TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE (808 nm) EM … · alegria, para que o meu coração cante...

122
SILVILENA BONATTI TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE (808 nm) EM BAIXA E ALTA DOSAGEM NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDA INCISIONAL EM PELE DE RATOS Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Ciências SÃO PAULO 2013

Transcript of TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE (808 nm) EM … · alegria, para que o meu coração cante...

SILVILENA BONATTI

TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE (808 nm)

EM BAIXA E ALTA DOSAGEM NA CICATRIZAÇÃO

DE FERIDA INCISIONAL EM PELE DE RATOS

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São

Paulo para obtenção do Título de Mestre em Ciências

SÃO PAULO

2013

SILVILENA BONATTI

TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE (808nm)

EM BAIXA E ALTA DOSAGEM NA CICATRIZAÇÃO

DE FERIDA INCISIONAL EM PELE DE RATOS

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São

Paulo, para obtenção do Título de Mestre em Ciências

ORIENTADOR: Prof. BERNARDO HOCHMAN

CO-ORIENTADORES: Prof. RICHARD LIÉBANO

Prof. Dr. NIVALDO PARIZOTTO

SÃO PAULO

2013

Bonatti, Silvilena.

Terapia a LASER de baixa intensidade (808 nm) em baixa e alta dosagem na

cicatrização de ferida incisional em pele de ratos./ Silvilena Bonatti. -- São Paulo,

2013.

XXI, 102f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-

Graduação em Cirurgia Translacional.

Título em inglês: Low-level laser therapy (808 nm) in incisional wound healing in

rat skin.

1.Cicatrização. 2. Terapia a Laser. 3. Lasers. 4. Pele. 5. Ratos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA

TRANSLACIONAL

COORDENADOR: Prof. Dr. MIGUEL SABINO NETO

IV

DEDICATÓRIA

A Deus, que em seu infinito amor, me

sustentou e guiou cada passo meu para

realização deste trabalho! Que colocou

as pessoas certas no momento certo para

colaborarem e me apoiarem durante essa

jornada!

“Mudaste o meu pranto em dança, a

minha veste de lamento em veste de

alegria, para que o meu coração cante

louvores a ti e não se cale. Senhor, meu

Deus, eu te darei graças para sempre.”

(Salmos 30:11-12)

V

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Guerino Bonatti e

Nilce Fantim Bonatti, presentes de Deus

em meu caminho, que me deram a vida e

me ensinaram a vivê-la com dignidade,

não bastaria um obrigada. A eles, que

iluminaram os caminhos obscuros com

afeto e dedicação para que eu os

trilhasse sem medo e cheia de

esperanças, não bastaria um muito

obrigada. A eles, que se doaram por

completo e renunciaram aos seus sonhos,

para que, muitas vezes, pudessem

realizar os meus. Pela longa espera e

compreensão durante meus períodos de

ausência, não bastaria um muitíssimo

obrigada. A eles, pais por natureza, por

opção e amor, não bastaria dizer que

não tenho palavras para lhes agradecer.

Mas é o que me ocorre agora, quando

procuro arduamente uma forma verbal

para expressar uma emoção ímpar. Uma

emoção que jamais seria traduzida em

palavras!

VI

DEDICATÓRIA

À querida e amada Sônia Flora Bonatti

muito mais que cunhada, minha “irmã

mais velha” que sempre me apoiou e

torceu por mim, mesmo de longe,

expressando todo seu carinho.

Ao meu irmão Adilson Ap. Bonatti,

exemplo de profissionalismo e

competência.

Ao meu sobrinho Jonhatah R. Bonatti

pelo carinho e alegria que sempre me

proporcionou!

VII

DEDICATÓRIA

À minha querida e amada amiga

Tatiana Varandas, que sempre esteve

ao meu lado me dando incentivo e me

distraindo nas horas de diversão; por

enxergar em mim uma pessoa muito

melhor do que sou!

À minha querida e amada amiga Ivone

Orrutia, sempre presente, mesmo que a

distância, expressando todo seu

carinho, solidariedade e otimismo!

À minha querida e amada amiga Cibele

Moraes, sempre sorrindo e me

contagiando com sua amizade, carinho,

alegria e compreensão.

À querida Geni Sousa, minha amiga e

coach, que me acompanhou em todas as

etapas deste trabalho, contribuindo

para o meu desenvolvimento

profissional e pessoal;

incentivandomeus objetivos e

acreditando em mim!

VIII

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. BERNARDO HOCHMAN, Professor Afiliado da

Disciplina de Cirurgia Plástica, Orientador do Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Translacional da Unifesp e orientador deste trabalho, por

transmitir seu conhecimento com tamanha motivação e desprendimento,

encantando cada aluno que passa por seu caminho. Pelas oportunidades que

proporcionou, por me ensinar o que é a pesquisa e que ser um pesquisador

vai muito além da importante busca de conhecimento, realização de

experimentos e conquista de títulos! Pela convivência durante todos esses

anos demonstrando sua preocupação com os pacientes do Ambulatório de

Cicatrizes Patológicas, pelos quais luta arduamente em busca da cura das

cicatrizes fibroproliferativas. Manifesto aqui toda minha gratidão,

admiração e carinho pelo exímio professor, pesquisador, médico e pela

pessoa especial que se expressa!

Ao Prof. Dr. RICHARD LIEBANO, Professor do Programa de

Mestrado em Fisioterapia da Universidade de São Paulo (Unicid),

Professor Coorientador do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia

Translacional da Unifesp e coorientador deste estudo, pela disponibilidade

todas as vezes que precisei, pela paciência, compreensão e por compartilhar

o seu conhecimento, que levarei sempre comigo com muito orgulho de ter

IX

sido sua aluna!

Ao Prof. Dr. NIVALDO PARIZOTTO, Professor Titular do

Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos

(UFSCar) e coorientador deste estudo, por estar sempre presente mesmo

não estando em São Paulo ou no Brasil, por aceitar fazer parte deste projeto

e transmitir o seu conhecimento e experiência de forma tão sábia e

humilde! Expresso aqui toda minha gratidão e admiração pelo professor,

pesquisador e pessoa íntegra que é!

À Prof.ª Dr.ª FABIANNE FURTADO, Professora do Curso de

Fisioterapia da Universidade Federal de Barbacena, Professora

Coorientadora do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional

da Unifesp e amiga, que participou deste estudo desde o início e colaborou

na orientação, sempre solícita, sincera, aberta e ótima conselheira.

Agradeço por fazer parte deste estudo e pelas importantes contribuições.

Ao Prof. Dr. CARLOS EDUARDO PINFILDI, Professor Adjunto

do Curso de Fisioterapia da Unifesp Campus Baixada Santista e Professor

Coorientador do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional da

Unifesp, pela oportunidade de conviver em outros trabalhos dos grupos de

pesquisa dele e do Prof. Bernardo Hochman, pelos ensinamentos na área de

fototerapia, pelas contribuições e críticas ao presente estudo, e ainda, pelo

exemplo que é à classe dos fisioterapeutas como excelente pesquisador e

X

professor.

À MICHELE AKEMI NISHIOKA, Mestre pelo Programa de Pós-

Graduação em Cirurgia Translacional da Unifesp, aluna do curso de

Pesquisa em Cirurgia da Unifesp e amiga que admiro muito, que me

acompanhou por horas no laboratório participando dos experimentos,

dando conselhos, revisando a tese, treinando comigo cada apresentação.

Agradeço toda amizade, paciência e solidariedade.

Ao Prof. Dr. MAURO CANZIAN, Médico Assistente do Instituto

do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP) e Patologista, por toda

colaboração, empenho e aprendizado concedido na análise das lâminas.

Sou muito grata pela disponibilidade e paciência durante a fase de análise e

interpretação de resultados deste estudo.

Às secretárias da Disciplina de Cirurgia Translacional da Unifesp,

SANDRA DA SILVA, MARTA REJANE DOS REIS SILVA e

SILVANA APARECIDA COSTA DE ASSIS, pela imensa dedicação,

carinho e respeito e por toda a ajuda durante minha estada no

Aperfeiçoamento e Mestrado em Cirurgia Translacional da Unifesp.

À ARAINY SUÉLY ANTUNES e à PAOLA MONTEIRO, alunas

de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional e

amigas, pela ajuda nos experimentos, pelo apoio na elaboração da tese,

XI

pelo carinho e pelos momentos de alegria!

À VIVIANE NASCIMENTO, minha amiga-irmã e companheira do

dia a dia, que acompanhou cada passo da realização deste projeto, inclusive

no laboratório durante a fase de coleta de dados - sempre disposta a me

ouvir, discutir meu trabalho e assistir às inúmeras apresentações!

À ERIKA RAMPAZO e à ROBERTA FOLHA, alunas de

mestrado do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional e

amigas, pela ajuda e companheirismo durante a fase de análise de

birrefringência de fibras colágenas.

À GRAZIELA CHACON BORBA, Mestre pelo Programa de Pós-

Graduação em Cirurgia Translacional da Unifesp e amiga, pela ajuda na

análise de imuno-histoquímica, pela prestatividade, amizade e palavras de

incentivo.

À ANGELA FERREIRA, Mestre pelo Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Translacional da Unifesp e amiga muito querida, pelas dicas

com relação à estrutura da dissertação, por assistir várias apresentações e

por todo apoio, amizade e carinho durante todas as etapas!

Ao MÁRCIO CHAVES, Biólogo e Técnico do Laboratório de

Genética do InCor, pelas horas pacientemente dispendidas em padronizar

as reações de imuno-histoquímica e fazê-las de modo tão competente.

Ao MARCO AURÉLIO NEVES, Mestre pelo Programa de Pós-

XII

Graduação em Cirurgia Translacional da Unifesp, pela ajuda nas etapas

iniciais do projeto e no aprendizado dos procedimentos com os animais

utilizados neste estudo.

A todos os AMIGOS e AMIGAS do Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Translacional da Unifesp, pela colaboração e críticas sobre o

conteúdo e formatação da tese.

A todos os PROFESSORES ORIENTADORES e

COLABORADORES do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia

Translacional da Unifesp, pelas críticas sempre construtivas que ajudaram

na melhora e finalização deste estudo, tendo sido fundamentais para

realização desta etapa.

XIII

Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários.

Clive Staples Lewis (1898 – 1963)

XIV

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................. IV

AGRADECIMENTOS ................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS...................................................................... XV

LISTA DE TABELAS .................................................................... XVII

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.............................. XVIII

RESUMO.......................................................................................... XXI

1.INTRODUÇÃO............................................................................. 2

2.OBJETIVO ................................................................................... 5

3.LITERATURA.............................................................................. 7

4.MÉTODOS.................................................................................... 21

5.RESULTADOS............................................................................. 37

6.DISCUSSÃO................................................................................. 46

7.CONCLUSÃO............................................................................... 63

8.REFERÊNCIAS............................................................................ 65

NORMAS ADOTADAS.................................................................. 74

ABSTRACT...................................................................................... 75

APÊNDICES.................................................................................... 76

ANEXOS........................................................................................... 100

FONTES CONSULTADAS ........................................................... 102

XV

Lista de Figuras

Figura 1 – Esquema da distribuição dos grupos e subgrupos

simulados e experimentais. GS: Grupo Simulado; GB: Grupo

Experimental Baixa Energia (1,5 J); GA: Grupo Experimental Alta

Energia (60 J)

23

Figura 2 – Epilação 24

Figura 2A – Demarcação com gabarito de acetato da área a ser

epilada

24

Figura 2B – Região dorsal do animal após epilação digital 24

Figura 3 – Incisão cirúrgica e sutura 25

Figura 3A – Demarcação no dorso do animal com gabarito de

acetato e caneta dermográfica da incisão com 3 cm e dos pontos de

sutura equidistantes 1 cm entre si e a partir das extremidades

25

Figura 3B – Pele incisada 25

Figura 3C – Pontos de sutura equidistantes 1 cm 25

Figura 4 – Preparo para irradiação 26

Figura 4A – Gabarito de acetato com 3 pontos equidistantes 1 cm

para aplicação de laser

26

Figura 4B – Gabarito posicionado no dorso do animal 26

Figura 5 – Aplicação de LLLT mediante uso de gabarito de acetato

e com auxílio de suporte para apoio da caneta de laser

27

XVI

Figura 6 – Parâmetros utilizados em cada grupo para irradiação por

ponto. E: energia total; DE: densidade de energia; t: tempo; GC:

grupo controle; GB: grupo experimental baixa dose; GA: grupo

experimental alta dose

28

Figura 7 – Preparo para coleta de tecido 30

Figura 7A – Gabarito de acetato para demarcação da área de tecido

a ser coletada para análise

30

Figura 7B – Gabarito de acetato posicionado para delimitar a área

de coleta de tecido cicatricial e pele adjacente

30

Figura 8 – Amostra coletada 31

Figura 8A – Amostra fixa com alfinete colorido e mantida em

formol tamponado 10 % logo após retirada 31

Figura 8B – Cassete histológico identificado com número do

animal e dia de coleta para alojar a amostra coletada

31

Figura 8C – Frasco contendo formol tamponado a 10 % para

armazenamento das amostras

31

XVII

Lista de Tabelas

Tabela 1. Análise de fibroblastos pela coloração de hematoxilina-

eosina de cada grupo segundo dias de coleta ...................... 38

Tabela 2. Análise de vasos pela coloração de hematoxilina-eosina de

cada grupo segundo dias de coleta....................................... 38

Tabela 3. Análise de tecido de granulação pela coloração de

hematoxilina-eosina de cada grupo segundo dias de

coleta.................................................................................... 38

Tabela 4. Comparação das variáveis analisadas através da coloração

de hematoxilina-eosina entre os dias de coleta.................... 39

Tabela 5. Análise de infiltrado inflamatório pela coloração de

hematoxilina-eosina de cada grupo segundo dias de

coleta.................................................................................... 40

Tabela 6. Descrição dos percentuais de área de colágeno tipo I e tipo

III no 7º dia........................................................................... 40

Tabela 7. Descrição dos percentuais de área de colágeno tipo I e tipo

III no 14º dia........................................................................ 41

Tabela 8. Comparações das médias de colágeno tipo I e tipo II

segundo grupos e dias de coleta........................................... 41

Tabela 9. Comparações dos percentuais de área de colágeno tipo I

entre os grupos ou dias de coleta......................................... 42

Tabela 10. Comparações dos percentuais de área de colágeno tipo III

entre os grupos ou dias de coleta......................................... 43

Tabela 11. Descrição das médias de retardo óptico segundo grupos

com amostras coletadas no 7º dia......................................... 43

Tabela 12. Descrição das médias de retardo óptico segundo grupos

com amostras coletadas no 14º dia....................................... 44

Tabela 13. Resultado das comparações entre os grupos para as

médias de retardo óptico 45

XVIII

Lista de Abreviaturas e Símbolos

A1GaInP Alumínio gálio índio fósforo

Anova Análise de variância

AsGaAl Arseneto de gálio e alumínio

bFGF basic Fibroblast Growth Factor - Fator básico de Crescimento

de Fibroblastos

°C Graus Celsius

Cedeme Centro de Desenvolvimento de Modelos Experimentais

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

cm Centímetro

cm2

Centímetro quadrado

COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

λ Comprimento de onda

DAB Diaminobenzina

DE Densidade de energia

DP Densidade de potência

DMEM Dulbecco's Modified Eagle Medium - Meio de Eagle

modificado por Dulbecco

E Energia total

EPM Escola Paulista de Medicina

et al. E colaboradores

FMUSP Faculdade de Medicina da USP

GaAlAs Gálio alumínio arsenieto

G Grama

º Graus

GA Grupo alta dose

XIX

GB Grupo baixa dose

GS Grupo simulado

GA7 Subgrupo alta dose 7 dias

GA14 Subgrupo alta dose 14 dias

GB7 Subgrupo baixa dose 7 dias

GB14 Subgrupo baixa dose 14 dias

HE Hematoxilina-Eosina

HeNe Hélio-Neônio

J/cm² Joules por centímetro quadrado

J Joules

Kg Quilograma

Incor Instituto do Coração, FMUSP

LLLT Low Level Laser Therapy – Terapia a Laser de Baixa

Intensidade

Lamav Laboratório de Materiais Vítreos, UFSCar

Laser Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation -

Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação

LED Light Emitting Diode - Diodo Emissor de Luz

MEC Matriz extracelular

m2

Metro quadrado

µm Micrômetro

mg Miligrama

mg/kg Miligrama por quilograma de massa corporal

mL Mililitro

mm Milímetro

mW Miliwatt

MII Morte induzida indolor

XX

N Número da amostra total

n Número da amostra por grupo

nm Nanômetro

% Porcentagem

P Potência útil

PBS Phosphate Buffered Saline – Salina Tamponada com Fosfato

PO Pós-operatório

R Rato

RO Retardo óptico

s Segundo

SFB Soro Fetal Bovino

UFSCar Universidade Federal de São Carlos

Unifesp Universidade Federal de São Paulo

USP Universidade de São Paulo

WALT World Association of Laser Therapy

W Watt

XXI

RESUMO

Introdução: O laser de baixa intensidade (LLLT) é um recurso utilizado

para modulação do processo de cicatrização, sobretudo nos comprimentos

de onda vermelho e infravermelho. Estudos in vitro com altas doses de

energia promovem aumento da apoptose em fibroblastos, redução da

proliferação e metabolismo celular. Há escassez de estudos in vivo com

altas dosagens de energia no processo cicatricial. Objetivo: Investigar a

ação da terapia a laser de baixa intensidade (808 nm) em alta e baixa

dosagem na cicatrização de ferida incisional em pele de ratos. Métodos:

Foram utilizados 60 ratos Wistar-EPM machos de 8 semanas, distribuídos

em 3 grupos (GS: simulado; GB: 1,5 J; GA: 60 J) e subdivididos em 2

subgrupos em função do dia de coleta das amostras (7 dias: GS7, GB7,

GA7: 14 dias: GS14, GB14, GA14). Foi realizada incisão no dorso dos

ratos, que foi irradiada com laser infravermelho (808 nm) por 5 dias

consecutivos. As amostras de tecido cicatricial foram submetidas a preparo

histológico para coloração de hematoxilina e eosina, imunohistoquímica de

colágeno I e III e birrefringência de fibras colágenas. Resultados: O

retardo óptico (RO) foi maior nos grupos GB e GA independentemente do

dia de coleta em relação ao grupo GS (p < 0,001). A quantidade de

fibroblastos (p < 0,001), vasos (p < 0,021) e tecido de granulação

(p < 0,010) foi reduzida nos grupos com amostra coletada no 14º dia em

relação aos grupos com amostra coletada no 7º dia. A quantidade de

colágeno tipo I reduziu em todos os grupos independente do dia de coleta

(p <0,001). A quantidade de colágeno tipo III reduziu no 14º dia no GA (p

< 0,05). Conclusão: A LLLT nas doses de 1,5 e 60 J reduziu fibroblastos,

vasos e tecido de granulação no 14º dia.; aumentou o RO da cicatriz e pele

adjacente; reduziu quantidade de colágeno tipo I. O colágeno tipo III

reduziu no 14º dia com a dose de 60 J.

