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Universidade Estadual do Oeste do Paran´ a Parque Tecnol´ ogico Itaipu Centro de Engenharias e Ciˆ encias Exatas Curso de Extens˜ao TEORIA E PR ´ ATICA DO FILTRO DE KALMAN Prof. Carlos Henrique Farias dos Santos [email protected] TEORIA E PR ´ ATICA DO FILTRO DE KALMAN Aula 01 1

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Universidade Estadual do Oeste do Parana

Parque Tecnologico Itaipu

Centro de Engenharias e Ciencias Exatas

Curso de Extensao

TEORIA E PRATICA DO FILTRO DEKALMAN

Prof. Carlos Henrique Farias dos Santos

[email protected]

TEORIA E PRATICA DO FILTRO DE KALMAN Aula 01 1

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Estrutura da aula

1. Introducao

2. Teoria de Sistemas Lineares

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Justificativa do curso

Desde que R. E. Kalman publicou sua ideia, no inıcio dos anos 1960, o

Filtro de Kalman (FK) esta entre as mais importantes contribuicoes para

a ciencia dos sistemas de controle no seculo XX e tem sido objeto de

extensivas pesquisas.

O impacto deste trabalho e comparado aos trabalhos de Nyquist, Bode e

Wierner, nos anos de 1920, 1930 e 1940, respectivamente. Ele vem sendo

aplicado em varios problemas praticos em diferentes campos,

particularmente na area de navegacao autonoma.

O que e o Filtro de Kalman ?

Teoricamente:

O filtro de Kalman e um estimador denomidado problema linear

quadratico, o qual consiste no problema de estimar o estado instantaneo

de um sistema dinamico linear perturbado por ruıdo branco, atraves do

uso de medicoes linearmente relacionadas com este estado, porem

corrompidas pelo ruıdo branco.

Definicoes:

Estimacao e o processo de inferir o valor de uma quantidade de interesse

a partir de observacoes indiretas, imprecisas e incertas. O proposito da

observacao pode ser: (a) determinacao da orbita de planetas (Laplace,

Gauss, Legendre); (b) determinacao de posicao e velocidade de uma

aeronave em um sistema de controle de trafico aereo; (c) determinacao de

parametros de um modelo de sistema como forma de predizer o estado

fısico do mesmo, etc...

Filtragem e a estimacao do estado corrente de um sistema dinamico a

razao do termo consiste no processo de obter a melhor estimacao a partir

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de dados ruidosos. O termo filtragem e assim usado no sentido de

eliminar um sinal indesejado, o ruıdo branco, neste caso.

Podemos admitir que o sinal dos sensores do sistema dinamico tenham

um perfil de um sinal randomico com um valor medio zero e uma

densidade espectral constante chamada de ruıdo branco estacionario. Um

vetor de ruıdo branco, possui cada elemento como um ruıdo branco, e

pode ser considerado como o vetor de estados de um sistema estocastico,

chamado de processo de ruıdo branco.

Um sistema estocastico e um sistema governado por leis fısicas que ainda

que suas condicoes iniciais sejam conhecidas precisamente, e impossıvel

determinar os estados do sistema em um tempo futuro (probabilidade).

Praticamente:

Uma das primeiras aplicacoes do filtro de Kalman foi o controle de

sistemas dinamicos complexos tais como: processos de manufatura,

aeronautica e astronautica, navios, etc...

Para controlar um sistema dinamico, precisa-se primeiro saber o que ele

esta fazendo. Para estas aplicacoes, nem sempre e possıvel ou desejavel

medir toda variavel que se deseja controlar, e o filtro de Kalman permite

uma maneira de inferir a informacao faltante atraves de medicoes

indiretas e ruıdos.

Sob o ponto de vista pratico, algumas perspectivas do filtro de Kalman

podem ser consideradas neste curso:

• Trata-se apenas de uma ferramenta: Ele nao resolve nenhum

problema por si mesmo, por outro lado, ele pode tornar sua solucao

mais facil. Nao se trata de uma ferramenta fısica, de um ente ou

ferramenta matematica para tornar o trabalho mental mais eficiente.

• E um programa computacional: Ele foi chamado de idealmente

preparado para um computador digital, em parte porque utiliza uma

representacao finita de um problema de estimacao por um numero

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fixo de variaveis. Entretanto, admite-se que essas variaveis sejam

numeros reais, com precisao infinita.

