poço de infiltração............................... 81

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCP : Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT : Associação Brasileira de Normas Técnicas

BMP : Best Management Practices

CIRIA : Construction Industry Research and Information Association

ICPI Interlocking Concrete Pavement Institute

LID : Low Impact Development

SUDS : Sustainable Urban Drainage System

TDA : Transferência de domínios via analogia

UACDC University of Arkansas Community Design Center

WSUD : Water Sensitive Urban Design

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LISTA DE SÍMBOLOS

a, b = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x espessura da camada de brita [adimensionais]

Ab = área da superfície de brita no fundo do sistema [m2]

Ah = área da superfície perpendicular ao fluxo hidráulico [m2]

At = área da superfície perpendicular à descarga térmica [m2]

c = calor específico do meio sólido [J/(kg.°C)]

c, d = coeficientes de ajuste da curva Vazão de Projeto x Tempo de Enchimento da camada de brita [adimensionais]

d = diâmetro do orifício [m]

e, f = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x tempo de enchimento brita-extravasor. [adimensionais]

es = espessura equivalente [m]

g, h = coeficientes de ajustes da curva vazão de projeto x altura útil [adimensionais]

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita no tempo

“m” [adimensional]

h1m+1 = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita no tempo

“m+1” [adimensional]

h2m = umidade na segunda camada de solo no tempo “m” [adimensional]

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional]

hbm+1 = umidade na camada de brita no tempo “m+1”[adimensional]

Hh = altura útil do poço de infiltração [m]

Hh, D = altura útil do sistema de infiltração [m]

hi+1m = umidade da camada “i+1” do solo no tempo “m” [adimensional]

hi-1m = umidade da camada “i-1” do solo no tempo “m” [adimensional]

him = umidade da camada “i” do solo no tempo “m” [adimensional]

hn-1m = umidade na camada anterior à “enésima” camada de solo no tempo “m”

[adimensional]

hnm = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m” [adimensional]

hnm+1 = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m+1” [adimensional]

ip = intensidade pluviométrica [m / s]

is = taxa de infiltração no solo [m / s]

K = condutividade térmica do meio sólido [W/(m.°C)]

ki = condutividade hidráulica na camada “i” [m/s]

Ki = condutividade térmica no meio “i” [W/(m.°C)]

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ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo sob a camada de brita [m/s]

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo [m/s]

ks,n = condutividade hidráulica na “enésima” camada de solo [m/s]

Q = fluxo de calor no meio sólido [W/m2]

Q = fluxo de água [m3/h]

Qp = vazão de projeto [m3/h]

R = fator de resistência [adimensional]

Sp = superfície permeável, composta pela camada de brita do fundo do poço e pelos furos laterais [m2]

Te = tempo de enchimento [s]

TE,B = tempo de enchimento da camada de brita do poço de infiltração[s]

TE,B-E = tempo de enchimento da brita-extravasor do poço de infiltração [s]

Ti+1m = temperatura do meio “i+1” no tempo “m” [ºC]

Ti-1m = temperatura do meio “i-1” no tempo “m” [ºC]

Tim = temperatura do meio “i” no tempo “m” [ºC]

V = volume do meio sólido [m3]

Δh/ΔX = variação da carga hidráulica ao longo do comprimento da camada de solo [m/m]

Δhi = diferença de umidade da camada “i” entre os tempos “m+1” e “m”, ou seja, igual a hi

m+1 - him [adimensional]

Δt = incremento de tempo [s]

ΔT = diferença entre as temperaturas inicial e final do meio sólido [ºC ]

ΔTi = diferença de temperatura do elemento “i” entre os tempos “m+1” e “m”, ou seja, igual a Ti

m+1 - Tim [ºC]

ΔX = espessura do meio sólido [m]

ΔXb = espessura da camada de brita [m]

ηb = porosidade da brita [adimensional]

ηi = porosidade da camada “i” [adimensional]

ηs = porosidade drenável do solo [adimensional]

ηs,1 = porosidade drenável da primeira camada de solo sob a camada de brita [adimensional]

ηs,n = porosidade drenável da “enésima” camada de solo [adimensional]

= massa específica do meio sólido [kg/m3]

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17

1.1 Objetivo ...................................................................................................... 19

1.2 Estrutura do trabalho .................................................................................. 19

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 20

3 MÉTODO ............................................................................................................ 44

3.1 Delineamento da pesquisa ......................................................................... 44

3.1.1 Caracterização do domínio meta .................................................. 44

3.1.2 Seleção e caracterização do domínio base .................................. 45

3.1.3 Aplicação no conhecimento .......................................................... 45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 50

4.1 Analogia entre o fluxo de calor em meios sólidos e o escoamento de água

no solo ................................................................................................................ 57

4.1.1 Aplicação ao pavimento permeável experimental ......................... 63

4.1.2 Aplicação ao poço de infiltração experimental .............................. 74

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 88

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90

APÊNDICE A ........................................................................................................... 108

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1 INTRODUÇÃO

A crescente urbanização tem como uma de suas consequências o aumento

da área impermeabilizada nas cidades e a redução da infiltração, causando enchentes

sendo classificadas, segundo Repulho (2005) como desastres, gerando perdas

humanas, patrimoniais e ambientais, além de desafios constantes aos Órgãos

responsáveis pelo atendimento emergencial.

Comparações de hidrogramas representativos de chuvas consecutivas em

um lote, antes e após a urbanização, indicam picos de vazão gerados pela

impermeabilização e elevação do escoamento superficial (REIS; OLIVEIRA; SALES,

2008), conforme Figura 1.1.

Figura 1.1: Comparações de hidrogramas antes e após a urbanizaçaõ

Fonte: Reis, Oliveira e Sales (2008)

As técnicas para o controle das enchentes podem ser divididas em não-

estruturais, tais como as definições do zoneamento urbano, implementação de

sistemas de alerta para minimizar acidentes, entre outros; e estruturais, tais como as

estratégicas para a detenção da água pluvial no próprio lote: reserva de áreas

permeáveis ou adoção de sistemas de infiltração (CANHIOLI, 2014).

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A reserva de uma parcela de área permeável no lote nem sempre é

suficiente para propiciar a adequada infiltração, pois as características do solo podem

ser desfavoráveis. Assim, estratégias alternativas voltadas para infiltração da água

pluvial no solo, tais como valas e trincheiras de infiltração; jardins de chuva e, mais

especificamente, pavimentos permeáveis e poços de infiltração, os quais constituem

o escopo dessa tese, vêm sendo utilizados para este fim.

O pavimento permeável é composto por uma camada de cobertura, muitas

vezes estruturante e uma camada de brita. Dependendo das condições do solo,

permite reduzir os volumes de escoamento superficial e vazões de pico em valores

iguais ou até inferiores ao período anterior à urbanização (ARAUJO; TUCCI;

GOLDENFUM, 2000).

O poço de infiltração é composto por uma estrutura cilíndrica com diâmetro

relativamente pequeno (1,0 a 2,0 m) e profundidade superior a de um pavimento

permeável, sendo que as paredes laterais são perfuradas e permitem a infiltração;

além de uma camada inferior de brita. Também possui grande potencial na redução

de volume de escoamento superficial e no tratamento da água infiltrada (REIS;

OLIVEIRA; SALES, 2008).

O uso de estratégias de drenagem urbana que permitam o controle do

escoamento superficial pressupõe a determinação de parâmetros de projeto que

considerem o comportamento das chuvas no local e as propriedades hidráulicas do

solo onde as mesmas serão instaladas. Assim, para se determinar a capacidade, ou

o volume, de sistemas infiltração de água pluvial no lote é necessário estimar a vazão

de projeto e o tempo de enchimento do mesmo.

A drenagem de água no solo envolve diferentes variáveis e, devido à

complexidade do escoamento nesse meio, o seu dimensionamento tem sido feito de

forma empírica, resultando, de um lado, em instalações sub-dimensionadas, em que

uma parcela significativa da água de chuva se encaminha para a rede urbana de

drenagem, contribuindo para a ocorrência das cheias urbanas, ou, de outro, em

instalações superdimensionadas, conforme exemplificado em Franco (2004), cuja

utilização se inviabiliza em função do espaço disponível nos lotes urbanos.

A revisão da literatura indica que existem lacunas no conhecimento

relacionadas com o equacionamento do fenômeno de escoamento multifásico no solo

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e da interação entre os diferentes materiais na interface entre as camadas de solos

com características físicas diferentes.

1.1 Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo propor modelos para a

determinação do tempo de enchimento de pavimentos permeáveis e poços de

infiltração por meio da analogia com o fluxo de calor em meios sólidos.

1.2 Estrutura do trabalho

Este documento está estruturado em 5 capítulos. No primeiro é

contextualizado o problema em estudo e os objetivos a serem atingidos com o

desenvolvimento da tese.

O capítulo 2 apresenta a revisão da literatura, desenvolvida com o objetivo

de caracterizar o estado da arte e identificar lacunas de pesquisa no tema em questão.

O capítulo 3 apresenta a metodologia proposta para o equacionamento do

tempo de enchimento de pavimentos permeáveis e poços de infiltração, cujo

delineamento segue a transferência de domínios via analogia.

O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos. Por fim, o capítulo 5

contempla as conclusões, seguido das referências e do Apendice A.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

O conceito de estratégias alternativas de drenagem urbana surgiu em 1970,

com a denominação de Best Management Practices – BMP (ICE, 2004). Existem

atualmente diferentes denominações para o gerenciamento da água pluvial nas

cidades, merecendo destaque: Low Impact Development, utilizada principalmente na

América do Norte e Nova Zelândia, e Water Sensitive Urban Design, utilizada

principalmente na Austrália.

Este é um tema que vem despertando interesse dos pesquisadores de

vários países, conforme ilustrado na Figura 2.1, apresentada por Zhuang et al. (2016),

que realizaram uma revisão sistemática da literatura com o uso das palavras-chave

“infiltration” e “stormwater management”.

Figura 2.1: Artigos publicados sobre BMP – 1994 a 2013

Fonte: Zhuang et al. (2016)

Segundo University of Arkansas Community Design Center - UACDC

(2010), os sistemas de mitigação de enchentes podem ser classificados em (Figura

2.2): dispositivo de controle de fluxo; reservatório de detenção; reservatório de

retenção; sistema de filtração; sistema de infiltração e sistema de tratamento, sendo

que os três últimos também têm a função de tratamento biológico.

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Figura 2.2: Classificação dos sistemas de mitigação de enchentes

Controle de fluxo

Detenção Retenção Filtração Infiltração Tratamento

Fonte: UACDC (2010)

A partir do instante em que as gotas de chuva encontram um solo seco,

ocorre elevação rápida da umidade nas camadas superiores do solo, pois a

capacidade de absorção é elevada. Nesta etapa, a infiltração é maior, normalmente

superior à intensidade de precipitação (FORMIGA et. al.; 2012).

Com a continuidade da chuva, a quantidade de água que infiltra aumenta,

devido ao aumento da espessura da zona umedecida (distância entre a superfície do

solo e a frente de molhamento), tendo como consequência a diminuição do gradiente

de potencial. Isso reduz a capacidade de infiltração no solo, a qual poderá ser inferior

à intensidade de chuva, ocorrendo o afloramento da água na superfície e o início do

escoamento superficial.

Assim, os sistemas de drenagem na fonte e, em especial os abordados

nessa tese, quais sejam: os pavimentos permeáveis e os poços de infiltração,

promovem a infiltração e a detenção. Inicialmente, ocorre a infiltração de água no solo,

até a sua saturação e, posteriormente, a detenção hídrica ocorre até que o nível da

água atinja a geratriz inferior do extravasor do sistema, quando tem início o

direcionamento para a rede urbana de drenagem.

Os pavimentos permeáveis são sistemas em que o escoamento superficial

é conduzido de uma superfície permeável para um reservatório de brita, localizado

sob a superfície do terreno (URBONAS; STAHRE, 1993).

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Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP (2011) e Construction

Industry Research and Information Association - CIRIA (2015) classificam os

pavimentos permeáveis para drenagem no lote, conforme o fluxo hidráulico, em: tipo

A (infiltração total no solo); tipo B (infiltração parcial no solo) e tipo C (sem infiltração

no solo), conforme Figura 2.3.

Figura 2.3: Classificação de pavimentos permeáveis para drenagem no lote

Tipo A

Tipo B

Tipo C

Fonte: Adaptado de CIRIA (2015)

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California Department of Transportation – CDT (2014) cita os principais

benefícios dos pavimentos permeáveis:

a) redução da taxa de escoamento superficial;

b) possibilidade de filtração de poluentes;

c) possibilidade de recarga do lençol freático;

d) manutenção ciclo natural da água do local.

Por sua vez, Tominaga (2013) ressalta algumas limitações desse sistema:

a) possibilidade de colmatação ao longo do tempo;

b) risco de contaminação das águas subterrâneas;

c) necessidade de mão-de-obra especializada para a construção e

manutenção;

d) necessidade de manutenção periódica;

e) alto custo para reparar colmatações.

O poço de infiltração, por usa vez, é uma estratégia compensatória que

necessita de pequenas áreas de instalação (SOBRINHA, 2012), com grande potencial

quanto à redução do volume de escoamento superficial (REIS; OLIVEIRA; SALES,

2008). Trata-se de um sistema pontual, com infiltração também pelas paredes laterais

(CARVALHO, 2013), com custo relativamente menor que os demais sistemas de

drenagem no lote (ARAUJO, 2010).