INTRODUÇÃO

2 Introdução

1. INTRODUÇÃO

O processo de cicatrização envolve fenômenos bioquímicos e

fisiológicos que interagem entre si para que ocorra a reparação tecidual

(MANDELBAUM, SANTIS, MANDELBAUM, 2003; EMING, KRIEG,

DAVIDSON, 2007; GURTNER et al., 2008; FERREIRA et al., 2009).

Qualquer desequilíbrio nessa cascata de eventos pode acarretar tanto um

retardo da cicatrização levando, por exemplo, à formação de úlceras

(KAVROS, MILLER, HANNA, 2007; BRANDI et al., 2010) quanto sua

exacerbação, resultando em cicatrizes fibroproliferativas (HOCHMAN et

al., 2005; ROBLES & BERG, 2007; KÖSE & WASEEN, 2008;

FERREIRA et al., 2010).

Existem diversos recursos biofísicos utilizados para modular o

processo de cicatrização de forma dose-dependente. Na literatura, são bem

descritos os efeitos estimulatórios da eletroterapia, ultrassom (ENNIS et

al., 2006) e terapia a laser de baixa intensidade (LLLT, Low Level Laser

Therapy) (CORAZZA et al., 2007; REZENDE et al., 2007; BRANDI et al.,

2010). Por outro lado, há escassez de estudos em relação aos efeitos

inibitórios, o que seria de grande valia no tratamento das cicatrizes

fibroproliferativas (HOCHMAN et al., 2013). Nesse sentido, BORBA et al.

(2009) estudaram a ação da eletroterapia em cicatrização de feridas

incisionais em ratos. Estudos in vitro com fototerapia de baixa intensidade

relatam a inibição do metabolismo celular e apoptose (SHU et al., 2002;

WEBB & DYSON, 2003; HOURELD & ABRAHAMSE, 2008; LEV-

TOV et al., 2013-a; LEV-TOV et al., 2013-b).

A LLLT é uma modalidade da fototerapia que vem sendo objeto de

estudo no processo de reparo tecidual devido ao seu caráter biomodulador,

com atuação central no metabolismo mitocondrial (KARU et al., 2005). Os

3 Introdução

comprimentos de onda entre 660 nm e 950 nm são frequentemente

utilizados em pesquisas que visam avaliar os efeitos estimulatórios sobre a

cicatrização cutânea (BONATTI et al., 2011), sobretudo no que se refere à

síntese de colágeno (REZENDE et al., 2007; SILVA et al., 2007),

proliferação de fibroblastos (WEBB & DYSON, 2003; VINCK et al.,

2003; MOORE et al., 2005; LEV-TOV et al., 2013a) e angiogênese

(SCHINDL, et al., 2003; KANDOLF-SEKULOVIC, KATARANOVSKI,

PAVLOVIC, 2003; PINFILDI et al., 2005; CORAZZA et al., 2007).

Nesse sentido, a LLLT dentro do espectro vermelho (630 a 690 nm)

tem sido a mais estudada, seguida pelo infravermelho (780 a 980 nm).

Estudos in vitro e in vivo demonstraram que o espectro vermelho em doses

de energia entre 0,3 e 1,5 J, promove aumento na proliferação de

fibroblastos, angiogênese e síntese de colágeno (BEDNARSKA et al.,

1998; WEBB et al.,1998; MOORE et al., 2005; HAWKINS &

ABRHAMSE, 2006; CORAZZA et al., 2007; CHEN et al., 2009). Em

contrapartida, outros estudos in vitro demonstram a redução da proliferação

de fibroblastos com comprimento de onda vermelho quando utilizadas altas

doses de energia (SHU et al, 2002; LEV-TOV et al, 2013b).

Embora os efeitos do espectro infravermelho na diminuição da

resposta celular estejam bem elucidados com relação à proliferação de

fibroblastos, angiogênese e síntese de matriz extracelular quando utilizadas

doses de energia mais altas (entre 18 e 145 J), esses relatos provêm apenas

de estudos in vitro (WEBB et al., 2003; MOORE et al., 2005; HAWKINS

& ABRHAMSE, 2006; LEV-TOV et al., 2013).

Assim, verifica-se que a LLLT exerce um efeito dose-dependente

sobre o metabolismo celular, sendo que doses de energia mais baixas geram

um aumento da resposta, ao passo que doses mais elevadas promovem

redução ou inibição. Os estudos que relataram esses efeitos inibitórios

4 Introdução

relacionam sua aplicabilidade clínica, como no tratamento de cicatrizes

fibroproliferativas (WEBB et al., 2003; MOORE et al., 2005; LEV-TOV et

al., 2013). Contudo, não foram encontrados estudos especificamente

direcionados à verificação do efeito inibitório da LLLT com altas doses de

energia comparadas a doses menores, na cicatrização in vivo.

Também são pouco estudados o alinhamento e a disposição espacial

de fibras colágenas em feridas incisionais na pele, o que seria de grande

relevância clínica, pois quanto mais alinhadas essas fibras, melhor a

qualidade e o aspecto da cicatriz (BERRY et al., 1998; SILVA et al., 2006).

A maioria dos estudos avalia os colágenos tipo I e tipo III e o seu

alinhamento em estruturas como ligamentos e tendões (PUGLIESE et al.,

2003; WOOD et al., 2010). Entretanto SILVA et al. (2006), estudando pele

de ratos queimados, analisaram por birrefringência o alinhamento das

fibras de colágeno após irradiação com laser de He-Ne e constatou que

houve maior valor de retardo óptico, portanto um melhor alinhamento das

fibras de colágeno.

Não há estudos in vivo especificamente direcionados à comparação

do efeito do laser infravermelho em baixas ou altas doses de energia no

alinhamento ou na quantidade das fibras de colágeno da pele, no processo

de cicatrização, embora a disposição e a quantidade dessas fibras denote a

qualidade e o aspecto da cicatriz.

OBJETIVO

6

Objetivo

2. OBJETIVO

Investigar a ação da terapia a Laser de baixa intensidade (808nm) em

baixa e alta dosagem na cicatrização de ferida incisional em pele de

ratos.

LITERATURA

8

Literatura

3. LITERATURA

3.1 Laser Vermelho

3.1.1 Estudos in vitro

WEBB, DYSON, LEWIS (1998) investigaram o efeito da terapia a

laser de baixa intensidade (LLLT, Low Level laser Therapy) de 660 nm em

fibroblastos de cicatrizes hipertróficas e de pele. As amostras foram obtidas a

partir de biópsias de cicatrizes hipertróficas e pele adjacente de mulheres

chinesas de 20 anos de idade submetidas a cirurgias de correção de cicatriz

nas regiões de ombro e pescoço. As células foram cultivadas em meio DMEM

(Dulbecco's Modified Eagle Medium - Meio de Eagle modificado por

Dulbecco) e lavadas em solução salina (PBS - Phosphate Buffered Saline),

sendo armazenadas em frascos de cultura e permanecendo em estufa a 37 ºC e

5 % de CO2. Após confluência de 80 %, os fibroblastos foram caracterizados

por imuno-histoquímica para excluir outros tipos celulares e assegurar a

homogeneidade das amostras. Em seguida, as células derivadas de cicatrizes

hipertróficas e de pele foram distribuídas em grupos (de acordo com as doses

de energia): sham, 2,4 J/cm2 e 4 J/cm

2; e subgrupos (de acordo com os dias de

contagem): 1, 2, 3, 4 e 5. Os parâmetros utilizados para irradiação foram

potência (P) de 17 mW; área de secção transversa do feixe de 0,217 cm2;

densidade de potência (DP) de 0,078 W/cm2 e densidades de energia (DE) de

2,4 J/cm2 e 4 J/cm

2, correspondendo a tempos de 31 s e 54 s e energia (E) de

0,53 J e 0,92 J respectivamente. Os procedimentos foram realizados em fluxo

laminar, onde as células foram mantidas em poços e suspensas em 100 µl de

meio de cultura. Durante a irradiação, a ponteira do equipamento permaneceu

perpendicular ao poço e a 0,6 cm de distância deste. Após a irradiação, os

poços foram preenchidos com meio de cultura e levados para a estufa. A

contagem celular foi realizada 24 h após a irradiação e sucessivamente (48, 72

e 96 h) nos outros grupos. Para essa etapa, os fibroblastos foram corados com

9

Literatura

azul de metileno e a contagem celular realizada em espectrofotômetro de

650 nm. Nos dias 1 a 4, na dose de 0,53 J, o número de células de cicatriz

hipertrófica foi muito maior que nos respectivos controles, com diferenças

entre 8,2 e 12 % (p < 0,01). A contagem de fibroblastos de pele com essa

mesma dose foi muito maior nos dias 1 a 3 (diferenças entre 7,7 e 12,8 %),

em relação aos respectivos controles (p < 0,01). Com relação à energia de

0,92 J, houve uma diferença entre 8,9 e 20,8 % entre as células de cicatriz

hipertrófica irradiadas e não irradiadas, nos dias 1 a 4. A quantidade de

células de pele também aumentou nas contagens realizadas nos dias 1 a 3,

com diferenças de 7,1 a 10,2 %. Os autores concluíram que o LLLT de

660 nm teve um efeito estimulatório em fibroblastos de pele e de cicatriz

hipertrófica com ambas as doses, sendo inapropriado para o tratamento de

cicatrizes hipertróficas.

SHU et al. (2002) verificaram o efeito inibitório do laser de He-Ne

(Hélio-Neônio) de 632,8 nm em cultura de fibroblastos de cicatrizes

hipertróficas. As células foram obtidas de 5 pacientes (3 homens e 2

mulheres) com idade entre 14 e 38 anos, portadores de cicatrizes hipertróficas

com tempo de 8 a 24 meses. A cultura dos fibroblastos foi realizada em placas

de cultura, com DMEM suplementado com 10 % de soro fetal bovino (SFB).

Após 5 dias houve confluência das células (85 %), que foram então divididas

em dois grupos: controle (sem irradiação) e experimental (recebeu irradiação

com laser He-Ne, com potência de 50 mW, área de secção transversa do feixe

de 0,32 cm2, densidade de potência (DP) de 50 mW/cm

2 e tempos de 60 s,

600 s, 1800 s e 3600 s, com energia total de 3 J, 30 J, 90 J e 180 J

respectivamente; esse grupo foi subdivido de acordo com as doses de energia

referidas. A contagem foi realizada nos dias 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 9 após a

irradiação. A contagem das células foi efetuada em triplicata (considerando-se

10

Literatura

a média), utilizando-se corante trypan blue, nos mesmos dias adotados na

primeira etapa. Também foi realizada citometria de fluxo para complementar

a contagem. Os autores constataram que aplicações repetidas (3 a 5 vezes)

com a DE de 180 J/cm2 resultaram em diminuição do número total de

fibroblastos, em comparação aos respectivos controles.

3.1.2 Estudos in vivo

GAL et al. (2006), em estudo autocontrolado e randomizado,

avaliaram a influência do laser diodo de 670 nm na cicatrização de feridas

incisionais cutâneas, abrangendo epiderme, derme e músculo estriado, em

ratos. Foram utilizados 49 ratos machos Sprague-Dawley com 450 a 550 g e

idade entre 6 e 8 meses. Os animais foram distribuídos em 7 grupos com 7

ratos cada, em função do período de coleta das amostras para análise

histológica: 24 h, 48 h, 72 h, 96 h, 120h, 144 h e 168 h. Para realização das

feridas, os animais foram anestesiados com quetamina (40 mg/kg), xilazina

(15 mg/kg) e tramadol (5 mg/kg). Em seguida, foram realizadas duas incisões

paralelas de 3 cm de comprimento no dorso dos ratos, em sentido longitudinal

e craniocaudal, com distância de 4 cm entre elas. As feridas foram suturadas

com fio chiraflon 3-0. A incisão do lado esquerdo foi eleita como

experimental e a do lado direito, como controle. Para irradiação foi utilizado

equipamento de diodo laser de 670 nm, com densidade de potência de

25 mW/cm2, potência de 10 mW, área de secção transversa de feixe de

0,4 cm2

, densidade de energia de 30 J/ cm2 e tempo de 480 s, com energia de

4,8 J por ponto. Durante o procedimento, o lado direito foi protegido para

refletir a luz do laser, enquanto a área de aplicação foi dividida em 3 partes e

irradiada pontualmente. Decorridos os intervalos de tempos adotados, foram

11

Literatura

realizadas as coletas de amostras (2 de cada animal, 14 de cada grupo). As

amostras foram devidamente fixadas em parafina e coradas para análise

histológica com hematoxilina-eosina (coloração básica), van Gieson (fibras

colágenas), ácido periódico Schiff + ácido periódico Schiff diástase (matriz

extracelular), fosfotúngstico-hematoxilina de Mallory (fibrina) e azur e eosina

(eritrócitos, visualização de vasos). Os resultados da comparação de feridas

irradiadas com as não irradiadas (controle) demonstraram que a aplicação do

laser reduziu o período da fase inflamatória assim como acelerou a fase

proliferativa e de maturação; além disso, a epitelização e a reparação da

musculatura estriada foram estimuladas. Como conclusão, a LLLT de 670 nm

influenciou positivamente todas as fases da cicatrização.

YASUKAWA et al. (2007) investigaram o efeito do laser He-Ne em

cicatrização de incisão cirúrgica em pele de ratos. Foram utilizados 55

animais (Sprague Dawley) machos, com idade de 8 semanas e massa corporal

entre 238 e 330 g. Os ratos foram anestesiados e foram realizadas 3 incisões

de 1 cm no dorso, abrangendo pele e panículo carnoso até a fáscia muscular,

em região torácica a partir do nível do ângulo inferior das escápulas em

sentido caudal. As suturas foram realizadas com fio de mononaylon 4-0,

sendo 3 por incisão e 1 a cada 5 mm. Para irradiação, foi utilizado um

equipamento de laser He-Ne com 8,5 mW e 17 mW de potência, tempo de

15 s por ferida, densidade de potência de 139 mW/cm2, densidade de energia

de 4,21 J/cm2 e energia de 0,25 J. Os animais foram distribuídos em 11

grupos (5 em cada): controle, 5 grupos receberam irradiação com 8,5 mW e 5

grupos com 17 mW. Os grupos experimentais foram subdivididos de acordo

com os dias de irradiação: um subgrupo recebeu irradiação no 1º, 3º e 5º dias

após o ato cirúrgico; os demais subgrupos foram irradiados apenas no 1º ou

no 3º ou no 5º dia após o ato cirúrgico. Os autores observaram que, dos

12

Literatura

grupos irradiados com 8,5 mW, apenas o que recebeu energia no 5º dia após o

ato cirúrgico apresentou alteração em relação ao seu controle, consistindo de

discreta redução do infiltrado inflamatório e um leve aumento na síntese de

fibras colágenas (p < 0,05). Todos os grupos irradiados com 17 mW

apresentaram diferenças em relação ao controle, porém nenhuma diferença

entre os subgrupos. Foi encontrada importante redução do infiltrado

inflamatório e aumento de síntese de fibras colágenas. Em conclusão, os

autores afirmaram que a LLLT com He-Ne pode promover a cicatrização de

feridas cirúrgicas, sendo a melhor potência a de 17 mW, com DE de 4,1

J/cm2.