• Trata-se de uma caracterizacao estatıstica de um problema de

estimacao: Ele mais que um estimador, porque ele propaga o estado

corrente de conhecimento de um sistema dinamico, incluindo a

influencia estatıstica de perturbacoes randomicas e os efeitos de todas

medicoes passadas.

Objetivo

Habilitar o aluno nos fundamentos do trabalho de Kalman como forma de

estimular o interesse pela contribuicao cientıfica e a exploracao de

aplicacoes recentes do tema, tais como: sistemas de navegacao autonoma,

e deteccao, analise e diagnostico de faltas em sistemas mecanicos e

eletricos, fusao de sensores, etc...

Conteudo Programatico

ETAPA I: Fundamentos Teoricos (7 aulas)

A - Introducao;

B - Teoria de Sistemas Lineares;

C - Teoria da Probabilidade;

D - Estimacao dos Mınimos Quadrados.

ETAPA II: Analise e Projeto do Filtro de Kalman (14 aulas)

A - O Filtro de Kalman;

B - A Funcao de Observador de Estados do Filtro de Kalman;

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C - O Ganho do Filtro de Kalman e Equacoes de Variancia;

D - Filtro de Kalman em Regime Estacionario;

E - Filtros de Ordem Reduzida e Ruıdos Correlacionados;

F - Controle Estocastico: O Teorema da Separacao;

G - O Filtro de Kalman Extendido;

H - A Informacao do Filtro.

ETAPA III: Aplicacoes do Filtro de Kalman (5 aulas)

A - Sistemas de Navegacao;

C - Fusao de Sensores;

D - Sistemas de Deteccao de Faltas.

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Teoria de Sistemas Lineares

Esta secao faz uma revisao de alguns conceitos essenciais da teoria de

sistemas lineares. Conceitos como manipulacao matricial sao necessarios

para a implementacao do filtro de Kalman.

• Algebra Matricial;

• Sistemas Lineares;

• Sistemas Nao-lineares;

• Discretizacao;

• Simulacao;

• Estabilidade;

• Controlabilidade e Observabilidade

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Algebra Matricial

Um vetor consiste de escalares que sao arranjados em linhas ou colunas.

Por exemplo, o vetor

[1 3 π

]Este vetor e chamado de vetor 1× 3 porque possui uma linha e tres

colunas (vetor linha). Enquanto o vetor

−2

π2

j

0

Este vetor e chamado de vetor 4× 1 porque possui quatro linhas e uma

coluna (vetor coluna). Uma matriz consiste de escalares que sao

arranjados em um retangulo. Por exemplo, a matriz

−2 3

0 π2

j 0

e uma matriz 3× 2 porque possui 3 linhas e 2 colunas.

O rank de uma matriz e definido como o numero de linhas ou colunas

linearmente independentes. O rank de uma matriz A e frequentemente

indicado com a notacao ρ(A). O rank de uma matriz e sempre menor ou

igual ao numero de linhas, e tambem menor ou igual ao numero de

colunas. Por exemplo, a matriz

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1 2

2 4

tem um rank igual a um porque tem apenas uma linha linearmente

independente, pois as duas linhas sao multiplas uma da outra. Alem

disso, existe apenas uma coluna linearmente independente, as duas

colunas sao multiplas uma da outra.

Por outro lado, a matriz

1 3

2 4

tem um rank igual a dois porque possui duas linhas linearmente

independentes. Ou seja, nao existem escalares nao nulos c1 e c2 capazes

de fazer

c1

[1 3

]+ c2

[2 4

]=

[0 0

]assim, as duas linhas sao linearmente independentes. Alem disso, a

matriz tem duas colunas linearmente independentes. Ou seja, nao

existem escalares nao nulos c1 e c2 capazes de fazer

c1

1

2

+ c2

3

4

=

0

0

portanto, as duas colunas sao linearmente independentes. Uma matriz

n×m cujo rank seja igual a min(n,m) denomina-se de rank completo. A

nulidade de uma matriz A n×m e calculada por [m−ρ(A)]. A transposta

de uma matriz (ou vetor) pode ser obtida atraves da mudanca de linhas

por colunas e vice-versa. A transposta de uma matriz e indicada por um

superescrito T , como em AT . Por exemplo, se A for uma matriz r × n,

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A11 · · · A1n

......

Ar1 · · · Arn

entao AT e uma matriz n× r

A11 · · · Ar1

......