Trata-se de um poço escavado com função específica, utilizado para

reservar água oriunda de um telhado ou piso, com infiltrações nas laterais através de

tijolos ou manilhas com orifícios e no fundo através de uma camada de material

poroso, que permitam o fluxo de água para o solo (SUNJOTO, 1994).

Peixoto (2011) afirma que o poço de infiltração é um dos sistemas de

drenagem no lote que mais carece de pesquisas; Reis (2005) alerta que a não

existência de valores físicos e hidrológicos locais pode resultar em sistemas com

desempenho deficiente.

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Conforme este último autor, para a implantação de poços de infiltração

deve-se ter um solo com boa permeabilidade, representado por um coeficiente de

permeabilidade superior a 10-6 cm/s e não potencialmente colapsível.

Guimarães et al. (2002) define solos colapsíveis como tendo coeficiente de

subsidência menor do que 0,5; coeficiente de colapsividade maior do que 0,85 para

grau de saturação menor ou igual 60%; e relação wsat (teor de umidade necessário

para que o solo atinja o grau de saturação igual a 100%, com o peso específico

natural) e wL (limite de liquidez) maior do que 1.

Reis (2005) recomenda que seja garantido um rápido esgotamento do

sistema, representado por tempo máximo de esgotamento inferior a 6 horas; o

afastamento adequado do lençol freático, sendo sugerido que o fundo do poço esteja

a uma distancia superior a 1,5 metros do lençol freático; o afastamento entre mais de

um sistema de infiltração de, no mínimo, 3 vezes o diâmetro do poço e nunca inferior

que 6,0 metros; e que seja evitada a inundação das superfícies adjacentes no terreno

e o refluxo de água.

Tominaga (2013) ressalta algumas limitações dos poços de infiltração: uso

restrito em regiões com declividades acentuadas; necessidade de manutenção

periódica para evitar a colmatação; e risco de contaminação de águas subterrâneas.

O conhecimento das leis que regem o escoamento de água no solo é

imprescindível para a modelagem de estruturas de drenagem (ARAUJO, 2010), como

por exemplo os sistemas de infiltração de água no lote.

O equacionamento do movimento da água no solo foi inicialmente proposto

por Henry Darcy em 1856, sendo posteriormente complementado pelas equações de

Buckingham (1907), as quais consistem em equações diferenciais deduzidas a partir

da analogia com fluxo de calor e elétrico.

A equação de Darcy-Buckingham descreve o fenômeno de movimento de

água no solo por meio da velocidade média da água, a qual é variável em função da

carga hidráulica, do comprimento e área do solo estudado. Contudo, esta equação

não considera a velocidade real com que a água percola pelos poros, além de não

abordar situações em que o fluxo de água tem velocidade preferencial através de

canais que permitem este movimento, sem interação com a matriz do solo,

denominado fluxo preferencial (SOUSA, 2014).

Page 25: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

25

O coeficiente de condutividade hidráulica foi definido por Henry Darcy ao

formular a Lei Geral sobre infiltração, sendo esta a primeira equação que expressa o

movimento de água no solo (GONÇALVES; LIBARDI, 2013). Segundo Libardi (2012),

a condutividade hidráulica depende das propriedades do solo e do fluido e representa

a facilidade com que este último se movimenta em um meio poroso,

Green e Ampt (1911) equacionaram o fluxo de água e ar através do solo

para representar o conteúdo de água ao longo da profundidade. Esse trabalho foi

posteriormente complementado por Horton (1940), constituindo as equações da

capacidade de infiltração no solo.

Richards (1931) estabeleceu uma equação para representar o escoamento

de água no solo, válida para solos saturados e insaturados, definindo o potencial total

da água no solo como sendo igual à soma do potencial capilar e o potencial

gravitacional, os quais são utilizados nos equacionamentos atuais.

A partir das equações originais apresentadas, o processo de infiltração de

água no solo vem sendo estudado por meio de diferentes tipos de abordagens, as

quais podem ser resumidas em: resoluções numéricas e computacionais das

equações envolvidas e formulações que ampliam o equacionamento clássico de

Richards (1931), como por exemplo a teoria de campo de fase de fingers por

gravidade, que propõe um novo termo à equação de Richards, uma derivada de quarta

ordem no espaço.

Um mapeamento sistemático da literatura (Kitchenham, 2004) indexada em

três bases de dados (Web of Science; Scopus e Engineering Village -Compendex),

restrita a artigos de periódicos na língua inglesa, com a expressão de busca [“*water

infiltration” AND model*] resultou em um total de 1915 artigos, excluídas as repetições.

A partir da leitura detalhada dos resumos desses artigos foram

selecionados 60 documentos mais aderentes a este trabalho. A consulta às

referências desses artigos utilizando a amostragem bola de neve, segundo Biernacki

e Waldorf (1981) selecionou outros trinta e quatro documentos, resultando na seleção

de 94 artigos de periódicos. Esses documentos foram classificados em três

categorias, conforme a Tabela 2.1. Dentro de cada das referidas categorias, foram

identificados sub-temas, tendo em vista os conceitos empregados nas pesquisas

desenvolvidas.

Page 26: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

26

Tabela 2.1: Categorias de temas utilizados para a classificação dos documentos selecionados

Categoria Artigos que contemplam … Número

de artigos

Modelagem matemática

uso de modelagens matemáticas, incluindo equações diferenciais parciais (EDP), teoria estocástica, análise de Fractais, lógica Fuzzy, redes neurais, diferenças finitas, elementos finitos e discretização de volumes finitos

38

Modelagem por teorias físicas

uso de Teorias da Física e da Engenharia que servem de suporte para a compreensão de fenômenos, valendo-se, para tanto, de equacionamentos já consolidados

24

Resolução de equações diferenciais parciais (EDP)1

métodos de resolução de EDP embutidas nas modelagens, que utilizam transformadas matemáticas ou adimensionais.

32

1 Resolução de EDP e uso de adimensionais para auxiliar em transformações matemáticas, diferindo da categoria modelagem matemática por utilizar ferramentas matemáticas para a resolução das equações diferenciais parciais, com menor ênfase para a modelagem propriamente dita.

Dentro da categoria Modelagem matemática foram identificados 7 temas

(Figura 1.4), envolvendo modelos de discretização dos dados e abordagens que os

classificam para melhor compreender o fenômeno em estudo. Da análise dos

resultados obtidos, verifica-se que os elementos finitos aparecerem em 13 dos 38

artigos. Em segundo lugar, aparecem as redes neurais e a discretização de volumes

finitos, com 6 artigos.

Por sua vez, na categoria Modelagem por teorias físicas, foram

identificados 24 temas (Figura 1.5), com destaque para 5 artigos que citam o campo

de fase de fingers por gravidade, o qual teve sua origem histórica em 1960, com os

trabalhos experimentais de Tabuchi (1961). Trata-se de uma ampliação da Lei de

Richards para a infiltração de água nos poros do solo, complementada pelo trabalho

teórico de Huppert (1982).

Por fim, na categoria Resolução de EDP (Figura 1.6), foram identificados

32 temas, com predominância de 7 artigos que utilizam as Transformadas de Laplace,

seguido das funções de pedotransferências com 6 artigos.

Figura 2.4: Abordagens principais dos 38 artigos da categoria Modelagem matemática

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27

Tema Fonte

Elementos finitos

Arampatzis et al. (2001); Baca et al. (1997); Bause e Knabner (2004); Bergamaschi e Putti (1999); Duchene et al. (1994); Farthing et al. (2003); Hou e Wu (1997); Ju e Kung (1997); Lee et al. (2004); Norambuena-Contreras et al. (2012); Solin e Kuraz (2011); Tan et al. (2004); Wu (2010).

Redes neurais Chua e Wong (2010); Dorofki et al. (2014); Jain e Kumar (2006); Nestorl (2006); Goldshleger et al. (2012); Parchami-Aragui et al. (2013)

Discretização de volumes finitos

Aravena e Dussailant (2009); Calvo e Lisbona (2001); Huber e Helmig (2000); Lunati e Jenny (2006); Manzini e Ferraris (2004); Twarakavi et al. (2008).

Análise de Fractais Anderson et al. (2000); Chang et al. (1994); Tyler e Wheatcraft (1990); Onody et al. (1995).

Diferenças finitas Alessi et al. (1992); Ciutureanu e Marinoschi (2008); Simunek et al. (2008).

Lógica Fuzzy Aboukarima et al. (2007); Eysukoff, et al. (2012); Talei et al. (2010).

Teoria estocástica Freeze (1975); Gelhar e Axness (1983); Lessoff e Indelman (2004).

Fonte: Autor

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28

Figura 2.5: Abordagens principais dos 24 artigos da categoria modelagem por teorias físicas

Tema Fonte

Campo de fase de fingers por gravidade

Cueto-Felgueroso e Juanes (2009a; 2009b); Eliassi e Glass (2003); Furst et al. (2009); Glass e Yarrington (2003).

Modelo dual-permeabilidade Di Pietro et al. (1994); Stadler (2012).

Equação de Green-Ampt modificada

Liu et al. (2016); Pachepsky e Timlin (1995).

Equações Burger Basha (2002); Custa e Hulshof (2003).

Conservação de massa Arbogast (2002).

Equação van Genuchen Van Genuchen (1980); Van Genuchen e Wierenga (1976).

Multifísica Chui e Freyberg (2009).

Mesoporos e matriz Lepore et al. (2009).

Força finita Philip (1992).

Abordagem micromecânica Szymkiewicz e Lewandowska (2008).

Teoria termodinâmica Del Rio e Lopez (1991).

Equação de Horton Bauer (1974).

Teoria do caminho crítico Hunt e Gee (2002).

Equações Washburn Dang-Vu e Hupka (2005); Ishiguro e Fujii (2006).

Métodos multiescala Durlofsky et al. (2007).

Fonte: Autor

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29

Figura 2.6: Abordagens principais dos 32 artigos da categoria Resolução de EDP

Tema Fonte

Transformadas Laplace Fytius e Smith (2001); Ginting (2012); Jenkins et al. (2001); Nikzad et al. (2016); Srivastava e Yeh (1991); Wu et al. (2012); Zaradny (2008).

Funções de pedotransferências Baker e Ellison (2008); Dashtaki et al. (2010); Dhikary et al. (2008); Haghverdi et al. (2012); Schaap e Leji (1998); Tomasella et al. (2003).

Simetria Backlund Kara e Khalique (2000).

Algoritmo multigrid não linear Juncu et al. (2009).

Algoritmo iteração 3ª ordem Basombrio et al. (2006).

Algoritmo de Newton Casulli e Zanolli (2010); Tocci et al. (1998).

Transformadas de Fourier Wu et al. (2013).

Função Tgh estendido Eilwakil et al. (2004).

Algoritmo Range-Kutta Corradini et al. (2000).

Linearização matriz Jacobiana Bevilacqua et al. (2009).

Equação duplamente exponencial Dexter et al. (2008).

Equação Lamberts Barry et al. (2005).

Abordagem Lagrangeana Yasar (2010).

Adimensionais de Courant e Peclet El-Kadi e Ge (1993).

Método Picard de iteração Huang et al. (1996).

Diagonal da matriz de tempo ou de massa Celia et al. (1990).

Função multivariada Gaussiana Gómez-Hernández e Wen (1998).

Método de P.O. Lax Sisson et al. (1980).

Algoritmo de Euler, para trás Kavetski et al. (2001).

Adimensionais de Bond Carminati et al. (2007).

Fonte: Autor

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30

Na sequência, foi levantada a contribuição de cada artigo, em conjunto com

as lacunas de pesquisa neles apontadas. A título de ilustração, o Quadro 2.1

apresenta esse levantamento para o tema mais recorrente nos artigos selecionados

(campo de fase de fingers por gravidade). Por fim, a repetição desse procedimento

para todos os artigos selecionados permitiu o agrupamento dos diferentes assuntos

encontrados, evidenciando duas lacunas de pesquisa principais, conforme

apresentado na Tabela 2.2.

Quadro 2.1: Contribuição e lacunas de pesquisa apontadas nos artigos classificados no tema campo de fase de fingers por gravidade

Fonte Contribuição Lacuna de pesquisa

Eliassi e Glass (2003)

Uso da equação governante hipodifusa para o meio poroso contínuo na modelagem dos campos de fase de fingers por gravidade (GDF)

Modelar o GDF para o meio poroso contínuo utilizando o efeito HBPU (hold-back-pile-up).

Glass e Yarrington (2003)

Para modelar este fenômeno, considera-se uma abordagem mecânica com base em formas de percolação invasão modificado (PIP), que incluem a gravidade, a influência da curvatura interfacial local ao longo da interface da fase de fase, e a invasão e re-invasão simultânea de ambos os fluidos de molhar e secagem

Realizar medições de dinâmica de pulsação, da estrutura fragmentada e da formação via múltipla, todos em função das propriedades dos materiais e condições de contorno / inicial.

Cueto-Felgueroso e Juanes (2009a)

Modelo de campo de fase de infiltração que explica a formação dos fingers de gravidade durante a infiltração de água no solo. O modelo é uma extensão da equação tradicional Richards, e introduz um novo termo, um derivado de quarta ordem no espaço, mas não um novo parâmetro

Não indicada.

Cueto-Felgueroso e Juanes (2009b)

Uso de autômatos celulares para abordagem alternativa para modelagem de campo de fase de fingers por gravidade

Não indicada.

Furst et al. (2009)

Demonstra-se por meio de uma prova matemática que a equação de Richards, em princípio, não pode admitir soluções tipo finger para soluções tridimensionais Insaturado poroso

Não indicada.

