Teorias Do Jornalismo Traquina

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  • 8/13/2019 Teorias Do Jornalismo Traquina

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    Teorias do Jornalismo Nelson Traquina

    Volume 1 Por que as notcias so como so

    Captulo 1 - O que o jornalismo?

    Jornalismo a vida, tal como contada nas notcias de nascimentos e mortes. Emtodas as suas dimenses, como uma enciclopdia.

    - vida dividida em sees, de economia educao, etc, e cobre o planeta com adiviso do mundo em local, regional, nacional e internacional. Os manuais definema notcia como tudo ue importante e!ou interessante.

    - os profissionais responderiam" #ornalismo a realidade. $cordo t%cito entre osue escol&em essa profisso de #ornalista e o leitor!ouvinte!telespectador uetorna possvel dar credibilidade ao #ornalismo" o principal produto do jornalismoa notcia no !ic"o os persona#ens e acontecimentos no so in$en"o

    dos jornalistas% (a transgresso dessa barreira um dos maiores pecados da

    profisso)

    - realidade" muitas ve'es contada como uma telenovela. $parece sempre empedaos, em acontecimentos, uma avalanc&e de acontecimentos perante a ualos #ornalistas t(m como obrigao dar resposta com notcias, o mais r%pido

    possvel, perante a tirania do !ator tempo%

    - pessoas ) dese#o de ser informadas sobre o ue as rodeia ) para ue participemde conversas sociais e de grupo ) para serem fascinadas pelas alegrias etragdias.

    - #ornalismo" o ue aconteceu!est% acontecendo no mundo*

    - acontecimentos do dia a dia est+riasao longo do tempo, criaram figurasmticas sob a forma de arutipos como o &er+i, o vilo, a vtima inocente.

    Jornalistasmodernos contadores de est+rias da sociedade contempornea.

    - um livro para sociedades em ue as liberdades b%sicas, incluindo a de imprensa,esto consagradas.

    - at ue ponto um #ornalista livre e so livres os #ornalistas*

    - #ornalismo ) autonomia relativa, atividade altamente condicionada. uitas ve'eso trabal&o #ornalstico reali'a-se em situaes difceis, marcadas por mltiplasincerte'as. /ondicionado por" presso do deadline, tirania do fator tempo, pelasempresas, pelo #ornalismo como neg+cio, pela competitividade, pela ao dediversos agentes sociais.

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    - trabal&o #ornalsticoaltamente condicionado. as, devido sua autonomiarelativa, tem poder, seus profissionais t(m poder. 0o participantes ativos nadefinio e na construo das notcias e, conseuentemente, na construo darealidade.

    - no podemos compreender porue as notcias so como so apenas por fatorese1ternos. No podemos compreender porque as notcias so como so semcompreender a cultura pro!issional da comunidade jornalstica%

    - import&ncia do conceito de 'campo jornalstico(% $ e1ist(ncia de um campoimplica a e1ist(ncia de 23 um nmero ilimitado de #ogadores, agentes sociais ueuerem mobili'ar o #ornalismo como recurso para suas estratgias decomunicao4 53 um enjeu ou pr(mio ue os #ogadores disputam, as notcias4 63um grupo especiali'ado, profissionais do campo, com monop+lio decon&ecimentos ou saberes especiali'ados.

    - o campo um espao social estruturado, um campo de foras. 7 um campomagntico com dois polos ) o positivo o polo ideol+gico!intelectual 8#ornalismocomo servio pblico, guardio dos cidados contra o abuso de poder34 polonegativo o econ9mico, #ornalismo como neg+cio, sensacionalismo.

    - o #ornalismo tem sido um neg+cio e as notcias uma mercadoria ue temalimentado o desenvolvimento de compan&ias altamente lucrativas.

    - notcias como constru"o social resultado de inmeras interaes entrediversos agentes sociais ue pretendem mobili'ar as notcias como um recurso

    social em prol das suas estratgias de comunicao, e os profissionais do campo,ue reivindicam o monop+lio de um saber, precisamente o ue notcia.

    - intera"o dos jornalistas)com as fontes4 entre os membros da comunidade#ornalstica4 com a sociedade.

    - JO:;$$0 ) membros de uma comunidade ue partil&a uma identidadeprofissional, valores e culturas comuns.

    - ;O>?/=$0 ) estrutura profunda de valores ue os #ornalistas partil&am, comomembros da sociedade, com a sociedade. fronteiras entre o normal e anormal,legtimo e ilegtimo, etc.

    - segundo @ierre Aourdieu, os #ornalistas partil&am estruturas invisveis,B+culosCatravs dos uais veem certas coisas e no veem outras. O jornalismoaca*a por ser uma parte seleti$a da realidade%

    - os mem*ros da comunidade pro!issional partil+am no s, uma maneira de

    $er mas tam*m uma maneira de a#ir e uma maneira de !alar o 'jornals(%

    - jornalismo) uma profisso de enorme responsabilidade social, e1igente, difcil e

    at perigosa, em ue os #ornalistas enfrentam decises difceis sob intensaspresses.

