Terça-feira7 ATRIBUNA C-1 Porto&Mar - abttc.org.br · AjudandooBrasilachegaraofuturo. Porto&Mar...

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Ajudando o Brasil a chegar ao futuro. www.ecoportosantos.com.br Porto & Mar FERNANDA BALBINO DA REDAÇÃO O incêndio que atinge os tan- ques com combustível do termi- nal da Ultracargo, na Alemoa, desde a última quinta-feira, prejudica parte das operações do complexo marítimo. A sus- pensão do tráfego aquaviário nas proximidades da instala- ção já impediu a atracação de dez navios, segundo a Compa- nhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária. E um terminal de contêineres já deixou de receber 11.500 ca- minhões carregados. O impac- to tende a aumentar com a proi- bição da chegada de veículos de carga à Margem Direita do Por- to (onde está Santos), medida implantada ontem. De acordo com a Codesp, os cargueiros com a atracação atrasada têm como destino o Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (Tegla), que fica nas proximidades da unidade da Ultracargo. As operações na- quela região foram suspensas pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) para minimi- zar riscos de novos focos de incêndio. Não há previsão para a normalização dos trabalhos. A atracação de cada um dos cargueiros que seguem para o Terminal Integrador Portuá- rio Luiz Antonio Mesquita (Ti- plan) e ao terminal da Usimi- nas, em Cubatão, está sendo avaliada pela Autoridade Marí- tima. Isso ocorre pois os berços das duas instalações ficam no Canal de Piaçaguera, cuja en- trada fica em frente à Alemoa. De acordo com o capitão-de- mar-guerra Ricardo Fernan- des Gomes, comandante da CPSP, a análise leva em conta, principalmente, a carga trans- portada nas embarcações. A Autoridade Marítima verifica se o carregamento não pode pegar fogo com o forte calor. Outra instalação que teve as operações prejudicadas foi a Brasil Terminal Portuário (BTP), especializada na movi- mentação de contêineres e que fica na Alemoa, ao lado do Te- gla e quase em frente aos tan- ques da Ultracargo. Logo após o início do incêndio, os navios que estavam operando foram retirados e os trabalhos, inclusi- ve a recepção de cargas no pá- tio, interrompidos. A empresa retomou as atividades apenas no último domingo, às 19 horas. Mesmo assim, um de seus três pontos de atracação está sendo usado pelos rebocadores que atuam no combate às chamas. A BTP ainda não contabili- zou os prejuízos. Mas, desde o início do incidente, seis navios deixaram de atracar em seu cais. Foram 7.200 contêineres que deixaram de ser carrega- dos ou descarregados. TRÂNSITO Apesar de já ter retornado às suas atividades de embarque e desembarque de navios, a BTP é prejudicada pela proibição da chegada de caminhões. Segun- do a empresa, de quinta-feira (início do incêndio) até ontem, cerca de 11.500 veículos de car- ga deixaram de ser recebidos. O veto à vinda de caminhões a Santos foi uma determinação do gabinete de gestão de crise instalado pela Prefeitura de Santos e por autoridades esta- duais e federais no último sába- do, terceiro dia do incêndio da Ultracargo. A medida, que con- tinua hoje, é avaliada ao final de cada dia. Há a expectativa é de que o trânsito de veículos pesados permaneça suspenso até sexta-feira. Outros terminais de contêineres da Margem Direi- ta já sentem os impactos da proibição em suas rotinas ope- racionais. É o caso da Rodri- mar, cuja instalação fica no Cais do Saboó, vizinho à Ale- moa. Não houve paralisação nas operações dos navios, mas a empresa está operando com um quadro mínimo des- de as 13 horas da última quin- ta. Segundo a companhia, o principal impacto está na reti- rada de contêineres de impor- tação. E este problema só será resolvido quando for normali- zado o tráfego de caminhões na Rodovia Anchieta e na en- trada do Porto. O Ecoporto Santos sente os reflexos da proibição em seu depósito de contêineres vazios (Depot), que fica na Alemoa e teve de ser fechado. Os serviços de estufagem (armazenagem de cargas) em contêineres, que eramrealizados naunidade, fo- ramtransferidosparaoutro pá- tio. As atracações, em seu ter- minal no Saboó, acontecem normalmente. Na Libra Terminais, que opera contêineres na Ponta da Praia, a atracação de na- vios não foi prejudicada. Mas com a interrupção do tráfego de caminhões, o te- mor é que comece a faltar cargas nos pátios em cerca de três dias. O Sindicato dos Operado- res Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) considera que o momento é de união de esforços. Por isso, se coloca à disposição para auxiliar o mu- nicípio, o gabinete de crise e a comunidade. MAIS INFORMAÇÕES NAS PÁGINAS A-3 E A-7 Fraude O Ministério Público Federal abriu uma ação contra servidores da Receita Federal por fraudes em operações no Porto de Santos. Confira na coluna Mercado Regional, na página C-5. O diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, não acredita em uma migração de cargas do Porto de Santos para outros complexos marítimos do País, durante os trabalhos de contenção do incêndio que atinge os tanques da Ultracargo, na Alemoa. Para ele, a medida geraria mais custos de transporte de mercadorias para outras cidades ou até estados. De acordo com o executivo, serão grandes os prejuízos para os usuários do cais santista e também para a Cidade, no entanto, ainda não é possível calculá-los, já que o momento é de colaboração para que a situação se normaliza no distrito industrial. www.sigmatransportes.com.br Logistc Solutions Incêndio atrasa 10 navios e afeta terminais de contêineres Uma das empresas já deixou de receber 11.500 caminhões com cargas. Outra reduziu suas equipes de trabalho Cargas ficam Inteligência em logística integrada. CARLOS NOGUEIRA [email protected] Instalada nas proximidades do terminal da Ultracargo, a BTP retomou as operações apenas no domingo Terça-feira 7 A TRIBUNA C-1 abril de 2015 www.atribuna.com.br