Fonte: Autor

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31

Tabela 2.2: Lacunas de pesquisa apontadas nos artigos selecionados sobre infiltração de água no solo

Categoria

Modelagem matemática

Modelagem por teorias físicas

Resolução de EDP1

Equacionamento do fenômeno de escoamento multifásico

31 21 8

Interação entre materiais diferentes 7 3 24

Total de artigos (porcentagem) 38 (40,4%) 24 (25,5%) 32 (34,1%) 1 equações diferenciais parciais

Fonte: Autor

Devido à complexidade do escoamento da água no solo, sistemas de

infiltração de água para drenagem no lote têm sido projetados utilizando métodos

empíricos, resultando, na maioria das vezes, em sistemas sub-dimensionados, em

que uma porção significativa da água da chuva é encaminhada para a rede de

drenagem urbana, contribuindo para a ocorrência de inundações (BRUNETTI, 2016).

Alguns métodos simplificados adotados para o dimensionamento hidráulico

de sistemas de infiltração como, por exemplo, os apresentados por ABCP (2011),

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2015), Bettess (1996),

Construction Industry Research and Information Association – CIRIA (2015) e

Interlocking Concrete Pavement Institute - ICPI (2006) consideram o tempo de

enchimento igual à duração da chuva para a determinação da altura útil

(Equação 1).

ABCP (2011) e ICPI (2006) definem o tempo de enchimento como o sendo

o tempo necessário para o reservatório ficar saturado na ocorrência da chuva de

projeto, sendo que ICPI (2006) considera uma chuva de projeto com duração de 2

horas e período de retorno de 2 anos; ABNT (2015) define o tempo de enchimento

como sendo o tempo efetivo de enchimento da camada do reservatório. Conforme

estas duas fontes, o período de retorno deve ser especificado em projeto.

Na presente tese está sendo considerada a definição do tempo de

enchimento do sistema de infiltração proposta por Reis et. al. (2015), que consiste no

intervalo de tempo decorrido desde o instante em que o sistema recebe a primeira

gota de chuva até o instante em que a primeira gota entra no tubo extravasor para se

encaminhar à rede de drenagem pública.

Page 32: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

32

Hh,D=(ip-is)Te

ηb

Equação 1

Em que:

Hh, D = altura útil do sistema de infiltração [m];

ip = intensidade pluviométrica [m / s];

is = taxa de infiltração no solo saturado [m / s];

Te = tempo de enchimento [s];

b = porosidade da brita [adimensional].

A intensidade pluviométrica é determinada pela curva intensidade-duração-

frequência, em função do tempo de retorno e da duração de chuva (BERTONI; TUCCI,

2004).

A taxa de infiltração é definida como a quantidade de água que percola uma

unidade de área da superfície de solo, por unidade de tempo. Para um solo

homogêneo inicialmente seco, este parâmetro tende a decrescer com o tempo,

atingindo o valor constante denominado capacidade de infiltração (LIBARDI, 2012).

Na Equação 1, multiplicando-se ambos os termos pela área superficial do

sistema de infiltração, pode-se determinar o volume armazenado, de forma que os

termos do lado direito da equação representam a diferença entre o volume de chuva

(multiplicação da intensidade pluviométrica pela área superficial) e o volume infiltrado

(multiplicação da taxa de infiltração pela área superficial), no período da duração de

chuva.

Esta simplificação, ou seja, igualar o tempo de enchimento à duração de

chuva talvez seja motivada pela dificuldade em se obter o tempo de enchimento para

cada sistema de infiltração, em cada local de instalação, pois ao mesmo tempo em

que a água de chuva entra no sistema, ocorre a infiltração nas camadas do solo.

Page 33: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

33

O método da curva envelope (URBONAS; STAHRE, 1993) também tem

sido utilizado para dimensionamento de sistemas de infiltração (ACIOLI, 2005;

BARBASSA et al., 2014; CASTRO, 2011; SOBRINHA, 2012; TECEDOR, 2014),

sendo que o volume de retenção é determinado pela derivação da equação da

continuidade, obtendo-se a máxima diferença entre as curvas dos volumes

acumulados de entrada e de saída do sistema.

A curva de entrada no sistema é obtida pela multiplicação da equação

Intensidade-Duração-Frequência (IDF) pela duração da chuva e a curva de saída é

regida pela Equação de Darcy. Neste caso, deve-se conhecer a equação IDF, que

nem sempre é atualizada, e o tempo de enchimento é também igualado à duração da

chuva. Segundo Mikkelsen et al. (1996), este método apresenta como desvantagem

a consideração do valor constante da vazão de saída e a não ocorrência de eventos

sucessivos.

Afim de levantar as abordagens que vêm sendo utilizadas para a

modelagem de pavimentos permeáveis, foi realizado um mapeamento sistemático da

literatura (KITCHENHAM, 2004) indexada em três bases de dados (Web of Science;

Scopus e Engineering Village -Compendex), restrito a artigos de periódicos na língua

inglesa, com a expressão de busca [“permeable pavement” AND (model*)]. Como

resultado desse levantamento, excluídas as repetições, foram selecionados 106

artigos.

A partir da leitura detalhada dos resumos desses artigos, foram

selecionados 30 documentos aderentes ao tema em estudo. A consulta às referências

desses artigos resultou na seleção de outros três documentos aderentes ao tema em

questão.

A partir da leitura detalhada dos 33 artigos, verificou-se que 27 deles

apresentam modelos de discretização dos dados e abordagens para melhor

compreensão do fenômeno em estudo, sendo o uso do balanço hídrico a mais

recorrente (Figura 2.7 e Quadro 2.2).

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O balanço hídrico (ou conservação de massa) rege todos os fenômenos

referentes ao fluxo de água em sistemas de infiltração; se a vazão mássica que entra

em um volume de controle excede a que sai, tem-se um acúmulo mássico no sistema

(FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2014), ou seja, o balanço hídrico exige que a soma

da taxa de variação mássica dentro de um volume de controle definido com a taxa

líquida através da superfície de controle definida seja nula. Quanto mais complexa a

geometria do sistema, maior a dificuldade algébrica em se aplicar o balanço hídrico.

Em segundo lugar, aparece o uso da Equação de Navier-Stokes, que impõe

a condição de que a tensão viscosa é proporcional à taxa de deformação por

cisalhamento (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2014), fato de difícil comprovação

para escoamento de água nos solos.

Em terceiro lugar, tem-se o uso da equação de Richards, que descreve o

escoamento de água em meios porosos saturados, porém, trata-se de uma equação

diferencial parcial parabólica, com soluções analíticas restritas devido à alta

linearidade dos parâmetros hidráulicos. As soluções analíticas propostas atualmente

(BASHA,2000; CHEN et al.,2001; MENZIANI, PUGNAGHI e VINCENZI, 2006),

consideram o fluxo constante na superfície para o escoamento transiente não-

saturado em meios porosos, o que consiste em uma simplificação da situação real.

Em pavimentos permeáveis e poços de infiltração, a contribuição de águas

pluviais não é constante no tempo, devendo-se tornar constante a equação

Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para que possa ser utilizada a equação de

Richards.

O modelo que usa a função densidade de probabilidade considera o evento

da chuva de forma estatística, porém impõe um histórico de medições de intensidades

de chuvas no local, que nem sempre está disponível ou atualizado.

Page 35: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

35

Outras abordagens também foram encontradas na literatura, cada uma

delas representada por apenas um artigo no mapeamento realizado, conforme

descrito a seguir.

O uso do modelo de dual-porosidade requer dois parâmetros adicionais em

relação à porosidade simples e uso de estratégias de convergência para o resultado,

neste caso o uso de algoritmo de partículas swarm (Brunetti et al. (2016).

O uso do tempo de drenagem (Mallela et al. 2000), considera o tempo de

esvaziamento do sistema, servindo de base para a compreensão do fenômeno da

interação solo-pavimento permeável.

A Treliça de Boltzman, volumes finitos, elementos finitos e as redes neurais

requerem uma grande quantidade de informações iniciais (condições de contorno)

para poder efetuar o processamento iterativo.

O fluxo de Forchheimer é utilizado em recargas de aquíferos a partir de

sistemas de infiltração, impondo as condições do aquífero ser plano e se encontrar na

condição hidrostática (ou seja, que as linhas equipotenciais sejam verticais), fato que

nem sempre ocorre.

No modelo de infiltração saturada pode-se desprezar o efeito da

capilaridade na frente de molhamento, assim o potencial hidráulico pode ser igualado

ao efeito da gravidade, com a direção do fluxo de água do maior para o menor

potencial, ou seja, na direção do sistema de infiltração para o solo. O autor desse

artigo selecionado destaca que na aplicação deste modelo é crítica a determinação

da condutividade hidráulica do solo pois o mesmo impõe a variação deste parâmetro

em função do número de Reynolds.

Page 36: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

36

Figura 2.7: Abordagens principais dos 27 artigos de modelagem de pavimentos permeáveis que apresentam modelos de discretização dos dados e abordagens para melhor

compreensão do fenômeno em estudo.

Abordagem Fonte

Balanço hídrico Chai et al. (2012); Charbeneau e Barret (2008); Hagen e Cochran (1996); Haselbach et al. (2006); IIlgen et al. (2007); Lin et al. (2014); Park et al. (2014); Savabi (1993); Xiao et al. (2007); Yoo et al. (2016).

Equação de Navier-Stokes Abustan et al. (2012); Hsieh e Chen (2013); Masad et al. (2007).

Redes Neurais Radfer e Rockaway (2016); Tota-Maharaj e Scholz (2012).

Equação de Richards Browne et al. (2008, 2013); Serrano (2004).

Modelo de dual porosidade Brunetti et al. (2016).

Tempo de drenagem Mallela et al. (2000).

Treliça de Boltzman Benedetto e Umiliaco (2014).

Fluxo de Forchheimer Eck et al. (2012a, 2012b).

Função densidade de probabilidade

Zhang et al. (2013).

Elementos finitos Hassan e White (2001).

Volumes finitos Zhang et al. (2014).

Modelo de infiltração saturada

Ranieri et al. (2014).

Fonte: Autor

Page 37: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

37

Quadro 2.2: Resumo do mapeamento da literatura consultada sobre pavimento permeável – 27 artigos

Fonte Escopo do artigo

Chai et al. (2012) Aplicação da equação do balanço hídrico em pavimentos permeáveis situados na California (EUA) para determinar a vazão de enchimento.

Charbeneau e Barret (2008)

Aplicação da equação do balanço hídrico, de forma unidimensional, em pavimentos de concreto-asfáltico de rodovias, para determinar a espessura hidráulica do pavimento.

Hagen e Cochran (1996)

Utilização da equação do balanço hídrico para avaliar o desempenho de pavimentos com características diferentes, em um mesmo local.

Haselbach et al. (2006)

Utilização da equação do balanço hídrico em pavimentos permeáveis com diferentes porosidades.

IIlgen et al. (2007)

Aplicação da equação do balanço hídrico em pavimentos, verificando a vazão de enchimento, utilizando várias vazões de projeto e espessuras de pavimentos, de valores experimentais em laboratório.

Lin et al. (2014) Utilização da equação do balanço hídrico para verificar a vazão de enchimento do pavimento permeável.

Park et al. (2014) Determinação do volume útil da camada de brita em função de porosidades e índices de vazios diferentes, para diferentes vazões.

Savabi (1993) Aplicação da equação do balanço hídrico no U.S. Department of Agriculture's Water Erosion Prediction Project (WEPP) -para simular o efeito da infiltração no pavimento permeável pré e pós ocupação, comparando com dados em campo.

Xiao et al. (2007) Aplicação da equação do balanço hídrico em um sistema de infiltração localizado em uma residência unifamiliar no estado da California (USA), para avaliar o impacto do escoamento superficial.

Yoo et al. (2016) Utilização da equação do balanço hídrico em diferentes sistemas de infiltração no lote, para comparar o impacto das enchentes em cada um deles.

Abustan et al. (2012)

Aplicação da Equação de Navier-Stokes de forma tridimensional para determinar vazões de enchimentos de pavimentos permeáveis, aplicadas em testes de laboratório.

Hsieh e Chen (2013)

Aplicação da equação de Navier-Stokes para determinar a vazão de enchimento de pavimentos de concreto rodoviários, de forma teórica, determinando a sua espessura hidráulica crítica.

Masad et al. (2007)

Uso da equação de Navier-Stokes para modelar o comportamento tridimensional do fluxo de água em um pavimento permeável de concreto-asfáltico, comparando com os resultados obtidos por raios-X.

Fonte: Autor

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38

Quadro 2.2: Resumo do mapeamento da literatura consultada sobre pavimento permeável - 27 artigos - continuação

Radfer e Rockaway (2016)

Aplicação de redes neurais para acompanhar a evolução da vazão de enchimento de um pavimento permeável durante dois anos.

Tota-Maharaj e Scholz (2012)

Aplicação de redes neurais no fluxo de efluentes químicos em pavimentos permeáveis.

Browne et al. (2008)

Uso da equação de Richards combinada com o fluxo por meio do efeito-pistão, de forma unidimensional.

Browne et al. (2013)

Uso da equação de Richards combinada com o fluxo por meio do efeito-pistão, de forma bidimensional.

Serrano (2004) Aplicação da equação de Richards aproximada em pavimentos permeáveis para determinar a vazão de enchimento, comparando com ensaios laboratoriais.

Brunetti et al. (2016)

Comparação entre o modelo de dual porosidade e o de balanço hídrico em um laboratório da Universidade de Calábria (Itália).

Mallela et al. (2000)

Dimensionamento utilizando o tempo de esvaziamento do sistema, em uma estação experimental.