3.2 Laser infravermelho

3.2.1 Estudos in vitro

WEBB & DYSON (2003) investigaram o efeito da LLLT de 880 nm

em fibroblastos de cicatrizes hipertróficas e de pele. As amostras foram

obtidas a partir de biópsias de cicatrizes hipertróficas e pele adjacente de

mulheres chinesas de 20 anos de idade submetidas a cirurgias de correção de

cicatriz nas regiões de ombro e pescoço. As células foram cultivadas em meio

de cultura DMEM e lavadas em solução salina (PBS), sendo armazenadas em

frascos de cultura e permanecendo em estufa a 37 ºC e 5 % de CO2. Após

confluência (80 %), os fibroblastos foram caracterizados por imuno-

histoquímica para excluir outros tipos celulares e assegurar a homogeneidade

das amostras. Em seguida, as células derivadas de cicatrizes hipertróficas e de

pele foram divididas em grupos (de acordo com as doses de energia): sham,

2,4 J/cm2 e 4 J/cm

2; e subgrupos (de acordo com os dias de contagem): 1, 2, 3,

4 e 5. Os parâmetros utilizados para irradiação foram: potência (P) de 16 mW;

área de secção transversa do feixe de 0,296 cm2; densidade de potência (DP)

13

Literatura

de 0,054 W/cm2 e densidades de energia (DE) de 2,4 J/cm

2 e 4 J/cm

2,

correspondendo a tempos de 44,5 s e 74 s e energias de 0,53 e 0,92 J,

respectivamente. Os procedimentos foram realizados em fluxo laminar e

durante a irradiação, a ponteira do equipamento permaneceu perpendicular ao

poço e a 0,4 cm de distância deste. Após a irradiação, os poços foram

preenchidos com meio de cultura e levados para estufa. Para a contagem

celular, os fibroblastos foram corados com azul de metileno e o procedimento,

realizado em espectrofotômetro de 650 nm. O número de fibroblastos de

cicatrizes hipertróficas que receberam energia de 5,3 J foi significativamente

menor (p < 0,05) no quinto dia, em relação ao controle, com diferença de

8,8 %. O número de fibroblastos de pele irradiados com ambas as doses foi

menor no quarto e quinto dias, com diferenças de 4,6 e 5,9 %,

respectivamente (p < 0,05). Com relação à energia de 0,92 J, houve redução

dos fibroblastos de cicatriz hipertrófica, porém não significante; as células de

pele irradiadas apresentaram redução no quinto dia, com diferença de 5,3 %

(p < 0,05). Os autores concluíram, em função das células de pele também

terem sido inibidas, que o comprimento de onda estudado não deve ser usado

para cicatrização de úlceras, mas que poderia vir a ser uma alternativa no

tratamento de cicatrizes hipertróficas com bases em mais estudos futuros.

HOURELD & ABRAHAMSE (2008) investigaram in vitro o efeito

do laser infravermelho de 830 nm em cultura de fibroblastos de feridas de

pacientes diabéticos. Como controle, foram utilizadas células não diabéticas

de pele e células de feridas diabéticas não irradiadas. Os procedimentos foram

realizados em fluxo laminar. Para irradiação foi utilizado laser diodo de

830 nm, com potência de 55 mW, com densidade de potência de 6 mW/cm2,

área de secção transversa de 9,1 cm2, densidades de energia de 5 J/cm

2 e

16 J/cm2, tempos de 825 s (E = 45,3 J) e 2640 s (E = 145,2 J)

14

Literatura

respectivamente. As células foram irradiadas duas vezes com intervalo de

72 h entre as aplicações. Após a segunda irradiação as células foram

armazenadas a 37 ºC. Para avaliação da viabilidade celular, foi utilizada a

técnica do trypan blue e caspases 3 e 7 (para verificar apoptose) por

luminescência (proporcional à atividade da caspase) em luminômetro. A

proliferação celular foi determinada em função da concentração de Fator

básico de Crescimento de Fibroblastos (bFGF - basic Fibroblast Growth

Factor) secretado no meio após as irradiações. As células foram dispostas em

microplacas às quais foram adicionados 200 µl de anticorpo anti-FGF. Após

2 h a solução foi removida superficialmente e as células foram lavadas com

PBS. Decorridos 30 min, foram adicionados 100 µl de ácido sulfúrico

(1 mol/mL) e feita a leitura em espectrofotômetro. Cada experimento foi

repetido 4 vezes, considerando-se a média. Os autores concluíram que a

resposta celular à LLLT é dose-dependente. Foi constatada proliferação dos

fibroblastos irradiados com a DE de 5 J/cm2, em relação ao seu controle; os

fibroblastos que receberam DE de 16 J/cm2 tiveram uma redução em sua

contagem, quando comparados ao controle.

LEV-TOV et al. (2013) investigaram o efeito do LED infravermelho

em fibroblastos de pele humana. As células foram cultivadas em meio DMEM

modificado, a 37 ºC, sendo que cada placa de cultura continha 2 x 104 células.

Os fibroblastos foram irradiados com LED infravermelho (830 nm) 24 h após

a confluência, a partir dos seguintes parâmetros: DP de 360 W/m2; DE: 80,

160 e 320 J/cm2. O grupo controle recebeu irradiação de fonte de luz não

incandescente. A contagem celular foi realizada em triplicata, 48 h após a

irradiação, pelo teste de azul de trypan (Trypan blue). Verificou-se inibição da

proliferação dos fibroblastos em relação ao controle para todas as densidades

de energia. O efeito foi dose-dependente: quanto maior a densidade de

15

Literatura

energia, maior a inibição da proliferação celular. Os autores ressaltaram o uso

da LLLT no comprimento de onda infravermelho como uma possível

alternativa para tratamento de cicatrizes fibroproliferativas.

3.2.2 Estudos in vivo

REZENDE et al. (2007) avaliaram a cicatrização por segunda

intenção em pele de ratos sob irradiação com laser de 830 nm. A amostra

consistiu de 48 ratos adultos machos (Ratus novergicus, albinus, Wistar), com

massa corporal entre 200 e 230 g. Após anestesia com cloroidrato 10 %

(4 mL/kg) e tricotomia na região mediana dorsal dos animais, foi utilizado

punch de 8 mm de diâmetro para obtenção das feridas. Foram formados 3

grupos com 16 animais em cada, da seguinte forma: Grupo 1 (G1): Grupo

Controle, sem irradiação das feridas. Grupo 2 (G2): os animais receberam

irradiação de laser em dose única, com DE de 1,3 J/cm2, durante 25 s, com

energia total de 1,5 J. Grupo 3 (G3): os animais receberam irradiação de laser

em dose única, com DE de 3 J/cm2, durante 56 s, e energia total de 3,36 J. O

equipamento de laser utilizado apresentava 60 mW de potência e área de

secção transversa do feixe de 0,07 cm2. A coleta das amostras foi realizada 3,

7 e 14 dias após a realização das feridas. As biópsias incluíram a pele

adjacente à ferida e o tecido lesado em toda sua profundidade. Elas foram

armazenadas em formol 10 % por 24 h e, em seguida, fixadas em parafina. As

lâminas foram confeccionadas utilizando cortes de 6 µm de espessura do

tecido e coradas pelas técnicas de hematoxilina-eosina e tricômio de Masson.

A análise histológica foi realizada de modo semiquantitativo, considerando os

parâmetros morfológicos: epitélio, infiltrado polimorfonuclear, presença de

fibroblastos e neovascularização. O arranjo e a densidade do colágeno

também foram avaliados. Os resultados mostraram que no 3º dia não houve

diferença histológica significante na epiderme, entre o grupo controle e os

16

Literatura

irradiados; entretanto foram encontradas diferenças na derme, sendo que os

grupos G2 e G3 apresentaram maior quantidade de capilares, fibroblastos e

colágeno. Sete dias após a realização das feridas, o grupo G1, ao contrário de

G2 e G3, não apresentava epitelização completa, o processo inflamatório

persistia e o tecido conectivo apresentava-se desorganizado. Foram

observados macrófagos no G3, que estavam ausentes no G2. Além disso, a

matriz extracelular do grupo que recebeu maior dose estava menos organizada

em relação ao outro. No 14º dia, todos os grupos apresentaram epitelização

completa. G1 apresentou macrófagos, fibroblastos e neovascularização. G2 e

G3 apresentaram maior quantidade de fibroblastos e fibras colágenas

alinhadas com o epitélio, sendo que G2 teve melhor arranjo entre as fibras do

que G3. Em conclusão, a DE de 1,3 J/cm2 gerou um melhor resultado no

processo de cicatrização em comparação com a DE de 3 J/cm2, demonstrando

que as respostas celulares à LLLT são dose-dependentes.

AL-WATBAN et al. (2007) investigaram o efeito da LLLT com

diferentes comprimentos de onda (532 nm, 633 nm, 810 nm e 980 nm) em

feridas de ratos diabéticos. A amostra foi constituída por 57 ratos machos

Sprague-Dawley, distribuídos aleatoriamente em: ratos diabéticos (n = 51) e

não diabéticos (n = 6). Os ratos diabéticos foram subdivididos em grupo

controle (n = 3) sem irradiação e grupos experimentais (n = 48) subdivididos

em função do comprimento de onda: 532 nm (verde); 633 nm (vermelho);

810 nm e 980 nm (infravermelhos) e das densidades de energia padronizadas

em 5, 10, 20 e 30 J/cm2, conforme os parâmetros de cada equipamento:

532 nm - potência: 143 mW; área: 7 cm2; tempo: 4,1; 8,2; 16,3 e 24,5 min.

633 nm - potência: 140 mW; área 9 cm2; tempo: 5,4;10,7; 21,4 e 32,1 min.

810 nm e 908 nm - potência: 200 mW; área: 9 cm2; tempo: 3,8; 7,5; 15 e 22,5

17

Literatura

min. Para os procedimentos, a anestesia foi realizada com 50 mg/kg de

quetamina e 20 mg/kg de xilazina nos ratos não diabéticos; os ratos diabéticos

receberam dose 30 % menor. Após depilação com tricótomo elétrico, foram

realizadas feridas excisionais de formato oval na região glútea dos animais

por meio de bisturi abrangendo epiderme e derme em toda sua profundidade,

com áreas entre 78,51 mm2 e 88,38 mm

2. Após a cirurgia, os animais

receberam irradiação 3 vezes por semana. O grupo controle, segundo o

estudo, foi manipulado da mesma forma que os grupos experimentais, mas

não recebeu irradiação. Os resultados foram avaliados em função da área da

ferida, que foi medida com compasso durante 5 dias por semana, por 3

semanas. Os autores demonstraram que todos os grupos tratados apresentaram

maior redução da área da ferida em relação aos não tratados .Verificou-se que

a cicatrização nos ratos diabéticos do grupo controle foi mais lenta que a dos

ratos não diabéticos; a LLLT, nos parâmetros aplicados, pode ser utilizada

para acelerar a cicatrização de feridas em ratos diabéticos, sendo que o melhor

comprimento de onda foi 633 nm com DE de 10 J/cm2.

GÜNGÖRMÜS & AKYOL (2009) investigaram o efeito da LLLT de

808 nm em cicatrização de pele de ratos em feridas incisionais feitas com

diodo laser de alta potência. Foram utilizados 20 ratos Wistar com massa

corpórea entre 250 e 300 g. Os animais foram anestesiados via intraperitonial

com quetamina (10 mg/kg) e xilazina (3 mg/kg) e seus dorsos foram

depilados. Duas incisões de 1,5 cm de comprimento foram realizadas no lado

direito e esquerdo do dorso, com auxílio de diodo laser de alta potência. As

incisões da direita foram eleitas como controle (grupo laser) e as da esquerda

(grupo laser + LLLT) receberam irradiação com LLLT de 808 nm, cujo

equipamento possuía densidade de potência de 0,1 W/cm2, potência de

100 mW, área de secção transversa de feixe de 1 cm2, densidade de energia de

18

Literatura

2 J/cm2, tempo de 20 s e energia de 20 J por sessão. As aplicações de LLLT

foram feitas de modo pontual por 5 dias, sendo a primeira logo após o ato

cirúrgico e as demais, a cada dois dias (2º, 4º, 6º e 8º dia). Metade dos animais

foi submetida à morte indolor assistida após 10 dias e metade, após 20 dias.

As amostras foram coletadas, fixadas em parafina e coradas com

hematoxilina-eosina, para análise de epitelização e infiltrado inflamatório. Os

resultados demonstraram que no décimo dia, o grupo laser + LLLT

apresentou redução significante do processo inflamatório em relação ao

controle; no vigésimo dia, houve melhor epitelização do grupo experimental.

Em conclusão, a incisão com diodo laser (4 W) em conjunto com LLLT de

808 nm (10 J/ cm2) foi benéfica no processo de cicatrização em pele de ratos.

AKYOL & GÜNGÖRMÜS (2010) investigaram o efeito da LLLT em

feridas incisionais por diodo laser em ratos diabéticos. Foram utilizados 18

ratos Wistar entre 250 e 300 g, induzidos à diabetes por injeção

intraperitoneal de estreptozotocina a 50 mg/kg. Após 48 h, os ratos

apresentando glicemia igual ou superior a 250 mg/dL foram incluídos no

estudo. Para realização dos procedimentos, os animais foram anestesiados

com quetamina (10 mg/kg) e xilazina (3 mg/kg) via intraperitoneal. Em

seguida, o dorso foi depilado e foram realizadas 3 incisões de 1,5 cm em cada

rato, sendo uma incisão do lado esquerdo do dorso realizada com diodo laser

de alta potência (4 W), que recebeu LLLT de 808 nm (grupo experimental,

G3) e duas incisões do lado direito, uma realizada com bisturi lâmina nº 15

(grupo controle, G1) e outra com diodo laser (grupo controle, G2). Todas as

incisões foram suturadas com fio poliglicólico 3-0. Os autores consideraram

n = 18 em cada grupo. Os parâmetros de irradiação do grupo experimental

com LLLT de 808 nm foram: densidade de potência 0,1 W/cm2; tempo: 20 s;

19

Literatura

DE: 2 J/cm2; distância de 1 cm da ferida. Foram realizadas 5 irradiações, a

primeira logo após a cirurgia e as demais a cada dois dias. Foram coletadas

amostras no 10º e 20º dias, de 9 ratos em cada. A análise histopatológica

realizada foi por hematoxilina-eosina (HE) para avaliação de epitelização e

grau de inflamação. Foram aplicados testes estatísticos de Kruskall-Wallis,

Mann-Whitney e teste-U. Quanto à reepitelização, houve diferença entre os 3

grupos, no 10º dia, sendo que G1 apresentou menor grau de reepitelização em

relação a G2 e G3. As feridas dos grupos incisionados com laser (G2 e G3)

cicatrizaram mais rápido que aquelas do grupo com bisturi (G1). No 10º dia,

as feridas de G1 e G2 encontravam-se predominantemente em fase aguda,

enquanto a de G3 apresentava mais tecido de granulação. No 20º dia não

houve diferença quanto ao grau de inflamação entre os grupos. Concluiu-se

que a incisão com diodo laser em conjunto com LLLT de 808 nm com DE de

10 J/cm2 foi benéfica para a cicatrização de feridas em ratos diabéticos.

3.3 Birrefringência em pele

SILVA et al. (2006), em estudo autocontrolado, investigaram a

organização das fibras colágenas em pele de ratos queimados após irradiação

com LLLT vermelha direcionada com vetores de radiação. Foram utilizados

20 ratos Wistar, adultos, machos, com 300 g. Após anestesia com Avertin

(0,025 mL/g), o dorso dos animais foi depilado e foram realizadas 3

queimaduras circulares com diâmetro de 6 mm a partir de haste cilíndrica de

cobre a 77 K. As lesões foram divididas em controle (C), que não recebeu

irradiação; experimentais: LII que recebeu irradiação alinhada por polarizador

de campo elétrico e paralelo à lesão e L┴ que recebeu irradiação direcionada

perpendicularmente à lesão. Foi utilizado laser He-Ne (632,8 nm) com

potência de 10 mW; DE de 1 J/cm2; tempo de 3 min. A coleta das amostras

foi realizada em 5 dias distintos, sendo 4 animais em cada um: 3, 7, 10, 14 e

20

Literatura

17 dias após a queimadura. Após coleta, os tecidos foram fixados em parafina

e foram preparadas as lâminas para análise. Os resultados demonstraram que

o vetor de campo eletromagnético interferiu no alinhamento do colágeno na

derme; as lesões irradiadas com a polarização paralela à lesão apresentaram

maior retardo óptico (RO) do que as lesões irradiadas perpendicularmente,

indicando que o colágeno ficou mais organizado no grupo LII.