A1n · · · Arn

Algebra Matricial:

A soma (A+B) e a diferenca (A−B) sao definidas apenas se as

dimensoes de A e B sejam compatıveis. Suponha que A seja uma matriz

n× r e B seja uma matriz r × p. Entao o produto de A e B e escrito

como C = AB. Cada elemento na matriz produto C e computado como,

Cij =r∑

k=1

AijBkj i = 1, . . . , n j = 1, . . . , p (1)

A matriz produto AB e definida apenas se o numero de colunas em A for

igual ao de linhas em B. Vale destacar que a multiplicacao de matrizes

nao e comutativa. Em geral, AB = BA.

O determinante de uma matriz e definido de forma indutiva para

matrizes quadradas. Considere uma matriz A n× n. O determinante de

A e definido como

|A| =n∑

j=1

(−1)i+jAij|A(i,j)| (2)

onde A(i,j) denota matriz formada pelo cancelamento da i-esima linha e

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j-esima coluna de A, para qualquer valor de i ∈ [1, n]. Esta abordagem

recebe a denominacao de Expansao de Laplace de A ao longo de sua

i-esima linha. O determinante de A pode tambem se definido como,

|A| =n∑

i=1

(−1)i+jAij|A(i,j)| (3)

para qualquer valor de j ∈ [1, n]. Esta abordagem recebe a denominacao

de Expansao de Laplace de A ao longo de sua j-esima linha.

Algumas propriedades dos determinantes sao,

|AB| = |A||B| (4)

admitindo que A e B sejam quadradas e tenham a mesma dimensao.

Alem disso,

|A| =n∏

i=1

λi (5)

onde λi sao os autovalores de A.

A inversa de uma matriz A e definida como a matriz A−1 tal que

AA−1 = A−1A = I, onde I e a matriz identidade. Uma matriz nao pode

ter inversa a menos que seja quadrada. Algumas matrizes quadradas nao

possuem inversa. Uma matriz que nao possui uma inversa e chamada de

singular. Uma matriz que tem inversa e chamada de nao-singular, por

exemplo,

1 0

2 3

1 0

−2/3 1/3

=

1 0

0 1

A nao-singularidade de uma matriz A n× n pode ser estabelecida de

varias formas, algumas delas sao destacadas a seguir:

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• A e nao-singular;

• A−1 existe;

• O rank de A e igual a n.

• As linhas de A sao linearmente independentes;

• As colunas de A sao linearmente independentes;

• |A| = 0;

• Ax = b tem uma solucao unica x para todo b;

• 0 nao e um autovalor de A.

O traco de uma matriz quadrada e definido como a soma dos seus

elementos diagonais:

Tr(A) =∑i

Aii (6)

Algumas propriedades do traco de uma matriz quadrada sao:

Tr(A) =∑i

λi (7)

Tr(AB) = Tr(BA) (8)

Em palavras, o traco de uma matriz quadrada e igual a soma dos seus

autovalores. Alem disso, o traco de um produto matricial e independente

da ordem na qual as matrizes sao multiplicadas.

A norma dois de um vetor coluna de numeros reais, tambem denominado

de norma Euclidiana, e definida como segue:

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∥x∥2 =√xTx (9)

=√

x21 + . . .+ x2

n (10)

Uma matriz A n× n tem n autovalores e n autovetores. O escalar λ e um

autovalor de A, e o vetor x n× 1 e um autovetor de A, se a seguinte

equacao for assegurada:

Ax = λx (11)

Uma matriz simetrica n× n A pode ser caracterizada como:

• Positiva definida se xTAx > 0 para todo vetor x (n× 1) nao-nulo.

Isto e equivalente a dizer que todos os autovalores de A sao numeros

reais positivos.

• Positiva semidefinida se xTAx ≥ 0 para todo vetor x (n× 1) . Isto e

equivalente a dizer que todos os autovalores de A sao numeros reais

nao-negativos.

• Negativa definida se xTAx < 0 para todo vetor x (n× 1) nao-nulo.

Isto e equivalente a dizer que todos os autovalores de A sao numeros

reais negativos.

• Negativa semidefinida se xTAx ≤ 0 para todo vetor x (n× 1) . Isto e

equivalente a dizer que todos os autovalores de A sao numeros reais

negativos.

• Indefinida se nao encaixa em nenhuma das categorias anteriores.