Benedetto e Umiliaco (2014)

Aplicação do método da treliça de Bolzman para prever a vazão de enchimento em pavimentos permeáveis, comparando com dados experimentais.

Eck et al. (2012a) Uso da equação de fluxo de Forchheimer de forma bidimensional, para verificar a recarga de aquíferos, em concreto asfáltico.

Eck et al. (2012b) Uso da equação de fluxo de Forchheimer de forma bidimensional, para verificar quando a Equação de Darcy não deve ser aplicada.

Zhang e Zuo. (2013)

Uso da função densidade de probabilidade para representar o processo hidrogeológico.

Hassan e White (2001)

Aplicação do método dos elementos finitos em três pavimentos rodoviários, nos EUA, para verificar a vazão de infiltração.

Zhang et al. (2014)

Uso de modelagem em volumes finitos aplicada à equação de Darcy para determinar a vazão de enchimento de pavimentos permeáveis com diferentes tamanhos de agregados.

Ranieri et al. (2014)

Proposta de modelo de infiltração saturada, aplicada em um modelo de laboratório, para verificar a aplicabilidade da equação de Reynolds.

Fonte: Autor

Conforme ressaltado anteriormente, todos os artigos selecionados

contemplam parâmetros hidrológicos e do solo, contudo alguns deles utilizam

métodos de discretizações para a resolução das equacões, necessitando de

condições de contorno bem definidas (que nem sempre são possíveis) ou imposição

de parâmetros físicos do solo (lei de variação da condutividade hidráulica) de difícil

estimativa ou necessitam de históricos de intensidade pluviométrica, os quais nem

sempre estão disponíveis.

Page 39: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

39

De maneira similar aos pavimentos permeáveis, foi efetuado um

mapeamento da literatura indexada em três bases de dados (Web of Science; Scopus

e Engineering Village - Compendex), restrito a artigos de periódicos na língua inglesa,

com a expressão de busca [“(dry-well” OR “infiltration well”) AND (model*)], sendo

selecionados 68 artigos, excluídas as repetições.

A partir da leitura detalhada dos resumos desses artigos, foram

selecionados apenas 7 documentos mais aderentes ao tema em estudo. A consulta

às referências desses artigos resultou na seleção de outros dois documentos. A leitura

detalhada dos 9 artigos selecionados indicou que o uso do balanço hídrico também

consiste na abordagem mais frequentemente adotada para a modelagem de poços

de infiltracão (Figura 2.8 e Quadro 2.3).

Valem aqui os mesmos comentários efetuados para o uso do balanço

hídrico e da equação de Richards no caso dos pavimentos permeáveis. O uso do fator

de forma, proposto por Sunjoto (1994, 2008, 2002) considera várias configurações

geométricas, porém caso a geometria do sistema estudado não se enquadre nas já

existentes, há necessidade de uma dedução que, muitas vezes, é complexa.

Figura 2.8: Abordagens principais dos 9 artigos de modelagem de poços de infiltração

Abordagem Fonte

Balanço hídrico Bhaskar et al. (2016); Edwards et al. (2016); Lawrence et al. (1996); Mikkelsen et al. (1996); Xiao et al. (2007).

Equação de Richards Browne et al. (2008).

Fator de forma Sunjoto (1994, 2008, 2002).

Fonte: Autor

Page 40: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

40

Quadro 2.3: Resumo da literatura consultada sobre poço de infiltração

Autor O que foi feito ...

Bhaskar et al. (2016)

Aplicação da equação do balanço hídrico para verificar o efeito na urbanização onde os poços de infiltração foram instalados.

Edwards et al. (2016)

Utilização de parâmetros hidrogeológicos do local para, a partir do balanço hídrico, verificar as recargas em lençóis freáticos.

Lawrence et al. (1996)

Utilização da equação do balanço hídrico para verificar o impacto da contaminação química dos solos, a partir da implantação de sistemas de infiltração no lote.

Mikkelsen et al. (1996)

Aplicação da equação do balanço hídrico para verificar o efeito na urbanização onde os poços de infiltração foram instalados.

Xiao et al. (2007)

Aplicação da equação do balanço hídrico para verificar o efeito no escoamento superficial em lotes urbanos.

Browne et al. (2008)

Uso da equação de Richards combinada com o efeito-pistão, de forma unidimensional.

Sunjoto (1994) Uso da equação de Darcy, em solos saturados, para a formulação de equações da altura útil do poço de infiltração em função das dimensões do sistema e da condutividade hidráulica do solo.

Sunjoto (2002) Deduções de equações da altura útil de sistemas de infiltração com formatos variados, em função das dimensões do sistema e da condutividade hidráulica do solo.

Sunjoto (2008) Deduções de equações da altura útil de poço e trincheira drenante em função das dimensões do sistema e da condutividade hidráulica do solo.

Fonte: Autor

Em todos os modelos de poços de infiltração levantados na literatura

consultada são contemplados parâmetros hidrológicos e do solo, contudo, ou os

modelos requerem que o sistema de infiltração se enquadre em uma das situações já

previstas pelo Fator de Forma ou Balanço Hídrico, fato que nem sempre ocorre; por

exemplo os furos lateriais existentes em poços de infiltração não são considerados;

ou impõem que seja constante a equação Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para

ser utilizada a equação de Richards, o que não ocorre na prática.

Além dos artigos indexados nas bases internacionais, foi efetuado um

levantamento dos artigos relacionados ao tema em três periódicos nacionais: revista

Ambiente Construído, da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído

(ANTAC); Revista Engenharia sanitária e Ambiental, da Associação Brasileira de

Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); e Revista Brasileira de Recursos Hídricos,

da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH). Nesse caso, tendo em vista

Page 41: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

41

as limitações dos sistemas de busca associados a estas revistas. foram consideradas

apenas as palavras-chave “pavimento permeável” e “poço de infiltração”,

separamente.

Foram encontrados 3 artigos sobre pavimento permeável:, sendo 1 sobre

pré-dimensionamento de sistemas de infiltração utilizando o método da curva

envelope com as curvas IDF e taxas de saídas constantes (SILVEIRA; GOLDENFUM,

2007), 1 sobre parâmetro de projeto em microreservatórios e pavimentos permeáveis

para controle de enchentes (COSTA JÚNIOR; BARBASSA, 2006) e 1 sobre eficiência

dos pavimentos permeáveis na redução de escoamento superficial (ARAÚJO; TUCCI;

GOLDENFUM, 2000) ; não foram encontrados artigos voltados para a modelagem do

tempo de enchimento desse sistema. No caso do poço de infiltração, foram

encontrados 2 artigos, sendo 1 sobre desempenho (REIS; OLIVEIRA; SALES, 2008)

e 1 sobre operação/ manutenção (BARBASSA; SOBRINHA; MORUZZI, 2014); não

foram localizados artigos sobre modelagem do tempo de enchimento de poços de

infiltração.

Da análise da literatura consultada, destaca-se:

• em alguns artigos foram utilizados métodos de discretizações que

exigem condições de contorno bem definidas, as quais nem sempre

representam a realidade;

• em alguns artigos foi imposta a condição do tempo de enchimento

ser igual à duração da chuva, fato que raramente ocorre;

• os artigos que necessitam da definição da forma do sistema de

infiltração, desconsideram os furos laterais existentes em poços de

infiltração, fato que resulta na diferença do tempo de enchimento do

sistema.

O equacionamento do fenômeno de escoamento multifásico no solo e as

interações entre os diferentes materiais na interface entre as camadas de solos com

características físicas diferentes ainda se constituem em lacunas do conhecimento.

Conforme citado anteriormente, a infiltração de água no solo tem sido

investigada basicamente por meio de modelagens matemáticas e teorias físicas, além

Page 42: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

42

de modelos destinados à resolução de equações diferenciais parciais. Nesse trabalho,

a proposta é propor modelos para pavimentos permeáveis e poços de infiltração a

partir da analogia entre o fluxo hidráulico que ocorre no solo durante a infiltração de

água e o fluxo de calor em meios sólidos, conforme apresentado na Figura 2.9.

A Equação de Richards é obtida a partir da combinação da equação de

Darcy-Buckingham e da continuidade em solos saturados (Figura 2.9); já a equação

de Laplace é obtida a partir da equação de Richards em relação ao potencial total de

água no solo; por analogia, tem-se a equação geral da condução térmica a partir da

combinação entre a Lei de Fourier e o Princípio de conservação de energia térmica e,

em meios onde atinge-se a saturação, também é obtida a equação de Laplace, neste

caso, em relação à temperatura.

Segundo Achinstein (1963), um modelo ou teoria, composto de relações

entre objetos ou fenômenos, pode ser expandido utilizando-se outro modelo ou teoria

com maior familiaridade do pesquisador, sendo este processo denominado de

Analogia.

Por meio da analogia científica podem ser comparados dois sistemas com

constituições físicas diferenciadas, mas que apresentam similaridade formal no que

diz respeito às equações que descrevem os seus comportamentos (BEZERRA, 2011).

Segundo o referido autor, p. 596:

“A analogia científica vale-se de um trânsito de ida e volta entre dois

domínios de investigação diferentes. A solução ao problema científico

original — sendo indisponível ou insatisfatória uma solução por

“primeiros princípios” — é buscada em uma solução que já seja

conhecida para um problema correspondente em um âmbito de

investigação diferente. Ocorre, assim, uma transferência de

informação de um domínio para outro”.

Page 43: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

43

Figura 2.9: Analogia entre o fluxo hidráulico e o fluxo de calor

Legenda:

𝜕2∅𝑡

𝜕𝑥2 Derivada segunda do potencial total de água no solo em relação à direção x;

𝜕2∅𝑡

𝜕𝑦2 Derivada segunda do potencial total de água no solo em relação à direção y;

𝜕2∅𝑡

𝜕𝑧2 Derivada segunda do potencial total de água no solo em relação à direção z;

𝜕2𝑇

𝜕𝑥2 Derivada segunda da temperatura em relação à direção x;

𝜕2𝑇

𝜕𝑦2 Derivada segunda da temperatura em relação à direção y;

𝜕2𝑇

𝜕𝑧2 Derivada segunda da temperatura em relação à direção z.

Fonte: Autor

Page 44: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

44

3 MÉTODO

No desenvolvimento da presente tese foi adotado o delineamento da

transferência de domínios via analogia – TDA (KLENK; FORBUS, 2009), que consiste

na transferência de conhecimento de um domínio base (ou fonte ou origem), que

contém informações já consolidadas, para o entendimento do domínio meta (ou alvo),

que é o problema ou a questão que está se tentando resolver).

Um domínio pode ser constituído por um sistema de objetos ou entidades;

atributos (descrições de objetos) ou ainda relações entre objetos (GENTNER, 1983).

A TDA é composta por quatro etapas (KLENK; FORBUS, 2009):

i) definição do domínio base; ii) definição do domínio meta, iii) estabelecimento da

correspondência entre os domínios selecionados; e iv) aplicação no conhecimento.,

mantendo-se a mesma ordem para a presente tese.

3.1 Delineamento da pesquisa

No desenvolvimento desse trabalho, foi adotado o delineamento da

transferência de domínios via analogia – TDA (KLENK; FORBUS, 2009), que consiste

na transferência de conhecimento de um domínio base (ou fonte ou origem), que

contém informações já consolidadas, para o entendimento do domínio meta (ou alvo),

que é o problema ou a questão que está se tentando resolver).

Um domínio pode ser constituído por um sistema de objetos ou entidades;

atributos (descrições de objetos) ou ainda relações entre objetos (GENTNER, 1983).

A TDA é composta por quatro etapas: i) definição do domínio meta;

ii) definição do domínio base, iii) estabelecimento da correspondência entre os

domínios selecionados; e iv) aplicação no conhecimento (KLENK; FORBUS, 2009).

3.1.1 Caracterização do domínio meta

O domínio meta é composto pelas relações entre as variáveis

determinantes do escoamento em sistemas de infiltração de água no solo.

Page 45: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

45

Da análise da literatura, verificou-se que uma das variáveis determinantes

do dimensionamento de sistemas de infiltração de água para a drenagem no lote é o

tempo de enchimento, que é o período decorrido desde o instante que a primeira gota

de chuva entra no sistema até o momento em que ocorre a extravasão, quando a

vazão de água pluvial passa a ser encaminhada para o sistema urbano de drenagem.

Para a determinação do tempo de enchimento, é necessário equacionar o

fenômeno do escoamento da água no solo, incluindo a interação entre as suas

camadas, as quais possuem características físicas diferenciadas, uma vez que o solo

apresenta uma composição heteregênea.

3.1.2 Seleção e caracterização do domínio base

Gentner e Holyoak (1997) afirmam que vários domínios podem ser

selecionados, sendo que o domínio base a ser escolhido é aquele que possa

responder às lacunas do domínio meta.

Analisando-se o fenômeno de transferência de calor em meios sólidos,

identificou-se que a interação entre materiais diferentes possui um equacionamento

já desenvolvido (ASEKA, 2003; MENDES, 1997; UPADHYAY et al., 1975), assim, o

domínio base em estudo é composto pelas relações entre as variáveis determinantes

fluxo de calor em meios sólidos.

3.1.3 Aplicação no conhecimento

Nessa etapa foi analisada a correspondência entre as relações que regem

os dois fenômenos em estudo.

Para tanto, foram considerados quatro predicados (palavras ou expressões

que representam um conceito e que pertencem a uma área do conhecimento,

segundo GENTNER, 1983) propostos por Mitchel e Soga (2005): armazenamento,

condutividade, fluxo e gradiente.