MÉTODOS

22

Métodos

4. MÉTODOS

4.1 Desenho do estudo e Comitê de ética em pesquisa

O presente estudo é experimental, analítico, controlado, aleatorizado,

prospectivo, com duplo mascaramento (patologista e estatístico).

Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), número

1308/08 (Apêndice 1).

4.2 Amostra

Foram utilizados 60 ratos Wistar-EPM (Rattus norvegicus),

adultos jovens de 8 semanas, machos, com massa corpórea entre 250 e

300g, oriundos do Biotério Central do Centro de Desenvolvimento de

Medicina Experimental (CEDEME) da Universidade Federal de São Paulo

(UNIFESP). Os procedimentos experimentais foram realizados no

Laboratório de Cirurgia Experimental da Disciplina de Cirurgia Plástica da

UNIFESP . Os animais foram confinados no biotério deste laboratório, em

gaiolas individuais de plástico, com tampa metálica própria para dispor o

recipiente com água e ração consumidos ad libitum. O ambiente foi

mantido, por meio de dispositivos eletrônicos, à temperatura constante de

22ºC, com manutenção do grau de umidade e períodos controlados de 12

horas de luz, de acordo com os critérios do Colégio Brasileiro de

Experimentação Animal (COBEA). Houve avaliações diárias para

observação de sinais que evidenciem infecção secundária.

4.3 Delineamento do estudo

4.3.1 Distribuição da amostra

Os 60 animais foram distribuídos, aleatoriamente, através de

23

Métodos

programa disponível no site www.randomization.com (Apêndice 2), em 3

grupos (de acordo com a energia) e 6 subgrupos (de acordo com o dia de

coleta de tecido), sendo que a amostra de cada grupo foi igual a 10 (figura

1). O grupo simulado (GS) não recebeu energia; os grupos experimentais

Baixa Dose (GB) e Alta Dose (GA) receberam 1,5 J e 60 J por ponto,

respectivamente.

O GS foi distribuído em 2 subgrupos (GS7, GS14), que foram

submetidos à realização de incisão cutânea cirúrgica e à simulação de

laserterapia com a caneta de laser desligada. Os grupos experimentais (GB

e GA) foram distribuídos, cada um, em 2 subgrupos (GB7, GB14; GA7,

GA14 ), que foram submetidos à realização de incisão cutânea cirúrgica e à

aplicação de laser infravermelho.

Figura 1. Esquema da distribuição dos grupos e subgrupos simulados e

experimentais. GS: Grupo Simulado; GB: Grupo Experimental Baixa

Energia (1,5 J) ; GA: Grupo Experimental Alta Energia (60J).

A coleta de tecido para análise foi realizada no sétimo dia após a

incisão cutânea cirúrgica nos subgrupos GS7, GB7, GA7. Nos subgrupos

GS14, GB14, GA14, a coleta foi realizada no décimo quarto dia após o ato

operatório. Encerrada a coleta, os animais foram induzidos à morte induzida

indolor .

GS

GS7

n=10

GS14

n=10

GB

GB7

n=10

GB14

n=10

GA

GA7

n=10

GA14

n=10

24

Métodos

4.3.2 Anestesia

Previamente a cada procedimento: cirurgia, aplicação de laser e coleta

de tecido, foi realizada anestesia com injeção intramuscular de cloridrato de

quetamina (100mg/kg) e cloridrato de xilazina (50mg/kg) no músculo

gastrocnêmio. Foi utilizada seringa de 1 mL e agulha 13 x 3 mm (30 G ½).

4.3.3 Incisão cutânea

Para obtenção dos ferimentos cutâneos cirúrgicos no dorso dos

animais, foi demarcado um retângulo com auxílio de gabarito de acetato (3

x 6 cm) e caneta dermográfica a partir da linha transversa interescapular

superior, em sentido crânio-caudal (figura 2A). Em seguida foi realizada

epilação digital (PINFILDI et al., 2005), conforme figura 2B.

Figura 2 – Epilação digital

2A. Demarcação com gabarito de acetato da área a ser

epilada.

2B. Região dorsal do animal após epilação digital.

25

Métodos

A partir de outro gabarito de acetato (2 x 3 cm) foi demarcada a linha

de incisão e dos pontos de sutura, com caneta dermográfica (figura 3A). A

incisão com comprimento de 3 cm, na qual foram delimitados pontos

equidistantes de 1 cm a partir das extremidades e entre si, para a realização

da sutura. Com auxílio de um bisturi, com lâmina nº15 estéril, foi realizada

a incisão na linha mediana dorsal, sobre a linha traçada acima descrita,

incluindo pele e panículo carnoso até a fáscia muscular (figura 3B). A

hemostasia foi realizada com suave manobra de compressão com gaze

estéril seca. Em seguida, a incisão foi suturada por ponto simples com fio

monofilamentar de náilon 4-0, de forma previamente padronizada (figura

3C). Ao final do procedimento foi realizada em todos os ratos analgesia

com cloridrato de tramadol (5mg/kg).

Figura 3 – Incisão cirúrgica e sutura

Figura 3A. Demarcação no dorso do animal com gabarito de acetato e caneta

dermográfica da incisão com 3 cm e dos pontos de sutura equidistantes de 1

cm entre si e a partir das extremidades.

Figura 3B. Pele incisionada na região dermarcada.

Figura 3C. Pontos de sutura equidistantes de 1 cm.

26

Métodos

4.3.4 Aplicaçaõ de laser

Após a realização da incisão, cada animal foi posicionado para

receber irradiação. Foi utilizado gabarito de acetato (2 x 5 cm), em que

foram realizadas 3 aberturas com punch de 3 mm, equidistantes 1 cm

(figura 4A). O gabarito foi posicionado no dorso do animal de modo que

coincidisse com os pontos de irradiação: 1 ponto a cada 1 cm, a partir de

0,5 cm das extremidades de modo que cada um ficasse no ponto médio

entre os pontos de sutura (figura 4B).

Após os posicionamentos do animal, do gabarito e da caneta laser,

foi realizada a aplicação de LLLT de modo pontual, com contato e

perpendicular à incisão (figura 5). A ponteira foi posicionada em suporte de

modo que permanecesse imóvel durante o procedimento; foi envolvida por

filme plástico de policloreto de vinila (PVC), que era trocado após a

Figura 4 – Preparo para irradiação.

4A. Gabarito de acetato com 3 pontos equidistantes de 1 cm para

aplicação de laser.

4B. Gabarito posicionado no dorso do animal para aplicação de laser.

27

Métodos

irradiação em cada animal. A aplicação, em todos os grupos, foi efetuada

em cima da incisão em três pontos, que foram padronizados com gabarito

de acetato, sendo demarcados a cada 1cm, a partir de 0,5cm da extremidade

cranial até 0,5cm da extremidade caudal, de maneira que o local de

irradiação fosse o ponto médio entre cada ponto de sutura, conforme

descrito.

As irradiações com laser infravermelho foram realizadas a cada 24

horas, sempre no período matutino, sendo a primeira 5 minutos após o ato

cirúrgico. Todos os subgrupos simulados e experimentais foram submetidos

respectivamente à simulação ou irradiação durante 5 dias consecutivos.

Foi utilizado o equipamento de Laser de InGaAlP Flash Lase III®

(DMC Equipamentos Médico-odontológicos), com comprimento de onda

de 808 nm, potência de 100mW (carta de calibração no Anexo 1),

Figura 5. Aplicação de LLLT mediante uso de

gabarito de acetato e com auxílio de suporte para

apoio da caneta de laser.

28

Métodos

densidade de potência de 3,57 W/cm2, área de secção transversal do feixe

de 0,028 cm2. Nos subgrupos experimentais GB (GB7; GB14) as feridas

incisionais foram submetidas à irradiação com densidade de energia por

ponto de 54 J/cm2, durante 15 s por ponto. Para os subgrupos experimentais

GA (GA7; GA14), a DE do Laser infravermelho foi de 2143 J/cm2,

durante 600 s por ponto. Para os subgrupos GS (GS7 e GS14), os

procedimentos foram realizados de modo semelhante aos demais grupos e

com tempo igual ao do grupo de maior exposição à irradiação (GA), porém

o equipamento de laser permaneceu desligado. A figura 6 apresenta os

parâmetros de irradiação para cada grupo.

Grupo GC GB GA

E/ponto(J) 0 1,5 60

DE(J/cm2) 0 54 2143

t (s) 600 15 600

E total (J) 0 4,5 180

Como o equipamento possui densidade de energia máxima de 999

J/cm2, foi realizado cálculo a fim de que a ferida dos grupos GA recebesse

adequadamente a dose de energia: foram acionados 3 disparos em cada

ponto com DE de 714 J/cm2, que equivalem ao tempo de 10 minutos e

energia de 20 J. Para que o pesquisador acompanhasse a irradiação, foi

utilizado um papel para anotação, relacionando cada ponto e o número de

disparos recebidos.

Figura 6. Parâmetros utilizados em cada grupo, para irradiação por ponto.

E: energia total; DE: densidade de energia; t: tempo; GC: grupo controle;

GB: grupo experimental baixa dose; GA: grupo experimental alta dose.

29

Métodos

4.3.5 Coleta de tecido para análise

A coleta do material foi obtida no 7º PO (pós-operatório), para os

animais dos grupos GC7, GB7, GA7; no 14º PO, para os animais dos

grupos GC14, GB14, GA14. No dorso dos animais, com auxílio de gabarito

de acetato (3 x 5 cm), no qual foi feita uma abertura em forma de retângulo

com as medidas da amostra a ser retirada (1 x 2 cm) e feita uma marcação

no ponto médio do lado maior do retângulo de modo a coincidir com a

cicatriz (figura 7A). O gabarito foi posicionado no dorso do animal,

conforme figura 7B e com caneta dermográfica, foi demarcada a área de

coleta de tecido, que correspondeu ao terço médio da cicatriz abrangendo 1

cm de tecido cicatricial e 2 cm de pele adjacente (1cm de cada lado). Com

auxílio de bisturi, a área tecidual correspondente ao terço médio da cicatriz

e pele adjacente foi retirada, incluindo tecido cicatricial e dérmico em toda

sua profundidade.

30

Métodos

Após obtenção dos tecidos, os animais foram submetidos à MII com

hiperdosagem da mistura anestésica via intraperitoneal por cloridrato de

quetamina (1g/Kg) e cloridrato de xilazina (500mg/Kg), seguida de secção

dos grandes vasos cervicais.

4.4 Preparo das amostras de tecido para análises histológicas

As amostras das cicatrizes cutâneas foram fixadas por meio de

alfinetes coloridos, em que cada cor correspondia ao número do respectivo

animal (figura 8A). As amostras permaneceram imersas em formol

tamponado a 10% por 40 minutos e o controle foi feito mediante uma

Figura 7 – Preparo para coleta de tecido.

7A. Gabarito de acetato para demarcação da área de tecido a ser coletada para

análise.

7B. Gabarito posicionado para delimitar a área de coleta de tecido cicatricial e

pele adjacente, compreendidos no terço médio da cicatriz.

31

Métodos

relação em folha de papel (Apêndice 3). Em seguida, os tecidos foram

retirados da borracha e alocados separadamente em grades k-7 identificadas

(figura 8B), que permaneceram armazenadas em frascos de coleta

individuais com solução de formaldeído a 10% (figura 8C).

As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório da Disciplina

de Anatomia Patológica do Departamento de Morfologia da UNIFESP para

confecção das lâminas histológicas. O material coletado foi processado

histologicamente conforme protocolo do Laboratório de Patologia da

UNIFESP e emblocado em parafina. De cada bloco de parafina, foram feito

cortes histológicos, montados em lâminas histológicas, previamente

Figura 8 – Amostra coletada.

8A: amostra fixa com alfinete colorido e mantida em formol tamponado

10% logo após retirada.

8B. Cassete histológico identificado com número do animal e dia de

coleta para alojar a amostra coletada.

8C. Frasco contendo formol tamponado a 10 % para armazenamento das

amostras

32

Métodos

silanizadas (Organosilano, marca Sigma®), exceto as lâminas para análise

de birrefringência. Os cortes histológicos com 5 µm de espessura foram

corados pela técnica histoquímica de hematoxilina e eosina e para

birrefringência de fibras colágenas; os cortes de 3 µm foram submetidos à

técnica de imunohistoquímica de colágeno tipo I e tipo III.

4.4.1 Histoquímica

4.4.1.1 Técnica de coloração por hematoxilina-eosina

As lâminas com cortes de 5 um encaminhadas para coloração

histoquímica foram previamente desparafinizadas com xilol em 3 banhos

de 5 minutos e hidratadas com concentrações descrescentes de álcool

100%, 95%, 80%, 70% e água.

Para a coloração, as laminas permanceram 20 minutos imersas em

Hematoxilina de Harry's; em seguida foram lavadas em água corrente por 1

vez. Após, foram lavadas 5 segundos com diferenciador para hematoxilina,

novamente em água corrente por 2 vezes. em solução amoniacal por 1

minuto e em água corrente por 1 vez.

Em seguida, as lâminas foram mergulhadas em Eosina Y 1% em

álcool 95% por 5 a 7 minutos. Foi realizada bateria de montagem: 2 vezes

em álcool 95%, 3 vezes em álcool 100% e 3 vezes em xilol. A montagem

foi efetuada em meio permanente (Ervmount- Erviegas).

4.4.2 Imunohistoquímica

4.4.2.1 Técnica imunohistoquímica para pele de rato

Para reação de imunohistoquímica de colágeno do tipo I e III, foram

utilizados anticorpos de rato.

33

Métodos

Os cortes histológicos de 3 µm de espessura foram aderidos em

lâminas tratadas com silano, que permaneceram em estufa a 60oC por 16 a

18 horas. Posteriormente, foram desparafinizadas em 3 banhos de xilol a

temperatura ambiente e hidratadas em concentrações decrescentes de etanol

(100%, 95%, 80%, 70% ) e água.

A recuperação antigênica foi realizada em banho-maria a 37º C com

as lâminas imersas em solução de ácido acético 0,5M por 90 minutos. Em

seguida foi efetuado o bloqueio da peroxidase endógena com 3 banhos de 5

minutos com peróxido de hidrogênio 10 volumes. As lâminas foram

lavadas posteriormente em água corrente por 2 vezes, em água deionizada

1 vez e em tampão fosfato de sódio (PBS) por 1 vez. Em seguida, foi

realizado o bloqueio de sítios inespecíficos com solução de caseína 2% em

PBS por 60 minutos (temperatura ambiente).

Para incubação foram utilizados anticorpos primários de rato para

colágeno tipo I (Abcam) e colágeno tipo III (Abcam), que foram diluídos

em solução de caseína 1% em PBS.(colágeno tipo I – 1:1000; colágeno tipo

III – 1:20) e mantidos a 4º C, overnight (18 horas). Após esta etapa, as

lâminas foram lavadas 3 vezes em PBS.

Como complemento da reacao de imunoperoxidase, usou-se o

Polimero Histofine da Biogen por 30 minutos em temperatura ambiente.

Novamente, as laminas foram imersas em 3 banhos de 5 minutos com PBS.

Em seguida foi realizada a revelação com diaminobenzidina (DAB)

Sigma para peroxidase, por 5 minutos em temperatura ambiente. Após, as

lâminas foram lavadas em água corrente por 2 vezes. Os cortes foram

contracorados com Hematoxilina de Harry’s por 1 minuto..

A desidratação das lâminas foi realizada em concentrações

crescentes de álcool e diafanização em xilol. A montagem foi realizada com

historesina da Erviegas.

34

Métodos

Para obtenção dos controles negativos foi realizado o processo acima

descrito, porém os anticorpos primários foram omitidos.

4.5 Análise morfométrica

4.5.1 Hematoxilina-eosina

Os cortes corados pela técnica de hematoxilina-eosina foram

analisados microscopicamente e suas características (intensidade do

infiltrado inflamatório, fibroblastos, vasos) foram anotadas de forma semi-

quantitativa.