Lema da Inversao Matricial:

Suponha que tenhamos uma matriz particionada

A B

C D

onde A e D

sao matrizes quadradas inversıveis, e B e C sao matrizes que podem ser

ou nao quadradas. Definimos as matrizes E e F como segue:

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E = D − CA−1B

C = A−BD−1C

Admita que E seja inversıvel. Assim, podemos mostrar que

A B

C D

A−1 + A−1BE−1CA−1 −A−1BE−1

−E−1CA−1 E−1

=

I +BE−1CA−1 −BE−1CA−1 −BE−1 +BE−1

CA−1 + CA−1BE−1CA−1 −DE−1CA−1 −CA−1BE−1 +DE−1

=

I 0

CA−1 − (D − CA−1B)E−1CA−1 (D − CA−1B)E−1

=

I 0

0 I

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Agora assuma que F seja inversıvel. Assim, podemos mostrar que

A B

C D

F−1 −A−1BE−1

−D−1CF−1 E−1

=

AF−1 −BD−1CF−1 −BE−1 +BE−1

CF−1 − CF−1 −CA−1BE−1 +DE−1

=

(A−BD−1C)F−1 0

0 (D − CA−1B)E−1

=

I 0

0 I

Portanto, as equacoes de E e F sao duas expressoes para a inversa de A B

C D

. Desde que sao inversas da mesma matriz, elas devem ser

iguais. Concluımos que a particao superior esquerda das matrizes sao

iguais, o que fornece,

F−1 = A−1 + A−1BE−1CA−1 (12)

Agora podemos usar as definicoes de E e F para obter

(A−BD−1C)−1 = A−1 + A−1B(D − CA−1B)−1CA−1 (13)

Esta equacao e chamada de lema de inversao de matriz, tambem referida

com outros termos como formula de Sherman-Morrison, Identidade de

Woodbury e formula da matriz modificada. O lema da inversao da matriz

e frequentemente estabelecido um pouco diferente mas de forma

equivalente. Por exemplo,

(A+BD−1C)−1 = A−1 − A−1B(D − CA−1B)−1CA−1 (14)

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O lema da inversao de matriz pode algumas vezes ser usado para reduzir

o esforco computacional da inversao matricial. Suponha que A seja n× n,

B seja n× p, C seja p× n, D seja p× p, e p < n. Suponha que saibamos

A−1, e queiramos adicionar alguma quantidade a A e entao computar a

nova inversa. A computacao direta da nova inversa seria uma inversao

n× n. Mas se a nova matriz a ser invertida puder ser escrita no formato

da parte esquerda da equacao anterior, entao podemos usar o lado direito

da ultima equacao para computar a nova inversa, e o mesmo requer uma

inversao p× p no lugar de uma inversao n× n.

EXEMPLO:

Em sua firma de investimento, voce percebe que em Janeiro o ındice de

estoque de cambio de Nova Iorque diminuiu 2%, o ındice de estoque de

cambio Americano aumentou 1%, e a Nasdaq aumentou 2%. Como

resultado, investidores aumentaram seus depositos por 1%. No mes

seguinte, os ındices mudaram por −4%, 3% e 2%, respectivamente, e os

depositos dos investidores aumentaram 2%. No mes seguinte, os ındices

mudaram por −5%, 1% e 5% respectivamente, e o deposito dos

investidores aumentaram em 2%. Voce suspeita que as mudancas de

investimento y possam ser modeladas como y = g1x1 + g2x2 + g3x3, onde

as variaveis xi sao as variaveis de mudanca de estoque, e gi sao constantes

desconhecidas. Para determinar as constantes gi voce precisa inverter a

matriz

A =

−2 1 2

−4 3 2

−5 1 5

(15)

O resultado e

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A−1 =1

6

13 −3 −4

10 0 −4

11 −3 −2

g = A−1

1

2

2

=1

6

−1

2

1

Isso permite que voce use as variacoes dos ındices para prever as

mudancas de investimento no mes seguinte, o que lhe permite programar

melhor o pessoal e os recursos do computador. No entanto, logo depois de

descobrir que a mudanca NASDAQ no terceiro mes foi realmente 6% em

vez de 5%. Isso significa que, a fim de encontrar as constantes gi voce

precisa para inverter a matriz

A′ =

−2 1 2

−4 3 2

−5 1 6

(16)

Voce esta cansado de inverter matrizes e gostaria de usar a inversa de A

para calcular a inversa de A′. Lembrando-se do lema de inversao da

matriz, voce percebe que A′ = A+BD−1C, onde

B =[0 0 1

]TTEORIA E PRATICA DO FILTRO DE KALMAN Aula 01 17

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C =[0 0 1

]D = 1

Voce usa o lema da inversao de matrizes para computar

(A′)−1 = (A+BD−1C)−1

= A−1 − A−1B(D − CA−1B)−1CA−1

O termo (D − CA−1B)−1 que precisa ser invertido e um escalar, assim a

inversao fica simples.