Page 46: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

46

Foram propostos também outros dois predicados: variável de controle e

tempo de enchimento. A variável de controle representa o parâmetro variável com o

tempo, ou seja, a umidade no domínio meta e a temperatura no domínio base. O

tempo de enchimento foi incluído pois é o parâmetro que este estudo se propõe a

determinar.

A partir das correspondências entre os domínios em estudo, foram

definidas quatro situações a serem analisadas, tendo em vista a configuração das

camadas dos sistemas de infiltração para a drenagem no lote:

a) Camada de brita no fundo do sistema de infiltração;

b) Primeira camada de solo sob a camada de brita;

c) Iésima camada de solo sob a camada de brita; e,

d) Enésima camada de solo sob a camada de brita.

Para cada uma dessas camadas foi definida uma equação em função de

um tempo inicial e de um tempo subsequente, utilizando-se os seguintes parâmetros:

espessura da camada a ser analisada; espessura equivalente de solo; número de

camadas a serem analisadas e porosidade drenável do solo. A partir de um processo

iterativo foi obtido o tempo de enchimento para cada um dos dois sistemas em estudo:

pavimento permeável e poço de infiltração.

As quatro situações citadas foram modeladas, de forma unidimensional, ao

longo do eixo longitudinal do sistema de infiltração, simulando o avanço da

extremidade do bulbo úmido e desprezando-se o efeito de borda no sistema.

Os dados empregados na modelagem foram obtidos em uma instalação

experimental em outra pesquisa de doutorado conforme descrito no Apêndice A. No

caso do pavimento permeável, foram modeladas 41 vazões de projeto, variando de

3,23 m3/h a 13,05 m3/h obtendo-se, para cada uma delas, um tempo de enchimento,

totalizando, assim, 41 dados. Essas vazões correspondem àquelas utilizadas nos

ensaios com o pavimento experimental.

Para a análise comparativa dos tempos de enchimento observados na

instalação experimental e aqueles obtidos com o equacionamento proposto foi

adotado o teste estatístico t-pareado, com nível de significância de 5%, tendo em vista

que os dados seguem uma distribuição normal, são homocedásticos e dependentes

(CASTRO, 2011; JATO-ESPINO et al., 2016 e LEIPARD, 2014).

Page 47: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

47

A partir dessa análise, foram incorporados coeficientes de interfaces para

a representação do fenômeno tridimensional do escoamento nas equações de

umidade. Os referidos coeficientes foram determinados em função da vazão de

projeto, da área superficial e da condutividade hidráulica do solo, a partir da igualdade

entre os tempos de enchimento modelados e experimentais.

A partir das equações para a determinação da umidade ao longo do tempo

de enchimento, foram determinadas as equações do tempo de enchimento em função

da vazão de projeto e da espessura da camada de brita do pavimento permeável em

função da vazão de projeto, por meio do Método dos Mínimos Quadrados com R2 >

0,95, de modo a minimizar a soma dos quadrados dos resíduos (BUSSAB;

MORETTIN, 2002).

Por fim, o tempo de enchimento e a espessura da camada de brita obtidos

a partir da vazão de projeto experimental foram comparados com os valores

correspondentes determinados pelo modelo proposto, sendo que o critério de

aceitação foi diferença inferior a 5% entre eles.

Para o poço de infiltração, foram modeladas 31 vazões de projeto, variando

de 2,68 m3/h a 11,01 m3/h. Como para cada vazão existem vários valores de altura

da lâmina d’água, obteve-se um total de 4303 valores da altura da lâmina d´água em

função do tempo. Essas vazões correspondem àquelas utilizadas nos ensaios com

poço de infiltração experimental (Apêndice A).

O poço de infiltração experimental possui 20 orifícios nas paredes laterais,

assim, foi considerado um incremento na área de brita quando a altura da lâmina

d´água atinge a geratriz inferior destes orifícios, adotando-se para tanto, a analogia

com o fator de resistência térmica (HAHNE; GRIGULL,1975) para condução de calor

através de um meio homogêneo, com condutividade constante, em um cilindro de

comprimento definido.

O critério de aceitação do modelo, inicialmente estabelecido, foi de que a

soma dos resíduos resulte próxima de 1 e que a soma das variâncias dos resíduos

resulte próximo de zero, tendo-se em vista a normalidade dos dados (BUSSAB;

MORETTIN, 2002).

Page 48: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

48

Como este critério não foi atendido, foram definidos coeficientes de

interfaces por meio da igualdade entre os tempos de enchimento observados e

modelados. Na sequência, os dados observados e os obtidos pelo modelo foram

comparados por meio do teste t-pareado com nível de significância de 5%.

De maneira similar ao pavimento permeável, as equações dos coeficientes

de interfaces foram obtidas pelo Método dos Mínimos Quadrados com coeficiente de

determinação (R2) > 0,95, de modo a minimizar a soma dos quadrados dos resíduos.

A partir das equações para a determinação da umidade ao longo do tempo,

das respectivas alturas de lâmina d´agua, e do instante em que a altura de lâmina

d´água se iguala à altura útil, obteve-se, também por meio do Método dos Mínimos

Quadrados (R2 > 0,95), a equação do tempo de enchimento da camada de brita e da

brita-extravasor do poço, em função da vazão de projeto.

Por fim, determinou-se o tempo de enchimento e a altura útil do poço de

infiltração em função da vazão de projeto, também pelo Método dos Mínimos

Quadrados (R2 > 0,95).

Vale destacar que, no caso do poço de infiltração, além do enchimento da

camada de brita, existe a elevação do nível da lâmina d´água dentro do poço. Assim,

o tempo de enchimento foi dividido em: camada de brita e brita-extravasor, sendo o

tempo de enchimento total do sistema a soma dos referidos valores (Figura 3.1: ).

Page 49: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

49

Figura 3.1: Tempos de enchimento do poço de infiltração

TE,B = tempo de enchimento da camada de brita

TE,B-E = tempo de enchimento brita-extravasor

Fonte: Autor

Os valores da altura útil e do tempo de enchimentos obtidos pelo modelo

foram comparados com os valores observados experimentalmente, sendo que o

critério de aceitação foi a diferença inferior a 5% entre eles.

Page 50: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

50

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O domínio base selecionado para o desenvolvimento desse trabalho é

constituído pelas relações que regem a transferência de calor por condução em meios

sólidos, mais especificamente a equação da Lei de Fourier; a equação do princípio de

conservação de energia térmica de um meio sólido e a equação da descarga térmica

transiente em vários meios sólidos.

A Lei de Fourier é expressa pela seguinte equação:

q=K*∆T

∆X Equação 2

Em que:

q = fluxo de calor no meio sólido [W/m2];

K = condutividade térmica do meio sólido [W/(m.°C)];

ΔT = diferença entre as temperaturas inicial e final do meio sólido [ºC];

ΔX = espessura do meio sólido [m].

A Lei de Fourier também pode ser expressa em termos da descarga

térmica:

Q=K*𝐴𝑡*∆T

∆X Equação 3

Em que:

Q = descarga térmica no meio sólido [W];

K = condutividade térmica do meio sólido [W/(m.°C)];

At = área da superfície perpendicular à descarga térmica [m2];

ΔT = diferença entre as temperaturas inicial e final do meio sólido [ºC ];

ΔX = espessura do meio sólido [m].

A equação do princípio de conservação da energia térmica de um meio

sólido representa um volume de controle no qual a variação da energia interna iguala-

Page 51: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

51

se ao fluxo de calor que passa por este volume durante um intervalo de tempo

definido:

-c*ρ*V*∆t=K*𝐴𝑡*∆T

∆X Equação 4

Em que:

c = calor específico do meio sólido [J/(kg.°C)];

= massa específica do meio sólido [kg/m3];

V = volume do meio sólido [m3];

Δt = intervalo de tempo [s];

K = condutividade térmica do meio sólido [W/(m.°C)];

ΔT = diferença entre as temperaturas inicial e final do meio sólido [ºC ];

At = área da superfície perpendicular à descarga térmica [m2];

ΔX = espessura do meio sólido [m].

Quando a energia interna de um meio sólido aumenta, sua temperatura

também aumenta, por outro lado, se a temperatura permanecer constante, nenhuma

energia interna é armazenada e o sistema encontra-se no estado estacionário

(KREITH; BOHN, 2003).

Por fim, a equação da descarga térmica transiente em vários meios sólidos

permite determinar a temperatura de determinado meio dentre os vários sobrepostos,

conforme esquematizado na Figura 4.1.

Page 52: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

52

Figura 4.1: Representação da descarga térmica em um meio sólido, considerando vários meios sobrepostos

Fonte: Autor

O fluxo de calor que ocorre no sentido do meio “i-1” para o meio “i+1”

proporciona um aumento da temperatura do meio “i” após o tempo Δt, ou seja, a

temperatura Tim+1 é maior que a temperatura Ti

m. Assim, para o iésimo meio, onde se

verifica o equilíbrio térmico, tem-se:

Ki

∆X(Ti-1

m-Ti

m)𝐴𝑡+Ki

∆X(-Ti

m+Ti+1

m )𝐴𝑡=ρ*ΔX*𝐴𝑡*c*ΔTi

Δt Equação 5

Em que:

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53

Ti+1m = temperatura do meio “i+1” no tempo “m” [ºC];

Tim = temperatura do meio “i” no tempo “m” [ºC];

Ti-1m = temperatura do meio “i-1” no tempo “m” [ºC];

At = área da superfície perpendicular à descarga térmica [m2];

Ki = condutividade térmica no meio “i” [W/(m.°C)];

ρ = massa específica do meio sólido [kg/m3];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔTi = diferença de temperatura do elemento “i” entre os tempos “m+1” e “m”, ou seja, igual a Ti

m+1 - Tim [ºC].

A Equação 4 também pode ser expressa em função do único parâmetro

que varia com o tempo, neste caso a temperatura, resultando em:

Tim+1

=Tim

+K *∆t

∆X2*ρ*c

(Ti-1m

+Ti+1m

-2*Tim) Equação 6

Em que:

Ti+1m = temperatura do meio “i+1” no tempo “m” [ºC];

Tim = temperatura do meio “i” no tempo “m” [ºC];

Ti-1m = temperatura do meio “i-1” no tempo “m” [ºC];

At = área da superfície perpendicular à descarga térmica [m2];

Ki = condutividade térmica no meio “i” [W/(m.°C)];

ρ = massa específica do meio sólido [kg/m3];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔTi = diferença de temperatura do elemento “i” entre os tempos “m+1” e “m”, ou seja, igual a Ti

m+1 - Tim [ºC].

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54

O domínio meta, é constituído pelas relações que regem o fluxo de água

no solo, mais especificamente a equação da Lei de Darcy (para solos saturados) e a

equação do fluxo hidráulico transiente em várias camadas de solo.

A Lei de Darcy é expressa pela seguinte equação:

Q=ks*Ab*∆h

∆X Equação 7

Em que:

Q = fluxo de água [m3/h];

Ab = área da superfície da brita do fundo do sistema [m2];

Δh/ΔX = variação da carga hidráulica ao longo do comprimento da camada de solo [m/m];

Ks = condutividade hidráulica do solo [m/s].

Segundo Libardi (2012), Buchingham ampliou a utilização da Lei de Darcy

para solos não saturados, sendo válida apenas para movimentos horizontais ou

quando pode-se desprezar o efeito da gravidade. Richards, por sua vez, definiu o

potencial total como sendo a soma do potencial gravitacional e capilar, válido para

solos saturados e não-saturados, em movimentos horizontais e verticais. Apesar

disso, vários autores se referem à equação de Richards como Lei de Darcy.

A equação do fluxo hidráulico transiente em várias camadas de solo

permite determinar a umidade de uma determinada camada, conforme esquematizado

na Figura 4.2.

Page 55: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

55

Figura 4.2: Representação do fluxo de água em uma camada de solo, considerando várias camadas sobrepostas

Fonte: Autor

Em solos saturados, o fluxo hidráulico ocorre no sentido da camada “i-1”

para a camada “i+1”, proporcionando um aumento da umidade da camada “i” após o

tempo Δt, ou seja, a umidade him+1 é maior que a umidade hi

m. Assim, para a iésima

camada, onde se verifica o equilíbrio hidráulico, tem-se:

𝐾𝑠,𝑖

∆𝑋𝑖(hi-1

m-hi

m)𝐴ℎ+𝐾𝑠,𝑖

∆𝑋𝑖(-hi

m+hi+1

m )𝐴ℎ=Δ𝑋𝑖*𝐴ℎ*ηi*Δhi

Δt Equação 8

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Em que:

hi+1m = umidade da camada “i+1” no tempo “m” [adimensional];

him = umidade da camada “i” no tempo “m” [adimensional];

hi-1m = umidade do meio “i-1” no tempo “m” [adimensional];

Ah = área da superfície perpendicular ao fluxo hidráulico [m2];

ks,i = condutividade hidráulica na camada “i” [m/s];

ηi = porosidade da camada “i” [adimensional];

Δt = incremento de tempo [s];

Δhi = diferença de umidade da camada “i” entre os tempos “m+1” e “m”, ou seja, igual a hi

m+1 - him [adimensional];

ΔXi = espessura da camada “i” [m].

A Equação 8 também pode ser expressa em função do único parâmetro

que varia com o tempo, neste caso a umidade, resultando em:

him+1

=him

+ (hi+1

m-2*hi

m+hi-1

m

∆𝑋𝑖) *

ks,i*∆t

(∆𝑋𝑖*ηi) Equação 9

Em que:

him+1 = umidade da camada “i” no tempo “m+1” [adimensional];

him = umidade da camada “i” no tempo “m” [adimensional];

hi+1m = umidade da camada “i+1” no tempo “m” [adimensional];

hi-1m = umidade da camada “i-1” no tempo “m” [adimensional];

ks,i = condutividade hidráulica na camada “i” [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔXi = espessura da camada “i” [m];

ηi = porosidade da camada “i” [adimensional].