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Page 1: Terça-feira7 ATRIBUNA C-1 Porto&Mar - abttc.org.br · AjudandooBrasilachegaraofuturo.  Porto&Mar FERNANDABALBINO DAREDAÇÃO Oincêndioqueatingeostan-quescomcombustíveldotermi-

AjudandooBrasilachegaraofuturo.

www.ecoportosantos.com.br

Porto&Mar

FERNANDABALBINODAREDAÇÃO

O incêndio que atinge os tan-quescomcombustíveldotermi-nal da Ultracargo, na Alemoa,desde a última quinta-feira,prejudica parte das operaçõesdo complexo marítimo. A sus-pensão do tráfego aquaviárionas proximidades da instala-ção já impediu a atracação dedez navios, segundo a Compa-nhia Docas do Estado de SãoPaulo (Codesp), a AutoridadePortuária.Eumterminaldecontêineres

já deixou de receber 11.500 ca-minhões carregados. O impac-totendeaaumentarcomaproi-biçãoda chegadadeveículosdecargaàMargemDireitadoPor-to (onde está Santos), medidaimplantadaontem.De acordo com a Codesp, os

cargueiros com a atracaçãoatrasada têm como destino oTerminal de Granéis LíquidosdaAlemoa(Tegla),queficanasproximidades da unidade daUltracargo. As operações na-quela região foram suspensaspela Capitania dos Portos deSãoPaulo(CPSP)paraminimi-zar riscos de novos focos deincêndio.Nãoháprevisãoparaanormalizaçãodostrabalhos.A atracação de cada um dos

cargueiros que seguem para oTerminal Integrador Portuá-rioLuizAntonioMesquita (Ti-plan) e ao terminal da Usimi-nas, em Cubatão, está sendoavaliadapelaAutoridadeMarí-tima. Issoocorrepois osberçosdas duas instalações ficam noCanal de Piaçaguera, cuja en-trada fica em frente à Alemoa.De acordo com o capitão-de-mar-guerra Ricardo Fernan-des Gomes, comandante daCPSP, a análise leva em conta,principalmente, a carga trans-portada nas embarcações. AAutoridade Marítima verificase o carregamento não podepegarfogocomofortecalor.