Foi realizada a leitura das lâminas em microscópio óptico Leica™

com uma lente ocular de 10 vezes de aumento e objetiva de 40X,

totalizando um aumento de 400 vezes.

O avaliador (patologista), não tinha conhecimento sobre a qual grupo

pertencia cada lâmina. Para a avaliação, foi selecionada a região central da

cicatriz, compreendida entre epiderme e panículo carnoso (Apêndice 4). A

escala adotada foi padronizada com escores de 0 a 3, sendo 0 ausência do

evento avaliado; 1 presença do evento avaliado de modo discreto; 2:

presença do evento avaliado de modo moderado; 3: presença do evento

avaliado de modo intenso. Foi realizada a média desses campos para

obtenção dos resultados finais.

4.5.2 Imunohistoquímica de colágeno tipo I e tipo III

Para realização da quantificação de colágeno tipo I e tipo III foram

realizadas fotomicrografias com objetiva de 40X da região central da

cicatriz, conforme descrito na análise da coloração de HE. Foi utilizado

35

Métodos

microscópio Leica™

.

Para a quantificação do colágeno no tecido cicatricial, as

fotomicrografias foram recortadas no programa de imagen Microsoft

Office™

2010 de modo que toda a pele adjacente fosse excluída. A análise

quantitativa das imagens obtidas foi realizada através do programa QWin

Plus V3 Leica™

. As quantificações foram obtidas em pixels convertidos

automaticamente pelo programa em micrometros quadrados e percentual de

área marcada referente ao tipo de colágeno avaliado; sendo que 1 pixel

correspondia a 0,16 µm2. Foram realizadas 3 medidas e adotada a média. O

avaliador não tinha conhecimento a qual grupo pertencia cada lâmina. Os

dados foram tabulados e encaminhados para análise estatística.

4.6 Birrefringência de fibras colágenas

A análise das fibras de colágeno foi realizada com base em uma de

suas propriedades anisotrópicas ópticas: a birrefringência intrínseca, por

microscopia de polarização.

Previamente à análise de birrefringência, as lâminas histológicas

permaneceram imersas por 30 minutos em água destilada (VIDAL et al.,

1987). Após o período de imersão, foram cobertas por lamínulas, contendo

água destilada nas interfaces.

As medidas de retardo óptico (RO) em nm, foram obtidas pela

microscopia de luz polarizada no microscópio Leica, com uma objetiva Pol

10x/0,22, condensador 0,9, compensador de Sénarmont 1/4, luz

monocromática = 546 nm, obtidas por meio de um filtro de interferência

Leica; no Laboratório de Materiais Vítreos (LAMAV) da Universidade

Federal de São Carlos (UFSCar).

Para obtenção das medidas, o eixo longo da cicatriz foi mantida a

aproximadamente 45º em relação aos polarizadores do microscópio.

36

Métodos

A partir destes parâmetros foram realizadas 5 medidas de RO, em

duas regiões: cicatriz e pele adjacente à direita ou à esquerda da incisão. Os

lados da cicatriz a serem avaliados foram aleatorizados no programa

disponível em “www.randomization.com” (Apêndice 5). Foram

desprezados os valores extremos (maior e menor) e realizada a média dos 3

restantes e o valor multiplicado por 1,33 (valor do índice de refração da

água).

4.7 Análise Estatística

Todos os dados coletados referentes à morfometria e birrefringência

foram tabulados e submetidos à análise estatística. Foi utilizado o programa

SPSS 20.0.

Foram descritas as médias dos escores atribuídos a cada parâmetro

da histoquímica (hematoxilina-eosina), de imunohistoquímica e de retardo

óptico (birrefringência de fibras colágenas), segundo os grupos GS, GA e

GB e o dia de coleta com uso de medidas resumo (média, desvio padrão,

mediana, mínimo e máximo) (KIRKWOOD & STERNE, 2006).

Os grupos foram comparados para cada parâmetro com uso de

análises de variâncias (ANOVA) com dois fatores (NETER et. al., 1996),

sendo grupos e dias de coleta; as estimativas dos parâmetros foram

realizadas com método de mínimos quadrados para evitar problemas com a

ausência de normalidade de distribuição testada com uso do teste

Kolmogorov-Smirnov (KIRKWOOD & STERNE, 2006). Foram utilizadas

comparações múltiplas de Bongferroni (NETER et. al., 1996) quando

necessárias para comparação dos grupos e ou dias de sacrifício dois a dois.

Adotou-se p < 0,05, ou 5% o nível de rejeição da hipótese de nulidade

(nível de significância).

RESULTADOS

38

Resultados

5.RESULTADOS

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre GS, GA

e GB, segundo teste ANOVA, na quantidade de fibroblastos (p = 0,576), de

vasos (p = 0,894) e de tecido de granulação (p = 0,364) conforme

apresentado na Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3, respectivamente.

Tabela 1. Análise de fibroblastos pela coloração de hematoxilina-eosina de cada grupo

segundo dias de coleta.

Teste ANOVA

Tabela 2. Análise de vasos pela coloração de hematoxilina-eosina de cada grupo segundo

dias de coleta.

Teste ANOVA

Tabela 3. Análise de tecido de granulação pela coloração de hematoxilina-eosina de cada

grupo segundo dias de coleta.

Teste ANOVA

39

Resultados

Em relação ao dia de coleta da análise de hematoxilina-eosina, foi

demonstrado que houve diferença estatisticamente significativa do 14º dia

em relação ao 7º dia, onde houve redução de fibroblastos (p < 0,001), vasos

sanguíneos (p = 0,021) e tecido de granulação (p = 0,010), de acordo com a

Tabela 4 e os gráficos apresentados nos Apêndices 6, 7 e 8.

Tabela 4. Comparação das variáveis analisadas através da coloração de hematoxilina-

eosina entre os dias de coleta.

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

A intensidade do infiltrado inflamatório, também observada na

análise de hematoxilina-eosina, não demonstrou diferenças estatisticamente

significativas em relação aos grupos GS, GA e GB (p = 0,810) de acordo

com o teste ANOVA, demonstrado na Tabela 5; nem com relação aos dias

de coleta como demonstrado no gráfico do Apêndice 9.

40

Resultados

Tabela 5. Análise de infiltrado inflamatório pela coloração de hematoxilina-eosina de

cada grupo segundo dias de coleta.

Teste ANOVA

Na tabela 6 está relacionada a análise descritiva dos dados de

colágeno tipo I e tipo III em percentual de área em micrômetros quadrados

(µm2) na região da cicatriz dos grupos em que foram coletadas as amostras

de tecido no 7º dia e na tabela 10 está relacionada a análise descritiva dos

dados de colágeno tipo I e tipo III em percentual de área em micrômetros

quadrados (µm2) na região da cicatriz dos grupos em que foram coletadas

as amostras de tecido no 14º dia.

Tabela 6. Descrição dos percentuais de área de colágeno tipo I e tipo III no 7º dia.

41

Resultados

Tabela 7. Descrição dos percentuais de área de colágeno tipo I e tipo III no 14º dia

Na tabela 8, segundo o teste ANOVA com dois fatores o percentual

de área de colágeno tipo I apresentou comportamentos dos grupos entre os

dias de sacrifício estatisticamente diferentes (p = 0,007) (Apêndice 10). Já

o percentual de área de colágeno III apresentou diferença média

estatisticamente significativa apenas entre os grupos (p = 0,021)

independente do dia de sacrifício (Apêndice 11).

Tabela 8. Comparações das médias de colágeno tipo I e tipo III segundo grupos e dias de

coleta

Teste: ANOVA

42

Resultados

O percentual médio de área de colágeno I, segundo a Tabela 9, foi

estatisticamente menor nos grupos GB e GA em qualquer dia em

comparação com controle no 7º dia (p < 0,05), sendo que nas comparações:

GS7 X GB7, GS7 X GA7, GS7 X GB14, GS7 X GA14 a significância foi p

< 0,001; GB7 X GS14 a significância foi p = 0,001; GS14 X GA14 a

significância foi p = 0,013. Também foram estatisticamente menores os

percentuais de área de colágeno I dos grupos experimentais em relação ao

controle no 14º dia (p < 0,001), com exceção apenas do GB no 14º dia (p =

0,056).

Tabela 9. Comparações dos percentuais de área de colágeno tipo I entre os grupos

ou dias de coleta.

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

43

Resultados

O percentual médio de área de colágeno III, segundo a tabela 10, foi

estatisticamente menor no GA em comparação ao controle (p = 0,042)

independente do dia de coleta.

Tabela 10. Comparações dos percentuais de área de colágeno tipo III entre os

grupos ou dias de coleta.

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

Nos Apêndices 12 e 13 estão representadas as fotomicrografias de

imunohistoquímica de colágeno tipo I e tipo III dos grupos estudados.

Na tabela 11 está relacionada a análise descritiva dos dados de

retardo óptico em nanômetros (nm) de pele adjacente e de cicatriz dos

grupos em que foram coletadas as amostras de tecido no 7º dia. Estão

relacionados média, desvio padrão (DP) e mediana.

Tabela 11 - Descrição das médias de retardo óptico segundo grupos com amostras

coletadas no 7º dia.

7° dia

Variável Grupo Média DP Mediana n

Retardo óptico

Pele adjacente

GS 5,21 1,16 25,32 10

GB 7,14 0,45 7,20 10

GA 7,00 1,02 7,20 10

Retardo óptico

cicatriz

GS 3,88 0,74 3,66 10

GB 6,18 0,81 6,10 10

GA 6,03 1,08 6,43 10

44

Resultados

Na tabela 12 está relacionada a análise descritiva dos dados de

retardo óptico em nanômetros (nm) de pele adjacente e de cicatriz dos

grupos em que foram coletadas as amostras de tecido no 14º dia. Estão

relacionados média, desvio padrão (DP) e mediana.

Tabela 12 - Descrição das médias de retardo óptico segundo grupos com amostras

coletadas no 14º dia.

14° dia

Variável Grupo Média DP Mediana n

Retardo óptico

Pele adjacente

GS 4,99 0,89 4,88 10

GB 6,92 1,39 6,87 10

GA 7,07 0,76 7,09 10

Retardo óptico

cicatriz

GS 3,88 0,91 3,77 10

GB 6,10 1,18 5,65 10

GA 5,99 0,77 5,65 10

O teste ANOVA com dois fatores mostrou as médias de retardo

óptico de pele adjacente apresentaram diferenças estatisticamente

significativas entre os grupos GS, GA e GB (p < 0,001), mas não houve

diferença entre os dias de coleta e o comportamento dos grupos entre os

dias de coleta foram estatisticamente iguais (p > 0,05) como está

demonstrado no gráfico do Apêndice 14. O mesmo foi observado com os

valores de RO da cicatriz (Apêndice 15 ).

Ao comparar os grupos GS, GA e GB, o teste de comparações

múltiplas de Bonferroni mostrou que houve aumento do RO na pele

adjacente do grupo GA comparado ao GS (p<0,001) e do grupo GB

comparado ao GS (p<0,001); não houve diferença significativa de valores

de RO de pele adjacente entre os grupos GA e GB (p>0,999) (Tabela 3).

45

Resultados

Os valores de RO da cicatriz, segundo as comparações múltiplas de

Bonferroni mostrou que houve aumento do RO do grupo GA comparado ao

GS (p<0,001) e do grupo GB comparado ao GS (p<0,001); não houve

diferença significativa de valores de RO da cicatriz entre os grupos GA e

GB (Tabela 13).

Tabela 13. Resultado das comparações entre os grupos para as médias de retardo óptico.

Variável Grupo Média Erro Padrão p

Retardo óptico

interface

GS x GB -1,93 0,31 <0,001

GS x GA -1,94 0,31 <0,001

GB x GA -0,01 0,31 >0,999

Retardo óptico

cicatriz

GS x GB -2,26 0,29 <0,001

GS x GA -2,13 0,29 <0,001

GB x GA 0,13 0,29 >0,999

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

No Apêndice 16 estão representadas as fotomicrografias de

birrefringência de fibras colágenas dos grupos estudados.

DISCUSSÃO

47

Discussão

6. DISCUSSÃO

A cicatrização é um dos principais objetos de estudo da Fisioterapia,

que utiliza diversos recursos biofísicos para modular ou acelerar esse

processo. Dentre eles destacam-se o ultrassom (ENNI et al., 2006;

TACANI et al., 2010), a eletroterapia (LIEBANO et al., 2008;

MARTINEZ et al., 2013) e a fototerapia de baixa intensidade (HOURELD

et al., 2008; SILVEIRA et al., 2011; GARCIA et al.,2012), sendo esta

última, um dos recursos mais utilizados para tratamentos de cicatrização

tecidual pela sua facilidade de manuseio, simplicidade de aplicação,

resultados satisfatórios e ausência de efeitos colaterais.

Nesse sentido, a literatura é bem ampla, sobretudo no que se refere a

estudos experimentais, que evidenciam os efeitos benéficos da LLLT no

processo de cicatrização desde a fase inflamatória até a de remodelamento,

em diferentes tecidos como pele, tendão, osso e tecido nervoso (REZENDE

et al., 2007; ROCKIND et al., 2009; NEVES et al.,2011).

6.1 Sobre os métodos

Os comprimentos de onda que abrangem o espectro vermelho e

infravermelho são os mais pesquisados (GAL et al., 2006; SILVA et al.

(2006; AL-WATBAN et al. 2007; AKYOL & GÜNGÖRMÜS, 2010). No

que concerne o espectro infravermelho, estudos in vitro têm demonstrado

que doses mais elevadas e aplicadas repetidas e seguidas vezes possuem

efeito inibitório na proliferação celular, sobretudo de fibroblastos (LEV-

TOV et al., 2013-a; HOURELD & ABRAHAMSE, 2008). Esses achados

motivaram a realização do presente estudo a fim de investigar se tal

48

Discussão

comportamento inibitório seria observado no modelo in vivo, uma vez que

não foram encontrados estudos nesse sentido nas buscas realizadas.

Assim, o presente trabalho utilizou o modelo experimental de

cicatrização de pele em ferida incisional em ratos, o que auxilia o

esclarecimento de mecanismos fisiológicos, para perspectivas de estudos

clínicos. Além disso, o uso desse animal para estudos como este, possibilita

comparações com resultados obtidos na literatura, facilitando o

desenvolvimento da investigação (PINFILDI et al., 2005; PRADO et al.,

2009).

Na literatura verifica-se que o rato é muito utilizado como modelo

animal de estudo para cicatrização de pele e de retalhos (LUCAS et al.,

2002; LIEBANO et al., 2008; BORBA et al., 2010), uma vantagem para

fins comparativos. Os modelos em ratos são comumente empregados no

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Translacional da Unifesp, tendo

sido empregados em diversos estudos experimentais (PINFILDI et al.,

2009; BORBA et al., 2010; WOOD et al., 2010; NISHIOKA et al., 2012).

Além disso, trata-se de animal de pequeno porte e de simples manuseio

quando comparado a outros modelos com animais de porte maior.

O modelo experimental ideal para o estudo da cicatrização de pele é

o porcino, sobretudo com relação a cicatrizes fibroproliferativas (ZHU et

al., 2007; RAMOS, GRAGNANI, FERREIRA, 2008) pela semelhança do

seu tecido cutâneo com o humano. Entretanto, é um animal que exige

maior disponibilidade de espaço e recursos. A pesquisa experimental prévia

com ratos pode abrir perspectivas para realização de estudos com porcos

com delineamento mais específico, permitindo assim avaliar parâmetros

histológicos do processo de cicatrização que não poderiam ser avaliados da

mesma forma no humano.

49

Discussão

Para a realização da ferida incisional, foram adotados alguns

paramentos como escolha da região, tipo de depilação, modelo de ferida e

uso de gabaritos. A escolha da região dorsal do rato para realização do

estudo foi baseada em estudos prévios como o de PINFILDI et al. (2005),

REZENDE et al. (2007), BORBA et al. (2010), por se tratar de uma região

de fácil acesso para os pesquisadores, além de evitar que o animal o

alcance ou que faça autofagia na região da ferida.

A depilação digital foi o método adotado para remoção dos pelos da

região dorsal dos ratos com base em diversos estudos, inclusive realizados

no presente Programa de Pós-Graduação, como os de PINFILDI et al.

(2005), LIEBANO et al. (2008), BORBA et al. (2010), NISHIOKA et al.

(2012), entre outros. Embora essa técnica desencadeie um processo

inflamatório maior, esse viés se aplica a todos os animais, não interferindo

na obtenção e comparação dos resultados.