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57

4.1 Analogia entre o fluxo de calor em meios sólidos e o escoamento de água

no solo

Os predicados e as correspondências considerados na analogia entre os

domínios em estudo são apresentados no Quadro 4.1.

Quadro 4.1: Correspondências entre os domínios em estudo

DOMÍNIO

Predicados META (escoamento de água em sistema de drenagem na fonte)

BASE (fuxo de calor por condução em meio sólido)

Armazenamento volume energia térmica

Condutividade hidráulica térmica

Fluxo hidráulico térmico

Variável de controle umidade temperatura

Gradiente hidráulico (Δh/ΔX) térmico (ΔT/ΔX)

Tempo de enchimento necessário para atingir a umidade “h”

necessário para atingir a temperatura “T”

Δh/ΔX = variação da carga hidráulica [m] em relação comprimento da camada de solo [m].

ΔT/ΔX = variação da temperatura [ºC] em relação comprimento do meio [m].

Fonte: Adaptado de Mitchel e Soga (2005)

Conforme apresentado anteriormente, a configuração do sistema de

drenagem no lote com as “n” camadas de solo sobrepostas sob a camada de brita

(Figura 4.2) foi definida por analogia com a descarga térmica em um meio sólido com

vários meios sobrepostos (Figura 4.1).

A camada de brita recebe a contribuição da vazão de projeto de água

pluvial e tem a sua umidade variando no tempo conforme a Equação 10 (Figura 4.1):

hbm+1

=hbm

+ [2*ks,1*Ab*(h1

m-hb

m)+Qp

∆X] *

∆t

(Ab*ηb*ΔXb)

Equação 10

Em que:

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hbm+1 = umidade na camada de brita no tempo “m+1” [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo sob a camada de brita [m/s];

Ab = área da superfície de brita do fundo do sistema [m2];

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m” [adimensional];

Qp = vazão de projeto [m3/h];

Δt = incremento de tempo [s];

ηb = porosidade da camada de brita [adimensional];

ΔXb = espessura da camada de brita [m];

ΔX = espessura da camada de solo [m].

Já a primeira camada de solo sob a camada de brita recebe a vazão a partir

desta camada de brita, com a sua umidade variando no tempo conforme a Equação

11 (Figura 4.2):

h1m+1

=h1m

+ (2*hb

m-3*h1

m+h2

m

∆X) *

ks,1*∆t

(∆X*ηs,1

) Equação 11

Em que:

h1m+1 = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m+1” [adimensional];

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m” [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional];

ΔX = espessura da camada de solo [m].

h2m = umidade na segunda camada de solo no tempo “m”

[adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

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59

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,1 = porosidade drenável da primeira camada de solo sob a camada de brita [adimensional].

A porosidade drenável ou porosidade efetiva consiste no volume de solo

que é percolado quando do processo de drenagem (KHIEL, 1979; SMITH, 1986;

TODD, 1980), o que corresponde à energia interna do meio sólido no domínio base.

As equações para a sua determinação são apresentadas na sequência.

De maneira análoga, para a enésima camada de solo a ser analisada, a

variação temporal da umidade ocorre conforme a Equação 12:

hnm+1

=hnm

+ (hn

m-hn-1

m

ΔX) *

ks,n*Δt

(ΔX*ηs,n

) Equação 12

Em que:

hnm+1 = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m+1”

[adimensional];

hnm = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m”

[adimensional];

hn-1m = umidade na camada anterior à “enésima” camada de solo no

tempo “m” [adimensional];

ks,n = condutividade hidráulica na “enésima” camada de solo [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,n = porosidade drenável da “enésima” camada de solo [adimensional].

Vale destacar que a condutividade hidráulica foi considerada igual para

todas as camadas do solo (ks,1 = ks,2 = ...= ks,i-1 = ks,i =ks,i+1=...= ks,n-1= ks,n), e, portanto,

a porosidade drenável também será igual (ηs,1 = ηs,2 = ...= ηs,i-1 = ηs,i =ηs,i+1=...= ηs,n-1=

ηs,n).

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Assim, para a determinação da espessura da camada de solo a ser

analisada é necessário obter inicialmente a porosidade drenável.

A determinação direta da porosidade drenável em campo é onerosa,

demorada e complexa (PIZARRO, 1978). Em função disso e, tendo em vista que a

condutividade hidráulica e a porosidade drenável são analisadas no mesmo espaço

poroso do solo (MESQUITA, 2001), vários pesquisadores propuseram equações que

relacionam estes dois parâmetros. O Quadro 4.2 apresenta uma compilação de

equações para a determinação dessa variável, efetuada por Ribeiro et. al. (2007).

Quadro 4.2: Equações para determinação da porosidade drenável

Equação proposta por ...

Equação Unidade da

condutividade hidráulica (k)

Van Beers η=k0,5

cm/dia Equação 13

Chossat e Saugnac 1

η=0,025+0,006*k m/dia Equação 14

Chossat e Saugnac 2 η=0,0153+0,017k

0,5 m/dia Equação 15

Chossat e Saugnac 3

η=0,033*k0,289

m/dia Equação 16

Otto 1 𝜂 = 6,37238 + 0,457879 ∗ 𝑘0,5 cm/dia Equação 17

Otto 2 η=2,53619*k0,309505

cm/dia Equação 18

Poulsen η=10[(logk-4,3)/2,8]

cm/dia Equação 19

Considerando a condutividade hidráulica obtida na instalação experimental

(k = 1,382 * 10-5 m/s) e as equações apresentadas no Quadro 4.2, obteve-se os

valores da porosidade drenável constantes na Tabela 4.1:

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61

Tabela 4.1: Porosidade drenável do solo da instalação experimental

Equação proposta por... Porosidade drenável

Van Beers 0,1093

Chossat e Saugnac 1 0,0322

Chossat e Saugnac 2 0,0339

Chossat e Saugnac 3 0,0347

Otto 1 0,1138

Otto 2 0,1114

Poulsen 0,1607

Fonte: Autor

Tendo em vista que se está analisando o processo de enchimento, em que

a umidade aumenta com o tempo, considera-se que as funções dos parâmetros

constantes nas Equações 10 a 13 sejam maiores que zero. O valor da porosidade

drenável foi adotado o menor dentre os obtidos com as referidas equações, ou seja,

0,0322.

A espessura da camada analisada (ΔX) é definida a partir das Equações 8

a 11, analisando-se o processo de enchimento, ou seja:

a) Para a Equação 11, é necessário que h1m seja maior que hb

m: esta

condição está satisfeita, pois a profundidade do lençol freático

encontra-se, no mínimo, a 5 metros, o terreno é plano e o solo está

saturado conforme citado no Apêndice A; assim o processo de

enchimento com água da camada de brita somente terá início após a

saturação da camada de solo subjacente;

b) Para a Equação 10, é necessário que a parcela 2hbm – 3h1

m + h2m seja

maior que zero. As parcelas 2hbm e h2

m já são maiores que zero; assim,

para que a parcela 3h1m seja maior que zero, tem-se:

h1m

-3*h1m (

ks,1*∆t

∆X2*η

s,1

) >0 Equação 20

Portanto:

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∆X>√3*ks,1*∆t

ηs,1

Equação 21

c) Para a Equação 9, é necessário que a parcela hi+1m – 2hi

m + hi-1m seja

maior que zero. As parcelas hi+1m e hi-1

m já são maiores que zero; assim,

para que a parcela 2him seja maior que zero, tem-se:

him

-2*him (

ks,i*∆t

∆X2*η

s,i

) >0 Equação 22

Portanto:

∆X>√2*ks,i*∆t

ηs,i

Equação 23

d) Para a Equação 12 é necessário que hnm seja maior que hn-1

m; esta

condição está satisfeita pois, no processo de enchimento, no solo

saturado, a camada “n” apresenta umidade igual ou maior que a

camada “n-1”.

Estabeleceu-se que o incremento de tempo (Δt) no modelo seria igual a 10

segundos. Este valor foi definido por Reis (2005) tendo em vista que o tempo máximo

de esgotamento de um sistema de drenagem na fonte menor que 6 horas.

Existem infinitas camadas de solo sob a camada de brita, assim,

considerou-se no modelo a espessura equivalente de solo, em analogia à espessura

térmica equivalente.

A espessura térmica equivalente corresponde à espessura de um elemento

sólido “x”, com condutividade térmica “kx” e espessura “ex” que contém a mesma área

superficial “A”, a mesma diferença de temperatura “ΔT” e o mesmo fluxo de calor “Q”

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de um elemento sólido “y”, com condutividade térmica “ky” e espessura “ey”, conforme

a Equação 24:

Q=A*kx*ΔT

ex

=A*ky*ΔT

ey

Equação 24

Para a determinação da profundidade de solo em que será efetuada a

modelagem, igualou-se o fluxo de água na camada de brita com a espessura

equivalente do solo, adotando-se a mesma área superficial e o mesmo intervalo de

tempo, conforme a Equação 26.

Q=Ab*η

b*∆Xb

∆t=

Ab*ηs*es

∆t Equação 25

Resultando em:

es=η

b*∆Xb

ηs

Equação 26

Em que:

es = espessura equivalente [m];

ηb = porosidade da brita [adimensional];

ΔXb = espessura da camada de brita [m];

ηs = porosidade drenável do solo [adimensional].

4.1.1 Aplicação ao pavimento permeável experimental

Considerando-se a espessura da camada de brita do pavimento

experimental (Apêndice A), que é igual a 0,35m e a porosidade da brita utilizada, que

é igual a 0,42,48, tem-se que a porosidade drenável, determinada pela

Equação 14, é igual a 0,0322. Assim, a espessura da camada de solo (maior valor

obtido entre as equações 21 e 232) é igual a 0,09m e a espessura equivalente

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(Equação 26) é igual a 4,6m, resultando em 51 camadas de solo, sob a camada de

brita do pavimento permeável em estudo, a serem analisadas.

A partir disso, foram determinados os tempos de enchimento pelo

equacionamento proposto. A aplicação do teste t-pareado aos dados obtidos pelo

modelo e observados experimentalmente indicou que os mesmos não foram

significativamente diferentes para o nível de confiança de 5% (Tabela 4.2 e

Figura 4.3).

Tabela 4.2: Resultados do teste t-pareado – pavimento permeável

Parâmetro Valor

Média amostral dos resíduos 4,63413 [cm]

Variância amostral dos resíduos 170,48780 [cm]

Número total de dados 41 [adimensional]

t-pareado dos dados experimentais (T) 0,959782 [adimensional]

Graus de liberdade 40 [adimensional]

Nível de significância 5,0 [%]

Valores obtidos da tabela t-student com 40 graus de liberdade, considerando nível de significância = 5%

-1,96; +1,96 [adimensionais]

Intervalo de confiança – Limite inferior -56,82054 [adimensional]

Intervalo de confiança – Limite superior +47,55280 [adimensional]

Fonte: Autor

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65

Figura 4.3:Tempos de enchimentos do pavimento permeável observados experimentalmente e obtidos pelo modelo proposto

Fonte: Autor

A fim de conferir uma maior aderência do modelo proposto, foram definidos

coeficientes de interfaces que representam a variação da condutividade hidráulica

entre as camadas, ao longo do eixo e ao redor do pavimento, além das interações

entre materiais diferentes, conforme apresentado no Quadro 4.3.

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Quadro 4.3: Equações dos coeficientes de interfaces - pavimento permeável

Interação ar-brita (Car,b)

Car,b=1,004 (A1

0,8115*A1+2*10-5

) Equação 27

A1=9,877e0,134Qp

Qp

Equação 28

Variação da condutividade hidráulica ao redor do eixo do pavimento (k1)

k1=log(Car,b)+0,2959

(0,3136Car,b) Equação 29

Variação da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo (k2)

k2 = 0,90 Equação 30

Interação brita-solo (Cb,s) Cb,s=

e[0,9807ln(k1)+0,0318]

0,013

300

Equação 31

Variação da condutividade hidráulica entre camadas diferentes de solo (Ci,i+1)

Ci,i+1=-701018*k1

3+2*10

6*k1

2-2*10

6*k1+706099

4654,3

Equação 32

A1 = parâmetro que representa o comportamento tridimensional da vazão de projeto modelada de forma unidimensional [adimensional]

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Fonte: Autor

O valor mínimo da função da variável A1 representa, aproximadamente, o

valor da vazão de projeto a ser utilizada no sistema (Figura 4.4).

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67

Figura 4.4: Função da variável A1

Fonte: Autor

Para a modelagem referente a estes dados experimentais, obteve-se o

valor do coeficiente hidráulica ao longo da profundidade do solo (k2) constante e igual

a 0,90, indicando uma uniformidade da condutividade hidráulica ao longo da

profundidade experimental.

Assim, incorporando-se os coeficientes de interfaces às Equações 10 a 13

e mantendo-se a definição das camadas apresentadas anteriormente, tem-se:

1) para a camada de brita:

hbm+1

=Car,b {hbm

+ [2*k1*k2*ks,1*Ab*(h1

m-hb

m)+Qp

∆X] *

∆t

(Ab*ηb*∆Xb)

}

Equação 33

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Em que:

hbm+1 = umidade na camada de brita no tempo “m+1”; [adimensional]

Car,b = coeficiente de interface da interação ar-brita [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do pavimento [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo [m/s];

Ab = área da superfície de brita do fundo do sistema [m2];

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m” [adimensional];

Qp = vazão de projeto [m3/h];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηb = porosidade da camada de brita [adimensional];

ΔXb = espessura da camada de brita [m].