A′−1 =

4.00 1.00 −1.00

3.50 −0.50 −1.00

2.75 −0.75 −0.50

g = A′−1

1

2

2

0

0.5

0.25

Neste exemplo o uso do lema de inversao de matrizes nao e tao

necessario, visto que se trata de uma matriz 3× 3. Entretanto, com

matrizes maiores, tais como 1000× 1000, o uso do lema de inversao de

matrizes e significativo.

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Sistemas Lineares

Um sistema linear determinıstico em tempo contınuo pode ser descrito

pelas equacoes:

x = Ax+Bu (17)

y = Cx

onde x e o vetor de estados, u e o vetor de controle, e y e o vetor de

saıda. A matriz A e frequentemente chamada de matriz do sistema, B e

matriz de entradas, e C e a matriz de saıda. Se as matrizes A, B e C sao

constantes entao a solucao de 17 e dada por,

x(t) = eA(t−t0)x(t0) +

∫ t

t0

eA(t−τ)Bu(τ)dτ

y(t) = Cx(t)

onde t0 e o tempo inicial do sistema e considerado 0. No caso de entrada

nula, tem-se

x(t) = eA(t−t0)x(t0) (18)

Por esta razao, eAt e chamada de matriz de transicao de estados do

sistema. E a matriz que descreve como os estados mudam a partir da

condicao inicial sem a presenca de entradas externas. Podemos evoluir a

equacao anterior em t = t0 para ser que

eA0 = I (19)

Entretanto, como poderemos calcular a exponencial da equacao 17?

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Existem varias formas diferentes de computar esta quantidade. Tres das

mais utilizadas sao descritas a seguir:

eAt =∞∑j=0

(At)j

j

= L−1[(sI − A)−1]

= QeAtQ−1

A primeira expressao nao e muito frequente para propositos

computacionais, pois trata-se de uma soma infinita. A segunda expressao

usa a transformada inversa de Laplace para computar eAt. Na terceira

equacao, Q e uma matriz cujas colunas comportam os autovalores de A, e

A e a forma de Jordan de A. A matriz A e frequentemente diagonal,

A =

A11 0 · · · 0

0 A22 · · · 0...

. . . . . ....

0 · · · · · · Ann

eAt =

eA11 0 · · · 0

0 eA22 · · · 0...

. . . . . ....

0 · · · · · · eAnn

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Sistemas Nao-lineares

A forma geral de um sistema nao-linear em tempo contınuo pode ser

escrito como

x = f(x, u, w) (20)

y = h(x, v)

onde f(·) e h(·) sao funcoes de valores arbitrarios. Utilizamos w para

indicar o ruıdo do processo e v indica o ruıdo da medicao. Se f(·) e h(·)sao funcoes do tempo t, entao o sistema e variante no tempo. De outro

modo o sistema e invariante no tempo. Se f(x, u, w) = Ax+Bu+ w e

h(x, v) = Hx+ v, entao o sistema e linear. De outro modo o sistema e

nao-linear. No sentido de aplicar ferramentas da teoria de sistemas

lineares para sistemas nao-lineares, precisamos linearizar o sistema

nao-linear. Em outras palavras, precisamos encontrar um sistema linear

que seja aproximadamente igual ao sistema nao-linear. Para tanto,

comecamos com um vetor de funcoes nao-lineares f(·) de um escalar x.

Nos expandimos f(x) em uma serie de Taylor em torno de algum ponto

de operacao (tambem chamado de ponto de linearizacao), x = x,

definindo x = x− x:

f(x) = f(x) +∂f

∂x

∣∣∣xx+

1

2!

∂2f

∂x2

∣∣∣xx2 +

1

3!

∂3f

∂x3

∣∣∣xx3 + · · · (21)

Agora suponha que x seja um vetor 2× 1. Isto implica que f(x) seja uma

funcao nao-linear de duas variaveis independentes x1 e x2. A expansao da

serie de Taylor de f(x) torna-se

f(x) = f(x) +∂f

∂x1

∣∣∣xx1 +

∂f

∂x2

∣∣∣xx2+ (22)

TEORIA E PRATICA DO FILTRO DE KALMAN Aula 01 21

Page 22: TEORIA E PRATICA DO FILTRO DE KALMAN - foz.unioeste.brchsantos/Extensao/FK/AULA01.pdf · vetor de ru do branco, possui cada elemento como um ru do branco, e pode ser considerado como

22.

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OBRIGADO

TEORIA E PRATICA DO FILTRO DE KALMAN Aula 01 22