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    - rotinasas organi'aes #ornalsticas necessitam impor ordem no espao e notempo porue os acontecimentos notici%veis podem muito bem emergir a ualuer&ora e em ualuer lugar.

    Captulo . / trajet,ria +ist,ria do jornalismo na democracia

    >r(s vertentes fundamentais do desenvolvimento do #ornalismo"

    23 sua e0panso, ue comeou no sculo D=D com a e1panso da imprensa, ee1plodiu no sculo DD com a e1panso de novos meios de comunicao, comor%dio e >, e o #ornalismo online4

    53 sua comercialia"o, ue teve verdadeiramente incio no sculo D=D com aemerg(ncia de uma nova mercadoria, a informao, a notcia4

    63 concomitantemente, o polo econ9mico do campo #ornalstico est% em face daemerg(ncia do polo intelectual com a profissionali'ao e a definio das notciasem funo de valores e normas ue apontam para o papel social da informaonuma democracia.

    / e0panso da imprensa

    - #ornalismo ue con&ecemos &o#e tem ra'es no sc D=D. Fesenvolvimento da

    imprensa, mass media. E1panso dos #ornais. Gan&a um ob#etivo" fornecerinformao e no propaganda. ;ascem valores como a ob#etividade, serviopblico, etc.

    - crescentes tiragens ) comerciali'ao durante o sculo D=D. $ntes, no sculoD===, os #ornais eram sobretudo armas na luta poltica.

    - sc. D=D - 7poca de ouro da imprensa. evoluo do sistema econ9mico, avanostecnol+gicos.

    - ainda durante o sculo D=D" Penny press.Jornais como neg+cio ue pode render

    lucros. Ob#etivo de aumento das tiragens. 0urgimento de uma imprensa maissensacionalista nos fins do sculo )jornalismo amarelo nos 23/%

    - sc. D=D ) novo paradigma" informao, no propaganda. ;ovo grupo social, os#ornalistas.

    - dois processos !undamentais para a e$olu"o da ati$idade jornalstica" suacomerciali'ao e a profissionali'ao dos trabal&adores.

    - desen$ol$imento da imprensa) industriali'ao da sociedade e de uma novaforma de financiamento, a publicidade 8independ(ncia dos subsdios polticos3, ue

    permitiu a despoliti'ao da imprensa. Jornalismo com padres de performance e

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    integridade moral. Jornalismo como informao e no propaganda, separaoclara dos dois.

    - tecnologias permitiram conseguir um produto de massas ) especialmente odomnio da tcnica tipo#r4!ica% 5utem*er# 6sc 7V89 :oeni# 61;1< prelos

    com cilindros89 =aroni 6rotati$as 1;>18% oto#ra$ura em 1;@1 e +elio#ra$uraem 1AB@%

    - tel#ra!o 61;

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    - nova ideologia pregava ue o #ornalismo deve servir os leitores e no os polticos4fatos, e no opines.

    -penny press8desenvolveu-se entre 26K!LK3 ) perante o preo comum de seiscentavos, o preo da nova imprensa foi redu'ido a um centavo. /om ob#etivo de

    aumentar a circulao. ;ovo conceito de audi(ncia, mais generali'ada, pblicopoliticamente menos &omog(neo. @rivilegia informao e no propaganda. Mmnovo conceito de notcia. =udan"a de um jornalismo de opinio para um dein!orma"o% aior diversidade de assuntos e economia de espao do #ornal. ;ofim do sculo, surge o sensacionalismo.

    - defensores desse novo #ornalismo" ag(ncias de notcias. @ositivismo" ocomentrio livre, mas os fatos so sagrados. surge a figura do rep,rter%

    - obsesso pelos fatos acompan&ou uma crescente obsesso com o tempo e umamaior orientao por parte da imprensa para os acontecimentos. O impactotecnol+gico aperta cada ve' mais a presso do deadline, permitindo a reali'aode um valor central da cultura #ornalstica" o imediatismo% O cFmulo doimediatismo) 'a transmisso direta do acontecimento(- breaNing nes,boletins.

    - advento do telgrafo no sc. D=D ) Bo presente instantneoC. ais pessoasempregadas para produ'ir informao4 alteraes fundamentais na escrita dasnotcias. ais orientadas para o acontecimento, mais r%pidas.

    3ma no$a empresa jornalstica

    - se#unda metade do sc% 7E7 - com a e0panso da imprensa empresas cadave' maiores, mais comple1as, burocr%ticas, com diviso do trabal&o. emerg(nciade numerosas posies #ornalsticas. as o profissionalismo ainda era peueno.Fepartamento comercial e editorial.

    - a diviso do trabal&o alimentou a emergente profisso de #ornalista.