2) para a primeira camada de solo imediatamente sob a camada de brita:

h1m+1

=Cb,s* [h1m

+ (2*hp

m-3*h1

m+h2

m

∆X) *

k1*k2*ks,1*∆t

(∆X*ηs,1

)] Equação 34

Em que:

h1m+1 = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m+1” [adimensional];

Cb,s = coeficiente de interface da interação brita-solo [adimensional];

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h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m” [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional];

h2m = umidade na segunda camada de solo sob a camada de brita

no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do pavimento [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,1 = porosidade drenável da primeira camada de solo sob a camada de brita [adimensional].

3) para a iésima camada de solo:

him+1

=Ci,i+1* [him

+ (hi+1

m − 2 ∗ ℎ𝑖𝑚 + ℎ𝑖−1

𝑚

∆X) *

k1*k2*ks,i*∆t

(∆X*ηs,i

)] Equação 35

Em que:

him+1 = umidade da camada “i” no tempo “m+1” [adimensional];

Ci,i+1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica entre camadas diferentes [adimensional];

him = umidade da camada “i” no tempo “m” [adimensional];

hi+1m = umidade da camada “i+1” no tempo “m” [adimensional];

hi-1m = umidade da camada “i-1” no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do pavimento [adimensional];

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k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

Ks,i = condutividade hidráulica na camada “i” [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηi = porosidade da camada “i” [adimensional].

4) para a enésima camada de solo:

hnm+1

= [hn-1m

+ (hn-1

m-hn

m

∆X) *

k1*k2*ks,n*∆t

(∆X*ηs,n

)] Equação 36

Em que:

hnm+1 = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m+1”

[adimensional];

hn-1m = umidade na camada anterior à “enésima” camada de solo no

tempo “m” [adimensional];

hnm = umidade na “enésima” camada de solo no tempo “m”

[adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do pavimento [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

ks,n = condutividade hidráulica na “enésima” camada de solo [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,n = porosidade drenável da “enésima” camada de solo [adimensional].

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71

Os dados obtidos a partir do equacionamento com os coeficientes de

interfaces não foram significativamente diferentes dos observados experimentalmente

para o maior nível de confiança adotado (2%) nessa análise.

A equação do tempo de enchimento da camada de brita do pavimento

permeável em função da vazão de projeto, obtida por meio do Método dos Mínimos

Quadrados (R2 > 0,95) a partir das características físicas do local em que foram

realizados os ensaios, são dadas pelas Equações 36 e 37:

Te,E,P= aQpb Equação 37

Em que:

𝑇𝑒,𝐸,𝑃 = tempo de enchimento experimental da camada de brita do pavimento permeável [s];

a,b = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x tempo de enchimento da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Te,M,P= cQpd Equação 38

Em que:

𝑇𝑒,𝑀,𝑃 = tempo de enchimento modelado da camada de brita do pavimento permeável [s];

c,d = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x tempo de enchimento da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

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Assim, a equação do tempo de enchimento da camada de brita do

pavimento permeável, obtida a partir dos dados experimentais, resulta em

(R2 = 0,9924):

Te,E,P=5.046,4Qp-0,984

Equação 39

Em que:

𝑇𝑒,𝐸,𝑃 = tempo de enchimento experimental da camada de brita do pavimento permeável [s];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Por sua vez, a equação do tempo de enchimento modelado da camada de

brita do pavimento permeável resulta em (R2 = 0,9968):

Te,M,P=5.667,9Qp-1,046

Equação 40

Em que:

𝑇𝑒,𝑀,𝑃 = tempo de enchimento modelado da camada de brita do pavimento permeável [s];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Substituindo-se a vazão de projeto de 6,54 m3/h, a qual foi utilizada no

dimensionamento do pavimento permeável experimental: 1) na Equação 38,

obtem-se Te,E,P = 795,2s (13,2 minutos) e 2) na equação 39, obtem-se

Te,M,P = 794,9s (13,2 minutos), ou seja, a diferença entre os referidos valores é menor

do que 5%, atendendo ao critério de aceitação apresentado no capítulo anterior.

A espessura da camada de brita do pavimento permeável em função da

vazão de projeto, obtida por meio do Método dos Mínimos Quadrados (R2 > 0,95) a

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partir das equações para a determinação da umidade ao longo do tempo de

enchimento é dada por:

∆Xb=eQpf Equação 41

Em que:

ΔXb = espessura da camada de brita [m];

e,f = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x espessura da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Assim, a espessura da camada de brita do pavimento permeável resulta

em (R2 = 0,9761):

∆Xb=0,4222Qp-0,088

Equação 42

Em que:

ΔXb = espessura da camada de brita [m];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Considerando-se novamente a vazão de 6,54 m3/h, tem-se que a

espessura da camada de brita resultaria em 0,36m. A espessura do pavimento

experimental é igual a 0,35m, ou seja, ou seja, a diferença entre os referidos valores

é menor do que 5%, atendendo ao critério de aceitação apresentado no capítulo

anterior.

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74

4.1.2 Aplicação ao poço de infiltração experimental

De maneira similar ao pavimento permeável, considerando-se a espessura

da camada de brita do fundo do poço de infiltração experimental (Apêndice A), que é

igual a 0,50m e a porosidade da brita utilizada, que é igual 0,42,48, tem-se que a

porosidade drenável do solo, determinada pela Equação 14, é igual a 0,0322. Assim,

a espessura da camada de solo (maior valor obtido entre as equações 21 e 23) é igual

a 0,09m e a espessura equivalente (Equação 26) é igual a 6,6m, resultando em 73

camadas de solo, sob a camada de brita do fundo do poço de infiltração, a serem

analisadas.

Como o poço de infiltração possui furos ao longo das paredes laterais, foi

definido um fator de resistência, dado por:

R=ln(4*es/d)

(2πes) Equação 43

Em que:

R = fator de resistência [adimensional];

es = espessura equivalente do solo [m];

D = diâmetro do orifício [m];

ln = logaritmo neperiano.

Considerando-se o comprimento equivalente de solo (6,6m) e o diâmetro

(0,1m) dos orifícios do poço de infiltração experimental (Apêndice A), tem-se R =

0,125. Assim, o valor da área de cada orifício será multiplicado por 0,125, resultando,

para os 20 orifícios do poço experimental, uma área total de 0,020 m2.

Considerando-se os dados apresentados, a condutividade hidráulica do

solo na instalação experimental (1,382 * 10-5 m/s) e o intervalo de tempo igual a 10s,

obteve-se os tempos de enchimento modelados da camada de brita e a variação da

lâmina d´água com o tempo.

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75

A soma dos resíduos na comparação entre os dados modelados e os

observados experimentalmente foi igual a 8.090,0 cm (Figura 4.5) e a variância

amostral dos resíduos foi igual a 27,1 cm.

Figura 4.5: Resíduos entre os valores modelados e experimentais – poço de infiltração

Fonte: Autor

Assim, de maneira similar ao modelo proposto para o pavimento

permeável, foram definidos coeficientes de interfaces que representam a variação da

condutividade hidráulica ao longo do eixo e ao redor do poço de infiltração, além das

interações dos furos laterais com o solo e entre materiais diferentes (Quadro 4.4):

Page 76: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

76

Quadro 4.4: Equações dos coeficientes de Interfaces - poço de infiltração

Interação ar-brita (Car,b)

Car,b=0,04001*Qp*10

log(A2

5*108

)

0,565

(∆Xb*Ab)

Equação 44

A2=Qp*3600

ks*Ab

Equação 45

Variação da condutividade hidráulica ao redor do eixo do poço de infiltração (k1)

k1=0,5283*[log(Car,b)]

2-0,8117*log(Car,b)

Car,b

Equação 46

Variação da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo (k2)

k2=(-0,0111*k1+0,9844)*1,04 Equação 47

Interação brita-solo (Cb,s)

Cb,s=0,1957-Car,b

0,1975 Equação 48

Interação dos furos laterais do poço com o solo ao redor do mesmo (k3)

k3=(-0,48k1+1,4485)*0,993 Equação 49

A2 = parâmetro que relaciona a vazão de projeto, condutividade hidráulica e área do fundo do poço [adimensional];

Qp = vazão de projeto [m3/h];

Ks = condutividade hidráulica do solo [m/s];

Ab = área da superfície de brita do fundo do sistema [m2].

Fonte: Autor

Calcula-se o valor de A2 (Equação 45) para todas as vazões de ensaio e

condutividade hidráulica do solo e divide-se este valor por Av (obtido pelo valor

particular da vazão de Qp = 6,54 m3/h e Ks = 1,382 *10-5 m/s), obtendo-se a

Figura 4.6. Para relações de A2 / Av menores que um, o sistema opera abaixo da vazão

ótima e para valores maiores, acima.

Page 77: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

77

Figura 4.6: Parâmetros A2 e Av em função da relação da vazão de projeto e condutividade hidráulica do solo

Fonte: Autor

Assim, incorporando-se os coeficientes de interfaces às Equações 10 a 13

e mantendo-se a definição das camadas apresentadas anteriormente, tem-se:

1) para a camada de brita do fundo do poço de infiltração:

hbm+1

=Car,b {hbm

+ [2*k1*k2*k3*ks,1*Ab*(h1

m-hb

m) + 𝑄𝑝

∆X] *

∆t

(Ab*ηb*∆Xb)

}

Equação 50

Em que:

hbm+1 = umidade na camada de brita no fundo do poço de infiltração, no

tempo “m+1 [adimensional]”;

Car,b = coeficiente de interface da interação ar-brita [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no fundo do poço de infiltração, no

tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do poço de infiltração [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

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k3 = coeficiente de interface da interação dos furos laterais com o solo ao redor do poço [adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo sob o poço de infiltração [m/s];

Ab = área da superfície de brita do fundo do poço de infiltração [m2];

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita do

poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

Qp = vazão de projeto [m3/h];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηb = porosidade da camada de brita [adimensional];

ΔXb = espessura da camada de brita [m].

2) para a primeira camada de solo imediatamente sob a camada de brita

do fundo do poço de infiltração:

h1m+1

=Cb,s* [h1m

+ (2*hp

m-3*h1

m+h2

m

∆X) *

k1*k2*k3*ks,1*∆t

(∆X*ηs,1

)] Equação 51

Em que:

h1m+1 = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no fundo do poço de infiltração, no tempo “m+1” [adimensional];

Cb,s = coeficiente de interface da interação brita-solo [adimensional];

h1m = umidade na primeira camada de solo sob a camada de brita

no fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

hbm = umidade na camada de brita no tempo “m” [adimensional];

h2m = umidade na segunda camada de solo sob a camada de brita

no fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do poço de infiltração [adimensional];

Page 79: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

79

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

k3 = coeficiente de interface da interação dos furos laterais com o solo ao redor do poço de infiltração [adimensional];

ks,1 = condutividade hidráulica na primeira camada de solo sob o poço de infiltração [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,1 = porosidade drenável da primeira camada de solo sob a camada de brita no fundo do poço de infiltração [adimensional].

3) para a iésima camada de solo:

him+1

= [him

+ (hi+1

m-2*hi

m+hi-1

m

∆X) *

k1*k2*k3*ks,i*∆t

(∆X*ηs,i

)] Equação 52

Em que:

him+1 = umidade na camada “i” de solo sob a camada de brita no

fundo do poço de infiltração, no tempo “m+1” [adimensional];

him = umidade na camada “i” de solo sob a camada de brita no

fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

hi+1m = umidade na camada “i+1’”de solo sob a camada de brita no

fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

hi-1m = umidade na camada “i-1’”de solo sob a camada de brita no

fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do poço de infiltração [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

k3 = coeficiente de interface da interação dos furos laterais com o solo ao redor do poço de infiltração [adimensional];

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80

ks,i = condutividade hidráulica na camada “i” de solo sob o poço de infiltração [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηi = porosidade drenável da “iésima” camada de solo sob a camada de brita no fundo do poço de infiltração [adimensional].

4) para a enésima camada de solo:

hnm+1

= [hn-1m

+ (hn-1

m-hn

m

∆X) *

k1*k2*k3*ks,n*∆t

(∆X*ηs,n

)] Equação 53

Em que:

hnm+1 = umidade na “enésima” camada de solo sob a camada de brita

no fundo do poço de infiltração, no tempo “m+1” [adimensional];

hn-1m = umidade na camada anterior à “enésima” camada de solo

sob a camada de brita no fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

hnm = umidade na “enésima” camada de solo sob a camada de brita

no fundo do poço de infiltração, no tempo “m” [adimensional];

k1 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao redor do poço de infiltração [adimensional];

k2 = coeficiente de interface da condutividade hidráulica ao longo da profundidade do solo [adimensional];

k3 = coeficiente de interface da interação dos furos laterais com o solo ao redor do poço de infiltração [adimensional];

ks,n = condutividade hidráulica na “enésima” camada de solo sob o poço de infiltração [m/s];

Δt = incremento de tempo [s];

ΔX = espessura da camada de solo [m];

ηs,n = porosidade drenável da “enésima “camada de solo sob a camada de brita no fundo do poço de infiltração [adimensional].

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81

Os dados obtidos a partir do equacionamento com os coeficientes de

interfaces não foram significativamente diferentes dos observados

experimentalmente, para o nível de confiança de 5% (Tabela 4.3).