Outra instalação que teve asoperações prejudicadas foi aBrasil Terminal Portuário(BTP), especializada na movi-mentação de contêineres e quefica na Alemoa, ao lado do Te-gla e quase em frente aos tan-ques da Ultracargo. Logo apóso início do incêndio, os naviosque estavam operando foramretiradoseostrabalhos, inclusi-ve a recepção de cargas no pá-tio, interrompidos. A empresa

retomou as atividades apenasnoúltimodomingo,às19horas.Mesmo assim, um de seus trêspontos de atracação está sendousado pelos rebocadores queatuamnocombateàschamas.A BTP ainda não contabili-

zou os prejuízos. Mas, desde oinício do incidente, seis naviosdeixaram de atracar em seucais. Foram 7.200 contêineresque deixaram de ser carrega-dosoudescarregados.

TRÂNSITO

Apesar de já ter retornado àssuas atividades de embarque edesembarque de navios, a BTPéprejudicadapelaproibiçãodachegadade caminhões. Segun-do a empresa, de quinta-feira

(início do incêndio) até ontem,cercade11.500veículosdecar-gadeixaramdeserrecebidos.O veto à vinda de caminhões

aSantos foiumadeterminaçãodo gabinete de gestão de crise

instalado pela Prefeitura deSantos e por autoridades esta-duaise federaisnoúltimosába-do, terceiro dia do incêndio daUltracargo.Amedida,quecon-tinua hoje, é avaliada ao final

de cada dia. Há a expectativaédequeo trânsitode veículospesadospermaneçasuspensoatésexta-feira.Outros terminais de

contêineresdaMargemDirei-ta já sentem os impactos daproibiçãoemsuasrotinasope-racionais. É o caso da Rodri-mar, cuja instalação fica noCais do Saboó, vizinho à Ale-moa. Não houve paralisaçãonas operações dos navios,masa empresa está operandocomumquadromínimodes-deas13horasdaúltimaquin-ta. Segundo a companhia, oprincipal impactoestánareti-radadecontêineresdeimpor-tação.Eesteproblemasóseráresolvidoquandofornormali-zado o tráfego de caminhõesnaRodoviaAnchieta e na en-tradadoPorto.O Ecoporto Santos sente os

reflexos da proibição em seudepósito de contêineres vazios(Depot), que fica na Alemoa etevedeserfechado.Osserviçosde estufagem (armazenagemdecargas)emcontêineres,queeramrealizadosnaunidade,fo-ramtransferidosparaoutropá-tio. As atracações, em seu ter-minal no Saboó, acontecemnormalmente.Na Libra Terminais, que

opera contêineres na Pontada Praia, a atracação de na-vios não foi prejudicada.Mas com a interrupção dotráfego de caminhões, o te-mor é que comece a faltarcargas nos pátios em cercade trêsdias.O Sindicato dos Operado-

res Portuários do Estado deSãoPaulo(Sopesp)consideraque omomento é de união deesforços. Por isso, se coloca àdisposiçãoparaauxiliaromu-nicípio, o gabinetede crise e acomunidade.

MAIS INFORMAÇÕESNASPÁGINASA-3

EA-7

FraudeOMinistérioPúblico Federal abriuumaaçãocontra servidoresdaReceitaFederal por fraudesemoperaçõesnoPortodeSantos. Confirana colunaMercadoRegional, napáginaC-5.

Odiretor-executivodoSindicatodasAgênciasdeNavegaçãoMarítimadoEstadodeSãoPaulo (Sindamar), JoséRoque,nãoacreditaemumamigraçãodecargasdoPortodeSantosparaoutroscomplexosmarítimosdoPaís,duranteos trabalhosdecontençãodoincêndioqueatingeos tanquesdaUltracargo,naAlemoa.Paraele,amedidagerariamaiscustosde transportedemercadoriasparaoutrascidadesouatéestados.Deacordocomoexecutivo, serãograndesosprejuízosparaosusuáriosdocais santistae tambémparaaCidade,noentanto, aindanãoépossível calculá-los, jáqueomomentoédecolaboraçãoparaqueasituaçãosenormalizanodistrito industrial.

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Incêndioatrasa 10navioseafeta terminaisde contêineresUma das empresas já deixou de receber 11.500 caminhões com cargas. Outra reduziu suas equipes de trabalho

Cargas ficam

Inteligência em logística integrada.

CARLOSNOGUEIRA

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Instalada nas proximidades do terminal da Ultracargo, a BTP retomou as operações apenas no domingo

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