No que se refere ao modelo de ferida, o excisional é o mais utilizado

para análise de infiltrado inflamatório pela técnica de coloração

Hematoxilina-Eosina (HE), além da contração da ferida (CORAZZA et al.,

2007; REZENDE et al., 2008; ADAMSKAYA et al., 2010; HEGDE et al.,

2011). Entretanto, no presente estudo foi estudada a ferida incisional, que é

utilizada na prática clínica durante procedimentos cirúrgicos

(YAZUKAWA et al., 2007; AKYOL et al., 2010; BORBA et al., 2010),

sobretudo na área de Cirurgia Plástica, o que motivou a escolha desse

modelo de ferida. A ferida incisional utilizada talvez justifique o fato de

que, na análise por HE, não tenha ocorrido variação dos níveis de infiltrado

celular a despeito das doses de energia e dias de coleta, o que seria

desejável clinicamente.

Com relação ao uso de gabaritos de acetato em diversas etapas da

fase experimental, eles permitem realizar os procedimentos de modo

50

Discussão

uniforme e reprodutível, minimizando o risco de erros de posicionamentos

e medidas. A utilização de gabaritos em estudos experimentais como este é

padrão das pesquisas realizadas no Programa de Pós-Graduação em

Cirurgia Translacional da Unifesp (PINLFILDI et al., 2005; PINLFILDI et

al., 2008; COSTA et al., 2010; NISHIOKA et al., 2012).

Outro aspecto importante a ser observado no delineamento da

pesquisa é o fato de que a literatura apresenta diversos estudos

autocontrolados com fototerapia em cicatrização em pele de ratos, com

duas ou mais feridas no mesmo animal, sendo uma(s) irradiada e outra(s)

não (SILVA et al., 2006; YASUKAWA, 2007; GÜNGÖRMÜS &

AKYOL, 2009; AKYOL & GÜNGÖRMÜS, 2010). Isso vai de encontro ao

possível efeito sistêmico da LLLT relatado por RODRIGO et al. (2009).

Para evitar esse viés, neste trabalho foi utilizado grupo controle, no qual foi

provocada a mesma ferida incisional dos grupos experimentais (descrita no

delineamento), mas tendo sido exposto à simulação da LLLT, com a caneta

desligada.

Seguindo a padronização dos procedimentos realizados, para

aplicação de laser nos animais, foi utilizada a técnica pontual com contato

e perpendicular à região irradiada, conforme observado nos estudos mais

recentes com LLLT (PILFILDI et al., 2008; WOOD et al., 2010;

SILVEIRA et al., 2011; PECCIN et al., 2012). Para assegurar que a caneta

permanecesse nessas condições durante todo o período de irradiação, foi

utilizado um suporte para apoio da caneta do laser. Importante notar que na

prática clínica o fisioterapeuta segura a caneta, entretanto isso pode

implicar em variação de posição do feixe de luz por conta da fadiga

muscular que pode ocorrer quando o tempo de terapia é longo, como no

caso do presente estudo.

51

Discussão

Após a fase de irradiação dos animais, foi realizada a etapa de coleta

de tecido para análise histoquímica por HE, imuno-histoquímica e de

birrefringência (BORBA et al., 2010; VIDAL et al.,1987). Para esta última

também foi utilizado gabarito e adotada técnica para fixação do tecido em

borracha por meio de alfinetes. O tecido ficou imerso em formol

tamponado por tempo determinado a fim de que a amostra (contendo pele e

tecido cicatricial) não retraísse e permanecesse em boas condições para ser

emblocada em parafina e cortada no micrótomo.

A histoquímica por HE é muito empregada nos estudos de

cicatrização de pele, inclusive com LLLT (REZENDE et al., 2007;

GÜNGÖRMÜS & AKYOL 2009; AKYOL & GÜNGÖRMÜS 2010) por

se tratar de técnica simples que permite avaliar diversos parâmetros do

processo inflamatório nos tecidos estudados. Isso facilita a busca de

pesquisas semelhantes e comparação de resultados.

Outras técnicas também são aplicadas para avaliação de colágeno

tipo I e tipo III, como o Picro Sirius (WOOD et al., 2010; NEVES et al.,

2011 ) ou o Tricômio de Masson utilizado por REZENDE et al., (2007).

Esta última, entretanto, permite apenas uma avaliação do tecido cicatricial

como um todo e não diferencia os tipos de colágeno. Por outro lado, o

Picro Sirius possibilita a quantificação de colágeno tipo I e tipo III, tendo

sido empregado no piloto. Entretanto, optou-se pela imuno-histoquímica

por se tratar de uma técnica que avalia separadamente os tipos de fibras

colágenas destacando-as em tom castanho, o que descarta a possiblidade de

sobreposição de cores durante a análise de imagem - diferente da técnica

histoquímica de luz polarizada onde o colágeno tipo I é corado em

vermelho e o tipo III em verde, possibilitando mistura dessas cores, o que

compromete a quantificação por imagem. Outro obstáculo com relação à

imuno-histoquímica foi a escassez de estudos que a tivessem empregado da

52

Discussão

mesma forma que neste trabalho. Isso dificultou a realização de

comparações na análise e discussão dos resultados.

A birrefringência é uma técnica que se utiliza das propriedades

anisotrópicas do colágeno para avaliar seu alinhamento, sendo seu valor

representado pelo retardo óptico (RO), em nm. Quanto maior o RO, melhor

o alinhamento das fibras colágenas naquele tecido. Esse método de

avaliação é muito empregado em tecidos abundantes em colágeno, como

ligamentos e tendões (OLIVEIRA et al., 2009; WOOD et al., 2010;

GOBBATO et al., 2011), que possuem as fibras colágenas dispostas de

modo paralelo, ao passo que na pele o colágeno é reticulado; entretanto

essa diferença não inviabiliza a análise do RO na pele, uma vez que se trata

do mesmo componente da matriz extracelular (MEC).

Os comprimentos de onda acima de 500 nm são amplamente

utilizados para estimular a cicatrização, sobretudo nas faixas do vermelho

do infravermelho (SILVA et al., 2009). Sabe-se que o mecanismo de ação

da fototerapia depende do comprimento de onda utilizado e da energia total

ofertada (FAROUK et al., 2007; HOURELD & ABRAHAMSE, 2008;

GONÇALVES et al., 2013), que influenciam diretamente o metabolismo

mitocondrial, agindo em cromóforos da membrana e da cadeia respiratória

(KARU, 2005; BONATTI et al., 2011) e modulando diversos mecanismos

biológicos como proliferação celular (fibroblastos, células endoteliais),

síntese de colágeno e matriz extracelular (REZENDE et al., 2008;

GÜRGÖRMUS et al., 2009; HEGDE et al., 2011; AKYOL et al., 2010).

Nesse sentido, há relatos na literatura, de estudos in vitro, de que o

comprimento de onda infravermelho, além do efeito estimulatório no

processo cicatricial, pode ainda exercer efeito inibitório (WEBB &

DYSON, 2003; LEV-TOV et al., 2013-a). Entretanto, não foram

encontrados na literatura estudos que descrevessem a inibição celular in

53

Discussão

vivo ou clinicamente, o que poderia ter relevância clínica no tratamento e

prevenção de cicatrizes fibroproliferativas, caracterizadas pelo aumento da

quantidade e expressão dos fibroblastos (HOCHMAN et al., 2005). Esse

fato motivou a escolha do comprimento de onda infravermelho no presente

estudo.

Além do comprimento de onda, a quantidade de energia também é

um fator preponderante na resposta celular. Um dos fatores que contribui

para convergência e entendimento da quantidade de energia empregada no

tecido é o parâmetro energia total (E), atualmente discutido e analisado em

estudos com LLLT. Quando se discute energia total ou energia, considera-

se que E = P (potência de saída em mW) x Tempo de aplicação (s), o que

determina toda a energia entregue ao tecido, ou seja, representa a

quantidade total de excitação que uma biomolécula pode efetivamente

alcançar - no caso, a quantidade total de energia ofertada ao tecido (KARU,

2005; TUMILTY et al., 2010). Em meio a tantos outros parâmetros a serem

aplicados para que ocorra a resposta tecidual esperada, como densidade de

energia (DE), densidade de potência (DP) e área de feixe, somados à

diversidade de equipamentos e de descrição de metodologia dos estudos

com fototerapia, foi preconizado neste trabalho o uso da energia total para

fins comparativos com outras pesquisas.

Com relação aos parâmetros citados, é descrita a janela terapêutica,

uma faixa de dose de energia considerada ideal para cicatrização com fins

estimulatórios que, segundo Mc LEOAD et al. (2004), varia entre 0,3 e

1,5 J. A tabela de energia da WALT (World Association of Laser Therapy)

é muito utilizada na padronização dos parâmetros de dosimetria de

fototerapia na reparação tecidual. Ela não foi empregada no presente estudo

por se tratar de doses empregadas em humanos. Além disso, essa

organização não tem divulgado valores de referência para cicatrização de

54

Discussão

feridas. As doses utilizadas foram baseadas nos estudos de Mc LEOAD et

al. (2004), que realizaram uma revisão das doses de laser infravermelho

aplicadas em cicatrização de tecidos, dentre eles, feridas cutâneas, cuja

janela varia entre 0,3 a 1,5 J. Para o grupo baixa dose (GB) foi adotada,

então, a dose mais alta da janela terapêutica (1,5 J) conforme empregado

por REZENDE et al.(2007). Para o grupo alta dose (GA) empregou-se, por

ponto, o dobro da maior dose encontrada na literatura, de 30 J (AL-

WATBAN et al., 2007), acima da maior dose encontrada em estudos in

vitro até o início da fase experimental deste estudo, aplicada por

HOURELD & ABRAHAMSE (2008).

6.2 Sobre os resultados

A partir dos resultados in vitro de HOURELD & ABRAHAMSE

(2008) que verificaram inibição da proliferação de fibroblastos in vitro

após irradiarem com 145 J, por duas vezes e com intervalo de 72h; o

presente estudo preconizou o uso de uma energia maior por se tratar de um

estudo in vivo, sendo 180J de energia total ofertada ao tecido por irradiação

e durante 5 dias consecutivos. Ainda assim, não foi atingido o ponto de

inibição com relação aos fibroblastos. Acreditava-se que a alta dosagem

pudesse atingir o efeito inibitório descrito na curva de Arndt-Schutz

(Anexo 2), principalmente com relação aos fibroblastos. Essa curva

descreve que a resposta biológica necessita de uma energia mínima para

ocorrer, aumentando proporcionalmente a partir daí (onde se enquadra a

janela terapêutica) até atingir um pico e começar a declinar, desenhando

uma parábola, reduzindo a resposta até atingir um efeito inibitório. É

possível que o presente estudo tenha atingido o ponto da curva de declínio,

correspondente ao ponto oposto da parábola em que não há resposta

55

Discussão

celular. Isso justificaria os eventos inalterados do processo de cicatrização,

com relação à proliferação de fibroblastos, angiogênese e tecido de

granulação, que apresentaram valores reduzidos entre o 7º e 14º dias, o que

ocorre normalmente nas etapas da cicatrização. São necessárias novas

pesquisas com doses de energia maiores e/ou mais dias de aplicação, a fim

de investigar o efeito inibitório in vivo observado com o mesmo

comprimento de onda em estudos in vitro.

Essa redução da resposta entre os dias observados no presente estudo

também foi relatada por GONÇALVES et al. (2010), que aplicaram laser

infravermelho (830 nm) em feridas em pele de ratos em doses semelhante

ao grupo GB deste estudo, com avaliações nos dias 4, 8, 16 e 20 após a

realização da ferida. Houve aumento da resposta no 8º dia em relação ao 4º

dia, mas não houve diferença entre os dias 16 e 20 em relação ao 8º. Essas

diferenças talvez pudessem ter sido observadas no presente estudo se

fossem realizadas coletas em um período mais curto.

Em contrapartida, REZENDE et al. (2007) utilizaram laser

infravermelho (830 nm) em dose idêntica ao grupo GB (1,5 J) e de 3,36 J

em cicatrização de pele de rato. As avaliações foram conduzidas nos dias 3,

7 e 14 com a técnica de coloração por HE. No 3º dia, houve aumento de

capilares, fibroblastos e tecido de granulação, parâmetros que

permaneceram aumentados no 7º e 14º dias em relação ao controle,

diferentemente do presente estudo em que houve diminuição da quantidade

de fibroblastos, vasos e tecido de granulação no 14º dia em relação ao 7º

dia, independentemente da dose aplicada.

Entretanto, esses mesmos autores (REZENDE et al., 2007)

realizaram aplicação em dose única, ao passo que o presente estudo

realizou 5 aplicações de laser durante 5 dias consecutivos. É descrito na

literatura que a LLLT apresenta efeito cumulativo (HOURELD &

56

Discussão

ABRAHAMSE, 2008; GONÇALVES et al., 2013). Sendo assim, mesmo

na dose terapêutica (1,5 J) a LLLT foi aplicada por dias consecutivos e, por

ser a mais alta dose da janela terapêutica, pode ter levado à saturação,

fazendo com que a resposta biológica não ocorresse, tal como se não

tivesse havido aplicação de LLLT. Curiosamente, o fato de a alta dosagem

(60 J) não ter apresentado efeito inibitório nos leva a considerar a

existência de uma janela (ampla, por sinal) de “não resposta”, ou janela

“refratária”, que precederia a inibição.

AKYOL & GÜNGÖRMÜS (2010) realizaram irradiação com laser

infravermelho (808 nm) em ferida incisional durante 5 dias, de forma

semelhante ao empregado neste estudo, entretanto os autores só forneceram

dados de DE (2 J/cm2) e tempo, inviabilizando o cálculo da energia total.

Foi realizada análise histológica pela técnica de HE no 10º e 20º dias, tendo

sido constatada redução do infiltrado inflamatório no 10º dia nas feridas

irradiadas em relação ao controle. No presente estudo, essa variável

permaneceu inalterada indiferentemente dos dias de coleta e das doses

aplicadas.

A birrefringência de fibras colágenas é comumente avaliada em

tendão (WOOD et al., 2010; NEVES et al., 2011), um tecido rico em

colágeno e com valores de RO bem superiores aos encontrados na pele

(SILVA et al., 2006). Sabe-se que quanto maior o valor de RO, maior a

birrefringência do colágeno e maior a sua organização no tecido conjuntivo

(VIDAL, 1986).

A literatura é escassa em estudos que avaliem birrefringência de

fibras colágenas em pele de ratos. SILVA et al. (2006) realizaram essa

análise em cicatrização de queimadura em pele de rato após irradiarem as

lesões com laser He-Ne. Foram coletadas amostras nos dias 3, 7, 10, 14 e

17 após a queimadura. Até o 14º dia os autores não observaram diferença

57

Discussão

nos valores de RO nas lesões, diferentemente do presente estudo que

observou diferenças nos valores de RO tanto no 7º como no 14º dias. Isso

poderia decorrer do fato de que, no referido estudo, o modelo utilizado foi

de queimadura, que, por gerar um dano tecidual maior do que a ferida

incisional, demoraria mais tempo para atingir a fase de remodelamento. No

17º dia, SILVA et al. (2006) observaram valores mais elevados de RO nos

grupos irradiados, o que corrobora com o presente estudo, que também

obteve melhora na birrefringência das fibras colágenas independentemente

da energia aplicada. Com base nos resultados do estudo citado, que utilizou

LLLT vermelha, e nos do presente estudo, que utilizou a infravermelha, e

considerando-se que ambos verificaram aumento do RO, pode-se inferir

que a LLLT tem efeito positivo no alinhamento das fibras de colágeno e

parece antecipar a fase de remodelamento.

Esse achado pode ser clinicamente interessante no que diz respeito à

qualidade e aspecto da cicatriz, que são de suma importância em Cirurgia

Plástica. Assim, tendo em vista que a LLLT aplicada no presente estudo

não alterou a proliferação de fibroblastos, mas aumentou o RO, ela poderia

ser objeto de futuros estudos clínicos para tratamento e prevenção de

cicatrizes fibroproliferativas, como queloide e cicatriz hipertrófica, que

apresentam tecido cicatricial totalmente desorganizado (HOCHMAN et al.,

2005).

SILVA et al.(2006) também avaliaram os valores de RO na pele, que

apresenta valores mais elevados em relação ao tecido cicatricial, o que vai

de encontro com o presente estudo que avaliou o RO da pele adjacente à

cicatriz. Entretanto, espera-se que a pele apresente melhor alinhamento das

fibras de colágeno do que o tecido lesado. O presente estudo também

avaliou a birrefringência do colágeno da pele adjacente em todos os grupos,

tendo sido observado o mesmo comportamento da cicatriz: RO mais

58

Discussão

elevado nos grupos irradiados, independentemente da dose e do dia de

coleta de tecido.