Tabela 4.3: Resultados do teste t-pareado – poço de infiltração

Parâmetro Valor

Média amostral dos resíduos - 8,45724 x10-6 [cm]

Variância amostral dos resíduos 1,11636 [cm]

Número total de dados 4.303 [adimensional]

t-pareado dos dados experimentais (T) -4,96946 x 10-4 [adimensional]

Graus de liberdade 4.302 [adimensional]

Nível de significância 5,0 [%]

Valores obtidos da tabela t-student com 4.302 graus de liberdade, considerando nível de significância = 5%

-1,96; 1,96 [adimensionais]

Intervalo de confiança – Limite inferior -3,33476 x 10-2 [adimensional]

Intervalo de confiança – Limite superior

3,33476 x 10-2 [adimensional]

Fonte: Autor

A soma dos resíduos resultou igual a 0,04 (Figura 4.7) e a variância

amostral dos resíduos foi igual a 1,12, atendendo-se ao critério apresentado no

capítulo anterior.

Page 82: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

82

Figura 4.7: Resíduos entre os valores modelados e experimentais – poço de infiltração

Fonte: Autor

A equação do tempo de enchimento do poço de infiltração (TE,M,PI), obtida

a partir dos dados experimentais, por meio do Método dos Mínimos Quadrados, com

R2 > 0,95, resulta em:

TE,E,PI=eQpf Equação 54

Em que:

TE,E,PI = tempo de enchimento total do poço de infiltração [s];

e, f = coeficientes de ajuste da curva Vazão de Projeto x Tempo de Enchimento da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Por sua vez, o tempo de enchimento total, modelado, do poço de infiltração

(TE,M,PI), obtido por meio do Método dos Mínimos Quadrados, com

R2 > 0,95, a partir das características físicas do local de estudo, é dado por:

TE,M,PI=gQph Equação 55

Page 83: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

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Em que:

TE,M,PI = tempo de enchimento total, modelado, do poço de infiltração [s];

g, h = coeficientes de ajuste da curva Vazão de Projeto x Tempo de Enchimento da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

O tempo de enchimento da camada de brita do poço de infiltração (TE,B),

obtido por meio do Método dos Mínimos Quadrados (R2 > 0,95), é dado por:

TE,B=iQpj Equação 56

Em que:

TE,B = tempo de enchimento da camada de brita [s];

i, j = coeficientes de ajuste da curva Vazão de Projeto x Tempo de Enchimento da camada de brita [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

De sua vez, o tempo de enchimento da brita-extravasor (TE,B-E), também

obtida pelo Método dos Mínimos Quadrados, é dado por:

TE,B-E=kQpl Equação 57

Em que:

TE,B-E = tempo de enchimento da brita-extravasor [s];

k, l = coeficientes de ajuste da curva vazão de projeto x tempo de enchimento brita-extravasor. [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Page 84: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

84

A altura útil do poço de infiltração, também obtida pelo Método dos Mínimos

Quadrados (R2 > 0,95), é dada por:

Hh=Qp*(T

E,B-E+TE,B)

Sp

Equação 58

Em que:

Hh = altura útil do poço de infiltração [m];

Qp = vazão de projeto [m3/h];

TE,B-E = tempo de enchimento da brita-extravasor [h];

TE,B tempo de enchimento da camada de brita [h];

Sp = superfície permeável, composta pela camada de brita do fundo do poço e pelos furos laterais [m2].

Por fim, a partir da Equação 51 obteve-se, por meio do Método dos Mínimos

Quadrados (R2 > 0,95), a altura útil do poço de infiltração em função da vazão de

projeto:

Hh=mQpn Equação 59

Em que:

Hh = altura útil do poço de infiltração [m];

m, n = coeficientes de ajustes da curva vazão de projeto x altura útil [adimensionais];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

O tempo de enchimento da camada de brita, obtido por meio do Método

dos Mínimos Quadrados (R2 = 0,9346) é dado por:

TE,B=1940,4Qp-1,065

Equação 60

Em que:

TE,B = tempo de enchimento da camada de brita [s];

Page 85: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

85

Qp = vazão de projeto [m3/h].

De maneira similar, o tempo de enchimento “brita-extravasor” é dado por

(R2 = 0,9656):

TE,B-E=6.309,6Qp-1,136

Equação 61

Em que:

TE,B-E = tempo de enchimento brita-extravasor [s];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Assim, o tempo de enchimento total do poço de infiltração experimental,

resulta em (R2 = 0,9999):

Te,E,PI=8.239,7Qp-1,117

Equação 62

Em que:

Te,E,PI = tempo de enchimento total do poço de infiltração experimental [s];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Substituindo-se a vazão de projeto considerada no dimensionamento do

poço de infiltração experimental (6,54 m3/h), obteve-se Te,E,PI = 1.011,4 s

(16,9 minutos).

Assim, a equação do tempo de enchimento total modelado do poço de

infiltração resulta em (R2 = 0,9968):

Te,M,PI=8.239,7Qp-1,118

Equação 63

Em que:

Page 86: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

86

Te,M,PI = tempo de enchimento total do poço de infiltração modelado [s];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Substituindo-se a vazão de projeto considerada no dimensionamento do

poço de infiltração experimental de 6,54 m3/h, a qual foi utilizada no dimensionamento

do pavimento permeável experimental, obtém-se Te,M,PI = 1.009,5s (16,8 minutos), ou

seja, o valor obtido com o modelo proposto é menor de 5% do obtido pelos dados

experimentais, atendendo ao critério de aceitação apresentado no capítulo anterior.

Por fim, a altura útil do poço de infiltração pode ser determinada

(R2 = 0,9999) por:

Hh=1,094Qp-0,136

Equação 64

Em que:

Hh = altura útil do poço de infiltração [m];

Qp = vazão de projeto [m3/h].

Considerando-se novamente a vazão de 6,54 m3/h, tem-se que a altura útil

do poço resultaria em 0,85m. A altura útil do poço de infiltração experimental é igual a

0,87m, ou seja, a diferença entre os referidos valores é menor do que 5%, atendendo

ao critério de aceitação apresentado no capítulo anterior.

Portanto, para o pavimento permeável, pode-se adotar a equação 40 para

a determinação do tempo de enchimento da camada de brita e a equação 42 para a

espessura hidráulica da camada de brita, em locais com características físicas e

hidrológicas similares ao local de estudo, desconsiderando-se o efeito da colmatação,

sendo necessários pesquisas futuras para a determinação deste parâmetro.

Da mesma forma, em locais com características físicas e hidrológicas

similares ao local de estudo, para o poço de infiltração, pode-se adotar a equação 63

para a determinação do tempo de enchimento total do sistema e a equação 64 para a

Page 87: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

87

altura útil do sistema, também sendo necessárias pesquisas futuras para a

determinação do efeito da colmatação no sistema.

Page 88: TEMPO DE ENCHIMENTO DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E … · Palavras-chave: infiltração de água; drenagem no lote; pavimento permeável; poço de infiltração; modelagem hidráulica;

88

5 CONCLUSÕES

O método da transferência de domínios via analogia foi utilizado neste

trabalho para, a partir de um domínio com equacionamento consolidado, referente à

transferência de calor em meios sólidos, determinar o tempo de enchimento de

pavimentos permeáveis e poços de infiltração.

Os modelos unidimensionais propostos contemplam o uso de coeficientes

de interfaces para representação do comportamento tridimensional do escoamento de

água no solo.

No caso do pavimento permeável, foram propostos coeficientes de

interfaces para considerar a interação entre o ar e a brita; a variação da condutividade

hidráulica ao redor do eixo do pavimento; a variação da condutividade hidráulica ao

longo da profundidade do solo; a interação entre a brita e o solo e a variação da

condutividade hidráulica entre camadas diferentes de solo.

Por sua vez, para o poço de infiltração, foram propostos, além daqueles

previstos para o pavimento permeável; um coeficiente para representar a interação

dos furos laterais do poço com o solo ao redor do mesmo.

Os valores do tempo de enchimento para o pavimento permeável, obtidos

pelo modelo final proposto (com os coeficientes de interfaces) não foram

significativamente diferentes dos dados observados experimentalmente,

considerando o teste t-pareado para o nível de significância de 2%.

Por sua vez, os valores do tempo de enchimento e da altura da lâmina

d´água para o poço de infiltração, obtidos pelo modelo final proposto (com os

coeficientes de interfaces), não foram significativamente diferentes dos dados

observados experimentalmente, considerando o teste t-pareado para o nível de

significância de 5%.

O tempo de enchimento do pavimento permeável, de forma modelada, foi

de 795s e do poço de infiltração de 1011s, ambos com variações menores que 5% em

relação aos dados experimentais, indicando as aderências dos modelos propostos.

Esta pesquisa se constitui em um avanço no conhecimento sobre o tema,

a partir da determinação do tempo de enchimento em função das características

físicas e hidrológicas do local em que os sistemas de drenagem no lote serão

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instalados (condutividade hidráulica do solo, porosidade da brita e vazão de projeto)

e não apenas igualando esse parâmetro à duração da chuva. Os modelos propostos

permitem determinar o comportamento do fluxo de água e as interações temporais

com as camadas de solo subjacentes.

As equações propostas, tanto para o pavimento permeável como para o

poço de infiltração podem ser utilizadas em outros locais, desde que com

características físicas e hidrológicas similares.

Neste trabalho foram considerados apenas dois tipos de sistemas de

infiltração para a drenagem no lote, contudo, vislumbra-se um grande potencial do uso

do método da transferência de domínios via analogia na determinação do tempo de

enchimento para dimensionamento de outros sistemas de infiltração de água no lote.

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APÊNDICE A

Os dados utilizados para a modelagem foram obtidos em uma tese de

doutorado que se encontra em desenvolvimento, de autoria do MSc. Ricardo Prado

Abreu Reis.

O pavimento permeável experimental foi executado com um sistema

modular disponível no mercado nacional, composto por placas com grelhas alveolares

preenchidas com pedriscos de granito (Figura A1) sendo a dimensão total do

pavimento de 5,0 x 2,5m, com 1% de declividade. Uma canaleta com grelha

posicionada na parte mais baixa captava a água de escoamento superficial e

encaminhava para um reservatório enterrado com sensor de nível de água.

Abaixo das grelhas alveolares existia uma camada de brita de espessura

de 0,35 m, envolva por material geotêxtil. A geratriz inferior do tubo extravasor estava

posicionada 0,26m acima da face inferior da camada de brita.

Por usa vez, o poço de infiltração experimental (Figura A1) é composto de

uma escavação cilíndrica de 1,50 m de profundidade e 1,10 m de diâmetro interno,

sendo 0,87 m de altura útil, contados desde a face superior da camada de brita nº2

(0,50m de espessura) até a geratriz inferior do tubo extravasor.

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Figura A1: Pavimento permeável e poço de infiltração experimentais

PAVIMENTO PERMEÁVEL

Corte esquemático

Fonte: autor

Fonte: Reis (2014)

POÇO DE INFILTRAÇÃO

Corte esquemático

Fonte: Elaborado a partir de Reis e Ilha (2013)

Fonte: Reis (2014)

Ambos os sistemas de infiltração foram projetados para receber a vazão de

chuva captada por uma cobertura de fibrocimento de 10m x 5 m, com inclinação de

10%. O experimento também possuía bombas centrífugas com vazão regulável e

medidores classe “D” para a medição da vazão de água em tempo real. Isso

possibilitou a simulação de diferentes vazões de chuva, as quais eram direcionadas

para um condutor de água pluvial em PVC, DN 100 interligado ao interior de cada

sistema de infiltração.

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110

Conforme Reis, Ilha (2014), o pré-dimensionamento dos sistemas de

infiltração experimentais foi feito considerando-se a equação racional (Equação A1)

para uma chuva de projeto com período de retorno de 5 anos, com duração de 10 min,

precipitada sobre a cobertura existente no aparato experimental. A chuva de projeto

foi definida de acordo com a Equação A2, proposta por Zuffo e Leme (2005), para a

cidade de Campinas, válida para períodos de retorno entre 2,33 e 100 anos e duração

da chuva entre 10 min e 120 min. (REIS; ILHA, 2014).

Q =c ∗ i ∗ A

60 Equação A1

Em que:

Q = vazão de projeto em (L/min);

c = coeficiente de escoamento superficial (adimensional)

i = intensidade de chuva (mm/h); e

A = área de contribuição (m2).

i=2.357,8Tr

0,188

(t+20)0,197

Equação A2

Em que:

i = intensidade de chuva (mm/h);

Tr = período de retorno (anos); e

t = duração da chuva (min)

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Os ensaios contemplaram diferentes vazões de chuvas, variando de 2,76

a 10,50 m3/h, durante um período suficiente para encher por completo o sistema de

infiltração e o reservatório de captação de água extravasada.

Conforme Reis e Ilha (2014), p. 82:

“Antes de cada ensaio os sistemas de infiltração foram enchidos e

esvaziados por três vezes consecutivas, a fim de elevar o grau de

umidade e de saturação do solo na região de contorno, de modo a

simular a pior condição de funcionamento deles. Esse procedimento

foi adotado porque se consegue atingir a capacidade de campo

apenas alguns minutos após o total enchimento do sistema de

infiltração. Entretanto, os quatro enchimentos e esvaziamentos

consecutivos em intervalos de 6h:12h:6h, considerando vazões de

chuva de elevada intensidade, geram uma condição que dificilmente

ocorrerá em um cenário real. Com isso, cria-se uma condição pior de

funcionamento do que apenas um ou dois enchimentos.“

Assim, os dados empregados na presente tese foram coletados a partir do

4o procedimento de enchimento dos sistemas de infiltração em estudo.