Assim, o achado com relação ao RO, mais elevado nos grupos

irradiados, denota um aspecto clínico importante, uma vez que quanto

melhor o alinhamento das fibras de colágeno, melhor o aspecto e a

qualidade da cicatriz. Esse fato tem ampla aplicabilidade clínica não só em

Cirurgia Plástica, mas em qualquer procedimento cirúrgico que implique

em incisões na pele. Acrescente-se a isso a influência do aspecto da cicatriz

sobre a qualidade de vida do paciente, como descrito por FURTADO et al.

(2009). Abre-se, aqui, uma perspectiva para estudos clínicos de aplicação

de laser infravermelho no pós-operatório de incisões cirúrgicas com intuito

de avaliar o aspecto da cicatriz. Além disso, o fato de o RO ter sido maior

também na pele adjacente abre margem para que se considere uma

aplicação pré-operatória da LLLT infravermelha seguida por avaliação do

tecido irradiado e excisado durante a cirurgia, e acompanhamento do

processo de cicatrização.

A partir da análise de imuno-histoquímica de fibras colágenas,

verificou-se uma redução muito significativa da quantidade de colágeno,

sobretudo do tipo I. Esse tipo de avaliação é pouco empregado para pele, o

que dificulta comparações. BORBA et al. (2010) utilizaram essa mesma

técnica de imuno-histoquímica de fibras colágenas para avaliar a

cicatrização de ferida após aplicação de corrente elétrica pré-incisional em

pele de ratos. Os autores observaram um aumento de colágeno tipo III no 7º

dia, diferentemente do que foi encontrado no presente estudo, onde se

observou diminuição do colágeno III apenas no GA e no 14º dia. A

comparação de ambos os resultados demonstra que os recursos biofísicos,

embora exerçam influência na MEC, podem apresentar peculiaridades

próprias nos efeitos durante o processo de cicatrização. Clinicamente essas

59

Discussão

informações são muito importantes na elaboração de protocolos de

tratamentos de feridas.

GONÇALVES et al. (2013) avaliaram o efeito da LLLT de 830 na

cicatrização de ferida excional em pele de ratos. Os autores aplicaram uma

energia total de 36,9 J em um grupo e 110,7 J e analisaram fibras colágenas

tipo I e tipo III por microscopia de polarização (Picro sirius). Verificou-se

que houve aumento colágeno tipo III em todos os tempos observados,

sobretudo com a dose menor. Esses dados diferem do presente estudo, que

constatou redução do colágeno tipo III na dose total de energia do GA (180

J) no 14º dia. Com relação ao colágeno tipo I, o autores observaram que a

quantidade foi maior no 7º e no 14º dia, o que diverge desta pesquisa em

que a quantidade de colágeno tipo I foi significativamente menor em ambos

dias de coleta. Estes resultados corroboram com o efeito cumulativo que a

LLLT pode exercer nos tecidos quando aplicada não só em altas doses, mas

também em dias consecutivos (HAWKINS & ABRAHAMSE, 2006;

ROCKIND et al., 2009; GONÇALVES et al., 2010).

Na literatura é relatado que a síntese de matriz extracelular é

inversamente proporcional ao comprimento de onda e energia ofertada

(MENDEZ et al., 2004; NASCIMENTO et al., 2004) o que corrobora com

os resultados deste trabalho que investigou o efeito da LLLT no espectro

infravermelho (comprimento de onda maior) no principal componente da

matriz extracelular e verificou a redução da quantidade de colágeno tipo I e

tipo III.

Sendo assim, a relevante redução do colágeno constatada nesta

pesquisa corrobora com os estudos que relatam o efeito dose-dependente e

cumulativo da LLLT (HAWKINS & ABRAHAMSE; HOURELD &

ABRAHAMSE, 2008; GONÇALVES et al., 2010), em que não foram

observadas diferenças em nível celular, mas na síntese de colágeno, inibida

60

Discussão

diante da alta dosagem e dias consecutivos de aplicação da irradiação. Esse

achado pode ser relevante para tratamento de cicatrizes hipertróficas e

queloide, entretanto quando se pretende estimular a síntese de MEC, é

conveniente considerar não só a dose aplicada, mas também os intervalos

entre cada sessão de laserterapia.

Observa-se no presente estudo que os resultados obtidos foram mais

expressivos com relação ao colágeno, tanto na birrefringência como na

análise imuno-histoquímica. O aumento do RO frente à redução de fibras

colágenas, sobretudo do tipo I, poderia levantar a hipótese de um resultado

falso positivo para a birrefringência. Entretanto, estudos realizados com

fototerapia de baixa intensidade em tendões tanto no espectro vermelho

como infravermelho revelaram um aumento do RO (WOOD et al., 2010;

NEVES et al., 2011; NEVES et al., 2011). Assim, nesta pesquisa,

observou-se redução da quantidade do colágeno, além de melhor

alinhamento, reforçando a perspectiva de estudos que envolvam prevenção

e tratamento de cicatrizes fibroproliferativas.

Com base nos resultados aqui observados, é possível afirmar que a

LLLT no espectro infravermelho exerce forte influência nos mecanismos

de síntese ou talvez de degradação de colágeno, uma vez que não é possível

esclarecer se houve inibição de síntese ou aumento de degradação. Assim, a

realização de estudos com o comprimento de onda aqui adotado torna-se

muito relevante em outras células e organelas celulares envolvidas nesses

processos, como neutrófilos, que também sintetizam colagenase, ou

retículo endoplasmático rugoso, abundante em fibroblastos e responsável

pela síntese de MEC. A avaliação de macrófagos seria interessante, pois,

além de serem importantes células do processo de cicatrização, também

modulam fibroblastos pela liberação de citocinas como TGF-β, PDGF,

IL-1β induzindo a síntese de colágeno (BARRON & WYNN, 2011;

61

Discussão

WYNN & RAMALINGAM, 2012), participando, ainda, da degradação do

excesso de MEC. Assim, seria de grande valia o estudo da LLLT na

possível ativação de macrófagos no tratamento e prevenção de fibroses,

inclusive cicatriciais.

6.3 Perspectivas

Realização de estudos experimentais com delineamento semelhante

em porcos;

Estudos experimentais com outras variações de parâmetros como

doses, tempo, dias, aplicação única e aplicação múltipla;

Estudos experimentais com avaliação de outros elementos da

cicatrização como macrófagos, neutrófilos, miofibroblastos, matriz

extracelular e mecanismos de sinalização;

Estudos com LLLT que avaliem organelas celulares como retículo

endoplasmático rugoso e mecanismos de síntese de MEC e

colagenase;

Estudos experimentais com outros comprimentos de onda em alta

dosagem (superiores a 60 J) para avaliação de birrefringência e

quantificação de colágeno tipo I e tipo III;

Estudos clínicos com LLLT no espectro infravermelho com

avaliação pré e pós-operatória;

Estudos clínicos em pacientes portadores de cicatrizes

fibroproliferativas no pré-operatório: realização de LLLT

infravermelha para avaliação histológica da pele e da cicatriz a serem

excisadas.

62

Discussão

Estudos clínicos com aplicação de LLLT infravermelha em cicatrizes

fibroproliferativas.

CONCLUSÃO

64

Conclusão

7. CONCLUSÃO

A LLLT nas doses alta (60 J) e baixa (1,5 J):

1. Foi eficiente no aumento do RO das fibras colágenas da

cicatriz e da pele adjacente na cicatrização em pele de ratos.

2. Não alterou a intensidade do infiltrado inflamatório entre

o 7º e 14º dia.

3. Apresentou redução do número de fibroblastos, vasos e

tecido de granulação no 14º dia em relação ao 7º dia.

4. Apresentou redução do colágeno tipo I no 7º e 14º dia

5. Na dose de 60 J apresentou redução de colágeno tipo III

no 14ºdia

REFERÊNCIAS

66

Referências

8. REFERÊNCIAS

Akyol U, Güngörmüş M. The effect of low-level laser therapy on

healing of skin incisions made using a diode laser in diabetic rats.

Photomed Laser Surg. 2010 Feb;28(1):51-5.

Al-Attar A, Mess S, Thomassen JM, Kauffman CL, Davison SP. Keloid

pathoghenesis and treatment. Plast Reconstr Surg. 2006 Jan;117(1):286-

300.

Alster TS. Improvement of erythematoous ans hypertrophic scars by the

585nm flashlamp-pumped pulsed dye laser. Ann Plast Surg. 1994

Feb;32(2):186-90.

Al-Watban FAH, Zhang XY, Andres BL. Low-Level Laser Therapy

enhances wound healing in diabetic rats: a comparison of different

Lasers. Photomed Laser Surg. 2007;25(2):72-7.

Barron L, Wynn TA. Fibrosis is regulated by Th2 and Th17 responses

and by dynamic interactions between fibroblasts and macrophages. Am

J Physiol Gastrointest Liver Physiol. 2011 May;300(5):G723-8.

Bednarska K, Rózga B, Kolodziejczyk K, Szosland D, Leyko W,

Bryszewska S. Effect of low-power red light laser irradiation on the

viability on the human skin fibroblast. Radiot Envir Biophys. 1998

Oct;37(3):215-7.

Berry DP, Harding KG, Stanton MR, Jasani B, and Ehrlich HP. Human

wound contraction: collagen organization, fibroblasts, and

myofibroblasts. Plast Reconstr Surg. 1998 Jul;102(1):124–31.

Bock O, Schmid-Ott G, Malewski P, Mrowietz U. Quality of life of

patients with keloid and hypertrophic scarring. Arch Dermatol Res.

2006 Apr; 297(10):433-8.

Bonatti S, Hochman B, Tucci-Viegas VM, Furtado F, CE Pinfildi, Pedro

AC, Ferreira LM. In vitro effect LED (Light Emitting Diode) of 470 nm

in keloid fibroblasts. Acta Cir Bras. 2011 Feb;26(1):25-30.

Borba GC, Hochman B, Liebano RE, Enokihara MM, Ferreira LM.

Does preoperative electrical stimulation of the skin alter the healing

67

Referências

process? J Surg Res. 2011 Apr;166(2):324-9.

Bouzari N, Davis SC, Nouri K. Laser treatment of keloids and

hypertrophic scars. Intern J Dermatol. 2007 Jan; 46(1):80-8.

Brandi C, Grimaldi L, Nisi G, Brafa A, Campa A, Calabrò M, Campana

M, D'Aniello C. The role of carbon dioxide therapy in the treatment of

chronic wounds. In Vivo. 2010 Mar-Apr;24(2):223-6.

Chen CH, Tsai JL, Wang YH, Lee CL, Chen JK, Huang MH. Low-level

laser irradiation promotes cell proliferation and mRNA expression of

type I collagen and decorin in porcine Achilles tendon fibroblasts in

vitro. J Orthop Res. 2009 May;27(5):646-50.

Corazza AV, Jorge J, Kurachi C, Bagnato VS. Photobiomodulation on

the angiogenesis of skin wounds in rats using different light sources.

Photomed Laser Surg. 2007 Apr;25(2):102-6.

Costa MS, Pinfildi CE, Gomes HC, Liebano RE, Arias VE, Silveira TS,

Ferreira LM. Effect of low-level laser therapy with output power of 30

mW and 60 mW in the viability of a random skin flap. Photomed Laser

Surg. 2010 Feb;28(1):57-61.

Eming SA, Krieg T, Davidson JM. Inflammation in wound repair:

molecular and cellular mechanisms. J Invest Dermatol. 2007

Mar;127(3):514-25.

Ennis WJ, Valdes W, Gainer M, Meneses P. Evaluation of clinical

effectiveness of MIST ultrasound therapy for the healing of chronic

wounds. Adv Skin Wound Care. 2006 Oct;19(8):437-46.

Ferreira ACB, Hochman B, Furtado F, Bonatti S, Ferreira LM. Keloids:

a new challenge for nutrition. Nut Rev. 2010 Jul;68(7):409-17.

Ferreira LM, Gragnani A, Furtado F, Hochman B. Control of the skin

scarring response. An Acad Bras Cienc. 2009 Sep;81(3):623-9.

Furtado F, Hochman B, Ferrara SF, Dini GM, Nunes JM, Juliano Y,

Ferreira LM. What factors affect the quality of life of patients with

keloids? Rev Assoc Med Bras. 2009 Nov-Dec;55(6):700-4.

Gál P, Vidinsky B, Toporcer T, Mokry M, Mozes T, Longauer F, Sabo J.

Histological assessment of the effect of Laser irradiation on skin wound

healing in rats. Photomed Laser Surg. 2006 Aug;24(4):480-8.

68

Referências

Garcia VG, Macarini VC, de Almeida JM, Bosco AF, Nagata MJ,

Okamoto T, Longo M, Theodoro LH. Influence of low-level laser

therapy on wound healing in nicotine-treated animals. Lasers Med Sci.

2012 Mar;27(2):437-4.

Gonçalves RV, Mezêncio JM, Benevides GP, Matta SL, Neves CA,

Sarandy MM, Vilela EF. Effect of gallium-arsenide laser, gallium-

aluminum-arsenide laser and healing ointment on cutaneous wound

healing in Wistar rats. Braz J Med Biol Res. 2010 Apr;43(4):350-5.

Gonçalves RV, Novaes RD, Cupertino Mdo C, Moraes B, Leite JP,

Peluzio Mdo C, Pinto MV, da Matta SL. Time-dependent effects of low-

level laser therapy on the morphology and oxidative response in the skin

wound healing in rats. Lasers Med Sci. 2013 Feb;28(2):383-90.

Güngörmüş M, Akyol U. The effect of gallium-aluminum-arsenide 808-

nm low-level laser therapy on healing of skin incisions made using a

diode laser. Photomed Laser Surg. 2009 Dec;27(6):895-9.

Gurtner GC, Werner S, Barrandon Y, Longaker MT. Wound repair and

regeneration. Nature. 2008 May;453:314-21.

Hawkins D, Abrahamse H. Effect of multiple exposures of low-level

laser therapy on the cellular responses of wounded human skin

fibroblasts. Photomed Laser Surg. 2006 Dec;24(6):705-14.

Hegde VN, Prabhu V, Rao SB, Chandra S, Kumar P, Satyamoorthy K,

Mahato KK. Effect of laser dose and treatment schedule on excision

wound healing in diabetic mice. Photochem Photobiol. 2011 Nov-

Dec;87(6):1433-41.

Hochman B, Pilfildi CE, Nishioka MA, Furtado F, Bonatti S, Monteiro

PKP, Antunes AS, Quieregatto PR, Liebano RE, Chadi G, Ferrerira LM.

Low level laser therapy and light emitting diode in neuropeptides Sp

and cgrp secretion in healthy skin in rats. Laser Med Sci. 2013 [in

press].

Hochman B, Vilas Boas FC, Mariano M, Ferreira LM. Keloid

heterograft in the hamster (Mesocricetus auratus) cheek pouch, Brazil.

Acta Cir Bras. 2005 May-Jun; 20(3):200-12.

Houreld NN, Abrahamse H. Laser light influences cellular viability and

proliferation in diabetic-wounded fibroblast cells in a dose- and

wavelength-dependent manner. Lasers Med Sci. 2008 Jan;23(1):11-8.

69

Referências

Kandolf-Sekulovic L, Kataranovski M, Pavlovic MD.

Immunomodulatory effects of low-intensity near-infrared laser

irradiation on contact hypersensitivity reaction. Photodermatol

Photoimmunol Photomed. 2003 Aug;19(4):203–12.

Karu TI, Pyatibrat LV, Kolyakov SF, Afanasyeva NI. Absorption

measurements of a cell monolayer relevant to phototherapy: reduction

of cytochrome c oxidase under near IR radiation. J Photochem

Photobiol B. 2005 Nov 1;81(2):98-106

Kavros SJ, Miller JL, Hanna SW. Treatment of ischemic wounds with

noncontact, low-frequency ultrasound: the Mayo clinic experience,

2004-2006. Adv Skin Wound Care. 2007 Apr;20(4):221-6.

Kirkwood BR, Sterne JA. Essential medical statistics. 2 ed. Oxford:

Blackwell Science: Massachusetts, USA. 2006. 502p.

Köse O, Waseen A. Keloids and hypertrophic scars: are they two

different sides of the same coin? Dermatol Surg. 2008 Mar; 34(3):336-

46.

Lev-Tov H, Brody N, Siegel D, Jagdeo J. Inhibition of fibroblast

proliferation in vitro using low-level infrared light-emitting diodes.

Dermatol Surg. 2013-a Mar;39(3Pt1):422-5.

Lev-Tov H, Mamalis A, Brody N, Siegel D, Jagdeo J. Inhibition of

fibroblast proliferation in vitro using red light-emitting diodes. Dermatol

Surg. 2013-b; Aug;39(8):1167-70

Liebano RE, Abla LE, Ferreira LM. Effect of low-frequency

transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) on the viability of

ischemic skin flaps in the rat: an amplitude study. Wound Repair Regen.

2008 Jan-Feb;16(1):65-9.

Lucas C, Criens-Poublon LJ, Cockrell CT, de Haan RJ. Wound healing

in cell studies and animal model experiments by Low Level Laser

Therapy; were clinical studies justified? a systematic review. Lasers

Med Sci. 2002;17(2):110-34.

Mandelbaum SH, Santis EP, Mandelbaum M. Cicatrization: current

concepts and auxiliary resources Part I. An bras Dermatol.

2003;78(4):393-410.

Martínez-Rodríguez A, Bello O, Fraiz M, Martinez-Bustelo S. The

effect of alternating and biphasic currents on humans' wound healing: a

70

Referências

literature review. Int J Dermatol. 2013 Jun 20 [Epub ahead of print].

McLeoad IA. Low level laser therapy in athletic training. Athl Ther

Today. 2004:17-21.

Mendez TMTV, Pinheiro ALB, Pacheco MTT, Nascimento

PM,Ramalho LMP. Dose and wavelength of laser light have influence

on the repair of cutaneous wounds. J Clin Laser Med

Surg, 2004;22:19–25.

Moore P, Ridgway TD, Rgbee RG, Howard EW, Lucroy MD. Effect

wavelenght on low-intensity laser irradiation-stimulated cell

proliferation in vitro. Laser Surg Med. 2005 Jan;36(1):8-12.

Nascimento PM, Pinheiro ALB, Salgado MAC, Ramalho LMP. A

preliminary report on the effect of laser therapy on the healing of

cutaneous surgical wounds as a consequence of an inversely

proportional relationship between wavelength and intensity: histological

study in rats. 2004;Photomed Laser Surg 22:513–518

Neter J, Kutner MH, Nachtsheim CJ, Wasserman W. Applied Linear

Statistical Models. 4nd ed. Ilinois: Richard D. Irwing. (1996). 1408p.

Neves MA, Pinfildi CE, Wood VT, Gobbato RC, da Silva FM, Parizotto

NA, Hochman B, Ferreira LM. Different power settings of LLLT on the

repair of the calcaneal tendon. Photomed Laser Surg. 2011

Oct;29(10):663-8.

Nishioka MA, Pinfildi CE, Sheliga TR, Arias VE, Gomes HC, Ferreira

LM. LED (660 nm) and laser (670 nm) use on skin flap viability:

angiogenesis and mast cells on transition line. Lasers Med Sci. 2012

Sep;27(5):1045-50.

Oliveira FS, Pinfildi CE, Parizoto NA, Liebano RE, Bossini PS, Garcia

EB, Ferreira LM. Effect of low level laser therapy (830 nm) with

different therapy regimes on the process of tissue repair in partial lesion

calcaneous tendon.Lasers Surg Med. 2009 Apr;41(4):271-6.

Peccin MS, Renno AC, de Oliveira F, Giusti PR, Ribeiro DA. Helium-

neon laser improves skin repair in rabbits. J Cosmet Laser Ther. 2012

Dec;14(6):286-9.

Pinfildi CE, Liebano RE, Hochman BS, Ferreira LM. Helium–Neon

laser in viability of random skin flap in rats. Laser Surg Med. 2005

71

Referências

Jul;37(1):74–7.

Pinfildi CE, Liebano RE, Hochman BS, Enokihara MM, Lippert R,

Gobbato RC, Ferreira LM.Effect of low-level laser therapy on mast cells

in viability of the transverse rectus abdominis musculocutaneous flap.

Photomed Laser Surg. 2009 Apr;27(2):337-43

Prado RP, Pinfildi CE, Liebano RE, Hochman BS, Ferreira LM. Effect

of application site of low-level laser therapy in random cutaneous flap

viability in rats. Photomed Laser Surg. 2009 Jun;27(3):411-6

Pugliese LS, Medrado AP, Reis SRA, Andrade ZA. The influence of

low-level therapy on biomodulation of collagen and elastic fibers.

Pesqui Ondontol Bras. 2003 Oct-Dec;17(4):307-13.

Ramos ML, Gragnani A, Ferreira LM. Is there an ideal animal model to

study hypertrophic scarring? J Burn Care Res. 2008 Mar-Apr;29(2):363-

8.

Rezende SB, Ribeiro MS, NÚnez Sc, Garcia VG. Maldonado EP.

Effects of a single near-infrared laser treatment on cutaneous wound

healing: biometrical and histological study in rats. J Photochem

Photobiol B: Biol. 2007 Jun;87(3):145-53.

Robles DT, Berg D. Abnormal wound healing: keloids. Clin Dermatol

2007 Jan-Fev;25(1):26-32.

Rochkind S, El-Ani D, Nevo Z, Shahar A. Increase of neuronal

sprouting and migration using 780 nm laser phototherapy as procedure

for cell therapy. Lasers Surg Med. 2009 Apr;41(4):277-81.

Rodrigo SM, Cunha A, Pozza DH, Blaya DS, Moraes JF, Weber JB, de

Oliveira MG. Analysis of the systemic effect of red and infrared laser

therapy on wound repair. Photomed Laser Surg. 2009 Dec;27(6):929-35

Schindl A, Merwald LS, Kaun C, Wojta J. Direct stimulatory effect of

low-intensity 670 nm laser irradiation on human endothelial cell

proliferation. Br J Dermatol. 2003 Fev;148(2):334-6.

Shaffer JJ, Taylor SC, Cook-Bolden F. Keloidal scars: a review with a

critical look at therapeutic options. J Am Acad Dermatol. 2002

Feb;46:S63-97.

Shi-Yau Y, Jen-Hwey C, Shiaw-Der Y, Yu-Chen H, Wing-Yiu L, Chew-

72

Referências

Wun W. Biological effect of far-infrared therapy on increasing skin

microcirculation in rats. J Photodermatol Photoimmunol Photomed.

2006 Apr; 22(2):78-86.

Shu B, Wu Z, Hao L, Zeng D, Feng G, Lin Y. Experimental study on

He-Ne laser irradiation to inhibit scar fibroblast growth in culture. Chin

J Traumatol. 2002 Aug;5(4):246-9.

Silva DFT, Vidal BC, Zezell DM, Zorn TM, Núñez SC, Ribeiro MS.

Collagen birefringence in skin repair in response to red polarized-laser

therapy. J Biomed Opt. 2006 Mar-Apr;11(2):024002.

Silveira PC, Silva LA, Freitas TP, Latini A, Pinho RA. Effects of low-

power laser irradiation (LPLI) at different wavelengths and doses on

oxidative stress and fibrogenesis parameters in an animal model of

wound healing. Lasers Med Sci. 2011 Jan;26(1):125-31.

Tacani PM, Liebano RE, Pinfildi CE, Gomes HC, Arias VE, Ferreira

LM. Mechanical stimulation improves survival in random-pattern skin

flaps in rats. Ultrasound Med Biol. 2010 Dec;36(12):2048-56.

Tumilty S, Munn J, McDonough S, Hurley DA, Basford JR, Baxter GD.

Low level laser treatment of tendinopathy: a systematic review with

meta-analysis. Photomed Laser Surg. 2010 Feb;28(1):3-16.

Vidal BC. Evaluation of the carbohydrate role in the molecular order of

collagen bundles: Microphotometric measurements of textural

birefringence. Cell Mol Biol. 1986;5:527-35

Vinck EM; Cagnie BJ, Cornelissen MJ, Declercq HA, Cambier DC.

Increased fibroblast proliferation induced emitting diode and low power

laser irradiation. Laser Med Sci. 2003;18(2):95-9.

Webb C, Dyson M, Lewis WHP. Stimulatory effect of 660nm of low

level laser energy on hypertrophic scars: possible mechanism for

increase cells counts. Laser Surg Med. 1998;22(5):294-301.

Webb C, Dyson M. The effect 880 nm of low level laser energy on

human fibroblasts: a possible role in hypertrofic wound healing. J

Photoch Photobiol Biol. 2003 Apr;70(1):39-44.

Wood V, Pinfild C, Neves M, Parizotto N, Hochman B, Ferreira L.

Collagen changes and realignment induced by low-level laser therapy

and low intensity ultrasound in the calcaneal tendon. Laser Surg Med.

73

Referências

2010 Aug;42(6):559-65.

Wynn TA, Ramalingam TR. Mechanisms of fibrosis: therapeutic

translation for fibrotic disease. Nat Med. 2012 Jul 6;18(7):1028-40.

Yasukawa A, Hrui H, Koyama Y, Nagai M, Takakuda K. The effect of

low reactive-level laser therapy (LLLT) with helium-neon laser on

operative wound healing in a rat model. J Vet Med Sci. 2007

Aug;69(8):799-806.

Zhu KQ, Carrougher GJ, Gibran NS, Isik FF, Engrav LH. Review of the

female Duroc/Yorkshire pig model of human fibroproliferative scarring.

Wound Repair Regen. 2007 Sep-Oct;15 Suppl 1:S32-9.

76

Apêndices

Apêndice 1

Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa:

77

Apêndices

78

Apêndices

Apêndice 2

Randomização dos animais:

79

Apêndices

80

Apêndices

81

Apêndices

82

Apêndices

Apêndice 3

Exemplo da identificação das amostras por meio dos alfinetes

coloridos enquanto permaneceram imersas em formol, antes de ser alojada

nas grades K-7.

83

Apêndices

Apêndice 4

Apêndice 5

Fotomicrografia de lâmina corada com HE.

Aumento de 400X em que foi realizada a

avaliação, na região central entre epiderme e

panículo carnoso.

Fotomicrografia de lâmina corada com HE.

Aumento de 50X.

1. Epiderme

2. Derme

3.Panículo carnoso

1

2

1

2

3

84

Apêndices

Apêndice 5

Randomização da pele adjacente a ser submetida à avaliação de

birrefringência de fibras colágenas. Lado direito ou esquerdo da cicatriz.

85

Apêndices

86

Apêndices

Apêndice 6

Gráfico para representação da avaliação de fibroblastos, com valores

médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p<0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

87

Apêndices

Apêndice 7

Gráfico para representação da avaliação de vasos sanguíneos, com valores

médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p<0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

88

Apêndices

Apêndice 8

Gráfico para representação da avaliação de tecido de granulação, com

valores médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p<0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

89

Apêndices

Apêndice 9

Gráfico para representação da avaliação de infiltrado inflamatório, com

valores médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p>0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

90

Apêndices

Apêndice 10

Gráfico para representação da avaliação de colágeno tipo I, com valores

médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p < 0,001

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

91

Apêndices

Apêndice 11

Gráfico para representação da avaliação de colágeno tipo III, com valores

médios e erros padrões, segundo grupos e dias de coleta.

* p = 0,042

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

92

Apêndices

Apêndice 12

Fotomicrografias de imunohistoquímica de colágeno tipo I nos grupos com

amostras coletadas no 7º dia (GS7, GB7, GA7). Aumento de 400 X.

1: Colágeno tipo I em região de tecido cicatricial; 2: Colágeno tipo I em

região de pele adjacente. Há maior presença de infiltrado inflamatório

corado pela Hematoxilina de Harrys em tecido cicatricial e uma menor

quantidade de colágeno tipo I na região cicatricial em relação à pele

adjacente e quando se compara GB7 e GA7 com GS7.

GS7 GB7 GA7

Fotomicrografias de imunohistoquímica de colágeno tipo I nos grupos com

amostras coletadas no 14º dia (GS14, GB14, GA14). ). Aumento de 400 X.

1: Colágeno tipo I em região de tecido cicatricial; 2: Colágeno tipo I em

região de pele adjacente. Há maior presença de infiltrado inflamatório

corado pela Hematoxilina de Harrys em tecido cicatricial e uma menor

quantidade de colágeno tipo I na região cicatricial em relação à pele

adjacente e quando se compara GB14 e GA14 com GS14.

GS14 GB14 GA14

1

2

1

2

1

2

1

2

1

2

1

93

Apêndices

Apêndice 13

Fotomicrografias de imunohistoquímica de colágeno tipo III nos grupos

amostras coletadas no 7º dia (GS7, GB7, GA7). Aumento de 400 X.

1: Colágeno tipo III em região de tecido cicatricial. 2: Colágeno tipo III em

região de pele adjacente. Há uma maior presença de infiltrado inflamatório

corado pela Hematoxilina de Harrys em tecido cicatricial e uma menor

quantidade de colágeno tipo III na região cicatricial em relação à pele

adjacente.

Fotomicrografias de imunohistoquímica de colágeno tipo III nos grupos com

amostras coletadas no 14º dia (GS14, GB14, GA14). Aumento de 400 X.

1: Colágeno tipo III em região de tecido cicatricial; 2: Colágeno tipo III em

região de pele adjacente. Há uma maior presença de infiltrado inflamatório

corado pela Hematoxilina de Harrys em tecido cicatricial e uma menor

quantidade de colágeno tipo III na região cicatricial em relação à pele

adjacente.

GS7 GB7 GA7

GS14 GB14 GA14

2 2

2

1

1 1

1 1 1

2 2

2

94

Apêndices

Apêndice 14

Gráfico para representação das médias de RO (em nm) na pele adjacente

segundo grupos e dias de coleta.

* p<0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

95

Apêndices

Apêndice 15

Gráfico para representação das médias de RO (em nm) na cicatriz segundo

grupos e dias de coleta.

* p<0,05

Teste: Comparações múltiplas de Bonferroni

96

Apêndices

Apêndice 16

GS7 GB7 GA7

7

Fotomicrografias birrefringência de fibras colágenas nos grupos com amostras

coletadas no 7º dia (GS7, GB7, GA7). Aumento de 200 X. 1: Tecido cicatricial; 2: Pele

adjacente.

Observa-se que a pele adjacente apresenta maior brilho que o tecido cicatricial. É

possível verificar maior brilho na região de tecido cicatricial de GB7 e GA7 em relação

a GS7.

1 1

1 2

2

2

GS14 GB14 GA14

Fotomicrografias de birrefringência de fibras colágenas nos grupos com amostras

coletadas no 7º dia (GS14, GB14, GA14). Aumento de 200 X. 1: Tecido cicatricial; 2:

Pele adjacente.

Observa-se que a pele adjacente apresenta maior brilho que o tecido cicatricial. É

possível verificar maior brilho na região de tecido cicatricial de GB14 e GA14 em

relação a GS14.

1

1 1

1

2

2 2

97

Apêndices

Apêndice 17

Estudo Piloto

Foi realizado um estudo piloto com delineamento semelhante ao

presente trabalho, com amostra de 27 animais distribuídos em 3 grupos em

função da energia (GS: simulação; GB: 1,5 J; GA: 60 J) e 3 subgrupos em

função do dia de coleta de tecido: 7, 14 e 21 dias (n = 3). Foram realizadas

análises de hematoxilina-eosina (HE) e Picro sirius red.

Em função da amostra estar distribuída em 9 grupos e o n ser baixo,

somado ao fato de que houve perda de 3 animais e muitas lâminas de HE

não permitirem avaliação precisa dos parâmetros, não foi possível

estabelecer conclusões.

Nos Apêndices 17 e 18 estão relacionadas as tabelas e figuras das

imagens obtidas de colágeno por microscopia de polarização.

98

Apêndices

Apêndice 18

Tabela 1 – Descrição dos parâmetros de hematoxilina-eosina em cada grupo

segundo dias de coleta no estudo piloto.

GS: Grupo Simulado; GB: Grupo Baixa Dose; GA: Grupo Alta Dose.

DP: desvio padrão

99

Apêndices

Apêndice 19

Tabela 2 – Descrição das áreas percentuais de colágeno tipo I e tipo III no estudo

piloto

GS: Grupo Simulado; GB: Grupo Baixa Dose; GA: Grupo Alta Dose.

DP: desvio padrão

100

Anexos

Anexo 1

102

Fontes Consultadas

FONTES CONSULTADAS

Ferreira ABH. Miniaurélio século XXI escolar. 4a ed. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira; 2001.

Hochman B, Nahas FX, Oliveira Filho RS, Ferreira LM. Desenhos de

pesquisa. Acta Cir Bras. 2005;20 (Suppl. 2):02-9.

Kirkwood BR, Sterne JAC. Essential medical statistics. 2nd ed.

Massachusetts: Blackwell Science; 2006.

Neter J, Kutner MH, Nachtsheim CJ, Wasserman W. Applied Linear

Statistical Models. 4th ed. Ilinois: Richard D. Irwing; 1996.

Kitchen S. Eletroterapia baseada em evidências 11a ed. São Paulo: Manole;

2003.

Academia Brasileira de Letras. Vocabulário Ortográfico da Língua

Portuguesa. 5a. ed. São Paulo: Global 2009. 976p. Disponível no endereço

eletrônico:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23